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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PREGÃO ELETRÔNICO
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Por: ANTÔNIO d` AVILA
Prof: JORGE VIEIRA DA ROCHA
Rio de Janeiro - RJ
2010
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PREGÃO ELETRÔNICO
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes
como conclusão do Curso de
Gestão Pública para obtenção
do título de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em Gestão
Pública
Professor Orientador : Jorge
Vieira
Rio de Janeiro - RJ
2010
2
AGRADECIMENTO
A todos que diretamente ou
indiretamente contribuíram
para a realização do meu
sonho
3
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família
acolhedora dos meus sonhos e incentivadora
das minhas lutas; aos meus bons e velhos
amigos e aos meus mestres que, com toda
sabedoria, mostraram-me o caminho dos
estudos
4
Epigrafe
“Os conceitos físicos são livres criações do intelecto humano. Não são, como se poderia pensar determinados exclusivamente pelo mundo exterior. No esforço de entendermos a realidade, muito nos parecemos com o indivíduo que tenta compreender o mecanismo de um relógio fechado (...) Se for engenhoso, poderá formar uma imagem do mecanismo que poderia ser responsável por tudo quanto observa, mas jamais poderá estar totalmente certo de que tal imagem é a única capaz de explicar suas observações. Jamais poderá confrontar sua imagem com o mecanismo real”.
Albert Einstein
5
RESUMO
Este trabalho verifica a importância e a necessidade dos Órgãos Públicos criarem e aperfeiçoarem mecanismos que atendam aos processos de aquisições de bens, serviços e obras no âmbito da Administração Pública. Esse segmento vem apresentando crescimento contínuo e representando um importe financeiro de grande vulto no orçamento do Estado.Um primeiro passo relevante se equacionou na Constituição de 88, com a apresentação da Lei nº 8.6666, que trazia em seu escopo um conjunto de regras e procedimentos norteadores das modalidades de licitação. Apesar dos avanços alcançados, esta prática apresentou-se lenta e burocrática. Dentro desse cenário, e com a crescente demanda dos bens e serviços denominados “comuns”, urgiu a necessidade da criação de um novo mecanismo de aquisição chamado Pregão Com a implantação da tecnologia da informação nos diversos segmentos da sociedade brasileira, esta modalidade evoluiu para o “Pregão Eletrônico” via Internet. Esta modernização no processo de licitação incorporou inúmeras melhorias, favorecendo de forma acentuada a adesão de concorrentes aos pleitos e agregando maior agilização e transparência no processo licitatorio, inclusive modificando e substituindo procedimentos burocráticos. Por todas essas vantagens, tornou-se o pregão a modalidade de licitação de maior utilização na Administração Pública. Com o uso indiscriminado dessa modalidade, alguns cuidados deverão ser observados para que não sejam infligidos os princípios constitucionais (legalidade,isonomia, impessoalidade, ...) O Estado do Rio de Janeiro através da Secretaria de Planejamento de Gestão, objetivando atender corporativamente, o procedimento de compra de seus Órgãos, adquiriu um sistema mecanizado desenvolvido para ser operado através da Internet, batizado como “SIGA”, que fornecerá ao Estado uma plataforma informatizada para gestão de compras, inclusive disponibilizando para o Estado o seu site próprio de pregão eletrônico.
6
METODOLOGIA
O tema foi abordado à luz da doutrina através de pesquisas bibliográficas. Os métodos que nortearam o presente trabalho em um primeiro momento foi selecionando todo o material que pudesse ser útil a pesquisa, como publicações, dissertações, artigos, revistas especializadas, sites na internet e em livros baseada inicialmente nas seguintes publicações:
1 - Pregão “ Uma nova modalidade de licitação” , 3ª edição, 2009 Benedicto de Tolosa Filho 2 - Desvendando o Pregão Eletrônico, 2002
Aridio Silva, J. Araújo Ribeiro e Luiz A. Rodrigues
3 - Pregão (Comentários à Legislação do Pregão comum e Eletrônico)
3ª edição, 2004. Marçal Justen Filho
4 – Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico
3ª edição, 2010. J.U. Jacoby Fernandes
7
SUMÁRIO
Pagina
INTRODUÇÃO................................................................................................ 08
CAPITULO I – AQUISIÇÃO NA ADMIINISTRAÇÃO PÚBLICA.................... 09
1.1 – O DEVER DE LICITAR...................................................................... 11
1.2 - PRINCIPIOS BASILARES DO INSTITUTO...................................... 11
1.3 - MODALIDADES DE LICITAÇÃO....................................................... 13
1.4 – LICITAÇÃO – QUANDO NÃO UTILIZAR (EXCEÇÃO)..................... 15
1.5 – A IMPORTÀNCIA DO EDITAL.......................................................... 18
1.6 - CARTEIS NAS LICITAÇÕES PÚBLICAS........................................ 20
CAPITULO II – MODALIDADE PREGÃO NA LICITAÇÃO........................... 24
2.1 – COMO NASCEU O PREGÃO........................................................... 24
2.2 – PARTICULARIDADES DO PREGÃO COMO MODALIDADE DE
LICITAÇÃO........................................................................................ 25
CAPITULO III – PREGÃO ELETRÔNICO..................................................... 29
3.1 – EVOLUÇÃO DO PREGÃO............................................................... 29
3.2 – PREGÃO ELETRÔNICO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.......33
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 36
REFERÊNCIAS............................................................................................ 39
8
INTRODUÇÃO
Com a crescente demanda por bens, obras e serviços, os procedimentos
de aquisição na Administração Pública baseada na tradição, na rigorosidade
formal, tornou-se um modelo ultrapassado, impossibilitando o Estado em
realizar a função pública de forma eficiente. Tornou-se imprescindível a
adoção de procedimentos e mecanismos de controle que garantam a aplicação
do grande volume de recursos disponíveis, com eficiência e transparência.
O primeiro passo para contornar o problema foi dado pela Constituição
de 1988, art. 37, inc. XXI, criou bases, nas quais mais tarde , em 21 de junho
de 1993, assentou-se a Lei Federal nº 8.666, que instituiu o Estatuto das
Licitações e Contratos Administrativos.
Este trabalho, apresenta de forma resumida, as varias modalidades de
licitação e suas particularidades definidas na Lei nº 8.666, abordaremos
também, como a Administração Pública evoluiu para uma nova modalidade
mais ágil de licitação - “Pregão”, para atender as demandas de aquisições de
bens e serviços comuns, que não era contemplada na Lei nº 8.666, e
recentemente a implantação do Pregão Eletrônico, instituído através da Lei
Federal nº 10.520/2002
Tornou-se o pregão eletrônico a modalidade licitatória de maior
crescimento entre as formas de aquisições de bens e serviços na Administração
Pública. Considerando a utilização crescente do pregão eletrônico desde a sua
criação, pode-se dizer que o mesmo atende a todos os princípios constitucionais
que balizaram a sua implementação, notadamente, quanto à eficiência e a boa
administração dos recursos públicos na Administração Pública. Descrevemos
alguns cuidados que o administrador publico deverá tomar para que esta
modalidade de licitação atenda aos princípios constitucionais.
Finalizando, descrevemos um quadro histórico evolutivo das aquisições
na Secretaria de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro (SEPLAG) e como
esta Secretaria esta solucionando a gestão de compras no Estado do Rio de
Janeiro
9
CAPITULO I – AQUISIÇÃO NA ADMIINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no campo tecnológico,
empresarial e social, o Estado não pode ficar à margem, apenas como
expectador. A idéia de uma Administração Pública baseada na tradição, na
rigorosidade formal, numa ordem burocrática pesada, está se tornando
modelo ultrapassado e nada eficiente.
Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão administrativa,
capaz de realizar a função pública de forma eficiente, moderna, acompanhando
a evolução econômica e financeira da sociedade, sem olvidar dos princípios
basilares que orientam a Administração Pública.
Com a crescente demanda por bens, obras, serviços em todo o País,
quando ao Estado cumpre garantir o desenvolvimento econômico e social,
tornou-se imprescindível adoção de procedimentos e mecanismos de controle,
que garantam a aplicação do grande volume de recursos disponíveis, com
eficiência e transparência. Uma das formas eficientes utilizadas pela
Administração Pública é a licitação.
A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI, criou bases, nas quais mais
tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Lei Federal nº 8.666, que
instituiu o Estatuto das Licitações e Contratos Administrativos.
A licitação pública foi criada com objetivo de impor uma forma de
restrição à Administração Pública, evitando assim que esta venha contratar
livremente , de forma autônoma, restringindo procedimentos diferenciados e
perssonalizado entre os Òrgãos Publicos contratantes, tendo em vista a
preservação do principio da igualdade de todos em participar e contratar com
Administração Pública e também o principio da moralidade. Neste sentido,
varios instrumentos foram criados para tornar estes objetivos uma realidade
10
eficaz, minimizando o mau uso da Administração Pública para atender,
principalmente, os interesses pessoais.
Nas palavras de Adilson Abreu Dallari:
“o instituto da licitação assumiu grande importância atualmente, devido
ao aumento na esfera de atuação da Administração Pública, por meio do
desempenho de novas funções exigidas pela complexidade da vida
moderna”. (DALLARI, Aspectos jurídicos da licitação, 1992. p. 89.)
Resumindo, a Administração Pública lançará mão da licitação toda vez
que for comprar bens, executar obras, contratar serviços, ou conceder a um
terceiro o poder de, em seu nome, prestar algum tipo de serviço público, como
é o caso das concessões.)
Sob o aspecto conceitual e diante da rica doutrina disponível podemos
destacar:
Odete Medauar entende que,
“Licitação, no ordenamento brasileiro, é processo administrativo em que
a sucessão de fases e atos leva à indicação de quem vai celebrar
contrato com a Administração. Visa, portanto, a selecionar quem vai
contratar com a Administração, por oferecer proposta mais vantajosa ao
interesse público. A decisão final do processo licitatório aponta o futuro
contratado”. (MEDAUAR, Direito Administrativo Moderno, 1996. p. 205.)
Na lição de Celso Antonio Bandeira de Mello,
“Licitação – em suma síntese – é um certame que as entidades
governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os
interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo
patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências
públicas. Estriba-se na idéia de competição, a ser travada
isonomicamente entre os que preencham os atributos e aptidões
11
necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem
assumir”. (MELLO, Curso de Direito Administrativo, 2004. p. 483.)
1.1 – O DEVER DE LICITAR
Segundo Carlos Ari Sundfeld, “Têm o dever de promover licitação todos
os entes estatais, independentemente do caráter público ou privado de sua
personalidade. Destarte, são por ele colhidas tanto as pessoas governamentais
de direito público (União, Estados e Municípios, suas autarquias e fundações
governamentais de direito público) como as pessoas governamentais privadas
(empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
governamentais provadas)”. (SUNDFELD, Licitação e Contrato Administrativo,
1994. p. 36.)
O enunciado constitucional impõe aos órgãos da União, Estados,
Municípios, e DF, o dever de licitar, previsto no art. 37, da CF/88, que diz:
“XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
1.2 – PRINCIPIOS BASILARES DO INSTITUTO
Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações também tem seus
princípios norteadores. Discorreremos acerca de alguns deles, ainda que forma
bastante simples.
O princípio da legalidade, como princípio geral previsto no art. 5º, II, da
Constituição de 1988, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer senão em virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando da
12
compra, obra, contração de serviços ou alienação, a proceder de acordo com o
que a Constituição Federal e Leis prevêem. A não observação desse princípio
impregnará o processo licitatório de vício, trazendo nulidade como
conseqüência.
Pelo princípio da isonomia, é assegurado a igualdade no tratamento a
todos quantos venham participar do certame licitatório.
O princípio da competitividade garante a livre participação a todos,
porém, essa liberdade de participação é relativa, não significando que qualquer
empresa será admitida no processo licitatório. Por exemplo, não faz sentido
uma empresa fabricante de automóveis tencionar participar de um processo de
licitação, quando o objeto do certame seja compra de alimentos.
A Administração Pública se balizará no princípio da impessoalidade
para evitar a preferência por alguma empresa especificamente, cuja não
observação implicaria prejuízo para a lisura do processo licitatório, e como
conseqüência a decretação da nulidade do processo.
Como a licitação busca atender ao interesse público, à coletividade, a
escolha e julgamento da melhor proposta obedecerão ao princípio da
publicidade, que visa tornar a futura licitação conhecida dos interessados e
dar conhecimento aos licitantes bem como à sociedade em geral, sobre seus
atos. Outra função desse princípio é garantir aos cidadãos o acesso à
documentação referente à licitação, bem como sua participação em audiências
públicas.
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais barata. Como dizem
alguns, às vezes o barato sai caro. A Administração Pública deve saber definir
quando, quanto, o que e por que vai comprar, a exemplo da situação onde há
opção de compra ou locação. É nessa análise que o princípio da
economicidade se revela, auxiliando a aplicação dos recursos públicos com
zelo e eficiência.
13
A Constituição Federal, impõe a todos quantos integram os Poderes da
República nas esferas compreendidas na Federação, obediência aos princípios
da moralidade, legalidade, impessoalidade, eficiência e publicidade.
É notável o esforço do Governo Federal, após a Constituição de
1988, em tentar aperfeiçoar as normas públicas, visando o desenvolvimento
do serviço. Entre os resultados obtidos por esta jornada em busca do
avança, temos o advento da Lei 8.666/93, que trouxe regras de licitação,
bem como suas modalidade, utilizadas pela administração pública em geral
na aquisição de bens ou contratação de serviços.
1.3 – MODALIDADES DE LICITAÇÃO
No entanto, as regras trazidas por esta lei eram de difícil
entendimento e, por ora, desnecessárias, transformando o processo
licitatório em algo complexo e de difícil concretização. A Lei nº 8.666/93
instituiu várias modalidades de licitação, tais como: Concorrência, Tomada
de Preços, Convite, Concurso e Leilão; princípios norteadores; regras de
dispensa e inexigibilidade de licitação; valores limites de cada modalidade,
entre outros pontos.
As medidas adotadas mostraram-se, ao longo dos anos, burocráticas
e um tanto lentas no seu desdobramento e, em determinados casos,
onerosas aos cofres públicos. A fim de solucionar estas questões, o
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por intermédio da
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação/SLTI e, do seu
Departamento de Logística e Serviços Gerais/DLSG, lançou estudos
buscando criar uma outra modalidade licitatória, mais simplificada, que
atendesse as necessidades mais emergentes do governo e da própria
sociedade. Deste modo, no dia 4 de maio de 2000 vimos nascer a Medida
Provisória de nº. 2.026, que instituía, no âmbito da União, nos termos do art.
37 da Constituição Federal, uma nova modalidade de licitação denominada
"Pregão".
Existem seis tipos de modalidades de licitações, que são:
14
CONCORRÊNCIA :
A concorrência é a modalidade de licitação mais apropriada para
contratos de valores elevados. Destina-se a obras e serviços de
engenharia com valor superior a R$ 1.500.000,00 ( um milhão e
quinhentos mil reais) e compras e serviços acima de R$ 650.000,00 (
seiscentos e cinqüenta mil reais).
TOMADA DE PREÇOS :
Esta modalidade é empregada para contratações de valores médios.
Tal modalidade é aplicada em obras e serviços com custo estimado
em até R$ 1.500.000,00 ( um mil e quinhentos reais) e em compras e
outros serviços até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais)
CONVITE :
É a modalidade de licitação mais simples, sendo usada pela
administração para contratações de menor valor. Tal procedimento é
empregado em obras e serviços de engenharia estimados em até R$
150.000,00 (cento e cinqüenta mil) e para compras e outros serviços
de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais)
CONCURSO
É a modalidade de licitação destinada à escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, conforme estabelece o § 4° do art. 22
da Lei 8.666/93
LEILÃO
O leilão é a espécie licitatória utilizada para que a Administração
proceda a venda de bens móveis inservíveis ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados.
15
]PREGÃO
O pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e
serviços comuns, independente do valor, que habilitará o licitante com
proposta de menor preço, através de lances em sessões públicas.
Obs: Esta modalidade será abordada mais detalhadamente nos
próximos capítulos.
1.4 - LICITAÇÃO - QUANDO NÃO UTILIZAR ( EXCEÇÃO)
Há situações em que não é possível licitar. Isso pode decorrer em
função do valor, situação de emergência, calamidade pública, inviabilidade de
competição, e demais hipóteses enumeradas nos arts. 24 e 25, denominadas
como contratação direta.)
A primeira forma é a dispensa, prevista no art. 24 e incisos da Lei nº
8.666/93. A Administração Pública deve se acautelar para que a situação de
emergência não tenha sido causada por sua omissão, situação que acarretará
na responsabilidade dos agentes responsáveis.)
Já os casos em que a licitação é inexigível estão previstos no art. 25 e
seus incisos, isto é, quando se tratar de compra de produtos exclusivos,
serviços técnicos de natureza singular e contratação de profissionais
consagrados, e outros casos ali especificados
Tanto a contratação por dispensa quanto por inexigibilidade deverão
obedecer aos ditames do art. 26, que prevê a necessária justificação e
publicidade.
“Aplica-se multa aos responsáveis, em razão da contratação indevida
por inexigibilidade de licitação, falta de clareza e precisão na descrição
do objeto contratado”. (Acórdão nº 1.166/2005, 2ª C., Rel. Min. Benjamin
Zymler.)
16
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
O procedimento licitatório se caracteriza ato administrativo formal. De
acordo com a doutrina, a licitação pode ser analisada sob foco interno ou
externo, assim denominadas de fase interna e fase externa da licitação
FASE INTERNA DA LICITAÇÃO
Nessa fase é que se concentram os atos que definirão os rumos da
licitação, isto é, o planejamento da licitação.
“Identifica-se a necessidade, motiva-se a contratação, para então, partir-
se para verificação da melhor modalidade de sua prestação. Como a regra
geral é a licitação, a sua dispensa ou inexigibilidade configuram exceções.
Como tal, portanto, não podem ser adotadas antes das pesquisas e estudos
que permitam chegar a essa conclusão”. (Acórdão nº 994/2006, Plenário, Rel.
Min. Ubiratan Aguiar.) Ou seja, a decisão pela contratação direta, por
inexigibilidade ou dispensa, é posterior a toda uma etapa preparatória que deve
ser a mesma para qualquer caso. A impossibilidade ou a identificação da
possibilidade da contratação direta como a melhor opção para a administração,
só surge após a etapa inicial de estudos. Ao dar início a uma licitação, a
Administração Pública deve atentar para a existência de previsão orçamentária.
Fazer uma licitação sem recursos previstos é, no mínimo, ato de má gestão. A
Lei nº 8.666/93 é clara, no art. 7º, § 2º, inc. III, ao prever que:
“§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
(...)
“III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o
respectivo cronograma,”
De acordo com o caput do art. 38, da Lei 8.666/93, desde a abertura do
processo administrativo da licitação é necessária a indicação dos recursos
apropriados. No edital, é obrigatório definir as condições para o atendimento
17
das obrigações necessárias ao cumprimento do seu objeto, segundo o inciso
VIII do art.40 da mesma lei.
Também, pelo inciso III do § 2º do art. 40 da Lei 8.666/93, é preciso que
o edital da licitação esteja acompanhado da minuta do contrato a ser firmado,
onde, em cumprimento ao inciso V do art. 55, há que ficar estabelecido o
crédito pelo qual correrá a despesa com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
Daí decorre a jurisprudência deste Tribunal, que se posiciona pela
exigência de que o edital venha consignado da dotação orçamentária que dará
suporte às despesas. Entretanto, é de se reconhecer que a Lei nº 8.666/93 tem
como efetivamente grave e passível de anulação a compra realizada sem a
indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, consoante o art.
14”. (Acórdão nº 3.034/2005, 1ª C., Rel. Min. Marcos Vinicios Vilaça.)
Além da previsão orçamentária, a Administração Pública deve ter
conhecido e definido quanto quer gastar com aquela contratação. Encontramos
rica jurisprudência acerca da necessidade de realização da pesquisa de
preços. Vejamos posicionamento do TCU:
“A importância da realização de uma ampla pesquisa de preços no
mercado e de uma correta estimativa de custos é inconteste, pois
fornece os parâmetros para a Administração avaliar a compatibilidade
das propostas ofertadas pelos licitantes com os preços praticados no
mercado e verificar a razoabilidade do valor a ser desembolsado,
afastando a prática de atos possivelmente antieconômicos.
O preço estimado é o parâmetro de que dispõe a Administração para
julgar as licitações e efetivar contratações, e deve refletir adequadamente o
preço corrente no mercado e assegurar efetivo cumprimento, dentre outros,
dos princípios da economicidade e da eficiência”. (Acórdão nº 710/2007,
Plenário, Rel. Min. Raimundo Carreiro.)
É importante notar que a pesquisa de preços não constitui mera
exigência formal estabelecida pela Lei. Trata-se, na realidade, da etapa
18
essencial ao processo licitatório, pois estabelece balizas para que a
Administração julgue se os valores ofertados são adequados. Sem valores de
referencia confiáveis, não há como avaliar a razoabilidade dos preços dos
licitantes”. (Acórdão nº 1.405/2006, Plenário, Rel. Min. Marcos Vinicios Vilaça.)
Definir com clareza e exatidão o objeto que vai atender à necessidade
da Administração é de grande importância para o sucesso da licitação. O
mercado é rico em opções, e a Administração Pública é livre para utilizar os
recursos disponíveis para chegar ao objeto que melhor atenda àquela
necessidade.
A modalidade de licitação não é definida aleatoriamente, ela será feita
com base no art. 22, da Lei nº 8.666/93.
“Com relação à modalidade de licitação, sabe-se que o principal critério
para definir se o administrador utilizará o convite, a tomada de preços ou
a concorrência é o valor estimado do objeto a ser licitado”. (Acórdão
TCU nº 103/2004.)
1.5 - A IMPORTÂNCIA DO EDITAL
A elaboração do edital, ou ato convocatório, é atividade de elevada
importância e deverá possuir amplo caráter de legalidade. É nele que serão
estipuladas as regras que se aplicarão à disputa: desde critérios de habilitação
e classificação, a preço, pagamento, sanções, demais regras procedimentais, e
minuta do contrato administrativo que será firmado com o vencedor.
Na obra de Adilson Abreu Dallari encontramos a definição de edital, em
sentido amplo, segundo o que ensinou Oswaldo Aranha Bandeira de Mello
assim definido como ‘instrumento pelo qual se faz pública, pela imprensa ou
em lugares apropriados das repartições, certas noticias, fato ou ordenança, às
pessoas nele referidas e outras que possam ter interesse a respeito do assunto
que nele contém’. Já em sentido estrito, ‘Hely Lopes Meirelles, com a clareza
que lhe é peculiar, afirma que o edital é instrumento pelo qual a administração
leva ao conhecimento público sua intenção de realizar uma licitação e fixa as
19
condições de realização dessa licitação’”. (DALLARI, Aspectos jurídicos da
licitação, 1992. p. 90.)
FASE EXTERNA DA LICITAÇÃO
A Lei nº 8.666/93 prevê, no art. 3º, § 3º, que a licitação não será sigilosa,
sendo públicos e acessíveis ao público os seus atos, salvo quanto ao conteúdo
das propostas, até sua respectiva abertura.
Com a publicação do edital, os interessados tomarão conhecimento da
licitação e regras da disputa, e apresentarão suas ofertas.
A habilitação tem como finalidade o exame de idoneidade jurídica,
técnica e financeira da empresa que pretende com a Administração Pública
contratar, de acordo com o previsto nos arts. 28, 29, 30 e 31, da Lei nº
8.666/93.
Atendidos os requisitos de habilitação, o licitante terá suas propostas
técnica e comercial analisadas. Essa etapa é regida pelos arts. 44 a 48, da Lei
nº 8.666/93. Para o professor Marçal Justen Filho, “a Lei nº 8.666 impôs a
obrigatoriedade da distinção formal entre o exame da regularidade das
propostas e o julgamento de sua vantajosidade. As propostas desconformes
com o edital ou a lei serão desclassificadas. Passar-se á ao exame apenas das
propostas cujo conteúdo se encontrar dentro dos parâmetros exigidos”.
(JUSTEN FILHO, Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos,
2008. p. 572.)
De acordo com o art. 45 da Lei nº 8.666/93, temos que:
“Art. 45 O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade
com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos,
de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de
controle.
20
É importante ressaltar que, das decisões tomadas nesta fase cabem
recursos, os quais estão previstos no art. 109, da Lei nº 8.666/93.
Definido o vencedor, a Administração Pública procederá à homologação
e adjudicação da proposta, ato que antecede a formalização do contrato
administrativo.
1.6 - CARTEIS NAS LICITAÇÕE PÚBLICAS
"É muito freqüente que a Administração seja prejudicada em
razão do comportamento de licitantes e contratados que agem em relação a ela
com flagrante má-fé, buscando ampliar os seus benefícios privados em
detrimento do interesse público. Ocorre que, em muitos casos, a Administração
não toma as providências devidas para coibir tais comportamentos, não
instaurando os devidos processos administrativos. Essa postura da
Administração produz efeitos nefastos, haja vista que propaga sentimento de
impunidade, que acaba por incentivar novos atentados ao interesse público.
Assim, os atos praticados pelos cartéis em licitações afetam
negativamente os esforços dos Governos Federal, Estadual e Administrações
Municipais, ao buscar o emprego adequado de parcos recursos para o
desenvolvimento. Ações como estas, ao beneficiar, de forma indevida algumas
empresas previamente combinadas - e não importa qual a razão desta
combinação – a regra geral é por meio de acordo entre si que acabam por
fraudar o caráter competitivo das licitações.
Ainda que a Administração busque racionalizar suas aquisições
por meio de controles orçamentários ou por meio da Lei nº. 8.666/93, a das
Licitações, isso não impede a ação dos cartéis, que provocam transferência
indevida de renda do Estado para as empresas.
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS PARA CARTEIS
Ø Numero restrito de empresas
Ø Previsibilidade de contratações: facilita definição de estratégia comum
entre as empresa
21
Ø Publicidade das contratações públicas: evita direcionamento e permite
controle social. Mas, facilita o monitoramento pelos cartelistas.
Ø Interação freqüente entre empresas: facilita a definição de estratégia
comum
De acordo com levantamentos do governo, nos últimos anos, o
Brasil sofreu grandes prejuízos com a formação de cartel entre empresas que
participam de licitações públicas. A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do
Ministério da Justiça, informou que tais perdas variam entre R$ 20 bilhões e R$
40 bilhões por ano. Ainda de acordo com a SDE, quase um terço das compras
públicas é alvo de cartéis que costumam gerar um sobrepreço médio de 25% a
40% no mercado. (http://www.tmunicipal.org.br/noticias) Dessa sorte, a Administração tem a obrigação de coibir tais práticas,
realizando todas as medidas previstas em Lei para punir os licitantes ou
contratantes faltosos, de uma vez por todas, exigir ser tratada com o devido
respeito e com seriedade. Se ela não o fizer, ninguém o fará." (NIEBUHR)
Visando a coibir tais práticas, em janeiro de 2007, o governo
encaminhou ao Congresso o Projeto de Lei que altera a Lei de Licitações – Lei
8.666, de 1993 – que, no Senado, tramita como PLC 32/2007. A proposição
tem o objetivo de adequar as licitações e contratações governamentais às
novas tecnologias de informação presentes no cenário brasileiro atual, bem
como atender aos princípios de transparência, economicidade, competitividade
e celeridade das contratações governamentais, com vistas a nivelar o nosso
processo licitatório com as melhores práticas mundiais. Dentre as novas
tecnologias estão as formas propiciadas pela rede mundial de computadores, o
pregão eletrônico e a inversão de fases.
Na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, para onde foi
encaminhado em maio de 2007, o texto foi aperfeiçoado. Foram introduzidas
modificações na Lei 8.666, na Lei do Pregão e na Lei Orgânica do Tribunal de
Contas da União (TCU).
22
Entre tais mudanças, podem-se destacar: a obrigatoriedade do
pregão para a aquisição de bens e serviços comuns; a diminuição dos prazos
recursais; a atribuição de caráter oficial à publicação de atos relativos às
licitações realizadas em sítios eletrônicos da administração pública,
dispensando, assim, a publicação na imprensa oficial; a permissão do uso de
sistemas eletrônicos nas licitações; e a criação do Cadastro Nacional de
Registros de Preços, disponível a todos os órgãos e entes públicos das três
esferas da Federação.
A Lei n° 10.149 de 2000 criou duas novas armas para combate a
cartéis. Em primeiro lugar, introduziu acordo de leniência, que constitui a
aplicação da delação premiada para a defesa da concorrência . O delator pode
obter a extinção da ação punitiva ou a redução de um a dois terços da
penalidade aplicada. Tal mecanismo ataca o ponto fraco do cartel: a propensão
natural de seus participantes a romperem o acordo. A coloboração de pessoas
de dentro facilita a obtenção de provas detalhadas, aumentando as chances de
condenação. Em segundo lugar, a SDE passou a ter o poder de realizar buscas
e apreensões de registros nas sedes e filiais de empresas sobre investigação.
O projeto de reforma da defesa da concorrência, enviado
recentemente pelo Executivo ao Congresso, pode contribuir para o
aperfeiçoamento do combate aos cartéis ao consolidar tais mecanismos. Alem
disso, ao diminuir a duplicação de funções e promover a simplificação dos
procedimentos , permite-se maior numero de investigações com a mesma
quantidade de recursos.
COMBATE A CARTÉIS EM LICITAÇÕES
a) AÇÕES REPRESSIVAS
• Investigação de denúncia / ex officio
Importância de sigilo na fase da investigação
23
• Ação pró-ativa
Desenvolvimento de técnicas de investigação. Padrões suspeitos e
divulgação para órgãos de controle.
Parcerias
Fortalecimento da parceria com autoridades criminais (MP e Policia) e
que lidam com licitações (TCU e CGU). Relevância da parceria com
controle interno dos Estados e TCEs.
b) AÇÕES PREVENTIVAS
Ø Elaboração / distribuição de Cartilha de Combate a Cartéis em Licitações
Ø Divulgação das Diretrizes da OCDE para prevenir / reprimir conluio entre
licitantesç
Ø Cursos para órgãos de controle, pregoeiros: desenhos licitatórios mais
competitivos; detecção de cartéis
Ø Instrução Normativa
Contudo, o avanço no combate aos cartéis não requer apenas
alterações nas instituições públicas, mas também mudança cultural. É preciso
alterar a mentalidade de parte do empresariado brasileiro, que durante décadas
foi educado pelo próprio Estado a organizar cartéis, através da fixação estatal
de preços e cotas de produção. Tal mudança cultural não pode se restringir ao
setor privado. As empresas públicas e os formuladores de política dos diversos
ministérios setoriais também precisam se enquadrar à nova mentalidade.
Deve-se destacar a importância de a legislação estar em
compasso com os princípios diretores do processo licitatório, dando menor
espaço para administradores inescrupulosos ou empresas desonestas se
favorecerem indevidamente.
24
CAPITULO 2 - MODALIDADE PREGÃO NA LICITAÇÃO
2.1 - COMO NASCEU O PREGÃO
O Pregão foi utilizado inicialmente pela ANATEL – Agência Nacional de
Telecomunicações, pois desde que respeitem os princípios constitucionais, as
Agências possuem autonomia para efetuar suas regulamentações para o
processamento das licitações.
"Tive a oportunidade de participar como coordenador da consultoria jurídica da primeira fase de regulamentação dos serviços de telecomunicações com a criação da ANATEL. Foi quando refleti sobre a necessidade de uma nova modalidade de licitação que fosse rápida e garantisse economia para as compras do órgão. Foi a ANATEL, através da Lei Geral de Telecomunicações e de seu Regulamento de Contratações, o primeiro órgão a adotar o pregão para as suas compras, procurando alcançar esses objetivos nas suas compras. Posteriormente, e juntamente com o Prof. Benedicto Porto Neto, que foi o coordenador dos estudos que se desenvolveram para ampliar a experiência do pregão para toda a Administração Pública, trabalhei na criação do modelo que serviu de suporte para a edição da MP 2.026.'' (SUNDFELD)
Motivado pelos resultados positivos obtidos pela ANATEL com os
procedimentos de pregão, o Governo Federal, resolveu adotar essa prática, e a
fez por meio da Medida Provisória 2.026, de 04 de maio de 2000.
Acontece que a Medida Provisória 2.026 de 04 de maio de 2000
institucionalizava o Pregão apenas no âmbito da Administração Federal, o que
gerou inúmeras discussões doutrinárias teóricas.
A questão ficou superada quando a medida provisória converteu-se na
Lei 10.520/2002, que não mais restringiu à União o âmbito da nova modalidade
de licitação.
CONCEITUAÇÃO BASE LEGAL
• Conceito
Pregão é modalidade de licitação destinada à aquisição de bens e
serviços comuns. (art.º 1 Lei 10.520/2002)
25
• Base legal
· Lei n° 10520, de 17 de julho de 2002. Institui; no âmbito da União,
Estados Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal,, modalidade denominada pregão, para aquisição de bens
e serviços comuns, e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Brasília,
DF,18.jul.2002.
· Decreto n.º 3.555, de 8 de agosto de 2000, com seus anexos -
regulamentou procedimentos e listou os bens e serviços comuns;
· Decreto n.º 3.693, de 2 de dezembro de 2000 - incluiu computadores tipo
desktop, notebooks e impressoras na lista de bens comuns.
• Tipos de pregão
O Pregão é uma modalidade de licitação para aquisição de bens e
serviços comuns, qualquer que seja o valor da contratação, em que a disputa
pelo fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas e lances,
para classificação e habilitação do licitante com a proposta de menor preço,
subdividindo-se em dois tipos, o Pregão Presencial e o Pregão Eletrônico.
2.2 – PARTICULARIDADES DO PREGÃO COMO MODALIDADE
LICITATÓRIA
Configurar o pregão como uma modalidade licitatória significa adotar um
novo procedimento, além daqueles tradicionais previstos na Lei n° 8.666, para
seleção da proposta mais vantajosa, com observância do principio da isonomia.
O que diferencia uma modalidade de outra é a estruturação
procedimental, a forma de elaboração de propostas e o universo de possíveis
participantes. Sob esse enfoque, pregão é modalidade licitatória inconfundível
com aquelas constantes da Lei n° 8.666.
Em primeiro lugar, a estrutura procedimental do pregão é absolutamente
peculiar, com duas características fundamentais. Uma consiste na inversão das
fases de habilitação e julgamento. “ O Projeto propõe a inversão das fases, ou
seja, a análise deverá começar pelas propostas de preços, para depois se
verificar apenas a habilitação da empresa com melhor preço. O início pela fase
26
de habilitação toma tempo da Comissão de Licitação, que tem de analisar uma
grande quantidade de documentos, e gera disputas inúteis que atrasam o
andamento do processo com a análise de recursos de empresas
inconformadas com a sua inabilitação, ou com a habilitação de concorrentes,
sendo que muitos desses documentos e desses recursos são de licitantes com
propostas pouco competitivas”. Outra é a possibilidade de renovação de lances
por todos ou alguns dos licitantes, até chegar à proposta mais vantajosa.
Em segundo lugar, o pregão comporta proposta por escrito, mas o
desenvolvimento do certame envolve a formulação de novas proposições
(“lances”), sob forma verbal (ou mesmo , por via eletrônica).
Em terceiro lugar, podem participar quaisquer pessoas, inclusive
aquelas não inscritas em cadastro.
Sob um certo ângulo, o pregão é uma modalidade similar ao leilão,
apenas que não se destina à alienação de bens públicos e a obtenção de maior
oferta possível. O pregão visa à aquisição de bens ou contratação de serviços,
pelo menor preço.
Utilização para contratos versando sobre bens e serviços “comuns”
È imperioso assinalar a impossibilidade de adotar, sempre em todos os
casos, o pregão. Somente poderá deixar de ser adotado a modalidade cabível
em face da Lei 8.666 quando o objeto do contrato for bem ou serviço “comum”.
Destaque-se ser irrelevante o valor do contrato para fins de escolha do
pregão, mas é perfeitamente adequado assinalar que mesmo bens e serviços
comuns deverão ser licitados por meio das modalidades tradicionais quando a
importância dos valores ou as dificuldades do mercado ou outras
características do caso concreto aconselharem solução mais conservadora.
Bem ou Serviço “Comum”
O pregão é a modalidade adequada para obtenção de fornecimento de
bem ou serviço comum. Essa terminologia não constava da Lei n° 8.666.
‘O Anexo II, do Dec. 3.555, de 08/08/2000, alterado pelo Dec. 3.693, de
20/12/2000, regulamenta a matéria, relacionando os bens e serviços comuns.
27
Importante frisar que essa lista é apenas exemplificativa, servindo para orientar
o administrador na caracterização do bem ou do serviço comum.
A utilização da cláusula “bem ou serviço comum” produz a vinculação
do administrador, que deverá apurar a configuração do pressuposto para
avaliar o cabimento da adoção do pregão. Mas todos os conceitos apresentam
algum tipo de dificuldade de aplicação à realidade. Isso deriva seja das
limitações do conhecimento humano, seja das inseguranças propiciadas pelas
palavras.
Portanto, bem e serviço comum pode ser um conceito difícil de ser
definido. Mas a dificuldade não autoriza que a Administração Pública aplique o
pregão em hipótese em que não se configurar bem ou serviço comum. Ou seja,
o argumento da dificuldade em definir “bem e serviço comum” não autoriza
aplicação do pregão quando for evidente e inquestionável a ausência de um
bem ou serviço comum.
• A origem da distinção
É conveniente distinguir entre bens “padronizados” e produzidos “sob
encomenda”, para assegurar tratamento jurídico diverso às contratações
administrativas. A idéia do pregão destina-se a solucionar as necessidades
administrativas relacionadas a bens padronizados.
O ponto central relaciona-se com a idéia de que a licitação para
contratação de objetos “padronizados” não necessita sujeitar-se a trâmites tão
minuciosos como os necessários para fornecimentos de objetos singulares e
específicos.
• Disponibilidade no mercado
É a primeira característica que dá identidade ao bem ou serviço
qualificável como comum. Somente se configura a disponibilidade no mercado
quando existe atividade empresarial habitual, que disponibiliza objetos com
características homogênias, competitivamente, num certo mercado. O bem ou
serviço estar disponível significa a possibilidade de aquisição e fornecimento a
qualquer tempo.
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• Definição
Para concluir, numa tentativa de definição, poderia dizer-se que:
“bem ou serviço comum é aquele que se apresenta sob
identidade e características padronizadas e que se encontra
disponível, a qualquer tempo, num mercado próprio.”
- Exclusão de Obras e Serviços de Engenharia
A regra é que obras e serviços de engenharia não se enquadram no
âmbito de “bens e serviços comuns”.
- Exclusão de locações imobiliárias
O art 5° do regulamento federal também exclui a contratação de
locações imobiliárias por parte da Administração.
- Exclusão dos casos de alienação em geral
A alienação envolve busca da proposta de valor mais elevado, o que é
incompatível com a natureza do pregão.(FILHO)
• Fase preparatória do pregão
A fase prévia ou interna ao pregão envolve o cumprimento de
formalidades essenciais e indispensáveis ao êxito do certame e à obtenção de
contrato adequado e satisfatório.
29
CAPITULO III – PREGÃO ELETRÔNICO
3.1 - Evolução do pregão
A adoção do Pregão, e a implementação de sua forma eletrônica
viabilizaram um notável incentivo à competitividade e à ampliação da disputa
entre fornecedores, que passaram a dar uma maior credibilidade às
contratações públicas e aos certames licitatórios, eis que nesta modalidade se
reduz drasticamente as possibilidades de fraudes, conluios, conchavos, e todas
as demais meios escusos e fraudulentos que dantes eram levados à cabo por
servidores e fornecedores inescrupulosos.
O incremento da competitividade é plenamente materializável no Pregão
Eletrônico através da simples constatação de que um licitante que possua
estabelecimento em qualquer lugar do país pode participar de um certame
licitatório promovido por qualquer instituição pública federal sediada no território
nacional, bastando estar conectado à Internet, e satisfazer os requisitos para
credenciamento no servidor do sistema.
O pregão eletrônico foi instituido através da Lei Federal n° 10.520/2002,
especificamente no seu artigo 2º, parágrafo primeiro, onde estabeleceu que
poderá ser adotada a licitação na modalidade pregão por meio da utilização de
recursos de tecnologia da informação, regulamentada pelo Decreto n° 3697, de
21 de dezembro de 2000.
• Órgão promotor da cotação eletrônica
A cotação Eletrônica de Preços é conduzida pelo Órgão Promotor da
cotação e caberá a realização das seguintes tarefas:
I – Efetuar o prévio credenciamento, junto ao provedor do Sistema, das
autoridades competentes para homologar as contratações e dos servidores
designados para a condução do procedimento relativo às cotações eletrônicas;
II – Providenciar a alocação de recursos orçamentários para pagamento das
obrigações decorrentes da cotação eletrônica;
III - Efetuar o registro do Pedido de Cotação Eletrônica de Preços no Sistema
de Cotação Eletrônica de Preços, para divulgar e realizar a respectiva cotação
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eletrônica, informando a data e horário limite para recepção das propostas de
preços e apresentação de lances;
IV – Providenciar a abertura de processo para arquivamento dos documentos
relativos às cotações eletrônicas realizadas sob sua responsabilidade,
organizados em série anual, incluindo, para cada cotação eletrônica efetuada;
V – Verificar o atendimento das especificações do objeto e adjudicá-lo ao
vencedor, considerando o menor preço;
VI – Homologar a contratação, providenciando a declaração de dispensa de
licitação, por limite de valor, bem como os procedimentos referentes à
execução orçamentária;
VII – Formalizar o recebimento do objeto da contratação nas condições
estipuladas no Pedido de Cotação Eletrônica de Preços;
VIII – Efetuar o pagamento correspondente, até 5 dias úteis contados a partir
da entrega da fatura e recebimento (aceitação) do objeto. ( Desvendando o
pregão eletrônico – Aridio Silva / J. Araújo Ribeiro / Luiz A. Rodrigues)
• A Cotação Eletrônica é regida pelas seguintes regras de
negócio:
1ª Regra: Os pedidos de Cotação Eletrônica de Preços são divulgados
no Portal de Compras do site do Órgão Público promotor da Cotação e
encaminhados, por correspondência eletrônica, para uma quantidade de
fornecedores que garanta competitividade , escolhidos de forma aleatória pelo
sistema eletrônica, entre aqueles registrados na correspondente linha de
fornecimento e que tenham indicado possibilidade de entrega no município
onde esteja localizado o Órgão Promotor da Cotação.
2ª Regra: No Pedido de Cotação Eletrônica de Preços deverão constar
a especificação do objeto a ser adquirido, as quantidades requiridas,
observados a respectiva unidade de fornecimento, as condições da
contratação, o endereço eletrônico onde ocorrerá a cotação eletrônica, e a
data e horário de sua realização.
31
3ª Regra: As referências de horários, no Pedido de Cotação Eletrônica
de Preços e durante a sessão pública virtual, observarão o horário de Brasília,
o que será registrado no sistema e na documentação pertinente.
4ª Regra: A participação em cotação eletrônica dar-se-á,
exclusivamente, após a digitação da senha privativa do fornecedor e
subseqüente encaminhamento, por meio do Sistema, de proposta de preço e
de lances, em data e horário previstos no Pedido de Cotação Eletrônica
5ª Regra: Como requisito para a participação em cotação eletrônica, o
fornecedor deverá assinalar, em campo próprio do sistema, a inexistência de
fato impeditivo para licitare/ou contratar com o Órgão Promotor da Cotação ou
com a Administração Pública, também assinalar o pleno conhecimento e
aceitação das presentes regras, das Condições Gerais da Contratação do
Pedido de Cotação Eletrônica e do contido no Pedido de Cotação Eletrônica de
Preços
6ª Regra: A partir da divulgação do Pedido de Cotação Eletrônica de
Preços terá inicio a sessão pública virtual de cotação com a recepção de
propostas de preços, qualquer que seja o valor ofertado, exclusivamente, por
meio do Sistema , vedada a apresentação de proposta em papel.
7ª Regra: A partir do registro da sua proposta no Sistema, os
fornecedores participantes terão conhecimento do menor valor ofertado até o
momento e poderão formular lances de menor valor, sendo informados,
imediatamente sobre o seu recebimento com a indicação do respectivo horário
e valor.
8ª Regra: Só serão aceitos novos lances, cujos valores forem inferiores
ao do último lance registrado no sistema. Para maior seriedade ao certame,
costuma-se definir um valor mínimo aceitável entre os lances inferiores,
evitando dessa forma a apresentação de lances inferiores muito próximos do
ultimo lance, que prolongaria o certame de forma inaceitável.
32
9ª Regra: Durante o transcurso da sessão pública virtual de cotação
eletrônica, os fornecedores participantes serão informados, em tempo real, do
valor do menor lance que tenha sido apresentado pelos demais participantes,
vedada a identificação do detentor do lance
10ª Regra: A etapa de lances da cotação eletrônica será encerrada a
qualquer instantes após apresentação de aviso de fechamento iminente,
observado o período de tempo máximo de trinta minutos, aleatoriamente
determinado pelo Sistema
11ª Regra: Imediatamente após o encerramento da cotação eletrônica,
o Sistema divulgará a classificação, indicando as propostas e/ou lances de
menor valor, até o máximo de cinco ( Desvendando o pregão eletrônico –
Aridio Silva / J. Araújo Ribeiro / Luiz A. Rodrigues)
33
3.2 – O PREGÃO ELETRÔNICO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
utilização da Internet como meio de interação vem contando a cada dia
com a expansão progressiva e considerável de sua aplicabilidade, agora o
foco da automação voltou-se para administração pública, e que está sendo
batizado de “governo eletrônico” ou e-gov. Estamos diante do momento em que
todos os níveis da Administração Pública estão começando a investir e
direcionar seus serviços ofertados aos cidadãos para a plataforma da Internet.
O governo federal brasileiro , por meio de seus ministérios, secretarias,
órgãos e entidades tem encabeçado a lista na iniciativa de implantar seus
portais. O provedor de tecnologia do Ministério do Planejamento, o SERPRO,
desenvolveu a primeira versão web do ComprasNet, e que foi lançada em
junho de 1999, quando ainda não se falava de compras eletrônicas. Em março
de 2000, o projeto evoluiu para uma versão direcionada para compras
eletrônicas. Atualmente outros órgãos do Governo Federal já implantaram e
disponibilizam seus sites de compra para outras entidades governamentais
O Pregão Eletrônico é a modalidade de licitação que deve ser adotada
preferencialmente na Administração Pública, para compras de materiais e
serviços comuns, que representam a maioria das aquisições dos órgãos e
entidades do Estado.
Decreto nº 31.863 de 16 de setembro de 2002
“Regulamenta a modalidade de licitação
denominada pregão, para aquisição de bens e
serviços comuns, no âmbito do Estado do Rio de
Janeiro”
A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de
suas atribuições legais que lhe são conferidas pelo art. 145 da
Constituição Estadual,
34
DECRETA:
Art. 1° - Este decreto regulamenta os procedimentos para realizações
de licitações na modalidade pregão, destinadas à aquisição de bens e
serviços comuns, em que a disputa ocorre por meio de propostas e
lances em seção pública, no âmbito do Poder Executivo deste Estado.
ART. 3° - Na aquisição de bens e serviços comuns no âmbito do poder
Executivo deverá se utilizada prioritariamente a modalidade pregão.
O Estado do Rio de Janeiro, acompanhado essa tendência, deu os seus
primeiros passos na utilização do pregão eletrônico, feitos por meios de outros
portais de compra, como o do Banco do Brasil e Caixa Econômica em
convênios firmados com a Secretaria de Planejamento do Estado do Rio de
Janeiro.
Apesar das facilidades e ganhos obtidos com a nova modalidade,
algumas restrições emergiram, entre elas destacamos o armazenamento das
informações do pregão, em banco de dados da entidade que disponibiliza o
site, dificultando o acesso na formatação desejada, impossibilitando de forma
ágil o estudo do histórico do pregão eletrônico no Estado.
Com a crescente demanda, essa e outras restrições no processo de
compra praticada no Estado, criaram uma situação de difícil administração e
penosa convivência, onde não era possível pensar em uma gestão de compra
para o Estado.
O total de aquisições realizadas pelo Estado do Rio de Janeiro no
período 2007 – 2010 foi o seguinte, segundo as despesas liquidadas e
registradas no SIAFEM (Sistema Integrado de Administração Financeira para o
Estado e Municípios) do Poder Executivo:
2007 – R$ 4,8 bilhões
2008 – R$ 5,7 bilhões
2009 – R$ 7,2 bilhões
2010 (até junho) – R$ 2,9 bilhões
35
O Estado do Rio de Janeiro está ampliando as aquisições através do
pregão eletrônico. Os dados desde 2006 , são os seguintes:
2006 – 1 pregão
2007 – 798 pregões
2008 – 1.519 pregões
2010 – 1.769 pregões
2010 – 2.000 pregões (estimativa)
No o período de 2009 a 2010, o pregão eletrônico representará o
percentual de 30% do volume de compras do Estado, com meta projetada para
2014 no patamar de 60% do total. (Publicação Secretaria de Estado do Rio
de Janeiro em 15/07/2010)
Sistema informatizado (SIGA)
Considerando esse cenário, a Secretaria de Estado de Planejamento e
Gestão optou por implantar no Estado do Rio de Janeiro, um sistema
informatizado em plataforma única, operada pela Internet chamado SIGA (
Sistema Integrado de Gestão de Aquisição), adequado as características de
cada Secretaria, empresa pública , fundação ou autarquia. Trata-se de um
Portal de compras , que irá automatizar e controlar todo o processo de compras
e logística do governo do Estado, utilizando uma solução de compra eletrônica
no mercado, possibilitando o cruzamento de informações (dimensões e
valores) para compor análise multidimensionais de informações além de
aumentar a transparência dos processos públicos de aquisição, a credibilidade
do governo em relação ao mercado e alavancar o poder de compra da
organização.
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por todas essas facilidades, tornou-se o pregão eletrônico a modalidade
licitatória de maior crescimento entre as formas de aquisições de bens e
serviços na Administração Pública
Considerando a utilização crescente e indiscriminada do pregão eletrônico
desde a sua criação, pode-se dizer que o mesmo atende a todos os princípios
constitucionais que balizaram a sua implementação, notadamente, quanto à
eficiência e a boa administração dos recursos públicos na Administração Pública
Direta.
Alguns cuidados deverão ser observados
A nulidade da “concorrência” travestida de pregão
Um aspecto fundamental a ser considerado a propósito das
características do pregão como modalidade de licitação é a impossibilidade de
sua utilização generalizada. Há uma vinculação direta, imediata e insuprimível
entre o prega e a contratação de bem ou serviço comum.
No pregão, produz-se a inversão entre as etapas de habilitação e
julgamento. Mais ainda, reduzem-se significativamente os requisitos de
participação. Tal somente pode ser justificado em vista de que a Administração
Pública necessita de um bem ou serviço “comum”.
Se o bem ou serviço de que a Administração necessita não se
enquadrar no conceito de “comum” , a utilização do pregão produz um efeito
extremamente negativo e incompátível com os princípios norteadores da
atividade administrativa.
È que as características peculiares de bem e serviço “não comum”
impõem a obrigatória aplicação do sistema da Lei n° 8.666. Isso significará a
necessidade de estabelecimento de requisitos de participação detalhados, cuja
análise deverá preceder ao exame das propostas. E tais propostas são
imutáveis, sendo inconcebível sua alteração no curso do certame. Adotam-se
37
precauções e cautelas para evitar colocar em risco a realização do interesse
coletivo.
A lei restringiu a aplicação do pregão para bens ou serviços comuns por
entender que, quanto a eles, os riscos de frustração da contratação são mais
diminutos. Produz-se uma dissociação fundamental a propósito da avaliação
dos riscos a que a Administração se sujeita.
Se um agente administrativo mascarar como comum um bem ou serviço
que não preencha esses requisitos, configurar-se-a não apenas ofensa à
sistemática legislativa vigente. Estar-se-a submetendo o interesse coletivo a
um risco que a lei proibiu que fosse assumido.
A utilização do pregão não pode ser justificada mediante a invocação à
simplicidade e a rapidez do procedimento. Aceita-la equivaleria a autorizar a
Adminitração Pública cumprir a lei apenas quando reputasse que a solução
nela consagrada é mais eficiente.
Em suma , aquele que altera , nega ou oculta a carecterística especial do bem
ou serviço, visando a evitar a aplicação das modalidades de licitação da Lei n°
8.666 e dar oportunidade à utilização do pregão, está praticando conduta
reprovável e antijurídica. Se sua intenção for evitar a adoção do procedimento
licitatório devido, a conduta será criminosa, nos termos da teoria finalista da
ação: o fim buscado será antijurídico e penalmente punível. (FILHO)
Inexequibilidade de preços
Após a fase de lances, o pregoeiro deverá decidir motivadamente a
respeito da aceitabilidade da proposta classificada em primeiro lugar. Nesse
momento o pregoeiro deverá analisar o preço ofertado e decidir se ele está
dentro dos parâmetros do mercado e se é exeqüível. Ou seja, : o preço é
enexequível quando não cobre o custo básico do produto, da obra ou serviço.
Pra essa análise, o pregoeiro poderá valer-se da pesquisa de mercado feita
anteriormente e da composição da planilha de preços e serviços, entre outros,
podendo solicitar ainda, esclarecimento ao fornecedor.
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Exigência da amostra
A exigência da amostra seja previamente fundamentada, disciplinada no
edital. A amostra é solicitada para que a comissão ou o pregoeiro verifique se o
objeto a ser entregue está de acordo com o solicitado no edital. Normalmente
não está incluída na quantidade total a ser entregue pelo vencedor do certame
e fica retida para comparação pelo servidor ou comissão de recebimento de
material. As regras referentes à amostra deverão estar descritas no edita, que
pode ou não prever a devolução das não vencedoras, de acordo com o objeto
a ser licitado.
Especificação Técnica do Objeto
O setor de compras deverá ater-se a todos os requisitos e
especificações que irão compor a especificação técnica do objeto do edital de
licitação, evitando que a cotação abarque produtos com especificações e
qualidade diversa, o que evidentemente acarretaria distorções e falhas nas
cotações durante a sessão.
Conclusão
Portanto, ressalva-se a necessidade sempre presente na tomada de
todos os cuidados pertinentes, a fim de evitar que ocorram pertubações e
fraudes eletrônicos, certificando a adequabilidade dos procedimentos do
pregão eletrônico aos ditames da Administração Pública (impessoalidade,
moralidade, eficiencia ..etc ), viabilizando de forma segura e crescente, sua
utilização na gestão da aquisição, como modalidade licitatória, na
Administração Pública.
39
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto n.º 3.555, de 08 de agosto de 2000. Aprova o
Regulamento para a modalidade de licitação denominado pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns. Publicado no Diário Oficial da União
de 09.08.2000
BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37,
inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília, DF,
1993.
BRASIL. Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Brasília, DF,
2002.
DALLARI, Adilson Abreu. Aspectos Jurídicos da Licitação. Saraiva ,1992
FERNANDES,J.U.Jacoby. Sistema de Registro de Preço e Pregão
Eletrônico, 3.ed. Belo Horizonte: Fórum, 2010
FILHO, Marçal Justen. Pregão (Comentários à Legislação do Pregão
Comum e Eletrônico). São Paulo: Dialética,2004
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. Revista dos Tribunais,
1996
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17. ed.
rev. São Paulo: Malheiros, 2004
NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. Curitiba: Zênite
Editora, 2004, p. 203
40
SILVA, Aridio; RIBEIRO,J.Araujo; RODRIGUES, Luis A. Desvendando o
Pregão Eletrônico. Rio de Janeiro: Revan, 2002
Webgrafia
BAROSI, Adriana. Conceitos Básicos da Licitação Pública.
http://www.artigonal.com data de acesso : 15/06/2010
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