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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisiologia do Exercício CARLOS ROBERTO PLAZA DIAS PERFIL DO POLICIAL MILITAR DA 3ª COMPANHIA PM DO 9º BPM/I E ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS TESTES DE APTIDÃO FÍSICA LINS – SP 2008

UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano ... · Stanganélli, Márcio Pereira da Silva, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo, Fabiana Andrade e Claudia Chueire de Oliveira,

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisiologia do Exercício

CARLOS ROBERTO PLAZA DIAS

PERFIL DO POLICIAL MILITAR DA 3ª COMPANHIA PM DO 9º BPM/I

E ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS TESTES DE APTIDÃO FÍSICA

LINS – SP

2008

CARLOS ROBERTO PLAZA DIAS

PERFIL DO POLICIAL MILITAR DA 3ª COMPANHIA PM DO 9º BPM/I

E ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS TESTES DE APTIDÃO FÍSICA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Fisiologia do Exercício, sob a orientação dos Prof M. Sc Wonder Passoni Higino e orientação técnica da Profª M. Sc Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2008

Não é o crítico o que conta; não aquele que

mostra como o forte tropeçou ou aponta onde o autor

de proezas poderia ter feito melhor. O mérito pertence

ao homem que está no campo de batalha; que se

esforça e é valente; cujo rosto está desfigurado de pó,

suor e sangue; que erra e tem deficiências repetidas

vezes; que conhece os grandes entusiasmos, as

grandes devoções e se consome numa causa digna;

aquele que na melhor das hipóteses conhece afinal o

triunfo da grande conquista; e que, na pior das

hipóteses, se fraqueja, no mínimo, fraqueja porque

ousa. Por isso, seu lugar nunca será junto às almas

frias e tímidas que não conhecem a vitória ou a

derrota.

Theodore Roosevelt

DEDICATÓRIA

A meus amados pais, Maria Pilar Plaza e

Miguel Plaza, pelo grande amor e esforço para criar,

educar e transmitir os ensinamentos de Deus aos seus

cinco filhos, com muita dificuldade, porém com muita

dedicação e honestidade.

A minha querida esposa, Andréa, pela

compreensão, companheirismo, amizade e apoio nos

momentos de minha ausência.

Aos meus irmãos, Deucides, Denise, Paulo e

Valéria, que também são responsáveis pela minha

formação.

A meus sobrinhos Rogério, Patrícia, Valter Jr,

Fernanda, Miguel, Gustavo, Felipe, Maria Eduarda e

Guilherme, que sempre estão presentes e representam

o futuro de minha família.

A minha sogra Suieko e ao amigo José, pela

amizade e companheirismo de sempre.

A meus cunhados Valter, Valdeir, Celso Jr,

Robson, Margareth, Katlin e Alessandra, por também

passarem a fazer parte de minha família.

AGRADECIMENTOS

Ao Sr Deus, Criador do Universo, norteador de

minha sabedoria, meu corpo, alma e espírito e por todas

as bênçãos e oportunidades de crescimento;

Aos meus pais e demais familiares, que com suas

atitudes grandiosas, sempre fortaleceram a minha

decisão de perseverar, a quem dedico esta monografia;

A minha amada esposa Andréa, que com

paciência, soube compreender e apoiar-me em todos os

momentos;

Ao Cabo PM Carlos Roberto Pelegrine Marini,

por ter fornecido materiais fundamentais e me auxiliado

na coleta de dados para elaboração deste trabalho, junto

ao Gabinete de Instruções do Batalhão;

Aos mestres, de toda minha formação escolar, do

ensino fundamental, médio e superior;

Ao coordenador do Curso de Educação Física, da

Universidade de Marília, Prof. Dr. Manoel Osmar Seabra

Junior, pelos ensinamentos, apoio, incentivos e amizade;

À coordenadora do Curso de Tecnologia em

Alimentos da FATEC – Marília SP, Profª Drª Marie

Oshiiwa, pela colaboração e ensinamentos na melhor

forma de distribuição e representação de dados

estatísticos.

Aos meus orientadores, professores M. Sc

Wonder Passoni Higino e M. Sc Heloisa Helena Rovery

da Silva pela paciência, pelas aulas e pelas orientações

e correções que foram fundamentais para concretização

desta obra;

Ao coordenador do curso de Pós-Graduação do

Centro Universitário Calólico Salesiano Auxiliun, Prof M.

Sc Flávio Piloto Cirillo e em especial para a funcionária

Silvia e a todos os demais funcionários, pela acolhida,

durante a realização do curso.

Aos Professores Doutores Dartagnan Pinto

Guedes, Camila Coelho Greco, Luiz Cláudio Reeberg

Stanganélli, Márcio Pereira da Silva, Luiz Guilherme

Antonacci Guglielmo, Fabiana Andrade e Claudia

Chueire de Oliveira, aos Professores Mestres Runer

Augusto Marson, Tiago Rezende Figueira e a Professora

Especialista Renata Selvatici Borges Januário, por todos

os importantes e primordiais conhecimentos

compartilhados;

Ao Comando, Oficiais e Praças da 3ª Cia PM do

9° BPM/I e de todas as demais Companhias PM, pelo

apoio e companheirismo, ao longo de minha carreira

policial militar, cumulativamente ao transcorrer do curso

de especialização em fisiologia do exercício e,

Aos companheiros do Curso de Pós-Graduação e

em especial ao Ricardo, Vivian, Débora, Renato, Rubens

e Silvio, pelos inesquecíveis momentos de convívio ao

longo desses dezoito meses.

RESUMO

O presente trabalho teve em primeiro momento, o objetivo de se conhecer, através de pesquisas bibliográficas e em arquivos do Batalhão, como a PM, se instalou na cidade de Marília e seu progresso desde o ano de 1929, até os dias atuais, pendendo para a instalação da 3ª Cia PM que é nosso foco. Em um segundo momento, analisar os resultados dos TAFs que foram aplicados em 25% do efetivo até o ano de 2008 e que usando como critério, os policiais que já haviam sido submetidos aos testes, até o mês de agosto de 2008 e nesse mesmo número de PMs, comparar e analisar os seus resultados, em forma de pesquisa longitudinal, nos anos de 2006 e 2007, sendo que tal coleta de dados realizou-se de forma direta. Na mesma amostra populacional aplicou-se um questionário com questões abertas e fechadas visando conhecer seus gostos, preferências e intenções, relacionadas à prática de atividades físicas, conhecendo-se também alguns problemas de saúde a que os policiais militares da 3ª Cia PM são acometidos e também verificar o uso do álcool e de fumo. O questionário foi respondido de forma estratificada por 27 PMs, pois a 3ª Cia PM possui em seu efetivo no ano de 2008, o número de 107 PMs, divididos em: 1º Pel: 31 PMs = 8 amostras, 2º Pel: 39 PMs = 10 amostras, 3º Pel: 29 PMs = 7 amostras e Adm: 8 PMs = 2 amostras, perfazendo um total de 25% do efetivo total da Companhia. Quanto aos resultados dos TAFs, verifica-se que no ano de 2006 a média de pontos da Cia foi: 331, com o conceito “MUITO BOM” em 51,85%; no ano de 2007 a média de pontos foi: 321, com o conceito “BOM” em 44;44% e, no ano de 2008 a média de pontos foi: 326, com o conceito “BOM” em 66,66%. Já nos resultados do questionário aplicado, verifica-se que apenas os PMs da Adm (50%), praticam atividades físicas em seus turnos de serviço; já nos seus períodos de folga, 75,62% praticam diversos tipos de atividades físicas, com destaque para as caminhadas em 30% e corridas 25% nos mais diversos locais destacando-se as vias públicas (60%), a freqüência semanal de três vezes se destaca em 57,14%. Além disso, os PM se consideram “Pouco Ativos” (48,66%), sendo que, 38,2% dos PMs não se sentem prontos para o TAF, onde 96,3% do efetivo gostariam que fosse inserida a prática de atividades físicas durante o serviço. De todos os PMs avaliados, 77,77% não possuem qualquer problema de saúde e dos que possuem destaca-se o “colesterol” elevado (7,4%). Além disso, a maioria dos PMs não fumam (85,1%) e boa parte não ingerem bebidas alcoólicas (42,14%) Frente aos resultados, faz-se necessário propor ao comando da 3ª Cia PM, a elaboração e aplicação de uma Proposta de Condicionamento Físico para seu efetivo, para ser praticado em seu turno de trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Atividade física. Policial militar. Testes de aptidão física.

ABSTRACT

The present work had at first moment, the objective of if knowing, through bibliographical research and in archives of the Battalion, as the p.m., if it installed in the city of Marília and its progress since the year of 1929, until the current days, hanging for the installation from 3ª Cia PM that is our focus in the present work. At as a moment, to analyze the results of the TAFs that had been applied in 25% of the cash until the year of 2008 and that using as criterion, the policemen that already had been submitted to the tests, until the month of August of 2008 and in this exactly number of PMs, to compare and to analyze its results, in form of longitudinal research, in the years of 2006 and 2007, being that such collection of data was become of direct form. In the same population sample a questionnaire with open and closed questions was applied aiming at to know its taste, preferences and intentions, it practices related it of physical activities, knowing also some problems of health the one that the military policemen of 3ª Cia p.m. are to possess and also to verify the use of the alcohol and the tobacco. The questionnaire was answered of form extract for 27 PMs, therefore 3ª Cia p.m. possess in its cash in the year of 2008, the number of 107 PMs, divided in: 1º Pel: 31 PMs = 8 samples, 2º Pel: 39 PMs = 10 samples, 3º Pel: 29 PMs = 7 samples and Adm: 8 PMs = 2 samples, adding a total of 25% of the total cash of the Company. How much to the results of the TAFs, one concluded that in the year of 2006 the average of points of the Cia was: 331, with “the VERY GOOD” concept in 51,85%; in the year of 2007 the average of points was: 321, with “the GOOD” concept in 44; 44% e, in the year of 2008 the average of points were: 326, with “the GOOD” concept in 66,66%. Already in the results of the applied questionnaire, one concluded that only the PMs of the Adm in 50%, practices physical activities in its turns of service; already in its periods of recess around 75,62%, they practice diverse types of physical activities, with prominence for the walked ones in 30% and races 25% in the most diverse places being distinguished saw public to it in 60%, the weekly frequency of three times if it detaches in 57,14%; the p.m. if considers “Little Asset” in 48,66%; around 38,2% of the PMs, if they do not feel ready for the TAF, being that 96.3% of the cash, would like that the practical one of physical activities was inserted during the service; 77.77% of the PMs do not possess any problem of health and of that they possess is distinguished “colesterol^, in 7,4%, the PMs that do not smoke, add 85.1% and the PMs that do not ingest alcoholic beverage add 42.14% Front to the results, become necessary to consider to the command of 3ª Cia p.m., the elaboration and application of a Proposal of Physical Conditioning for its cash, to be practiced in its turn of work. KEYWORDS: Physical activity. Military policeman. Tests of physical aptitude.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Ilustra a classificação do teste de 12 minutos para homens

em relação à distância percorrida em metros, para policiais

do sexo masculino em suas faixas etárias..............................

40

Tabela 2. Ilustra a classificação do teste de 12 minutos para mulheres

em relação à distância percorrida em metros, para policiais

do sexo feminino em suas faixas etárias................................

40

Tabela 3. Quadro de pontuação das provas do TAF masculino, por

faixa etária...............................................................................

41

Tabela 4. Quadro de pontuação das provas do TAF feminino, por faixa

etária........................................................................................

42

Tabela 5. Ilustração de pontos em relação aos movimentos

executados, metros percorridos e tempo de.execução, das

provas do TAF, para ambos os sexos.....................................

42

Tabela 6. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para

as pontuações obtidas pelos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões

nos TAFs de 2006, 2007 e 2008.............................................

49

Tabela 7. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para o

peso dos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões nos TAFs de 2006,

2007 e 2008.............................................................................

50

Tabela 8. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para o

índice de massa corporal (IMC) dos PMs dos 1º, 2º e 3º

Pelotões nos TAFs de 2006, 2007 e 2008..............................

50

Tabela 9. Classificação de valores do IMC para adultos, segundo a

Organização Mundial de Saúde..............................................

50

Tabela 10. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para %

de gordura dos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões nos TAFs de

2006, 2007 e 2008..................................................................

51

Tabela 11. Amostra médias com desvio padrão de idade, peso, altura e

tempo de serviço dos PMs da 3ª Cia PM, no ano de 2008,

quando responderam aos questionários.................................

52

Tabela 12. Amostra percentual da freqüência e duração da pratica de

atividades físicas realizadas pelos PMs da 3ª Cia PM, em

seus horários de folga.............................................................

56

Tabela 13. Amostra percentual da classificação que os próprios PMs

fizeram com relação ao seu nível de atividade física, por

pelotões e média da 3ª Cia PM...............................................

56

Tabela 14. Fatores de risco para o desenvolvimento de doenças

crônico-degenerativas.............................................................

64

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Brasão do 37° BPM........................ ........................................ 22

Figura 2. Brasão atual do 9° BPM/I................. ....................................... 23

Figura 3. Fachada principal do 9° BPM/I, sediado na cidade de

Marília SP................................................................................

23

Figura 4. Vista parcial da cidade de Marília, localizada na região

Oeste do Estado de São Paulo...............................................

23

Figura 5. Organograma de distribuição de efetivo entre os pelotões

existentes na 3ª Cia PM e seu efetivo administrativo.............

25

Figura 6. Ilustra o percurso da corrida de 50 metros............................. 33

Figura 7. Ilustra a posição inicial de pegada em pronação com braços

estendidos e suspensão do corpo, sem contato com o solo..

35

Figura 8. Ilustra a flexão de braços com vista lateral e frontal do

movimento completo...............................................................

35

Figura 9. Exercício de apoio de frente sobre o banco para policiais de

sexo feminino..........................................................................

36

Figura 10. Ilustra o movimento completo do exercício de apoio de

frente sobre o solo..................................................................

37

Figura 11. Ilustra o movimento completo do abdominal remador, em

sua vista lateral.......................................................................

38

Figura 12. Ilustra a prova de resistência em 12 minutos e a área pra

sua realização.........................................................................

40

Figura 13. Organograma de distribuição de efetivo entre os pelotões

existentes na 3ª Cia PM e o número de amostras

estratificadas, que foram colhidas entre o efetivo existente...

46

Figura 14. Valores médios, em números reais, da pontuação dos

resultados do TAF e percentual médio dos conceitos obtidos

nos TAFs de PMs, da 3ª Cia PM, nos anos de 2006, 2007 e

até o mês de agosto de 2008..................................................

52

Figura 15. Amostra percentual de PMs que responderam o

questionário, de acordo com sua graduação..........................

52

Figura 16. Amostra percentual das funções desempenhadas pelos

policiais que responderam o questionário, dentro dos ramos

operacionais e administrativos pertencentes a 3ª Cia PM......

53

Figura 17. Amostra percentual de PMs que praticam atividades físicas

durante os turnos de serviço, pertencentes à administração

e aos pelotões da 3ª Cia PM (1º, 2º e 3º Pel).........................

53

Figura 18. Amostra percentual de PMs que praticam atividades físicas

durante suas folgas, pertencentes a administração e aos

pelotões da 3ª Cia PM (1º, 2º e 3º Pel)...................................

54

Figura 19. Amostra percentual, da preferência com relação as

atividades físicas praticadas pelos PMs, em seus horários

de folga, pertencentes a todo o efetivo da 3ª Cia PM............

55

Figura 20. Amostra percentual, da preferência com relação aos locais

para a prática de atividades físicas, pelos PMs,

pertencentes a todo efetivo da 3ª Cia PM, durante seu

período de folga......................................................................

55

Figura 21. Amostra percentual dos PMs da 3ª Cia PM, que já

praticaram ou não atividades físicas, com orientação de um

profissional, visando à preparação para aplicação do TAF....

57

Figura 22. Amostra percentual de PMs, por pelotões, administração e

média da Cia, pertencentes a 3ª Cia PM, que se sentem, ou

não preparados para a realização do TAF..............................

57

Figura 23. Amostra percentual, por pelotões, administração e média da

Cia, de PMs que acreditam, que se fossem submetidos a

um programa de treinamento físico, melhorariam a sua

saúde, o seu condicionamento físico e também os seus

resultados no TAF, por PMs da 3ª Cia PM.............................

58

Figura 24. Amostra percentual de PMs, por pelotão, administração e

média da 3ª Cia PM, que desejam, ou não a instituição de

um programa de treinamento físico........................................

59

Figura 25. Amostra percentual de PMs, por pelotão, administração e

média da 3ª Cia PM, que desejam a instituição de um

programa de treinamento físico, por períodos........................

59

Figura 26. Amostra percentual média de PMs que possuem ou não

problemas de saúde, pertencentes ao efetivo da 3ª Cia PM.. 60

Figura 27. Amostra percentual média da 3ª Cia PM, de problemas de

saúde, apresentados por policiais militares............................

60

Figura 28. Amostra percentual, por pelotões, administração e média da

Cia, de PMs que fumam, não fumam ou que já fumaram.......

61

Figura 29. Amostra percentual, por pelotões, adm e média da 3ª Cia

PM, de PMs que ingerem ou não bebidas alcoólicas.............

62

Figura 30. Amostra percentual, da média de toda a 3ª Cia PM, em

relação a freqüência semanal de ingestão de bebidas

alcoólicas................................................................................

62

Figura 31. Atividades físicas desenvolvidas............................................. 66

Figura 32. Recomendação de atividade física......................................... 67

LISTA DE SIGLAS

Adm: Administração

Btl: Batalhão

Cap: Capitão

Cb: Cabo

CFO: Curso de Formação de Oficiais

CFSd: Curso de Formação de Soldados

Cia: Companhia

DEI: Diretoria de Ensino e Instrução

EEFPM: Escola de Educação Física da Polícia Militar

FPESP: Força Pública do Estado de São Paulo

GI: Gabinete de Instrução

GRPae: Grupamento de Patrulha Aérea

OAE: Organização de Apoio e Ensino

OPM: Organização Policial Militar

OTF: Oficial de Treinamento Físico

Pel: Pelotão

PM: Polícia Militar / Policial Militar

PMESP: Polícia Militar do Estado de São Paulo

PMs: Policiais militares

POP: Procedimento Operacional Padrão

PPT-3-PM: Programa Padrão de Treinamento nº 3 da Policia Militar

PPT-4-PM: Programa Padrão de Treinamento nº 4 da Policia Militar

P/5: Seção de Relações Públicas

QOS: Quadro de Oficiais de Saúde

Sd: Soldado

TAF: Teste de Aptidão Física

Ten Cel: Tenente Coronel

3ª Cia PM: Terceira Companhia de Polícia Militar

9º BPM/I: Nono Batalhão de Polícia Militar do Interior

37° BPM: Trigésimo Sétimo Batalhão de Polícia Milit ar

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................... 17

CAPÍTULO I – RESGATE HISTÓRICO ................................................... 21

1 HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DO 9º BPM/I ............................................ 21

1.1 A origem do Batalhão........................................................................ 21

1.2 Surgimento e criação do 9º BPM/I..................................................... 22

1.3 Criação da 3ª Cia PM do 9ºBPM/I..................................................... 24

CAÍTULO II – O TESTE DE APTIDÃO FÍSICA APLICADO NA PM....... 27

2 TESTE DE APTIDÃO FÍSICA (TAF) .................................................... 27

2.1 Finalidade do TAF.............................................................................. 27

2.1.1 Princípios de aplicação do TAF...................................................... 27

2.1.2 Formas de aplicação do TAF.......................................................... 29

2.1.2.1 Teste de Aptidão Física – 1 (TAF-1)............................................ 29

2.1.2.2 Teste de Aptidão Física – 2 (TAF-2)............................................ 30

2.1.2.3 Teste de Aptidão Física – 3 (TAF-3)............................................ 31

2.1.2.4 Teste de Aptidão Física – 4 (TAF-4)............................................ 31

2.1.3 TAF-3 e suas valências físicas aplicadas no teste......................... 32

2.2 As provas que consistem o TAF........................................................ 33

2.2.1 Corrida de 50 metros...................................................................... 33

2.2.2 Flexão e extensão de cotovelos na barra fixa................................ 34

2.2.3 Apoio de frente sobre o banco (PMs do sexo feminino)................. 35

2.2.3.1 Apoio de frente sobre o solo PMs do sexo masculino)................ 36

2.2.4 Resistência abdominal.................................................................... 37

2.2.5 Resistência em 12 minutos............................................................. 38

2.3 A aprovação no TAF-3....................................................................... 41

2.4 Responsabilidades da aplicação do TAF........................................... 43

CAPÍTULO III – MÉTODOS E TÉCNICAS ............................................... 45

3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS ......................................................... 45

3.1 Delimitação do campo de pesquisa................................................... 45

3.2 Métodos............................................................................................. 45

3.2.1 Estudo de caso............................................................................... 45

3.3 Técnicas............................................................................................. 46

CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................... 49

4 ANALISE DOS RESULTADOS ............................................................ 49

4.1 Análise de resultados dos TAFs e questionários aplicados............... 49

CONCLUSÃO ........................................................................................... 69

REFERÊNCIAS........................................................................................ 73

ANEXO A: Autorização e questionário para coleta de dados.................. 75

INTRODUÇÃO

O presente trabalho monográfico, em um primeiro plano, visa ilustrar

como se instalou a Polícia Militar na cidade de Marília, em particular a 3ª Cia

PM (Terceira Companhia de Polícia Militar), contando um pouco de sua história

de criação. Hoje em dia, acredito que poucos policiais militares que servem na

3ª Cia PM do 9° BPM/I (Nono Batalhão de Polícia Mil itar do Interior), conhecem

como surgiu, como se instalou, e como chegamos até os dias de hoje, sendo a

cidade de Marília considerada a sede de um dos mais importantes batalhões

da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Em segundo plano, este autor que é policial militar e sabedor que na

PMESP (Policia Militar do Estado de São Paulo), obrigatoriamente, todo PM

(policial militar), anualmente é submetido ao TAF (Teste de Aptidão Física), que

visa avaliar o seu real estado de condicionamento físico e em muitos casos o

condicionamento físico, deixa muito a desejar, pois as condições de trabalhos

diários, aliados a problemas familiares, de saúde e de até falta de orientação,

fazem com que o mesmo sequer, pratique quaisquer atividades físicas,

tornando-se uma pessoa totalmente sedentária, ensejando assim um

decréscimo de condicionamento físico; motivo esse, que nessa obra o perfil do

policial militar foi traçado, visando conhecer o mesmo em seus resultados de

testes físicos, de acordo com os TAFs já avaliados em anos anteriores e no

presente ano e também conhecer os seus gostos e preferências pelas

atividades físicas e também saber, sobre eventuais problemas de saúde que

poderiam ser amenizados e controlados com a prática regular de atividades

físicas.

“Os componentes da aptidão física que devem constar em qualquer programa regular de condicionamento físico, voltado para a promoção de saúde são: força, resistência muscular, flexibilidade e aptidão cardiorespiratória” (MONTEIRO, 1999, p. 15).

Com o perfil traçado em relação a práticas de atividades físicas, do

atual efetivo da 3ª Cia PM do 9° BPM/I, sediado na cidade de Marília e sendo

conhecedor de que em novembro de 1999, a Escola de Educação Física da

Polícia Militar (EEFPM) elaborou o Programa Mínimo de Condicionamento

Físico do Policial Militar, que é uma proposta de alteração do Programa de

Treinamento Físico, em vigência desde 1993, a fim de garantir o

aprimoramento do treinamento físico planejado voltado à melhoria do

condicionamento físico geral da tropa e, em conseqüência, dos resultados do

Teste de Aptidão Física (TAF), aliado ao fato de que conhecendo a carência do

policial militar, lotado na Cia PM (Companhia de Polícia Militar), se estará

propondo, que se coloque em prática o Programa Mínimo de Condicionamento

Físico do Policial Militar ou até mesmo o programa contido no PPT-3-PM

(Programa Padrão de Treinamento Três da Polícia Militar), o que virá de

encontro ao que foi proposto no ano de 1999 pela Escola de Educação Física

da Polícia Militar e que o policial militar poderá realizá-lo, garantindo assim seu

bem estar físico, profissional e familiar, aliado a manutenção de sua saúde, o

que é primordial.

Conceitua a Revista Atividade Física & Saúde (1998, p. 66) :

A educação física é uma prática sistematizada da atividade física, onde o indivíduo possui o interesse pelo condicionamento físico. Na educação física são seguidos planos de trabalhos e regras objetivas para que sejam atingidas as alterações fisiológicas esperadas.

Este trabalho foi estruturado em quatro capítulos. O primeiro capítulo

nos, relata o histórico de criação do batalhão, pendendo para instalação da

atual 3ª Cia PM, ilustrado com diversas figuras, nos mostrando desde a criação

e instalação da policia militar na cidade de Marília até os dias atuais; o segundo

capítulo no trás conhecimentos do TAF, que atualmente é aplicado na PMESP;

o terceiro capítulo, nos trás o material e método aplicado em pesquisa de

campo e o quarto capítulo nos mostra os resultados, para assim conhecermos

o perfil do policial militar, de acordo com o que foi obtido no trabalho de

pesquisa de campo, ilustrado com gráficos comparativos e tabelas de

informações.

Justifica-se, pois, a necessidade deste estudo monográfico, em razão de

se desejar conhecer como está atualmente o perfil do policial militar

pertencente a 3ª Cia PM do 9° BPM/I, bem como suas preferências na prática

de atividades físicas, que são realizadas por eles, a fim de que se possam

fornecer subsídios para uma melhora em seu condicionamento físico

proporcionando assim um bem estar para o mesmo, vindo de encontro ao

Programa Padrão de Treinamento (PPT-03-PM) e ao Programa Mínimo de

Condicionamento Físico do Policial Militar.

Espera-se que não somente o Policial Militar da 3ª Cia PM do 9°

Batalhão de Polícia Militar do Interior, nosso principal alvo, mas também a

Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), a sociedade e a própria

Educação Física tenham a ganhar com esse estudo, pois um policial militar

mais bem preparado, só tem a trazer benefícios à sociedade e à Corporação

em que serve e mais uma vez a Educação Física ganha com a comprovação

em campo de estudos de sua ciência.

Tal trabalho objetiva dar conhecimento aos demais policiais militares, da

rica história de criação do 9° BPM/I e também verif icar como está o perfil do

policial militar pertencente a 3ª Cia PM e conhecer suas preferências na área

de atividades físicas e com isso poder oferecer no futuro próximo, um método

de condicionamento físico individual simples, mas eficaz, sem utilizar material

sofisticado ou instalações específicas, possibilitando ao policial militar

desenvolvê-lo individual ou coletivamente, com orientações, segurança e

controle do seu desenvolvimento.

Até os dias de hoje, os únicos planejamentos de treinamento físico na

Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) são os atuais modelos do

Programa Padrão de Treinamento Policial Militar (PPT-03-PM), publicado em

fevereiro de 1993 e que ainda está em vigor, já que a proposta de alteração

ainda não foi publicada e o Programa Mínimo de Condicionamento Físico do

Policial Militar, que foi publicado em novembro de 1999, pela Escola de

Educação Física da Polícia Militar (EEFPM) que é uma proposta de alteração

do Programa de Treinamento Físico, sendo certo que ambos apesar de

estarem em vigor, não são praticados na 3ª Cia PM e na grande maioria dos

batalhões da Polícia Militar do Estado de São Paulo, com isso uma grande

parcela de policiais militares, são pouco ativos ou sedentários, dessa forma

colaborando negativamente, para uma incidência maior de problemas de

saúde, que poderiam ser evitados com a prática regular de atividades físicas.

Segundo o PPT-04-PM (2002, p. 4) “[...]considerando que a manutenção de um bom nível de condicionamento físico requer prática contínua, é indispensável incutir a mentalidade de treinamento na tropa, inclusive após o período de formação, instituindo ainda, treinamento em caráter obrigatório e prioritário”.

Com este trabalho, pelo menos para a 3ª Cia PM do 9° BPM/I

inicialmente, procurar-se-á fornecer subsídios aos policiais militares que são

muito carentes em seus horários de serviço e de folga, no tocante à realização

de atividades físicas, para que se possa manter um condicionamento físico

mínimo e necessário para a realização de suas tarefas diárias; e também para

serem submetidos ao Teste de Aptidão Física (TAF), que no caso em questão

se dá anualmente e geralmente no mês de aniversário do policial militar e por

vezes na realização desses testes, os policiais militares não se encontram em

condições físicas ideais de realizá-los e se expõe a riscos, que não deveriam

existir, se estivessem em uma realidade um pouco diferente em relação as

suas atividades físicas, com certeza favoreceria na melhora dos resultados,

não só dos testes físicos, mas também na manutenção de sua saúde,

proporcionando mais satisfação em sua vida, pois, a prática regular de

atividades físicas de forma consciente, dá prazer, melhora a auto estima,

proporciona a interação entre pessoas, melhora a saúde e uma série de

benefícios, poderiam advir, para se ajudar a combater as conseqüências de um

serviço tão desgastante, que é o serviço policial militar.

CAPÍTULO I

RESGATE HISTÓRICO

1 HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DO 9º BPM/I

1.1 A origem do Batalhão

A Polícia Militar na cidade de Marília, que é uma das importantes

cidades do Estado de São Paulo, possui o Nono Batalhão de Polícia Militar do

Interior, o 9° BPM/I, que é destaque no cenário da segurança pública, hoje com

79 anos de existência e a cada dia, procura-se buscar os melhores caminhos

profissionais para a instituição, seus homens e para a comunidade, vejamos

como tudo começou:

A origem do atual batalhão remonta dos idos do ano de 1929, quando foi criado o município de Marília, também era instalado um destacamento policial da então Força Pública do Estado de São Paulo e naquela época esse destacamento, era subordinado a 2ª Companhia do Quarto Batalhão de Caçadores de Bauru. (REGISTRO HISTÓRICO DO 9º BPM/I, 1929, em construção, s. p.).

Em 13 de julho de 1958 a então Força Pública foi reestruturada e

assim na cidade de Marília foi instalada a 1ª Companhia do 4° Batalhão de

Caçadores de Bauru e teve como primeiro comandante o Capitão Domício

Silveira e sua sede funcionava na Rua Bandeirantes, n° 40, onde hoje está

instalado o edifício João Paulo II e a Igreja Nossa Senhora da Glória.

A partir de 07 de junho do ano de 1965, o policiamento local,

desvincula-se do Quarto Batalhão de Caçadores de Bauru e passa a se

denominar 4° Companhia Independente; que era uma un idade autônoma e seu

primeiro comandante foi o Capitão Irahy Vieira Catalano, que tinha sob seu

comando o número de 420 (quatrocentos e vinte) policiais, que eram

distribuídos na região da alta paulista, desde as nascentes dos Rios do Peixe e

Aguapeí, até as barrancas do Rio Paraná, englobando 40 (quarenta)

municípios.

No mês de julho de 1966 graças a um entendimento entre o Capitão

Irahy e o Delegado Regional de Policia, através da portaria de n° 39; a área de

Marília foi dividida em dois territórios ficando um com a Guarda Civil e o outro

com a Força Pública, sendo que em Marília foram criadas a Companhia de

Comando e Serviços, a 1ª Companhia e a 5ª Companhia, com um efetivo de

338 (trezentos e trinta e oito) homens. E nas cidades de Tupã, Assis e Lins,

foram criadas as 2ª, 3ª e 4ª Companhias respectivamente, com efetivo

distribuído entre elas no total de 723 (setecentos e vinte e três) homens e

dessa forma a cidade de Marília ficou com uma área menor para ser policiada.

Em 23 de dezembro de 1966 foi criado em Marília o 2° Grupamento de

Policiamento Independente da FPESP (Força Pública do Estado de São Paulo)

e dessa forma a 4ª Companhia Independente foi extinta, sendo certo que no

ano de 1967 foram iniciadas as obras do novo quartel que abrigaria o

grupamento.

Em 07 de abril de 1970 foi criada a Policia Militar do Estado de São

Paulo, com a junção da Força Pública e a Guarda Civil e em 01 de março de

1971, foi criado em Marília o 37° BPM (Trigésimo Sé timo Batalhão de Polícia

Militar), cuja instalação oficial se deu em 02 de abril de 1971, já instalado no

prédio recém construído e que havia sido inaugurado em 25 de agosto de

1969.

Fonte: P/5 do 9° BPM/I. Figura 1. Brasão do 37° BPM.

1.2 Surgimento e criação do 9° BPM/I

“A Polícia Militar não parou de crescer, até que por força do Decreto n°

7.289 de 15 de dezembro de 1975 teve novo aumento de efetivo e nova

reestruturação, tendo o 37° BPM, a partir dessa dat a passou a ser denominado

9° BPM/I”. (REGISTRO HISTÓRICO DO 9º BPM/I, 1929, e m construção, s. p.).

Fonte: P/5 do 9° BPM/I. Figura 2. Brasão atual do 9° BPM/I.

A sede do 9° BPM/I está localizada na região oeste do Estado de São

Paulo, situa-se na Rua Capitão Alberto Mendes Junior, n° 118 – Jardim Vista

Alegre, na cidade de Marilia.

Fonte: P/5 do 9° BPM/I. Figura 3. Fachada principal do 9° BPM/I, sediado na cidade de Marília SP.

Marília é a maior cidade de sua região, com mais de 215.000 habitantes e se caracteriza como pólo industrial, destacadamente nos ramos alimentícios, industrial, comercial e universitário, sendo este último responsável por uma população flutuante da ordem de 15.000 estudantes e um acréscimo de 12.000 veículos, na frota licenciada de veículos no município (9° BPM/I, 2005, s. p.).

Fonte: P/5 do 9° BPM/I. Figura 4. Vista parcial da cidade de Marília, região Oeste do Estado.

1.3 Criação da 3ª Cia PM do 9º BPM/I

Em 1989 foi instalado no município de Marília a Penitenciária Estadual

e no dia 15 de setembro de 1989, foi também criada a 3ª Cia PM, sediada em

anexo ao estabelecimento prisional, no distrito de Padre Nóbrega, que era

responsável pela segurança do presídio, efetuando o policiamento de guarda

nas muralhas e também pelas escoltas de presos, quando em deslocamentos

fora daquela unidade.

A 3ª Cia PM também era responsável pelo policiamento nas cidades

de Pompéia, Oriente, Echaporã e Oscar Bressane e naquela época o 9º BPM/I

era comandado pelo Tenente Coronel PM Dorival Rodrigues Montemor.

Passados alguns anos, precisamente no dia 03 de abril de 1997 a

sede da 3ª Cia PM mudou-se para o município de Pompéia, onde em melhores

e mais aconchegantes instalações, funcionava o comando de Cia e as

instalações da administração dos pelotões e na ocasião o comandante de

companhia era o Capitão PM José Carlos Neves.

No final do ano de 2004, com uma nova reestruturação da PMESP e

por conseqüência do 9º BPM/I, a sede da 3ª Cia PM, foi transferida para a

cidade de Marília, instalada provisoriamente na sede do batalhão e logo após já

no mês de maio de 2005, foi instalada na Av República, nº 1514 e passou-se

então a não mais efetuar o policiamento de guardas no presídio, mantendo-se

apenas um grupo de escoltas de presos, que é responsável pelos

deslocamentos de presos para fora da unidade prisional em apoio aos agentes

de segurança penitenciários, sendo responsável também, pelo policiamento na

zona norte da cidade de Marília e apenas nas cidades de Oriente e Pompéia,

sendo que as demais cidades que eram de responsabilidade da 3ª Cia PM,

foram distribuídas para outras unidades policiais militares, nessa época o

comandante era o Capitão PM Walter de Oliveira.

Desde o dia 25 de agosto de 2008 a 3ª Cia PM, sob o comando do

Capitão PM Flávio Pádua Godoy, foi transferida para um complexo da polícia

militar e está sediada na Av Nelson Spielmann, nº 1240 e atualmente possui

três pelotões que desenvolvem o policiamento de ronda escolar, o policiamento

comunitário e também o policiamento de escolta de presos.

Em alguns eventos, são necessários apoios, pois os policiais lotados

na companhia por vezes são insuficientes, sendo que o comando de

companhia solicita ao comandante de batalhão e esse por sua vez desloca

efetivo de apoio como a cavalaria o canil e a força tática, efetivo esse que faz

parte da reserva do comando de batalhão para serem utilizados em qualquer

companhia, desde que seu emprego seja realmente necessário. Esse apoio

pode ser apenas para policiamento em grandes festas e eventos, ou também

de forma repressiva como tropa de choque em casos de rebeliões em

presídios, graves em geral e outros eventos de natureza grave.

O efetivo atual conta com 107 (cento e sete) policiais militares,

distribuídos conforme o organograma abaixo:

Fonte: elaborado pelo autor Figura 5. Organograma de distribuição de efetivo entre os pelotões existentes na 3ª Cia PM e seu efetivo administrativo.

O organograma mostra o efetivo de toda a 3ª Companhia PM e a

distribuição de seu efetivo, em quantidade de policiais na administração e nos

três pelotões de policiamento que efetuam seus trabalhos até os dias de hoje.

Nota-se que apenas em parte da cidade de Marília (zona norte) concentra-se a

maior parte do efetivo e o terceiro pelotão apenas com um número menor de

policiais, é responsável por duas cidades de pequeno porte. Vale lembrar que

ainda na cidade de Marília por ser uma cidade com população acima de 210

(duzentos e dez) mil habitantes, o policiamento é realizado por mais três

3ª Cia PM - 107 PMs divididos em:

1º Pel PM Marília – 31 PMs

Divididos em:

2º Pel PM Marília – 39 PMs

Divididos em:

3º Pel PM – 29 PMs Divididos em:

Pompéia= 22 PMs

Administração 8 PMs

Subsetor Palmital = 17 PMss

Subsetor Pioneiros = 14 PMs

Subs. Stª Antonieta = 28 PMs

Grupo de Escoltas = 11 PMs

1º GP Oriente = 7 PMs

companhias de policiamento, que desempenham suas atividades nas mais

diversificadas modalidades como: cavalaria, canil, força tática, patrulha com

motocicleta, policiamento a pé e outras.

CAPÍTULO II

O TESTE DE APTIDÃO FÍSICA APLICADO NA PM

2 TESTE DE APTIDÃO FÍSICA (TAF)

Este capítulo procura explicar o que é TAF (Teste de Aptidão Física),

suas características e exigências para que possa ser aplicado de forma correta,

tendo como base sempre atender às necessidades das táticas policiais que

decorrem no transcorrer de seus serviços, possibilitando sempre um melhor

desempenho em suas aplicações.

2.1 Finalidade do TAF

Os testes de aptidão física, são exames físicos, aplicados em civis que

desejam ingressar na PMESP, de caráter eliminatório e também, nos militares

do estado pertencentes a corporação, que desejam freqüentar algum curso ou

estágio, durante toda a sua carreira profissional, sendo que para tal freqüência,

estar apto nos testes, é requisito fundamental, inclusive para a sua inscrição e

ainda, anualmente avaliar todo o efetivo da PMESP, no tocante ao seu nível de

condicionamento físico.

Testes de aptidão física (TAF), são baterias de testes físicos destinada a selecionar candidatos a ingresso na PMESP, a avaliar a aptidão física de policiais militares para freqüentarem cursos ou estágios, dentro ou fora da PMESP, e ainda avaliar o nível de condicionamento físico do contingente policial militar (PPT-04-PM, 2002, p. 5).

2.1.1 Princípios da aplicação do TAF

Toda aplicação de TAF deve ser precedida de exame, realizado por

médico da PMESP, por ocasião de Inspeção de Saúde ou em outra ocasião.

Tais exames têm, validade anual e devem ser realizados em conformidade com

o contido nos editais de concurso, bem como com as normas baixadas pelo C

Méd (Centro Médico) em relação a tal procedimento. Caso haja necessidade o

oficial médico solicitará exames laboratoriais, para conceder o “apto” ao policial

militar e liberá-lo para ser submetido aos testes.

A aplicação de TAF deve ser precedida de aquecimento, para evitar

lesões durante a realização dos testes e encerrada por meio de sessão de

alongamento, para prevenir a ocorrência de dores musculares após os testes.

Tanto o aquecimento como os alongamentos devem ser conduzidos

por policiais militares com formação em Educação Física.

Nas seleções, o aquecimento e a sessão de alongamento ficarão a

cargo do candidato, não sendo obrigatório realizá-los.

Segundo o PPT-04-PM (2002, p. 7) “[...] a aplicação de TAF deverá,

em princípio, ser precedida de programas de treinamento físico

individualizados, elaborados pelos instrutores e/ou monitores de educação

física das respectivas OPM (Organização Policial Militar)”.

O treinamento físico deverá ser realizado, em caráter obrigatório, em

todas as OPM, de acordo com planejamento próprio, três vezes por semana.

As sessões deverão ter duração média de 50 minutos e serem

compostas de aquecimento (5 min), treinamento físico (25 min), técnicas de

defesa pessoal (10 min) e volta à calma, através de atividades recreativas ou

desportivas (10 min).

Todos os policiais militares deverão, obrigatoriamente, ser avaliados

periodicamente através do TAF.

Os resultados do TAF periódico deverão ser enviados a EEFPM

através do sistema informatizado em vigor, até o último dia útil do mês de

dezembro.

Os policiais militares submetidos ao TAF deverão ser cientificados dos

resultados obtidos e submetidos a treinamento específico e intensivo, visando a

melhoria de seu desempenho nas avaliações seguintes, mediante

planejamento do OTF da OPM.

Hoje em dia no 9° BPM/I, acredita-se, que os polici ais militares, são

prejudicados para a realização do TAF, pois apesar de se ter sido instituído na

PMESP programas de condicionamento físico, a exemplo do PPT-3-PM, tais

programas não são colocados em prática, o que faz com que na grande

maioria das vezes o policial militar, venha a praticar atividades físicas, apenas

uma vez por ano, ou seja, quando esta sendo submetido à aplicação do TAF e

isso pode se tornar um grande problema em potencial, pois não há preparo

para a realização das provas físicas.

2.1.2 Formas de aplicação do TAF

Existem 4 (quatro) tipos de TAF, cada qual adequado a uma finalidade,

da seguinte forma:

2.1.2.1 Teste de Aptidão Física - 1 (TAF-1)

Destinado à seleção de candidatos a ingresso no Curso de Formação

de Oficiais (CFO), no Quadro de Oficiais de Saúde (QOS) e Curso de

Formação de Soldados (CFSd), são compostos pelos testes de

condicionamento físico geral, que devem ser realizados na seguinte ordem:

flexão e extensão de cotovelos na barra fixa, obrigatório para homens até 35

(trinta e cinco) anos, inclusive; ou flexão e extensão de cotovelos com apoio de

frente sobre o solo, para homens a partir de 36 (trinta e seis) anos, inclusive (o

candidato pode optar pelo teste de flexão e extensão de cotovelos na barra

fixa); flexão e extensão de cotovelos com apoio de frente sobre o solo,

apoiando os joelhos sobre o banco de 30 (trinta) cm de altura, para mulheres;

resistência abdominal - teste abdominal, em decúbito dorsal, tipo remador, para

ambos os sexos; velocidade - corrida de 50 metros, para ambos os sexos; e

resistência aeróbica - corrida em 12 minutos, para ambos os sexos. E para o

CFO ainda serão acrescidos os testes de habilidades específicas, que devem

ser aplicados na ordem a seguir, para ambos os sexos: natação - 50 metros;

agilidade; e salto em distância. Os testes previstos, tanto os de

condicionamento físico geral, bem como os de habilidades específicas, têm

caráter eliminatório. O candidato considerado reprovado em qualquer teste,

ficará impedido de prosseguir nos demais, sendo considerado eliminado.

Todos os candidatos (CFO e CFSd), serão submetidos a provas de

conhecimentos gerais e língua portuguesa (nível médio); exame psicológico,

exame de saúde e investigação social. Para os candidatos do QOS, além do

curso superior, será exigida prova especifica da área pretendida.

2.1.2.2 Teste de Aptidão Física - 2 (TAF-2)

Destinado à seleção de policiais militares, na condição de candidatos

aos cursos e estágios de interesse da PMESP, sendo os testes selecionados

em função das peculiaridades dos cursos ou estágios visados.

Para o PM freqüentar cursos internos como exemplo o Curso de

Bombeiros para Oficiais ou para Sargentos, o TAF-2 subdivide-se em testes de

condicionamento físico geral que devem ser aplicados para ambos os sexos:

subida no cabo vertical; resistência abdominal - teste abdominal, em decúbito

dorsal, tipo remador; e resistência aeróbica - corrida em 12 minutos. Já o teste

de habilidade específica, que deve ser aplicado para ambos os sexos é o de

natação - 100 metros. Os testes previstos, tanto os de condicionamento físico

geral, bem como o de habilidade específica, têm caráter eliminatório. O

candidato reprovado em qualquer teste ficará impedido de prosseguir nos

demais.

Um outro exemplo é o TAF-2 aplicado nos policiais militares, na

condição de candidatos aos cursos e estágios do GRPAe (Grupamento de

Patrulha Aérea), que subdivide-se em testes de condicionamento físico geral,

para ambos os sexos: subida no cabo vertical; resistência abdominal - teste

abdominal, em decúbito dorsal, tipo remador; velocidade - corrida em 40

(quarenta) segundos; e resistência aeróbica - corrida em 12 minutos. Já os

testes de habilidades específicas, que devem ser realizados por PMs de ambos

os sexos são: natação - 100 (cem) metros; e travessia em altura no pórtico. Os

testes previstos, tanto os de condicionamento físico geral, bem como os de

habilidades específicas, têm caráter classificatório e eliminatório. O candidato

considerado reprovado em qualquer teste, ficará impedido de prosseguir nos

demais.

Para cada especificidade de cada curso o TAF-2, visa a avaliação e

classificação de acordo com o que será exigido em tal curso, a ser freqüentado

pelos policiais aprovados.

A aplicação do TAF-2, é requisito primordial para a inscrição no curso

ou estágio desejado pelo policial militar, quer ele seja praça ou oficial e a

inaptidão, ou a reprova nos testes de aptidão física, impede a frequência em

qualquer dos cursos pretendidos.

2.1.2.3 Teste de Aptidão Física - 3 (TAF-3)

Destinado à avaliação do nível de condicionamento físico do policial

militar, visando à adoção de procedimentos para seu treinamento. É o alvo do

estudo do presente trabalho e será abaixo, melhor esclarecido a seu respeito.

2.1.2.4 Teste de Aptidão Física - 4 (TAF-4)

Destinado à avaliação do nível de condicionamento físico, de forma

alternativa, dos policiais militares aptos para o serviço policial militar,

entretanto, sujeitos à restrições de ordem médica. Tal avaliação tem por

objetivo estabelecer a capacidade de tais policiais para o exercício de

determinadas funções na Polícia Militar, de acordo com suas condições

restritas de saúde física, para fins de definição do TAF-4 a ser aplicado, nos

policiais militares são classificados, de acordo com suas limitações, nas

seguintes categorias: lesões em membros superiores; lesões em membros

inferiores; problemas na coluna vertebral; e problemas cardíacos. As policiais

militares gestantes, enquanto aptas para o serviço policial militar, serão

avaliadas e autorizadas ou não, por médico da PMESP, a realizarem o TAF; a

aplicação do TAF-4 deve ser precedida de rigoroso exame médico, em cujo

parecer favorável, o médico responsável indicará expressamente em qual

categoria de TAF-4 deverá ser submetido, em função de suas limitações; o

policial militar, impedido por restrição médica, de ser submetido ao TAF-3,

poderá optar por ser submetido ao TAF-4, sendo que esses resultados devem

ser remetidos à EEFPM, juntamente com os resultados do TAF-3; a aprovação

no TAF-4 gerará os mesmos efeitos para o TAF-3, somente; e não será

aplicado outro TAF alternativo, diverso dos existentes neste programa padrão

de treinamento, em policial militar que, em virtude de suas restrições médicas,

não conseguirem realizar nenhum dos TAF-4 previstos.

Os testes componentes dos TAF-4, estabelecidos de acordo com as

restrições médicas dos policiais militares, de ambos os sexos, com lesões em

membros superiores: resistência abdominal - teste abdominal, em decúbito

dorsal, tipo remador, para ambos os sexos; resistência aeróbica: corrida em 12

minutos; ou teste cicloergométrico (Protocolo de Bruce).

Para policiais militares com lesões em membros inferiores: resistência

abdominal - teste abdominal, em decúbito dorsal, tipo remador, para ambos os

sexos; avaliação de força de membros superiores: flexão e extensão de

cotovelos na barra fixa, obrigatório para homens até 35 (trinta e cinco) anos,

inclusive; ou flexão e extensão de cotovelos com apoio de frente sobre o solo,

para homens a partir de 36 (trinta e seis) anos, inclusive ( o avaliado pode optar

pelo teste de flexão e extensão de cotovelos na barra fixa); e flexão e extensão

de cotovelos com apoio de frente sobre o solo, apoiando os joelhos sobre o

banco de 30 (trinta) cm de altura, para mulheres.

Para policiais militares, de ambos os sexos, com problemas na coluna

vertebral: cooper aquático;

Para policiais militares, de ambos os sexos, com problemas cardíacos:

teste ergométrico, exclusivamente na esteira ou na bicicleta, monitorado

eletrocardiograficamente e com acompanhamento médico.

O policial militar reprovado no TAF-4, a critério do Oficial médico

responsável, poderá ser reavaliado, em até 30 (trinta) dias após a realização do

último teste aplicado.

Nesse ultimo caso o policial militar reprovado deve se submeter a nova

avaliação médica e procurar solucionar os problemas que surgiram e que

motivaram sua inaptidão.

2.1.3 TAF-3 e suas valências físicas aplicadas no teste

O tema levantado para este estudo monográfico, está direcionado

somente para aplicação do TAF-3, que deve ser aplicado anualmente em todo

o contingente policial-militar da ativa, para avaliação do seu nível de

condicionamento físico e seus resultados, e enviados à EEFPM até o último dia

útil do mês de dezembro, através do sistema informatizado em vigor. O TAF-3

também deve ser realizado por ocasião da realização de cursos e estágios,

sendo pré-requisito para as respectivas inscrições, e também ser aplicado em

todo contingente policial militar; é composto por testes de condicionamento

físico geral.

O TAF visa avaliar as seguintes valências físicas: velocidade, força

muscular e potência aeróbica.

2.2 As provas que consistem o TAF

2.2.1 Corrida de 50 metros

Corrida de 50 metros: o policial deverá percorrer a distância de 50

metros no menor tempo possível, em terreno demarcado e plano, anotando o

resultado em segundo e décimos de segundos.

De acordo com o resultado de tempo obtido e de acordo com sua faixa

etária, verifica-se o valor de pontuação conseguida em uma tabela própria, que

nos mostra a pontuação alcançada no menor tempo percorrido. Em tal tabela

os décimos de segundo é que dão as diferenças de pontuação de cada

participante.

A velocidade é uma variável da aptidão física geral de grande

importância, devido ela ser um componente fundamental de muitas

modalidades esportivas. Assim, é de suma importância a sua avaliação, não

somente como indicador de aptidão física geral, mas também como

possibilidade de detectarmos talentos em velocidade.

É possível observar efeitos de treinamento ou ainda analisar se o

policial está com resultados que correspondam a sua idade.

Um dos objetivos da prova é medir a potência anaeróbica, pois em

diversas vezes o policial militar em seu turno de serviço, está sujeito a correr

repentinamente em atendimentos de ocorrências, pois a qualquer momento

pode visualizar um infrator da lei praticar um crime e sair correndo a pé em

fuga e se não estiver preparado para acompanhar o infrator, o mesmo terá

êxito em sua fuga e por conseqüência, pode não ser punido pelo crime que

cometeu.

Fonte: PPT-3-PM, 2003. Figura 6. Ilustra o percurso da corrida de 50 metros.

2.2.2 Flexão e extensão de cotovelos na barra fixa

O teste de barra tem como objetivo medir indiretamente a força

muscular de membros superiores, através do desempenho em se elevar acima

do nível de uma barra horizontal.

Barbanti (2002, p. 34), considera o conceito de força como sendo a

“qualidade física que permite um músculo, ou um grupo de músculos produzir

uma tensão, e vencer uma resistência na ação de empurrar, tracionar ou

elevar”.

Dessa forma o teste de barra, nos mostra essa qualidade, em que o

policial militar, por diversas vezes em seu turno de serviço, quer seja ele

operacional ou administrativo, tenha que executar com seus músculos.

É necessário, para essa prática, uma barra de ferro ou madeira de 1 ½

polegadas ou 3,8 cm e material para anotação. A barra deve ser instalada a

uma altura suficiente para que o avaliado, mantendo-se pendurado com os

cotovelos em extensão, não tenha contato dos pés com o solo. A posição da

pegada é pronada e corresponde à distância biacrominal (a distância entre as

mãos deve corresponder à distância entre os ombros). Após assumir essa

posição, o avaliado tenderá a elevar seu corpo até que o queixo passe acima

do nível da barra, e então retornará o corpo à posição inicial. O movimento será

repetido tantas vezes quanto possível, sem limite de tempo. Será contado o

número de movimentos completos corretamente.

Pontos a avaliar: observar se os cotovelos estão em extensão total

para o início dos movimentos de flexão; não permitir repouso entre um

movimento e outro. A execução deve ser dinâmica; permitir somente uma

tentativa, a não ser que o avaliado seja prejudicado por algum motivo; verificar

se o queixo ultrapassa o nível da barra antes de iniciar o movimento de

extensão dos cotovelos; não permitir qualquer movimento de quadril ou pernas

como auxílio, e muito menos, tentativa de extensão da coluna cervical, também

não permitir que outros policiais militares que estejam próximos, façam

algazarras ou gracejos que possam prejudicar a execução dos movimentos

corretamente e com isso prejudicar o desempenho do policial militar que esta

sendo avaliado.

Fonte: PPT-3-PM, 2003. Figura 7. Ilustra a posição inicial de pegada em pronação com braços estendidos e suspensão do corpo, sem contato com o solo.

Fonte: PPT-3-PM, 2003. Figura 8. Ilustra a flexão de braços com vista lateral e frontal do movimento completo.

2.2.3 Apoio de frente sobre o banco (PMs do sexo feminino)

Para as mulheres, o exercício de flexão na barra será substituído no

TAF, pelo exercício de Apoio de frente sobre o banco (flexão e extensão dos

braços) em decúbito ventral.

Sendo que se devem apoiar as mãos ao solo, braços totalmente

estendidos e indicadores paralelos voltados para frente; apoiar os joelhos

próximos à borda do banco sueco de aproximadamente 30 cm de altura; após

tomar essa posição transversal ao banco, a policial tentará flexionar os braços

(cotovelos) e estendê-los, devendo ser observado um ritmo durante as

repetições do exercício, sem tempo de execução, desde que seja apenas em

uma única série, sem repouso entre um movimento e outro, retornando a

posição inicial.

Caso haja intervalo entre uma repetição e outra em tempo de

recuperação a candidata será eliminada, pois as repetições deverão ocorrer

ininterruptamente, até a exaustão.

Preferencialmente a execução desse exercício por parte das policiais

militares do sexo feminino, deve ser realizada em separado dos policiais

militares de sexo masculino, isso visa entre outras coisas, se evitar

constrangimentos por parte das avaliadas e assim deixá-las mais a vontade em

relação a realização dos testes e dessa forma, os resultados não são

prejudicados pela parte emocional.

Fonte: PPT-3-PM, 2003. Figura 9. Exercício de apoio de frente sobre o banco para policiais de sexo feminino.

2.2.3.1 Apoio de frente sobre o solo (PM do sexo masculino)

O presente exercício é facultativo em substituição ao exercício de

flexão e extensão de cotovelos na barra, para policiais de sexo masculino,

acima de 36 anos de idade, que deixarem por qualquer motivo de executarem

o mesmo na barra, é semelhante ao exercício de apoio de frente sobre o banco

para mulheres, sendo excluído exatamente o banco.

Em decúbito ventral tendo o corpo apoiado pelas mãos e pelas pontas

dos pés ao solo, braços totalmente estendidos e indicadores paralelos voltados

para frente; o policial tentará flexionar os braços (cotovelos) e estendê-los,

devendo ser observado um ritmo durante as repetições do exercício, sem

tempo de execução, desde que seja apenas em uma única série, sem repouso

entre um movimento e outro, retornando a posição inicial.

Em hipótese alguma policiais com idade inferior a 36 (trinta e seis)

anos de idade, poderão executar o exercício em substituição aos exercícios

executados na barra fixa.

Fonte: elaborada pelo autor. Figura 10. Ilustra o movimento completo do exercício de apoio de frente sobre o solo.

2.2.4 Resistência abdominal

O teste abdominal objetiva medir indiretamente a força da musculatura

abdominal através do desempenho em flexionar e estender o quadril.

O exercício realizado é o tipo “remador” e são necessários para essa

atividade, 1 colaborador, 1 cronômetro com precisão de segundo e material

para anotação. É fundamental que o avaliado se coloque em decúbito dorsal,

com quadril e joelhos estendidos. Os antebraços são posicionados lateralmente

ao tronco, com a planta das mãos voltadas para o mesmo. Os braços devem

permanecer flexionados durante toda a execução dos movimentos.

O avaliado, por contração da musculatura abdominal, curva-se à

posição sentada, simultaneamente a flexão de membros inferiores, pelo menos

até o nível em que ocorre o contato da face anterior dos antebraços com os

joelhos, retornando à posição inicial (deitado em decúbito dorsal) até que toque

o solo pelo menos a metade anterior das escápulas. O teste é iniciado com as

palavras “Atenção!!! Já!!!” e é terminado com a palavra “Pare!!!”. O número de

movimentos executados corretamente em 60 segundos será o resultado. O

cronômetro é acionado no “Já!!!” e é travado no “Pare!!!”. De acordo com o

numero de repetições corretas executadas no tempo permitido e de acordo

com a faixa etária, se verificam em tabela própria e se obtém a pontuação da

prova.

O descanso entre os movimentos é permitido e o avaliado deverá

saber que tem esse direito no início do teste. Entretanto, o objetivo do teste é

tentar realizar o maior número de execuções possíveis em 60 segundos.

Fonte: elaborada pelo autor. Figura 11. Ilustra o movimento completo do abdominal remador, em sua vista lateral.

Devem-se observar algumas precauções: para maior comodidade do

avaliado, o teste deve ser aplicado sobre uma área confortável, utilizando

sempre que possível colchonetes e com isso evitando-se lesões com as

repetições rápidas do exercício e, verificar se o movimento foi completado

corretamente.

2.2.5 Resistência em 12 minutos

Corrida e/ou caminhada durante 12 minutos, sendo que o policial de

ambos os sexos, deverá percorrer a maior distância possível, no tempo de 12

minutos, correndo e/ou andando, em terreno demarcado e de preferência

plano, anotando o resultado em metros.

É necessário, para a aplicação da prova: pista de atletismo ou local

plano demarcado de 50 em 50 metros; um cronômetro; números para serem

fixados nas camisetas dos PMs; apito e folha para anotação dos resultados.

Os seguintes procedimentos devem ser adotados pelo policial

avaliador: com antecedência, orientar os avaliados quanto ao vestuário (calção,

camiseta e tênis); ter realizado a última refeição pelo menos com 2 horas de

antecedência; aos fumantes, pede-se não fumar pelo menos 2 horas antes e 2

horas depois do teste, para não comprometer sua potência aeróbia; o teste tem

como objetivo fazer o avaliado percorrer a maior distância possível em 12

minutos, sendo permitido andar durante o teste; na medida do possível, o ritmo

das passadas deverá ser constante durante todo o teste; o número de

avaliados em cada teste deverá ser de 20 ou 30 de uma única vez, sendo que

cada avaliador ficará responsável em anotar as voltas de até 5 corredores; o

início do teste se fará sob a voz de comando “Atenção”!! “Já”!! acionando-se o

cronômetro concomitantemente, e o término do teste deverá ser dado com um

apito; o avaliador e se possível um auxiliar, permanecerão na linha de saída, no

caso de utilizar uma pista de atletismo; e irão anotar, uma a uma, as voltas de

cada avaliado; deve-se avisar aos avaliados o tempo já decorrido de teste, de

preferência de 3 em 3 minutos, para que os avaliados possam dosar melhor o

ritmo de corrida de acordo com suas condições

Não se aconselha permitir aos avaliados que corram o último minuto

do teste em velocidade bem superior que aquela que já vinha sendo mantida,

pois o teste tem como objetivo avaliar a potência aeróbica e um “pique” como

este levaria os avaliados a se exercitarem em anaerobiose, o que não vem ao

encontro do objetivo do teste.

Devem-se orientar os avaliados que, terminado o teste, deverão

permanecer o mais próximo possível do local de chegada, para que seja

possível anotar a quantidade de metros percorridos nesta última volta;

aconselha–se aos indivíduos que terminarem o teste extremamente

extenuados que se deitem por uns 2 ou 3 minutos, mantendo os membros

inferiores numa posição mais elevada do que o resto do corpo, e logo após

andem. Ressalta-se que o ideal seria continuar andando após o término do

teste, fazendo-se uma recuperação ativa; após serem computados os metros

percorridos de cada avaliado, utilizam-se as tabelas de referência (Tabela 1 e

2), classificando-os em 5 categorias diferentes, de acordo com a idade e o

sexo.

O policial que for se submeter ao teste deve tomar as seguintes

precauções: como todo teste de esforço máximo, o avaliado aqui também

deverá, antes de qualquer coisa, passar por exame médico para verificar se

este se encontra em condições de realizar um esforço máximo, sendo que

deverão ser observadas as contra-indicações absolutas e relativas ao esforço;

com antecedência ir ao local da avaliação e verificar se a metragem está

correta; realizar o teste pela manhã ou à tarde, e nunca quando a temperatura

estiver muito alta ou muito baixa, de preferência entre 18º e 25º C.; recomenda-

se que um aquecimento de aproximadamente 5 minutos dado para todos os

avaliados, contendo exercícios de alongamento da musculatura dos membros

inferiores e superiores, como também do tronco.

Fonte: PPT-3-PM, 2003. Figura 12. Ilustra a prova de resistência em 12 minutos e a área pra sua realização. Tabela 1. Ilustra a classificação do teste de 12 minutos para homens em relação à distância percorrida em metros, para policiais do sexo masculino em suas faixas etárias. CAP. DE APTIDÃO IDADE

< 30 ANOS 30 – 39 ANOS 40 – 49 ANOS 50 + ANOS I. Muito Fraca < 1600 <1500 <1350 <1300

II. Fraca 1600 – 2000 1500 – 1800 1350 - 1650 1300 - 1600 IV. Boa 2400 – 2800 2200 – 2650 2100 - 2500 2000 - 2400

V. Excelente 2800 + 2650 + 2500 + 2400 + Fonte: PPT-3-PM, 2003. Tabela 2. Ilustra a classificação do teste de 12 minutos para mulheres em relação à distância percorrida em metros, para policiais do sexo feminino em suas faixas etárias. CAP. DE APTIDÃO IDADE

< 30 ANOS 30 – 39 ANOS 40 – 49 ANOS 50 + ANOS I. Muito Fraca < 1500 <1350 <1200 <1000

II. Fraca 1500 – 1800 1350 – 1650 1200 – 1500 1000 - 1350 III. Razoável 1800 – 2150 1650 – 2000 1500 – 1800 1350 - 1650

IV. Boa 2150 – 2650 2000 – 2500 1800 – 2350 1650 - 2150 V. Excelente 2650 + 2500 + 2350 + 2150 +

Fonte: PPT-3-PM, 2003.

A classificação na corrida, para ambos os sexos, de policiais militares,

não importando seu posto ou graduação é feita de acordo com a sua faixa

etária e pela distância percorrida. Tais classificações foram confeccionadas,

respeitando as diferenças fisiológicas e anatômicas conforme a Tabela 1 (PM

de sexo masculino) e Tabela 2 (PM de sexo feminino).

2.3 A aprovação no TAF-3

Cada prova tem um valor numérico para seu resultado, valores esses

que são divididos por sexo e faixa etária. Cada prova realizada tem o valor de 0

(zero) a 100 (cem) pontos e ao final da aplicação dos testes o resultado

individual de cada teste é somado e verificado o seu valor. Será considerado

apto o policial que obtiver na totalização dos pontos, um valor igual ou superior

a 201 (duzentos e um) pontos em um valor máximo que se pode chegar a 400

(quatrocentos) pontos e será considerado inapto o policial militar que obtiver

nota igual ou inferior a 200 (duzentos) pontos, ou não pontuar em uma das

modalidades de exercícios do teste.

Tabela 3. Quadro de pontuação das provas do TAF masculino, por faixa etária.

TESTES PONTOS

Barra Apoio de

Frente

Abdominal Corrida 50m

Corrida 12min

(metros)

Até 20

anos

De 21 a 25

anos

De 26 a 30

anos

De 31 a 35

anos

De 36 a 40

anos

De 41 a 45

anos

De 46 a 50

anos

51anos ou mais

01 02 14 10"25 1400 10

01 04 16 10"00 1500 10 20

01 06 18 9"75 1600 10 20 30

01 08 20 9"50 1700 10 20 30 40

01 10 22 9"25 1800 10 20 30 40 50

01 12 24 9"00 1900 10 20 30 40 50 60

01 14 26 8"75 2000 10 20 30 40 50 60 70

02 16 28 8"50 2100 10 20 30 40 50 60 70 80

03 18 30 8"25 2200 20 30 40 50 60 70 80 90

04 20 32 8"00 2300 30 40 50 60 70 80 90 100

05 22 34 7"75 2400 40 50 60 70 80 90 100

06 24 36 7"50 2500 50 60 70 80 90 100

07 26 38 7"25 2600 60 70 80 90 100

08 40 7"00 2700 70 80 90 100

09 42 6"75 2800 80 90 100

10 44 6"50 2900 90 100

11 46 6"25 3000 100

Fonte: PPT-3-PM, 2003.

Percebe-se que com relação à faixa etária as Tabelas 3 (PM de sexo

masculino)e 4 (PM de sexo feminino), seguem um padrão, de que quanto

menos idade, deve-se realizar um maior numero de repetições de exercícios

(abdominal, barra ou apoio), um maior percurso (corrida 12 minutos), ou um

menor tempo (corrida 50 metros) e com o avançar da idade a pontuação é

maior, em relação ao mesmo exercício praticado por pessoas mais jovens.

Exemplo desse fator é que um PM de 20 anos que ao efetuar 3 barras, obterá

20 pontos e um PM 41 anos com a mesma quantidade de repetições no

mesmo exercício, obterá 70 pontos. Isso se dá em relação ao respeito à

degradação natural da força do homem em realizar exercícios físicos.

Tabela 4. Quadro de pontuação das provas do TAF feminino, por faixa etária.

TESTES PONTOS

Apoio de

Frente

Abdo- minal

Corrida 50m

Corrida 12min

(metros)

Até 20

anos

De 21 a 25 anos

De 26 a 30 anos

De 31 a 35 anos

De 36 a 40 anos

41anos ou

mais

08 10 11"00 1200 10

10 12 10"75 1300 10 20 12 14 10"50 1400 10 20 30

14 16 10"25 1500 10 20 30 40

16 18 10"00 1600 10 20 30 40 50 18 20 9"75 1700 10 20 30 40 50 60

20 22 9"50 1800 20 30 40 50 60 70

22 24 9"25 1900 30 40 50 60 70 80 24 26 9"00 2000 40 50 60 70 80 90

26 28 8"75 2100 50 60 70 80 90 100

28 30 8"50 2200 60 70 80 90 100

30 32 8"25 2300 70 80 90 100 32 34 8"00 2400 80 90 100

34 36 7"75 2500 90 100

36 38 7"50 2600 100

Fonte: PPT-3-PM, 2003.

Para a interpolação de pontos, em relação às Tabelas 3 e 4, para os

testes de condicionamento físico geral, onde todos os movimentos realizados

(flexão e extensão de cotovelos na barra fixa, ou apoio de frente sobre o solo,

resistência abdominal, corrida de 50 metros e corrida de 12 minutos) serão

avaliados, em ambos os sexos (masculino e feminino) de acordo com a tabela

abaixo:

Tabela 5. Ilustração de pontos em relação aos movimentos executados, metros percorridos e tempo de.execução, das provas do TAF, para ambos os sexos.

MOVIMENTOS EXECUTADOS PONTUAÇÃO Flexão e extensão de cotovelos na barra fixa

10(dez) pontos por movimento completo

Flexão e extensão de cotovelos com apoio de frente sobre o solo

05 (cinco) pontos por movimento completo

Flexão e ext. de cotovelos com apoio de frente sobre o solo, apoiando os joelhos sobre o banco

05 (cinco) pontos por movimento completo

Resistência abdominal

05 (cinco) pontos por movimento completo

Corrida de 50 metros 01 (um ) ponto a cada 0,025 (vinte e cinco milésimos) de segundo

Corrida de 12 minutos 01 (um) ponto para cada 10 (dez) metros percorridos

Fonte: PPT-3-PM, 2003.

2.4 Responsabilidades da aplicação do TAF

A DEI é o órgão responsável pela supervisão das atividades ligadas à avaliação do nível de condicionamento físico e ao treinamento físico do efetivo da Polícia Militar; deve zelar pelo fiel cumprimento do contido no presente programa padrão de treinamento em todos os níveis da Polícia Militar; propor ao Comando Geral, ouvida a EEFPM, normas relativas ao treinamento físico, elaboradas com base em estudos científicos que demonstrem a interdependência entre saúde, bom nível de condicionamento físico e excelência no desempenho das funções policiais militares [...] (PPT-4-PM, 2002, p. 22).

A responsabilidade pela condução das atividades de treinamento físico

na OPM cabe ao Oficial de Treinamento Físico (OTF), auxiliado por todos os

policiais militares da OPM possuidores de curso de Educação Física,

incumbindo-lhe: cumprir o contido no programa padrão de treinamento (PPT-3-

PM), dentro de sua esfera de atribuições; assessorar seu comandante na

condução das atividades de treinamento físico em sua OPM (Organização

Policial Militar); organizar a Seção de Educação Física de sua Organização

PM; despertar a tropa para a importância da prática de atividades físicas para a

preservação da saúde, através de palestras, filmes e outros meios

considerados úteis, contando para tanto, o apoio do Oficial de Comunicação

Social de sua OPM; providenciar local apropriado para a prática de treinamento

físico pelos policiais de seu efetivo, quer na própria OPM ou outros locais,

mediante contatos com a comunidade, tais como clubes, associações

desportivas, etc.; providenciar, através do canal hierárquico, a aquisição de

uniformes de educação física para a tropa e dos implementos necessários para

o desenvolvimento das atividades de treinamento físico; coordenar a atuação

dos formados em Educação Física em sua OPM;

Compete ainda al OTF: planejar as atividades ligadas à prática de

Educação Física em sua OPM, especialmente o treinamento físico e a

aplicação do TAF; participar das reuniões técnicas promovidas pela EEFPM e

manter contato freqüente com aquele OAE (Órgão de Apoio e Ensino), a fim de

se inteirar das alterações de normas ou novidades ligadas à área de Educação

Física na PM; estimular a prática de atividades físicas e a participação no

Campeonato Desportivo Interno pelo efetivo de sua Unidade, demonstrando a

importância das mesmas para a preservação da saúde e melhoria da qualidade

de vida; ministrar aulas de treinamento físico, caso formado em Educação

Física, ou supervisionar tal atividade realizada por seus auxiliares formados.

O OTF tem por responsabilidade: planejar a aplicação do TAF e

providenciar o envio dos resultados à EEFPM dentro dos prazos estabelecidos

neste programa padrão de treinamento; apresentar periodicamente a seu

Comandante, relatório técnico sobre o nível de condicionamento físico de sua

tropa, propondo sugestões consideradas oportunas para aprimoramento

contínuo do treinamento físico da mesma; implantar acompanhamento contínuo

do treinamento físico dos policiais de seu efetivo com base nos resultados

obtidos no TAF e especial, daqueles considerados reprovados em tais testes,

obesos, sedentários, fumantes, submetidos a restrições médicas ou sujeitos a

outros fatores de risco de morte; e apresentar, via canal técnico, à EEFPM,

propostas de alterações a este programa padrão de treinamento, com o

objetivo de adequá-lo à realidade da Polícia Militar.

Sabe-se que as necessidades operacionais da PM e o efetivo

operacional disponível atualmente tornam extremamente difícil a prática regular

de treinamento com acompanhamento de supervisor, para análise de condutas

operacionais na busca de resultados satisfatórios para a ação efetiva da

atividade dos PMs, possibilitando assim, criação de novos POP

(Procedimentos Operacionais Padrão), adequando-os a realidade,

assegurando sua integridade e segurança.

CAPÍTULO III

MÉTODOS E TÉCNICAS

3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS

Neste capítulo são esclarecidos os procedimentos adotados para as

coletas de dados, bem como o período da realização das mesmas e sua forma

de realização.

3.1 Delimitação do campo de pesquisa

A pesquisa foi realizada na área do 9° BPM/I, preci samente com o

efetivo da 3ª Companhia PM, sediado no município de Marília SP, que é

responsável pelo policiamento ostensivo da zona norte de tal cidade e também

dos municípios de Oriente e Pompéia, todos localizados no Oeste do Estado de

São Paulo, no período compreendido entre os meses de janeiro, a agosto do

ano de 2008,

3.2 Métodos

3.2.1 Estudo de Caso

Coleta de dados, relativos a um percentual de Policiais Militares da 3ª

Cia PM do 9° BPM/I que fizeram parte do seu efetivo nos anos de 2006, 2007 e

também no ano de 2008 (2006/2007/2008) e que se submeteram aos TAFs;

em forma de um estudo longitudinal, pesquisando-se os resultados

armazenados no banco de dados, junto ao Gabinete de Instrução do 9° BPM/I,

em um total de 25% dos resultados tabulados de todo o efetivo da 3ª Cia PM,

tendo como critério para tal coleta, os policiais que no ano de 2008, já tivessem

sido submetidos ao TAF, até o mês de julho de 2008, sendo tais resultados

tabulados e apresentados em tabelas e figuras, para serem avaliados.

Todos os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância

(ANOVA), utilizando-se da Planilha Excel. A diferença entre médias dos

tratamentos foi avaliada através do teste de Tukey, no nível de 5% de

significância.

3.3 Técnicas

Aplicação de questionário (Anexo A) com questões abertas e fechadas,

em uma população amostral de 25% do efetivo total da 3ª Cia PM que no final

do mês de julho de 2008, conta com 107 (cento e sete) policiais militares,

distribuídos em: 8 (oito) PMs na Adm, sendo colhidas 2 (duas) amostras; 31

(trinta e um) PMs no 1º Pel, sendo colhidas 8 (oito) amostras; 39 (trinta e nove)

PMs no 2º Pel, sendo colhidas 10 (dez) amostras e, 29 (vinte e nove) PMs, no

3º Pel, sendo colhidas 7 (sete) amostras, ou seja, para uma população

amostral em 25% (vinte e cinco por cento) obteve-se uma coleta de dados em

27 (vinte e sete) policiais militares, sendo a mesma na forma de técnica de

amostragem probabilística estratificada, pois a companhia em estudo está

organizada em estratos, sendo em grupos com características específicas em 3

(três) pelotões distintos e efetivo de administração, localizados em locais

diversos e com atividades diferenciadas.

Fonte: elaborada pelo autor Figura 13. Organograma de distribuição de efetivo entre os pelotões existentes na 3ª Cia PM e o número de amostras estratificadas, que foram colhidas entre o efetivo existente.

Segundo Vieira (1980, p. 4), “[...] deve-se obter uma amostra de cada

série (estrato) e depois reunir todas as amostras em uma só. Esta amostra final

é estratificada”.

3ª Cia PM = 107 PMs 25% = 27 amostras

1º Pel PM = 31 PMs = 8 amostras

2º Pel PM = 39 PMs = 10 amostras

3º Pel PM = 29 PMs = 7 amostras

Adm = 8 PMs = 2 amostras

Para a aplicação do referido questionário, foi realizado um pré-teste, em

três PMs da Companhia em referência; O questionário foi avaliado por um

docente do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins SP, antes

do pré-teste e os dados foram coletados entre os meses de maio e agosto de

2008 e posteriormente tabulados.

Anualmente o policial militar no mês de seu aniversário se submete a um

exame de saúde, por médicos policiais militares que antecedem a realização

do TAF e nessa avaliação dados como peso e altura, são colhidos por esses

profissionais e ficam armazenados no banco de dados da ficha individual de

cada policial, existentes na FS (Formação Sanitária), dados esses que foram

consultados e coletados, para se obter o IMC dos policiais nos anos de 2006,

2007 e 2008.

PESO: O peso foi aferido utilizando-se uma balança da marca BALMAK,

modelo 111, classe III, com divisões de 0,100Kg, carga máxima de 150Kg e

carga mínima de 2Kg, aferida pelo INMETRO sob nº 2.599.108-5. Os policiais

militares foram pesados em pé, posicionados no centro da plataforma,

descalços e de calções e camisetas leves.

ESTATURA: Foi determinada com estadiômetro de pé, graduado com

fita métrica precisão de 2metros, com divisões 1cm, que estava

milimétricamente marcados, presa numa barra de ferro vertical, acoplada

originalmente na balança BALMAK, com alça limite, que é posicionada na parte

superior da cabeça do policial. Os mesmos foram colocados de costas para o

marcador, postura ereta, com os pés descalços e unidos, olhando para frente,

logo após a aferição do peso.

IMC (Índice de Massa Corporal): Foi determinado a partir da relação

entre o peso em (KG) e o quadrado da estatura em (m). Para a classificação

dos valores de IMC foi utilizada a recomendação da Organização Mundial da

Saúde

O %(percentual) DE GORDURA foi obtido através da fórmula citada por

Guedes e Guedes (1995), apresentando uma média de desvio padrão nos

resultados de ± 3,5. Sendo assim transcrita, para homens e para mulheres:

%Gordura (homens )= 1,2 x IMC + 0,23 x Idade – 10,8 x 1 – 5,4 e %Gordura

(mulheres )= 1,2 x IMC + 0,23 x Idade – 10,8 x 0 – 5,4.

“O estudo criterioso de uma amostra tem mais valor científico do que o

estudo sumário de toda a população”. (VIEIRA, 1980, p. 3).

Como as amostras foram realizadas de forma estratificada, podemos ter

a certeza de que o percentual nos demonstra a realidade, o pensamento e o

desejo de grande parcela de toda a 3ª Cia PM.

CAPÍTULO IV

RESULTADOS E DISCUSSÃO

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os dados obtidos foram tabulados e analisados com a determinação de

porcentagem das variáveis utilizadas, tomando-se por ponto os resultados dos

TAFs e do questionário aplicado como um todo, para que assim, se pudesse

promover uma análise criteriosa e comparativa do estudo em questão.

Foram analisados inicialmente os resultados dos TAFs aplicados ao

percentual de amostra de policiais militares da 3ª Cia PM em seus estratos (1º

Pel, 2º Pel e 3º Pel), no ano de 2006, seguido do ano 2007 e também dos

policiais militares que se submeteram ao TAF até o mês de agosto do ano de

2008. Para tal análise foram excluídos os resultados do efetivo da Adm, em

virtude do pequeno número de amostras (dois) e com esse número é

impossível a aplicação de teste estatístico, sendo que este grupo apenas será

descrito. Logo após teremos o resultado da pesquisa em questionário.

4.1 Análise de resultados dos TAFs e questionários aplicados nos PMs Tabela 6. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para as pontuações obtidas pelos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões nos TAFs de 2006, 2007 e 2008.

Pelotão 2006 2007 2008 1º 302,0 ± 46,6 301,0 ± 30,8 313,1 ± 19,4 2º 354,9 ± 37,3 * 338,0 ± 56,0 * 343,0 ± 58,5* 3º 344,1 ± 33,8 * 326,4 ± 49,3 * 323,1 ± 40,8 *

Fonte: elaborada pelo autor * diferenças significantes com relação ao 1º pelotão: p ≤0,05 Esta tabela apresenta o desempenho geral dos três grupos (pelotões)

avaliados. Pelos resultados obtidos no teste estatístico (ANOVA), pode-se

concluir que não houve uma alteração significativa nos pontos médios obtidos

pelos pelotões. Porém, em 2006 o 1º pelotão obteve o menor desempenho.

Tabela 7. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para o peso dos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões nos TAFs de 2006, 2007 e 2008.

Pelotão 2006 2007 2008 1º 83,2 ± 10,8 * 83,2 ± 10,9 * 84,0 ± 11,9 * 2º 83,4 ± 13,2 * 83,3 ± 12,7 * 83,5 ± 12,5 * 3º 80,7 ± 6,2 82,4 ± 7,1 81,6 ± 7,9

Fonte: elaborada pelo autor * diferenças significantes com relação ao 3º pelotão: p ≥0,05

Na Tabela 7 verifica-se a variável peso. Em média, não houve diferença

entre os pelotões e o tempo (anos) não foi fator determinante para o peso.

Nota-se que o PM, não se preocupou em melhorar os índices de peso

corporal, pois a cada ano sua idade avança e com ela o surgimento de

doenças crônico degenerativas, que poderiam ser amenizadas com a

diminuição desses índices.

Tabela 8. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para o índice de massa corporal (IMC) dos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões nos TAFs de 2006, 2007 e 2008.

Pelotão 2006 2007 2008 1º 26,3 ± 2,4 26,3 ± 2,4 26,5 ± 2,5 2º 26,8 ± 2,3 * 26,8 ± 2,4 * 26,8 ± 2,2 * 3º 26,6 ± 1,6 * 27,1 ± 1,8 * 26,9 ± 2,1 *

Fonte: elaborada pelo autor * diferenças significantes com relação ao 1º pelotão: p ≤0,05 Tabela 9. Classificação de valores do IMC para adultos, segundo a WHO (Organização Mundial de Saúde).

Classificação IMC em adultos abaixo do peso ideal abaixo de 18,5

no peso ideal entre 18,5 e 25 acima do peso ideal entre 25 e 29,9 obesidade moderada entre 30,0 e 34,9

obesidade clínica entre 35,0 e 39,9 obesidade mórbida = ou maior 40,0

Fonte: WHO (1995)

Na Tabela 8 verifica-se a variável IMC. Em média, não houve diferença

entre os pelotões e o tempo (anos) não foi fator determinante para o IMC.

Percebe-se que em todos os períodos e pelotões, o IMC está variando entre

26,3 e 27,1; portanto, de acordo com a Tabela 9, todo o efetivo se encontra

acima do peso ideal.

Tabela 10. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico para % de gordura dos PMs dos 1º, 2º e 3º Pelotões nos TAFs de 2006, 2007 e 2008.

Pelotão 2006 2007 2008 1º 23,1 ± 3,3 23,3 ± 3,4 23,8 ± 3,5 2º 25,6 ± 1,8 * 25,8 ± 1,8 * 26,1 ± 1,7 * 3º 24,3 ± 2,3 * 25,1 ± 2,6 * 25,1 ± 2,8 *

Fonte: elaborada pelo autor

* diferenças significantes com relação ao 1º pelotão: p ≤0,05

Na Tabela 10, verifica-se a variável % de gordura. Em média, não houve

diferença entre os pelotões e o tempo (anos) não foi fator determinante para o

percentual de gordura.

O fato de o policial estar com índices acima do peso ideal, significa que

este se encontra às margens da obesidade, que se constitui em importante

desvio nutricional que deve merecer a atenção dos profissionais de saúde. O

excesso de peso pode ocasionar várias dificuldades ou problemas na saúde do

policial militar, podendo ser citados como exemplo as dificuldades de

socialização, problemas ortopédicos, dermatológicos, cardiovasculares e

outros.

Os pilares fundamentais no tratamento da obesidade são as

modificações de comportamento e de hábitos de vida que incluem mudanças

no plano alimentar e na atividade física. (SILVA et al, 2004).

Havendo tais mudanças o PM será melhor visto pela sociedade e

poderá desempenhar suas funções com mais dinamismo e afinco, além de

estar melhorando em vários aspectos a sua saúde e é claro que isso

ocorrendo, o mesmo, estará em melhores condições de evoluir em seu

condicionamento físico e com isso melhorar seus resultados nos testes de

aptidão física em que é anualmente submetido na corporação.

Nota-se na Figura 14, a seguir, que o resultado “Muito Bom” (51,85%),

foi predominante durante o ano de 2006, o mesmo ocorrendo com o resultado

“Bom” (44,44%), em 2007; com idêntica predominância do resultado “Bom”

(66,66%) no ano de 2008. O resultado regular, foi o menor índice alcançado

por todos os PMs que foram submetidos aos testes nos anos pesquisados.

Observa-se na “Média de Pontos” que a cada ano, foi ocorrendo um

decréscimo na pontuação obtida nos resultados dos testes, nos mostrando que

com o avançar da idade e a não manutenção do condicionamento físico, a

pontuação obtida, tende a cair.

14,8133,33

51,85331

22,22

44,44

33,33321

7,4

66,6625,92

326

Regular Bom Muito Bom MédiaPontos

2008

2007

2006

Fonte: elaborada pelo autor Figura 14. Valores médios, em números reais, da pontuação dos resultados do TAF e percentual médio dos conceitos obtidos nos TAFs de PMs, pertencentes à amostra do efetivo da 3ª Cia PM, nos anos de 2006, 2007 e até o mês de agosto de 2008.

66,66

18,51 14,81

0

10

20

30

40

50

60

70

Soldados Cabos Sargentos

Fonte: elaborada pelo autor Figura 15. Amostra percentual de PMs que responderam o questionário, de acordo com sua graduação. Tabela 11. Amostra médias com desvio padrão de idade, peso, altura e tempo de serviço dos PMs da 3ª Cia PM, no ano de 2008, quando responderam aos questionários.

Idade (anos) Peso (Kg) Altura (metros) Tempo Sv. (anos) 39,23 ±0,62 83,62 ±1,38 1,75 ±0,03 16,31 ±2,95

Fonte: elaborada pelo autor

74,07

11,11 7,4 7,4

01020304050607080

Pol. Com. Escolta Ronda Escolar Outros

Operacional

Administrativo

Fonte: elaborada pelo autor Figura 16. Amostra percentual das funções desempenhadas pelos policiais que responderam o questionário, dentro dos ramos operacionais e administrativos pertencentes a 3ª Cia PM.

A Figura 15, a Tabela 11 e a Figura 16 nos mostram que a maioria dos

policiais militares que responderam o questionário, pertencem a graduação de

soldado (66,66%), nos mostrando também a média de idade em anos, o peso

corporal em quilogramas, a altura em metros e o tempo de serviço prestado na

policia militar em anos; bem como a função desempenhada dentro de seus

respectivos pelotões, com destaque para os policiais que trabalham no

policiamento comunitário (74,07%), que são os policiais que estão diretamente

ligados ao serviço operacional de atendimento ao público em geral.

50 50

100 100 100

0

20

40

60

80

100

120

Adm. 1º Pel 2º Pel 3º Pel

Pratica

Não Pratica

Fonte: elaborada pelo autor Figura 17. Amostra percentual de PMs que praticam atividades físicas durante seus turnos de serviço, pertencentes à administração e aos pelotões da 3ª Cia PM (1º, 2º e 3º Pel).

A Figura 17 nos mostra claramente que o policial do 1º, 2º e 3º Pel,

durante os seus turnos de serviço (100%), não possuem qualquer tempo para a

prática de atividades físicas, pois desempenham o serviço operacional, já os

policiais do serviço administrativo (50%), por não executarem um serviço

ininterrupto, podem se revezar e realizar algumas atividades, mesmo durante o

período de seu turno de serviço. Para que o policial militar do serviço

operacional, possa realizar atividades físicas em seus turnos de serviço, se faz

necessário um estudo para eventual revezamento, pois o tipo de serviço, não

pode ser interrompido.

“A prática de exercícios físicos não precisa e nem deve ser algo

desagradável, principalmente para quem nunca praticou exercícios

regularmente e que está disposto a começar uma rotina de exercícios”.

(MUZY, 2003).

A inserção de atividades físicas deve ser gradual, pois os resultados

surgirão a médio e longo prazo e se o PM iniciar com força total, sem estar

preparado, pode se tornar indisposto.

5062,5

90100

5037,5

10

0

20

40

60

80

100

120

Adm. 1º Pel 2º Pel 3º Pel

Pratica

Não Pratica

Fonte: elaborada pelo autor Figura 18. Amostra percentual de PMs que praticam atividades físicas durante suas folgas, pertencentes a administração e aos pelotões da 3ª Cia PM (1º, 2º e 3º Pel).

Com a Figura 18, observa-se que no período de folga dos policiais

militares, todos os grupos pesquisados em sua maioria praticam atividades

físicas, com destaque para o 3º Pel (100%), e para o 2º Pel (90%), já no efetivo

da Adm, em torno de 50% praticam atividades físicas em suas folgas. Tais

práticas, embora não sejam voltadas para os testes de aptidão física,

colaboram na realização dos mesmos.

5

25

30

15

5

5

15

Natação/Caminhada

Corrida

Caminhada

Corrida/Musculação

Caminh/Alongam.

Musc./Gin. Local.

Futebol/Corrida/Bicic.

Fonte: elaborada pelo autor Figura 19. Amostra percentual, da preferência com relação as atividades físicas praticadas pelos PMs, em seus horários de folga, pertencentes a 3ª Cia PM.

Dentre as atividades físicas praticadas pelos policiais militares da 3ª

companhia em suas folgas, percebe-se com a Figura 19, que a atividade

aeróbia é a preferida com destaques para a caminhada (30%); corrida (25%);

corrida e musculação (15%) e futebol, corrida e bicicleta (15%). Associados

ainda temos musculação e ginástica localizada, caminhada e alongamento e

ainda natação e caminhada.

60

5

20

105

Via Pública

Pista Cooper

Academia

Clube

Campo

Fonte: elaborada pelo autor Figura 20. Amostra percentual, da preferência com relação aos locais para a prática de atividades físicas, pelos PMs, pertencentes a 3ª Cia PM, durante seu período de folga.

A Figura 20 nos mostra que os locais para tais práticas de atividades

físicas, também são variados, destacando-se a via pública (60%) e academia

(20%).

Tabela 12. Amostra percentual da frequência e duração da pratica de atividades físicas realizadas pelos PMs da 3ª Cia PM, em seus horários de folga.

X / Semana Duração 1 9,52 30 min 23,8 2 23,80 45 min 28,57 3 57,14 60 min 19,04 4 9,52 +60 min 28,57

Total 100 Total 100 Fonte: elaborada pelo autor Tabela 13. Amostra percentual da classificação que os próprios PMs fizeram com relação ao seu nível de atividade física, por pel. e média da 3ª Cia PM. Classificação Adm. 1º Pel 2º Pel 3º Pel Média/Cia Pouco Ativo 50 37,5 50 57,14 48,66 ±8,17

Ativo 12,5 10 14,28 12,26 ±2,15 Muito Ativo 25 40 28,57 31,19 ±7,84 Sedentário 50 25 37,5 ±17,68

Total 100 100 100 100 100 Fonte: elaborada pelo autor

Diante das tabelas 12 e 13 observa-se que a maioria dos policiais

(57,14%), praticam atividades físicas em suas folgas, em uma freqüência de

três vezes por semana, que garante uma boa condição física; com destaque

também para os policiais que praticam em uma freqüência de quatro vezes por

semana (9,52%) e com isso garantem uma condição física mais favorável em

relação aos outros praticantes e também destaque para o praticante de

freqüência semanal de uma vez por semana (9,52%), que apesar de não ser

recomendável, demonstra que o policial está pelo menos se movimentando,

tendendo a aumentar essa freqüência. Já para a duração das sessões de

atividades físicas praticadas pelos policiais militares os destaques ficam com o

tempo de quarenta e cinco minutos (28,57%) e mais de sessenta minutos

(28,57%), salientando que nenhum policial pratica atividade física com tempo

inferior a trinta minutos.

Quanto ao nível de atividades físicas praticadas pelos PMs a

classificação que houve um percentual maior na média de toda a Cia foi o

“Pouco Ativo” (48,66%), nos mostrando claramente que o policial militar tem

consciência de que ele vem, de uma maneira geral, realizando poucas

atividades físicas. Destaca-se também o 2º Pel que se considera “Muito Ativo”

(40%) e a Adm, que é classificada como “Pouco Ativo” (50%) ou “Sedentário”

(50%). Os policiais do 1º Pel se classificam “Sedentários” (25%), aliando-se aos

policiais da Adm, sendo que isso é um fator preocupante, visto que o

sedentário é propenso a uma serie de complicações em sua saúde, que

poderiam ser amenizadas e até evitadas com a prática regular de atividades

físicas.

100 100 100 100

020

4060

80100

120

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

1º Pel 2º Pel 3º Pel Adm

Fonte: elaborada pelo autor Figura 21. Amostra percentual dos PMs da 3ª Cia PM, que já praticaram ou não atividades físicas, com orientação de um profissional, visando à preparação para a aplicação do TAF.

50

90

57,150

61,750

10

42,850

38,2

0

20

40

60

80

100

1º P

el

2º P

el

3º P

el

Adm.

Méd

ia/Cia

SIM

NÃO

Fonte: elaborada pelo autor Figura 22. Amostra percentual de PMs, por pelotões, administração e média da Cia, pertencentes a 3ª Cia PM, que se sentem, ou não preparados para a realização do TAF.

As Figuras 21 e 22 nos mostra que o efetivo da 3ª Cia PM (100%),

nunca participou de alguma atividade ou treinamento que visava a preparação

do policial militar, para ser submetido à aplicação do TAF e por conseqüência

uma melhora nos resultados obtidos. No quesito preparação para o TAF o

destaque é para o 2º Pel (90%) que se sente preparado para os testes.

Resultado este que está interligado ao índice de pratica de atividades físicas

durante as folgas dos policiais, que os deixam melhores condicionados e com

isso conseguem melhores resultados em relação aos demais policiais; a Adm e

os demais pelotões não se sentem preparados para a realização do TAF com

resultados variando entre 42,8 e 50% e a média da Cia nos revela que 61,7%

considera-se preparado para o TAF e 38,2% não considera-se preparado, mais

uma vez ressaltando que a preparação ou não para a realização do TAF, está

interligada a prática de atividades físicas, quer seja nos horários de serviço ou

de folga do PM.

Ressalta-se que mesmo o PM não estando preparado para a aplicação

do teste de aptidão física anual, o mesmo é submetido aos testes, mas antes

ele é encaminhado para uma avaliação, por profissionais médicos da polícia

militar e em alguns casos, em que há dúvidas o médico solicita exames que

comprovem se ele está ou não apto a ser avaliado fisicamente e se algum

resultado de exame, constar alguma alteração, o PM é encaminhado para

especialidade e logo após sua alta, ai sim ele é avaliado através do TAF.

100 100 100 100 100

020406080

100120

1º P

el

2º P

el

3º P

el

Adm.

Méd

ia/Cia

1º Pel

2º Pel

3º Pel

Adm.

Média/Cia

Fonte: elaborada pelo autor Figura 23. Amostra percentual, por pelotões, administração e média da Cia, de PMs que acreditam, que se fossem submetidos a um programa de treinamento físico, melhorariam a sua saúde, o seu condicionamento físico e também os seus resultados no TAF, por PMs da 3ª Cia PM.

10090

100 100 96,3

10 3,7

020406080

100120

1º P

el

2º P

el

3º P

el

Adm.

Méd

ia/Cia

SIM

NÃO

Fonte: elaborada pelo autor Figura 24. Amostra percentual de PMs, por pelotão, administração e média da 3ª Cia PM, que desejam, ou não a instituição de um programa de treinamento físico.

7590 85,7

100 96,3

10 3,7

2514,3 11,1

020406080

100120

1º P

el

2º P

el

3º P

elAdm

.

Méd

ia/Cia

Serviço

Folga

Folga eServiço

Fonte: elaborada pelo autor Figura 25. Amostra percentual de PMs, por pelotão, administração e média da 3ª Cia PM, que desejam a instituição de um programa de treinamento físico, por períodos.

Os resultados das Figuras 23, 24 e 25 nos revela que 100% dos policiais

militares acreditam que se houvesse um programa de treinamento físico, eles

melhorariam a sua saúde, melhorariam os resultados do TAF e estariam

melhores condicionados fisicamente. Por conta disso a média da Cia PM

(96,3%), nos revela que os policiais desejam a instituição de um programa de

treinamento físico direcionado para eles, nos mostrando ainda a média da Cia

PM que o período para realização de tal programa de atividades físicas

desejados pelos PMs seria o de “Serviço” (96,3%) e o de “Folga” (3,7%),

havendo ainda policiais que desejam a instituição do programa nos períodos de

“Folga e de Serviço” (11,1%).

22,22

77,77

SIM

NÃO

Fonte: elaborada pelo autor Figura 26. Amostra percentual média de PMs que possuem ou não problemas de saúde, pertencentes a todo efetivo da 3ª Cia PM.

7,4

3,7 3,7 3,7 3,7

012345678

Colesterol ^ Colesterol ̂ePA^

PA^ PA ̂eEnxaqueca

Cardiacos

Fonte: elaborada pelo autor Figura 27. Amostra percentual média da 3ª Cia PM, de problemas de saúde, apresentados por policiais militares.

No tocante a problemas de saúde, as Figuras 26 e 27 nos mostra que os

policiais militares da 3ª Cia PM (77,77%), não possuem qualquer tipo de

problema de saúde e os que possuem (22,22%), destaca-se o “Colesterol Alto”

(7,4%) e os demais problemas estão associados ao colesterol alto e pressão

arterial alta, enxaqueca e problemas cardíacos.

Os dados anteriores são importantíssimos aos policiais militares, pois

um policial com baixo índice de problemas de saúde, é um fator determinante

para a melhora de suas capacidades físicas, tanto que Guedes e Guedes

(1995, p. 19), definiram aptidão física relacionada à saúde como a capacidade

de realizar as atividades do cotidiano com vigor e energia e demonstrar traços

e capacidades associados a um baixo risco de desenvolvimento prematuro de

distúrbios orgânicos provocados pela falta de atividade física.

25

10 14,2 14,8

7590 85,7

10085,1

37,5

20 14,222,2

020406080

100120

1º Pel

2º Pel

3º Pel

Adm

Média/C

ia

Fuma

NãoFuma

JáFumou

Fonte: elaborada pelo autor Figura 28. Amostra percentual, por pelotões, administração e média da Cia, de PMs que fumam, não fumam ou que já fumaram.

Em relação ao uso de cigarros, a Figura 28, nos mostra que o resultado

predominante é o “Não Fuma” (variando entre 75 e 100%), nos dando uma

média muito significativa de 85,1% e o resultado preocupante é o “Fuma”

(variando entre 10 e 25%). Destaca-se o efetivo Adm (100%), que não fuma e

nunca fumou.

O resultado bastante positivo é o “Já Fumou” com a média da Cia em

22,2%, o que nos demonstra que com o passar dos tempos o PM vem

deixando de fumar, pois vem se conscientizando que o tabagismo, trás várias

conseqüências a nossa saúde e que por vezes, são irreversíveis, levando

inclusive a morte, além é claro dos altos custos, que conduzem por vezes o

usuário do tabaco a restringir algo de útil a si mesmo, ou a seus familiares,

para poder comprar o produto de seu vício.

5060

71,42

5057,85

5040

28,57

5042,14

01020304050607080

1º P

el

2º P

el

3º P

elAdm

Méd

ia/Cia

Ingere

Não Ingere

Fonte: elaborada pelo autor Figura 29. Amostra percentual, por pelotões, administração e média da 3ª Cia PM, de PMs que ingerem ou não bebidas alcoólicas.

Quanto ao uso de bebidas alcoólicas a média da Cia, de acordo com a

Figura 29, mostra-se que 57,85% ingere bebidas alcoólicas, enquanto 42,14%

não ingere de forma alguma bebidas que contenham teor alcoólico. O destaque

negativo fica com o 3º Pel (71,42%) e destaque positivo para a Adm (50%) e o

1º Pel (50%).

2531,25 31,25

6,25 6,25

05

101520253035

1x/S

eman

a

2x/S

eman

a

3x/S

eman

a

4x/S

eman

a

7x/S

eman

a

Fonte: elaborada pelo autor Figura 30. Amostra percentual, da média de toda a 3ª Cia PM, em relação a freqüência semanal de ingestão de bebidas alcoólicas.

Na Figura 30 destaca-se que a freqüência semanal, considerada como

socialmente, de uma a duas vezes por semana, varia de 25 a 31,25 % e o fator

preocupante é a ingestão de bebidas alcoólicas sete vezes por semana

(6,25%), ou seja, todos os dias. Tal ingestão nos leva a refletir: Um policial que

ingere bebidas alcoólicas todos os dias, não pode estar com sua saúde normal,

seu sistema nervoso é afetado, seu equilíbrio não é mais o mesmo, sua

capacidade de raciocínio tende a diminuir e muitas outras conseqüências

negativas, afetam os bons serviços operacionais, podendo inclusive colocar a

sua segurança, a de seus parceiros e também da comunidade em geral em

risco, pois o policial militar é um profissional de segurança pública e dessa

forma, com certeza nos trará insegurança.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São

Paulo (1998),

“saúde se identifica com uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental, social e até espiritual, portanto é necessário apresentar evidências ou atitudes que afastem ao máximo os fatores de risco que possam provocar as doenças”.

Ao se admitir que muitos sintomas de algumas doenças são

conseqüência de estágios mais avançados de maus hábitos de saúde, não se

pode considerar que as pessoas, ao apresentarem grandes quantidades de

gordura não compatíveis com os limites admissíveis, alguma deficiência em

relação ao desempenho motor ou ainda pertencerem ao grupo dos fumantes,

possam demonstrar estado de saúde satisfatório apenas porque, naquele

momento, não estão apresentando nenhum sintoma de qualquer tipo de

doença. E aquelas disfunções crônico-degenerativas que se instalam a longo

prazo, as chamadas doenças silenciosas ou não-comunicáveis, como a

hipertensão arterial, o diabetes, algumas cardiopatias e o aparecimento das

complicações irreversíveis, como se enquadrariam no conceito ausência de

doença tradicionalmente empregado para saúde.

“Saúde é o completo bem estar físico, mental e social e não apenas a

mera ausência de enfermidades". (PPT-04-PM, 2002, p. 6).

Em outras palavras, para se ter saúde é necessário que haja

interligação em todos os itens mencionados e a pratica de atividades físicas,

em muito favorece para a melhoria da saúde em um todo.

Com essa posição, a dicotomia saúde e doença passaram a sofrer

profundas alterações no que se refere à idéia tradicional de que basta não

estar doente para se ter saúde, apontando para uma visão mais abrangente em

que essas duas noções antagônicas devam ser analisadas como fenômenos

de um processo multifatorial e contínuo.

Tabela 14. Fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas.

Nível relativo de risco Fator de risco Muito Baixo Baixo Moderado Alto Muito Alto PA (mmHg)

Sistólica <110 120 130-140 150-160 >170 Diastólica <70 76 82-88 94-100 >106

Tabagismo (cigarro/dia)

0 5 10-20 30-40 >50

Lipídio Sanguíneos

Colesterol Total

180 200 200-240 260-280 >300

% Gordura Corporal

Homens 12 16 20 25 >30 Mulheres 16 20 25 32 >40

Ativ. Física (min./semana)

Acima 5 METs 240 180-120 100 80-60 <30 Acima 50%

Fcmax 120 90 30 0 0

Idade <30 35 40 50 >60 Fonte: POLLOCK et al (1987)

Analisando a tabela 14, vê-se que o perfil do policial militar da 3ª Cia PM

em alguns casos, como no IMC (Tabela 8) e % de gordura (Tabela 10), são

fatores preocupantes, pois a média observada está acima dos valores

considerados normais, oferecendo fatores de risco de moderado a alto.

Os problemas de saúde apresentados pelos PMs (Figura 27), estão

classificados como fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônico

degenerativas, porém, as atividades físicas ajudam no combate a esses fatores

de risco e boa parte do efetivo, pratica alguma atividade física e os que não

praticam, querem que sejam inseridas no seu dia a dia, conforme as Figuras

18, 19, 20, 23, 24, 25 e Tabelas 12 e 13. Em relação ao tabagismo o PM vem

se conscientizando e pequena parcela da população em estudo, faz uso e com

isso os risco são diminuídos, de acordo com a Figura 28.

Segundo Martins (2003), “[...] o exercício tornou-se uma unanimidade na

promoção da saúde e melhora da qualidade de vida, diminuindo os riscos de

desenvolvimento de doenças crônicas e atuando como fator chave para

aumentar a longevidade”. Sabe-se que as atividades físicas, não são a cura

para todos os males, porém, é sabido que uma atividade física bem planejada

e instruída por profissional capacitado, ajuda muito na prevenção de inúmeras

complicações da saúde do homem.

Cabe à Polícia Militar, por meio da conscientização, convencer seus

profissionais, da importância e cuidados com sua saúde, uma vez que o policial

consciente resulta no profissional que praticará a atividade física

espontaneamente.

A prática da atividade espontânea é fator essencial para a melhora das condições de vida e profissionais do policial, resultando numa pessoa saudável, preparada fisicamente e em boas condições para o trabalho. É importante ressaltar que diversos órgãos internacionais como a Organização Mundial da Saúde, Centers for Disease Control and Prevention, American College of Sports Medicine, American Heart Associantion e , no Brasil, o programa Agita São Paulo, recomendam que todo cidadão deva fazer atividade física pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da semana, de forma contínua. (CORDIOLI, 2002, p. 2).

Miranda (2002, p .4) diz que: “a prática regular da atividade física é

acompanhada de inúmeros benefícios, porém alguns riscos devem ser

considerados, sendo a avaliação clínica fundamental para que os benefícios

sejam maximizados e os possíveis riscos minimizados”.

É importante ressaltar que diversos órgãos internacionais como a Organização Mundial da Saúde, Centers for Disease Control and Prevention, American College of Sports Medicine, American Heart Associantion e , no Brasil, o programa Agita São Paulo, recomendam que todo cidadão deva fazer atividade física pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da semana, de forma contínua. (CORDIOLI, 2002, p. 3). Os riscos potenciais associados a atividade física são variados, porém os benefícios para a saúde são tão grandes que superam em muito os riscos potenciais. Entre eles podemos citar as lesões ortopédicas (a idade é um dos fatores de risco para lesões); Arritmias cardíacas (principalmente nos portadores de cardiopatia); Infarto agudo do miocárdio (basicamente indivíduos

não treinados e portadores de múltiplos fatores de risco em atividade física vigorosa); Morte súbita (complicação muito rara, aproximadamente 1 chance para cada 1,5 milhão de episódios de exercício). (MIRANDA, 2002, p. 4).

Nos últimos anos, o reconhecimento das vantagens da prática da

atividade física regular na melhora da qualidade de vida vem despertando

enorme atenção quanto à complexa relação entre os níveis da prática de

atividade física, os índices da chamada aptidão física e o estado de saúde das

pessoas.

Martins (2003, p. 3): diz que: “[...] o exercício tornou-se uma

unanimidade na promoção da saúde e melhora da qualidade de vida,

diminuindo os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas e atuando como

fator chave para aumentar a longevidade”.

Segundo o PPT-04-PM (2002, p. 6) “[...] somente o perfeito equilíbrio

físico e mental pode garantir a atuação adequada do policial militar diante das

complexas situações com que se depara, em seu dia-a-dia”.

O Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano

do Sul (CELAFISCS) juntamente com o Governo do Estado de São Paulo,

Secretaria de Estado da Saúde e parcerias têm demonstrado por meio do

Programa “AGITA SÃO PAULO” que falta de tempo não pode mais ser a

desculpa para a ausência da prática de atividade física, vez que esse

fracionamento também proporciona os benefícios pretendidos.

ATIVIDADE FÍSICAATIVIDADE FÍSICAREGULARREGULAR

30 minutos /dia30 minutos /dia

Maior parte dos diasMaior parte dos dias

CAMINHARCAMINHAR

3 3 xx 10 min10 min

CAMINHARCAMINHAR30 min30 min

CAMINHARCAMINHAR10 min10 min

DANÇARDANÇAR5 min5 min

BRINCARBRINCAR10 min10 min

SUBIR ESCADASSUBIR ESCADAS5 min5 min ++

++

OUOU ++

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde - Programa Agita São Paulo, 1998. Figura 31. Atividades físicas desenvolvidas.

A recomendação de atividade como forma de promoção de saúde nos

indivíduos sugere que estes devem realizar atividade física leve ou moderada

por pelo menos 30 minutos por dia, na maioria dos dias da semana, se possível

todos, de forma contínua ou acumulada. A atividade física realizada de forma

regular, todos os dias, é um eficiente meio de tratamento e prevenção das

moléstias de que são acometidas as pessoas que têm um estilo de vida

sedentário. É comum deparar-se com pessoas em parques, avenidas e

bosques, realizando alguma atividade física por recomendação médica;

portanto, investir numa atividade física regular é almejar uma vida com melhor

qualidade.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde - Programa Agita São Paulo, 1998. Figura 32. Recomendação de atividade física.

A atividade acumulada ou fracionada resume-se na divisão da atividade

física durante o dia, podendo, por exemplo, ser de 10 minutos de caminhada

durante a manhã, 10 minutos de ginástica localizada durante o almoço e 10

minutos de corrida durante a tarde, o que resultaria em 30 minutos acumulados

de atividade física durante o dia.

Por meio da inter-relação pode-se concluir que a prática da atividade

física influencia nos índices de aptidão física, que, por sua vez, interferem nos

níveis da prática de atividade física. Portanto, um indivíduo, ao praticar

regularmente atividade física, tende a apresentar melhores índices de aptidão

física, com o aumento nos índices desta, tornando-se provavelmente mais

ativo.

RECOMENDAÇÃO ATIVIDADE

FÍSICA

Deve-se chamar atenção também para o fato de que os índices de

aptidão física estão relacionados ao estado de saúde de uma maneira

recíproca, pois o estado geral de saúde de uma pessoa influencia e é

influenciado pelos índices de aptidão física.

De um modo geral para se manter uma boa saúde se faz necessário

para a execução de atividades físicas uma alimentação saudável e também

uma boa hidratação e alimentação para se repor as perdas energéticas que

são despendidas com as atividades físicas.

“A ingestão de cerca de 2 litros de líquidos diariamente é

recomendada como hábito alimentar adequado para qualquer indivíduo, o

atleta deve ter especial atenção à sua hidratação”. (CORDIOLI, 2002).

Juzwiak (2002) lembra que sempre devemos consumir líquidos

durante a atividade física e que para atividades de curta duração a água é a

melhor opção.

Exercite-se: Nutrição e atividade física andam juntas! A atividade física regular associada a uma alimentação saudável são fundamentais para a manutenção do peso e do percentual de gordura dentro de valores adequados para sua idade e sexo. Com a idade a taxa de metabolismo basal se reduz e a tendência é ganharmos peso; o exercício estimula o gasto calórico (JUZWIAK, 2002).

“Dieta saudável é aquela que proporciona consumo energético baseado

em determinadas proporções com relação aos três nutrientes energéticos:

carboidratos ±55%, gorduras de 30 a 35% e proteínas de 10 a 15%”.

(GUEDES; GUEDES, 1995, p. 108).

A prática de atividades físicas deve ser precedida de alimentação

saudável para que o organismo possa fornecer subsídios (energia) para a

realização dos exercícios de forma saudável, a alimentação deve ser realizada

com antecedência mínima de pelo menos 40 minutos, para que o praticante

possa obter os resultados esperados, nunca se consumindo alimentos em

excesso para que não haja reações adversas durante as práticas e também

não haja o excesso de peso no praticante, e no caso em questão o policial

militar, que em seus turnos de serviço, realiza suas refeições de maneira muito

rápida e logo já está nas ruas para atendimento à comunidade, essa atenção

deve ser redobrada.

CONCLUSÃO

Ao final deste trabalho de pesquisa, se conclui que a PMESP,

instalada na cidade de Marília SP, possui uma rica história desde a sua

criação, até os dias atuais de um dos Batalhões de grande importância em

âmbito de segurança pública do Estado de São Paulo, sendo o responsável por

um grande número de cidades, que se localizam na região da sede do 9°

BPM/I. Dentre as companhias de policia militar que fazem parte do batalhão,

destaca-se a 3ª Cia PM, que é responsável pela segurança de grande parcela

do município de Marília em se tratando de policiamento comunitário, ronda

escolar e escolta de presos e também dos municípios de Pompéia e Oriente,

além de seus distritos e sua área rural.

Foi constatado por pesquisa de campo que os policiais pertencentes

ao atual efetivo e que prestam serviços administrativos ou operacionais, em

sua grande maioria, nos resultados dos TAFs que foram alvo da pesquisa,

obtiveram no ano de 2006 os seguintes resultados “REGULAR” 14,81% ,

“BOM” 33,33% e “MUITO BOM” 51,85% com uma média de pontuação em

torno do valor 331; no ano de 2007 os seguintes resultados “REGULAR”

22,22% , “BOM” 44,44% e “MUITO BOM” 33,33% com uma média de

pontuação em torno do valor 321; já no ano de 2008 os seguintes resultados

“REGULAR” 7,4% , “BOM” 66,66% e “MUITO BOM” 25,92% com uma média

de pontuação em torno do valor 326. Nota-se que no ano de 2006 o resultado

“MUITO BOM”, foi maior do que nos anos seguintes, nos provando que se o

policial não realizar atividades físicas para a manutenção de seu

condicionamento físico, seu rendimento tende a cair, pois com o passar dos

anos e o destreinamento, tendem a diminuir os resultados, tanto que no ano de

2008 o resultado de maior índice foi o “BOM” que é um resultado intermediário

e que se o policial se esforçar um pouco, mesmo sem condicionamento físico

ideal, consegue obter o resultado e o resultado “MUITO BOM” foi o menor no

período pesquisado, mostrando que os policiais militares, apesar do resultado

satisfatório, não estão bem condicionados fisicamente e que os resultados

obtidos, são frutos de esforços intensos no dia em que foram submetidos aos

testes.

Quanto aos resultados dos TAFs, forma-se a opinião de que se houver

a realização regular da prática de atividades físicas, ou um programa de

treinamento físico instituído no batalhão, os resultados poderão ser melhorados

gradativamente, excluindo-se o número de inaptos por pontos e diminuindo-se

o número de “inaptos por médico”, pois a prática de atividades físicas além de

proporcionar condicionamento físico, proporciona prazer, aliado a melhora de

saúde, promovendo harmonia entre seus praticantes.

“A atividade física ao interagir favoravelmente com a saúde do indivíduo permite-lhe manter os seus níveis de independência, garantindo o seu bem estar e, por conseqüência, desenvolvendo o sentido qualitativo da sua existência. O indivíduo torna-se capaz de relacionar-se de uma forma emocionalmente mais proveitosa com familiares e os amigos próximos, bem como com os indivíduos em geral” (BARBANTI, 2002, p. 52).

Os policiais militares em suas respostas de questionário que foram

aplicados mostram seu perfil ao esclarecerem sobre sua idade, peso, altura,

sexo, tempo de serviço, trabalho que efetua, se pratica ou não atividades

físicas de folga ou de serviço e onde pratica; sobre possíveis treinamentos

físicos visando a aplicação do TAF; sobre orientação profissional da área de

atividades físicas; qual sua atividade física de sua preferência; a freqüência

semanal das atividades e sua duração; a classificação quanto ao nível de suas

praticas de atividades físicas (ativo/sedentário); no tocante a sua saúde, soube-

se de seus hábitos de ingestão de bebidas alcoólicas, com destaque para a

média do não consumo em 42,14% e do consumo em 57,85%, ressaltando-se

que desse maior valor em consumo, refere-se ao “socialmente” e nos fins de

semana, quando não em serviço, deixando preocupações quanto a ingestão

uma média em 7x/Semana em 6,25%, ou seja o PM inserido nesse valor,

ingere bebidas alcoólicas todos os dias e por vezes coloca pessoas da

comunidade em grau de periculosidade; quanto ao uso do fumo, destaca-se a

média da Cia para o não uso do tabagismo em 85,10%, restando o valor de

14,8% para os fumantes e um valor muito interessante para os PMS que

deixaram de fumar em 22,2%, provando que a consciência do não uso do

fumo, vem fazendo parte da cultura policial; bem como seus problemas de

saúde ou não, e de suas intenções sobre a prática de atividades físicas;

deixando claro que boa parcela de PM não praticam atividades físicas por falta

de tempo e outros afazeres e os que não praticam, deixam claro que se fosse

instituído a prática de atividades físicas, 96,3% gostaria de praticar atividades

físicas com acompanhamento de profissional da área e gostariam também que

tais práticas fossem aplicadas durante os turnos de serviço 96,3% e 11,1% de

folga e de serviço, havendo revezamento entre os policiais em tais atividades.

Leite (2000, p.5) diz que “é necessário compreender claramente as

necessidades pessoais, a história e as condições clinicas e fisiológicas atuais

para prescrever a atividade física de forma adequada e segura”.

As pessoas sedentárias não se tornam ativas da noite para o dia, nem as que são ativas se tornam sedentárias todas de uma só vez. As atitudes consistem em crenças a respeito dos resultados da atividade física, do exercício e o valor atribuído a tais resultados. A adesão ao exercício está mais relacionada às sensações de bem-estar e prazer do que à crença a respeito dos benefícios e à saúde, e, em geral, as razões mais comuns para cessar a atividade são a falta de tempo e a inconveniência (ATIVIDADE FÍSICA & SAÚDE, 1988, p. 47).

Segundo o PPT-04-PM (2002, p. 4)

“[...]considerando que a manutenção de um bom nível de condicionamento físico requer prática contínua, é indispensável incutir a mentalidade de treinamento na tropa, inclusive após o período de formação, instituindo ainda, treinamento em caráter obrigatório e prioritário”,

Uma adequada prescrição de atividade física deve ser embasada cientificamente, entretanto, programas de sucesso aplicam princípios científicos de forma flexível. Logo o conhecimento teórico deve ser pesado e analisado com bom senso na hora de colocarmos em prática seus fundamentos (MONTEIRO, 1999, p. 16).

É importante ainda lembrar que a conscientização é a melhor forma de

mudança de comportamento, pois em vez de adestrar o PM à prática de

exercícios físicos, conquistar-se-á seu interesse por meio da utilização dos

conhecimentos de um profissional habilitado que executará um trabalho de

proximidade, buscando fazer com que enxergue o quanto pode ser beneficiado.

A Corporação tende a ganhar, pois terá policiais satisfeitos, com o

interesse por sua saúde; proporcionará uma melhor qualidade nos serviços

prestados, uma melhor condição de trabalho ao policial que, estando mais

saudável, executará suas missões diárias com disposição e melhor qualidade

de vida para si, seus familiares e seus companheiros.

Para a mais alta qualidade de vida inclui todos estes componentes; vivacidade mental e curiosidade, sentimentos emocionais, relações significativas com outros, consciência e envolvimento em causas e problemas sociais, reconhecimento dos maiores valores da vida e a habilidade física para reduzir metas pessoais com vigor, que se afiguram como elementos essenciais de uma vida saudável. Esses aspectos do condicionamento total estão inter-relacionados; um nível alto de uma dessas áreas intensifica as outras áreas; e, inversamente, um baixo nível em qualquer área restringe as realizações possíveis em outras áreas. A atividade física pode também contribuir para a aprendizagem, para relacionamentos e para um senso de nossas limitações humanas dentro de uma perspectiva mais ampla. Uma qualidade de vida ótima requer que a pessoas lute, cresça e desenvolva-se, mas o nível mais alto de condicionamento pode nunca ser alcançado. A pessoa totalmente condicionada, entretanto, esforça-se continuamente para obter a mais alta qualidade de vida possível (CAMARGO, 1998).

A qualidade dos bons serviços prestados anda lado a lado com a

qualidade de vida, sendo assim todos os esforços voltados a propiciar ao

policial militar uma boa qualidade de vida serão revertidos em prol de nossa

Instituição.

O presente trabalho deveria ser alvo de profundo estudo, por parte do

comando do batalhão, para se encontrar uma forma de se instituir as atividades

físicas para todo efetivo, quer seja operacional ou administrativo, pois dessa

forma, poderiam se advir benefícios para o homem e sua instituição e que

ganha com isso é a comunidade, que teria um policial com melhores condições

de trabalho, apto a ser empregado em qualquer modalidade ou tipo de trabalho

policial.

REFERÊNCIAS

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BARBANTI, Valdir José; et al. Esporte e Atividade Física: interação entre rendimento e saúde. Barueri: Manole, 2002. CAMARGO, Odair Quintiliano. A atividade física como fator de melhoria na qualidade de vida e no desempenho das funções do Po licial Militar. Monografia (Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais) – Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores, Polícia Militar do Estado de São Paulo, 1998. CORDIOLI, E. Nutrição e desempenho em esportes aeróbios : treinamento, antes,.durante.e.após.a.competição. .out..2002..Disponível.em:.<http://www.scf.unifesp.br/entradaprincipal_artigo_cordioli%20hidratação.htm>. Acesso em: 30 abr. 2008.

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ANEXO A – Autorização e questionário para coleta de dados