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 Capítulo II Teorias explicativas do conhecimento

UNIDADE 2 - Cap II Teorias Explicativas Do Conhecimento

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Capítulo II

Teorias explicativas do

conhecimento

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Índice Capítulo 2  – Teorias explicativas do conhecimento

O projecto da fundamentação rigorosa do saber   A importância da dúvida  Separando o verdadeiro do falso  Os níveis de aplicação da dúvida: o primeiro nível 

O segundo nível de aplicação da dúvida  O terceiro nível de aplicação da dúvida   A descoberta de uma verdade absolutamente

indubitável 

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Índice Capítulo 2  – Teorias explicativas do conhecimento

 À descoberta da existência de algo que exista

independentemente do sujeito pensante   A fundamentação metafísica do saber   A recuperação da existência de realidades físicas  Conclusão  O racionalismo de Descartes (quadro sinóptico)  O empirismo de David Hume 

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Índice Capítulo 2  – Teorias explicativas do conhecimento

Impressões e ideias são o conteúdo do conhecimento  Os conteúdos da mente  Os tipos de conhecimento  Os conhecimentos de facto e a relação de causalidade 

Conclusão  O empirismo de Hume (quadro sinóptico)  O racionalismo crítico de Kant   A resposta de Kant 

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Índice Capítulo 2  – Teorias explicativas do conhecimento

Todo o conhecimento começa com a experiência:

importância da sensibilidade  Derivação do conhecimento e sua utilidade  Esquema da relação entre entendimento e

sensibilidade  Conhecimento de realidades Empíricas ou Sensíveis  – 

Limitações da Sensibilidade   A distinção fenómeno-númeno 

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Índice Capítulo 2  – Teorias explicativas do conhecimento

 A razão e os limites do conhecimento  – a realidade e

o ideal  Conclusão  O racionalismo crítico de Kant (quadro sinóptico) 

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Teorias explicativas doconhecimento

Iremos apresentar as teorias de trêsautores: Descartes, David Hume eImmanuel Kant.

Descartes (Racionalismo)Hume (Empirismo)

Kant (Racionalismo crítico)

 

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Teorias explicativas doconhecimento

Ao estudarmos os autores referidos, seremosorientados por quatro questões fundamentais:

1. O conhecimento é possível?

2. A razão dá-nos conhecimentos acerca darealidade, independentemente da experiência?

3. Qual a extensão do nosso conhecimento? Atéonde pode ir o nosso conhecimento? Podemosconhecer a realidade tal como é em si mesma?

4.Como é justificado o conhecimento?

 

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O projecto de fundamentação rigorosa do saber

Descartes, filósofo francês nascido a 31 de Março de1596 na cidade francesa de La Haye, pretende efectuar uma reforma profunda no conhecimento humano.

 A atitude de Descartes perante o saber do seu tempopode caracterizar-se segundo dois vectores: 

1. O conjunto dos conhecimentos, que constituem o sistema do

saber ou o edifício científico tradicional, está assente em basesfrágeis.

2. Esse edifício científico é constituído por conhecimentos quenão estão na sua devida ordem.

 

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 A importância da dúvida

Trata-se de começar tudo de novo, do princípio. Esseprincípio tem de ser um conhecimento que resista atodas a tentativas de o pôr em causa.

Se o conseguirmos encontrar, teremos o alicerce ou abase que será o fundamento do sistema do saber quepretendemos firme, seguro e bem organizado.

● Deve ser de tal modo evidente que o pensamento não possadele duvidar.

● Dele dependerá o conhecimento do resto, de modo que nadapode ser conhecido sem, mas não reciprocamente.

Esse princípio deve possuir, em suma, as seguintes características: 

 

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 A importância da dúvida

O que fazer então? Avaliar a firmeza ou a solidez das bases em que assentamos conhecimentos que me foram transmitidos. Essas

bases são: 

1. A crença de que a experiência é a fonte dos nossosconhecimentos, isto é, de que o conhecimento começa coma experiência sendo os dignos de confiança.

2. A crença de que existe um mundo físico que, por issomesmo, constitui objecto de conhecimento.

3. A crença de que o nosso entendimento não se engana ounão pode estar enganando quando descobreconhecimentos verdadeiros

  

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 A importância da dúvida

Como avaliar a solidez destas bases ou destes alicerces? Vamos submetê-los a um exame impiedoso, ou seja,vamos tentar encontrar razões para duvidar da sua

verdade, utilizando este critério duplo: 

1. Considerar como absolutamente falso o que forminimamente duvidoso;

2. Considerar como sempre nos enganando aquilo quealguma vez nos enganar.

 

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Separando o verdadeiro dofalso

Descartes sempre se preocupou em dirigir bem o seuespírito na procura da verdade.

Para isso, inventou um método constituído por quatroregras simples das quais se destaca a primeira.

Esta ordena que se se considere como falso o que não for

absolutamente verdadeiro ou evidente (claro e distinto).

 

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O primeiro nível deaplicação da dúvida

Os sentidos não são fonte segura de conhecimento

 Apliquemos então o princípio hiperbólico que orienta aaplicação da dúvida:

- se devemos considerar como sempre nos enganando o que nos engana algumas vezes, então os sentidos não merecem qualquer confiança.

 

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O segundo nível deaplicação da dúvida

Há razão para acreditar que toda e qualquerrealidade física é uma ilusão

Neste nível de aplicação da dúvida, Descartes questiona a existência deuma realidade física independente do nosso pensamento. Seráindubitável a nossa crença imediata na existência de realidades físicasou sensíveis?

Há acontecimentos que, vividos durante o sonho, são vividos com tanta intensidade como quando estamos acordados. Se assim é, não havendo uma maneira clara de diferenciar o sonho da realidade, pode surgir a suspeita de que aquilo que 

consideramos real não passe de um sonho.

 

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O terceiro nível de aplicaçãoda dúvida

Há razão para acreditar que o nosso entendimentoconfunde o verdadeiro com o falso

Neste nível, Descartes vai pôr em causa aquilo que até então considerao modelo do saber verdadeiro: o conhecimento matemático.

O argumento que vai abalar a confiança depositada nas 

noções e demonstrações matemáticas baseia-se numa hipótese ou numa suposição: a de que Deus, que supostamente me criou, criando ao mesmo tempo o meu entendimento, pode tê-lo criado de forma radicalmente 

 pervertida, tomando por verdadeiro o que é falso e por falso o 

que é verdadeiro.

 

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 A descoberta de umaverdade absolutamente

indubitável Podemos agora ver qual o resultado da aplicação dadúvida. Ela pôs em causa toda a dimensão dos objectos,

quer sensíveis quer inteligíveis. Nenhum objecto resistiu ao exame impiedoso da dúvida.Neste momento, poderíamos julgar que reina o cepticismo:tudo é falso, nada é verdadeiro, ou seja, nada resiste à

dúvida.

Contundo, essa conclusão é precipitada porque, quandoa dúvida atinge o seu ponto máximo, uma verdade

indubitável vai impor-se. 

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 A descoberta de umaverdade absolutamente

indubitável Vejamos:

i) Duvidar é um acto que tem de ser exercido por alguém.ii) Para duvidar, seja do que for e mesmo que seja de tudo,é necessário que exista o sujeito que dúvida

iii) A dúvida é um acto do pensamento que só é possível seexistir um sujeito que a realiza.

Logo, a existência do sujeito que duvida é uma 

verdade indubitável. 

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 A descoberta de umaverdade absolutamente

indubitável Assim, a célebre afirmação «Penso, logo existo» pode sertraduzida, neste momento, nos seguintes termos:

● Eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da minhaexistência como sujeito que, neste momento, duvida detudo.

Duvido, logo, existo 

 

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 A descoberta de umaverdade absolutamente

indubitável Vejamos algumas características desta primeira verdade:

1. Será o alicerce de todo o conjunto de conhecimentos

que a partir dela descobriremos. Será o primeiro princípiodo sistema do saber.

2. É uma verdade puramente racional.

3. É uma verdade descoberta por intuição.

4. O «cogito» vai funcionar como um modelo de verdade:serão verdadeiros todos os conhecimentos que forem tãoclaros e distintos como este primeiro conhecimento. 

 

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 A descoberta de umaverdade absolutamente

indubitável5.  Ao mesmo tempo que revela a existência de quem detudo duvida menos da sua existência, a primeira verdadetem implícita outra: a essência do sujeito que duvida é ser

uma substância meramente pensante.6.  Ao mesmo tempo que descubro a minha existênciacomo sujeito pensante, descubro que a alma é distinta docorpo.

7. O Cogito  corresponde ao  “grau  zero”  do conhecimentono que respeita aos objectos físicos e inteligíveis.

8.  A primeira verdade é a afirmação da existência de um

ser que é imperfeito. 

À

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 À descoberta da existência dealgo que exista

independentementedo sujeito pensante

Sei que sou imperfeito porque duvido. Mas qual a condição necessária

para considerar que duvidar é uma imperfeição?É a de que eu saiba em que consiste a perfeição. Só comparando asqualidades que eu possuo com a perfeição é que posso dizer que eu,que duvido e não conheço tudo, sou imperfeito.

 A ideia de um ser perfeito existe no meu pensamento. Corresponde àideia de um ser que possui todas as perfeições em grau infinito.

Mas, se esta ideia existe, será que existe um ser perfeito?

 

À

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 À descoberta da existência dealgo que exista

independentementedo sujeito pensante

• Se Descartes conseguir estabelecer a existência deste ser perfeito, terá

alcançado uma nova verdade que se irá revelar de importância decisiva.

• Trata-se de saber como, a partir da ideia de um ser perfeito, vai osujeito pensante estabelecer a existência real de um ser perfeito (Deus).

Como só o que é perfeito pode ser a causa da ideia de perfeito, Descartes conclui que Deus existe.

 

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 A fundamentação

metafísica do saberDeus é omnipotente e perfeito, e como tal, não engana.Por isso é a

garantia da objectividade das verdades racionais.

O papel da veracidade divina (o facto de Deus não enganar e de ser afonte de todo o saber) é duplo:

a) É a garantia da validade das evidências actuais, isto é, das que estão

actualmente presentes na minha consciência.

b) É a garantia das minhas evidências passadas, isto é, não actualmentepresentes na minha consciência.

 

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 A recuperação das existência

das realidades físicas«Concebo clara e distintamente que sou uma substância 

 pensante, que Deus existe e não me engana e que posso confiar na validade do meu entendimento quando concebe que 

as coisas sensíveis são extensas.» 

● Para mostrar a existência das coisas temos de garantir que aconsciência do sujeito pensante não pode por si só explicar

determinadas representações que temos das coisas corpóreas, isto é,que aquelas supõem a existência efectiva de corpos exteriores.

 

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Conclusão

a) O conhecimento é possível?

• A resposta cartesiana é afirmativa. Embora a dúvida pareçaconduzir à descrença na existência de verdades, Descartes não é umcéptico.

• Com efeito, a dúvida propõe-se separar o verdadeiro do falso, oque pressupõe a crença na existência de verdades.

• O cepticismo cartesiano é meramente metodológico.

• Aos cépticos Descartes concede que não há conhecimento se asnossas crenças não forem justificadas, mas não que elas não possamser justificadas

 

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Conclusão

b) A razão dá-nos conhecimentos acerca da realidadeindependentemente da experiência?

• Sim. Descartes rejeita o empirismo. Os sentidos não são fonte deconhecimento seguro. Descartes rejeita a ideia de que oconhecimento comece com a experiência porque os sentidos nosenganam.

 

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Conclusão

c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde podeir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidade

tal como é em si mesma?• A razão, apoiada na veracidade divina, pode conhecer a essênciadas coisas, constituindo conhecimentos cuja objectividade escapa àdúvida.

 

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Conclusão

d) Como é justificado o conhecimento?

• A objectividade do conhecimento, o facto de ser uma crençaverdadeira e não uma opinião, é justificada pela existência de umDeus cuja veracidade garante a verdade quer das minhas evidências

actuais quer das minhas evidências passadas

 

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O racionalismo de Descartes

OBJECTIVO

RAZÃO DE SER DO PROJECTO

ESTRATÉGIA

NATUREZA DADÚVIDA

O projecto cartesiano é o de reconstruir o sistema desaber do seu tempo.

Esse sistema está desorganizado e baseado em falsoprincípios.

Os princípios do novo sistema do saber devem serverdades absolutas, totalmente indubitáveis.

Como descobrir princípios absolutamenteindubitáveis? Submetendo à dúvida os

conhecimentos existentes para ver se algumresiste.

 A dúvida é hiperbólica, implacável, transformando amais frágil suspeita em sinónimo de falsidade.

 

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O racionalismo de Descartes

O QUE NÃORESISTE ÀDÚVIDA

O QUE RESISTE À DÚVIDA

 VERDADES QUESE DEDUZEM DOPRIMEIROPRINCÍPIO

O FUNDAMENTOMETAFÍSICO DOSISTEMA DOSABER 

Todos os conhecimentos respeitantes a objectos quersensíveis quer inteligíveis (matemáticos e

intelectuais) ficam sob suspeita e são declaradosfalsos.

O primeiro conhecimento a resistir à dúvida é o da

existência do sujeito que duvida da realidade de todos os objectos.

O sujeito que de tudo duvida menos da sua existência éuma substância pensante, puramente racional, queexiste, mesmo que a existência do seu corpo seja

duvidosa. A distinção Alma-Corpo é outro dosprincípios do novo sistema de saber.

Deus existe necessariamente. Deus, uma vez que nãonos engana nem ilude, é a garantia da objectividade

dos conhecimentos que deles tenha consciênciaactual ou não. É o fundamento metafísico de todo o

saber, o seu alicerce seguro e firme.

 

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O racionalismo de Descartes

CONCLUSÃO

Podemos conhecer a realidade em si mesmamediante a razão, sem qualquer apoio daexperiência. É possível um conhecimento

puramente racional  – com a crença naveracidade divina  – dos princípios gerais que nos

permitem compreender toda a realidade.

 

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O empirismo de David Hume

Para David Hume, todo o conhecimento começa coma experiência. Os dados ou impressões  sensíveis são asunidades básicas do conhecimento. Este, divide o conteúdodo conhecimento em duas espécies de consciência oupercepções, são elas:

impressões ideias

David Hume1711-1776 

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Impressões e ideias são oconteúdo do conhecimento

Impressões: são os actos originários do nosso conhecimento ecorrespondem aos dados da experiência presente ou actual. Assensações são um exemplo de impressões.

Ideias: são as representações ou imagens debilitadas, enfraquecidas,das impressões no pensamento. As deias são uma impressão menosviva, cópia enfraquecida da impressão original.

Distinção entre impressões e ideias:

 As impressões propriamente ditas são todas as nossas sensações. As ideias são imagens enfraquecidas dessas impressões

 

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Os conteúdos da mente

 As percepções, impressões e ideias, apresentamgraus de força. São simples ou complexas.

Impressões Simples: Por exemplo,

a percepção de umautomóvel vermelho.

Complexas: A visãoglobal de um povoado apartir de um ponto alto.

Ideias 

Simples:  A recordaçãode um automóvel

vermelho.

Complexas:  Arecordação do povoado. 

 

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Não há ideias inatas

As ideias são cópias das impressões. Issosignifica que estas derivam e dependemdaquelas. Assim sendo, não existem ideias anão ser as que o nosso entendimento formou a

partir da experiência ou das impressõessensíveis. Todo o conhecimento começa com aexperiência e deriva dela.. Se as ideias sãocópias ou imagens das impressões, elas

derivam da experiência. Não há ideias inatas,isto é, ideias que precedam as impressõescorrespondentes. 

 

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Os tipos de conhecimento●  O conhecimento divide-se em dois tipos referidos

por Hume: Conhecimento de ideias e Conhecimentode factos

Conhecimento de ideias: Consiste em analisar osignificado dos elementos de uma proposição, emestabelecer relações entre as ideias que a proposiçãocontém. 

Conhecimento de factos: Este tipo deconhecimento implica um confronto das proposiçõescom a experiência. Os conhecimentos de facto sãoproposições cujo valor de verdade tem de ser testadopela experiência.

 

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Os tipos de conhecimento

A experiência

Percepções

Impressões  Ideias

Sensações Paixões  Emoções

Conhecimento  Relações de ideias de facto

 

h i d f

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Os conhecimentos de facto e arelação de causalidade

O que entendemos exactamente por relação causal?

Por relação causal ou de causalidade entendemos uma

conexão ou ligação necessária entre acontecimentos.

Por exemplo:

Um determinado aumento de temperatura é a causa 

da dilatação de certos corpos.

 A 

O h i d f

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Os conhecimentos de facto e arelação de causalidade

Mas o que significa dizer que A é a causa de B?

Significa dizer: Sempre que, em certas condições, acontece A, acontece ou sucede necessariamente B.

Mas será que temos experiência desta ideia de conexãonecessária?

Quando dizemos que, acontecendo A, sempre acontecerá B, estamos a falar de um facto futuro, que 

ainda não aconteceu. 

É aqui que Hume diz que ultrapassamos o que a experiência nospermite. Não podemos ter conhecimento de factos futurosporque não podemos ter qualquer impressão sensível ouexperiência do que ainda não aconteceu.

 

O h i d f

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Os conhecimentos de facto e arelação de causalidade

Como nasce então a ideia de uma conexão ou ligaçãonecessária entre causa e efeito?

De tantas vezes observarmos que um corpo dilata após 

um determinado aumento de temperatura acontece isto: sempre que vemos acontecer um dado aumento de temperatura, concluímos, devido ao hábito, que certos corpos vão dilatar.

 A constante conjunção e sucessão de A e B levam a razão ainventar uma conexão que ela julga necessária, mas da qualnunca teve experiência. A necessidade aqui é meramente

psicológica. 

O h i t d f t

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Os conhecimentos de facto e arelação de causalidade

● Contudo, o cepticismo de Hume não é radical. Humepensa que não podemos deixar de acreditar na ideia deregularidade constante dos fenómenos porque, semessa crença , a vida seria impraticável.

● É importante notar que Hume nunca pretendeu com asua crítica afirmar que não há relações causais nomundo. Não negou o princípio Não há efeito sem causa.Unicamente afirmou que não podemos racionalmente

 justificar uma tal crença. 

 

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Conclusão

a) O conhecimento é possível?

O conhecimento entendido como relação de ideias é possível. Asverdades lógicas e matemáticas provam-no. Contudo, oconhecimento de factos, baseado na ideia de causa, não tem justificação empírica ou racional. A ideia de causa unicamentecorresponde a um sentimento interno (hábito), sendo destituída deobjectividade.

 

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Conclusão

b) A razão dá-nos conhecimentos acerca da realidadeindependentemente da experiência?

Não. Todo o conhecimento do que existe e acontece no mundoderiva da experiência, embora esta não possa garantir objectividadeaos nossos conhecimentos.

 

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Conclusão

c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde podeir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidadetal como é em si mesma?

O nosso conhecimento não pode estender-se para lá do que é dadona experiência. Se a uma ideia não corresponde uma impressãosensível, não podemos falar de conhecimento objectivo. É o caso da

ideia de causa que usamos nas ciências e no dia-a-dia. Julgamos queum fenómeno é a causa de outro, mas da relação causal ou conexãonecessária entre dois acontecimentos não temos qualquer impressãosensível. Só desses acontecimentos temos percepção sensível, masnão da relação causal que supostamente os liga.

 

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Conclusão

d) Como é justificado o conhecimento?

O conhecimento de facto seria, em princípio, justificado pelaexperiência, dadas as bases empiristas da filosofia de Hume.Contudo, ele é, em geral, um conjunto de expectativas que maistarde ou mais cedo podem ser desmentidas, não podendo serdesmentidas, não podendo ser justificado nem dedutiva nem

indutivamente.

 

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O empirismo de David Hume

TESEFUNDAMENTAL

 AS RELAÇÕES

ENTREIMPRESSÕES EIDEIAS

 AS CONDIÇÕESDA

OBJECTIVIDADEDOCONHECIMENTO

Todo o nosso conhecimento de factos dependeda experiência

Todas as nossas ideias derivam directa ouindirectamente de impressões sensíveis. São

cópias enfraquecidas destas. 

Uma ideia só tem objectividade se for possívelindicar a impressão de que é cópia.

Não podemos falar de conhecimento objectivo anão ser quando às ideias correspondem

impressões sensíveis. Não podemos conheceralgo de que não temos impressão sensível.

Logo, o nosso conhecimento do que aconteceno mundo não pode basear-se em algo que

não faça parte do mundo.

OS LIMITES DOCONHECIMENTO

DE OBJECTOS 

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O empirismo de David Hume

O CONHECIMENTONÃO É OBJECTIVOOURACIONALMENTEJUSTIFICÁVEL

Os conhecimentos de questões de facto  – do queacontece no mundo  – consiste em descobrir as causasde certos efeitos. Mas a ideia de causa  – de conexãonecessária entre fenómenos  – não obedece aoprincípio da cópia. Não temos nenhuma impressão

sensível desta conexão, mas unicamente da conjunçãoe sucesso temporal de acontecimentos. 

 A ideia de causa é uma crença subjectiva que nos dizcomo funciona a nossa mente e não propriamente

como funciona o mundo. Resulta de um hábito:estamos habituados a pensar que, como não há efeitosem causa, mal acontece A, daí resultaránecessariamente B. 

 A IDEIA DE CAUSA

É RACIONAL EEMPIRICAMENTEINJUSTIFICÁVEL

 

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O empirismo de David Hume

 A IDEIA DE CAUSAÉSUBJECTIVAMENTENECESSÁRIA

 Acreditar que não há efeito sem causa é umacrença necessária para que a nossa vida nãoseja a inquietante e paralisante expectativa deque nada será como tem sido. Mas poucomais é do que um desejo de segurança e de

previsibilidade que julgamos corresponder aomodo como as coisas são.

Todo o conhecimento depende da experiência ea esta se limita, mas nenhuma verdadeobjectiva podemos alcançar acerca dosfactos. 

CONCLUSÃO

 

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O racionalismo crítico de Kant

Para Kant conhecimento é um facto indiscutível. Todavia Kantpergunta como é possível o conhecimento? 

 A resposta aborda os seguintes temas:

Qual a origem do conhecimento e como começa ele?

De onde deriva, ou seja, qual o fundamento da sua validade?

Quais as faculdades envolvidas no processo cognitivo e que papel

desempenham?

O que posso conhecer, ou seja, quais os limites do conhecimento?

 

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 A resposta de Kant

Traços gerais da resposta Kantiana:

1. Todo o conhecimento começa com a experiência 

2. O conhecimento cientifico não deriva da experiência,mas sim de certas formas a priori do sujeito que conhece;

3. O conhecimento científico, embora não tenha o seufundamento na experiência começa com ela e por isso sópode ser conhecimento de realidades empíricas ousensíveis.

Immanuel

Kant

1724-1804

 

Todo o conhecimento começa

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Todo o conhecimento começacom a experiência: importânciada sensibilidade

Como começa o conhecimento? 

Começa com a intuição, acto pelo qual recebemos dados ou algo para conhecer.

Quais as condições que tornam possível o acto de intuir?

 A intuição está condicionada por duas formas, sendo elas estruturas da sensibilidade, o Espaço e o Tempo.

ConclusãoSó temos intuição de realidades sensíveis ou empíricas, ou seja, 

de realidades que podemos espacializar e temporalizar.

 

Derivação do conhecimento e

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Derivação do conhecimento esua validade

O conhecimento científico não deriva da experiência, massim de formas a priori do sujeito que conhece.

O conhecimento científico em sentido estrito é explicativo. O entendimento só conhece cientificamente quando aplica o

conhecimento de causa.

Conceito de causa: Permite estabelecer relações de dependênciaentre dois fenómenos, transformando um em causa e o outroem efeito. Kant define conceito de causa como uma forma apriori com a qual o entendimento está equipado.

 

Esquema da relação entre

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Esquema da relação entreSensibilidade e Entendimento

Sensibilidade

Espacializa e Temporaliza

 Aumento DilataçãoDeterminado De um CorpoDe Temperatura

Estabelece a Relação causal entre os Fenómenos

Entendimento 

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Os limites do conhecimento

Como é que as coisas se podem relacionar comigo?Se eu as puder espacializar e temporalizar mediante as formas daminha sensibilidade.

Todos os conhecimentos estão limitados aos dados da intuiçãoempírica ou sensível.

Os dados sensíveis são o que a sensibilidade coloca ao dispor do

entendimento e do seu conceito por excelência: o conceito decausa. O conceito de causa está limitado aos dados sensíveis, só

funciona dentro de limites espácio-temporais. Só podemos atribuir a propriedade de causar a algo que

também seja fenómeno. 

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 A distinção fenómeno-númeno

Só podemos conhecer mediante o conceito de causa aquilo quenos é dado pela sensibilidade, ou, seja, aquilo que podemosintuir. Só das realidades enquadráveis no espaço e no tempopodemos ter conhecimento científico.

Fenómeno

Númeno

O objecto do nosso conhecimento.Mediante a sensibilidade sabemos queacontece algo e mediante o entendimentosabemos porque acontece algo.

Toda a realidade que transcende a nossacapacidade de conhecimento, mas que nãopodemos, apesar disso, afirmar que nãoexiste.

 

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 A razão e os limites do conhecimento  – a

realidade e o ideal O que o conhecimento consegue no plano do conhecimento não

satisfaz a razão.

 A razão, devido à sua vontade de conhecimento absoluto, exigeque encontremos o que é incondicionado (não quer dizer queexista ou se possa alcançar).

O desejo de absoluto formado pela razão, torna-se útil àactividade científica.

Essa utilidade consiste em regular a actividade cognitiva doentendimento.

Dizer que a razão tem um uso regulador quer dizer que ela vaiestabelecer uma regra que oriente a actividade epistémica ou

científica do entendimento. 

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 A razão e os limites do conhecimento  – arealidade e o ideal

O que diz essa regra? Como contribui elapara o processo de conhecimento?

Essa regra geral diz o seguinte: "Conhececomo se fosse possível atingir oconhecimento absoluto".

 

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  A razão e os limites do conhecimento  – arealidade e o ideal

O conhecimento absoluto simbolizado por Deus, éum ideal irrealizável. Contudo, querer realizá-lo tem

consequências positivas. Com efeito, oentendimento, ao procurá-lo, vai considerar sempre

provisórios os seus conhecimentos, não se satisfaránunca com as explicações alcançadas. E, deexplicação em explicação, vai progredindo no

conhecimento do mundo dos fenómenos, como seum dia fosse possível explicá-lo definitiva e

totalmente. Porque é, no fundo, esse o desejo docientista: encontrar a chave que decifre o enigmaque é o universo e não só este ou aquele aspecto

do universo.

 

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Conclusão

a) O conhecimento é possível?

Kant não duvida em momento algum da possibilidade doconhecimento. A sua questão é saber como ele é possível.

 

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Conclusão

b) A razão dá-nos conhecimentos acerca da realidadeindependentemente da experiência?

Esclarecido o âmbito legítimo de aplicação do conhecimento, comoele começa e de onde deriva, podemos criticar a razão que pretende,no que respeita ao conhecimento, ser pura. O conhecimento exige ocontributo da sensibilidade. Ao contrário de Descartes, Kant nãoadmite a possibilidade de um conhecimento puramente racional. Arazão pura  – desligada da experiência  – nada conhece porque nadaencontra para conhecer. Só ligada à sensibilidade  – e nesse caso temo nome de entendimento  – a razão pode conhecer objectos.Nenhuma faculdade pode conhecer seja o que for sozinha, por si só.

 

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Conclusão

c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde podeir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidadetal como é em si mesma?

Se só por meio da sensibilidade o entendimento pode referir-se àscoisas e encontrar a matéria do seu conhecimento devemos concluirque conhecer realidades que ultrapassem o plano espácio-temporal,que estão fora do alcance da nossa sensibilidade, é impossível. Essasrealidades metafísicas, não sendo objectos da nossa intuição, nãopoderão ser também objectos de conhecimento científico. Oconhecimento científico, embora não derive da experiência, começacom ela e por isso só pode ser conhecimento de realidades empíricasou sensíveis.

 

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Conclusão

d) Como é justificado o conhecimento?

Uma crença verdadeira será conhecimento e não uma mera opiniãose aos nossos conceitos corresponder a intuição empírica adequada.Não se pode justificar a proposição «Deus existe» porque não lhecorresponde qualquer intuição empírica. Estamos equipados comestruturas que nos permitem o conhecimento  – as formas do espaço

e do tempo, que dão objectos e as formas do entendimento, queconhecem objectos -, desde que essa actividade não pretendatranscender o plano dos objectos naturais.

 

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O racionalismo crítico de Kant

PROJECTO

RAZÃO DE SER DO PROJECTO

COMO COMEÇA OCONHECIMENTO

DE ONDEDERIVA OCONHECIMENTO

Kant pretende explicar como é possível oconhecimento.

Mostrar se é possível um conhecimento puramenteracional, se todo o conhecimento é verdadeiro ou

se nenhuma destas teses é verdadeira. 

O conhecimento começa com a experiência. É asensibilidade que nos dá objectos para conhecer.

Tudo começa com a espacialização etemporalização dos dados da intuição empírica.

 A sensibilidade unicamente sabe que os fenómenosacontecem num dado momento e num certo lugar.

Só o entendimento compreende o que umfenómeno tem a ver com outro. Só ele podeexplicar  – mediante o conceito de causa, forma

a priori presente em todo o o entendimento humano  – a que se deve determinado acontecimento.

 

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O racionalismo crítico de Kant

 ATÉ ONDE PODEIR O NOSSOCONHECIMENTO

Como precisamos de objectos para que hajaconhecimento e como a sensibilidade nos dáobjectos, mesmo que o conhecimento não

derive da experiência, começa com ela. Só háconhecimento de objectos empíricos. Aexplicação de um fenómeno ou objecto

empírico é sempre outro fenómeno.

 A razão deve aceitar que não há conhecimentopuramente racional e que toda a actividade deconhecimento se desenvolve dentro do plano

empírico, dos objectos que as formas doespaço e do tempo tornam possível intuir. Masprocura que o entendimento aja como se fosse

possível encontrar a explicação de todos osfenómenos do mundo.

ESTA LIMITAÇÃO

NÃO SATISFAZ ARAZÃO

 

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O racionalismo crítico de Kant

 A UTILIDADE DARAZÃO

 A razão, ao apontar para esta meta ideal, dá aoentendimento uma regra de investigação: este

nunca se deve satisfazer com as explicações quealcança porque explicar um fenómeno através de

outro é ficar aquém do ideal. Explicar tudo o queacontece no mundo (todos os fenómenos) exigeuma causa que não está no próprio mundo. Essacausa seria Deus, ideal máximo da razão porque

representa o conhecimento absoluto.

Sem experiência não há objectos para conhecer,mas o nosso conhecimento não é meramente

empírico porque nos dá a causa do queacontece.

CONCLUSÃO