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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PSICOMOTRICIDADE E NATAÇÃO NA INFÂNCIA. VÂNIA DA CONCEIÇÃO LOPES ORIENTADORA SIMONE DE OLIVEIRA FERREIRA Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PSICOMOTRICIDADE E NATAÇÃO NA INFÂNCIA.

VÂNIA DA CONCEIÇÃO LOPES

ORIENTADORA

SIMONE DE OLIVEIRA FERREIRA

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PSICOMOTRICIDADE E NATAÇÃO NA INFÂNCIA.

Rio de Janeiro

2011

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Vania da Conceição Lopes

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AGRADECIMENTOS

Ao Thiago Cantarino, esposo e companheiro

em todas as horas. A minha querida mãe e amiga

Francisca Lopes que sempre acreditou em mim em tudo

que sonho em fazer em todos os momentos do meu dia.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois

sem Ele, nada seria possível e eu não estaria aqui

desfrutando, juntos, destes momentos que nos são tão

importantes.

Dedico a minha mãe Francisca Lopes; pelo esforço,

dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e

de outras caminhadas.

Em especial, ao meu grande amigo e esposo

Thiago por sua confiança e credibilidade em minha pessoa

do inicio ao fim e a minha orientadora e Professora Simone

de Oliveira Ferreira.

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RESUMO

Este estudo terá o objetivo de por meio de estimulo do movimento, das

atividades lúdicas na realização das aulas, da adaptação ao meio liquido e da

pratica da atividade de natação, estimular a criança de seis anos de idade em

buscar uma resposta satisfatória no desenvolvimento através dos estímulos

sonoros, visuais, táteis, de cores e de uso dos materiais tendo como base o

uso da psicomotricidade, que é a educação do movimento com atuação sobre

o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções

naturais do nosso dia de forma lúdica.

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METODOLOGIA

O presente estudo será realizado através de pesquisa bibliográfica,

por meio de uma revisão de literatura sobre a psicomotricidade e a natação na

infância de forma lúdica, enfatizando crianças de seis anos, utilizando como

base autores especializados neste tema, como a dissertação de Mestrado “A

Influência da Natação no Equilíbrio e na Coordenação Motora em Crianças de

três a seis anos” escrito por Marina Guedes de Oliveira Lopes em 2004 e o livro

escrito por Marcelo Garcia Massaud e Célia Regina Correa “Natação na idade

escolar” de 2004, entre outros estudiosos que abordam o mesma tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8

CAPÍTULO 1..................................................................................................... 10

A IMPORTANCIA DA PSICOMOTRICIDADE

CAPÍTULO 2..................................................................................................... 30

NATAÇÃO NA IDADE DE SEIS ANOS

CAPÍTULO 3..................................................................................................... 40

OS BENEFICIOS DA NATAÇÃO

CONCLUSÃO................................................................................................... 45

BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 46

WEBGRAFIA.................................................................................................... 48

ÍNDICE.............................................................................................................. 49

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INTRODUÇÃO

O movimento permite à criança encontrar um conjunto de relações

necessárias ao seu desenvolvimento motor, aprendendo a perceber e a inter-

relacionar com o meio em que vive. Na primeira idade da criança deve existir

uma preocupação em assegurar um papel de facilitação da ação, permitindo

que cada criança tenha acesso à diversificação de experiências de movimento,

na exploração direta de espaços e materiais ao seu redor. Sendo assim, a

educação por meio do movimento e da atividade lúdica contribui para a

otimização da aprendizagem motora desta criança.

A prática da natação de forma lúdica favorece a aprendizagem de

habilidades motoras específicas, permitindo a vivencia de situações que

desafia e que encorajam a criança estimulando motoramente a realização de

outras atividades.

A criança que estimulada no dia a dia dispõe de ambientes variados,

contato com diferentes estímulos e atividades que envolvam outras crianças,

acumula experiências e informações que contribuem para a ampliação do seu

desenvolvimento motor de forma natural. Crianças que iniciam em um

programa de adaptação ao meio líquido apresentam um rendimento mais

satisfatório no processo de desenvolvimento motor, com os estímulos sonoros,

visuais, táteis, sinestésicos, de cores, lúdicos e dos materiais oferecidos,

permitindo um maior e melhor desenvolvimento das habilidades motoras e suas

capacidades físicas como: velocidade, equilíbrio, resistência e flexibilidade.

A natação contribui para o desenvolvimento das habilidades

motoras, o que influencia a capacidade de realização dos movimentos

voluntários do dia a dia nas crianças desenvolvendo de formal lúdica e natural

a sua lateralidade.

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As crianças possuem padrões de atividades aquáticas bem

definidas, que estão presentes desde o nascimento, devido à interação com o

meio líquido durante a gestação.

Os estímulos necessários para as crianças são dos pais,

professores e responsáveis para desenvolver ao máximo suas habilidades

básicas, auxiliando o processo natural de desenvolvimento, desde os primeiros

anos de vida.

Acredita-se que as crianças que foram submetidas a um programa

de natação melhoraram as habilidades e capacidades físicas como:

coordenação dos membros superiores e inferiores, agilidade, equilíbrio e

lateralidade possibilitando melhora no desenvolvimento motor e no processo de

aprendizagem, prevenindo a obesidade infantil e proporcionando melhora na

qualidade de vida e na realização de tarefas do dia a dia.

Desta forma, o presente estudo verifica a piscomotricidade através

da natação infantil em crianças com faixa etária de seis anos.

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CAPÍTULO 1

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE

1.1 O Movimento

O movimento no ser humano é mais do que um simples

deslocamento do nosso corpo ou a rotina de movimentos do nosso dia no

espaço em que estamos o movimento é uma linguagem que permite a ação e a

reação sobre o meio físico atuando diretamente sobre o ambiente que nos

encontramos. Essa visão, do movimento como uma linguagem no ser humano

é restritiva, pois fixa o movimento humano ao deslocamento do corpo no

espaço, ao controle do meio físico ou do meio liquido e de suas expressões

significativas. O Movimento não é apenas uma linguagem, é também uma área

de conhecimentos e informações variadas para o ser humano no decorrer da

vida e dos afazeres do seu dia, formando através da realização do movimento,

uma imagem corporal do entendimento e de fatos de expressão da vida.

A imagem corporal é o conceito que o ser humano tem do seu corpo

não é uma imagem pré-formada, é uma imagem desenvolvida estrutura-se nas

relações mútuas de movimentos do ser humano e do ambiente oferecido,

organizando-se como núcleo central de sua personalidade. As atividades de

movimentos motores de exploração e experimentação são essenciais na

evolução e no desenvolvimento de um completo movimento. A estruturação do

esquema corporal, no qual se insere a imagem corporal, desenvolveram-se por

uma estreita ligação entre as duas imagens corporais: a imagem do “corpo

vivido” que é a imagem do corpo identificado pelo ser humano como seu

próprio EU; e a imagem do “corpo percebido” que é a própria organização do

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esquema corporal, que ocorre quando a criança já tem a maturidade adquirida

e desenvolvida para o entendimento e conhecimento do seu corpo no espaço.

Com essas bases bem desenvolvidas o corpo vivido e o corpo percebido, a

criança dispõe de uma nova imagem do seu corpo “operatório” que é

conhecida como um suporte que permite a ela elaborar mentalmente ações em

torno de um determinado objeto e também do seu próprio corpo permite e

resolução de um problema (LE BOULCH, 1990).

O movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois

desde a vida intra-uterina são realizados os movimentos reflexos devido a

estímulos de movimento e de sons de forma natural com o nosso corpo, que

vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento e na

necessidade de realização do movimento do nosso dia a dia.

Fonseca (1988) comenta que “O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade intima, o movimento transforma-se em comportamento significante”. O movimento humano é a parte mais ampla e significativa do comportamento do ser humano. É obtido através de três fatores básicos: os músculos, a emoção e os nervos, formados por um sistema de sinalizações que lhes permitem atuar de forma coordenada. O cérebro e a medula espinhal enviam aos músculos pelos seus mecanismos cerebrais das condições ambientas. Essas ordens sofrem as influencias do meio e do estado emocional de ser humano. (BARROS; NEDIALCOVA,1999).

O movimento é uma das formas que temos para interagir com o

meio em que vivemos e uma das maneiras de expressar os nossos

sentimentos. Devido a exploração e a curiosidade de uma criança, ela vai

construindo conhecimentos sobre as propriedades físicas dos objetos assim

inicia a compreensão e o entendimento de quais relações pode estabelecer

com esses objetos em quais momentos, aprendendo sobre seus limites;

quando puxar, empurrar, chegar perto, se afastar, conhecendo os riscos e os

benefícios do movimento realizado.

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A realização de um movimento de forma natural sem noção e sem

pensamento programado da ação realizada por um ser humano é, de certo

modo, artificial e surge como instrumento de análise, indispensável para a

explicação dos processos e das características que se vão formando com as

informações adquiridas ao longo do conhecimento do movimento e do

desenvolvimento da criança.

A criança, à medida recebe estímulos e informações necessárias

que auxilia na evolução vai se ajustando à realidade circundante, e superando

de modo cada vez mais eficaz e natural, as múltiplas situações com que se

confronta no decorrer do seu dia e de suas atividades diárias realizando de

forma satisfatória essas atividades.

Se a criança já atingiu o desenvolvimento dessa imagem corporal, a

função do movimento de agora em diante será a de problematizar atividades

que possam ajudá-la a ultrapassar os seus limites e conhecimentos e, ainda,

auxiliá-la na apropriação de seu corpo, beneficiando-se dele em outras etapas

necessárias de sua vida atuando de forma natural e com domínio das

atividades devido as explorações das bases terem sido alcançadas.

1.1.1 Estágios de desenvolvimento

Definindo cada estágio de desenvolvimento por diferentes formas do

pensamento, a criança deve atravessar cada estágio do seu desenvolvimento

segundo uma sequência regular, os estágios de desenvolvimento cognitivo são

sequenciais respeitando o limite.

O desenvolvimento motor é um processo seqüencial e continuado

em todo o tempo, relativo à idade de cada criança, onde um indivíduo progride

de um movimento simples sem habilidade o movimento de base, até o ponto de

conseguir habilidades motoras mais complexas e organizadas e finalmente, o

ajustamento destas habilidades as motoras e as complexas que acompanham

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o envelhecimento devendo não pular a etapas de cada habilidade assim tendo

uma base bem estruturada.

O desenvolvimento motor ocorre em ordem de dificuldades, em três

fases, à primeira fase é denominada fase dos movimentos reflexivos, a

segunda fase é a fase dos movimentos rudimentares e a terceira fase é a fase

dos movimentos especializados.

As fases:

Fase dos movimentos reflexivos

Os movimentos reflexos são movimentos realizados de forma

involuntária, controlados por órgãos subcorticais e têm como característica

principal a necessidade de um estímulo como o de movimento som e etc. Para

que possam ocorrer de forma satisfatória. Se não houver esses estímulos, o

movimento não se realiza. Esta fase inicia-se ainda na gestação, no útero no

contato da mãe com a criança e encerra-se até o décimo - segundo mês de

idade da criança (um ano de idade).

Fase dos movimentos rudimentares

Essa fase é a segunda e tem o seu inicio no momento do

nascimento da criança e permanecem até, aproximadamente, a idade de dois

anos da criança dependendo do estimulo, do ambiente e do desenvolvimento

de cada criança. Fase com movimentos de um forte determinante maturacional,

representam uma forma básica de movimento voluntário necessário à

sobrevivência e a comunicação no dia a dia. Dentro dos movimentos

rudimentares encontramos dois estágios: o estagio de inibição do reflexo e o

estagio de pré-controle.

O primeiro, o estagio de inibição, é caracterizado pelo movimento

grosseiro, pouco diferenciado, movimentos repetitivos, e integrado sem a

coordenação motora fina, são movimentos de descobertas.

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No segundo, o estagio de pré-controle, ocorre movimentos de maior

precisão e refinamento, movimentos mais dominados na realização que é

quando ocorre maior integração entre o sistema perceptivo e o sistema motor.

Nesta fase encontramos três estágios: o inicial, o elementar e o maduro.

O estágio inicial

Estagio que representa as primeiras realizações de um movimento

ou as tentativas dele orientadas a uma criança. O movimento caracteriza-se

por uma seqüência incompleta, ou imprópria, o uso restrito ou exagerado do

corpo, influência rítmica e coordenado de um movimento em ação por uma

criança.

O estágio elementar

Nesse estágio as sincronias dos elementos espaciais e temporais

melhoram, mas os padrões ainda são restritos ou exagerados, são movimentos

com resultados 10% ou 100% satisfatórios não tendo um meio termo mais são

movimentos bem coordenados.

O estágio maduro

Estágio é caracterizado por ser mecanicamente eficiente e

apresentar um desempenho no domínio da coordenação, devido a ser um

movimento mecânico tem um domínio na realização.

Fase dos movimentos especializados

A ultima fase do desenvolvimento tem o seu inicio a partir dos

sete anos de idade e segue durante a idade adulta, dependendo de cada

estimulo e do ambiente oferecido a essa criança para a total realização e

domínio do desenvolvimento. Nessa fase os movimentos tornam-se uma

ferramenta na realização do objetivo, que é aplicada em uma variedade de

atividades motoras complexas na vida diária de forma natural devido a

demanda de cada atividade. Essa é a fase onde as habilidades de

estabilização, manipulação e locomoção são progressivamente refinadas,

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combinadas e elaboradas para sua utilização em situação diárias

essa é a fase da formação das bases para a realização e o domínio de

atividades necessárias na fase adulta.

Se a criança não for estimulada de forma correta, motivada em

ambientes diversos dentro dos seus limites ela não conseguirá superar o atraso

do seu desenvolvimento. Assim, tornando-se necessário que em cada estágio

a criança tenha experiência e tenha tempo suficiente para interiorizar a

experiência antes de prosseguir para o estágio seguinte, tendo os seus limites

respeitados e não pulando as fases do seu desenvolvimento.

A maioria das crianças normalmente, não apresentam

características de um único estágio, com exceção do estagio sensório - motor,

que é o primeiro estágio do nascimento aos 2 anos de idade, podendo refletir

certas tendências e formas de conhecimentos dos estágios anteriores e por já

obter informações do estágio posterior, ou seja, uma criança que se encontra

no estágio das operações concretas pode ter pensamentos e comportamentos

característicos do pré-operatório e ou algumas atitudes do estágio das

operações formais, então neste estágios podemos encontrar informações de

outros estágios

1.1.2 Os Estágios (SÍLVIA PIRES DE CARVALHO (SITE):

http://www.notapositiva.com

Estágio sensório- motor (0 - 18/24 meses)

As atividades cognitivas durante este estágio é principalmente

baseada na experiência que ocorre diretamente através dos sentidos em que

há integração com pessoas e com o meio em que vive, é a resposta de ação, é

uma atividade prática desta criança, não tendo a linguagem para designar as

experiências e assim tendo que recordar os acontecimentos e idéias já vividos,

as crianças ficam limitadas apresentando os movimentos repetidos, e vêem e

sentem o que está a acontecer no momento, mas não têm forma de categorizar

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ou compreender a sua experiência vivida não entendem o

acontecido, assim, a experiência imediata durante este estágio, significa que

quase não existe nada entre a criança e o meio, pois a organização mental da

criança está em estado bruto, de forma que a qualidade da experiência

raramente é significativa, ação e reação, apresentando a forma como o faz

permanecerá como uma experiência imediata tão vivida como qualquer

primeira experiência, tudo é uma novidade para essa criança.

A busca visual é um comportamento sensório-motor e é

fundamental para o desenvolvimento mental desta criança, pois este tem que

ser aprendido antes de um conceito muito importante designado, memorização

do objeto ou do gesto. À medida que as crianças começam a adquirir

informações evoluem intelectualmente compreendendo que, quando um objeto

desaparece de sua vista, continua a existir embora não o possam ver, pois ao

saberem que esse desaparecimento é temporário, são libertas de uma

incessante busca visual, adquirindo o entendimento e a compreensão de

algumas coisas. A experiência de ver os objetos nos primeiros meses de vida

e, posteriormente, de ver os mesmos objetos desaparecer e aparecer tem um

importante papel no desenvolvimento mental do estimulo da memorização de

cada criança.

Assim, podemos afirmar que a ausência de experiência visual

durante o período crítico da aprendizagem sensório – motora de forma lúdica,

pode vir a impedir o desenvolvimento satisfatório de estruturas mentais desta

criança, como a memorização. Sendo no decorrer deste estágio que os bebês

aprendem principalmente através dos estimulo dos sentidos e são fortemente

afetados diretamente pelo o ambiente onde vivem e onde frequentam, sendo

também neste estágio que a permanência do objeto se desenvolve. Os bebês

são capazes de algum pensamento representativo, muito semelhante ao do

estágio.

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Estágio Pré-operatório (2 - 7 anos)

Também podendo ser chamado ou conhecido com o pensamento

intuitivo é fundamental para o desenvolvimento da criança. Apesar de ainda

esta criança não conseguir realizar algumas operações mais concretas, ela já

usa a inteligência e o pensamento que é organizado através do seu processo

de assimilação, acomodação e ate a adaptação, onde a criança já é capaz de

representar as suas vivências e a sua realidade de forma lúdica e sonhadora,

como nos jogos simbólicos onde a criança ao jogar está a organizar e a

conhecer o mundo, por outro lado, com a sua forma de ver as coisas, no

desenho onde até aos dois anos a criança só faz riscos, sem qualquer sentido,

porque, para ela, o desenho não tem qualquer significado, aos três anos já

atribui significado ao desenho, fazendo riscos na horizontal, na vertical,

espirais, círculos, o desenho representa a fase mais criativa e diversificada da

criança. A linguagem, neste período, começa a ser muito egocêntrica, pouco

socializada, centrada na própria criança e seu mundo, com seus sonhos e

desenhos e com sofrendo influencias de historias contadas, desenhos e filmes

assistidos, não conseguindo distinguir o ponto de vista próprio, do ponto de

vista do outro e, por isso, revela certa confusão entre o pessoal e o social, o

subjetivo e o objetivo, o real e o irreal. A imagem mental é o suporte para o

pensamento, a criança possui imagens estáticas tendo dificuldade em dar-lhe

dinamismo desta imagem. O pensamento existe porque há imagem devido a

informação dada a essa criança. A ação de uma criança por intuição, o

pensamento intuitivo, surge a partir dos 4 anos de idade, permitindo que essa

criança resolva determinados problemas do seu cotidiano, mas este

pensamento é irreversível, isto é, a criança está sujeita às configurações

preceptivas sem compreender a diferença entre as transformações reais e

aparentes dando o surgimento do animismo que é quando a criança vai dar

características humanas a seres inanimados ação do lúdico no seu dia a dia .

Este animismo é um processo e vai desaparecendo progressivamente de forma

natural na vida desta criança, com a importância do papel do adulto, na medida

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em que a criança esta chegando aos seus 5 anos de idade vai entrando no

realismo devido as informações necessárias e a maturidade de cada criança, a

realidade sendo construída pela criança, se no animismo ela dá vida às coisas,

no realismo dá corpo, isto é, materializa as suas fantasias é a realização das

imagens. Chegando ao finalismo e a causalidade, a criança ao olhar o mundo

tenta explicar o que vê de acordo com a sua vivencia e informações, ela tem o

pensamento de que se as coisas existem têm de ter uma finalidade, no

entanto, esta ainda é muito egocêntrica na visão do mundo.

Neste estágio é importante referir que a criança de 5 anos ao se

relacionar com o seu meio de forma ativa acrescenta informações o que vem a

favorecer a sua aprendizagem de uma forma criativa e original, formando

bases para um novo estagio de sua vida.

Este estágio é fundamental, pois a criança aprende de forma rápida

e flexível, inicia-se o pensamento simbólico, em que as idéias dão lugar á

experiência concreta a realização das atividades ocorre de forma natural e

desejável. As crianças conseguem já partilhar socialmente as aprendizagens

fruto do desenvolvimento e da sua comunicação.

Estágio das operações concretas (7 - 12 anos)

Neste estágio ocorre a reorganização do pensamento, as crianças

são sonhadoras, muito imaginativas e criativas. É a partir deste estágio

(operações concretas) que começam a ver o mundo e a realidade em que

vivem com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia,

descobrem os pés no chão. Este é o estágio onde a criança adquire a

capacidade de realizar as operações. Podemos definir operação como a ação

interiorizada realizada no seu próprio pensamento. Essa criança já consegue

realizar operações, no entanto, precisa de uma realidade concreta para realizar

as mesmas, ou seja, tem que ter a noção da realidade concreta para que seja

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possível à criança efetuar as operações, sai do lúdico para a realidade da vida

para o certo e o errado nas tarefas realizadas no seu dia a dia.

Neste estágio a criança já tem a percepção de diferenças entre

quantidade, pois já compreendem a noção de volume, bem como peso,

espaço, tempo, classificação e operações numéricas, a criança vai ganhando

noção da realidade. O espaço é organizado pela diferença dos vários espaços

e diferentes informações. A criança vai conhecendo os vários espaços

diferentes nos quais interage no seu dia a dia, organizando-os em seu

pensamento, definindo os melhores, o conceito de espaço encontram-se

relacionando com o conceito de operação. O espaço isolado por si só não

existe mais, a criança começa a interagir com outros de forma mais concreta e

dividir. A base, para que a criança domine este conceito é fundamental no seu

futuro, na fase adulta, que compara diversos objetivos para obter sentindo

diferenciados. Primeiro esta criança tem que agrupar os objetos por meio do

seu conhecimento e de suas bases, de suas informações adquiridas ate este

momento pelas suas classes e tamanhos, depois os classificar de forma que

lhe foi informada no decorrer de suas bases. As operações numéricas ocorrem

quando a criança aprende o conceito de número e seriação, por volta dos 7

anos de idade, depois a classificação da realidade, mas essa classificação vai

variando conforme a aprendizagem e realidade de cada um ao longo do tempo

e do seu estimulo adquirido.

Apesar de neste estágio a criança já conseguir efetuar de forma

concreta operações corretamente complexas e básicas, precisa ainda de estar

em contacto com a realidade, por isso o pensamento desta criança ainda é

descritivo e intuitivo. Ao longo deste período a criança de 7 anos de idade já

não tem muita dificuldade em distinguir o mundo real da fantasia, dependendo

do estimulo e das informações passadas. A criança já interiorizou algumas

regras sociais e morais e, por isso, as cumpre deliberadamente para se

proteger. Progressivamente a criança começa a desenvolver capacidade de

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se colocar no ponto de vista do outro, descontração cognitiva e social, começa

um maior envolvimento com as pessoas e com o meio em que esta vivendo.

Estágio das operações formais (11/12 - 15/16 anos)

A transição para o estágio das operações formais são bastante, as

diferenças surgem nas características do pensamento de da criança. É no

estágio operatório formal que a criança realiza raciocínios abstratos, não

recorrendo ao contato com a realidade, sonhos, pensamentos etc. A criança

deixa o domínio do concreto para passar às representações, interpretação. É

nesta fase que a criança desenvolve a sua própria identidade, as bases da sua

personalidades as bases para os seu futuro, podendo haver ou não, neste

período problemas existências e dúvidas entre o certo e o errado, o que gosta,

o que quer em que acredita etc. A criança manifesta interesses e ideais e as

defende segundo os seus próprios valores e interesses naquilo que acredita.

A adolescente pensa e elabora as suas hipóteses, capacidades

que vão permitir-lhe definir conceitos e valores para o resto de sua vida. É uma

fase de formação de caráter para um futuro longo.

1.2 A Psicomotricidade

É a ciência que tem como o seu objeto o estudo do homem através

do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

A psicomotricidade está relacionada diretamente ao processo de maturação e

ao processo do desenvolvimento da criança, onde o corpo é a origem das

aquisições cognitivas, das aquisições afetivas e das aquisições orgânicas. É

sustentada por três conhecimentos básicos: o conhecimento do movimento, o

conhecimento do intelecto e o conhecimento do afeto.

Muitas vezes a Psicomotricidade é apresentada como uma ciência

que pretende transformar o corpo do ser humano em um instrumento de

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relação e expressão com o outro, através do movimento dirigido ao ser em sua

totalidade de expressão, em seus aspectos motores, emocionais, afetivos,

intelectuais e sociais. Porem é uma prática pedagógica que visa contribuir para

o desenvolvimento integral da criança de forma lúdica e normal, construindo as

bases para o seu futuro.

A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva e lúdica para a

formação e estruturação do esquema corporal do ser humano e tem como

objetivo principal incentivar a prática do movimento de diversas formas em

todas as etapas da vida de uma criança.

Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam,

interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. A

"PSICOMOTRICIDADE" é atualmente concebida como a integração superior

da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio em

que ela se encontra (VITOR DA FONSECA, 1988).

Autores apresentaram muitos conceitos relacionados à

psicomotricidade como: a educação psicomotora é uma ação pedagógica e

psicológica que utilizando os meios da educação física com o lúdico com

objetivo de normalizar ou melhorar o comportamento da criança (PIERRE

VAYER, 1986).

A Psicomotricidade se dá atreves de ações educativas de

movimentos espontâneos das crianças e atitudes corporais, proporcionando a

esta criança uma imagem melhor do seu corpo contribuindo para formação de

sua personalidade sendo adquirido de forma lúdica e agradável para essa

criança (LE BOUCHE 1969).

Pscicomotricidade é a ciência onde se cruzam e se encontram

múltiplos pontos de vista como os biológicos, os psicológicos, os sociológicos e

os linguísticos (COSTE, 1978).

Ciência do pensamento através do corpo preciso, econômico e

harmonioso, essa é a psicomotricidade (AJURIAGUERRA, 1970).

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Afirmação como a psicomotricidade ser a integração de um

individuo, por meio do movimento e levando em consideração os aspectos

relacionais, afetivos, cognitivos e motrizes deste individuo. É a educação pelo

movimento consciente, visando melhorar a eficiência no movimento e diminuir

o gasto energético, dando bases e segurança a este movimento (BARRETO,

2000).

A psicomotricidade está diretamente relacionada ao processo de

maturação do corpo e ao processo do desenvolvimento, onde o corpo é a

origem das aquisições cognitivas, das afetivas e das orgânicas em cada ser

humano. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o

intelecto e o afeto.

A Psicomotricidade é um termo empregado para uma concepção de

movimento organizado e coordenado na realização integrada do homem, em

função das experiências e das informações vividas, cuja ação é resultante de

sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

A psicomotricidade, nos seus primórdios, compreendia o corpo nos seus aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, coordenando-se4 e sincronizando-se e no tempo, para emitir e receber significados. Hoje, a psicomotricidade é o relacionar-se através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade. A psicomotricidade está associada à efetividade e à personalidade, porque o individuo utiliza seu corpo para denominado que sente, e uma pessoa com problemas motores passa a apresentar problemas de expressão. A psicomotricidade conquistou, assim, uma expressão significativa, já que se traduz em solidariedade profunda e original entre o pensamento e a atividade motora. Vitor da Fonseca (1988) comenta que a psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligente entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa (MOLINARI E SENS, 2003, p.86)

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1.2.1 A Historia da Psicomotricidade

A história do termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso

de um médico, um neurológista, por volta do no início do século XIX, da o

nome as zonas do córtex cerebral do ser humano situadas mais além das

regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas por meio de

estudos e pesquisas, começa a ser concluído que há diferentes disfunções

sem que ocorra lesão no cérebro. Através destes estudos são descobertos

distúrbios de atividades como a gestual e da atividade práxica. Por meio da

necessidade médica de encontrar uma área que explique com eficiência certos

fenômenos clínicos que se da o nome, pela primeira vez, a palavra

PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870, iniciando as primeiras pesquisas ao

campo psicomotor. Ao estudo e entendimento da psicomotricidade.

O medico chamado Dupré, especialista em neuropsiquiatria, no ano

de 1909, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor, ele por meio

de seus estudos e conhecimentos afirma que a independência da debilidade

motora é devido a um possível correlato neurológico. Em 1925, o medico e

psicólogo Dr. Henry Wallon, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma

categoria fundante por meio de estudos e pesquisas como instrumento na

construção do psiquismo, permitindo relacionar o movimento do ser humano ao

afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo tudo por meio de

um movimento.

Chegando ao ano de 1935, o medico neurologista Dr. Edouard

Guilmain, desenvolveu um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de

indicação da terapêutica e de prognóstico. Em 1947, o medico e psiquiatra Dr.

Julian de Ajuriaguerra, redefine por meio de estudos e informações o conceito

de debilidade motora, passando a ser considerada como uma síndrome com

suas próprias particularidades e dificuldades. É ele quem delimita com clareza

os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico de cada um e o

psiquiátrico. Com estas novas contribuições para o conhecimento da

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psicomotricidade se diferencia e adquire clareza a sua especificidade e

autonomia no significado.

Na década dos anos 70, a psicomotricidade e interessada por meio

de autores e diferentes autores e estudiosos definem a psicomotricidade como

uma motricidade de relação do ser humano. Começa então, a ser delimitada

como uma postura da educação e uma postura terapêutica que, ao

despreocupar-se da técnica e da teoria instrumentalista e ao ocupando-se do

corpo de um sujeito dando progresso e maior importância à relação, à

afetividade e ao emocional sendo expressa por meio do movimento.

Para o profissional que trabalha com a psicomotricidade, a criança

constitui sua unidade a partir das interações com o mundo externo e nas ações

do Outro que passa direta ou indiretamente sobre ela (mãe e substitutos), tudo

vem das informações recebidas por essa criança.

Diversos autores apresentam conceitos relacionados a psicomotricidade. Para Pierre Vayer (1986), a educação psicomotora é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança. Segundo Jean Claude Coste (1978), é a ciência encruzilhada, onde se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista biológicos, psicanalíticos, sociológicos e lingüísticos. Para Jean de Ajuriaguerra (1970) é a ciência do pensamento através do corpo preciso, econômico e harmonioso. E Sidirley de Jesus Barreto (2000) afirma que é a integração do individuo, utilizando, para isso, o movimento e levando em consideração os aspectos relacionados ou afetivos cognitivos e motrizes. É a educação pelo movimento consciente, visando melhorar a eficiência e diminuir o gasto energético. (MOLINARI E SENS, 2003, p.87)

O desenvolvimento psicomotor é essencial para que a formação

completa desta criança faça com que ela consiga ter um nível adequado para

adaptar-se ao mundo da melhor maneira possível e solucionar as dificuldades

no seu movimento diário.

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1.3 Elementos Psicomotores

São os elementos psicomotores: o esquema corporal, que é o saber

pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas partes é o

conhecimento do seu corpo no espaço onde o individuo de encontra, a Imagem

corporal é a representação mental inconsciente que fazemos do nosso próprio

corpo é quando identificamos a realização de um movimento mesmo sem fazê-

lo, o Tônus é a tensão fisiológica dos músculos que garante o equilíbrio

estático e dinâmico é o movimento controlado é a sustentação e equilíbrio do

nosso corpo em movimento ou não é a coordenação da nossa postura em

qualquer posição adotada pelo o nosso corpo, esteja ele parado ou em

movimento, a coordenação global ou motricidade ampla é a ação simultânea

de diferentes grupos musculares na execução de um movimento voluntário,

amplo e complexo, a motricidade fina é a capacidade de realizar movimentos

coordenados utilizando pequenos grupos musculares das extremidades, a

organização espaço-temporal é a capacidade de orientar-se adequadamente

no espaço e no tempo no tamanho e no momento em que temos que fazer

desvios de objetos ou de outras pessoas, o ritmo é a ordenação constante e

periódica de um ato motor combinado com ou seu um objeto ou outras

pessoas, a lateralidade é a capacidade de vivenciar os movimentos utilizando

por um dos lados para isso, os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o

lado esquerdo e o equilíbrio que é a capacidade de manter-se sobre uma base

reduzida de sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de

ações musculares, parado ou em movimento, com ou sem uma sequencia de

ritmos.

A psicomotricidade é uma ciência que é conhecida como o estudo

da interação do nosso corpo com o meio em que vivemos por meio de um

movimento, tendo como principais funções psicomotoras os elementos da

coordenação dinâmica global, da coordenação motora fina, do tônus, do

equilíbrio estático e dinâmico, do ritmo, da lateralidade, da estruturação

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espacial, da organização temporal, da estruturação espaço- temporal e do

esquema corporal.

. A Coordenação Dinâmica Global: é a capacidade que temos de

controlar com domínio os movimentos amplos de nosso corpo no decorrer do

dia.

. A Coordenação Motora Fina: é a capacidade que cada um tem de

controlar pequenos músculos para exercícios refinados, são movimentos mais

delicados.

.O Tônus: é a resistência de um dos nossos músculos à distensão é

comumente referida como seu tônus. É a tensão fisiológica dos músculos, o

domínio, que garante o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico, a

coordenação e a postura em qualquer posição exigida no cotidiano.

.O Equilíbrio: é a noção de distribuição do nosso peso em relação a

um espaço e a um tempo em relação ao eixo de gravidade, conhecimento. O

equilíbrio pode ser estático ou dinâmico, parado ou em movimento.

O equilíbrio estático, e de grande importância na aprendizagem de

cada um e requer muita concentração para a realização do movimento.

O equilíbrio dinâmico está diretamente relacionado entre os

membros e os órgãos, tanto os sensoriais como os motores do nosso corpo.

.O Ritmo: é presente em todas as atividades humanas, em tudo que

realizamos no decorrer no nosso dia, desde a atividade mais simples a mais

complicada, desde o levantar ao andar e ate ao deitar.

.A Lateralidade: cada um desenvolve uma preferência dos membros

na realização da atividade, uma dominância, podendo ser o lado esquerdo ou o

lado direito, a especialização do hemisfério está relacionada com a habilidade

de usar as mãos, nas pessoas destras o hemisfério esquerdo é o dominante e

nas pessoas sinistras o direito é o hemisfério que predomina (GANONG, 1977).

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.A Estruturação Espacial: é conhecida como o caráter espacial, é

essencial na consciência do nosso eu e na formação da identidade,

personalidade do indivíduo, na ação e reação em relação a valores e conceitos

do mundo em que vivemos. Podendo a pessoa que não seja capaz de

identificar o espaço que a cerca, nos acontecimentos naturais do dia a dia, não

conseguirá se localizar nem se fixar nesse mesmo espaço com segurança.

(FONSECA, 1983).

.A Organização Temporal: é a capacidade de situar-se em junção:

podendo ser de sucessão dos acontecimentos de sua vida (antes, durante,

após), da duração dos intervalos, lembranças (hora, minutos, aceleração, e

outros), da renovação cíclica de certos períodos e do caráter irreversível do

tempo, reconhecimento (noção do seu próprio envelhecimento e do

envelhecimento de outros ao seu redor).

Para que a criança tenha uma boa compreensão do tempo que foi

vivido é fundamental a ação da sua memória, recordação, que desempenhando

um papel fundamental de orientação temporal utilizando: antes, depois, agora,

manhã, tarde, noite, ontem, hoje, amanhã, rápido, lento, forte, fraco, baixo, alto.

Informações diversas. (FONSECA, 1983).

.A Estruturação Espaço-Temporal: é a capacidade que temos de

avaliação do tempo e do espaço, bons ou ruins dentro de cada julgamento.

.O Esquema Corporal: é o resultado de uma experiência do nosso

corpo no qual o indivíduo toma, pouco a pouco, consciência da maneira como o

corpo se põe em relação ao meio, adquire entendimento e conhecimento

(COSTE, 1978).

1.4 O Movimento e a Psicomotricidade

Do ponto de vista do desenvolvimento motor de cada criança é

preciso buscar uma “lente de observação”, visão bem detalhada, pois o

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comportamento da criança pode ser interpretado de várias maneiras,

dependendo de cada ponto de vista, dependendo das lentes que usa. Isso está

relacionado à visão de mundo, da criança, das teorias de desenvolvimento e

aprendizagem que temos conhecimento. Desde que a criança nasce ela já tem

um tipo de inteligência dentro de suas limitações, a inteligência motora, que é

prática e que é a primeira que o ser humano desenvolve, ate em forma de

comunicação com o meio. A criança tem uma bagagem genética, que são os

seus movimentos reflexos, e a partir do contato com o ambiente oferecido,

chamamos de reações circulares, ela constrói essa inteligência sensório-

motora, essa capacidade de perceber a conseqüência dos gestos, que são os

seus recursos para interagir com o meio, ela vai construindo esse movimento

ate por volta dos seus dois anos de idade, muitas ações são frutos de reações.

Na fase da educação infantil as crianças falam com o corpo, por

meio de gestos.

O desenvolvimento motor da criança ocorre basicamente, por

processos do aumento da diversidade de abientes e da complexidade, no

aumento da diversidade se dá pela possibilidade de a criança vivenciar um

mesmo esquema de ação em diferentes contextos e o aumento da

complexidade envolve aprendizagem de novos movimentos a partir daqueles

que a criança já domina, não tendo mais dificuldade na realização do mesmo, e

diversifica atividades do seu dia a dia realizadas de forma natural e com total

domínio, como o andar que ao ser dominada a criança vai para o correr que

depois pode ser combinado com outras atividades como o pular e etc.

Para um bom desenvolvimento motor é preciso, garantir a

diversificação dos ambientes e movimentos e o aumento da complexidade da

criança, levando em consideração o desenvolvimento e a aprendizagem dela

num determinado momento respeitando o seu limite de informação, sendo

necessário um bom ambiente favorável a sua ocorrência.

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O profissional que trabalha com criança na idade de educação

infantil deve ter como ênfase do seu trabalho o desenvolvimento de

competências motoras que está centralizado na diversificação e informação

dos movimentos fundamentais de locomoção como o andar, o correr, o saltar, o

saltitar, o deslizar, o escalar; atividade de manipulação como o arremessar

objetos de diferentes pesos e tamanhos, o receber, o chutar, o rebater, o

quicar, o rolar para ambos os lados, e de estabilização como o equilíbrio

estático (ficar num só pé e depois no outro), o equilíbrio dinâmico (andar numa

superfície estreita) e apoios invertidos (parada de cabeça, parada de mãos,

estrela). Tudo isso contextualizado em atividades da cultura lúdica infantil do

ambiente com objetivo que a criança possa utilizar atividades de movimento em

contextos significativos de sua experiência de vida. Preparando essa criança

nas suas bases para novas informações e realização de atividade mais

complexas no seu crescimento e no seu entendimento da atividade.

A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar e se expressar

através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser

corpo, o ser mente e o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade para uma

resposta.

A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade,

porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente, o corpo fala.

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CAPÍTULO 2

NATAÇÃO NA IDADE DE SEIS ANOS

2.1 A Natação

O ato de saber nadar na Antiguidade era utilizado como mais uma

arma ou uma forma de defesa dos homens para a sua sobreviver. Alguns dos

estilos de nado desenvolvidos a partir das primeiras competições esportivas

realizadas no século XIX basearam-se no estilo de natação dos indígenas da

América e da Austrália que como na antiguidade tinha como um dos objetivos

ser usado como um dos meios de defesa.

Entre si os gregos cultuavam a beleza física e faziam da natação um

dos seus exercícios de mais importância para o desenvolvimento e alcance do

objetivo harmonioso do corpo e da beleza de cada um. O esporte também era

incluído no treino dos guerreiros na antiguidade, por conter trabalho de

resistência e força. A natação em Roma também era configurada num método

de preparação física do seu povo, e era incluída entre as matérias do sistema

educacional de Roma, era algo que todos deveriam aprender.

Somente após a primeira metade do século XIX que a natação

começou a ser expandida, dando o início no progresso como desporto, onde

antes era um ato de defesa dos guerreiros e sendo realizando as primeiras

provas (competição) em Londres, no ano de 1837. Dando o inicio a realização

da organização de várias competições nos anos seguintes e no ano de 1844

alguns nadadores norte-americanos atuaram em competições de natação em

Londres onde conseguiram vencer todas as provas realizadas, ganhando um

grande reconhecimento e valor à realização da atividade.

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Com o passar do tempo e o desenvolvimento hoje em dia temos

quatro estilos diferentes da pratica da natação: O CRAWL, O COSTAS, O

PEITO E A BORBOLETA, sendo o crawl o nado conhecido como o mais

rápido. No âmbito mundial quem controla a natação é a FINA (Federação

Internacional de Natação Amadora).

No Brasil, a natação oficialmente foi introduzida em 31 de julho no

ano de 1897 quando quatro clubes se uniram o clube do Botafogo, clube do

Gragoatá, clube do Icaraí e o clube do Flamengo para fundar no Rio de Janeiro

a União de Regatas Fluminense chamada mais tarde de Conselho Superior de

Regatas e Federação Brasileira das Sociedades de Remo (MACHADO, 1995).

No ano de 1914, as competições e os esportes no Brasil estavam

acontecendo constantemente e eram controladas pela Confederação Brasileira

de Desportos. O Brasil se projetou internacionalmente com alguns nadadores

que obtiveram marcas mundiais, ganhando o destaque (MACHADO, 1995).

A natação é uma atividade física envolvente que engloba muitas

finalidades, conhecida como uma atividade completa, como uma terapia, uma

atividade para a competição ou para um lazer, utilizando movimentos

diferentes, uma locomoção na água, trabalho de força contra a agua e

equilíbrio na agua. Quando adquirido como um desporto ocorre à busca de

obter tempos mais rápidos a cada momento, por meio de treinamentos

específicos, quando adquirido como atividade de lazer ocorre a busca do bem

estar (DAMASCENO, 1997).

A natação, sendo considerada uma atividade como uma forma de

prazer pode ser realizada para qualquer idade, sendo considerado um

desporto, encontramos uma fonte de recreação, de alegria de viver e de saúde,

para pessoas de todas as idades. Desde o ano de 1963 a natação funciona

como um meio de segurança, da educação física e da saúde, do lazer, da

satisfação em dominar uma habilidade ou na realização de um movimento e

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também na participação de uma competição, ou ate mesmo no tratamento de

doenças e recuperação de movimentos.

O ser humano e o meio liquido (a natação), estão relacionados

desde sua concepção e evolução no meio intrauterino, na gestação e sua

primeira grande experiência com esse meio é o momento do seu próprio

nascimento (TURCHIARI, 1996).

A natação tem uma profunda e direta relação da água e com o

próprio corpo de uma forma bem mais simples e natural do que imaginamos.

Autores afirmam que a natação é um dos esportes mais completos, em que se

desenvolvem tanto as capacidades físicas de cada um, como a flexibilidade, a

força, a resistência, tanto às capacidades orgânicas, como a capacidade

respiratória e a capacidade cardiocirculatória e ainda o equilíbrio e domínio e

conhecimento dos membros do corpo (DIECKERT, 1989).

A natação tem a união de algumas ciências como a ciência da

psicologia, a ciência da psicomotricidade, a ciência da pedagogia e a ciência da

educação física, atingindo vários objetivos principalmente relacionados ao

desenvolvimento infantil, integrando os aspectos psicomotores, afetivos, sociais

e cognitivos de forma natural na sua realização, incluindo ludicidade na

realização das atividades das aulas.

A metodologia do ensino para as crianças cada vez mais tem se

fortalecido, não tendo a preocupação nessa fase com a técnica ou a execução

perfeita na realização de um movimento e sim com a motivação da criança,

com o prazer da criança em estar ali na realização de cada atividade, onde aos

poucos e de forma natural se adquire a realização da atividade de forma

perfeita, tendo a base construída a técnica se torna mais fácil de ser adquirida

com domínio.

O trabalho da natação com a criança é tão abrangente que alguns

aspectos como a autoconfiança e a capacidade da concentração desta criança

estimulados na piscina de forma lúdica serão fundamentais para o aprendizado

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da realização da atividade de natação com domínio, assim como serão

fundamentais para o aprendizado de qualquer outro esporte, facilitando ainda o

desenvolvimento cognitivo desta criança na escola e formando a sua base da

personalidade para este futuro adulto, as bases de todo adultos são formados

na sua infância levamos para a fase adulta aquilo que adquirimos na fase da

infância (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ACADEMIAS - ACAD, 2004).

A criança tem o desenvolvimento da sua personalidade que

compreende as mudanças ocorridas no organismo. Durante o seu processo de

crescimento e o processo de desenvolvimento desta criança como o

comportamento motor, a percepção, a construção da inteligência, a afetividade

e a aprendizagem, tem sido cada vez mais estudada com uma maior atenção

por parte dos investigadores (BEE, 1988).

A natação na área médica vem adquirindo credibilidade e se

posiciona como uma das atividades esportiva voltada para as crianças com

inúmeros benefícios associados à saúde desta criança, conhecida como uma

atividade completa, como por exemplo: a melhora o desenvolvimento

neuromotor, a tonificação das musculaturas, a ativação da mobilidade das

articulações, o aumento da capacidade cardíaca, o estimulo de um sono mais

tranquilo (devido a pratica de uma atividade física), a ajuda na prevenção e no

combate da obesidade infantil, a ajuda no controle de doenças respiratórias

como a asma e a bronquite e o principal que é o de incorporar o prazer do

esporte e do hábito saudável da prática de uma atividade física desde a

primeira infância e a realização desta atividade de forma lúdica para esta

criança, fazendo com que esta criança venha adquiri a pratica de atividade

física ate na sua fase adulta (FONTANELLI & FONTANELLI, 1986).

2.2 A Criança de Seis Anos

Em torno dos dois anos de idades aos três anos de idade e dos

cinco anos de idade aos seis anos de idade, (conhecido com a fase Pré-

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operatória) encontramos a ocorrência dos jogos simbólicos nas atividades da

criança, que satisfazem a necessidade de não somente relembrar mentalmente

o acontecido, mas também de executar a representação e o lúdico. Em período

posterior surgem com naturalidade os jogos de regras, que são transmitidos

socialmente de criança para criança e de estado para estado e por

consequência vão aumentando de importância e dificuldade de acordo com o

progresso de seu desenvolvimento social e com maturidade desta criança já

chegando aos seus sete anos de idade com a maturidade adequada.

O que marca a passagem do período sensório-motor, que é do

nascimento zero mês aos dois anos de idade, para o pré-operatório é o

aparecimento da função simbólica ou semiótica, que é a emergência da

linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da

linguagem e por isso mesmo não podendo atribuir à linguagem a origem da

lógica, saber o que esta sendo falado, que constitui o pensamento racional da

criança.

A criança de seis anos se encontra no período Pré-Operatório que

vai dos dois anos de idade aos sete anos de idade, período onde é alcançando

o domínio da linguagem o entendimento e o conhecimento do que esta sendo

falado surgindo o antropocentrismo e o egocentrismo, que são os objetos

percebidos durante a realização das atividades como as brincadeiras

individualizadas, a limitação em se colocar no lugar dos outros, possibilidade

da moral da obediência, isto é, que o certo e o errado são aquilo que dizem os

adultos e a coordenação motora fina, ela desenvolve noções de tempo,

espaço, velocidade, ordem, casualidade, já sendo capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da realidade e ate fazer escolhas

concretas desenvolvendo suas habilidades motoras básicas.

Estudos sobre desenvolvimento motor em crianças de 3 a 6 anos, confirma que é adequada a estimulação através de experiências diversificadas, que proporcionem o desenvolvimento de habilidades motoras básicas em crianças. (GUEDES, 2004, p.202)

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FASE CARACTERÍSTICASFAIXA ETÁRIA APROXIMADA

EVENTO DEFINIDOR

I - SENSÓRIO-MOTORA

O bebê constrói o significado de seu mundo pela coordenação de experiências sensoriais com o

movimento

Do nascimento aos 2 anos

Assimilação básica e formação do esquema através do movimento

II - DO PENSAMENTO PRÉ-OPERACIONAL

A criança pequena demonstra crescente pensamento simbólico pela ligação de seu mundo com

palavras e imagens

De 2 a 7 anos

Assimilação avançada usando a atividade física

para realizar os processos cognitivos

III - DAS OPERAÇÕES CONCRETAS

A criança raciocina logicamente sobre eventos concretos e

consegue classificar objetos de seu mundo em vários ambientes

De 7 a 11 anos

Reversibilidade com experimentação

intelectual através da brincadeira ativa

IV - DAS OPERAÇÕES FORMAIS

O adolescente é capaz de raciocinar logicamente e de

maneira mas abstrata e idealistaDe 11 anos em diante

Raciocínio dedutivo através da formulação de hipótese abstrata

FASES DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE JEAN PIAGET

Nesta idade a criança ainda não se limita a uma representação

imediata do que deseja, mas ainda é dependente do mundo concreto das

informações que recebe para chegar à abstração, desenvolvendo assim a sua

capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma representação

anterior, anulando a transformação que havia sido observada, auxiliando na

sua imaginação e criação.

Em Gallahue e Ozmun (2001, p.45), encontramos uma tabela na

qual Jean Piaget apresenta as fazes do Desenvolvimento Cognitivo da criança

de forma sistemática, dentro de suas fases.

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Aos seis anos o pensamento e a linguagem da criança estão se

tornando mais complexos, a crianças se expressa com mais clareza, sua

habilidade de ouvir e sua atenção nesta faixa etária já aumentaram, assim seu

conhecimento também aumentou.

A criança se comunica de mais fácil se expressa com mais

facilidade usando frases completas para dizer o que deseja e o que sente já da

opinião e ate já escolhe o que quer, é muito criativa, gosta de inventar histórias,

de brincadeira de faz-de-conta o que ajuda a desenvolver o pensamento, a

criança agora se apóia nas ideias e palavras que já tem conhecimento, ela já é

capaz de imaginar além do que está vendo e ate já sabe do que gosta.

Tem mais domínio sobre a realização das suas ações e movimentos

normais do dia a dia, permanecem mais tempo brincando em atividades que

exigem atenção e domínio, como encaixe de peças, recorte, colagem,

desenho, ela sabe segurar lápis com domínio, gravetos e desenhar formas que

parecem sol, bonecos, casas, etc. por meio do desenho, ela expressa o que vê

e o que sente desenhar ajuda a criança a, mais tarde, aprendera ler e escrever

com essa idade a criança esta começando a se interessar por área de games.

A idade pré-escolar é considerada a fase áurea da vida, pois nesse

período o organismo da criança se torna estruturalmente capacitado para a

realização das atividades mais complexas. Quase todas as teorias do

desenvolvimento humano admitem que a idade pré-escolar seja de

fundamental importância na vida humana, por ser esse o período em que os

fundamentos da personalidade e do esquema corporal estão sendo formados,

logo essa criança esta formando as bases do seu futuro (ROSA, 1986).

Com seis anos de idade, a criança esta começando um grande

avanço no desenvolvimento do juízo e do raciocínio moral. Se encontrando na

fase onde tem o apoio da atividade física e do ambiente de informação que

vive, ocorrendo à formação da perfeita realização da manipulação com objetos

apresentados a ela, é um período de transição no comportamento, surgindo os

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“porquês” e os “como” nos seus vocabulários e em suas atividades diárias

tendo a curiosidade despertada, a linguagem é um processo facilitador da

aprendizagem e do entendimento do mundinho da criança. Seis anos também

é a idade onde a criança começa a fazer as assimilações, que é o processo

cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes é a

incorporação de elementos do meio externo a um esquema ou a uma estrutura

do sujeito. Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo

cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a

ampliação de seus esquemas, fase aonde a criança vai guardando todas as

informações adquiridas no seu dia sendo importante ou não (MASSAUD,

CORRÊA, 2004).

2.3 A Natação e a Criança

A criança que é estimulada no seu dia a dia, em casa, de forma

natural dispondo de ambientes variados, contato com diferentes estímulos,

sons, cores, movimentos, texturas, atividades em conjunto que envolvam

outras crianças outros adultos e outros estímulos, (os estímulos são uma

representação de parte específica do meio, mas também podem ser externos),

acumula experiências e informações que contribuem para a ampliação do seu

desenvolvimento motor.

Teixeira e cols (1992) afirmam que a criança que se inicia em um

programa de adaptação ao meio líquido (uma atividade ou um contato com o

meio liquido) apresenta um rendimento mais satisfatório no processo do seu

desenvolvimento motor, com os estímulos sonoros, os visuais, os táteis, os

sinestésicos, os de cores, os lúdicos e os dos materiais, permite um maior e

melhor desenvolvimento das habilidades motoras e suas capacidades físicas

como: a velocidade, o equilíbrio, a resistência e a flexibilidade.

A criança que é praticante da natação com o tempo da pratica da

atividade tem uma contribuição significativa no desenvolvimento das suas

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habilidades motoras, atividades realizadas sempre de forma lúdica o que

estimula na realização, o que influencia a capacidade e no domínio da

realização dos movimentos voluntários necessários do dia a dia das crianças,

adquiridos de forma agradável e natural.

As crianças possuem padrões de atividades aquáticas bem

definidas, que estão presentes desde o nascimento em seus movimentos

reflexos, devido à interação com o meio líquido durante a gestação, precisando

de estímulos para desenvolver ao máximo suas habilidades básicas, auxiliando

o processo natural de desenvolvimento, desde os primeiros anos de vida.

Devendo ser realizada de forma lúdica e agradável para essa criança é o

brincar com objetivo no meio liquido.

2.3.1 A Natação e a Criança de Seis Anos

A criança de seis anos de idade sente que já é capaz de muitas

coisas e realizações, e realmente é a criança é mais independente, e domina

algumas coisas, quer ser ela mesma e deixa isso claro quando se defende

dizendo frases como “eu já tenho seis anos”. Exige explicações e quer ser

ouvida em seus argumentos, entretanto, às vezes, não que dar conta das suas

responsabilidades, ainda é uma criança.

Com essa idade, seis anos, a linguagem que a criança tem já atingiu

todas as características do meio ambiente devido às informações e

experiências recebidas ate o momento por isso não apresenta qualquer

dificuldade em se comunicar com seus elementos, salvo em casos onde a

criança troca os fonemas e apresenta dificuldades para articulação da palavra,

tornando-se mais fácil a comunicação, o seu vocabulário torna-se cada vez

mais rico à medida que vai tendo acesso à leitura e ao contato com outras

pessoas em ambientes diferentes, movimentos e situações diversas, ampliando

as suas informações e experiências.

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O deslocamento é um movimento, á organização do esquema

corporal se dá por meio de atividades de movimento com o próprio corpo,

movimentos realizados de formas naturais e automáticas. Portanto, toda

criança deve ser estimulada a arrastar-se, a engatinhar, a andar, a saltar, a

falar, a cantar, a realizar movimentos e brincadeiras livres e ate ao

relaxamento, não pulando as fases do seu desenvolvimento, as estimulações

contribuem de forma fundamental para a estruturação e base desta percepção,

devendo ser feitas sempre de maneira lúdica. Brincar com o próprio corpo faz

parte das atividades e do dia-a-dia da criança, tendo a realização e domínio da

perfeição do movimento voluntária de forma natural.

O controle dos membros, dos braços e das pernas, aos seis anos, já

é encontrado em boa formação agora sendo apenas aperfeiçoada com as

atividades motoras para uma boa coordenação, com seis anos de idade a base

desta criança esta montada devendo ser aperfeiçoada a cada atividade, cada

atividade deve ter um objetivo. A motivação esta diretamente ligada à noção de

aprendizagem e segurança no desenvolvimento desta criança. Para aprender a

criança deve estar motivada na realização da atividade, deve se uma atividade

lúdica e envolvente podendo ter desafios com propósitos.

Com a idade de seis anos é importante que a criança veja a natação

(a vivência aquática) como uma atividade lúdica com desafios, obstáculos,

música cores, outras crianças, materiais diferentes, etc. Pois é brincando que a

criança se desenvolve e tem acesso ao maior numero de experiências

aquáticas, obtendo um desenvolvimento mais completo e de forma satisfatória

para a criança, onde na fase adulta terá bases construídas que foram

desenvolvidas nestes momentos de brincadeiras, entendendo-se que as

brincadeiras no meio liquido da infância é um beneficio para a fase adulta, foi

um investimento.

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CAPÍTULO 3

OS BENEFICIOS DA NATAÇÃO

3.1 Atividades no Meio Líquido

A relação do ser humano com o meio líquido não é uma novidade

nos nossos dias, ela vem desde a concepção e a evolução do homem no meio

intra-uterino. A primeira grande experiência do ser humano com o meio liquido

é no momento do nascimento de cada um, ali já ocorre um contato direto do

ser humano com o meio liquido.

As atividades no meio liquido tem uma grande influencia no

desenvolvimento da formação da personalidade de cada criança, influencia no

comportamento motor, percepção, construção da inteligência, afetividade,

aprendizagem e outros que compreende as mudanças ocorridas no organismo

de cada uma durante o processo de crescimento e desenvolvimento da

mesma, contribuindo para ativar o processo evolutivo psicomorfológico de cada

criança, auxiliando no desenvolvimento das bases da psicomotricidade e

reforçando o início da formação de uma personalidade.

Atividades no meio líquido devem ser realizadas em crianças com

alguns fatores importantes: com o lúdico, com a motivação, como as atividades

dinâmicas e bastante diversificadas, com matérias diferentes em tamanhos,

texturas e cores e às vezes ate com musicas, fazendo com que assim essa

criança descubra ajustamentos e as suas dimensões sociais, amplie o seu

universo de informações de forma natural, no decorrer de uma aula de natação

(MASSAUD, CORRÊA, 2004).

O meio líquido, como um ambiente variado é bem diferente do

ambiente do dia a dia de uma criança, deve ser um dos ambientes pelo o qual

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os pais devem escolhem para o convívio de uma criança deve ser mais um

ambientes de interação dos seus filhos, influenciando no seu desenvolvimento.

Se a criança não tiver desfrutado de um ambiente favorável, é provável que

apresente bases para a vulnerabilidade de seu desenvolvimento. Existe na

literatura uma constante associação entre a qualidade do ambiente e o

desenvolvimento psicológico de cada criança, a importância de fatores de

riscos biológicos e sociais para o desenvolvimento da criança de forma

agradável e envolvente para esta, onde os frutos são vistos com o passar do

tempo e o crescimento da criança, frutos são visto nitidamente na fase adulta

desta criança. (MARTINS, 2004)

A composição química do meio líquido da origem a um elemento com densidade muito maior que o ar que nos envolve. Quando estamos em uma piscina, esta densidade que nos envolve provoca um fenômeno físico de empuxo, que explicado de maneira simples, é uma força que nosso corpo recebe de baixo para cima. Esta força nos permite vivenciar a impressionante sensação de flutuar (boiar). Esta “simples” vivencia, já é por si só, uma fascinante experiência para qualquer criança. A densidade também oferece maior resistência aos movimentos do corpo (THOMPSON, MOUSINHO E FERREIRA, 2002, p. 230).

O conjunto de características individualizadas que se relacionam a

habilidades de desempenhar as atividades físicas possuindo elementos

qualitativos, variações entre os indivíduos e variações entre as diferentes fases

do ciclo da vida de cada um individualmente, tem sido definida como aptidão

física, podendo ser considerada como o resultado do processo do

desenvolvimento motor e o processo da atividade física (BÖHME, 2003).

A atividade no meio liquido como a prática da natação é um

excelente elemento para iniciar uma criança na aprendizagem organizada, com

uma forte participação direta no seu desenvolvimento motor, na sua construção

do esquema corporal e um papel integrador no seu processo de maturação,

essas qualidades são desenvolvidas em cada criança dentro de seu limite e

sempre de forma lúdica (FRANCO, 1985 e DAMASCENO 1992).

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A natação infantil juntamente com a psicomotricidade, o trabalho

com o lúdico, oferece a criança um melhor desenvolvimento obtido com mais

facilidade de forma mais natural para essa criança, sociabilidade e reforço do

sistema cardiovascular morfológico, a criança adquire os benefícios da

atividade brincando, benefícios esses utilizados em toda a sua vida.

“Que a natação, por ser uma das atividades que maiores benefícios proporcionam ao desenvolvimento corporal e, também, pela possibilidade de ser praticada sem restrições, desde o nascimento parece mais indicada para a dinamização do potencial psicomotor do ser humano.” (DAMASCENO 1992)

Na realização da atividade da natação encontramos várias etapas

onde a criança vai percorrer uma por uma, etapas como: a adaptação ao meio

liquido, a estimulação na realização de uma atividade fora do seu dia a dia, o

domínio da realização da atividade, o aprendizado e entendimento da

atividade, e outras, sempre respeitando a faixa etária ideal para cada uma das

etapas e o limite de cada uma destas crianças.

3.2 O Meio Liquido

No meio líquido, as percepções de equilíbrio, de orientação do

corpo, de movimento dos membros em relação ao tronco são diferenciadas

devido às propriedades físicas encontradas na água. Estas informações

perceptivas permitem orientar e tomar consciência da posição do nosso próprio

corpo e das atitudes motoras que este corpo esta realizando. A propriocepção

exerce um papel fundamental no controle motor do corpo, especialmente na

realização do movimento das atividades da natação, através dela, o indivíduo

está permanentemente sendo informada sobre a situação de seus segmentos,

onde sempre esta sendo trabalhados os membros superiores e inferiores ao

mesmo tempo, ocorrendo os deslocamentos, a direção e a velocidade em

decúbito ventral e dorsal por meio da sensação da água (LEIRIA, 1995).

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Na faixa etária de seis anos de idade a propriocepção é

desenvolvida e trata-se de uma informação, que vem de dentro do próprio

corpo de forma natural, sinalizam as posições das articulações, as forças

produzidas nos músculos e a orientação do corpo no espaço em que esta,

como por exemplo, estar de cabeça para baixo, em decúbito ventral em

decúbito frontal a criança esquematiza as sua bases mantendo se na posição

desejada em segurança (SCHMIDT E WRISBERG, 2001).

3.2.1 Adaptação ao Meio Líquido

A adaptação ao meio líquido é o período de domínio do próprio

corpo no meio aquático onde temos a oportunidade de trabalharmos o

equilíbrio, a respiração, a flutuação, o deslize, a propulsão, os saltos, o domínio

do nosso corpo, a percepção do corpo e do espaço, a lateralidade, a

coordenação motora fina e a coordenação motora ampla, entre outros, tudo

sendo realizada de forma lúdica e envolvente devido a se tratar da realização

de um trabalho com crianças, sendo agradável para essas crianças, tendo uma

criança segura no meio liquido com o passar do tempo.

A piscina por si só é uma excelente mediadora para estimular o equilíbrio. Brincadeiras do tipo trocar de posição, deitado, de pé, “estrela”, “bolinha”, “avião”, provocar o rolamento da criança, “jogá-la” para o alto e deixá-la recuperar o equilíbrio, ensiná-la a dar “cambalhotas”, além de muitas outras brincadeiras, possibilitam ganhos muito expressivos. Em alguns anos pode-se constatar a nítida e emocionante alegria destas crianças ao controlarem seus corpos sem receios em uma piscina. (THOMPSON, MOUSINHO E FERREIRA, 2002, p. 231)

Ao chegar à fase do aprendizado (fase da técnica) a criança já se

encontra mais segura e tranqüila na realização da atividade ao meio liquido,

como as pernadas, as braçadas e a respiração dos estilos básicos dos nados

podendo ser passado para a criança de forma lúdica e o aperfeiçoamento dos

nados é a fase onde ocorre o corretivo dos quatro estilos de nado suas saídas

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e viradas com treinamentos para uma futura competição, sua base já esta

formada só tendo que aperfeiçoar a realização da atividade, essa criança não

encontra muita dificuldade na busca da perfeição devido ao seu domínio no

meio liquido.

Esta etapa abrange todo o processo de ambientação da criança neste

“novo” meio. Considero que esta fase seja a mais complexa e determinante, para

chegar a atingir o domínio do meio líquido e, posteriormente o aprendizado da natação

(desporto). Durante esta etapa, a criança se depara com uma serie de descobertas

que marcarão profundamente suas vidas. (THOMPSON, MOUSINHO E FERREIRA,

2002, p. 231)

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CONCLUSÃO

Através do presente estudo podemos prever que a pratica da

atividade de natação em criança de seis anos, influencia no desenvolvimento

da psicomotricidade, com o auxílio do lúdico, cores, musicas etc. Cada

movimento corporal é a comunicação da criança com o meio à sua volta

exteriorizando através do seu corpo seus sentimentos em relação ao mundo e

ao momento.

Com a realização do estudo, como método de acompanhamento do

desenvolvimento das crianças por meio das atividades, obtivemos a

confirmação de uma resposta satisfatória no desenvolvimento motor da criança

com o auxilio do meio liquido e das atividades realizadas na agua.

O trabalho realizado através da atividade de natação apresenta

resultados satisfatórios para a melhora na realização das atividades diária e na

qualidade de vida dessas crianças, influenciando na sua vida adulta.

Os movimentos aprendidos durante os seis primeiros anos da vida

de uma criança, como o correr, saltar, atirar, pontapear, apanhar, trepar e

outros, formam a base para aprendizagens e realização de atividades futuras.

Tudo o que for desenvolvimento motor adquirido nos primeiros anos da vida da

criança fica como uma base e será desenvolvida quando adulta.

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Disponível em: <http://www.notapositiva.com>.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS

DEDICATÓRIA

RESUMO

METODOLOGIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................8

CAPÍTULO 1

A IMPORTANCIA DA PISCOMOTRICIDADE................................................10

1.1 O Movimento..............................................................................................10

1.1.1 Estágios de desenvolvimento.......................................................12

1.1.2 Os Estágios..................................................................................15

1.2 A Psicomotricidade....................................................................................20

1.2.1 A Historia da Psicomotricidade....................................................23

1.3 Elementos Psicomotores...........................................................................25

1.4 O Movimento e a Psicomotricidade ..........................................................27

CAPÍTULO 2

NATAÇÃO NA IDADE DE SEIS ANOS.........................................................30

2.1 A Natação.................................................................................................30

2.2 A criança de seis anos..............................................................................33

2.3 A Natação e a criança...............................................................................37

2.3.1 A Natação e a Criança de Seis Anos...........................................38

CAPÍTULO 3

OS BENEFICIOS DA NATAÇÃO...................................................................40

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50

3.1 Atividades no Meio Líquido.......................................................................40

3.2 O Meio Liquido..........................................................................................42

3.2.1 Adaptação ao Meio Líquido..............................................................43

CONCLUSÃO.................................................................................................45

BIBLIOGRAFIA..............................................................................................46

WEBGRAFIA..................................................................................................48

ÍNDICE............................................................................................................49