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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO CONSELHO DA PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL
ERICK TADEU DO PRADO
IMPACTO DAS PRÁTICAS DE YOGA E EXERCÍCIOS FÍSICOS COM PESOS NO EQUILÍBRIO CORPORAL
SÃO PAULO
2011
UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO
ERICK TADEU DO PRADO
IMPACTO DAS PRÁTICAS DE YOGA E EXERCÍCIOS FÍSICOS COM PESOS NO EQUILÍBRIO CORPORAL
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Universidade Bandeirante de São Paulo como exigência parcial para obtenção do Título de Mestre. Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse Co-Orientadora: Profa. Dra. Renata Coelho Scharlach Docente colaborador: Flávia Doná
SÃO PAULO
2011
PRADO, Erick Tadeu do.
Impacto das práticas de yoga e de exercícios físicos
com pesos no equilíbrio corporal / Erick Tadeu do Prado.
– São Paulo: [s.n.], 2011.
94 f. ; il. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Bandeirante de São Paulo, Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.
Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse Co-Orientadora: Profa. Dra. Renata Coelho Scharlach
1. Equilíbrio postural. 2. Musculação. 3. Ioga. I. Título.
ERICK TADEU DO PRADO
IMPACTO DAS PRÁTICAS DE YOGA E EXERCÍCIOS FÍSICOS COM
PESOS NO EQUILÍBRIO CORPORAL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADO À UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO COMO EXIGÊNCIA DO CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO
CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL
Presidente e Orientador
Nome: Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse
Titulação: Doutorado em Ciências Médicas e Biológicas
Instituição: UNIFESP, UNIBAN, RBM, ORL,
Assinatura:
2ª Examinador
Nome: Prof. Dr. Raul Santo de Oliveira
Titulação: Doutorado em Saúde Coletiva
Instituição: UNIFESP, CAES, EEF/PMESP, PUC-GOIÁS
Assinatura:
3ª Examinador
Nome: Prof. Dr. Vagner Raso
Titulação: Doutorado em Ciências – Fisiopatologia experimental
Instituição: FMUSP, UNIFESP, UNIBAN, UNOESTE
Assinatura:
NOTA FINAL: Biblioteca
Bibliotecário: _________________________________________________ Assinatura: _________________________________ Data: ___ / ___ / ___
DEDICATÓRIA
A todos os profissionais de Educação Física que, assim como eu, escolheram por
amor esta como profissão.
Aos colegas de curso que comigo dividiram os bancos escolares.
A todos que de alguma forma contribuíram para que esta pesquisa científica se
tornasse realidade.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao grande arquiteto do Universo que está comigo em todos os
momentos, protegendo, iluminando e capacitando-me.
À minha mãe, Leni, por não poupar esforços em minha criação e também pelo
carinho e amizade, zelando sempre pela minha felicidade; Aos meus saudosos
Avós, João e Celina, pela educação e contribuição em minha formação humana,
ensinando o caminho da moral e dignidade.
À minha esposa, Fernanda Bonazinga, que caminhou ao meu lado nesta
difícil trilha, além do incentivo, apoio e compreensão fundamentais para meu
sucesso.
À minha orientadora, Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse, e a minha co-
orientadora, Profa. Dra. Renata Coelho Scharlach, pela valiosa e paciente
orientação.
À colaboradora, Profa. Dra. Flavia Doná, pelos subsídios fornecidos e atenção
dispensada.
Ao estatístico Jimmy Adans Costa Palandi pela análise estatística deste
estudo.
À Profa de inglês Mirtes Matsukuma Sardinha pela tradução deste trabalho.
Aos voluntários deste estudo sem os quais seria impossível a realização
desta pesquisa.
Aos Professores, Wagner e Fortino, pela valorosa contribuição e apoio.
Aos colegas de curso Vinícius, Lídia, Priscila, Cláudia e Márcio. Obrigado,
Raquel, pela valorosa e paciente ajuda no projeto de pesquisa.
"Quereis cultivar a vossa inteligência, cultivai as
forças que ela deve governar; exercitai
continuamente o vosso corpo; tornai-o robusto
e são, para o tornar sábio e inteligente; fazei o
trabalhar, correr, vive sempre em movimento,
que em se fazendo um homem pelo vigor
físico, ele o será também pelo espírito".
JEAN JACQUES ROUSSEAU
RESUMO
Os exercícios físicos promovem diversos efeitos benéficos ao ser humano. Neste
estudo pesquisaram-se em especial aqueles proporcionados ao equilíbrio corporal
por meio da prática de Yoga e exercícios físicos com pesos. Objetivo: analisar e
comparar as influências no controle e manutenção do equilíbrio de adultos
praticantes e não praticantes de exercícios físicos (EF), saudáveis ou com doenças
crônicas controladas e assintomáticos. Método: estudo prospectivo, longitudinal, não
aleatorizado, com 60 indivíduos, divididos em três grupos de 20 participantes cada,
denominados de grupos praticantes de yoga (PY), praticantes de exercícios físicos
com pesos (ECP), que praticavam exercícios regulares durante 150 dias e grupo de
sedentários (GS). Realizou-se uma pesquisa laboratorial (posturografia estática)
utilizando-se das três primeiras condições sensoriais do Balance Rehabilitation Unit
(BRU™), cujos parâmetros analisados foram o limite de estabilidade (LE), a área de
elipse (AE) e a velocidade de oscilação (VO) em três condições sensoriais. Realizou-
se ainda uma pesquisa de campo (testes: “posição quatro”, “avião”, “flamingo”,
“amarelinha” e “dinâmico”). Resultados: Os três grupos mostraram-se homogêneos
em relação à idade (p=0,41), gênero (p=0,89), peso (p=0,95) e estatura (p=0,52).
Comparando os valores após o treinamento (AT), houve diferença estatística entre
todos os grupos: PY (p<0,001) e GS (p=0,026). Em relação aos resultados da
posturografia, houve diferença AT nas condições 2 e 3 (p<0,001) entre todos, sendo
que pré-treinamento (PT) foi menor no PY em relação ao ECP e ao GS (p<0,001).
AT, houve diferença estatística apenas em PY e ECP (p<0,001) na condição 2 e 3.
No teste “Posição Quatro” AT, os valores foram maiores no PY do que no ECP e GS
(p<0,001). No teste “Avião” AT houve diferença estatística apenas em PY e em ECP
(p<0,001). No teste “Flamingo” AT houve diferença estatística apenas em PY e em
ECP (p<0,001). No teste “Amarelinha” AT os valores foram menores no PY do que
no ECP e GS (p<0,001). No teste “Dinâmico AT houve diferença estatística apenas
em PY e em ECP (p<0,001). Conclusão: a prática de exercícios de Yoga propiciou a
melhora ou manutenção do equilíbrio corporal comparado a indivíduos sedentários e
a praticantes de exercícios físicos com pesos, sendo que no grupo praticante de
Yoga apresentou um ganho significativo do equilíbrio corporal, em relação aos
demais grupos.
PALAVRAS-CHAVE: Equilíbrio postural. Exercícios físicos com pesos. Ioga.
ABSTRACT
The physical exercises offer several beneficial effects for human. This study
investigated in special those provided to the body balance through the practice of
yoga and practice of resistance training program. Purpose: analyze and compare the
influences on control and maintenance of the balance in adults healthy and
asymptomatic who practice and not the physical exercises (PE). Method: prospective
study, non-randomized, with 60 people divided in three groups of 20 sujects each,
called yoga practice group (YP) and practice of resistance training program group
(RPT), that trained regularly for 150 days and sedentary group (SG). There was a lab
research (static posturography) using the three first sensory conditions of Balance
Rehabilitation Unit (BRU™), whose parameters analyzed were the limit of stability
(LS), the ellipse area (EA), velocity of oscillation (VO) in three sensory conditions.
There was also a field research (tests: “position four”, “airplane”, “flamingo”,
“amarelinha” and “dynamic”). Results: The three groups were similar in relation to the
age (p = 0.41), gender (p = 0.89), weight (p = 0.95) and height (p = 0.52). Comparing
the values AT, there were statistical differences in all groups: PY (p<0.001) and GS
(p=0.026). In relation to the results of posturography, there were differences in before
training (BT) conditions 2 and 3 (p <0.001) among all, being that BT was lower in YP
in relation to RTPG and the SG (p<0.001). AT, there were statistical difference just in
YP and RTPG (p<0.001) in conditions 2 and 3. In test “Position Four” AT, values
were higher in PY than in RTPG and SG (p<0.001). In test “Airplane” AT there were
statistical difference just in YP and RTPG (p<0.001). In test “Flamingo” AT there were
statistical difference just in YP and RTPG (p<0.001). In test “Amarelinha” AT values
were lower in PY than in RTPG and SG (p<0.001). In test “Dynamic” AT there were
statistical difference just in YP and RTPG (p<0.001). Conclusion: yoga exercises
practice offered improvement on body balance maintenance, compared with a
sedentary people and the practice of resistance training program. The yoga
practitioners group presented a significant gain on the body balance in relation to the
other groups.
KEY WORDS: Postural balance. Resistance training program. Yoga.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Imagem do gráfico do BRU™. ......................................................... 29
QUADRO 1 Modalidades de Yoga, suas principais características e objetivos . . 32
FIGURA 2 Ilustração de ásanas de Hatha Yoga. .............................................. 33
QUADRO 2 Bateria de Testes de Equilíbrio e seus componentes avaliados. ..... 40
FIGURA 3 Ilustração do Teste de Equilíbrio Posição 4.....................................44
FIGURA 4 Ilustração do Teste de Equilíbrio Avião ...........................................44
FIGURA 5 Ilustração do Teste de Equilíbrio Flamingo ......................................44
FIGURA 6 Ilustração do Teste de Equilíbrio Amarelinha...................................44
FIGURA 7 Ilustração do Teste de Equilíbrio Dinâmico de Johnson & Nelson ..44
FIGURA 8 Ilustração do Balance Rehabilitation Unit (BRU®, Medicaa™)........46
FIGURA 9 Ilustração de Ásana de Yoga............................................................48
FIGURA 10 Ilustração de Ásana de Yoga...........................................................48
GRÁFICO 1 Curva do Poder da Amostra.............................................................50
GRÁFICO 2 Ganho por grupos em LE.................................................................53
GRÁFICO 3 Ganho por grupos em relação à AE na condição 1.........................54
GRÁFICO 4 Ganho por grupos em relação à VO na condição 1.........................54
GRÁFICO 5 Ganho por grupos em relação à AE na condição 2..........................55
GRÁFICO 6 Ganho por grupos em relação à VO na condição 2..........................55
GRÁFICO 7 Ganho por grupos em relação à VO na condição 3..........................56
GRÁFICO 8 Ganho por grupos em relação à VO na condição 3..........................56
GRÁFICO 9 Ganho por grupos em teste “Posição 4”..........................................58
GRÁFICO 10 Ganho por grupos em teste “Avião”..................................................58
GRÁFICO 11 Ganho por grupos em teste “Flamingo”............................................59
GRÁFICO 12 Ganho por grupos em teste “Amarelinha”.........................................59
GRÁFICO 13 Ganho por grupos em teste “Dinâmico”............................................60
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Descritiva para Cálculo do Poder da Amostra..................................49
TABELA 2 Resultado de cada uma das condições da posturografia estática, por
grupos (n=20), nas fases inicial e final, e a comparação intergrupos........................52
TABELA 3 Avaliação das variáveis dos testes de campo, por grupos (n=20), nas
fases inicial e final, e comparação intergrupos...........................................................57
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE
AE ÁREA DE ELIPSE
ANOVA TESTE ANALYSIS OF VARIANCE
AVD ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA
BA BASE DE APOIO
BRU BALANCE REHABILITATION UNIT
CDC CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION
CELAFISCS CENTRO DE ESTUDOS DO LABORATÓRIO DE APTIDÃO
FÍSICA DE SÃO CAETANO DO SUL
CG CENTRO DE GRAVIDADE
CM CENTRO DE MASSA
CNS CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE
CON CONTROLE
CONFEF CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
COP CENTRO DE PRESSÃO
DP DESVIO PADRÃO
ECP EXERCÍCIOS FÍSICOS COM PESOS
EEF/PMESP ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO DE SÃO PAULO
EF EXERCÍCIO FÍSICO
FRS FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO
KG KILOGRAMA
KS TESTE KOLMOGOROV-SMIRNOV
LOS LIMITE DE ESTABILIDADE
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
PCS PRATICA COMPLEMENTAR DE SAÚDE
PY PRATICANTE DE YOGA
RTP RESISTANCE TRAINING PROGRAM
RVE REFLEXO VESTÍBULO ESPINHAL
RVO REFLEXO VESTÍBULO OCULAR
SNC SISTEMA NERVOSO CENTRAL
VOS VELOCIDADE DE OSCILAÇÃO
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................19
2 OBJETIVO............................................................................................................21
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................22
3.1 DEFINIÇÕES, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE CONTROLE POSTURAL E EQUILÍBRIO CORPORAL.................................................................22
3.1.1 Controle Postural...............................................................................................22
3.1.2 Equilíbrio Corporal.............................................................................................23
3.2 PRINCÍPIOS BIOMECANICOS............................................................................26
3.3 POSTUROGRAFIA .............................................................................................28
3.4 PROPEDÊUTICA À CIÊNCIA DA YOGA ............................................................30
3.5 EXERCÍCIOS FÍSICOS COM PESOS.................................................................33
4 MATERIAL E METODO........................................................................................36
4.1TIPO E LOCAL DE ESTUDO................................................................................36
4.2 ÉTICA DA PESQUISA..........................................................................................36
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ................................................................................37
4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ..............................................................................37
4.5 AMOSTRA ...........................................................................................................38
4.6 PROCEDIMENTOS..............................................................................................38
4.6.1 Instrumentos de avaliação do equilíbrio corporal..............................................40
4.6.1.1 Testes de Campo...........................................................................................41
4.6.1.1.1 Estático: Teste "posição 4"..........................................................................41
4.6.1.1.2 Estático: Teste do “Avião” ..........................................................................41
4.6.1.1.3 Estático: Teste Posição “Flamingo” ............................................................42
4.6.1.1.4 Dinâmico: Teste da ¨Amarelinha¨................................................................42
4.6.1.1.5 Dinâmico: Teste de “Equilíbrio Dinâmico” ..................................................43
4.6.1.2 Teste de Laboratório......................................................................................45
4.6.1.2.1 Posturografia Estática: Balance Rehabilitation Unit (BRU®, MedicaaÒ)....45
4.6.2 Treinamento de Yoga e ECP.............................................................................47
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA......................................................................................48
5 RESULTADOS......................................................................................................51
5.1 TESTES DE LABORATÓRIO - POSTUROGRAFIA ESTÁTICA DA BRU™.......51
5.1.1 Ganho de performance por grupo na avaliação posturográfica........................53
5.2 TESTES DE CAMPO...........................................................................................57
6 DISCUSSÃO...........................................................................................................61
6.1 EQUILÍBRIO ESTÁTICO NA POSTUROGRAFIA COM A BRU™.......................62
6.2 TESTES DE CAMPO:AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO.......................65
6.3 TESTES DE CAMPO: AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DINÂMICO......................67
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................72
REFERÊNCIAS..........................................................................................................73
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................78
GLOSSÁRIO..............................................................................................................82
APÊNDICES...............................................................................................................89
A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..................................89
B: QUESTIONÁRIO DE ANAMNESE........................................................................91
C: PLANILHA DE COLETA DE DADOS....................................................................92
D: AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGEM............................................................93
ANEXOS....................................................................................................................94
A: PARECER ESTATÍSTICO INICIAL........................................................................94
19
11 IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
O equilíbrio corporal é uma capacidade física importante ao ser humano, cujo
objetivo é a manutenção do corpo estabilizado contra a lei da gravidade tanto na
posição ereta quanto durante o movimento. Para esta capacidade ser eficiente
necessita da ação e do correto funcionamento dos sistemas nervoso central,
vestibular, visual, somatossensorial e muscular.
Difere do equilíbrio fisiológico (homeostase), no qual as funções e condições
corporais estão dentro de uma amplitude segura e aceitável de funcionamento e
também difere do equilíbrio emocional que pode ser entendido como a capacidade
de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis.
Correr, saltar, lutar, nadar são alguns exemplos na área do esporte e do
exercício físico (EF) que exigem um ótimo equilíbrio corporal para suas realizações.
Mas quando se fala em atividades rotineiras tais como andar pela casa, ficar em pé
na fila do mercado, passear pelo Shopping Center e em outras tantas ocasiões, o
indivíduo lembra-se desta capacidade física? Na maioria das vezes, pensa-se em
equilíbrio somente em ocasiões especiais, esquecendo-se das chamadas atividades
de vida diária (AVD), que apesar de costumeiramente não serem percebidas,
também exigem a todo instante esta importante capacidade física que é o equilíbrio
corporal.
Para que o indivíduo possa sentir-se seguro, confortável e integrado ao
ambiente que o circunda, quer seja mantendo-se parado em posição estável ou
deslocando-se de maneira harmônica e precisa, seu corpo deve estar em equilíbrio.
Esse fenômeno ocorre a partir de uma complexa rede que interliga os sistemas
vestibular, somatossensorial e visual.
Um dos objetivos do EF é aplicar técnicas para melhorar o equilíbrio corporal
do indivíduo utilizando protocolos de fortalecimento muscular por meio de
equipamentos, treinamento isométrico, ou aplicando exercícios físicos que causem
adaptação (ajuste das informações sensoriais devido às novas condições de
20
funcionamento) ou habituação (causam modulação nos núcleos vestibulares) aos
possíveis desequilíbrios que o indivíduo sofra, fazendo com que este sinta seus
efeitos em menor proporção.
Existem duas modalidades de EF que agem positivamente no equilíbrio
corporal do indivíduo: A Yoga e o os Exercícios Físicos com Pesos (ECP).
A Yoga foi reconhecida pelo Ministério da Saúde Brasileiro, em 2003, como
uma Prática Complementar de Saúde (PCS), relacionada à melhora do equilíbrio
físico e emocional, pois o indivíduo pratica o autocontrole, a percepção dos limites e
potencialidades por meio da manutenção das suas posturas (ásanas).
Os exercícios físicos com peso são atividades diretamente ligadas ao
aumento de resistência e força muscular, essenciais, principalmente para os
membros inferiores, melhorando consequentemente o equilíbrio corporal. Os
praticantes de Yoga também adquirem força muscular por meio do treinamento
isométrico frente ao tempo exigido para a manutenção dos ásanas exigidos.
Cada uma das práticas cirtadas age em um sistema específico do equilíbrio
corporal com maior ou menor intensidade, porém, apesar deste conhecimento há
uma escassez de estudos sobre como cada um desses EF atua especificamente em
cada parte do equilíbrio corporal (vestibular e somatossensorial).
O presente estudo justifica-se pela necessidade de estudos profundos sobre
equilíbrio corporal na prática de Yoga e nos ECP, pois este conhecimento amplia
horizontes para a possibilidade de associar estes EF ao tratamento de pacientes que
sofrem de distúrbios do equilíbrio corporal, como os de origem vestibular, muscular e
neurológico.
21
2 OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi comparar as influências da prática de EF no
controle e manutenção do equilíbrio corporal, após um período de cinco meses de
treinamento, de adultos saudáveis ou com doenças crônicas controladas, praticantes
(Yoga e de ECP) e não praticantes de EF (sedentários), além de avaliar se a prática
de Yoga é melhor do que a de ECP em relação à performance do equilíbrio corporal.
22
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 DEFINIÇÕES, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE CONTROLE
POSTURAL E EQUILÍBRIO CORPORAL
Na literatura é possível encontrar diversas definições dos termos citados. A
seguir, destacam-se algumas destas definições a fim de melhor entender o que são
e como se diferenciam ou assemelham-se.
3.1.1 Controle Postural
O controle postural, segundo Freitas e Duarte (2006), pode ser entendido
como a manutenção do equilíbrio corporal realizada conjuntamente pelos sistemas
nervoso, sensorial e motor.
Quando as forças que agem sobre um corpo são iguais a zero, este estará
em equilíbrio. É denominado de estático quando o indivíduo possui a habilidade
física de permanecer em uma posição estacionária (sem movimento) ou pode ser
dinâmico quando o corpo está em velocidade constante, ou durante um movimento
vigoroso (BARBANTI, 2002a; MARINS; GIANNICHI, 2008).
Horak (2006) divide o controle postural em orientação postural e equilíbrio
postural. Orientação postural seria a soma de fatores internos e externos que
fornecem orientação espacial ao indivíduo e o equilíbrio postural é considerado
como a estabilização do centro de massa corporal por meio de estratégias de
movimento.
23
3.1.2 Equilíbrio Corporal
O equilíbrio corporal pode ser definido como uma capacidade física capaz de
manter o corpo estável em uma base de sustentação, por meio de ações musculares
combinadas (MARINS; GIANNICHI, 2008).
Na literatura atual, a terminologia mais utilizada é “postura ereta semi-
estática”, uma vez que postura estática ou parada seriam termos tecnicamente
imprecisos, em razão da ação constante das diversas forças sobre o corpo
(FREITAS; DUARTE, 2006).
O equilíbrio corporal é uma capacidade coordenativa e esse fenômeno ocorre
a partir de uma complexa rede responsável por esta capacidade física, interligando
os sistemas vestibular, somatossensorial e visual, sendo que qualquer interferência
em um destes sistemas influenciará no equilíbrio corporal (FREITAS; DUARTE,
2006).
O sistema vestibular localiza-se no labirinto posterior, o qual auxilia na
manutenção do equilíbrio captando e enviando informações sobre a direção dos
movimentos da cabeça e do corpo para os núcleos vestibulares do tronco cerebral,
núcleos do III, IV e IV par craniano, tálamo, formação reticular, cerebelo, córtex
cerebral. Esse sistema é composto pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares
(NISHINO, 2005).
O vestíbulo localiza-se entre a cóclea e os canais semicirculares e possui dois
órgãos otolíticos, as vesículas utrículo e sáculo. A primeira está na parte superior do
vestíbulo. A segunda está na parte inferior e é menor que a primeira, estando ligada
ao ducto coclear pelo canalículo de Hensen. O utrículo desempenha importante
papel no equilíbrio em relação a movimentos de um lado para o outro na horizontal e
para frente e para trás, é sensível à gravidade, à força centrífuga e à aceleração
linear. O sáculo está ligado a movimentos para frente e para trás, para cima e para
baixo, no plano vertical, sendo sensível a percepção de vibrações. Estas vesículas
possuem um pequeno revestimento com função sensorial conhecidas como mácula.
24
A do utrículo tem o nome de lápilus e localiza-se na parte inferior e, em posição
horizontal orientando a posição da cabeça com o corpo na posição ereta. A mácula
do sáculo conhecida como rágata fica no plano vertical com destaque no equilíbrio
quando o indivíduo está deitado. Nas máculas existem células ciliadas sensoriais e
células de orientação, cobertas por uma camada gelatinosa contendo os
estatocônios (formações de carbonato de cálcio) que inclinam os cílios das células
conforme a força da gravidade, exercendo constante influencia sobre o equilíbrio
corporal (NISHINO, 2005; QUEIROZ, 2005).
Os canais semicirculares são em número de três em cada lado da cabeça,
denominados de superior ou anterior, lateral ou horizontal e posterior ou frontal e
respondem pela mensuração de acelerações angulares causadas pela rotação da
cabeça ou do tronco. Cada um possui uma extremidade não ampolar e uma
extremidade dilatada chamada de ampola, na qual se localizam as cristas
ampolares, formadas por células de sustentação e células ciliadas. Sua disposição
forma um ângulo reto em relação aos demais. Quando a cabeça esta na posição
ortostática os canais laterais estão no mesmo plano horizontal e formam um ângulo
de 30° em relação ao plano horizontal, estando sua ampola localizada na porção
anterior do canal. Os canais posterior e superior formam um ângulo de 45º
(aproximadamente) com o plano sagital e estão em plano vertical. Esta disposição
dos três canais representa os três planos espaciais. O canal superior de um lado faz
par funcional com o canal posterior do lado oposto. As cristas ampolares dos canais
são órgãos sensoriais recobertos por uma estrutura gelatinosa chamada cúpula, que
tem a capacidade elástica de se deformar de acordo com o movimento da endolinfa
(NISHINO, 2005; QUEIROZ, 2005).
Na crista ampolar, existem células ciliadas, cujo ápice apresenta um conjunto
de estereocílios do qual emerge um único cinocílio, envoltos pela cúpula,
considerado este conjunto como o elemento receptor do labirinto vestibular. A
deflexão deste cinocílio sobre os estereocílios libera um potencial elétrico conduzido
pelo nervo vestibular aos núcleos vestibulares no tronco encefálico (NISHINO, 2005;
QUEIROZ, 2005).
25
O sistema somatossensorial baseia-se nas informações específicas sobre a
posição de segmentos corporais em relação a outros segmentos e com o meio,
conduzindo estas informações ao sistema nervoso central (SNC) que interpreta,
organiza e controla o controle postural. É formado por diversos receptores sensoriais
formados por células nervosas capazes de converter estímulos em impulsos
elétricos enviados ao SNC que produzirá uma resposta que pode ser voluntária ou
involuntária. Dois tipos de receptores podem ser considerados com maior
importância em relação ao equilíbrio corporal, os exteroceptores cutâneos sensíveis
a estímulos externos como tato e pressão, e os proprioceptivos, responsáveis pela
relação espaço-corporal e por guiar os movimentos, sendo encontrados nos
músculos esqueléticos, nas articulações, nas inserções tendinosas ou no aparelho
vestibular (RAMOS, 2003; FREITAS; DUARTE, 2006; MOCHIZUKI; AMADIO, 2006;
MANN, et al., 2009). Os proprioceptores enviam dados sobre a posição relativa das
várias partes do corpo, principalmente os da região do pescoço (LORD, 1994; MAKI;
HOLLIDAY; TOPPER, 1994).
A visão constitui importante órgão na manutenção do equilíbrio corporal por
meio da estabilização do campo visual pelos sistemas sacádico e optocinético, pois,
a medida que ocorre diminuição da acuidade visual ou deslocamento do campo
visual existe prejuízo na manutenção do equilíbrio.
Alguns reflexos estão diretamente envolvidos no equilíbrio corporal, a saber
(NISHINO, 2005):
1) Reflexos envolvidos na estabilização da cabeça no espaço:
a) Reflexo Vestíbulo Espinhal (RVE) - mantém a estabilidade da cabeça e do
corpo por meio de atividades motoras de compensação nos membros inferiores
frente à ação da gravidade;
b) Reflexo Vestíbulo Cervical - atua no pescoço a partir de informações dos
órgãos otolíticos e canais semicirculares.
2) Reflexos envolvidos na estabilização dos olhos no espaço:
a) Reflexo Vestíbulo Ocular (RVO) – o sistema vestibular permite a
estabilização do olhar durante o movimento de cabeça;
26
b) Reflexo Optocinético – o sistema visual estabiliza o olhar durante os
deslocamentos do campo visual;
c) Reflexo Cérvico Ocular – o sistema proprioceptivo é estimulado pelo
deslocamento da cabeça com relação ao tronco resultando em reflexo de
estabilização do olhar.
As informações provenientes desses sistemas são transmitidas, por meio dos
nervos para o cérebro, que recebe, interpreta e processa estas informações no
cerebelo e na substância reticular e núcleos vestibulares do tronco cerebral,
determinando ajustes adequados nos músculos posturais (FREITAS; DUARTE,
2006; MOCHIZUKI; AMADIO, 2006).
O cerebelo exerce função reguladora sobre a atividade muscular, recebendo
impulsos originados em receptores das articulações, tendões, músculos, pele e
também de órgãos terminais do sistema visual, auditivo e vestibular, transmitindo
impulsos aos músculos estabilizadores por meio dos motoneurônios (FREITAS;
DUARTE, 2006; MOCHIZUKI; AMADIO, 2006).
Neste contexto os EF contribuem com a melhora do equilíbrio corporal tanto
sobre os sistemas sensoriais quanto no sistema motor, primeiramente porque os
músculos têm receptores para avaliar as posições relativas ao espaço e o
treinamento melhora a noção espacial do praticante, além de fortalecerem as
cadeias musculares envolvidas, possibilitando que este conjunto reduza as
oscilações corporais (MANN et al., 2008).
3.2 PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS
O corpo está em constante busca por equilíbrio, e este depende dos
momentos (variações de intensidade e de pontos de aplicação) e das forças
(gravidade, atrito, contrações musculares) aplicadas sobre o corpo.
Biomecanicamente, as forças e momentos que agem sobre o corpo interferem nas
condições de equilíbrio, sendo que quando a somatória de todas as forças (F) e
27
momentos de força (M) for igual a zero ∑F = 0 e ∑M = 0, este corpo estará em
equilíbrio mecânico (HAYES, 1982).
A força externa é a ação da gravidade e as forças internas, além da força
muscular que agem para a manutenção do equilíbrio. Considerando que estas
forças agem continuamente sobre o corpo, na posição ereta este nunca estará
totalmente estático, sempre ocorrerão pequenas oscilações, que em se tratando de
indivíduos saudáveis são imperceptíveis (FREITAS; DUARTE, 2006).
São solicitadas as ações de diversas cadeias musculares e articulares para a
manutenção do equilíbrio corporal. Suarez et al (2008) descreve um interessante
modelo para o entendimento do equilíbrio corporal na posição ereta, segundo o qual,
o corpo nesta posição assemelha-se a um pendulo invertido que sofre
constantemente a ação das diversas forças externas desafiando sua estabilidade, e
que busca incessantemente vencer este desafio por meio das forças internas para
manter o equilíbrio na posição vertical.
Ao tentar colocar determinado objeto em equilíbrio necessita-se que o centro
de massa (CM) também conhecido como centro de gravidade (CG) seja mantido
dentro de sua base de apoio (BA).
No ser humano em postura ereta, o CM é o ponto em que toda a massa
corporal está concentrada, aproximadamente no nível da segunda vértebra lombar.
Horak e Macpherson (1996) explicaram que a resultante de todas as forças externas
é aplicada neste ponto e nele toda massa do corpo é equilibrada.
Para a manutenção do equilíbrio corporal os movimentos do CM devem ser
realizados dentro dos limites de estabilidade denominada BA, que na postura bípede
define-se pela área compreendida entre os dedos dos pés e os calcanhares
(RAMOS, 2003).
Segundo Suarez et al (2008), a estabilidade pode ser influenciada por dois
principais fatores relacionados à BA, que seriam o tamanho desta e a distância entre
28
a BA e o CM, os quais na postura bípede têm grande influência no equilíbrio, uma
vez que a distância do CM é grande em relação à BA e as dimensões da BA são
pequenas, o que restringe a área de deslocamento do CM.
Como já visto, o corpo está constantemente sujeito a ação das forças internas
e externas e para manutenção do CM dentro da BA, os sistemas envolvidos no
controle postural procuram equalizar estas forças por meio de contrações
musculares. Isso resulta na aplicação de uma força sobre a superfície de contato
chamada de centro de pressão (COP), cujo objetivo é mover ou manter o CM dentro
dos limites de estabilidade.
Mochizuki et al. (2006) relatam que a medida do COP durante a postura ereta
tem sido usada por décadas como a principal ferramenta biomecânica para o estudo
do equilíbrio corporal.
3.3 POSTUROGRAFIA
O estudo das oscilações corporais denomina-se posturografia e refere-se a
qualquer técnica utilizada para mensurar as variáveis relacionadas à oscilação
corporal (FREITAS; DUARTE, 2006).
Explica Barbanti (2002b) que frente à força de gravidade e a força de reação
do solo que atuam constantemente sobre o corpo, a força muscular age para colocar
o sistema em equilíbrio, demonstrando como o organismo se organiza para manter
ou recuperar o equilíbrio corporal.
Na posturografia, são avaliadas as resultantes das forças que incidem sobre o
corpo, transmitidas na fase de apoio (contato com o solo), podendo ser estática
quando o indivíduo encontra-se em posição ereta o mais imóvel possível (quase-
estática) e dinâmica quando avaliamos o indivíduo durante a aplicação de uma
perturbação (movimento) (FREITAS; DUARTE, 2006).
29
A dinamometria é a área de investigação da biomecânica cujo objetivo central
é a determinação das forças que produzem o movimento, sendo as plataformas de
força os instrumentos mais utilizados para determinar aquela que é uma das mais
importantes forças externas, a força de reação do solo (FRS) que age sobre o corpo
na fase de contato com o solo (BARBANTI, 2002b).
Um dos instrumentos da posturografia estática utilizados neste estudou foi
uma plataforma de força, mais precisamente o equipamento conhecido como
Balance Rehabilitation Unit (BRU™). Este equipamento analisa o deslocamento
ântero-posterior e médio-lateral realizado pelo indivíduo, o limite de estabilidade
(LE), quantificando as medidas da área de elipse (AE) e a média da velocidade de
oscilação (VO), que pode ser incrementado com estímulos visuais (óculos de
realidade virtual) ou com superfície instável (almofada de espuma), gerando, além
de um gráfico, relatórios (Figura 1) com intervalo de confiança de 95% (GAZZOLA et
al, 2009).
O LE pode ser entendido como o deslocamento voluntário e dentro do limite
considerado seguro pelo indivíduo, mantendo-se equilibrado em sua base de
suporte e sem perder o contato das bordas externas dos pés com a superfície de
apoio, que expressa o quanto dessa base de suporte o indivíduo consegue utilizar e
se manter em equilíbrio, isto é, os limites de estabilidade expressam a base de
suporte funcional do indivíduo (Shumway-Cook; Woollacott, 2003; Horak, 2006).
Figura 1 – Imagem do gráfico do BRU™. Fonte: Adaptado do manual do BRU™.
LE: limite de estabilidade AE: área de elipse
30
O COP é a resultante das forças agindo sobre o corpo, sendo a variável mais
utilizada para analisar a oscilação do corpo.
A AE refere-se à medida de deslocamento do centro de massa corporal.
Quando esta ultrapassa o LE indica risco de queda ou alteração do equilíbrio
corporal, enquanto a VO refere-se à velocidade com que este deslocamento ocorre.
Segundo Horak (2006), acredita-se que testes de equilíbrio podem ser
utilizados para avaliar a eficiência do equilíbrio corporal do ser humano, e por isso
escolheu-se realizar uma bateria, com diferentes tipos de testes (incluindo a
posturografia estática) com intuito de avaliar de maneira global o equilíbrio corporal
dos participantes.
3.4 PROPEDÊUTICA À CIÊNCIA DA YOGA
A Yoga é originária da Índia e trata-se de um conjunto de técnicas existentes
há mais de cinco mil anos e faz parte da medicina indiana. Os orientais acreditam
que ela afeta positivamente os sistemas nervoso, endócrino, cardíaco, pulmonar e
muscular, vitalizando e proporcionando a recuperação física, emocional e espiritual
(GHAROTE, 2007).
Yoga deriva do radical ”yui” que significa integração, união, conscientização,
concentração. É um termo sânscrito, uma das vinte e três línguas oficiais da Índia
que, segundo o Dicionário de Yoga (2010), significa estado de união entre dois
opostos, o corpo e mente, em busca do equilíbrio da dualidade.
Por meio de seus métodos de auto-reconhecimento físico e emocional e
realização dos ásanas, a Yoga busca unificar estes dois opostos. A Yoga contribui
para a adoção de um estilo de vida mais calmo, interiorizado e saudável. Para um
Yogui, não importa acrescentar anos de vida, mas vida aos anos (BLAY, 2001).
31
Trata-se de uma prática corporal alternativa com espaço significativo entre os
ocidentais, que têm demonstrado cada vez mais interesse pela Yoga, tendo como
características principais a permanência numa condição de controle e conforto, e
não se estipula metas ou padrões de execução e de desempenho. Com isso o
praticante consegue perceber seus limites e suas potencialidades, estabelecendo
suas próprias metas (BLAY, 2001).
Gharote (2007) descreveu que a prática da Yoga considera a limitação de
cada indivíduo, sua individualidade biológica determinada pela idade, sexo e
condições corporais de modo geral. É simples, pois não exige equipamentos e pode
ser feita diariamente.
Estudos realizados por Gauchard (1999) demonstraram que a prática da Yoga
e de ginástica suave melhoram significativamente o controle postural dinâmico em
indivíduos com idade acima de 60 anos.
A Yoga diferencia-se das outras modalidades de EF, por ser uma atividade
com variados níveis de intensidade, voltada aos aspectos físicos e mentais na qual o
praticante evolui no seu próprio tempo e não existem cobranças por melhora no
rendimento. As demais atividades físicas caracterizam-se pelo aumento da
performance, na qual mesmo não se tratando de um atleta, o praticante busca de
forma consciente ou inconsciente melhores resultados no treinamento. Na Yoga o
praticante é orientado a manter os ásanas com estabilidade e conforto e enfatizando
a respiração (pranayamas), objetivando o autocontrole e a consciência corporal
(GAUCHARD, 1999).
Segundo Pinto (2006), quando realizada com regularidade, o praticante
desenvolve várias respostas fisiológicas, como equilíbrio emocional e corporal,
harmonia de movimentos, aumento da força e flexibilidade, fatores que propiciam
influências positivas no cotidiano de vida do indivíduo.
32
O grande mestre Yogui Ivengar, citado por Gharote (2007), assevera que os
ásanas têm evoluído ao longo do tempo, exercitando músculos, nervos e glândulas,
apesar de sua finalidade principal ser o treinamento da disciplina mental.
Segundo o Dicionário de Yoga (2010), os diversos estilos desta arte, apesar
de serem originários da mesma raiz derivam de vários mestres e tradições,
diferenciando-se principalmente na intensidade física realizada na prática (QUADRO
1).
Quadro 1 – Modalidades de Yoga, suas principais características e objetivos. MODALIDADE CARACTERÍSTICAS OBJETIVO
ASHTANGA rápida e intensa; grande
esforço físico
Fluxo do movimento
BIKRAM ambientes aquecidos Relaxamento muscular; alongamento;
purificação do corpo
IYENGAR grande permanência nas
posturas
Consciência corporal e espacial
POWER YOGA derivação ocidental da
ASHTANGA
Fluxo do movimento
VINYASA movimentos vigorosos sincronização entre a respiração e o
movimento; alongamento
HATHA
aulas lentas e boa
introdução às principais
posturas
busca do equilíbrio das forças solar e
lunar, masculina e feminina
Fonte: Dicionário de Yoga (2010).
Este estudo utilizou-se da modalidade HATHAYOGA, que está associada ao
conceito de ásana e EF, de acordo com a tradição da yoga, com aulas lentas,
demandando pouco esforço físico no começo e boa introdução às principais
posturas, pode ser traduzida como “ha” (sol) e “tha” (lua), cujo significado seria a
busca do equilíbrio das forças solar e lunar, masculina e feminina.
33
Não haveria como não mencionar a mais importante prática dentro desta
cultura milenar, que é a saudação ao sol (suryanamaskara). É uma prática que está
inserida na Yoga e presente em textos sagrados da Índia, constituída de 12 posturas
realizadas de forma concentrada, lenta e ininterrupta, semelhante a uma coreografia
que se acredita proporcionar benefícios psicomotores (BLAY, 2001).
3.5 EXERCÍCIOS FÍSICOS COM PESOS (ECP)
Segundo Barbanti (2002a) é um tipo de EF em que se empregam pesos de
forma progressiva, tanto para carga como para intensidade, cujo objetivo é o ganho
de força e melhora estética.
ÁSANAS DA HATHA YOGA
Figura 2 – Ilustração de ásanas de Hatha Yoga. Fonte: Dicionário de Yoga (2010).
.
34
Os ECP são a melhor metodologia do treinamento desportivo para
desenvolver a força, entendida como todo tipo de exercício resistido, podendo ser
realizado na sala de musculação ou na sala de ginástica localizada e também na
piscina por meio da hidroginástica (GUEDES, 2003b).
Em razão do fortalecimento muscular proporcionado pelos ECP, atualmente
esta é utilizada, tanto como método auxiliar de aprimoramento da performance na
maioria dos esportes, como método preventivo de lesões (HERNANDES JUNIOR;
OLMOS, 2002).
Com tantas variáveis de utilização, os ECP são altamente versáteis e muito
utilizados por indivíduos de diferentes idades, compleições físicas e objetivos, como
a estética corporal, o treinamento de manutenção, as indicações médicas, chegando
até ao treinamento de alta performance.
É reconhecida a importância da manutenção ou desenvolvimento da força
muscular não só para esportistas, mas para todos os indivíduos no decorrer de toda
a vida (BARBANTI, 2001).
Os exercícios físicos com pesos podem ser aplicados basicamente de três
formas: isotônica que é a alternância de contrações musculares concêntricas (a
força muscular vence a resistência) e excêntricas (a resistência vence a força
muscular); isométrica que é a manutenção da contração muscular contra a força da
gravidade ou força sem movimento; e isocinética onde a musculatura exerce a
mesma tensão ao longo das diversas fases do movimento (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2003).
As variáveis volume (quantidade de séries e repetições), intensidade (carga
aplicada, velocidade de execução) e frequência de treinamento são igualmente
importantes e devem ser proporcionais ao objetivo do indivíduo, respeitando-se os
princípios básicos do treinamento (BARBANTI, 2001).
35
Para o desenvolvimento da capacidade física chamada força, o treinamento
deve ser realizado com uma freqüência de no mínimo duas vezes por semana
(POWERS; HOWLEY, 2009).
Considera-se também como musculação todo exercício resistido (ginástica
localizada, hidroginástica, exercícios físicos com pesos). Estes tipos de exercícios
causam alteração funcional (aumento da força muscular) e alteração morfológica
(aumento do volume muscular - hipertrofia) (GUEDES, 2003b).
O vigor e a resistência muscular do ser humano tende a diminuir com o
envelhecimento, sendo que, segundo Naudeau et al (1985), na faixa dos 40 – 50
anos de idade ocorre uma diminuição moderada entre 10 e 20%, a qual aumenta de
forma acelerada à partir dos 50 anos. Um indivíduo de 60 anos de idade realiza duas
vezes menos repetições de flexão e extensão de cotovelos ou de abdominais, em
um minuto, que um indivíduo de 20 anos de idade. Ressalta ainda a diminuição das
habilidades motoras, em especial o equilíbrio corporal, modificando a forma de andar
por meio da diminuição do comprimento dos passos, maior tempo de contato dos
pés com o solo, aumento da base de sustentação e afastamento dos membros
superiores como auxílio.
Naudeau et al (1985) esclarece ainda que a prática regular de atividades
físicas restringe os efeitos do envelhecimento, diminui os déficits funcionais e
prolonga o tempo de juventude, caracterizada pela melhor capacidade de trabalho,
lazer, autonomia, vigor físico e habilidades motoras.
36
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 TIPO E LOCAL DE ESTUDO
O presente trabalho trata-se de estudo prospectivo, de intervenção, analítico
descritivo não aleatorizado.
Os locais de coleta de dados foram os seguintes:
Testes de campo - realizados no Ginásio de Esportes da Escola de Educação
Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo (EEF/PMESP), sito à Avenida
Cruzeiro do Sul, nº 548, Canindé – São Paulo/SP.
Testes de laboratório - realizados no Laboratório de Reabilitação do
Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da Universidade Bandeirante de São Paulo –
UNIBAN, Campus Maria Cândida, sito à Rua Maria Cândida, nº 1.813, Vila
Guilherme - São Paulo/SP.
4.2 ÉTICA DA PESQUISA
O projeto do presente estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em
Pesquisa da Universidade Bandeirante de São Paulo, sob o protocolo 109/10,
atendendo a todas as normas sobre pesquisa envolvendo seres humanos, que
consta no preâmbulo da resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de
10/10/96. Após análise pela referida Comissão o projeto foi aprovado e o parecer
final foi emitido em 08/06/10.
Os indivíduos que participaram do estudo foram informados verbalmente e
por escrito sobre os procedimentos do mesmo, compreendidos em: objetivos do
estudo, procedimentos do teste, possíveis conseqüências, procedimentos de
37
emergência, caráter de voluntariedade da participação do sujeito e responsabilidade
do pesquisador.
Somente os voluntários que concordaram e assinaram com o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE - APÊNDICE A) participaram do estudo,
além de preencherem um questionário de anamnese (APÊNDICE B) com
informações pessoais para subsidiar a pesquisa.
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Voluntários adultos de ambos os gêneros, saudáveis ou com doenças
crônicas controladas e assintomáticos, liberados pelo médico para realizar EF, na
faixa etária entre 25 e 55 anos, que foram capazes de entender as orientações e
instruções quanto aos testes aplicados e que conseguiram realizá-los.
Os voluntários ativos fisicamente deveriam ser praticantes de Yoga ou ECP
entre três meses e seis meses de atividade.
4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Voluntários que apresentaram queixas vestibulares de tontura, vertigem
desequilíbrio ou quedas recorrentes; com acuidade visual e auditiva gravemente
diminuída, mesmo com uso de lentes corretivas e/ou prótese auditiva; com distúrbios
ortopédicos que resultassem em limitação do movimento; que utilizassem próteses
de membros inferiores; que tinham limitação da força muscular de um membro que
prejudicasse a realização da atividade; que fizessem mais de uma atividade física
simultaneamente; usuários de anabolizantes esteróides, de drogas ilícitas ou com
histórico de abuso de álcool; as gestantes.
38
4.5 AMOSTRA
A amostra do estudo foi constituída de 60 adultos de ambos os gêneros, com
média de idade de 35,47 anos e desvio padrão (DP) de 7,84 anos, média de peso
corporal de 68,58 Kg (DP = 8,52 Kg), média de estatura de 175,23 cm (DP = 8,86
cm), divididos em três grupos, denominados Praticantes de Yoga (PY), Praticantes
de Exercícios Físicos Com Pesos (ECP) e Grupo de Sedentários ou Controle (GS).
Foram selecionados praticantes de aulas de Yoga e de ECP frequentadores
da EEF/PMESP, e indivíduos sedentários da comunidade.
PRATICANTES DE YOGA (PY): 20 voluntários, média etária de 36,50 nos
(DP = 8,57), estatura média de 173, 50 cm (DP = 7,37 cm), média de peso corporal
de 68,10 Kg (DP = 8,11 Kg), que realizavam exercícios físicos regulares
relacionados à prática de yoga, entre 90 e 180 dias, em sessões de 60 minutos
cada, com frequência de três vezes por semana.
PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS COM PESOS (ECP): 20
voluntários, média etária de 33,55 anos (DP = 7,29), estatura média de 176, 65 cm
(DP = 9,48 cm), média de peso corporal de 68,90 Kg (DP = 8,46 Kg), que realizavam
exercícios físicos regulares relacionados à prática de ECP, entre 90 e 180 dias, em
sessões de 60 minutos cada, com frequência de três vezes por semana.
GRUPO DE SEDENTÁRIOS (GS): 20 voluntários, média etária de 36,35 (DP
= 7,64), estatura média de 175, 55 cm (DP = 9,70 cm), média de peso corporal de
68,75 Kg (DP = 9,37 Kg), que não realizaram regularmente nenhum tipo de EF e por
este motivo foram utilizados como grupo controle.
4.6 PROCEDIMENTOS
Os testes específicos para avaliar o equilíbrio corporal foram aplicados antes
e após 150 dias de práticas físicas no caso dos indivíduos ativos e, após o mesmo
39
período, no grupo sedentário, para observar e comparar as possíveis alterações
ocorridas no decorrer do tempo proposto.
Elaborou-se uma bateria de testes a fim de avaliar o equilíbrio corporal dos
participantes, sendo divididos em duas categorias: testes de campo (ou clínicos) e
teste de laboratório. Os testes de campo são caracterizados por serem realizados
em ambiente aberto no qual o voluntário pode ficar exposto a diversas influências
externas (temperatura, sol, chuva, público) sendo que os fatores sol e chuva foram
controlados uma vez que os testes foram realizados em ambiente coberto (ginásio
de esportes), já os testes de laboratório são realizados em ambiente confinado, com
maior controle das variáveis e com pouca ou nenhuma influência externa.
A fim de evitar a ocorrência de viés tomou-se o cuidado de realizar as
avaliações da seguinte maneira:
a. inicialmente os grupos foram avaliados nos testes de campo pelo
pesquisador principal e ao final do período de treinamento foram avaliados por um
educador físico colaborador;
b. pelo pesquisador principal no teste efetuado no laboratório em razão da
necessidade de conhecimento técnico para operar o equipamento.
c. os avaliadores só ficaram sabendo o resultado da avaliação realizada pelo
colega no final da coleta dos testes (estudo cego).
Na elaboração da bateria de testes foram observados os seguintes fatores
considerados necessários para uma correta metodologia:
a) Objetivo dos testes;
b) Capacidade física que seria avaliada;
c) Seleção dos testes que avaliem a especificidade buscada;
d) Levantamento de materiais e equipamentos necessários;
e) Determinação da sequência de aplicação dos testes;
f) Estabelecimento de normas para aplicação dos testes;
g) Padronização;
h) Locais de aplicação;
i) Elaboração de planilhas para coleta de dados.
40
O Quadro 2 relaciona os tipos de testes aplicados aos respectivos
componentes avaliados.
Quadro 2 – Bateria de Testes de Equilíbrio aplicados e seus componentes
avaliados.
TESTE COMPONENTE REFERÊNCIA
Posição Quatro Equilíbrio Estático CARNAVAL, 2000, p. 134
Avião Equilíbrio Estático CARNAVAL, 2000, p. 133
Flamingo Equilíbrio Estático MARINS e GIANNICHI, 2008, p. 100
Amarelinha Equilíbrio Dinâmico CARNAVAL, 2000, p. 135
Dinâmico Equilíbrio Dinâmico MARINS e GIANNICHI, 2008, p. 102
Balance Reabilitation Unit
(BRU™) Equilíbrio Estático BRU®, Medicaa™
4.6.1 Instrumentos de avaliação do equilíbrio corporal:
Tanto a pesquisa laboratorial como a de campo apresentam vantagens e
desvantagens. A pesquisa laboratorial revela-se mais complexa e demanda maior
custo financeiro, e como é realizada em ambiente confinado e com uso de
equipamentos precisos fornecem resultados mais apurados. Já na pesquisa de
campo os testes são mais simples e geralmente requerem pouco espaço e material,
e a atividade dos participantes torna-se mais natural em razão do próprio ambiente e
dos gestos motores usuais. Neste estudo a pesquisa foi realizada em ambos os
ambientes para obtenção de um quadro mais preciso, sendo que os grupos,
inclusive o grupo de sedentários (GS), foram submetidos aos mesmos testes e nos
mesmos ambientes.
41
4.6.1.1 Testes de Campo:
4.6.1.1.1 Estático: Teste posição ¨Quatro¨ (CARNAVAL, 2000, p. 134).
Objetivo: avaliar o equilíbrio estático por meio da capacidade em permanecer
na posição proposta.
Procedimento: indivíduo em pé, descalço, apoiando somente em um dos
membros, deve manter o outro em rotação externa com abdução e semi-flexão do
joelho, com a planta do pé apoiada na altura do joelho do membro inferior que
suporta o peso do corpo (Figura 3). Foi oferecida apenas uma tentativa. Marcou-se o
tempo em segundos que o avaliado permaneceu nessa posição sem receber auxílio.
4.6.1.1.2 Estático: Teste do “Avião” (CARNAVAL, 2000, p. 133).
Objetivo: avaliar o equilíbrio estático por meio da aptidão física em
permanecer na posição proposta.
Procedimento: indivíduo em pé, descalço, apoiado somente em um dos
membros, estende o outro, paralelamente ao solo. O tronco flexionado paralelo ao
solo segue o eixo do membro inferior que está estendido acompanhado de extensão
da articulação coxo-femoral. Os membros superiores devem estar abduzidos
horizontalmente em 90º com relação ao tronco, além de extensão cervical, imitando
a figura de um avião (Figura 4). Foi oferecida apenas uma tentativa. Marcou-se o
tempo em segundos que o testado permaneceu nessa posição, mantendo-se em
equilíbrio estável.
42
4.6.1.1.3 Estático: Teste Posição “Flamingo” (EUROFIT, 1982 apud PORTAL, 2010;
MARINS; GIANNICHI, 2008, p. 100).
Objetivo: avaliar o equilíbrio estático por meio da capacidade em permanecer
na posição proposta. Procedimento: para este teste foi necessário uma trave de
madeira com dimensões de 50 cm de comprimento, 3 cm de largura e 4 cm distante
do solo, com aproximadamente 5 mm de espessura, sustentada por um suporte em
cada extremidade de 15 cm de comprimento e 2 cm de largura. O avaliado em pé,
descalço, apoia-se sobre um dos pés no eixo longitudinal da trave, com o joelho da
perna livre flexionado, o pé mantido à altura dos glúteos com o auxílio da mão do
mesmo lado, procurando imitar a posição do flamingo. O outro braço poderia ser
usado para manter o equilíbrio. Para assumir a posição previamente ao início do
teste, o avaliado apoiava-se no antebraço do avaliador. O teste iniciava quando o
avaliado sentia-se seguro, e largava o antebraço do avaliador, sendo interrompido (o
cronômetro era travado) quando o avaliado perdia o equilíbrio, ou seja, soltava o pé
livre ou quando qualquer parte do corpo tocava no solo, na parede ou no avaliador
(Figura 5) Apenas uma tentativa era oferecida. Marcava-se o tempo em segundos
que o testado permanecia nessa posição, mantendo-se em equilíbrio estável.
4.6.1.1.4 Dinâmico: Teste da ¨Amarelinha¨ (CARNAVAL, 2000, p. 135)
Objetivo: avaliar o equilíbrio em deslocamento (dinâmico).
Procedimento: foi desenhada no chão com giz a forma tradicional da
amarelinha (Figura 6). O indivíduo em pé, calçando tênis esportivo, ficava no
primeiro espaço do desenho, apoiado somente em um dos membros inferiores,
aguardando o início do teste. Deveria percorrer todos os espaços da amarelinha,
saltando somente com um dos pés sem alterná-lo, realizando o percurso de ida e
volta sem perder o equilíbrio. Media-se o tempo gasto em segundos para realizar o
percurso de ida e volta sem perder o equilíbrio (tocar o solo com o outro pé ou
qualquer outra parte do corpo). Caso isso ocorresse, apenas uma nova tentativa era
oferecida conforme protocolo original, sendo que deveria voltar para reiniciar o teste
e só poderia saltar para outro espaço depois de estabilizar o equilíbrio no espaço em
que estava.
43
4.6.1.1.5 Dinâmico: Teste de “Equilíbrio Dinâmico” (JOHNSON; NELSON, 1979
apud MARINS; GIANNICHI, 2008, p. 102)
Objetivo: medir a habilidade de saltar e manter o equilíbrio durante e após o
movimento.
Procedimento: o avaliado assumia a posição em pé, calçando tênis esportivo,
com a perna direita colocada sobre a marca de saída (Figura 7). Deve saltar para a
primeira marca aterrissando sobre a perna esquerda, na ponta do pé, e permanecer
nesta posição tantos segundos quanto possível, até completar 5 (cinco) segundos
conforme o protocolo original. Em seguida, saltava para a segunda marca a direita,
aterrissando sobre a perna direita, na ponta do pé, e assim sucessivamente, de uma
marca a outra. A ponta do pé deveria cobrir completamente a marca colocada no
chão.
Resultado: o resultado para cada marca atingida era de 5 (cinco) pontos, com
a adição de um ponto para cada segundo que permanecia em equilíbrio sobre cada
marca. Quando o avaliado perdia o equilíbrio voltava na marca e só então
prosseguia para a marca seguinte. Os segundos de permanência na marca eram
contados em voz alta para o testado. Os resultados da aterrissagem e de equilíbrio
eram anotados em cada marca. Desta forma o testado atingia uma pontuação
máxima de 10 pontos para cada marca, num total de 100 pontos para todo o teste.
Neste teste algumas penalidades foram aplicadas conforme descrito a seguir:
a) Por erro de aterrissagem - quando eram perdidos 5 (cinco) pontos:
- Falhar ao atingir a marca de aterrissagem;
- Tocar no solo com qualquer parte do corpo que não a ponta do pé;
- Falha na realização do salto.
O avaliado tinha 5 segundos para se recompor de qualquer de qualquer uma
destas falhas.
b) Por erro de equilíbrio – o avaliado perde os pontos remanescentes se cometer
antes de completar os 5 (cinco) segundos qualquer um dos erros a seguir:
- tocar no solo qualquer parte do corpo que não a ponta do pé
- mover o pé enquanto estiver na posição de equilíbrio.
44
4.6.1.2
4.6.1.2 Testes de Laboratório:
Figura 3 – Ilustração do Teste de Equilíbrio Posição Quatro.
Fonte: Acervo Pessoal.
Figura 4 – Ilustração do Teste de Equilíbrio do Avião. Fonte: Acervo Pessoal.
Figura 5 – Ilustração do Teste de Equilíbrio Flamingo. Fonte: Acervo Pessoal (Apêndice D).
Figura 6 – Ilustração do Teste de Equilíbrio Amarelinha. Fonte: Acervo Pessoal.
Figura 7 – Ilustração do Teste Dinâmico de Johnson e Nelson. Fonte: Acervo Pessoal.
45
4.6.1.2. Testes de Laboratório:
4.6.1.2.1 Posturografia Estática: Balance Rehabilitation Unit (BRU®, Medicaa™)
Para avaliar a influência dos outros sistemas (vestibular, visual e sensorial), a
posturografia estática permite a utilização de alguns estímulos sensoriais, que
avaliam a interação e a integração destes três sistemas no equilíbrio corporal. As
condições selecionadas a serem investigadas para alcançar o objetivo do estudo
foram:
1) Posição ortostática sobre piso firme, olhos abertos (posição basal sem
conflito com nenhum sistema);
2) Posição ortostática sobre piso firme, olhos fechados (vendados); (sem input
visual, avalia os sistemas vestibular e somatossensorial);
3) Posição ortostática sobre superfície da almofada de espuma, olhos
fechados (conflitos visual e somatossensorial, avalia o sistema vestibular);
Objetivo: avaliar o equilíbrio estático por meio das medidas da área de
deslocamento do centro de massa (AE e VO) nas três primeiras condições
sensoriais (1, 2 e 3).
Descrição do BRU™ (Figura 8): a plataforma possui uma área de 40 cm X 40
cm, sendo marcada por meio de coordenadas verticais e horizontais, dispõe de uma
linha de 8 cm (linha intermaleolar) para o posicionamento dos pés e uma linha
vertical de 12 cm que intercepta o ponto médio da linha intermaleolar (GAZZOLA et
al, 2009).
Procedimento: o avaliado assume a posição em pé, descalço, em posição
ortostática, sobre a plataforma com os maléolos internos direito e esquerdo
posicionados nas extremidades da linha intermaleolar.
46
Para determinar o LE o avaliado foi instruído a realizar deslocamentos
corporais ântero-posteriores e latero-laterais por meio de estratégia de tornozelo,
sem movimentar os pés ou utilizar estratégias de tronco, movendo-se lentamente até
alcançar o LE na seguinte sequência:
a) para frente; b) retornar à posição inicial; c) para a direita; d) retornar à
posição inicial; e) para a esquerda; f) retornar à posição inicial; g) para trás; e, h)
retornar à posição inicial.
Ao avaliado era solicitada a realização desta sequência de movimentos três
vezes, sem necessariamente completar os 60 segundos reservados para este
procedimento, caso conseguisse realizar o procedimento em menor tempo. O
procedimento era reiniciado se o avaliado movesse os pés ou o tronco.
Para cada uma das três condições escolhidas o avaliado era instruído a
manter-se estático, não movimentando membros superiores, calcanhares e pés, por
60 segundos. Foi oferecida apenas uma tentativa para cada condição.
Por medida de segurança, durante todas as condições um avaliador ficava
próximo aos sujeitos para evitar possíveis acidentes.
Figura 8– Ilustração do Balance Rehabilitation Unit (BRU®, Medicaa™). Fonte: Gazzola et al, 2009.
47
4.6.2 Treinamento de Yoga e ECP
Para este estudo, tanto o grupo PY como o ECP foram submetidos a
treinamentos específicos durante um período previamente estipulado de 150 (cento
e cinquenta) dias que é equivalente a 21 (vinte e uma) semanas.
Este período de treinamento e intervalo entre as aferições foi escolhido, uma
vez que, após algumas semanas de treinamento já são observadas adaptações
fisiológicas significativas (WILMORE; COSTIL; KENNEDY, 2010), e um dos objetivos
deste estudo era verificar se após um período mais longo de treinamento (21
semanas) estas adaptações seriam ainda mais significativas.
Após a realização dos testes de equilíbrio, um Educador Físico colaborador
passou a aplicar ao PY, aulas de Educação Física utilizando-se de técnicas de
Hatha Yoga com base nas posturas de alongamento (ásanas), técnicas de controle
da respiração (pranayama), técnicas de meditação (dhyrana), técnicas de
relaxamento (nidra) e técnicas de contração dos músculos ou órgãos e concentração
(bandha), com sessões de 60 (sessenta) minutos cada, com frequência de três
vezes por semana, durante 150 (cento e cinquenta) dias, seguindo metodologia
própria, sem receber qualquer interferência do pesquisador quanto aos exercícios
físicos ou metodologia a ser aplicada nas aulas.
Da mesma maneira, os integrantes do ECP seguiram cada qual com seu
treinamento individualizado, com sessões de 60 (sessenta) minutos cada, com
frequência de três vezes por semana, durante 150 (cento e cinquenta) dias (entre os
meses de junho e dezembro de 2010), sem receber qualquer interferência do
pesquisador.
Igualmente os integrantes do GS continuaram a não praticar qualquer tipo de
EF durante o mesmo período.
48
Apesar do pesquisador não ter interferido no treinamento no que se refere aos
exercícios físicos realizados por cada grupo, elaborou o planejamento referente ao
período de treinamento, a freqüência semanal e ao tempo das sessões. Após o
período proposto inicialmente, os grupos foram submetidos novamente aos testes
com as mesmas características iniciais, respeitando-se os mesmos protocolos de
avaliação.
As figuras 9 e 10 exemplificam alguns ásanas utilizados nas práticas de Yoga
que em muito se assemelham aos testes aplicados.
Figura 10 – Ilustração de Ásana de Yoga. Fonte: Acervo Pessoal (Apêndice D).
Figura 9 – Ilustração de Ásana de Yoga. Fonte: Acervo Pessoal (Apêndice D).
49
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para a coleta de dados, armazenamento, digitação, tratamento, interpretação
de dados e registro de aferição foram utilizadas planilhas próprias, elaboradas pelo
autor (APÊNDICE C).
Neste trabalho foram utilizados métodos de análise estatística compatíveis
com o tipo de estudo e amostra propostos, devidamente orientados por profissional
competente (CONRE 8250-A), visando dar fidedignidade à análise dos dados
aferidos.
Em todos os testes adotou-se um nível de significância menor ou igual a 5%
(p≤0,05), com todos os intervalos de confiança ao longo do trabalho foram
construídos com 95% de confiança estatística.
Em relação ao número de indivíduos para este estudo, o cálculo estatístico
realizado a partir da amostra demonstrou que um n = 45, com 15 indivíduos em cada
um dos três grupos era o mínimo necessário para a realização do estudo, portanto a
amostra colhida apresentou um número de indivíduos suficiente para a conclusão da
pesquisa (ANEXO A).
Utilizando o poder da amostra do Minitab (power and sample size), calculou-
se as estatísticas descritivas de média e desvio padrão do LE para a amostra total
(Tabela 1).
Tabela 1 – Descritiva para Cálculo do Poder da Amostra.
LE Geral
Inicial Final
Média 261,8 289,9
Desvio padrão 61,4 62,2
N 60 60
Dif 1,4 21,8 22,1
50
A última descritiva da Tabela 1 (Dif 1,4) mostra a diferença (1,4 vezes o valor
do intervalo de confiança com 95%) e com ela mais o desvio padrão, significa que a
amostragem de 60 sujeitos possui um poder de 78,5% (0,785). Considera-se este
um poder alto, o que demonstra que a amostragem está adequada para o estudo
conforme o Gráfico 1.
Para a avaliação dos resultados inicial, final e intergrupos, utilizou-se testes e
técnicas estatísticas paramétricas uma vez que as variáveis possuem distribuição de
normalidade, a qual foi analisada através do teste de Kolmogorov-Smirnov (KS).
Foi utilizado o teste ANOVA – Analysis of variance que se trata de um teste
paramétrico que efetua a comparação de médias utilizando a variância.
Gráfico 1 – Curva do Poder da Amostra. Fonte: Acervo pessoal.
51
5 RESULTADOS
A amostra caracterizou-se por 60 adultos de ambos os gêneros, com média
de idade de 35,47 anos (DP = 7,84 anos), média de peso corporal de 68,58 (DP =
8,52 Kg), média de estatura de 175,23 cm (DP = 8,86 cm). Esta foi uniforme em
termos de média de idade (p = 0.41), peso (p = 0.95) e estatura (p = 0.52). Isto
significa que apesar da amostra não ser aleatorizada, os indivíduos distribuíram-se
uniformemente entre os grupos em relação a estes parâmetros.
Considerou-se neste estudo como melhora ou ganho, a diminuição
(significância estatística) dos valores nas variáveis AE, VO na posturografia estática
(BRU™) e no tempo de realização no teste “Amarelinha”.
Já nas variáveis LE da posturografia estática (BRU™), nos testes “Posição 4”,
“Avião”, “Flamingo” e “Dinâmico”. O aumento dos valores em relação aos obtidos
na avaliação final foram considerados como melhora ou ganho.
5.1 TESTES DE LABORATÓRIO - POSTUROGRAFIA ESTÁTICA DA BRU™
A Tabela 2 apresenta os resultados dos testes de laboratório nas condições
1,2 e 3, referente às variáveis LE e AE em cm2, e VO em cm/seg, por grupos (n =
20), nas fases inicial e final.
52
Tabela 2 – Resultado de cada uma das condições da posturografia estática, por
grupos (n=20), nas fases inicial e final, e a comparação intergrupos.
*Teste Anova (p≤0,05).
**Valor Mínimo – Máximo obtidos.
53
5.1.1 Ganho de performance por grupo na avaliação posturográfica.
Em relação ao ganho de performance de cada grupo e na comparação
intergrupo, obtivemos os seguintes resultados:
O Gráfico 2 apresenta a comparação do ganho de cada grupo por média na
avaliação referente ao LE por grupos. O LE aumentou em todos os grupos, com
destaque no PY. Ao analisar a diferença entre grupos após 150 dias de treinamento,
tanto PY como ECP apresentaram ganho maior do LE (p < 0,001) comparando com
o GS (p < 0,026), indicando uma melhor estabilidade corporal nestes dois grupos.
O Gráfico 3 compara o ganho de cada grupo em relação à AE na condição 1,
demonstrando que todos grupos tiveram evolução nesta variável.
Gráfico 2 – Ganho por grupos em relação ao LE.
54
O gráfico 4 compara os ganhos de cada grupo em relação à VO na condição
1 por meio das médias dos resultados antes e após o EF, por grupos, sendo que
somente o GS não teve ganho significativo (p = 0,155), destacando-se o ganho do
PY em relação aos demais.
Gráfico 3 – Ganho por grupos em relação à AE na condição 1
Gráfico 4 – Ganho por grupos em relação à VO na condição 1
55
O gráfico 5 compara os ganhos de cada grupo em relação à AE na condição 2
por meio das médias dos resultados antes e após o EF, por grupos, sendo que
somente o GS não teve ganho significativo (p = 0,304).
O gráfico 6 compara o ganho de cada grupo por meio da média da VO na
condição 2, nas fases inicial e final. Observa-se uma redução (ganho) da AE do PY
seguido pelo ECP, e um aumento (perda) do GS (p = 0,369).
Gráfico 5 – Ganho por grupos em relação à AE na condição 2
Gráfico 6 – Ganho por grupos em relação à VO na condição 2
56
A condição 3 avalia o indivíduo na posição ortostática, com os olhos fechados
e na superfície instável. Em relação à AE observou-se novamente que o PY
destaca-se em relação aos demais (Gráfico 7).
Em relação à VO, o PY apresentou uma redução maior que o ECP e o GS
não apresentou diferença após 150 dias (Gráfico 8).
Gráfico 7 – Ganho por grupos em relação à AE na condição 3
Gráfico 8 – Ganho por grupos em relação à VO na condição 3
57
5.2 TESTES DE CAMPO
Tabela 3 – Avaliação das variáveis dos testes de campo, por grupos (n=20), nas
fases inicial e final, e comparação intergrupos.
*Teste Anova (p≤0,05).
**Valor Mínimo – Máximo obtidos.
58
No teste “Posição 4”, quanto maior for o tempo de permanência nesta posição
(maior o ganho), melhor a sua performance. O PY apresentou ganho melhor em
relação ao ECP e este em relação ao GS (p<0,001) (Gráfico 9).
No teste “Posição Avião”, comparando-se a diferença entre os ganhos na
avaliação final no teste do “avião” (Gráfico 10), verificou-se que somente o GS (p =
0,422) não teve ganho significativo, existindo diferença estatística entre todos eles
(GS e ECP, PY e ECP) (p < 0,001).
Gráfico 9 – Ganho por grupos em teste “Posição 4”
Gráfico 10– Ganho por grupos em teste “Avião”
59
No teste “Posição Flamingo” todos os grupos, com exceção do GS,
apresentaram melhora da performance neste teste após o período de EF. Isto é,
aumentaram o tempo de permanência nesta posição sem se desequilibrarem. O
Gráfico 11 apresenta a comparação das médias de tempo de execução deste teste,
em cada grupo, assim como o ganho final. A performance do PY superou a dos
demais grupos.
No teste “Amarelinha” todos os grupos obtiveram melhora conforme se
verifica na Tabela 3. O gráfico 12 apresenta a comparação do ganho final de cada
grupo neste teste. Observa-se que o PY executou a tarefa em tempos menores
depois da prática de EF.
Gráfico 12 – Ganho por grupos em teste “Amarelinha”
Gráfico 11–Ganho por grupos em teste “Flamingo”
60
No teste dinâmico, o ECP e PY apresentaram melhora na execução da tarefa
após o período de treinamento conforme se verifica na Tabela 3. O gráfico 13
compara a média da avaliação deste teste, por grupos e o ganho final, observando
um maior ganho no PY. Verificou-se diferença estatística entre todos os grupos na
avaliação final, principalmente entre ECP e GS (p < 0,015) e entre PY e ECP (p <
0,001).
Gráfico 13 – Ganho por grupos em teste “Dinâmico”
61
6 DISCUSSÃO
Existem evidências que a prática regular de EF melhora todas as capacidades
físicas, ou seja, a velocidade, a resistência, a força, as capacidades aeróbias e
anaeróbias e também o equilíbrio corporal.
Nesse sentido, Matsudo (2009) relata que a prática contínua de EF, realizada
por indivíduos com mais de 50 anos, pode minimizar deficiências de equilíbrio
existentes por meio do aumento da força muscular dos membros inferiores e coluna
vertebral, proporcionando melhora do tempo de reação, sinergia motora das reações
posturais, velocidade de andar, mobilidade e flexibilidade.
A periodização do treinamento refere-se às alterações ou às variações
implementadas durante um determinado período (WILMORE; COSTIL; KENNEDY,
2010). Corroboram com esta opinião Andreotti e Okuma (1999), afirmando que o
indivíduo percebe diversas alterações fisiológicas, dentre elas a melhora do
equilíbrio, após três meses de prática regular de EF e que devem ser realizados com
frequência mínima de duas vezes por semana com sessões de pelo menos quarenta
minutos. Por esta razão, neste estudo foi realizado treinamento por um período de
150 dias, com freqüência semanal de três vezes e sessões de 60 minutos cada.
Não houve desistência ou resistência a aplicação dos testes, significando em
uma aderência de 100% por parte dos voluntários. A maior dificuldade encontrada
foi em adequar à disponibilidade do pesquisador a dos voluntários com a do
laboratório.
O parâmetro do ganho foi aplicado em todos os testes de avaliação do
equilíbrio estático e dinâmico, pelo fato do PY e ECP serem fisicamente ativos antes
da coleta e desta forma, os valores encontrados inicialmente em todos os testes
serem diferentes do GS. Para remover este viés, a análise comparativa utilizou o
parâmetro do ganho para avaliar se existiu diferença entre os grupos após o
treinamento físico, isto é, se o EF apresentou impacto diferente nos praticantes.
62
6.1 EQUILÍBRIO ESTÁTICO NA POSTUROGRAFIA COM A BRU™
Neste estudo verificou-se que após 150 dias o LE de todos os grupos teve
diferença estatística, porém o ganho do ECP e do PY foram maiores (p < 0,001) que
o do GS (Tabela 2).
Verificou-se ainda que na avaliação final houve diferença estatística entre
todos os grupos, sendo maior entre PY e ECP (p < 0,001) do que entre ECP e GS (p
< 0,044).
O ganho real de cada grupo foi considerável para o ECP (28,4 cm2) e um
ganho expressivo para o PY (54,2 cm2). Sugerindo que a prática de Yoga permitiu
um melhor controle do equilíbrio corporal na posição estática (Gráfico 2).
Nesta primeira variável já é possível verificar os efeitos do EF sobre os
grupos, e as respostas motoras ocorridas mais facilmente a partir de treinamentos
regulares promovendo alterações crônicas.
Na condição 1, em relação à AE, os três grupos apresentaram diferença
estatística (p < 0,001) após a fase final (Tabela 2). Entre os grupos também houve
diferença estatística, sendo que entre ECP e GS (p < 0,009) e entre PY e ECP (p <
0,001), mas analisando o ganho real ocorrido em cada grupo (Gráfico 3), verificou-se
que o GS teve um ganho menor (0,08 cm2) comparado ao ECP (0,27 cm2), que por
sua vez foi menor que o ganho do PY (0,78 cm2).
A explicação para a melhora verificada no GS provavelmente tem relação
com o fato de já conhecerem o teste e ou mesmo da facilidade de realizá-lo.
Em relação à VO nesta condição basal, verificou-se na Tabela 2 que o GS
manteve a mesma média inicial e final (0,90 cm/s) não apresentando alteração nesta
variável. Os outros dois grupos tiveram uma diminuição significativa (p < 0,001), com
um ganho de 0,09 cm/s para o ECP e de 0,36 cm/s para o PY como demonstrado no
63
gráfico (Gráfico 4), indicando que o GS continuou com uma grande VO comparado
aos demais grupos.
A condição 2 verifica a integridade do sistema vestibular e somatossensorial
frente a ausência do input visual. A AE do GS praticamente se manteve estável e
sem diferença estatística (p = 0,304), porém tanto o ECP como o PY tiveram uma
redução da AE e apresentaram diferença estatística (p < 0,001) para ambos (Tabela
2). Isto sugere que a prática destes exercícios físicos apresenta influência no
equilíbrio corporal em razão do fortalecimento muscular e noções corporais e
espaciais possivelmente adquiridas com o treinamento.
O ganho real, caracterizado pela diminuição da AE, foi significativo para o
ECP (0,20 cm2) em relação ao GS (0,01 cm2) (Gráfico 5). Entretanto o ganho do PY
foi aproximadamente o triplo (0,59 cm2) comparado ao do ECP, com diferença
estatística (p < 0,001) entre os dois grupos. Estudo realizado por Freitas Junior.
(2003) analisou a oscilação corporal de jovens, adultos e idosos, num total de 40
sujeitos, encontrou valores maiores de AE nas tarefas realizadas com os olhos
fechados (p < 0,05). Verifica-se que os EF de Yoga e Com Pesos influenciaram
positivamente no equilíbrio corporal dos praticantes, em especial ao PY, pois os
ásanas realizados favorecem a adaptação a posturas estáticas com os olhos
fechados.
Quanto à VO (Tabela 2), novamente o GS praticamente se manteve estável e
sem diferença estatística (p = 0,369), diferentemente dos outros dois grupos que
tiveram uma redução significativa (p < 0,001). PY teve uma redução de 3,5 vezes
sua média (inicial 0,95 cm/s – final 0,53 cm/s = redução de 0,42 cm/s) comparada ao
ECP (inicial 1,06 cm/s – final 0,94 cm/s = redução de 0,12 cm/s) (Gráfico 6).
Verificou-se que o PY apresentou maior ganho que ECP (p < 0,001).
Nesta condição com conflito visual, tanto para a AE como para a VO, o GS
continuou a ter grandes amplitudes de movimento ou grande velocidade de
deslocamento em relação aos demais grupos, fatores que indicariam uma baixa
qualidade do equilíbrio. Possivelmente, tanto o ECP como o PY tiveram melhores
64
resultados nesta variável por terem adquirido maior habilidade de corrigir as
oscilações em razão do EF, destacando-se o PY que realizou alguns treinamentos
(como parte da técnica, sem interferência do pesquisador) em que os ásanas eram
efetuadas com os olhos fechados durante longo tempo, colaborando para a melhora
do equilíbrio corporal na ausência de input visual, reforçando a teoria da
especificidade, em que uma determinada capacidade física melhora com o
treinamento específico.
A condição 3 (superfície instável e sem input visual) é o teste mais difícil e
sensível a ser executado, em que com o sistema vestibular é testado, pois não há
pistas visuais (olhos fechados) e sensoriais (sobre a espuma). Novamente o GS
manteve-se estável e sem diferença estatística (p = 0,764), porém tanto o ECP como
o PY tiveram uma redução da área de elipse e apresentaram diferença estatística (p
< 0,001) após o período de treinamento (Tabela 2). Este fato sugere que tanto Os
ECP como a Yoga influenciam positivamente na melhora funcional do sistema
vestibular após 150 dias de treinamento, destacando-se principalmente o PY, cujo
ganho foi maior, comprovada pela diferença estatística (p < 0,001) entre PY e ECP.
O Gráfico 7 ilustra a diminuição importante da AE após os EF nos grupos de
Yoga e ECP, sendo que o GS teve um pequeno aumento (0,08 cm2), o que reflete
uma piora frente a este conflito, enquanto que o ECP teve uma diminuição da sua
média (0,48 cm2), mas novamente o ganho do PY foi expressivo (1,26 cm2) quando
comparado ao do ECP, o que representa uma diferença estatística (p < 0,001) entre
PY e ECP. Segundo Mccollum, Shupert e Nasher (1996), mesmo com a supressão
das informações sensoriais em superfícies macias (espuma) e supressão visual
(olhos fechados) os indivíduos saudáveis conseguem a manutenção da postura,
sugerindo uma habilidade do sistema nervoso em mudar discretamente a fonte de
informação sensorial fazendo com que o sistema vestibular atue em substituição aos
sistemas suprimidos. Como neste estudo a única diferença entre os grupos era a
prática ou não de EF, este fato sugere que a prática de EF (principalmente a Yoga)
influencia positivamente no sistema vestibular.
65
O mesmo resultado é verificado na VO nesta condição (Tabela 2), em que o
GS manteve-se estável e sem diferença estatística (p = 0,970), enquanto o ECP
reduziu sua velocidade de oscilação (p < 0,001) e o PY também obteve redução
significativa (p < 0,001).
O Gráfico 8 ratifica a afirmação da melhora da função vestibular frente à
prática de EF, já que o GS não obteve redução da VO (0,00 cm/s), mantendo uma
grande VO, contra uma redução significante (ganho) do ECP (0,27 cm/s) e uma
redução expressiva do PY (0,83 cm/s), verificando-se uma diferença estatística entre
ECP e GS (p < 0,009) e entre PY e ECP (p < 0,001).
Com a aplicação de conflito visual e somatossensorial, verificou-se que o GS
teve os piores resultados, chegando até mesmo a apresentar certa piora na AE
comparando-se as avaliações iniciais e finais. Para que o indivíduo possa suportar a
ação das forças externas que agem sobre o corpo mantendo assim o equilíbrio
corporal, o sistema muscular deve estar fortalecido manifestando esta força motora
no aparelho locomotor por meio do EF, que segundo Mann (2009) reduz a perda de
tônus muscular e consequentemente, melhorando o equilíbrio corporal, fator este
não experimentado pelo GS.
Os dados coletados na posturografia estática da BRU™, após a prática de
EF, sugerem que alguns treinamentos da Yoga (como exemplos nas figuras 9 e 10)
ocasionam conflitos importantes nos sistemas relacionados ao equilíbrio corporal e,
a prática diária e regular, contribui para melhorar ainda mais o funcionamento e a
integração destes. Este fato provavelmente decorreu porque a prática de Yoga não
só melhora a força muscular nos membros inferiores por meio da isometria na
realização dos ásanas (observado na comparação com o ECP, cujo ganho foi
menor, com p< 0,001), como também influenciou sobre os outros sistemas
relacionados ao equilíbrio (vestibular e somatossensorial).
6. 2 TESTES DE CAMPO: AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Observamos que no mais fácil dos testes de campo realizado neste estudo
(teste posição quatro), no qual se esperava que os voluntários conseguissem
66
permanecer por maior tempo nesta posição (CARNAVAL, 2000), segundo a Tabela
3 todos os grupos tiveram boa performance após 150 dias.
Todavia, o Gráfico 9 mostra a enorme diferença da evolução entre os grupos,
com um menor ganho para o GS (0,5 seg), um ganho considerável para o ECP (3,8
seg) e um maior ganho para o PY (24,8 seg), apresentando diferença estatística
entre todos os grupos (p < 0,001). Este resultado deixa claro que apesar de o GS ter
melhorado entre as avaliações, este ganho foi mínimo comparado aos outros dois
grupos. O menor ganho do GS, apesar de ser estatístico, pode ser explicado
simplesmente pela facilidade de realização do teste, em que a partir de uma única
experiência o executor reconhece e aprende o teste, que pode ser treinado pelo
executor a qualquer momento dado sua facilidade de realização e inexigibilidade de
equipamentos.
No Teste Posição Avião (Tabela 3) avaliou-se o equilíbrio estático e tempo de
permanência nesta posição (CARNAVAL, 2000), sendo que quanto maior este
tempo, melhor a habilidade em realizar o teste. O GS não obteve ganho (p = 0,422),
diferentemente dos outros dois grupos que efetivamente tiveram melhora, com
diferença significante para ambos (p < 0,001). Neste teste, provavelmente a prática
de Yoga influenciou positivamente o sistema vestibular, pois frente ao conflito
somatossensorial (posição estática unipodal) e vestibular (inclinando o corpo,
modificando o centro de massa, mantendo-se estático por um período de tempo), o
PY apresentou um ganho maior que o ECP. Somente a aquisição de resistência e
força muscular como no caso do ECP, não justificaria a melhora desta performance
nos praticantes de Yoga.
O Gráfico 10 reflete muito bem esta análise, em que o GS praticamente ficou
estagnado (0,1 seg), o ECP teve aumento significante (1,8 seg) e ganho notório no
PY (11,3 seg). Comparando-se a diferença entre os grupos na avaliação final,
verificou-se diferença estatística entre grupos praticantes e o GS (p < 0,001).
No Teste Posição Flamingo, o mais difícil dos testes que avaliam o equilíbrio
estático utilizados neste estudo por exigir muita concentração e ser de difícil
67
permanência na posição exigida (EUROFIT, 1982 apud PORTAL, 2010; MARINS;
GIANNICHI, 2008), a análise dos resultados é muito parecida com a do teste
anterior, uma vez que o GS novamente não teve evolução considerável (p = 0,262),
e os demais grupos evoluíram como esperado (p < 0,001) (Tabela 3). Neste teste, o
conflito somatossensorial é maior em relação aos outros testes apresentados, pois
além da posição estática unipodal, o indivíduo deve manter-se equilibrado em uma
superfície de apoio menor (trave), exigindo do sistema vestibular maior controle
postural, uma vez que o EF não apresenta nenhuma influência sobre o sistema
visual do indivíduo. Este dado corrobora com os resultados observados na condição
3 da posturografia estática (superfície instável), que é a mais conflitante de todas.
O Gráfico 11 ilustra as diferenças significativas em cada grupo, sendo que o
GS pouco avançou (0,04 seg), o ECP teve melhora significante (0,80 seg) em
relação ao GS e mais uma vez o PY despontou com uma diferença equivalente a
sete vezes (5,66 seg) a obtida pelo ECP (p < 0,001). Provavelmente a grande
melhora verificada no PY possa ser atribuída aos diversos ásanas existentes na
prática de Yoga nos quais o praticante permanece por longos períodos em posição
vertical unipodal.
6. 3 TESTES DE CAMPO: AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DINÂMICO
Com relação aos testes de equilíbrio dinâmico, o primeiro dos testes de
campo, o Teste Amarelinha, no qual era esperada redução do tempo de realização
da tarefa (CARNAVAL, 2000), verifica-se na Tabela 3 situação análoga a anterior,
em que o GS evoluiu pouco (p = 0,010) comparado ao ECP e PY que tiveram maior
evolução significativa (p < 0,001).
Assim, o Gráfico 12 ilustra o GS com pequena alteração (0,70 seg), enquanto
o PY apresenta um ganho significativo (3,90 seg), seguido pelo ECP (2,20 seg).
Comparando-se a diferença entre os grupos na avaliação final, verificou-se diferença
estatística (p < 0,001) entre os grupos praticantes e os sedentários, e em especial, o
PY e ECP.
68
No Teste Dinâmico, há maior exigência da habilidade do equilíbrio dinâmico
em relação aos anteriores, observou-se que o GS novamente não melhorou sua
performance (p = 0,763) e já o ECP obteve uma melhora significativa (p = 0,002),
assim como o PY (p < 0,001) (Tabela 3). Verificou-se diferença estatística entre
todos os grupos na avaliação final, sendo que entre ECP e GS (p < 0,015) e entre
PY e ECP (p < 0,001).
No Gráfico 13, verificou-se que GS teve pequena involução (0,03 seg), o ECP
obteve considerável melhora (2,80 seg), assim como em todas as variáveis
analisadas anteriormente, o PY superou os demais grupos em termos de ganho
(17,8 seg).
Verificou-se que na habilidade de equilíbrio dinâmico o GS praticamente se
manteve estável, obtendo menor ganho no primeiro teste e uma pequena perda no
segundo teste. Por sua vez, tanto o ECP quanto o PY tiveram um grande aumento
na performance, principalmente no último teste em que o PY despontou em relação
aos demais. Novamente verificou-se que a prática de EF provocou efeitos positivos,
em especial aos praticantes de Yoga. Possivelmente estes ganhos tenham ocorrido
em razão do fortalecimento muscular dos membros inferiores proporcionados pela
prática. Reforça esta idéia o estudo sobre o aumento da força muscular em jovens
praticantes de Yoga realizado por Tran et al. (2001), no qual relatam que os
voluntários tiveram um aumento de 28% no ganho de força na musculatura anterior
da coxa.
Segundo Oliveira (2007), os ásanas realizados na Yoga assemelham-se aos
exercícios propostos por Cawthone e Cooksey reconhecidos, por promoverem
melhoras no equilíbrio corporal em pacientes com disfunção vestibular.
Além disso, Gauchard (1999) relata que os praticantes de Yoga vivenciam e
treinam continuamente situações de equilíbrio corporal, em que os estímulos
somatossensoriais necessários ao equilíbrio corporal são constantemente exigidos
durante os ásanas. Enfatiza o autor que muitos destes exercícios são realizados
com os olhos fechados exigindo a participação do sistema vestibular. Isso corrobora
69
com um conceito visto anteriormente, o princípio da especificidade do treinamento,
em que para ocorrer uma melhora de uma capacidade física específica (equilíbrio)
devem ser treinados movimentos específicos e a coordenação motora exigida.
Sabe-se que o treinamento produz a criação de padrões motores que são
solicitados conforme a necessidade e contribuem para aquisição de um maior
número de gestos motores (individuais) que vão construir o vocabulário motor
(conjunto dos gestos) que por fim formarão a coordenação motora como um todo,
otimizando a utilização dos sistemas envolvidos para realização das tarefas com
precisão e eficiência (HERNANDES JUNIOR; OLMOS, 2002).
Indivíduos que nunca praticaram EF têm dificuldade de aprendizagem motora,
então o sedentário não terá como utilizar estes engramas motores simplesmente
porque ele não os adquiriu, dificultando a realização de certas tarefas físicas, por
sua vez os indivíduos ativos fisicamente têm maior facilidade de resposta aos
estímulos propostos por terem adquirido e armazenado estes engramas motores por
meio do treinamento (HERNANDES JUNIOR; OLMOS, 2002).
As informações relativas ao posicionamento dos segmentos corporais são
fornecidas pelo sistema sensorial, e o sistema motor é responsável pela ativação
correta e adequada de músculos para realização dos movimentos. Isso corrobora
com a idéia de que para a realização de tarefas em que seja exigido um melhor
controle motor fino (equilíbrio dinâmico), necessita também estar preparado
fisicamente para sua execução (treinamento), otimizando as fontes energéticas e os
grupos musculares envolvidos (FREITAS; DUARTE, 2006). Esta otimização é fator
observado na Yoga por empregar os músculos necessários à execução da tarefa
com o mínimo de esforço.
Nas duas modalidades de treinamento escolhidas para este estudo, verifica-
se que o EF foi benéfico ao equilíbrio corporal, e mais ainda, que os praticantes de
Yoga tiveram maior ganho nesta capacidade física em relação aos ECP.
Os exercícios físicos com pesos promovem melhora da força e da resistência
muscular e segundo Mann (2009), a prática contínua de EF causa efeitos benéficos
70
aos sistemas sensorial e motor contribuindo para o equilíbrio corporal. Treinamentos
de 12 semanas (24 sessões) de musculação ou 48 semanas (134 sessões) de
exercícios físicos combinados (caminhada, musculação e equilíbrio) revelaram
resultados positivos na avaliação objetiva (testes), conquistados também na
avaliação subjetiva (aplicação de questionários) com 15 semanas (15 sessões) de
Tai-Chi, 8 semanas (16 sessões) de dança, 10 semanas (20 sessões) de atividades
aquáticas e 12 semanas (24 sessões) de treino de musculação (MANN, 2009).
A prática da Yoga pode melhorar significativamente o controle postural
dinâmico em indivíduos com idade acima de 60 anos, mas faltam estudos que
comprovem este fato em adultos também (GAUCHARD, 1999).
A literatura não cita ECP específicos para equilíbrio, diferentemente da Yoga
onde muitos de seus EF (ásanas) são voltados especificamente para a manutenção
do equilíbrio corporal. Segundo Gharote (2007) estes ásanas submetem o praticante
a posturas de difícil permanência por períodos prolongados de tempo, muitas vezes
com os olhos fechados, em bases com os pés unidos, em apoio unipodal, e até
mesmo com inversão da posição da cabeça (cabeça para baixo). Isso pode gerar
um fenômeno conhecido como Habituação, no qual a realização de estímulos
repetitivos aumenta a propriocepção do indivíduo (HORAK, 2006; SHUMWAY-
COOK; WOOLLACOTT, 2003).
Segundo Caovilla e Ganança, 1998 (apud Gazzola, 2009), são necessários
estímulos repetitivos e prolongados para que haja adaptação e compensação da
disfunção vestibular, sugerindo que a prática de ásanas, por ser repetitiva e de
permanência prolongada, influencia positivamente no funcionamento e na integração
dos sistemas vestibulares e somatossensorial.
Obviamente existem limitações neste estudo, tais como a falta de supervisão
e controle dos voluntários quanto à sequência de exercícios físicos e sua execução,
no entanto, outros estudos que apresentaram contribuições importantes à literatura
também não realizaram efetivo controle sobre os métodos de treinamento utilizados
pelos voluntários, baseando suas conclusões nos resultado das pesquisas, tal como
a dissertação de mestrado feita por Machado (2005) visando a validação de um
71
modelo de predição do VO2 Máximo baseado na frequência cardíaca, no qual aos
voluntários eram aplicados testes de mensuração desta capacidade, sem levar em
conta a modalidade praticada, a intensidade ou a freqüência do treinamento
realizado. Nesta linha, outro importante estudo, desta vez analisando o equilíbrio
corporal em idosos praticantes de exercícios físicos foi realizado por Ramos (2003),
que utiliza voluntários de um programa de treinamento físico de longo tempo (15
meses), mas não há intervenção direta do pesquisador quanto aos exercícios físicos
aplicados e não ocorre a supervisão quanto à aderência aos treinamentos. Ambos
os estudos trouxeram importantes contribuições no aspecto da mensuração das
capacidades físicas avaliadas.
Corrobora com está idéia o estudo realizado por Lubetzky-Vilnai e Kartin
(2010), em que compara vários estudos sobre a melhora do equilíbrio corporal por
meio de diversas modalidades de treinamento físico, relatando que muitos desses
estudos não apontam detalhes quanto à intervenção aplicada nem a dosagem
correta (volume, freqüência e intensidade) a ser utilizada para se alcançar o objetivo
proposto. Os autores encontraram uma diversidade de programas utilizados,
relacionando dentre estes 12 estudos que utilizaram como intervenção uma
“abordagem centrada no paciente”, ou seja, o participante escolheu o método de
treinamento e o seguiu sem controle ou supervisão, o que dificulta atribuir a melhora
do participante a uma intervenção específica. Apesar de não ter ocorrido a efetiva
supervisão dos treinamentos, não desmerece os resultados obtidos nem sua
importância, assim como neste estudo.
72
7 CONCLUSÃO
Os indivíduos praticantes de exercícios físicos apresentaram melhor equilíbrio
corporal em relação aos sedentários, independente do tipo de treinamento físico
investigado neste estudo.
A prática de Yoga propiciou a melhora ou manutenção do equilíbrio corporal
comparado a indivíduos sedentários e a praticantes de exercícios físicos com pesos,
sendo que o grupo praticante de Yoga apresentou um ganho significativo do
equilíbrio corporal, em relação aos demais grupos.
73
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GLOSSÁRIO
ACUIDADE VISUAL: agudeza de visão; capacidade do sistema visual para resolver
detalhes;
ADAPTAÇÃO: na Fisiologia do Exercício é uma reorganização orgânica e funcional
do organismo, frente às exigências internas e externas; são mudanças persistentes
na estrutura ou na função particularmente relacionadas às respostas, às
sobrecargas do treinamento; na área do Controle Motor é o ajustamento no
desenvolvimento cognitivo que uma criança faz às restrições ambientais e
subseqüentes intelectualização do ajustamento por meio da assimilação e
acomodação.
AFLUENTES: menos afortunadas, sem abundância de bens, pouca riqueza;
ALEATORIZADO: amostra aleatória;
ANAMNESE: é a reunião de informações sobre a história passada do indivídou com
respeito a certos aspectos de sua vida. É usualmente conduzida em forma de
entrevista;
APTIDÃO FÍSICA: capacidade de rendimento físico ou realização das tarefas diárias
com maior eficiência;
ATIVIDADE FÍSICA: todo movimento corporal não sistematizado, produzido por
músculos esqueléticos que produz gasto de energia;
AUTO-ESTIMA: grau de positividade que o indivíduo sente em relação a si mesmo;
BIOMECÂNICA: subdisciplina da Biofísica que estuda as estruturas e funções dos
sistemas biológicos, usando conceitos, métodos e leis da mecânica; a Biomecânica
do Movimento Humano trata do assunto do movimento durante o trabalho, na vida
83
diária e nos esportes; a Biomecânica do Esporte objetiva a descrição quantitativa e
qualitativa dos movimentos nos esportes;
CENTRO DE GRAVIDADE: um ponto simples, onde toda a massa está
concentrada; no corpo humano, o centro de gravidade não é um ponto fixo em uma
parte especifica do corpo; com as mudanças de posição do corpo, o centro de
gravidade muda de posição;
CEREBELO: a parte póstero-inferior do cérebro que contem os centros de controle
do equilíbrio em duas partes chamadas hemisférios;
COGNIÇÃO: ato ou processo de saber: pensamentos e sentimentos, tais como
expectativas, imagem, auto-verbalização e atribuições;
CONSCIÊNCIA CORPORAL: reconhecimento, identificação e diferenciação da
localização do movimento e dos inter-relacionamentos das partes corporais e do
todo; a orientação espacial do executante e a localização do corpo no meio
ambiente;
CÓRTEX CEREBRAL: camada externa dos hemisférios cerebrais, constituída pela
substância cinzenta; preenche quase todas as funções intelectuais e voluntárias;
responsável pela consciência, memória, percepção e dedução;
CÓRTEX MOTOR: responsável pelo movimento;
DADOS ESTATÍSTICOS: números de membros de um subconjunto de uma
população ou de uma amostra que têm as características definidas por um
subconjunto do domínio de uma variável aleatória; são os escores obtidos em um
teste ou medida;
DELETÉRIO: nocivo à saúde;
84
EDUCAÇÃO FÍSICA: sistematização, planejamento das atividades físicas com
intuito de promover a saúde e o bem-estar; Trata-se de uma Ciência;
EFICIÊNCIA: Relacionada ao movimento humano e à proporção de trabalho
realizado pelo gasto energético; em geral, durante o exercício, a eficiência do corpo
humano é aproximadamente 20 a 30%;
ENDÓCRINO: que lança diretamente no sangue o produto de sua elaboração;
ENERGIA: capacidade de realizar trabalho;
ENGRAMAS MOTORES: padrões motores memorizados e armazenados tanto nas
áreas sensoriais quanto motoras do encéfalo e que são solicitados conforme a
necessidade;
EPIDEMIOLOGIA: estudo da distribuição e determinantes dos estados relacionados
à saúde;
ESTÍMULO: no esporte e na atividade física o movimento é o estímulo para o corpo
se adaptar e conseqüentemente desempenhar melhor suas funções;
FATOR DE RISCO PRIMÁRIO: sinal ou comportamento diretamente relacionado ao
surgimento de determinadas doenças, independentemente de outros fatores de
risco;
FATOR DE RISCO SECUNDÁRIO: característica ou comportamento que aumenta o
risco quando fatores de risco primários estão presentes;
FENÓTIPO: tudo aquilo que é acrescido ou somado ao indivíduo a partir do seu
nascimento, entre eles: habilidades desportivas, consumo máximo de oxigênio,
percentual real dos tipos de fibras musculares, potencialidades expressas;
85
FILOSOFIA: estudo que se caracteriza pela função de ampliar incessantemente a
compreensão da realidade, no sentido de aprendê-la na sua totalidade, quer pela
busca da realidade, capaz de abranger todas as outras;
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO: estudo das adaptações fisiológicas do organismo
quando exposto ao estresse agudo ou crônico do exercício físico;
FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO: é uma força igual e oposta ao solo, para com toda
força aplicada contra ele;
FREQÜÊNCIA: na Teoria do Treinamento, este termo é usado para designar a
quantidade total de estimulo de movimentos que é oferecido ao corpo num
treinamento. É chamado volume de treinamento e expresso pela duração ou
distancia ou numero de repetições executadas;
GENÓTIPO: carga genética transmitida ao indivíduo que determinará diversos
fatores, entre eles: o somatotipo, força máxima possível, aptidões intelectuais,
aptidões físicas potencializadas (capacidade respiratória (V02), percentual de fibras
musculares);
HABILIDADE MOTORA: atos motores que surgem dos movimentos da vida diária
do ser humano, expressa um grau de qualidade de coordenação dos movimentos;
encontra-se nos movimentos do dia-a-dia e do trabalho, como também na área dos
esportes;
HIPERTENSÃO: pressão sangüínea elevada acima da amplitude normal. Pode ser
causada pelo envelhecimento, doença coronariana, doença renal, estresse,
obesidade ou ainda qualquer condição que comprima os vasos;
HIPÓTESE: afirmação conjectural, suposição, sobre o relacionamento entre duas ou
mais variáveis, pela qual de antecipa um conhecimento, e que poderá ser
posteriormente confirmada direta ou indiretamente; normalmente elas se baseiam
em informações previas que se creditam serem verdadeiras;
86
HOMEOSTASE: equilíbrio dinâmico das células do corpo;
INPUT VISUAL: conjunto de informações recebidas por meio da visão;
INTENSIDADE: ação mediante a qual se realiza um exercício; grau de vigor de um
exercício;
ISOCINÉTICO: máquinas de treinamento da força muscular que operam com
velocidade constante sobre toda a amplitude do movimento e, portanto, a tensão
desenvolvida pelo músculo enquanto se encurta é máxima durante toda a amplitude
do movimento; também chamados de exercícios de resistência acomodada;
ISOMÉTRICA: forma de contração muscular na qual o tamanho das fibras
musculares permanece constante (não há deslocamento segmentar) e durante a
qual somente a tensão muda;
ISOTÔNICO: forma de contração muscular, do tipo concêntrico ou excêntrico, contra
uma resistência constante por meio de uma amplitude inteira do movimento;
LONGITUDINAL: relativo ao comprimento;
MECANORECEPTOR: sensores especializados localizados nas juntas, tendões ou
músculos que são estimulados por deformações mecânicas;
METABOLISMO: soma de todos os processos físicos e químicos nos quais o corpo
fornece energia para a manutenção da vida;
MOTONEURONIO: célula nervosa que compreende a via entre o cérebro ou coluna
espinhal e o órgão efetor, um músculo ou glândula; também chamado neurônio
motor;
OPULENTAS: com abundância de bens, grande riqueza, fausto, magnificência;
87
PERFORMANCE: sinônimo de desempenho; realização bem sucedida ou melhor
possível de uma tarefa;
PLATAFORMA DE FORÇA: aparelho plano destinado a medir os componentes e
pontos de aplicação de forças de contato aplicadas à superfície de trabalho;
PMESP: Polícia Militar do Estado de São Paulo;
PROPRIOCEPTOR: célula especializada e altamente sensível a uma forma
específica de estímulo físico;
PSICOMOTOR: refere-se aos efeitos motores dos processos mentais. Diz-se de
partes do cérebro relacionadas com os movimentos;
QUALIDADE FÍSICA: termo genérico para a coordenação, flexibilidade, força,
velocidade, resistência e equilíbrio; são comuns outros termos genéricos como
capacidades motoras, características motoras, atributos físicos, bases físicas de
rendimento;
REDE DE CAUSAS: modelo epidemiológico que mostra as interações complexas
dos fatores de risco associadas a uma doença;
RELAXAMENTO: regresso de um músculo ou grupo muscular a seu comprimento
normal ou habitual após uma contração. Atenuação da tensão mental, isto é, a
redução do estado de ansiedade, medo, cólera ou qualquer reação emocional;
SAÚDE MENTAL: termo genérico utilizado para se referir à ausência de distúrbios
mentais e à capacidade de administrar com sucesso os desafios diários e as
interações sociais da vida;
SEDENTÁRIO: estado em que o indivíduo se movimenta muito pouco, e em
conseqüência disto, apresenta níveis muito baixos de condicionamento físico;
88
SENESCÊNCIA: processo de envelhecimento, velhice, senectude;
SISTEMA NERVOSO: conjunto de órgãos do corpo formado por tecido nervoso; o
esquema estrutural (ou anatômico) compõe-se de: sistema nervoso central (encéfalo
e medula espinhal); sistema nervoso periférico (estruturas nervosas distais); o
esquema funcional compõe-se de: sistema nervoso autônomo (simpático e
parassimpático); sistema somático (nervos sensoriais).
SISTEMA VESTIBULAR: o sistema ou aparelho vestibular é o conjunto de órgãos
do ouvido interno dos vertebrados responsáveis pela manutenção do equilíbrio; no
homem, é formado pelos três canais semicirculares que se juntam numa região
central chamado o vestíbulo, que apresenta ainda duas excrescências chamadas
sácula e utrículo; ao vestíbulo encontra-se igualmente ligada a cóclea que é a sede
do sentido da audição; o conjunto destas duas estruturas chama-se labirinto, devido
à complexidade da sua forma tubular;
SOMATOSENSORIAL: refere-se aos receptores sensoriais localizados em todo o
corpo e resulta nas sensações sensoriais; receptores da pele e aos proprioceptores;
VARIÁVEL: em Estatística é uma característica que é comum a diversos indivíduos,
objetos, grupos, acontecimentos, etc; apresenta diferentes graus de magnitude ou
diferentes categorias, de modo que os casos individuais diferem na extensão com
que possuem a característica ou na categoria da característica em que caem.
89
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título da Pesquisa: “Equilíbrio Corporal e Posturografia em praticantes de
Yoga”
Pesquisador: Prof Mestrando Erick Tadeu do Prado1 - [email protected]
(11) 3229-2143. RG: 18626243-7
Orientadora: Profª Drª Cristiane Akemi Kasse. RG: 20370337 Co-orientadora: Profª Drª Renata Coelho Scharlach. 1. Natureza da pesquisa: o Sr(a) está sendo convidado(a) a participar como
voluntário desta pesquisa autorizando sua participação com pleno conhecimento da
natureza dos procedimentos a que será submetido(a).
2. População alvo: Indivíduos com mais de 18 anos, saudáveis, praticantes de
aulas regulares de Educação Física.
3. Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo o Sr(a) permitirá que o
pesquisador realize testes físicos e entrevistas. O Sr(a) tem liberdade de se recusar
a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da
pesquisa, sem qualquer prejuízo para o Sr(a). Sempre que quiser poderá pedir mais
informações sobre a pesquisa através do email do E-mail ou telefone do
pesquisador ou da Comissão de Ética: [email protected], fone (11) 2972-
9000.
4. Sobre as entrevistas: serão realizadas entrevistas pessoais de caráter sigiloso,
buscando informações apenas para caracterizar o perfil dos participantes como
idade, gênero, altura, tempo que pratica atividade física e outras perguntas
relacionadas com a pesquisa.
5. Riscos e desconforto: Existe a possibilidade de ocorrer algum desconforto
temporário durante os testes de equilíbrio incluindo alterações na pressão arterial e
no ritmo cardíaco, tontura, vertigem, náusea, cansaço, dor muscular ou articular,
desaparecendo logo em seguida. Os procedimentos adotados nesta pesquisa
obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme
Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos
usados oferece riscos à sua integridade física.
6. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são
estritamente confidenciais. Somente o pesquisador e o orientador terão
conhecimento dos dados, assegurando assim sua a confidencialidade de suas
informações. Os pesquisadores utilizarão os dados sem tornar possível sua
90
identificação apenas para divulgação dos resultados do estudo em eventos
científicos, revistas indexadas e artigos científicos.
7. Benefícios: ao participar desta pesquisa o Sr(a) poderá saber como está o
equilíbrio corporal antes e após a prática de atividade física regular e verificar se tal
modalidade promoveu melhora do equilíbrio corporal. Além disso, esperamos que
este estudo contribua com informações importantes que devem acrescentar
elementos importantes à literatura, onde o pesquisador se compromete a divulgar os
resultados obtidos à comunidade científica.
8. Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante em
qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à
sua participação.
CCoonnsseennttiimmeennttoo LLiivvrree ee EEssccllaarreecciiddoo
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da referida pesquisa. Confiro que recebi cópia deste termo e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo. Nome:______________________________________________________________
R.G:______________________________ ________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
______________________________ _________________________________ Msdo Erick T. do Prado-Pesquisador Profª Drª Cristiane A. Kasse - Orientadora 1 http://lattes.cnpq.br/9526005938464067
91
APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO DE ANAMNESE
Nome:
Idade: Peso: Altura:
Gênero:
( ) Masc ( ) Fem
Gestante:
( ) Sim ( ) Não
Utiliza alguma
prótese de MMII:
( ) Sim ( ) Não
Alguma vez já teve
Tontura:
( ) Sim ( ) Não
Tem Tontura ou
Vertigem ou
Desequilíbrio
constantemente:
( ) Sim ( ) Não
Lesões
Anteriores:SI
Pratica algum tipo de
exercício físico:
( ) Sim ( ) Não
Qual:
Duração da sessão:
( ) 30min
( ) 45min
( ) 60min
( ) + de 60min
Quantas vezes por semana:
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7
Objetivos com a prática do exercício físico:
( ) Lazer ( ) estético ( ) performance ( ) saúde
Usa algum medicamento constantemente?
( ) Sim ( ) Não Qual?_____________________________
Apresenta alguma doença crônica?
( ) Diabétes ( ) Hipertensão ( ) Outra _________________
Está controlada, usa medicação para isso? ( ) Sim ( ) Não
Em caso de emergência avisar:
Nome:
Telefone:
92
APÊNDICE C: PLANILHA DE COLETA DE DADOS
Balance Rehabilitation Unit (B.R.U.)
O.A.S.F. O.F.S.F. O.F.S.E.
Nome Idade Gênero Posição 4 Avião Flamingo Amarelinha Dinâmico A. E. V.O. A. E. V.O. A. E. V.O.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
O.A.S.F.: Olhos Abertos em Superfície Firme; O.F.S.F.: Olhos Fechados em Superfície Firme; O.F.S.E.: Olhos Fechados em
Superfície de Espuma; A. E.: Área de Elipse; V.O.: Velocidade de Oscilação.
93
APÊNDICE D: AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGEM
AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM
Autorizo a publicação de minhas imagens referentes a testes de
equilíbrio e posições de Yoga constantes neste estudo, estando ciente
que esta obra permanecerá disponível para consulta em bibliotecas,
meios eletrônicos, internet e poderá ser reproduzida para fins
acadêmicos.
São Paulo, 02 de Abril de 2011.
---------------------------------------------------------------
FERNANDA BONAZINGA
RG: 18.773.859-2
94
ANEXO A: PARECER ESTATÍSTICO INICIAL
São José dos Campos, 05 de Junho de 2010.
O presente estudo tem como objetivo é analisar e comparar as influências no controle e manutenção do equilíbrio de adultos saudáveis ou com doenças crônicas controladas e assintomáticos, liberados pelo médico para realizar EF, praticantes e não praticantes de EF, utilizando como instrumento comparativo as práticas de grupo de Yoga, a prática individualizada de Exercícios físicos com Pesos e indivíduos sedentários. Por meio deste estudo procura-se avaliar a seguinte hipótese: A prática de exercícios de Yoga propicia a melhora ou manutenção do equilíbrio corporal comparado a indivíduos sedentários e à prática de Exercícios Físicos Com Pesos. Portanto este é um estudo longitudinal com período de 150 dias. Baseando-nos em histórico de amostragem nós prevemos uma perda de 10% a 20%, devido ao não retorno para nova aferição. Portanto definimos para este projeto uma amostragem mínima de 15 sujeitos por cada um dos grupos, totalizando 45 sujeitos.
Essa quantidade amostral foi definida em comum acordo entre o pesquisador
e o estatístico responsável. Esta definição seguiu mais os critérios políticos e econômicos, como: as condições de trabalho dos pesquisadores, ou seja, disponibilidade de recursos, tempo, material e custos. Embora o tamanho amostral não tenha sido definido segundo critérios (cálculos) estatísticos de definição de tamanho de amostra, ele supre a quantidade necessária para se fazer analises estatísticas com fidedignidade, isso é assegurado pelo Teorema do Limite Central e a Leis dos Grandes Números.
Após a coleta das informações nós iremos caracterizar os resultados, com
análises descritivas para as variáveis quantitativas (intervalo de 95% de confiança para a média) e distribuição de freqüências para as variáveis qualitativas (Teste de Igualdade de Duas Proporções). Iremos testar a normalidade dos dados, supondo que os dados possuam distribuição normal, faremos uso de técnicas e teste paramétricos, principalmente o teste T-Student Pareado (comparação de dados pareados), para comparar os resultados no momento inicial e final da pesquisa. Para a comparação entre os grupos, com objetivo de verificar em qual o treinamento foi mais eficaz, iremos utilizar o teste de ANOVA. As possíveis relações entre as variáveis serão analisadas através da Correlação de Pearson. Caso não seja possível a utilização de testes paramétricos, faremos uso dos similares não paramétricos.
__________________________
Jimmy Adans Costa Palandi
CONRE 8250-A 3ª Região - SP