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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” Alguns Aspectos Importantes da Educação e das Universidades na Idade Média Por: José Carlos Pereira da Silva Orientador: Prof. Ms Marco A . Larosa Rio de Janeiro,Setembro 2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Alguns Aspectos Importantes da Educação e das

Universidades na Idade Média

Por: José Carlos Pereira da Silva

Orientador:

Prof. Ms Marco A . Larosa

Rio de Janeiro,Setembro

2001

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II

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Alguns Aspectos Importantes da Educação e das

Universidades na Idade Média

Apresentação de Monografia ao

CONJUNTO UNIVERSITÁRIO

CANDIDO MENDES como condição

prévia à conclusão do Curso de Pós -

Graduação ‘’Lato Sensu’’ em Docência

do Ensino Superior.

Por: José Carlos Pereira da Silva.

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III

AGRADECIMENTOS

São tantas pessoas que têm a ver com

a produção deste trabalho que citar nome por

nome será praticamente impossível. Quero,

porém, agradecer de um modo especial a

professora Daisy Mary (Prática de ensino,

História da educação) que com grande amor

e profissionalismo muito contribuiu para

consecução desta obra.

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IV

DEDICATÓRIA

Àquele que me escolheu antes do meu

nascimento e a quem amo com todas as

minhas forças.

À minha amada esposa Juçara que tem

sido uma das maiores benção de Deus em

minha vida.

E aos meus preciosos e queridos filhos,

Jônatas e Jairo.

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V

RESUMO

A proposta desse trabalho monográfico visa ressaltar. A grande

contribuição da educação e o advento das universidades na Idade Média.

A Idade Média é caracterizada por um período de muitos

contrastes pelos historiadores.

Nessa fase da história a religião era considerada como tudo para

o homem, a Educação Medieval se organizou imediatamente nessa base

tenente a subordinar lhe todas as atividades – principalmente profissional,

econômica, social – senão política, da qual não se cuidava.

Contribuíram para essa visão desfavorável, principalmente, a

atuação do tribunal da inquisição e a noção de mundo fechado dos feudos,

concebidos como verdadeiras ilhas, nas quais indivíduos nasciam e morriam

sem explorar o mundo ao seu redor.

A finalidade deste trabalho monográfico a é a de ressaltar a

grande contribuição a educação e dos adventos das universidades na Idade

Média.

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VI

METODOLOGIA

O trabalho proposto realizar-se-a através de uma pesquisa

bibliográfica, onde se fará uso de cerca de quinze livros abordando o tema:

Aspectos da Educação e da, Universidades na Idade Media, os quais serão

consultados e deles retirados algumas citações para o enriquecimento da

presente Monografia.

O estágio proposto de 80 horas, foi realizado na Universidade

Veiga de Almeida, que tem sua sede na Rua: Ibituruna, 108, Tijuca, Rio de

Janeiro.

O estagiário teve a oportunidade de participa re observar a turma

de concluintes do curso de pedagogia com habilitação para o magistério.

Entre essas observações destacamos: a objetividade e

subjetividade das questões apresentadas pelo professor ao aluno, o trato, o

relacionamento entre o educador e o educando, assim como o exemplo na

ética, do respeito, da conduta, entre outras observações que muito

enriqueceram o lado profissional do observador.

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VII

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1

Breve Resumo da História da Educação 10

CAPÍTULO II

Reconstruindo o Passado: A Idade Média 18

CAPITULO lll 28

As Universidades

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 44

CONCLUSÃO 52

ANEXO 57

FICHA DE AVALIAÇÃO 58

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VIII

INTRODUÇÃO

‘’Pensar o passado não deve ser visto como exercício de saudosismo, mera

curiosidade ou erudição. O passado não está morto, porque nele se fundam as raízes do

presente. É compreendendo o passado que podemos dar sentido ao presente e projetar o

futuro’’

(Aranha,1988, p.17)

Por educação entendemos ser parte integrante , essencial, da

vida do homem e da sociedade. É ela que mantém viva a memória de um povo

e dá condições para a sua sobrevivência.

Com efeito, a educação , embora fosse sob alguns aspectos

diversificada em relação a cada povo e época, apresentava características

gerais, que demonstram, por um lado, certas afinidades e evidentes sinais de

desenvolvimento e progresso.

Para alguns historiadores, a Idade Média teria sido uma época de

completo obscurantismo intelectual, ‘’uma longa noite de mil anos‘’. Que teria

enchido de trevas permanentes o domínio da cultura e do saber.

A transformação espiritual realizada no mundo pelo Cristianismo

repercutiu diretamente no domínio da educação, por ocasião da invasão dos

bárbaros, a cultura Greco-Romana esteve a ponto de ser destruída, o que só

não aconteceu graças, em grande parte, a atuação da Igreja Cristã. O papel da

Igreja durante a Idade Média foi de grande significado. Sua influência

estendeu-se não apenas ao domínio espiritual, mas também as artes, a

sociedade, a economia e mesmo as ciências, pois somente através da religião

foi possível educar os novos povos.

O ensino medieval oferece o interesse excepcional de constituir,

em si mesmo, um todo orgânico, coerente e, ainda , de ser a origem de todo o

sistema pedagógico dos tempos modernos.

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IX

Foi assim, na natureza moral do homem, apenas tocada pela

religião pagã e vagamente desvendada pela filosofia Grega, que se veio a

encontrar uma nova base de vida e uma nova solução de problemas

fundamental da educação e da vida moral.

Assim as preocupações morais e religiosas substituíram as

preocupações intelectuais, estéticos e físicos nos ideais e práticas educativas

que vivem a dominar.

Operou-se um completo reajustamento dos fatos educacionais e

sociais. Sob o cristianismo a religião separou-se da política. Com esta nova

restruturação da religião , da ética e da política sobrevieram ainda outros

reajustamentos de interesse vital para a educação.

À educação dos povos europeus na Idade Média, portanto, teve

como ponto de partida a doutrina da Igreja. Assim, a instrução nessa doutrina e

a prática do culto substituíram o elemento intelectual. Todos os tipos de

educação que se desenvolveram durante o longo período da Idade Média não

passaram de modalidades diferentes de preparação para um estado futuro.

(...) era a religião , que fornecia a fundamentação do poder

imperial, a motivação básica e a justificativa da política exterior, os temas e o

significado da produção cultural. Era ela que absorvia parte considerável dos

recursos econômicos, que determinava o cotidiano dos indivíduos do

nascimento à morte. Mais do que isso, o Império era – daí sua importância e

sua razão de ser – uma antecipação do Reino dos Céus, uma cópia imperfeita,

mas que preparava os homens para aquele. Para tanto deveria ser justo e

crente (...)

(1) Hilário Franco Júnior,Ruy de Oliveira Andrade Filho, 1985, p.12 – 13.

Coleção Tudo é História.

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X

CAPÍTULO I

BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

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XI

CONCEITOS

A história da educação é parte da história da cultura, tal como esta, por

sua vez, é parte da história geral. Não é fácil definir a história , da qual têm sido

dadas multissímas interpretações.

A história resulta da preocupação que o homem tem de

reconstituir o passado, relatando acontecimento por meio da seleção dos fatos

considerados relevantes e a partir de uma ordem cronológica .

A história é o resultado da realidade humana ao longo do tempo.

Não é, pois, matéria apenas do passado, senão que o presente também lhe

pertence, como corte, ou seção, no desenvolvimento da vida humana.Por outro

lado, a história da cultura se refere antes com produtos da mente do homem,

tais como se manifestam na carne, na técnica, na ciência na moral ou na

religião e em suas instituições correspondentes. A educação é uma dessas

manifestações culturais: e também tem sua história.

‘’Ora para ter uma idéia precisa do que seja a

história da educação, convém recordar o significado

da própria educação’’.(1)

Por educação entendemos, antes de mais, a influência intencional

e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de forma-lo e desenvolve-lo.

Mas significa também a ação genérica, ampla, de uma sociedade sobre as

gerações jovens, com o fim de conservar e transmitir a existência coletiva. A

educação é, assim parte integrante, essencial, da vida do homem e da

sociedade, e existe desde quando há seres humanos sobre a terra.

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XII

Por outro lado a educação e componente tão fundamental da

cultura quanto a ciência, a arte ou a literatura. Sem a educação não seria

possível aquisição e transmissão da cultura , pois pela educação é que a

cultura sobrevive no espírito humano. Cultura sem educação seria cultura

morta. E esta é também uma das funções essenciais da educação: fazer

sobrevier a cultura através dos séculos.

Ainda que a educação seja elemento essencial e permanente da

vida individual e social, não se realizou sempre do mesmo modo, mas tem

variado conforme as necessidades e aspirações de cada povo e de cada

época. A sociedade a que a educação se refere não é, com efeito, algo

estático, definitivamente constituído, mas em continuada mudança e

continuado desenvolvimento. Assim, a educação. Nesse sentido, tem a

educação sua história, que é a história da mudança e do desenvolvimento que

a educação tem experimentado através do tempo e dos diversos povos e

épocas. Por outro lado, como a educação é parte da cultura, e esta também

está condicionada historicamente, variando segundo as características dos

povos e das épocas , a história da educação, é também, parte da história da

cultura e estuda suas relações com a ação educativa.

Na verdade, as questões de educação são engendradas nas relações

que os homens estabelecem ao produzir sua existência. Nesse sentido, a

educação não é um fenômeno neutro, mas sofre os efeitos da ideologia, por

estar de fato envolvida na política.

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XIII

Os estudos sobre a história da educação enfrentam as mesmas

dificuldades que os da história geral , com a agravante de que os trabalhos no

campo específico da pedagogia são recentes e bastante os casos. Apenas no

século XIX os historiadores começaram a se interessar por uma história

sistemática e exclusiva da educação.

Além disso, conhece –se melhor a história da pedagogia, ou das

doutrinas pedagógicas, do que propriamente das práticas efetivas de

educação. Neste último caso, alguns degraus de ensino ( como o secundário e

o superior ) sempre preservaram documentação mas abundante do que, por

exemplo, o elementar e o técnico, trazendo dificuldades para a sua

reconstituição. Este breve capítulo introdutório serve para delinear o fio

condutor que orienta nossa análise no decorrer deste livro.

.

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XIV

1.1- Fatores

Do exposto depreende-se que a história da educação não é

apenas produto do pensamento e da ação dos pedagogistas e da gente da

escola, mas está integrada por muitos fatores históricos – culturais e sociais

dos quais o mais importantes são:

A situação histórica geral de cada povo e de cada época , isto

é, a posição ocupada pela educação nos sucessos históricos . Assim, a

educação européia do século XVIII, atormentado pelos eventos religiosos , não

é a mesma do Século XIX, cuja história se desenrola pacificamente.

O Caráter da Cultura – Hão de influir na educação da época,

segundo se destaquem, as manifestações espirituais- política ou religião,

direito ou filosofia. Assim,, a educação clássica é essencialmente política; o

medieval, religiosa; a do século XVII, realista; as do século XVIII, racionalista,

etc.

A Estrutura Social - A educação terá este ou aquele caráter,

segundo as classes sociais, a constituição familiar, a vida comunal e os grupos

profissionais predominantes. Assim, a educação ateniense era só para os

homens livres; a da Idade Média, para os cortesãos,etc.

A Orientação política - Seja o momento histórico de um povo,

imperial como na Roma do primeiro século, regional como na Europa do século

XV, absolutista como na Alemanha do século XVIII, ou revolucionário como na

França do mesmo século, assim será também sua educação.

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XV

A Vida Econômica – A educação varia segundo a estrutura

econômica, a posição geográfica, o tipo de produção. Assim, a educação

primitiva era principalmente agrícola e pastoril; a do século XIV, gremial e a do

século XIX, comercial e industrial.

A esses fatores históricos devem-se ajuntar os especificamente

educacionais e pedagógicos, que são:

Os ideais de educação, condicionados, em cada época, à

concepção do mundo e da vida: ao cavalheiresco , da Idade Média,

correspondente o ideal da educação do nobre; ao humanismo, a educação do

erudito.

A Concepção estritamente pedagógica, baseada nas idéias

educacionais mais importantes. A educação sensorialista de Locke é mui

diversa da idealista de Fichte; e naturalista de Roussou, da intelectualista de

Hebart; a progmática de Dewey, da cultura de Spranger.

A personalidade e a atuação dos grandes educadores são decisivas

para a marcha da educação: disso são exemplos, cada um em seu Gêveno,

Sócrates e Platão, Lutero e Inácio de Loyola, Comenius, Pestalozzi e Froebel.

As reformas das autoridades oficiais, como levados a cabo por

Frederico o grande na Rússia, Napoleão na França, Horace Mann nos Estados

Unidos, Sarmiento na Argentina, Transformam radicalmente a realidade

educacional.

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XVI

Finalmente, as modificações das instituições e métodos da educação,

como as de Ratke e Basedow nos tempos passados e de Montessori e Decroly

nos nosso tempos são também decisivos para a história da educação.

Vemos assim, como a educação está influências por fatores de todo

gênero. A educação, porém, influi reciprocamente em todos , Com efeito,

sempre que se tem pretendido realizar mudança essencial na vida dá

sociedade ou estado, tem-se apelado para a educação. Tal ocorreu, por

exemplo, com a reforma religiosa do século XVI ou com a revolução Francesa

do século XVIII. O mesmo pode dizer- se da cultura. As grandes conquistas da

ciência, como as realizadas após a renascença com Galileu e Copérnico, com

Bacon e Descartes, só se estabilizam e estabelecem mediante a ação

educativa. Institui-se assim, em suma-movimento de ação e reação entre

sociedade e educação e entre esta e a cultura; daí continuidade estabilidade

na história da pausa.

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XVII

1.2. Fases da História da Educação

No desenvolvimento histórico da

educação podem-se observar diferentes

fases, cada uma das quais com

características particular, embora não

exclusiva ou única, pois a vida humana não se

pode reduzir a esquemas simplistas. A vida

individual e a vida social estão, de fato,

constituídos por muitos ideais e muitas

instituições, que fazem a complexidade da

história. Tudo não obstante, podem-se

distinguir na história da educação as

seguintes fases principais:

1ª) A Educação Primitiva, dos povos originais anteriores à história

propriamente dita, e que podemos caracterizar como educação natural pois

nela a influência espontânea, direta, predomina sobre a intencional. Nesta fase,

ainda não existem povos ou estados, e sim apenas pequenos grupos humanos

dispersos na face da terra; tão-pouco se pode estabelecer aqui rigorosa

cronologia.

2ª) A Educação Oriental , ou seja, a dos povos em que já existem

civilizações desenvolvidas, geralmente de caráter antocrático, erudito e

religioso. Compreende países mui diversos, como Egito, Índia, Arábia, China e

o povo hebreu, entre outros. É difícil estabelecer cronologia exata, mas

podemos dizer que está fase abarca do século XX ao século X antes de Cristo,

ou cerca de vinte séculos.

3ª) A Educação Clássica, em que começa a civilização ocidental e que tem

sobretudo caráter humano e cívico. Compreende Grécia e Roma, as quais,

apesar das diferenças , tem muitos traços comuns. Sua vida cultural autônoma

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XVIII

desenvolve-se principalmente entre os séculos X a.c e V da e cristã, ou seja,

no espaço de uns quinze séculos.

4ª) A Educação Medieval, na qual se desenvolve essencialmente o

cristianismo, já principiado na fase anterior, agora passa a alcançar a todos os

povos da Europa, do século V ao século XV, quando já começa outra fase, sem

que, contudo, termine a educação cristã, a qual chega até nossos dias.

5ª) A Educação Humanista, a principio no renascentismo, no século XV,

embora antes já houvesse sinais dela. Esta fase representa retorno à cultura

clássica, mas, ainda mais, o surgir de uma nova forma de vida, baseada na

natureza, na arte e na ciência.

6ª) A Educação Cristã Reformada. Assim como se produz no século XV

renascença cultural humanista, surge no século XVI, como produto dessa

renascença uma reforma religiosa. Ocasiona, dum lado, o nascimento das

confissões protestantes, doutro, a reforma da igreja católica. É o que

geralmente se chama reforma e contra-reforma, e cada uma já alcança( como

as fases sucessivas) assim os povos da Europa como os da América.

7ª) A Educação Realista, em que se iniciam propriamente os métodos da

educação moderna, baseados nos da filosofia e ciências novas ( de Galileu e

Copérnico, Newton e descartes). Esta fase começa no século XVII,e se

desenvolve até os nossos dias; e dá lugar alguns dos maiores representantes

da didática (Ratke e Comenius).

8ª) A Educação Racionalista e Naturalista. Própria do século XVIII, no qual

culmina com a chamada ‘’ ilustração’’, ou seja, o movimento cultural iniciado na

renascença. É o século de Condorcet e Roussou, em cujo final começa o

movimento idealista na pedagogia, com Pestalozzi; por mais alto

representante.

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XIX

9ª) A Educação Nacional, iniciado no século anterior com revolução

Francesa, chega ao máximo desenvolvimento no século XIX e promove

intervenção cada vez maior do Estado na educação, formação de consciência

nacional, patriótica, em todo o mundo civilizado e estabelecimento da escola

primária universal, gratuita e obrigatória.

10ª) AEducação Democrática. Posto seja muito difícil caracterizara a

educação do século XX, seu traço mais marcante será talvez a tendência para

educação democrática, que faz da livre personalidade humana o eixo das

atividades, independentemente de posição econômica e social, e proporciona a

maior educação possível ao maior número possível de indivíduos.

Tais são, em grandes linhas, as principais fases percorridas pela

educação até nossos dias. E que cumpre ter apenas como marcos de seu

desenvolvimento histórico, o qual naturalmente continua em nossos dias e

seguramente continuará enquanto homem viver.

A educação presente é, com efeito,do mesmo passo, fase do passado e

preparação do futuro. É como um corte transversal que se fizesse no intérmino

evolver histórico da educação.

A história da educação, por isso, não estuda o passado pelo passado,

tal coisa morta, por uma erudição, mas antes como explicação do estádio atual.

–“ O passado como passado- diz Dewey - não é nosso objetivo. Se fosse

completamente passado, não haveria mais que uma atitude razoável:deixar

que os mortos enterrassem os mortos. Mas o conhecimento do passado é a

chave para entender o presente’’.(2)

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XX

(2) Dewey, Demográcia y educacion, Buenos Aires, Lousadda. 3ª ed;1957.

No mesmo sentido, diz o filosofo Karl Jasper:’’ É a história que

nos abre mas vasto horizonte, que nos transmite os valores tradicionais

capazes de nos fundamentar a vida. Libertar-nos do estado de dependência

em que nos achamos, inconscientes disso em relação à nossa época e nos

ensina a ver possibilidades mais elevadas e as criações inesquecíveis do

homem... Nossa experiência atual, melhor a compreendermos a luz de nosso

tempo. Nossa vida prossegue, enquanto o passado e o presente não deixar de

iluminar-se reciprocamente.’’(3)

Tais são, em grandes linhas , as principais fases percorridas pela

educação até nossos dias , e que cumpre ter apenas Omo marcos de seu

desenvolvimento histórico, o qual naturalmente continua em nossos dias e

seguramente continuará enquanto o homem viver.

.

(3) Karl Jasper, Introduction à La Philosophir, Paris. Plon. 1951

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XXI

CAPÍTULO II

RECONSTRUINDO O PASSADO:

A IDADE MÉDIA

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XXII

Reconstruindo o Passado: Idade Média

Temos visto que pelo, trabalho, o homem atua sobre o mundo,

transformando-o . Cada geração assimila a herança cultural dos antepassados,

ao mesmo tempo que se estabelece projetos de mudança. Ou seja, o homem

se insere no tempo: o presente humano não se esgota na ação que realiza,

mas adquire sentido pelo passado e pelo futuro.

Também na vida pessoal acontece algo semelhante: cada plano feito e

embasado na memória das experiências vividas, cujo significado se preocupa

compreender a cada passo. A própria interpretação desse passado sofre

variações à medida que as experiências vão se diversificando. Assim, o

significado da infância varia segundo a ocasião, por exemplo, enquanto a

estamos vivendo, quando entramos na adolescência ou nos tornamos adultos.

Ainda mais, ao nos relacionar-mos com crianças, sejam nossos filhos ou

alunos, sempre nos baseando na própria experiência, rememorada e

reinterpretada.

É bem verdade que essa retomada pode ser tornar menos subjetiva se

utilizarmos o recurso mas rigoroso da ciência, analisando a infância do ponto

de vista da psicologia ou da sociologia . Queremos dizer com isso que, de certa

forma, o homem ’’reconstrói’’ a história a partir do seu presente, e cada novo

fato o faz reinterpretar a experiência passada.

Reconstruir o passado, não é tarefa simples. Afinal, o relato supõe um

seleção de fatos conforme a sua relevância. Da’a importância de conhecer a

história como forma de descobrir as relações de poder e entraves que delas

resultam, para reorientar a ação.

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XXIII

2.1- Contexto Histórico

Dois amores constituíram duas

cidades: o amor de si levado até o desprezo

de Deus edificou a cidade terrestre, Civitas

Terrena; o amor de Deus levado até o

desprezo de si próprio ergueu a cidade

celeste; uma grande glória a si, a outra ao

Senhor; uma busca uma glória vinda dos

homens; para a outra; Deus testemunha da

consciência, é a maior glória. (Santo

Agostinho).

A Idade Média abarca um período de mil anos, desde a queda do

império Romano (476) até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453).

Esse longo tempo torna difícil descrever suas principais características sem

incorrer no risco da simplificação.

A alta Idade Média, período que sucede à queda do império, é

caracterizada por um estado de desagregação da antiga ordem e pela divisão

em diversos reinos bárbaros, formados após as sucessivas invasões.

.Até o século X dá-se uma transformação muito lenta, que

consiste na passagem do escravismo, o modo de produção de antiguidade

Greco-romana, para o feudalismo, o novo modo de produção da idade de

média. Com a expansão mulçumana, as cidades foram se despovoando,

perdendo sua importância, e um processo inverso começa a ocorrer: a

ruralização. Agora todos procuram proteção em torno do castelo do Senhor, e a

sociedade se torna essencialmente agrária, auto-suficiente na atividade

agrícola, no artesanato caseiro e no comércio local muito restrito, predominante

a base de trocas a ponto de quase fazer desaparecer a circulação de moedas.

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XXIV

A sociedade que deriva desse novo modo de produção é

essencialmente aristocrática, estabelecida sob os laços de suserania e

vassalagem que entremeiam as relações entre senhores da terra. No alto da

pirâmide está o rei ( que na verdade, tem seu poder enfraquecido pela

fragmentação e autonomia dos senhores locais , e com o tempo, com a

supremacia do poder papal ); O Clero ( que também possui terras) e a Alta e

Pequena nobreza (Duques , Marqueses, Condes, Viscondes, barões,

cavaleiros). No fundo feudal, a condição dos homens é determinada pela sua

relação com a terra: os que são proprietários(nobreza e clero) tem poder e

liberdade. O outro extremo se encontram os servos da Gleba, os despossuídos

impossibilitados de abandonar as terras do seu senhor, ao qual são obrigados

a prestar serviços.

Em tal contexto de fragmentação, a religião surge como elemento

agregador. Logo no início da formação dos reinos bárbaros, seus chefes são

paulatinamente convertidos ao cristianismo,e a igreja católica (‘’católica”

significa universal) se transforma em soberana absoluta da vida espiritual.

Lentamente vai se estabelecendo uma aliança entre Estado e igreja, cuja

expressão máxima ocorre na pomposa cerimônia de coroação de Carlos

Magno, imperador do Império romano do Ocidente, no ano de 800, pelo papa

Leão III. A influência da igreja, deixa de sr exclusivamente espiritual e se torna

efetivamente política.

E como fica a herança cultural Greco-Latina nessa situação? Apesar dos

tempos turbulentos, ela permanece resguardada nos mosteiros. São os

monges os únicos letrados em um mundo onde nem nobres, nem servos

sabem ler. Podemos , então , antever a importância e a influência que a igreja

vai exercer, não só no controle da educação , como também na fundamentação

dos princípios morais, políticos e jurídicos da sociedade medieval.

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XXV

No entanto, não devemos considerar todo o período medieval intelectual

obscuro: ‘’idade das trevas’’ são denominações resultantes da visão pessimista

e tendenciosa que o renascentismo teve a respeito da idade média.

Embora na alta idade média tenha havido estanagnação em vários

momentos há expressões diversas de uma produção cultural às vezes tão

heterogênea que é difícil reduzi-la ao que poderia ser chamada genericamente

de pensamento medieval.

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XXVI

2.2 O Significado da Educação Medieval

Por sucessivos decretos(312,313,321,etc) do imperador

Constantino, o cristianismo tornou-se a religião oficial do império romano,

vindo a predominar em todo o império, pelo menos de maneira formal. Após a

queda do império do ocidente (476), o controle político foi indireto até à

restauração de Carlos Magno(800). Enquanto isso, para todos os efeitos, o

governo do povo passava para igreja naquilo que era prático. Mas nem por isso

se poderia dizer que as massas do povo estivessem cristianizadas, em espírito

e em conduta. A conversão política da população romana mal atingia as idéias

e a conduta. É verdade que as exibições de gladiadores, a exposição de

crianças e costumes pagões semelhantes tinha sido suprimidos com o tempo;

mas; no coração, as massas do povo quase não mudaram. A conversão dos

bárbaros durante o VI e o VII séculos também foi uma conversão política.

A grande necessidade para ambos , o romano decadente e os bárbaros

godos e vândalos, era uma preparação elementar de conduta e espírito para

enfrentar a substituição de novos ideais de vida de novos motivos de conduta.

Nem a religião dos Gregos e dos romanos tinham dado isto, Mas sob o domínio

do cristianismo a educação recebeu um caráter totalmente novo. A instrução na

doutrina da igreja e a prática do culto substituíram o elemento intelectual; uma

disciplina rígida de conduta substitui o treino físico e retórico.

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XXVII

A educação tornou-se regime de preparação para um estado

futuro. Do ponto de vista desta nova disciplina devia-se suprimir todo o excesso

de interesses naturais , tudo o que tivesse ligado a este mundo e as atividades

era um mal; toda atenção ao desenvolvimento da personalidade e ao cultivo

do gosto estético ou intelectual, em grande pecado. Do século VI até XIII as

preocupações intelectuais foram praticamente eliminadas da educação . e

quando readmitidas mais tarde não escaparam à concepção disciplinar de

educação. Todos os tipos de educação que se desenvolveram durante o longo

período da idade média, antes de renascimento clássico do século XV, não

passaram de modalidades deste conceito disciplinar. Por intermédio de um

treino rígido, tanto físico como intelectual e moral, o indivíduo devia preparar-se

para um futuro ligado do presente pelo tempo e pelo caráter. Sob o domínio da

igreja e do monarquismo este estado futuro tornou-se a ‘’outra vida’’. Durante

todo este período predominou assim uma nova concepção de educação em

completo antagonismo com o liberal e individualista dos Gregos, e com a

prática e social dos romanos.

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XXVIII

2.3- O Conteúdo Da Educação Medieval (Síntese)

O principal conteúdo da educação medieval era constituído pelas

setes artes liberais e a escolástica.

A origem das artes liberais , compreendendo a gramática, a retórica a

dialética, a teoria da música, a geometria e a astronomia, como forma de

currículo escolar, remonta Platão, mas foi só depois da época de Alexandre

que essa teoria veio a ser posta em prática. Chamou-se então, a esse sistema

de currículo de Enkyklios Paidéia, expressão que se traduz por enciclopédia, e

que segundo Otto Willmann, significa ‘’ formação dos estudos de usos comuns’’

. entre os romanos, esse sistema de currículo tornou-se comum devendo-se a

Cícero, a sua designação de artes liberais. Mas, ao que parece, não havia

ainda, entre os romanos dos tempos clássicos, pleno acordo sobre o número e

a espécie das matérias que constituíram esse currículo escolar. Assim é que,

no primeiro século a . c .escrevendo sobre as artes liberais, inclui Varrão, entre

estas, a arquitetura, a medicina e a filosofia, e um pouco mais tarde, no

primeiro século da era cristã , Quintiliano, ocupando-se do mesmo assunto,

omitia a aritmética e a dialética.

Deve-se, ao que parece, a Marciano Capela, No século V, a definitiva

sistematização das artes liberais como forma de currículo escolar, pois foi pelos

seus estudos que se fixou em sete o número dessas artes e se definiu a

natureza de cada uma delas. Ainda não aparece, entretanto, mesmo nessa

época, a divisão das artes liberais nos dois grupos que se vieram a constituir

mais tarde: o Trivium, constando das ciências lógicas e filosóficas, que eram a

gramática, a retórica e a dialética; e o Quadrivium, formados pelas ciências dos

números: Aritmética, teoria musical, geometria e astronomia.

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XXIX

Nas escolas cristãs, principalmente nas escolas episcopais e

monásticas, as artes liberais constituíram, desde cedo, a forma visual do

currículo e foi por esse modo que o sistema veio a vigorar, de forma quase

generalizada em toda educação medieval.

Deve ser notado, entretanto, que embora as artes liberais estudadas nas

escolas cristãs da idade média fossem, nominalmente, as mesmas da

antiguidade, a natureza e a orientação desses estudos , sob a influência do

cristianismo, vieram a modificar-se sensivelmente, sobretudo por ser toda a

formação medieval fortemente impregnada pelo espírito de sacralidade, o que

orientava todos os estados no sentido da filosofia e da teologia. Assim era que

o estudo da gramática, que incluía literatura, como antigamente, era totalmente

baseado nos escritos dos padres da igreja e das Escrituras Sagradas, e a

política inspirada também em autores cristãos, como

Boécio, Casidoro e Marciano Capela, tinha como objeto controvérsio de

natureza religiosa. A retórica que não tinha nas escolas confessionais era mais

orientada no sentido da redação de que no sentido da oratória, pois naqueles

tempos, era muito comum, no meio da nobreza e das classes abastadas,

geralmente analfabetas, recorre-se ao trabalho dos “clérigos”, expressão que

passou a ser sinônimo de letrado, para correspondência ou outro qualquer

trabalho intelectual .

A Aritmética se limitava aos rudimentos do cálculo, pois, até o

século XIII, não eram conhecidos ainda os algarismo arábicos, prevalecendo

até então o sistema de se calcular pelos dedos das mãos, ou recorrendo-se as

tábuas cálculos, os ábacos. Imprimia-se também, ao estudo dessa matéria

certo sentido de misticismo, atribuindo-se aos números uma significação

religiosa .

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XXX

A música teórica era estudada pelo tratado de Música, de Boécio,

que nos cinco volumes dessa obra, se inspirou inteiramente nos gregos.

A Geometria, até o século XI ou XII, era muito rudimentar,

limitando-se aos ensinamentos de Marciano Capela, em que se trata menos

dessa matéria de que de Geografia. Daquela época em diante, quando foi

encontrado o tratado de Boécio, em que se resume a obra de Euclides, é que

esses estudos se desenvolveram.

A Astronomia incluía alguns elementos de Geografia e

Cosmografia e seu estudo era considerado de muita importância,

principalmente porque por esse meio é que se poderia determinar as datas das

festas moveis da Igreja.

Ao tempo do florescimento das Universidades, foram introduzidas

no currículo das faculdades de artes a Física, a Metafísica e a Ética e para não

se alterar a antiga tradição das sete artes liberais e sua divisão em duas

partes, as matérias que constituíram o quadrivium Aritmética, Música,

Geometria e Astronomia passaram a constituir uma só disciplina, sob a

designação de matemática, completando-se as artes com as novas disciplinas.

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XXXI

2.4- A Escolástica

A Escolástica, sendo na sua essência uma filosofia, a filosofia das

escolas, foi também de certo modo, uma pedagogia, isto é, um estilo de vida e

uma disciplina intelectual, uma ordenação no exercício das faculdades

intelectuais para uma eficiente pesquisa da verdade.

Foi graças a esse caráter eminentemente pedagógico, que a

Escolástica, no dizer de um insuspeito “salvou a Europa do suicídio moral, da

ignorância e da sensualidade”. (Tomas Davidson, opcit.).

O objetivo principal da Escolástica era a sistematização do saber

num todo harmonioso e orgânico e não como já se tem dito, uma conciliação a

todo custo entre a ciência e a fé. Certamente a Escolástica, tinha um conteúdo

ideológico, formado por certos princípios aceitos como incontestáveis e que

deveriam servir de base a toda atividade intelectual. Seria uma grande

diminuição do verdadeiro conceito da Escolástica pretender reduzi-la a uma

simples metodologia ou a uma dialética vã, como a dos sofistas antigos.

Essa base ideológica da Escolástica não constituiu, porém, uma

limitação do campo de investigações científicas e filosóficas que ela abrangia.

ao contrário disso, os conhecimentos escolásticos, como reconhece Paull

Monroe, puderam atingir profundidades poucas vezes igualadas nos tempos de

hoje, e, ainda em nosso dias, esses estudos servem de “base e arcabouço

para a vida intelectual de grandes porções da sociedade Moderna”.

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XXXII

As origens próximas da Escolásticas podem ser situadas nas

disputas doutrinárias dos séculos XI e XII entre realistas e nominalistas sendo

seu precursor, principalmente no campo da educação e da pedagogia, Santo

Anselmo, na sua atividade intelectual, em demonstrar a harmonia do

conhecimento natural com a verdade revelada, ou, noutras palavras, entre a

ciência e a fé. Como diretor da escola monástica de Bec, na Normandia,

conseguiu elevar essa casa de ensino a uma grande centro de vida intelectual.

Combateu Santo Anselmo com excessivo rigor das escolas de seu tempo e

procurou aplicar em sua escola processo de disciplina mais suaves e

convenientes.

Os Principais Representantes Da Escolástica São:

• Santo Anselmo (1033 – 1109) o primeiro a fazer distinção entre saber e

crença.

• Santo Alberto Magno (l200 – l280) denominado o Doutor Universal,foi o

primeiro a reproduzir a filosofia de Aristóteles em forma sistemática.

• Santo Tomás de Aquino (1255 – 1280) O Doutor Angélico, foi o mais

influente de todos. Sua monumental obra, a suma Teologia representa a

culminância da escolástica.Santo Tomás de Aquino admite, como Santo

Agostinho, que Deus é o verdadeiro mestre que ensina dentro de nossa

alma, porém sublima a necessidade de uma ajuda exterior.

• John Duns Scot (1266-1308) Doutor Sutil, Celebrizou-se como fundador

de uma escola de teologia rival de Santo Tomás de Aquino.

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XXXIII

• Guilherme de Occam (1300 – 1350) O Doutor Invencível, negava que as

doutrinas teológicas pudessem ser demonstradas pela razão e

sustentava que era totalmente matéria de fé.

E foi assim que estas teorias filosóficas propiciaram soluções,

características a todos os problemas teológicos. A velha escolástica continuou

a existir, mas já não representava a nova vida intelectual nem ideaís e

processos educacionais mais vigorosos.

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XXXIV

CAPÍTULO lll

AS UNIVERSIDADES

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XXXV

Uma Visão Geral

Se bem que tenham existido universidades no mundo antigo,

principalmente naqueles lugares por onde irradiou a cultura helênica, a

universidade Medieval tem entretanto, características especiais que

essencialmente a diferenciam das instituições da antiguidade a que os

historiadores dão essa denominação. É isso que leva Stephen d Irsay a dizer

que, “embora tenham conservado e incorporado no seu seio a preciosa

tradição do mundo antigo, as universidades (medievais) representam, desde o

seu nascimento, alguma coisa absolutamente nova, tão nova como o canto

chão e a polifonia, como a catedral romana e gótica, como a própria Igreja,

que criou todas essas grandezas de nosso Mundo Ocidental”.

Histoire des Universittes Françaises et etrangeres’’, Paris.’Éditions

Auguste Picard 1933. Pág. 3

Deste mesmo parecer é René Aigran, para que a Universidade

Medieval essencialmente se distingue das antigas escolas a que se dá essa

denominação sobretudo pelo seu caráter comunitário e institucional. É por lhes

faltar esse caráter institucional “escreve ele, “muito mais de que pelo seu

programa, que os centros de altos ensinamentos mais antigos não deveriam

ser chamados de universidades”.

A universidade Medieval, e, sobretudo, a sua configuração

jurídica, em confronto com as universidades antigas, que eram entidades, por

assim dizer, estritamente pedagógicas. Isso se tornará mais claro quando

abordarmos em sua origem e em sua natureza, a Universidade Medieval.

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XXXVI

4.2- Origem das Universidades.

A palavra universidade (universitas) não significa, inicialmente um

estabelecimento de ensino, mas na Idade Média designa qualquer assembléia

corporativa, seja de marceneiros , curtidores ou sapateiros. No caso o que nos

interessa aqui, trata-se da universidade dos mestres e estudantes. No espírito

das corporações, são os resultados da influência da classe burguesa, desejosa

de ascensão social.

Sob o impulso do interesse na dialética, várias escolas ligadas ás

catedrais e mosteiros conquistaram uma posição de destaque nos fins do

século XI e princípios do XII. Encontramos já em Paris os elementos

essenciais da universidade – os estudantes e mestres – antes do meado do

século XI com o século XII, a Europa Ocidental ,especialmente a Igreja

começou a libertar-se daquela singular opressão proveniente da crença de que

o fim do mundo estava próximo, o que as inibia para qualquer iniciativa de

maior liberdade intelectual. Com efeito durante os séculos X e XI, os

normandos, tendo adotado uma vida sedentária , deram a França e a Inglaterra

um período de relativa paz, que permitiu o desenvolvimento dos interesses de

uma civilização estável. Embora não revelassem até então grande interesse

pelos aspectos culturais da vida, estes mesmos normandos, eram dotados de

vigorosas inteligências. Daí serem atraídos para a discussão da dialética com

um ímpeto que jamais teriam para simples estudo literário e, a medida que

suas demais atividades se concertavam na nova ordem complexa da

sociedade, mais se voltavam eles para a vida intelectual . O novo sangue

teutônico afetou a Itália, tanto quanto a Inglaterra, a França e a Alemanha. O

papado e a Igreja em geral tinham se resgatado de seu período de maior

degradação e ganharam, pela luta com os imperadores do Sacro Império

Romano, novo vigor e novos interesses. Isto afetou as ocupações intelectuais

e estimulou o estudo da dialética, da teologia e do direito canônimo. O

desenvolvimento do comércio e do governo municipal, especialmente nas

cidades italianas, estimulou os interesses e o ensino seculares.

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XXXVII

Neste meio tempo, começou o movimento das cruzadas. Acabou-

se o isolamento da sociedade européia, que sob o feudalismo primitivo não

tinha sido realmente uma sociedade, mas uma série de grupos isolados.

Incrementou-se a comunicação das idéias e o horizonte intelectual abriu-se

consideravelmente. Descobriu-se que os “bárbaros” do Oriente tinham razão

para considerar por sua vez, o povo do Ocidente como “bárbaro”. A atitude de

inquérito e de livre exame do oriente começou a favorecer o ocidente. Este

contato com o oriente e com a cultura sarraçena não só trouxe a Europa um

conhecimento da cultura e ciência árabe, como também proporcionou ao

século XIII um conhecimento mais completo de Aristóteles e da filosofia Grega.

Estas influências combinaram-se

em proporções variadas, não houve duas

universidades que fossem fundadas pelo

concurso das mesmas circunstâncias. Cada

uma teve a sua causa peculiar de origem, na

realidade as primeiras universidades foram

escolas onde se seguiam um ou dois estudos

especiais.

A primeira universidade européia foi a Escola de Medicina de

Salermo, na Itália, quiçá por influência da cultura oriental arábica. A ela segui-

se, ainda na Itália, a de Bolonha, dedicada especialmente ao estudo direito e

fundada também no século XII. Mas nenhuma importou-se para cultura

ocidental como a de Paris, fundada no século XIII surgida da escola catedral

de Notre Dame, e que modelou as demais universidades européias. Seguiram-

se a ela, no mesmo século, as de Oxford e Salamanca e, mais tarde, muitas

outras, até que pelo fim do século XV contava a Europa umas oitenta.

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XXXVIII

A forma de nascimento das universidades é muito variada. Umas

vem espontaneamente, da autoridade e atração de um mestre, como as de

Paris, Salermo e Oxford; outras por fundação do papa, como as de Roma Pisa

e Montpellier, outras por edito do príncipe, como as de Salamanca e Nápoles,

e outras (o que é mais freqüente) são criadas por ambos os poderes, como as

Praga, Viena, etc.

3.2 - A Fundação Das Universidades

No sul da Itália, onde se estabeleceu um intimo contato com os

sarracenos, os normandos e a antiga população de origem grega, surgiu no

Mosteiro de Salero, um interesse particular pelo estudo e pratica da medicina.

O trabalho e o ensino dos monges neste setor foi estimulado pela primeira

Cruzada e a forma dessa escola foi espalhada pelos cavaleiros que voltavam.

A sombra da influencia monástica desenvolveu-se uma escola para ensino da

Medicina, que, de certo modo, se tornou a primeira universidade. Em 1224, a

escola uniu-se com sua vizinha, de Nápoles, concedeu-lhe Frederico II a sua

carta de autonomia e recebendo a denominação de universidade de Nápoles.

Nas cidades Italianas do norte, em luta por seus direitos contra o

imperador Germânico surgiu um novo e vital interesse pelos direito romano.O

imperador baseava a maioria de suas pretensões de autoridade nos direitos

dos antigos imperadores romanos; as cidades procuraram combater estações

legais que tinham sido a muito tempo esquecidos. Surgiram, em muitas destas

cidades, escola para o estudo de direito. A de Bolonha tornou-se famosa pelo

maior de seus primeiros mestres, Irnério (l067 – ll38), do mesmo modo que a

de Paris se notabilizava por Abelardo e pelo grande numero de estudantes que

ai se reuniram.

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XXXIX

Estas corporações de estudantes e mestres obtiveram privilégios

dados em documentos escritos pelo imperador ou pelo papa: a carta, ou cartas

da instituição. Só muito mais tarde é que uma instituição se organizou pela

concessão imediata e desejada de todos os privilégios. Em Bolonha a primeira

carta foi concedida pelo imperador Frederico I , em ll58 . Paris recebeu o seu

primeiro reconhecimento de Luis VII, em 1180, e do papa mais ou menos ao

mesmo tempo. Seu reconhecimento completo veio em l200. Para Oxford e

Cambridge, a data da reconhecimento formal,por carta estatutária, é ainda

mais difícil de determinar, mas foi um pouco mais tarde. Em todos esses casos

já existiam grandes grupos de estudantes e mestres algum tempo antes da

organização ser reconhecida pela carta de privilegio, e todos esses centros já

possuíam escolas sob o controle monástico ou da Igreja.

As instituições assim organizadas, isto é, possuidoras ou

portadoras de títulos especiais, depressa vieram a exercer uma influência

particular e se multiplicaram rapidamente. Durante o século XIII, foram criadas,

por papas e monarcas, 19 destas instituições; durante o século XIV,

acrescentaram-se mais 25 e durante o século XV, mais 30.

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XL

3.3 - A Estrutura e Organização das Universidades

Outros traços das universidades,

que a distinguiam das escolas anteriores

eram: o governo de natureza democrática, a

localização, em centros de população de

preferência aos lugares remotos, escolhidos

pelos mosteiros, e os privilégios especiais

legais e pecunitários.

3.4- Privilégio das Universidades

Em geral as conferiam aos mestres e estudantes, e mesmo aos

seus subordinados, os privilégios do clero. Tais privilégios incentivaram os

estudantes de serviço oficial, do serviço militar, exceto em certos casos

especificados(em Paris, por exemplo, somente quando o inimigo estava a cinco

léguas dos muros da cidade), de impostos, especialmente das pequenas taxas

locais, de contribuições, etc. Um dos mais importantes desses privilégios era o

de jurisdição interna. Do mesmo modo que o clero tinha obtido de julgar os

seus próprios membros, em todos os casos civis e em muitos criminais,

também as universidades vieram a gozar por sua vez do mesmo poder, sobre

os seus próprios membros filiados. A jurisdição civil, ou pelo menos policial,

que a universidade alemã ainda exerce sobre seus estudantes e o especial

favor de uma norma privilegiada de conduta que os estudantes dos colégios

americanos reclama, são sobrevivências deste direito, outrora tão amplo. Outro

privilégio importante da universidade foi a de Colação de Grau, que nada mais

era do que licença para ensinar. Antes desta época este privilégio só era

concedido pela igreja por intermédio do arcebispo, do bispo, ou de um de seus

subordinados, foi assim que a igreja controlou o método e o conteúdo do

ensino.

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XLI

Existia uma sanção para a violação dos privilégios, sanção que, embora

não concedida pela carta fora consagrada pelos uso. Era o cessatio, direito de

“greve”, ou de mudar a universidade se os seus privilégios fossem infringidos.

Assim a importância de Oxford data de uma mudança de país, em l229, a

importância de Cambridge, de uma pertubação idêntica em Oxford, em l209.

3.5- As Nações e a Universidade.

Estes privilégios tinham de ser conferidos a corporações mais definidas

de pessoas do que os do Studium Generale . No caso das universidades, a

divisão mais natural dessas massas heterogêneas de estudantes e professores

atraídos de toda a parte da Europa, numa época em que as fronteiras eram

muito vaga e as distinções nacionais mais genéticas do que territoriais e

políticas, era feita em grupos que se homogeneízam pela língua e pela

afinidade por obediência a um rei. Em conseqüência, estudantes e mestres

organizavam-se em grupos, conforme suas nacionalidades. E era estas nações

isoladas, ou muitas vezes organizadas em grupos, que se outorgavam os

privilégios universitários. A corporação se designava, então, como Universitas

Mogistrorum et Scholarium. O termo Universitas significa, etmologicamente ,

“todos nós’’, e o seu sentido usual era o da nossa palavra corporação,,

associação ou companhia. Com o tempo, porém não antes do século XIV, está

palavra veio a ser usada em vez do termo anterior mais geral.

Em Paris, havia quatro nações: A francesa, a normanda, a picarda e a

inglesa. Em Bolonha, havia a principio quatro universidades; depois, duas: a

cisalpina constituída de l7 nações , e a transalpina, de l8. Finalmente todos se

fundiram numa só organização.

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XLII

As universidades, portanto, não é, absolutamente, um estabelecimento

escolar, um edifício destinado ao uso comum, mas uma sociedade de homens

unidos por um espírito comum e voltados as mesmas tarefas. Além disso, essa

sociedade não é composta exclusivamente por membros do clero secular ou

regular. Conta grande números de leigos, para outras matérias; que não a

teologia; e teve de manter em Paris luta acessa contra a ordem religiosas

dominicanas e franciscanas, que procuravam monopolizar o ensino de teologia,

subtraindo-se, contudo, inteiramente, aos regulamentos e costumes da

universidade. Os religiosos foram até excluídos do ensino do direito (que não o

canônico) e do das artes liberais. Realmente,essa mistura do Carter que a

universidade medieval devia a suas origens e do caráter leigo que decorria de

sua composição, correspondia bem a compreensão que tinha de sua função

intelectual. Era a de constituir, antes do mais, uma filosofia cristã, que foi a

filosofia escolástica, isto é, o esforço para introduzir a razão no dogma “para “

racionalizar a fé, pelo menos na medida em que a fé não depende de revelação

sobrenatural e transcendente a razão.

As universidades, que assim se tornaram independentes dos poderes

religiosos locais para não prestar obediência se não a santa Sé, defenderam

sua autonomia e notadamente suas jurisdições especiais, com a mesma

energia, contra os poderes temporais.

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XLIII

3.6 - As Faculdades

O processo dos estudos trouxe a diferenciação das ordens de ensino.

Os estudantes se agruparam, naturalmente, não só pelas nações de origem,

mais também por faculdades , segundo seu destino. A principio não existiam as

faculdades, as quais vieram a resultar dos costumes de se reunirem em

assembléia, os mestres da mesma matéria de estudos.

A organização das nações visava regulamentar a conduta, os direitos

civis, e jurisdição eclesiástica. Tinha pouca interferência direta nos estudos.

Com o tempo , porém, tornou-se necessário os estudos e métodos o processo

escolar em geral. Dessa necessidade nasceram as faculdades ,que foram,

portanto, organizações posteriores das nações. O termo, tão indeferido quanto

o termo’’universidade’’, significava simplesmente conhecimento ou ciência, mas

com o tempo foi aplicado a um ramo de estudo.

Portanto, três campos bem distintos de ensino: artes liberais, medicina e

jurisprudência (esta última, que inicialmente continha apenas o direito romano

ou civil, depois que Graciano, em 1140, inclui no seu decreto as leis

eclesiástica, passou a abranger também o direito canônico: portanto, era

possível doutorar-se nas duas jurisprudências). Mais tarde foi acrescentada

teologia, por solicitação particular de Inocêncio II no início do século XIII, e

ensinada pelos dominicanos. Estas foram as quatros faculdades típicas ,

embora não exclusiva das universidades medievais, uma das criações mais

originais e uma das heranças culturais mais significativas da idade médias. As

faculdades de arte tiveram por muito tempo uma função propedêtica, sem uma

distinção muito clara de suas irmãs menores, as escolas de gramática..

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XLIV

Essa função aparentemente subalterna não impediu a faculdade

de artes de tomar lugar preponderante na universidade, primeiro pelo número

dos alunos , dado que todos os estudantes por ela passavam, depois em

razão da importância no conceito do pensamento medieval da ciência capital

que ensinava – a dialética. O reitor da faculdade de artes era credenciado para

representar toda a universidade.

Estas faculdades representam a continuidade da instrução medieval e

talvez por isso tenham permanecido a base para qualquer outro estudo; o

cerne e a culminância delas era a ‘’filosofia’’, quer a filosofia da natureza

(física,ciências naturais), quer a filosofia do homem ( ciências morais).

3.7- O Corpo Administrativo e Outros Funcionários

As nações elegiam, ordinariamente em cada ano, um procurador ou

conselheiro; cada faculdade um deão; e estes representantes, unidos, elegiam

um reitor da universidade. Este funcionário chefe da universidade cujo os

poderes proviam dessa delegação , era em geral eleito anualmente, e, no sul,

era ordinariamente um estudante. No século XVII, os reitores, em sua maior

parte, vieram a ser nomeados pelo estado, e as nações perderam toda a sua

autoridade material.

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XLV

4.9. Os Graus

A natureza do grau e de todo o trabalho da universidade pode ser

melhor compreendida se analisarmos alguns aspectos mais simples da vida

medieval, repetidos de certos modo pela vida estudantil. Tal, por exemplo, é a

educação cavalheiresca, com os seus escritos sete anos de treino, como

pagem, e sete anos escritos como escudeiro antes da aquisição do título de

cavaleiro.Outra instituição similar era a de formação do mestre em qualquer

arte ou ocupação mercantil, onde o jovem tinha, em primeiro lugar, de servir

por sete anos como aprendiz, depois, como jornaleiro, sob as ordens de um

mestre por um período durante o qual ele recebia um salário, finalmente,

mestre, com todos os direitos dos membros da corporação.

Por um processo semelhante o jovem de 13 ou 14 anos que desejasse

estudar as artes liberais ou preparar-se para ensinar, era obrigado, quando

entrava na universidade a ligar-se a um mestre que ficava durante esse

período responsável por ele. Ai fazia uma aprendizagem de 3 à 7 anos até que

aprendia ler os textos comuns de gramática retórica e lógica, a definir as

palavras , determinar o significado das frases e o uso de termos e

classificações. Quando podia definir e determinar, continuava com seus

estudos, e , ao mesmo tempo, como se fosse um jornaleiro, dava instruções

sob a direção de um mestre, aos meninos mais jovens. Depois destes segundo

período de estudos em que se familiarizava com os textos obrigatórios e

aprendia o jogo das disputas lógicas era lhe permitido, afim de demonstrar a

sua habilidade, defender em público a sua tese, passo de sua formação que

correspondiam ao dar apresentação de um trabalho modelar, pelo jornaleiro

candidato a mestre de seu ofício. Sua tese era argüida pelos membros da

faculdade ou por aqueles que já possuíam o grau, pois estes eram os

‘’mestres’’ das artes que ele professava. No caso de ser aprovado recebia o

grau, que podia ser chamado de licença , titulo de mestre, ou doutorado.

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XLVI

Mestre, doutor, professor, eram termos sinônimos durante o primitivo

período universitário. Esse grau significava que o possuidor era capaz de

discutir tanto quanto definir e determinar, e o autorizava a lecionar,

publicamente, isto é, admitia-o na ‘’corporação’’ de mestre. O graduado estava

agora no mesmo nível que os outros membros da faculdade e podia ensinar

participando da livre competição em que todos eles entravam.

O grau preliminar, o bacharelado, no principio correspondia a simples

admissão do candidato à licença e não era um grau em si mesmo. Durante o

século XV, entretanto, tornou-se um estádio distinto do processo educativo e

passou a corresponder a um grau bem definido e menor.

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XLVII

3.9- Os Métodos e o Conteúdo dos Estudos

Universitários.

Para termos uma idéia de como se realizavam os estudos universitários

é preciso ler algum depoimento direto dos mestres. Odofredo, discípulo dos

discípulos de Irnério e professor de direito em Bolonha desde l228, assim

apresenta aos estudantes o programa de seu curso.

‘’Quanto ao método de ensino, seguirei o método observado pelos

doutores antigos e modernos e particulamente pelo seu mestre; o método é o

seguinte: primeiro, dar-vos-eis um resumo de cada titulo antes de proceder a

analise literal do texto; segundo, farei uma exposição a mais clara e explicita

possível do teor de cada fragmento incluído no titulo; terceiro farei a leitura do

texto com o objetivo de emenda-lo, quarto repetirei brevemente o conteúdo da

norma; quinto, esclarecerei as aparentes contradições acrescentando alguns

princípios gerais de direito (extraídos do próprio texto), chamado comumente

brocardica , como também as distinções e os problemas sutis e úteis

decorrentes da norma, com suas respectivas soluções, dentro dos limites da

capacidade que a de divina providência me concedera . Se alguma lei merecer,

em virtude de sua importância e dificuldade, uma repetitio será feita a noite. As

disputationes realizar-se-ão pelo menos duas vezes por ano: uma vez antes do

natal e uma vez antes da páscoa, se estais de acordo.”

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XLVIII

O mesmo Odofredo, ao concluir o curso : “senhores, como sabeis

todos vós que freqüentastes minhas aulas, já iniciamos, percorremos e

acabamos este livro. Agradecemos, portanto, a Deus, a sua virgem mãe e a

todos os santos.E costume antigo nesta cidade de, ao termino do curso contar

missa em honra ao Espírito Santo. O costume é bom e deve ser guardado. É

costume também que os doutores, terminando o curso digam algo sobre seus

futuros programas; assim eu direi alguma coisa, mas prometo ser breve.No ano

vindouro, respeitando os estatutos como sempre fiz darei aulas extraordinárias,

porque os estudantes não são bons pagadores, desejam aprender sem pagar –

de acordo com o ditado : aprender todos querem, pagar ninguém! Encerro,

despedindo-vos com a benção de Deus e convidando-vos a assistir a missa “.

Depois do inicio do século XIII, o curso de estudo era determinado por

bula papal ou estatuto universitário. Nas escolas de artes eram usadas as

obras gramaticais de Prisciano, um trabalho sobre figuras gramaticais por

Donato, as obras lógicas de Aristóteles dadas por intermédio de Porfírio e

Boecio. As categorias e a interpretatione, de Aristóteles, e a Isagoge, de

Porfírio das quais se originou a controvérsia nominalista – realista, eram

conhecidas pelas traduções de Boecio. O restante de Organon era conhecido

apenas pelos sumários ou outras obras de Boecio. A estas dava-se a maior

atenção, e despendia-se muito tempo além das longas horas de aula,ouvindo

as disputas sem fim ou participando delas. Em Paris, os estatutos de l215,

introduziram a ética de Aristóteles, e em l255, sua física, metafísica e seu

tratado sobre a alma. Estas obras de Aristóteles, anteriormente proibidas em

Paris, tinham sido introduzidas um pouco mais cedo em outras universidades.

Noutras partes, elas podiam ser substituídas por obras introdutórias sobre a

lógica. Até o meio do século XV os estudos de Aristóteles dominaram o

trabalho das universidades.

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XLIX

O Trivium se resumia no estudo da lógica, e já se não dava atenção

alguma à retórica. O estudo da geometria e da astronomia tinha feito algum

progresso, especialmente nas universidades italianas e na universidade de

Viena.

O trabalho das faculdades profissionais consistia no estudo de alguns

textos fundamentais seguidos de intermináveis comentários.

A educação universitária a principio era totalmente livresca, feita por

uma seleção muito limitada de livros em cada campo, livros que eram aceitos

como se sua palavra fossem absoluta e ultima verdade era dirigida muito mais

para o domínio da forma e para o desenvolvimento do poder de discursos

formais e especialmente argumentação, do que para a aquisição de

conhecimento ou para a busca da verdade no sentido mais amplo, ou mesmo

para a familiarizar o estudante como aqueles fortes literários do saber que

embora ao seu alcance, estavam fora da aproximação eclesiástica e ortodoxa.

3.10 - A Influência das Primeiras Universidades

Foi notável a influência política das universidades, tanto direta quanto

indireta, elas forneceram o primeiro exemplo de organização puramente

democrática. O livre exame tanto de assuntos políticos quanto eclesiásticos e

teológicos encontrou ai o seu primeiro ambiente propício. Se bem que a maior

parte das simpatias das universidades se inclinasse naturalmente para as

classes privilegiadas de cujos os privilégios eles também participavam,

freqüentemente ela se fez interprete do povo humilde na oposição ao rei e ao

sacerdócio.

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L

Os direitos das universidades de ter voz no governo, de sentar-se nos

parlamentos da França, da Inglaterra, da Escócia, são uma prova desta

autoridade política e do fato de a universidade se ter tornado um grande

“estado “. Questões de estado e de controvérsia entre o estado e a igreja, tais

como os divórcios de Henrique VIII,da Inglaterra, e de Felipe da França foram

submetidos à arbitragem das universidades. A universidade freqüentemente

representou a nação em oposição ao papado numa ocasião o rei da França e

a universidade compeliram o papa a retratar-se e desculpar-se publicamente,e

uma outra, provocaram a deposição do chefe da igreja foi notadamente devido

a influência da universidade de Paris que se resolveram a grande cisma no

papado chamado ”Cativeiro Babilônico’’.De modo semelhante a universidade

tornou-se uma autoridade na solução das tendência sobre pontos de doutrina e

na determinação de questões de heresias. Mantendo este equilíbrio de força

ela abrandava as opiniões extremas do papado e especialmente dos

representantes do papa – as comunidades de padres- e mitigou, se não

eliminou, inteiramente as severidades da inquisição no norte da Europa.

Mas foi em relação à vida intelectual restrita,formal e pobre como era,

que se exerceu a maior influência da universidade. Os interesses intelectuais

se viam cristalizados agora numa grande instituição reconhecida como de

categoria quase igual à da Igreja, à do estado e à nobreza. Estes interesses e

está organização institucional estavam tão reduzidos no século XV que

possuíam pouco mais do que uma vida formal. Ainda assim a universidade,

mesmo nessa época foi um retiro para os raros gênios que mantiveram acessa

a chama da verdadeira vida intelectual, guardando o lar para o novo espírito

intelectual que estava para vir. Por mais hostil que tivesse sido durante estes

séculos, à inovação, ao radicalismo e ao racionalismo, a universidade manteve

vivo o espírito de inquérito conservando o espírito de e especulação dela e que

vieram Rogério Bacon, Dante, Petraca, Wycliffe, Huss, Copérnico – os homens

que introduziram o espírito moderno.

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LI

CONCLUSÃO

Como observação final, vimos que os mosteiros se transformaram

assim, nas instituições mais importantes da época. Constituíram as únicas

escolas; ministraram a única preparação profissional, eram as únicas

universidades de pesquisa, as únicas editoras para a multiplicação de livros, as

únicas bibliotecas para a conservação do saber e preparavam os únicos sábios

e estudiosos da época.

Durante a Idade Média fundaram-se quase todas as grandes

universidades, iniciadas principalmente por eclesiásticas e com origem nas

escolas ligadas às catedrais e a os mosteiros, Como vimos de maneira

sintetizada nesse trabalho, o papel da igreja durante a Idade Média foi de

grande significado para a educação, abrangendo também às artes, a

sociedade, à economia e até mesmo às ciências, abrangendo o homem em

toda a sua complexa realidade.

Como foi possível observar este retrospecto do pensamento

medieval não encontramos pedagogos, no sentido estrito da palavra . Aqueles

que refletem sobre as questões pedagógicas o fazem movidos por outros

interesses, considerados mais importantes, como a reinterpretação dos textos

sagrados, a preservação dos princípios religiosos, o combate à heresia e a

conversão dos fieís. A educação surge como instrumento para um fim maior, a

salvação da alma e a vida eterna. Além disso, o racionalismo dedutivo é

valorizado pelo seu rigor, desprezando-se a indução, que, no entanto, favorece

a descoberta e invenção.

Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal

cada vez mais determina os passos do trabalho escolar.

No final da Idade Média, com a expansão do comércio e por influência

da burguesia começam a soprar novos ventos, orientando os rumos da ciência,

da literatura, da educação, é o período humanista que se aproxima.

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LII

BIBLIOGRAFIA ARANHA, Maria Lucia Arruda. História da Educação. 3ed. São Paulo: Moderna, 1993. AZEVEDO, Antonio Carlos Amaral. História Geral (antiga e medieval). Série Cadernos Didáticos. BELLO; Ruy de Ayres. Pequena história da Educação. São Paulo: 1978 Paulo: Vida Nova, 1985. BROW, Collin. Filosofia e fé cristã ( desde a Idade média até o presente). 2ed. São Paulo. CHIRALDEDELLI Júnior, Paulo História da Educação, São Paulo: Cortez, 1990. Coleção Magistério- 2º grau. Série formação de professor FRANCO, Junior Hilário e Andrade Filho, Ruy de Oliveira. O Império Bizantino.3ed. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.12-13. Coleção tudo é história. HUBERT, René. História da Pedagogia. 3ed. São Paulo: Nacional, 1976. KNELLER, George F. A introdução à filosofia da Educação. Rio de Janeiro; Zahar, 1979. LUZUARRAGA, Lourenço, História da Educação e da pedagogia 16ed. São Paulo Nacional, 1985.

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LIII

MANACORDA, Mario Alighiero, História da Educação : da antiguidade aos nossos dias 5ed. São Paulo, Cortez, 1996. MONDIM, Batista. Curso de Filosofia, São Paulo , Paulinas, 1981. MONROE, Paul, História da Educação. 17ed. São Paulo: Nacional, 1985. ORTON, C; W; Previte. História da idade média. Porto/ Lisboa: Presença, 1984. Pilleti. CLAUDINO E ., Pilleti, Nelson. Filosofia e História da Educação 4ed. São Paulo: Ática, 1986. SCIACCA, Michelle Frederico. História da Filosofia (antiguidade e idade média). São Paulo: Mestre Jou, 1980. WALKER, Williston, História da Igreja Cristã. 3 ed. Rio de Janeiro/SãoPaulo: JVERP/ASTE,1989.

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LIV

ÍNDICE Introdução 08 Capítulo I

Breve Resumo da História da Educação 11

Conceitos 12

1.1 – Fatores 15

1.2 Fases da História da Educação 18

Capitulo ll

Reconstruindo o Passado: A Idade Média 22

2.1- Contextos históricos 24

2.2- O significado da Educação Medieval 27

2.3- O Conteúdo da Educação Medieval (Síntese) 29

2.4- A Escolástica 32

CAPÍTULO lll

As Universidades 35

3.1- Origem das Universidades 37

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LV

3.2- A Fundação das Universidades 39

3.3- A Estrutura e a Organização das Universidades 41

3.4-O Privilégio das Universidades 41

3.5-As Nações e a Universidade 42

3.6-As Faculdades 44

3.7- O Corpo Administrativo e Outros Funcionários 45

3.8- Os Graus 46

3.9- Os Métodos e o Conteúdo dos Estudos Universitários 48

3.10- A Influência das Primeiras Universidades 50

Conclusão 52

Bibliografia 53

Índice 55

Anexo 57 Ficha de Avaliação 59

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LVI

ANEXO

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LVII

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LVIII

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação “Latu Sensu”

Título da Monografia:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Data da Entrega:__________________________________________________

Avaliado por:__________________________________Grau______________.

Rio de Janeiro_____de_______________de 20___

____________________________________________

Coordenador do Curso

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LIX