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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NO ÂMBITO DO PROCESSO TRABALHISTA: QUESTÕES POLÊMICAS AUTOR MERCIA DE CASTRO TAVARES ORIENTADOR PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · exceção ou objeção de Pré-executividade, usada como incidente processual, aqui, mais precisamente na Execução Trabalhista,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NO ÂMBITO DO PROCESSO TRABALHISTA: QUESTÕES POLÊMICAS

AUTOR

MERCIA DE CASTRO TAVARES

ORIENTADOR

PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO

Rio de Janeiro

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NO ÂMBITO DO PROCESSO TRABALHISTA: QUESTÕES POLÊMICAS

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito Processual do Trabalho.

Por: Mércia de Castro Tavares.

.

Rio de Janeiro

2010

RESUMO

O presente estudo objetiva compreender a exceção de Pré-executividade que nasceu do parecer de Pontes de Miranda, na defesa da Companhia Siderúrgica Mannesmann que era executada por títulos falsos, como também a sua natureza jurídica, conceito e finalidade, divergência quanto à nomenclatura do instituto se é exceção ou objeção de Pré-executividade, usada como incidente processual, aqui, mais precisamente na Execução Trabalhista, considerando-a elemento substancial na busca de maior efetividade no processo de execução. Demonstra o estudo que cabe ao Magistrado declarar de ofício a inexistência dos pressupostos processuais e condições da ação contemplados na Lei Processual Civil, fato que levará o Magistrado a suspender a execução e curvar-se a abrir o contraditório e ampla defesa, pois seria um ato abusivo e ilegal invadir no patrimônio do executado que está justamente se valendo do instituto sub oculis para provar que a dívida é inexigível. Refere-se, ainda, à sistemática processual que admite, como condição de Pré-executividade, o exame da liquidez, certeza e exigibilidade do título, a execução trabalhista e os procedimentos de adoção do instituto, pressupondo-se a segurança do juízo para o oferecimento de embargos do devedor, caso necessite de uma maior demanda de instrução probatória para comprovação de vício no título executivo.

METODOLOGIA

Esse estudo é baseado na doutrina, legislação aplicável ao direito do trabalho,

jurisprudência e críticas. Quanto aos principais livros utilizados na bibliografia básica,

pode-se citar os livros “Lições de Direito Processual Civil” do professor Alexandre

Freitas Câmara e “Exceção de Pré-Executividade : uma denominação infeliz” do

autor José Carlos Barbosa Moreira que auxiliaram no desenvolvimento e

entendimento do assunto.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................06

CAPÍTULO 1

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

1.1 – A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EXCEÇÃO DE PRÉ – EXECUTIVIDADE....07

1.2 - CONCEITO DO PROCESSO EXECUTIVO.......................................................12

1.3 - EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO................................................13

CAPÍTULO 2

CONCEITO-FINALIDADE-NATUREZA JURÍDICA E OBJETO.

2.1 - CONCEITO E FINALIDADE DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.......17

2.2 - A QUESTÃO TERMINOLÓGICA: OBJEÇÃO OU EXCEÇÃO DE PRÉ-

EXECUTIVIDADE......................................................................................................19

2.3 - NATUREZA JURÍDICA......................................................................................21

2.4 - OBJETO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.......................................23

CAPÍTULO 3

A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NO PROCESSO DO TRABALHO.

3.1 - A EXECUÇÃO TRABALHISTA E A PROBLEMÁTICA DA EXCEÇÃO DE PRÉ

– EXECUTIVIDADE...................................................................................................26

3.2 – A APLICABILIDADE NA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NA

EXECUÇÃO TRABALHISTA.....................................................................................27

3.3 – QUESTÕES PROCEDIMENTAIS.....................................................................29

CONCLUSÃO............................................................................................................30

REFERÊNCIAS..........................................................................................................32

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é analisar as questões relativas à exceção de Pré-

Executividade, como um instituto jurídico informal criado para assegurar o direito

fundamental do devido processo legal, impedindo que diante da atividade coercitiva

do Estado, na busca da satisfação de uma determinada obrigação, possam surgir

arbitrariedades.

Será, apresentada a evolução histórica da exceção de Pré-Executividade, que

surgiu do parecer elaborado por Pontes de Miranda na defesa da Companhia

Siderúrgica Mannesmann, e todo o procedimento de sua defesa, como também os

requisitos e sistemática processual como condição para a aplicabilidade do instituto

em tela, atingindo o exame de sua inserção e cabimento na execução trabalhista.

Será abordado ainda o conceito e evolução do processo de execução, assim

como a finalidade, natureza jurídica e objeto da exceção de Pré-Executividade e

seus aspectos quanto à garantia do juízo, caso que se exige na oposição de

Embargos.

A questão terminológica divergente do instituto em tela, como também o

estudo da aplicabilidade na Execução Trabalhista, a análise de algumas questões

procedimentais, sempre focando-se na Doutrina e Jurisprudência.

Será explorado a legitimidade ad causam para opor a Exceção de Pré-

Executividade na execução fiscal que decorre do próprio título executivo, título esse

que aponta o devedor da obrigação, incluindo o prazo, forma e efeitos quando da

interposição do instituto em tela, tudo com o objetivo principal de estudar a

possibilidade de aplicação da exceção de Pré-Executividade no processo do

trabalho, baseando-se tanto na jurisprudência pátria quanto na Doutrina, com o fito

de concluir, com absoluta certeza e de forma explícita, a sua aplicabilidade.

Em suma, será analisado a exceção de Pré-Executividade como um

instrumento de provocação do órgão jurisdicional, por meio do qual se busca a

manifestação acerca dos requisitos da execução. Enseja o contraditório, e,

constatada a ausência dessa condição enfocada, a execução deverá ser declarada

extinta, via sentença terminativa. Se rejeitada, confirmada a presença dos requisitos

indispensáveis, a execução prosseguirá normalmente.

6

CAPÍTULO 1

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

1.1– A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EXCEÇÃO DE PRÉ - EXECUTIVIDADE

Não se pode negar o fato de que a sociedade encontra-se em plena fase de

evolução, e em qualquer ramo das ciências conhecidas pelo homem, há a

necessidade do aprimoramento à própria evolução, seja, cultural, comercial, muito

comum em um mundo globalizado.

Sendo o Direito uma ciência que estuda as relações humanas em sociedade,

conclui-se ser imprescindível que evolua concomitantemente com a evolução da

própria sociedade, sob pena de se tornar letra morta, desvirtuando-se da sua meta

que é a justiça.

Diante das urgentes necessidades de transformação e adaptação, assim

como ocorreram em diversos ramos do Direito, o processo de execução, aquele que

obriga uma determinada pessoa a realizar uma obrigação de fazer ou de dar,

experimentou uma evolução considerável na defesa processual oponível nas

execuções, especialmente através da analise do processo trabalhista, cuja fase de

conhecimento parece tão eficiente, no entanto a execução tem se mostrado

frustrante as partes.

Com essa progressão jurídica, que é alvo de acirrados debates, quer na

doutrina, quer na jurisprudência, nasceu como defesa no processo de execução, a

denominada, por alguns, de Exceção de Pré–Executividade proveniente da

inexigibilidade do título ensejador do procedimento executório, sem a necessidade

de dilação probatória1, que muito antes da Constituição Federal de 1988, foi

elaborado parecer em 1966, por Pontes de Miranda, onde se buscava a “proteção”

1 TRF - 3ª Região - 6ª T.; AI nº 186803-Suzano-SP; Reg. nº 2003.03.00.050683-6; Rela. Desa. Federal Consuelo Yoshida; j. 26/11/2003.

7

da Companhia Siderúrgica Mannesmann, em face de diversos pedidos de falência

baseados em títulos falsos. 2

Vale transcrever alguns trechos do memorável parecer:

“Se alguém entende que pode cobrar dívida que consta de um instrumento público ou particular, assinado pelo devedor e por duas testemunhas, e o demandado - dentro das vinte e quatro horas – argúi que o instrumento público é falso , ou de que sua assinatura, ou de alguma testemunha é falsa, tem o juiz de apreciar o caso antes de ter o devedor de pagar ou sofrer a penhora (...).

A penhora ou o depósito somente é de exigir-se para oposição de embargos do executado; não para oposição das exceções e de preliminares concernentes a falta de eficácia executiva do título extrajudicial ou da sentença

O que é declarável de oficio ou detectável de oficio é suscitável entre o despacho do juiz e o cumprimento do mandado de citação ou de penhora”.3

Nesse processo, com os pedidos de decretação da abertura de falência da

empresa, o magistrado os indeferiu sob o fundamento de que se lastreavam em

títulos falsos, sem que houvesse exigido penhora ou depósito, podendo, ainda, a

empresa, nas vinte e quatro horas que se seguem a citação para que o devedor

pague ou nomeie bens à penhora, alegar a falsidade de título ou de títulos,

independentemente do oferecimento de bens à penhora, por entender, o parecerista,

que a alegação de inexistência, invalidade ou da ineficácia da sentença é alegável

antes da expedição do mandado da penhora. 4

Como se tratava de títulos falsos o processo de falência restou infundado,

cabendo aos credores buscar a satisfação da dívida através de diversas ações de

cobrança, baseadas nos mesmos títulos.

A empresa, visualizando a única possibilidade de defesa através dos

Embargos, ficaria com grande parte dos seus bens, para a segurança do juízo, com

o peso da constrição judicial, o que, certamente, devido ao alto valor das Execuções,

comprometeria uma parte considerável de seu capital, que já se encontrava em

péssimas condições financeiras.

2 SIQUEIRA FILHO, Luiz Peixoto de. Exceção de Pré-Executividade, 2ª edição, Ed. Lúmen Júris, p. 01.

3 GRECO, Leonardo apud BATISTA JÚNIOR, Geraldo da Silva. Op. Cit. p. 3. 4 ROSA, Marcos Valls Feu. Exceção de Pré-executividade, Ed. Sérgio Fabris, 1996, p. 22, em que cita como fonte “Dez anos de Pareceres”, vol. 4, p. 137.

8

Dessa forma, Pontes de Miranda desenvolveu considerações que até hoje

servem de embasamento para a aceitação pelo poder Judiciário, em razão da

defesa não contida em Lei, possibilitando o uso cada vez mais freqüente do referido

instituto.

Pelo questionamento da falta de condições da ação e dos pressupostos

processuais, acabava-se com a força do título executivo, atacando, o mesmo, com

alegações de ordem pública, logo, apreciáveis de plano pelo órgão julgador.

As questões de ordem pública, como sabido, devem obrigatoriamente ser

conhecidas e analisadas pelo juiz de ofício, ou motivado pela parte. A irregularidade

do título gera a impossibilidade da existência de procedimento executório e suas

conseqüências contra o devedor.

É importante ressaltar que no processo de execução, que tem início

exatamente com o ato de agressão ao patrimônio do devedor, isto é, a penhora, o

juiz deve ter atenção redobrada para desfechá-lo somente quando satisfeito

todos os requisitos exigidos por lei, em atenção ao princípio basilar do devido

processo legal, sem o qual nenhuma pessoa, física ou jurídica, poderá ser privada

de seus bens sem que se verifiquem as condições regulares da ação e seus

pressupostos processuais.

Falando em requisitos, tem-se, a sistemática processual que admite como

condição de pré-executividade, o exame da liquidez, certeza e exigibilidade do título

(art. 618, I, do CPC) para viabiliza o processo de execução pressupondo-se a

segurança do juízo para oferecimento de embargos do devedor.

Em real verdade, a exceção de pré-executividade consiste na argüição da

ausência desses requisitos da execução, independente de oposição de embargos,

visto que possibilita o executado manifestar-se no início do processo de execução,

afastando matéria de direito alegada pelo exeqüente.

Nesse sentido, é peremptório ao afirmar que a exceção de Pré-

Executividade, no teor do art. 620, do CPC, deve realizar-se de modo menos

gravoso ao devedor.

De tempos em tempos, restou-se pacífica a possibilidade do devedor se

defender no processo de execução antes da garantia do juízo, já que há exceções

prévias, em sentido amplo, que afastam a executoriedade da própria penhora, já que

esta, como é notório, pressupõe a eficácia do título. Se o título não for exeqüível,

9

não tem sentido a penhora, por não esta presente os pressupostos desaparecendo

seu fundamento lógico e jurídico.5

Nessa mesma esteira, embora não se tenha previsão legal e o juiz tenha

cometido algum lapso, é possível ao devedor requerer, independentemente de

penhora e de oposição de embargos, que o juiz aprecie a alegação da inexistência

dos pressupostos processuais.6

Não é contrária a posição de Vicente Greco Filho, senão vejamos:

Como os defeitos do art. 618 estão expressamente cominados como nulidades, o juiz pode conhecê-los de ofício, independentemente de embargos do devedor. A matéria é de ordem pública, podendo ser argüida a qualquer tempo e por qualquer meio. Os embargos são a sede própria para a alegação de nulidade, mas nas matérias do art. 618, qualquer oportunidade é válida.7

Hoje em dia, após decisões de diversos Tribunais Superiores sobre a matéria,

já é pacificamente considerada defesa no processo de execução, apesar de ainda

subsistirem algumas discussões acerca de sua amplitude, e sobre as matérias que

poderão ser alegadas e provadas de plano.

Cabe ressaltar que existiam no Brasil, vestígios históricos anteriores ao

Parecer de Pontes de Miranda, que apontavam para esta direção, como o decreto

848 de 1890, que organizava a justiça federal, o decreto 5.225 de 1932, que

estabelecia a exceção de impropriedade do meio executivo, e o decreto Imperial

9.885 de 1888, que estabelecia a execução coercitiva, exceto para alguns casos,

dispostos no artigo 31, neste ultimo caso o executado tinha duas possibilidades:

a) Provasse, com documento hábil, o pagamento ou a anulação do débito

na esfera administrativa;

b) Em face das alegações, o próprio representante da Fazenda

requeresse o arquivamento do processo.

Assim, o tema da exceção de pré-executividade, portanto, já preocupava os

nossos juristas desde o Império com o Decreto supracitado.

Não obstante, um dos julgados mais antigos do assunto, foi o acórdão nº

80.754/S, do Ministro Moacir Catunda, da 5ª Turma do extinto Tribunal Federal de 5 Como comenta: CAL, Rafael Vilas-Boas Costa: A exceção de pré-executividade. Disponível em < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7096&p=2> Acesso em 22 de dezembro de 2009. 6 ASSIS, Araken de. Manual do Processo de Execução. Vol. I. p. 344. 7 GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro, vol. III, 6ª ed., p. 52.

10

recursos. Também se tem noticia, que durante a vigência do código de processo

civil de 1939, houve um estudo sobre um tipo de defesa chamado a época de

“oposição”, que era considerada ação declarativa inserida no processo de

execução, considerada por alguns juristas como fonte remota da exceção de pré-

executividade.

Neste sentido, todos apontavam para que réu em determinados casos, ou

seja, por algumas exceções, poderia se defender suscitando a nulidade de um título

antes mesmo da constrição patrimonial. Contudo, apesar de todas as tentativas, o

instituto fora aprofundado e esmiuçado por meio do posicionamento de Pontes de

Miranda que terminou por apresentar ao direito pátrio a exceção de Pré-

Executividade.

Em suma, a exceção de Pré-Executividade é um instrumento de provação do

órgão jurisdicional, por meio do qual se requer manifestação acerca dos requisitos

da execução, enseja o contraditório, e, constatada a ausência dos requisitos

enfocados, a execução deverá ser declarada extinta, via sentença terminativa. Se

rejeitada, confirmada a presença dos requisitos indispensáveis, a execução tem

seguimento normal.

O que pode ser explicitado, com certeza, é a notável inteligência e

oportunidade de criação desenvolvida pelo mestre Pontes de Miranda, que, ao

defender seu cliente, abriu precedentes para o desenvolvimento e criação de nova

defesa processual, de tamanha relevância que livra o injustamente executado de

oferecer à penhora seus bens para garantir o pagamento de dívida infundada, e

permite aos advogados outro momento de defesa, sem que, sumariamente,

comprometa o patrimônio de seus clientes.

1.2 – CONCEITO DO PROCESSO EXECUTIVO.

Antes de qualquer coisa, far-se-á uma análise superficial do processo de

execução, para com isso, verificarmos com mais propriedade, o cabimento e a

aplicabilidade da exceção de Pré-Executividade no processo do trabalho como meio

hábil de defesa do executado.

Ensina Manoel Antonio Teixeira Filho:

11

“A execução é a atividade jurisdicional do Estado, de índole essencialmente coercitiva, desenvolvida por órgão competente, de oficio ou mediante inciativa do interessado, com o objetivo de compelir o devedor ao cumprimento da obrigação contida em sentença condenatória transitada em julgado ou em acordo judicial inadimplido em título extrajudicial previsto em lei”.8

Diante do conceito exposto, é de se extrair que, com ou sem vontade do

devedor, pode-se invadir seu patrimônio para a satisfação efetiva de um direito de

crédito através da exploração do patrimônio do executado.

Desta explanação, manifesta-se Alexandre Câmara 9 acerca do assunto:

Em sendo a jurisdição a função estatal de, substituindo-se a atividade das partes, atua a vontade concreta da lei, não se pode negar que a execução é jurisdição. Com a execução focada o que se quer é, através da substituição da atividade das partes (principalmente da atividade do executado), fazer-se atuar a vontade concreta do direito substancial, através da realização prática do direito de crédito existente segundo o direito material. Trata-se, pois, de verdadeira atividade jurisdicional (o que justifica sua inclusão no Direito Processual e sua submissão aos princípios que formam a estrutura fundamental deste ramo do Direito).

É de se notar, visivelmente, que adentrando no judiciário, este substitui a

vontade do credor e aplica-se a vontade da própria lei, do próprio direito substancial,

condicionado ao título executivo, livre de vícios, de acordo com o direito material,

tratando-se, assim, de uma verdadeira atuação do órgão jurisdicional.

Assim, no processo executivo, especificamente o pedido, consiste em um

credor buscar, junto ao Estado, uma prestação que lhe assegure o cumprimento de

obrigações assumidas através de títulos judiciais ou extrajudiciais.

Na trilha deste caminho, Humberto Theodoro Júnior 10 pontifica:

Atua o Estado, na execução, como substituto, promovendo uma atividade que competia ao devedor exercer: a satisfação da prestação a que tem direito o credor. Somente quando o devedor não cumpre voluntariamente a obrigação é que tem lugar a intervenção do órgão judicial executivo. Daí a

8 TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Execução no processo de trabalho. 9ª ed. São Paulo:Ltr, 2005. pág. 33. 9 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 8ª ed. Rio de janeiro. 2004. pág. 14. 10 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 17ª ed. Rio de janeiro: Forense, 1996. pág. 05.

12

denominação de execução forçada, adotada pelo código de processo civil, no art. 566, à qual se contrapõe a idéia de execução voluntária ou cumprimento da prestação, que vem a ser o adimplemento.

Dessa forma, para que se instaure o processo executivo, se faz necessário o

cumprimento de certos pressupostos processuais e condições da ação, comuns

tanto no processo de conhecimento quanto no de execução, sendo como corolário o

próprio título executivo judicial ou extrajudicial, posto que não há execução sem o

título.

1.3 – EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO.

O processo de execução, em seu inicio era extremamente rigoroso em

relação à pessoa que deixasse de cumprir uma determinada obrigação, uma vez que

as medidas prevista na legislação tinham como destinatária, a pessoa do próprio

devedor, sendo portanto corporal e não patrimonial.

Com o avanço da sociedade, a execução não mais incide sobre a pessoa do

devedor e sim sobre o seu patrimônio. Estas modificações foram frutos do principio

da humanização da execução que tem inicio em Roma no século V, com a Lex

Poetelia. Hodernamente diz- se que a execução tem caráter patrimonial.

Assim, a partir desta concepção é de se destacar que, na solução do conflito

de interesses, o Estado não se manifesta livre e discricionariamente, pelo contrário,

é necessária a formação de uma relação jurídica entre as partes e o órgão judiciário,

resultando em uma prestação jurisdicional, ou seja, a imposição de uma solução

jurídica para a lide, passando, dessa forma, obrigatório para todos os sujeitos do

processo.11

Veja o que diz a doutrina acerca do exposto:

Esse método, que é o processo, naturalmente, não pode ser o mesmo enquanto se procura conhecer a situação das partes e enquanto se busca realizar concretamente o direito de uma delas, alterando a esfera jurídica da outra. A atuação do órgão jurisdicional, por isso mesmo, no processo de conhecimento é bem distinta daquela observada no processo de execução, razão pela qual existem a regulamentação e a sistemática próprias de

11 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho. São Paulo: Ltr, 2008. p. 19.

13

cada um deles. (...) assim, a gravidade da atuação executiva e de suas conseqüências práticas reclama, por si só, a preeminência da cognição sobre a existência do direito do credor, o que, de ordinário, se faz através do processo de conhecimento. Somente com a observância dessa prioridade é que se pode evitar o risco de se chegar a agressão patrimonial executiva sem controle da efetiva existência da relação que se há de fazer atuar.12

Veja a manifestação de Alexandre Freitas Câmara:

As condições da ação executiva serão examinadas, em seus aspectos mais relevantes, nos itens destinados à análise de legitimidade das partes para o processo de execução e do título executivo (onde se fala de interesse de agir in executivis). Quanto à possibilidade jurídica da demanda executiva, não será tratada em separado, já que se trata de requisito menos relevante desta seara. Assim sendo, as hipóteses de “impossibilidade jurídica da demanda executiva” serão tratada de forma casuística, à medida que os casos de falta destes requisitos forem aparecendo.13

Nesse sentido, completa:

Já no que concerne aos pressupostos processuais da execução, não há muito que se acrescentar ao que foi dito em relação ao que se disse para o processo cognitivo, há, obviamente, a necessidade de partes capazes, mas não há, aqui, nada que se altere a regulamentação do tema em relação ao processo de conhecimento. O mesmo se diga em relação ao juízo investido de jurisdição e à regularidade formal da demanda executiva (este último pressuposto terá suas características especiais examinadas diante de cada uma das espécies de execução). 14

Como apresentado, para que o Estado atue na agressão ao patrimônio do

devedor, é de suma importância que se conheça, sumariamente, a existência do seu

direito, para que se possa alcança a satisfação do crédito.

Assim, não se pode afastar a idéia de que no processo executivo, dispensa a

atividade cognitiva, já que, de plano, deve ser conhecido pelo Magistrado (Estado-

12 I bidem, p. 04. 13 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 8ª ed. Rio de janeiro. 2004. pág. 148. 14 I bidem, p. 148.

14

juiz), por ser processo executivo, está diretamente vinculado aos princípios

ensejadores de toda ação, como condições da ação e pressupostos processuais,

que será visto mais adiante, mesmo que se possa supor a aparente superioridade

do credor em relação ao devedor, pois aquele é portador do título executivo.

Na esteira desse entendimento, Ricardo Almin Abrahão Nacle15, entende que

tanto no processo de conhecimento quanto no de execução, a parte interessada

exerce perante o estado o seu direito subjetivo de ação, tendo como grande

diferença entre o processo cognitivo e o de execução, o fato de tender aquele, à

pesquisa do direito dos litigantes, e o executivo, a parte justamente da certeza do

direito do credor, atestado pelo próprio título executivo.

Veja-se o que diz Araken de Assis 16, acerca da eficácia do título executivo:

O título executivo constitui prova pré-constituída da causa de pedir da ação executória. Esta consiste na alegação, realizada pelo credor na inicial de que o devedor não cumpriu, espontaneamente, o direito reconhecido na sentença ou a obrigação que deverá acompanha a petição inicial (...) o título outorga ao credor a grave possibilidade de propor a ação executória, irrompendo na esfera jurídica do executado. Talvez sujeito a vitorioso ataque do devedor, via embargos, a simples posse do documento, todavia, situa o credor nesta posição nítida de vantagem. Tal proeminência se expressa na natureza dos atos que, no âmbito do processo executivo, atingem o executado.

Com efeito, absorve-se que houve a evolução executiva e pelo texto acima

transcrito, o credor deverá na petição inicial, sendo como causa de pedir da ação

executiva, indicar que o devedor não cumpriu o direito declarado na sentença,

quando for título judicial, ou na obrigação que deverá acompanha a petição inicial,

quando se tratar de título extrajudicial, pois o credor tem o “poder” de adentrar na

esfera jurídica de outrem (devedor) sem que esse possa ou deva fazer algo, há não

ser opor embargos ou aplica o instituto sub oculis.

Vale lembrar que, não sendo observadas às condições da ação executiva e

pressupostos processuais executivos, reconhecidos de ofício pelo juiz ou alegado

pela parte, já que são condições de constituição e de desenvolvimento válido e

regular de qualquer processo, ou de qualquer relação processual, conforme o art.

15 NACLE, Ricardo Almin Abrahão. Temas Controvertidos de Processo Civil. Ed. Forense. 2001. pág. 105. 16 ASSIS, Araken de. Manual de processo de execução. 8ª ed. RT, 2002, pág. 145/146.

15

267, incisos IV e VI, do Código de Processo Civil, ensejará a extinção do processo

sem julgamento de mérito.

16

CAPÍTULO 2

CONCEITO-FINALIDADE- NATUREZA JURÍDICA E OBJETO

2.1 – CONCEITO E FINALIDADE DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

A Exceção de Pré-Executividade é meio de defesa processual oponível nos

autos do processo de execução, sem prévia necessidade de garantia do juízo nem

forma preestabelecida e a qualquer tempo, que utiliza a restrita possibilidade

cognitiva para provocar a prestação jurisdicional sobre as condições e pressupostos

da ação executiva, que podem ser conhecidos de ofício pelo Magistrado, ou

provados de plano inequivocamente pelo interessado, não necessitando de dilação

probatória.

Ao ver de Márcia Fratari Majadas17 atesta a desnecessidade da via dos

embargos para provocar a jurisdição sobre estas matérias, veja-se:

Em decorrência do debate em torno do assunto, cifra-se que, na ação de execução, o devedor somente pode defender-se por meio de embargos à execução, mediante garantia do juízo, via penhora. Embora se admita a discussão em sede de execução, a jurisprudência passou a acolher matérias, suscitadas pelo executado, sem debatê-las no ventre de embargos e sem exigir segurança do juízo.

No mesmo sentido, completa:

O tema é alvo de acirrados debates, quer na doutrina ou jurisprudência, uma vez que essa medida jurídica possui conotações práticas, a Exceção de Pré-executividade é matéria inovadora, visto que possibilita ao executado manifestar-se, no bojo do processo de execução, refutando matéria de direito alegada pelo exequente, sem se valer, de imediato, dos embargos da execução, que pressupõem prévia garantia e penhora de bens.

17 MAJADAS, Márcia Fratari. Exceção de Pré-executividade. Revista de estudos tributários, nº 45, 2005, p. 27.

17

Dessa forma, observa-se que o Estado-juíz não deve se ater somente ao que

diz a lei, que preceitua a prévia garantia e penhora de bens e a discussão do

processo de execução pela via dos Embargos, pois, se assim o fizesse, não seria

aplicável ou aceitável o instituto sub oculis, e, sobretudo o título executivo estaria,

em algumas vezes, infectado pela nulidade causando grave lesão ao devedor, em

razão da não observância dos pressupostos para a validade do título, que deverá

ser analisado pelo Magistrado.

Em real verdade, a Exceção de Pré-Executividade consiste na argüição da

ausência dos requisitos da execução, preconizada no art. 618, I, do CPC,

independentemente de oposição de embargos.

Diante desse entendimento, contrária, e, em voz minoritária, o

posicionamento de Alcides de Mendonça Lima18 ao fundamentar que, no direito

processual civil brasileiro, inexiste previsão legal para a Exceção de Pré-

Executividade. Defende, também, que “o litígio, dentro do processo de execução,

somente surge se houver embargos do devedor”; se assim não for, o exequente

sofreria prejuízos, talvez irreparáveis.

Completa, ainda, Mendonça Lima:

Na ação de execução propriamente dita que, doutrinariamente, pode ser denominada de ação executiva, nada se pode discutir quanto à validade do título; legitimidade do credor que o porta; fatos que geram ineficácia como prescrição etc., mas apenas as questões de ordem processual que não afetem a parte substancial – gradação de penhoras; avaliação de bens, por quantia certa ou matéria correlata, na execução para entrega de coisa ou na execução de fazer ou não fazer. O meio próprio para ser suscitada a controvérsia substancial e seu respectivo julgamento é por via de embargos do devedor. (...) O litígio dentro do processo de execução somente surge se houver embargos do devedor.19

Sendo majoritário, atualmente, na melhor doutrina e jurisprudência, o

posicionamento de que, na falta de previsão legal explicita, pode o executado, se for

o caso, requerer, nos termos do art. 652, do Código de Processo Civil, no prazo de

24 horas, a extinção da ação executiva, por falta de qualquer pressuposto básico. O

18 MENDONÇA LIMA, Alcides de. A revelia nos embargos do devedor. In: Ajuris 27. p. 161. 19 I bidem, p. 155.

18

juiz conhece, igualmente, a matéria argüida de ofício, independentemente de

penhora, e exigida pelo art. 737, I, do CPC.

2.2 – A QUESTÃO TERMINOLÓGICA: OBJEÇÃO E EXCEÇÃO DE PRÉ - EXECUTIVIDADE

Antes de adentrar mais profundamente na discussão do cabimento ou não da

Exceção de Pré-Executividade como defesa na Execução trabalhista, é necessário

esclarecer como deve ser rotulado o instituto, se é exceção ou objeção de Pré-

Executividade.

Com relação ao termo Exceção de Pré-Executividade, diz respeito às

matérias que não podem ser analisadas de ofício pelo juiz, devendo, serem

alegadas pela parte interessada, sempre tendo sentido de defesa que não versasse,

diretamente, sobre o mérito.

Já pelas linhas da Objeção de Pré-Executividade, diz respeito às matérias

que devem ser analisadas de ofício pelo Magistrado, em uma espécie de

admissibilidade, um exame da regularidade do processo, já que o objeto é matéria

de ordem pública, podendo, ainda, ser suscitada pelas partes e a qualquer tempo e

grau de jurisdição independente de segurança do juízo.

Abordando a restrição do tema “Exceção ou Objeção de Pré-Executividade”,

a posição do doutrinador Sérgio Shimura20, é de que a classificação das matérias

que podem e devem ser conhecidas de ofício pelo juiz, isto é, matérias de ordem

pública (pressupostos processuais e condições da ação) são argüiveis por meio de

objeção de Pré-Executividade, já as matérias que devem ser objeto de alegações da

parte, sendo, porém, desnecessária qualquer dilação probatória para a sua

demonstração, podem ser resolvidas pela chamada exceção de Pré-executividade.

Com o fito de explorar ainda mais para alcançar o conhecimento, tem-se a

lição de Barbosa Moreira21, in verbis:

Executividade indica aquilo que é executivo, vale dizer, o próprio título executivo, cuja virtude imediata é franquear

20 SHIMURA, Sérgio. Título Executivo. São Paulo. Saraiva. 1997. 21 MOREIRA, José Carlos Barbosa. Exceção de Pré-Executividade: Uma denominação infeliz, Temas de Direito Processual, pp. 119/121. São Paulo. Saraiva. 2001.

19

ao credor o processo de execução. Nessa trilha, portanto, Pré-Executividade estaria a significar aquilo que antecede o título executivo e o próprio processo de execução. No entanto, o devedor, na hipótese de apresentar defesa no processo de execução, não teria em mira o antecedente do título executivo, mas sim e precipuamente demostrar que o processo, instaurado sob vestes executivas, não preenche os requisitos indispensáveis para usar essa indumentária; ou, em outras perspectiva, que o título apresentado pelo exequente não constitui passaporte regular para o ingresso na via da execução.

Em outras palavras, conclui o processualista,

o que se pretende negar é a executividade e não o que lhe precede. Portanto, ao invés de exceção ou objeção de Pré-Executividade, preferimos nominar o incidente processual ora analisado, a depender da natureza da matéria nele vertida, de exceção ou objeção do executado, ou então, à execução22.

Assim, colhe-se que, para bloquear a execução, que no caso estará eivada de

algum vício, deverá ser nominado conforme a natureza que procedeu o título

devendo ser exceção ou objeção de Pré-Executividade.

Existem autores, no entanto, que defendem não se apresentar, o termo

Pré-Executividade, como o mais correto, já que a exceção ou objeção são opostas

sem que o credor tenha execução contra o devedor, é o caso de Nelson Nery Júnior

e Rosa Maria de Andrade Nery23, que como formas de defesa do devedor, além dos

embargos, a exceção e a objeção de executividade diferenciando um instituto do

outro conforme as matérias argüidas, se a matéria for de ordem pública,

reconhecível de ofício, o meio utilizável será a objeção de executividade, como

exemplo: as condições da ação, pressupostos processuais.

Sendo o caso do qual o juiz somente possa tomar conhecimento por meio de

manifestação das partes, exemplo: prescrição, extinção da obrigação etc., o meio

mais adequado, segundo os autores referidos, será a exceção.

Importante salientar que o instituto de defesa sub oculis, não deve ser

maculado pela expressão terminológica divergente, pois acredita-se que tal

22 Ibidem, p. 120. 23 NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil comentado. 6 ed., 2002. p. 1.039.

20

distinção, sejam, na prática, desnecessárias, servindo apenas para aumentar o

debate entre os estudiosos por não ter qualquer importância na análise do

cabimento ou não da defesa no processo executivo, já que o juiz deve-se ater a

matéria proposta e não se prender em formalismo técnicos.

Assim, quando a defesa versar sobre condições da ação e pressupostos,

matéria de ordem publica e reconhecidas ex-offício, terá natureza de objeção,

quando versar sobre matérias que obrigatoriamente devem ser alegadas pela parte

sob pena de não conhecimento pelo juiz, sua natureza será de exceção.

Dessas considerações, opta-se por adotar indistintamente as denominações

utilizadas pela doutrina e jurisprudência, já que não tem importância considerável a

ponto de comprometer a aplicabilidade do instituto em discussão.

2.3 – NATUREZA JURÍDICA.

Quanto à natureza jurídica do instituto da exceção de Pré-Executividade,

pode, ainda, ser considerada uma defesa que poderá ser pedida sua extinção do

processo, por ausência dos requisitos da admissibilidade e eficácia do título

executivo, não sendo instrumento privativo do devedor, pois também o autor, ou

terceiro interessado, pode argüir a ausência de um dos requisitos ou pressupostos

ensejadores da execução através do instituto em tela.

A Exceção de Pré-Executividade, para Feu Rosa24,

não é um instrumento de defesa, pois como o seu oferecimento não há defesa, mas, sim, pedido de que o juiz cumpra com o seu ofício. A exceção de Pré-Executividade, pois, um instrumento de provocação do órgão jurisdicional, através do qual se requer manifestação acerca dos requisitos da execução.

O oferecimento da exceção de Pré-Executividade, entende-se que não se

trata de um meio de defesa, mas, sim, um meio pelo qual chama-se a atenção do

Magistrado para que este aprecie os pontos de validade dos requisitos da execução,

provocando o órgão jurisdicionado.

24 FEU ROSA, Marcos Valls. Exceção de Pré-executividade. Porto Alegre: Sergio A. Fabris, 1996.

21

Há, ainda, quem entenda que o instituto da exceção de Pré-Executividade

tenha natureza jurídica de incidente processual defensivo do devedor, aproximando-

se bastante da contestação mas sem ter seus efeitos preclusivos e sem gerar os

efeitos da revelia, por ser um momento novo no processo, por meio do qual o

devedor requer a sua extinção, por ausência dos requisitos da execução25.

Nessa linha, entende-se, por ser visível a assertiva de que a natureza jurídica

da exceção de Pré-Executividade como defesa específica no processo executivo,

mas defesa em sentido amplo do qual exceção e objeção são espécies, constituindo

manifestação da parte no processo executivo, garantindo a ampla defesa e o

contraditório (CRFB/88, art. 5º, LV).

Afirmando-se, ainda, que a exceção de Pré-Executividade é um incidente

processual que visa também o sobrestamento da execução, instigando o reexame

prévio do juízo de admissibilidade, e, dessa forma, relevar as máculas que

invalidam, viciam, o prosseguimento da execução fiscal.

2.4 - OBJETO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

No processo de execução trabalhista, seja em título judicial ou extrajudicial,

de plano, ao despachar a petição, compete ao Magistrado examinar se foram

preenchidos de validade do título, das condições da ação e dos pressupostos de

desenvolvimento do processo, temas de ordem pública, como matérias cognitivas

obrigatórias e apreciáveis de ofício, devendo ser indeferida ex officio pelo juiz, ao

serem verificados vícios processuais que geram nulidades, tornando o título ineficaz

pela inexequibilidade.

O posicionamento de Feu Rosa26 segue atrelado ao magistério de Araken de

Assis, Nelson Nery, em que o objeto da exceção incide no campo da matéria de

ordem pública, se provada nulidade, como vício crucial, por não estarem presentes

os requisitos da execução, como falta de liquidez, certeza e exigibilidade do título,

todos conhecíveis de ofício ou a requerimento da parte interessada.

25MOREIRA, José Carlos Barbosa. Exceção de pré-executividade: uma denominação infeliz, Rfo,2000,pág.351

26 FEU ROSA, Marcos Valls. Exceção de Pré-executividade. Porto Alegre: Sergio A. Fabris, 1996.

22

Para que fique mais explícito e que seja alcançado o entendimento do porque

da importância dos requisitos da ação executiva (certeza, liquidez e exigibilidade),

Araken de Assis manifesta-se:

Quanto à liquidez do título que importa expressa determinação do objeto da obrigação. Far-se-á a liquidação do título judicial, garante o art. 603, do CPC, quando o provimento judicial não determinar o valor ou não individuar o objeto da condenação 27.

Ou seja, a liquidez deve ser feita quando o pronunciamento do judiciário não

for possível observar ou constatar o valor ou objeto de condenação, ensejando,

assim, a indispensável e necessária liquidação do título.

No que se refere à certeza, que é também um dos requisitos para a validade

do título, devendo ser apreciado pelo Magistrado, “é a da existência da obrigação,

diante apenas do título (sentença, ou título extrajudicial), e não só dos pressupostos

formais do título executivo”.28

Dessa forma, é certo aquele título, seja judicial ou extrajudicial, por existir a

obrigação a ser cumprida já reconhecida pelo judiciário.

Ao se falar em exigibilidade do título, completa:

O implemento do termo, ou da condição, outorga atualidade ao crédito (art. 572, do CPC). Termo é fato natural, verificado no próprio título, e por esta razão carece de qualquer prova, em princípio, tirante a do chamado termo incerto. Ao contrário, a condição, porque evento futuro e incerto, exigirá prova na petição inicial da ação executória (art. 614, III, do CPC). Nada refuta a exequibilidade do negócio dotado de prestações recíprocas simultâneas.29

Assim, quanto à exigibilidade do título, refere-se se a dívida está ou não

prescrita para que o título possa surtir efeitos, e ainda, no tocante ao interesse de

agir no processo executivo, somente caberá argüir tal instituto se observado o

inadimplemento da obrigação, porque se caso a obrigação já estiver vencida, faltara

o caráter de exigibilidade ao título, e por sua vez, o interesse de agir do exeqüente.

27 ASSIS, Araken de, Manual do processo de execução. 8ª ed. RT, 2002. p. 151. 28 Ibidem, p. 150. 29 Ibidem, p. 152.

23

Dessa forma, mais confiante, infere-se que, na ausência de qualquer um dos

mencionados requisitos, o título estará maculado com a eiva da nulidade, sem

qualquer respaldo jurídico para servir de lastro a qualquer execução.

Logo, uma vez faltando estes requisitos ao título executivo, torna-se imperiosa

a aceitação do meio de defesa chamado de Exceção de Pré-Executividade, tendo

como finalidade evitar-se a constrição ilegal, através da penhora do patrimônio do

executado ou de terceiro, como determina o sistema processual vigente.

Caminha-se para ser pacífico, no meio da doutrina, o aceite desta defesa que

ataca os pressupostos e condições da ação executória.

Desta forma, como as questões que podem ser suscitadas na Exceção de

Pré-Executividade são de ordem pública, consideradas indispensáveis para a

existência do próprio processo executório, não há preclusão da matéria.

O raciocínio é simples: a lei determina o processo de execução e suas

particularidades quando o título é autêntico; do contrário, este se torna inofensivo ao

devedor, cabendo ao Magistrado decretá-lo assim, com a conseqüente extinção do

processo de execução. A força executiva desaparecendo, desaparecem todos os

acessórios, dela, derivados.

Da mesma forma, tanto a doutrina quanto a jurisprudência, como veremos

mais à frente, abraçaram a aceitação deste tipo de defesa, ressalvados as

discussões que demandem uma maior instrução probatória, cujos fatos precisam

restar melhor explicitados, não admitem a via de exceção de Pré-Executividade, por

ser via excepcional, devendo ser manejados, neste caso, os embargos à execução

como melhor meio de suspender a execução em face do devedor.

Em função deste raciocínio é que Humberto Theodoro Junior, não sem razão,

assim tem se manifestado:

o que se reclama para permitir a defesa fora dos embargos do devedor é versá-la sobre questão de direito ou de fato documentalmente provado. Se houver necessidade de maior pesquisa probatória, não será própria a via de Exceção de Pré-executividade. As matérias de maior complexidade, no tocante à análise do suporte fático, somente serão discutíveis dentro do procedimento regular dos embargos.30

30 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 33. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. Vol III, p. 267.

24

Diante das manifestações acima citadas, não se tem como própria, a

utilização da exceção de pré-executividade quando for necessária uma maior

pesquisa probatória, pois quando se necessita de dilação probatória deverá ser

discutida por via de embargos à execução, lembrando que para a sua admissão,

deverá ser garantido o juízo com o prévio depósito, pelo executado, daquela

obrigação que se quer discutir.

25

CAPÍTULO 3

A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NO PROCESSO DO

TRABALHO

3.1 – A EXECUÇÃO TRABALHISTA E A PROBLEMÁTICA DA EXCEÇÃO DE PRÉ

- EXECUTIVIDADE.

Considerando-se que é na fase de execução tanto cível como trabalhista que

existe a possibilidade de interposição do instituto em comento, se faz necessário

tecer alguns comentários, especialmente no âmbito da justiça do trabalho.

Inicialmente, cumpre esclarecer que a execução trabalhista compreende

determinadas peculiaridades que a diferenciam da execução civil, para quem

originariamente fora prevista a exceção de Pré-Executividade.

A primeira característica a ser abordada diz respeito à natureza alimentar do

crédito trabalhista, cujo recebimento não pode demorar em demasia, sendo certo

que o procedimento executório nestes casos deve se dar de maneira célere, como o

mínimo de institutos que possam atravancá-lo .

Neste sentido, é imperioso ressaltar que a exceção de Pré-Executividade, no

âmbito trabalhista, é vista por muitos como meio de óbice ao o processo executivo,

protelando a entrega de um crédito cuja natureza é alimentar, arriscando assim a

sobrevivência do trabalhador.

A segunda característica do processo executivo do trabalho é a

hipossuficiência do credor, uma vez que a execução trabalhista geralmente é

promovida pelo trabalhador que em regra é desprovido de recursos, e como dito

antes, depende do valor executado, o que não se vislumbra na justiça comum.

Sendo assim, mais uma vez retornamos ao entendimento de que há

necessidade de um procedimento célere que não pode ser procastinado com a

possibilidade de mais medidas interventivas pela parte economicamente mais forte

da relação jurídica.

Não obstante existe ainda no processo do trabalho uma visão legalista por

conta do disposto no artigo 884 da CLT, que prevê como forma de defesa do

26

executado os embargos a execução, após garantido o juízo, não dando a lei

margem a nenhuma outra forma de defesa.

Por fim, há que se consignar ainda que a grande maioria das execuções

trabalhistas se funda em títulos judiciais, uma vez que até janeiro de 2000, não

existia títulos extrajudiciais trabalhistas a serem executados, o que só foi modificado

com o advento da lei 9.958 que alterou o art. 876 da CLT e inclui como títulos

extrajudiciais, o Termo de Ajuste de conduta firmado perante o Ministério Público,

bem como o acordo firmando em Comissões de Conciliação Prévia.

Desta forma, em regra já existiu um processo de conhecimento com a

completa incidência do principio do contraditório, com todos os meios de prova em

direito admitidos, onde todos os eventuais vícios poderiam ter sido argüidos,

inclusive com a possibilidade de interposição de recursos, o que não justificaria a

interposição de exceção de Pré-Executividade.

Não obstante, em que pesem todas as características aqui citadas que

dificultam a utilização da exceção de pré- executividade no processo trabalhista, o

melhor entendimento jurisprudencial não entende pela total incompatibilidade do

instituto em comento, razão pela qual a exceção vem sendo aplicada observadas as

peculiaridades do processo do trabalho. 31

3.2 – A APLICABILIDADE DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NA

EXECUÇÃO TRABALHISTA.

No processo de execução trabalhista a melhor jurisprudência tem entendido

pela aplicação da exceção de Pré-Executividade, no entanto a referida

consubstanciação tem enfrentado alguns meandros acerca de sua

procedimentabilidade.

Uma das questões enfrentadas diz respeito ao momento adequado para a

interposição da exceção de Pré-Executividade, uma vez que como se sabe no

processo de execução trabalhista após a citação, conforme o artigo 880 da CLT,

possui o devedor prazo de 48 (quarenta oito) horas para efetuar o pagamento ou

31 Como cometa: CESCA, Monalisie Gimenes: CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE AO ROCESSO DO TRABALHO. Disponível em <www.conpedi.org> Acesso em 05 de fevereiro de 2010.

27

garantir o juízo, nomeando bens a penhora, entendem alguns juristas que é neste

prazo de 48 horas o momento para interpor a exceção.

Com tudo, tais matérias que permeiam a exceção de Pré-Executividade, são

em regra de direito publico não estando sujeitas a preclusão, pelo que existem os

entendimentos divergentes que defendem que não deve ser aplicado um prazo para

a interposição da medida. Outrossim, é pacifico o entendimento de que a partir do

momento em que a parte tem conhecimento da nulidade que eiva a execução , deve

arguí-la em sua primeira oportunidade.

Outro ponto, que também comporta divergências diz respeito a legitimidade

da parte para interpor a exceção de Pré-Executividade, tendo como regra a

propositura por parte do credor , ressalvados entendimentos de que terceiros

também seriam legítimos para propô-la.

Em que pese às considerações supracitadas o ponto de principal crítica se dá

no que concerne à matéria que deve ser argüida pelo referido instituto, existindo

aqueles que defendem a invocação apenas de matérias de ordem pública e aqueles

que ampliam as possibilidades, aduzindo que a exceção de Pré-Executividade deve

atacar ainda questões que ofendam não só a validade e existência dos títulos, mas

também aquelas que prejudicam os seus efeitos, como a quitação, a transação, a

novação etc

Haja vista as divergências acerca da matéria é necessário ter o juiz do

trabalho cautela na admissão de outras hipóteses a serem argüidas em exceção de

Pré-Executividade, sob pena de transformá-la em embargos à execução.

È necessário asseverar ainda que na justiça do Trabalho, a matéria suscitada não

deve comportar necessidade de dilação probatória, devendo já estar instruída com

prova documental hábil.

Discute-se ainda os efeitos da interposição da exceção, tendo vista a

possibilidade de suspensão do processo de execução,o que parece ser correto uma

vez que o objetivo do instituo é possibilidade de defesa independente de garantia do

juízo .32

3.3 – QUESTÕES PROCEDIMENTAIS.

32 SCHIAVI, Mauro.Execução no processo do trabalho. São Paulo, 2008. pág.228,229.

28

No que tange aos procedimentos da exceção de Pré-Executividade, tem se

aplicado a oposição por meio de petição escrita, onde deverá conter os motivos e se

fazer o pedido de nulidade da execução. Recebida a execução o juiz do trabalho

poderá rejeitá-la liminarmente se estiver convencido de que ela não é cabível, ou se

entender presentes os requisitos de admissibilidade notificar o excepto para

contestação em 5 (cinco) dias (aplicação analógica dos embargos a execução

art.844 da CLT), e após decidir.

Ressalte-se que como dito antes, não é pacifico o entendimento a respeito

dos efeitos da exceção de Pré-Executividade, sendo certo que pode não haver

suspensão a execução, como de que relevante o fundamento o juiz como diretor do

processo, poderá suspendê-la.

Em face da decisão em exceção de Pré-Executividade, também existe

celeuma, restando majoritário o entendimento de que não cabe recurso, pois se trata

de decisão interlocutória, ressalvando-se a decisão que acolhe a exceção de Pré-

Executividade, por colocar fim ao processo executivo, admitindo, portanto agravo de

petição como preceitua o art.897, “a”, da CLT.33

33 I bidem, p. 299.

29

CONCLUSÃO

Com base nos aspectos teóricos do estudo, foi possível extrair que a exceção

de Pré-Executividade nasceu na Doutrina de Pontes de Miranda, que elaborou um

parecer em 1966, em que buscava a proteção da empresa Siderúrgica

Mannesmann, em face de diversos pedidos de falência baseados em títulos falsos,

porém já havia desde o Decreto Imperial de 1888, a possibilidade do executado

provar o pagamento ou anulação do débito, assim, o tema já preocupava o nosso

mundo jurídico.

Há divergências quanto a nomenclatura do instituto, no entanto assumo o

lado prático em preferir adotar a denominação mais coerente: Exceção de Pré-

Executividade.

O instituto em tela não é um meio de defesa, e, sim, uma maneira de

provocação do órgão jurisdicional em cumprir o seu dever acerca dos requisitos de

uma execução e, de ofício, impedir ou não o prosseguimento da mesma.

A exceção de Pré-Executividade pode e deve ser usada a qualquer tempo ou

grau de jurisdição, por apontar matérias de ordem publica que deveriam, de plano,

serem conhecidas pelo Magistrado.

Não admite-se a exceção e embargos concomitantemente, podendo ser

objeto do instituto, todas as matérias que não demande instrução probatória, caso

em que só se admite através de embargos à execução.

Independe de maiores questionamentos em razão de sua forma, podendo ser

alegada por simples petição nos autos da execução, vez que sua finalidade é de

alertar o juiz da falta de um dos requisitos da execução, como: falta de liquidez,

exigibilidade ou certeza do título, condições da ação e pressupostos processuais.

O Magistrado ao receber a exceção de Pré-Executividade poderá suspender

a execução e abrir o contraditório devendo posicionar-se, sumariamente, acolhendo-

a ou rejeitando-a. Acolhida, e constatada a ausência dos requisitos da execução

deverá ser extinta com sentença terminativa, caso contrário, prosseguirá a execução

sendo o ônus, suportado pelo executado.

Portanto a exceção de Pré-Executividade é perfeitamente aplicada no

processo do trabalho, desde que observadas alguns meandros, ao invés de

obedecer, somente, a letra fria da Lei.

30

BIBLIOGRAFIA

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32