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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSU” OS 4 PS DO MARKETING NO TURISMO Analise sobre a estratégia de marketing utilizado pelas agências de viagens no caderno Boa Viagem do Jornal O Globo Érico de Carvalho de Souza Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO …OS 4 PS DO MARKETING NO TURISMO Analise sobre a estratégia de marketing utilizado pelas agências de viagens no caderno Boa Viagem

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

OS 4 PS DO MARKETING NO TURISMO

Analise sobre a estratégia de marketing utilizado pelas

agências de viagens no caderno Boa Viagem do Jornal O

Globo

Érico de Carvalho de Souza

Rio de Janeiro

2009

2 2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

OS 4 PS DO MARKETING NO TURISMO

Analise sobre a estratégia de marketing utilizado pelas

agências de viagens no caderno Boa Viagem do Jornal O

Globo

OBJETIVOS:

Esta monografia é parte integral para obtenção do grau

de especialista do curso de pós-graduação “LATU-

SENSU” de Marketing do Intituto a Vez do Mestre.

Rio de Janeiro

2009

3 3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por sempre me incentivarem ao estudo e a busca pelo

aprendizado.

Aos diretores da AIT, composta pelos senhores, Andras Fulop, Afonso, Jorge

Rodriguez, Karla Haimenis, Leonardo Mignani, Maria Elisa Bezerra, Magda

Medeiros e Wania Fasulo, agradeço pela oportunidadse sair mais cedo para

frequentar minhas aulas.

Aos professores do Instituto A Vez do Mestre por me ensinarem e me

mostrarem o caminho do saber.

Ao professor Carlos Cereja, por ter me orientado.

Ao meu amigo Daniel, por ter auxiliado na arrumação e na formatação das

páginas

Aos meus companheiros e amigos de sala de aula, que trocando idéias, me

fizeram refletir sobre o que pesquisar e escrever.

Ao departamento de operações da AIT, composto por Ana Cristina Machado,

Claudia Raed, Danusa Vasconcellos e Jaqueline Damaceno, por entederem a

necessidade de crescimento e de aprimoração na qual eu me envolvi.

4 4

RESUMO

O trabalho a seguir trará uma analise sobre a forma com que as

empresas de turismo que atuam no mercado de viagens utilizam o marketing

nos meios de comunicação. Através de uma pesquisa realizada através do

caderno Boa Viagem do Jornal o Globo descobriu-se as principais estratégias

utilizadas por estas empresas assim como as principais falhas e as possíveis

melhorias que estas poderiam usar para atrair e fidelizar clientes através do

jornal.

5 5

METODOLOGIA

Para realizar o projeto foram analisados livros e textos de autores

consagrados em conjunto com a experiência profissional do autor com o intuito

de conceituar e solucionar os problemas de marketing que as empresas de

turismo têm em relação ao mercado da cidade do Rio de Janeiro.

Como método de pesquisa, foi usado como material fonte, os anúncios

do caderno Boa Viagem do jornal o Globo publicados período compreendido

entre março de 2009 à dezembro de 2009 pelas agências de viagem. Com o

objetivo com analisar as estratégias de marketing utilizado por elas, pesquisou-

se livros e textos que abordava o mix de marketing.

Um fator importante foi visualizar o comportamento dessas empresas,

através dos os critérios do mix de marketing. Quesitos como preços,

promoções, produtos e sazonalidade de todas as empresas que divulgavam

seus produto e serviços pelo jornal foram tabelados e analisados

individualmente e em conjunto.

Verificou-se os preços dos produtos e serviços comercializados, assim

como as promoções e canais de distribuição usados. Complementando ao

material, o autor utilizou a experiência profissional de um ano de trabalho em

uma empresa de turismo.

Somando a isso, foram consultados também livros e artigos científicos

de autores consagrados nos temas de gestão, marketing, comunicação e

turismo. Foram também coletados dados estáticos ligados a área de turismo

junto a órgãos competentes.

A proposta desta monografia é mostrar a importância que estudos de

marketing têm para um dos setores mais importantes da economia da cidade

do Rio de Janeiro, o turismo.

6 6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I 9

CONCEITOS 9

CAPÍTULO II 17

OS 4 PS APLICADOS ÀS AGÊNCIAS DE VIAGENS 17

CAPÍTULO III 29

ANALISE DOS DADOS 29

CONCLUSÃO 36

GLOSSÁRIO 43

ANEXOS 44

ÍNDICE 46

7 7

INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir apresentará uma analise sobre o marketing aplicado

pelas operadoras de turismo utilizado no caderno Boa Viagem do Jornal o

Globo que circula na cidade do Rio de Janeiro. Para tal foi estabelecido como

foco e periodo de pesquisa do estudo os anuncios publicados nas edições de

Maio de 2009 à Dezembro de 2009.

O objeto de estudo serão os anúncios publicados no Jornal o Globo no

Caderno Boa Viagem. O trabalho será desenvolvido a partir da analise dos

dados obtidos no jornal durante o período. Serão analisados critérios como

preços dos produtos e serviços, posicionamento das empresas, as promoções,

sua segmentação de mercado, entre outros, utilizando a experiência e a

pesquisa do autor na area.

A escolha do tema originou do potencial do setor de turismo em agregar

recursos e impulsionar a econonomia. Atualmente, é uma area que está em

constante e rápido crescimento. Além disso, são poucos trabalhos e pesquisas

acadêmicas sobre o tema.

O uso de meios comunicação para divulgar a marca de uma empresa é

algo bastante usual. Comunicar seus produtos aos clientes é fundamental para

sobrevivência da empresa. Seja quais forem os meios utilizados, todos devem

ser analisados para que a escolha gere resultados eficientes.

A escolha dos meio impresso derivou-se do fato de ser um dos mais

usados pelas empresas de turismo. Foi escolhido o jornal O Globo por que

esse tem um caderno de noticias exclusivo sobre o turismo, no qual sãos

expostos os produtos, serviços e as marcas de diversas dessas empresas.

O periodo no qual foi realizado a pesquisa foi intencionalmente

planejado para cobrir qualquer problemas de baixa temporada e alta temporada

que ocorrem na venda dos produtos turisticos. As pessoas viajam de acordo

com o seu tempo livre, e periodos como férias aumentam o indice de procura

pelos produtos e serviços vendidos por empresas turisticas.

8 8 Para atrair e fidelizar esses clientes, existe uma necessidade de

implantação de estudos de marketing no mercado do turismo. Uma das

maneiras disto ocorrer, seria repensar a estratégia de marketing utilizada

através dos meios de comunicação. Fato este fundamental para a continuidade

desses empreendimentos em face da concorrência, das mudanças nos hábitos

dos consumidores e nas inovações tecnologicas.

Utilizou-se para tal, autores consagrados no tema marketing e turismo

para desenvolver questionamentos e respotas. Ao longo desta monografia,

tentará-se definir as melhores estratégias de marketing para ser usada nos

anúncios e analisar o uso da mídia impressa como canal de comunicação para

as empresas de turismo.

No primeiro capitulo deste estudo, abordaremos os elementos que

compõem o mercado turistico. No segundo capitulo, analisaremos o

comportamento dos 4 Ps do marketing para as agências de viagens. No

terceiro capitulo, sera apresentada a analise dos dados coletados no caderno

Boa Viagem.

9 9

CAPÍTULO I

CONCEITOS

Antes de iniciar falando sobre marketing, vamos primeiramente definir o

elemento no qual o estudo será aplicado, o turismo. Neste primeiro capitulo,

vamos conceituar, o que são as agências de viagem, as operadoras de viagem,

quais são seus clientes, seus serviços, seus produtos e o seu mercado.

Para conceituar o que é turismo, embora não haja uma definição única,

usaremos o conceito de IGNARRA (1999, p. 2) que de forma ampla o define

como uma atividade no qual as pessoas se deslocam de sua residencia para

um outro local afim de desempenhar outras atividades, durante um

determinado periodo de tempo.

A definição dada pela Organização Mundial de Turismo (OMT) (2001)

que turismo é o que “as pessoas realizam durante suas viagens e sua

permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo

inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros". Estas

atividades podem ser de lazer, de negocios, medicinais, culturais e/ou

educacionais, desde que sejam diferentes daquelas que são executadas

rotineiramente.

Portanto, o turismo tem como finalidade principal o ócio, o descanso, a

cultura, a saúde, os negócios ou as relações familiares. Estes deslocamentos

se distinguem por sua finalidade dos outros tipos de viagens motivados por

guerras, movimentos migratórios, conquista, comércio, entre outros.

Segundo a OMT (2010), as seguintes formas de turismo podem ser

distinguidas. O critério é se a pessoa estiver em viagem, dependendo se for

para, de ou dentro de um certo país. Temos o turismo receptivo, quando não-

residentes são recebidos por um país de destino. O Turismo emissivo, quando

residentes viajam a outro país, do ponto de vista do país de origem. E o

Turismo doméstico, quando residentes de dado país viajam dentro dos limites

do mesmo.

10 1O turismo é um setor da economia composto por diversos tipos de

empresas e que influenciam vários setores da economia.

De fato, esse setor esta entre as quatro principais atividades

econômicas do mundo. Gera empregos em grande quantidade e

receitas gigantescas para os países que optam por essa alternatva de

crescimento. (LEMOS, 2001, p. 10).

Neste trabalho, abrangeremos um dos segmentos do turismo, as

agências de viagens, que são empresas de intermediação entre os diversos

produtos e serviços que compoêm um produto turistico e o cliente. As pessoas

podem utilizar os serviços de logistica de uma agência quando forem viajar.

Dessa, forma poderam acessar preços muitas vezes mais baixos e

informações pertinentes ao seu gosto e necessidade.

Os consumidores dos produtos turisticos são chamados de turistas e

não se enquadram em um perfil único. Qualquer tipo de pessoa pode fazer

turismo. Exsite um amplo mercado com um numero enorme de consumidores,

cada qual com um desejo e necessidade diferente.

As empresas podem se segmentar escolhendo seu tipo de cliente e o

produto que irão comercializar. Essa segmentação pode ser feita por diversos

quesistos, como idade, sexo, opção sexual, renda, se viajam sozinhos ou

acompanhados, se estão com amigos ou com a familia, se querem viajar

sozinho ou com outras pessoas.

Também podem se especializar e trabalhar com os tipos de destinos, se

venderá viagens nacionais, internacionais, se será somente vendido a Europa,

a Asia, a Disney, entre outros. E pelos tipos de viagens, sejam de luxo,

economica, cruzeiros, parques temáticos ou praias.

A divulgação desses destinos é feita primeiramente pelo próprio local

que cria orgãos para cuidar disso. Exemplificando, a Riotur divulga a cidade do

11 1Rio de Janeiro, a Turisrio divulga o estado do Rio de Janeiro e o MTUR divulga

o Brasil. Contudo, essa trabalho não é exclusivo do governo, e as agências e

operadoras de viagems tem um papel importante na comercialização dos

destinos.

Mesmo com diversas ameaças, o mercado apresenta um crescimento

na abertura de novas firmas, mesmo com a descrença da continuidade do setor

de agenciamento. Ums dos maiores problemas que enfrentão atualmente, é a

chegada de novas tecnologias, principalmente a Internet.

Com o advento da Internet, diversos autores previam a falência das

agências de viagens, em função de seu produto ser a prestação de

serviços por intermediação, e a internet colocar este produto

diretamente em contato com o consumidor (DANTAS, 2002, p. 39).

Um dos pontos fracos do setor é a suscetibilidade a crises de diversos

tipos.

Acontece que a demanda turística é altamente elástica e que os bens

e serviços turísticos são superiores. Isso significa que eles são

extremamentes reativos a variações nos preços e na renda. Quando

a economia entra em recessão, o nivel de renda cai e as demandas

elásticas têm uma variaçao mais do que proporcional, o mercado

turístico é um dos primeiros a serem atingidos e o de sal (demanda

inelástica), por exemplo, é um dos ultimos. (LEMOS, 2001, p. 76,).

A seguir, veremos de forma mais abrangente o que são as agencias e as

operadoras e quais são seus produtos.

12 1

1.1 – As agências de viagem

Sãos as empresas responsavéis pelo venda de produtos turisticos, que

são um conjunto de serviços de cunho turistico. Elas vendem produtos de

terceiros, tais como diárias de hotel, passagens terrestres, aereas e maritimas,

serviços de guia, passeios e excursões.

As organizações são grupos sociais deliberadamente orientados para

a realização de objetivos, que, de forma geral, se traduzem no

fornecimento de produtos e serviços. Toda organização existe com a

finalidade de oferecer alguma combinação de produtos e serviços.

(MAXIMIAMO, 2004, p. 27)

“As agências de viagens são fundamentalmente empresas em que o seu

principal serviço é a intermediação...” (DANTAS, 2001, p. 22). Elas se tornam

canais de distribuição das empresas que elas comercializam os produtos, o

que inclui principalmente as operadoras de viagens. Trabalham diretamente

com os consumidores e são os responsaveis pela prospecção direta de

clientes.

O trabalho de uma agência é vender os produtos que as operadoras

confeccionam. Algumas vendem seus proprios produtos, mas a maioria utiliza

uma ou mais operadora como fornecedora. Seu papel principal no mercado

turistico é suprir as necessidades e desejos dos consumidores.

Normalmente são empresas familiares com poucos funcionários, muitas

vezes não tendo mais do que 5 funcionários. Algumas agências maiores

contam com um número maior, principalmente se atuarem também como

operadoras.

13 1

1.2 - As operadoras de viagem

São as empresas que atuam no business to business. São responsaveis

pela negociação e confecção dos pacotes de viagens, que se constituem em

um conjunto de serviços. Estes são compostos pela hospedagem em hoteis,

pousadas ou resorts, pelas passagens e por outros serviços como passeios,

excursões, cruzeiros, entre outros.

Trabalham com diversas agências utilizando-as como canais de

dsitribuição seu produto. Algumas operadoras vendemdiretamente para o

cliente dessa forma encurtando o canal entre o consumidor e o produto. Porém,

muitas vezes atuando desta forma, gera discórdia entre as agências de

turismo. Wque algem que perdem clientes, pois a venda direta não leva o

repasse da comissão dos agentes de viagem.

Também é comum usarem páginas eletrônicas para efeuarem vendas.

Utilizamnovas tecnolgias para expor seu produto e sua marca de maneira muito

mais consistente e incisaiva que as agências de viagem.

Algumas se especializam em determinados produtos e/ou destinos

turisticos. Obtendo dessa forma bons preços e grande conhecimento na area.

Criando assim uma parceria entre agências especializadas e se especializando

no mercado.

Costumam ter um número muito grande de funcionários, mas não é a

norma. Algumas empresas tem em torno de 20 à 30 pessoas trabalhando, o

que inclui atendentes, vendedores, promotores, setor financeiro e

administrativos.

São as grandes responsaveis pela comunicação através do jornal e o

fazem em conjunto com as agências de viagens de trabalharam e alguns

outros prestadores de serviços, como compahias aereas, parques temáticos e

hoteís.

14 1

1.3 – Os produtos turisticos

Existem diversas classificações de produtos. Kotler e Armstrong (2003,

p. 206-208) os definiem como:

- Produtos de consumo, que são aqueles comprados por consumidores finais

para uso prórpio;

- Produtos de conveniencia que são produtos e serviços de consumo que o

consmumidor geralmente compra com frequencia, rapidez e com um minimo de

comparação e esforço;

- Produtos de compra comparada que são produtos e serviços de consumo

comprados com menor frequência e cujas caracteristicas de adequação,

qualidade, preço e estilo são comparados cuidadosamente;

- Produtos de especialidade que são produtos e serviços de consumo com

caracteristicas singulares ou identificação de marca pelos quais um significativo

grupo de compradores esta disposto a fazer um esforço especial de compra;

- Produtos não procurados que são produtos de consumo que o consumidor

não conhece ou conhece, mas normamente não pensa em comprar. A maioria

das inovações é proviniente de produtos não procurados até que o consumidor

concientize de sua exsitência através da propaganda

Em relação ao tipo de produto e serviço comercializado nas empresas

de turismo, destaca-se os produtos de compra comparada, os produtos de

especialidade e os produtos não procurados. As viagens são um produto de

alto valor agregado e alto custo para o consumidor, além disso alguns destinos

são completamente desconhecidos no mercado.

De acordo com Cobra (1992, p. 335), produto é uma “combinações de

partes físicas, tangíveis, e partes intangíveis”. Os produtos turisticos são um

conjunto de serviços que serão utilizados somente quando o cliente iniciar sua

viagem. Esta não é composta de partes fisicas, mesmo que se pense que um

avião e uma cama possam ser tocado, um voucher pode ser manipulado, mas

15 1eles não são o produto, apenas o compoe. O serviço é constituido

exclusivamente de coisas intangiveis.

Segundo Cobra, (1992, p. 335) “A noção de intangibilidade de um

produto está associada aos benefícios que os produtos na parte intangível

possam proporcionar para isso é preciso tornar o benefício o mais atraente

possível ao consumidor”. Portanto, no turismo, o produto é escolhido pelos

clientes de acordo com as vantagens que este lhes trará.

Tais beneficios podem ser caracterizados pelo prazer ou status que a

viagem proporcionará, seja pelo local escolhido, tipo de vôo ou hospedagem,

assim como outros fatores que indepedem das agências como o clima e as

pessoas que seus clientes terão contato. Alguns desses fatores, a empresa

pode administrar escolhendo seus parceiros e buscando sempre a qualidade

tanto de suas ações quanto das de seus fornecedores de serviços.

Mas elementos como clima são muito dificies de prever. Uma pessoa que

viaja para um local com praia em busca de sol, pode se deparar com dias

chuvosos que nem mesmo a previsão local pode antecipar. Isso pode acarretar

uma frustação ao cliente.

Além disso, seu produto possui a particularidade do consumidor precisar

se deslocar até o local para usurfruir a compra. A OMT (2001) cita outras

caracterisiticas marcantes do serviço produto comercializado. Ele é intangível,

ele não é transferível depois de consumido, a experiência turística não pode

ser transferida, o produto não vendido se perde, o serviço não pode ser

provado, a produção e o consumo geralmente coincidem, a produção, a venda

e o consumo ocorrem simultaneamente, o cliente é que vai ao produto, o

cliente participa da produção, o contato, na maioria dos caso, é direto.

16 1

1.4 – Consumidores

Como mencionado anteriormente, o consumidor dos produtos turísticos

são chamados de turistas, que é uma pessoa que se desloca voluntariamente

por período de tempo igual ou superior à vinte e quatro horas para um local

diferente da sua residência e de seu trabalho, sem ter por motivação

primeiramente, a obtenção de lucro.

Os turistas para consumir o produto entregam uma determinada quantia

de dinheiro para algo que somente vão usurfruir mais tarde. Dessa forma, é

grande a expectativa e a confiança que eles depositam no prestador de

serviço. Desta forma a fidelização deles é imprescindivel.

Kotler e Armastrong (2003, p. 119) citam que os consumidores

são influenciados por fatores culturais, sociais, pessoas e psicologicos. Dessa

forma, eles podem ser classificados por diversos critérios, como idade, sexo,

solteiro ou casado, classe econominca, nivel cultural, religião e se viajam com

crianças ou não. Todos esses elementos influenciam na escolha deles em

relação a viagem.

17 1

CAPITULO II

OS 4 PS APLICADOS ÀS AGÊNCIAS DE VIAGENS

Marketing é o ato de conhecer o mercado de atuação de uma

organização para oferecer seus produtos e serviços. O campo de estudo do

marketing é entender e atender as necessidades dos clientes. Ele é usado para

influenciar a escolha da marca e da compra e os consumidores são

receptáculos dessas tentativas.

Uma das formas de se conhecer o mercado e seus consumidores é

utilizar o composto de marketing, que é formado por um conjunto de variáveis

que influenciam as pessoas em relação à compra. O composto foi formulado

primeiramente por Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing (1960) e

trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem

estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de venda.

Churchill e Peter (2003, p. 20), consideram que o composto de

marketing “é uma combinação de ferramentas estratégicas usadas para criar

valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização”. Para Pinho

(2001, p. 34), ele “é o conjunto de instrumentos que a organização pode usar

para viabilizar operacionalmente suas estratégias”.

As agências e as operadoras usam o composto ou mix de marketing

para o lançamento de um novo produto, para relançar um produto antigo, para

melhorar as vendas, atrair novos clientes, saber onde e como vende-lo e tudo

mais que se relaciona com o mercado, o produto e o cliente.

Ele é composto de quatro seções, conhecidas como os 4 Ps. São eles:

Produto, Preço, Praça e Promoção. Relacionando-os com os clientes temos 4

Cs. Esses fatores estão inter-relacionados e decisões em uma área afetam a

outra.

Os profissionais de marketing usam estas variáveis para estabelecer o

plano de marketing. Para este ser bem sucedido, a estratégia traçada deve

18 1refletir a melhor proposta de valor para os consumidores de um mercado-alvo

definido. A administração de marketing é a aplicação prática deste processo.

Exemplificando, quando uma agência escolhe o preço como sua

ferramenta competitiva primária, os outros fatores devem ser repensados para

dar suporte a essa estratégia. A campanha promocional deve ser construída

em torno de um tema no qual se destaque o preço. Contudo, em uma

concorrência fora da área de preço, as estratégias de produto, distribuição e/ou

promoção seriam mais importantes.

Estudos sobre o comportamento do consumidor definem os melhores

meios de influenciar a compra. As organizações eficazes têm adotado uma

proposta de marketing total em relação ao desenvolvimento de produtos,

inovação, pesquisa e comunicação. Elas procuram métodos que permitem aos

consumidores opinarem na organização em relação a produtos, preços,

promoções e operações que lhes interessam. Assim, as empresas os

satisfazem mais facilmente, criando fidelidade à marca e aumentando o

faturamento.

As estratégias são necessárias para se combinar métodos individuais,

tais como publicidade, venda pessoal e promoção de vendas em uma

campanha coordenada. Além disso, estratégias promocionais devem ser

ajustadas quando um produto se move dos estágios iniciais de vida para os

finais. As decisões estratégicas também devem ser tomadas com relação a

cada método individual de promoção.

Cada elemento do mix de marketing contém diversas alternativas. Por

exemplo, uma operadora pode fazer e colocar um ou muitos produtos no

mercado, que podem estar relacionados entre si ou não. Os produtos podem

ser distribuídos pelos atacadistas (promotores), pelos varejistas (agências) sem

o benefício de atacadistas, ou até mesmo diretamente para o consumidor final.

Esta etapa da estratégia de marketing considerará a importância relativa

que cada uma das varáveis do mix de marketing terão. O gestor de marketing

definirá, qual a melhor combinação possível, ente as variáveis, considerando

os recursos financeiros disponíveis e a necessidade de obter vantagens

19 1comparativas face aos concorrentes. Os principais tipos de prioridades

estabelecidas numa estratégia de marketing são: a escolha de produtos, de

segmentos de mercado alvo, de alvos, de fontes de volume prioritário, do motor

da estratégia do mix de marketing e a ponderação dos meios de ação de

marketing.

2.1 - Produto (Cliente)

Esta variável trabalha a parte que se refere ao produto e/ou serviço. São

pesquisados e analisados aspectos como sua formulação, suas características,

sua produção, sua qualidade, sua marca, seu design, sua embalagem, entre

outros.

Sua importância faz com que as empresas ofereçam produtos de melhor

qualidade e desempenho. Segundo Kotler (2003, p. 35) “O conceito de produto

assume que os consumidores favorecerão aqueles produtos que oferecem

mais qualidade, desempenho ou características inovadoras.”

O produto pode ser composto por partes tangíveis e/ou partes

intangíveis. É a tarefa do departamento de marketing identificar as partes que

compõe o produto. Ele é criado para trazer benefícios ao consumidor e

satisfazer as necessidades de seus clientes.

As pessoas buscam produtos que prometem certos benefícios. Kotler

(1998, p. 28) define produto como “algo que pode ser oferecido para satisfazer

uma necessidade ou um desejo”. O marketing influencia os consumidores em

relação as suas necessidades e desejos, o que inclui a escolha do local de

suas férias.

Cobra (1992, p. 345), destaca que “a marca faz parte do composto de

produto e é fator preponderante na adaptação do produto ou do serviço a

satisfação da necessidade perceptíveis dos consumidores”. Dessa forma, é

possível afirmar que a marca é um nome, um sinal, um design ou até mesmo

20 2uma junção de tudo isso, que gera conseqüentemente a identificação do

produto. (Ibdem).

Ainda seguindo os conceitos sobre o produto, ressalta-se a importância

que a embalagem tem para à marca. Cobra (1992, p. 353) afirma que “assim

como o nome da marca tem por finalidade informar os consumidores sobre o

produto, a embalagem também o faz e até mesmo num grau ainda mais

elevado, no ponto de venda”.

Cobra (1992, p. 365) relata que “a embalagem deve adaptar-se ao

consumo, nas quantidades básicas as necessidades do cliente consumidor”.

Deve ainda ser um facilitador de transporte do produto; ter manuseio tão

simples quanto possível; permitir o uso repetitivo; adequar à exposição em

prateleiras; indicar condições de armazenagem e transporte, sendo protegido

pelo seu tempo de vida útil. (Ibdem).

Com relação à estética do produto, a embalagem, no caso, os vouchers

que são os únicos componentes físicos, exerce um papel importante. Suas as

informações e suas cores devem ser elaboradas em função dos desejos dos

consumidores, pois, a aparência do produto por meio da embalagem deve

justificar seu preço na mente do consumidor.

2.2 - Preço (Custo)

O preço afeta diretamente o volume de venda do produto. Uma subida

dos preços pode contribuir para a redução da procura e uma queda dos preços

pode levar a um aumento das intenções de compra. Muitas vezes o preço

comanda as decisões de quem quer comprar e também de quem quer vender.

Segundo Cobra (1992, p. 467), “o preço é um dos responsáveis diretos pela

receita de vendas, os outros são os custos de fabricação e de distribuição e a

própria concorrência”.

O processo de definição de um preço para um produto inclui descontos e

financiamentos, visando o impacto não apenas econômico, mas também

21 2psicológico. O responsável por essa área deve cuidar dos preços e passar aos

vendedores os valores por quantidades adquiridas e, principalmente, saber se

o seu preço será competitivo diante da concorrência. Para o cliente, o preço

deve oferecer a melhor relação entre custo e benefício.

Ainda segundo o autor, as empresas devem definir quais são seus

objetivos antes de estabelecerem a política de preços (Ibdem). Os mais

comuns são: a maximização do lucro, aumentar a participação de mercado,

segmentar o mercado e a relação preço-qualidade.

Em relação aos descontos, Cobra (1992, p. 478) relata que é comum as

empresas trabalharem com diversas tabelas de preços e sobre cada uma delas

praticarem um tipo de desconto. Pode haver uma tabela para o atacado, uma

para o varejo, uma para os revendedores e uma sugerida tabela para o

consumidor final. Sobre cada uma delas há uma política de descontos.

Os preços por região, Cobra (1992, p. 479) enfatiza que “em função dos

custos de transportes e de armazenagem, é freqüente a prática de preços

diferentes para as regiões mais distantes da fábrica”. No caso do mercado do

turismo, locais de acesso difícil, justificam preços mais altos.

Segundo MacCarthy e Perreault (1997, p. 282), os descontos são

reduções de preço concedidas aos compradores. Descontos por quantidade

são oferecidos para estimular os compradores a adquirirem lotes maiores e são

vantagens concedidas a consumidores finais, clientes ou membros de canal

para fazerem algo ou aceitarem menos de algo. Pessoas que viajam em

grandes grupos conseguem descontos maiores.

O preço vem sendo usado como escudo da política de marketing de

muitas empresas. Em uma economia em que tudo o que se produzia

se vendia, o preço era estabelecido unicamente pela intenção de

lucro do fabricante. (COBRA,1992, p. 486)

22 2

2.3 - Praça (Conveniência)

Preocupa-se com a distribuição dos produtos e serviços. Inclui pontos de

vendas, pronta-entrega, horários e dias de atendimento e as diferentes vias de

compra. O responsável por essa área deve saber exatamente que canais de

distribuição utilizar, seu tamanho e a área geográfica que será coberta

logisticamente. Deve estabelecer as tarefas necessárias para apresentar o

produto ou o serviço ao consumidor para que ele possa comprá-lo e consumi-

lo. Para o cliente, a distribuição deve ir ao encontro de suas necessidades e

conveniência.

A praça ou canal de distribuição é o meio pelo qual o produto chega até

o consumidor, por isso é considerada como um intermediário. Para Cobra

(1992, p. 491) “a função básica de um canal de distribuição é escoar a

produção de bens em geral, sejam bens de consumo, sejam bens industriais ou

ainda serviços”.

Kotler (2003, p. 52) afirma que:

Quanto maior a quantidade de canais, maior a cobertura de mercado

da empresa e mais altos os índices de crescimento de suas vendas.

Qualquer que seja a quantidade de canais utilizados pela empresa, é

preciso integrá-los para construir um sistema de fornecimento

eficiente [...]..

Os canais de marketing são, segundo Kotler (1998, p. 466), “conjuntos

de organizações interdependentes envolvidos no processo de tornar um

produto ou serviço disponível para o uso ou consumo”. Para Cobra (1992, p.

44), a distribuição precisa levar o produto certo ao lugar certo através dos

canais de distribuição adequados, com uma cobertura que não deixe faltar

23 2produto em nenhum mercado importante, localizando para isso distribuidores e

dispondo de um inventário de estoque para suprir as necessidades de

consumo através de recursos convenientes.

Kotler (1998, p. 308), comenta que “o canal de distribuição não se limita

à distribuição de produtos tangíveis [...] O canal de distribuição transfere

mercadorias e serviços dos fabricantes para os consumidores”. Segundo Cobra

(1992, p. 491) “para que um produto chegue do fabricante até o consumidor,

ele é normalmente intermediado. Esses intermediários de produtos são

chamados de intermediários ou canal de distribuição”.

Rocha (1999, p. 129) ressalta que “o intermediário é um facilitador da

relação do fabricante com seus inúmeros clientes e um facilitador da relação

entre o cliente e seus inúmeros fornecedores”. Nem sempre a distribuição é

direta do produtor para o consumidor. Este é o caso das operadoras, que se

utilizam das agências para comercializar seus produtos.

Existem também vários outros níveis onde pode haver um ou mais

intermediários. Cobra (1992, p. 492) diz que:

Na distribuição de produtos industriais, há muita venda direta do

produtor industrial ao consumidor industrial. Mas há também algumas

situações em que são utilizados distribuidores ou representantes de

vendas ou ainda filiais de vendas do próprio fabricante.

Com relação à distribuição exclusiva, Rocha (1999, p. 130) afirma que

“isso ocorre quando a empresa utiliza um ou poucos intermediários. Nesses

casos, comum que o intermediário se dedique exclusivamente a linha de

produtos do fabricante, ou que seja sua atividade principal”. A distribuição

seletiva baseia-se no fato de o fabricante vender os produtos através de mais

de um dos intermediários disponíveis, esse canal permite a empresa atingir um

numero razoável de canais, sem popularizar seu produto.

24 2 A distribuição intensiva ocorre quando o propósito é vender os produtos

por meio do maior número possível de ponto de vendas em dada área

comercial. Rocha (1999, p. 131) afirma que a “a distribuição é intensiva

particularmente adequada a produtos de consumo, de compra freqüente, alta

rotatividade, preços médios ou baixos”. O canal de distribuição transfere as

mercadorias ou serviços dos fabricantes para os consumidores.

2.4 - Promoção (Comunicação)

As tarefas de comunicação visam promover o consumo do produto ou

serviço. Inclui a propaganda, publicidade, relações públicas, assessoria de

imprensa, boca-a-boca, venda pessoal e refere-se aos diferentes métodos de

promoção do produto, marca ou empresa.

Ela oferece o produto e o preço que o consumidor procura para

satisfazer suas necessidades. Kotler (1998, p. 577), enfatiza que:

A promoção de vendas consiste em de um conjunto de diversificado

de ferramentas de incentivo, em sua maioria a curto prazo, que visa

estimular a compra mais rápida e/ou em maior volume de

produtos/serviços específicos por consumidores ou comerciantes.

Para Maccarthy e Perreault (1997, p. 231), “a promoção de vendas

refere-se às atividades de promoção que estimula o interesse, a

experimentação ou a compra por consumidores finais ou outros participantes

do canal”. Para Kotler, (1998, p. 506), os varejistas usam uma ampla variedade

de ferramentas promocionais para gerar tráfego e compras nas lojas. A

promoção de vendas oferece um incentivo as compras.

25 2 As promoções por serem um grande atrativo para os consumidores,

tornam-se gastos paras empresas. O rápido crescimento da promoção de

vendas ocorre por fatores internos como a aceitação dos gerentes com relação

ao retorno da promoção de vendas. Também há os fatores externos como o

surgimento de novas marcas, consumidores mais orientados para vantagem e

as promoções dos concorrentes.

Kotler (1998, p. 386) argumenta que,

o primeiro passo é estabelecer os objetivos da propaganda. Eles

devem ser fundamentados em decisões anteriores sobre o mercado-

alvo, posicionamento e mix de marketing, que definem que tarefa

cabe a propaganda no programa de marketing total.

A promoção é fundamental para as empresas atraírem a atenção do

consumidor alvo. Ela é a relação estabelecida entre o comprador e o

consumidor, a fim de concretizar a compra e, assim, satisfazer a necessidade

tanto do cliente quanto da empresa.

A comunicação também é empregada pelos profissionais de

marketing para atingir metas estratégicas especificas, criando

consciência, formando imagens positivas, identificando possíveis

clientes, formando relacionamento no canal e retendo clientes. O

processo de comunicação envolve a fonte e determina qual

informação será comunicada e codifica em símbolos apropriados, tais

como palavras ou imagens, por meio de comunicação a fonte

transmite a mensagem ao receptor e em seguida o receptor a

decodifica a mensagem interpretando seu significado, se a

mensagem não for decodificada como a fonte pretendia, existe então

o ruído no sistema de comunicação. (CHURCHILL e PETER, 2003, p.

446 - 450)

26 2 O feedback é a resposta do receptor a uma mensagem. Sabendo da

importância da promoção e do processo de comunicação que leva as

informações ao cliente, é importante também relatar alguns conceitos da

conseqüência disso que são as vendas.

2.5 – Vendas

As vendas de uma empresa são formadas por uma seqüência de

processos até sua finalização. Ela começa pela prospecção que é a

identificação do cliente, depois passa pela pré-abordagem onde são coletadas

as informações sobre os clientes, em seguida vem a apresentação de vendas

onde é demonstrado as ofertas e benefícios onde estará sujeito a lidar com

objeções e superar resistências. Na fase do fechamento, os clientes são

solicitados a comprar a oferta e só depois será feito o processo de atendimento

pós-vendas onde se enfatiza a satisfação do cliente. Segundo Castro e Neves

(2008, p. 28) “dentro de cada uma dessas etapas existe uma grande

quantidade de técnicas e ferramentas para tornar o processo de vendas mais

eficiente e eficaz”.

Ainda segundo Castro e Neves (Ibdem), para a apresentação de vendas,

é muito importante que o vendedor saiba relacionar os atributos dos produtos e

seus benefícios com as necessidades dos clientes. Os clientes devem ter suas

necessidades e seus desejos estimulados de forma satisfatória na

apresentação de vendas. Segundo Kotler (1998, p. 36):

O conceito de venda assume que os consumidores, se deixados

sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos produtos da

organização. Assim, a organização deve empregar um esforço

agressivo de venda e de promoção.

27 2 Cobra (1992, p. 562) relata que, o desenvolvimento do mercado tem

tornado os compradores mais habilidosos e sofisticados, exigindo produtos e

serviços mais amplos. A venda é um processo de comunicação visual definida

por Neves e Castro (2008, p. 16) como a “comunicação verbal direta concebida

para explicar como bens, serviços ou idéias de uma pessoa ou empresa

servem as necessidades de um ou mais clientes potenciais”.

As vendas têm evoluído gradativamente em decorrência das mudanças

ocorridas no mercado e no mundo dos negócios.

Com a Revolução Industrial, a produção se intensificou e os

excedentes de consumo começaram a justificar o papel econômico

do vendedor, pois as economias locais eram incapazes de absorver o

que era produzido. (COBRA, 1994, p. 25)

O turismo se consolida com a Revolução Industrial. O invento do

maquinário a vapor promove uma revolução nos transportes, que possibilita

substituir a tração animal pelo trem à vapor criando linhas férreas que

percorrem com rapidez as grandes distâncias. O uso do vapor nas navegações

também reduz o tempo dos deslocamentos.

Segundo Kotler e Armstrong (2003, p. 415), a venda pessoal é o braço

da comunicação interpessoal do mix de promoção. A propaganda consiste em

comunicação não-pessoal, de mão única, com os grupos de clientes-alvo. A

venda pessoal, ao contrário, envolve comunicação pessoal, de mão dupla,

entre o vendedor e os clientes individuais, seja pessoalmente, por telefone, por

videoconferência ou quaisquer outros meios que façam contato pessoal

Quando falamos em vendas, nota-se a presença da pessoa do

vendedor. Nas agências de viagens essa pessoa é conhecida como agente de

viagens, atendente ou consultor de viagens. Cobra (1994, p. 28) ressalta que “é

através do vendedor que a venda é fechada e os pedidos são tirados. Portanto,

28 2em ultima instância, é o vendedor que efetivamente realiza a venda e o

Marketing sem Vendas é como amor sem beijo...”. Cobra (Ibdem) ressalta a

relação entre o vendedor e a difusão de inovações dizendo que “o vendedor

desempenha papel critico na difusão de inovações, quer sob a forma de novos

produtos, novos serviços ou ainda de idéias”.

Para que isso aconteça é preciso que os vendedores conheçam as

técnicas de vendas e promoção para conseguir identificar as necessidades dos

clientes. Quando realizadas com sucesso são garantia de satisfação das

necessidades dos consumidores. Ao se conhecer uma necessidade cabe ao

vendedor propor soluções para que proporcionem satisfações. Cobra (1994, p.

31) relata que “o cliente compra produtos ou serviços para satisfazer uma

necessidade específica ou a um elenco de necessidades”. Nesse caso, em que

o vendedor tem que identificar a necessidade do cliente, é necessário utilizar

técnicas de questionamentos para conseguir entender qual a real necessidade

do consumidor e buscar satisfazê-la.

Kotler e Armstrong (2003, p. 416) dizem que “à medida que as empresas

adotam uma abordagem mais forte de orientação ao mercado, suas forças de

vendas tornam-se cada vez mais focadas ao mercado e mais orientadas ao

cliente”. Antes, os vendedores se preocupavam mais com a quantidade de

vendas e as empresas com o lucro obtido através das mesmas, hoje há uma

preocupação maior de como satisfazer também a necessidade do cliente,

gerando com isso relacionamentos mais duradouros e lucrativos.

29 2

CAPITULO III

ANALISE DOS DADOS

Para analisar os dados coletados no jornal, criou-se uma tabela

comparativa de preços e das promoções aplicadas. Foram escolhidas as

empresas de turismo que tiveram maior destaque no tamanho de seus

anuncios e frequência de anúncios durante o periodo de pesquisa.

Como critério de escolha para padronização de pesquisa, foram

escolhidas três tipos de serviços vendidos através do canal de comunicação.

Foram escolhidos pacotes de viagens com destinos distintos, mas com

relevância para o mercado pesquisado. Foram tabelados os preços e as

promoções das empresas anunciantes, dando enfase ao menor preço final

destacado por cada uma delas no jornal. (Ver Tabela I)

A primeira opção foi um pacote de viagens para a cidade de Orlando nos

Estados unidos da América. Neste local se encontram os grandes parques de

diversão temáticos do país, como o Walt Disney World, Universal Studios e

Sea World.

Como segunda opção foi escolhido um pacote de viagens à cidade de

Nova Iorque nos Estados Unidos. Esta que é umas das cidades mais

cosmopolitas do mundo e também centro internacional de negocios é um dos

destinos mais procurados por pessoas viajando tanto a negocios quanto para

lazer.

A terceira opção foi a cidade de Paris na França. A cidade atrai milhares

de turistas todos os anos. Este destino de acordo com a OMT (2010) é a

cidade mais visitada do mundo. Possui museus interessantes e um cultura

famosa internacionalmente.

Outros destinos e viagens também são divulgados no jornal. Contudo,

não observou-se nehuma especialidade nas empresas anunciantes em um

30 3determinado local, seja cidade, país ou continente. Apenas algumas empresas

destacavam as viagens aos parques temáticas de Orlando, contudo vendiam

também outros produtos. Portanto, as empresas pesquisadas anuncianetes do

jornal não são especializadas em um produto ou serviço.

Ao analisar os dados coletados, observa-se que o principal componente

dos 4 Ps do marketing trabalhados pelas empresas de turismo é o preço. As

agências de viagens e as operadoras utilizam descontos constatemente e

diminuem os preços para atrair consumidores. Destacam em seus anuncios

seus preços e as vantagens de pagamento que oferecem.

3.1 – Comportamento das empresas anunciantes

Ao analisar o comportamento das empresas anunciantes uma série de

fatores foram descobertos e consequentemente analisados. Alguns

comportamentos são generelizados e outros são caracteristicos de algumas

empresas.

O primeiro fato observado, foi a falta de segmentação em relação aos

clientes. Nenhum dos anuncios transpareciam para qual o tipo especifico de

cliente os produtos estavam sendo comercializados. As empresas analizadas

criaram seu marketing para todos os tipos de clientes possiveis que acessem

ao jornal.

Tal posição pode prejudicar a venda, pois atualmente, cada grupo social

busca um produto ou serviço capaz de suprir suas necessidades especificas.

Tentar demonstrar que é capaz de atender todas as demandas possiveis,

indica um aumento desnecessário de gastos da empresa em relação a

propaganda e ao marketing.

Assim sendo, o nicho de mercado delas se torna o dos leitores do

prórpio jornal. O jornal tem seu próprio posicionamento em relção ao tipo de

consumidor que deseja atrair que é estabelecido pelo próprio departamento de

marketing do Globo. As empresas de turismo portanto se aproveitam da

31 3estratégia de marketing aplicada pelo jornal, mas que pode não ser a sua

própria necessidade.

Outro fato importante para as empresas é determinar quem é o

comprador, que é aquele que incentiva a compra e quem é o real consumidor

do produto/serviço. Nem sempre quem paga pelo produto é aquele que o usa,

os pais podem comprar uma viagem a Disney para seus filhos, mas não

necessariamente precisam ir juntos. Uma esposa pode escolher o destino de

viagem de sua família, mas quem pagará pela viagem é seu marido.

As viagens comercializadas, principalmente as internacionais, são

serviços caros e que tem pouca relevância na pirâmide de Maslow (SERRANO,

2000). De acordo com a pirâmide, viagens podem ser enquadradas no quesito

Status e Estima e Auto realização. Estes ficam no topo da pirâmide e não são

prioridade para sobrevivência básica de uma pessoa.

Através das observações acima, percebemos que os produtos turisticos

não são uma necessidade para as pessoas, assim como não tem uma

importância da marca das empresas que fornecem os serviços para os

consumidores.

As empresas não se esforçam em criar a necessidade de viagem nas

pessoas. Porém, as empresas podem criar uma imagem de necessidade em

usar seus produtos (viajar). “Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida

ao mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo.” (Kotler e

Armstrong, 1995, p. 7). Em nenhum dos anuncios pesquisados destacou-se a

importância do lazer e do descanso como forma de melhoria de vida.

De acordo com Kotler e Armstrong (2003, P.118), o comportamento dos

consumidores do mercado turistico se enquadra no comportamento de compra

com dissonância cognitiva reduzida que “ocorre quando os consumidores estão

altamente envolvidos em uma compra cara, incomum e que envolve risco, mas

vêem poucas diferenças entre as marcas.”

Na pesquisa observou-se que as empresas de turismo se comportam

dessa maneira. Elas não fortalecem sua marca e pensam apenas nos preços

de seus serviços. Fazendo isso, o preço vai afetar a decisão do comprador,

32 3mas a marca terá pouco valor na escolha. Tornando-as dessa forma todas

iguais em relação a marca para o possivel comprador.

A decisão de compra do consumidor também é relevante. De acordo

com Kotler e Armstrong (2003, p. 138) “a decisão de compra é voltada para a

sua marca favorita.” No entanto podem surgir dois fatores entre a intenção de

compra e a decisão de compra.

O primeiro é a atitude dos outros, que influenciam a decisão das

pessoas envolvidas no processo de compra. O segundo fato envolve situações

inesperadas. O consumidor pode formar uma intenção de compra com base

em fatores como renda esperada, preço esperado e beneficios esperados do

produto.

O objetivo da propaganda é uma atividade especifica de comunicação a

ser realizada com um público-alvo especifico durante um tempo determinado.

(Kotler e Armstrong, 2003, p. 387). Existem diversos meios de divulgar seus

produtos e serviços e cabe as empresas escolherem os mais eficientes.

Fatores como decisão de alcance, frequência e impacto, assim como a

seleção dos veiculos de mídia especificos e do timing afetam os consumidores

e atrem clientes. Fato este que a utilização do mesmo canal de comunicação

iguala o potencial das empresas. Claro que a quantidade de incisões de

anuncios por mês e o tamanho dos anuncios no jornal influenciam na escolha

dos clientes.

A decisão de se baseram apenas no preço, tal prática cria uma margem

menor de lucro para as empresas. Nenhuma das empresas pesquisadas utiliza

outro meio de atração de consumidores. A estratégia principal de combater a

concorrências e aumentar o marketing share da empresa se basea em ter os

menores preços.

Contudo, a estratégia de marketing associa-se diretamente com a

estratégia de preço, isso acontece devido à oscilação dos preços dos produtos.

Quando se tem um produto de baixa qualidade, com baixo esforço

promocional, deve ter sempre preço baixo, já um produto de alta qualidade e

33 3com alto esforço promocional, o preço mais alto se justifica devido a qualidade

do produto. (COBRA, 1992).

Atualmente, o consumidor tem mais consciência de seu poder de

compra, vetando preços abusivos e as indiferenças entre preço, qualidade e

durabilidade. Além disso, ele tem acesso a outros meios de informação, como

a internet, o que aumenta o numero de possiveis concorrentes no mercado.

Através da internet, as pessoas comprão suas passagens aereas,

reservam seus hoteis, escolhem os passeios que desejam fazer e toda forma

de serviço sem precisar de um intermediador, que são as agências de viagem.

Dessa maneira, essas empresas perdem seus consumidores, pois a internet

oferece preços algumas vezes mais baratos.

Outro fato interessante foi o excesso de empresas que se associam para

anunciar. Os anuncios levam os nomes de várias empresas. Porém estas

divulgam suas marcas em conjunto com outras empresas concorrentes.

Gerando duvidas para o consumidor em relação a qual empresa realmente

fornece o produto.

A escolha de seus parceiros na divulgação e venda de seus produtos é

iimportante. A atuação dessas empresas e a aimagem que eles tem em relação

ao mercado define a quantidade e o tipo de clientes que podem ser atraidos

pelos anuncios. Eles fazem parte do canal de distribuição da empresa. Rocha

(1999, p. 129) “define o canal como a organização externa negocial,

gerenciada pela empresa, para atingir seus objetivos de distribuição”.

Também observou-se na pesquisa as promoções usadas por muitas

empresas não eram de caráter duradouro e nem eram programadas para

serem usadas em tempo suficiente para atingir os leitores do jornal. Algumas

empresas anunciavam algum tipo de promoção ou redução de preço e na

semana seguinte voltava ao preço normal.

Artigos de maior valor agregado, como as viagens, levam maior tempo

para o consumidor decidir sobre a compra. Promoções rápidas demais não

geram feedback necessário a venda, pois não estimulam o consumidor.

34 3

3.2 – Tendências do mercado

Observando dados estáticos da OMT (2008) que é uma agência

especializada das Nações Unidas, podemos traçar uma analise sobre os

destinos comercializados. Em 2007, aconteceram 903 milhões de chegadas de

turistas internacionais pelo mundo, um acréscimo de 6,6% em relação a 2006.

O que mostra o crescimento do setor e um quadro favoravél para as empresas

do ramo.

O Turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no mundo,

movimentando, direta ou indiretamente, mais de US$ 4 trilhões (OMT, 2008),

criando 170 milhões de postos de trabalho, o que representa 1 de cada 9

empregos criados no mundo. Tem importância fundamental para a economia

de diversos países.

Os países mais visitados pelos turistas internacionais (Ver tabela II)

entre 2006 e em 2008 são os europeus, com a França em primeiro lugar. Em

2007, a Ucrânia e a Turquia entraram na lista dos 10 maiores destinos,

superando o México e retirando Rússia e Áustria da lista dos 10 mais visitados.

Em 2008, a Ucrânia atingiu o sétimo lugar, antes ocupado pela Alemanha.

Ainda de acordo com as estimativas da OMT, em 2007, as receitas

geradas à nível mundial pelo turismo internacional atingiram USD 856 bilhões,

que quando, comparados com os USD 742 bilhões gerados em 2006,

representou um crescimento em preços constantes de 5,6%, levando em

consideração as fluctuações da taxa de câmbio e da inflação, já que em 2007 o

dólar americano devalou-se 9% em relação ao euro.

Os países que mais arrecadaram com o turismo internacional continuam

se concentrando na Europa, mas o maior arrecadador em 2007 continua sendo

os Estados Unidos. A China foi o país receptor em 2008 com o maior

crescimento anual nas receitas recebidas do turismo internacional. A Alemanha

continua como o país emissor com maiores despesas nos outros destinos.

35 3 Nos Estados Unidos da América, o estado do Havaí, além de ser uma

ilha distante do continente, possui também pouca população, em comparação à

outros estados, sendo assim, difícil de ter um maior maior crescimento na sua

economia. Portanto, o estado teve de optar para o turismo, e hoje é um dos

mais famosos pontos turísticos do país, sendo conhecido por suas belas praias

e resorts.

Atualmente, um dos locais que mais crescem com o turismo, é a cidade

de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Pela sua localização, próxima à

regiões de conflitos étinicos e religiosos, a cidade teve de enfrentar muitos

obstáculos para ser conhecida em diferentes partes do mundo. Tem os mais

exóticos e originais arranha-céus, sendo muitos deles, hotéis, tendo destaque

para o Burj Al Arab, cartão postal da cidade, e para o Rose Tower, o hotel mais

alto do mundo.

Conhecer esses dados é fundamental para traçar as próximas

estratégias de marketing da empresa. Anunciar destinos que já tem valor

agregado e já estão inseridos como objetos de consumo das pessoas

influência na decisão de compra. Utilizar produtos e marcas que quem valor e

divulgação de outras fontes que não sejam os anuncios pagos no jornal,

economizam dinheiro.

36 3

CONCLUSÃO

As empresas de turismo não se adaptaram a necessidade de divulgar

seus produtos pensando em um mercado-alvo ou um determinado produto.

Suas propagandas são realizadas de forma única e exclusiva de atrair

consumidores através de preços menores que os de seus concorrentes.

Contudo, obviamente os clientes querem um serviço exclusivo para algo

que não é um compra corriqueira. Por não criarem uma marca forte e

amplamente divulgada, o critério preço tem grande influencia na escolha do

consumidor.

A escolha do jornal também não é a melhor opção de divulgação do

produto, pois diversas empresas anunciam seus produtos nele. Tornando muito

grande de atração de consumidores. Além disso, afeta apenas consumidores

que buscam viajar, mas não cria a necessidade de compra de serviços em um

possivel comprador.

Entre as decadas de 50 e 70, iniciou-se o “boom” turístico. O turismo

internacional cresce a um ritmo aceleredo. Este desenvolvimento foi

conseqüência da nova ordem internacional, da estabilidade social e do

desenvolvimento da cultura do ócio. A recuperação econômica e a sua

assombrosa elevação dos níveis de renda fazem surgir uma classe média

estável que começa a interessar-se por viagens.

Entretanto com a recuperação elevando o nível de vida de setores mais

importantes da população dos países ocidentais. Surge a chamada sociedade

do bem-estar que uma vez com as suas necessidades básicas atendidas passa

a buscar o atendimento de novas necessidades. Aparecendo neste momento a

formação educacional e o interesse em conhecer outras culturas.

Nestes anos se desenvolvem os grandes núcleos urbanos e se

evidencia a massificação, surge também o desejo de evasão, escapar da rotina

das cidades e descansar as mentes da pressão. Se desenvolve a produção de

carros em série o que permite o acesso cada vez maior a população a este

37 3bem, assim com a construção de mais estradas, permite-se um maior fluxo de

viajantes.

A evasão é substituída pela recreação, o que causa uma mudança nas

companhias navais, que se vêem obrigadas a destinar seus barcos aos

cruzeiros. Todos estes fatores nos levam a era do turismo de massa. Os

grandes operadores turísticos lançam no mercado milhões de pacotes

turísticos idênticos. Na grande maioria, utiliza-se de vôos charter, que

barateiam o produto e o popularizam.

Esta etapa também se caracteriza pela falta de experiência, o que

implica em conseqüências, como a falta de planejamento e o colonialismo

turístico. Criou-se uma grande dependência dos operadores estrangeiros

estadunidenses, britânicos e alemães.

Na década de 70, a crise energética e a inflação, especialmente sentida

no setor dos transportes, ocasionam um novo período de crise para a indústria

turística que se estende até 1978. Esta recessão implica uma redução da

capacidade de abaixar os custos e preços para propor uma massificação da

oferta e da demanda.

Na década de 80, o nível de vida volta a elevar-se e o turismo se

converte no motor econômico de muitos países. Esta aceleração ocorre devido

a melhoria dos transportes com novos e melhores aviões, trens de alta

velocidade e a consolidação dos novos vôos charter.

Nestes anos se produz uma internacionalização muito marcante das

grandes empresas hoteleiras e das operadoras. Buscam novas formas de

utilização do tempo livre e aplicando, ainda mais técnicas de marketing, pois o

turista tem cada vez mais informação e maior experiência, buscando novos

produtos e destinos turísticos, o que gera uma forte competição entre eles.

A possibilidade de utilização de ambientes multimídia na comunicação

transformaram o setor, tornando o designer dos produtos, a prestação do

serviço e a comercialização dos mesmos uma maneira mais fluida e atrativa.

38 3 Na década de 90, ocorrem grandes acontecimentos, como a queda dos

regimes comunistas, a Guerra do Golfo, a unificação alemã, a guerra da

Bósnia, entre outros que incidem de forma direta na história do turismo. Trata-

se de uma etapa de amadurecimento do setor que seguiu crescendo, sendo

que de uma maneira mais moderada e controlada.

Os significativos problemas desta época ocasionaram limitações à

capacidade receptiva gerando a necessidade de adequar a oferta à demanda

existente, empenhando-se no controle de capacidade de carga dos ambientes

patrimoniais de importância históricos e diversificando a oferta de produtos e

destinos. Aparecem novos tipos perfis de turistas que exigiam uma melhor

qualidade.

O turismo entra como parte fundamental da agenda política de

numerosos países que desenvolvendo políticas públicas focadas na promoção,

no planejamento e na sua comercialização. O objetivo de alcançar um

desenvolvimento turístico sustentável mediante a captação de novos mercados

e a regulação da sazonalidade.

As políticas de nível supranacional consideram o desenvolvimento

turístico como elemento importante como o Tratado de Maastricht (livre tráfego

de pessoas e mercadorias, cidadania européia) e a entrada em vigor do tratado

de Schegen que eliminam os controles fronteiriços nos países da União

Européia.

Ocorre um barateamento das viagens por via aérea por meio das

companhias de baixo custo e a liberação das companhias em muitos países e

a competição entre elas aumenta. Esta liberalização afeta outros aspectos dos

serviços turísticos como a gestão de aeroportos.

As agências de viagem não acompanharam a evolução mercadológica

e tecnológica que ocorreu no mundo. Elas se estagnaram a ficar promovendo

seus produtos por anúncios, sem pensar nos outro fatores que envolvem a

venda e a atração de clientes. Evidenciando assim, a necessidade de

pesquisas e pessoas capacitadas que possam trabalhar na area de marketing.

39 3Como fornecedores de serviços, as empresas de turismo possuem a

capacidade de satisfazer as necessidades especificas dos clientes de forma

direta. Produtos personalizados e a prestação de serviços rápidos e confiaveis,

em um mundo em que cada vez menos as pessoas possuem tempo para

planejar seus interesses pessoais é um tendenccia do mercado em

procedencia de uma sociedade mais informada e mais globalizada.

Um dos principais temores dessas empresas é a internet. Felizmente, a

intereção humana se torna indipensavel como forma de combate-la. Mesmo em

um mundo globalizado, as pessoas necessitam de outros seres humanos para

atender seus desejos. A internet não estabelece um contato intimo com as

pessoas e por isso vende serviços “comodities”.

Os canais de distribuição de produtos também se tornam essenciais

para atrair e fidelizar clientes. Analisar seus parceiros, não apenas visualizando

os custos, mas também a forma como trabalham é essencial para

sobrevivência da empresa. Algumas agências pesquisadas se tornam parceiras

de várias operadoras nos anúncios, demonstrando a falta de foco de seu

marketing.

Além disso, o distribuidor de uma empresa é para o consumidor é a

extensão da sua marca. Fornecedores como caracteristica, missões e objetivos

similares geram confiança no comprador. Pois a qualidade de um serviço é

verificada por quem o presta.

De forma geral, as empresas de turismo devem planejar suas

estratégias marketing, focando não apenas os preços, mas as outras variaveis

que compoem os 4 Ps do marketing. Elas devem escolher qual o segmento em

que trabalharão e qual o tipo de serviço que disponibilizarão ao público.

Fazendo estas escolhas a forma de divulgação da empresas e seus produtos

será adaptada a necessidade de seus clientes e da própria empresa.

40 4

BIBLIOGRAFIA

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endereço eletrônico em:

<http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/maslow.htm> em 20 de janeiro

de 2010.

43 4

GLOSSÁRIO

Charter – É um vôo reservado exclusivamente para um grupo ou grupos

específicos, em aeronaves de carreira ou não, disponíveis a esses grupos sob

condições de charter. Resumidamente é um fretamento.

Comodity - Usado como referência aos produtos de base em estado bruto

(matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade

quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes

produtores.

Tour – circuito turístico ou excursão, normalmente de curta duração.

Transfers - serviço prestado a um turista ou grupo de turistas, que consiste em

assisti-los nas formalidades de embarque e/ou desembarque, transporte do

local de chegada ou partida ao local de destino e vice-versa, bem como das

respectivas bagagens. O serviço é prestado por agências de viagens aos

turistas que lhes vêem consignados por congêneres estrangeiros, normalmente

entre os aeroportos ou portos e os hotéis e vice-versa.

Voucher – É um cupom de serviços que determina o recebimento de um

passageiro em hotéis ou serviços de transfers, emitidos pela agência ou

operadora. Documento que garante a entrada no hotel ou o pagamento de

qualquer serviço solicitado e confirmado.

44 4

ANEXOS

Tabela I - Preços e promoções das empresas de turismo

(Fonte: Jornal o Globo - Caderno Boa Viagem, 2009)

Nova York

maio junho julho agosto

Ait US$ 939,00 US$ 449,00 + 5 X

110,00 US$ 499,00 + 5 X

110,00 X Shangri-lá US$ 1.572,00 US$ 1.731,00 US$ 1.731,00 US$ 1.184,00 Urbi et orbi X US$ 777,00 X US$ 1.178,00

Marsans X X X US$ 1.235,00 CVC R$ 2.595,00 X X R$ 2.479,00

MK Travel X US$ 999,00 US$ 999,00 X

abreu R$ 1.593,00 R$ 886,00 + 9 X

230,00 R$ 886,00 + 9 X 230,00 R$ 774,00 + 9 X

201,00 Bessitur X US$ 1.576,00 US$ 1.913,00 X

Lusanova X X X US$ 2.159,00 New it X X X X

Sky X US$ 999,00 US$ 995,00 US$ 945,00

setembro outubro novembro dezembro

Ait US$ 1.235,00 US$ 335,00 + 9 X US$

87,00 US$ 510,00 +9 X

132,00 US$ 510,00 + 9 X

US$ 132,00 Shangri-lá US$ 2.196,00 R$ 1.805,00 US$ 1.865,00 US$ 2.076,00 Urbi et orbi US$ 2.483,00 X X X

Marsans US$ 1.235,00 US$ 1.235,00 US$ 1.235,00 X CVC R$ 4.848,00 R$ 4.095,00 R$ 3.900,00 R$ 3.900,00

MK Travel X X X X

abreu R$ 1.473,00 + 9 X R$

315,00 X R$ 832,00 + 9X 216,00 R$ 941,00 + 9 X

R$ 244,00

Bessitur X US$ 2.159,00 US$ 289,00 + 9 X

125,00 x Lusanova X X X X

New it US$ 1.889,00 + taxas US$ 1.889,00 US$ 1.089,00 + taxas US$ 1.089,00 +

taxas Sky US$ 1.145,00 X X US$ 1.195,00

45 4

Orlando

maio junho julho agosto

Ait US$ 689,00 US$ 246,00 + 5 X

100,00 US$ 246,00 + 5 X 100,00 X Shangri-

lá US$ 1.456,00 US$ 748,00 US$ 748,00 US$ 766,00 Urbi et

orbi US$ 2.189,00 X US$ 777,00 US$ 755,00 Marsans X X X US$ 1.407,00

CVC R$ 2.266,00 X X R$ 1.475,00 MK

Travel X US$ 1.296,00 US$ 673,00 X

abreu R$ 996,00 R$ 1.342,00 + 9 X

348,00 R$ 1.342,00 + 9 X 348,00 R$ 960,00 + 9 X

249,00 Bessitur US$ 1.270,00 US$ 1.270,00 US$ 262,00 + 9 X 112,00 US$ 1.225,00

Lusanova X X X X New it US$ 1.269,00 US$ 809,00 US$ 829,00 US$ 824,00 + taxas

Sky X US$ 735,00 US$ 735,00 US$ 700,00

setembro outubro novembro dezembro

Ait US$ 1.407,00 US$ 490,00 + 6 X US$

191,00 US$ 409,00 + 9 X 106,00 US$ 420,00 +9 X US$

109,00 Shangri-

lá US$ 766,00 R$ 740,00 US$ 2.351,00 US$ 2.527,00 Urbi et

orbi US$ 1.377,00 US$ 1.208,00 X X Marsans US$ 1.407,00 US$ 1.407,00 US$ 1.407,00 US$ 1.407,00

CVC R$ 5.238,00 R$ 5.895,00 R$ 4.968,00 R$ 4.896,00 MK

Travel X X X

abreu R$ 1.014,00 + 9 X

R$ 263,00 X R$ 532,00 + 138,00 R$ 697,00 + 9 X R$

181,00 Bessitur X US$ 1.277,00 US$ 256,00 + 9 112,00 X

Lusanova X X X X

New it US$ 1.329,00 +

taxas US$ 1.409,00 US$ 975,00 + taxs US4 975,00 + Taxas Sky US$ 710,00 X X US$ 710,00

46 4

Paris

maio junho julho agosto

Ait US$ 1.092,00 US$ 330,00 + 6 X

127,00 US$ 330,00 + 6X

127,00 X Shangri-lá US$ 2.454,00 US$ 2.526,00 US$ 2.526,00 US$ 2.102,00 Urbi et orbi X X US$ 2.868,00 US$ 2.868,00

Marsans US$ 2.160,00 US$ 2.160,00 US$ 2.160,00 US$ 2.160,00 CVC X X X R$ 3.748,00

MK Travel X X X X

abreu R$ 2.336,00 R$ 2.247,00 R$ 712,00 + 9 X 185,00 R$ 2.135,00 + 9X

554,00 Bessitur X US$ 2.547,00 US$ 2.547,00 US$ 2.077,00

Lusanova EUR 1670,00 EUR 1.670,00 EUR 1.670,00 X New it US$ 1.420,00 US$ 3.595,00 US$ 3.447,00 US$ 1.899,00

Sky X US$ 2.630,00 US$ 2.630,00 US$ 2.605,00 setembro outubro novembro dezembro

Ait US$ 2.160,00 X US$ 620,00 + 9 X

161,00 US$ 620,00 + 9 X U$

161,00 Shangri-lá US$ 2.320,00 X X X Urbi et orbi US$ 2.915,00 X US$ 2.027,00 US$ 2.027,00

Marsans US$ 2.160,00 US$ 2.020,00 US$ 2.020,00 US$ 1.235,00 CVC R$ 3.695,00 R$ 3.792,00 R$ 3.611,00 R$ 3.611,00

MK Travel X X X X

abreu R$ 2.237,00 + 9 X R$

580,00 X R$ 1.373 + 9 X 356,00 R$ 1.388,00 + 9 X R$

360,00 Bessitur X US$ 1924,00 X x

Lusanova X X X X New it EUR 1.199,00 + taxas X X X

Sky US$ 2.605,00 X X US$ 2.135,00

47 4

Tabela II - Os principais destinos no mundo em chegadas de

turistas em milhões (Fonte: OMT, 2008)

Posição País Continente 2008 2007 2006

1 França Europa 79,3 81,9 79,1

2 Estados

Unidos América do Norte 58,0 56,0 51,1

3 Espanha Europa 57,3 58,7 58,5

4 China Ásia 53,0 54,7 49,6

5 Itália Europa 42,7 43,7 41,1

6 Reino Unido Europa 30,2 30,7 30,7

7 Ucrânia Europa 25,4 23,1 18,9

8 Turquia Europa 25,0 22,2 18,9

9 Alemanha Europa 24,9 24,4 23,6

10 México América do Norte 22,6 21,4 21,4

48 4

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I 9

CONCEITOS 9 1.1 – As agências de viagem 12

1.2 - As operadoras de viagem 13

1.3 – Os produtos turisticos 14

1.4 – Consumidores 16

CAPÍTULO II 17

OS 4 PS APLICADOS ÀS AGÊNCIAS DE VIAGENS 17

2.1 - Produto (Cliente) 19

2.2 - Preço (Custo) 20

2.3 - Praça (Conveniência) 22

2.4 - Promoção (Comunicação) 24

2.5 – Vendas 26

CAPITULO III 29

ANALISE DOS DADOS 29

3.1 – Comportamento das empresas anunciantes 30

3.2 – Tendências do mercado 34

49 4

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 42

GLOSSÁRIO 43

ANEXOS 44

ÌNDICE 48