45

Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

  • Upload
    others

  • View
    10

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como
Page 2: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

Unesp/Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Câmpus de Ourinhos Coordenador Executivo Prof. Adj. Edson Luís Piroli Vice Coordenador Executivo Prof. Dr. Marcelo Dornélis Carvalhal Coordenação de Curso Profa. Dra. Luciene Cristina Risso Vice Coordenação de Curso Profa. Dra. Fabiana Lopes da Cunha Servidores técnicos, administrativos e docentes em exercício durante o ano de 2018 Adriana Midori Hara Tavares Alexandre Rogério Trindade Alfredo Fernandes Tavares Junior Prof. Dr. Amir El Hakim de Paula Profa. Dra. Andréa Aparecida Zacharias Angela Peres Crespo Camile Bermejo Andreo Abimussi Profa. Dra. Carla Cristina Reinaldo Gimenes de Sena Cleiton da Silva Antônio Prof. Dr. Clerisnaldo Rodrigues de Carvalho Durval de Lara Fernandes Profa. Dra. Edinéia Aparecida dos Santos Galvanin Edivaldo Ribeiro Rocha Prof. Adj. Edson Luís Piroli Profa. Dra. Fabiana Lopes da Cunha Fábio Domingues Gláucia Marques da Rocha Coelho Garcia Gustavo Coiradas Jakson José Ferreira Prof. Dr. Jonas Teixeira Néry Julio Cesar Demarchi Karin Souza Leonardo Laryssa Bitencourt Silva Leandro Scantamburlo Leonardo Conte Fantinatti Leonardo Hiroshi Horie Prof. Dr. Luciano Antônio Furini Profa. Dra. Luciene Cristina Risso Luiz Fabiano de Andrade

Prof. Dr. Marcelo Dornélis Carvalhal Profa. Dra. Márcia Cristina de Oliveira Mello Profa. Dra. Marcilene dos Santos Márcio Ribeiro Lopes Profa. Dra. Maria Cristina Perusi Mariana Paula Umino Marianne Lazanha Bertussi Coiradas Paulo Alberto Augusto Prof. Dr. Paulo Fernando Cirino Mourão Rafael Augusto Godoy da Rocha Reinaldo Bezerra Alves Rodrigo Fantinatti Carvalho Vanessa Ramos dos Santos Piroli Professores (as) Doutores (as) substitutos e conferencistas durante o ano de 2018 Ana Amábile Borda Ana Cláudia Carfan Bruna Jamila de Castro Cristiane Dambrós Daniela Fernanda da Silva Fuzzo Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz Rodrigo Rosa da Silva Terezinha Brumatti Carvalhal Estagiárias Ana Paula Souza de Oliveira Yamamoto Caroline da Silva Alves Janaina de Oliveira Vieira Jéssica Laís de Macedo Larissa Fernandes da Silva Lauriane Rodrigues Rafaela Cristina Duarte Candido das Neves Thais Bianca Nogueira Organização geral Angela Peres Crespo Luiz Otávio Moratelli Profa. Dra. Maria Cristina Perusi Colaboração Profa. Dra. Carla Cristina Reinaldo Gimenes de Sena Cleiton da Silva Antônio Projeto Gráfico/Capa Luiz Otávio Moratelli

Page 3: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

O saber a gente aprende com os mestres e os livros A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes

Cora Coralina

Page 4: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

PREFÁCIO

Título: Eu; a Geografia et al.: antes, durante e depois da Unesp/Ourinhos

Descrever, relatar, retratar, documentar, referir, reproduzir, narrar. Esses e tantos outros verbos são oriundos da intrínseca necessidade que o ser humano tem de partilhar suas experiências, crenças, ideias e sentimentos. Na pré-história, período que antecede a escrita, voltar ao lugar de origem depois da caçada em busca de alimentos, água e novos territórios, era também assegurado pelas informações contidas nas pinturas rupestres. Saber como ir e voltar é uma condição para garantir a continuidade da história, e isso o homem do Paleolítico já “sabia”. Além disso, intuitivamente essas pinturas contribuíram para preservar e compartilhar o que era sagrado, necessário, da natureza ou do homem, o que ameaçava ou libertava. É o registro que torna o momento imortal. Por esses e outros motivos que propusemos o “Livro de Ouro” dos egressos da Unesp/Ourinhos.

E o que dizer mais recentemente das descrições do “novo mundo” depois das grandes navegações? E os mapas antigos? Certamente cheios de fantasias e exageros que não necessariamente condiziam com a realidade, pelo contrário, penso que despertavam muito mais sentimentos de incredulidade e medo, muito medo. Sentiram medo ao decidirem vir pra Ourinhos/SP? Porém, estamos aqui, na universidade! Vocês acreditaram, romperam com “o mito da caverna”, se arriscaram e se jogaram aos mares, rumo ao tal “novo mundo”, parte de outro hemisfério. Como assim, outro hemisfério? Mas a Terra não é plana? Ou é? Risos soltos!!! Enfim, o “relatar” certamente nos norteia ou suleia, como queiram. Ajuda a criar juízo de valor e pode mudar o rumo das certezas que na verdade, na verdade mesmo, nunca tivemos.

Em meio a esses e tantos outros devaneios, nasceu o Livro de Ouro em alusão aos nossos 15 anos. O intuito não é somente valorizar a história da nossa Instituição, desafios e conquistas, como se fosse pouco, mas principalmente resgatar a memória afetiva que certamente nos conduziu até onde estamos e somos hoje. Nesse livro, queremos evidenciar o que temos de mais importante: o potencial humano. Nele encontraremos um pouquinho das percepções de alguns dos nossos egressos que, cada qual a sua maneira, deixou registros materiais da sua estadia por aqui, não mais nas cavernas, mas nos laboratórios, grupos de estudo e pesquisa, nos artigos científicos e de extensão universitária, prêmios angariados em eventos, entre outros, e mais que isso, no intáctil deixou sua identidade, a garra, a inquietude, o senso crítico, a criatividade, as amizades, as ideias, a perseverança, os “causus”, a saudade, o respeito, os amores.

Os egressos chegam até nós, até o “novo mundo”, como matacões, meio sem jeito, forma a ser definida, errantes, dito “bixos” que não são. Quase virginais se jogam nas tempestades e se esparramam pelo chão, principalmente nas noites de ocupação e protestos por causas legítimas que, para outros, não são. Lembram-se do auditório? Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como estrategistas que aí sim, o são. Foram acolhidos e, no acolhimento, se descobriram, produziram, escolheram, decidiram, transitaram, transgrediram, migraram, encerram e se foram. Antes disso deixaram a pergunta: quantos e quais mais virão? Ao irem continuam, escrevem e calculam, publicam, corrigem, qualificam e defendem. Constroem família e fecundam amores pequeninos, alguns voltam, outros não.

Danada essa nau Geografia, tantos embarcaram, se fizeram e refizeram tantas vezes que colóides agora são. Trabalham, procuram, reagem, ativam, agregam, transformam, fazem bonito e despertam orgulho pelo que foram, pelo que são e pelo que se tornarão.

Pelo aprendizado, por ouvirem a chamada, pela amizade, solidariedade, pela confiança, abraço fraterno e apertos de mão, minha eterna e sincera gratidão.

Ourinhos, Grupo São Bento/Formação Serra Geral.

Profa. Maria Cristina Perusi, Cris (2018).

Page 5: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

SUMÁRIO

Egresso Página

André Augusto Gavlak...................................................................... 06

Angela dos Santos Machado............................................................. 08

Angélica de Jesus Batista................................................................... 09

Barbara Gomes Flaire Jordão........................................................... 13

Bruna Camargo Soldera..................................................................... 15

Cristiano Manoel Alves..................................................................... 16

Danielle da Silva (In memoriam)....................................................... 18

Elisabete de Fátima Farias Silva..................................................... 20

Estevão Conceição Gomes Junior................................................... 21

Fabíola Magalhães Andrade............................................................. 22

Franciele Miranda Ferreira Dias..................................................... 23

Gabriel Ferreira Damasceno............................................................ 24

Joelson Rodrigues de Oliveira Souza............................................. 26

Juliana Marina Zanata....................................................................... 28

Julio Cesar Demarchi......................................................................... 30

Letícia Bagnatori Giamarco de Oliveira........................................ 32

Lucas Vituri Santarosa....................................................................... 33

Luzia de Jesus Matos.......................................................................... 34

Patrícia Pompeu Martins.................................................................. 35

Paulo Victor Godinho da Silva........................................................ 36

Raíssa Maria Benedetti Salvetti Teixeira...................................... 37

Renata Correia Costa......................................................................... 38

Valdir Francisco Barbosa.................................................................. 39

Welington Leandro do Nascimento............................................... 41

Willian Santos...................................................................................... 42

Page 6: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

6

André Augusto Gavlak – 3ª Turma

Passei no vestibular de inverno da UNESP em 2004 por acidente de percurso. Morava em Botucatu-SP, e no final do Ensino Médio em 2003 havia prestado Ciências da

Computação, mas não consegui passar em nenhuma universidade. Como sempre gostei de história e geografia, resolvi mudar completamente de área e estava fazendo

cursinho para tentar ingressar em Relações Internacionais (RI), quando resolvi prestar vestibular no meio do ano para avaliar meu conhecimento. Imediatamente a minha

paixão pelos mapas me conduziu a escolher a geografia. Sim, sou daqueles que tinha Atlas Geográficos em casa e ficava copiando os mapas em folhas de sulfite...

A notícia da aprovação no vestibular na primeira chamada foi fantástica. Fiquei muito empolgado, porém meu plano era cursar apenas o 1º semestre do curso e depois

prestar vestibular para RI no final do ano. Doce ilusão! Me apaixonei pelo curso, pelos professores e pelos colegas de turma e desde então a geografia nunca mais saiu da

minha vida. A grade curricular contava com disciplinas como Computação Aplicada a Geografia, Geoprocessamento e Estatística o que me permitiu concluir que seria

possível unir computação com a geografia. Essa descoberta, lá no começo do curso, me fez abraçar a Unesp em Ourinhos e mudou minha vida para sempre.

Durante o curso participei de uma das primeiras formações do Centro Acadêmico e também da Atlética. Lembro claramente da escolha do Ramon Valdez como nosso

homenageado. Ser da 3ª turma de qualquer curso tem suas dificuldades e vi muitos amigos desistindo da Geografia, cursando outras graduações, ou indo para outras

Universidades. Sempre fui envolvido com esportes, então tenho excelentes lembranças dos jogos interfaculdades e interclasses. Porém, haviam momentos que refletia e não

sabia o que esperar do futuro profissional. As vezes passavam-se semestres inteiros e eu tinha a sensação de não ter aprendido nada prático e que me ajudaria a conseguir

um emprego no futuro. Foi em um desses momentos que resolvi focar em aspectos mais técnicos da minha formação. Procurei a Profª. Andréa para tentar uma bolsa de

iniciação científica financiada pela FAPESP, na área de Geoprocessamento e planejamento urbano. Com orientação dela, consegui a bolsa e tive a oportunidade de me

dedicar mais ao assunto, o que foi fundamental para minha carreira.

Chegando no fim do curso, a maioria do pessoal prestou um concurso para professor de geografia do estado de São Paulo. Ao mesmo tempo que prestei o concurso, também

participei do processo seletivo para o mestrado em Sensoriamento Remoto no INPE em São José dos Campos, por sugestão do Prof. Rodrigo Manzione numa conversa de

corredores. Fui aprovado nos dois e acabei optando por seguir os estudos e não me tornar professor.Minha pesquisa no mestrado envolvia geografia da população,

geoprocessamento e dinâmicas territoriais na Amazônia Brasileira, trabalhando com estatística espacial e algoritmos de mineração de dados. Com a defesa do mestrado em

agosto 2011, fui contratado imediatamente pela empresa Imagem – Soluções de Inteligência Geográfica, para trabalhar como líder técnico de projetos de mapeamento e

cartografia. Fui progredindo dentro da empresa até uma posição de Gerente de Mercado, especialista em Governo Federal. Neste período pude conhecer mais sobre a

aplicação de geotecnologias nos Ministérios e Agências no Brasil e também em Washington/DC nos Estados Unidos. Além disso, estive em Pequim, para conhecer

empresas estatais da área geoespacial e realizar intercâmbio técnico com geógrafos e outros profissionais chineses.

Entre 2016 e 2018 trabalhei na área comercial da empresa Geoambiente, parceira do Google no Brasil. Pude conhecer os bastidores da tecnologia Google Maps e Google

Earth e como estas tecnologias são aplicadas de forma corporativa nos mais diversos segmentos aqui no Brasil. Atualmente retornei para a empresa Imagem – Soluções de

Page 7: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

7

Inteligência Geográfica, atuando no apoio técnico ao desenvolvimento de negócios, utilizando a plataforma ArcGIS para resolver diversos problemas de negócio, tomando

como fundamento o conhecimento adquirido no curso de Geografia. Com relação aos estudos, cursei uma nova graduação de Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de

Sistemas, não para me tornar programador, mas para me tornar um geógrafo com mais ferramentas e técnicas para se trabalhar como SIG. E por fim, também estou na

metade do Doutorado em Geografia Física na USP, estudando políticas públicas federais e o mercado de geotecnologias no Brasil.

Moro em São José dos Campos/SP, me casei e tive um filho que está com 6 meses. Tenho plena convicção de que a Geografia é uma área fascinante, com muitas

possibilidades profissionais e sempre que me perguntam se valeu a pena, se não era melhor ter feito outro curso. Sempre respondo que nunca me arrependi. Nem de ter feito

Geografia, nem de ter feito na Unesp em Ourinhos. Aproveite as oportunidades durante o curso, faça estágios, iniciação científica, participe dos eventos, assistas as palestras

e converse com os professores. Às vezes, a situação mais simples e inusitada, como a conversa de corredor que tive com o Prof. Rodrigo, pode mudar sua vida!

André Augusto Gavlak (Baby)

Page 8: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

8

Angela dos Santos Machado – 9ª turma

Antes de ingressar na faculdade de Geografia trabalhei como empacotadora, vendedora, operadora de caixa e auxiliar de secretaria

na cidade de Assis-SP. Realizei curso de espanhol e técnico em administração, fiz um estágio em escritório, mas não me adaptei ao

trabalho. Queria outra coisa para minha vida, mas não sabia ao certo o que era. Após reprovar duas vezes no vestibular da

UNESP, na terceira vez ingressei no curso de Geografia em Ourinhos, no ano de 2010.

Fiquei tão ansiosa para viver tudo o que a universidade podia me oferecer! Eu sabia da possibilidade de conseguir uma bolsa, por

isso pedi demissão do meu emprego e fui morar em Ourinhos numa república. Primeiro fiquei alojada na Amnésia onde as meninas

(Baguete, Nádia, Larissa, Ronaldo, Ana) me receberam tão bem. Depois passei por outras “reps” em que as experiências não foram

tão agradáveis, mas depois voltei para a Amnésia, dessa vez com uma vaga definitiva! Foi incrível o aprendizado de conviver com

pessoas tão diferentes de mim, aprendi muito. A luta estudantil por uma universidade pública, gratuita e de qualidade para os

filhos e as filhas da classe trabalhadora também foi uma grande escola. Durante os quatro anos morando em Ourinhos (2010-2014)

vivi intensamente o que a vida universitária pode oferecer: festas, amigos, participação em projetos de extensão, em eventos,

greve, paralização, movimento estudantil...amei, briguei, chorei, ri. As melhores lembranças, sem dúvidas, são dos trabalhos de

campo. Esse é um diferencial incrível do curso de Geografia que nos forma não somente academicamente, mas também de forma

cultural e política.

Em 2014 conclui a licenciatura, em 2015 defendi o TCC e finalizei o bacharelado. Logo percebi que os desafios não tinham

acabado, queria fazer mestrado e trabalhar na área em que havia me formado. De início não foi fácil, o momento não era favorável:

crise econômica e política no país. Passei no concurso do Estado, mas não sabia se haveria mais chamadas. O governador assinou

um decreto proibindo novos contratos, assim não pude lecionar nem como professora eventual. Estava desempregada. Prestei o

mestrado e não passei. Por um tempo parecia que tudo que eu tinha feito durante a graduação tinha sido em vão. Foi uma fase

ruim, no entanto, passageira. Logo passei no mestrado na UNESP/Presidente Prudente e consegui uma bolsa Fapesp. Também

fui chamada no concurso do estado, mas não pude assumir por causa da bolsa. Percebo que o futuro ainda é incerto e que a vida é

cheia de altos e baixos. Mas sigo tentando aproveitar ao máximo as oportunidades que surgem, principalmente de viajar e

continuar aprendendo cada vez mais sobre as geografias do mundo.

Com meu irmão Filipe durante um desfile pelo curso de línguas

em Assis/SP, 2003.

Débora e Cristiano, amizade construída na Unesp-Ourinhos que permanece! (Trabalho

de campo em Castro/PR, 2012).

Viagem a Macchu Picchu (Peru, 2016).

Page 9: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

9

Angélica de Jesus Batista1 - 4ª Turma

Quinze anos em questão: trajetórias e atrasos

Essas reflexões são um paralelo entre a minha trajetória pessoal e a da universidade.

Há uma linha muito tênue entre pesquisa acadêmica e a “delinquência acadêmica”, nos termos utilizados por Maurício Tragtenberg2. Digo isso porque, ao final desta leitura,

possivelmente o leitor advogará que tenho pouco prestígio acadêmico ou que fracassei em minha trajetória. Não estou constantemente citada em artigos e revistas, nem dou

aulas no ensino superior e pouco retornei a eventos para além da condição de ouvinte. Sobre meu sucesso ou fracasso, você é livre para escolher. Eu mesma não descarto

nenhuma possibilidade, embora hoje tenha o conforto de parafrasear uma frase de Brunhes, também utilizada por Milton Santos, dizendo que “o atraso se deve ao escrúpulo e

não a negligência3.”

Qual atraso? Ingressei com vinte um anos na universidade. Sou nordestina e filha de nordestinos, moradores da Zona Leste de São Paulo, especificamente no bairro de

Guaianases, e sou a primeira da minha geração a cursar o ensino superior. Essas informações não foram aqui colocadas para dar um tom melancólico ao texto, pelo

contrário, a intenção é justamente combater o determinismo social presente nos discursos, desde aquele que emana preconceito até aquele que defende a luta de classes, os

quais igualmente provocam grandes conflitos quando nos deparamos com as futuras gerações na sala de aula. E nos perguntamos: que geografia é essa cujo ensino está

inclinado a tratar a figura do homem como um sujeito sujeitado?.4

O atraso continuou. Aos trinta e três, não sou mestre ou doutora. Digo atraso, se entendermos os títulos acadêmicos como qualificadores de sucesso profissional ou

conhecimento.

Contudo, nunca parei de estudar. E essa não foi uma opção de percurso, e sim uma necessidade. Atualmente curso o segundo mestrado, em Geografia Humana na área do

ensino na Universidade de São Paulo. Quando ainda não estava atrasada e seguia a ordem natural das coisas na Academia, ingressei no primeiro, dois anos após o termino

da graduação. Mais um ano, desisti. Na ocasião, tive a oportunidade de ter na minha banca de qualificação a presença de grandes nomes do ensino de geografia do país. A

argüição foi bastante calorosa, como acredito que aconteça na maioria das bancas de mestrado. Confesso: algumas colocações desses professores renomados foram decisivas

para abandonar o curso.

“Bakhtin, ela usa Bakhtin (risos)”, disse um ungido, que como bom comunista, tem profundo desprezo pelos intelectuais dissidentes de seu stalinismo portador da verdade

absoluta. Foi cruel, mas não fingiu. Já outro professor, com o intuito de me ajudar na aplicação de meus (ou seus?) preceitos, vestiu-se de uma bondade freireana ao tentar

tornar a pesquisa exeqüível. Disse “há escolas em que as pesquisas dão certo, posso te sugerir algumas”. 1 Atualmente mestranda do Programa de Pós graduação em geografia humana pela Universidade de São Paulo. Professora do ensino fundamental nível 1 e 2 há 15 anos. 2 TRAGTENBERG, Maurício. A delinquência acadêmica. Ponto-e-Vírgula: Revista de Ciências Sociais, n. 5, 2009. 3 SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. Edusp, 2002. 4 WOLFF, Francis. Nossa humanidade: de Aristóteles às neurociências. São Paulo: Unesp, 2012.

Page 10: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

10

Qualquer um poderia ouvir aquelas frases e continuar a pesquisa, não eu, pois como professora, desde os meus dezoito anos anseio por estudos que possam oferecer algumas

possibilidades para compreender a complexidade do processo de ensino e aprendizagem. Em escolas que dão certo e nas outras. Não descarto, porém, a minha dose de

imaturidade por não ter tido a força suficiente para argumentar e pela insistente necessidade que tinha (não tenho mais) em fazer mestrado a todo custo. Hoje, ainda

atrasada, vejo quão é desnecessária a pressa em ter um Lattes recheado com o mesmo artigo com títulos diferentes. Posso dizer: o atraso me libertou.

Para aqueles professores de grande expoência no mundo acadêmico, foi mais uma banca de qualificação. Entretanto, que não se olvidem das palavras de Italo Calvino:“Para

cada palavra que se diz,[...] os outros contam uma história”5. Trouxe esse exemplo como ilustração do que pode ser um ambiente cuja função social (sim, não é somente a

propriedade que admite uma função social) é estimular a pesquisa e o conhecimento. Felizmente, para a necessária celebração deste aniversário da UNESP, paro com o

relato a afirmar que tudo isso aconteceu fora de seus muros, longe de Ourinhos, e que os registros oficiais encontram-se talvez abandonados em algum porão que não será

aberto tão cedo. Volto ao meu percurso.

São quinze anos de docência que coincidem com os quinze anos que comemora a UNESP Ourinhos, ou seja, os anos de universidade foram compartilhados com o oficio de

professora. Cheguei e saí da UNESP como professora. Lembro-me do primeiro dia de aula, meados do segundo semestre de 2005, quando um professor perguntou quais

eram as nossas pretensões futuras ao fazer Geografia e ao final da apresentação da sala restavam poucos, muito poucos, não me lembro quantos, a abraçar esta profissão. Já

no começo, ser professor não era a opção da maioria. Sempre foi a minha opção. Ou necessidade?

Vivenciar a vida acadêmica em outra cidade me abriu as janelas do mundo, compartilhar a casa com outras pessoas, que não eram seres isolados em si, proporcionaram

outras vivências e maneiras de ver esse mundo recém aberto. Com essas pessoas, pude compartilhar por muitas vezes, por noites a fora, debates sobre a geografia. Não sei se

elas se lembraram que as nossas crises eram a necessidade em saber quais autores estavam certos, ou ainda, o que é o espaço? Saímos com a certeza do quão nocivo é ter

incertezas. Hoje penso exatamente o contrário. Depois de algumas leituras, principalmente Edgar Morin, aprendi sobre as incertezas dos conhecimentos e do preciso

exercício da dúvida. Esta é o que temos de mais precioso, e que não nos permite nos tornarmos, como professores ou não, “fazedores de cabeças”.

A vida acadêmica no interior, numa faculdade que iniciava sua trajetória, foi diferente do padrão. Oportunizou conhecer os professores fora dos moldes dos seres

inalcançáveis do Olimpo e, se tem um fato que ilustra bem isso, e foi bem marcante, foi a reunião feita no primeiro semestre onde os professores se reuniram e cada um deles

falou sobre o que pesquisava. Não tenho conhecimento se essa prática acontece em outras universidades.

Acrescento a isso o fato de que o primeiro corpo docente da UNESP Ourinhos foi uma equipe de resistentes, pois, exercitaram a docência em condições precárias, primeiro

uma igreja improvisada para as aulas, sem biblioteca, poucos recursos, transitoriedade de colegas. Faltavam professores para todas as disciplinas, depois veio um prédio

emprestado pela prefeitura... nada se resolveu. Conheço vários casos de colegas que tiveram dificuldades financeiras para se manter no curso. Apesar dos problemas, foram

os conselhos dos professores que nos encorajavam a fazer um projeto de pesquisa para pleitear financiamentos junto às instituições de fomento. Trabalhar e estudar eram a

5 CALVINO. Italo. As cidades invisíveis. Trad. Diogo Mainardi. São Paulo: Cia das Letras, 2000

Page 11: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

11

necessidade da maioria de nós, e isso muitas vezes causou cansaço, desconforto, manobras e descontos para conseguir acompanhar trabalhos de campo, por exemplo. Porém,

a faculdade nos compreendeu e auxiliou, como na vez que o laboratório de cartografia nos abriu as portas para, de madrugada, usar os computadores para pesquisas, uma

vez que minha república não tínhamos um computador.

A UNESP Ourinhos sempre teve responsabilidade com seus alunos. Completar quinze anos no tempo cronológico humano incorre em assumir algumas novas

responsabilidades, como admitir também que as certezas são nocivas, sobretudo para o conhecimento acadêmico. Ressaltando o que penso e faço hoje, gostaria de propor

então à UNESP Ourinhos (professores, alunos e ex alunos) e aos que ainda estiverem lendo este texto, uma provocação: Por que só a geografia tem o adjetivo de escolar?

Geografia escolar. Alguém já ouviu falar de uma história escolar, língua portuguesa escolar? Poderia continuar a elencar as disciplinas, mas paro por aqui. O problema não é a

Geografia escolar, mas o fato de que quando estudamos o ensino de geografia só acessamos a tendência da geografia escolar. Não existe outras? Se a sua resposta for

negativa, indico a urgência de pensar sobre tudo que a luz fragmentada que adentra as salas da faculdade deixa de iluminar.

Por um tempo pensei que você só seria um bom professor se for adepto a geografia crítica. Também penso exatamente o contrário hoje. Que crítica? Se a crítica for

reproduzir discursos para que seus alunos repitam o que você pensa, está instaurado um problema. Ensinar a crítica é ensinar a aprender a pensar. Como as crianças e

adolescentes aprendem? Se esta pergunta te causar desconforto temos outro problema, mas felizmente ou não, você não é o único. No Brasil, os debates sobre ensino

vislumbram de maneira prioritária, entre outras temáticas, o currículo, em que pese Andy Hargreaves6 alegar que o problema do currículo é um falso problema, uma vez que

se muda o currículo, mas a gramática do ensino continua a mesma, ou seja, continuamos a lecionar do mesmo jeito.

Os professores das licenciaturas estão distantes das escolas públicas, muitos sequer pisaram um dia na sala de aula. O que eles podem nos ensinam sobre educação? Boas

teorias. As teorias são importantes para embasar a prática docente. Mas elas facilmente se quebram quando surge um sexto ano repleto de alunos com hormônios a flor da

pele. Leva dois anos para decorar as principais teorias do ensino de Geografia, mas quinze minutos pedindo silêncio numa sala da periferia bastam para questioná-las.

Embora se saiba que elas não pretendiam resolver esse tipo de problema, se aprende que sua interface com as questões mais amplas da educação é desconexo.

E quando esse silêncio vem? E quando aprendem? E quando nos questionam: professora, porque dizem que o Universo é infinito se ele está em expansão?. Você conhece caminho

teórico que possa dar conta de dizer o que fazer numa situação como essa? A opção que vislumbrei é, inicialmente, ter a humildade de admitir o quão insuficiente foi a minha

formação, por mais que tenha saudade de tudo que esta universidade me deu.

Por fim, tenho a dizer que este texto não tem prazer em roubar um pouco dos sentimentos emotivos que nós, da UNESP Ourinhos, temos traduzido no orgulho de ver

nossa querida faculdade completar quinze anos. Me visto, portanto, com as palavras proferidas por Mário de Andrade, certa vez a falar aos diplomandos do Conservatório

Dramático e Musical de São Paulo, da turma de 1935. Reparem:

6 HARGREAVES, Andy. O ensino na sociedade do conhecimento: a educação na era da insegurança. Porto: Porto Editora, 2003.

Page 12: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

12

“Como pois, senhores diplomandos, poderia dizer-vos apenas as palavras irresponsáveis de prazer com que outras vezes traí? Poderia agradar-vos, saudando a vossa formatura quando

justamente agora principia o áspero caminho? Poderei glorificar-vos por um diploma vencido, quando eu sei que não estais aparelhados para vencer? Poderia, disfarçando a importância

dessa solenidade, falar-vos sobre as grandezas da música, quando a música anda por todos desvirtuada?...”

Essas palavras foram selecionadas pelo grande Aziz Ab’Saber quando fez publicar sua coleção Leituras indispensáveis.7 Peço que transponham as palavras de Andrade para o

tempo atual, a solenidade da formatura do Conservatório para os quinze anos da UNESP Ourinhos e troquem a música, desvirtuada, pela Geografia...

Termino sugerindo que o leitor responda intimamente sobre o sucesso ou o fracasso de minha trajetória. E que o faça também sobre a sua, e sobre a trajetória da faculdade

que temos em comum.

Parabéns a todos. Que os caminhos ásperos do atraso lhes ensinem a despir as certezas e tomar o rumo de libertar-se do que se acredita saber, abrindo a mente ao que “se

sabe que não se sabe”, como os alunos, não os da faculdade, mas do ensino fundamental. Isso aprendi fora dos muros. Retorno para dentro deles neste momento, traduzindo

todos os sentimentos que surgiram após deixar os atrasos de minha vida pessoal e familiar, de meu contexto, da cidade grande, da periferia, da negação da condição a que me

impuseram por ser negra e mulher, para assumir os necessários atrasos de uma vida acadêmica que seja, antes de produtiva, coerente; antes de celebrada, resistente e antes

de cheia das certezas e dos adiantamentos, cheia das incertezas que nos fazem parar e refletir.

7 AB'SÁBER, Aziz Nacib. Leituras indispensáveis Vol 1. Ateliê Editorial, 2008.

Page 13: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

13

Barbara Gomes Flaire Jordão – 5ª Turma

Comecei a gostar de geografia um pouco tarde, já no cursinho. Quando digo gostar, quero dizer entender seus conteúdos e

correlacioná-los, ainda bem longe do que é a geografia para mim agora. Não tarefa simples já que até meu ensino médio eu

tinha uma geografia tradicional no conteúdo e na forma de apresentação. Quando o “clique” aconteceu, soube que poderia

fazer parte dessas pessoas que despertam o ser geográfico nas outras. Então, em 2006 entrei na graduação na UNESP. Nessa

fase de adaptação, a proximidade de relações que só um campus com dimensões reduzidas oferece foi essencial. Essa facilidade

ao acesso dos professores me fez permear diversas áreas da ciência

geográfica até me encontrar, coisa de caloura. Ora eu estava encantada

pelas aulas de geologia, ora dizia que meio ambiente e geografia eram para

mim... Foi só no último ano que descobri o que era pesquisa científica de

verdade. Eu já estava na fase do TCC quando uma nova professora ingressa, justamente uma especialista de uma área que

eu havia desistido de pesquisar no segundo ano de graduação, pois também existem desvantagens pela dimensão do

campus. Não havia ninguém que pudesse e orientar do jeito que eu

precisava, não havia nenhum docente com pesquisas nas áreas. Até que em

2010 começo minhas pesquisas na Cartografia Tátil, sim...é o específico do

específico, por isso da dificuldade de quem oriente. Foi uma loucura, prorroguei o prazo para me formar, consegui uma bolsa

Fapesp e defendi. Nesse momento eu era uma bacharela e licenciada em geografia em uma das melhores universidades do

país. Obviamente isso abre muitas portas, nossa formação, ainda que não ideal é bem superior aos cursos de licenciatura.

Segui o caminho acadêmico com o mestrado na USP, continuei com pesquisas na área de acessibilidade e geografia, e sendo

professora do ensino básico. Hoje estou no doutorado, também pela USP, em geografia humana buscando compreender que

geografia fazemos e para quem fazemos. São inquietações comuns para nós geógrafos, ou pelo menos deveriam ser. Hoje

retorno a casa em que me formei para eventuais oficinas e bancas com muita honra e alegria. Revejo amigos e professores que passei a admirar ainda mais quando conquisto

cada degrau da área acadêmica. Se eu pudesse refazer algo, acho que seriam os estágios, já que escolhi e fui escolhida pela licenciatura, eles fazem muita diferença para quem,

como a maioria de nós, um dia vai entrar na sala de aula. As aulas de história do pensamento geográfico, momento em que vemos parte da epistemologia dessa ciência são

extremamente relevantes para nos defendermos enquanto cientistas e professores, para lutar pela permanência e pela importância da aprendizagem de Geografia.

Page 14: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

14

Além dessas conquistas acadêmicas, que me possibilitaram viajar pelo mundo e expandir minha mente, fiz amigos unespianos singulares, alguns se tornaram colegas de

trabalho, outros de pesquisas e há alguns minha eterna gratidão. Essas relações interpessoais possibilitaram um amadurecimento muito difícil de ser imaginado em outras

situações que não em uma faculdade logo atrás do bairro da Paineiras, do lado de um hospital abandonado em que se chega de AVOA ou de bicicleta majoritariamente

...Parabéns UNESP Ourinhos, desejo que esta instituição possa ainda formar pessoas que permitam a si e aos outros a emancipação humana através da práxis educativa,

porque o ensino em qualquer estância:

[...] trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade através da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar substância concreta a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominante. (SAVIANI, 1997, P.42)

Page 15: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

15

Bruna Camargo Soldera – 5ª Turma

No ano de 2006 eu morava com meus pais em Taguaí – SP, tinha 17 anos, naquela época eu estava focada em passar no vestibular, tinha voltado a morar com meus pais

depois de morar 2 anos em Itapetininga-SP. Sempre fui precoce, sai de casa cedo e fui morar sozinha com duas amigas aos 15

anos, acredito que isto tenha me ajudado a encarar com maturidade e inteligência muita coisa na minha vida.

Estava decidida a fazer psicologia, mas naquele ano eu resolvi que para o vestibular da UNESP eu iria prestar Geografia. Para

minha surpresa ou sorte em agosto de 2006 entrei para 5 Turma de Geografia do Campus

Experimental de Ourinhos, fato que mudou o rumo da minha vida para sempre!

No meu primeiro dia de aula conheci uma das minhas melhores amigas, a “Torrinha”, nos

tornamos inseparáveis. Conheci amigos que levo comigo dentro do coração eternamente e

uma delas foi a Dani. Sabe aquela menina “porreta”? Gênio forte, decidida e amiga (no mais

puro sentido da palavra). Porém, como a vida nos prega muitas peças, a Dani nos deixou em 2014, nos deixou com saudade que

apertam o peito de uma maneira que não se traduz em palavras, apenas sentimos.

Sempre gostei da “Geografia Física”, comecei a estudar as águas. Meu primeiro projeto foi com a Professora Luciene Cristina Risso,

projeto desenvolvido no córrego Furninhas. Mas senti necessidade de mudar, gostaria de algo mais técnico, foi então que comecei um projeto com o Professor Rodrigo Lilla

Manzione, focado no monitoramento de águas subterrâneas e gestão, projeto desenvolvido no Aquífero Bauru e que também foi tema do meu TCC.

Conclui minha graduação em agosto de 2011 e no mesmo ano entrei no mestrado em Agronomia na UNESP/FCA Campus de Botucatu, o Professor Rodrigo continuou

como meu orientador. Em agosto de 2013 iniciei o doutorado em Geociências e Meio Ambiente na UNESP/IGCE Campus de Rio Claro com o Professor Everton de

Oliveira. O doutorado foi uma fase intensa, desenvolvi uma metodologia para avaliar o impacto humano aos recursos

hídricos, ouvi muitos “nãos”, mas como uma das minhas características é a persistência eu prossegui convicta; fui para o

Canadá com uma bolsa do governo Canadense e lá vivi as melhores experiências da minha vida (até então), não só pela

pesquisa, mas pelos amigos que fiz, viagens e cultura. Hoje sou geógrafa, mestre e doutora, moro em São Paulo e sou sócia

do Instituto Água Sustentável, onde posso unir o meu conhecimento e fazer o que gosto, pesquisa e projeto com água.

Foi entre amigos, amores, festas, sorrisos e lágrimas que vivi momentos intensos na UNESP de Ourinhos. Sou

imensamente grata, pois foi ela a responsável pela profissional que sou hoje e por grande parte do meu desenvolvimento

pessoal.

Page 16: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

16

Cristiano Manoel Alves – 9ª Turma

Meu caminho e a Unesp Ourinhos

Meu caminho, minha história e a chegada até a Unesp Ourinhos. Recém saído de minha terra natal, a capital São Paulo, sigo com destino Assis, cidade do interior. O ano era

2009 e, não diferente de muitas outras coisas que escolhemos na vida, acredito que, no meu caso, fazer Geografia não

tenha sido uma das minhas prioridades. Cheguei a uma nova cidade onde tudo era diferente do que já tinha vivido até

então: Assis, cidade que me acolheu muito bem e que logo me ofereceu recursos para que eu pudesse me sustentar e

posteriormente custear um cursinho (havia mais ou menos cinco anos que não me dedicava aos estudos). Iniciei, por um

curto período, o cursinho pré-vestibular em um colégio particular na mesma cidade, mas não pude dar continuidade a ele

por estar comprometendo significativamente o meu orçamento naquele momento. Insisti e freqüentei as aulas até o final

do ano prestando em seguida o vestibular onde não obtive sucesso. Fiquei muito frustrado e deprimido, mas continuei a

trilhar o meu caminho rumo a tão sonhada graduação. Porém, como nada na vida

é em vão, descobri que a Unesp de Assis oferecia um cursinho comunitário e logo

me interessei pois era ali, naquele campus,onde eu inicialmente pretendia cursar

História ou Letras - quanta dúvida e hesitação! Posteriormente consegui a vaga no cursinho e, juntamente com ela uma dúvida

enorme: “E agora? O que vou fazer? A qual dos cursos irei me dedicar?”. Durante este período, uma das alunas universitárias que

ministrava aulas no cursinho da Unesp me questionou a respeito da possibilidade de

prestar vestibular para Geografia no campus da cidade de Ourinhos para que pudesse

simplesmente testar os meus conhecimentos. Já era o ano de 2010. Aceitei a

sugestão, fiz a inscrição do vestibular pelo próprio cursinho, fiz a prova e... PASSEI! Novamente fui tomado pela dúvida:

“Vou ou não vou?”. Viagens diárias, uma nova cidade que não conhecia, horas na estrada, documentos e mais documentos,

ônibus fretado (mais um gasto). Aceitei o desafio e decidi ir. A saga tem inicio em agosto do mesmo - 2010. Começam as

aulas e a correria que já não era pouca só faz aumentar. Que loucura era trabalhar no comércio de segunda a sábado durante

todo o dia e ainda estudar a noite, pegar a estrada, chegar em casa sempre de madruga, tão cansado e no outro dia (em

algumas horas) de novo. No final das contas, até que era muito bom viajar no ônibus, ter contato com vários estudantes

trabalhadores que compartilhavam da mesma experiência que eu, participar das festas, aniversários, debates e até alguns desentendimentos. Também existiram inúmeras

Page 17: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

17

vezes em que o ônibus quebrava na estrada e foi assim que, em um determinado dia, até carona com uma ambulância eu peguei. Caronas existiam de toda forma imaginável...

Era um desespero sem fim (ainda mais quando era dia de prova de geologia, pedologia, geomorfologia e clima) uma verdadeira loucura o ônibus quebrar e a minha angustia

era imensa. Sem contar que todos os dias eu chegava atrasado às aulas por culpa do ônibus que rodava Ourinhos inteira antes de chegar ao campus. Tudo isso se passou por

pouco mais de cinco anos, pois neste meio tempo precisei me “dedicar” a algumas D.P.s que me assombraram durante o curso. Não foi nada fácil vivenciar este período, mas

amadureci bastante. Conhecer, estudar e viver a Geografia passou a ser para mim algo maravilhoso, um verdadeiro presente que não imaginaria ganhar. Conheci e trabalhei

com professores incríveis como Cristina e Márcia, fiz amigos que fazem parte da minha vida até hoje como Débora Jurado, Ângela Machado, Márcia Dias, Edna Marquez,

Magda Laís, Fátima Costa, Estevão, Thais (todos da 9ª turma de 2010). Juntos vivenciamos alegrias e tristezas, trabalhos de campo maravilhosos, muitas experiências e

aprendizados. Durante a graduação tive a oportunidade de ser bolsista do PIBID, algo que me proporcionou ser o profissional que me tornei hoje, trabalhando com o ensino

de Geografia e formação de professores - tema pelo qual discorro no meu TCC seguindo este mesmo caminho, concluindo, além da licenciatura, o bacharel. Hoje sou

Professor concursado na rede pública do Estado de São Paulo e curso o Mestrado em Geografia na Universidade Estadual de Londrina UEL. Sou casado e muito feliz.

Deixo aqui uma pequena parte da minha história e trajetória durante a passagem pela graduação na Unesp Ourinhos que muito contribuiu em minha vida. Não poderia

deixar também de homenagear as pessoas da minha família que tanto me apoiaram e incentivaram a prosseguir: Minha mãe Josefa Rodrigues Oliveira, meu companheiro

Marcos Dutra, minha irmã Cristina Rodrigues e os meus sobrinhos Mariana, Juliana, Robson e Manoela. Espero que todos que passarem pela Unesp Ourinhos tenham a

oportunidade de vivenciar todas as experiências pelas quais passei. A Geografia é uma ciência maravilhosa e que deve ser vivida por todos. Aos meus mestres, também deixo

a minha eterna gratidão e carinho.

Um grande e forte abraço, Cristiano Manoel Alves / Abril 2018.

Page 18: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

18

Danielle da Silva – 5ª Turma (In memoriam)

Todos dizem que a Universidade é a melhor época da vida de uma pessoa, que neste período definimos muita coisa do nosso futuro,

formamos nossos gostos musicais, políticos e fazemos amigos para a vida toda. Sim, é verdade! Conheci muitas pessoas que levo comigo

no coração, uma dessas pessoas foi a Dani, forte, decidida e amiga. A Dani nos deixou em 2014 e com ela levou um pedacinho de cada um

que conviveu com ela, deixou saudades que apertam o peito e me faz ficar emocionada pelo simples fato de estar aqui escrevendo sobre ela.

Dani foi uma das minhas primeiras amigas na universidade e todas as vezes que penso nela é com muito carinho e compreendimento, sim

compreendimento, de como somos vulneráveis a vida e devemos sempre demonstrar o quanto gostamos de quem está ao nosso redor, isto

pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade. Eu nunca vou esquecer de como a Dani foi alegre o tempo que viveu conosco.

Bruna Camargo Soldera

A UNESP possibilitou conhecer pessoas ímpares, entre elas a Dani. A aproximação com ela foi devagar. Aos poucos percebemos que

tínhamos muito em comum e isso criou uma amizade cheia de confiança, na qual nossa fragilidade perante ao mundo podia ser exposta

sem julgamento. O jeito que ela encarava a vida era mais madura que a maioria de nós. Por isso, na sala de aula era bastante crítica,

ainda que nem sempre expusesse isso, nossas conversas informais sobre as aulas e a situação da geografia sempre foram muito

construtivas. Era, ainda, uma baita parceira de festas. Definitivamente estar em um campus como o de Ourinhos nos possibilitou viver

intensamente as experiências que uma universidade oferece e que pra Dani foram incomparáveis. Ainda, todas as vezes que faço

algum trabalho acadêmico ou escrevo um artigo sinto falta das nossas conversas nas redes sociais, já gostávamos da mesma área,

esses momentos me ajudavam a clarear as ideias.

No meu primeiro dia de aula acabei indo morar na mesma república que a Dani. Durante alguns anos dividimos a casa, as contas, as

comidas, os risos e os choros. Assim como a maioria de nossa turma, a Dani havia deixado a casa dos pais em São José dos Campos e

partido em busca de suas realizações na UNESP/Ourinhos. A princípio morar em uma republica possibilitava uma aproximação afetiva e

um apoio mutuo nos momentos mais difíceis, sendo assim compartilhamos inúmeros momentos incríveis: festas, aniversários, trabalhos de

campo, jogos, músicas e muita conversa jogada fora. Em 2008, participamos de um encontro da SBPC em Campinas, onde conhecemos o

professor Aziz Ab’ Saber, ainda me lembro da alegria que tomou conta de nós naquele momento. A Dani era uma pessoa decidida, com

uma personalidade forte, carinhosa e que certamente, além das saudades, deixou um grande exemplo de força e determinação.

Juliana Marina Zanata

Barbara Jordão

Page 19: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

19

* Danielle da Silva foi diagnosticada com fibrose cística em julho de 2010, tendo que se ausentar de Ourinhos, terminou de cumprir as disciplinas restantes em regime domiciliar. Nesse período, entre várias internações e dois transplantes de pulmão a Dani conclui a licenciatura em Geografia, infelizmente em agosto de 2014 ela nos deixa.

Page 20: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

20

Elisabete de Fátima Farias Silva – 7ª Turma

UNESP Ourinhos: raízes e asas

Apaixonei-me pela Geografia quando estava no cursinho pré-vestibular, em São José dos Campos/SP. A razão da paixão era a capacidade que tinha meu professor em

argumentar, geograficamente, sobre quaisquer acontecimentos entre o Céu e a Terra – brinco eu ao lembrar de suas aulas que, lúdica e criticamente, relacionava os

elementos físicos e sociais como eu nunca antes havia aprendido em outras disciplinas escolares.

Já havia prestado vestibulares para Arquitetura e Urbanismo e não obtive êxito. Em seguida, prestei para Geografia no único vestibular disponível meio de ano no estado de

São Paulo: UNESP Ourinhos. Logo que saiu o resultado, fiquei feliz – mas confesso que só havia prestado para “treinar”, Ourinhos nunca esteve nos meus planos

geográficos. Por pressão dos meus pais, lá fomos nós fazer a matrícula e, realmente, Ourinhos é longe. Depois da matrícula, na longa viagem para casa, comentei com minha

mãe que não gostaria de voltar para estudar naquele campus porque já tinha trabalhado em mim a autoconfiança perdida nos vestibulares fracassados anteriormente. Pois ela

me disse que não, eu voltaria e estudaria em Ourinhos aquele semestre e, então, poderia prestar o vestibular no fim do ano caso quisesse. Pois bem, assim obedeci! E

Ourinhos me preencheu de realizações. Por lá permaneci 7 anos, mudando-me de cidade apenas para ingressar no mestrado, na UNESP, Rio Claro.

Fui aluna do campus em seu segundo prédio, de 2007 a 2012, e, estar entre plantações de eucalipto, na sem fim e esburacada Av. Vitalino Marcusso, convivendo com poucos

alunos de apenas um curso de graduação e bem longe da cidade natal, fez com que Ourinhos fosse vivida por mim com uma intensidade ímpar: grande dedicação aos estudos

e às pessoas. Consegui conciliar boas notas, com festas, amores, extensão e pesquisa. Na faculdade, sempre vivi em república e como isso foi bom: a cada desentendimento,

uma oportunidade para melhorar; a cada choro por saudades dos familiares e amigos, uma oportunidade para se aconchegar entre os novos; a cada falta de dinheiro, falta de

paciência e falta de compreensão, um passo para o crescimento pessoal. E como crescemos, mulheres... Na república “Chapada das Mangabeiras”, vivemos várias festas

animadas, com muita música popular brasileira, cerveja, disco voador, presença das várias “tribos” e inúmeros bons momentos. Quem foi em uma de nossas festas,

certamente terá uma boa história para contar!

Já no bacharel, descobri-me grávida. Um mundo novo estava por vir, transformações infinitas que até hoje ressoam em mim. Meu filho Joaquim, com 5 meses, assistiu a

apresentação do meu TCC. Foi uma vitória imensurável. Talvez mais do que quando defendi minha dissertação, em 2016. Quiçá seja um sentimento parecido com o que

terei em 2020, quando defenderei minha tese, na Unicamp, e, agora com dois filhos: Iara, atualmente, com 6 meses e Joaquim com 6 anos. Também tive mais um presente da

UNESP Ourinhos: o encontro que já dura mais de 7 anos com meu companheiro Rafael.

UNESP Ourinhos: aprendizados, intensidade, saudades, admiração. O lugar onde minha geografia fez raízes e, ao mesmo tempo, criou asas.

Page 21: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

21

Estevão Conceição Gomes Junior – 9ª Turma

O ponto de partida é que a Universidade transforma. E por mais que estranho que possa soar, essa transformação é encantadora.

Desta forma, o dilema é: estamos preparados para essa mudança? Não havia dúvidas que a licenciatura seria uma escolha. Talvez a

licenciatura fosse a única escolha profissional que de fato me faria feliz

Viver a Universidade é uma escolha que exige renúncias, das mais variadas magnitudes.

Com isso, sendo da 9ª turma de ingressantes (ano de 2010) percebi que a

Unesp/Ourinhos vivia o sucesso de suas conquistas, mas vivia ainda mais as dificuldades

de algumas mazelas. Para superar essas mazelas tínhamos, por exemplo, o envolvimento

com pesquisa e extensão universitária. E foi bem aí, na extensão universitária com o

Projeto Colóide que localizei onde e como também viveria a Universidade.

Ourinhos foi uma surpresa. A Unesp/Ourinhos foi uma ótima surpresa. Lá não tive apenas a

teoria, mas régua e compasso para buscar aquela tal felicidade que comentei

anteriormente...Aristóteles que o diga! E hoje, inserido no mercado de trabalho como professor

de Geografia observo como a sociedade precisa de nós. Não há dúvidas que temos muito a

oferecer. E que passemos a encarar a Geografia como uma ciência integradora, que analisa o

físico, o humano, o biológico, o filosófico e por aí vai.

Mas a única certeza que fica é que os momentos foram mais de amores do que desamores. Penso que tudo se deveu as relações que

construímos, as idas e vindas, o suporte e a certeza que ser professor é mais do que ensinar...é educar.

Page 22: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

22

Fabíola Magalhães Andrade – 5ª Turma

Antes da faculdade: Difícil classificar ou definir meu lugar no mundo; era apenas uma menina

feliz, risonha, sonhadora e romântica! Gostava de ensinar quem estava disposto a me ouvir.

Paulista e paulistana, porém, vivendo os episódios da vida entre interior e capital. Quando do

ingresso na graduação residia em “Cerquilho”, a famosa cidade que virou referência para um

dos meus apelidos (outros eram “Santinha” e “Palhaça”) e Trabalho de Conclusão de Curso.

Foi apenas um treino, em uma carreira de Ciências Humanas. Que mudou para sempre minha

vida... Durante a faculdade: Ingressei na V turma da UNESP Ourinhos, em 03/08/2006 (dia

da matrícula). Todos os trabalhos de campos foram incríveis, pois me deram a chance de

conhecer várias partes do Estado! O primeiro campo para Vila Velha e Ibaiti (PR), da

disciplina de Geologia (MC Perusi, com os melhores exemplos didáticos gastronômicos) foi

marcante! Atravessar uma cachoeira apenas segurando uma corda duvidosa e ganhando ajuda do cara com quem mais briguei durante a graduação, não estava em meu

“roteiro/wish list” (campo de Teoria da Paisagem em Brotas/SP). Conheci pessoas incríveis em Ourinhos! Meus amigos para a vida! Tive como parceiro uma pessoa

maravilhosa, uma promessa do geoprocessamento; a mana sagaz dos mapas táteis e o estrategista geopolítico mais coerente do universo! Fiz parte de projetos temáticos no

Parque Ecológico e com o grupo de Presidente Prudente (bacias hidrográficas), no Núcleo de Ensino (turma pioneira do Ensino de Geografia) e Iniciação Científica, na área

de Geoprocessamento. No TCC realizei um mapeamento de uso da terra de Cerquilho! Houve uma festa memorável, em que eu dancei forró boa parte da noite (finado

“Técnicos Bar”, em frente a ETEC)! Fui homenageada com Prêmio CREA - SP de Formação Profissional 2011 - Melhor desempenho acadêmico no curso de bacharelado em

Geografia. Em 2007 uma greve me impediu de fazer o campo de Pedologia. Mas as pautas tinham sentido, naquela época. Então o sacrifício valeu.

Depois da faculdade: Concluí a Licenciatura em 2010 e o Bacharelado em 2011, conforme previsto. Permaneci na UNESP durante o Mestrado (Ciências Ambientais) e em

2016 ingressei no curso de Doutorado em Geografia Física, na USP. Trabalho com bibliometria de produções científicas no Boletim Paulista de Geografia (esse assunto me

empolga!). Também sou docente titular em uma ETEC, e atualmente vivo em três locais distintos (totalmente “vida loka”: Cerquilho, Tietê e São Paulo). Cresci muito em

todos os sentidos! A crítica que sempre me acompanhou, permanece em constante evolução! Para quem escolheu Geografia: “Siga adiante e até o fim, pois somente a

Geografia te permitirá entender as entrelinhas, muito além da descrição e dos detalhes”.

Page 23: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

23

Franciele Miranda Ferreira Dias – 2ª Turma

Antes da Faculdade...

Ingressei na UNESP de Ourinhos no ano de 2004, na segunda turma, período matutino. Antes da faculdade, cursava o ensino médio na rede pública, na cidade de Santa

Cruz do Rio Pardo -SP, localizada a 30km de Ourinhos. Desejava fazer faculdade de Geografia com o intuito de prestar concursos para cargos públicos destinados à

geógrafos.

Durante a Faculdade

Durante o curso, iniciei um projeto de iniciação cientifica, financiado pela FAPESP e orientado pela profa Dra Marta Luedemann, resultando no trabalho de conclusão de

curso “O processo de ocupação do espaço urbano do município de Ourinhos-SP”. Finalizei o curso de licenciatura e bacharelado em geografia no ano de 2009.

Depois da Faculdade

Inseri-me no ano de 2009 como professora PEB II na prefeitura municipal de Ourinhos, sendo uma experiência ruim a qual me desmotivou quanto à continuidade na

carreira docente. De tal modo, durante o ano de 2010, tornei-me “concurseira”, buscando cargos não atrelados à geografia. Porém, em face do insucesso dessa fase, iniciei em

2011 o curso de mestrado em Geografia na Universidade Estadual de Maringá, com a dissertação defendida em abril de 2013, com o título de “Segregação Residencial na

cidade de Ourinhos-SP”, orientada pela profa. Dra. Tânia Maria Fresca. Concomitantemente, tornei-me professora efetiva na rede pública paulista, ingressando na cidade

de Santa Cruz do Rio Pardo e, em 2014, transferi o cargo para a escola “E.E. Profa Josepha Cubas da Silva”, em Ourinhos. Atualmente estou finalizando minha tese de

doutorado, na Universidade Estadual de Londrina também orientada pela profa Dra Tania Maria Fresca. Passei a valorizar a formação que obtive na UNESP Ourinhos a

partir do momento em que iniciei o mestrado e posteriormente o doutorado, por ter me proporcionado os elementos necessários para o desenvolvimento da minha carreira

acadêmica.

Page 24: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

24

Gabriel Ferreira Damasceno – 6ª Turma

URUAÇU, 30 de Agosto de 2018

Meu nome é Gabriel Ferreira Damasceno, nascido e criado em Monte Alto no interior de São Paulo, cidade essa

que poderia ser objeto de estudos para muitos Geógrafos, devido aos mais variados problemas sócios ambientais.

Por mais propício que este cenário seria para um jovem observador, jamais me passou pela cabeça fazer um curso

superior em Geografia, além do mais, não tinha ideia do que escolheria para meu futuro.

Enquanto eu observava as mudanças na paisagem nas viagens em família, tanto para o litoral como para o interior

nas áreas rurais, construía inconscientemente um conhecimento que ajudaria mais para frente a me direcionar e

ter um “olhar crítico”.

Passei minha infância ajudando meus pais aos finais de semanas, em um mercadinho, sempre revezando com os trabalhos voluntários, que me proporcionou o contato com

vários setores da sociedade, além de observar o modo de vida e as dificuldades enfrentadas por diversas famílias. Paralelo a isso, as idas e vindas na fazenda do meu tio-avô,

também no interior de São Paulo, me despertava o interesse pelo lado ambiental, passava horas do meu dia procurando minerais na estrada de chão em meio aos cascalhos

jogados para cobrir buracos e nas matas observando as plantas e os animais.

Enfim, minhas aulas de Geografia no colégio nunca foram as que mais prendiam minha atenção, além de que nunca tive uma aula de campo, me refiro a isso por ser o ponto

chave para entusiasmar um jovem.

Quando chegou a hora de escolher a profissão, parecia que eu estava perdido, tanto é que não me lembro de ter escolhido a mesma opção de curso nos diferentes

vestibulares. O único vestibular que eu me inscrevi e que meu pai não queria pagar era o da UNESP no meio do ano para o curso de Geografia. Parece engraçado, tive que

convencê-lo a pagar e depois quando achei meu nome na lista de espera, escutar que eu não tinha passado direto.

Felizmente a desistência de alguns me deram a oportunidade de ingressar em uma universidade pública. Essa alegria foi despertada no momento em que meus amigos foram

em casa me buscar para arrecadar dinheiro no semáforo para as comemorações. Tudo foi muito rápido, correr atrás dos documentos e de repente acordar as cinco horas da

manhã rumo a uma cidade que nunca havia ido ou ouvido falar.

Nesse pequeno prazo de tempo, as pessoas me abordavam para me falar da grandiosidade da universidade que eu entrara, eu ficava sonhando como se fosse um lugar

perfeito e sem problemas. Não sabia das dificuldades que o campus de Ourinhos já tinha passado antes do meu ingresso. E ao entrar no portão lateral do campus, confesso

que fiquei pensativo, do que eu estaria fazendo naquele lugar, com árvores ainda pequenas, ainda incapazes de fazer sombra, um campus tímido, não tão atraente ao olhar de

novos alunos. Questionei meu pai e falei que queria voltar para casa. Hoje lembro da resposta dele “você escolheu vim, agora tem que enfrentar”.

Page 25: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

25

Em nenhum momento da minha vida, tantas pessoas me abordaram ao mesmo tempo, parecia que eu estava em outro planeta, todos me perguntavam de onde eu vim e já

me ofereciam lugar para ficar. Fiz minha matrícula com as pernas tremulas e ao sair me deparei com o momento mais temido e esperado, o trote. Fiquei uma boa parte da

manhã passando por brincadeiras, por fim queria ir embora e meu pai queria que eu ficasse mais, por fim foi bem legal.

Após isso, iniciou-se um novo capítulo da minha história. Cercado de medos e insegurança, fui recebido muito bem na República Sua Tia. Recém-chegado a Ourinhos, só

tive tempo de deixar minha mala e partir rumo ao primeiro dia de aula. Ao decorrer do tempo, as incertezas ainda me sondavam, ainda mais com a notícia da primeira nota

de prova da disciplina de Geologia, em que fui agraciado com a nota 1,75. Depois de chorar para a Professora Cristina, pessoa mais especial que conheci na faculdade, me

incentivou e superei a dificuldade, além de construir uma história de amizade verdadeira, me tornei orientando por todo o período da graduação. Foram muitos trabalhos de

campo e eventos, ao lado de uma equipe de amigos que formavam uma família e renderam romances. Esses aprendizados foram responsáveis por grande parte do meu

amadurecimento pessoal e profissional, desde a experiência de monitor da disciplina de Geologia, as bolsas de iniciação científica e participação do projeto Colóide.

Após formado, fui aprovado no Programa de Pós Graduação em Agronomia em Botucatu e Jaboticabal, sendo a última cidade escolhida para cursar o mestrado.

Logicamente que meu caminho foi influenciado pela Professora Cristina. Após me dedicar e sentir resistência por ser geógrafo, prestei vestibular e ingressei na Unesp como

aluno do curso de Agronomia.

“Uma vez Geógrafo, sempre Geógrafo”, após formado me dediquei a linha de pesquisa em Gênese, Manejo e Conservação do Solo. Os momentos mais marcantes após o

curso de Geografia, foi quando aprovamos em Jaboticabal um projeto de Ensino de Solos, o “Projeto ECOS –

Educação Ambiental em Formação e Conservação do Ecossistema Solo”, em que fui um dos idealizadores. Outro

momento marcante foi no último ano da graduação em Agronomia em que minha turma realizou uma viagem, em que

ajudei a organizar o roteiro, e tive a felicidade de passar um dia com uma turma no Parque Estadual Turístico do Alto

Ribeira (PETAR), sendo esse dia muito gratificante, pois “senti na pele” a Geografia. Após esse dia, viajamos por mais

13 dias no sul do país, e revivi roteiros de vários Trabalhos de Campo que fiz com amigos da Unesp de Ourinhos.

Aproveito para ressaltar a importância de aproveitar e defender a Universidade Pública! Obrigado UNESP Ourinhos

pelas oportunidades, conhecimentos e amizades. Obrigado a todos os docentes e servidores que contribuíram para a

construção e consolidação dessa instituição. Parabéns pelos 15 anos de história e luta! Eternamente grato!

Gabriel Ferreira Damasceno Geógrafo (UNESP/Ourinhos – 2007 a 2012)

Mestre em Ciência do Solo (UNESP/Jaboticabal – 2012 a 2014) Engenheiro Agrônomo (UNESP/Jaboticabal – 2013 a 2018)

UNESPIANO

Page 26: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

26

Joelson Rodrigues de Oliveira Souza – 5ª Turma

Inicialmente, agradeço a oportunidade de relatar e imortalizar a minha experiência. Acredito que a essência de nosso ser é

definida pelas experiências e pelas influências que temos em nossas trajetórias.

O período de 2006 – 2011 foi para mim um divisor de águas. Não se trata somente do período em que eu me graduei e

defini o que seria da minha carreira profissional, afinal, a vivência acadêmica consiste em uma das nuances que tangenciam

esse período. A aquisição da responsabilidade, o estreitamento de relacionamentos, a independência, a autonomia e uma

série de vivências extra universidade, também complementam esta experiência de modo bastante significativo.

Como todas as pessoas, a minha relação com a Geografia começa no início da vida, aceitando que, por definição, esta

ciência intermedia uma leitura crítica do mundo que nos cerca e

portanto, aflora antes mesmo da consolidação da Geografia como

ciência acadêmica. Todavia, a Geografia como carreira só se iniciou após a conclusão do colégio, por intermédio de

professores e de amigos que já estavam inseridos na universidade.

O início da minha vida acadêmica pode ser grosseiramente vinculado ao vestibular de meio de ano de 2006. Fiquei na

lista de espera e sem noção da rotatividade das vagas, me convenci que não seria possível ser aprovado. Foi o

telefonema do Eric que me instigou

Já conhecia o curso por meio de um grande amigo que havia ingressado no ano anterior. Na data da confirmação da

matrícula, o Eric telefonou, me instigando a registrar interesse pela vaga. Cabe salientar que, nesse período, os alunos

deveriam demonstrar tal interesse presencialmente e sem a certeza da efetivação da matrícula.

Naquele momento, eu não havia me preparado financeiramente para ir a Ourinhos, o que me levou a vender, às pressas, sucata de alumínio da serralheria do meu pai de

manhã para custear a viagem à tarde.

Me lembro de ver a cidade pela primeira vez se desenhar no horizonte e dizer ao meu irmão: “Aqui eu irei passar os próximos cinco anos da minha vida.”

Mal sabia que esta era uma visão limitada do que estava por acontecer. Seria ali que eu definiria minha vida até os dias de hoje e aquele período iria moldar minha

idiossincrasia para sempre. Ao me deparar com o campus, estranhei o tamanho que destoava do padrão ao qual eu vislumbrava. Me dei conta que se tratava de um campus

experimental ainda em consolidação. Esse quadro foi muito importante, pois permitiu aos discentes a criação de uma forte identidade com o espaço se sentindo pertencentes

a cada conquista na busca pela ascensão e solidificação do curso.

Page 27: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

27

Contudo, o enriquecimento acadêmico corresponde a uma importante etapa desse processo, materializados na figura

estrutural do espaço, dos trabalhos de campo, dos professores que se desdobraram para fazer o melhor possível em uma

estrutura ainda em consolidação. E essa experiência não pode ser dissociada das relações intrapessoais envolvidas.

Assim, se torna essencial contemplar neste relato os colegas de curso, os companheiros de república e mesmo os

professores aos quais tivemos a oportunidade de manter um laço bastante estreito, em função do tamanho da cidade e

do campus.

Mesmo distantes, não poderia deixar de citar a importância da minha família na minha formação. O apoio deles foi

preponderante para que eu me tornasse quem eu sou. Tudo o que eu sou hoje é reflexo do trabalho e da honestidade

que me foi referenciada no berço da minha família.

Incorporado a isso tudo, o desenvolvimento do senso de responsabilidade passa a ser aflorado de forma muito mais intensa, pois distante da família, o gerenciamento da

própria vida se faz inevitável. Minha vida foi marcada de forma ainda mais intensa. Foi nesse período que encontrei a pessoa que me completa, compartilhando o amor pela

Geografia. Minha companheira de todas as horas, a quem eu pretendo passar toda a vida: minha esposa Juliana.

Logo no começo da faculdade, me inseri no cursinho da faculdade, o CACU-O ainda em um projeto embrionário. Isso foi determinante para que eu pudesse estabelecer o que

seria da minha vida profissional. Logo me familiarizei com a docência, contradizendo minhas próprias expectativas iniciais. Pude me identificar com a profissão e me

apaixonar pelo caráter humano intimamente ligado a ela. Minha carreira estava definida. Atualmente, leciono em um conceituado colégio em São Paulo e a minha

consolidação profissional não teria sido possível sem a influência da UNESP – Ourinhos.

Cada professor, amigo, familiar e companheiro que fizeram parte da minha vida nesse processo, corroboraram para que eu me tornasse quem eu sou hoje. Hoje vejo a

ascensão do campus e tenho muito orgulho de ter feito parte dessa história, ainda nos seus primeiros anos de formação.

Page 28: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

28

Juliana Marina Zanata – 5ª Turma

Sou a Juliana Marina Zanata, fiz parte da quinta turma da Unesp/Ourinhos. Minha trajetória geográfica começa

muito cedo. Graças aos meus pais, meu passatempo preferido era montar um quebra cabeça com o mapa do Brasil,

assim fui me familiarizando com os estados, capitais, rios, escala. Também gostava de colecionar “pedras” que

encontrava no sitio onde morava.

Prestei vestibular algumas vezes para o curso de História, convicta de que essa seria minha escolha profissional.

Cheguei a ser aprovada na UEM, para ingressar no curso em março de 2007. Eis que no dia 31/08/2006, recebi

uma ligação do Márcio (DTA) dizendo que havia uma vaga no curso de geografia, e é assim que minha vida muda

radicalmente.

A princípio tudo é muito diferente, venho de uma cidade muito pequena, chamada Torrinha (que depois passa a

ser meu apelido de bixete), fiquei alojada durante 6 meses na Rep do Pato (republica que acabava de ser formada pela Anahi, Nara, Dani e a Crisinha), e em janeiro de 2017,

passo a ser integrante definitiva. A recepção que tive dos veteranos e depois das meninas de casa, me ajudou muito nesse processo de transição. A certeza de que geografia

era realmente o que eu queria, se deu com o primeiro trabalho de campo, oferecido na disciplina de Geologia.

Me lembro da sensação de entrar em uma mina de carvão, da imensidão das formações rochosas do Parque

Estadual de Vila Velha, da primeira experiência de uma viajem em grupo, da primeira noite em um alojamento... e a

certeza que de era isso o que realmente queria.

Desenvolvi um projeto de pesquisa, no qual obtive dois anos de bolsa de iniciação científica financiado pela Fapesp,

sendo orientada pela professora Maria Cristina Perusi. A pesquisa consistia em analises físicas e químicas dos solos

em uma erosão urbana (quase no quintal do campus) e depois em uma erosão rural.

Page 29: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

29

No último ano, tive uma bolsa de Treinamento Técnico, onde auxiliei o professor Edson Luis Piroli em uma

pesquisa e mapeamento das áreas de preservação permanente do Rio Pardo. Essas experiencias com a pesquisa

contribuíram muito para minha formação acadêmica e pessoal. Graças elas, participei de vários congressos, conheci

lugares e pessoas incríveis. Essa trajetória também contribuiu para o ingresso no mestrado em 2012.

Em 2014 fui aprovada no concurso da Secretária Estadual da Educação e desde então ministro aulas de geografia na

rede estadual de São Paulo para alunos do ensino fundamental e médio, atualmente no município de Osasco. Tento

mostrar para cada um dos meus alunos a importância da Geografia na vida de cada um deles e sempre incentivo a

fazer uma graduação em uma Universidade Publica. Em outubro de 2017 me casei com o Joelson, também conhecido

como “Feijão”, fizemos parte da mesma turma da graduação e hoje compartilhamos uma trajetória de amor,

companheirismo e admiração nesse espaço geográfico.

Page 30: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

30

Trabalho de campo de Geografia da População no Brás, São Paulo (2006)

Julio Cesar Demarchi – 3ª Turma

Decidi cursar Geografia na adolescência e desde criança quis ser professor. Creio que comecei a gostar desta ciência vendo os cadernos e livros das

minhas irmãs mais velhas, mesmo que eles só contivessem mapas tirados no papel vegetal e listas de capitais dos países.

Nasci em família pobre, filho de um agricultor e de uma empregada doméstica, e comecei a trabalhar aos 16 anos para ajudar no sustento da

família. Não tinha condições de morar fora para estudar, e por um momento pensei em cursar Letras ou História na cidade de Jacarezinho – PR,

para poder continuar trabalhando e viajar todos os dias no período noturno. Porém, para minha surpresa, a Unesp inaugurou um câmpus e um

curso de Geografia em Ourinhos, a 30 km da minha cidade natal (Santa Cruz do Rio Pardo), no ano em que concluí o Ensino Médio. O que para

qualquer pessoa poderia parecer mera coincidência, para mim foi um sinal e a certeza de que deveria estudar Geografia.

Concluí o Ensino Médio em 2003 e ingressei na Unesp no 2º semestre de 2004. Tendo

pertencido à 3ª turma do curso de Geografia, realizei o 1º ano do curso ainda no prédio

improvisado da Vila Perino, que possuía apenas duas salas de aula, sete professores, poucos

laboratórios e acervo limitado na Biblioteca. Logo no 1º semestre de 2005, realizamos uma greve de quase 2 meses, que

foi apoiada por todos os alunos e forçou a Prefeitura de Ourinhos a construir o câmpus da Av. Vitalina Marcusso, onde o

curso se estruturou, cresceu e funcionou até o ano 2016. As dificuldades por mim enfrentadas no decorrer do curso foram

muitas: trabalhei durante os cinco anos da graduação e viajei diariamente a Ourinhos. No 2º semestre de 2007, ingressei

como servidor administrativo no câmpus, permanecendo no mesmo das 8h às 23h durante o período letivo. Apesar das

limitações de tempo para estudar e desenvolver projetos de iniciação científica, consegui aproveitar bem o curso,

participei de todos os trabalhos de campo, dos eventos acadêmicos promovidos pelo curso e desenvolvi um bom TCC,

mas a principal memória que guardei do curso foi das amizades construídas e do esforço coletivo da comunidade

acadêmica pelo crescimento do câmpus e pela melhoria da qualidade do curso de Geografia.

Infância no sítio. Aos 10 anos.

Page 31: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

31

Concluí a licenciatura em Geografia no 1º semestre de 2008 e o bacharelado no 1º semestre de 2009. Cursei o mestrado em Agronomia na FCA/Unesp, em Botucatu,

concluindo-o em 2012 e, após um período de descanso, ingressei no doutorado em Geografia na FCT/Unesp, em Presidente Prudente no ano 2015, realizando pesquisas nas

áreas de conservação do solo e hidrologia com o uso de modelagem e das geotecnologias. Continuo trabalhando na Unesp na área administrativa, mas desejo ingressar na

docência após a conclusão do doutorado.

Tendo feito parte da comunidade acadêmica da Unesp/Ourinhos desde o ano 2004 e vivenciado o cotidiano dos três prédios em que o

câmpus funcionou, pude notar seu crescimento ao longo dos anos, bem como seus problemas passados e atuais. Portanto, acredito que

mesmo sendo o menor câmpus da Unesp em número de cursos, docentes e servidores, e tendo ainda o caráter de câmpus experimental,

“Ourinhos não é pequeno” pelo fato de formar cidadãos, fornecer ao mercado de trabalho e aos programas de pós-graduação bons

profissionais e pesquisadores, e transformar vidas, considerando que a maioria dos alunos formados não possui condição socioeconômica

familiar favorável. O curso de Geografia de Ourinhos não deve nada para os principais cursos do país em termos de qualidade, pois

apesar de algumas limitações estruturais, sua força está nos recursos humanos que o compõem. Apesar da desvalorização profissional e

financeira dos professores em geral e do mercado de trabalho ainda restrito do geógrafo (bacharel), a profissão é essencial nos dias atuais

por estimular o pensamento crítico e a compreensão da realidade em seus aspectos sociais, políticos, econômicos, ambientais e culturais,

exigindo dos profissionais geógrafos, portanto, o compromisso com a verdade e com a denúncia as mazelas sociais e dos problemas

ambientais.

Monumento Mitad del Mundo (latitude 0º), no Equador (2017)

Page 32: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

32

Letícia Bagnatori Giamarco de Oliveira – 12ª Turma

Eu; a Geografia et al.: antes, durante e depois da Unesp/Ourinhos

A união e o amor de uma família são tesouros valiosos que uma pessoa deve desejar nesta vida. Faço parte de uma família

que reside no interior de São Paulo- Timburi uma cidade conhecida como Janela do Poente, que possui as mais belas

paisagens naturais da região. Neste belíssimo cenário, encontramos a família Bagnatori: vovô Antônio, vovó Dirce, tio

Toninho, mamãe Denise e Letícia a menina curiosa que sonhara em ser professora. Este sonho surgiu aos sete anos por

influência da minha mãe, que é uma excelente professora. Optei pela Geografia, pois me identifico com a relação entre as

pessoas e a natureza.

2013 - Ano em que iniciei o curso de Geografia pela Unesp-Ourinhos, fiz parte da

12ª turma. Conheci pessoas incríveis que levarei para sempre em minha memória:

colegas de turma, professores, amigos mais chegados que irmãos, enfim, boas

recordações. Um fato marcante ocorrido durante meu último ano na universidade, foi meu casamento em 2016, iniciei um novo

capítulo em minha história ao lado do meu esposo Davi. Encontrei o amor verdadeiro, carinho, respeito e companheirismo. Deus me

abençoou e meus sonhos se tornaram realidade, hoje posso dizer que me sinto realizada com minha família e profissão.

Atualmente leciono Geografia no “Colégio Jean Piaget”, no município de Jacarezinho-PR. Minha missão é fazer com que

meus alunos possam se tornar pessoas críticas e conhecedores dessa ciência tão fascinante. Permita-me uma metáfora:

“Assim como na Geografia, viver é vencer os relevos, os altos, os baixos, contornar obstáculos, percorrer longas

planícies e a cada rocha que a vida oferecer, fazer dela um degrau e subir”. Nesse ano de 2018 conquistei minha 2ª

Graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional é uma vitória atuar na Educação. “Tu te tornas

eternamente responsável por aquilo que cativas” (A. S. Exupéry). É assim ao longo do caminho para aqueles que

escolhem o bem e não desistem de lutar pelos seus sonhos.

Page 33: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

33

Lucas Vituri Santarosa – 8ª Turma

Decidi que queria fazer geografia pelo interesse nos assuntos ambientais. Como morava em Rio Claro fiz o vestibular para

entrar na Unesp de lá e na USP, foi um choque de realidade. Me matriculei no cursinho comunitário da Unesp e conheci

alguns alunos que vieram da Unesp de Ourinhos. Direcionei meus esforços para entrar na Unesp de Ourinhos, mas com a

intensão de futuramente voltar para Unesp de Rio Claro via transferência. Com grande apoio da minha namorada Juliana,

hoje minha esposa, larguei o emprego e foquei no meu objetivo. Sucesso! Recebo uma ligação informando que fui aprovado,

resolvo alguns assuntos e com pouco dinheiro um colchão enrolado, uma mala e uma mochila vou para Ourinhos.

Em um quarto estranho e muito longe de casa foi o dia que me senti mais assustado em toda minha vida, no dia seguinte me

torno oficialmente aluno da Unesp em 2009. Tenho várias crises e penso em desistir duas vezes. Morei em república e

aprendi a importância da amizade quando estamos longe de casa, fui às aulas e fiquei deslumbrado, entrei no teatro e aprendi a me comunicar melhor, ajudei colegas no

trabalho de campo e laboratório e conheci outras formas de aprender e ensinei e aprendi no cursinho. Tudo isso

enquanto fazia pesquisa, a Iniciação Cientifica mudou minha perspectiva e me fez ficar em Ourinhos. Concluí o

curso em 2013/2014 com o reconhecimento de melhor desempenho da turma e percebi que o sonho de ser

professor poderia ir além.

Escrevo este relato com o título de mestre em Agronomia

e faço doutorado em Geociências e Meio Ambiente na

Unesp de Rio Claro. Sou professor de Geologia da

Uniararas no curso de graduação em Engenharia Civil.

Toda a experiência que tive em Ourinhos foi fantástica e

me proporcionou uma grande formação pessoal e

intelectual. Sinto saudade de tudo e todos, sou muito grato

a todos professores e amigos.

Ourinhos é gigante, a geografia incrível e as experiências inesquecíveis.

Piracicaba, 15 de abril de 2018

Page 34: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

34

Luzia de Jesus Matos – 4ª Turma

Recém aprovada como Professora de Inglês das escolas FISK em Guarulhos, mas residente do município de Arujá despertei para o curso de

Geografia durante os estudos no cursinho da Poli a partir das aulas de Biologia e Geopolítica com as discussões crítico-ambientais

envolvendo a biodiversidade e os conflitos político-territoriais....Sinto ao lembrar que viajei para Ourinhos na tarde de 14 de Agosto de

2005, depois de comemorar o aniversário da minha mãe....

Integrante da 4º turma no vestibular de 2005 tive a alegria da vivência na

república Mafalda pelas amizades que fiz, aprendendo a andar de bicicleta, a

“geografizar” pelos rios de Ourinhos com o amigo “Well” e a tomar banho de rio

com as amigas Mafalda. Lembro com carinho das aulas no novo campus. Fiz

parte do grupo de pesquisa CENPEA da querida professora Luciene C. Risso

minha professora e orientadora da Iniciação Científica FAPESP e TCC. Minha 1º

viagem internacional foi para o 12º Encontro de Geógrafos da América Latina no Uruguai em 2009.... Os

trabalhos de Campo foram marcantes.....Vimos o plantio e o crescimento dos eucaliptos além do desenvolvimento

das voçorocas na Avenida da Unesp com a querida professora e amiga Cristina Perusi......

Concluí a graduação em Abril de 2010. De 2011 até 2014 desenvolvi um mestrado em desastres naturais pela pós-

graduação em geografia física da USP e me casei com o Mário, meu namorado desde o ano em que entrei na UNESP.

Desde 2016 desenvolvo um doutorado na mesma área com a professora Bianca C. Vieira que conheci ainda na

UNESP/Ourinhos. Desde 2013 sou professora concursada da prefeitura de São Paulo. As oportunidades para a Geografia

como profissão são amplas.....basta nossos possíveis empregadores saberem disso.....kkkk. Acredito que nossa “lente

geográfica” ainda será bastante valorizada em um futuro próximo. Então, nos preparemos!

Eu e o Mário em Monte Verde – MG

Page 35: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

35

Patrícia Pompeu Martins – 11ª Turma

Provenho de família de baixa renda, oriunda de São Pedro do Turvo, cidade próxima a Ourinhos, e minha história como Geógrafa

começou em 2012 quando fiz o CACUO (Cursinho Alternativo do Campus da UNESP de Ourinhos), estávamos nos preparando

para o vestibular, no meu caso para o vestibular de fim de ano, porém todos tinham que fazer o vestibular de inverno da UNESP.

Como não havia o curso que eu gostaria de fazer, coloquei Geografia em Ourinhos mesmo, que por fim passei e fui fazer até o

vestibular de fim de ano abrir as inscrições para o curso que eu gostaria de fazer, mas a Geografia me conquistou e optei por

concluí-lo.

Sou da 11ª Turma do curso de Geografia da UNESP-Ourinhos, iniciada

no mês de Agosto de 2012 com término no mês de Agosto de 2017,

ultima turma do vestibular de inverno, até então. De início o que mais

me despertou interesse foram as disciplinas ligadas a área física, como a Geologia, Pedologia, Geomorfologia e

Biogeografia. Os trabalhos de campo de todas as disciplinas me fascinavam, é incrível estudar sobre algo, e depois

ver como ocorre na prática, poder entender com um olhar mais analítico, e não mais com o senso comum o qual

estava acostumada, principalmente sobre as relações sociais e luta de classes. Algo que marcou muito a minha

graduação foi a greve de 2013 iniciada por nós, alunos da UNESP-Ourinhos e logo depois aderida por outros

campus do estado, conseguimos barrar o PIMESP (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público

Paulista) e conseguimos algumas bolsas de permanência

estudantil, inclusive fui uma das alunas beneficiadas, do qual

acredito que seria muito difícil concluir o curso sem bolsas de

permanências e de pesquisas. Na UNESP as amizades que fiz com alunos, funcionários e professores espero levar para toda

a vida, e graças a Geografia encontrei uma pessoa maravilhosa, o qual estou a seis anos juntos.

Após um ano de formada, apesar de não estar trabalhando na área, estou muito grata e feliz por tudo o que aprendi,

conquistei na UNESP-Ourinhos e principalmente pela pessoa que me tornei, devido ao conhecimento adquirido que me

permitiu uma outra visão de mundo. Minhas perspectivas é de retornar à UNESP para um novo curso, mestrado e

doutorado, uma vez UNESP, sempre UNESP. Meu conselho para quem pretende cursar Geografia é que ela não te torna

apenas um profissional, mas uma pessoa melhor.

Page 36: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

36

Paulo Victor Godinho da Silva – 8ª Turma

Sou natural de Piedade, município do interior do estado de São Paulo, passei toda minha infância na área rural, no

bairro das Furnas. Estudei todo o ensino fundamental e médio na rede pública, mas por forte e benéfica influência

familiar pude seguir com os estudos. Vim de uma família muito religiosa e que sempre tirou seu sustento do árduo

trabalho na roça. A foto é dos anos 90, meu avô trabalhando com tração animal.

Entrei na Unesp Ourinhos em 2009, sem saber que essa seria uma extraordinária experiência, e que ela transformaria

profundamente minha visão de mundo e toda minha vida dali em diante.

Comecei no curso de forma despretensiosa, imaginava encontrar elementos para trabalhar na área do bacharelado. Mas

o desenrolar da vivência universitária evidenciou meu verdadeiro caminho, a docência. Minhas experiências no cursinho comunitário, nos estágios e nas atividades como

monitor de disciplinas colocaram luz sobre essa escolha.

O curso foi espetacular, foram cinco anos intensos, tantas lutas, tantas dúvidas, tantas conquistas e infindáveis lembranças. Recordações

dos muitos amigos e amigas, recordações dos tempos de PET e pesquisa, recordações da vida em república e seus tantos aprendizados,

recordações de aulas e textos maravilhosos, recordações de grandes docentes, recordações dos trabalhos

de campo em Paraty, da Serra da Canastra, Serra da Bocaina e tantos outros.

Foi uma monumental experiência humana, profundamente sensível com as causas da geografia crítica.

Entrei no curso como um simples jovem piedadense, deixei o curso como um grande sonhador.

Após a apresentação do trabalho de conclusão de curso e o término da licenciatura e bacharelado, pude

então voltar para Piedade, fui aprovado no concurso para professor da rede pública estadual de São Paulo,

meses depois fui aprovado no mestrado em geografia humana da USP e logo depois fui chamado para

trabalhar na ETEC de Piedade e depois na rede particular Anglo.

Aproveitei toda bagagem que tive na UNESP e criei em Piedade o primeiro cursinho comunitário nos

moldes do CACUO da UNESP Ourinhos, logo depois criei o cine debate Piedade, baseando-se no antigo cine terra vermelha da Unesp.

Coloquei em prática muitos dos aprendizados feitos durante o tempo de unespiano. Mas os principais feitos foram durante as aulas, os

inúmeros debates, as conversas e reflexões com uma parte da maravilhosa e complexa juventude brasileira.

Parabéns UNESP e unespianos, que sejam os quinze primeiros de tantos outros muitos anos que ainda virão.

Page 37: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

37

Raíssa Maria Benedetti Salvetti Teixeira – 11ª Turma

A Geografia me transformou. Antes de descobrir que me apaixonaria por Geografia, prestei Pedagogia logo que terminei o terceiro ano do

Ensino Médio, mas não consegui entrar, meu sonho era estudar em uma faculdade pública, então resolvi esperar mais meio ano e assim

abriu Geografia em Ourinhos. Sempre quis ser professora, não era pedagogia, mas sabia que a licenciatura em Geografia seria o primeiro e

grande passo para essa profissão, e passando por ótimos docentes, posso dizer que inspiração não falta para planejar e dar a melhor aula

todos os dias.

Sai de Itu/SP para Ourinhos para descobrir a maravilha que há na grafia da Terra, nos primeiros

meses de cursos eu já me encantei e a cada semestre a certeza de ser professora e geógrafa era cada

vez mais nítida. Além das aulas, os trabalhos de campo incríveis com grande aprendizado, pois é

em campo que se tem dimensão de como esse mundo é complexo e lindo ao mesmo tempo.

Não posso deixar de citar o conhecimento político que adquiri com as greves que presenciei ver a

luta que temos que passar para poder deixar ao próximo a continuação de uma Universidade com

educação de qualidade, pois sem luta, nada se conquista. Também não posso deixar de mencionar

que aprendi muito com a Atlética nos anos que participei.

Me formei em 2016 em licenciatura e 20107 em bacharel, estou terminando Pedagogia e querendo

estudar mais ainda, talvez uma outra licenciatura, uma especialização, mestrado... Quanto mais eu

aprendo, mais quero continuar aprendendo. Agradeço a todos os docentes pela dedicação, e também

aos servidores que fazem tudo o que o podem pela UNESP e pelos alunos.

Pra você que esta chegando agora ou esta no meio do caminho, não desista a Geografia é

maravilhosa e em nenhum outro curso você irá estudar a ciência que engloba todas as ciências.

Page 38: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

38

Renata Correia Costa – 6ª Turma

O contentamento que sinto hoje ao fazer parte da história da Unesp Ourinhos iniciou-se no dia 10 de agosto de 2007 quanto recebi a

notícia de que tinha passado no vestibular. Com 18 anos, recém habilitada para dirigir, com muitos sonhos na cabeça e pouca

bagagem de vida, nem sequer sabia onde ficava Ourinhos e muito menos se queria mesmo cursar Geografia, mas sentia que aquele

era meu caminho e que aquela oportunidade havia sido mandada sob medida para mim. Apenas um fim de semana para organizar

tudo e, então, no dia 13 de agosto de 2007 comecei uma jornada de 5 anos que me trouxe experiências, vivências, conhecimento e

amizades inesquecíveis.

Durante a faculdade pude conhecer e atuar em um campo até então desconhecido para mim: a pesquisa científica. Participei do

Projeto Colóide desde o primeiro ano e foi por meio dele e sob a orientação da Prof. Dra. Maria Cristina Perusi, carinhosamente

chamada de Cris - que se tornou uma grande amiga e mãe do coração, que desenvolvi pesquisas nas áreas de extensão universitária e

iniciação científica. Participar e conviver com este grupo ampliou meus horizontes de forma a ultrapassar os limites da academia e

adentrar a vida como um todo.

Foi também na Unesp Ourinhos que fiz colegas e amigos dos quais tenho ótimas lembranças e saudade quando me lembro dos

apelidos (diga-se de passagem, eu sou a Xuxa), das festas, das aulas, dos trabalhos de campo, enfim de tempos muito, muito bons.

Dentre esses amigos gostaria de destacar duas pessoas que se tornaram

muito especiais: a Mari e a Lisa. A Mariana me fez um convite tímido, quase que por educação, para morar com

ela e eu não pensei duas vezes. Pronto! Convite feito, convite aceito, e dividimos muito mais do que uma

residência, dividimos nossas vidas. Sou muito grata por essa amizade. E a Elisabete, que se tornou querida desde

o início, uma pessoa de riso fácil e contagiante. Dividimos muitas histórias e coisas boas, dentre elas o nascimento

do Joaquim e, recentemente o nascimento da Iara. Amizades que me põem um sorriso no rosto só de lembrar.

Após a faculdade ingressei em um programa de mestrado na Universidade de Campinas, concluído em 2015 e,

mais uma vez, a Cris estava lá, como membro da banca examinadora. Atualmente atuo como professora na rede

pública e particular e sou muito feliz na minha profissão. Enfim, posso dizer - após onze anos, que olho para trás

com muita saudade e gratidão pelas escolhas feitas e pelos bons e únicos momentos vividos na Unesp Ourinhos.

Que privilégio!

Page 39: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

39

Valdir Francisco Barbosa – 10ª Turma

Meu nome é Valdir Francisco Barbosa, (59anos), casado com Laíde, tenho dois filhos: Alan (22 anos) e Luan (17 anos). Nasci em 22/05/1958, no Bairro da Vila

Margarida da cidade de Ourinhos, estado de São Paulo, na Terra do Povo de Ouro- “Terra Populusque Aurei”, território de “latossolos” banhados pelos Rios

Paranapanema, Pardo e Turvo.

Sou filho do Ferroviário Sebastião Francisco Barbosa, sendo que “In Memoriam” em sua homenagem a Toponímia Ourinhense, foi registrado e nominado o seu nome à

antiga Rua Três do loteamento Ville de France, que para minha felicidade, esta Rua dá de frente para o Portão principal da Unesp-Ourinhos, e de Geny Nascimento Barbosa

“In Memoriam”, minha querida mãe, mulher de muita fé, participante ativa da vida religiosa dos cultos dominicais da Igreja Metodista de Ourinhos, sendo a primeira igreja

na cidade, fundada em 13/06/1915, antes mesmo da emancipação do município, que se daria em 1918.

Sou egresso da Universidade Estadual Paulista-Unesp/Ourinhos, LICENCIADO EM GEOGRAFIA com ênfase em CLIMATOLOGIA. Ingressei na Unesp-Ourinhos no

segundo semestre de 2011 com o início das aulas em 16/08/2011, sendo que, no decorrer do Curso decidi trancar a Matrícula por 2 anos consecutivos, para tratar de

atividades profissionais de Empreendedor como Instrutor de Cursos Gerenciais, vindo a concluir o Curso de Geografia em 15/12/2017, e a formatura com a Cerimônia de

Colação de Grau realizado em 26/01/2018, numa noite magnífica no Teatro Municipal de Ourinhos.

Meu interesse pela Geografia se deu na minha tenra infância nas aventuras do contato com a natureza da chácara do meu Pai, próxima ao Rio Paranapanema, pescando de

bote neste rio sempre acompanhado com meu pai, se divertindo muito em contato com a natureza da mata ciliar e participando ativamente da vida rural do Sítio, junto com

a minha família, tios e primos, no cultivo da agricultura familiar para o próprio consumo, nas plantações e colheitas de frutas, legumes e hortaliças, arroz, feijão e de

milho(colhendo o milho verde, para junto com os familiares reunidos fazer pamonha, bolo e cural), e também depois na fase da adolescência, ao entrar no Ensino

Fundamental-II (antigo Ginasial), ao assistir as aulas do Professor Wilson da disciplina de Geografia, onde ficava encantado com a riqueza das imagens dos Biomas

Brasileiros e suas fotos da exuberante fauna e flora.

O meu ingresso no Curso de Geografia da Unesp-Ourihos se deu ao fato de ter me aposentado como Bancário pela Caixa Econômica Federal no ano de 2011, e assim, ter a

disponibilidade de tempo e oportunidade de ingresso através das vagas remanescentes, como portador de Diploma do Ensino Superior de Pedagogia, e também, de poder

frequentar uma conceituada Universidade pública Estadual na minha própria cidade.

Ao freqüentar as aulas na Unesp (ainda no antigo Câmpus), fiquei encantado e apaixonado pela Geografia, já no primeiro termo, ao assistir as aulas de HPG- História do

Pensamento Geográfico, ministrado pelo Prof. Dr. Luciano Antônio Furini e depois com as aulas de Geografia Urbana, onde pude aprender e fazer um trabalho Acadêmico

sobre “estudo de caso” do planejamento urbano de Ourinhos e seus impactos no território, e das aulas inéditas e pitorescas de História, Política e Social do Brasil e de

Sociologia, estudando os Pensadores Clássicos da Sociologia como Marx, Weber e Durkheim, ministradas pela carismática Profa. Dra. Fabiana Lopes da Cunha.

Page 40: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

40

A paixão pela Geografia continuava no segundo termo, com as aulas de Geologia com a estimada Profa. Dra. Maria Cristina Perusi, onde me enriquecia com sua sapiência

de multiplicidades de conteúdos sobre as origens das rochas, e maravilhando com o acervo dos cristais de rochas do laboratório de Geologia, bem como no Trabalho de

Campo na região da cidade de Apiaí-SP no Vale do Ribeira, com caminhadas e trilhas monitoradas às incríveis Cavernas do PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto

Ribeira); e das formações rochosas de Arenito do Sítio Geológico do Parque Estadual de Vila Velha, situado no município brasileiro de Ponta Grossa; e também visitando a

Mina de Carvão em atividade na cidade de Figueira-PR.

Os Trabalhos de Campo foram de extrema importância para fazer a interface da teoria com a prática da magnitude do arcabouço geográfico. Nestas viagens de Estudos e

pesquisas, participei ativamente com um olhar aguçado acadêmico e geográfico dos seguintes Trabalhos de Campo e Visitas Técnicas: Viagem para as cidades do Rio de

Janeiro, visitando o CPRM- Serviço Geológico do Brasil, e no Observatório Nacional numa atividade espetacular, observando no telescópio robótico, o Planeta Saturno e

seus anéis; na cidade de São Paulo, visitando no Centro velho o Edifício Martinelli, e também o laboratório de Geologia e Laboratório de Oceanografia Física da USP;

cidade de Curitiba-PR visitando o Jardim Botânico com seus tapetes de flores na entrada e a grande estufa em estrutura metálica e vidro, com as espécies botânicas da

Floresta Atlântica; cidade de Paranaguá-PR visitando o magnífico porto de Paranaguá, e numa aventura paradisíaca na Ilha do Mel. Participei do Projeto de Extensão

Acadêmica, com bolsa de estudos da PROEX, com o grupo de Universitários do CEPEA- Centro de Estudos de Percepção e Educação Ambiental, desenvolvendo um

Projeto de Ensino de Geografia, aos jovens carentes do internato do “Lar de Meninos” de Ourinhos.

Depois de formado em 26/01/2018, comecei a usar todo o arcabouço do conhecimento Geográfico, ministrando Cursos, Palestras e Treinamentos em Desenvolvimento

Profissional e Gerencial, fazendo uma interface da Geografia multidisciplinar no âmbito profissional e empresarial, me dando uma visão sistêmica da natureza e uma visão

emergente holística da realidade do mundo globalizado, me dando condições de falar com propriedade científica e usando de argumentos e abordagens de conhecimentos da

Geografia como ciência, me dando assim, confiança nas minhas ponderações e argumentações profissionais.

A Geografia na sua práxis profissional deve sempre considerar e atuar sobre a dimensão da preservação do meio ambiente na comunidade, enfatizando o desenvolvimento de

uma consciência ecológica de sustentabilidade.

Agradeço a todos os Professores, Mestres e Doutores da Unesp-Ourinhos, bem como todos os funcionários que me ajudaram a construir o “Saber Geográfico”. Louvado

Seja DEUS! Geografar é preciso!

Ourinhos-SP 01/05/2018 (Outono de 2018)

Geograficamente! Valdir Francisco Barbosa/ Licenciado em Geografia.

Page 41: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

41

Welington Leandro do Nascimento – 8ª Turma

Nascido em Bauru, aos 28 dias do congelante mês de julho de 82, este orgulhoso professor de geografia e geógrafo que vos relata, de longe não caberia para tal missão, de

origem humilde das periferias da cidade sem limites, tão rápido entrou na mocidade já teve de servir o mercado de trabalho, comecei ajudando meu pai vendendo roupas de

porta em porta, aos doze ingressei em um supermercado onde fui empacotador, verdureiro, repositor e açougueiro, tendo conhecido o mais vil lado da exploração de mão de

obra, deixei o mesmo para entrar em uma distribuidora de medicamentos, ser explorado tanto quanto qualquer outro trabalho, apenas por uma porção a mais de reais, talvez

o maior ganho deste emprego foi o tempo ocioso, que pude me dedicar aos estudos nas madrugadas e enxergar a necessidade de emancipar meu pensamento e tentar lutar

em outras trincheiras contra o árduo sistema. Neste panorama, juntei uns trocados, paguei a Vunesp...e agora?... aos "trancos e barrancos" passei no vestibular.

Antes do próximo parágrafo devo salientar que entre tudo isso ainda me tornei pai de uma linda menina aos 24 anos.

De início, deixar minha filha em Bauru e minha já avançada idade em comparação aos jovens calouros, me deixava apreensivo e com muita dor no coração, mas seguindo,

esta era praticamente a última chance deste pobre, mas rebelde, proletário. Ao pisar na universidade no dia da matrícula sendo recepcionado por Dom Ganso e Mestre

Feijão, fui rebatizado por Chassi do Grilo e tudo mudou. Enxerguei ali realmente uma família, logo nos primeiros dias fiz morada na República Nova Tangamandápio e

arrumei amigos(irmãos) para a vida inteira: entre eles o grande Lombriga (meu compadre), o Cri, a Filó e o grande Carlitão, pessoas que serei grato por toda minha vida. O

ambiente acadêmico inicialmente me assustou, estava há nove anos sem pisar em uma sala de aula, e chegar com uma aula de História do Pensamento Geográfico com a

metódica e competente professora Marta, deixou-me ressabiado, mas ciente de que acabou o trote, de agora em diante era tudo ou nada. Muito me aliviou conhecer uma

pessoa especial, Professora Cristina, esta, apesar de pedir para escrever com letras de sangue, tem uma vasta experiência com solos e pedras, o que não tem nada a ver com

seu mole coração. Ela me iniciou na extensão e me apresentou ao Professor Piroli, com o qual trabalhei por três anos nos confins de Canitar -SP, junto a mente brilhante do

nosso mestre dos mestres Jakson, até defender meu bacharelado ressaltando nossos pequenos, mas valiosos agricultores familiares.

Hoje, o ex-açougueiro é um orgulhoso professor, incentivado por excelentes professores que tive a oportunidade de conhecer na Unesp Ourinhos, entre eles Andreia,

Marcelo, Paulo, Carla, Fabi, Jonas, entre outros, a profissão docente teve como base minha valorosa experiência com o cursinho CACU-O, no qual ministrei as disciplinas de

Geografia do Brasil e Atualidades além de acumular a função de coordenador. Por ironia do destino, hoje, casado, pai de mais uma princesinha, sou professor coordenador

pedagógico de uma escola estadual, nesta função, agrego toda experiência e principalmente gratidão na qual absorvi nas aulas, eventos, comemorações e principalmente

lutas que só quem é um aluno da Unesp Ourinhos pode carregar na bagagem e disseminar isso que tenho para mim que levamos no nosso DNA ao deixar este campus.

Page 42: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

42

Willian Santos – 9ª Turma

Minha história na Unesp Ourinhos começou em 2010 no cursinho popular Primeira Opção da Unesp de Assis-SP. Trabalhando ao

mesmo tempo como técnico de enfermagem, prestei o vestibular como treineiro. Aprovado, resolvi me aventurar no curso de

Geografia, que não era minha real opção. Frequentei o primeiro termo indo e voltando para Assis, até me apaixonar pela ciência

geográfica, largar o emprego e me mudar de vez para a cidade do povo de coração de Ouro. Tive medo, mas fui com medo mesmo,

pois queria viver a tal vida universitária e uma nova cidade.

Parte da 9ª turma (noturno), comecei a frequentar as excelentes festas de república, fazer

grandes amigos, viver em coletividade entre atritos e amores. No primeiro trabalho de campo de geologia (PETAR) tive medo do

desconhecido, de viajar com pessoas estranhas, mas hoje lembro com saudosismo do melhor de todos os campos, ali me deslumbrei com a

Geografia. As dificuldades financeiras sempre estiveram ao meu lado, como um legitimo filho de trabalhadores, resisti. Constante bolsista,

extencionista no Projeto Colóide aprendi muito (eternos agradecimentos à Profª Maria Cristina Perusi, por todo tipo de ajuda), professor

do cursinho CACU-O por 4 anos, Bolsista BAAE aplicando o Sensoriamento Remoto na Escola, fui 4 vezes monitor, trabalhei com

inclusão, também PIBID onde descobri o amor à docência e vivenciei o início do Coletivo Indaca, que me fez aprender a combater

opressões pelo ensino. O clímax da minha graduação foi sem dúvida a greve e ocupação de 2013, morei 3 meses no campus me instruindo

24h por dia sobre política e o funcionamento da universidade, criando laços eternos com amigos maravilhosos. Ao fazer um trivial

seminário descobri o tema que uniu tudo que eu gostava: a Geografia da Saúde, este assunto rendeu meu (demorado) TCC. Mais uns fatos: conheci 7 Estados do BR por

intermédio da Geografia, peguei 3 DPs, vendi pãezinhos no intervalo para pagar as contas, vi a comunidade LGBT passar da vergonha para o orgulho no campus, morei em

7 repúblicas que me moldaram como pessoa. Especialmente, na República Maloca fomos família, geógrafos unidos e engajados que me prepararam para os novos passos da

vida. No final do final, vivi um momento mais que especial, um calouro que me fez ficar mais de um ano, por amor mesmo.

Rafael (Rafucko), obrigado por vir pra Unesp Ourinhos, que sorte eu tive! Força na empreitada de se tornar geógrafo!

Terminei minhas atividades em 2017 e na incerteza do que fazer da vida, me preparei para a pós-graduação. Foi triste deixar

Ourinhos, mas cá estou, em terras paranaenses, mestrando em Geografia na Universidade Estadual de Londrina pesquisando

na área da Geologia Médica. Não sou o mesmo de 2010, vejo Geografia em tudo (ufa!). Acreditando muito na importância da

extensão universitária diria que a Geografia é de fato transformadora. Tenho um orgulho imenso da Unesp Ourinhos, ela é

para os fortes. Sou filho deste campus e sonho com as melhorias que muito merecemos.

Page 43: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

43

Caso queira, deixe uma mensagem para a Unesp/Ourinhos e faça parte dessa história!

Page 44: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

44

Page 45: Unesp/Universidade Estadual Paulista Coordenação de Curso ......Bendito seja o carpete que aquecia o corpo, e a cumplicidade, o coração. Alguns gritavam, outros recuavam, como

45