Unb/Cespe – Dpu

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    1/13

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    2/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 1

    De acordo com o comando a que cada um dos itens a seguir se refira, marque na folha de respostas, para cada item: o campodesignado com o cdigo C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o cdigo E, caso julgue o item ERRADO. Paraas devidas marcaes, use a folha de respostas, nico documento vlido para a correo das suas respostas.

    Sempre que utilizadas, as siglas subsequentes devem ser interpretadas com a significao associada a cada uma delas, da seguinteforma: CDC = Cdigo de Defesa do Consumidor; CF = Constituio Federal de 1988; CP = Cdigo Penal; CPM = Cdigo PenalMilitar; CPC = Cdigo de Processo Civil; CPP = Cdigo de Processo Penal; CPPM = Cdigo de Processo Penal Militar;DP = defensor pblico ou Defensoria Pblica, conforme o contexto; DPE = Defensoria Pblica estadual; DPG = defensor pblico-geral; DPU = Defensoria Pblica-Geral da Unio; MP = Ministrio Pblico; MPM = Ministrio Pblico Militar; STF = Supremo

    Tribunal Federal; STJ = Superior Tribunal de Justia.

    PROVA OBJETIVA PRELIMINAR

    Com relao ao conflito de leis no espao e aos elementos deconexo que viabilizam a sua resoluo, julgue os itens a seguir.

    1 A regra geral, ante o conflito de leis no espao, a aplicaodo direito ptrio, empregando-se o direito estrangeiro apenasexcepcionalmente, quando isso for, expressamente,determinado pela legislao interna de um pas.

    2 A lex damni, como espcie de elemento de conexo, indica quea lei aplicvel deve ser a do lugar em que se tenhammanifestado as consequncias de um ato ilcito, para reger aobrigao de indenizar aquele que tenha sido atingido porconduta delitiva de outra parte em relao jurdicainternacional.

    No que diz respeito s fontes brasileiras de direito internacional e aplicao do direito estrangeiro no Brasil, julgue os itenssubsequentes.

    3 No Brasil, no se admite o costume como recurso deintegrao ao direito.

    4 A prova dos fatos ocorridos em pas estrangeiro rege-se pelalei que nele vigorar, razo pela qual os tribunais brasileirospodem, excepcionalmente, admitir provas que a lei brasileiradesconhea.

    Julgue os itens a seguir, acerca do direito processual civilinternacional.

    5 A competncia jurisdicional brasileira somente incide sobreindivduo estrangeiro se este residir no Brasil durante mais dequinze anos ininterruptos.

    6 absoluta a competncia internacional brasileira em aorelativa a imvel situado no Brasil.

    7 A parte que, em processo, alegar direito estrangeiro deverprovar-lhe o teor e a vigncia, se assim determinar o juiz.

    Acerca de carta rogatria e homologao de sentena estrangeira,julgue os seguintes itens.

    8 Por constiturem forma de cooperao internacional clssica,as cartas rogatrias estrangeiras so cumpridas no Brasil,independentemente de se referirem ou no a processos decompetncia exclusiva dos tribunais brasileiros.

    9 A sentena proferida por tribunal estrangeiro tem eficcia no

    Brasil depois de homologada pelo STF.10 Um dos requisitos para que a sentena estrangeira seja

    homologada no Brasil terem as partes sido citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia.

    Em cada um dos itens a seguir, apresentada uma situaohipottica, seguida de uma assertiva a ser julgada acerca da adoo.

    11 Antnio e Joana, casados entre si, resolveram adotar umacriana. Durante o processo de adoo, iniciado o estgio deconvivncia, eles se separaram de fato e se divorciaram. Nessasituao, ser ainda possvel a adoo por esses interessados,desde que comprovado o vnculo de afinidade e afetividadecom aquele que no detentor da guarda acordada entre eles.

    12

    Um menor foi deixado na residncia de um casal e ali conviveupor dois anos, at que se iniciasse o processo de adoo. Nessasituao, como o casal possui a guarda de fato do adotado, serdispensada a realizao do estgio de convivncia nesseprocesso.

    No que se refere disciplina do abuso de direito, julgue os itens aseguir.

    13 A proibio de comportamento contraditrio aplicvel aodireito brasileiro como modalidade do abuso de direito e podederivar de comportamento tanto omissivo quanto comissivo.

    14 A exemplo da responsabilidade civil por ato ilcito em sentidoestrito, o dever de reparar decorrente do abuso de direitodepende da comprovao de ter o indivduo agido com culpaou dolo.

    15 O pagamento realizado reiteradamente pelo devedor em localdiverso do ajustado em contrato um exemplo do que sedenomina supressio.

    Ricardo adquiriu um carro h cerca de um ms e, nesseperodo, por trs vezes, no conseguiu trancar a porta do veculo.

    Com relao a essa situao hipottica, julgue os itenssubsequentes.

    16 Ricardo, ainda que deseje a substituio imediata do produto

    comprado, dever, antes disso, conceder prazo para ofornecedor sanar o defeito.

    17 O fato de o carro ter sido vendido com defeito assegura aRicardo direito indenizao por perdas e danos.

    18 O fabricante e o comerciante respondero solidariamente pelodefeito do veculo.

    A respeito das clusulas abusivas em contrato de consumo, julgueos prximos itens.

    19 O direito nega qualquer efeito clusula de contrato tida porabusiva, visto que considerada eivada de nulidade absoluta.

    20 O juiz pode utilizar-se do critrio da equidade, para identificar

    a abusividade de clusula contratual.21 Diante de clusula-preo lesionria, o consumidor deve

    requerer a nulidade, sendo-lhe vedado requerer a modificao,visto que o juiz no poder impor nova clusula ao contrato.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    3/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 2

    Julgue os itens que se seguem, acerca da responsabilidade civil dehospitais, mdicos e seguradoras de sade.

    22 Em se tratando de plano de sade previsto em regime de livreescolha de mdicos e hospitais e de reembolso das despesasmdico-hospitalares, a seguradora no responsvel peladeficincia de atuao de mdico ou de hospital.

    23 Por ser considerada objetiva, a responsabilidade do hospitalpersiste, mesmo quando o insucesso de uma cirurgia no tenhasido decorrente de defeito no servio por ele prestado.

    Acerca da reviso contratual, julgue os itens subsequentes.

    24 Para que seja possvel requerer a reviso contratual com basena onerosidade excessiva, o contrato deve ser de execuocontinuada ou diferida.

    25 suficiente reviso do contrato por onerosidade excessivaque o acontecimento se tenha manifestado s na esferaindividual da parte.

    Andr, em situao de risco de morte, concordou em pagarhonorrios excessivos a mdico-cirurgio que se encontrava deplanto, sob a promessa de que o procedimento cirrgico imediatolhe salvaria a vida.

    Com relao a essa situao hipottica, julgue os itens a seguir.

    26 O referido negcio est viciado pela ocorrncia de estado deperigo e o dolo de aproveitamento por parte do mdico essencial sua configurao.

    27 Para anulao do referido negcio, faz-se necessria acomprovao da inexperincia de Andr.

    Acerca das sucesses, julgue o seguinte item.

    28 Se a irm mais velha de uma famlia de trs irmos falecer e,aps sua morte, for verificado que ela era solteira e que nodeixou descendentes ou ascendentes vivos, a herana caber aseus irmos. Contudo, se estes forem pr-mortos, a herana

    caber aos sobrinhos, se houver, e, se um destes tambm tiverfalecido antes da tia, aos sobrinhos-netos em concorrncia comseus tios, com base no direito de representao.

    Acerca das relaes de parentesco e da unio estvel, julgue ositens que se seguem.

    29 Os filhos no podem discutir a existncia de unio estvel entreseu falecido pai e a suposta companheira dele se esse casaltiver celebrado, por escritura pblica, contrato escrito deconvivncia, visto que o direito brasileiro prev,expressamente, esse tipo de ajuste e atribui eficcia a essecontrato perante terceiros.

    30 Admitida a existncia de unio estvel e de sua regulao por

    contrato escrito, lcita a disposio acerca do patrimnioadquirido durante uma unio estvel, com eficcia na futurasucesso, mas no lcita com relao ao patrimnio anterior;para este, deve utilizar-se, se for o caso, escritura pblica dedoao.

    Acerca de execuo, julgue os itens subsequentes.

    31 A execuo de ttulo judicial que determine a obrigao depagar quantia certa fase do processo que o originou, no seadmitindo, portanto, que o executado maneje exceo deincompetncia, visto que, se no o fez na etapa deconhecimento, a competncia foi prorrogada, e o tema tornou-se precluso.

    32 A jurisprudncia e a doutrina admitem que o executado se

    valha do que se convencionou chamar exceo de pr-executividade, independentemente da segurana do juzo, paraalegar matrias que o juiz possa conhecer de ofcio ou queestejam provadas de plano, sendo um limite a essapossibilidade a existncia de prvia deciso acerca do tema.

    Acerca da consignao em pagamento, julgue os itens a seguir.

    33 Se, citado para apresentar resposta em ao de consignao empagamento, o credor alegar que no h litgio a respeito dacoisa devida e que o depsito no foi integral, o juiz condutordo feito no poder conhecer do primeiro fundamento, pois alei enumera, taxativamente, os temas que podem ser abordadosna defesa, e a inexistncia de litgio no um deles.

    34 Esto disposio do credor, na ao de consignao empagamento, todas as respostas previstas na lei processual,exceto a reconveno, visto que no existe a possibilidade deesse tipo de procedimento assumir carter dplice.

    Acerca das aes possessrias, julgue os prximos itens.

    35 Se, no curso de ao de reintegrao de posse, deferida liminarao autor, o ru possuir prova de que o autor no detmidoneidade financeira para suportar perdas e danos diante deeventual sucumbncia, ele poder requerer ao juiz, at mesmoantes da sentena, independentemente de ao cautelar, queexija cauo, sob pena de depsito do bem.

    36 Na hiptese de haver mais de uma pessoa apontada comoresponsvel pelo esbulho de uma posse, sendo impossvel ouextremamente difcil a individualizao de cada um dosesbulhadores, o polo passivo da possessria ser ocupado peloeventual lder, ainda que informal, sem a necessidade dacitao editalcia dos demais.

    Acerca da ao de usucapio, julgue o item a seguir.

    37 Sero obrigatoriamente intimadas, na ao de usucapio, asfazendas pblicas (federal, estadual e municipal). Apenas nocaso de efetiva interveno de uma das pessoas jurdicas dedireito pblico citadas ou de incapazes, o Ministrio Pblico

    dever intervir nos atos do processo.

    Acerca dos juizados especiais federais cveis, julgue os itenssubsequentes.

    38 Ajuizada ao de consignao em pagamento em juizadoespecial federal, este ser incompetente se, na consignatria,alm das prestaes vencidas, estiverem sendo cobradas asprestaes vincendas que, no curso da lide, possam vir asuperar o limite de 60 salrios-mnimos.

    39 As leis que disciplinam os juizados especiais vedam o acessodas partes ao rescisria, mas essa vedao no atinge apossibilidade de ajuizamento de ao declaratria dainexistncia de ato processual. Por causa disso, diante de vciograve e de tal natureza, a parte prejudicada ter acesso querella nullitatis.

    Julgue os itens que se seguem, acerca dos princpios processuais.

    40 O mximo resultado com o mnimo emprego de atividadesprocessuais ideia que sintetiza o chamado princpio daeconomia processual, sendo a reunio de processos conexosexemplo de aplicao desse princpio, assim como a aodeclaratria incidente.

    41 O duplo grau de jurisdio importa na possibilidade de deciso

    judicial ser revista por rgo de jurisdio superior, de modoque, nos juizados especiais, s haver duplo grau de jurisdiona hiptese de recurso extraordinrio, pois o colegiado de juzes que examina o recurso inominado no constituijurisdio superior.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    4/13

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    5/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 4

    No que concerne ao concurso de crimes e s penas, julgue os itensque se seguem.

    62 Segundo precedentes do STJ, o percentual de aumentodecorrente do concurso formal de crimes deve ser aferido emrazo do nmero de delitos praticados, e no, luz dascircunstncias judiciais analisadas na primeira fase dadosimetria da pena.

    63 Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa deliberdade no pode exceder a que seria cabvel pela regra doconcurso material.

    No que se refere ao livramento condicional e suspensocondicional da pena, julgue os itens a seguir.

    64 No se admite a concesso de livramento condicional aocondenado por crime doloso, cometido com violncia ou graveameaa pessoa.

    65 A sentena que concede a suspenso condicional da pena podeespecificar outras condies a que fica subordinada asuspenso, alm das legalmente previstas, desde que adequadasao fato e situao pessoal do condenado.

    A respeito do direito penal e do direito processual penal, julgue ositens de 66 a 70.

    66 Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstncias,prevista no Cdigo Penal brasileiro, as condies ecircunstncias pessoais que formam a elementar do injusto, tantobsico como qualificado, comunicam-se dos autores aospartcipes e, de igual modo, as condies e circunstnciaspessoais dos partcipes comunicam-se aos autores.

    67 Na atual jurisprudncia consolidada dos tribunais superiores,restou consagrada, em relao ao crime de descaminho, anecessidade do lanamento definitivo do tributo devido, demodo a se tipificar o delito tributrio; pacificou-se, tambm,que extingue a punibilidade o pagamento integral do impostodevido e de seus acessrios antes do oferecimento da denncia.

    68 Considere a seguinte situao hipottica.O Sr. Zito, brasileiro, casado, com 48 anos de idade, lavrador,primrio e sem antecedentes, foi flagrado cometendo o ato decortar e transformar madeira de lei em carvo, com a finalidadede comrcio na zona urbana, em concurso com vinte outros

    agentes, todos membros de movimento social de trabalhadoresrurais. Esse ato ocasionou a destruio de pequena parte demata. Ao ser ouvido pela autoridade policial, o Sr. Zitodeclarou que, por ser pessoa sem instruo formal, no sabiaque a conduta seria delituosa; que sempre trabalhou na lavourae pretendia utilizar o carvo para subsistncia prpria e dafamlia. O Ministrio Pblico ofereceu denncia e, com esta,apresentou proposta de suspenso condicional do processo, porestarem presentes todos os requisitos legais. Aceita a proposta,ficou estabelecido, entre outros deveres do denunciado, o dereparar integralmente o dano, no prazo de suspenso do

    processo. Decorrido o prazo, foi elaborado laudo deconstatao, que comprovou no ter sido completa a reparao.Nessa situao, pode o juiz, nos termos da legislao vigente,prorrogar o prazo de suspenso at o perodo mximo dequatro anos, acrescido de mais um ano.

    69 Considere a seguinte situao hipottica.Joo A., com 57 anos de idade, trabalhador rural, analfabeto,incapacitado permanente para o trabalho, em razo de acidente,residente em zona urbana h mais de cinco anos, foiconvencido por Jofre R. e Saulo F. a solicitar benefcioprevidencirio. Aps anlise da solicitao, cientificou-se aJoo que no haviam sido atendidos os requisitos para aobteno de benefcio. Jofre e Saulo prometeram resolver a

    situao, contanto que Joo assinasse e apresentasse diversosdocumentos, entre os quais, procuraes, carteira de trabalhoe declaraes. Ajustaram que os valores relativos aos seisprimeiros meses de pagamento do benefcio previdencirio eeventuais valores retroativos a serem recebidos por Jooseriam dados em pagamento a Jofre e Saulo, que os repartiriamem iguais partes. Meses depois, Joo passou a perceberaposentadoria por tempo de contribuio e levantou a quantiade R$ 5.286,00, referente aos valores retroativos. Entregou-aa Jofre e Saulo, conforme ajustado. Aps dois anos derecebimento desse benefcio por Joo, no valor mximo legal,o INSS constatou fraude e, prontamente, suspendeu opagamento do benefcio.

    Nessa situao, Joo A., por sua condio pessoal ecircunstncias apresentadas, deve responder pelo crime deestelionato qualificado, na forma culposa, sendo o crime deestelionato contra a previdncia social instantneo de efeitospermanentes e consumando-se no recebimento indevido daprimeira prestao do benefcio, contando-se da o prazo daprescrio da pretenso punitiva.

    70 Considere a situao hipottica em que Ricardo, brasileiro,primrio, sem antecedentes, 22 anos de idade, e Bernardo,brasileiro, 17 anos de idade, de comum acordo e em unidadede desgnios, tenham colocado em circulao, no comrciolocal de Taguatinga/DF, seis cdulas falsas de R$ 50,00, comas quais compraram produtos alimentcios, de higiene pessoal

    e dois pares de tnis, em estabelecimentos comerciais diversos.Considere, ainda, que, ao ser acionada, a polcia, rapidamente,tenha localizado os agentes em um ponto de nibus e, alm dosprodutos, tenha encontrado, na posse de Ricardo, duas notasfalsas de R$ 50,00 e, na de Bernardo, uma nota falsa de mesmovalor, alm de R$ 20,00 em cdulas verdadeiras. Na delegacia,os produtos foram restitudos aos legtimos proprietrios, e ascdulas, apreendidas. Nos termos da situao hipottica descrita e com base najurisprudncia dos tribunais superiores, admite-se a priso emflagrante dos agentes, considera-se a infrao praticada emconcurso de pessoas e, pelas circunstncias descritas e ante aausncia de prejuzo, deve-se aplicar o princpio da

    insignificncia.Relativamente aos princpios constitucionais aplicveis ao direitoprocessual penal, julgue os prximos itens.

    71 Parte da doutrina manifesta-se contrariamente expressapreviso legal de cabimento da conduo coercitivadeterminada para simples interrogatrio do acusado, comocorolrio do direito ao silncio.

    72 Parte da doutrina afirma que a interveno do MinistrioPblico pleiteando a condenao, nos recursos de apelaointerpostos pelo ru, em segunda instncia, j estando o feitocontra-arrazoado, ofende os princpios do contraditrio e daampla defesa, por no haver previso de manifestao da

    defesa contraditando tal parecer ministerial.73 Segundo entendimento sumulado do STF, o advogado de

    defesa no pode pedir, em alegaes finais, a qualquer ttulo,a condenao do acusado, sob pena de nulidade absoluta, porviolao ao princpio da ampla defesa.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    6/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 5

    Em relao ao inqurito policial e ao penal, julgue o itemseguinte.

    74 Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial em cumprirrequisio judicial relativa a cumprimento de dilignciasconfigura o crime de desobedincia.

    Acerca da aplicao da lei processual penal no tempo, julgue ositens que se seguem.

    75 O direito processual brasileiro adota o sistema do isolamentodos atos processuais, de maneira que, se uma lei processualpenal passa a vigorar estando o processo em curso, ela serimediatamente aplicada, sem prejuzo dos atos j realizadossob a vigncia da lei anterior.

    76 Em caso de leis processuais penais hbridas, o juiz deve cindiro contedo das regras, aplicando, imediatamente, o contedoprocessual penal e fazendo retroagir o contedo de direitomaterial, desde que mais benfico ao acusado.

    No que concerne ao processo e ao procedimento dos crimes de

    trfico de entorpecentes, julgue o item a seguir.77 Circunstncias inerentes conduta criminosa no podem, sob

    pena de bis in idem, justificar o aumento da reprimenda.

    A respeito da reviso criminal, julgue os prximos itens.

    78 A reviso criminal, que um dos aspectos diferenciadores domero direito defesa e do direito ampla defesa, estecaracterizador do direito processual penal, tem por finalidadeo reexame do processo j alcanado pela coisa julgada, deforma a possibilitar ao condenado a absolvio, a melhora desua situao jurdica ou a anulao do processo.

    79 Admite-se a reviso criminal para se pleitear a progresso deregime prisional, desde que j tenha ocorrido trnsito emjulgado da sentena condenatria.

    Julgue o item subsequente, que versa sobre questes e processosincidentes.

    80 Vigora, no Brasil, o sistema ecltico ou misto, segundo o qual,em relao s questes prejudiciais heterogneas relativas aoestado civil das pessoas, aplica-se o sistema da prejudicialidadeobrigatria, de forma que compete ao juzo cvel resolver aquesto, ao passo que, no que concerne s demais questesheterogneas, utiliza-se o sistema da prejudicialidade facultativa.

    Acerca do desaforamento, julgue os seguintes itens.81 A pendncia de recurso contra a deciso de pronncia no

    impede a admisso do pedido de desaforamento.

    82 cabvel o desaforamento se houver interesse da ordempblica ou dvida sobre a imparcialidade do jri ou asegurana pessoal do acusado, mas no pode haverdesaforamento em decorrncia de excesso de servio.

    Com relao a sentena judicial, julgue o item a seguir.

    83 Considere que, ao sentenciar determinado feito criminal, o juiz,sem modificar a descrio do fato referido na denncia,

    atribui-lhe definio jurdica diversa, verificando, emconsequncia disso, que a competncia de outro juzo. Nessasituao, ocorre a perpetuatio jurisdicionis, devendo o juizsentenciar, desde logo, o feito, sem necessidade de remessa aoutro juzo.

    No que concerne ao procedimento dos juizados especiais criminais,julgue os prximos itens.

    84 A aceitao de proposta de suspenso condicional do processono importa reincidncia, mas deve ser registrada, de forma aimpedir a concesso do mesmo benefcio no prazo decinco anos.

    85 Aceitando o ru a proposta de transao penal e aplicada pelo

    juiz a pena restritiva de direitos ou multa, no h previso legalde recurso contra a sentena, que pode, todavia, ser discutidapela via do habeas corpus.

    A respeito do direito processual penal, julgue os itens seguintes.

    86 Na fase pr-processual, havendo conflito de atribuies entremembros do Ministrio Pblico Federal e do MinistrioPblico do estado, ele deve ser solucionado pelo SuperiorTribunal de Justia, seguindo-se a mesma sistemticaconstitucionalmente delineada para resoluo de conflito decompetncia entre juzes vinculados a tribunais diversos.Idntico procedimento adotado quando do arquivamento deinqurito policial por juiz materialmente incompetente.

    87 O interrogatrio, na atual sistemtica processual penal, deveser realizado, como regra geral, por intermdio davideoconferncia, podendo o juiz, por deciso fundamentada,nos expressos casos legais, decidir por outra forma derealizao do ato. O CPP estabelece, de forma expressa, o usoda videoconferncia ou de recurso tecnolgico similar paraoitiva do ofendido e de testemunhas, inclusive nos casos emque se admite a utilizao de carta rogatria.

    88 Nos termos da legislao processual penal vigente, admite-se,no curso regular da persecuo penal, na fase pr-processual,em feito de ao penal privada, a possibilidade de habilitar-secomo assistente de acusao a companheira do ofendido. Pode

    esta, por intermdio do advogado regularmente constitudo,caso no possua capacidade postulatria, valer-se das garantiasestabelecidas pela lei quanto prova tcnica pericial eapresentar assistente tcnico, na sobredita fase, a fim deacompanhar a elaborao de exame pericial de altacomplexidade que abranja mais de uma rea de conhecimentoespecializado, oferecendo, desde logo, quesitos a seremrespondidos pelo perito e pelo assistente tcnico.

    89 No que diz respeito priso e liberdade provisria, aConstituio Federal elegeu alguns delitos como inafianveis.Quanto a algumas infraes penais, declarou, de formaexpressa, a inafianabilidade e, quanto a outras, subordinou avedao da fiana aos termos da lei ordinria. Os tribunaissuperiores sedimentaram o entendimento de possibilidade daliberdade provisria, nos termos estabelecidos pelo CPP,mesmo para o caso de inafianabilidade proclamadaexpressamente pela Lei Fundamental.

    90 Atualmente, o rito estabelecido no CPP para os crimes deresponsabilidade de funcionrio pblico o comum ordinrio,como regra geral, ressalvados os procedimentos estabelecidosespecificamente para o jri e para os juizados especiaiscriminais. No que diz respeito aos crimes praticados porfuncionrio contra a administrao em geral, deve ser seguidoo procedimento especial estabelecido no CPP. Caso condenado pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a

    um ano de deteno ou de recluso, nos crimes praticados comabuso de poder ou violao de dever com a administrao, ofuncionrio poder suportar, como efeito secundrioextrapenal, a perda do cargo pblico, se isso constar, expressae fundamentadamente, na sentena penal.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    7/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 6

    No que concerne ao direito penal militar e a seus critrios deaplicao, julgue os itens a seguir.

    91 Considere que um militar, no exerccio da funo e dentro deunidade militar, tenha praticado crime de abuso de autoridade,em detrimento de um civil. Nessa situao, classifica-se a suaconduta como crime propriamente militar, porquanto constituiviolao de dever funcional havida em recinto sobadministrao militar.

    92 Diversamente do direito penal comum, o direito penal militarconsagrou a teoria da ubiquidade, ao considerar como tempodo crime tanto o momento da ao ou omisso do agentequanto o momento em que se produziu o resultado.

    93 Considere que, em conluio, um servidor pblico civil lotadonas foras armadas e um militar em servio tenham-serecusado a obedecer a ordem do superior sobre assunto oumatria de servio. Nessa situao, somente o militar sujeitoativo do delito de insubordinao, que considerado crimepropriamente militar, o que exclui o civil, mesmo na qualidadede coautor.

    Julgue os itens que se seguem acerca do direito penal militar e dodireito processual penal militar.

    94 O CPM dispe sobre hipteses de crimes militares, prprios eimprprios, e sobre infraes disciplinares militares. Entre assanes penais, est expressa a possibilidade de se aplicar apena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial oude infrao penal que cause prejuzos financeiros administrao militar.

    95 Considere a seguinte situao hipottica.

    A Associao Nacional de Sargentos do Exrcito(ANSAREX), em nome prprio e na defesa estatutria de seusassociados, ofertou representao ao Ministrio Pblico Militar(MPM) em face da conduta de um oficial que era comandantede batalho de infantaria motorizada, superior hierrquico de20 sargentos desse batalho, todos associados ANSAREX,uma vez que ele, diuturnamente, tratava seus subordinadoscom rigor excessivo; punira alguns militares com rigor nopermitido por lei; ordenara que dois militares em prisodisciplinar ficassem sem alimentao por um dia; e ofendia ossubordinados, constantemente, com palavras. Decorridos dois

    meses da representao, sem que tivesse havido manifestaodo MPM, a associao promoveu ao penal privadasubsidiria da pblica perante a Justia Militar da Unio,pedindo conhecimento da demanda e, ao final, a totalprocedncia dos pedidos, com consequente aplicao da penacorrespondente pelos delitos, alm da anulao das sanesdisciplinares injustamente aplicadas, com a respectiva baixanos assentamentos funcionais.Considerando essa situao, correto afirmar que da JustiaMilitar da Unio a competncia para julgar aes judiciaiscontra atos disciplinares militares e que, mesmo sem previsono CPM e CPPM, se admite a ao penal privada subsidiria

    da pblica no processo penal militar, bem como seu exercciopela pessoa jurdica, no interesse dos associados, comlegitimao concorrente nos crimes contra a honra de servidormilitar.

    Acerca do processo penal militar, julgue os prximos itens.

    96 Considere que, em processo no qual se apura delito de

    insubmisso, o ru tenha alegado no possuir idade para o

    servio militar, pois seu registro de nascimento

    ideologicamente falso. Nessa situao, a questo prejudicial

    arguida dever ser decidida no prprio processo, porquantoest ligada ao mrito da causa.

    97 Em caso de concesso da menagem a militar da reserva ou

    reformado, o cumprimento dever ocorrer no interior do

    estabelecimento castrense coincidente com a sede do juzo de

    apurao do crime, devendo o militar ficar subordinado s

    normas de carter geral da caserna e sendo vedado seu

    afastamento dos limites do estabelecimento militar.

    98 Considere que, diante de crime impropriamente militar, cuja

    ao pblica e incondicionada, o Ministrio Pblico, mesmo

    dispondo de todos os elementos necessrios propositura da

    ao, tenha deixado, por inrcia, de oferecer a denncia no

    prazo legal. Nessa situao, no obstante se tratar de delito

    previsto em legislao especial castrense, o ofendido ou quem

    o represente legalmente encontra-se legitimado para intentar

    ao penal de iniciativa privada subsidiria.

    99 No sistema processual penal castrense, o MPM tem, sempre,

    o dever de apresentar alegaes escritas no processo de rito

    ordinrio, pois, com elas, delimita a imputao em juzo, indica

    as provas com que pretende lastrear a acusao e evita

    surpresas no julgamento; para o ru, as alegaes escritas

    apresentam-se como mera faculdade, j que no est obrigado

    a antecipar todos os elementos que sustentam a defesa em juzo

    e pode reservar-se o direito de apresentar seus argumentos na

    sesso de julgamento. Nesse caso, o Conselho de Justia

    somente poder dar ao fato definio jurdica diversa da que

    constar na denncia e, em consequncia, aplicar pena mais

    grave, se a nova definio houver sido formulada pelo MPM

    em alegaes escritas, e a outra parte houver tido oportunidade

    de responder.

    100 Considere a situao hipottica em que um grupo de 20

    militares integrantes das foras armadas brasileiras, em misso

    junto s foras de paz da ONU, no Haiti, em concurso de

    pessoas com diversos outros militares pertencentes s foras

    armadas da Itlia e da Frana, tenha cometido diversos crimes

    militares no Haiti. Nessa situao, a competncia para

    conhecer, processar e julgar os militares brasileiros pelas

    infraes penais militares da Justia Militar da Unio, cujo

    exerccio jurisdicional o da auditoria da capital da Unio.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    8/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 7

    Acerca do trabalho da mulher e da estabilidade provisria dagestante, julgue os itens subsequentes.

    101 Ao empregador vedado empregar mulheres em servio quedemande o emprego de fora muscular superior a 20 quilos,ainda que o trabalho seja ocasional, no estandocompreendida, em tal vedao, a remoo de material feita porimpulso ou trao de vagonetes sobre trilhos, de carros de

    mo ou por quaisquer aparelhos mecnicos.102 Considerando-se que a estabilidade constitui garantia de

    emprego, a estabilidade provisria da gestante garanteunicamente a reintegrao da trabalhadora, sendo cabvel aconverso em indenizao to-somente quando o juiz entenderque a reintegrao desaconselhvel, por existir elevado graude animosidade entre as partes.

    Julgue os itens a seguir, acerca do Fundo de Garantia por Tempo deServio (FGTS).

    103 A estabilidade decenal, a estabilidade contratual e a derivadade regulamento de empresa so incompatveis com o regime do

    FGTS.104 Os reflexos de horas extras sobre os depsitos fundirios que

    venham a ser postulados por empregado perante a justia dotrabalho so alcanados pela prescrio quinquenal.

    Acerca do que dispem a Consolidao das Leis do Trabalho (CLT)e a jurisprudncia a respeito das frias, julgue os itens que seseguem.

    105 O clculo da remunerao das frias do tarefeiro deve serrealizado com base na mdia da produo do perodoaquisitivo, garantida a observncia do valor da remunerao datarefa na data da concesso.

    106 A indenizao por frias no concedidas em tempo oportunodeve ser calculada com base na remunerao devida aoempregado na poca de eventual reclamao ou, se for o caso,quando da extino do contrato.

    Julgue os itens seguintes no que diz respeito equiparao salarial.

    107 A cesso de empregados a rgo governamental estranho aorgo cedente, ainda que este responda pelos salrios doparadigma e do reclamante, exclui o direito equiparaosalarial.

    108 So vedadas a vinculao ou a equiparao de quaisquerespcies remuneratrias para o efeito de remunerao de

    pessoal do servio pblico, excetuando-se a dos empregadospblicos, por serem estes regidos pela CLT.

    Quanto indenizao rescisria, julgue o item a seguir.

    109 A indenizao adicional devida em razo de resciso contratualimotivada no trintdio que antecede a data-base corresponde aosalrio mensal, no valor devido na data da comunicao dodespedimento, integrado pelos adicionais legais ouconvencionados, ligados unidade de tempo ms, no sendocomputvel a gratificao natalina.

    Acerca do salrio-famlia, julgue o item a seguir.

    110 O termo inicial do direito ao salrio-famlia, quando provadoem juzo, corresponde data de ajuizamento do pedido, salvoquando comprovado que o empregador se tenha recusado areceber, anteriormente, a certido de nascimento de filho doempregado.

    No que diz respeito aos processos especiais, julgue os itensseguintes.

    111 Para efeito de mandado de segurana, constitui direito lquidoe certo do empregador a suspenso do empregado, ainda queeste seja detentor de estabilidade sindical, at a deciso finaldo inqurito em que se apure falta grave a ele imputada.

    112 Pedido de resciso de julgado proferido em agravo de

    instrumento que se limite a aferir eventual desacerto de juzode admissibilidade de recurso de revista juridicamenteimpossvel, dado que essa deciso no substitui acrdoregional.

    Com relao competncia em matria recursal e aos recursos noprocesso trabalhista, julgue os itens subsequentes.

    113 Das decises proferidas pelos tribunais regionais do trabalhoou por suas turmas, em processo incidente de embargos deterceiro, somente deve ser admitido recurso de revista quandoelas contiverem contrariedade a smula de jurisprudnciauniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violao diretada CF.

    114 Das decises das turmas nos tribunais regionais do trabalhoassim organizados no cabe recurso para o Tribunal Pleno,exceto contra multas impostas por esses rgos fracionrios.

    Acerca da execuo no processo trabalhista e dos embargos a elainerentes, julgue o item seguinte.

    115 No caso de execuo por carta precatria, os embargos deterceiro podem ser oferecidos no juzo deprecante ou nodeprecado, sendo competente para o julgamento o deprecante,pelo fato de ser o responsvel pela ordenao da apreenso,ainda que os referidos embargos tratem unicamente de vciosou irregularidades da penhora, avaliao ou alienao de bens

    praticados pelo juzo deprecado.Com base no direito previdencirio, julgue os itens de 116 a 121.

    116 Caso a CF previsse que determinado benefcio previdenciriodeveria abranger somente os empregados urbanos, rurais etrabalhadores avulsos, norma infraconstitucional posterior quefosse editada estendendo o benefcio aos contribuintesindividuais, com a precedente fonte de custeio, deveria serconsiderada constitucional.

    117 A qualidade de segurado obrigatrio est insitamente ligada aoexerccio de atividade remunerada, com ou sem vnculoempregatcio, de modo que, para um indivduo ser considerado

    segurado obrigatrio, a remunerao por ele percebida peloexerccio da atividade deve ser declarada e expressa, e no,meramente presumida.

    118 Suponha que Joo, servidor pblico federal aposentado, tenhasido eleito sndico do condomnio em que reside e que arespectiva conveno condominial no preveja remuneraopara o desempenho dessa funo. Nesse caso, Joo pode filiar-se ao Regime Geral da Previdncia Social (RGPS) na condiode segurado facultativo e formalizar sua inscrio com opagamento da primeira contribuio.

    119 Considere que Pedro explore, individualmente, em suapropriedade rural, atividade de produtor agropecurio em rea

    contnua equivalente a 3 mdulos fiscais, em regio doPantanal matogrossense, e que, durante os meses de dezembro,janeiro e fevereiro de cada ano, explore atividade turstica namesma propriedade, fornecendo hospedagem rstica. Nessasituao, Pedro considerado segurado especial.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    9/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 8

    120 Considere que Lucas tenha exercido, individualmente, de modosustentvel, durante toda a vida, a atividade de seringueiro naregio amaznica, tendo os frutos dessa atividade sido sua nicafonte de renda. Aps o falecimento dele, os herdeiros demonstrados os pressupostos de filiao podero requerera inscrio de Lucas, como segurado especial, no RGPS.

    121 Para fins previdencirios, a principal diferena entre empresae empregador domstico que a primeira se caracteriza por

    exercer atividade exclusivamente com fins lucrativos, e osegundo, no.

    Em relao aos institutos de direito previdencirio, julgue os itensque se seguem.

    122 A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n. 4.682/1923),considerada o marco da Previdncia Social no Brasil, criou ascaixas de aposentadoria e penses das empresas de estradas deferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo Estado.

    123 A jurisprudncia consolidou o entendimento de que aconcesso da penso por morte regida pela norma vigente aotempo da implementao da condio ftica necessria concesso do benefcio, qual seja, a data do bito do segurado.

    124

    A aposentadoria por tempo de contribuio sofre constantesataques da doutrina, e nmero razovel de especialistasdefende sua extino, o que se deve ao fato de esse benefciono ser tipicamente previdencirio, pois no h, nesse caso,risco social sendo protegido, j que o tempo de contribuiono gera presuno de incapacidade para o trabalho.

    125 Quanto filiao do segurado obrigatrio previdncia social,vigora o princpio da automaticidade, segundo o qual a filiaodesse segurado decorre, automaticamente, do exerccio deatividade remunerada, independentemente de algum ato seuperante a previdncia social. A inscrio, ato material deregistro nos cadastros da previdncia social, pode serconcomitante ou posterior filiao, mas nunca, anterior.

    Acerca do direito tributrio e do sistema tributrio nacional, julgueos itens de 126 a 135.

    126 Segundo o STF, so especficos e divisveis os serviospblicos municipais de coleta, remoo e tratamento oudestinao de lixo ou resduos provenientes de imveis, desdeque essas atividades sejam completamente dissociadas deoutros servios pblicos de limpeza realizados em benefcio dapopulao em geral e de forma indivisvel, a exemplo dosservios de conservao e limpeza de bens pblicos, comopraas, caladas, ruas e bueiros.

    127 A competncia para a fixao das alquotas do imposto deexportao de produtos nacionais ou nacionalizados no exclusiva do presidente da Repblica; pode ser exercida por

    rgo que integre a estrutura do Poder Executivo.128 Considere que determinado estado da Federao tenha

    publicado lei majorando a alquota do ICMS de 18% para 19%e estabelecendo que sua vigncia terminaria em 31 dedezembro de 2009. Considere, ainda, que, em meados dessems, tenha sido publicada lei que manteve a alquota de 19%para o ano de 2010. Nesse caso, a lei publicada em dezembrode 2009 viola o princpio da anterioridade nonagesimal.

    129 Compete aos municpios instituir o ISS sobre o leasingfinanceiro, uma vez que o leasing contrato complexo e nose confunde com contratos de aluguel, compra e venda ou comoperao de crdito.

    130 Considere que o proprietrio de imvel localizado na zona

    urbana de determinado municpio tenha firmado contrato depromessa de compra e venda do bem com Maria. Nessasituao hipottica, tanto a promitente compradora (possuidoraa qualquer ttulo) do imvel quanto o proprietrio socontribuintes responsveis pelo pagamento do IPTU.

    131 Considere que Jos tenha trabalhado durante 6 anos em umaempresa de construo civil e tenha sido demitido sem justacausa. Nessa situao, incide o imposto de renda sobre osvalores por ele recebidos a ttulo de frias proporcionais erespectivo tero de frias.

    132 autoridade tributria competente cabe declarar a existnciado crdito tributrio pelo lanamento, ocasio em que deveverificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao tributria,

    calcular o montante do tributo devido e identificar o sujeitopassivo. Eventual proposio de aplicao de penalidadepecuniria deve ser objeto de ato administrativo prprio, poisno se trata de tributo.

    133 Considere que determinado contribuinte tenha ajuizado aode repetio de indbito contra a fazenda pblica municipal,em razo do recolhimento a maior do ISS, e que, aps regulartrmite processual, a sentena que julgou procedente o pedidotenha transitado em julgado. Nessa situao, os juros de moraso devidos a partir da data da citao da fazenda pblica.

    134 Considere que pessoa jurdica tenha adquirido imvel noresidencial em hasta pblica. Nesse caso, em consonncia com

    a jurisprudncia do STJ, a arrematao tem o efeito deexpurgar qualquer nus obrigacional sobre o imvel para apessoa jurdica arrematante, devendo a transferncia ocorrerlivre de qualquer encargo ou responsabilidade tributria.

    135 A responsabilidade tributria pessoal de terceiros no alcana oinadimplemento do tributo sem a prova da prtica de ato ilcitoou contrrio ao estatuto social, independentemente de o scio dapessoa jurdica constar, ou no, da certido de dvida ativa.

    Com a publicao da Lei n. 9.784/1999, que regula o processoadministrativo no mbito da administrao pblica federal, houvesignificativa melhoria na proteo dos direitos dos administrados ena execuo dos fins da administrao pblica. Com relao aosagentes administrativos, aos direitos e deveres dos servidorespblicos e ao processo administrativo, julgue os prximos itens.

    136 A lei mencionada estabelece normas bsicas acerca doprocesso administrativo somente na administrao federal eestadual direta.

    137 O STF no pode acolher reclamao fundada em violao deenunciado da smula vinculante contra deciso em processoadministrativo do poder pblico federal.

    Em cada um dos itens a seguir, apresentada uma situaohipottica, seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito deagentes administrativos, regimes jurdicos e processoadministrativo.

    138 Carlos, servidor da Justia Federal, responde a processoadministrativo nesse rgo e requereu a aplicao daLei n. 9.784/1999 no mbito desse processo. Nessa situao, correto afirmar que tal aplicao cabvel.

    139 Antnio Jos moveu, na justia comum, ao pararesponsabilizao civil contra o cnjuge de Sebastio. Nessemesmo perodo, no rgo federal da administrao direta emque trabalha, surgiu a necessidade de Antnio Jos presidirprocesso administrativo contra Sebastio. Nessa situao,Antnio Jos est impedido de atuar nesse processoadministrativo.

    140 Pedro Lus, servidor pblico federal, verificou, no ambiente de

    trabalho, ilegalidade de ato administrativo e decidiu revog-lopara no prejudicar administrados que sofreriam efeitosdanosos em consequncia da aplicao desse ato. Nessasituao, a conduta de Pedro Lus est de acordo com oprevisto na Lei n. 9.784/1999.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    10/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 9

    O poder pblico pode intervir na propriedade do particular por atosque visem satisfazer as exigncias coletivas e reprimir a condutaantissocial do particular. Essa interveno do Estado, consagrada naConstituio Federal, regulada por leis federais que disciplinamas medidas interventivas e estabelecem o modo e a forma de suaexecuo, condicionando o atendimento do interesse pblico aorespeito s garantias individuais previstas na Constituio. Acercada interveno do Estado na propriedade particular, julgue os itenssubsequentes.

    141 As indenizaes referentes a processo de desapropriaosempre devem ser pagas em moeda corrente ao expropriado.

    142 Considere que tenha sido construda, com autorizao daUnio, estrada federal em regio remota do pas e que talconstruo tenha valorizado significativamente duaspropriedades rurais que, at ento, se encontravam isoladas.Nessa situao, possvel a desapropriao da rea contnua estrada, tendo em vista a valorizao extraordinria dessarea em consequncia da obra.

    143 Considere a seguinte situao hipottica.Autoridade municipal competente desapropriou reapertencente a Joo, para a construo de um hospital pblico.

    Aps o processo de desapropriao, verificou-se ser maisnecessrio construir, naquela rea, uma escola pblica, vistoque o interesse da populao local j estar sendo atendido porhospital construdo na cidade.Nessa situao, Joo tem direito de exigir de volta o imvel epleitear indenizao por perdas e danos.

    144 De acordo com a lei, denomina-se ocupao temporria asituao em que agente policial obriga o proprietrio deveculo particular em movimento a parar, a fim de utilizar estena perseguio a terrorista internacional que porta bomba, paraiminente detonao.

    145 No caso de requisio de bem particular, se este sofrerqualquer dano, caber indenizao ao proprietrio.

    Acerca das inelegibilidades, julgue o prximo item.146 Considere que um indivduo tenha sido condenado, em deciso

    transitada em julgado, pena de trs anos de recluso e multapor adulterao de nmero de chassi de veculo automotor eque a tenha cumprido integralmente. Considere, ainda, que osefeitos da pena perduraram at 4/5/2009. Nessa situao, oindivduo permanecer inelegvel at 4/5/2012.

    A respeito dos recursos eleitorais, julgue os itens seguintes.

    147 No tem efeito suspensivo recurso interposto por indivduo queteve seu registro de candidatura indeferido em razoreconhecimento de inelegibilidade.

    148 Aquele cuja inscrio como eleitor foi deferida por juiz

    eleitoral tem o direito de juntar novos documentos em suamanifestao sobre o apelo interposto por delegado partidrio.Nesse caso, o recorrente pode pedir vista dos documentos, por48 horas, para se manifestar sobre eles.

    No que se refere aos crimes eleitorais e ao processo penal eleitoral,julgue os itens que se seguem.

    149 Aquele que desenvolve ou introduz comando, instruo ouprograma de computador capaz de provocar qualquer resultadodiverso do esperado em sistema de tratamento automtico dedados usados pelo servio eleitoral e aquele que venha acausar, propositadamente, dano fsico a equipamento usado navotao ou na totalizao de votos ou a suas partes estosujeitos mesma pena, isto , recluso de 5 a 10 anos.

    150 No caso de crime eleitoral, havendo competncia para julgamento do delito por parte da Justia Eleitoral, havertambm competncia desta para executar a decisocondenatria, ainda que o condenado seja recolhido aestabelecimento sujeito administrao estadual.

    Nenhum Estado soberano obrigado a aceitar o ingresso, em seuterritrio, de pessoa que no mantenha com ele vnculo poltico.Entretanto, no momento em que aceite o ingresso de indivduo nessacondio, o Estado passa a ter, em relao a ele, deveres oriundos dodireito internacional. Nesse contexto, a Lei n. 6.815/1980 (Estatutodo Estrangeiro) e diversos julgados do STF vm normatizando osdireitos e deveres dos estrangeiros em territrio nacional. Comrelao a esse assunto, julgue os prximos itens.

    151 Um imigrante e um turista recebem o mesmo tipo de visto paraingresso no pas.

    152 Considere que, por meio do controle realizado em aeroportobrasileiro, se tenha impedido o ingresso de um chins quetentava entrar ilegalmente no pas e, de imediato, ele tenha sidomandado de volta ao seu pas de origem, no mesmo avio queo trouxera. Nesse caso, correto afirmar que esse chins foideportado.

    153 Considere que um estrangeiro tenha sido expulso do pas porpertencer a clula terrorista e ter participado do sequestro deautoridades brasileiras. Considere, ainda, que, aps a aberturade inqurito no Ministrio da Justia, no qual foi asseguradaampla defesa ao aliengena, o presidente da Repblica tenha

    decidido, por meio de decreto, pela sua expulso do pas.Nessa situao, o estrangeiro s poder voltar ao pas mediantedecreto presidencial que revogue o anterior.

    154 Considere que Melchior, devido a fundado temor deperseguio por motivo de raa, se encontre fora de seu pas denacionalidade e que, tendo ingressado no Brasil, se tenhadirigido Defensoria Pblica e indagado acerca dapossibilidade de permanncia no pas, em condio de asilo. Nesse caso, correto que o defensor pblico recomende aMelchior que requeira refgio, com base na lei que normatizao assunto.

    155 Suponha que Raimundo, brasileiro nato, tenha sado do Brasilpara morar nos Estados Unidos da Amrica, onde reside h

    mais de trinta anos, e que, nesse pas, tenha obtido anacionalidade americana como condio para permanecer noterritrio americano. Nessa situao, caso deseje retornar aoBrasil para visitar parentes, Raimundo necessitar de visto,pois, ao obter a nacionalidade americana, perdeu anacionalidade brasileira.

    Acerca da aplicabilidade e da interpretao das normasconstitucionais, julgue os itens seguintes.

    156 Atendendo ao princpio denominado correo funcional, o STFno pode atuar no controle concentrado de constitucionalidadecomo legislador positivo.

    157 Os direitos sociais previstos na Constituio, por estarem

    submetidos ao princpio da reserva do possvel, no podem sercaracterizados como verdadeiros direitos subjetivos, mas, sim,como normas programticas. Dessa forma, esses direitosdevem ser tutelados pelo poder pblico, quando este, em suaanlise discricionria, julgar favorveis as condieseconmicas e administrativas.

    A respeito dos direitos e garantias fundamentais e dos direitospolticos, julgue os itens a seguir.

    158 A exigncia legal de visto do advogado para o registro de atose contratos constitutivos de pessoas jurdicas ofende osprincpios constitucionais da isonomia e da liberdadeassociativa.

    159 Conforme entendimento do STF com base no princpio da

    vedao do anonimato, os escritos apcrifos no podemjustificar, por si ss, desde que isoladamente considerados, aimediata instaurao da persecutio criminis, salvo quandoforem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituremeles prprios o corpo de delito.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    11/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 10

    Com relao organizao poltico-administrativa, julgue o item aseguir.

    160 Considere que a Lei X, segundo a qual os servidores pblicosdeveriam estar submetidos carga horria de 30 horassemanais, tenha sido alterada pela Lei Y, que passou a exigircumprimento de carga horria de 40 horas semanais. Nesse

    caso, se a Lei Y no tiver previsto aumento na remuneraodesses servidores, est caracterizada a violao ao princpio dairredutibilidade de vencimentos.

    No que concerne ao processo legislativo, julgue os itenssubsequentes.

    161 Considere que o chefe do Poder Executivo tenha apresentadoprojeto de lei ordinria que dispe sobre a remunerao deservidores pblicos. Nesse caso, no se admite emendaparlamentar ao projeto para aumento do valor da remuneraoproposto.

    162 A autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pblicaestadual assegura, conforme a Constituio Federal, aodefensor pblico-geral do estado a iniciativa de propor projetode lei que disponha sobre a criao e a remunerao de cargosde defensor pblico estadual.

    Acerca do Poder Judicirio, julgue os prximos itens.

    163 Compete ao STF julgar ao civil pblica proposta contra atopraticado pelo Conselho Nacional de Justia.

    164 O credor pode ceder a terceiros, total ou parcialmente, seuscrditos em precatrios, de qualquer valor e natureza,

    independentemente da concordncia do devedor.

    No que se refere ao controle de constitucionalidade, julgue os itensseguintes.

    165 A legislao em vigor no admite a concesso de medidacautelar em ao direta de inconstitucionalidade por omisso.

    166 Considere que o art.Y da Constituio do estado X estabeleaa legitimidade de deputado estadual para propor ao deinconstitucionalidade de lei municipal ou estadual em face daConstituio estadual. Nesse caso, conforme entendimento do

    STF, o referido art. Y poder ser considerado constitucional.Suponha que o governo federal pretenda criar novo imposto.Acerca dessa situao, dos impostos da Unio, dos estados, dosmunicpios e da repartio das receitas tributrias, julgue os itens aseguir.

    167 Considerando-se que o referido imposto seja criado, 20% doproduto da arrecadao devem, necessariamente, serdestinados aos estados-membros e ao Distrito Federal.

    168 Considerando-se que esse imposto venha a incidir sobreoperaes relacionadas a energia eltrica e telecomunicaes,

    para que a criao do imposto seja constitucional, ele deverser institudo por meio de lei complementar e no poder serno cumulativo nem ter fato gerador ou base de clculoprprios dos impostos j previstos no texto constitucional.

    Com relao proteo internacional dos direitos humanos, julgueos itens a seguir.

    169 A Declarao Universal dos Direitos Humanos, de 1948,apesar de ter natureza de resoluo, no apresenta instrumentosou rgos prprios destinados a tornar compulsria suaaplicao.

    170 Entre os diversos rgos especializados que tratam da proteodos direitos humanos, inclui-se a Corte Internacional deJustia, rgo das Naes Unidas cuja competncia alcanano s os Estados, mas tambm quaisquer pessoas fsicas e jurdicas, as quais podem encaminhar suas demandasdiretamente Corte.

    171 Os direitos humanos so indivisveis, como expresso naDeclarao Universal dos Direitos Humanos, a qual englobouos direitos civis, polticos, econmicos, sociais e culturais.

    No que concerne ao sistema interamericano de direitos humanos,julgue os itens que se seguem.

    172 Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade nogovernamental legalmente reconhecida em um ou maisEstados-membros da Organizao dos Estados Americanos(OEA) podem apresentar Comisso Interamericana deDireitos Humanos peties que contenham denncias ouqueixas de violao Conveno Americana de DireitosHumanos por um Estado-parte.

    173 Embora sem competncia contenciosa, de carter jurisdicional,a Corte Interamericana de Direitos Humanos tem competnciaconsultiva, relativa interpretao das disposies daConveno Americana e das disposies de tratadosconcernentes proteo dos direitos humanos.

    Acerca da proteo internacional s mulheres, s crianas e aosadolescentes, julgue os itens subsequentes.

    174 Os documentos das Naes Unidas que tratam dos direitospolticos das mulheres determinam que elas devem ter, emcondies de igualdade, o mesmo direito que os homens deocupar e exercer todos os postos e todas as funes pblicas,admitidas as restries que a cultura e a legislao nacionaisimponham.

    175 No direito liberdade de expresso, um dos direitos previstosna Conveno sobre os Direitos da Criana, de 1990, inclui-se

    a liberdade de procurar, receber e divulgar, independentementede fronteiras, informaes e ideias de todo tipo, de forma oral,escrita ou impressa, por meio das artes ou por qualquer outromeio escolhido pela criana.

    Julgue os itens a seguir, relativos ao Conselho de Defesa dosDireitos da Pessoa Humana (CDDPH), considerando o disposto naLei n. 4.319/1964.

    176 O CDDPH rgo colegiado ao qual compete, entre outrasatribuies, promover, nas reas que apresentem ndices maiselevados de violao aos direitos humanos, a realizao deinquritos para investigar as causas e sugerir medidas tendentes

    a assegurar a plenitude do gozo desses direitos.177 Quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais podem

    ser obrigadas a prestar depoimento perante o CDDPH, com ofim de serem apuradas violaes aos direitos humanos.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    12/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 11

    No que diz respeito s vtimas do abuso de poder e da criminalidadee ao uso da fora e de armas de fogo pelos Estados, julgue os itensque se seguem.

    178 Consideram-se vtimas de abuso de poder as pessoas que,individual ou coletivamente, tenham sofrido prejuzos,nomeadamente atentado integridade fsica ou mental,sofrimento de ordem moral, perda material ou grave atentado

    aos seus direitos fundamentais, como consequncia de atos oude omisses que, embora no constituam ainda violao dalegislao penal nacional, representam violaes das normasinternacionalmente reconhecidas em matria de direitoshumanos.

    179 De acordo com o direito internacional, uma pessoa que tenhasofrido atentado aos seus direitos fundamentais somente podeser considerada vtima da criminalidade se o autor da violaotiver sido preso, processado, declarado culpado ou, pelomenos, identificado.

    180 Segundo determinao das Naes Unidas acerca do uso dafora, os governos devem garantir que a utilizao arbitrria ou

    abusiva da fora ou de armas de fogo pelos policiais sejapunida como infrao penal, nos termos da legislao nacional.

    Acerca da Defensoria Pblica, conforme previsto na ConstituioFederal de 1988, da intimao pessoal e do prazo para atuao,julgue o item a seguir.

    181 Segundo entendimento do STJ, o defensor pblico deve serintimado, pessoalmente, de todos os atos do processo, sob penade nulidade.

    No que se refere Defensoria Pblica e organizao daDefensoria Pblica da Unio, julgue o item seguinte.

    182 O Corregedor-Geral da Defensoria Pblica da Unio nomeado pelo presidente da Repblica, por proposta dodefensor pblico-geral, e, pelo princpio do paralelismo dasformas, apenas o presidente pode destitu-lo do cargo antes dotrmino do mandato.

    Com relao ao patrocnio de pessoas jurdicas e atuao dodefensor em conflitos coletivos, julgue os itens subsequentes.

    183 Segundo entendimento do STJ, vedado Defensoria Pblicaprestar assistncia judiciria a pessoa jurdica.

    184 De acordo com entendimento do STJ, a Defensoria Pblicatem legitimidade para propor tanto a ao principal quanto a

    ao cautelar em aes civis coletivas que buscam auferirresponsabilidade por danos causados ao meio ambiente.

    A respeito dos princpios institucionais e do poder de requisio daDefensoria Pblica, julgue os itens a seguir.

    185 Considere que determinado cidado tenha sido condenado emprocesso criminal e o defensor pblico que o defendeu tenhaentendido caber recurso da deciso, mas, por motivo de sade,esse defensor tenha-se afastado da funo e tenha sidosubstitudo, e seu substituto tenha considerado incabvel orecurso. Nessa situao, pelo princpio da unidade, o defensorsubstituto est obrigado a recorrer da deciso, haja vista tratar-se de substituio.

    186 O princpio da indivisibilidade da Defensoria Pblica estcaracterizado, entre outras formas, pela prerrogativa daintimao pessoal e pela proibio do exerccio da advocaciafora de suas atribuies.

    A Defensoria Pblica, como instituio permanente,essencial funo jurisdicional do Estado, qualifica-se comoinstrumento de concretizao dos direitos e das liberdades de que sotitulares as pessoas carentes e necessitadas. por essa razo que nopode (e no deve) ser tratada de modo inconsequente pelo PoderPblico, pois a proteo jurisdicional de milhes de pessoas carentes e desassistidas , que sofrem inaceitvel processo deexcluso jurdica e social, depende da adequada organizao e daefetiva institucionalizao desse rgo do Estado. De nada valero osdireitos e de nenhum significado revestir-se-o as liberdades, se osfundamentos em que eles se apoiam alm de desrespeitados peloPoder Pblico ou transgredidos por particulares deixarem decontar com o suporte e o apoio de um aparato institucional comoaquele proporcionado pela Defensoria Pblica. Sua funo precpua,por efeito da prpria vocao constitucional, consiste em darefetividade e expresso concreta, inclusive acesso do lesado jurisdio do Estado, a esses mesmos direitos, quando titularizadospor pessoas necessitadas, que so as reais destinatrias tanto danorma inscrita no art. 5., inciso LXXIV, quanto do preceitoconsubstanciado no art. 134, ambos da Constituio da Repblica.

    Direito a ter direitos: uma prerrogativa bsica, que se qualifica comofator de viabilizao dos demais direitos e liberdades. Direitoessencial que assiste a qualquer pessoa, especialmente quelas quenada tm e de que tudo necessitam. Prerrogativa fundamental que peem evidncia a significativa importncia jurdico-institucional epoltico-social da Defensoria Pblica.

    Trechos do julgamento da ADI n. 2.903, Rel. Min. Celso de Mello,

    julgamento em 1./12/2005, DJE de 19/9/2008 (com adaptaes).

    Acerca dos princpios institucionais da Defensoria Pblica e dasideias contidas no julgado apresentado, julgue os itens de 187 a190.

    187 Segundo o art. 68 do CPP, quando o titular do direito reparao do dano for pobre, a execuo da sentenacondenatria ou a ao civil ser promovida, a seurequerimento, pelo MP. A jurisprudncia j se assentou nosentido de que, apesar de a CF ter afastado das atribuies doMP a defesa dos hipossuficientes, pois a incumbiu sdefensorias pblicas, h apenas inconstitucionalidadeprogressiva do art. 68 do CPP, enquanto no criada eorganizada a defensoria no respectivo estado. Assim, o MPdetm legitimidade para promover, como substituto processualde necessitados, a ao civil por danos resultantes de crime nosestados em que ainda no tiver sido instalada Defensoria

    Pblica.188 Considere a seguinte situao hipottica.

    Abel foi condenado pela 12. vara da Seo Judiciria doDistrito Federal pela prtica do delito de moeda falsa. Aoapresentar o termo de apelao, o advogado dativo manifestoua inteno de arrazoar na superior instncia. Remetidos osautos ao TRF/1. Regio, o causdico foi intimado paraapresentar as razes recursais no prazo de oito dias (CPP, art.600, caput); no entanto, renunciou ao encargo sem apresent-las. Os autos foram encaminhados, em 12/1/2010, unidade daDPU em Braslia, e o defensor a quem foi distribuda a causa,aps certificar-se da hipossuficincia do ru, aceitou o

    patrocnio da sua defesa, mas, por causa do excesso detrabalho, s apresentou as razes recursais em 5/3/2010. Nesse caso, a apresentao tardia das razes de apelao,mesmo alm do prazo em dobro, constitui mera irregularidade,devendo o recurso ser conhecido.

  • 8/14/2019 Unb/Cespe Dpu

    13/13

    UnB/CESPE DPU

    Cargo: Defensor Pblico Federal de Segunda Categoria 12

    189 Considere que a DPU, patrocinando interesse de pessoahipossuficiente, tenha ajuizado ao ordinria no intuito decompelir o estado de Gois e a Unio a forneceremmedicamentos ao assistido, em face da resistncia desses entesem atender aos inmeros requerimentos administrativos. Nessecaso, na hiptese de vitria judicial, sero devidos honorriosadvocatcios por parte do estado de Gois DPU.

    190 Constitui prerrogativa dos membros da DPU a contagem em

    dobro de todos os prazos processuais perante todos os rgosdo Poder Judicirio.

    Considerando concepes tericas do empirismo e do racionalismo,julgue os itens que se seguem.

    191 Segundo o racionalismo, todo e qualquer conhecimento embasado na experincia e s vlido quando verificado porfatos metodicamente observados.

    192 Segundo John Stuart Mill, o conhecimento matemtico fundamentado na experincia e a induo o nico mtodocientfico.

    A respeito da filosofia antiga, julgue o prximo item.

    193 De acordo com os sofistas, o direito natural no se fundava nanatureza racional do homem, mas, sim, na sua naturezapassional, instintiva e animal.

    A partir dos conceitos de estratificao e mobilidade sociais, julgueos itens subsequentes.

    194 Max Weber faz distino entre trs dimenses da sociedade:ordem econmica, representada pela classe; ordem social,representada pelo status ou estamento; ordem poltica,representada pelo partido. Cada uma dessas dimenses possuiestratificao prpria.

    195 A mobilidade social implica movimento significativo naposio econmica, social e poltica de um indivduo ou de um

    estrato.

    A respeito das relaes de poder e legitimao, julgue o prximo

    item.

    196 A forma legtima de dominao carismtica, de acordo com

    Max Weber, est baseada na designao do lder pela virtude

    da f na validade do estatuto legal.

    Considerando a social-democracia, o estado de bem-estar social e

    os estudos de Adam Przeworski, julgue o prximo item.

    197 Os social-democratas defendem a no abolio da propriedade

    privada dos meios de produo em troca da cooperao dos

    capitalistas na elevao da produtividade e na distribuio dos

    ganhos.

    Com relao s concepes tericas de Estado, julgue os itens

    subsequentes.

    198 Para Thomas Hobbes, com a criao do Estado, o sdito deixa

    de abdicar de seu direito liberdade natural para proteger aprpria vida.

    199 De acordo com a teoria poltica de John Locke, a propriedade

    j existe no estado de natureza e, sendo instituio anterior

    sociedade, direito natural do indivduo, no podendo ser

    violado pelo Estado.

    De acordo com as concepes tericas do marxismo, julgue o item

    seguinte.

    200 Segundo Louis Althusser, o aparelho ideolgico de Estado

    dominante para a burguesia era a Igreja.