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1 UNIDADE MÓVEL PARA FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS PRÉ- MEDIDOS Adriano Luiz A. Cardoso, IPEM-AM Diego Freitas da Silva, IPEM-AM Ivanildo Gama Barros, IPEM-AM José Itamar de Souto, IPEM-AM Oswaldo Wanderley da Silva Neto, IPEM-AM Rodrigo Cunha da Costa, IPEM-AM 1. Resumo As dificuldades e o baixo desempenho nos indicadores relativos à fiscalização de produtos de conteúdo nominal desigual, bem como a otimização dos exames prévios, trouxeram a necessidade de se buscar melhorias desses serviços metrológicos. Considerando esse contexto foi estruturada a equipe acima identificada e utilizado o MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problemas, ou seja, foi adotado um metódo com bases cientificadas para tratar o problema. O trabalho resultou na implantação de uma unidade móvel com o objetivo de viabilizar a operacionalização das fiscalizações, atendendo as necessidades e desejos dos clientes/usuários quanto a fidelidade das informações dos produtos pré-medidos. A melhoria desse processo eliminou as causas contribuiam para a geração do problema, resultando na elevação do grau de excelência no desempenho das atividades da instituição, facilitando a difusão da cultura metrológica na sociedade amazonense e desenvolvendo as atividades de metrologia legal de forma mais rápida e eficaz. 2. Descrição O responsável técnico do laboratório de mercadorias pré-medidas, a partir das metas de fiscalização, em particular das mercadorias pré-medidas com conteúdo nominal desigual, identificou a necessidade de adoção de medidas corretivas para melhorar os índices de fiscalização. Essa necessidade foi encaminhada à Diretoria Técnica para as devidas tratativas. Em função da magnitude da situação, a Ditec indicou membros do comitê de gestão da qualidade para formar um grupo de trabalho. Através da ferramenta MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problema, a equipe conclui que uma possível solução seria a implantação de um laboratório móvel. No entanto, após uma análise de viabilidade econômica essa possível solução demandaria recursos financeiros indisponiveis na Instituição. A alternativa economicamente viável foi adaptar um veículo existente na frota do IPEM/AM. O processo de adaptação, conforme Anexo 1 (planta baixa da adequação) e Anexo 2 (esquema elétrico), obdeceu critérios técnicos para atender as demandas técnicas características dos exames de pré-medidos realizados nas dependências do laboratório do IPEM/AM. Para a correta realização das atividades de metrologia legal a adaptação no veículo IVECO, contemplou os seguintes componentes:

UNIDADE MÓVEL PARA FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS PRÉ- … · para formar um grupo de trabalho. Através da ferramenta MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problema, a

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UNIDADE MÓVEL PARA FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS PRÉ-MEDIDOS

Adriano Luiz A. Cardoso, IPEM-AM Diego Freitas da Silva, IPEM-AM Ivanildo Gama Barros, IPEM-AM José Itamar de Souto, IPEM-AM

Oswaldo Wanderley da Silva Neto, IPEM-AM Rodrigo Cunha da Costa, IPEM-AM

1. Resumo

As dificuldades e o baixo desempenho nos indicadores relativos à fiscalização de produtos de conteúdo nominal desigual, bem como a otimização dos exames prévios, trouxeram a necessidade de se buscar melhorias desses serviços metrológicos. Considerando esse contexto foi estruturada a equipe acima identificada e utilizado o MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problemas, ou seja, foi adotado um metódo com bases cientificadas para tratar o problema. O trabalho resultou na implantação de uma unidade móvel com o objetivo de viabilizar a operacionalização das fiscalizações, atendendo as necessidades e desejos dos clientes/usuários quanto a fidelidade das informações dos produtos pré-medidos. A melhoria desse processo eliminou as causas contribuiam para a geração do problema, resultando na elevação do grau de excelência no desempenho das atividades da instituição, facilitando a difusão da cultura metrológica na sociedade amazonense e desenvolvendo as atividades de metrologia legal de forma mais rápida e eficaz.

2. Descrição O responsável técnico do laboratório de mercadorias pré-medidas, a partir das metas de fiscalização, em particular das mercadorias pré-medidas com conteúdo nominal desigual, identificou a necessidade de adoção de medidas corretivas para melhorar os índices de fiscalização. Essa necessidade foi encaminhada à Diretoria Técnica para as devidas tratativas. Em função da magnitude da situação, a Ditec indicou membros do comitê de gestão da qualidade para formar um grupo de trabalho. Através da ferramenta MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problema, a equipe conclui que uma possível solução seria a implantação de um laboratório móvel. No entanto, após uma análise de viabilidade econômica essa possível solução demandaria recursos financeiros indisponiveis na Instituição. A alternativa economicamente viável foi adaptar um veículo existente na frota do IPEM/AM. O processo de adaptação, conforme Anexo 1 (planta baixa da adequação) e Anexo 2 (esquema elétrico), obdeceu critérios técnicos para atender as demandas técnicas características dos exames de pré-medidos realizados nas dependências do laboratório do IPEM/AM. Para a correta realização das atividades de metrologia legal a adaptação no veículo IVECO, contemplou os seguintes componentes:

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Bancada: para realização dos exames de mercadorias pré-medidas, instalação dos equipamentos de informática e dos instrumentos de medição; Computador com impressora: necessários para a utilização de planilhas eletrônicas para elaboração e impressão dos laudos de exames resultantes dos ensaios realizados. Bem como, para armazenamento das informações coletadas e consulta da legislação técnica e/ou documentos pertinentes; Assento acolchoado: para recepcionar e acomodar os clientes e os representantes dos produtos a serem examinados; Armários e prateleiras: utilizadas para guarda e armazenamento dos equipamentos, instrumentos de medição, material de expediente e produtos coletados; Equipamentos elétricos: inversor de corrente de energia 12V/127V, bateria de 100A para prover autonomia mínima de 4h de uso; Condicionador de ar: com capacidade de refrigeração de 12.000 BTU’s para climatização do ambiente interno do veículo; Moto gerador: para prover autonomia de uso do sistema de refrigeração do ambiente interno do veículo; 3. Metodologia

A metodologia utilizada para a melhoria proposta seguiu as etapas estipuladas pela ferramenta MASP. Desta forma procedeu-se à identificação do problema e em seguida foi realizado o reconhecimento das características do mesmo, bem como a descoberta das causas principais.

O cenário da solução do problema identificado foi construído com a participação de toda equipe envolvida para este fim. Como o problema já estava bem caracterizado, passamos a avaliar a relevância do mesmo no processo de fiscalização; as forças e fraquezas da nossa instituição/laboratório dentro do ambiente interno e externo (Fig. 1, Fig. 2, Fig. 3 e Fig. 4) em que atuamos ou pretendemos atuar, como forma de melhor observar quais seriam as nossas reais "bases" que iriam sustentar a caminhada pretendida; e a escolha das ferramentas da qualidade à observação do problema, tipo: Registro da Sessão de Brainstorming, Diagrama de Ishikawa, Registro de Folha de Verificação, Gráfico de Pareto e de Dispersão, bem como a definição do Plano de Ação a ser adotado para bloqueio das causas que geram o problema evidenciado.

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AMBIENTE INTERNO (FORÇAS) 1. Autonomia no serviço. 2. Servidores capacitados. 3. Comprometimento dos servidores envolvidos no projeto. 4. Experiência dos servidores envolvidos no projeto. 5. Equipe com capacidade de mobilizar/articular os diversos setores da instituição. 6. Processo informatizado do setor.

Fig 1 – Demonstrativo das forças do ambiente interno

AMBIENTE INTERNO (FRAQUEZAS) 1. Falta de condições técnicas no transporte dos produtos desiguais para o exame final. 2. Dificuldades de transporte e armazenamento de produtos desiguais perecíveis. 3. Dificuldade para transporte e utilização de instrumento de pesagem para a realização do exame

final no local de comercialização de produtos desiguais. 4. Equipamentos inadequados para analise dos produtos desiguais no ponto de venda. 5. Quantidade insuficiente de servidores do quadro funcional efetivo.

Fig 2 – Demonstrativo das fraquezas do ambiente interno

AMBIENTE EXTERNO (OPORTUNIDADES) 1. Ações articuladas com diversas instituições públicas. 2. Ampliação de parcerias. 3. Atividade compulsória. 4. Apoio incondicional do INMETRO. 5. Interação com a RBMLQ-I. 6. Instituição de referência na atividade de metrologia legal.

Fig 3 – Demonstrativo das oportunidades do ambiente externo

AMBIENTE EXTERNO (AMEAÇAS) 1. Limitações orçamentárias e financeiras. 2. Período de chuva. 3. Temperatura. 4. Desconhecimento da população quanto às normas e regulamentos da atividade. 5. Custo elevado para investimentos em equipamentos.

Fig 4 – Demonstrativo das ameaças do ambiente externo A partir das respostas dessas etapas foi elaborado e executado um plano de

ação para eliminar e/ou minimizar as causas significativas. Conforme a proposta da metodologia MASP, após a confirmação da efetividade das ações tomadas realizamos a padronização, através da elaboração e implantação do novo procedimento adotado para a realização das atividades de fiscalização. Observação:

Para identificar como o problema ocorre, e considerando que as mercadorias pré-medidas são classificadas por tipo de produto, o mesmo foi estratificado por período, observando os resultados da fiscalização dos produtos com conteúdo

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nominal desigual, nos anos de 2005 e 2006 conforme a Gráfico 1.

GRÁFICO 1 – Estratificação de Produtos Pré-medidos

Evidência das operações de fiscalização de produtos pré-medidos em campo e do exame final nas dependências do laboratório são apresentadas conforme registro fotográfico a seguir.

Foto 1 – Coleta de produtos para perícia no

laboratório

Foto 2 – Produtos diversos para perícia

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Foto 3 – Produtos derivados do leite

Foto 4 – Produto queijo

Foto 5 – Fiscalização de pescado

Foto 6 – Produtos cárneos

Foto 7 – Armazenamento de produtos a serem

periciados

Foto 8 – Produtos para perícia

Análise:

Foi realizada uma sessão de brainstorming onde foram relacionadas as causas prováveis que estão gerando o problema, conforme a Fig. 5.

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SESSÃO DE BRAISNTORMING

LEVANTAMENTO DAS CAUSAS PROVÁVEIS QUE GERAM O PROBLEMA: “BAIXO ÍNDICE DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS PRÉ-MEDIDOS COM

CONTEÚDO NOMINAL DESIGUAL”

1. Produtos desiguais coletados com critérios inadequados;

2. Falta de condições técnicas no transporte e manutenção da temperatura dos produtos até o momento do exame final; 3. Equipamentos inadequados para analise dos produtos pré-medidos no ponto de venda; 4. Diminuição e troca de equipe de trabalho;

5. Equipes desenvolvendo outras atividades;

6. Falta de pessoal qualificado para a realização de exame final no ponto de venda;

7. Dificuldade de avaliar produtos desiguais sem padronização de massa definida;

8. Falta de metodologia adequada para analise de avaliação de produtos de conteúdo nominal desigual; 9. Falta de espaço físico nos estabelecimentos de pequeno e médio porte para o desenvolvimento das atividades de fiscalização de produtos desiguais; 10. Falta de fiscalização dos produtos de conteúdo nominal desigual em outros municípios; 11. Em alguns casos dificuldade de contato com representante legal dos produtos desiguais;

12. Dificuldade de armazenamento de produtos desiguais coletados;

13. Falta de padrões para verificação dos instrumentos de pesar (balanças), para realização dos ensaios no local de coleta dos produtos desiguais; FIG. 5 – Registro da sessão de braisntorming

A construção do diagrama de Ishikawa permitiu distribuir todas as causas relacionadas na sessão de brainstorming pelas ramificações da espinha de peixe, conforme o Anexo 3. O diagrama foi utilizado para sumarizar e apresentar as possíveis causas do problema. Permitiu ainda, identificar as ramificações com maior concentração de causas, ou seja, o fator de manufatura onde as ações para solucionar o problema serão concentradas.

A ramificação máquina apresentou o maior número de causas, significando que provavelmente a CAUSA RAIZ do problema esteja relacionada com a situação do maquinário do Instituto, no caso considerado, meio de transporte.

Para evidenciar o peso de cada causa na geração do problema, foi elaborada uma folha de verificação relacionando todas as causas e seu respectivo período de coleta para testá-las em campo, tomando o cuidado em identificar quais as causas são mensuráveis e podem ser medidas com fatos e dados. A medição foi realizada registrando o número de ocorrências relativas a cada causa, conforme a Fig. 6.

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FOLHA DE VERIFICAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS

PROBLEMA: Baixo índice de fiscalização de produtos pré-medidos com conteúdo nominal desigual

SETOR: Laboratório de Produtos Pré-medidos

PERÍODO DA COLETA: 05/03/07 a 30/03/07

RESPONSÁVEL: Sr. Ivanildo Barros / Diego Freitas

CAUSAS A SEREM VERIFICADAS EM CAMPO VERIFICAÇÃO TOTAL 1. Produtos de conteúdo nominal desiguais coletados c/critérios inadequados. IIIII IIIII IIIII 15 2. Falta de metodologia adequada para analise de avaliação dos produtos de conteúdo nominal desigual. 0 3. Falta de metodologia alternativa nos casos de dificuldade para contatar com o representante dos produtos. 0

4. Dificuldades de transporte e armazenamento de produtos desiguais perecíveis.

IIIII IIIII IIIII IIIII III 23

5. Falta de um veículo adaptado para a realização do exame final dos produtos desiguais em outros municípios. IIIII IIIII 10

6. Equipamentos inadequados para análise dos produtos desiguais no local de comercialização

IIIII IIIII IIIII IIIII II 22

7. Falta de condições técnicas no transporte e manutenção da temperatura dos produtos até o exame final.

IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII 25

8. Dificuldade para transporte e utilização de instrumentos de pesagem para a realização do exame final no local de comercialização dos produtos desiguais.

IIIII IIIII IIIII IIIII III 23

9. Falta de ambiente (espaço físico) adequado para realização do exame final dos produtos desiguais no local de comercialização. IIIII III 8

10. OUTRAS CAUSAS IIIII 5 TOTAL 131

FIG. 6 – Registro de folha de verificação.

A partir do resultado das observações realizadas com a folha de verificação,

foi construído o gráfico de Pareto, mostrando a participação percentual de cada causa na geração do problema, conforme Gráfico 2. A construção ajudou a identificar as poucas causas vitais do problema, evitando com isso, trabalhar nas muitas triviais e tornando a solução do problema o mais eficiente possível. Isso facilitou a priorização das causas fundamentais.

8

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

13

26

39

52

65

78

91

104

117

131

A B C D E F G H

19,08%

36,64%

54,20%

70,99%

82,44%

90,08%

96,18%

Qtde de Falhas

Percentual

Causas

Gráfico de Pareto

GRÁFICO 2 – Diagrama de Pareto.

Legenda do Gráfico 8 – Diagrama de Pareto: (A) Falta de condições técnicas no transporte e manutenção da temperatura dos produtos desiguais até o momento do exame final. (B) Dificuldades de transporte e armazenamento de produtos desiguais perecíveis.

(C) Dificuldade para transporte e utilização de instrumento de pesagem para a realização do exame final no local de comercialização de produtos desiguais.

(D) Equipamentos inadequados para analise dos produtos desiguais no ponto de venda ao consumidor final. (E) Produtos de conteúdo nominal desigual com coletados com critérios inadequados. (F) Falta de um veículo adaptado para a realização do exame final dos produtos desiguais em outros municípios. (G) Falta de ambiente (espaço físico) adequado para a realização do exame final dos produtos desiguais no local de comercialização. (H) Outras.

Para evidenciar o tipo de relacionamento existente calculamos o coeficiente de correlação r entre as variáveis, índice de fiscalização de produtos com conteúdo nominal desigual e quantidade de falhas, no período de 2006, resultando em uma forte correlação negativa cujo valor corresponde a r = -0,9490. O Gráfico 3 apresenta a reta de tendência encontrada. A expressão relação, aqui utilizada, significa qual alteração pode-se esperar em uma das variáveis, como conseqüência das alterações sofridas pela outra variável. O resultado apresentado no gráfico permitiu ao grupo a comprovação da causa fundamental.

GRÁFICO 3 – Reta de tendência da correlação entra as variáveis.

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Plano de Ação:

Nessa etapa foi elaborado um plano de ação para resolver o problema,

considerando os resultados obtidos no diagrama de Pareto. Foram observadas quais as causas que tiveram o maior número de ocorrências e registradas na Fig. 7.

CAUSAS QUE TIVERAM O MAIOR NÚMERO DE OCORRÊNCIAS 1. Falta de condições técnicas no transporte dos produtos desiguais até o momento do exame final e controle de sua temperatura. 2. Dificuldades de transporte e armazenamento de produtos desiguais perecíveis. 3. Dificuldade para transporte e utilização de instrumento de pesagem para a realização do exame final no local de comercialização de produtos desiguais. 4. Equipamentos inadequados para analise dos produtos desiguais no ponto de venda ao consumidor final.

FIG. 7 – Quadro dos produtos pré-medidas com conteúdo nominal desigual com maior número de ocorrências

Com a finalidade de propor ações para bloquear as causas fundamentais que geram o problema evidenciadas no diagrama de Pareto, foi construído o quadro “Ações para bloqueio de causas” conforme a Fig. 8.

QUADRO DEMONSTRATIVO DE AÇÕES PARA BLOQUEIO DE CAUSAS CAUSAS QUE TIVERAM O MAIOR

NÚMERO DE OCORRÊNCIAS Qual ou quais ações ajudaria a eliminar ou bloquear essa

causa? 1. Falta de condições técnicas dos produtos desiguais até o momento do exame final e controle de sua temperatura.

* Verificar junto à DITEC a possibilidade de adquirir um veículo com as condições técnicas apropriadas para esse tipo de transporte. * Solicitar do setor de transporte à identificação de um veículo adequado. * Providenciar caixa térmica para alocar os produtos desiguais coletados na fiscalização.

2. Dificuldades de transporte e armazenamento de produtos desiguais perecíveis.

* Verificar junto à DITEC a possibilidade de adquirir um veículo com as condições técnicas apropriadas para esse tipo de transporte. * Avaliar junto ao setor de transporte a possibilidade de adequar um veículo para o armazenamento correto dos produtos desiguais perecíveis.

3. Dificuldade para transporte e utilização de instrumento de pesagem para a realização do exame final no local de comercialização de produtos desiguais.

* Verificar junto à DITEC a possibilidade de adquirir um veículo com as condições técnicas apropriadas para utilização de instrumento de pesagem. * Avaliar junto ao setor de transporte a possibilidade de adequar um veículo para utilização de instrumento de pesar eletrônico. * Avaliar junto ao Laboratório de pré-medidos a viabilidade técnica de realizar o exame final de produtos desiguais no ponto de venda ao consumidor final.

4. Equipamentos inadequados para analise dos produtos desiguais no ponto de venda ao consumidor final.

* Verificar junto à DITEC a possibilidade de adquirir um veículo com as condições técnicas necessárias para o transporte e utilização dos equipamentos adequados para analise dos produtos desiguais. * Verificar junto à DITEC a possibilidade de adquirir novos equipamentos para analise dos produtos desiguais no ponto de venda ao consumidor final. * Avaliar junto ao Laboratório de pré-medidos a viabilidade técnica de realizar o exame final de produtos desiguais no ponto de venda ao consumidor final.

FIG. 10 – Quadro das ações para bloquear as causas que geram o problema FIG. 8 – Quadro demonstrativo de ações para bloqueio de causas

Nesta fase a equipe realizou uma reunião de análise crítica para definir – em função dos resultados evidenciados no quadro para bloquear as causas que geram o problema em destaque – o caminho a ser percorrido, o que levou os trabalhos para o planejamento das ações a serem adotadas utilizando-se a ferramenta 5W2H, conforme demonstra Fig. 9.

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Quais ações a serem implementadas? Quando será feito?

Quem fará?

Onde será feito? Como será feito? Por que será

feito? Qual o

investimento necessário?

1. Verificar junto à frota veicular do IPEM/AM, a existência de um transporte apropriado para a devida adaptação interna.

02/05/07 Itamar Souto Pátio do

IPEM/AM

Avaliando o veículo que atenda aos requisitos: potência de motor, capacidade de carga, estabilidade, desempenho, layout interno amplo.

Para selecionar entre os carros do IPEM/AM aquele que melhor atenda à finalidade de utilização.

Sem necessidade.

2. Providenciar a identificação visual do veiculo, junto às empresas especializadas na área.

03/05/07 a 07/05/07 Itamar Souto

Nas empresas especializadas nessa área

Pesquisando o valor do serviço de desenvolvimento da identificação visual e instalação da mesma no veículo selecionado.

Para identificar visualmente a parte externa do veículo selecionado.

Incluso no valor do projeto*

3. Elaborar o projeto da adaptação interna do veículo.

07/05/07 a 10/05/07

Oswaldo Wanderley

No setor da Diretoria Técnica

Elaborando a planta baixa com o detalhamento do layout

Para aproveitar de forma eficiente os espaços internos do veículo selecionado

Incluso no valor do projeto*

4. Providenciar adaptação interna dos móveis.

14/05/07 a 19/05/07

Empresa contratada

No pátio interno da empresa contratada para o serviço

Cumprindo o padrão determinado no layout do projeto.

Para atender às especificações de projeto

Incluso no valor do projeto*

5. Providenciar adaptação interna dos equipamentos.

14/05/07 a 19/05/07

Empresa contratada

No pátio interno da empresa contratada para o serviço

Cumprindo o padrão determinado no layout do projeto.

Para atender às especificações de projeto

Incluso no valor do projeto*

6. Providenciar adaptação do sistema elétrico de 12V para 110V.

21/05/07 a 26/05/07

Empresa contratada

No pátio interno da empresa contratada para o serviço

Cumprindo o padrão determinado esquema do circuito fechado.

Para atender às especificações do esquema do circuito fechado

Incluso no valor do projeto*

FIG. 9 – Registro das ações utilizando-se a ferramenta 5W2H.

Fase da ação:

O resultado da execução do plano de ação foi a constatação de que seria mais viável economicamente adaptarmos a viatura existente (IVECO) como uma unidade móvel com todos os equipamentos e ambiente necessários para a realização dos ensaios no ponto de venda final dos produtos pré-medidos com conteúdo nominal desigual.

Os registros fotográficos das ações evidenciando o resultado da execução das atividades são demonstrados nas fotos abaixo.

Foto 9 – Execução de ensaios na unidade móvel

Foto 10 – Instrumentos da unidade móvel

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Verificação dos resultados obtidos:

Foi evidenciado um ganho de produtividade de 140% para o produto carnes e derivados e de 34% para o produto queijos e derivados acima da meta projetada de 65% de elevação do índice de fiscalização em relação a 2006, conforme mostrado no Gráfico 4.

GRÁFICO 4 – Gráfico demonstrativo do ganho de produtividade.

Com a solução do problema foram redimensionadas as equipes às

atividades de controle metrológico de produtos pré-medidos. Assim sendo, até 2006 as duas equipes executavam todas as atividades, porém em 2007 uma equipe atuou com mais ênfase em produtos pré-medidos com conteúdo nominal desigual e a outra equipe atuou nos demais produtos. Comparando as famílias de produtos desiguais com demais produtos, tivemos um incremento de 304% de produtividade em produtos desiguais e 39% nos demais produtos em relação a 2006, que por sua vez teve uma produtividade de -21% nos demais produtos em relação a 2005, ficando somente com 57% de produtividade relativa a produtos desiguais nesse mesmo ano, conforme demonstra o Gráfico 5.

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GRÁFICO 5 – Gráfico demonstrativo da redução do número de equipes na execução da atividade.

Outro fator característico e evidenciado pela solução do problema é o aumento do quantitativo de produtos fiscalizados, onde saímos, de 724 produtos Carnes e queijos fiscalizados em 2006, para 1.911 produtos carnes e queijos fiscalizados em 2007, conforme demonstra o Gráfico 6.

GRÁFICO 6 – Gráfico demonstrativo do aumento da capacidade produtiva na atividade fiscalização.

Foi possível também evidenciar melhorias no ambiente de trabalho

decorrentes da solução do problema, conforme registros a seguir.

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Foto 11 – Atividade antes da unidade móvel

Foto 12 – Atividade depois com a unidade móvel

Foto 13 – Atividade antes da unidade móvel

Foto 14 – Atividade depois com a unidade móvel

Padronização:

Para evitar a reincidência do problema pelas causas bloqueadas, foi elaborado o documento que faz parte do rol de procedimentos para implantação da ISO 9001/2000 no IPEM/AM, denominado Procedimento Operacional nº PO.07.13 (Anexo 4), que serve como padrão de trabalho adotado, estabelecendo o processo de controle metrológico de produtos pré-medidos de conteúdo nominal desigual utilizando a unidade móvel. 4. Justificativa

No laboratório de mercadorias pré-medidas são desenvolvidas atividades regulamentadas de acordo com Portarias específicas do INMETRO. As equipes de campo realizam a fiscalização de acordo com um roteiro logístico, segundo os critérios das zonas da cidade de Manaus e municípios próximos. No local de coleta das mercadorias pré-medidas são realizados o pré-exame e o exame formal, com o objetivo de identificar possíveis irregularidades quantitativas dos produtos fiscalizados de acordo com a legislação metrológica vigente. O resultado dessa etapa permite avaliar se o produto deverá ser periciado no laboratório, ou seja, a

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realização do exame final. Com isso os produtos são coletados, transportados para a sede do Instituto e alocados no depósito do mesmo até o momento de realização do exame, que acontece conforme a programação semanal do laboratório, considerando a sua capacidade produtiva e as restrições inerentes ao processo, na presença do representante legal do produto para assistir ao exame final.

As metas de fiscalização são definidas pelo INMETRO-DIMEP em comum acordo com o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Amazonas. Para os produtos com conteúdo nominal desigual, inicia-se a fiscalização com a verificação formal, que consiste em um exame visual de rotulagem para constatação da conformidade da indicação quantitativa. Em seguida, as amostras dos produtos são coletadas de forma aleatória nos pontos de venda final ao consumidor para posterior perícia no Laboratório de Produtos Pré-Medidos, objetivando a determinação do conteúdo efetivo do produto contido na embalagem.

Os resultados desses exames geram divergências que poderiam ser evidenciadas “in loco”, motivando, dessa forma a identificação do problema “baixo índice de fiscalização de produtos pré-medidos com conteúdo nominal desigual”, conforme demonstra o histórico da quantidade de pré-exame, exames finais e exames formais apresentados no Gráfico 7, Gráfico 8 e Gráfico 9, respectivamente.

0

100

200

300

400

500

CARNES EDERIVADOS

QUEIJOS EDERIVADOS

PRÉ-EXAMES

2005

2006

GRÁFICO 7 – Quantidade de pré-exame de produtos pré-medidos com conteúdo

nominal desigual

15

0

0,5

11,5

22,5

3

CARNES EDERIVADOS

QUEIJOS EDERIVADOS

EXAMES FINAIS

20052006

GRÁFICO 8 – Quantidade de exames finais de produtos pré-medidos com conteúdo

nominal desigual

012345678

CARNES E DERIVADOS QUEIJOS EDERIVADOS

EXAMES FORMAIS

2005

2006

GRÁFICO 9 – Quantidade de exames formais de produtos pré-medidos com conteúdo nominal desigual

A importância dessa fiscalização está diretamente ligada as necessidades e

desejos dos Clientes/Usuários quanto a fidelidade das informações dos produtos pré-medidos com as características de conteúdo nominal desigual, ou seja produtos fracionados como: charque, bacalhau, calabresa, salsicha, nozes, presunto fatiado, queijo fatiado, uva entre tantos outros, pois existe uma forte proporcionalidade entre o peso do produto e o valor pago por ele. O Gráfico 10, Gráfico 11 e Gráfico 12 demonstram a representatividade dos produtos, em percentual, com conteúdo nominal desigual em relação ao total de produtos fiscalizados.

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GRÁFICO 10 – Pré-Exames – Produtos Desiguais

GRÁFICO 11 – Exames Finais – Produtos Desiguais

GRÁFICO 12 – Exame Formal – Produtos Desiguais

Após uma análise detalhada do processo, a equipe estabeleceu como meta

a ser alcançada a elevação do índice de fiscalização ao equivalente a 65% de produtos pré-medidos com conteúdo nominal desigual, fiscalizados em 2006.

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5. Resultados Econômico-financeiro:

Quanto ao critério econômico-financeiro o órgão teve uma economia financeira na ordem de R$ 92.000,00, uma vez que não houve a necessidade de adquirirmos outra unidade de viatura. Assim sendo, o investimento realizado com as adaptações foi de aproximadamente R$ 19.000,00. Produtividade:

A produtividade alcançada na fiscalização dos produtos com conteúdo nominal desigual superou a meta estabelecida de 65% de elevação do índice de fiscalização, quando atingiu o valor de 140% para os produtos carnes e derivados e de 34% para os produtos queijos e derivados.

O aumento da quantidade dos produtos fiscalizados ultrapassou os 724 produtos Carnes e queijos fiscalizados em 2006, para 1.911 produtos Carnes e queijos fiscalizados em 2007.

Relativos à equipe: A equipe teve a oportunidades de:

- desenvolver os trabalhos ao lado de especialistas da área; - desenvolver novos conhecimentos; - demonstrar a potencialidade dos trabalhos; - desenvolver a competência, em função dos processos de socialização e

formação; - tornar, o desafio, uma realização pessoal e profissional.

Implementado no contexto das estratégias de produtividade e

competitividade, a experiência com o projeto foi de grande valia para toda a equipe, com ótimos resultados para as metas definidas ao órgão, na área respectiva. A equipe atuou de forma integrada, formando conjuntos mais ou menos complexos, onde a utilização dos instrumentos da qualidade permitiu, através do emprego de procedimentos padronizados, uma análise ampla dos problemas suscitados, de forma que garantiram a consistência e objetividade das ações que foram adotadas, contemplando, igualmente, o espaço de trabalho como um espaço de aprendizado e locus permanente de formação e capacitação. Tratamento dos problemas remanescentes:

Para evitar problemas futuros a equipe do Laboratório de Pré-medidos

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segue os procedimentos técnicos definidos em norma específica, o controle e análise crítica dos resultados obtidos no transcorrer das novas fiscalizações de produtos pré-medidos de conteúdo nominal desigual, utilizando a unidade móvel. Aprendizado e desenvolvimento de competências:

O aprendizado e o desenvolvimento de competência e seus desdobramentos, tanto no plano teórico quanto no plano concreto das práticas de gerenciamento, representou para a equipe, uma revitalização no campo da “organização e gestão do trabalho”. Isto se justifica, por exemplo, na identificação, discussões e debates dos problemas e ações objeto do projeto, e no reconhecimento dos limites da perspectiva convencional, para uma gestão eficaz de novos padrões de trabalho. 6. Os Autores Adriano Luiz A. Cardoso Formação: Técnico em Mecânica Industrial Fone: (92) 3663-3087 ramal 234 / (92) 9132-5643 e-mail: [email protected] Diego Freitas da Silva Formação: Engenharia Mecânica Industrial, Mestrando em Engenharia de Produção Fone: (92) 3663-3087 ramal 226 / (92) 9132-5603 e-mail: [email protected] Ivanildo Gama Barros Formação: Licenciatura Plena em Física, Bacharelando em Física Fone: (92) 3663-3087 ramal 235 / (92) 9140-4483 e-mail: [email protected] José Itamar de Souto Formação: Bacharel em Turismo, Mestrando em Ciências do Meio Ambiente Fone: (92) 3663-3087 ramal 235 / (92) 9132-5508 e-mail: [email protected] Oswaldo Wanderley da Silva Neto Formação: Engenharia Civil, Mestrando em Engenharia de Produção Fone: (92) 3663-3087 ramal 234 / (92) 9132-5473 e-mail: [email protected] Rodrigo Cunha da Costa Formação: Licenciatura Plena em História Fone: (92) 3663-3087 ramal 226 / (92) 9132-5637 e-mail: [email protected]

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7. Bibliografia Apostila de Engenharia de Produção, Controle Estatístico de Processo DELLARETTI, Osmário; BRANT, Fátima. Itens de Controle e Avaliação de Processos FALCONI. Gerenciamento da Rotina. Ferramentas da Qualidade – FCO HELMAN, Horácio; PEREIRA, Paulo Roberto. Análise de Falhas WERKEMA, Maria Cristina Catarino. Ferramentas Estatísticas Básicas para o Gerenciamento de Processos

Documentos de Referência:

Portaria INMETRO nº 25/1986

Portaria INMETRO nº 19/1997

Portaria INMETRO nº 92/1999

Portaria INMETRO nº 157/2002

Portaria INMETRO nº 144/2005

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ANEXO 1

Planta Baixa da Adequação

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ANEXO 2 Esquema Elétrico

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ANEXO 3 Diagrama de Ishikawa

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ANEXO 4 Procedimento Operacional nº PO.07.13