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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
DIREITOS E DEVERES DO TRABALHADOR QUANTO A JORNADA DE TRABALHO
AUTOR
LILIANE DE OLIVEIRA DO VALE
ORIENTADOR
PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCÁDIO
RIO DE JANEIRO 2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
DIREITOS E DEVERES DO TRABALHADOR QUANTO A JORNADA DE TRABALHO
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito e Processo do Trabalho. Por: Liliane de Oliveira do Vale.
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Agradeço aos mestres que sempre se empenharam em nos passar o melhor do seu conhecimento, e ao orientador professor Carlos Leocádio.
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Dedico esse trabalho toda a minha família que sempre me apoiou nos momentos que precisei, bem como aos meus colegas de turma, em especial a Barbara Marques, Carlos Lopes, Paulo Torquato e Rafael Lindomar.
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RESUMO
A Constituição Federal em seu artigo 7º, incisos XIII e XIV, fixou de forma geral a jornada de trabalho em oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, sendo ainda de seis horas, a jornada de trabalhadores que operam em turnos ininterrupto de revezamento. Existem também algumas profissões que tem jornada de trabalho diferenciada. As normas de segurança do trabalho entendem ser indispensável para a saúde física e mental do trabalhador, que o mesmo não labore de forma excessiva. Para o computo da jornada de trabalho leva-se em consideração o tempo que o empregado permanece a disposição do empregador, em alguns casos o período do deslocamento. Caso haja labor extraordinário o mesmo deve ser remunerado ou compensado. Existem jornadas diferentes da jornada convencional. Porém a limitação da jornada de trabalho por parte do legislador se faz necessária, em qualquer tipo de jornada, para que seja evitado que o empregador abuse do poder de mando que detém sobre o empregado.
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METODOLOGIA
O presente trabalho constitui-se em uma descrição detalhada das
características da jornada de trabalho desenvolvida pelo empregado, da sua
classificação e da sua duração, ilustrando ainda as conseqüências físicas e
mentais e legais caso haja excesso de labor, tudo sob o ponto de vista
específico do direito positivo brasileiro.
Desta forma, monografia que ora se apresenta foi desenvolvida a
partir do método da pesquisa bibliográfica, onde se buscou o conhecimento em
diversos tipos de publicações, como livros e artigos jurídicos, bem como em
legislações comentadas por conceituados doutrinadores e outros periódicos
especializados, além de publicações oficiais e da jurisprudência.
Por outro lado, a pesquisa que resultou neste trabalho também foi
empreendida através consulta a imponentes meios digitais, que possibilitaram
a verificação de artigos de grande valia jurídica, que teve como marco
referencial a trabalho desenvolvida pelos estudiosos que já se debruçaram
sobre o tema anteriormente,
Deste modo, buscou identificar também o entendimento dos
Tribunais do Trabalho do Brasil, e do Tribunal Superior do Trabalho, através de
súmulas, orientações jurisprudenciais e julgados de casos concretos.
Adicionalmente, o estudo que resultou no presente trabalho
identifica-se, também, com o método da pesquisa aplicada, por ter o intuito de
produzir conhecimento sobre a jornada de trabalho do ponto de vista legal e
jurisprudencial para aplicação prática, buscando proporcionar maior
conhecimento sobre a questão proposta, e visando a obtenção de um resultado
puramente descritivo, sem a pretensão de uma análise crítica do tema.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
CAPÍTULO I
JORNADA DE TRABALHO, DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA ......... 11
1.1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA JORNADA DE TRABALHO ................... 12
1.2 – DEFINIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO ........................................ 13
1.2.1 – Jornada de Trabalho, Horário de Trabalho e Duração de Trabalho
...........................................................................................................................16
1.3 – CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO .............................. 17
CAPÍTULO II
TEMPO A DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR E JORNADAS
DIFERENCIADAS............................................................................................ 19
2.1 – HORA IN ITINERE................................................................................... 20
2.2 – PRONTIDÃO E SOBREAVISO .............................................................. 22
2.3 – INTERVALOS ......................................................................................... 26
2.3.1 – Intervalo Intrajornada .........................................................................27
2.3.2 – Intervalo Interjornada ........................................................................ 28
2.3.3 – Repouso Semanal Remunera, Feriados e Férias ............................ 28
8
2.4 – TRABALHO NOTURNO ......................................................................... 30
2.5 – TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO ..................................... 30
2.6 – TRABALHO POR TEMPO PARCIAL .................................................... 31
CAPÍTULO III
TRABALHO ALÉM DA JORNADA E ALTERAÇÃO DA JORNADA DE
TRABALHO ..................................................................................................... 32
3.1 – DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS ...................................................... 32
3.2 – COMPENSAÇÃO DE HORAS ............................................................... 33
3.3 – CARTÕES DE PONTO ........................................................................... 34
3.4 – EMPREGADOS EXCLUIDOS DA JORNADA DE TRABALHO ............ 34
3.5 – ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO ..................................... 37
CONCLUSÃO................................................................................................... 39
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 41
9
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é um estudo sobre a jornada de trabalho
existente e deliberada pela Constituição Federal e pela Consolidação das Leis
do Trabalho. Nesse contexto, o presente trabalho dedica-se a evidenciar o
surgimento da jornada de trabalho, a sua classificação e duração, bem como a
limitação expressa em lei para a duração da jornada de trabalho. Dedica-se,
ainda, a identificar todas as possíveis hipóteses previstas na legislação para a
compensação ou remunerar o labor em jornada extraordinária.
Ademais, o presente estudo apresenta os diversos tipos de jornada,
como as previstas no artigo 7º incisos XIII e XIV da Constituição Federal, que
dispõe para o trabalhador em geral uma jornada com duração de oito horas
diárias de trabalho e quarenta e quatro horas semanais, e para os
trabalhadores em turno ininterrupto de revezamento jornada de seis horas.
O estudo do tema e das questões analisadas em torno do mesmo
justifica-se pelo fato de que é imprescindível que o legislador manifeste a
limitação para a duração das jornadas de trabalho, haja vista que o labor em
excesso pode acarretar graves prejuízos à saúde física, mental e biológica do
trabalhador.
A pesquisa que precedeu esta monografia teve como ponto de
partida o pressuposto de que a jornada de trabalho muitas vezes não é
respeitada pelo empregador, sendo demaziadamente extrapoladas. E que
diversos empregadores não pagam corretamente as horas laboradas a mais,
gerando assim uma grande quantidade de reclamações trabalhistas de
trabalhadores que pleiteiam o pagamento das horas extras.
Visando um trabalho objetivo, cujo objeto de estudo seja bem
delineado e especificado, a presente monografia dedica-se, especificamente,
10
às questões relativas a duração das jornadas de trabalho, bem como a forma
de compensação caso a jornada contratual seja ultrapassada, identificando
também as jornadas diferenciadas.
Assim, no primeiro capítulo foram elencadas questões primordiais
acerca da jornada, iniciando com a definição de jornada, de forma a apresentar
a evolução histórica, e ainda demonstrar a diferença existente entre jornada de
trabalho, horário de trabalho e duração de trabalho. Da mesma, forma foi
apresentada a classificação da jornada de trabalho.
A seguir, no segundo capítulo foram abordados temas que dispõe
sobre o tempo que o empregado permanece a disposição do empregador, seja
na locomoção ou aguardando ordens, Abordou-se ainda acerca de jornadas de
trabalho diferentes da considerada normal para a maioria dos trabalhadores,
como as jornadas noturnas e de trabalhadores que atuam em turnos
ininterrupto de revezamento, no trabalho por tempo parcial.
Já no terceiro capítulo foram analisadas as jornadas excedentes
que por sua vez podem ser pagas na vertente de horas extras ou
compensadas através dos chamados bancos de hora. Contudo, demonstrou-
se também que os trabalhadores externos e os que executam cargos de
confiança estão excluídos do controle de horário
Por fim, ainda no terceiro capítulo foi explanado sobre a alteração da
jornada de trabalho e a vedação de uma alteração que seja prejudicial ao
trabalhador.
Durante todo o trabalho não se deixou de lado a observação dos
entendimentos dos Tribunais do Trabalho de todo o Brasil, bem como do
Tribunal Superior do Trabalho e de ilustres doutrinadores.
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CAPÍTULO I
JORNADA DE TRABALHO, DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO
HISTÓRICA
As normas que regem a medicina e a segurança do trabalho,
determinam que deve existir um período de trabalho e um período de descanso
para todo trabalhador.
Assim para se limitar o tempo de duração do trabalho são
observados os fatores biológicos, sociais e econômicos.
Os fatores biológicos são de extrema importância para limitação da
quantidade de horas trabalhadas em um dia, uma vez que, esses fatores
indicam fadiga, estresse, e cansaço do trabalhador, e não sendo respeitados
podem muitas vezes acarretar problemas de saúde ao trabalhador.
Os fatores sociais observam que os trabalhadores que desenvolvem
extensas jornadas de trabalho, sem disponibilizar de tempo para família e
amigos acabam sendo excluídos da sociedade.
Já os fatores econômicos não deixam dúvida que o trabalhador que
labora em período demasiadamente extenso, e consequentemente cansado,
estressado e sem usufruir de nenhum tipo de diversão, produz pouco, não
trazendo lucro para o empregador.
Além do que, a limitação a respeito da jornada de trabalho decorre
do direito a vida, até porque o excesso de horas de trabalho pode acarretar
restrição na qualidade de vida ou até mesmo a perda da vida.
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Por isso, o cumprimento da jornada de trabalho prevista em lei é um
direito indisponível.
1.1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA JORNADA DE TRABALHO
No início do século XIX, após sofrer enorme exploração de sua força
de trabalho, os trabalhadores iniciaram a organização de um órgão para lutar
pelos seus direitos.
Assim, a partir de 1830, diversos trabalhadores se organizaram a fim
de ter estabelecido um limite de horas para a duração da jornada de trabalho.
No decorrer dos fatos, em 1847, a Inglaterra foi o primeiro país a
instituir um limite de duração para a jornada de trabalho em 10 (dez) horas
diárias. Logo no ano seguinte a França também adotou o mesmo tempo para
duração.
Passados alguns ano, em 1866, o Congresso Geral dos
Trabalhadores norte-americanos, iniciou uma luta para a redução da jornada de
trabalho para 8 (oito) horas diárias, argumentando ainda que deveriam ser
aplicados os três oitos, que seriam, oito horas de trabalho, oito horas de
repouso e oito horas para outras atividades. Nesse mesmo ano o Congresso
Operário Internacional de Genebra também aderiu ao movimento.
Em 1919, para que houvesse a universalização dos preceitos de
direito dos trabalhadores, foi criada a Organização Internacional do Trabalho
(OIT), e a Convenção nº 1, que fixou a jornada de trabalho em oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais.
Posteriormente a Convenção nº 30 da OIT, passou a considerar
jornada de trabalho todo tempo a disposição do empregador.
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Com o passar dos anos ocorreram inúmeras modificações acerca da
duração da jornada de trabalho. Primeiramente, no ano de1935 a Convenção
nº 40 da OIT, estabeleceu uma jornada semanal de quarenta horas.
Ainda nesse mesmo ano a Convenção nº 47 estabeleceu jornada de
trinta e cinco horas semanais. Entretanto, cabe destacar, que poucos foram os
países que aprovaram e adotaram esses limites.
No Brasil, apenas no ano de 1932 surgiram as primeiras leis acerca
da duração da jornada de trabalho.
Primeiramente foram criados os Decretos nº. 21.186 e 21.364, que
tratavam, respectivamente, sobre a duração do trabalho, no comércio e na
indústria.
Porém, apenas em 1940 houve a unificação da legislação através do
Decreto-Lei nº 2.308/40, que estabeleceu como regra geral a duração da
jornada em oito horas diárias, mas mantendo a jornada diferenciada de
algumas profissões específicas.
A Consolidação das Leis do Trabalho, elaborada em 1943
incorporou em seu texto, mais precisamente no artigo 58, o previsto no
Decreto-Lei supracitado, referente à regra geral da jornada, bem como às
normas especiais de jornada.
Por fim, a Constituição Federal de 1988 também manteve a duração
da jornada diária em oito horas, limitando a quarenta e quatro horas semanais.
1.2 – DEFINIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO
Jornada de trabalho é o período de tempo pelo qual o trabalhador
permanece a disposição do empregador ou prestando serviços para o mesmo.
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As jornadas mais habituais são as que dispõem de duração de 8
(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Contudo no caso
de empregados que laboram em turnos ininterrupto de revezamento a jornada
de trabalho deverá ser de 6 (seis) horas, salvo negociação coletiva.
Para tanto, merece destaque o artigo 7º da Constituição Federal,
especificamente nos incisos XIII e XIV, que dispõe:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.
Para o doutrinador Amauri Mascavo do Nascimento a definição de
jornada de trabalho é (NASCIMENTO, 2005, p.):
O tempo em que o empregado permanece, mesmo sem trabalhar, à disposição do empregador e quando, em casos especiais, manda computar como jornada de trabalho o tempo em que o empregado se locomove para atingir o local de trabalho.
Nesse mesmo contexto a Consolidação das Leis do Trabalho define
em seu art. 4º, o que deve ser considerado como tempo de serviço.
Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja a disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
Assim, define-se que jornada de trabalho é uma média de tempo de
trabalho realizado pelo empregado. Entretanto, esse trabalho pode ser
interpretado de duas maneiras distintas, quais sejam em sentido amplo ou em
sentido restrito.
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A interpretação em sentido amplo considera que a jornada de
trabalho é o tempo em que o empregado se coloca a disposição do
empregador, considerando ainda o tempo desde que o trabalhador sai de seu
domicílio, até o momento que retorna.
Já a interpretação em sentido restrito considera que a jornada de
trabalho compreende apenas o período que o trabalhador permanece à
disposição do empregador.
A legislação vigente no Brasil admite o conceito de jornada de
trabalho no sentido restrito, haja vista que o parágrafo 2º do artigo 58 da
Consolidação das Leis do Trabalho, defende que o tempo gasto pelo
empregado para locomoção do momento que sai de sua residência até seu
local de trabalho, caso o local não seja servido por transporte público, é
denominado como horas in itinere.
Quanto à natureza jurídica da jornada de trabalho, existem dois
aspectos preponderantes.
O primeiro diz ter natureza pública, haja vista ser de interesse do
Estado à limitação da jornada de trabalho, visando o descanso do trabalhador e
a não prestação de serviços em jornadas extensas.
Por outro lado há a natureza privada, onde as partes através do
contrato de trabalho ou acordo coletivo podem fixar jornadas inferiores às
previstas em lei, uma vez que a lei estabelece limites máximos para fixação da
jornada.
Assim, resta claro que a jornada de trabalho tem natureza mista, ou
seja, existe nela características públicas e privadas, onde a primeira visa
defender os interesse do Estado e a segunda os interesses das partes
contratantes.
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1.2.1 – Jornada de Trabalho, Horário de Trabalho e Duração de Trabalho
Acerca da matéria existem três definições que merecem ser
destacadas, ressalvando a diferença existente entre as mesmas, qual sejam,
jornada de trabalho, horário de trabalho e duração de trabalho.
Jornada de trabalho é a duração diária do trabalho. Para o
doutrinador Sergio Pinto Martins, jornada “diz respeito ao número de horas
diárias de trabalho que o trabalhador presta a empresa.” (MARTINS, 2001, p.
437)
A doutrinadora Vólia Bonfim Cassar, entende que este conceito é
mais técnico, uma vez que a linguagem forense utiliza a expressão jornada no
sentido amplo, abrangendo lapso temporal de maior duração.
Para Valentin Carrion, a definição de jornada é (CARRION, 2009, P.
107):
A jornada normal é o lapso de tempo durante o qual o empregado deve prestar serviço ou permanecer a disposição, com habitualidade, excluídas as horas extraordinárias.
Quanto ao horário de trabalho, esse é determinado pela hora de
entrada e saída do trabalhador no emprego, ou seja, é o lapso temporal diário,
e não inclui o intervalo para refeição.
Para Arnaldo Sussekind, o horário de trabalho é (SUSSELIND, 2000,
P.808):
É a fixação dos momentos em que deve ter início e fim a jornada normal de trabalho e, se for o caso, do intervalo para descanso ou refeição.
Portanto, o horário de trabalho pode variar entre diurno, noturno ou
misto, dependendo do que foi previamente ajustado entre as partes no contrato
de trabalho.
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Já duração de trabalho, é um termo que tem um significado mais
amplo, pois além de envolver a jornada diária, envolve também as férias e o
descanso semanal remunerado.
O Doutrinador Maurício Godinho Delgado entende que (DELGADO,
2002, p. 813):
Abrange o lapso temporal de labor ou disponibilidade do empregado perante seu empregador em virtude do contrato, considerados distintos parâmetros de mensuração: dia (duração diária, ou jornada), semana (duração semanal), mês (duração mensal) e até mesmo ano (duração anual).
A duração do trabalho é um gênero, a qual a jornada de trabalho e
os repousos existentes no contrato são espécie.
1.3 – CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho pode ser classificada quanto à duração,
quanto ao período, quanto à condição pessoal do trabalhador, quanto à
profissão, quanto a remuneração e ainda quanto à rigidez do horário.
Quanto à duração, a jornada pode ser classificada em: ordinária ou
normal, que é a que se desenvolve nos limites estabelecidos pelas leis e
convenções coletivas; extraordinária ou suplementar, essas por sua vez
ultrapassam os limites das normas; limitadas, que são as que prevêem um
termo final para sua prestação; ilimitada, as que não têm fixação na lei de
termo final; contínua, quando corrida sem intervalo; descontínua, são as
corridas com intervalo; e ainda intermitentes, quando ocorrem com sucessivas
paralisações.
Com relação ao período, a jornada de trabalho pode ser: diurna,
quando ocorre entre o horário de 05:00 às 22:00 horas; noturna, entre às 22:00
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horas de um dia e 05:00 horas do dia seguinte; Existe ainda a jornada mista,
que transcorre tanto no período diurno quanto no noturno, ou seja, parte
durante o dia e parte durante a noite; e ainda jornada em escala de
revezamento, que pode ser semanal ou quinzenal, podendo haver trabalho
tanto no período diurno quanto no período noturno.
Outra classificação para a jornada de trabalho é quanto à condição
social do trabalhador, que por sua vez se distingue entre mulheres, homens,
menores de idade e aprendiz.
Por sua vez, quanto a jornada que se classifica co relação a
profissão, destacam-se as jornadas normais de todo trabalhador, e as jornadas
especiais, de algumas categorias específicas, como ferroviários, médicos, e
telefonistas.
No mais, há também a jornada classificada quanto à remuneração,
que é aquela em que o trabalhador pode ou não ter acréscimo salarial em
decorrência do número de horas laboradas.
Por último, a jornada de trabalho que se classifica quanto à rigidez
do horário, pode ser com horários inflexíveis ou flexíveis. As jornadas de
horário flexíveis não são previstas pela legislação do nosso país, mas a lei
também não impede que as mesmas sejam adotadas.
Essas por sua vez, são jornadas em que o trabalhador não tem
horário fixo para iniciar nem para findar o seu labor.
Conclui-se, portanto, que existem diversas formas de classificação
da jornada de trabalho.
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CAPÍTULO II
TEMPO A DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR E JORNADAS
DIFERENCIADAS
A Constituição Federal garante a maioria dos trabalhadores uma
jornada não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, salvo
se houver negociação coletiva a respeito.
Porém, quando a jornada de trabalho, vale destacar que existem
categorias que possuem jornada diferenciadas, onde podemos citar de forma
ilustrativa, os engenheiro, os advogados, os médico, os professores, entre
outros.
O legislador também disciplinou a cerca da matéria na Consolidação
das Leis do Trabalho, quando no artigo 4º considerou como tempo de serviço
prestado o tempo que o trabalhador permanece a disposição do empregador.
Para tanto o legislador visou proteger o obreiro dos abusos de poder
que alguns patrões poderiam praticar, de modo a computar na jornada de
trabalho todo o tempo que o trabalhador permanecer a disposição do
empregador.
Para a doutrinadora Vólia Bonfim Cassar esse tempo não depende
de o trabalhador estar ou não praticando alguma atividade (CASSAR, 2008, p.
628).
O tempo independe das atribuições que estão sendo ou não exercidas, ou até do local onde o empregado se encontre, isto é, dentro ou fora do estabelecimento.
Registre-se que algumas categorias possuem uma diferenciação na
contagem da jornada de trabalho, com relação ao tempo a disposição do
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empregador, sendo utilizado um critério menos rígido, como por exemplo os
ferroviários e aeronautas.
2.1 – HORAS IN ITINERE
Acerca da definição do que deve ser considerado hora in Itinere,
merece ser destacado o parágrafo 2º do artigo 58 da CLT, que dispõe:
Art. 58, §2º - O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.
O Tribunal Superior do Trabalho também expressou seu
entendimento através das Súmulas 90 e 320, que determinam algumas
diretrizes para o computo do deslocamento, casa-trabalho e trabalho-casa, na
jornada de trabalho, como quando não há serviço público de transporte no local
onde a empresa está localizada.
Destacam-se os julgados abaixo transcritos a respeito do tema
discutido:
RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. DESCONTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS. RESPONSABILIDADE. FORMA DE INCIDÊNCIA. Embora ao empregador se imponha a responsabilidade pelo recolhimento dos descontos fiscais e previdenciários, cabe ao empregado a obrigação do pagamento dos tributos, sem a transferência desse ônus para o reclamado, daí por que incidem sobre os créditos decorrentes de condenação judicial, na forma estabelecida na Súmula 368 do Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. b) recurso de revista adesivo do reclamante. horas -in itinere-. trajeto interno. orientação jurisprudencial transitória n° 36 da SBDI-1 do TST. Consoante o disposto na Orientação Jurisprudencial Transitória n° 36 da SBDI-1 desta Corte Superior (aplicável analogicamente à hipótese concreta), configura-se como hora -in itinere- o tempo gasto pelo obreiro para alcançar seu local de trabalho a partir da portaria da
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Açominas. Nesse contexto, a decisão proferida pelo Tribunal -a quo- merece reforma, no sentido de adequar-se à jurisprudência pacífica desta Corte Superior, consubstanciada na orientação jurisprudencial mencionada. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. (TST; 8ª Turma; Relatora Ministra: Dora Maria da Costa; RR - 5912900-71.2002.5.02.0900; Data de Julgamento: 20/05/2009).
RECURSO DE REVISTA. INTERVALO INTRAJORNADA. INOBSERVÂNCIA SEM EXCESSO DE JORNADA. PERÍODO ANTERIOR À LEI Nº 8.923/94. INDENIZAÇÃO. O desrespeito ao intervalo intrajornada, sem excesso da jornada legal ou contratual, no período anterior ao advento da Lei nº 8.923/94, tipifica apenas mera infração administrativa, mas assegura ao trabalhador o pagamento de indenização do período correspondente, com o adicional de, no mínimo, 50% sobre o valor do salário da hora normal de trabalho. Entendimento prevalente nesta Corte que, com ressalva de concepção diversa, é acatado por disciplina judiciária. Recurso conhecido e provido. HORAS -in itinere-. Consoante iterativa, atual e notória jurisprudência desta Corte, consubstanciada na Súmula nº 90, I, o tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. Destarte, não ensejam recursos de revista ou de embargos decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Aplicação da Súmula nº 333 desta Corte e do artigo 896, § 4º, da CLT. Recurso não conhecido.
Nesse sentido como pode ser verificado, caso uma concessionária
de transporte forneça a condução regular até um determinado ponto, este
ponto será excluído da jornada, passando a contar apenas o trajeto em que o
empregador forneça condução.
No entanto, define-se como local de difícil acesso, o que tem
posição geográfica atípica, ou seja, uma localidade onde o transporte não é
somente precário, mais sim, que não possua transporte público e regular.
Entende-se como transporte irregular, o transporte com horários de
condução intermitente, e com grandes intervalos de forma a acarretar em
irregularidade de horários.
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No mesmo sentido não pode-se confundir transporte irregular com
transporte insuficiente, haja vista que o referido transporte há condução
regular, porem normalmente nos horários de maior movimento a condução
fornecida não é suficiente para atender a necessidade de todos os
trabalhadores.
Não basta haver mera insuficiência de transporte para que se
absorva o tempo do deslocamento em hora in intinere.
Assim, mesmo que o local onde a empresa esteja localizada seja de
fácil acesso, mas não haja transporte público e regular para o local, e o
empregador forneça transporte, esse tempo é computado como jornada de
trabalho.
Insta esclarecer que a condução fornecida pelo empregador pode
ser coletiva ou individual.
Indubitável a toda a jurisprudência, como também demonstrado
acima, que os efeitos da inclusão do deslocamento na jornada de trabalho, não
são excluídos pelo fato do empregador cobrar pelo transporte fornecido, não
afastando assim as horas in itinere.
2.2 – PRONTIDÃO E SOBREAVISO
Conforme se verifica na redação dada ao artigo 244 da CLT,
inicialmente o sobreaviso era concedido apenas para os ferroviários.
O legislador considerou sobreaviso como o tempo que o ferroviário
permanecia em sua residência aguardando o chamado da empresa, e resolveu
remunerá-los por esse tempo, na proporção de 1/3 da hora normal.
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Ainda sobre o art. 244, merece destaque o seu parágrafo 2º, que
traduz a definição legal de sobreaviso.
Art. 244, §2º, considera-se de “sobreaviso” o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de “sobreaviso” será, no máximo, de 24 horas. As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
Posteriormente o sobreaviso foi concedido também aos petroleiros,
aeronautas e eletricitários.
No que diz respeito à utilização de bips, laptops e telefones celulares
após o horário contratual de trabalho a doutrina ainda diverge.
As doutrinadoras Vólia Bonfin Cassar e Alice Monteiro de Barros
entendem que o trabalhador tem direito a remuneração pelo tempo que
permanece portando qualquer tipo de intercomunicador, com finalidade de
trabalhar ou resolver alguma pendência relacionada ao trabalho.
Assim, merece destaque a dissertativa da ilustre doutrinadora Vólia
Bonfim acerca da matéria (CASSAR, 2008, P. 635)
Quando o trabalhador fica obrigado a portar qualquer tipo de intercomunicador, como BIP, celular, pager ou laptop para ser chamado, vez ou outra, para trabalhar ou para resolver problemas da empresa à distância, terá direito a remuneração deste tempo à disposição.
Ainda nesse aspecto, a magistrada Vólia Bonfim entende ser
sobreaviso o tempo que o empregado permanece aguardando a chamada do
empregador.
Diferente do tempo despendido na utilização dos referidos aparelhos
eletrônicos, citados acima, pois tal labor é considerado labor extraordinário
(CASSAR, 2008 P. 635).
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O tempo que o empregado está aguardando a chamada é de sobreaviso e como tal deve ser remunerado (1/3 da hora normal). Já os chamados em si, isto é, o lapso temporal em que o trabalhador fica ao telefone, no computador ou intercomunicador resolvendo problemas da empresa é tempo de trabalho. Se este tempo à disposição ultrapassar o limite legal ou contratual, será considerado como extra.
Por sua vez, o doutrinador Sergio Pinto Martins, entende que as
limitações do artigo 244 da CLT somente devem ser aplicadas quando houver
limitação do direito de ir e vir.
Assim, também é o entendimento do doutrinador Arnaldo Sussekind,
que defende que o sobreaviso não deve ser aplicado ao trabalhador que tem
liberdade de locomoção, mesmo que esteja portando bip ou celular, e que o
sobreaviso apenas deve ser aplicado caso o trabalhador esteja obrigado a
permanecer em um determinado local aguardando o chamado (SUSSEKIND,
2000, p. 805)
Entendemos, porém, que o sobreaviso só se configurará se, em virtude de ajuste com o empregador, obrigar-se o empregado a permanecer em determinado local, a fim de atender rapidamente a eventual convocação para o trabalho.
Já a prontidão é o tempo gasto pelo ferroviário nas dependências da
estrada, enquanto aguarda ordens. Nesse caso a remuneração recai sobre 2/3
da hora normal, conforme estipulado no parágrafo 3º da CLT.
Art. 244, §3º, Considera-se de ‘prontidão o empregado que ficar nas dependências da Estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
Convém mencionar o entendimento do Tribunal Superior do
Trabalho quanto ao assunto em tela.
NULIDADE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Não se reconhece violação dos artigos 93, IX, da Constituição da República e 832 da Consolidação das
25
Leis do Trabalho em face de julgado cujas razões de decidir são fundamentadamente reveladas, abarcando a totalidade dos temas controvertidos. Uma vez consubstanciada a entrega completa da prestação jurisdicional, afasta-se a argüição de nulidade. Recurso de revista de que não se conhece. Inépcia da Petição Inicial. Ausência de Individualização dos Substituídos. Pacificou-se, nesta Corte superior, o entendimento no sentido de que o sindicato ostenta legitimidade ativa para defender direitos e interesses da categoria que representa, na qualidade de substituto processual, e de que não mais são exigíveis a individualização dos substituídos (item V da cancelada Súmula n.º 310) e a comprovação de serem ou não associados. Recurso de revista de que não se conhece. Sindicato. Legitimidade para atuar como substituto processual. artigo 8º, III, da constituição da república. 1. O artigo 8º, III, da Constituição da República de 1988 autoriza expressamente a atuação ampla dos entes sindicais na defesa - inclusive judicial - dos interesses da categoria. Já não paira controvérsia na jurisprudência desta Corte uniformizadora quanto ao entendimento de que o sindicato tem legitimidade para atuar como substituto processual de todos os integrantes da categoria, quando fundada a pretensão em direito individual homogêneo, havendo-se como tal o que tem origem comum. 2. Na hipótese dos autos, o sindicato busca, por meio de reclamação trabalhista, o pagamento de diferenças salariais decorrentes do uso inadequado do regime de prontidão previsto no artigo 244, § 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho - pretensão comum a todos os empregados da reclamada que exercem função de maquinista -, revelando-se legítima a atuação do sindicato, na qualidade de substituto processual. 3. A decisão proferida pelo Tribunal Regional reflete a correta interpretação do artigo 8º, inciso III, da Constituição da República, razão por que não há cogitar em sua vulneração. 4. Recurso de revista de que não se conhece. regime de prontidão. configuração. 1. Nos termos do artigo 244 da Consolidação das Leis do Trabalho, -as estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobre-aviso e de prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que faltem à escala organizada-. 2. Na hipótese dos autos, não há falar em substituição de empregados faltosos, nem tampouco se vislumbra hipótese de execução de serviços imprevistos. Assim, forçoso concluir pela inexistência de regime de prontidão, porquanto não há como equiparar o período despendido na espera dos trens atrasados com a execução de serviços imprevistos. Incólume o artigo 244, § 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho. 3. Recurso de revista de que não se conhece. (TST; 1ª Turma; Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa; Processo: RR - 142700-56.1998.5.17.0006; Data de Divulgação: DEJT 21/05/2010).
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Registra-se que os empregados relacionados no artigo 62 da CLT,
ou seja, trabalhadores externos estão excluídos dos direitos a sobreaviso,
prontidão e hora in intinere.
2.3 – INTERVALOS
Para que seja mantida uma boa relação de trabalho entre as partes,
é necessário que o empregado seja beneficiado com alguns períodos de
descanso, que são os chamados intervalos. Esses intervalos são concedidos
de forma diária, semanal e anual.
Os intervalos têm como objetivo, permitir que o trabalhador recupere
as energias gastas na jornada diária de trabalho, de forma a evitar que ocorram
problemas relacionados à fadiga física e mental.
Visa também proporcionar ao trabalhador maior contato com seus
familiares e com a sociedade, pois assim manteria a capacidade produtiva do
trabalhador.
Sergio Pinto Martins entende ser intervalo para descanso
(MARTINS, 2001, p. 478):
São períodos na jornada de trabalho, ou entre uma e outra, em que o empregado não presta serviços, seja para se alimentar ou para descansar.
Pela duração diária existem os intervalos intrajornada e interjornada.
Pela jornada semanal, tem-se o repouso semanal remunerado, e por fim, pelo
labor anual têm-se as férias remuneradas.
Esses intervalos estão previstos na legislação e constituem uma
medida de proteção ao trabalhador, que têm o intuito de reduzir os impactos
dos excessos sobre o organismo.
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Nesse sentido, a ilustre magistrada Vólia Bonfim Cassar leciona
serem, os intervalos, regras imperativas que não podem ser modificadas
(CASSAR, 2008, p. 636).
Nesta esteira de raciocínio, é fácil concluir que tais regras são imperativas e não podem ser modificadas, nem para mais, nem para menos pela vontade das partes, salvo quanto o próprio legislador autorizar.
2.3.1 – Intervalo intrajornada
Intervalo intrajornada é o descanso concedido ao trabalhador dentro
da jornada de trabalho diária, é o intervalo para repouso ou alimentação.
Entretanto este intervalo não é computado na jornada de trabalho.
O intervalo intrajornada está previsto no artigo 71 e parágrafos da
CLT, bem como no artigo 72. Nele determina-se que quando a duração a
jornada diária exceder a seis horas, deve ser concedido ao trabalhador
intervalo de no mínimo uma hora, e no máximo duas horas, para repouso ou
alimentação. Para haver a majoração desse intervalo é necessário que haja
acordo escrito ou contrato coletivo.
Prevê o referido artigo, que caso a jornada seja de no mínimo quatro
horas e não exceda a seis horas diárias o intervalo obrigatório é de quinze
minutos.
No que diz respeito a não concessão ou a concessão de forma
parcial do intervalo para repouso ou alimentação o Colendo Tribunal Superior
do Trabalho editou as Orientações Jurisprudenciais nº 307 e 354, que dispõe
que deve haver pagamento do total do período correspondente, com acréscimo
de no mínimo 50% do salário hora, entende ainda ter tal parcela natureza
salarial.
Já no artigo 72 do mesmo dispositivo legal, há previsão de intervalo
de dez minutos a cada noventa minutos de trabalho para serviços de
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mecanografia. Estes minutos não devem ser deduzidos da duração normal do
trabalho.
2.3.2 – Intervalo interjornada
Intervalo interjornada é aquele concedido entre duas jornadas de
trabalho diárias, e se consolida no final da jornada de um dia ao início da
jornada do dia posterior.
Maurício Godinho Delgado define intervalo da seguinte forma
(DELGADO, 1998):
Os períodos de descanso conceituam-se como lapsos temporais regulares, remunerados ou não, situados intra ou interjornadas diárias ou semanais ou ainda no ano contratual, em que o empregado pode sustar a pretensão de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias ou de sua inserção pessoal, familiar ou comunitária.
A CLT garante ao trabalhador, através do artigo 66, que o intervalo
entre as jornadas não deve ser menor do que onze horas consecutivas de
descanso.
Nesse sentido o TST cristalizou o seu entendimento através da
súmula 110, que preconiza o dever de indenizar como hora extra a não
observância do intervalo em referencia.
Caso haja feriado ou folga entre um dia de trabalho e outro o
empregado terá direito a um repouso de vinte e quatro horas além do repouso
de onze horas, totalizando assim trinta e cinco horas de repouso.
2.3.3 – Repouso semanal remunerado, feriados e férias
O repouso semanal remunerado está previsto na CLT, nos artigos
67 a 70 da CLT, e segundo o doutrinador Francisco José Ferreira Neto pode
ser definido como (NETO, 2004, p. 567)
29
Descanso semanal remunerado é o lapso temporal correspondente a vinte e quatro horas consecutivas, de preferência aos domingos e nos feriados, nos quais o empregado não é obrigado a comparecer ao serviço, uma vez por semana, recebendo a remuneração correspondente.
O direito ao referido descanso ocorre após seis dias de trabalho
consecutivos, ou seja, no sétimo dia de trabalho deve ser concedido o
descanso semanal remunerado ao empregado.
Ainda nesse liame, esclarece que ao menos uma vez a cada quatro
semanas o descanso semanal deve recair no domingo.
Já no que tange ao trabalho realizado em dia destinado ao repouso
ou em feriado, o TST editou a súmula 146, que por sua vez, determina o
pagamento em dobro do dia, sem que haja prejuízo da remuneração relativa ao
repouso.
Tanto o repouso semanal remunerado, quanto as férias são
hipóteses de interrupção do contrato de trabalho.
As férias por sua vez, correspondem ao descanso anual remunerado
que o trabalhador tem direito após um ano de trabalho, seja o contrato por
prazo determinado ou indeterminado.
As férias têm como finalidade a eliminação da fadiga remanescente
ao trabalhador mesmo após os períodos de descanso semanal remunerado. As
férias têm, em regra, duração de trinta dias corridos.
Para Arnaldo Sussekind “as férias se constituem em uma forma de e
higiene social e mental” (SUSSEKIND, 2005, p. 881).
O direito às férias é irrenunciável correspondendo assim a um
descanso remunerado obrigatório. Entretanto o trabalhador no gozo de suas
férias tem o dever de não trabalhar em outro local.
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2.4 – TRABALHO NOTURNO
Entende-se como trabalho noturno, o que se inicia às 22 horas e se
finda às 05 horas do dia seguinte. Assim, está previsto no artigo 73 e
parágrafos da CLT.
O legislador fixou ainda que a hora noturna deva equivaler a 52
minutos e 30 segundos, e que deve ser pago ao trabalhador que labora nesse
horário um adicional de 20% superior do diurno.
2.5 – TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO
O trabalho em tuno ininterrupto de revezamento está previsto no
artigo 7º inciso XIV da Constituição Federal, que é o trabalho com duração de
seis horas em turnos que se revezam ininterruptamente, salvo negociação
coletiva.
Esses turnos normalmente ocorrem quando há uma sistemática de
funcionamento da empresa vinte e quatro horas por dia.
Para tanto, a magistrada Vólia Bonfim define da seguinte forma o
motivo da redução da carga horária para seis horas diárias (CASSAR, 2008,p.
652):
Em face da grande nocividade que a variação de horários ocasionava, subvertendo o relógio biológico e segregando hormônios, sono, convívio social e familiar, bem como aplicação leviana deste sistema a outras atividades não atingidas pela lei nem comento, o legislador constituinte reduziu a carga horária diária para seis horas – art. 7º, XIV da CRFB.
Não resta dúvida que o trabalho em jornada de revezamento causa
uma grande sobrecarga no organismo do trabalhador, que tem dificuldades a
se adaptara diversas variações ambientais.
31
No mais, registre-se que o TST cristalizou seu entendimento através
da súmula 423, de que caso seja estabelecida jornada superior a seis horas e
limitada a oito horas por negociação coletiva, a sétima e oitava hora laboradas
pelos trabalhadores submetidos ao turno ininterrupto de revezamento não são
computadas como extra.
2.6 – TRABALHO POR TEMPO PARCIAL
O trabalho por tempo parcial está previsto no artigo 58-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, e estabelece que tais jornadas não podem
exceder a vinte e cinco horas semanais.
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
Apesar de não haver determinação expressa, entende-se que
mesmo nesses contratos a jornada diária limita-se oito horas.
Nestes casos os empregados contratados por tempo parcial
recebem salários proporcionais a jornada de trabalho. A empresa que adotar tal
regime deve fazê-lo através de negociação coletiva.
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CAPÍTULO III
TRABALHO ALÉM DA JORNADA E ALTERAÇÃO DA JORNADA
TRABALHO
3.1 – DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS
Horas suplementares ou extraordinárias são aquelas horas que
ultrapassam a jornada de trabalho normal fixada pela lei, convenção coletiva,
sentença normativa ou até mesmo contrato individual de trabalho.
A CLT dispõe sobre horas extras dos artigos 59 à 61, onde
determina que a jornada diária de trabalho pode ser aumentada em até duas
horas. Porém, nesses casos é devido o pagamento do adicional de horas
extras.
Para Valentin Carrion as horas extras compreendem (CARRION,
2000, p. 102):
Trabalhados além da jornada normal de cada empregado, comum ou reduzida; é o caso do bancário que trabalha sete horas; ou do comerciário que pactue e trabalhe apenas quatro horas por dia, a quinta hora já será extra; de outro modo o empregador podia contratar jornada inferior a habitual, convocando o empregado a trabalhar oito horas, apenas quando lhe conviesse, sem garantir-lhe salário de oito horas.Mesmo sem ultrapassar a jornada normal, são consideradas horas extraordinárias as que se trabalham em dia útil quando o empregado não tem obrigação de fazê-lo.
Registre-se que nenhum trabalhador não é obrigado a laborar em
jornada extraordinária. Contudo, neste mesmo contexto, o artigo 61 da CLT
determina que pode haver trabalho além da jornada legal ou convencionada,
mesmo sem que haja a autorização do trabalhador, nos casos de força maior,
serviços inadiáveis ou que cuja a inexecução cause prejuízo manifesto.
33
É certo que as horas suplementares realizadas pelo trabalhador
devem ser remuneradas em no mínimo 50% da remuneração da hora normal.
3.2 – COMPENSAÇÃO DE JORNADA
O regime de compensação das horas de trabalho ocorre quando há
um aumento da jornada de trabalho em um dia e a diminuição correspondente
no outro, de forma a distribuir as horas trabalhadas a mais de um dia pelas
trabalhadas a menos no outro.
A compensação da jornada de trabalho acontece para que sejam
preservados os módulos de horários previstos em lei, que são semanal, no
módulo de quarenta e quatro horas, mensal de duzentas e vinte horas ou até
mesmo anual no módulo de duas mil seiscentos e quarenta horas.
A CLT dispõe sobre a compensação da jornada no artigo 59,
especificamente nos parágrafos 2º e 3º, instituindo assim o banco de horas.
Art. 59 §2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
§3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extra não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
No entendo mesmo que a empresa tenha instituído o banco de
horas, deve ser respeitado o limite de jornada de dez horas diárias, que
conforme dispõe o artigo acima transcrito, devem ser compensadas no limite
máximo de um ano.
34
Registre-se também que para que haja a implementação do banco
de horas é necessário que exista acordo ou convenção coletiva.
Caso o banco de horas não preencha as formalidades legais, este
será nulo e acarretará no pagamento das horas laboradas além da jornada
contratual.
3.3 – CARTÕES DE PONTO
O parágrafo segundo do artigo 74 da CLT determina que é
obrigatório aos empregadores que possuírem mais de dez funcionários por
estabelecimento terem registro formal e idôneo de controle de freqüência de
cada funcionário.
Tal controle deve ser realizado através de cartão de ponto mecânico,
manual ou eletrônico, estes cartões por sua vez devem traduzir a real jornada
de trabalho do empregado, possibilitando assim o pagamento das horas extras
por ventura realizadas.
A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho adotou a tese de
que os cartões de ponto que marcam jornadas britânicas são inidôneos. Esse
entendimento esta consubstanciado na súmula 338, II do TST.
Cabe mencionar que as micro-empresas, mesmo que possuam mais
de dez funcionários estão dispensadas da exigência .
3.4 – EMPREGADOS EXCLUIDOS DA JORNADA DE TRABALHO
Os empregados que exercem suas atividades de forma externa, ou
seja, fora da fiscalização e do controle do empregador são excluídos da
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limitação da jornada de trabalho. Até mesmo, porque nesses casos, não há
como o empregador conhecer a real jornada de trabalho exercida pelo
empregado.
Contudo, para que o trabalhador seja realmente excluído do controle
da jornada, faz-se necessário que além de exercício das atividades de forma
externa, haja efetivamente a incompatibilidade de fixação de horário de
trabalho.
É o que prevê o artigo 62 da CLT:
Não são abrangido pelo regime previsto nesse capítulo:
I – os empregados que exerçam atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II – os gerentes, assim considerados os exercentes de cargo de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
O doutrinador Valentin Carrion, advoga no sentido que os serviços
externos estão fora do controle do empregador, não havendo como se
conhecer a real jornada (CARRIONA, 2009, p. 120):
O que caracteriza esse grupo de atividades é a circunstância de estarem todos fora da permanente fiscalização e controle do empregador; há impossibilidade de conhecer-se o tempo realmente dedicado com exclusividade à empresa.
Destaca-se que os trabalhadores que exercem as atividades laborais
de forma externa, conforme prevê o art. 62 da CLT, não possuem direito ao
pagamento de horas extraordinárias, nem dos adicionas referentes às horas
extraordinárias.
36
Quanto aos gerentes, que exercem cargo de confiança, insta
esclarecer que os mesmos devem receber uma gratificação pela função
exercida cuja o percentual não deve ser inferior a 40% do respectivo salário.
Também não fazem juz ao pagamento de horas extraordinárias, nem
aos adicionais previstos a este título, os trabalhadores domésticos, pois a estes
também não se aplica o disposto no inciso XIII do artigo 7º da Constituição
Federal.
Alguns doutrinadores entendem ser inconstitucional o artigo 62 da
CLT, haja vista que a Constituição Federal já previu serem oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais o limite máximo para duração da jornada de
trabalho, contudo esse entendimento não é majoritário.
Em simples análise ao dispositivo legal, verifica-se que o artigo
supracitado da CLT não determina que o empregado deva laborar em jornada
extraordinária. Este dispositivo legal se limita apenas a afirmar que
determinados trabalhadores não estão limitados ao controle do horário de
trabalho.
Este é também o entendimento do doutrinador Sergio Pinto Martins
(MARTINS, 2001, P. 443)
Não está mencionado que o empregado deva trabalhar mais do que a jornada especificada na Constituição, apenas que aquelas pessoas que não têm controle de horário ou gerentes, de modo geral, deixam de ter direito a horas extras.
Resta claro que os artigos acima citados não se atritam, mas se
completam, de forma que o disposto na CLT complemente da forma brilhante
uma possível brecha deixada pela Constituição Federal acerca de
trabalhadores que devido as atividades que realizam não tem condições de
manter um controle de horário.
37
3.4 – ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
Primeiramente, cumpre esclarecer que existe distinção entre
alteração do horário de trabalho e alteração da jornada de trabalho.
No primeiro, existe a alteração dos horários de entrada e saída no
trabalho, contudo a duração da jornada de trabalho permanece a mesma, ou
seja, não há alteração na quantidade de horas de trabalho diárias.
Esse tipo de alteração pode ocorrer mesmo sem autorização do
empregado, haja vista que faz parte do poder potestativo do empregador,
contudo não pode haver prejuízo ao trabalhador.
Contudo, no segundo, para que haja a alteração da jornada de
trabalho é necessário que tal mudança seja benéfica ao trabalhador, de forma
a ocorrer a redução da duração da jornada, sem a redução salarial.
Para que haja a redução salarial é necessário que a empresa
cumpra alguns requisitos, como comprovação de dificuldade econômica e
financeira. Ainda assim, é imprescindível a chancela do sindicato da categoria
e da homologação da redução na Delegacia Regional do Trabalho.
As exigências feitas para que possa haver a redução salarial visão
impedir que o empregador abuse do poder que detém sobre o trabalhador, e
unilateralmente reduza o valor mensal recebido pelo empregado.
Sobre o tema destaca-se o acórdão abaixo transcrito, que espelha o
entendimento do colendo TST:
SALÁRIO-MÍNIMO. PROPORCIONALIDADE À JORNADA DE TRABALHO. Apesar de o art. 7º, XIII, da CF, estabelecer a jornada de trabalho de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, o salário-mínimo só pode ser pago, de forma proporcional ao número de horas trabalhadas, ao empregado que tem jornada reduzida, na hipótese de restar previsto no contrato de trabalho que a remuneração será paga
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proporcionalmente à jornada de trabalho. No caso concreto, o acórdão recorrido consignou expressamente que não havia prova de que as partes pactuaram pagamento de salário proporcional à jornada de trabalho, não havendo como se admitir o pagamento proporcional do salário-mínimo à jornada de trabalho reduzida da Reclamante. Recurso de Revista conhecido e desprovido. (TST; 5ª Turma; Relator Ministro: Rider de Brito; Processo: RR 678007 678007/2000.2; Data de Divulgação: DJ 07/02/2003).
A doutrinadora Vólia Bonfim Cassar entende que caso haja a
alteração da jornada de trabalho pode ser aplicado analogicamente o previsto
no artigo 9º da Lei 5.811/72, que admite o pagamento de uma indenização em
virtude da alteração.
Ressalta-se que a prorrogação da jornada diária não constitui em
alteração da jornada de trabalho e sim labor extraordinário, devendo ser
remunerado com tal.
Diante do exposto, verifica-se que para que haja qualquer alteração
da jornada contratual, mesmo que visando garantir a sobrevivência da
empresa, devem ser respeitados os direitos constitucionais dos trabalhadores,
que normalmente é a parte hipossuficiente da relação contratual.
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CONCLUSÃO
A presente monografia partiu do pressuposto, de que jornada de
trabalho é um dos direitos mais importantes do trabalhador. Em vista desse
direito ressaltou-se a importância da limitação da jornada de trabalho por parte
do legislador. Como visto, tal limitação visa assegurar a integridade do
trabalhador e evita que o empregado abuse de poder de mando que detem
sobre o empregado
Inicialmente no primeiro capítulo foi elucidada a definição de jornada
de trabalho, passando pela evolução histórica da mesma. Mostrou-se também
que as expressões jornada de trabalho, duração de trabalho e horário de
trabalho são distintas, de modo que não podem ser confundidas. E por fim
nesse mesmo capítulo foi apresentada a classificação da jornada de trabalho.
Posteriormente, no segundo capítulo o estudo visou discorrer sobre
o tempo que o empregado permanece à disposição do empregador, tanto no
que se refere ao deslocamento quanto ao tempo em que aguarda ordens.
Ilustrou-se também acerca dos intervalos ocorridos durante o pacto laboral. Por
fim descreveu-se sobre trabalhos em jornadas diferenciadas, como trabalho
noturno, trabalho por tempo parcial e trabalho ininterrupto de revezamento.
Já no terceiro e ultimo capítulo, o presente trabalho discorreu acerca
da jornada extraordinária, indicando ainda que nesse caso pode haver
pagamento pela horas extraordinárias ou até mesmo compensação da jornada,
caso exista instituição de banco de horas.
Informou também que os trabalhadores que executam labor externo
são excluídos do controle de horário, bem como aqueles que exercem cargos
de confiança.
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Por fim, mas não menos importante, discorreu sobre a alteração da
jornada de trabalho, que como demonstrado, não pode ocorrer de forma a
prejudicar o trabalhador.
A pesquisa analisou também a legislação existente sobre a matéria,
bem como as súmulas e orientações jurisprudenciais do Tribunal Superior do
trabalho, não deixando de lado a analise do entendimento dos Tribunais
Regionais do Trabalho do Brasil e o entendimento de doutrinadores
renomados.
A presente monografia identificou também que o labor além da
jornada pode causar grandes prejuízos a saúde do trabalhador, de forma a
acarretar restrição na qualidade de vida do trabalhador.
Com o estudo, ficou evidenciado que o legislador ao limitar a
duração da jornada de trabalho visou proteger a integridade do empregado e
evitar que alguns empregadores cometem excessos exigindo que seus
funcionários laborem em jornadas que não possibilitem a descanso e o
convívio com a sociedade.
Por fim, identificou que qualquer as alteração da jornada de trabalho
deve ser feita com a chancela sindical e cumprindo as exigências legais, e
mesmo que tal alteração vise manter a integridade da empresa, não pode
prejudicar o trabalhador.
Conclui-se então, que o trabalhador tem direito de ver cumprida a
jornada prevista na lei ou no contrato de trabalho. Contudo caso haja labor
extraordinário, este deve ser pago como hora extra ou compensado, evitando
assim que o empregador utilize a força de trabalho do empregado sem a
devida contraprestação.
41
BIBLIOGRAFIA
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Paulo: Editora LTR, 2005.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Atualizada até
a Ementa Constitucional nº 56.
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT. Atualizado até a Medida Provisória nº 2.164-41,
de 28 de agosto de 2001.
CARRION, Valentin Carrion. Comentários à Consolidação das Leis do
Trabalho. 34 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
CASSAR, Vólia Bonfim Cassar. Direito do Trabalho. 2 ed. Rio de Janeiro:
Editora Impetus, 2008.
DELGADO, Maurício Godinho Delgado. Curso de Direito do Trabalho. 2 ed.
São Paulo: Editora LTR, 2002.
MARTINS, Sergio Pinto Martins. Direito do Trabalho. 13 ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2001.
NETO, Francisco Ferreira Neto e CAVALCANTE, Joubero de Quadros Pessoa
Cavalcante. Curso de direito do Trabalho. 2 ed. São Paulo: Editora Lumen
Juris, 2009.
SÜSSEKIND, Arnaldo Süssekind, MARANHÃO, Délio Maranhão, VIANNA,
Segadas Viana e TEIXEIRA, Lima Teixeira. Instituições de direito do Trabalho.
19 ed. São Paulo: Editora LTR, 2000.
43
ÍNDICE
RESUMO............................................................................................................ 5
METODOLOGIA................................................................................................. 6
SUMÁRIO........................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
CAPÍTULO I
JORNADA DE TRABALHO, DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.......... 11
1.1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA JORNADA DE TRBALHO...................... 12
1.2 – DEFINIÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO......................................... 13
1.2.1 – Jornada de Trabalho, Horário de Trabalho e Duração de
Trabalho........................................................................................................... 16
1.3 – CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO............................... 17
CAPÍTULO II
TEMPO A DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR E JORNADAS
DIFERENCIADAS ........................................................................................... 19
2.1 – HORA IN ITINERE...................................................................................20
2.2 – PRONTIDÃO E SOBREAVISO ...............................................................22
2.3 – INTERVALOS ..........................................................................................26
2.3.1 – Intervalo Intrajornada .........................................................................27
2.3.2 – Intervalo Interjornada .........................................................................28
2.3.3 – Repouso Semanal Remunerado, Feriado e Férias ......................... 28
2.4 – TRABALHO NOTURNO ........................................................................ 30
2.5 – TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO .................................... 30
2.6 TRABALHO POR TEMPO PARCIAL ....................................................... 31
CAPÍTULO III
TRABALHO ALÉM DA JORNADA E ALTERAÇÃO DA JORNADA DE
TRABALHO ..................................................................................................... 32
3.1 – DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS ...................................................... 32
3.2 – COMPENSAÇÃO DA JORNADA .......................................................... 33
3.3 – CARTÕES DE PONTO ........................................................................... 34
3.4 – EMPREGADOS EXCLUIDOS DA JORNADA DE TRABLHO .............. 34
44
3.5 – ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO ..................................... 37
CONCLUSÃO................................................................................................... 39
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 41