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UNI FMU CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS CURSO DE DIREITO “JUIZADO ESPECIAL CIVEL EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO” FABIANA APARECIDA DE ANDRADE BARCO RA: 442.667/0 TURMA: 3109-C1 TEL: 5071-7784 PROFESSOR ORIENTADOR: PAULO DIMAS MASCARETTI São Paulo 2004

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UNI FMU

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS

FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

CURSO DE DIREITO

“JUIZADO ESPECIAL CIVEL EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO”

FABIANA APARECIDA DE ANDRADE BARCORA: 442.667/0TURMA: 3109-C1TEL: 5071-7784PROFESSOR ORIENTADOR: PAULO DIMAS MASCARETTI

São Paulo

2004

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FABIANA APARECIDA DE ANDRADE BARCO

Monografia apresentada à BancaExaminadora do CentroUniversitário das FaculdadesMetropolitanas Unidas, comoexigência parcial para obtenção dotítulo de Bacharel em Direito sob aorientação do professor PauloDimas Mascaretti.

SÃO PAULO

2004

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Banca Examinadora

Professor Orientador: Paulo Dimas Mascaretti

Professor Argüidor: ____________________

Professor Argüidor: ____________________

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Dedico este trabalho, primeiramente aDeus e minha mãe, Ana Maria, umavez que sem seu apoio e amor nadaeu poderia ter feito. Outra pessoaespecial é o meu avô, Audomar, quesempre esteve ao meu lado meproporcionando um lar e amizade. E,em memória, a minha avó, Dora emeu pai, Ricardo, obrigada pelaeducação e conseqüentemente pelavida digna e cheia de sonhos que hojetenho. Amo todos vocês.

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Agradeço ao meu professororientador, Paulo Dimas Mascaretti,pela orientação, ajuda e compreensãono decorrer deste trabalho e ao meunamorado, Renato, pelas horasdifíceis e de angústia, as quaissempre esteve ao meu lado.

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SINOPSE

A morosidade das decisões judiciais vem crescendo a cada dia com as

diversas ações demandadas no Judiciário.

Para isso, foram criados os Juizados Especiais Cíveis, baseados na lei

9.099/95, para melhor atender as causas cíveis de menor complexidade,

fazendo com que seja apresentado um fácil acesso dos interessados em

relação à Justiça.

Deste modo, este trabalho vem apresentar o procedimento de

conhecimento dos Juizados, apresentando suas finalidades bem como seu

aspecto no que se refere ao atendimento à comunidade.

O que visa salientar, são as suas peculiaridades, as quais são requisitos

essenciais para poder ser ajuizada uma demanda no JEC, v.g. a celeridade

que ele apresenta com relação ao procedimento comum, o valor da causa, o

qual tem seu limite definido em lei e entres outros que serão abordados mais

adiante deste trabalho.

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SUMÁRIO

Introdução ........................................................................................................... 1

1. Disposições gerais ...........................................................................................3

1.1. Composição do JEC .....................................................................................3

2. CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA ................................................................. 5

2.1. Critérios de fixação de competência do Juizado Especial ........................... 5

2.2. Competência em razão da matéria ...............................................................6

2.3. Competência em razão do valor ...................................................................7

2.4 Competência territorial ...................................................................................9

2.5 Competência funcional .................................................................................11

3. CAPÍTULO II - DAS PARTES ........................................................................13

4. CAPÍTULO III - DOS ATOS PROCESSUAIS ................................................15

5. CAPÍTULO IV - DA PETIÇÃO INICIAL ..........................................................18

5.1. Requisitos da petição inicial ........................................................................18

5.1. Pedido .........................................................................................................19

5.2. Valor da causa ............................................................................................22

6. CAPÍTULO V - CITAÇÃO E INTIMAÇÃO ......................................................24

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7. CAPÍTULO VI - RESPOSTA DO RÉU ...........................................................27

7.1 Momento oportuno .......................................................................................27

7.2. Revelia ........................................................................................................28

8. CAPÍTULO VII - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO .........................................30

8.1. Da presidência dos trabalhos ......................................................................30

8.2 Vantagens e desvantagens da conciliação .................................................31

8.3. Da homologação do acordo ........................................................................32

9. CAPÍTULO VIII - DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO .........33

10. CAPÍTULO IX - DA SENTENÇA ..................................................................36

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................39

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................40

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INTRODUÇÃO

Com o objetivo de prestação jurisdicional justa, mas ao mesmo tempo

célere, nossos legisladores vêm se dedicando a estudos de vários institutos

jurídicos.

Dentre eles destacou-se a tentativa desta pretensão através do Código de

Processo Civil de 1973, por meio de um procedimento denominado

sumaríssimo.

Este por sua vez, tinha por objetivo resolver o problema da morosidade na

tramitação das causas de reduzido valor pecuniário - atualmente com redação

determinada pela Lei n. 9.245/95, com vigência a partir de 25 de Fevereiro de

1.996 como procedimento sumário, aquele aplicável àquelas causas em razão

do valor (causas cujo valor não exceda a 60 vezes o salário mínimo vigente -

art. 275 I CPC), ou em razão da matéria (qualquer que seja o valor, desde que

capitulada no inciso II e suas alíneas, do art. 275 do mesmo instituto).

A busca de uma justiça acessível ao homem comum não é matéria nova,

cuja, a tentativa pioneira no Brasil de implantação de um Juizado de Pequenas

Causas deu-se em 1982, no Estado de Rio Grande do Sul.

Após ter o projeto de lei sofrido tramitação lenta no Congresso Nacional,

surgiu assim, a Lei n. 7.244, de 07.11.1984, com o objetivo de agilizar, ou seja,

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assegurar a tão ansiada solução diferenciada dos conflitos menores,

simplificando assim, a apreciação dos interesse de pequena monta (até 20

salários mínimos).

Face à evolução retromencionada, plauta-se os estudos de tal assunto no

novo instituto referente aos requisitos abordados para que se tenha o resultado

da lide com mais celeridade e simplicidade, logo, estamos falando da Lei n.

9.099, de 26 de Setembro de 1.995, a qual revogou o antigo Juizado de

Pequenas Causas, para hodiernamente ser chamado de Juizado Especial Cível,

com algumas mudanças em relação à esse. Como por exemplo o valor da

causa que de 20 (vinte) salários mínimos passou-se com a nova lei a ser de 40

(quarenta) salários mínimos.

Motivo pelo qual será nosso objeto de estudo, sendo analisado seu

procedimento até o momento da sentença.

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1. DISPOSIÇÕES GERAIS

1.1. COMPOSIÇÃO DO JEC

O Juizado Especial Cível, é composto por juízes togados, conciliadores e

juízes leigos, como é visto através da Seção II, nos artigos 5º, 6º e 7º, da Lei

9.099/95.

O juiz togado, é aquele formado pela magistratura, onde sua função está

centrada em dirimir os conflitos existentes dentro de sua competência.

O juiz dirigirá o processo com liberdade, determinando com base nesta lei

às provas, as quais, acharem cabíveis para adotar sua decisão. Ressaltando

desta forma, que não vinculará sua decisão baseada em outra tomada

anteriormente e sim, com base em sua persuasão e ao bem comum.

Os conciliadores, são aqueles auxiliares da Justiça que prestam um

concurso, entretanto, são equiparados aos funcionários públicos. Todavia, sua

função é voluntária não recebendo nada por isso.

Na maioria das vezes são alunos, ainda não formados na disciplina do

Direito, bacharéis, prestando este atendimento á comunidade.

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Já os juízes leigos, são aqueles que também prestam auxílio á Justiça,

todavia, são formados em Direito, ou seja, são advogados, que por sua vez,

também prestaram concurso, entretanto, são remunerados para tal função e

precisam ter mais de 5 (cinco) anos de experiência na área.

Todavia, “os juizes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia

perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções”

(parágrafo único do artigo 7º da Lei 9.099/95).

Contudo, este grupo de pessoas é as formadoras do JEC, e juntas tentam

solucionar a lide proposta pelas pessoas que se sentem lesadas por alguma

ação ou omissão de outrem.

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2. CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA

2.1. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO JUIZADO

ESPECIAL

A criação do Juizado Especial, foi provocada por interesse público, qual

seja a melhor prestação da tutela jurisdicional. Portanto, trata-se de

competência absoluta, inderrogável, tendo sido este entendimento, consagrado

no enunciado n. 01 da Corregedoria Geral da Justiça, e adotado por eminentes

processualistas.

Assim sendo, o ajuizamento do processo perante o Juizado Especial, é

obrigatório e inderrogável pela vontade das partes, melhor dizendo pelo autor,

uma vez que ele detém a faculdade do exercício de seu direito, (como menciona

o Enunciado de n.1 do XIV Encontro Nacional – São Luís – Maranhão), nos

casos em que determina a Lei 9.099/95, uma vez que em se tratando de

competência absoluta, não se admite eleição de Foro ou de Juízo. Vale

ressaltar que, a respeito deste assunto, entrou em vigor a Lei complementar n.

811/98 para melhor dissertar sobre o assunto.

Todavia, a matéria esta longe de ser pacífica.

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Muitos são os doutrinadores que entendem ser a matéria de competência

relativa, ainda que se trate de competência definida pelo critério funcional, pelo

que fica facultado à parte litigar através do Juizado ou na Justiça Comum.

2.2. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA

No que se refere à competência em razão da matéria, esta se atém ao

dispositivo 275, II do Código de Processo Civil, o qual também está ínsito no

artigo 3º, II da Lei 9.099/95.

Todavia, alguns autores entendem que as causas demandadas no JEC,

referentes a este artigo, podem ser nele ajuizadas, desde que não excedam o

limite de 40 (quarenta) salários mínimos.

O que cumpre ressaltar é que com relação à este aspecto há

controvérsias. Senão vejamos.

“As 1a e 2a Turmas Recursais do Rio Grande do Sul, por exemplo,

editaram a Súmula n. 11, cujo verbete resume: “Competência do JEC. Mesmo

as causas cíveis enumeradas no artigo 275, II, do CPC, quando de valor

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superior a quarenta salários mínimos, não podem ser propostas perante o

Juizado Especial”.1

Já, “O Fórum Nacional de Coordenadores de Juizados Especiais emitiu o

Enunciado Cível n. 58, nestes termos: “As causas cíveis enumeradas no art.

275,II, do CPC admitem condenação superior a quarenta salários mínimos e

sua respectiva execução, no próprio Juizado”.2

Deste modo, a Lei Complementar n. 851/98, vem completar a legislação

referente ao Juizado ditando que as causas superiores a 40 (quarenta) salários

mínimos, mediante art. 275, II do CPC são passiveis de serem ajuizadas pelo

Juizado.

Segundo Ricardo Cunha Chimenti: “ A Lei Complementar paulista n.

851/98, em seu art. 21, II, estabelece que os Juizados Especiais Cíveis têm

competência para o julgamento das causas enumeradas no inciso II do art. 275

do Código de Processo Civil.”3

Entretanto, não foi criado pelo legislador distinções entre o art. 275,II, do

CPC, nem do art. 3º, II, da Lei 9.099/95, como fez referência ao art.3º, I da

mesma lei supra mencionada, mas em contra partida surge a lei supra

mencionada para regulamentar essa divergência.

1 Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva, Lei dos Juizados Especiais Cíveis, p. 20.2 Idem, p. 21.

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2.3. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR

O valor da causa deve ter por base o objeto principal da pretensão

existente no momento da propositura da ação.

Tal valor deve estar compatível com os limites impostos pela Lei do JEC, a

qual impõe que o limite para uma ação ser demandada é de até 40 (quarenta)

vezes o salário mínimo vigente, em moeda nacional.

Nesse entendimento destaca-se o Enunciado Cível n. 50 do Fórum

Nacional de Coordenadores de juizados Especiais: Para efeito de alçada, em

sede de Juizados Especiais, tornar-se-á como base o salário mínimo nacional.

Entretanto, ensina o autor Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva: “É

importante ressaltar que, uma vez proposta a ação, e ocorrendo, no curso do

processo, a alteração do salário mínimo a maior ou mudança de lei que eleve o

valor de alçada, não poderá mais o autor vindicar aquilo a que renunciara”.

Deste modo, nos Juizados Especiais Cíveis, o juiz deverá considerar a

competência em razão do valor, o valor correspondente ao objeto do pedido,

isto é, correspondente ao benefício econômico pleiteado pelo autor

3 Teoria e Prática dos Juizados Especiais Cíveis, p. 35.

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“Portanto, se o objeto primordial da ação for um benefício patrimonial, o

valor da causa (ação, execução ou embargos) será o proveito econômico

pretendido, a quantia em dinheiro equivalente a esse benefício na data do

ajuizamento da ação, a exemplo do que previa o CPC de 1939 em seu artigo

43.”4

Todavia, ressalta-se que a parte que demandar no Juizado tiver valor

ultrapassado dos limites impostos deverá optar em ajuizar sua ação no rito

comum ou se optar pelo próprio Juizado deverá renunciar o valor excedente.

2.4. COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Referente à competência territorial visa destacar o artigo 4º da Lei

9.099/95:

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do

foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça

atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,

agência, sucursal ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

4 Ricardo Cunha Chimente, Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis, p. 39

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III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para

reparação de dano de qualquer natureza.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no

foro previsto no inciso I deste artigo.

Como se nota, a Lei dos Juizados Especiais, traz em seu contexto uma

ampliação no que se refere à competência territorial, indicando deste modo,

“foros concorrentes e sempre admitindo que a ação seja proposta no foro do

domicílio do réu, do local onde aquele exerça suas atividades profissionais ou

econômicas e, ainda, do local onde o réu mantenha seu estabelecimento, filial,

agência, sucursal ou escritório.”5 , não comportando a exceção prevista na parte

final do artigo 111 do CPC.

No que se refere ao acima mencionado tal critério fica sob à escolha do

autor sobre qualquer outro.

Estipula a lei como “foro concorrente”, aquele onde deve ser satisfeita a

obrigação. (inciso II, do art. 4º da Lei).

Já nas ações de reparação de dano de qualquer natureza, fica, também, a

critério do autor à escolha do foro, o qual pode ser no local onde ocorreu o fato

5 Ricardo Cunha Chimente, Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis, p. 69

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causador do evento, o lugar do ato danoso, o próprio domicílio do autor ou, se

este preferir, no domicílio do réu.

“Nessas ações onde há ocorrência de ilícito contratual ou extracontratual

com danos à pessoa ou ao patrimônio do autor, a lei excepciona para pender

em favor do demandante ao invés do demandado. Trata-se de regra calcada na

eqüidade e, segundo a qual, o autor já lesado não deve ser mais onerado,

ainda, perseguindo o forum delicti comissi.“6

Deste modo, como bem esclarece o Provimento n. 738/2000 do Conselho

Superior da Magistratura, o autor pode se dirigir a qualquer dos Juizados do

Estado e lá o seu pedido será reduzido a termo para encaminhamento ao

Juizado territoriamente competente. O autor sai desde logo intimado da

remessa e, quando possível, da data da audiência.

2.5. COMPETÊNCIA FUNCIONAL

Segundo o doutrinador José Frederico Marques, a competência funcional:

“É a que está atribuída aos órgãos judiciários para a prática de atos na relação

processual. Nas regras sobre competência funcional, vêm previstos os órgãos

6 Weber Martins Batista, Juizados Especiais Cíveis e Suspensão Condicional do Processo Penal, p. 107.

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que devem atuar em determinado processo, com a previsão ainda dos atos que,

neste, cada um pode praticar.”7

Aduz-se à competência funcional quando vários juízos são instalados a

exercer funções na mesma relação processual, cada um a sua vez.

Denota-se, que tal competência concerne de vários processos pelo

mesmo juízo, tendo que este torna-se competente para conhecer de nova ação

por ter conhecido da anterior, deste modo, concebe-se “a competência para

julgar do juiz que colheu a prova” (art. 40 da lei).

Todavia, a matéria não é pacífica no que diz respeito a interpretação do

artigo 93 do Código de Processo Civil, onde para alguns doutrinadores como

Francisco de Assis Oliveira, Alex Sander Xavier Pires e Gerson Tyszler há uma

divisão entre os órgãos monocráticos e os órgãos colegiados.

A doutrina majoritária entende que o órgão monocrático é de competência

horizontal, ao passo que o órgão colegiado é de competência vertical.

Hodiernamente, tem o Juizado a competência funcional para conhecer,

julgar e até executar os próprios julgados. O que não acontecia antigamente por

ser a execução efetuada na Justiça Comum.

7 Weber Martins Batista, Juizados Especiais Cíveis e Suspensão Condicional do Processo Penal, p. 105.

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3. CAPÍTULO II - DAS PARTES

As partes que fazem parte do Juizado Especial se diferem com as da

Justiça Comum, uma vez que por ser o JEC um órgão criado com finalidade

célere, há restrições no que se refere às partes. Logo, não é qualquer pessoa,

tanto física como jurídica que poderá demandá-lo.

Para ser autor em demanda processada no JEC é preciso ser pessoa

física capaz, de maneira que precisa ser maior de 18 (dezoito anos), podendo

pleitear seus direitos independentemente de assistência.

Contudo a lei é clara em seu artigo 8º que diz que não poderão fazer parte

da demanda perante o Juizado, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de

Direito Público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente

civil, deste modo tais pessoas estão impedidas de pleitear seus direitos no JEC,

o que não lhe impedem de demandar junto à Justiça Comum.

Frisa-se, portanto, que diante do Enunciado nº 49: “As empresas de

pequeno porte não poderão ser autoras nos Juizados Especiais”.

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Antigamente, às microempresas não podiam ser autoras no Juizado

Especial Cível, entretanto, a Lei 9.841/99 em seu artigo 38, alterou essa

situação fazendo com que estas possam figurar no pólo ativo da demanda,

passando a serem admitidas para propor ação perante os Juizados, exceto os

cessionários de direito de pessoas jurídicas.

Por conta disso, o Tribunal de Justiça do Maranhão resolveu criar o

Juizado Especial da Microempresa, com jurisdição na Capital, para

conhecimento dos processos em que figure como autora a microempresa (art. 7

da Resolução n. 4/2000).8

O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é facultativo para

o autor, uma vez que em seu favor é presumida a veracidade dos fatos.

Já no que diz respeito ao pólo passivo, este é permitido tanto para as

pessoas físicas, quanto firma individual e pessoa jurídica, desde que

representado por seu preposto, o qual na data de audiência deverá levar

contrato social da empresa, bem como carta de preposição, caso contrário será

lhe dado um prazo para tal cumprimento e se este não for cumprido acarretará a

revelia.

8 Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva, Lei dos Juizados Especiais Cíveis Anotada, p. 55.

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O que não é permitido aos Juizados Especiais por força do artigo 10 da

Lei 9.099/95 é a intervenção de terceiros nem de assistência, entretanto, é

admissível o litisconsórcio.

4. CAPITULO III - DOS ATOS PROCESSUAIS

Definem-se atos processuais como todas as atividades no mundo do

processo, para que este chegue ao seu final. Com a entrega e a efetivação da

proteção jurisdicional. Existe, pois, os atos das partes, do juiz, dos auxiliares de

justiça.

Para o exame de todos os atos processuais é preciso levar em conta os

princípios da simplicidade e informalidade, e a conseqüente instrumentalidade

das formas que vigem com acentuada relevância no Juizado Especial.

O art. 13 da Lei 9.099/95 valida toda e qualquer forma de ato processual,

desde que preencha a finalidade a que se destina, não importando a forma que

o reveste, culminado-se com advertência de que onde não houver prejuízo, não

se decretará nulidade alguma.

Embora a recomendável tendência à deformalização, não pode esta lei

permitir desordem processual e incerteza, com o perigo de se colocar em risco

a própria administração da Justiça, e a segurança dos jurisdicionados.

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Via de regra, os atos processuais do Juizado são livres, e não demandam

que se observe a forma escrita. Os atos essenciais, no entanto, devem ser

registrados. Podendo ser utilizada qualquer forma hábil para a sua transcrição,

como manuscritos e datilografia. Aos demais atos, permite-se a gravação em

fitas, para uma futura e necessária utilização.

Portanto, a inicial e a defesa, embora possam ser apresentadas de forma

oral, devem ser reduzidas a termo, já que se tratam de atos essenciais e neles

se encontram os limites da lide.

Não é possível se admitir uma sentença que não seja documentada por

escrito nos autos, sem isto, seria nula a segurança jurídica. Para adequar essa

necessidade de registrar tais documentos com os princípios do Juizado, esses

atos sofrem um abrandamento nas formalidades, como se verifica da dispensa

de relatório de sentença.

Os atos processuais relacionados com a colheita de prova oral não

demandam transcrição, a sentença, no entanto, deve referir-se aos pontos

essenciais. No entanto, para isso devem os mesmos ser gravados em fita, com

o intuito de se permitir ao Segundo Grau o reexame das provas, em caso de lhe

ser devolvido, via recurso, o conhecimento da causa.

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Cumpre mencionar que existe uma certa dificuldade nesse processo,

devido à carência material. Necessário seria, a busca por uma nova forma de se

proceder, como por exemplo, a transcrição dos pontos de maior relevância dos

depoimentos.

Do que se extrai do art.12 da LJE, os atos processuais são públicos e

podem ser realizados no período da noite.

Para a aplicação prática da rapidez processual, dispõe o art 13, §2o da

LJE, que quando se fizer necessária a realização de atos processuais em outra

comarca, a solicitação poderá ser feita através de qualquer meio de

comunicação, não carecendo a utilização de carta precatória.

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5. CAPÍTULO IV - DA PETIÇÃO INICIAL

5.1. REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Por ser o Juizado Especial Cível instituído no nosso ordenamento jurídico

para que amenizasse a morosidade do procedimento comum, o pedido inicial

dispensa as rigorosidades impostas pelo artigo 282 do Código de Processo

Civil.

Todavia, de qualquer maneira a petição inicial deverá constar:

- nome, qualificação e o endereço das partes;

- fatos (causa de pedir) e o seu fundamento; e

- objeto e seu valor.

É a petição inicial que instrumentaliza a demanda e por ser o Juizado um

órgão célere a petição deverá ser formulada de maneira simples, formulada

oralmente e posteriormente reduzida a termo (via de regra transcrita pelo

conciliador) ou apresentada por escrito.

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No que diz respeito ao primeiro requisito acima mencionado é necessário

o nome e qualificação das partes para que seja averiguado a legitimatio ad

causam; já o endereço para que as partes possam ser intimadas de eventuais

atos processuais.

Já o segundo requisito deverá ser elaborado de maneira sucinta, uma vez

que não é necessário que seja elaborado de maneira formal, viabilizando deste

modo pedidos elaborados por pessoas leigas no assunto. Contudo, não se pode

esquecer que tal requisito é imprescindível para que seja atendido o

contraditório e a ampla defesa.

Por fim, referente ao objeto, este é a pretensão pela qual tal ação foi

ajuizada pretendendo obter a providência jurisdicional.

Já o valor da causa, corresponde à pretensão econômica existente no

momento da propositura da ação, desconsiderando-se o valor do contrato,

ainda que este venha a ser rescindido.9

5.2 PEDIDO

Conforme nota-se, o artigo 14 da lei 9.099/95, o qual possui a seguinte

redação:

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Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito

ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,

desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado,

podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.

O pedido será aquele requisito pelo qual incidirá o pleito, fixando desta

forma os limites da lide, isto porque, será a ele que o juiz irá se ater no

momento de prolatar a sentença.

Contudo, o pedido pode ser formulado escrito ou oralmente, e se, assim

for deverá ser reduzido a termo pela Secretaria do Juizado, via de regra, é

transcrito pelos conciliadores.

9 Ricardo Cunha Chimente, Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis, p. 39.

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Deverá, também, o pedido ser discriminado de maneira simples e de fácil

entendimento, uma vez que não é dispensada a fundamentação jurídica, tal

como é exigida no artigo 282, III, do Código de Processo Civil.

O que visa salientar, é que os requisitos ínsitos no parágrafo 1 e seus

incisos da Lei, já foram mencionados e devidamente explicados no item 5.1

deste mesmo capítulo.

Como o procedimento dos Juizados visa a celeridade e não a morosidade

do procedimento, é dispensável a presença de advogado.

O pedido formulado tanto poderá ser simples, ou seja, apenas um único

pedido ou então poderá ser cumulado, o que isto significa dizer que o autor

pretende obter mais de dois pedidos através da providência jurisdicional.

Importante dizer que, a parte deverá se submeter ao limite quantitativo

imposto pela lei, que é de 40 (quarenta) vezes o salário mínimo. (artigo 3o da

Lei).

No que diz respeito ao pedido genérico, a regra do Código de Processo

Civil em seu artigo 286, é bem clara ao dizer que este deve ser certo e

determinado.

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Todavia, a Lei dos Juizados admite o pedido genérico quando não for

possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.

Assim dispõe o parágrafo 2, do artigo 14 da Lei:

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,

desde logo, a extensão da obrigação.

Deste modo, na data da audiência de instrução e julgamento deverá o

autor, se este for o caso, apresentar 3 (três) orçamentos afim de que seja a

sentença líquida se esta for julgada procedente.

Logo, não se conclua que em razão do pedido genérico a sentença será

ilíquida. A Lei 9.099/95, no parágrafo único de art. 38, impõe que a

indeterminação quanto a extensão da obrigação seja eliminada durante a fase

de conhecimento do processo, pois não admite sentença ilíquida, ainda que

genérico pedido.10

Por fim, o pedido com a sua especificação revelam ao demandado a real

pretensão do demandante, gravitando sobre o mesmo, em toda a sua extensão,

o contraditório que norteia o processo dispositivo.11

10 Ricardo Cunha Chimente, Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis, p. 130.11 Weber Martins Batista, Juizados Especiais Cíveis e Suspensão Condicional do Processo Penal, p. 196.

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5.3. VALOR DA CAUSA

O Código de Processo Civil em seu artigo 258, dispõe que toda causa

deverá ter “um valor certo”, tanto para que se tenha interesse de agir como para

preencher um dos requisitos da petição inicial.

É pelo valor da causa que se fixa a competência em razão do valor,

determinando, por vezes, o procedimento a ser seguido.

Contudo, assim será estabelecido no Juizado, o valor limite que poder ser

demandada uma ação judicial, podendo ser verificado de ofício pelo juiz (artigos

6o e 51, II da LJE)

Entretanto, a lei 9.099/95 dispensa o autor de apresentar o valor da causa

ao fazer a apresentação do pedido, porque sabe que ele, desassistido por

advogado na maioria das vezes, não é obrigado nem tem condições de saber

das regras de verificação do valor da causa, consoante os artigos 259 e 260 do

Código de Processo Civil.12

Cumpre mencionar que o valor da causa corresponde ao valor do objeto

do pedido.

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6. CAPÍTULO V - CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

Segundo as palavras de Joel Dias Figueira Júnior: “A citação é o ato de

chamamento formal do sujeito que, em princípio, deverá suportar os efeitos da

sentença nos moldes do pedido formulado pelo requerente para, se desejar,

comparecer a juízo e oferecer resposta”.13

Uma vez autuado o processo, a Secretaria expedirá carta de citação ao

endereço indicado pela parte, na qual “deverá constar da citação a advertência,

em termos claros, da possibilidade de inversão do ônus da prova”.

Via de regra é feita pelo correio com recebimento de mãos próprias. Caso

seja o réu pessoa jurídica ou firma individual será entregue na recepção,

obrigatoriamente ter de ser identificada a pessoa que a recebeu.

12 Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva, Lei dos Juizados Especiais Cíveis Anotada, p. 84.13 Comentários à Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, p. 127.

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Excepcionalmente poderá ser feita por oficial de justiça, independente de

carta precatória ou mandado. (artigo 18, III da LJE). Entretanto, há de se

observar as anotações de Cândido Rangel Dinamarco : “Não há porém como

dispensar o mandado, porque este é o instrumento da determinação feita ao

meirinho, para que cite.”14

Na citação deverá constar a contrafé, ou seja, a petição inicial, bem como

o dia, hora e local da audiência. Entretanto, se a parte não comparecer

presume-se verdadeiros os fatos e os autos vão direto para a sala do juiz

togado para este prolatar a sentença.

Ressalta-se que no âmbito dos Juizados Especiais não é possível a

citação por edital, como menciona o § 2º do artigo 18 da Lei 9.099/95.

A lei não fala sobre a citação por hora marcada, todavia, acredito que seja

possível, uma vez que “o que não é proibido é permitido”.

Já as intimações como bem explica o artigo 19 da lei supra citada são

feitas da mesma maneira que as citações ou qualquer maneira idônea de

comunicação.

14 Instituições de Direito Processual Civil, p. 788.

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Referente aos atos praticados em audiência, seja esta de conciliação ou

de instrução as partes já saem cientes.

Todavia, se uma das partes mudar de endereço ou mesmo de advogado é

preciso que comunique a Secretaria do Juizado, para que as demais intimações

possam ser feitas de maneira correta. Caso contrário, ou seja, a parte que não

avisar alguma mudança referente ao acima mencionado, arcará com os

eventuais prejuízos que poderão ocorrer pois como não avisado constará no

cadastro da Secretaria tal endereço e este é o que estará valendo para as

futuras intimações, podendo a parte até perder prazo por tal descuido.

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7. CAPÍTULO VI - RESPOSTA DO RÉU

7.1 MOMENTO OPORTUNO

“A lei não diz por explícito que a resposta do réu deva ter lugar na

audiência de instrução e julgamento, mas isso é inerente ao sistema. Na sessão

de conciliação não se cuida de opor pretensões, mas de aproximar pessoas. A

colocação jurídica do litígio é na audiência que se pode ser feita. É

compreensível que já durante a conciliação as partes argumentem invocando

suas razões, mas isso sequer se dará, na maioria dos casos, perante o juiz (e

sim durante a intervenção do conciliador)”.15

Com isso, vale dizer que o momento oportuno para a resposta do réu é na

audiência de instrução e julgamento.

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Uma vez formulada as razões da resposta, esta deverá ser apresentada

de forma oral ou escrita, numa peça única, a qual deverá ser lida e juntada aos

autos. Entretanto, se apresentada oralmente, será reduzida a termo.

Vale dizer que, tal resposta é denominada pelo legislador de contestação.

Nesta contestação é possível que o réu faça pedido em seu favor, desde

que baseado nos fatos e pedido narrados e formulados pelo autor. Todavia, é

possível que a resposta do autor mediante esta formulação do réu seja feita na

própria audiência ou então será designada nova data, onde todas as partes já

saem cientes.

Já o pedido de reconvenção não é admitido no âmbito do JEC, por força

expressa da lei. (art. 31 da Lei 9.099/95).

7.2. REVELIA

No dia e hora marcado para a audiência de conciliação, bem como a de

instrução as partes deverão comparecer para que apresentem suas pretensões

e para que a lide seja dirimida. Entretanto, a Secretaria, na prática, dará um

lapso de tempo entre 15 (quinze) a 20 (vinte) minutos para eventual atraso de

uma das partes.

15 Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil, p. 794.

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Suponhamos que o autor não compareça em dia e hora marcado, a ele

será imputado a pena do arquivamento do processo.

Já se for o réu que não comparecer em audiência, a ele será imputado à

revelia. Isso quer dizer que todos os fatos narrados na inicial presumem-se

verdadeiros, a menos que de outra forma entenda o juiz. Assim diz o artigo 20

da Lei 9.099/95:

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à

audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos

alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Uma vez decretada a revelia, esta surtirá os seus efeitos; o julgamento

antecipado da lide e a não intimação dos eventuais atos processuais na pessoa

do advogado ou até mesmo do próprio réu.

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8. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

8.1. DA PRESIDÊNCIA DOS TRABALHOS

A audiência de conciliação é aquela realizada anteriormente à de instrução

e julgamento.

Visa uma tentativa de conciliar as partes perante a lide em questão.

É presidida pelo juiz leigo, togado ou até mesmo pelo conciliador sob sua

orientação. (artigos 21 e 22 da lei 9.099/95)

No dia e hora marcados, as partes serão apregoadas com suas

formalidades legais e encaminhadas até a sala onde dará início a tentativa de

conciliação.

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Cumpre salientar que é dispensável a presença de testemunhas, bem

como de advogados nesta audiência por ter caráter prévio, pois uma vez

infrutífera, ocorrerá em seguida a de instrução e julgamento, a qual julgará a

demanda encerrando-a com uma sentença de mérito. Todavia, se o advogado

de qualquer das partes comparecer, a ele será vedado a acumulação de

preposto e advogado, na mesma pessoa, é o que dispõe o artigo 35, I e 36, II,

da lei 8.906/94 c/c artigo 23 do Código de Ética e Disciplina da OAB.

8.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONCILIAÇÃO

Ao ser iniciada a tentativa conciliatória, a pessoa que a presidirá

esclarecerá as vantagens e desvantagens que tem uma conciliação de maneira

amigável.

Tais vantagens são de importância para as partes, uma vez que de forma

equilibrada podem chegar a um consenso no que se refere ao valor da cauda

em questão.

Destarte, uma vez aceita a conciliação as partes poderão acordar como

será a forma de pagamento, se através de cheque, depósito bancário, à vista

local, bem como dia, horário e local do pagamento. Conseqüentemente, lavra-

se um termo de audiência, onde neste estará especificado a forma de

pagamento, já mencionado acima, sendo que é necessário estipular uma multa,

mesmo que irrisória para eventual descumprimento da obrigação.

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Caso aconteça o descumprimento tal termo de audiência servirá como

título executivo judicial afim de que se execute o devedor.

Entretanto, as desvantagens que poderão ocorrer se as parte decidirem

pela conciliação é que, eventualmente, poderá ter o credor da obrigação crédito

maior que a base estipulada pela lei dos juizados e, optando por esta

conciliação tal credor abrirá mão do crédito que ultrapasse o valor permitido no

âmbito do JEC.

8.3. DA HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO

Chegando as partes a um denominador comum, referente ao objeto em

demanda, reduz-se o acordado em um termo, onde este será assinado pela

partes presentes e em seguida será encaminhado ao juiz togado, o qual o

homologará, mediante sentença, a qual confere ao documento eficácia de título

executivo judicial.

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9. CAPÍTULO VII - DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

O artigo 27 da lei dos Juizados Especiais manda que a audiência de

instrução e julgamento seja instaurada logo em seguida da sessão conciliatória,

a qual restou-se infrutífera, “desde que não resulte prejuízo para a defesa”.

Entretanto, na prática, a audiência de instrução não é realizada após a de

conciliação, uma vez que a demanda dos juizados crescem a cada dia. Deste

modo é preciso que na própria audiência de conciliação seja designada uma

nova data para ser realizada a audiência de instrução e julgamento, podendo

esta ter um lapso de tempo de até 01 (um) mês.

Chegado o dia da instrução, não é preciso de advogado para representar a

parte, todavia, se uma das partes comparecer em audiência e a outra estiver

desacompanhada o juiz leigo de plantão auxiliará esta parte, sem nenhum

prejuízo.

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Apregoadas as partes com suas formalidades legais, dará início à

audiência, cuja sua presidência será por juiz togado ou, como dispõe o artigo 37

da Lei:

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de

Juiz togado.

Não pode, pois, o conciliador presidir ao ato.

Deverá ser renovada a proposta de conciliação, sob pena de nulidade, é o

que dispõe o artigo 21 da Lei:

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes

presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as

conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º

desta Lei.

Não obtida a conciliação, deverá o réu apresentar sua defesa, seguindo-se

a produção de provas, nesta ordem:

- documental;

- pericial (oitiva do perito);

- inspeção judicial;

- depoimento das partes e

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- oitiva de testemunhas.

Todavia, cumpre ressaltar que todos os meios de provas legítimos são

válidos mesmo não tendo sido requerido previamente, devendo ser

apresentados em audiência. Fica a critério do juiz limitar-se às provas que

considera mais satisfativas para dirimir o conflito.

No que diz as testemunhas estas serão de no máximo 3 (três) para cada

parte comparecendo em audiência independentemente de intimação, salvo pelo

requerimento prévio da parte. E, se assim for, está deverá comparecer na

Secretaria do juizado em até 5 (cinco) dias anteriores à audiência para requerer

a intimação da testemunha que irá arrolar.

Encerrada a instrução, conclui-se a audiência quando o juiz se der por

satisfeito com as provas até então produzidas, deverão as partes produzir suas

razões finais, as quais podem ser orais, não tendo cabida apresentação de

memoriais, para não conflitar com o princípio da celeridade que rege os atos do

JEC. Logo após este ato é dada a sentença, que deverá ser procedente ou até

parcialmente procedente, para as partes.

Entretanto, cumpre dizer, que de acordo com o Enunciado nº 35 que diz:

“Finda a instrução, não são obrigatórios os debates orais”. Isso que dizer que

para não se estender a audiência, não há necessidade de tais debates para não

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aferir o princípio da celeridade, uma vez que na instrução é o momento

adequado para ser apresentada toda sua versão sobre a questão objeto da lide.

10. CAPÍTULO VIII - DA SENTENÇA

As sentenças existem para atingir um fim único, específico, qual seja o de

fazer justiça no caso concreto, extinguindo a lide através do acolhimento ou

rejeição do pedido. “Ressaltamos que incide em atecnia jurídica o julgamento

procedente (ou improcedente) da ação. O juiz não julga nunca a ação, que é o

efetivo exercício de um direito público à obtenção a tutela jurisdicional do

Estado, mas sempre o pedido, o qual representa a pretensão de direito material

deduzida em juízo”.16

No que diz respeito a sentença está esta ínsita na seção XII da Lei dos

Juizados Especiais, e poderá ser prolatada por juiz togado, bem como por juiz

leigo que houver conduzido a instrução. Se assim for, deverá o juiz leigo, logo

após relatar sua decisão mostrá-la imediatamente ao juiz togado para que este

a homologue, ou então prolate outra em substituição desta ou até mesmo

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determinar que sejam providenciados outros tipos de atos probatórios para

melhor ser sua apreciação antes de proferir sua decisão final.

Deste modo, a sentença que acolher a demanda poderá ser meramente

declaratória, constitutiva ou condenatória, todavia, nada impede de ser fixado

um valor correspondente à multa, caso haja o inadimplemento da (s) parte (s).

Ocorrendo o inadimplemento, a pessoa lesada poderá apresentar a

própria sentença para que seja executado o valor da condenação, uma vez que

este terá caráter de título executivo.

O que cumpre salientar a respeito da sentença é que esta por ser de

procedimento sumário, visando dirimir o conflito com mais celeridade possível, é

dispensado o relatório e iniciando a sentença com a fundamentação e

posteriormente com a decisão condenatória.

“Referente à fundamentação da sentença ou acórdão poderá ser feita

oralmente, com gravação por qualquer meio, eletrônico ou digital, consignando-

se apenas o dispositivo em ata”.17

16 Joel Dias Figueira Junior e Maurício Antônio Ribeiro Lopes, Comentários à Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, p.180. 17 Enunciado nº 46

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Importante salientar, o Enunciado nº 7, do XIV Encontro Nacional - São

Luís - Maranhão que diz “A sentença que homologa o laudo arbitral é

irrecorrível”.

Por ter o Juizado um requisito importante que é o do valor da causa, ou

seja, valor de até 40 (quarenta) vezes o salário mínimo vigente, é que a

sentença não poderá ser decretada caso tenha um valor ilíquido, mesmo sendo

seu pedido formulado de forma genérica. É o que dispõe o artigo 38, caput e

parágrafo único da lei 9.099/95:

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com

breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o

relatório.

Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia

ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Contudo, a regra é a articulação de pedido específico, mas quando esta

regra não se torna possível, a Lei permite que formule pedido genérico (artigo

14, parágrafo segundo), todavia, ”essa situação inicial deve aclarar-se até o

momento da sentença”.18

18 Joel Dias Figueizra Junir e Maurício Antônio Ribeiro Lopes, Comentários às Leis do Juizado Especial Cível e Criminal, p. 181.

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Deste modo, a sentença tem que ser líquida, afim de que possa ser

executada imediatamente após sua prolação, sem que seja preciso a

instauração de procedimento intermediário.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Juizado Especial Cível mostra-se um procedimento de fácil acesso às

pessoas de baixa renda, as quais não têm condições de arcar com a

sucumbência e custas processuais de uma ação comum.

É de total importância, pois libera o Poder Judiciário de causas de menor

complexidade, fazendo com que prevaleça a celeridade do provimento

jurisdicional pretendido pelo demandante.

Permite ao estagiário, ora conciliador, a prática da vida forense, fazendo

com que este exerça funções auxiliando desta maneira os juizes togados e

leigos.

Em razão do exposto, sou favorável à aplicação deste procedimento, visto

que, permitem que tais causas menos complexas sejam apreciadas de maneira

célere, estabelecendo limites referentes ao quantum debeatur, entre outros.

Deste modo, concluo meu trabalho com a certeza de que tal procedimento

será expandido para melhor assessorar as pessoas, fazendo com que estas

atinjam seus objetivos pleiteados.

BIBLIOGRAFIA

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