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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO MARIA MENDONÇA FELIZOLA A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA CONCESSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH) MACEIÓ-AL 2012

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

MARIA MENDONÇA FELIZOLA

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA CONCESSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH)

MACEIÓ-AL

2012

MARIA MENDONÇA FELIZOLA

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA

CONCESSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH)

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho

MACEIÓ-AL 2012

MARIA MENDONÇA FELIZOLA

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA

CONCESSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH)

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Aprovado em ____/____/____

__________________________________________ Prof.Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho

Orientador:

____________________________________ Prof. Dr. Liércio Pinheiro de Araújo

Banca Examinadora

____________________________________ Prof. Esp. Franklin Barbosa Bezerra

Banca Examinadora

DEDICATÓRIA Dedico a todos que de uma certa forma direta ou indiretamente contribuíram para

que esta pesquisa atingisse o seu objetivo. A meu marido, pelo apoio e amor que

sempre me encorajou a lutar por meu ideal. Aos meus filhos que me incentivam a

sempre buscar conhecimento e principalmente a compreensão da ausência nesses

momentos de estudo e capacitação profissional.

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus colegas e professores pelo maravilhoso curso e pelos

ensinamentos que adquiri em especial ao meu orientador Manoel Ferreira, pela

ajuda e suporte.

“O trânsito, em condições seguras, é um

direito de todos e dever dos órgãos e

entidades componentes do Sistema

Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no

âmbito das respectivas competências,

adotar as medidas destinadas a assegurar

esse direito.”

§ 2º, do Art. 1º, do Código Brasileiro de

Trânsito.

RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso traz uma análise acerca da importância da avaliação psicológica enquanto requisito indispensável à concessão da carteira nacional de habilitação. É sabido que a avaliação trata-se de requisito de cunho obrigatório, eliminatório e complementar, o que de fato expressa a sua importância. Todavia, a crise do trânsito revela verdadeiro descaso para o requisito em questão. Assim, para se ter uma dimensão maior sobre a temática inicialmente se fará uma revisão teórica sobre temas que envolvem a avaliação em questão. O aumento do número de veículos nos centros urbanos, condutores despreparados, ruas e estradas em situações precárias, falta de atenção e desrespeito às leis vem assumindo destaque cada vez maior como fatores agravantes da péssima situação do trânsito e como causa de mortes. É nesse cenário que a avaliação psicológica ganha relevância, já que ela visa analisar se o pretenso condutor reúne condições psíquicas de ser possuidor de carteira nacional de habilitação com base em informações obtidas por meio de testes que avaliará entre outros. A metodologia empregada foi o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo, cujo método de análise foi quantitativo, com abordagem descritivo-exploratória. O estudo revela que os profissionais da área de avaliação psicológica mostrou que 81% do universo pesquisado consideram que os testes utilizados pelo psicólogo na área de trânsito satisfatórios. A maioria dos sujeitos pesquisados mostrou-se seguro na manipulação e domínio dos testes (59%). 41% dos psicólogos acreditam que é possível prever comportamentos negativos através da avaliação psicológica. No quesito inter-relação entre os psicólogos do trânsito na avaliação psicológica 68% consideram que a consideram boa; 32% consideram ruins, sendo o nível de autonomia do montante pesquisado satisfatório (82%). Por isso, 69% dos profissionais afirmaram se sentem seguros na avaliação psicológica do condutor. Assim, embora importante, a avaliação psicológica e o próprio profissional da área está carente de adequações necessárias a refletir de modo significativo em melhor trânsito.

Palavras-chave: Avaliação Psicológica; Condutores; Psicologia do Trânsito.

ABSTRACT

This Labor Completion of course offers an analysis of the importance of psychological assessment as prerequisite to the granting of national driving license. It is known that the evaluation it is mandatory requirement die, knockout and complement, which actually expresses its importance. Nevertheless, the crisis reveals the true transit disregard the requirement in question. Thus, to be larger on the subject initially make a theoretical review of issues involving the assessment in question. The increased number of vehicles in urban centers, drivers unprepared, streets and roads in precarious situations, inattention and disrespect for the law has assumed increasing prominence as aggravating factors the terrible traffic situation and the cause of death. It is in this scenario that the psychological evaluation becomes relevant, as it seeks to analyze whether the alleged driver is fit to be possessed of psychic national driving license based on information obtained through tests that assess among others. The methodology used was the literature and field research, the method of analysis was quantitative, descriptive and exploratory approach with. The study reveals that professionals in the area of psychological assessment showed that 81% of the universe surveyed consider that the tests used by psychologists in the area of transit satisfactory. Most of the study subjects was safe in handling and field tests (59%). 41% of psychologists believe that it is possible to predict negative behaviors through psychological evaluation. On the issue of the interrelationship between the traffic psychologists in psychological assessment 68% consider that they consider good, 32% felt bad, and the level of autonomy of the amount researched satisfactory (82%). Therefore, 69% of professionals said they feel safe in the psychological evaluation of the driver. Thus, although important, psychological evaluation and own professional area is lacking in necessary adjustments to reflect significantly better in traffic.

Keywords: Psychological Assessment; Conductors; Traffic Psychology

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 01 - Distribuição, em porcentagem, quanto à eficiência dos testes psicológicos utilizados na avaliação psicológica. BA. 2012.......................................37

GRÁFICO 02 - Distribuição, em porcentagem, quanto à manipulação dos testes psicológicos utilizados na avaliação psicológica/BA-2012.........................................38

GRÁFICO 03: - Distribuição, em porcentagem, quanto à percepção do comportamento negativo observado na avaliação psicológica/BA-2012............................................................................................................................38

GRÁFICO 04 – Distribuição, em porcentagem, quanto à inter-relação entre os psicólogos na avaliação psicológica/BA-2012............................................................39

GRÁFICO 05 – Distribuição, em porcentagem, quanto à autonomia na escolha dos testes na avaliação psicológica/BA-2012...................................................................39

GRÁFICO 06 - Distribuição, em porcentagem, quanto à segurança na avaliação do perfil psicológico do condutor/BA-2012......................................................................40

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 14

2.1 Considerações Iniciais sobre o Trânsito ...................................................... 14

2.2 Psicologia e Trânsito ...................................................................................... 16

2.3 A Importância da Avaliação Psicológica para Concessão da Carteira

Nacional de Habilitação ...................................................................................... 19

2.4 Os Principais Testes Psicológicos Utilizados na Avaliação Psicológica

para Concessão da Carteira Nacional de Habilitação ....................................... 24

2.4.1 Teste de Atenção Concentrada (AC) .......................................................... 24

2.4.2 Teste R1 ........................................................................................................ 26

2.4.3 Teste Pfister (Pirâmides Coloridas) ........................................................... 26

2.4.4 Teste Palográfico ......................................................................................... 30

2.4.5 HTP................................................................................................................. 33

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 35

3.1 Aspectos Éticos .............................................................................................. 35

3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................ 35

3.3 Local e População .......................................................................................... 35

3.4 Amostra ........................................................................................................... 36

3.5 Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................. 36

3.6 Procedimentos para Análise dos Dados ...................................................... 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 42

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 45

APÊNDICE ............................................................................................................. 49

ANEXO ................................................................................................................... 50

11

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo traz uma análise acerca da importância da Avaliação

Psicológica enquanto requisito indispensável à concessão da Carteira Nacional de

Habilitação (CNH).

Estudos realizados no Brasil vêm demonstrando que a condução de

veículos está condicionada a diversos aspectos, dentre eles: físico; psicológico;

cognitivo e de capacidade de fato, sendo o aspecto psicológico, o mais analisado na

avaliação psicológica, em virtude de seu caráter obrigatório, eliminatório e

complementar definido pela legislação nacional.

Alguns especialistas da área de Psicologia de Trânsito enfatizam que a

avaliação psicológica de trânsito tem como função principal averiguar se o pretenso

condutor possui condições psicológicas para guiar sem representar perigo para si

mesmo ou terceiros. Afinal, um veículo pode tornar-se facilmente uma arma, tanto

pelo seu estado de conservação quanto pela maneira do condutor o guiar. Aliás,

estudos da Organização Mundial da Saúde apontam que, os acidentes de trânsito

são a maior causa de mortes violentas, com 1, 26 milhões de vítimas fatais; matando

o quádruplo do que guerras e conflitos (FOLHA ON LINE, 2012).

Igualmente, os estudos apontam que o Brasil encontra-se no rol dos 10

países com índices alarmantes de mortalidade no trânsito, o que é motivo de

preocupação por parte dos gestores públicos, uma vez que tais acidentes produzem

altos transtornos sociais e econômicos. É até por conta disso, inclusive, que os

governos se valem de requisitos para comprovar a aptidão do condutor.

O trânsito representa um local de conflitos por excelência em virtude da

disputa pelo espaço físico que reflete uma altercação pelo tempo e pelo acesso aos

equipamentos urbanos. Trata-se de uma negociação permanente do espaço coletivo

e conflituoso. Dadas às características da sociedade globalizada, essa negociação

não se dá entre pessoas iguais: a disputa pelo espaço tem uma base ideológica e

política, que depende de como as pessoas se veem na sociedade e de seu acesso

real ao poder (VASCONCELOS, 1998).

Devido ao aumento do número de veículos nos centros urbanos, os

acidentes vêm assumindo destaque cada vez maior na sociedade. Muitas vezes

esses acidentes estão relacionados a condutores despreparados, ruas e estradas

em situações precárias, a falta de atenção e desrespeito às leis de trânsito. Todavia,

12

estudos apontam ainda o comportamento do motorista como sendo o principal fator

responsável por acidentes de trânsito.

As transgressões no trânsito são um fenômeno social e devem ser

analisadas em uma perspectiva mais ampla. Atualmente, os comportamentos não

ajustados de autodestruição, como o uso de álcool e drogas, apresentam-se com

maior frequência em acidentes nas vias. Diante dessa problemática, a saúde mental

e psicológica dos motoristas de trânsitos torna-se essencial. Nesse sentido, a

psicologia do trânsito, apresenta-se como estratégia em função de colaborar para

uma melhoria da segurança viária, já que os psicólogos podem dar subsídios

teóricos e técnicos às novas demandas do trânsito que surgem a partir do aumento

do uso do automóvel.

É nesse cenário que a avaliação psicológica ganha relevância, já que ela

visa analisar se o pretenso condutor reúne condições psíquicas de ser possuidor de

Carteira Nacional de Habilitação com base em informações obtidas por meio de

testes que avaliará, entre outros: a personalidade, a atenção, o raciocínio e a

conduta.

É importante salientar que a avaliação psicológica muitas vezes é vista

como mera formalidade, não sendo levada a sério pelas autoridades. Alguns autores

questionam a importância da realização da avaliação psicológica para obtenção da

CNH. Contudo, a grande maioria dos autores defende o importante papel da

Avaliação Psicológica Pericial no contexto de trânsito, visando prevenção de

acidentes no trânsito, para diminuir as possibilidades de o motorista se expor a

situações de risco para si próprio e para outros.

Tendo em vista a importância do comportamento humano no trânsito,

acrescenta-se a educação para o trânsito como uma grande oportunidade de

investimento para reduzir os índices de violência no trânsito. Além disso, a educação

para o trânsito é mais um segmento no qual a psicologia e a avaliação psicológica

se tornam fundamentais e indispensáveis no desenvolvimento de diretrizes eficazes

e eficientes.

Frente ao exposto, a pesquisa justifica-se, sobretudo, pela urgência dos

estudos sobre psicologia do trânsito no país, mais precisamente no que se refere à

importância da avaliação psicológica, pois muito se discute sobre a aplicação dos

exames psicológicos para seleção de candidatos à carteira de habilitação. Seria

13

essa uma forma pertinente de contribuir para a diminuição dos problemas do

trânsito?

Para tanto analisar a situação em questão, inicialmente se fizeram breves

apontamentos entorno da psicologia e do trânsito. A partir foram analisados dados

de uma pesquisa feita com profissionais atuantes na área.

A partir de uma revisão bibliográfica foram discutidas questões referentes

à avaliação psicológica e sua importância no contexto do trânsito, destacando os

problemas do trânsito, o comportamento do homem do trânsito, a atuação da

psicologia do trânsito e o papel da avaliação psicológica.

A relevância do estudo tem como base a própria situação caótica do

trânsito nacional na atualidade, além de servir como fonte de pesquisa para outros

estudiosos e interessados sobre a temática.

14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Considerações Iniciais sobre o Trânsito

Numa perspectiva global, a ideia de trânsito está associada ao ato de

caminhar, por isso se ligada diretamente ao movimento e tráfego de pessoas e/ou

veículos. Contudo, definir trânsito com exatidão não é fácil, já que muitos teóricos da

área trabalham com perspectivas diferentes.

O Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo primeiro, dispõe que:

§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro (BRASIL, 1997).

Tendo como base o exposto, Rozestraten (1988) formulou uma definição

para o trânsito, segundo a qual, pode ser definido como um conjunto de

deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema

convencional de normas, cuja finalidade é assegurar a integridade de seus

participantes.

Completa ainda o autor acima mencionado que o fenômeno “trânsito” é

produzido a partir de comportamentos de indivíduos e de seus efeitos no ambiente,

que, por suas características físicas, desencadeia certos comportamentos e impede

a ocorrência de outros.

Assim, o trânsito não pode ser considerado como um simples problema

de ordem técnica, mas ser analisado dentro de uma perspectiva social e política que

está intimamente relacionada às características da sociedade e aos modelos atuais

de gestão econômica. Nesse sentido, Madeira (2009) esclarece que, para que se

15

possa compreender o trânsito não basta discutir apenas os problemas de

congestionamentos e acidentes, mas analisar a maneira como as pessoas se

comportam,considerando seus interesses e necessidades.

Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que o trânsito é caracterizado

por pessoas de uma dada sociedade com diferenças políticas, sociais e

importâncias diversas, se caracterizando por uma disputa de tempo, espaço físico e

acesso aos equipamentos urbanos (MADEIRA, 2009).

Corroborando com este entendimento, Vasconcelos (1998) explica que no

trânsito, o que acontece é uma disputa pelo espaço físico, refletindo numa

negociação permanente do espaço, coletivo e conflituoso. Tal negociação, conforme

autor, não se dá entre pessoas iguais, mas tem uma base ideológica e política que

irá depender da forma como cada indivíduo se vê na sociedade e de seu acesso real

ao poder.

Em face disso, diversos têm sido os problemas envolvendo o contexto

viário e muitos são os fatores que têm contribuído nesse sentido. Atualmente, é

possível observar condutores despreparados, bem como ruas e estradas em

situações precárias, o que, por sua vez ajudam a aumentar cada vez mais o número

de vítimas. Além disso, a falta de atenção e desrespeito às leis de trânsito de muitos

motoristas acaba gerando delitos que, em grande parte, provocam a morte de

pessoas inocentes.

Sobre essa questão, Laurenti et.al. (1972) expõe que:

Em todo o mundo os acidentes de trânsito, em especial aqueles causados por veículos motorizados, vêm assumindo destaque cada vez maior como causa de morte. Em inúmeros países, por causa de sua magnitude, a mortalidade no trânsito figura entre as principais causas de morte. Pelo fato de incidirem principalmente sobre os jovens e os adultos jovens, tem sido destacada a necessidade de chamar a atenção quanto à urgência de medidas preventivas eficazes no trânsito.

Como se observa, a dimensão e o impacto dos problemas no trânsito têm

sido tão grandes em tempos recentes que levou a ONU (Organização das Nações

Unidas) a definir o período compreendido entre 2011 e 2020 como a “Década de

Ações para Segurança Viária” no mundo, passando a recomendar que cada país

planeje suas ações e as executem de forma coordenada e com o estabelecimento

de metas corajosas de redução de vítimas.

16

Queiroz e Oliveira (2003) entendem que o comportamento no trânsito é

fortemente influenciado tanto por uma dimensão comportamental, como por um

sistema de valores estreitamente relacionado a uma dimensão sociocultural.

Portanto, faz-se necessário um conhecimento maior dos contextos socioculturais e

psicológicos para que se possa desenvolver programas de capacitação, reabilitação

e educação que promovam um comportamento mais adequado no trânsito, visando

reduzir as graves consequências dos acidentes e o alto custo social que

representam.

A psicologia aplicada ao trânsito tem como cerne o fator humano, tendo

como fundamento a teoria da propensão aos acidentes, segundo a qual, “algumas

pessoas são mais propensas do que outras a se envolver em acidentes” (HAIGHT

apud SILVA; GUNTHER, 2009). Tal aspecto justificava a elaboração de um

processo de habilitação para identificar os indivíduos propensos/não propensos aos

acidentes, com vistas a aumentar a segurança no trânsito.

É importante destacar que a referida teoria muito influenciou as disciplinas

que atuavam junto ao trânsito no mundo inteiro, e no Brasil não foi diferente, tendo e

teve fortes repercussões no Brasil”. Assim, graças a uma forte demanda social e

fortes indícios para implementar um processo de avaliação psicológica de

condutores, a psicologia passou a contribuir para melhorar o trânsito rodoviário no

Brasil, e foi nesse contexto que surgiu a Psicologia do Trânsito.

2.2 Psicologia e Trânsito

Etimologicamente, a palavra psicologia é oriunda do grego psykhê (alma)

e logos (ciência), portanto, é comumente considerada como a ciência da alma.

Conforme Bock; Furtado; Teixeira (2001), os gregos entendiam que alma, por ser

parte imaterial do ser humano, abarca todo sem abstrato, ou seja, o pensamento, os

sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.

Em tempos recentes, a psicologia não mais é concebida como no

passado, quando a psicologia era associada à ideia de espírito ou metafísica, mas,

por volta do século XIX, na Alemanha, segundo autores acima citados, foram

definidos: seu objeto de estudo; seu campo de estudo, diferenciando-o de outras

áreas de conhecimento, os métodos de estudo de seu objeto; as teorias enquanto

17

um corpo consistente de conhecimentos na área (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,

2001).

Teles (2003) define a psicologia como:

Uma observação para compreender o homem, seu comportamento para facilitar a convivência consigo próprio e com o outro. Pretende fornecer-lhe subsídios para que ele saiba lidar consigo mesmo e com as experiências da vida. É, pois, a Ciência do comportamento, compreendida esta em seu sentido mais amplo.

Por essa razão, nos dias atuais, a psicologia é utilizada como subsídio

para a compreensão dos mais diversos comportamentos humanos nas instituições

públicas e privadas. No contexto do trânsito, a psicologia tem sido utilizada em larga

escala, pois este espaço tem sido palco de encontros que podem levar o indivíduo

aos mais variados tipos de comportamentos, podendo desencadear desajustes

danosos, tanto para ele quanto para à sociedade.

Rozestraten (1981) enfatiza que a Psicologia do Trânsito surgiu a partir da

década de 1950 e 1960 em virtude das numerosas pesquisas em diversos institutos,

laboratórios e centros de pesquisa. No Brasil, segundo Hoffman (2003, p. 21), a

Psicologia do Trânsito pode ser dividida em quatro fases, a saber:

[...] a primeira compreende o período das primeiras aplicações de técnicas de exame psicológico até a regulamentação da Psicologia como profissão; a segunda corresponde à consolidação da Psicologia do Trânsito como disciplina científica; a terceira pode ser caracterizada como aquela em que foi verificado um notável desenvolvimento da Psicologia do Trânsito em vários âmbitos e sua presença marcante no meio interdisciplinar; a quarta etapa é marcada pela aprovação do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23/09/97) e por um período de maior sensibilização da sociedade e dos próprios psicólogos do trânsito na discussão sobre políticas públicas de saúde, educação e segurança relacionadas à circulação humana.

Portanto, atualmente, a Psicologia do Trânsito pode ser definida,

conforme Madeira (2009), como uma área da Psicologia que estuda, através de

métodos científicos válidos, os comportamentos humanos no trânsito e os fatores e

processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou os

alteram. Surgiu como área aplicada com a criação de instituições de seleção e

treinamento industrial de trânsito.

Hoffman (2003, p. 21), por sua vez, define Psicologia do Trânsito como:

18

O estudo do comportamento do usuário das vias e dos fenômenos/processos psicossociais subjacentes ao comportamento. O conceito é amplo, pois o comportamento do condutor tem sido estudado em relação a uma diversidade de questões, tais como: procura visual, dependência de campo; estilo de percepção; atitudes; percepção de risco; procura de emoções, atribuição, estilo de vida, e carga de trabalho/trabalho penoso; estresse e representação social. Estas questões indicam a pluralidade de abordagens que constituem a fundamentação teórica para a pesquisa em Psicologia do Trânsito.

Rozestraten (1988) acredita que a Psicologia do Trânsito investiga o

comportamento dos participantes do trânsito indistintamente, não excluindo

ninguém. Segundo o autror é uma das Psicologias aplicadas mais abrangentes e

mais extensas, uma vez que analisa as causas dos acidentes de trânsito, os fatores

associados à ocorrência de acidentes, políticas públicas e de controle do

comportamento no trânsito, entre outros. Dessa forma, pode-se afirmar que, de

maneira geral, o objetivo da Psicologia do Trânsito consiste em estudar e analisar o

comportamento humano relacionado ao trânsito, sobretudo, no que se refere ao

comportamento dos sujeitos que compõem o contexto viário, sejam estes ativos ou

passivos, isto é, pedestres, motorista, ciclista ou motociclista.

Entretanto, na concepção de Rozestraten (1988), um dos teóricos da área

que mais disciplina a matéria, os processos que envolvem a Psicologia do Trânsito

não são tão simples, pois incluem: atenção, detecção, diferenciação, percepção,

tomada e processamento de informações, memória de curto e longo prazo,

aprendizagem, conhecimento de normas e de símbolos, motivação, tomada de

decisões, habilidade para executar manobras rápidas, capacidade de reagir

prontamente ao feedback, previsão de situações, bem como uma série de atitudes

em relação aos outros usuários, às normas de segurança, ao limite de velocidade,

entre outros.

Assim, é a Psicologia do Trânsito que vai atuar no sentido de conhecer os

comportamentos individuais e sociais, contribuindo para um melhor conhecimento do

homem e buscando respostas para as mais variadas situações, com o auxílio de

diversas áreas do conhecimento, quais sejam: engenharia de estradas e de

veículos, medicina do trabalho, estatística, física, ergonomia, sociologia,

psicopedagogia, bem como o direito e a criminologia.

Como se observa, a Psicologia do Trânsito oferece subsídios para o ser

humano e para a sociedade acerca de uma variedade de comportamentos nas mais

diversas situações existentes em relação ao trânsito, oferecendo diretrizes

19

educativas e sugerindo implementações para a melhorar a mobilidade no contexto

viário, visando a segurança e a redução dos riscos de acidentes.

2.3 A Importância da Avaliação Psicológica para Concessão da Carteira

Nacional de Habilitação

O Código de trânsito Brasileiro define o processo de avaliação psicológica

como uma etapa preliminar, obrigatória, eliminatória e complementar para todos os

candidatos à obtenção da CNH, assim como na renovação desse documento no

caso dos motoristas que trabalham exercendo atividade remunerada conduzindo

veículos (BRASIL, 2002).

Lamounier e Rueda (2005, p. 19, b) explicam que a Psicologia de Trânsito

e a Avaliação Psicológica são áreas afins, pois,

A avaliação consiste em um processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, realizado por meio de estratégias psicológicas como métodos, técnicas e instrumentos que permitem um conhecimento de capacidades cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais, emocionais, afetivos, motivacionais, aptidões específicas e indicadores psicopatológicos.

Completam ainda os autores acima citados que por meio do processo de

avaliação psicológica é possível obter-se informações cientificamente

fundamentadas que possibilitam um diagnóstico com vistas a orientar, sugerir e

sustentar o processo de tomada de decisão em algum contexto específico.

Psicólogos de trânsito utilizam a avaliação psicológica com o intuito de

investigar as características psicológicas dos candidatos à obtenção da Carteira

Nacional de Habilitação ou da mudança de categoria, como estabelece o Código de

Trânsito Brasileiro (CTB), que assim dispõe:

§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado. § 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à primeira habilitação. § 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir

20

o veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do perito examinador (BRASIL, 2002).

Portanto, a avaliação psicológica no âmbito do trânsito tem como objetivo

aferir, psicrometricamente as seguintes áreas de concentração: a) área Percepto –

reacional, motora e nível mental; b) área do equilíbrio psíquico; e, c) habilidades

específicas.

Trata-se de uma ramificação da psicologia com o intuito de investigar o

comportamento das pessoas nesse campo, e os elementos externos e internos,

objetivos e subjetivos capazes de provocar ações e reações das mais variadas.

Machado (2007) entende que a avaliação psicológica é um processo dinâmico que

busca conhecer por meio de métodos científicos. Ou seja, é um trabalho

especializado cuja intenção é obter amostras do comportamento de alguém. Assim,

Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as dimensões técnicas, relacionais, éticas, legais, profissionais e sociais diretamente implicadas em seu trabalho. Se todas estas percepções caminham juntas e se inter-relacionam, é provável que possamos perceber a infinitude de cuidados e preocupações que devemos ter como profissionais que buscam, principalmente e acima de tudo, o respeito e a “construção” daquele que nos procura para se submeter a um processo de Avaliação Psicológica (MACHADO, 2007, p. 56).

Tal aspecto revela a dimensão das avaliações psicológicas ao longo dos

anos, e porque a mesma assume caráter emblemático, sendo, apesar de toda

controvérsia e discussão, instrumento válido e objetivo para se alcançar uma

amostragem comportamental.

É importante ressaltar que antes da publicação do Novo Código de

Trânsito Brasileiro (1998) a Avaliação Psicológica para o Trânsito era denominada

“Exame Psicotécnico”. Mas, em virtude das novas exigências da Resolução 80/98 do

CONTRAN, o termo foi substituído por “Avaliação Psicológica Pericial”. Conforme

Lamounier; Rueda (2005b), tal alteração baseou-se no fato de que a Avaliação para

o trânsito deveria ser realizada por peritos de trânsito que tivessem o respectivo

curso, sendo que o objetivo do exame era investigar condições psicológicas mínimas

no indivíduo para conduzir veículos de forma correta e segura. Assim, a razão maior

desse processo voltar-se-ia à necessidade de tentar garantir a segurança do

condutor e dos demais envolvidos no trânsito.

21

Entendem os autores acima mencionados que a Avaliação Psicológica

Pericial no contexto de Trânsito não tem como objetivo predizer se o indivíduo pode

se envolver em acidentes ou não, mas trabalhar no sentido de prevenção, buscando

reduzir as possibilidades do motorista se expor a situações de risco (LAMOUNIER e

RUEDA, 2005b).

Em face do exposto, compreende-se que é papel do psicólogo do trânsito

atuar no processo de habilitação, realizando a avaliação psicológica pericial de

motoristas, sendo este um procedimento obrigatório para todos os candidatos à

obtenção da carteira de motorista e na sua renovação, como reza o Código de

Trânsito Brasileiro.

Assim, a concessão do documento de habilitação passou a ser

considerada um privilégio em que o candidato teria que provar que possuía

capacidade para conduzir um veículo com segurança, por meio de uma bateria de

testes e exames.

Nesse sentido, a Resolução nº 002/2003 do Conselho Federal de

Psicologia assumiu papel relevante quanto à atuação do psicólogo de trânsito, uma

vez que definiu e regulamentou o uso, a elaboração e a comercialização dos testes

psicológicos.

Com isso, a mencionada resolução finalizou aprimorar os instrumentos e

procedimentos técnicos de trabalho dos psicólogos, bem como a revisão periódica

das condições dos métodos e técnicas utilizados na avaliação psicológica, com o

objetivo de garantir serviços com qualidade técnica e ética à população usuária

desses serviços. O artigo 1° da referida resolução estabelece que:

Art. 1º - Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo. Parágrafo único: Para efeito do disposto no caput deste artigo, os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos (BRASIL, 2003).

Como é possível observar que, no Brasil, foi a Resolução nº 002/2003 do

CFP que definiu os padrões técnicos para avaliação dos testes psicológicos em

22

condições de uso e mudou a feição da avaliação psicológica em território nacional

(MORETZSOHN; MACEDO, 2005).

Discutiu-se, ainda, a necessidade de validade temporária e não mais

permanente da habilitação. Foi, assim, instituído a obrigatoriedade de verificações

periódicas das condições mínimas de capacidade física e psíquica dos motoristas

bem como a definição dos critérios e da forma de avaliação dessa capacidade

conforme o tipo de habilitação, uma vez que, diferentes categorias de veículos,

exigiriam diferentes habilidades (SILVA; GÜNTHER, 2009). É importante frisar que

existem várias técnicas de avaliação, sendo todas importantes e requerem

planejamento apropriado e a execução cautelosa para se alcançar um resultados

coerente.

Algumas das principais técnicas de Avaliação Psicológica utilizadas são:

entrevistas, observação, testes psicológicos, dinâmicas de grupo, observação lúdica,

provas situacionais e outras. Um dos testes aplicados tanto para jovens condutores

quanto idosos é o BFM - Bateria de Funções Mentais para Motoristas, podendo ser

aplicado de forma individual ou coletiva. A finalidade deste teste é estabelecer uma

investigação, avaliação, classificação e padronização das funções psíquicas

consideradas fundamentais para se dirigir um veículo, avaliando os 3 tipos de

atenção, quais sejam: a) Atenção Concentrada (TACOM A e B); b) – Atenção Difusa

(TADIM 1 e 2); e, c) Atenção Discriminativa (TADIS 1 e 2).

A Resolução nº 12/2000 do Conselho Federal de Psicologia estabelece

que, para avaliar o perfil psicológico do candidato à CNH devem ser considerados

aspectos como: o nível intelectual, o nível de atenção, o nível psicomotor, a

personalidade e o nível psicofísico.

Portanto, o teste aplicado deve ser o que avalia atenção concentrada

através da BMF - Bateria de Funções Mentais para Motoristas. Outro teste de

avaliação psicológica utilizado para motoristas por peritos no Brasil é o Teste de

Memória BFM2 - Bateria de Funções Mentais, teste este que permite a investigação,

avaliação, classificação e padronização da função mental memória que é

considerada fundamental para o condutor na utilização de um veículo. Sua duração

é de 3 minutos e pode ser aplicado de forma individual ou coletiva a um público com

Idade superior a 18 anos com escolaridade a partir da 1 série do ensino

fundamental.

23

Já o Teste de Raciocínio Lógico - BFM 3 - Bateria de Funções Mentais

para Motoristas - É constituída por apenas um teste intitulado TRAP-1. Teste de

Raciocínio Lógico de Placas e visa estabelecer uma investigação nas diversas

operações mentais envolvidas no raciocínio lógico dos motoristas.

Vale destacar que, por meio deste teste avaliam-se candidatos que

pretendem obter a Carteira Nacional de Habilitação, mudança de categoria, bem

como renovação de exames.

Rueda e Gurgel (2005) explicam que, nos testes de avaliação psicológica

para as pessoas que procuram as categorias, C, D ou E, seria importante criar

normas específicas, visto que esse grupo de motoristas devem apresentar níveis de

atenção concentrada mais elevados, já que muitas vezes eles transportam outras

pessoas sob a sua responsabilidade. Compreende-se então que, além dos testes de

atenção concentrada aplicados às demais categorias fazem-se necessárias outras

técnicas de avaliação psicológica.

Desse modo, para Motorista de Categoria D, é importante realizar o teste

de Atenção Concentrada Complexa BFM-4, cuja finalidade é investigar, avaliar e

mensurar a atenção concentrada utilizada pelos motoristas com um maior nível de

complexidade e sob uma maior pressão de tempo.

No que tange aos motociclistas, categoria A, o teste indicado é o

Raciocínio Lógico - BFM 3 que avaliação psicológica destinada a candidatos à

obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, mudança de categoria, bem como

renovação de exames.

Quanto aos motoristas que cometeram infrações, o CONTRAN enfatiza

que na avaliação psicológica do Infrator e envolvidos em acidentes com vítima é

obrigatória e focalizará preferencialmente a análise das situações de risco ou

acidente, em que o mesmo tenha se envolvido, visando orientação de

encaminhamento específico, para melhoria de sua conduta (RUEDA; GURGEL,

2005).

Como se observa a Avaliação Psicológica trata-se de requisito

indispensável à concessão da carteira nacional de habilitação, uma exigência do

Conselho Nacional de Trânsito, mas que ainda sofre com a própria falta de acuidade

por parte dos psicólogos e da sociedade.

Todavia, é importante mencionar que, em tempos recentes, a Psicologia

do Trânsito ainda se esbarra com algumas dificuldades, entre elas, a falta de uma

24

política pública de mobilidade humana que seja capaz de possibilitar a circulação em

todos os movimentos possíveis, desenvolvendo um trabalho direcionado à

construção de políticas públicas para a mobilidade humana.

Em síntese, há todo um espaço a ser abarcado pela psicologia do transito

que ainda hoje não é observado no contexto social e institucional. Uma dimensão

que poderia prevalecer, não apenas salientando a importância do psicólogo do

trânsito, mas, sobretudo, da própria avaliação psicológica.

2.4 Os Principais Testes Psicológicos Utilizados na Avaliação Psicológica para

Concessão da Carteira Nacional de Habilitação

2.4.1 Teste de Atenção Concentrada (AC)

No trânsito a “Atenção” é uma das funções mentais mais importantes,

pois, é um dos requisitos fundamentais para que o sujeito seja capaz de se orientar

no tráfego de veículos, pois, ao dirigir o condutor precisará ler placas, se orientar no

espaço, tomar decisões rápidas e para isso é necessário que ele tenha uma boa

atenção.

O teste AC é um dos testes utilizado nas clinicas que prestam serviços

para a obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), ele tem como objetivo

avaliar a capacidade que o sujeito tem de manter a sua atenção concentrada no

trabalho que realiza durante um período determinado. A atenção concentrada pode

ser definida como a capacidade de selecionar uma fonte de informação (estímulo do

meio ambiente ou do mundo interior) dentre todas as que estão disponíveis em um

determinado momento e conseguir dirigir sua atenção (manter o foco) para este

estímulo ou tarefa a ser realizada no decorrer do tempo. Por isso para qualquer

atividade que precise ser realizada ou atividade em que esteja envolvido é

necessário que o indivíduo focalize sua atenção concentrada por um maior intervalo

de tempo a fim de facilitar o processo de aprendizagem promovendo o bom

aproveitamento e a qualidade de seu trabalho.

Em uma perspectiva psicológica pode-se encontrar diferentes definições

para atenção de acordo com as diversas áreas de atuação. Porém segundo Warren

(1956), refere a atenção como “um processo que consiste em enfocar certas

25

porções de uma experiência de modo que elas se tornem mais evidentes ou

destacadas”.

O teste de Atenção Concentrada (AC) foi criado pelo psicólogo Suzy

Cambraia e publicado pela primeira vez em 1967. Para elaborar o teste o autor

partiu de um exame sistemático das provas conhecidas na época como o Teste de

Bourdon; Teste de Cancelamento de Adições Sucessivas de Kraepelin (1896); O

teste de Círculo e da Cruz, de Huth (HUTH APUD STERN & WIEGMANN, 1920) e o

de Toulouse-Pieron (PIÉRON, 1995; ZAZZO,1968; SZÉKELY, 1946).

Foram realizados inúmeros estudos para se chegar à forma que o teste

possui na atualidade, até mesmo no campo de símbolos abstratos para poder

selecionar o estímulo mais adequado para o instrumento. Após experimentos foi

escolhido um triângulo, formando uma ponta de flecha, que pode estar dirigida para

as quatros posições básicas (para cima, para baixo, para a esquerda e para a

direita). Foi introduzida também uma variável diferente, ou seja, a seta pode ser

inteiramente preta, branca na parte interna com um contorno preto ou branco com

um pontinho negro no centro o que permite a combinação diferente de 12. No verso

do teste contém a prova propriamente dita que consiste em 21 linhas, cada qual com

21 símbolos. Em cada linha horizontal devem ser cancelados sempre sete símbolos.

No alto da folha existem os modelos a serem cancelado e no canto superior o

espaço para serem anotadas as variáveis importantes (acertos, erros e omissões,

total de pontos e percentil). Após estudos realizados, foi estipulado o tempo para a

aplicação do teste que ficou cinco minutos.

O teste Atenção Concentrada (AC), embora não tenha sido criado com a

intenção de ser um instrumento específico para a avaliação de motoristas,

atualmente sua utilização é bastante comum na realização de exames psicológicos

para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), principalmente, quando

se trata de processos referentes à primeira habilitação.

Vários são os fatores que podem estar contribuindo para a utilização dos

testes AC no âmbito do trânsito, dentre eles: a fácil aplicação do teste, o tempo para

a correção é curto, o custo do bloco com as folhas do teste é relativamente barato se

comparados aos demais testes, além de para a interpretação de resultados existirem

tabelas apropriadas para o grau de instrução de cada candidato.

26

2.4.2 Teste R1

Na psicologia uma área muito controvertida é a da Avaliação da

Inteligência, uma vez que é preciso definir o que ela é, no entanto na Psicologia não

existe consenso sobre esse conceito. Cada teórico, que estuda o tema em questão,

apresenta uma definição diferente e os testes de inteligência são baseados nas suas

concepções. O teste não verbal de inteligência foi criado em 1973, por Rynaldo de

Oliveira como um instrumento apropriado para avaliar a inteligência de motoristas e

como um teste que permitisse várias aplicações em geral. O manual desse teste foi

elaborado com o objetivo de apresentar normas atualizadas e mais abrangentes,

incluindo tabelas para os diversos níveis de escolaridade, obtidas em vários estados

brasileiros.

O objetivo do teste R1 é avaliar a inteligência de adultos. Esse teste

caracteriza-se por ser uma medida não verbal de inteligência e foi construído para

ser usado principalmente com pessoas de baixo nível de escolaridade.

O R1 é um teste constituído de quarenta itens, apresentados em um

caderno, com um item em cada página, o que evita a interferência de um sobre outro

e permite maior concentração do examinando. As respostas são marcadas em uma

folha de respostas e a aplicação pode ser coletiva ou individual.

2.4.3 Teste Pfister (Pirâmides Coloridas)

O teste Pfister, foi desenvolvido por Max Pfister e teve como objetivo a

avaliação da personalidade. O autor baseou-se na impressão da subjetividade que

as cores provocam nas pessoas, ou seja, elas provocam efeito no estado emocional

das pessoas. O teste é composto por um jogo de quadrículos coloridos de dez

cores, subdivididas em 24 tonalidades, três cartelas com desenhos de pirâmides,

folha de protocolo e mostruários de cores.

O teste Pfister foi definido como uma técnica projetiva usada para o

estudo das características da personalidade. Ele propicia o sujeito a projetar

aspectos subjetivos internos e assim explicitar sua maneira de se organizar

mentalmente e emocionalmente, além de fornecer dados da dinâmica emocional e

aspectos cognitivos do sujeito.

27

Este teste é aplicado em sujeitos acima de sete anos de idade,

independente da escolaridade, aplicação deve ser individual e o tempo previsto para

a execução é de quinze minutos.

As instruções para a aplicação do teste Pfister são:

− O ambiente precisa ser calmo, tranquilo e oferecer condições

adequadas para um bom desempenho, para que a pessoa possa dar o

melhor de si mesma;

− Sala relativamente silenciosa, que proporcione privacidade e onde a

pessoa possa se instalar diante de uma mesa cuja superfície tenha cor

neutra, devendo-se evitar decorações repletas de cores;

− Boa iluminação é uma condição básica, uma vez que a percepção das

cores depende fundamentalmente da luz;

− Durante a aplicação do teste devem-se anotar tudo que o indivíduo faz

seus comentários, atitudes e reações. Devem-se anotar cada cor e o

lugar que essa foi colocada no esquema de pirâmides, registrando-se o

modo de colocação e o processo de execução.

Para a interpretação dos resultados vários aspectos devem ser

analisados dentre eles:

− Contar as cores utilizadas nas pirâmides, para depois transformá-la em

porcentagem;

− Observar a frequência das cores;

− Observar a incidência das síndromes cromáticas;

− Incidências das síndromes cromáticas das cores por dupla.

Quanto ao processo de execução aborda a maneira como a pessoa

executa a tarefa no conjunto das três pirâmides. Esse modo pode ser: metódica,

ordenada, desordenada e relaxada.

Metódica é quando o sujeito repete muitas vezes as mesmas cores ou

tonalidade, planeja o trabalho e utiliza o mesmo procedimento de colocação dos

quadrículos sem variações.

Ordenada é quando o sujeito segue um padrão constante na colocação.

Desordenada é a colocação em que o sujeito coloca as cores de forma

instável, com constantes variações.

28

Relaxada é quando a colocação é de qualquer jeito, sem qualquer

preocupação, ocorrendo poucas trocas de cores.

Outro fato importante para a interpretação dos resultados é o modo de

colocação das cores sobre o esquema de pirâmides. Esse pode ser:

− Ascendente – a colocação das cores é feita da base para o topo;

− Descendentes – a colocação das cores é feita do topo para a base;

− Direta – a colocação é feita da esquerda para a direita;

− Inversa – a colocação das cores é feita da direita para a esquerda;

− Alternadas – colocação direta e inversa;

− Simétrica – os espaços são preenchidos simetricamente;

− Diagonal – resulta na construção de verdadeiras escadas ou camadas

tombadas;

− Espacial – inicialmente parece desordenada, no entanto aos poucos se

percebe a intenção do examinado, construindo mosaicos.

Em relação ao aspecto formal, que significa a possibilidade de controle

sobre seus afetos e emoções, além de revelar a forma como se relaciona com o

funcionamento cognitivo e as funções atenção/concentração. Podem ser de três

tipos: Tapetes, Formações e Estruturas. O primeiro constitui arranjo de cores onde a

forma não tem nenhuma participação no produto final, não acontece integrações

entre forma e cor, sendo a cor estímulo preponderante. Os tapetes podem ser:

− Puros - colocação de forma harmônica das cores, conservando um

equilíbrio.

− Desequilibrados – disposição das cores é aleatória.

− Furados – grande utilização da cor branca.

− Estruturados – um ou mais tons de cores repetidos.

As formações significam organizações feitas através da disposição das

cores por camadas no plano horizontal da pirâmide. Essas se referem ao

funcionamento cognitivo e emocional, ou seja, modo de lidar com as emoções.

Podem ser: Monotonais (quando as camadas possuem apenas um tom);

Monocromáticas (construídas por uma cor e seus vários tons); Multicromáticas

(ocorrem quando se usa apenas uma cor em cada camada); Simétrica (ocorre

quando as cores se distribuem em pares simétricos, em cada camada) e Alternadas

(cores são dispostas alternadamente, sendo uma sim outra não em toda pirâmide).

29

As Estruturas referem-se à noção de disposição horizontal das camadas e

uma possível relação entre essas e o plano vertical das pirâmides. Podem ser:

Simétricos (disposição simétrica das cores, possuindo um eixo central); Escada

(Cores disposta no sentido diagonal); Manto (as bordas externas da pirâmide de

uma mesma cor); Assimetria dinâmica (aspecto de três triângulos formados por

vértice de cores repetidas); Mosaico (Ilustrações).

A representação das cores presentes no teste refere-se aos afetos e

emoções conforme as várias constatações no campo da psicologia e

psicodiagnóstico. Segundo Rorschach (1967) as resposta de cor constituem a base

da capacidade de contato afetivo de aproximação afetiva com o meio ambiente.

As cores são estímulos que nos atingem desencadeando processos

fisiológicos, sem que haja, na sua origem participação da esfera cognitiva, o mesmo

não ocorre com o reconhecimento da forma que dependem de processos

intelectuais para a sua distinção. Assim no primeiro momento somo afetados pela

cor, mas do mesmo modo que pela emoção.

Na interpretação do significado das cores, dadas às diferenças de

comprimento e frequência das ondas luminosas, podemos pensar em diferentes

significados psicológicos com base no grau e intensidade de estimulação que elas

produzem ao afetarem o indivíduo, podendo revelar reações fisiológicas distintas.

Podemos considerar que, diferentes estados emocionais podem ser provocados

pelas cores, dependendo de suas características físicas. Portanto consideramos as

cores como quentes ou frias, o que induzem estados emocionais correspondentes a

natureza do estímulo com suas ondas de frequência distintas, que por sua vez são

resultantes de intensidades diversas de energia transportadas pelos prótons.

Os estados emocionais mais excitados são encontrados nas chamadas

cores quentes: vermelho, laranja e amarelo. Os mais calmos em se tratando de

cores frias são: azul, verde e violeta.

As cores cinza, preta e branca são denominadas acromáticas e se

relacionam as inibições, negações e contenção dos sentimentos, quando utilizadas

com maior frequência. O marrom é considerado uma cor intermediária.

Durante a interpretação do teste Pfister podem ser obtidos resultados

significativos que contribuem para a compreensão dinâmica e realização de

diagnóstico de pacientes com quadros considerados psicopatológicos tais como:

30

Transtornos esquizofrênicos, depressivo, alcoolista, obsessivo compulsivo,

somatoforme, entre outros.

Na elaboração do resultado do teste Pfister deve-se fazer uma síntese

resumida dos dados encontrados no teste de forma clara e objetiva.

2.4.4 Teste Palográfico

O Teste Palográfico (PLG) foi idealizado e elaborado pelo professor

Salvador Escala Milá, do Instituto Psicotécnico de Barcelona, na Espanha. No Brasil,

esse teste teve validação com os estudos do Professor Agostinho Minicucci, na

década de 1960, que introduziu um Centro de Estudos de Grafoanálise (Análise da

Escrita) e Testes Gráficos, sendo que, na década de 1970, o uso do Palográfico foi

difundido largamente no país.

O teste Palográfico (PLG), pode ser entendido como a avaliação da

personalidade com base na expressão gráfica. A folha de papel representa o mundo

no qual o indivíduo se coloca afetivamente e a maneira pela qual ele se relaciona

com o meio externo, através dos traçados. Ao escrever, projetamos sobre o papel

formas simbólicas, vivas em nós, que expressam nossa vida interior, ou seja,

modificamos as formas tradicionais ou caligráficas, de acordo com as ideias

conscientes e as imagens inconscientes que determinam a nossa personalidade.

Segundo Vels (1982) o teste é aplicável da mesma forma a crianças

desde aos 8 anos, adolescentes e adultos. É um teste simples e consiste na

realização de traços verticais de sete milímetros de altura, com espaço de dois e

meio milímetros entre eles. Sua aplicação é dividida em duas partes, tendo a

primeira duração de dois minutos e trinta segundos, não devendo ser avaliada, mas

apenas com o objetivo de diminuir as inibições naturais que os testes produzem nos

indivíduos. A segunda parte possui caráter avaliativo e dura cinco minutos, sendo

controlado o tempo de realização a cada minuto, no qual se diz a palavra “sinal”

quando o examinando deve fazer um traço horizontal e continuar a tarefa.

O teste Palográfico é um teste expressivo de personalidade, segundo Van

Kolck (1984, p.2), em que “o ato de desenhar está presente e junta à adaptação, à

expressão e à projeção, e mais do que qualquer produção pessoal deve ser

analisado cuidadosamente”.

31

A adaptação refere-se à adequação em relação a tarefa solicitada, isto é,

realizar uma tarefa de modo convencional, original ou fantasioso, bem como a

execução está de acordo com idade e sexo. A expressão significa o estilo peculiar

da resposta do sujeito, que se revela através das qualidades gráficas. A projeção é

avaliada por meio da atribuição de qualidades às situações e objetos, que aparecem

no conteúdo e na maneira de tratar o tema.

Segundo Wolf e Precker (1951), o comportamento adaptativo é aquele

que é determinado pelo material com que se trabalha ou pela situação. O

comportamento projetivo se refere á atribuições de suas próprias necessidades e

qualidade aos outros, sem ter consciência desse processo. O comportamento

expressivo consiste no estilo da resposta, isto significa que diante de uma mesma

tarefa cada pessoa analisa a situação de maneira característica e individual e

emprega o material ou organiza a situação de modo diferente.

O simbolismo do espaço tem sido estudado pela significação do

movimento voluntário ou involuntário do indivíduo, movimento esse que significa

uma função das relações entre o indivíduo e seu mundo. A atividade gráfica ocorre

por deslocamentos no plano horizontal e vertical, podendo seguir em três direções,

no plano horizontal, quais sejam: para a esquerda ou para trás, reta ou vertical e

para a direita ou para frente; já no plano vertical existem três zonas: superior, média

e inferior.

De acordo com Klages (1959), a inclinação da escrita para a direita

significa um predomínio dos sentimentos sobre a razão em proporção à respectiva

inclinação. Ele afirma que “na formação de todos os movimentos humanos contribui

a expectativa inconsciente do seu resultado” (p.124). Assim, a interpretação da

inclinação da escrita ou dos traçados do Teste Palográfico pode ser feita com base

no simbolismo do espaço. A inclinação varia, em adultos, de 30o a 130o, em relação

ao nível horizontal e o grau de inclinação demonstra diferentes aspectos do

comportamento.

As margens no teste Palográfico estão relacionadas ao simbolismo no

espaço. A margem esquerda está ligada ao passado, a fixação em certos períodos

do desenvolvimento psicossocial, à introversão, ás regras e a segurança. A margem

direita está ligada a figura de autoridade, ás situações novas, ás metas e aos

objetivos, ás mudanças, á capacidade de se adaptar a mudanças. A margem

superior está relacionada com a harmonia com que o indivíduo realiza sua tarefa, á

32

capacidade de lidar com as situações sociais e com o controle de suas reações em

um ambiente social (PIERRY NETO, 2002). É importante considerar que, quando

começa a escrever cada linha , tem-se mais cuidado e atenção no início do que no

final da linha, por isso, é mais frequente que a margem esquerda seja mais

ordenada do que a direita.

A distância entre as linhas está ligada aos relacionamentos interpessoal,

segundo Pierry Neto (1995). A proximidade entre as linhas indica que o sujeito

deseja proximidade com o outro e o aumento das linhas revelam que ela quer

manter uma distância em relação aos outros. O fato das linhas se tocarem ou

cruzarem mostram um comportamento de excesso de proximidade em relação ao

outro, sem respeitar limite. A distância normal entre os palos é aquela que não há

contato entre a linha inferior com a parte superior da linha seguinte. Simón (1992)

considera que um espaço adequado entre as linhas revela clareza de ideias,

distâncias em termos físicos e psicológicos, além do aproveitamento da energia.

Outro fato considerado em relação as margem é que linhas muitas

espaçadas indicam energia que se dissipa ou dificuldades de relacionamento com

os outros, com tendência ao isolamento, tanto físico como psicológico.

A direção das linhas é uma característica gráfica que varia mais do que

todas as outras, por isso, a interpretação da direção da escrita está relacionada com

as disposições de humor, simbolizando estados de ânimo momentâneos ou

duradouros.

A pressão da escrita significa firmeza nas atitudes. Uma pressão média

ou normal representa capacidade de planejamento, equilíbrio. Se for irregular ou

interrompida, pode representar personalidade instável, emotividade, impulsividade,

nervosismo etc.

A organização no Palográfico segundo Simón (1992), a organização

interna da escrita fornece ideias sobre a estrutura geral da personalidade do sujeito.

Uma escrita ordenada significa ideias claras, raciocínio lógico, capacidade de

organização no ambiente de trabalho, canalizam bem energias e assim obtém um

rendimento satisfatório. Já a escrita desordenada representa pessoas com

dificuldades de organização geral, além de apresentar confusão de ideias. A forma

de organizar os palos no teste reflete o grau de apego as normas, à disciplina, o

grau de controle emotivo e a capacidade de trabalhar ordenadamente.

33

Para Vels (1982), a rapidez do grafismo revela a vivacidade dos

processos motores, psíquicos e mentais, bem como a atividade, a prontidão da

compreensão, da assimilação e da decisão. No Palográfico a velocidade está

relacionada ao número de traços que o examinado consegue fazer em cada tempo e

no total do teste.

A irregularidade ou à regularidade do ritmo no Palográfico é avaliada pelo

nível de oscilação rítmica (NOR), que é uma comparação do número de palos

realizados em cada intervalo de tempo. Se o ritmo é considerado normal, indica

estabilidade emocional, constância, perseverança no trabalho, boa adaptação em

relação a vida social, profissional e familiar.

Os arpões no teste em questão significam autoritarismo e intransigências.

Eles podem aparecer no teste na parte superior ou inferior dos traços.

No teste Palográfico, o tamanho e largura estão relacionados com a

distância entre os traços (palos). O tamanho dos desenhos representa uma projeção

do autoconceito do indivíduo. No teste Palográfico, o tamanho e largura estão

relacionados com a distância entre os traços (palos).

A distância entre os traços do palo pode ser considerada em função do

simbolismo do espaço. Quando existir distâncias maiores, significa uma maior

extroversão e quanto menor a distância, mas introversão.

2.4.5 HTP

O H.T.P. (House-Tree-Person) é o teste de desenho da Casa-Árvore-

Pessoa, idealizado por John N. Buck, em 1948. Partiu do princípio de que estes

temas são bastante familiares a todas as pessoas, mesmo na mais tenra idade, o

que facilita a idealização dos desenhos, facilitando a projeção de suas experiências

internas.

Segundo Hammer (1981), “o HTP investiga o fluxo da personalidade à

medida que ela invade a área da criatividade artística” e, mesmo que haja uma

infinidade de possibilidades nos tipos de figuras desenhadas, é possível se fazer

uma avaliação quantitativa e qualitativa, utilizando-se das simbologias, que torna a

técnica fidedigna.

O teste consiste em se submeter uma folha em branco com o tema Casa,

Árvore e Pessoa. Através da análise do desenho produzido busca-se um traço de

34

personalidade: a imagem interna de si mesmo e de seu ambiente. Considera-se, no

teste HTP, que os desenhos têm grande poder simbólico, reveladores de

experiências emocionais e de ideais ligados ao desenvolvimento da personalidade.

35

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Em conformidade com Paul Bruyne (1991), em sua origem e

desenvolvimento, a metodologia trata-se do caminho percorrido no processo

científico, não se reduzindo a uma “metrologia” ou técnica de se medir fatos

científicos. Ela não apenas explica os produtos a ser investigados, mas intensifica-se

de forma fecunda no oferecimento de resultados.

3.1 Aspectos Éticos

Foram considerados os procedimentos éticos, ou seja, os sujeitos da

pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido TCLE, concordando em participar da pesquisa,

sendo garantida sua privacidade e identidade (nomes e sobrenomes), conforme

determina a legislação nacional, através da Resolução n. 196/96 do Conselho

Nacional de Saúde.

3.2 Tipo de Pesquisa

Trata-se de estudo descritivo, de abordagem quantitativa. A escolha por

esse tipo de pesquisa se deu em virtude de ser a que utiliza a descrição matemática

como uma linguagem, ou seja, a linguagem matemática é utilizada para descrever

as causas de um fenômeno e as relações entre variáveis.

Segundo Teixeira (2005), a pesquisa quantitativa não aceita outra

realidade que não seja os fatos, fatos que possam ser verificados. Busca descobrir

as relações entre fatos/variáveis. Ele adota o princípio da verificação, ou seja, só

será verdadeiro aquilo que for empiricamente comprovado.

3.3 Local e População do Estudo

O estudo foi desenvolvido em clínicas de trânsito e a população foi

constituída por 32 profissionais com perfil etário diferenciado e com experiência

36

díspares, não contando para a presente análise a condição etária nem o tempo de

experiência.

3.4 Amostra

A amostra foi por conveniência e consistiu em psicólogos peritos que

atuam em clínicas de trânsito, avaliando candidatos à avaliação psicológica para

aquisição da CHN.

3.5 Procedimentos para Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada através de aplicação de um questionário

contendo questões que alcançaram os objetivos da pesquisa. Nesse sentido, o

questionário tentará destacar a opinião de profissionais da área com relação à

avaliação psicológica empregada no trânsito.

3.6 Procedimentos para Análise dos Dados

Os dados coletados foram tratados de forma estatística descritiva.

Inicialmente, receberão o seguinte tratamento: confecção de quadros e gráficos,

com intenção de permitir uma leitura mais fácil dos dados. Em seguida, os dados

colhidos foram analisados com a revisão bibliográfica, o que rendeu maior

entendimento da temática em estudo.

37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta análise tem caráter descritivo-exploratório com abordagem

quantitativa. Participaram da pesquisa 32 profissionais com perfil etário diferenciado

e com experiência díspares, tendo como matriz norteadora analisar a visão de

colegas de profissão acerca da avaliação psicológica, ampliando o conhecimento

empírico sobre a temática.

Nesse sentido, foi questionado aos profissionais da área que labutam com

a avaliação psicológica em suas respectivas cidades, se os mesmo consideram os

testes psicológicos utilizados satisfatórios (gráfico 1).

Gráfico 01 - Distribuição, em porcentagem, quanto à eficiência dos testes psicológicos utilizados na avaliação psicológica.

81%

16%3%

1

2

3

Fonte: Dados da Pesquisa. Maceió/AL. 2012.

Verifica-se que 3% dos profissionais não consideram que os testes

utilizados pelo psicólogo na área de trânsito são satisfatórios, 16% consideram

pouco satisfatórios e 81% consideram como satisfatórios.

Quando perguntado: Como se sentem em relação ao domínio de

manipulação dos testes? Conforme demonstra o Gráfico 02, constata-se que 28%

dos profissionais da psicologia pesquisados se consideram muito seguros, 59%

seguros e 13% inseguros com relação ao domínio de manipulações dos testes.

38

Gráfico 02 - Distribuição, em porcentagem, quanto à manipulação dos testes psicológicos utilizados na avaliação psicológica.

59%28%

13%

1

2

3

Fonte: Dados da Pesquisa. Maceió/AL. 2012.

No que diz respeito ao fato de acreditar se as avaliações que realizam

podem prever os comportamentos negativos futuros, verificou-se que 41% dos

psicólogos pesquisados acreditam que sim, é possível prever comportamentos

negativos através da avaliação psicológica; conforme dados apresentados no

Gráfico 03.

Gráfico 03 - Distribuição, em porcentagem, quanto à percepção do comportamento negativo observado na avaliação psicológica.

41%

13%

46%1

2

3

Fonte: Dados da Pesquisa. Maceió/AL. 2012.

Os resultados demonstram também que 13% acreditam que as

avaliações não podem prever nada disto; e 46% entendem que às vezes é possível

prever tais comportamentos negativos.

39

A pesquisa ainda tentou desvendar como se dá a inter-relação entre os

psicólogos do trânsito. E, neste contexto, as respostas foram as seguintes: 68%

consideram que a inter-relação entre os psicólogos do trânsito é boa; 32%

consideram ruins; e nenhum dos pesquisados considera excelente, c.f. gráfico 04.

Gráfico 04 - Distribuição, em porcentagem, quanto à inter-relação entre os psicólogos na avaliação psicológica.

0%

68%

32%

1

2

3

Fonte: Dados da Pesquisa. Maceió/AL. 2012.

Questionou-se, também, acerca do nível de autonomia na escolha dos

testes psicológicos aplicados. Verifica-se, gráfico 5, que 32% dos profissionais do

ramo consideram satisfatório que existe uma autonomia do profissional; 52%

consideram mais ou menos satisfatórios com a autonomia, atualmente estabelecida

aos profissionais e 16% consideram insatisfatório, ou seja, não consideram que

existe autonomia na escolha dos testes pelos profissionais..

Gráfico 05 - Distribuição, em porcentagem, quanto à autonomia na escolha dos testes na avaliação psicológica.

32%

52%

16%

1

2

3

Fonte: Dados da Pesquisa. Maceió/AL. 2012.

.

40

Levando-se em consideração os questionamentos anteriores, foi

perguntado aos entrevistados se o mesmo se sentia seguro em avaliar o perfil do

condutor apto ou inapto. E, os resultados são apresentados no gráfico 06.

Gráfico 06 - Distribuição, em porcentagem, quanto à segurança na avaliação do perfil psicológico do condutor.

69%3%

28%

1

2

3

Fonte: Dados da Pesquisa. Maceió/AL. 2012.

Nota-se que 69% dos profissionais afirmaram que sim, que se sentem

seguros; 28% consideram-se seguros às vezes e 4% não se consideram seguro.

A pesquisa revelou que não existe uma uniformidade nos testes

utilizados. Na realidade, vai de uma simples entrevistas até os complexos. Destaque

para os chamados Testes de Personalidade-Comportamento (como o Palográfico, o

Staxi, etc) e os Testes de Habilidades-Aptidões-Inteligência (AC, BFM 1, BFM 2, R1,

etc).

Os profissionais pesquisados mostraram a importância e contribuição da

avaliação psicológica para análise do comportamento do condutor, contudo alguns

entrevistados enfatizaram a existência de uma carência na formação do perito, ou

seja: melhor capacitação e instrumentalização; curso de formação continuada;

autonomia; reconhecimento tanto do profissional quanto da avaliação e

periodicidade nas avaliações.

Os reclames e as respostas dos entrevistados evidenciam aquilo que a

literatura tem sinalizado: há certo descaso por parte das autoridades para com o

problema do trânsito, e um desprestígio no tocante a Avaliação Psicológica no

âmbito do Trânsito e uma falta de engajamento dos próprios profissionais da área.

41

Problemas como a falta de periodicidade e a falta de comprometimento da

sociedade é outro agravante cujo resultado acaba estampados nos noticiários

(MACHADO, 2007).

Não é demais dizer que, o ato de dirigir é complexo e a falta de

atualização científica, o descompasso com a realidade do trânsito evidencia

momento propício para uma retomada de autonomia, pois o engessamento é

contraproducente para o profissional e fatal para a sociedade.

42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste trabalho é possível fazer algumas considerações que o

mesmo aponta. Primeiramente a revisão da literatura mostra que a psicologia do

trânsito é a área que estuda, através de métodos científicos, os comportamentos

humanos no trânsito, principalmente, no que se refere ao comportamento do

usuário: o pedestre, o motorista, o ciclista, o motociclista, ou seja, os sujeitos ativos

e passivos que compõem o organismo do trânsito.

A avaliação psicológica tem grande e crescente importância no contexto

do trânsito. É um processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e

interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, realizado por

meio de estratégias psicológicas como métodos, técnicas e instrumentos que

permitem um conhecimento cognitivo e psicossocial do condutor, fornecendo

informações que possibilitam um diagnóstico a fim de orientar, sugerir e sustentar o

processo de tomada de decisão para o fornecimento da CNH.

O comportamento do motorista é apontado como principal fator

responsável por acidentes de trânsito. Por isso, a psicologia do trânsito tem um

papel importante na prevenção de acidentes de trânsito.

Apesar de algumas críticas, a grande maioria dos autores defende como

fundamental o papel da Avaliação Psicológica Pericial de condutores de veículos

como ferramenta indispensável na prevenção de acidentes, já que o trânsito deve

ser visto como uma questão social e política que está intimamente relacionada com

as características da sociedade, o comportamento humano e com atuais modelos de

gestão econômicos.

É urgente a necessidade de um investimento governamental de grande

porte na educação para o trânsito com o objetivo de reduzir a taxa de violência no

trânsito.

No âmbito do trânsito nacional, vê-se que o elevado índice de acidentes

tem não apenas a falta de aptidão de alguns condutores, mas o seu comportamento

psicológico frente a uma série de situações a ser enfrentadas nesse campo.

Embora a psicologia possua objetivamente um padrão que sinalize para

quem possui capacidade para dirigir, a evolução do trânsito exige maior atenção

com relação a outros fatores relevantes e que influenciam o condutor e que se

43

reflete em volume acidentário: uso de bebidas; nervosismo; imprudência;

desatenção, entre outros.

Os resultados da pesquisa demonstraram que os profissionais da área de

avaliação psicológica, em sua maioria (81%), consideram que os testes utilizados

pelo psicólogo na área de trânsito são satisfatórios. E os mesmos, apresentaram

segurança na manipulação e domínio dos testes (59%). Entretanto, apenas 41% dos

psicólogos acreditam que é possível prever comportamentos negativos através da

avaliação psicológica.

Por outro lado, a inter-relação entre os psicólogos do trânsito na avaliação

psicológica apresentou-se boa (68%), com um nível de autonomia considerado

satisfatório (82%) e bastante seguro (69%) na avaliação psicológica do condutor.

A pesquisa também revelou que não existe uma uniformidade nos testes

utilizados. O que acontece são entrevistas simples até a aplicação de testes mais

simples, como os chamados Testes de Personalidade-Comportamento (como o

Palógrafico, Staxi, etc) e os Testes de Habilidades-Aptidões-Inteligência (AC, BFM 1,

BFM 2, R1, etc).

Os profissionais enfatizaram a contribuição da avaliação psicológica para

análise do comportamento do candidato a Primeira Habilitação, todavia, alguns

demonstraram preocupados com os fatores dificultadores que se apresentam no

processo de avaliação psicológica de condutores de veículos: carência na formação

do perito, deficiência na capacitação e instrumentalização; curso de formação

continuada; autonomia; reconhecimento tanto do profissional quanto da avaliação e

periodicidade nas avaliações.

Dessa maneira, o trabalho do psicólogo deve ser revestido de maior

importância e a avaliação psicológica ganhar novos contornos, sobretudo no que diz

respeito à periodicidade.

Ao se analisar a definição do que vem a ser a psicologia e a sua

importância e envolvimento dentro da dinâmica do trânsito, nota-se que essa ciência

possui condições de contribuir para uma substancial mudança nesse campo, mas

que requer, sobretudo por parte dos organismos constituídos, maior suporte logístico

e adequação à realidade.

A necessidade se refletir acerca das avaliações psicológicas no contexto

do trânsito e sua contribuição são preocupações da contemporaneidade, havendo

44

necessidade emergencial de evolução em parâmetros e estudos técnicos mais

condizentes com a realidade nacional, e também regional.

Assim, a avaliação psicológica enquanto requisito indispensável à

concessão da carteira nacional de habilitação contribui para uma melhora global do

trânsito, sobretudo se atendida às evoluções que a própria ciência demanda.

45

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

1. Os testes psicológicos utilizados na avaliação dos condutores são satisfatórios? � Sim � Não

2. Como se sente em relação ao domínio de manipulação dos testes psicológicos no ato da avaliação dos candidatos? � Muito Seguro � Seguro � Inseguro

3. Você acreditar que as avaliações psicológicas podem prever os comportamentos negativos futuros? � Sim � Não � Ás vezes

4. Como se dá a inter-relação entre os psicólogos do trânsito? � Boa � Ruim � Normal 5. Qual o nível de autonomia na escolha dos testes psicológicos aplicados? � Satisfatório � Insatisfatório

6. Você se sente seguro em avaliar o perfil do condutor apto ou inapto? � Sim � Não � Ás vezes

7. Há uma uniformidade nos testes psicológicos utilizados na avaliação de condutores?. � Sim � Não

8. Quais os testes mais comuns utilizados na avaliação psicológica de condutores?

50

ANEXO

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