44
1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A IMPORTÂNCIA QUANTO À ESCOLHA DE UMA MODALIDADE DE GARANTIA EM UM CONTRATO DE LOCAÇÃO Rose Mary dos Santos Peça Prof. Dr. Fernando Gouvea Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

  • Upload
    lecong

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A IMPORTÂNCIA QUANTO À ESCOLHA DE UMA MODALIDADE DE GARANTIA EM UM CONTRATO DE LOCAÇÃO

Rose Mary dos Santos Peça

Prof. Dr. Fernando Gouvea

Rio de Janeiro

2009

Page 2: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A IMPORTÂNCIA QUANTO À ESCOLHA DE UMA MODALIDADE DE GARANTIA EM UM CONTRATO DE LOCAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito para obtenção do grau de

especialista em. Direito Imobiliário

Por: . Rose Mary dos Santos Peça

Page 3: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

3

AGRADECIMENTOS

À Maria de Fátima Aguiar Santos e Brunno Pereira, pela revisão nos textos e ajuda na formatação deste trabalho.

Page 4: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meu pai (in memoriam) e a minha mãe, que foram os primeiros a incutirem no meu ser, a importância das primeiras letras e do estudo, não medindo esforços e sacrificando suas horas de descanso para esse fim.

Page 5: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

5

RESUMO

Para o ser humano, a conquista da casa própria é tão importante,

que esse bem é a representação palpável de anos de economia, de sacrifícios,

de angústias, de investimentos e também de alegrias, sonhos e realizações.

Sendo assim, quando o proprietário de um bem o coloca à

disposição de terceiros, mediante a paga de uma remuneração para esse fim, é

compreensível que a insegurança, a desconfiança, o receio, ou até mesmo a

conjugação desses sentimentos se instale. Afinal, é um investimento de uma

vida que está sendo colocado nas mãos de terceiros, sendo que estes o

proprietário não tem conhecimento, muitas vezes, de nenhum histórico anterior,

para descobrir a índole, seus reais propósitos. Confia através do exame de

documentos, mas será que estes por si só bastam para fundamentarem a

confiança na ocupação daquela pessoa junto ao seu imóvel?

Cada vez mais, diante do mundo globalizado em que vivemos,

com as relações sociais mudando de forma assustadora, novas leis regendo

os contratos, as avenças, mesmo de relações privadas, é importante que os

proprietários e até mesmo o leigo, que ainda não se tornou proprietário, mas

pode vir a se tornar um - e por que não dizer ? –até mesmo o candidato à

locação, tenham conhecimento da importância de uma modalidade de garantia

em um contrato de locação, assim como compreendam, porque muitas vezes,

as exigências das administradoras, que são muitas e as diferenças de uma

modalidade de garantia para outra e o que a lei específica que rege a matéria

fala sobre o assunto.

Este trabalho não se destina unicamente ao proprietário, mas

também àquele que deseja alugar um imóvel e até mesmo ao leigo que ainda

não se encontra em nenhum dos pólos de um contrato de locação – locador e

locatário.

Page 6: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

6

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por escopo fundamental demonstrar de

forma mais exemplificada possível, o que é uma modalidade de garantia, como

se escolher uma, a importância que se deve observar quando se escolhe e

como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato

de locação, sendo ele residencial ou não-residencial.

Tendo em vista que são diversas as modalidades de garantia

previstas na Lei de Locações – Lei n º 8.245/91, havendo porém diversas

nuances e características específicas de cada modalidade, este trabalho faz

um passeio por cada uma delas, para que se vislumbre numa linguagem

simples, o que cada uma representa, objetivando assim uma escolha mais

acertada e consciente, de acordo com a necessidade de cada locador.

Mas por que a ressalva acerca da necessidade de se atentar para

a escolha de uma modalidade de garantia? Hoje, a grande característica da

sociedade de risco em que vivemos é a urbanização, ou seja, as pessoas

vivem cada vez mais em conglomerados urbanos, organizando-se para fins de

moradia e com isso as relações sociais vão sendo alteradas e

consequentemente com o advento da consciência dos seus direitos, os

conflitos acabam surgindo e com isso a ameaça constante de interposição de

uma ação judicial.

Essas formatações modernas de garantia constituem também um

grande leito de riscos para as pessoas, gerando possibilidades de riscos

financeiros, econômicos, dentre outros.

Por isso, ao contrário de uma época que hoje não mais prospera,

onde a palavra de uma pessoa muitas vezes valia mais até do que um

documento escrito, rebuscado com palavras bonitas, com o advento de

diversas leis, em virtude das novas relações jurídicas predominantes no mundo

moderno, necessário se fez urgente o esclarecimento tanto aos proprietários,

quanto aos candidatos à locatários, evitando assim que numa relação já tão

Page 7: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

7

frágil, o emaranhado de leis hoje existentes, pertinentes à matéria locatícia,

seja elucidado..

A própria disposição de colocar um imóvel para utilização por

parte de terceiros, mediante a contraprestação correspondente de pagamento

de uma quantia denominada aluguel, pela sua utilização, acarreta uma série de

desdobramentos e aplicação de leis, que aos olhos de um simples participante

da relação contratual, pode vir a originar uma série de problemas em virtude da

ausência de uma orientação mínima básica de como proceder.

Sendo assim, diante da lacuna de um trabalho que falasse

especificamente sobre esse tema, de suma importância, resolvi estudar o

assunto e no decorrer desses capítulos, vislumbraremos assuntos que são

matérias corriqueiras nos jornais de grande circulação, bem como são objetos

de estudos, despertando cada vez mais o interesse das pessoas.

Page 8: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

8

SUMÁRIO

Introdução 6 – 7

Capítulo I A Origem da Fiança 9-12

Capítulo II Modalidade de Garantia:

2.1 Fiador 13-22

2.2 Impenhorabilidade ou não do bem do fiador 22-26

2.3 Seguro-Fiança 26-30

2.4 Caução 30-34

2.5 Título de Capitalização 34-36

Capítulo III Novidades no mercado imobiliário: desconto direto

em folha de pagamento e cartão-fiança 37-39

Conclusão 40-41

Page 9: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

9

CAPÍTULO I

ORIGEM DO TERMO FIANÇA

Não há como adentrarmos ao estudo das modalidades de

garantia, bem como à análise das suas características, sem antes, contudo,

estudarmos a origem do termo FIANÇA.

Mas, o que é fiança? A fiança nada mais é do que o ato de fiar

uma obrigação alheia, ou seja, confiar de que alguém realizará uma

determinada atividade, cumprirá um determinado compromisso assumido pelo

devedor principal e a pessoa que confia que aquele a realizará – o fiador – será

solidário nesse empenho manifestado. Numa linguagem mais técnica, a fiança

é um contrato pelo qual um devedor acessório junta-se a um devedor principal,

a fim de garantir o adimplemento da obrigação por este assumida.

O estudo da fiança se vê mais presente e mais visível nas

relações locatícias tendo em vista que, neste campo, vislumbramos contratos

onde um proprietário transfere a propriedade de bem imóvel seu a terceiros,

mediante a contraprestação a ser paga por esse terceiro (locatário) sendo que

em caso de inadimplência deste, outrem efetuará o pagamento como se fosse

o locatário, em virtude de ter assumido essa responsabilidade, ou seja, ter

exercido a confiança em seu garantido; de que a atitude deste seria correta no

desenrolar das obrigações assumidas por força do contrato celebrado.

Voltando às considerações históricas, o termo fiança foi

mencionado pela primeira vez, conforme estudos efetuados, no Direito

Babilônico, onde era utilizada a expressão “ sustentar a cabeça do devedor” .

Essa expressão reflete de maneira coloquial o que realmente ocorre com o

devedor. Ele mantém de pé a figura do seu afiançado, que em caso de

circunstâncias que o impeçam de arcar com seus compromissos, acaba se

Page 10: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

10

socorrendo da figura do seu fiador, daquele que manterá sua estrutura forte e

sólida, ou seja, o socorrerá em caso de débitos oriundos de sua inadimplência.

Têm-se notícia também que no Direito Assírio, o símbolo da

fiança eram mãos, ou seja, o fiador era o “ senhor das mãos”, ou seja, o

garantidor da dívida contraída por seu afiançado.

Já no Direito Grego, a fiança estava acoplada ao contrato

principal, sendo que neste, 3 (três) figuras se destacavam: o credor, o devedor

e o fiador.

Em outras civilizações, observamos variações do mesmo tema,

podendo essa parte ser exemplificada pelo Direito Germânico, onde então

existiam duas formas de fiança: a “ dação de refém”, ou seja, o fiador assumia

a responsabilidade pelo pagamento da dívida contraída por seu afiançado, com

seu próprio corpo. De que forma? O homem livre era entregue ao credor e a

este ficava vinculado e disponível, enquanto a dívida persistisse. Quitado o

débito, o homem era libertado. Caso ocorresse mora, ou seja, atraso, o credor

tinha o direito de transformar esse fiador, em propriedade sua.

O fiador, assumindo a dívida, podia manter sob sua custódia, ou

seja, guarda, o devedor.

Hoje, os princípios adotados em relação à questão da fiança,

remontam ao Direito Romano, pois para que haja a fiança necessária se faz a

existência de uma obrigação principal.

No Direito Romano, desenvolveu-se a fiança, sendo a forma

desse contrato a stipulatio, desenvolvendo-se a fiança sob as formas de

sponsio, fidepromissio e fideiussio, sendo que os dois primeiros institutos são

de Direito Civil e o último de jus gentium. Por longo tempo, o fiador foi

considerado como devedor solidário e só na época de Justiniano se

reconheceu a sua qualidade de responsável subsidiário.

As duas primeiras são antigas e diferem entre si, sobretudo na

forma. A sponsio se realizava pelo uso da palavra spondeo: idem spondesne?

Page 11: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

11

Spondeo. Ao passo que na fidepromissio utilizavam-se outras palavras: Idem

lide promittsne? Promitto. A primeira só podia ser usada por cidadãos

romanos e por latinos, a segunda também pelos estrangeiros (peregrini). A

obrigação do sponsor e do fidepromissor não passava a seus herdeiros: com

sua morte, morria também a obrigação.

Outrossim, havia várias leis no período republicano que limitavam

a responsabilidade dos fiadores em diversos sentidos, o que, naturalmente,

diminui bastante o valor prático do instituto que, em primeiro lugar, visava a

garantir o interesse dos credores.

Ainda no fim da República, às duas primeiras formas supra

citadas, juntou-se uma terceira, que era a fideiussio. Suas regras divergiam

bastante das anteriores. Dentre as diferenças, no uso das palavras diversas

no formulário, bem como em relação às conseqüências jurídicas. A última

aplicava-se a todo e qualquer contrato e não somente aos contratos verbais, a

obrigação dela proveniente passava aos herdeiros do fideiussor, e não era

afetada pelas limitações da legislação republicana, acima mencionada.

Em virtude dessa nova forma, a fiança obteve uma

regulamentação condigna com a importância econômica do instituto numa

sociedade evoluída como a de Roma.

Importante porém dizer que se o fiador cumprisse a obrigação que

garantia, tinha uma ação de regresso contra o devedor principal, seu afiançado

(chamada a ação de actio depensi), caso este não o indenizasse dentro de seis

meses. Além desse meio processual, não dispunha o fiador de outro contra o

devedor principal: as relações entre ambos ficavam subordinadas ao vínculo

jurídico que os ligasse (mandato, sociedade, por exemplo) se existisse tal

vínculo.

Os jurisconsultos clássicos encontraram ainda uma outra via que

permitia ao fiador recuperar o que desembolsara por conta do devedor

principal. O fiador podia exigir do credor principal, a quem pagara, a cessão

das ações que lhe competiam contra o devedor principal.

Page 12: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

12

Após essa breve explanação histórica, podemos observar a

importância desse instituto e porque o mesmo em relação ao mercado

imobiliário, tem sofrido mutações, objeto de diversos estudos e retração no

mundo jurídico, com o surgimento de outras modalidades, visando suprir tanto

o interesse do credor, quanto do devedor.

No desenrolar das demais folhas deste estudo, iremos então

analisar cada uma das modalidades, seus prós e contras, visando esclarecer

as dúvidas dos interessados, para que cada um, munido das informações

necessárias, possa então auferir qual a melhor para o seu caso específico.

Page 13: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

13

CAPÍTULO II

MODALIDADE DE GARANTIA

2.1 FIADOR

Quem tem um imóvel para alugar precisa das garantias, sendo

que estas estão previstas no artigo 37 da Lei nº 8.245/91, para poder

assegurar, o máximo possível, o percebimento dos alugueres e encargos

relativos ao contrato de locação, nas datas acordadas, por parte do futuro

inquilino e reduzir os riscos de um eventual inadimplemento das obrigações a

serem assumidas por aquele que deseja ostentar o título de locatário.

Em relação ao inquilino, este por sua vez, precisa se submeter a

uma das modalidades de garantia para poder assegurar que o imóvel

desejado será seu, sendo que a escolha da modalidade a ser adotada para

efetivação do contrato de locação para determinado imóvel, compete ao

locador.

Primeiramente, é importante destacar que a própria Lei de

Locações estabelece quais as modalidades de garantia que podem ser

adotadas nos contratos de locações, sendo que o locador somente pode

escolher uma das opções elencadas na lei, sendo que é necessário dizer que

todas as modalidades de garantia possuem seus prós e contras e nem sempre

são favoráveis para os dois, destacando-se ainda que nenhuma das que são

permitidas pela lei e utilizadas no mercado imobiliário, são garantias absolutas,

deixando assim o locador imune a riscos. Ao optar por uma das modalidades

de garantia, o que se almeja é minimizar os prejuízos, os riscos, os problemas

decorrentes de uma avença celebrada, que pode ser inadimplida; mas eliminá-

los ? É pura utopia.

É importante ainda esclarecer que não se admite nenhuma outra

modalidade de garantia que não esteja prevista na legislação própria, sob pena

de ser considerada nula a cláusula que destoar do ditame legal, bem como a

Page 14: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

14

mesma é uma obrigação acessória, que segue a sorte da obrigação principal,

que está inserida no contrato de locação celebrado, sendo que aquela refere-

se ao adimplemento dos alugueres e encargos.

Tradicionalmente, o fiador é a modalidade de garantia mais usual

no mercado imobiliário, sendo que esta modalidade de garantia vem perdendo

terreno para outra modalidade que abordaremos mais tarde, que é o seguro-

fiança, em virtude das mudanças de comportamento humano, bem como dos

problemas existentes para aqueles que querem ainda desempenhar esse

papel, em virtude de experiências desastrosas, vividas, presenciadas ou

escutadas pelos próprios, parentes, vizinhos e outros.

Apesar disso, a utilização do fiador, é a modalidade de garantia

mais comum, bem como é a principal alternativa na hora de alugar.

A lei de locações, em seu artigo 37, parágrafo único, estabelece

que “é vedado, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de

garantia num mesmo contrato de locação.”

Porém, a lei não veda que a fiança seja prestada por mais de um fiador, não importando isso em pluralidade de garantia e, sim em multiplicidade

subjetiva de garantidores da obrigação. Além do mais, a pluralidade de

fiadores, os favorece, pois, havendo mais de um, dilui-se, entre eles, a

responsabilidade pelo contrato firmado, em caso de inadimplemento por parte

do locatário.

Ao fiador compete efetuar o pagamento do aluguel, encargos e

conservação do bem, restaurando-o ao status inicial de quando do início da

locação, salvo as deteriorações pelo uso regular da coisa, em cumprimento

aos ditames legais, conjugada com o contrato de locação celebrado entre as

partes; em caso de inadimplência perpetrada por seu afiançado, ou seja, o

locatário que figura no contrato de locação.

Em virtude do grau de responsabilidade que esse encargo

comporta, cada vez mais há um constrangimento por parte do candidato á

Page 15: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

15

locação, em perquirir a outrem se pode ou não ser seu fiador, quando da

locação de um imóvel.

Diante ainda da inadimplência reinante no mercado, bem como

tendo por escopo mitigar o prejuízo do locador, as exigências no mercado

imobiliário, no que tange a essa modalidade de garantia são cada vez maiores,

pois as administradoras, assim como os locadores, caso administrem

diretamente seus bens, determinam que o fiador, para ser aceito, deverá

precipuamente, apresentar que é proprietário de imóvel no município onde

encontra-se localizado o imóvel almejado pelo candidato, - sendo que muitas

vezes, são exigidos dois imóveis - , devendo essa comprovação ser através de

apresentação de certidão de registro geral de imóveis, com prazo de emissão

inferior a 30 (trinta) dias, renda devidamente comprovada superior a três

meses o valor do aluguel, apresentação de IPTU do exercício corrente do

imóvel apresentado como sendo de sua propriedade, comprovante de

residência atualizado e documento pessoal de identidade e comprovante de

inscrição no CPF/MF. Sendo casado, a documentação do cônjuge também

deverá ser apresentada.

Mas por que a obrigatoriedade da apresentação da

documentação do cônjuge, bem como da assinatura do mesmo no contrato de

locação? Aqui somos obrigados a abrir um parêntese para melhor esclarecer

esse ponto que é de suma importância.

Se casado, o cônjuge não pode, sem consentimento do outro

cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, (com exceção, se o regime de

bens for o da separação absoluta, pois neste caso, cada cônjuge possui ampla

e livre administração de seus bens) prestar fiança. É o que estabelece o artigo

1647, inciso III, do Código Civil, pois a ausência de assinatura do cônjuge

invalida o ato prestado, podendo ocasionar ainda outras conseqüências,

desfavoráveis para o locador, em caso de inadimplemento por parte do

locatário e via de regra, interposição de demanda judicial, quando da execução

dos bens apresentados pelo fiador,à época da celebração do contrato.

Page 16: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

16

Podemos melhor entender esta fase ao lermos os julgados abaixo

que tratam da matéria e que ilustram de forma concisa que no momento da

execução dos bens do fiador, os problemas surgem, caso um dos cônjuges não

tenha assinado o contrato respectivo.

EXECUCAO FIADOR FIANCA PRESTADA SEM OUTORGA UXORIA NULIDADE DO ATO DESPROVIMENTO DO RECURSO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Execução por débito locatício em face do fiador no estado de casado. Ausência de outorga uxória por ocasião da prestação da, fiança. Ajuizamento pelo cônjuge mulher de ação declaratória de nulidade de fiança. Prejudicialidade. Inocorrência. A nulidade, se a ausência da outorga se verificou de boa-fé, dirá respeito apenas à meação da mulher, respondendo pela obrigação, a meação do devedor. Princípio, segundo o qual, ninguém pode alegar em seu benefício, a própria torpeza. Improvimento do recurso, cassando-se o efeito suspensivo anteriormente deferido.

Tipo da Ação: AGRAVO DE INSTRUMENTO Número do Processo: 2003.002.17172 Data de Registro : 05/03/2004 Órgão Julgador: DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

DES. GERSON ARRAES Julgado em 11/12/2003

ACAO RESCISORIA FIANCA CONSENTIMENTO DE CONJUGE AUSENCIA VALIDADE

Ação rescisória. Fiança. Ausência de anuência do cônjuge. Inexistência de literal violação de lei. Artigo 235, III c/c 263 do Código Civil. Interpretação razoável do texto legal. A fiança prestada sem a outorga uxória . a, permanece válida em relação ao cônjuge que a firmou, não atingindo os bens da autora nem silo

Page 17: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

17

meação. Fiador profissional da área jurídica, conhecedor dos termos da obrigação assumida, que não podendo se beneficiar da própria torpeza. Improcedência do pedido.

Tipo da Ação: ACAO RESCISORIA Número do Processo: 2002.006.00189 Data de Registro : 15/09/2003 Órgão Julgador: QUINTA CAMARA CIVEL

DES. ROBERTO WIDER Julgado em 29/07/2003

Devemos ainda lembrar que a Constituição Federal, em seu artigo

226, parágrafo 3º reconhece a “ união estável entre o homem e a mulher como

entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.” Mas o

que esse ditame constitucional tem a ver com a fiança? Ora, essa situação

acaba trazendo insegurança no mercado imobiliário, pois o convivente que não

tenha participado do contrato de locação poderá alegar a nulidade de fiança

prestada pelo outro convivente, ou então pleitear que a cobrança de débito

locatício em caso de demanda judicial, recaia somente em face da metade do

bem que pertence ao convivente que celebrou o contrato, resguardando assim

a sua metade, em caso de convivente que tenha a propriedade em condomínio

com o outro convivente sobre os imóveis adquiridos na constância da união

estável.

Então, quais as providências que os locadores e/ou as

administradoras devem tomar para resguardarem-se de possíveis problemas

futuros? Pode ser inserida no corpo do contrato de locação, cláusula na qual o

fiador declara, em caráter irrevogável e irretratável, que possui o estado civil de

solteiro, ou separado judicialmente, ou divorciado, ou viúvo e que não mantém

ou manteve união estável com outrem, sendo então na integralidade

proprietário único dos bens que possui ou que venha a adquirir, sendo essa

declaração prestada sob as penas da lei, ou seja, aquele que venha a prestar

declaração falsa, pode vir a responder processo na área criminal.

Page 18: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

18

Essa medida pode ser que não obste totalmente quaisquer

problemas eventuais futuros, mas pelo menos mitiga-os, tendo em vista que a

declaração falsa, sujeita o declarante em prática criminosa, podendo ocasionar

assim conseqüências de caráter penal para o fiador, caso omita a existência de

união estável.

A fiança é a conhecida garantia fidejussória ou pessoal, ou seja,

está baseada na confiança. O terceiro deposita na mão do garante que é o

fiador, a certeza do cumprimento de uma obrigação assumida pelo afiançado,

ou seja, um compromisso, que um assume por outro, perante terceiro.

Ela é um contrato unilateral, pois o fiador se obriga perante o

credor, mas este não assume nenhum compromisso perante aquele. Porém,

devemos destacar que existe na doutrina, posição defendida no sentido de que

a fiança na verdade, é um contrato bilateral imperfeito, pois se o fiador pagar a

dívida, este sub-roga-se nos direitos do credor, podendo através de ação de

regresso, em face do locatário, cobrar o valor pago.

Também tem por característica, ser gratuita, pois é prestada de

forma desinteressada, sem vantagem para o fiador.

Deve ainda ter interpretação restritiva, mas se não houver

limitação expressa no contrato, o fiador responderá pelos acessórios da

obrigação assumida, inclusive despesas judiciais, desde a sua citação, em

caso de interposição de demanda judicial.

Também é a fiança um contrato intuito personae, pois está

baseada no liame subjetivo da confiança existente entre os contratantes, bem

como também é um contrato acessório, conforme dito anteriormente, pois está

vinculado ao contrato principal, que é o da locação.

É também um contrato formal, não se deduz, devendo ser

expressa e manifestada por escrito, a vontade da pessoa em ser fiadora de

outrem, conforme estabelece o artigo 819 do Código Civil.

Page 19: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

19

Para ser fiador a pessoa deve ser dotada de capacidade civil, ou

seja, aptidão para exercer direitos e contrair obrigações., enquadrando-se nas

regras do nosso ordenamento civil.

Porém, existem algumas regras que limitam o exercício da fiança,

sendo que, podemos exemplificar, através das pessoas jurídicas, cuja

capacidade para figurar como fiadora, dependerá do estatuto que as

regulamenta.

Os analfabetos, os surdos-mudos e os deficientes visuais, que

possuem discernimento, não estão impedidos de figurarem como fiadores,

porém, necessitarão de escritura pública ou procuração por instrumento público

para prestarem fiança.

E quanto ao pródigo? Primeiramente deveremos definir o que

seja uma pessoa pródiga. Pródigo é aquele que dissipa sua fortuna,

dilapidando seu patrimônio e sendo assim, apesar dele não perder plenamente

sua capacidade, está impedido de prestar a fiança, pois pode colocar em risco

os seus bens.

O mandatário também não pode assumir fiança, salvo se a

procuração que detenha, contenha poderes específicos e expressos, não

bastando cláusulas gerais de administração.

Diante das peculiaridades dessa modalidade de garantia e diante

das grandes responsabilidades que um fiador assume ao anuir ao contrato de

locação, a própria legislação prevê também a exoneração de fiança.

Mas no que ela consiste? Segundo o doutrinador Silvio de Salvo

Venosa, consiste no despojamento do fiador da condição de garante, ou seja,

sua liberação da garantia prestada no contrato principal, no caso, o de locação.

Pelo Código Civil de 1916, isso somente era possível com a

concordância do locatário e do locador, ou através de ação própria de

exoneração de fiança.

Page 20: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

20

Com o advento do Código Civil de 2002, essa situação foi

alterada, sendo o que na verdade se buscou, foi a possibilidade de exonerar-se

da fiança prestada através de contrato escrito, que esteja vigorando por prazo

indeterminado, através de simples notificação, sendo que a obrigação se

mantém por ainda 60 (sessenta) dias.

Se foi através da notificação que o fiador manifestou seu intuito

de exonerar-se desses encargos, caberá então ao locador ou quem o

represente, também manifestar sua recusa, quanto a essa exoneração através

de contra-notificação justificada, tendo em vista que sua inércia pode acarretar

a crença quanto à aceitação do pleiteado pelo fiador.

Cabe destacar porém que a discussão acerca dessa matéria não

está devidamente solucionada com o advento do Código Civil, pois pelo que

prevê a legislação própria que rege as locações de imóveis urbanos (Lei nº

8.245/91), em seu artigo 39, a garantia da locação se estende até a efetiva

devolução do imóvel.

DESPEJO CONTRATO DE LOCACAO SOLIDARIEDADE ENTRE LOCATARIO E FIADOR DESOCUPACAO DO IMOVEL DATA DO VENCIMENTO DA PRESTACAO

Contrato de Locação. Fiança locatícia. Fixação da data da desocupação. Benfeitorias edificadas sem autorização escrita da locadora. Verba honorária de sucumbência. Multa, artigo 538, parágrafo único do CPC. O fiador que renuncia ao benefício do artigo 1.500 do Código Civil 1916, artigo 835 do atual, e assume a obrigação como devedor solidariamente responsável pelos encargos da locação até entrega das chaves, não se enquadra no benefício previsto no verbete n.º 214 da Súmula do STJ, permanecendo responsável mesmo após prorrogação do contrato, com a agravante de ter firmado o pacto aditivo da prorrogação na qualidade de responsável legal da locatária. (grifo nosso). Tendo a locatária notificado a locadora da desocupação do prédio locado por título e documentos, cessa a partir desta data sua responsabilidade nos encargos da locação, se a locadora negligenciar na ocupação do mesmo. Processo de despejo por falta de pagamento, sem purga da mora, que tramitou em primeiro grau de jurisdição por quatro anos e um mês, As benfeitorias edificadas pela locatária sem autorização escrita da locadora acessam o prédio sem direito de retenção ou indenização, conforme previsão contratual. A verba honorária de 10%

Page 21: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

21

no tema é usual não devendo ser majorada. E, estando presente os pressupostos de lei, é de ser mantida a multa prevista no artigo 538, parágrafo único do CPC. Recursos conhecidos, provido o primeiro, parcialmente, desprovido o recurso adesivo.

Tipo da Ação: APELACAO CIVEL Número do Processo: 2003.001.24998 Data de Registro : 04/02/2004 Órgão Julgador: DECIMA CAMARA CIVEL

DES. IVAN CURY Julgado em 09/12/2003

LOCACAO PRORROGACAO DO PRAZO FIANCA RESPONSABILIDADE SOLIDARIA DESPROVIMENTO DO RECURSO

APELAÇÃO. Fiança. Responsabilidade solidária do fiador em contrato de locação, prorrogado por prazo indeterminado. Escusa de que este comunicou à locatária, cujo inadimplemento de alugueres e encargos não nega, que se exonerava da obrigação a partir do termo final do contrato original. A exoneração somente produziria efeito mediante a notificação do locador, fato de que o fiador não produziu prova. Contrato que expressamente previa a obrigação do fiador até a entrega das chaves. Aplicação do art. 39 da Lei do Inquilinato. Recurso desprovido.

Tipo da Ação: APELACAO CIVEL Número do Processo: 2003.001.31127 Data de Registro : 07/01/2004 Órgão Julgador: SEGUNDA CAMARA CIVEL

DES. JESSE TORRES Julgado em 26/11/2003

Portanto, diante desse dispositivo, com a interpretação restritiva

do citado artigo, não há possibilidade do fiador exonerar-se antes da entrega

do imóvel. Porém, importante dizer que as decisões proferidas por Tribunais

Page 22: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

22

Superiores têm acolhido pretensões nesse sentido, com base no que dispõe o

Código Civil, olvidando-se porém da regra prevista na lei especial, criando uma

verdadeira celeuma jurídica.

Não podemos também deixar de mencionar a importância de uma

análise criteriosa da documentação apresentada pelos candidatos a fiadores,

evitando assim que o locador e/ou administradora, caia no golpe dos “ fiadores

profissionais”.

Alguns fiadores apresentam comprovantes de renda e de

propriedade autênticos, sendo que é necessário fazer o cruzamento de demais

dados e informações para não cair nesse golpe.

É comum a apresentação de endereços e telefones de “ fachada”,

sejam residenciais e profissionais, além do fornecimento de número de

celulares e escassez de fornecimento de telefones fixos.

É importante que os documentos apresentados sejam legíveis,

atualizados, para que as informações sejam checadas de forma correta.

2.2 IMPENHORABILIDADE OU NÃO DO BEM DO FIADOR

Recentemente, o mercado imobiliário foi surpreendido com uma

decisão monocrática do Ministro Carlos Velloso, do Supremo Tribunal

Federal, ao apreciar o Recurso Extraordinário nº 352940, ocasionando assim

uma série de preocupações aos locadores. O mesmo ao julgar o recurso

acima, entendeu que o disposto no art. 3, inciso VII da Lei nº 8.009/90; lei esta

que trata do bem de família e da questão de penhorabilidade de imóvel de

propriedade de fiador, em caso de débito locatício, seria inconstitucional,

assim como que o direito à moradia é um direito fundamental de 2ª geração, e

por isso a norma constitucional é auto-aplicável.

Page 23: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

23

Esse entendimento decorreu em virtude da Emenda

Constitucional nº 26, de 14 de fevereiro de 2000, que acrescentou o direito

social à moradia aos direitos elencados no art. 6º da Constituição Federal que

dispõem: “ são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a

assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” Ocorre porém

que o ilustre magistrado ao analisar esse dispositivo constitucional, ao julgar o

recurso supra citado, não vislumbrou que a política contida nessa norma

constitucional deve ser resolvida através de políticas públicas, sempre

dependendo de regulamentação não havendo correlação com a Lei nº

8.009/90, mais precisamente com o art. 3º, inciso II, que envolve a questão do

fiador e o contrato de locação, em caso de inadimplência.

Voltando ao estudo da Lei nº 8.009/90, esta lei trata do bem de

família, ou seja, assegura a impenhorabilidade do imóvel onde reside o casal,

ou entidade familiar, ao protegê-lo contra dívidas de qualquer natureza,

contraídas pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários

e nele residam, ressalvadas as hipóteses previstas em lei. O objetivo principal

é uma maior proteção ao imóvel residencial. Dentre as exceções previstas na

lei, o inciso VII trata da obrigação decorrente de fiança concedida em contrato

de locação.

O Ministro Carlos Velloso ao proferir a decisão polêmica, que

movimentou o mercado imobiliário, fundamentou sua decisão, tendo por base a

Emenda Constitucional nº 26, ao incluir dentre os direitos sociais do art. 6º da

Lei Maior, a “ moradia”, alçando esse direito a um direito fundamental.

Porém, a decisão do referido Ministro não logrou êxito ao ser

apreciada pelos demais integrantes do Supremo Tribunal Federal, onde

mantiveram o entendimento de que o bem do fiador pode vir a ser penhorado

para liquidação de dívidas oriundas de inadimplemento de alugueres e

encargos, mantendo válida assim, o que preceitua o art. 3º inciso VII da Lei nº

8.009/90, que trata do bem de família.

Page 24: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

24

Logo, é importante destacar que não é inconstitucional a exceção

prevista na Lei acima citada, que permite a penhora do imóvel do fiador!

A garantia da fiança com a exceção que permite a execução do

imóvel tido como bem de família, ao contrário de violar o direito à moradia,

garante a todos o acesso a esta com o incentivo às construções imobiliárias e

estímulo à locação, atendendo não somente o interesse do locador, como

também do locatário. Nesse sentido mais amplo que as leis devem ser

apreciadas e analisadas, visando à paz social e o bem-estar comum. Devemos

atentar para o fato de quem deve dar acesso à moradia, é o Estado em

parceria com os cidadãos, mas não somente um lado suportar sozinho os

riscos para garantir o direito a outro em seu próprio prejuízo.

É importante para ilustrar o presente trabalho, a transcrição de

algumas decisões judiciais pertinentes à matéria e que referendam as

explicações acima.

2007.001.56778 - APELACAO CIVEL

JDS. DES. ELTON LEME - Julgamento: 14/12/2007 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO POR TÍTULO JUDICIAL EM AÇÃO DE DESPEJO. POSSIBILIDADE DA PENHORA DO ÚNICO BEM IMÓVEL DE PROPRIEDADE DO FIADOR. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO 6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 3º, INCISO VII, DA LEI Nº 8.009/90 E DO VERBETE Nº 63 DA SÚMULA DE JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DESTE TRIBUNAL. 1. Na dívida derivada de contrato de locação, a penhora do imóvel que serve de moradia ao casal está autorizada pelo inciso IV do art. 3º da Lei nº 8.009/90. 2. No julgamento do RE n. 407.688-SP, o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria de votos, que a citada exceção legal à impenhorabilidade não viola o direito social esculpido no artigo 6º, caput, da Constituição Federal, superando anterior decisão de prevalência do direito à moradia proclamada no RE 3529404 (Rel. Ministro Carlos Velloso). 3. Subsistência da penhora, pois corretamente efetivada em consonância com o verbete nº 63, da Súmula de Jurisprudência Dominante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 4. Manutenção da sentença de improcedência. 5. Aplicação do art. 557, caput do Código de Processo Civil.

Page 25: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

25

2007.001.27926 - APELACAO CIVEL

DES. LINDOLPHO MORAIS MARINHO - Julgamento: 04/12/2007 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.EMBARGOS À EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. IMPUGNAÇÃO OFERECIDA POR FIADORES DE CONTRATO DE LOCAÇÃO. ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE DE IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. AFASTAMENTO. NOVAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO COM FULCRO NO ART. 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INCONFORMISMO DOS APELANTES MANIFESTADO POR MEIO DE AGRAVO INTERNO. NECESSIDADE DE APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PELO COLEGIADO.O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.A impenhorabilidade do bem de família não alcança os débitos decorrentes da fiança locatícia, como acentuou o Supremo Tribunal Federal em recentes julgados, proclamando a constitucionalidade do disposto no artigo 3º, VII, da Lei nº 8.009/90, com a redação dada pela Lei nº 8.245/91.Se não houver ânimo inequívoco em novar, ou seja, a intenção do devedor em contrair nova dívida, com seu credor, para extinguir e substituir a anterior, a segunda obrigação confirma a primeira.Recurso ao qual se nega provimento.

Page 26: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

26

2.3 SEGURO-FIANÇA

O seguro-fiança, na verdade, foi criado para ser mais uma

alternativa para quem não tinha fiador, ou nos casos em que as demais

modalidades de garantia previstas na Lei nº 8.245/91, não fossem aceitas

pelos proprietários.

Os especialistas que atuam no mercado imobiliário sempre

depositaram nessa modalidade de garantia, as esperanças para eliminar o “

bicho-papão” dos contratos de locação, qual seja, a inadimplência, a falta de

pagamento.

O seguro-fiança está completando mais de 10 anos de vida,

porém, ainda não cumpriu o papel para o qual foi criado. Mas por que isso?

Primeiramente, porque essa modalidade de garantia ainda perde para a

2007.001.51016 - APELACAO CIVEL

DES. SERGIO LUCIO CRUZ - Julgamento: 22/11/2007 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL

LOCAÇÃO.BEM DE FAMÍLIA.FIADOR.ART. 3°, VII, DA LEI N° 8.009/90.INEXISTÊNCIA DE VÍCIO DE INCONSTITUCIONALIDADE.O dispositivo legal contém duas ordens de exceções, sendo a primeira por imperativo da lei, que pode ter duas naturezas: (1) débitos gerados pelo próprio imóvel, ou para sua própria aquisição (incisos II e IV) e (2) dívidas que, pela gravidade de sua criação, não se poderia deixar imune o devedor, em detrimento do credor, que, pela natureza de seu crédito, merece proteção maior do que aquele (incisos I, III e VI).Já a segunda ordem é constituída pelos créditos em que, por disposição de vontade do proprietário do bem, ele decide renunciar à proteção que a lei confere (incisos V e VII).Esse poder de renunciar à proteção legal tem guarida constitucional, que confere o direito de propriedade e de livre disposição dos bens.Assim, quem dá um imóvel em hipoteca, ou concede uma fiança a locação, sabe que está renunciando à proteção da lei e o faz porque quer, permitindo-o a Lei Maior.Proibi-lo de assim agir é que seria inconstitucional.Entendimento pacificado nesta Corte, conforme se vê do verbete nº 63 de sua Súmula, e no Pretório Excelso, por seu Plenário, no julgamento, em 08/02/2006, do RE 407688/SP, de que foi Relator o Min. Cezar Peluso.Decisão negando seguimento ao recurso, com fulcro no caput do art. 557 do Código de Processo Civil.

Page 27: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

27

modalidade tradicional, que a figura do fiador. Segundo, que o alto custo do

seguro-fiança ainda afugenta os candidatos a locatários e sendo assim, ainda

não se popularizou no meio do seu público-alvo.

O valor do seguro-fiança, pago à vista, muitas vezes, ultrapassa

em muito o valor do aluguel e sendo assim, ficamos num círculo vicioso, pois o

seguro é caro porque o número de segurados é pequeno e por isso, o risco é

alto. Sendo a base pequena, o seguro é caro e por isso, não consegue se

popularizar, conforme desejado pelos especialistas do mercado imobiliário,

principalmente num momento em que o candidato tem uma série de despesas

como, por exemplo, a mudança e pequenos ajustes no imóvel, para melhor se

adequar ao seu gosto ou até mesmo à natureza da sua atividade, seu negócio

e/ou sua atividade.

Mas por que esses valores são altos? A inadimplência é um

desses fatores que influencia e muito, pois é alta no mercado imobiliário,

aumentando assim o risco da seguradora e, conseqüentemente, o preço em

caso de sinistro. Outro fator que influencia é a lentidão das ações que tramitam

perante o Poder Judiciário, pois o processo de ação de despejo pode demorar

mais de um ano, dependendo dos trâmites processuais que podem ocorrer,

bem como dos procedimentos do locatário no desenrolar da ação judicial.

É importante destacar que o nosso sistema jurídico é distinto do

americano, em que 30 (trinta) dias após a audiência de negociação, em caso

de não pagamento, o inquilino é obrigado a entregar o imóvel.

A empresa que domina esse mercado é a Porto Seguros, não

havendo interesse por parte de outras empresas seguradoras em adentrarem

nesse mercado. Com o passar dos anos, a empresa acima citada, vem

aprimorando seu produto, acrescentando outras coberturas, como por exemplo,

pintura interna, pintura externa (em caso de imóveis residenciais), descontos

nas renovações, descontos conveniados com empresas de mudanças, dentre

outras formas para atrair os candidatos a locatários a aderirem a essa

modalidade de garantia.

Page 28: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

28

Mas como funciona realmente essa modalidade de garantia? O

primeiro passo é a análise cadastral, com o preenchimento de uma ficha

própria e apresentação de documentos específicos, determinados pela

seguradora, variando essa documentação de acordo se o candidato for pessoa

física ou jurídica, sendo que esses documentos, basicamente são os seguintes:

CPF/MF, identidade, comprovante de residência, comprovação de registro

profissional na Carteira de Trabalho, contracheques, dentre outros que também

variam de acordo com a atividade econômica exercida pelo candidato.

Há uma análise feita por um funcionário da área de crédito da

Porto Seguros, sendo que a resposta à essa análise, demora cerca de 48

(quarenta e oito) horas, onde se apura se há apontamento nos cadastros

restritivos de crédito, interposição de ações judiciais, bem como confirmação

dos dados apresentados pelo candidato.

Após essa análise e em caso de aprovação, esta tem validade de

30 (trinta) dias, dentro do qual deverá ser elaborado o contrato de locação, bem

como comprovado o pagamento da apólice de seguro respectiva.

Havendo reprovação do cadastro feito, tem direito o candidato á

locação que seja feita uma reanálise, sem pagamento de custo cadastral.

Porém, é importante esclarecer que o candidato à locação, tem

um limite em relação ao seu comprometimento para que seu cadastro seja

aprovado pela Porto Seguros, variando esse percentual de comprometimento,

caso a locação seja residencial e/ou comercial e se o pretendente está

alugando para terceiros e dependendo da atividade, em caso de locação não

residencial.

A vigência da apólice de seguro pode ser anual ou plurianual. No

caso de ser anual, é renovado a cada 12 (doze) meses, independente se o

contrato de locação tiver prazo superior e nesse caso, o proprietário fica numa

situação delicada, sem saber se daqui a um ano, o inquilino concordará com a

renovação do seguro. Sendo assim, essa questão da renovação do seguro

deve ser tratada com antecedência de pelo menos 40 (quarenta) dias, devendo

Page 29: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

29

essa importância ser lançada na boleta de aluguel, junto com os demais

encargos locatícios. Em muitos casos, para não ficar sem a cobertura da

apólice de seguro locatício, o proprietário chega a efetuar o pagamento da

renovação da apólice de seguro-fiança, para ficar resguardado da

inadimplência, para então, depois negociar o ressarcimento junto ao locatário.

Sendo plurianual, a vigência é de 30 (trinta) meses, sendo que

neste caso, o desconto de renovação é concedido na contratação, em virtude

do valor alto da apólice.

Visando atrair cada vez mais candidatos para essa modalidade,

existem algumas formas de parcelamento, tais como, em até 4 (quatro) vezes

sem juros, em até 10 (dez) com juros, para seguros plurianuais e pagamento

mensal, mediante cadastro da imobiliária, mas somente para locação

residencial e com vigência anual.

As coberturas que essa modalidade de garantia oferece ao

locador são: pagamento do aluguel e multa moratória, despesas ordinárias do

condomínio e IPTU, água, luz e gás, danos ao imóvel, pintura interna (se o

imóvel for entregue com pintura nova e constar no termo de vistoria essa

observação) e externa, multas rescisórias e assistência jurídica, além da taxa

de incêndio, que é peculiar á cobrança, ao Estado do Rio de Janeiro, não

sendo cobrada em outros Estados. As coberturas são limitadas, dependendo

da natureza de cada rubrica, acima pormenorizadas, até um montante

correspondente ao valor contratado para aluguel ou valor contratado.

Dentre as vantagens para o locador, em relação a essa

modalidade de garantia, podemos citar as seguintes: este seguro cobre o

pagamento dos alugueres e encargos legais vencidos e não pagos pelo

inquilino, antes mesmo da decretação do despejo, ou seja, durante o

andamento da ação judicial. Prevê também o reembolso das despesas

judiciais e, de forma opcional, a cobertura por rescisão contratual e de danos

ao imóvel provocados pelo inquilino, bem como análise de cadastro minuciosa

Page 30: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

30

e diferenciada, que permite uma locação mais segura e tranqüila para o

locador.

Em contrapartida, para o inquilino, existem também inúmeras

vantagens, quais sejam: elimina a necessidade de fiador, cessando a busca

incansável e o constrangimento de procurar um; disponibilidade de uma

modalidade de garantia que efetive sua locação, sem maiores burocracias e

maior agilidade; recebimento de descontos progressivos nas renovações de

seguro, ano a ano, desde que não ocorram sinistros ou reajustes dos valores

segurados.

Portanto, observa-se que com o número cada vez menor de

candidatos à fiadores, bem como a demora processual e insuficiência de

valores, desfavorecendo a garantia caução (depósito em caderneta de

poupança e capitalização, que abordaremos nos próximos capítulos), a

modalidade de garantia desponta como a que irá preponderar cada vez mais

nas locações a serem firmadas, mostrando-se atualmente, como a melhor

garantia de locação existente hoje no mercado imobiliário.

2.4 CAUÇÃO

O art. 37 da Lei de Locações (Lei nº 8.245/91), em seu parágrafo

2º, trata de forma específica da caução em dinheiro, como modalidade de

garantia que também pode ser utilizada, caso assim queira o locador, em um

contrato de locação.

Mas primeiramente, o que é caução? Caução, conforme

preceitua o Vocabulário Jurídico , de Plácido e Silva, altamente conhecido nos

meandros jurídicos, é termo genérico, complementar a uma relação jurídica

principal, à qual se liga, apresentando-se como o contrato ou obrigação

acessória, de modo que, em regra, se firma na existência de contrato ou

obrigação principal.

Page 31: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

31

No regime antigo, a caução era limitada unicamente a dinheiro, ou

no linguagem mais popular, “ depósito” , tendo sido seu campo de atuação

ampliado também para abranger caução sobre bens móveis e imóveis.

No caso mais popular da caução, que é o depósito de numerário

equivalente a três meses o valor do aluguel, conforme previsão legal, é

importante destacar que essa limitação é prevista em lei, não podendo essa

importância ser ampliada, e caso assim o seja, é uma burla à legislação que

rege a matéria, fugindo aos seus princípios e sendo passível ainda de punição

na forma da lei.

Ocorre que com essa limitação, ela se torna frágil, pois se torna

insuficiente para cobrir todo o débito deixado pelo locatário em caso de

inadimplência, conjugada ainda com a demora de uma demanda judicial, em

caso de interposição de ação judicial, conforme narrado no capítulo III deste

trabalho.

Essa caução deverá ser depositada em conta-poupança

autorizada pelo Poder Público e por este regulamentada, sofrendo os

acréscimos previstos e todas as vantagens decorrentes do depósito, como

juros e correção monetária, reverterão em benefício do locatário, caso esteja

este quite com as obrigações decorrentes do contrato de locação celebrado

entre as partes.

Ocorrendo durante o curso da locação, majoração do valor do

aluguel, seja ele decorrentes da aplicação dos índices que regem o mercado

locatício ou decorrente de acordo celebrado entre as partes, poderá o locador

exigir a complementação da caução, para que essa complementação

acompanhe a proporcionalidade aplicada quando do início da vigência do

contrato de locação. Igual linha de pensamento deverá ser aplicado, caso

ocorra redução do valor do aluguel, com a redução proporcional do valor do

depósito.

Caso o locador, sem justa causa, recuse-se a devolver o valor

dado como depósito, quando do início da locação, estando quite o locatário,

Page 32: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

32

com suas obrigações decorrentes do contrato de locação celebrado, estará

incurso no crime previsto no art. 168 do Código Penal (apropriação indébita),

sujeitando-se ás penas cominadas para esse tipo previsto na lei penal, sem

prejuízo de demais medidas judiciais que o locatário possa vir a tomar, em

virtude da atitude imprópria do locador.

De forma menos usual, a lei de locações, em seu artigo 38,

permite que a garantia do contrato locatício, também recaia em bens móveis ou

imóveis.

Essa previsão não figura na lei anterior à 8.245/91, e por se tratar

relativamente em uma novidade, no campo locatício, ainda gera desconfianças

e inseguranças para os locadores, exigindo assim mudanças não só de

procedimentos, bem como de comportamentos não só daqueles, bem como

das administradoras, principalmente em relação à conservação, no caso de

caução de bens móveis, para que gere aceitação e seja mais utilizada essa

forma de garantia.

De qualquer forma, mesmo não sendo largamente utilizada, mas

havendo previsão legal, é importante dissertamos sobre essa forma de

modalidade, até mesmo para esclarecermos as dúvidas porventura existentes.

A caução de bens móveis, podendo ser qualquer bem, desde que

dentro do comércio, como por exemplo: automóveis, computadores,

eletrodomésticos, jóias, equivale ao penhor, sendo este um direito real de

garantia, tendo em vista que o devedor, ou alguém por ele, entrega ao credor

uma coisa móvel para o fim de lhe conferir a prerrogativa de, sobre o valor

deste objeto, se pagar o que lhe for devido, preferencialmente a outros

credores. Essa modalidade é mais conhecida em virtude do penhor de jóias

junto à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, situação esta muito utilizada,

principalmente em casos de apertos financeiros, em que os proprietários de

jóias, procuram aquela instituição financeira, deixando aquelas, em troca do

fornecimento de numerário, de acordo com a avaliação das jóias, deixando-as

como garantia de pagamento.

Page 33: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

33

Títulos de crédito, como títulos nominativos de dívida pública,

títulos de crédito pessoal, ações de sociedades anônimas,certificados de

depósitos bancários, debêntures, também podem ser utilizados como garantia,

no caso de caução a que estamos nos referido por ora.

Importante é ressaltar que o que caracteriza a caução é a

entrega da coisa ao credor, ficando este com a posse direta, ou seja, ocorre a

tradição, sem o que esta garantia não surtiria o efeito desejado e se tornaria

inócua.

Cumprida a obrigação, caberá ao credor, devolver a coisa dada

em garantia, com seus frutos e acessões, ou seja, juros, dividendos,

bonificações e demais vantagens, por eles produzidos, no mesmo estado em

que recebeu do devedor, sendo que não ocorrendo esse evento e havendo

deteriorações ou quaisquer outros danos, ocasionados pelo credor, por sua

exclusiva culpa, poderá o devedor intentar medidas judiciais em face daquele;

salvo se provar que ocorreu caso fortuito ou força maior.

Havendo recusa por parte do credor em devolver ao devedor,

estando este quite com suas obrigações e findo o contrato de locação, o bem

dado em garantia, caracterizado está o esbulho possessório, podendo o

locatário valer-se de ação de reintegração de posse para recuperá-lo.

A caução também pode recair sobre bens imóveis, o que equivale

à hipoteca, devendo revestir de algumas formalidades, para sua efetivação.

No caso da caução de bem imóvel, esta deverá ser feita através

de instrumento público, devendo figurar a descriminação do bem dado em

caução, bem como o valor da sua avaliação e sendo o locatário casado,

conforme já comentado anteriormente, é necessária a anuência do cônjuge,

para a constituição desse gravame, sob pena de nulidade.

Ao contrário da caução de bem móvel, neste caso, o locatário

conservará a posse direta do bem. Caso pereça ou deteriore, sem culpa do

locatário, o locador poderá exigir nova garantia ou o reforço desta.

Page 34: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

34

Por último, é importante dizer, que para se tornar oponível à

terceiros e visando dar publicidade a esses atos, no caso da garantia recair

sobre bens móveis, conforme previsão legal, no art. 38, parágrafo 1º da Lei nº

8.245/91, o bem dado em garantia deverá ser registrado junto ao Cartório de

Títulos e Documentos, no caso de móveis, e sendo imóveis, averbado junto à

matrícula do imóvel, no Cartório do Registro Geral de Imóveis.

2.5 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

Esta é uma novidade no mercado locatício e tem por escopo,

apresentar uma solução diferenciada, para agilizar a locação do imóvel.

A sua regulamentação está prevista no processo SUSEP nº

15.414.003930/2006-24, na Circular SUSEP nº 200/02, de 09/09/2002 e

Circular SUSEP nº 327/06 de 29/05/2006 e publicada em 01/06/2006.

Seu objetivo é garantir a locação de um imóvel residencial ou

não-residencial, oferecendo ao locador garantia ao contrato de locação e ao

locatário, uma solução diferenciada e inovadora.

É um título de pagamento único com vigência de 12 (doze)

meses, que pode ser oferecido a pessoas físicas, com idade igual ou superior a

18 anos ou a pessoas jurídicas.

Os diferenciais desta nova modalidade de garantia são os

seguintes: é uma alternativa à figura do fiador, o valor do título é definido entre

o locador e o locatário, podendo ser superior à caução prevista na lei, que

limita até 3 vezes ao valor do aluguel, conforme informado em capítulo anterior;

ao final do Plano, o cliente recebe 100% (cem por cento) do que pagou,

corrigidos pela TR, ao final do prazo de capitalização, concorrendo ainda a

prêmios pela Loteria Federal; os clientes pessoa física têm direito ainda a um

serviço de assistência residencial gratuito.

Page 35: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

35

Essa garantia funciona ainda como uma modalidade

permanente, já que a renovação é automática, durante o período da locação,

oferecendo assim tranqüilidade para ambas as partes contratantes.

O início de vigência dessa garantia tem validade a partir da data

da confirmação do pagamento ou da data de início de vigor indicada na

proposta, desde que esta seja superior à data do efetivo pagamento, limitada

ao prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data do pagamento.

As vantagens dessa modalidade de garantia para o locatário são

as abaixo mencionadas, sendo os principais argumentos para venda deste

produto, visando popularizá-lo no mercado locatícios:

# o locatário não depende de terceiros;

# ao final do prazo, resgata 100% (cem por cento) do valor integralizado,

atualizado pela TR;

# sorteio de prêmios mensais pela Loteria Federal;

# renovação automática do título, durante a vigência do contrato de locação do

imóvel;

# o locatário pode manter o título em seu nome, e usar como caução para

locação de outro imóvel em todo o território nacional;

# direito, no caso de pessoa física, à utilização da assistência residencial e

acesso a uma ampla rede de descontos.

Já para o locador, as vantagens são as seguintes: # a contratação do título de capitalização é rápida, simples e sem burocracia

(comparando com as modalidades de garantia mais usuais do mercado),

facilitando o processo de locação;

# o título de capitalização é garantia permanente, de acordo com a Lei de

Locações;

# não há custo extra ou taxas a serem pagas;

Page 36: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

36

# o valor do título é acordado livremente entre o locador/administradora e o

locatário.

Após a integralização do valor acordado, o locatário preenche

determinadas cartas-padrão, na qual consta exarado que para a liberação da

caução, necessária se faz a anuência do locador e/ou da administradora.

Uma das facilidades desta modalidade de garantia é a

reaplicação automática do título, durante o período da locação. Caso as

partes envolvidas no contrato, não tenham mais o desejo de reaplicar o titulo,

ambos devem entrar em contato com a empresa que administra a aplicação

desse título, no caso do Rio de Janeiro, a Sul América Capitalização, com até

30 (trinta) dias de antecedência ao vencimento do título para informar o

término da garantia.

Page 37: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

37

CAPÍTULO III

NOVIDADES NO MERCADO IMOBILIÁRIO:

DESCONTO DIRETO NA FOLHA DE PAGAMENTO E CARTÃO FIANÇA

Existe no mercado, também aceita pelos locadores e/ou

administradoras (sendo que no caso delas, em menor escala), uma modalidade

de garantia que não está prevista na Lei específica que rege as locações, mas

que não podemos deixar de mencionar.

Esta garantia é o desconto direto na folha de pagamento e é

adotada por algumas empresas da iniciativa privada, bem como por algumas

instituições públicas, tais como as Forças Armadas, Corpo de Bombeiros,

dentre outras.

Como se processa esse desconto? Há um termo de garantia de

aluguel, utilizado para imóveis residenciais, sendo que antes de sua assinatura,

verifica-se qual a margem consignável que o candidato á locação pode utilizar

e o aluguel e encargos devem estar enquadrados dentro dessa margem

consignável estabelecida pelo órgão a que o mesmo está vinculado.

Esse termo de garantia terá vigência a contar da data da sua

assinatura até a ocorrência de um dos seguintes eventos:

# encerramento do prazo de vigência do contrato de locação;

# renovação do contrato de locação em valores diferentes daqueles constantes da proposta anterior;

# comprovação de entrega das chaves do imóvel ao locador, cumpridas as exigências contratuais passíveis de gerar dívidas;

# devolução do termo por parte do locador;

# deixar o locatário de ser pago pela entidade;

# perda do vínculo do locatário com a instituição;

Page 38: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

38

# por conveniência da entidade, devidamente justificada.

É importante dizer que algumas das instituições que permitem o

desconto direto na folha de pagamento, não acatam determinadas cláusulas

contratuais que são usuais nos contratos de locação, como por exemplo o

percentual da multa de 10% (dez por cento), desejando aplicar por analogia, a

multa que é aplicada e prevista no Código Civil, no que se refere à

Inadimplência de cotas condominiais ou a prevista no Código de Defesa do

Consumidor, que são matérias distintas da locatícia, bem como a cobrança de

determinadas rubricas previstas também na Lei locatícia, mas que os órgãos

não acatam a cobrança, desejando excluí-las dos contratos.

Há ainda a obrigatoriedade de comunicar ao órgão a que o

locatário está vinculado a inadimplência até um determinado período, que varia

de órgão para órgão, sob pena do locador, não poder pleitear o pagamento e a

instituição não poder adotar as medidas referente ao desconto pertinente a

alugueres e encargos, decaindo assim do seu direito.

Visando dinamizar o mercado imobiliário, a Caixa Econômica

Federal fez um projeto para lançar em pouco tempo, o cartão-fiança, ou seja,

um cartão de crédito específico para o pagamento do aluguel residencial,

substituindo assim outras modalidades de garantia hoje adotadas, como por

exemplo, o fiador.. Ainda não um prazo para que essa novidade comece a ser

utilizada, porém para o especialistas do mercado imobiliário, esse novo produto

ainda precisa de alguns ajustes, para que seja inserida na Lei de Locações (art.

8245/91).

Dentre os ajustes necessários; quando esse produto for

popularizado, deverão constar na sua descrição, características que o incluam

uma das garantias já existentes do ponto de vista legal, tais como a caução,

seguro-fiança, fiador e os fundos de investimento.

Se esse produto não estiver alinhado com uma das garantias já

existentes, ou não for incluída na Lei de Locações, o cartão-fiança será apenas

Page 39: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

39

mais uma forma de facilitar o pagamento do aluguel, mas não liberará o

locatário de apresentar uma outra garantia, bem como abrirá possibilidade do

locador assim exigir.

Na opinião do Dr. Hamilton Quirino, um dos especialistas do

mercado imobiliário, o cartão será enquadrado como uma forma de caução,

pois pela Lei de Locações, hoje vigente no País, o locatário pode dar em

caução, qualquer coisa, conforme já vimos anteriormente.

No caso do cartão-fiança, a caução é a garantia de que, se

ocorrer inadimplência quanto ao pagamento do aluguel e encargos, por parte

do inquilino, o banco efetuará o pagamento e depois cobrará do locatário, com

juros. Assemelha-se ao cheque especial, sendo que possivelmente também

será estabelecido um limite.

Segundo o Ministério das Cidades, hoje existe no País, cerca de

6,5 milhões de brasileiros, que possuem contrato de locação e é nesse filão

que a Caixa Econômica Federal está de olho, em virtude de ser líder no

mercado de financiamento imobiliário e é nessa gama de pessoas, que essa

instituição financeira deseja ofertar seu produto.

Page 40: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

40

CONCLUSÃO

O resultado desta monografia no decorrer destes últimos meses

surgiu após uma intensa pesquisa, na qual deparei-me com o acúmulo de

dúvidas que ainda existem no âmago das pessoas que locam imóveis, dos

causídicos que militam na matéria e até mesmo entre os demais profissionais

que atuam junto às administradoras de imóveis, tratando no dia-a-dia com os

candidatos à locação e com os proprietários dos imóveis.

Diante das dúvidas, questionamentos de ordem legal ou não,

emaranhados de decisões, brechas da lei, interpretações e conseqüências, de

acordo com os caminhos a serem tomados pelas partes envolvidas, requereu

este trabalho, um tempo de dedicação, pesquisa, muita leitura, solução de

dúvidas pessoais e de terceiros, este leigos que com seus questionamentos

tanto auxiliaram na conclusão deste trabalho, derivando ainda a possibilidade

de utilizar deste resultado da pesquisa realizada, para promover junto ao

mercado de trabalho locatício, palestras visando a elucidação de diversas

questões que fazem parte do trabalho diário dos profissionais da área.

Em determinado momento, diante da avalanche de dados,

material, pesquisas, decisões judiciais; o temor , a dúvida, restrições, surgiram,

mas de certa forma, esses percalços contribuíram para a harmonia final do

trabalho.

O desejo de realizar um trabalho que atingisse principalmente o

leigo, que não milita regularmente neste mundo, mas que precisa saber o

básico para evitar atritos futuros, foi o tom presente para conclusão desta

monografia.

O inicio da monografia, à princípio, tinha por principal mote,

apresentar o significado da palavra fiança, tão largamente utilizada no mundo

imobiliário, mas quando do questionamento do real significado e a sua origem,

deparei-me com a ausência de material sobre o assunto e inclusive

desconhecimento dos demais acerca do surgimento deste instituto, Além

Page 41: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

41

desse ponto, o escopo era também tratar das modalidades de garantia

existentes na lei do inquilinato.

Ocorre porém, que ao aventurar-me por essa seara, verifiquei que

outras alternativas, não previstas em lei, estavam sendo utilizadas no mercado,

bem como sendo estudadas para uso em um futuro próximo.

Diante dessa situação, foi preciso ajustar o meu principal objetivo

aprofundar o tema inicial deste trabalho, para também abranger e acompanhar

essas mudanças do mercado imobiliário, até mesmo para atualizar aqueles que

porventura não soubessem dessas alternativas.

Passado esse ponto, deparei-me também com a preocupação

quanto ao linguajar a ser utilizado, para que ao utilizar-me de um muito técnico,

o objetivo inicial do trabalho cairia por terra e não atingiria o público alvo.

Os capítulos dispostos nesta monografia, procuraram discorrer

sobre cada modalidade de garantia, atacando suas características básicas, as

suas peculiaridades e os prós e contras, visando com isso, levar o leitor a

discernir de forma objetiva, o porquê da negativa do locador e até mesmo das

administradoras e buscar para o seu caso, qual a melhor alternativa.

No capítulo III quis atualizar o leitor para as alternativas, não

previstas em lei, mas aplicadas no mercado imobiliário.

Avalio que o resultado final foi um trabalho que procurou abranger

e explicar os pontos mais usuais nas relações locatícias, bem como apontar as

novidades do mercado, através de uma linguagem mais acessível, atingindo

não somente quem milita na áreas.

Page 42: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

42

BIBLIOGRAFIA

SOUZA, Sylvio Capanema de. Da locação do imóvel urbano: direito e processo. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1999.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2006. – (Coleção direito civil; v.1).

NERY JUNIOR, Nelson. Novo código civil e legislação extravagante anotados : atualizados até 15.03.2002. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.

SANTOS, Carolina Roos dos. A Exoneração da Fiança em Face das Alterações Instituídas pelo Novo Código Civil. www. ambitojurídico.com.br . 1-6 p. , acessado em 26/06/2008.

Apostila de Treinamento. Porto Aluguel. Rio de Janeiro, 2008

Garantia de Aluguel – Guia Operacional. Sul América Capitalização. Rio de Janeiro, 18 jan.2007.

SIMÕES, Geraldo Beire. União Estável: Insegurança nos Contratos Imobiliários. In: Tribuna Livre, 1996. Rio de Janeiro. Anais: Tribuna do Advogado – OAB/RJ, 1996, P. 18.

Complicação à Vista: Aluga-se. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 19 fev 2006. p. 1, caderno Imóveis.

Cuidados a tomar por quem assume a fiança. O Globo, Rio de Janeiro, 09 jan 2002. p. 28, caderno Economia.

Fiador Fica em Segundo Plano. O Dia, Rio de Janeiro, 23 mar 2002. p. 1, caderno Imóveis e Construção.

MAIA, Manoel da Silveira. Penhorabilidade do Imóvel Residencial. In Doutrina, 2005. Rio de Janeiro. Anais: Revista Abami – Direito Imobiliário, 2005, p. 06.

À Espera do Seguro-Fiança. O Globo, Rio de Janeiro, 23 mai 1999. p. 1, caderno Morar Bem.

Cartão – Fiança. O Globo. Rio de Janeiro, 03 ago 2008, p. 27, caderno Economia.

Page 43: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

43

ÍNDICE

Introdução 6- 7

Capítulo I A Origem da Fiança 9-12

Capítulo II Modalidade de Garantia:

2.1 Fiador 13-22

2.2 Impenhorabilidade ou não do bem do fiador 22-26

2.3 Seguro-Fiança 26-30

2.4 Caução 30-34

2.5 Título de Capitalização 34-36 Capítulo III Novidades no mercado imobiliário: desconto direto em folha de pagamento e cartão-fiança 37-39

Conclusão 40-41

Bibliografia 42

Page 44: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · como diferenciar as peculiaridades de cada estilo de garantia em um contrato de locação, sendo ele residencial ou não-residencial

44

EVENTOS CULTURAIS