4
Tiradentes e Dia do Trabalho A 4 a Sipat acontece a partir do dia 23. as destacadas comemorações marcam este e o próximo mês. Dia 21 re- gistra a passagem dos 220 anos da Inconfidência Mineira, movimento precursor de libertação e decisivo na construção de um novo País. E em maio, o dia 1º foi criado por decreto de Artur Bernardes em 1925 e con- solidado por Getúlio Vargas como o Dia Oficial do Trabalho. Para orgulho dos santistas, no entanto, essa homenagem aos trabalhadores começou muito tempo antes aqui em Santos, no ano de 1895. A Inconfidência é resultado do aumen- to do controle de Portugal sobre o Brasil, na metade do século 18, com a proibição de uma série de atividades fabris e artesanais e a taxação dos produtos que vinham da metrópole com valores muito elevados. Mesmo com a diminuição da produ- ção nas jazidas de Minas Gerais, a coroa portuguesa queria continuar recebendo a mesma cota imposta no período de maior produção. Essa cobrança deu origem à derrama, uma cobrança obrigatória de 100 arrobas de ouro anuais que a população de- veria pagar, mesmo que a produção não atingisse esse valor. Proprietários rurais, intelectuais, religiosos e militares descontentes começaram a se reunir em Vila Rica para conspirar contra a dominação portuguesa e estabelecer um país livre. Discutiram planos, leis para uma nova ordem e criaram uma bandeira branca com um triângulo vermelho em que se lia a expressão Liberdade ainda que tardia, escrita em Latim. Essa bandeira, posteriormente, foi adotada pelo Estado de Minas Gerais. O movimento não deu certo porque foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa portuguesa. Os líderes foram detidos, acusados e condenados pelo crime de infidelidade ao rei. Todos, menos Tiraden- tes, negaram a participação e foram degredados para colônias portuguesas. Tiradentes não foi poupado e morto dia 21 de abril no Campo da Lampadosa, Rio de Janeiro. A primeira celebração do Dia do Trabalho aconte- ceu em Santos em 1895, por iniciativa do Centro So- cialista, entidade fundada por políticos como Silvério Fontes, Sóter de Araújo e Carlos Escobar. Consolidada no governo Artur Bernardes, a data ganhou status de Dia Oficial do Trabalho por decreto de Getúlio Vargas. A legislação Vargas criou o salário mínimo, o reajuste anual, a redução da jornada de trabalho para 8 horas. E mais: criou o Ministério do Trabalho, regulamentou o trabalho da mulher e do menor e promulgou a Consolidação das Leis do Tra- balho, garantindo o direito a férias e aposentadoria. A origem no Dia do Trabalho, no entanto, está mais longe ainda. Vem de 1886, nos Estados Unidos. A re- gra, na época, eram baixos salários e jornadas diárias de até 17 horas. Férias e aposentadorias não existiam. Isso criou um clima para o surgimento das primeiras organizações, campanhas de mobilizações e greves explodindo por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, tornou-se um grande centro sindical e palco de uma intensa greve operária. Após uma grande manifesta- ção, aconteceu violenta repressão policial que matou centenas de operários, milhares de prisões, incêndio em sindicatos, invasão em casas de líderes sindicais. Os líderes foram condenados à morte na forca. Dois anos depois a Federação Americana de Trabalho marcava para o 1º de maio manifestações de protestos e reivindicações pelo estabelecimento da jornada de trabalho de 8 horas. Em 1890, o movimento chegava a Europa e a Segunda Internacional, associa- ção mundial de trabalhadores socialistas, aprovou a data como Dia do Trabalhador. O 1 o de Maio Com pesar, registramos os falecimentos da ex-professora Eliete Pitágoras Brito Maximino e do professor do CCA, Ajax Epaminondas de Almeida. Ano 15 Abril/2012 N o 174 HISTÓRIA PESAR NESTA EDIÇÃO

Unigente 174

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Abril, 2012 - Boletim de divulgação da Sociedade Visconde de São Leopoldo, dirigido aos funcionários administrativos. Produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social. Conselho Editorial: professores Marcelo Di Renzo e Maria Aparecida Esteves Martins e coordenadora de RH, Marilza Borges Augusto. Editor: Antonio Fernando C. Santos – MTb 10305/SP. Março, 2012

Citation preview

Page 1: Unigente 174

Tiradentes e Dia do Trabalho

A 4a Sipat acontece a partir do dia 23.

as destacadas comemorações marcam este e o próximo mês. Dia 21 re-gistra a passagem dos 220 anos

da Inconfidência Mineira, movimento precursor de libertação e decisivo na construção de um novo País. E em maio, o dia 1º foi criado por decreto de Artur Bernardes em 1925 e con-solidado por Getúlio Vargas como o Dia Oficial do Trabalho. Para orgulho dos santistas, no entanto, essa homenagem aos trabalhadores começou muito tempo antes aqui em Santos, no ano de 1895.

A Inconfidência é resultado do aumen-to do controle de Portugal sobre o Brasil, na metade do século 18, com a proibição de uma série de atividades fabris e artesanais e a taxação dos produtos que vinham da metrópole com valores muito elevados. Mesmo com a diminuição da produ-ção nas jazidas de Minas Gerais, a coroa portuguesa queria continuar recebendo a mesma cota imposta no período de maior produção. Essa cobrança deu origem à derrama, uma cobrança obrigatória de 100

arrobas de ouro anuais que a população de-veria pagar, mesmo que a produção não

atingisse esse valor.Proprietários rurais, intelectuais,

religiosos e militares descontentes começaram a se reunir em Vila Rica para conspirar contra a dominação portuguesa e estabelecer um país livre. Discutiram planos, leis para uma nova ordem e criaram uma bandeira branca com um triângulo

vermelho em que se lia a expressão Liberdade ainda que tardia, escrita em

Latim. Essa bandeira, posteriormente, foi adotada pelo Estado de Minas Gerais.O movimento não deu certo porque foi

traído por Joaquim Silvério dos Reis, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa portuguesa. Os líderes foram detidos, acusados e condenados pelo crime de infidelidade ao rei. Todos, menos Tiraden-tes, negaram a participação e foram degredados para colônias portuguesas. Tiradentes não foi poupado e morto dia 21 de abril no Campo da Lampadosa, Rio de Janeiro.

A primeira celebração do Dia do Trabalho aconte-ceu em Santos em 1895, por iniciativa do Centro So-cialista, entidade fundada por políticos como Silvério Fontes, Sóter de Araújo e Carlos Escobar.

Consolidada no governo Artur Bernardes, a data ganhou status de Dia Oficial do Trabalho por decreto de Getúlio Vargas. A legislação Vargas criou o salário mínimo, o reajuste anual, a redução da jornada de trabalho para 8 horas. E mais: criou o Ministério do Trabalho, regulamentou o trabalho da mulher e do menor e promulgou a Consolidação das Leis do Tra-balho, garantindo o direito a férias e aposentadoria.

A origem no Dia do Trabalho, no entanto, está mais longe ainda. Vem de 1886, nos Estados Unidos. A re-gra, na época, eram baixos salários e jornadas diárias de até 17 horas. Férias e aposentadorias não existiam. Isso criou um clima para o surgimento das primeiras

organizações, campanhas de mobilizações e greves explodindo por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, tornou-se um grande centro sindical e palco de uma intensa greve operária. Após uma grande manifesta-ção, aconteceu violenta repressão policial que matou centenas de operários, milhares de prisões, incêndio em sindicatos, invasão em casas de líderes sindicais. Os líderes foram condenados à morte na forca.

Dois anos depois a Federação Americana de Trabalho marcava para o 1º de maio manifestações de protestos e reivindicações pelo estabelecimento da jornada de trabalho de 8 horas. Em 1890, o movimento chegava a Europa e a Segunda Internacional, associa-ção mundial de trabalhadores socialistas, aprovou a data como Dia do Trabalhador.

O 1o de Maio

Com pesar, registramos os falecimentos da ex-professora Eliete Pitágoras Brito Maximino e do professor do CCA, Ajax Epaminondas de Almeida.

Ano 15 Abril/2012 No 174

HISTÓRIA

PESAR

NESTA EDIÇÃO

Page 2: Unigente 174

ouco difundida, apesar de instituída por lei, a data de 30 de abril é o Dia Nacional da Mulher. O projeto que deu origem à lei visava criar uma

comemoração independente do Dia Internacional,que acontece em março, e, ao mesmo tempo homenagear todas as mulheres brasileiras, na figura de Jerônima Mesquita. Fundadora do Conselho Nacional das Mulhe-res, da Cruz Vermelha e das Bandeirantes, Jerônima teve toda sua vida voltada para a defesa da cidadania da mulher. Ações dela e de Berha Lutz resultaram na conquista do direito de voto, de trabalhar fora de casa e de cursar o ensino superior.

Mais do que a celebração, a data serve para alertar a sociedade que, apesar das conquistas no lar, no mercado de trabalho e na sociedade, ainda falta muito para que a mulher alcance a plenitude de sua liberdade, sem as situações de intolerância, discriminação e violência que

frequentemente são noticiadas pela mídia.No Complexo Educacional São

Leopoldo as mulheres também fazem a sua história e o respeito e a va-

lorização da mulher marcam a vida da instituição. Desde a sua criação, a mulher se fez presente na SVSL. E nomes inesquecíveis por aqui passaram. E vão conti-

nuar passando.

30 de abril: Dia Nacional da MulherAlguns nomes foram marcantes como o de Irmã

Cantídia, principal colaboradora de Dom Idílio José Soares, nas tratativas de criação da instituição. Na Faculdade de Direito, destacou-se a poetisa Maria José Aranha Resende, primeira secretária geral.

O tempo encarregou-se de trazer outras mulhe-res, um universo tão grande que hoje ultrapassa o dos homens na instituição com cerca de dois terços dos funcionários. Nesses 60 anos de São Leopoldo, destacaram-se nomes como os de Florinda Haguiô Santos, registrada em abril de 1959; Déa Vilela Peckolt, Cleyde Gonzalez, Aglair Pierri, Maria Salgado Paz, Regina Sandra Lopes Pinto. E outros nomes, com a marca muitos anos na instituição, continuam presentes até hoje como Marilza Borges Augusto, Maria de Fátima de Oliveira Carneiro Alves, Maria Rita de Cássia Rebelo Nastasi, Josefa Alcântara de Almeida Oliveira,Shirley Daisy Haidar Ramos, Maria Alice Soares Martins, Maria Aparecida N. da Fonseca, Maria de Lourdes Freire Braga, Maria Graziela Natal, Miriam Mércia de Almeida Sampaio Costa, Neide Maria dos Santos, Rosina Valéria Lanzellotti M. Teixeira, Sueli Domingues da Silva, Tania Regina P. de Mattos, Aparecida Vicária Rodrigues D’Aurea,Maria Teresa Faria Hellich, Renata Pierri Garcia, Telma de Aguiar Siqueira, e tantos outros, difícil elencar todos, que há mais de 25 anos dedicam seu trabalho à instituição.

Estamos recebendo,com votos de sucesso nas novas funções, Débora de Oliveira (Secretaria Acadêmica, Câm-pus Dom David).

Como não há uma forma única que estabeleça a grafia de câmpus, o UniGente, considerando que a palavra está definitivamente incorporada à Língua Portuguesa e, seguindo ensinamento de dicionaris-tas e uso dos principais veículos de comunicação, passa a grafar a palavra de acordo com a regra de acentuação das paroxítonas e o plural determinado pelo artigo que a precede. Assim, a grafia do Uni-Gente será: o câmpus; os câmpus.

Criado em 1902, o atual Liceu Santista começou a funcionar em espaços provisórios até conseguir erguer a sua primeira sede própria. Queremos saber onde foi essa primeira sede?

1) Na Rua da Constituição2) No local da atual escola Cesário Bastos3) No local da atual escola Barnabé4) No prédio da Gota de Leite5) Nenhuma das alternativas

O teste da edição 173, o primeiro de uma série em homenagem aos 110 anos do Liceu Santista, perguntava com que nome a escola foi criada em 1902. E a resposta correta é a da alternativa 3, Liceu Feminino Santista.

Entre os cupons en-viados com a resposta correta, o sorteado foi o cupom de Fabiana Silva Simeão, da Secretaria Acadêmica, Campus Dom Idílio. Na foto, ela recebe seu prêmio da responsável pela secretaria da SVSL, Josefa de Alcântara de Almeida Oliveira.

Débora

NOVOS COLEGAS

CURIOSIDADES

ESCLARECIMENTO

Page 3: Unigente 174

Programação23/04

(segunda-feira)Câmpus Dom Idílio

24/04 (terça-feira)

Câmpus Dom Idílio

25/04 (quarta-feira)Liceu Santista

26/04 (quinta-feira)

Todos os Câmpus

27/04 (sexta-feira)

Câmpus Dom Idílio

9hAbertura – Direção Complexo São Leopoldo – Auditório 213

8h30 as 11hOficina de Gastronomia – Alimentos Diet e Light – Laboratório de Gastronomia

11h as 12h30Palestra sobre Stress – Clínica Ser Integral – Dr. Roberto Debski

9hGrupo de Teatro Hilária Troupe - Ações de Intervenção Cênica nos ambientes de trabalho

9hSabesp – palestra P.U.R.A. – Programa de Utilização Racional da Água

10h às 14hBrinquedos, pipoca e algodão doce + mini hot dog – Pátio do Campus Dom Idílio

12h30Nutricionista Karina Schena – Demonstração de alimentos saudáveis e alternativos

10hOrquestra Sinfônica – Maestro Roberto Lopes

18h as 19h30 Mix Dance – Profa. Elizabeth Araújo – Sala de Multiuso

11hCoffee break de encerramento

19h30Nutricionista Karina Schena – Demonstração de alimentos saudáveis e alternativos

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa – definiu o ca-

lendário da 4ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, que acontece de 23 a 27 deste mês, com atividades principais no Câmpus Dom Idílio e no Liceu Santista. A atividade do dia 26 acontece em todos os câmpus. O tema do evento é Faz bem brincar.

No quadro abaixo, a pro-gramação divulgada pelos or-ganizadores até o fechamento desta edição.

Sipat começa dia 23

Terminada a 4ª Sipat, começam os preparativos para a eleição dos novos membros da Cipa, no próximo mês. Naquela ocasião, professores e funcionários devem eleger três membros titulares e três suplentes que se juntarão a outros três titulares e três suplentes, para compor a CIPA 2012/2013.

V Semana Interna de Prevenção de Acidentes – 2011/2012Tema: Faz bem brincar

CIPA

Page 4: Unigente 174

UniGente – órgão de divulgação da Sociedade Visconde de São Leopoldo, dirigido aos funcionários administrativos. Produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social. Conselho Editorial: professores Marcelo Di Renzo e Maria Aparecida Esteves Martins e coordenadora de RH, Marilza Borges Augusto. Editor: Antonio Fernando C. Santos – MTb 10305/SP. Fotos desta edição: Arquivo UniGente. Produção Gráfica: Matiz Comunicação. Impressão: Gráfica Everest. Endereço da Sociedade Visconde de São Leopoldo: Rua Euclides da Cunha, 241 – Bairro Pompeia – Santos/SP.

O dito pelo não ditotempo tem se encarregado de mudar o sentido de uma série de ditos populares que hoje são pronunciados de maneira

diferente da que foram criados. É comum encon-trarmos, por exemplo,“Batatinha quando nasce esparrama pelo chão” ou “Quem tem boca vai a

ModificaçõesA seguir, alguns ditos populares na sua criação original e, ao lado, como são pronunciados hoje.Original AlteradoBatatinha quando nasce espalha a rama pelo chão. Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.Quem não tem cão, caça como gato. Quem não tem cão, caça com gato.Esculpido em Carrara. Cuspido e escarrado.Bicho no corpo inteiro. Bicho carpinteiro.Corro de burro quando foge. Cor de burro quando foge.Quem tem boca, vaia Roma Quem tem boca, vai a Roma.Hoje é domingo, pede cachimbo. Hoje é domingo, pé de cachimbo

que acabaram criando novos ditos compreensíveis. Outros, nem tanto.

Uma série de explicações técnicas ligadas à fonética procuraram justificar as alterações dessas expressões. Especialistas em Fonoaudiologia e em Língua Portuguesa explicam que os atos de falar e ouvir são uma troca e se uma pessoa pronuncia rápido ou não é entendido, a informação chegará distorcida ao receptor. Para esses especialistas, isso é um processo natural. Outra explicação, mais profunda, é a de que o cérebro programa o corpo para guardar energia e uma pessoa, cansada, na hora de falar, economiza energia. O mesmo aconte-ce para quem ouve, pois uma sílaba se parece com outra e a informação acaba processada da forma mais rápida possível.

O fenômeno da transformação dos ditos popula-res faz parte do dinamismo da língua e está ligado a outras transformações que a língua sofre cons-tantemente algumas sérias e outras levadas para a gozação, por conta da veia satírica dos brasileiros. Nessa última avaliação,são célebres o Um dia da calça, outro do calçadão em vez de Um dia da caça outro do caçador; ou o Há malas que vêm de trem, no lugar de Há males que vêm para o bem.

Aos poucos, a Internet também está sendo res-ponsável por outras transformações com o objetivo de simplificar as coisas e deixá-las mais rápidas. Apesar de incorretas, expressões como naum em vez de não é e axar no lugar de achar já fazem parte dessa nova “língua”, o Internetês.

Roma”. Apesar de definitivamente incorporados ao linguajar popular, esses ditos estão incorretos e sofreram transformações a partir de suas cria-ções originais. Alguns, até, são tão bem alterados

CURIOSIDADES