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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROJETOS GERENCIANDO PESSOAS EM PROJETOS Por: Rodrigo Nunes Bittencourt Orientador Prof. Nelson Magalhães Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROJETOS

GERENCIANDO PESSOAS EM PROJETOS

Por: Rodrigo Nunes Bittencourt

Orientador

Prof. Nelson Magalhães

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROJETOS

AVM FACULDADE INTEGRADA

GERENCIANDO PESSOAS EM PROJETOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito para obtenção do grau de

Pós Graduação em Gestã de Projetos

Por: Rodrigo Nunes Bittencourt

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que me dá forças e

encorajamento para levantar todos os

dias e buscar a continua melhora da

pessoa que sou, agradeço a minha

familia e aos meus amigos QUE

acreditam e que de alguma forma me

encorajam a seguir em frente sem

desistir tornando possível alcançar

mais este desafio iniciado há um ano,

aos professores e mestres do curso

que durante este tempo permaneceram

ao nosso lado dedicando parte de suas

vidas para a melhora do ser humano

repassando parte de seus

conhecimentos e principalmente a

Universidade Cândido Mendes –

Instituto A Vez do Mestre que se coloca

a disposição da sociedade para nos

levar conhecimento e uma

oportunidade na vida de continuar a

inalcansável buscar da perfeição.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha famila, a

minha filha Julia Bittencourt, a minha

esposa Fabiana, a minha mãe Jorgina e

ao meu pai Julio pela dedicação e amor

que sempre me foi dado, me fortalecendo

e dando forças para enfrentar os dias

dificeis da vida que me transformam em

uma pessoa melhor e capaz de superar

qualquer dificuldades que venham surgir

em meu caminho.

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RESUMO

O presente trabalho tem por finalidade abordar a importancia da

gestão de pessoas em projetos e os impactos positivos e/ou negativos que

uma má gestão destes recursos pode representar para os resultados dos

negócios. Dessa maneira o estudo revela a importancia da administração de

conflitos dentro da equipe e as motivações individuais e do grupo na gestão de

pessoas e procura fornecer ao gestor um entendimento para utilizar estes

mecanismos como ferramentas para o atingimento dos objetivos

organizacionais de forma satisfatória, consistente e lucrativa, levando em conta

os objetivos organizacionais e visando o aumento da competetividade de

mercado. O gestor que conseguir fazer uso destas ferramentas com a sua

equipe conseguirá extrair o que de melhor existe em cada integrante da equipe

podendo assim exercer o seu poder de influência para assertividade durante

todo o ciclo de vida do projeto.

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METODOLOGIA

Foi utilizado para o desenvolvimento do trabalalho os métodos de

pesquisa bibliográficas com ênfase em gestão de pessoas, entrevistas com

gestores de projetos, jornais, e trabalhos acadêmicos assim como materiais

extraído da internet.

Sendo assim, a metodologia foi trabalhada para atingir o objetivo

proposto neste estudo, comprovando através de meios práticos e racionais

quais competências são necessárias para que um Gerente de Projetos possa

lidar no dia-a-dia com a gestão de projetos e a administração dos recursos

humanos com o foco no objetivo do negócio.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................ 08

CAPÍTULO I - Projetos, conceitos, estruturas e gerenciamento................. 10

CAPÍTULO II - As diferenças culturais e os impactos dos conflitos........... 21

CAPÍTULO III – Administrando os conflitos e motivando a equipe............. 32

CONCLUSÃO............................................................................................. 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................. 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................. 52

ÍNDICE.........................................................................................................53

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INTRODUÇÃO

O objetivo do tema proposto é mostrar a importancia da gestão de

pessoas e o impacto que esta compentencia pode ter na gestão de projetos

quando mal gerida. A ideia principal é relatar as ocorrencias, identificar os

pontos de conflitos, a administração e os resultados que podem ser extraidos

quando um trabalho nesta área for bem administrado.

Este trabalho fornecerá os meios pelo qual poderemos extrair o que

há de melhor nos subordinados com vistas ao atingimento do objetivo principal

da empresa, fazendo uso de algumas ferramentas e técnicas de gestão a fim

de conceder melhores condições para conhecer os seus recursos humanos

disponiveis, identificando as suas limitações e mapeando os seus perfis

cuturais, politicos e regiosos além de entender, administrar os conflitos e as

intrigas e as motivações individuais e do grupo.

No primeiro cápitulo apresentaremos os conceitos macros que

formam a estrutura do projeto, a formação das equipes e os cuidados

necessários para a sua formação, assim como a pessoa que terá que lidar e

conviver boa parte do seu tempo com estes recursos, O Gerente de Projetos.

No segundo capitulo trataremos das diferenças culturais, sociais,

politicas, economicas e religiosas e os impactos que estas diferenças podem

trazer para o desenvolvimento de um projeto, assim como os conflitos que

surgirão no decorrer dos mesmos.

No terceiro capitulo daremos foco há algumas ferramentas de gestão

que o Gerente de Projetos poderá utilizar para tratar os conflitos e desenvolver

o seu trabalho de maneira a alcançar os resultados mais expressivos fazendo

uso da motivação e principalmente dos conflitos.

Conclui-se, entretanto que as organizações apresentam as suas

propostas, e esperam no mínimo um bom desempenho dos colaboradores,

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está subtendido que conhecendo essas expectativas de seus funcionários e

fazendo com que entendam os objetivos empresarias, e em virtude desta

harmonia ocorrerá à ligação psicológica recíproca.

Sendo assim, esta importância da motivação no desempenho dos

funcionários, está inserida no conjunto de fatores tais como: condições de

trabalho, um bom clima organizacional, salários favoráveis, bonificações,

participação nas decisões, capacitações, reconhecimento e outros, que vão

aferir o sucesso ou o fracasso da organização.

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CAPÍTULO I

PROJETOS: CONCEITOS, ESTRUTURAS E

GERENCIAMENTO

Neste capitulo serão apresentados conceitos necessários para o

entendimento inicial sobre o objeto do estudo o qual terá como finalidade

apontar questões que podem e devem ser aplicadas ao problema no decorrer

do dia-a-dia do profissional.

Neste estudo vamos tratar do assunto pessoas dentro de projetos,

ou seja, qual é a importancia da gestão destes recursos na estrutura de

projetos? Quais impactos uma má gestão pode trazer para o resultado final de

um projeto? Como atingir o objetivo de um projeto quando trabalhamos com

pessoas que pensam, agem, possuem opiniões e motivações diferentes uma

das outras?

Vamos apontar meios práticos e racionais para minimizar os

conflitos da equipe envolvida na execução de projetos extraindo de cada um o

melhor de suas compentencias. A pesquisa assim como os exemplos serão

apresentados nos seguintes tópicos:

1.1. Projetos

Tudo o que fazemos na vida pode e deve ser tratado como um

projeto, desde um simples pensamento do que vamos fazer hoje até a

idealização de um sonho, para tudo na vida é necessário ter um projeto é

preciso planejar.

Segundo o (PMI, 2008, p. 2) “Projeto é um esforço temporário

empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo.”

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Projeto é um empreendimento temporário ou uma sequência de atividades com começo, meio e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular, dentro de restrições orçamentárias. (MAXIMIANO, 2007, p. 26).

Seguindo esta linha, Projeto é um empreendimento com condições

preestabelecidas de realização quanto à qualidade, custos e prazo, ele possui,

entretanto, fases distintas de iniciação, planejamento, execução, controle e

encerramento.

As carcteristicas de um projeto permitem que a empresa crie e

desenvolva um conjunto de habilidades.

Essas habilidades incluem conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de enventos não repetitivos, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade pré-determinados. (VARGAS, 2000, p. 07).

1.2. A estrutura organizacional

Estrutura organizacional é a maneira pela qual as empresas se

organizão para movimentar a sua estrutura.

A distribuição das pessoas entre posições sociais que influenciam os relacionamentos de papéis desempenhados pelas mesmas. Esta distribuição possui duas implicações: a divisão de trabalho (distribuição das tarefas entre as pessoas) e a hierarquia (distribuição das pessoas em posições). (HALL (1984, p. 56).

Já VASCONCELOS define estrutura organizacional como:

O resultado de um processo no qual a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas (desde os níveis mais baixos até a alta administração) e um sistema de comunicação é delineado, permitindo que as pessoas realizem as atividades e exerçam a autoridade que lhes compete para o alcance dos objetivos da organização. (VASCONCELOS, 1989, p.3)

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Para (MAXIMIANO, 2007) a estrutura organizacional se define:

Para definir a estrutura organizacional do projeto, é necessário dividir as tarefas que devem ser realizadas por cada integrante e em seguida definir as responsabilidades e as autoridades de cada um. (MAXIMIANO, 2007, p.87)

Para que isso aconteça, temos que levar em conta: a análise da

missão e das características do projeto, o escopo, as atividades e sua duração,

o grau de multidisciplinaridade e a possível dispersão da equipe. A organização

deve optar por um tipo de estrutura que esteja em consonância com as

características do projeto.

Uma estrutura organizacional para projetos deve ser montada,

elaborada visando à máxima integração entre as equipes e os seus objetivos

formatados para o atingimento do objetivo principal do projeto. São três as

formatações básicas da estrutura de projeto: funcional, matricial e projetizada.

• Estrutura funcional: É a estrutura onde as tarefas executadas em

cada departamento são especializadas e realizadas por pessoas

com aptidões específicas. Outras características dessa estrutura

são: cada membro deve se reportar somente ao seu chefe; e os

departamentos são independentes e as responsabilidades e o

controle são limitados ao seu departamento. A estrutura funcional

é a mais tradicional, nela os gerentes funcionais possuem uma

autoridade formal sobre a maioria dos recursos ela é muito

utilizada em projetos que são realizados dentro de uma mesma

área, não deve ser utilizada onde haja uma grande variedade de

pessoas com especialidades distintas.

• Estrutura matricial: É uma forma de estruturar com base no

mercado e na função ao mesmo tempo, utilizando o benefício de

ambas ela quebra o princípio de unidade de comando, o

colaborador pode estar subordinado tanto a um departamento

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funcional quanto a um gerente de projeto. Na estutura matricial

encontramos dois tipos de estrutura, a fraca e a forte, tudo

decorre do nível de autoridade que pode ser baixa ou alta. Na

estrutura fraca a imagem do Gerente de Projetos não é clara, ou

seja, ele não tem poderes absolutos para tocar o projeto, já na

forte é o contrario o GP possui poderes e assim facilita a sua

gestão.

• Estrutura projetizada: A organização tem o foco no projeto, a

comunicação é mais efetiva do que na organização funcional, a

autoridade do GP sobre a equipe é total, e também podem haver

duplicidades de funções, existe ainda a ineficiência no uso dos

recursos, em especial dos altamente especializados.

Em resumo, podemos considerar a estrutura organizacional matricial

como sendo a melhor opção para o desenvolvimento de projetos, uma vez que

ela valoriza a comunicação diagonal na hierarquia e não somente a vertical, na

maioria das vezes, nasce em organizações muito hierarquizadas, ou seja,

organizações que possuem uma estrutura organizacional funcional.

1.3. Gestão de Projetos

O PMI define a gestão de projetos como:

(...) processo através do qual se aplicam conhecimentos, capacidades, instrumentos e técnicas às atividades do projeto de forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos diversos stakeholders que são indivíduos ativamente envolvidos no projeto ou cujo resultado do mesmo poderá afetá-los positiva ou negativamente. (PMI 2004, p.5)

Os conceitos de gestão de projetos têm aproximadamente 40 anos.

O PMI, uma das instituições mais reconhecidas da área e uma das primeiras a

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reunir, organizar, sistematizar e difundir práticas, conceitos e ideias sobre

gerenciamento de projetos, foi constituído em 1969, na Pensilvânia, Estados

Unidos. Desde 1983, o PMI publica o Guia do Conjunto de Conhecimentos em

Gerenciamento de Projetos, ou Project Management Body of Knowledge –

PMBOK.

O assunto ao qual tratamos neste trabalho “Gerenciamento de

pessoas em projetos” é apenas uma das nove áreas de competência, as

demais se referem à gestão integrada; escopo; tempo; custo; qualidade;

comunicação; riscos e aquisições. Entretanto, a gestão de pessoas é a que

exige mais atenção do gerente de projetos (GP), uma vez que somente as

pessoas poderão atingir os resultados esperados.

Um bom programa de gestão de projetos torna as empresas mais

competetitivas, pois proporciona a criação de métodos, e processos

necessários o desenvolvimento da empresa.

Para (VARGAS, 2000), a organização para ter um posição

competetiva no mercado é necessário:

(...) Que ela supere as expectativas dos seu clientes dentro do prazo estipulado, fazendo uso de poucos recursos, mas, usando-os eficientemente, gastando menos e se mantendo dentro do objetivo definido do escopo do projeto. (VARGAS, 2000 p. 20).

O gerenciamento de projetos pode detectar e controlar essas

limitações proporcionando um controle mais eficaz para métodos, processos,

monitoração, controle de mudanças e um aumento de confiança e segurança

do empreendedor /investidor.

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1.4. O Gerente de Projetos (GP)

O (PMBOK, 2008, pág. 13), define o Gerente de Projetos (GP) como

“a pessoa designada pela organização executora para atingir os objetivos do

projeto”. Segundo KEZNER, 2009, Pág. 3) atingir os objetivos do projeto “é

quando o GP faz com que o projeto seja entregue dentro do tempo, do custo, e

obtenha o aceite pelo cliente”.

O GP é a pessoa responsável pelo planejamento, pela implantação

e o encerramento do projeto, as suas habilidades e compentências estarão a

todo o momento sendo colocadas a prova diante de sua equipe, e neste caso o

seu papel na estrutura do projeto requer grandes responsabilidades, pois será

ele o responsável ao longo do projeto de manter a equipe em sintonia com os

objetivos, ele é o responsável pelo sucesso ou fracasso do projeto depende

principalmente do seu sucesso.

Para manter toda a equipe em foco e buscando ojetivar os

resultados planejados no projeto o GP deve possuir três competências básicas:

conhecimento, habilidades e atitudes.

Competência é a aplicação prática de conhecimentos, aptidões,

habilidades, valores, interesses – no todo ou em parte – com obtenção de

resultados. Em sentido mais abrangente, as competências centram atenção

sobre os indivíduos e suas qualidades diante do projeto. Neste aspecto,

(RESENDE, 2000) define competência como:

(...) a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades, interesse, vontade, etc. em resultados práticos. Ter conhecimento e experiência e não saber aplicá-los em favor de um objetivo, de uma necessidade, de um compromisso, significa não ser competente. (RESENDE 2000, p. 32).

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O autor (PERRENOUD, 2000) define competência como:

A mobilização de múltiplos recursos (saberes, informações, valores, atitudes, habilidades, inteligências, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio). (PERRENOUD, 2000, p. 134)

As competências podem ser técnicas ou comportamentais.

(RABAGLIO, 2001). As primeiras competências referem-se às habilidades,

portanto levam tempo. Só experiência não basta para elas, será preciso um

estudo contínuo. Já as competências comportamentais funcionam muito bem

quando se têm elas na personalidade. Isso não significa que não possam ser

aprendidas com um pouco de disciplina.

Já (FONSECA, 2003 p. 36) acrescenta mais um tipo de competência

sob o ponto de vista individual. “São as competências estratégicas, que podem

ser classificadas em gerenciais, técnicas e sociais.”

Essas competências são as que movem a empresa sendo, portanto,

as competências mais desgastantes, pois requerem a maior parte da energia

do gestor, do líder ou do gerente de projetos. Portanto quanto mais

conhecimento existir nesta área, mais potência a empresa terá.

Para o (PMBOK, 2008) as competencias e habilidades interpessoais

são esperadas de um GP para:

Competências e habilidades interpessoais são esperadas de um gestor para gerenciar as expectativas das partes interessadas. Estas competências, conhecimentos, habilidades e atitudes devem extrapolar a disciplinaridade, fazer uma gestão eficaz e eficiente envolve uma gama de saberes das mais diversas áreas como da administração, engenharia, psicologia, dentre outras. (PMBOK, 2008, p. 240).

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• Conhecimento: tem o foco em manter os conceitos e

metodologias de gerenciamento de projetos aplicadas dentro das

organizações, onde o conhecimento técnico sobre a área onde será

realizado o projeto deve ser amplamente conhecido.

• Habilidades: não é requisito obrigatório para um GP tocar o

projeto, porém é amplamente necessário que ele tenha em sua equipe

pessoas capacitadas para executar tarefas especificas.

• Atitudes: cabe ao GP se manter correto perante todos os seus

subordinados, procurando sempre motiva-los e presta-los intuição e

dedicação quando necessário.

Faz parte da função do GP o gerenciamento das equipes e

encorajamento do comportamento ético sem ferir as diferenças existentes em

cada individuo. As diferenças culturais, as diversidades, e a cultura que uma

pessoa carrega por toda a sua vida deverão ser bem administradas pelo GP

que deverá minimizar os conflitos que surgirão no decorrer do projeto, assunto

este que será amplamente discutido mais a frente.

O primeiro grande desafio dos GP’s é trabalhar dentro do projeto

numa comunicação matricial dentro de organizações muito funcionais. Por este

motivo, a atribuição de um GP é a de integração de processos, recursos e

tecnologias.

O primeiro pré-requisito para ser gerente de projetos é possuir alto

conhecimento técnico do escopo do projeto, entretanto, o que o mantém no

cargo é a sua competência de relacionamento com todos os stakeholders,

pessoas envolvidos no projeto: patrocinadores, clientes, equipe, empresa,

sociedade.

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1.5. A equipe de projetos

Segundo (FARREL, 1993, p. 127), “a equipe de trabalho é uma

coleção de indivíduos que compartilham responsabilidades para os resultados

organizacionais”.

Para alcançar o sucesso em projetos o GP deve fazer uma gestão

de pessoas cuidadosamente bem elaborada, pois, lidar com pessoas requer

cuidados especiais, este entendimento é importante tomando como base que

esta lida é uma das coisas mais dificeis da vida, tudo porque somos diferentes

um dos outros, cada um de nos pensa de um jeito, cada um tem uma opinião, e

anseios individuais o que nos remete a sermos diferentes uns dos outros.

A formação de uma equipe é uma das principais etapas do projeto,

pois, é nesta fase que serão tratados onde, como e quantos serão os

membros, é neste momento que serão vistos a liberação, as contratações, e as

necessidades de treinamento.

Chiavenato define o processo de captação de pessoas como

conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos

potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização

(CHIAVENATO, 2002).

O GP precisa ter habilidades para saber captar os melhores talentos

para o seu projeto, desenvolver o potencial da equipe e manter o melhor

desempenho de todos. Para captar os talentos para um projeto é preciso

trabalhar duas frentes, de um lado as atividades do projeto ao longo do tempo

e do outro lado, as qualificações profissionais necessárias à realização das

atividades identificadas.

O jeito mais eficiênte para alcançar esta situação é divulgando o

Perfil Desejado: principais atribuições, escolaridade, experiência profissional e

características de personalidade mais desejadas para cada função.

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A divulgação dos perfis para captação de pessoas deve seguir uma

ordem prioritária dentro da organização, a começar pelo recrutamento interno,

e só depois o externo e na seleção, é necessário que seja feita a análise de

currículo, entrevistas, dinâmicas e testes psicológicos e técnicos. Depois de

concluída a seleção os candidatos devem ser encaminhados para a etapa de

desenvolvimento do potencial.

No entanto, olhando mais profundamente o mercado, vimos que a

maioria dos GP’s já recebe o projeto com a equipe designada. Nestes casos o

gerente tem a missão de identificar características profissionais mais relevantes

e assim otimizar as competências e potenciais de cada um, procurando

administrar as limitações e os pontos de complementação entre eles.

Depois de confirmada a equipe, esta fase é concluída com a

construção da Matriz de Responsabilidades do Projeto. Essa Matriz de

Responsabilidades no Projeto indica a equipe, distinguindo basicamente quem

faz o que e quando.

Também deve ser trabalhado o desenvolvimento de equipes, onde

de acordo com (MILIONI, 2003, p. 63), é o termo utilizado para o conjunto de

ações tomadas, de treinamento de competência interpessoal, a fim de

desenvolver a efetividade de um grupo, ou seja, para que este alcance um bom

índice de trabalho em equipe. O desenvolvimento de equipe é ação muito

utilizada no treinamento gerencial, assim como nos programas de

Desenvolvimento Organizacional (DO).

(RODRIGUES, 2009) aponta algumas condições necessárias para o

trabalho em equipe, são elas:

• Competência para trabalhar com outras pessoas;

• Capacidade de adaptação e de formulação de respostas;

• Existência de um desafio significativo para todos os integrantes

• Clareza dos objetivos;

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• Comunicação aberta e o comportamento de transparência;

• Busca de metas significativas;

• A informação clara e a exigência no cumprimento dos padrões

acertados;

• O direcionamento dos esforços de todos para os objetivos;

• A confiança recíproca e a cooperação mútua;

• O compartilhamento de oportunidades;

• A posse do conhecimento;

• A disposição para estabelecer alianças;

• O respeito às pessoas; e

• Interação sinérgica

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CAPÍTULO II

AS DIFERENÇAS CULTURAIS E OS IMPACTOS DOS

CONFLITOS

2.1. As diferenças culturais

Para (FREITAS, 1991, p. 47), a descrição dos elementos da cultura

organizacional, da forma como funcionam e das mudanças que provocam no

comportamento, “dá à cultura um tratamento mais concreto e de mais fácil

identificação”.

(HOFSTEDE, 1980) avaliou as influências culturais procurando

entender como traços culturais afetam as organizações. Como ponto de

partida, definiu cinco dimensões culturais básicas. Com elas desenhou perfis

culturais dos países estudados como: distância de poder; prevenção contra

incertezas; individualismo ou coletivismo; masculinidade ou feminilidade; e

orientação para curto ou longo prazo.

Ainda segundo (HOFSTEDE, 1980, p. 59) conclui que “não se deve

esperar que as concepções e prescrições sobre gerência sejam apropriadas

para todas as categorias de culturas”.

Já para (FREITAS, 1991), esses elementos fornecem uma

interpretação para os membros da organização,

Onde a passagem do significado se dá como uma coisa aceita. A linguagem é funcionalizada, restando a aceitação do que é oferecido como é oferecido. (FREITAS, 1991, p. 75)

Ainda segundo (FREITAS, 1991, p. 103), os elementos mais

freqüentementes citados são: “valores; crenças e pressupostos; ritos, rituais e

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cerimônias; estórias e mitos; tabus; heróis; normas; e processos de

comunicação”.

Para (PARDINI, 2004), a cultura na organização deve ser vista

considerando duas vertentes que se completam: a análise da administração e a

análise de colaboradores em todos os níveis da organização. Nos dizeres do

autor:

A cultura e a mudança cultural são tratados como paradigmas que expressam pontos de vista alternativos de pesquisadores da cultura organizacional e variam nos níveis de Integração, Diferenciação e Fragmentação. (PARDINI, 2004, p. 69).

As diferenças culturais segregam diferenças entre as pessoas, isso

porque cada um tem uma cultura, um gênero, uma idade, uma religião,

personalidades e status social diferentes.

Estas diferenças de personalidades e culturas estão sendo cada vez

mais analisadas para composição de uma equipe ou contratação de

funcionários, isso tudo visando proporcionar meios de motivação que facilitem

a comunicação entre o gestor e o seu subordinado.

As diversidades estão crescendo tanto dentro do ambiente de

trabalho que o papel dos gestores vem mudando a todo instante e com ele a

habilidade de gestão de pessoas precisa ser constantemente reciclada, ou

seja, ela precisa ser mais aprimorada, mais detalhista e individualizada para

saber lidar com tantas personalidades diferentes e com objetivos próprios

distintos.

A representação social e o papel das pessoas dentro de uma

organização já reune os mais diversos grupos sejam eles americanos (48%),

hispânicos (14%), afro-americanos (11%), assiáticos (5%) e outras etnias

brancas (20%).

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Esta diversidade de culturas se torna mais evidente com a chegada

da Globalização, a evolução tecnologica e os meios de comunicações que

cada vez mais aproximam o mundo às pessoas. Esta aproximação que torna o

mundo e as pessoas mais próximas uma das outras, também traz com ele a

competição, os conflitos pessoais, os jogos de interesses.

A globalização vem influenciando diretamente a competição e as

motivações individuais dos seres humanos. A concorrencia implica diretamente

neste mundo, pois, as pessoas são movidas por motivação e quanto maior for

esta competição mais cuidado deve ter o gestor para administrar estes

pensamentos diferentes que precisam trabalhar em um sentido único. O

sucesso do projeto.

Outro ponto forte que impacta diretamente nesta gestão são as

diferenças culturais éticas e morais, que cada individuo carrega em sua vida, e

ela pode ser traduzida em suas atitudes profissionais e pessoais dentro de uma

sociedade ou organização.

É o papel do GP é saber separar e trabalhar exatamente tudo isso

sem desmotivar a sua equipe procurando sempre mante-los em sintonia com o

objetivo principal do projeto sem que se perca o foco. Não existe projeto sem

que haja o envolvimento de pessoas para a sua realização, ou seja, para

elaboração, para o planejamento, para a execução o quesito pessoas é

fundamental para o atingimento do sucesso e sem elas, não existe projeto.

2.2. Conflitos

A definição de Conflito é plural apresentando escasso consenso.

Uma das definições mais sóbria pode ser “processo que se inicia quando um

indivíduo ou um grupo se sente negativamente afectado por outra pessoa ou

grupo” (DREU, 1997) ou outra mais enfática como:

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Divergência de perspectivas, percebida como geradora de tensão por pelo menos uma das partes envolvidas numa determinada interacção e que pode ou não traduzir-se numa incompatibilidade de objetivos. (De Dreu & Weingart; 2002; Dimas, Lourenzo e & Miguez, 2005).

Convém esclarecer que Conflito é diferente de problema. Para

(ALMEIDA, 1995, p. 66) “Num Conflito existem partes em confronto e

desenvolve-se uma atitude de hostilidade”. Isso significa que enquanto num

problema há um grupo de pessoas que trabalham em conjunto,

desenvolvendo-se uma atitude de aproximação.

Em geral, entende-se o Conflito como um processo no qual o

esforço é propositadamente feito por “A” para destruir o esforço de “B”, com

recurso a qualquer forma de bloqueio que resulte na frustração de “B” no que

concerne à prossecução das suas metas e ao seu desenvolvimento dos seus

interesses.

Segundo (ROBERT BACAL, 2004),

Conflitos que ocorrem em organizações, não necessariamente, têm que ser destrutivos, contudo, um gerenciamento eficaz deste processo, requer que todas as partes envolvidas conheçam a natureza do conflito dentro do ambiente organizacional. (ROBERT BACAL, 2004, p. 68).

Os conflitos, muitas vezes, não são interpretados sob a ótica

positiva, criação de oportunidade de correção de processos organizacionais

que podem parecer funcionar acontento.

Para (RAHIM, 2002) o gerenciamento dos conflitos precisa envolver

uma prepação, ou seja, precisa ser avaliado para que se possa trazer o

resultado esperado.

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O gerenciamento dos conflitos organizacionais envolve o diagnóstico dos processos que os envolvem, podendo ser percebidos como prejudiciais às organizações, pois podem criar um ambiente organizacional desequilibrado, fruto da criação de situações hostis e sentimentos de desconfiança por parte das pessoas. (RAHIM, 2002, p. 135).

Pesquisas realizadas por Robbins apontaram para a comunicação

como a principal fonte de conflitos no trabalho. No ambiente organizacional, os

conflitos podem surgir tanto dos relacionamentos estruturais quanto de

diferenças pessoais.

Alguns profissionais enchergavam o conflito de forma negativa, algo

resultante da ação e do comportamento de pessoas indesejáveis, associado à

agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos o que os

remetia a um pensamento considerado prejudicial ao bom relacionamento entre

as pessoas e, conseqüentemente, ao bom funcionamento das organizações.

2.2.1. Visão positiva do conflito

As evidências indicam que enquanto os conflitos de relacionamento,

na maioria das vezes, são prejudiciais aos grupos ou organizações, baixos

níveis de conflito de processo – condução racional de uma atividade; e tarefa

execução de um trabalho específico; no geral, são benéficos. Uma vez que um

grande número de pessoas parece ter dificuldade de pensar em conflitos como

algo positivo.

O conflito é uma ótima fonte para idéias novas, através dele

podemos criar discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se

revela positivo, pois nos permite criar expressões e exploração de diferentes

pontos de vista, interesses e valores.

O GP precisa ter a conciência de que em alguns momentos, e em

determinados níveis, o conflito pode e deve ser utilizado como uma ferramenta

para evitar que o projeto entre em um processo de estagnação. Os conflitos

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não são negativos, o que, no entanto, não quer dizer que a maneira como

lidamos com eles não gere ou crie reações positivas ou adversas.

Esta administração de conflitos visa implementar estratégias mais

adequadas para lidar com cada tipo de situação e entender um pouco esta

visão positiva, para tanto, um exemplo pode conceituar exatamente esta ideia

de administração:

Quando uma das partes envolvidas percebe que a outra parte

frustrou ou irá frustrar os seus interesses, dificultando ou mesmo impedindo o

atingimento de nossos objetivos, temos ai um conflito que não deve ser visto

apenas como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas

como um processo que começa na nossa percepção e termina com a adoção

de uma ação adequada e positiva, desde que seja tratada com este objetivo,

ou seja, a nossa percepção é quem dita a regra para que tenhamos um

resultado positivo ou negativo, para tanto, temos que estar preparados para

este entendimento e sentimento.

2.2.2. Possíveis causas do conflito

Segundo (NASCIMENTO, 2002, p.48), para a correcta administração

do conflito é “importante que sejam conhecidas as possíveis causas que

levaram ao seu surgimento”. Dentro das várias causas, é possível indicar:

Experiência de frustração de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir

uma ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum

tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental;

Diferenças de personalidade são invocadas como explicação para

as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e

reveladas no relacionamento diário através de algumas características

indesejáveis na outra parte envolvida. (NASCIMENTO, 2002).

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Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ou recebermos

metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras

pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em

busca de seu alcance. (NASCIMENTO, 2002).

A administração de conflitos consiste exatamente na escolha e

situação.

As informações que recebemos assim como as percepções tendem

a nos remeter costumeiramente a analise dos nossos conhecimentos apenas,

ou seja, as nossas referencias pessoais e culturais, sem levarmos em conta o

que o outro lado pode estar pensando, e de que forma ele enxerga as coisas.

2.2.3. Níveis de conflito

Um conflito pode surgir de uma pequena divergência de opiniões,

podendo se agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos de conflito

destrutivo o qual deve ser evitado ao máximo para que não haja

comprometimento com o resultado do projeto.

De acordo com (NASCIMENTO, 2002), é possível acompanhar a

evolução dos conflitos e suas características, a seguir temos uma base para

acompanhamento dos conflitos e suas características:

• Nível 1 - DISCUSSÃO: é o estágio inicial do conflito;

caracteriza-se normalmente por ser racional aberta e objetiva;

• Nível 2 - DEBATE: neste estágio, as pessoas fazem

generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de

comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1

começa a diminuir;

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• Nível 3 - FAÇANHAS: as partes envolvidas no conflito

começam a mostrar grande falta de confiança no caminho ou

alternativa escolhido pela outra parte envolvida;

• Nível 4 - IMAGENS FIXAS: são estabelecidas imagens

preconcebidas com relação à outra parte, fruto de experiências

anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que

as pessoas assumam posições fixas e rígidas;

• Nível 5 - LOSS OF FACE (.ficar com a cara no chão.): trata-se

da postura de continuo neste conflito custe o que custar e lutarei

até o fim., o que acaba por gerar dificuldades para que uma das

partes envolvidas se retire;

• Nível 6 - ESTRATÉGIAS: neste nível começam a surgir

ameaças e as punições ficam mais evidentes. O processo de

comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de

conflitos, fica cada vez mais restrito;

• Nível 7 - FALTA DE HUMANIDADE: no nível anterior

evidenciam-se as ameaças e punições. Neste, aparecem com

muita freqüência os primeiros comportamentos destrutivos e as

pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de

sentimentos;

• Nível 8 - ATAQUE DE NERVOS: nesta fase, a necessidade de

se autopreservar e se proteger passa a ser a única

preocupação. A principal motivação é a preparação para atacar

e ser atacado;

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• Nível 9 - ATAQUES GENERALIZADOS: neste nível chega-se às

vias de fato e não há outra alternativa a não ser a retirada de

um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles.

O modelo apresentado aplica-se a qualquer tipo de conflito.

Dependendo da importância que se dá ao conflito - ignorando-o ou reprimindo-

o ele tende a crescer e a se agravar. Porém, quando é reconhecido e as ações

corretivas são aplicadas imediatamente, poderá ser resolvido e transformar-se

numa força positiva, capaz de mudar hábitos e nos estimular a buscar

resultados mais positivos.

2.2.4. Conflitos interpessoais nas organizações

(ETZIONI, 1973) define as organizações como unidades sociais (ou

agrupamentos humanos) deliberadamente constituidas para alcançar objetivos

denidos.

Os conflitos interpessoais dentro de um ambiente empresarial

podem ocorrer por várias razões: diferenças de idade, sexo, valores, crenças,

por falta de recursos materiais, financeiros, por diferenças de papéis, podendo

ser divididos em dois tipos:

• HIERÁRQUICOS: colocam em jogo as relações com a

autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é responsável

por algum grupo, não encontrando apoio junto aos seus

subordinados e vice-versa. Neste caso, as dificuldades

encontradas no dia-a-dia deixam a maior parte das pessoas

envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada.

• PESSOAIS: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser,

agir, falar e tomar decisões. As rixas pessoais. fazem com que

as pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em

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geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou

situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é

um confronto tácito que reduz em muito a eficiência das

relações.

2.2.5. Conseqüências do conflito

Após consolidarmos o entendimento de que os conflitos devem ser

vistos de maneira positiva dentro de um projeto ou organização, também temos

que expessar os seus aspectos negativos, alguns surgem com freqüência

dentro das organizações.

Os mais comuns são identificados nas seguintes situações:

• Quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando em

perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos, e mobilizando

os recursos e os esforços para a sua solução

• Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de

perdedores habituais interferindo na sua percepção e na

socialização daqueles que entram na organização, ou seja, são

aqueles que não chegam a lugar nenhum e sempre culpam a

empresa ou a organização pelo o seu próprio fracasso.

• Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos

envolvidos, como ocorre freqüentemente em organizações. Se

por um lado existem os estereótipos genéricos referentes às

categorias profissionais, dentro de cada organização, além dos

tipos que fazem parte de sua cultura individual, como seus

heróis, mitos, tipos ideais, começam a surgir seus perdedores.,

.ganhadores., .culpados. e .inimigos.

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Esses aspectos são observados e são considerados negativos

(salvo diante de alguns objetivos menos confessáveis). No entanto, existem

potenciais efeitos benéficos dos conflitos, a saber: são bons elementos de

socialização, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensação

de envolvimento com alguma causa, ajudam a equilibrar as relações de poder

dentro da organização, pois em qualquer episódio de conflito pode haver

diferentes ganhadores (independentemente das percepções anteriores);

propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num conflito

específico, mas também de garantir mais poder.

Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser

considerados úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas. O

chamado comportamento político na organização., também inevitável, tem uma

forte vinculação com o conflito pois sua relação é direta, ou seja, quanto mais

conflito mais comportamento político. Assim, quando há dúvidas sobre a

sobrevivência da organização, sobre sua resposta às necessidades

organizacionais, sobre aspectos sucessórios, mais voltados para a formação

de alianças e para negociações será a atuação de seus membros.

Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper

alguns dos estereótipos vigentes na organização, sabendo que essas mesmas

estratégias deverão ser repetidas periodicamente.

Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos diferentes

é uma forma de garantir que seu cumprimento seja reconhecido pela

potencialização do trabalho dos grupos. Quaisquer estratégias de confronto

podem ser utilizadas caso o conflito já seja franco, desde que exista entre as

partes alguém que desempenhe um papel moderador.

Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper

alguns dos estereótipos vigentes na organização.

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CAPÍTULO III

ADMINISTRANDO OS CONFLITOS

E MOTIVANDO A EQUIPE

3.1. Administrando os conflitos

Para uma eficaz resolução dos conflitos é preciso compatibilizar

alguns passos a serem seguidos, conhecer e aplicar alguns saberes e,

também, definir o estilo a ser adotado. Os seguintes passos são considerados

de suma importância:

Ø Criar uma atmosfera afetiva;

Ø Esclarecer as percepções;

Ø Focalizar em necessidades individuais e compartilhadas;

Ø Construir um poder positivo e compartilhado;

Ø Olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado;

Ø Gerar opções de ganhos mútuos;

Ø Desenvolver passos para a ação a ser efetivada;

Ø Estabelecer acordos de benefícios mútuos.

Para que a negociação possa ocorrer, é necessário que ambas as

partes tenham as seguintes capacidades:

• SABER COMUNICAR: sem diálogo não há comunicação nem

solução possível para os problemas, a maioria dos erros,

omissões, irritações, atrasos e conflitos é causada por uma

comunicação inadequada.

• SABER OUVIR: ouvir ativamente, pois metas e intenções não

compreendidas levam sempre a uma resolução sem sucesso,

demonstrar interesse genuíno pela pessoa que fala e pelo

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assunto, evitar criticar ou tentar dirigir a conversa adotar uma

posição afirmativa, mostrando respeito pela outra pessoa.

• SABER PERGUNTAR: Saber perguntar é uma outra faceta do

ouvir ativamente, pois quem pergunta conduz a conversa.

Quanto ao estilo a ser adotado, é recomendável adotar um

estilo que leve à solução do conflito da forma mais pacífica

possível. O que vai definir seu atual estilo de administrar

conflitos está diretamente ligado a duas importantes

características de comportamento:

Abaixo apontamos alguns estilos a serem adotados para condução

da negociação e ou conflito:

• COMPETIÇÃO: busca satisfação dos interesses,

independentemente do impacto que isto possa causar na outra

parte envolvida, tenta convencer a outra parte de que sua

conclusão está correta e a dela está equivocada, leva a outra

parte a aceitar a culpa por um problema qualquer.

• COLABORAÇÃO: contempla os interesses das partes

envolvidas no conflito, busca um resultado benéfico para todas

as partes envolvidas.

• EVITAÇÃO: trata-se de estilo considerado não-assertivo e não-

cooperativo, evita todo e qualquer envolvimento com o conflito,

chegando a negar sua existência e o contato com as pessoas

que podem causá-lo

• ACOMODAÇÃO: trata-se de estilo considerado não-assertivo e

cooperativo a parte que utiliza este estilo tende a apaziguar a

situação, chegando a colocar as necessidades e interesses da

outra parte acima dos seus.

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• COMPROMISSO: Este estilo encontra-se no padrão médio de

assertividade e cooperação, em que uma das partes envolvidas

no conflito desiste de alguns pontos ou itens, levando a distribuir

os resultados entre ambas as partes.

O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas e as

organizações como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas,

dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades

de crescimento mútuo. Inúmeros fatores podem influenciar o surgimento do

conflito, não ficando restrito às questões relacionadas ao trabalho ou à

estrutura organizacional. Os mais comuns são as diferenças individuais, os

diversos níveis de competência interpessoal, as diferentes visões de mundo,

entre outros.

Não devemos esquecer que somos seres com capacidade e

habilidade para ouvir e entender melhor nossos semelhantes. Com esta

postura, silenciamos nossa voz interna e deixamos crescer a voz do outro,

permitindo que soe clara dentro de nós. O desejo mais profundo do coração

humano é o de ser compreendido, e perceber isto é possibilitar um processo

eficaz de comunicação.

3.2. Motivação

Segundo (BERGAMINE, 1997) a motivação se define como:

(...) um aspecto intrínseco ás pessoas, pois ninguém pode motivar ninguém. A mesma passa a ser entendida como fenômeno comportamental único e natural e vem da importância que cada um dá ao seu trabalho, do significado que é atribuído a cada atividade desse trabalho e que cada pessoa busca o seu próprio referencial de auto-estima e autoidentidade. (BERGAMINI, 1997, p.54).

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Atualmente a organização vem enfatizando cada vez mais o assunto

sobre a motivação pessoal em razão do destaque deste assunto na literatura

administrativa tem as mais diversas conceituações e aplicações da motivação

no ambiente de trabalho. O seu sentido original fundamenta-se no processo no

qual o comportamento é incentivado, estimulado ou energizado por algum

motivo ou razão.

Pode-se analisar que o autor refere-se à motivação como a mola

propulsora que contribui para a realização de um determinado desejo, sendo o

motivo e a emoção o segredo do entusiasmo na realização de algum objetivo.

Portanto, motivação é pessoal, mas pode ser influenciada por

objetivos e interesses coletivos as pessoas a irem em busca de algo que possa

satisfazer suas vontades e que contribua de alguma forma para a realização de

seus desejos, fica difícil motivar pessoas, até porque o ser motivado supera

limites como se a pessoa estivesse sob efeito de algo superior, isso se dá

quando a pessoa está centrada em seu objetivo maior levando a uma

integração em busca de sua auto-realização.

Para compreender o comportamento humano é fundamental o

conhecimento da motivação humana.

Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico (CHIAVENATO 1982, p. 414).

Através desta informação do autor, pode-se verificar que na verdade

o ser humano precisa de algo que o estimule para então começar a agir em

busca de um determinado objetivo. Sabe-se, portanto, que a motivação

humana ao longo dos anos serviu de objeto de estudo, para tentar tornar claro

o que estimula o ser em questão a objetivar algo, portanto assim como que o

ser humano é estimulado através de uma recompensa é desestimulado para

um comportamento primitivo, isto é, o impulso leva as pessoas a agirem por

necessidades reais direcionada por suas expectativas de vida e por aspirações.

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Falar-se de motivação em geral é algo a ser bastante pensado, ou

seja, desafiador. Baseia-se na sua própria significação de palavra que

motivação é simplesmente aquilo que motiva pessoas para uma determinada

ação. Um dos questionamentos mais discutidos é o fato de que a motivação é

interna.

(MONTANA, 1999, p. 203) diz que motivação é o “processo de

estimular um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma

necessidade ou realizar uma meta desejada”.

Diante desta afirmativa, observa-se que a motivação é o insight para

a ação e a partir daí o ser humano busca satisfazer suas necessidades. Pois, é

notório que o estágio atual do ser humano conta com uma constante busca por

tudo o que possa servir de melhoria de vida em relação a desempenho

profissional, familiar, financeiro e tudo o que possa servir de melhoria contínua.

As necessidades humanas são infinitas, pois sempre esta estará

sentindo falta de algo, que será visto como necessidade para a sua realização.

Os seres humanos estão a todo o momento procurando motivos para continuar

a viver, e isso vai depender sempre de um impulso, um estímulo motriz que

esteja direcionado sempre num sentido de desejo por algo, que seja capaz de

satisfazê-lo.

(MASLOW APUD MONTANA, 1999) explica que existe uma

tendência natural na qual o indivíduo se torna conscientes de cada uma delas

(atos de sentimentos de proteção e segurança, atos de pertencer, estima, e no

final auto-realização), motivados por elas em ordem decrescente (p. 228).

Identifica-se que a motivação para a realização de qualquer

necessidade se dá pelo fato de que o indivíduo tem consciência de cada uma

das tendências naturais, isto é, de todos os sentimentos relativos às

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necessidades dos seres humanos, atingindo seu grau de motivação conforme o

momento de sua vida.

(HERZBERG APUD STONER E FREEMAN, 1995, p.326) chegou à

premissa de que “os fatores responsáveis pela satisfação são em geral

desligados e distintos dos fatores da satisfação profissional”. Isto é quando

explicamos a teoria da motivação baseada nas necessidades falamos de

Maslow e quando se quer explicar a teoria fundamentada em comportamentos

e atitudes, Herzberg é o que se ajusta a essa idéia.

Os Gerentes de Projetos devem estar cientes destes fatores, e ter

conhecimento das teorias que influenciam o ser humano. As organizações para

a sua funcionalidade mais efetiva estão sistematizadas em hierarquias, e os

colaboradores devem estar cientes de seus papéis , assim como é sempre um

grande desafio para os gerentes, tentarem compreender os colaboradores ali

estão alocados, enfocando sempre no contexto, as razões de seus

comportamentos, e qual a maneira melhor para motivá-las para serem mais

produtivas e atenderem os apelos da organização.

A figura 1 representa as chamadas necessidades básicas do ser

humano, segundo o tradicional modelo de pirâmide, que presume a satisfação

do nível menor, para haver a permissão a satisfação do maior.

Figura 1- A Figura Pirâmide das Necessidades Humanas Básicas

Fonte: MASLOW, 2000, p.105

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(MASLOW, 2000, p.105) ainda complementa dizendo que

“as necessidades vão se tornando mais sofisticadas à medida que mudamos

de nível”. Na hierarquia das necessidades, quer seja membro de uma tribo

primitiva, ou de classes sociais distintas, nunca se estará inteiramente satisfeito

com as coisas essenciais que já se possui.

3.2.1. Teorias motivacionais

A motivação sem dúvida é exclusivamente interna a cada indivíduo,

e podemos dizer que ninguém motiva ninguém, porém os gestores devem

entender que a organização para funcionar no contexto produção

competitividade, é necessário que os grupos sejam trabalhados com o estímulo

externo de motivação para que ela ocorra, para isso é preciso incentivar os

gestores de empresas utilizem várias ferramentas de trabalho, tais como

atividades de animação para que haja rendimento no trabalho.

O funcionário que tem motivação tem vontade de realizar os

trabalhos que lhe competem, tem vontade de ter conhecimentos que

aprimorem o seu desempenho no trabalho, e tem compromisso com a

organização.

Constata-se que a motivação pode muito bem estar relacionada ao

ambiente da organização, a gerência, e a outros motivos que levam muitas

vezes o profissional a mudar de ambiente de trabalho e modificar

completamente seu estado desmotivado, e apresentar um quadro de muita

motivação na realização de suas tarefas, levando a um excelente desempenho,

muitas vezes da mesma atividade que realizava na antiga unidade, nesse caso

podemos observar que a motivação surge de estímulos externos.

Para (CHIAVENATO, 1981) a motivação funciona impulsionada

através dos desejos e receios:

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A motivação funciona em termos de forças ativas e impulsionadoras, traduzidas como desejo e receio, o indivíduo deseja poder deseja status receia o ostracismo social, que nada mais é que o isolamento social rejeita ameaças de auto-estima. (Chiavenato (1981, p. 49).

(MORGAN, 1996) sugere as seguintes medidas a serem usadas

pelas empresas para atingirem a motivação de seus colaboradores no que

tange a Teoria de Maslow:

1. Auto-realização; estimulo ao completo comprometimento, o

trabalho como dimensão importante na vida do empregado;

2. Auto-estima: cargos que permitam realização, autonomia, e

responsabilidade, trabalho que valoriza a identidade;

3. Sociais: estímulos á interação com os colegas no trabalho,

possibilidade de atividades sociais e esportivas, e reuniões sociais

que ocorram fora da organização;

4. Segurança: seguro-saúde e planos de aposentadoria, segurança

no trabalho, estabelecimento e divulgação do plano de carreira;

5. Fisiológicos: salário e benefício; segurança e condições

agradáveis no trabalho.

3.2.2. Teoria dos Fatores Higiênicos e Motivacionais de

Herzberg

A teoria dos dois fatores, ou seja, dos fatores higiênicos e

motivacionais foi desenvolvida por (HERZBERG APUD CHIAVENATO, 2004, p.

239) afirmava que “a motivação dos indivíduos depende destes dois fatores

que tem ligações estritas”. O autor desta teoria Frederick Herzberg, era um

psicólogo, consultor e professor universitário americano, tinha como base em

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sua teoria, que as empresas devem estar aptas para proporcionar meios que

contribuam para o trabalho de qualidade na organização.

Exemplificando temos alguns fatores de influência: condições de

trabalho e conforto, políticas da organização e administração, benefícios,

salários, segurança no cargo, entre outros.

Para (HERZBERG, 2004) depois que esses fatores são satisfeitos,

não adianta tentar aumentar um deles para conseguir maior motivação dos

profissionais, essa química de estar motivado para alcance de metas não vai

mais fluir.

A expressão higiene serve exatamente para identificar o seu caráter

preventivo e mostrar que se destinam simplesmente a evitar fontes de

insatisfação. Ninguém trabalha com mais esmero, porque uma empresa decide

incluir, por exemplo, um plano odontológico como benefício extra. Entretanto,

há necessidade de se ter este plano, pois as pessoas precisam estar

saudáveis, a falta dele gera insatisfação por parte dos colaboradores.

Sabe-se que, o homem que vive em sociedade precisa e depende

de outras pessoas para sobreviver, o que gera nele um conjunto de

necessidades. Além de ser um eterno insatisfeito, ou seja, quanto maior

motivação por parte do grupo que está inserido planejando caminhos e

traçando metas para o desenvolvimento próprio ou da empresa, mais

motivadas ficarão as pessoas que estão em interação grupal. A tendência da

motivação é atrair mais motivação.

Sendo assim, os fatores motivacionais têm um aporte direto na

influência da qualidade de vida das pessoas, e conseqüentemente na

qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas mesmas. Pode-se

classificar a motivação como sendo a força direcionadora para a participação

do colaborador, além de desenvolver um compromisso sólido e de

responsabilidade, ocasionando um relacionamento frutífero e produtivo com a

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organização, vindo a satisfazer os interesses de ambas as partes, ou seja,

criando os seguintes valores: empresa motivada, colaborador satisfeito e

cliente beneficiado.

Ocorre uma correspondência proporcional entre os fatores bons do

clima interno da organização com a qualidade dos produtos por ela oferecidos.

Em suma, os fatores motivacionais colaboram para que haja qualidade nos

produtos e serviços e na vida dos colaboradores dentro das organizações. O

colaborador motivado além de trabalhar com excelência, ainda produz um

clima de trabalho em que as pessoas se sentem bem e há interação social na

equipe.

De acordo com (CHIAVENATO, 2004) Os fatores motivacionais ou

satisfacientes estão relacionados com as tarefas e os cargos preenchidos por

uma pessoa, sendo que se forem avaliados como ótimos, o indivíduo ficará

satisfeito, motivo pelo qual são chamados satisfacientes e, se não forem assim

considerados excelentes, ficam insatisfeitos.

Para que haja satisfação nesta teoria, Herzberg orienta que as

organizações façam o enriquecimento de cargos, o que produzirá aumento na

motivação, na produtividade, no absenteísmo e na rotatividade.

Entende-se que, a satisfação está relacionada ao cargo e a atividade

que o indivíduo desempenha, e a insatisfação está arraigada com os ganhos

na empresa, benefícios dados pela empresas, clima organizacional, condições

de trabalho, e outros fatores de importância na busca da motivação.

(HERZBERG APUD CHIAVENATO, 2004) finalizam que enquanto

Maslow fundamenta a sua teoria da motivação nas diferentes necessidades

humanas intra-orientada, Herzberg alicerça sua teoria no ambiente externo e

no trabalho do indivíduo.

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Observa-se que ambos falam de motivação, mas defendem uma

determinada linha, Herzberg segue dois fatores, higiênicos e motivacionais,

enquanto que Maslow utiliza a pirâmide, das necessidades humanas.

A teoria fala essencialmente de um modelo em que as pessoas

decidiriam de maneira racional quando deviam se motivar ou não por um curso

especial de ação. Baseada na harmonia dos três fatores, que são a valência, a

Expectância e a Instrumentalidade,

3.2.3. Teoria X e Y de Mcgregor

Douglas McGregor, um psicólogo social americano, da década de

1950, sugeriu seus modelos famosos da teoria X e da teoria Y em seu livro

“The Human Side Of Enterprise” (1960). Pois ele e outros teóricos não

concordavam com o modelo das relações humanas e criticavam o suposto

modelo como sendo apenas um método camuflado de manipular os

empregados.

McGregor identificou dois conjuntos diferentes de suposições que os

administradores fazem sobre seus subordinados. A visão tradicional, que diz

que as pessoas têm uma aversão inerente a o trabalho; apesar de o verem

como necessidades irão evitá-lo sempre que possível. E a teoria mais otimista

que presume que o trabalho é tão natural quanto a diversão ou descanso, que

as pessoas desejam trabalhar e que, sob as circunstâncias corretas, obtêm

muita satisfação trabalhando. (STONER E FREEMAN)

Essas teorias chamadas X e Y, têm seus fundamentos nas reflexões

históricas, culturais, econômicas, tecnológicas e sociais ainda utilizadas por

grande parte das organizações, isto é, mostram a probabilidade de gerir a

produtividade do ser humano, e visualizar o comportamento humano nas

empresas.

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A teoria X, conhecida como visão tradicional, vem representar o

controle existente sobre os recursos humanos da empresa. De acordo com

esta teoria, as pessoas, em geral, não sentem vontade de trabalhar ou

pretendem trabalhar o necessário, e devido a isso, a grande parte dos

trabalhadores têm que ser coagidos, supervisionados insistentemente e

ameaçados com penalidades, pois somente dessa forma conseguem atender

os objetivos propostos pela organização.

Os colaboradores não querem responsabilidades, optam por receber

ordens formais sempre que necessário, possuem pouca ou quase nenhuma

ambição e põem a segurança acima de todos os fatores ligados ao trabalho.

A teoria Y é mais otimista, e mostra o fato de que a ampliação dos

recursos humanos é muito mais otimizada e pode ser mais bem aproveitado.

Nesta teoria o fundamento é o seguinte, quando um ambiente é favorável ao

trabalho, tudo flui naturalmente e pode ser prazeroso.

O colaborador é direcionado pela auto-orientação e autocontrole,

desta forma ele faz parte dos objetivos da empresa, aliado a tudo isso o

funcionário recebe recompensas e sente-se mais motivado na realização de

suas tarefas. Sendo assim, o colaborador sente-se mais compromissado com

as empresas, e esta maneira diferente de administrar os recursos humanos no

ambiente organizacional é o que faz as organizações terem sucesso.

O efeito cumulativo e gradativamente abrangente das diversas

teorias com suas diferentes contribuições e diferentes enfoques. Isto vai

evidenciar a tendência evolutiva de que as diferentes abordagens da

administração desenvolvem-se de conformidade com as necessidades

presentes ou futuros de cada realidade organizacional existindo a proposta

única mais com várias alternativas de solução.

E essas propostas ocorrerem com as práticas organizacionais

coligadas as pesquisas das diferentes realidades de todas as organizações.

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Tendo a visão de que o mais importante para o sucesso do administrador é a

sua competência de conciliar o trinômio: organização x ser humano x meio

ambiente, permitindo a visão sistêmica da realidade empresarial.

3.2.4. Fatores que influenciam na motivação

Segundo (ROBBINS, 2002) a motivação se define como:

A motivação é o processo responsável pela intensidade direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. (ROBBINS, 2002, p. 145).

Entende-se, portanto que a motivação é uma força interna que se

transforma dependendo do momento, durante toda a sua existência, e desta

maneira os seus objetivos ganham força, desta forma quando se afirma que a

motivação é algo interior significa que está dentro de cada pessoa, e por este

motivo somente a própria pessoa tem a capacidade de realizar essa façanha

de motivar-se.

As organizações se utilizam de diversos métodos de motivação com

a finalidade de somar a eficiência e eficácia de seus colaboradores. Isto

acontece porque nas organizações a motivação tem relação diretamente

proporcional com a produtividade e o lucro discrepando totalmente da real

conceituação e compreensão dos estudiosos neste campo de estudo.

A administração em sua funcionalidade não consegue realmente

descentralizar a motivação do colaborador, do dinheiro, isso acontece porque

estas raízes estão profundamente fundamentadas na administração científica

de Taylor, desvirtuando o que realmente é motivação.

Os colaboradores estão na maior parte de seu tempo nas

organizações, direcionando os seus esforços para as organizações. Portanto,

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fundamentamos nos seguintes fatores4 que interferem nos mecanismos da

motivação que são:

Ø Salários;

Ø Auto-estima e reconhecimento;

Ø Relacionamento entre os colaboradores;

Ø Promoções, treinamentos e capacitações;

Ø Benefícios;

Ø Segurança;

Ø Condições de estrutura física e ferramentas nos locais de

trabalho.

3.2.5. A importancia da motivação dentro das organizações

Atualmente muito gestor ainda tem essa forma de pensar. Grande

parte das organizações acredita que a parte financeira é o principal elemento

de motivação das pessoas. Num primeiro momento essa idéia deu certo, no

entanto os modelos motivacionais evoluíram em seus pensamentos, porém

todos agregaram antigos modelos mentais.

Sendo assim o modelo tradicional dava ênfase em motivar os

trabalhadores para tarefas repetitivas, o modelo das relações humanas

buscava justamente o oposto: mostrar que esse tipo de atividade desmotiva

ainda mais o empregado e que somente em contatos sociais a motivação seria

fortalecida dando prioridade às necessidades sociais dos colaboradores,

tornando-o agente de transformação. O modelo das relações humanas criado

por Elton Mayo, sociólogo australiano, e um dos fundadores e principais

expoentes do método representou um avanço em relação ao modelo

tradicional. (STONER E FREEMAN, 1982).

A teoria e a prática da motivação há muito faz parte de nossa vida.

Indivíduos altamente motivados podem resultar em aumentos substancias na

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produtividade e na satisfação do trabalho, além de considerável redução do

absenteísmo, do atraso, queixas e assim por diante. (MONTANA 2003)

Com base na citação acima, constata-se a importância da aplicação

de algumas das teorias básicas da motivação, produzindo estímulos para que

os colaboradores sejam conduzidos a realização de metas desejadas.

3.2.6. Motivação no ambiente organizacional

Atualmente, muito tem se falado em estratégias motivacionais,

sendo o principal enfoque desta premissa a organização sendo vista como um

ambiente saudável, e as tarefas executadas sejam realmente motivadores para

o colaborador, e com isso apresente um ótimo desempenho.

As estratégias motivacionais estão qualificadas em três classes de acordo com a evidência de cada uma das três relevantes dimensões organizacionais que são: Econômica, Política, Psicossocial. (MATTOS, 1988, p.138).

A ligação entre estas dimensões é que vai possibilitar, ou não, para

que a mudança ocorrida em uma delas não venha interferir nas outras duas.

A estrutura de poder de uma empresa define a própria empresa, os

objetivos que a empresa persegue e a estrutura que ostenta são uma extensão

dos objetivos e necessidades dos grupos e indivíduos dominantes que

constituem a sua estrutura de poder. (MATTOS, 1988).

Entende-se que a sociedade atual é uma sociedade de

organizações. As organizações são sistemas complexos, e logicamente vão

depender da força motivacional de seus colaboradores para que o sucesso

aconteça, e a relações de poder se tornem mais intensas.

As organizações agem em distintos locais, sofrendo as mais

variadas repressões e contingências, que se modifica no tempo e no espaço

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que interagem a estas por variadas estratégias para o alcance das metas

esperadas.

A presença do líder dentro de uma organização tem papel

importante no trabalho exercido pela organização para almejar a motivação da

equipe de trabalho. Portanto, a motivação é uma das principais

responsabilidades do mesmo.

Ao líder cabe identificar todas as necessidades peculiares de cada

colaborador no sentido de identificar a melhor forma decompor a motivação

necessária para aperfeiçoar o desempenho individual e conseqüentemente de

toda equipe de trabalho. Os lideres devem estar habilitados em como vão

incentivar a motivação para que todos possam atingir as metas organizacionais

com eficácia.

A motivação é um dos inúmeros fatores que contribuem para o bom

desempenho do trabalho. A razão pela qual se focaliza tão insistentemente a

motivação é que ela é mais facilmente influenciável que as demais

características das pessoas como traços de personalidade, aptidões,

habilidades, etc. (CHIAVENATO, 2002).

Para (CHIAVENATO, 2002) a liderança não é uma direção ou

gerencia, mas precisa ser um bom lider.

A liderança não deve ser confundida com direção ou com gerência. Um bom dirigente ou gerente deve ser necessariamente um bom líder. (CHIAVENATO, 2002, p. 147)

O autor exemplifica a importância da liderança quando se trata de

atingir metas e devem ser hábeis para que tudo ocorra dentro do proposto. A

liderança deverá ser a fonte motivadora de todo o processo na Organização,

pois o líder incentivador é um excelente instrumento para alavancar a

motivação.

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A motivação na Organização será de extrema importância para todo

o processo de trabalho, cabe ao gestor avaliar e criar programas que vão

melhor adaptar a cada realidade e dessa forma venha a desencadear a força

interna dos colaboradores para atingirem seus objetivos.

A motivação intrínseca está relacionada a recompensas

psicológicas, tais como a oportunidade de usar a habilidade de alguém, um

sentido de desafio e realização, recebimento de um reconhecimento positivo ou

apreciação, ser tratado de maneira considerável. A motivação extrínseca está

relacionada a recompensas tangíveis ou materiais, tais como: salários,

benefícios adicionais, seguros de vida, promoções, contratos de trabalho,

ambiente e condições de trabalho. (SILVA, 2005).

Entende-se que a motivação intrínseca está muito direcionada a

recompensas psicológicas, e estas são originadas de benefícios psicológicos,

que abrangem a interação social, identidade, senso de valor, responsabilidade,

e outros. A motivação extrínseca diz a respeito dos progressos materiais que o

colaborador visa obter.

A motivação é influenciada pela idade, por circunstâncias pessoais,

pela fase que a pessoa está atravessando na vida e em sua carreira do

momento, entretanto isso não é tudo,.O ambiente externo também afeta a

motivação , nos períodos de recessão econômica, estabilidade no emprego é

apontado com muita freqüência. (MONTANA, 2003)

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CONCLUSÃO

As organizações dependem de pessoas e as pessoas dependem

das organizações. O conflito está armado, e para a sobrevivência de ambas é

necessário que os objetivos se cruzem, todos os dias surgem novos modelos

de trabalho nas organizações, e novas formas de executar tarefas devido às

novas tecnologias, globalização e metodos de gestão.

O Gestor de Projetos deve estar ciente que na competencia da

gestão de pessoas os conflitos serão constantes e surgirão a todo momento e

para preveni-los a melhor forma de resolvê-los é através do confronto de fatos,

dados e sugestões apresentadas pelos envolvidos diretos. Os conflitos existem

desde que a humanidade foi criada, fazem parte do processo de evolução dos

seres humanos, do desenvolvimento e do crescimento de qualquer sistema

seja ele familiar, social, político, organizacional ou religioso.

Desta forma percebe-se que utilizando de maneira inteligente os

conflitos e os meios motivacionais, o gestor poderá desencadear um bom ou

mau desempenho dos seus colaboradores, que estão sob forte efeito do

ambiente interno e externo da organização.

Algumas recompensas materiais e benefícios são especificamente

estipulados e concordados, porém os fatores psicológicos, tais como a

satisfação no trabalho e as expectativas de trabalho desafiante, tratamento

imparcial e assim por diante são mais implícitos por natureza. Mesmo assim,

embora não declaradamente esta “renda psicológica” talvez seja o componente

mais crítico do contrato. (BUONO, 1992, p.96)

Apreciando por esta ótica pode-se identificar visivelmente que nas

organizações do conhecimento, onde o trabalho intelectual será cada vez mais

valorizado, mais os contratos de trabalho serão psicológicos. Reter e identificar

talentos dependerá fundamentalmente disso.

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O sistema de recompensas de uma organização repercute na

motivação no trabalho quando os colaboradores são premiados de modo

tangível (bônus em dinheiro, aumento salarial) ou intangível (elogio ou

reconhecimento público) por terem praticado comportamentos considerados

desejáveis para a organização. Já o sistema de punições tem como finalidade

primordial suprimir comportamentos considerados indesejáveis (abandono,

baixo desempenho) para o alcance dos objetivos organizacionais.

Podemos então afirmar que os resultados a serem alcançados pelo

Gestor de Projetos em sua empreitada, dependerão exclusivamente da

maneira como a qual ele montará a sua equipe, administrará os conflitos que

surgirão e os meios que ele fará para manter a sua equipa motivada em

direção a um único sentido, o sucesso do projeto.

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BIBLIOGRAFIA

ARANTES, Nélio. Sistemas de Gestão Empresarial: Conceitos Permanentes na

Administração de Empresas Válidas. São Paulo: Atlas, 1998.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5.ed. Rio

de Janeiro: Campus, 1999.

DRUCKER, Peter. O lider do futuro (visões, estratégias e práticas para uma

nova era). São Paulo: Futura, 1998.

MACÊDO, Ivanildo Izaias de. Aspectos comportamentais da gestão de

pessoas, Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

PAVARINI, Paulo, TRINTENARO, Ana Claudia, FONSECA, Doris Pereira.

Gerenciamento de Pessoas em Projetos . Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

WEBGRAFIA

http://pt.scribd.com/doc/69986166/36/Estrutura-Organizacional-Funcional

10/07/2012.

www.someeducacional.com.br/apz/gestao_conflitos/4.pdf. 10/07/2012

http://www.sorayagervasio.com.br/site/gestao-de-pessoas-em-projetos/.

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http://www.tiespecialistas.com.br/2012/05/gestor-gerente-lider-chefe-de-

projetos/ - 03/07/2012.

http://www.unisul.br/live/documents/162be1426cad4a5b92357785ab9384b7.pdf

- 03/07/2012.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPITULO I

PROJETOS: CONCEITOS, ESTRUTURAS E GERENCIAMENTO 10

1.1 – Projetos 10

1.2 – A estrutura organizacional 11

1.3 – Gestão de projetos 13

1.4 – O gerente de projetos 15

1.5 – A equipe de projetos 18

CAPITULO II

AS DIFERENÇAS CULTURAIS E OS IMPACTOS DOS CONFLITOS 21

2.1 – As diferenças culturais 21

2.2 – Conflitos 23

2.2.1 – Visão positiva do conflito 25

2.2.2 – Possíveis causas do conflito 26

2.2.3 – Níveis de conflito 27

2.2.4 – Conflitos interpessoais nas organizações 29

2.2.5 – Consequencias do conflito 30

CAPITULO III

ADMINISTRANDO OS CONFLITOS E MOTIVANDO A EQUIPE 32

3.1 – Administrando os conflitos 32

3.2 – Motivação 34

3.2.1 – Teorias motivacionais 38

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3.2.2 – Teoria fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg 39

3.2.3 – Teoria X e Y de McGregor 42

3.2.4 – Fatores que influenciam na motivação 44

3.2.5 – A importância dentro das organizações 45

3.2.6 – Motivação no ambiente organizacional 46

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA 51

INDICE 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto

AVM, A Vez do Mestre

Titulo da Monografia: GERENCIANDO PESSOAS EM PROJETOS

Autor: Rodrigo Nunes Bittencourt

Data da Entrega:

Avaliado por: Conceito: