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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR PROJETO “A VEZ DO MESTRE” CRECHE: REALIZANDO EDUCAÇÃO por ILCEMAR LESSA MESSA RIO DE JANEIRO Junho / 2003 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

CRECHE: REALIZANDO EDUCAÇÃO

por

ILCEMAR LESSA MESSA

RIO DE JANEIRO Junho / 2003

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

CRECHE: REALIZANDO EDUCAÇÃO

Monografia apresentada como pré-requisito parcial para conclusão do curso de Pós-graduação – Administração Escolar por : Ilcemar Lessa Messa Professora Orientadora: Mary Sue Pereira.

RIO DE JANEIRO

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Junho / 2003

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que me dotou com a capacidade de amar. Aos meus pais que garantiram o meu direito á uma educação de qualidade. Aos meus filhos que foram para mim, uma maravilhosa escola. A diretora da Escola Estadual Normal Carmela Dutra Léa Lemgruber, que sempre realizou educação conosco. A minha Coordenadora Maria de Nazareth e a minha eterna chefinha Rita de Cássia, que possibilitaram o meu crescimento profissional e me aguçaram buscar uma educação de qualidade com responsabilidade.

DEDICATÓRIA

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Dedico essa monografia a Melqui que me incentivou, me respeitou, me apoiou, me deu a segurança necessária para poder viver e relatar esse lindo e breve momento na minha vida.

RESUMO

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Este estudo tem como pr inc ipa l ob jet ivo re la tar o

surg imento, evolução e t rans ição das creches. Ci tando a

des igualdade e o abandono que sof rem nossas cr ianças.

Esc larecer que as creches não são abr igos de cr ianças pobres,

nem possuem concepção ass is tenc ia l is ta . E rat i f icar que é

d i re i to da cr iança a educação nos pr imeiros anos de v ida e é na

creche que se dá a pr imei ra etapa da educação básica. É

sabido que a educação não é a única responsável , mas

cer tamente e la é a base para a formação de uma soc iedade

justa, igual i tár ia , compromet ida, democrát ica, cr í t ica e

t ransformadora.

Outra preocupação é a consc ient ização do professor . É

impor tante que e le compreenda que exerce um papel

fundamenta l como agente t ransformador do processo educat ivo

e que suas ações prec isam ser p lanejadas, aval iadas e

replanejadas. É impresc indíve l que o educador se ins i ra como

gestor responsável deste processo, repensando sua atuação

prof iss ional , poss ib i l i tando uma mudança no cenár io da nossa

cr iança bras i le i ra que v ive numa soc iedade com tanta

des igualdade e pensada para os adul tos real izando desta forma

uma educação autônoma.

É necessár io que o poder públ ico este ja preocupado em

implementar po l í t icas públ icas para real izar este grande

desaf io , ha ja v is to , que a c idadania não será ideal izada de

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forma abst rata, mas s im dentro de uma perspect iva cr í t ica e

t ransformadora, const ruída ao longo do processo de

desenvolv imento da cr iança, gerando uma melhor qual idade de

v ida.

As dec isões centra l izadas nas mãos de poucos, a

ut i l ização com f ins e le i tore i ros, a apl icação dos recursos

gerando desperdíc ios e a não apl icação das le is , são

d i f icu l tadores da e laboração das pol í t icas públ icas no Bras i l . É

impresc indíve l que estas at i tudes se jam urgentemente

mudadas, e que o governo efet ivamente possa e laborar e

gerenciar de forma t ransparente pol í t icas públ icas mais

desaf iadoras e const rut ivas. Garant indo uma escola prazerosa,

democrát ica e competente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

08 CAPÍTULO I – UM BREVE HISTÓRICO

11 CAPÍTULO II – CONSCIENTIZAÇÃO PROFISSIONAL

17 CAPÍTULO III – QUALIFICANDO PROFISSIONALMENTE

22 CAPÍTULO IV – DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS

26 CAPÍTULO V – PERFIL PROFISSIONAL

32 CONCLUSÃO – EDUCAÇÃO – CIDADANIA E FELICIDADE

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ÍNDICE

39 ANEXOS

40 BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

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Em setembro de 2001 in ic iava um novo desaf io em

minha v ida prof iss ional . Real izar a Superv isão Pedagógica em

Creches Públ icas v inculadas à Prefe i tura da Cidade do Rio de

Janei ro. Em cumpr imento a LDB, in ic iava-se a t rans ição das

creches, a té aquele momento subord inadas à Secretar ia

Munic ipa l de Desenvolv imento Socia l e deste momento em

diante v inculadas por d i re i to à Secretar ia Munic ipa l de

Educação.

As creches são or iundas do movimento l iderado por

mulheres que por terem a necess idade de se lançarem no

mercado de t rabalho, necess i tavam de ter um local seguro que

pudesse dar conta dos pequenos enquanto e las est ivessem

t rabalhando. Por um per íodo essas Casas Comuni tár ias, não

contavam com nenhum apoio por par te do poder públ ico. As

d i f icu ldades eram mui tas. Mas essas mães não desis t i ram de

seu objet ivo, e consegui ram chamar a atenção de a lgumas

pessoas que se envolveram em seu movimento poss ib i l i tando

parcer ia com a Prefe i tura da Cidade do Rio de Janei ro.

O pr inc ipa l ob jet ivo da creche era ass is t i r e cu idar

dessas cr ianças, não sendo requis i to bás ico a qual i f icação

prof iss ional , impor tante era ser par t ic ipante da comunidade

onde a creche est ivesse inser ida. Todavia ao in ic iar a

t rans ição, torna-se impresc indíve l que o prof iss ional se ja

qual i f icado e se conscient ize que não é mais o único detentor

de saber , e que a const i tu ição de conhecimentos, concei tos e

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valores não acontecem apenas dentro da inst i tu ição. É

necessár io que a cr iança se ja ass is t ida e educada, v isando o

desenvolv imento de suas habi l idades e competências, num

ambiente agradável , acolhedor e cr ia t ivo, que possa lhe

proporc ionar segurança e fe l ic idade.

A famí l ia que anter iormente qual i f icava o t ipo de

cr iança a ser atendida na creche, de agora em diante deve

exercer uma parcer ia compromissada com a inst i tu ição. É

fundamenta l que creche e famí l ia caminhem juntas, se

responsabi l izando pela formação da cr iança. É necessár io

vontade pol í t ica nos governantes , para o desenvolv imento das

pol í t icas públ icas , poss ib i l i tando garant i r o acesso, a

permanência e a real ização de uma educação de qual idade com

as nossas cr ianças.

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CAPÍTULO I UM BREVE HISTÓRICO

O meu jard im de infância fo i o

t rabalho na preparação de roçados. Foi a minha “escola” durante os pr imeiros anos de minha vida.

Gregór io Bezerra , s /d

UM BREVE HISTÓRICO

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Podemos af i rmar que as creches t iveram sua or igem

em 1738 com a Roda dos Expostos, local onde bebês eram

deixados anonimamente, sendo amparados por inst i tu ições

f i lant rópicas. Cr iado pela Fundação Romão Duar te, no Rio de

Janei ro, o s is tema t inha a função de receber cr ianças

abandonadas por famí l ias que não t inham condições para cr iá-

las.

No in íc io do século XIX, com o processo de

urbanização e o surg imento de vár ias fábr icas no país ,

começaram a ser const ruídos locais onde os f i lhos dos

operár ios pudessem permanecer , durante a jornada de t rabalho

dos pais , tentando ev i tar as fa l tas de seus operár ios ao

t rabalho.

Ao mesmo tempo, ganharam força no país os estudos

de pediat r ia , que acabaram inf luenciando d i retamente o

t rabalho das creches. O papel destes espaços era est r i tamente

médico ass is tenc ia l is ta . Os bebês eram al imentados, medicados

e l impos. Não havia v isão pedagógica. Os médicos eram os

d i re tores das inst i tu ições.

No campo da educação, as reformas se in ic iaram em 1911,

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pro longando-se durante o decênio de 1920. Com medidas de âmbi to federa l e estadual .

O Bras i l na década de 1920- Os anos que mudaram tudo, Ed. Át ica –1997-Mar ly Rodr igues – pg.71

Na década de 50 é que o debate sobre a função

educat iva desses espaços aparece. A par t i r daí que a

impor tânc ia do t rabalho pedagógico, desde os pr imei ros anos

de v ida da cr iança, ganha destaque e atenção por par te dos

educadores.

No f ina l da década de 70 e in íc io da década de 80,

surge um movimento, l iderado por mulheres de nossas áreas

carentes, que por necess i tarem de se lançarem no mercado de

t rabalho, tomaram a in ic ia t iva de implantar as pr imei ras

creches, com os mín imos recursos, em casas improv isadas, mas

com todo car inho e d isposição de lu ta. O per f i l das pessoas

recrutadas para desenvolver es te t rabalho não v isava nenhuma

escolar idade ou qual i f icação, mas s im que fosse par t ic ipante

desta comunidade. Mas as d i f icu ldades eram mui tas e estas

mulheres começaram a buscar apoio junto às associações de

moradores e ao poder públ ico condições para manter o

atendimento às cr ianças.

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O atendimento a cr ianças nos pr imei ros anos de v ida, nas décadas de 70 e 80 tornavam os modelos h ig ien is ta/ fami l iar como os mais adequados a essa fa ixa etár ia .

FERREIRA,M C R. Os Fazeres da Educação Infant i l . 4 ED. SP CORTES, 2001, pg. 17

É impor tante destacar um grande bata lhador das

causas populares Pedro Por f í r io que, em 1985, como t i tu lar da

SMDS, da Prefe i tura da Cidade do Rio de Janei ro passou a

apoiar , de forma orgânica, o movimento das creches, sem

qualquer garant ia legal . Nesta época, as mesmas pessoas, que

já estavam real izando o t rabalho nas creches sem nenhum

vínculo empregat íc io foram, cont ratados, por um ano.

Renovando-se, este contrato, por tempo indeterminado, em

regime CLT.

A par t i r de então, o movimento fo i ganhando mais

espaço e a Prefe i tura da Cidade do Rio de Janei ro, começou a

absorver o t rabalho. E la própr ia começava a const ru i r os

pr imei ros prédios dest inados às creches comuni tár ias. Estava

aber to o caminho. Depois de mui ta lu ta e d iscussão a

Const i tu ição de 1988 e a LDB, em 1996, reconhecem que a

educação in ic ia-se na creche e vem rat i f icar o dever do poder

públ ico em garant i r á cr iança de 0 a 3 anos, o d i re i to de

f reqüentar uma inst i tu ição que este ja pronta e adequada para

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receber esta c l iente la , promovendo o desenvolv imento de suas

competências.

F icou à cargo da SMDS, desde então, o

acompanhamento e admin is t ração das creches públ icas e

par t icu lares que mant inham vínculo com a Prefe i tura, a t ravés

dos convênios f i rmados.

A Secretar ia Munic ipa l de Desenvolv imento Socia l , prestará ass is tênc ia educacional e nut r ic ional em creches, em horár io in tegra l , as cr ianças de 0(zero) a3anose 11 meses de idade com base nos seguintes cr i tér ios e normas:

I . o atendimento educacional será d i r ig ido a cr ianças or iundas de famí l ias em s i tuação de pobreza absoluta ( renda fami l iar de até dois sa lár ios mín imos) com pr ior idade para aqueles em s i tuação de r isco;

I I . cons ideram-se famí l ias em s i tuação de r isco aquelas em que se constatem problemas de por tadores de v í rus HIV, desnutr ição in fant i l , v io lênc ia domést ica, por tadores de necessidades especia is , doenças crônicas, uso Abusivo de drogas,

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pres id iár ios e ex-pres id iár ios e out ros ident i f icados pela Coordenador ia Regional .

ART. 1º INCISO I E I I RESOLUÇÃO SMDS/328 DE 18/12/1998.

Mas era iminente que a LBD dever ia ser cumpr ida e e la

def in ia que a SME dever ia desempenhar seu papel . Os

in teresses pol í t icos por um pequeno per íodo emperraram a

passagem das creches da SMDS para a SME ocorresse. Em

setembro de 2001 a SME começa a real izar a superv isão

pedagógica destas creches de acordo com a Del iberação E/CME

nº 7 de 25/09/2001 Ar t . 3º ,

A SME designará pessoal para exercer a superv isão pedagógica em conformidade com o decreto nº 20525 de 14/09/2001

Atualmente, as creches munic ipa is estão sendo

admin is t radas por professores, lo tados na SME. F ina lmente, a

t rans ição acontece. Neste momento, o sonho, há tanto tempo

sonhado, se t ransforma em educação real izada.

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CAPÍTULO II CONSCIENTIZAÇÃO PROFISSIONAL

Não é a consciência que determina a vida,

mas a vida que determina a consciência.

Karl Marx, 1996

CONSCIENTIZAÇÃO PROFISSIONAL

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No in íc io do movimento que deu or igem às creches, a

qual i f icação prof iss ional não era um requis i to bás ico, o

fundamenta l era só ser par t ic ipante desta comunidade. Neste

momento a v isão era ass is t i r essa cr iança, no per íodo que sua

mãe prec isava estar ausente. A v isão do cu idar e guardar era

pr imord ia l .

Modificar essa concepção de educação Assistencialista significa atentar para várias. Questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve, principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante crianças pequenas. Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil. Vol. I . Pg.24

Porém a LDB assegura que a educação de uma cr iança

in ic ia-se na creche. A par t i r daí é impresc indíve l que o

prof iss ional se ja qual i f icado, para desenvolver competências.

Agora a cr iança está sendo cuidada e educada, ações

pedagógicas são d iscut idas e real izadas.

A educação in fant i l , pr imei ra etapa da educação básica, tem como f ina l idade o desenvolv imento in tegra l da cr iança até se is anos de idade, em seus aspectos f ís ico,

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psico lógico, in te lectual e soc ia l , complementando a ação da famí l ia e da comunidade.

LDB Art. 29

Antes da real ização de qualquer ação pedagógica, é

necessár io que o educador ref l i ta sobre sua in tenc ional idade

educat iva. O educador deve estar sempre se apropr iando de

novas ações e est ratégias, sempre real izando educação. Se

a lgo prec isa ser re formulado, é necessár io re f le t i r , e a par t i r daí

é prec iso se apropr iar de sua rea l idade e buscar o

conhecimento do que prec isa ser mudado.

Professores têm a lunos. Mestres d iscípulos. A sabedor ia do mestre é mul t ip l icat iva. O conhecimento do professor é apenas aprovat iva.

TIBA. Içami , s /d

É fundamenta l também uma pol í t ica de formação

qual i ta t iva destes prof iss ionais pelo poder públ ico, para

buscarmos essa consc ient ização e qual i f icação. O fazer

pedagógico deve proporc ionar a cr iança a condição do pr inc ipal

ob jet ivo da educação que é a autonomia, tanto in te lectual como

moral , sendo capaz de resolver desaf ios. É impor tante que o

educador se conscient ize que a creche e um local para: br incar ,

est imular , desenvolver , expressar , expr imir , resolver desaf ios,

fazer de conta, dent re out ras co isas, mas pr inc ipa lmente lá é

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lugar para se amar e ser amado, como o t í tu lo de uma das

obras do nosso Car los Drumond Andrade.

Amar se aprende amando. Carlos Drumond de Andrade

As re lações conf l i tuosas da creche com as famí l ias,

d i f icu l tam o processo de soc ia l ização e de aprendizagem da

cr iança, gerando ações d iscr im inatór ias, não permi t indo o

d iá logo e for ta lecendo o preconcei to . A inst i tu ição não pode

querer estabelecer um padrão de educação que considera

adequado, d i tando aos pais como devem educar seus f i lhos.

É d i re i to da cr iança ser cr iada e educada por sua

famí l ia . É fundamenta l que a inst i tu ição va lor ize e respei ta a

famí l ia da cr iança, estabelecendo com ela um diá logo f ranco e

percebendo que a parcer ia estabelec ida ent re ambas é um dos

fa tores que contr ibuí ram para o desenvolv imento da cr iança.

Toda cr iança ou adolescente tem o d i re i to a ser cr iado e educado no se io de sua famí l ia e, excepcionalmente, em famí l ia subst i tu ta, assegurada a convivência fami l iar e

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comuni tár ia , em ambiente l iv re da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. ECA.Ar t . 19

Com cer teza, a in tegração de toda comunidade escolar ,

só promoverá uma educação de qual idade e formará uma

geração compromet ida, consc iente e com plena condição de

desenvolver sua c idadania.

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CAPÍTULO III QUALIFICANDO PROFISSIONALMENTE

É urgente que o magistér io brasi le i ro se ja t ratado com dignidade para que possa a sociedade esperar dele que atue com ef icácia e ex ig i r ta l a tuação.

Paulo Fre i re , 2002

QUALIFICANDO PROFISSIONALMENTE

No in íc io do t rabalho rea l izado nas creches, não se

t inha como requis i to bás ico a escolar idade e qual i f icação do

prof iss ional . A LDB de 1996, no seu ar t . 62, ra t i f ica.

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A formação de docentes para atuar na educação básica far -se-á em níve l super ior , em curso de l icenc iatura de graduação p lena, em univers idades e inst i tu tos super iores de educação, admi t ida, como formação mín ima para o exercíc io do magis tér io na educação in fant i l e nas quatro pr imei ras sér ies do ensino fundamenta l , a oferec ida em níve l médio, na modal idade Normal . LDB Ar t . 62

Def in i r em le i que a educação in fant i l , rea l izada nas

creches, deve desenvolver ações pedagógicas, com a

par t ic ipação de educadores dev idamente qual i f icados, para

oferec imento de uma educação de qual idade, não é suf ic iente .

Só se real iza t rabalho de qual idade, quando ex is te

compromisso com a formação cont inuada dos educadores. É

impor tante que e les se jam bem preparado e bem pagos

(utóp ico) .

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É prec iso implementar processos de formação – in ic ia l

e em serv iço - que, a lém de permi t i r a aquis ição de

conhecimentos sobre teor ias de desenvolv imento e

aprendizagem infant i l , cont r ibua para a sensib i l idade dos

educadores, ass im como de um compromisso ideológico com a

t ransformação da real idade educacional .

A formação de prof iss ionais da educação, de modo atender aos objet ivos dos d i ferentes níve is e modal idades de ensino e as caracter ís t icas de cada fase do desenvolv imento do educando, terá como fundamentos:

I -A associação ent re teor ias e prát icas, inc lus ive mediante a capaci tação em serv iço.

LDB ar t . 61 inc iso I

É fundamenta l que o poder públ ico efet ive uma pol í t ica

de formação cont inuada deste prof iss ional , que promova

reuniões constantes com as equipes, pa lest ras, grupos de

estudos, cursos , congressos, seminár ios, poss ib i l i tando, dessa

manei ra, acesso ao conhecimento, e invest i r na

consc ient ização do educador , e le não é a única fonte de saber

da cr iança. Permi t indo a inda que e le ident i f ique suas

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di f icu ldades, re f l i ta sobre os conhecimentos adqui r idos,

buscando novas est ratégias de ação, assumindo seu verdadei ro

papel de agente t ransformador , ha ja v is ta, que e le t rabalha com

o a l icerce de uma nova geração.

A educação infantil representa o primeiro passo para cidadania. Hoje as crianças estão em nossos braços, amanhã estaremos em suas mãos.

Texto co let ivo/ junho2001 XI ENCONTRO NACIONAL DO MOVIMENTO INTERFORUNS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

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CAPÍTULO IV

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS

Nenhuma sociedade se afirma sem o aprimoramento de sua cultura, da ciência, da pesquisa, da tecnologia, do ensino. E tudo isso começa com a pré-escola.

Paulo Freire, 1993

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS

A creche prec isa garant i r às cr ianças a v ivência de

s i tuações que promovam seu desenvolv imento e in teração

soc ia l , o ferecendo condições para o desenvolv imento de uma

ident idade autônoma.

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Antes de real izar qualquer ação, prec isamos estar

verdadei ramente compromet idos com a cr iança. É essencia l que

se estabeleça uma re lação afet iva saudável , respei tando-se o

que a cr iança pensa e sente. Suas necess idades prec isam ser

ident i f icadas e é fundamenta l a tendê- las de manei ra

sat is fa tór ia .

Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidade. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vol. I pg. 24

O desenvolv imento e a aprendizagem da cr iança,

in ic ia-se mui to antes de e la estar dentro de qualquer

inst i tu ição, Todos estes concei tos prec isam ser respei tados,

acei tos, or ientados e est imulados, promovendo o

desenvolv imento de suas competências e habi l idades.

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil Vol.I pg. 23

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O br incar é mui to impor tante para o desenvolv imento

cogni t ivo, emocional e soc ia l da cr iança. É at ravés da

br incadei ra que e la se apropr iará de conhecimentos, que

permi t i rão ações prazerosas e seguras, promovendo o equi l íbr io

necessár io para vencer as d iversas etapas da ex is tênc ia

humana.

Poss ib i l i tando deci f rar en igmas. A br incadei ra é um

momento de invest igação e const rução de conhecimento sobre

s i mesmo e sobre o mundo, dentro de um contexto de faz-de-

conta. Na br incadei ra e la age como se fosse maior que a

real idade, o que contr ibu i para o seu desenvolv imento,

const ru indo seu própr io pensamento, um código de va lores e

padrões de comportamento ét icos.

A br incadei ra favorece a auto-est ima das cr ianças, aux i l iando-as a superar progress ivamente suas aquis ições cr ia t iva. Referencia l Curr icu lar Nacional para Educação In fant i l Vol . I pg. 27

O espaço f ís ico ut i l izado pela inst i tu ição, deve ser bem

planejado e organizado. A qua l idade deste espaço, dos

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br inquedos e de todos os out ros recursos pedagógicos e de

in f ra-est rutura devem estar adequados para contr ibuem com o

processo educacional . Is to não s ign i f ica que a ação educat iva

dependa exc lus ivamente da ex is tênc ia destes mater ia is , mas a

preparação est imulando o lúd ico e o bom aprovei tamento do

espaço, junto às ações pedagógicas in terat ivas e a a fet iv idade

ex is tente ent re cr ianças e educadores, é o fac i l i tador do

processo de aprendizagem de que busca a qual idade.

A est ruturação do espaço, a forma como os mater ia is estão organizados, a qual idade e adequação dos mesmos são e lementos essencia is de um pro jeto educat ivo. Espaço f ís ico, mater ia is , br inquedos, inst rumentos sonoros e mobi l iár ios, não devem ser v is tos como e lementos pass ivos, mas como componentes at ivos do processo educacional que ref le tem a concepção de educação assumida pela ins t i tu ição. Referencia l Curr icu lar Nacional para a Educação Infant i l . Vol . I pg. 68

Outro fa tor re levante, que ref le t i rá dec is ivamente no

desenvolv imento da cr iança, é a parcer ia que a inst i tu ição

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estabelece com sua famí l ia . E la deve ser in formada e convidada

para junto com os educadores, ger i r o processo educacional ,

como assegura o ECA.

É d i re i to dos pais ou responsáveis ter c iênc ia do processo pedagógico, bem como par t ic ipar da def in ição das propostas educacionais . ECA Ar t . 53. Parágrafo Único. Pg.21

É essencia l que creche e famí l ia estabeleçam que

educação desejam. Não pode ser mais to lerada a t ransferência

de responsabi l idades. É inadimissíve l se d i tar um modelo

fami l iar . Não é possíve l cont inuar na contra-mão, d iscr iminando

os d i ferentes convív ios fami l iares. Esta postura é, com cer teza,

responsável pe lo d is tanc iamento das duas inst i tu ições.

As d ivers idades das famí l ias prec isam ser

respei tadas. É impresc indíve l que os educadores aprendam

com elas. Só at ravés da t roca e de um diá logo f ranco e

constante ent re as inst i tu ições – escola- famí l ia- será possíve l

a const rução de um novo je i to de caminhar que, com cer teza,

d i rec ionará para a formação de uma geração de seres capazes

de admin is t rar com ef ic iênc ia e ef icác ia sua v ida.

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Não, não tenho caminho novo. O que tenho de novo é o jeito de caminhar.

Thiago de Mello, 1996

CAPÍTULO V

PERFIL PROFISSIONAL

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“Todos devem assumir-se como agentes de transformação e sonhar sonhos plenos de adultos que educam e cuidam das crianças e de crianças que se tornam adultos e embalam as esperanças de nossas crianças.

Sonia Kramer, 2002

PERFIL PROFISSIONAL

É fundamenta l o papel do professor , e le é o mediador

pr iv i leg iado no processo ensino-aprendizagem, no cresc imento

da cr iança e no desenvolv imento das suas habi l idades. É

necessár io um prof iss ional compromet ido, com formação

c ient í f ica, preparado f ís ica, emocional e afet ivamente. É

impresc indíve l que o educador re f l i ta e perceba qual é a sua

v isão ét ica e pol í t ica de sua prát ica prof iss ional , e le deve ser

compromet ido pol i t icamente, contr ibu indo desse modo para

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const ru i r com seus a lunos uma consc iênc ia cr í t ica,

poss ib i l i tando-os tornarem-se par t ic ipantes de sua própr ia

h is tór ia . E le deve ser po l iva lente, t rabalhando com diversos

conteúdos, desde cuidados básicos essencia is até

conhecimentos especí f icos.

É impor tante a formação cont inuada do educador , a t ravés

de: observação, d iscussões e ref lexões, pr inc ipa lmente sobre

suas ações do d ia a d ia, o que cer tamente in f luenciará a

qual idade de seu t rabalho.

É pr imord ia l que o professor observe seus a lunos, para

conhecê- los, é prec iso estar junto da cr iança estabelecendo

uma re lação de conf iança, a fet iv idade, respei to mútuo e

cumpl ic idade. A t roca ent re professores gera uma educação

democrát ica, com dignidade e efet ivo exercíc io de sua

c idadania.

É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil vezes antes de uma desistência. É impossível ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar. FREIRE P. 1996

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A proposta ps icopedagógica não está pronta nem

organizada para ser executada pelo educador , e la deve ser

const ruída at ravés de p lanejamento, ação, aval iação e

rep lanejamento. O educador deve ser at ivo, dentro de uma

proposta que assegure a ar t icu lação ent re a teor ia e a prát ica.

E le deve buscar novas fontes de conhecimentos a lém das

oferec idas pela inst i tu ição é prec iso que e le se conscient ize de

sua atuação como c idadão e prof iss ional . É prec iso que e le

este ja compromet ido coma prát ica educacional .

O educador prec isa ser capaz de reg is t rar por escr i to

suas observações e ações, ser in terd isc ip l inar , estar

preocupado em ensinar e não em inst ru i r , estabelecendo

propostas para atender as expectat ivas de sua comunidade. É

necessár io uma ref lexão responsável e uma conscient ização

que esta proposta desenvolv ida pela inst i tu ição deve ser

const ruída por todos os prof iss ionais inser idos neste processo e

que o mesmo deve tornar rea l a in tenção da escola.

O aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer.

VYGOTSKY, 1987

A criança solicita a ajuda do adulto para superar as suas dificuldades, e neste

momento o papel do educador é fundamental. Ele deve ser sensível e estar atento. Precisa

perceber a dinâmica das relações que estão sendo construídas e contribuir para que elas se

desenvolvam da melhor forma possível.

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Ao participar da construção de regras, a criança aprende a ser parte integrante do

grupo, ao mesmo tempo em que desenvolve sua autonomia. O educador deve transmitir para a

criança segurança, sinceridade, autenticidade e afetividade, deve ser alguém capaz de ouvir,

valorizar, respeitar e amá-la. Ela não deve abrir mão de sua autoridade, mas é importante não

desvalorizar a criança que deixa de cumprir alguma regra. Ao compreender o limite de cada

uma para cumprir as regras acordadas, fica assegurado o direito de expressão de cada

criança. O educador precisa ser expressar de forma objetiva e segura com a criança,

explicando porque algo pode ou não ser feito. Deve promover oportunidades para que a

criança em situações planejada e organizadas desenvolva a construção de sua identidade.

“ É preciso Ter esperança otimista na vida”. Cèlestin Freinet, s/d

CONCLUSÃO

EDUCAÇÃO – CIDADANIA E FELICIDADE

A r iqueza maior que um governante pode deixar para a população é a educação.

XI INTERFORUNS, 2001

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EDUCAÇÃO – CIDADANIA E FELICIDADE

Educação de boa qualidade promove cidadania e felicidade.......As

crianças até pouco tempo eram educadas por seus pais, e a escola desenvolvia o papel de

informar e formar conceitos.

Mas a sociedade em poucos anos mudou muito. As mães que ora se detinham

em estar em seus lares para cuidar e educar seus filhos em tempo integral, se vêem obrigadas

a se lançarem no mercado de trabalho, promovendo desse modo uma nova maneira de

pensar e agir “educação”.

Responsabilidades são agora divididas com os filhos e a partir daí, se faz necessário

que a escola e os professores repensem o conceito de educação e reformulem sua visão e

atuação profissional. Respeitando e valorizando os conhecimentos que a criança já possue,

promovendo desse modo a construção de conhecimentos de maneira crítica e transformadora.

É imprescindível que os profissionais de educação estejam envolvidos e ativamente

participativos, com iniciativas para expressar-se, buscando novos conhecimentos, novas

estratégias para lidar com este novo aluno, que possui novas expectativas e busca ter prazer

ao se educar, possibilitando construir uma educação democrática.

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É essencial que todos os profissionais envolvidos no processo de educar se

tornem “mestres”. Fica claro que ele não detém, mais todo o conhecimento e autoridade, não é

mais a única fonte de saber.

O educador precisa ter o olhar e ações valorosos. É fundamental que se compreenda as

etapas do desenvolvimento dos alunos e suas dificuldades. Elas não podem reprimir ou

desqualifica-los. É preciso que profissionais qualificados atuem para ajudar neste momento e

que as mesmas possam ser vencidas ou amenizadas, mas que fique assegurado o processo

educativo, sem causar nenhum prejuízo ao aluno.

Outro fator de grande relevância, é determinar a educação doméstica e a

escolar. Não é mais tolerável que pais e professores continuem cobrando o que cada um deve

fazer. Precisamos decidir qual educação desejamos, e refletir sobre como a escola deve

desempenhar essa função.

A família precisa ser alertada sobre a importância de sua participação no

processo educativo da criança, deve demonstrar interesse em acompanhar a vida escolar de

seu filho, estabelecendo uma parceria saudável e comprometida com a escola. Este é um dos

principais estímulos que o aluno precisa para que o processo educativo aconteça de maneira

prazerosa e eficaz.

O Poder Público precisa participar efetivamente da organização e

funcionamento de políticas públicas, garantindo desse modo as questões de cidadania ligadas

aos ideais de liberdade e igualdade.

“Ensinar é um ato de amor”... sendo assim o conhecimento transmitido será

disseminado e o processo educativo fruirá de maneira natural. Promoverá uma geração mais

ética, consciente, criativa, responsável, generosa, solidária, produtiva, competente e feliz.

“O mais importante e bonito do mundo é isso: as pessoas não são sempre iguais... Não foram terminadas.

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Mas estão sempre mudando....afinam ou desafinam... verdade maior que a vida nos ensinou”. Guimarães Rosa

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 10 UM BREVE HISTÓRICO 11 CAPÍTULO II 16 CONSCIENTIZAÇÃO PROFISSIONAL 17 CAPÍTULO III 21 QUALIFICANDO PROFISSIONALMENTE 22 CAPÍTULO IV 25 DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS 26 CAPÍTULO V 31 PERFIL PROFISSIONAL 32 CONCLUSÃO 35 EDUCAÇÃO - CIDADANIA E FELICIDADE 36 ÍNDICE 39 ANEXOS 40 BIBLIOGRAFIA 46

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ANEXOS

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ATIVIDADES CULTURAIS

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 2ª COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO

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E.M. 02.04.009 C.C. GUARARAPES CÂNDIDO

DECLARAÇÃO DE ESTÁGIO Declaro que Rosane Clement Name, aluna do Curso de Pós- Graduação da Universidade Candido Mendes – Administração Escolar – Projeto “A vez do Mestre” realizou nesta Unidade Escolar 80 ( oitenta ) horas de estágio supervisionado na área administrativa realizando tarefas pertinentes à sua área concluindo desta forma seu estágio.

Rio de Janeiro, 30 de maio de 2003.

Neuza Duarte Rodrigues

DIRETORA Mat.11/087058-4

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BIBLIOGRAFIA

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