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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSUPROJETO A VEZ DO MESTRE AS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA AUTISTA Por: Simone de Freitas Siliprandi Moreth Professora orientadora: Carly Machado. Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA AUTISTA

Por: Simone de Freitas Siliprandi Moreth

Professora orientadora: Carly Machado.

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA AUTISTA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre - Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicopedagogia.

Por: Simone de Freitas Siliprandi Moreth.

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AGRADECIMENTOS

....Primeiramente a Deus, ao meu

marido pela colaboração e dedicação,

a minha amiga Cristina, pela amizade,

aos docentes do instituto AVM na

aquisição de novos conhecimentos e a

minha orientadora Carly Machado pela

orientação nesta monografia.

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DEDICATÓRIA

.....Dedico ao meu filho Rodrigo, por me

fazer uma mãe especial,.......

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RESUMO

O autista tem por característica a pouca ou nenhuma habilidade

social, fator esse que origina sua maior dificuldade para adquirir conhecimento

seja ele escolar quanto de rotina de vida diária. Através deste trabalho,

realizado com pesquisa sobre vasto material bibliográfico que ajudam a

entender o que é o autismo, sua história, os primeiros estudos, suas

características, os sintomas e a forma de diagnosticar e enquadrar

corretamente o caso dentro do espectro autístico para ser avaliado o melhor

método de trabalho e uma futura inserção escolar. Abordaremos ainda a

questão do tratamento multidisciplinar e os métodos utilizados mundialmente

com sucesso no desenvolvimento da criança autista, essenciais para a

melhora da sua qualidade de vida e futura inclusão de forma adequada na

escola. Ao final entenderemos as dificuldades que uma criança autista tem

para a aprendizagem e como as terapias vão ajudar na minimização dessas

dificuldades e por conseqüência a correta inclusão dela na escola regular..

.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a confecção deste trabalho, que tem a

finalidade de transmitir de forma clara, com uma linguagem simples, de fácil

compreensão, as dificuldades de aprendizagem da criança autista, terapias e

métodos para minimiza-las e sua inserção na sociedade, incluindo aí a escola.

Para isto, o meio utilizado de pesquisa foram a leitura analítica de artigos

publicados em revista e jornais especializados, livros acadêmicos e crônicos

sobre o assunto, sites da internet, como o da divisão TEACCH da Universidade

da Carolina do Norte, das associações do mundo autista como AMA, Mão

amiga, da Dra. Carla Gikovate, sites relativos às especialidades terapêuticas

como o neuropediatria.com.br, de onde são encontrados vários fundamentos

para o correto estudo do caso.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O autismo 10

CAPÍTULO II - Intervenções Terapêuticas – desenvolvendo

a criança autista 18

CAPÍTULO III – A inclusão escolar da criança autista 29

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 39

INTRODUÇÃO

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O autismo se caracteriza pelo isolamento do autista em relação ao

mundo a sua volta, a falta de capacidade de comunicação por conseqüência,

as vezes acompanhado da ausência da fala, falta de contato afetivo, além da

falta de criatividade e compreensão a linguagem metafóricas, causando na

criança autista o isolamento dela com a sociedade. Imagine uma criança de

desenvolvimento considerado normal, tentando brincar com uma autista, se ela

não quer saber de contato, se ela não fala, se fala, a utiliza de forma

desconexa com a situação, por exemplo, ao pedir que ela abaixe a voz ela

deita no chão para falar, enfim é difícil fazer a interação entre elas duas.

No primeiro capítulo vamos caracterizar a síndrome, sua definição, o

histórico do estudo científico de Kanner a Lorna Wing, Como uma linha de

raciocínio errada sobre o caso, tomando o caso como se fosse de psicanálise ,

como é a esquizofrenia, fez com que de seus primeiros casos diagnosticados

em 1943, só fosse ter uma visão mais apurada, praticamente 3 décadas

depois, nos anos 70 e como de lá para cá houve grande desenvolvimento

terapêutico. Entenderemos como visualizar os sintomas da síndrome e como e

com quem devemos finalizar o diagnóstico. Finalizaremos com o

enquadramento correto no espectro autístico, fator preponderante para o

correto tratamento e uma futura inclusão escolar.

Já no segundo capítulo veremos as intervenções necessárias para

uma evolução do quadro, pois há perdas em vários aspectos, cognitivos,

comunicação verbal e não verbal, interação social, manutenção de rotinas,

gestos, gerando estereotipias, necessitando então de tratamento

especializado, com profissionais habilitados e capacitados para isso. Veremos

ainda métodos terapêuticos consagrados, de eficácia comprovada, utilizados

com sucesso pelo mundo, o método TEACCH e o ABA.

Finalmente no terceiro capítulo daremos uma olhada no maior dos

desafios devido a essas dificuldades, a inclusão escolar, depois da

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apresentação dos 2 primeiros capítulos, veremos como deve ser inserida a

criança autista na escola, as possibilidades de sucesso e, para que haja

sucesso, a criança deve estar com as terapias adequadas ajustadas ao seu

caso, os cuidados com a criança e a correta aplicação dos métodos

aprendidos em consonância com a família.

Espera-se então com este trabalho monográfico que se compreenda a

síndrome, o que se espera no seu tratamento e que tente-se incluir esta

criança na sociedade, pela integração dela no ambiente que a cerca, como

qualquer outra criança para que seja um adulto independente, claro, na medida

que o comprometimento do autismo permita.

CAPÍTULO I

O AUTISMO

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.

Uma definição sucinta de autismo encontramos no livro de Ana Maria

S. Rios de Mello, autismo , guia prático (2000) ..”Autismo é uma síndrome

definida por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente

antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios

qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.”

Os números sobre a incidência do autismo, são discordantes, em

virtude da variação do espectro, gira aproximadamente em torno de 5 a 15

casos a cada 10.000 nascimentos.

È muito importante conhecermos a síndrome para entendermos o

objeto deste estudo e que se possa intervir da melhor forma possível, a fim de

obtenção de melhor rendimento na aprendizagem da criança autista.

1.1 - Histórico.

A origem da palavra autismo vem de 1907, segundo Ajuriaguerra

(2001), Eugen Bleuer neste ano utiliza pela primeira vez a palavra autismo

para designar um transtorno psiquiátrico , no qual o paciente enclausurava-se

em um mundo interno e recusava contato com o mundo externo.

Em 1943, Leo Kanner, médico austríaco,que trabalhava no John

Hopkins Hospital,nos Estados Unidos, percebeu em um grupo de crianças,

pacientes dele sintomas comuns e característicos: dificuldades na interação

social, distúrbios na fala, alem de manutenção na rotina.

Após estudos nestes casos ele lançou, um artigo na revista “Nervous

Child”, Vol. 2 pag. 217 a 250, chamado: DISTÚRBIOS AUTÍSTICOS DO

CONTATO AFETIVO (Autistic disturbance of affective contact, título original em

inglês) criando assim o ponto de partida para o estudo do assunto no mundo.

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“Concluiu o artigo dizendo que essas crianças vieram ao mundo

com uma incapacidae inata de constituir biologicamente o contato

afetivo habitual com as pessoas, assim como outras crianças vem ao

mundo com deficiências físicas ou intelectuais inatas. No ano seguinte,

no Journal os Pediatrics, publica um novo artigo no qual descreve mais

dois casos e nomeia a síndrome como autismo infantil

precoce.”(Ajuriaguerra,2001, pág.100)

Em 1944, Hans Asperger, que também como Kanner cursou a

universidade de Viena, escreve outro artigo: PSICOPATOLOGIA AUTÍSTICA

DA INFÂNCIA, no qual descrevia crianças com os mesmos sintomas as de

Kanner, porém sem tanta divulgação, talvez pelo artigo ter sido escrito em

alemão. Passou a ser conhecido mundialmente após a médica inglesa Lorna

Wing , nos anos 70 ter traduzido o artigo para o inglês.

Não se tem certeza sobre as causas do autismo, durante muito tempo

pensou ser culpa da falta de afeto da mãe para com o bebê, era a teoria da

“mãe-geladeira”. Conforme relata o artigo de James Laider R.,MD para a

Autism Watch (2004), já no primeiro artigo de Kanner ele chama a atenção

para o que ele viu como falta de afetividade dos pais, em seu artigo de 1949,

ele atribuiu o autismo a uma “falta real de calor maternal”, nascendo aí a teoria

da “mãe-geladeira”

.Porém foi Bruno Bettleheim com artigos nos anos 50 e 60 quem

popularizou mundialmente essa teoria,, ignorando tal como Kanner que as

mães de crianças autistas, também tinham tidos outros filhos não-autistas, o

que facilmente poria essa tese abaixo, tese , aliás que veio para atrapalhar

duas décadas de um melhor estudo sobre os casos e pondo o rótulo nas

crianças autistas como “causas perdidas”.

Ainda segundo o mesmo artigo de James Laider R.,MD , em 1964

Bernard Rimland, psicólogo com um filho autista produziu o livro: “Autismo

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Infantil: A síndrome e suas implicações para uma teoria neural do

comportamento” que veio a atacar diretamente a teoria da “mãe-geladeira”,

gerando a primeira para o estudo neurobiológico da questão.

Após muitos estudos e observações percebeu-se que a presença ou

ausência de afeto dos pais não interferiam na presença da síndrome.

Nos anos 70, foram iniciadas pesquisas mais profundas nas buscas

das causas, a síndrome passava de uma patologia parental às interpretações

cognitivo-organicistas, os pais foram desenvolvendo uma atividade política,

exigindo e estabelecendo serviços e tratamento para seus filhos (Lansing e

Schopler, 1978).

Atualmente, crê-se que o autismo tenha causa genética, inclusive

associado a fatores ambientais, suspeita-se até da presença de timerosal (um

conservante que contém mercúrio) em vacinas, como a vacina tríplice. Porém

não se tem ainda uma conclusão absoluta não passando de especulação.

1.2 – Os Sintomas e o Diagnóstico.

Os primeiros a perceber os primeiros sintomas, geralmente são os

pais, porém até pelo instinto de proteção e de incredulidade, natural dos pais,

não é difícil ele ser percebido antes pelos parentes mais próximos, vizinhos,

pediatra, babás, profissionais da creche.. Notam que aquela criança é um

pouco diferente das outras, mais distante no convívio com primos ou colegas,

não falam, ou pouco falam, apresentam um atraso no desenvolvimento motor,

são sintomas básicos na percepção da síndrome. Se observadoras e não

tiverem receio de vir a falar com os pais, são peças importantes na descoberta

precoce do autismo, o que é muito importante para o tratamento.

È importante que os pais ajam imediatamente ao perceberem ou

serem alertados que a criança:

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• Não apresenta contato visual, não reage as brincadeiras, aos

gestos, aos comportamentos não verbais entre alguém e a criança.

• Tem dificuldade na relação inter-pessoal, não faz amizades na

creche, na escolinha, não quer saber de contato com os irmãos ou primos, não

exprime suas emoções ou não se interessa pelo que acontece com os outros.

• Apresenta atraso na fala ou ausência dela nas suas fases de

desenvolvimento.

• Que apresenta fixação por objetos, rotinas, interesses em

geral, de onde se iniciam as estereotipias, que são espécie de “manias”.

Não é necessário que a criança apresente todos estes sintomas para

que se procure ajuda qualificada, um já é motivo de acender a “luz amarela” de

preocupação dos pais. Aparecendo essa preocupação, o ideal é a procura de

um Neuropediatra, profissional adequado a iniciar o processo de pesquisa de

sintomas, indicar os exames e profissionais afetos a estes. Normalmente são

indicadas avaliações e/ou exames com neuropsicólogo, otorrinolaringologista,

oftalmologista, além de exames de imagem receitado pelo mesmo.

Após essa verdadeira conferência médica já se tem o prognóstico

fundamentado do caso, sendo atestado pelo neuropediatra o quadro de

autismo ou não e, caso positivo qual o grau de severidade no momento.

Existem várias formatos de diagnósticos para classificação do

autismo. Por exemplo, na Grã-Bretanha e Reino Unido é utilizado, até com

certa freqüência, o CHAT (Checklist de Autismo em bebês, desenvolvido por

Baron-Cohen, Allen e Gillberg, 1992), uma escala de investigação do autismo

aos 18 meses de idade. É um bloco de nove perguntas a serem respondidas

pelos responsáveis.

Porém torna-se primordial que ao ser diagnosticado pelos

especialistas, seja enquadrado de acordo com os instrumentos diagnósticos

referências na medicina, que são a CID 10 e a DSM-IV. De acordo com eles,

para ser diagnosticado autismo, devemos necessariamente encontrar na

criança:

Pela CID- 10 - Classificação Internacional de Doenças da Organização

Mundial de Saúde:

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• Comprometimentos qualitativos na interação social recíproca.

• Comprometimentos qualitativos na comunicação.

• Padrões de comportamento, interesse e atividades restritos, repetitivos

e estereotipados.

Pela DSM-IV - Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças

Mentais da Academia Americana de Psiquiatria:

• Prejuízo qualitativo na interação social.

• Prejuízos qualitativos na comunicação.

• Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse e

atividades.

• Atraso ou funcionamento anormal em interação social, linguagem e

jogos imaginativos com início antes dos 3 anos

Constitui-se então que existem três quadros sintomáticos obrigatórios

formando um tripé básico do autismo, uma tríade.

Graficamente, para melhor entendermos, visualizamos assim o tripé

básico dos sintomas autísticos:

É diagnosticado então autista, o paciente que possua comprometimento

dos três pés do tripé e que os sintomas tenham, aparecido até os 3 anos.

1.3 - O espectro autístico.

Falha na interação social recíproca

Comprometimento de imaginação,

comportamento e interesses repetitivos.

Dificuldade na comunicação verbal e não verbal.

TID

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Já vimos que o autismo é baseado em três fatores básicos para

diagnóstico: comprometimento qualitativo da comunicação, imaginação e

interação social. Porém existe variação de comprometimento em cada

indivíduo autista. Uns mais na comunicação, outros na interação social, outros

na imaginação, outros ainda apresentam extremo comprometimento nos três

fatores, como alguns apresentam pouco comprometimento dos sintomas. A

essa variação chamamos de espectro autístico, que variam de um grau leve á

um grau severo de comprometimento, importante para sabermos como atuar

em cada caso.

Para fins de nomenclatura, conforme a DSM-IV chamamos autismo de

Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – TID, como vimos no centro do tripé

da figura acima (PDD em inglês – Pervasive development disorder). Podemos

considerar o TID, na prática como sinônimo de espectro autístico, Quanto mais

invasivo mais severo é o caso.

Segundo Fombonne (2005) o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento

possui várias classificações que variam conforme a severidade do caso, como

vimos representados graficamente no plano acima.

O autismo leve se caracteriza por ser um individuo funcional, vindo a ser

alfabetizado com, digamos, certa facilidade, com boa compreensão das tarefas

cotidianas, bom vocabulário com sentido no emprego das frases emitidas e

bom grau de sociabilidade.

Autismo Leve

Asperger

Autismo Verbal - ecolalia

Autismo não verbal

Espectro Autístico

Autismo verbal

Grau de Severidade + -

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O asperger se aproxima muito de um caso leve de autismo,

principalmente na funcionalidade, geralmente se alfabetizam sozinhos antes

até do tempo previsto para qualquer criança, em alguns casos, com

inteligência acima do normal, memória de um super dotado, como é retratado

no personagem de Dustin Hofman no filme “Rain Man”, porém geralmente não

conseguem comunicar-se adequadamente, e normalmente são arredios como

qualquer autista severo.

Os pontos mais altos do espectro autístico são os autistas clássicos,

diferenciando entre eles a capacidade de verbalização. Todos parecem viver

num mundo a parte, que é o comprometimento da interação social, tem

dificuldades em mudança de rotina, atividades que requeiram o uso de

imaginação, tendo assim então dois dos três pés do tripé do espectro

atingidos, faltando então o grau de comprometimento do pé comunicação

verbal e não verbal para sabermos em que ponto do espectro encontra-se a

criança.

O verbal possui fala, as usa até adequadamente, mas com pouco

vocabulário e, por causa dos outros sintomas as dirige para poucos,

normalmente os pais, terapeutas, professor e alguns de seu convívio senão

diário, ao menos constante.

O verbal com ecolalia se define pela presença da fala, porém com o

uso das palavras apenas por repetição e não por uso do raciocínio, repete as

palavras que escutou, geralmente sem sentido no contexto da situação ou de

um diálogo, ás vezes vindo a repetir as palavras que escutou horas, até dias

depois, aparentemente sem sentido, porém com um olhar aguçado, como os

dos pais, veremos que foi dito aquilo anteriormente perto da criança.

O não verbal é então o caso mais severo do espectro, pois além de ter

sido atingido todos os outros sintomas, ainda possui essa defasagem. Com

tratamento até vem a comunicar-se não verbalmente, com métodos que

veremos a frente, porém normalmente não vem a adquirir a fala.

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Excepcionalmente, se depois de adulto num rompante vier a falar ele passa

para o outro estágio mais brando.

Devemos sempre nos preocupar, com relação ao diagnóstico,

principalmente nos casos mais severos, pois autismo e retardo mental podem

vir acompanhados, alertando que são coisas diferentes.

Também podem acontecer casos de comorbidade, que é o autismo

acompanhado de outra doença ou síndrome como Síndrome de Dawn, do X-

Frágil, prematuridade, etc.vindo a complicar mais ainda o tratamento, devendo

ser lidado com o devido cuidado.

Vimos então que cada criança é um caso em particular que deve ser

mapeado todos os pontos do tripé para podermos encaixá-la adequadamente

na posição do espectro autístico para poder lidar convenientemente com o seu

caso e trata-la com as necessidades que ela possui e aprimorando e exaltando

suas qualidades, que todos as têm.

CAPÍTULO II

INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS – DESENVOLVENDO

A CRIANÇA AUTISTA.

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.

Nunca sabemos até que ponto o autista irá se desenvolver, seja a nível

cognitivo, educacional ou motor, só o tempo dirá. Cada indivíduo é único e as

vezes nos surpreendemos, tanto com o autista severo que não se acreditava

nem que fosse alfabetizado e vem a ter certo grau de independência na vida

adulta, quanto o autista de grau leve, extremamente funcional, que atinge um

bom nível de funcionalidade e para por ali. Mas só há uma certeza: O

desenvolvimento dele só vem com tratamento, intervenções terapêuticas

adequadas e precoce.

Vamos dar uma olhada no tratamento do autista, nas terapias

individualmente para um conhecimento superficial, porém abrangente o

suficiente para o entendimento do que cada profissional trabalha com a criança

autista. Veremos também dois métodos amplamente empregados para a

aprendizagem (escolar e vida diária) da criança autista, o método TEACCH e o

método ABA, métodos esses de comprovado sucesso, e de grande valia para

desenvolver a capacidade de aprender do autista, passo importante para

seguirmos a inclusão escolar.

2.1 – Tratamento multidisciplinar.

O tratamento da criança autista baseia-se no tratamento

multidisciplinar, ou seja, vários terapeutas atuam juntos no sentido de reverter

ou minimizar as defasagens apresentadas pelo quadro clínico.

As terapias fundamentais utilizadas no tratamento do autista são:

psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicomotricidade,

psicopedagogia. Outras terapias não são essenciais, mas podem vir a ajudar

bastante na evolução da criança como musicoterapia e equoterapia.

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2.1.1 – Neuropediatria ou neurologista infantil.

O neuropediatria ou neurologia infantil, é a especialidade da medicina

que cuida do autismo, como outras síndromes ou doenças do sistema nervoso

central, como definida pela DSM–IV e pela CID-10.

É o neuropedriatra quem trata do diagnóstico, quem receita a

medicação, avalia através do feedback dos terapeutas e da família como está

o andamento do tratamento, indica os exames complementares para uma

avaliação inicial como eletro encefalograma, ressonância magnética e por fim

avalia se a terapia está adequada ou não ao desenvolvimento do quadro

apresentado a ele.

2.1.2 – Medicação.

As principais drogas utilizadas no tratamento do autista são:

Os neurolépticos, utilizados para reduzir as manifestações psicóticas

caso tenha boa resposta uma conseqüente melhoria do aprendizado, embora

possa apresentar efeitos colaterais como sedação excessiva, rigidez muscular,

alteração do movimento muscular, e tremor. (KATZUNG, 2008)

As anfetaminas, utilizadas na tentativa de diminuir a hiperatividade e

melhorar a atenção, tem como efeitos colaterais o aparecimento de excitação

motora, irritabilidade e a diminuição do apetite. (KATZUNG, 2008)

Os anti-opióides, utilizados no tratamento de dependência a drogas, tem

sua ação principalmente em quadros de auto agressividade, provoca

tranqüilidade, diminuição da hiperatividade,da impulsividade, da repetição

persistente dos atos, palavras ou frases sem sentido (estereotipias).

(KATZUNG, 2008)

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Embora existam efeitos colaterais, o uso da medicação é benéfico e de

extrema valia para o tratamento e o lidar com o autista, devendo ser indicado

quais, medido, dosado e avaliada sua relação benefício/efeito colateral pelo

médico responsável pelo acompanhamento do autista,

2.1.3 – Psicologia.

O psicólogo ou neuropsicólogo, é quem através da psicoterapia ajuda a

melhorar a parte cognitiva, tenta adequar a idade mental a cronológica do

autista (SCHWARTZMAN, 1995), além de orientar os principais interessados:

os pais, que são as pessoas que mais sofrem com o diagnóstico inicial, muitas

vezes levando um tempo grande entre este diagnóstico e a ação, precisando

eles dessa ajuda. Também são quem mais lidam com a criança e quem mais

interferem positiva ou negativamente no seu desenvolvimento.

2.1 4 – Fonoaudiologia.

A dificuldade de relacionar-se com o mundo é tão intensa nas

crianças autistas que elas se mostram demasiadamente resistentes a

qualquer alteração do ambiente, nos aspectos físicos, sensoriais,

comportamentais, entre outros. Elas estabelecem rituais que não podem ser

mudados sem causar forte agitação, perturbação extrema ou manifestação

de medo diante de barulho ou de objetos em movimento.( KANNER,1943

apud FERNANDES, 1996)

O fonoaudiólogo é quem atua na área de comunicação verbal da

criança, uma das mais afetadas pelo autismo. Tem a intenção de despertar a

fala da criança, depois de despertada e para quem já a tem, aperfeiçoá-la,

melhorar a questão do diálogo, desenvolvendo sua linguagem receptiva e

expressiva, ensinando-a a interagir com o ambiente ao seu redor, na obtenção

da escrita, e no caso do autismo não verbal avaliá-lo e traçar uma terapia

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especial para ele, pois mesmo sem a fala, o fonoaudiólogo é muito importante

no seu desenvolvimento, mesmo que mínimo, para ele adquira sua forma de

comunicação.

2.1 5– Terapia ocupacional.

A terapia ocupacional pode beneficiar a pessoa autista, atendendo e

desenvolvendo a qualidade de vida da pessoa como individuo. O objetivo é

introduzir, desenvolver e manter habilidades que permitam o indivíduo

participar o mais independente possível nas atividades diárias tão

significativas. Desenvolver o aprendizado com as habilidades motoras fina,

habilidades de interação, habilidades de auto cuidado e a socialização são os

pontos alvos que devem ser atingidos.

Com os métodos da terapia ocupacional, a pessoa com autismo pode

ser ajudada tanto em casa, quanto na escola, ensinando-o atividades como se

vestir, se alimentar, ir ao banheiro adequadamente, arrumar-se ou enfeitar-se

adequadamente. E ainda desenvolver a coordenação motora fina e a

coordenação visual necessária para se aprender a ler e fazer atividades

manuais, a coordenação motora grossa para habilitar o indivíduo a andar de

bicicleta ou até mesmo andar adequadamente, e as habilidades de percepção

visual necessário para a escrita.

A terapia ocupacional faz parte de um esforço colaborativo de médicos

e educadores, assim como dos pais e outros membros familiares.Com esse

tipo de tratamento, a pessoa com autismo pode se mover adequadamente na

vida social com toda desenvoltura necessária nas atividades de vida

diária.(Fonte: site www.autismoemfoco.com.br/terapiaocupacional ,

acessado em 15/08/2010)

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2.1.6 – Psicomotricidade.

O psicomotricista trabalha a parte de lateralidade, estímulo percepto-

cognitivo, coordenação motora, de acordo com a carência apresentada pelo

caso. Através de jogos e atividades lúdicas trabalha-se o desenvolvimento da

defasagem na coordenação motora, que no autismo é acentuada a perda na

coordenação motora fina, como segurar um lápis, o ato de pinçar uma moeda,

se conseguir segurar o lápis, fazer uma linha com ele. O andar desengonçado

também comumente presente indica a falta de coordenação motora ampla,

também trabalhada pelo profissional. (NEGRINE, 1998)

Apesar de trabalharem alguns elementos em comum, a terapia

ocupacional e a psicomotricidade são trabalhos diferenciados porém

complementares,.

2.1.7 – Psicopedagogia.

A psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas

dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico.

Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família

e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento,

para que possam compreender e entender suas características, evitando assim

cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade.

Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir

através das etapas de diagnóstico e tratamento. (SAMPAIO, 2009)

O psicopedagogo por conseqüência é um profissional preparado para

atender crianças ou adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando

na sua prevenção, doiagnóstico e tratamento clínico ou institucional.

(SAMPAIO, 2009)

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No caso da criança autista ele atua no problema, o autismo,

terapeuticamente tentando aproximar a idade mental da cronológica, além de

fazer a interação tratamento multidisciplinar-escola. Institucionalmente atua na

escola adequando a grade curricular, a forma de avaliação, além da condução

da linha de atuação dos profissionais, principalmente o professor, a criança

autista.

Cada terapia é única. Embora algumas pareçam ser iguais as outras,

não são, não deve ser desconsiderada nenhuma terapia indicada pela equipe.

Outro ponto importante para se levar em consideração é que todos os

profissionais que forem utilizados no tratamento, devem ser qualificados e

atualizados com o tema. Outra consideração é na quantidade de terapias e

sessões. Um excesso pode levar tudo a perder, pois o autista deve ser

conduzido com todo cuidado e a tendência é dele sentir-se exausto com

muitas atividades, então devemos priorizar as terapias e incluí-las aos poucos,

para que não haja desinteresse por parte da criança.

2.2– Método TEACCH.

Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com déficits relacio-

nados à Comunicação ou como o original em inglês Treatment and Educaction

of Autistic and related Communication handicapped CHildren, método de

aplicação nas esferas clínica e educacional, tem por objetivo desenvolver na

criança a sua independência . Dá valor ao aprendizado estruturado,

valorizando a rotina e a informação visual.

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2.2.1– Histórico.

Criado em 1966 por Eric Shopler e colaboradores da divisão de

psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, EUA.

Naquela época, acreditava-se que o autismo tinha causa emocional, como

vimos anteriormente em teorias como a da “mãe-geladeira”, e se devia tratar

através da psicanálise. Shopler e seus colaboradores, discordantes deste

enfoque então iniciaram um estudo profundo do comportamento de crianças

autistas, mediante diferentes situações e estímulos, propondo que os pais

sejam elementos fundamentais no processo.(SCHWARTZMAN, 1995)

Em 1972, o estado da Carolina do Norte tornou oficial o TEACCH

como o primeiro programa estadual nos EUA para atendimento vitalício às

crianças autistas e deficiências na comunicação correlata e suas famílias.

(SCHOPLER, MESIBOV, SHIGLEY, BASHFORD, 1984)

Hoje em dia, tanto foi o sucesso, que a divisão TEACCH é a

responsável por todo o setor de saúde pública e educação do Estado da

Carolina do Norte, responsável pelas áreas de construção e desenvolvimento

de instrumentos de avaliação diagnóstica e psicoeducacional, treinamento de

profissionais, orientação a pais, além da criação de locais de atendimentos,

escolas, residências assistidas e programas de acompanhamento profissional.

2.2.2 - Aplicando o método de informação visual.

Acessando a página da web da divisão TEACCH da Universidade da

Carolina do Norte, temos uma perspectiva do método e aliado ao que nos

passa também através de seu site pessoal a Dra. CARLA GRUBER

GIKOVATE, Neurologista infantil, mestre em psicologia, com grande

experiência no tema, podemos ter um passo a passo do método o qual vamos

acompanhar neste capítulo.

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O método consiste basicamente no uso de cartões, ilustrando a

atividade programada para aquele momento. Como a comunicação é um dos

maiores déficits do autista, O cartão ilustra a atividade, atingindo assim até

mesmo o autista não verbal, que pode não ter adquirido a fala, mas

compreende a tarefa determinada através da visualização da mesma.

O ambiente deve ser organizado e simples para que a criança não se

distraia com informações visuais não relevantes e foque nas atividades

propostas. Devem ser feitos quadros de atividades com a rotina da criança

para aquele dia com cartões contendo desenhos ou fotos de cada atividade

que a criança irá realizar. Não importa o material, pode ser feito de cartolina,

de madeira, tecido, o importante é a informação visual organizada. É sugestivo

que possua facilidade para a retirada e colocação dos cartões a fim de que

induza a criança a retirá-lo, realizar a tarefa, colocar de volta, pegar outro

cartão e seguir para a próxima atividade.

Um exemplo de rotina. A criança acorda, escova os dentes, toma

banho, arruma-se, toma o café da manhã, vamos de carro para a escola, vai à

escola. Usamos um cartão com foto ou desenho para cada atividade. A partir

desta última, deve-se ter um quadro similar na escola, com a rotina da escola

como por exemplo: Guardar a mochila, pegar lápis e caderno, sentar-se a

mesa com eles para estudar, hora do intervalo,lanche na hora do intervalo,

hora do retorno a sala, sentar-se a mesa para estudar, hora da saída, guardar

lápis e caderno,pegar a mochila e seguir para casa no carro dos pais. Nos dias

em que haja atividades extra-classe como educação física, natação,

informática, deve-se ter um cartão com esta representação e inseri-la

adequadamente na linha do tempo do quadro. Tanto em casa como na escola,

esqueceu de colocar um cartão, dificilmente a criança vai realizar esta

atividade, já vimos que o autista é muito rígido na sua rotina e este método

ajuda também a fixar sua rotina.

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É uma forma de comunicação com a criança autista que a deixa mais

tranqüila, já que permite a comunicação, geralmente o pilar mais afetado do

espectro autístico.

A criança irá utilizar o quadro inicialmente com a ajuda dos

responsáveis, pais, professores, terapeutas. É função de todos ensinar e

ajudar a criança no manuseio do quadro, ir com ela ao quadro, pegar o cartão

da atividade, realizar a atividade, voltar ao quadro, guardar o cartão e pegar o

próximo, com o tempo a criança irá fazê-lo sozinho.

A partir do costume do uso do quadro, podemos fazer uma variante

dos cartões como fotos de parentes, amigos que se costuma visitar, para

indicar a criança onde estamos indo, outra variante interessante são álbuns

com fotos seqüenciais de procedimentos, por exemplo, fazer um lanche, em

cada página em ordem crescente se mostra o passo a passo, arrumar a mesa,

pegar o copo, o leite, o achocolatado, o pão, a manteiga, por o leite no copo,

por o achocolatado no leite, misturar com a colher, pegar o pão com as fatias

já abertas, passar a manteiga no pão, juntar as fatias, tomar o café. Uma

página para cada etapa, uma foto ou desenho em cada página, enfim, com o

tempo e muito trabalho pode-se fazer com que a criança aprenda a fazer

quase de tudo, gerando independência. Somente deve-se ter o cuidado de

usar o método simultaneamente em casa e na escola, não pode haver

desencontro entre as partes, pois geraria confusão na cabeça da criança.

Apesar de parecer “robotizar” a criança, a tendência é o uso cada vez

menor do quadro ou álbuns, com o passar do tempo, como todo aprendizado

precisamos dos livros para nos auxiliar, depois de aprendermos, já não

precisamos mais, está memorizado; é assim que funciona o quadro, com o

passar do tempo já vai estar memorizado pela criança autista, não havendo a

necessidade dele para as atividades básicas, com sorte e trabalho outras mais

complexas.

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2.3– Método ABA.

Para definir o método ABA ou Análise do Comportamento Aplicada

(em inglês Applied Behavior Analysis) pegamos emprestado a definição

aplicada no livro Help us Learn (ajude-nos a aprender) de KATHY

LEAR(2004).”É um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que

observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento

humano e a aprendizagem”.

2.3.1– Histórico.

Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward Thorndike e B.F. Skinner foram

os pioneiros que pesquisaram e descobriram os princípios científicos do

Behaviorismo. São considerados os “Pais do Behaviorismo”.

O livro de B.F. Skinner, lançado em 1938, “The Behavior of Organisms”

(O comportamento dos organismos), descrevia sua mais importante

descoberta, o Condicionamento Operante, que é o que usamos atualmente

para mudar ou modificar comportamentos e ajudar na aprendizagem.

Ainda segundo LEAR,(2004), Condicionamento Operante significa que

um comportamento seguido por um estímulo reforçador resulta em uma

probabilidade aumentada de que aquele comportamento ocorra no futuro.

2.3.2 – Entendendo o ABA.

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Para entender melhor o Condicionamento Operante, compreendamos

que as experiências que nos acontecem durante a vida vão nos estimular ou

desanimar a usar certos atos ou comportamentos futuramente. Por exemplo:

Se ao passarmos pela padaria do Sr. João e dermos um Bom dia cordial,

sendo respondido com um bom dia cordial, tendemos a repeti-lo todos os dias,

porém se ao invés disso nada for respondido ou vier uma resposta malcriada,

provavelmente não faremos isto novamente; são os reforçadores positivos e os

negativos,sendo que para o trabalho é óbvio que nos prendemos aos

positivos..

A intenção do trabalho com crianças autista é a integração dela à

sociedade. Por isso é planejado e executado com todo cuidado, envolvendo

todo o meio que a criança vive, lar, escola, clube, etc..Realiza-se uma

“avaliação do repertório” da criança, definindo pontos altos e baixos, com base

nisso planos educacionais são formulados visando o trabalho nas dificuldades

sejam de aprendizagem, emocionais ou sociais e de comunicação. São

elaborados planos individuais de forma que cada criança tenha atendida suas

necessidades e preferências. São traçados objetivos a serem alcançados

claros e observáveis podendo ser visualizado o sucesso da intervenção.

(LEAR, 2004)

Enfim é um método individualizado e impossível de ser explicado em

poucas páginas, temos publicações que falam a respeito e profissionais que

trabalham baseados nele que, independente de qualquer coisa tem nos

reforçadores positivos uma excelente linha de trabalho, pois se para as

crianças de desenvolvimento típico, já é recomendado pedagogicamente, para

crianças com dificuldades de aprendizagem é obrigatório.

CAPÍTULO III

A INCLUSÃO ESCOLAR DA CRIANÇA AUTISTA.

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.

O começo da inclusão escolar se inicia com a inclusão social da

criança autista, através do conceito de Sassaki podemos compreender melhor

o porquê,Segundo ele socialmente o conceito de inclusão seria

“O processo pelo qual a sociedade se adapta para poder

incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades

especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus

papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo

bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade, buscam,

em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar

a equiparação de oportunidades para todos (SASSAKI, 1997,

SASSAKI, 2002, p.3).”

Acompanhando as terapias e com a mesma relevância vem a escola.

A inserção da criança no ambiente escolar é de suma importância para o seu

desenvolvimento e independência no futuro, porém devemos antes analisar o

grau de comprometimento da criança para podermos escolher a escola que

melhor vai se adequar a dificuldade que será encontrada por causa do quadro

clínico.

Com o conceito social absorvido, temos também pelo mesmo autor o

conceito de inclusão escolar como:

“Educação inclusiva significa provisão de oportunidades

eqüitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências

severas, para que eles recebam serviços educacionais eficazes, com

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os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em

classes adequadas à idade em escolas da vizinhança, a fim de

prepará-los para uma vida produtiva como membros plenos da

sociedade. (SASSAKI 2002, p. 122)”

Incluso aí nessa definição de pessoas com necessidades educativas

especiais está o autista. Este não é considerado como uma pessoa com

deficiência, mas como um indivíduo com transtornos globais do

desenvolvimento. O autismo é definido com sendo um distúrbio do

desenvolvimento. Uma deficiência nos sistemas que processam a informação

sensorial que faz com que a criança reaja a alguns estímulos de maneira

excessiva, enquanto a outros reage debilmente. E que, muitas vezes a criança

se‘ausenta’ do ambiente das pessoas que a cercam a fim de bloquear os

estímulos externos que lhe parecem avassaladores. O autismo é uma

anomalia da infância que isola a criança de relações interpessoais. Ela deixa

de explorar o mundo à sua volta permanecendo em vez disso em seu universo

interior (GRANDIN; SCARIANO, 1999).

Ao pensarmos em inclusão escolar para a criança autista, devemos

levar em consideração tudo que já foi visto até agora. O que é o autismo, suas

características, as dificuldades que elas venham a causar na aprendizagem, o

tratamento conveniente que a criança deve estar recebendo, o método de

trabalho com a criança. Devem ser levadas em consideração todas as

variantes.

Ao chegar para o professor a criança autista, preferencialmente, já

deve estar sendo tratada desde os dois ou três anos de idade, normalmente a

idade da descoberta do diagnóstico, com suas terapias já adequadas ao seu

caso.

Dificilmente o autista de grau severo consegue ser inserido na escola

regular, vale tentar a entrada na creche, maternal, quanto mais cedo mais

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chance de êxito. Normalmente são avessas ao contato com os auxiliares ou

professores e com as outras crianças, se mesmo sendo tratado

adequadamente, a criança não consegue se adaptar com as outras, deve-se

pensar se o melhor para ela é uma escola de educação especial, pois a

tendência nos casos severos, em função do autismo, é de agressividade,

principalmente pela incapacidade de comunicação; o isolamento, também por

causa da comunicação, acompanhadas também da falta de capacidade de

compreender a matéria ou atividade proposta, nesse caso a insistência na

inclusão numa escola regular pode até atrasar o desenvolvimento da criança.

Como vimos no tripé do autismo, outro ponto fraco é a imaginação, uns

mais outros menos, conforme seu enquadramento no espectro; deve se

analisar a capacidade de brincar, de desenvolver algo mais complexo, já que é

muito difícil explicar a uma criança autista em qualquer grau através de

metáfora ou falar sobre algo abstrato, como por exemplo falar do calor, o calor

não é concreto, você não vê o calor, podemos mostrar o que é quente e frio,

apresentar os dois, daí explica-se o calor. Para uma criança de

desenvolvimento típico, explicamos com palavras, para o autista devemos

demonstrar, faze-la experimentar o concreto para entender mais facilmente o

abstrato.

O último ponto é a interação social, caminha junto com a comunicação,

a escola é o melhor local para desenvolver este ponto, a equipe deve estar

disposta a ”abraçar” a causa. A turma, a escola deve ser preparada para

receber esse aluno “especial”, ensinar as crianças de desenvolvimento típico a

conviver com as diferenças, explicar o mais didaticamente possível o que é o

autismo, como lidarem com esse novo companheiro, a ter paciência,

compreensão, carinho, que provavelmente irão receber o mesmo em troca, na

maioria dos casos existe uma melhora na interação social numa escola que

acolhe com carinho suas crianças especiais.

Este ponto de preparação da escola é muito importante, pois

reflitamos, se uma criança de desenvolvimento típico, apenas por ser obeso ou

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usar óculos sofre de bullying, imagine uma criança com essa diferença dessas.

Deve-se sempre ter o olhar atento para que isso não aconteça, pois caso

contrário todo o trabalho foi jogado fora. Nunca mais a criança autista vai pisar

nessa escola e será muito difícil de incluí-la em outra.

O professor e equipe pedagógica, além da boa vontade em receber a

criança, devem também ser qualificados para atender as necessidades que o

caso possui. A turma deve ser com poucos alunos, para uma fácil adaptação

da criança. Se a criança utiliza o método TEACCH em casa, ao entrar para a

escola o método deve ser continuado e, para isso deve haver o treinamento de

todos que vão lidar com a criança lá dentro, se utiliza o método ABA, tal qual o

TEACCH, a escola é um elo do sistema que deve ser consonante com toda a

terapia adotada.

Para a integração completa da criança autista na escola, temos uma

figura que já desponta com sucesso nas escolas que realizam a inclusão, o

mediador. Se possível, um profissional de psicopedagogia, é o mais qualificado

para ocupar esta posição, porém devido ao custo podemos aproveitar um

formando nesta área ou afeta, pode ser outro professor ou estagiário, desde

que treinado e qualificado para isso. O mediador ou facilitador faz a função de

comunicação entre a criança autista e o professor, ou como o nome diz, media

a captação das informações pelo aluno, sem que tenha de ser interrompida

constantemente a aula por causa da dificuldade natural de compreensão da

criança autista. Acompanha a criança na escola nas suas atividades e é de

grande importância para o seu desenvolvimento na escola regular.

Deve-se ainda adaptar o currículo escolar as necessidades individuais

da criança autista, desde que adaptado o aprendizado sempre será possível,

como cita Melli:

“Não temos condições de afirmar o quanto uma criança pode

ou não aprender. O importante é que os professores entendam que

existem diferenças individuais entre quaisquer crianças, existem

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preferências e ritmos de aprendizagem, e tudo isto deve ser levado

em consideração e ser respeitado no momento da organização de

ações educativas. Estas precisam estar ajustadas às necessidades

educacionais dos alunos, sem que os conteúdos acadêmicos sejam

prejudicados. (MELLI, in: MANTOAN, 2001, p. 24).”

A autora ainda cita a respeito:

“A pessoa com deficiência e/ou com problemas para

aprender possui uma dificuldade real para realizar trocas apropriadas

com o meio em que se insere e precisa desse meio para superar ou

desenvolver formas alternativas ou compensatórias que lhe permitam

conhecer o mundo e a si mesmos, de acordo com seus recursos e

possibilidades. Se o meio escolar possibilita essa interação, o aluno

tende a progredir. Cabe observar que as trocas interpessoais que

favorecem o desenvolvimento e a aprendizagem são aquelas que

colocam em xeque as concepções do sujeito, exigindo elaborações

mais complexas ou a revisão das próprias idéias. Em outras

palavras, são trocas que provocam os chamados conflitos cognitivos

(MELLI, 2001, p. 22).”

Os professores, assim como os profissionais que trabalham ou lidam

com autistas devem receber capacitação interna em oito áreas:

1- Avaliações da criança em diferentes situações.

2- Envolvimento dos pais em colaboração com a família,

3- Ensino estruturado.

4- Manejo de comportamento.

5- Desenvolvimento e aquisição de comunicação espontânea.

6- Aquisição de habilidades sociais.

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7- Como ensinar capacitando nas áreas de independência e

vocacional.

8- O desenvolvimento de habilidades de lazer e recreação.

Conceitos estes que tem dirigido a maior parte da atividade de

pesquisa do departamento TEACCH nos últimos 30 anos.

Pelo que vimos então, desde que qualificada, ambiente adaptado e

receptiva, a inclusão na escola regular ajuda muito no desenvolvimento da

criança, além de proporcionar uma chance de independência do futuro adulto.

CONCLUSÃO

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O autismo não tem cura, é uma síndrome que deve ser tratada com

todas as peculiaridades que lhe são afetas.Vimos que todos os pontos da

tríade que compõem o transtorno invasivo do desenvolvimento podem ser

tratadas e, dependendo da resposta da criança, minimizados incrivelmente.

As dificuldades de aprendizagem da criança autista vem deste tripé de

problemas com a comunicação, imaginação e interação social. Então devemos

nos basear na evolução do quadro para uma melhora da aprendizagem. Com

o trabalho da equipe multidisciplinar bem aplicado e a participação efetiva da

família, orientada adequadamente, podemos trazer a criança autista para a

sociedade, para uma vida quase normal, dentro das possibilidades que o

autismo e o seu caso em particular permitem.

As terapias, através do estudo do autismo por mais de 50 anos,

encontram-se em evolução permanente e perfeitamente adequadas as

necessidades da criança autista, apesar de sempre haver espaço para

avanços quando se trata de medicina e afins.

Nosso maior desafio quando tratamos da questão de necessidades

especiais e as dificuldades de aprendizagem é o Estado. Nossa política de

assistencialismo ainda deixa muito a desejar, o autismo, assim como outras

necessidades especiais não escolhe classe social. As menos favorecidas não

tem acesso a tratamento e terapias adequadas, ou quando o tem são

extremamente carentes de recursos e/ou qualificação, diminuindo assim a

possibilidade do desenvolvimento adequado e a capacidade de aprender,

reduzindo as chances de sua inclusão em escola regular, que é o primeiro e

mais importante passo para a sua inclusão na sociedade como um todo.

A escola regular é outro caso a parte, A inclusão é um tema que vem

gerando muitos debates na sociedade, discute-se muito sobre o assunto,

porém na hora de pôr em prática, vêem-se muitas barreiras aparentemente

intransponíveis. Estas se apresentam no formato de preconceitos, medos,

dúvidas, incertezas, ignorância, etc. Como já foi dito, o Estado e suas políticas

públicas são outra forma de manifestação destas barreiras. Elas se traduzem

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em leis, como a lei de diretrizes e bases da educação (lei 9394, de

20/12/1996), são cheias de boas intenções, mas que não definem mecanismos

operacionais efetivos, que garantam sua aplicação.tornando um abismo entre

o que está escrito e o que se põe em prática.

Para que seja realizada com sucesso pela escola a inclusão da criança

autista precisa-se que os profissionais que atuam na mesma, tenham uma

formação especializada, que os possibilitem conhecer as características e as

perspectivas em relação a estas crianças. Deveria ser parte da grade curricular

na formação destes profissionais, principalmente dos professores do ensino

fundamental.

Enfim, para haver um processo de aprendizagem efetivo por parte da

criança autista, necessita-se que o professor, seja do ensino público ou

privado, tenha disposição de mudar seus conceitos na relação

ensino/aprendizagem, além de reconhecer que a inclusão do autista na escola

regular irá trazer a ele e ao restante dos alunos os benefícios de uma nova

forma de ver o mundo e as relações interpessoais.

BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O AUTISMO 10

1.1 – Histórico 10

1.2 – Os sintomas e o diagnóstico 12

1.3 – O espectro autístico 15

CAPÍTULO II

INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS – DESENVOLVENDO

A CRIANÇA AUTISTA 18

2.1 – Tratamento multidisciplinar 18

2.1.1 – Neuropediatria ou Neurologia Infantil 19

2.1.2 – Medicação l 19

2.1.3 – Psicologia 20

2.1.4 – Fonoaudiologia 20

2.1.5 – Terapia Ocupacional 21

2.1.6 – Psicomotricidade 22

2.1.7 – Psicopedagogia 22

2.2 – Método TEACCH 23

2.2.1 – Histórico 24

2.2.2 – Aplicando o método de informação visual 25

2.3 – Método ABA 27

2.2.1 – Histórico 27

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2.2.2 – Entendendo o ABA 28

CAPÍTULO III

A INCLUSÃO ESCOLAR DA CRIANÇA AUTISTA 29

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 39