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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O USO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO INSTRUMENTO DE EXCELÊNCIA DE UMA ORGANIZAÇÃO Por: Ana Paula Correia da Silva Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 1.1 - A Evolução da Qualidade no Ocidente Voltando no tempo, especialmente a partir da Revolução Industrial,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O USO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO

INSTRUMENTO DE EXCELÊNCIA DE UMA ORGANIZAÇÃO

Por: Ana Paula Correia da Silva

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O USO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO

INSTRUMENTO DE EXCELÊNCIA DE UMA ORGANIZAÇÃO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração da

Qualidade.

Por: Ana Paula Correia da Silva

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos e parentes, por ter me

incentivado a começar e finalizar a

minha pós-graduação.

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DEDICATÓRIA

Dedico às minhas amigas Vanessa Alves,

Michele do Nascimento e Ana Salim que

me incentivaram a retornar aos estudos.

Dessa forma, pude agregar muitos

valores e conhecimentos em minha vida

profissional.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é demonstrar que as organizações precisam

estar sempre medindo seus processos através das ferramentas para alcançar

a excelência organizacional, pois dessa forma irão estar sempre competindo

com outras empresas. No desenvolvimento do tema será abordada cada

ferramenta da qualidade procurando explicar suas utilidades. Não devemos

apontar uma ferramenta como a melhor, mas sim a combinação delas nos

possibilitará analisar as causas dos problemas e garantir um plano de ação

corretiva e a melhoria contínua dos processos.

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METODOLOGIA

O presente estudo foi elaborado baseado nas pesquisas bibliográficas,

estudo de materiais pertinentes ao tema feitas em sites da internet. Os

principais autores citados na realização desse trabalho foram: Campos, V.F.;

Chiavenato, Idalberto; Contador, José Celso; Deming, W. Edwards; Hosken,

Márcio José de Campos; Marshall Junior, Isnard et al; Paladini, Edson

Pacheco; Ritzman, Vergueiro Waldomiro; Vieira Filho, Geraldo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A Evolução da Qualidade 10

CAPÍTULO II - Gestão da Qualidade 18

CAPÍTULO III – Uso das Ferramentas da Qualidade como instrumento de

excelência 28

CONCLUSÃO 51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

ÍNDICE 54

INTRODUÇÃO

As organizações estão mudando gradativamente a sua forma de

trabalhar, com a finalidade de permanecer no mercado, com isso elas são

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obrigadas a modificar seu ritmo de trabalho devido à sustentação e a

sobrevivência ao longo prazo, em virtude do constante crescimento da

concorrência.

Isso indica que toda empresa necessita utilizar procedimentos que

possibilitem um melhor desenvolvimento das atividades inerentes ao seu

segmento, seja ela a vinda de um produto ou a prestação de serviço. Em

consequência disso às organizações procuram cada vez mais diminuir o tempo

da finalização dos processos e na redução de custos operacionais de forma a

aumentar seus lucros e a produtividade na escala diária de trabalho e ao

mesmo tempo sem confrontar com o rendimento funcional e financeiro.

Para que as empresas consigam alcançar a excelência organizacional

são utilizadas as ferramentas da qualidade como gerenciamento.

É importante destacar algumas ferramentas básicas do controle da

qualidade e outras que podem auxiliar os gestores na organização. São elas:

Folha de Verificação; Diagrama de Pareto; Diagrama de Causa e Efeito

Diagrama de Dispersão; Histograma; Fluxograma; Gráfico de Controle;

Brainstorming e 5W2H.

No que se refere às ferramentas da qualidade o objetivo é ajudar os

gestores a analisar os fatos a ajudar a tomar decisões adequadas baseado nos

conceitos de cada ferramenta.

Cada ferramenta tem sua própria utilização para resolução dos

problemas e para ser usada deve se basear com as situações específicas

disponíveis na empresa.

Entendo que as ferramentas da qualidade, a sua aplicação busca

identificar o andamento dos processos que cada empresa possui,

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possibilitando assim uma investigação das causas e efeitos dos problemas de

cada organização baseado nas informações e dos dados históricos

disponíveis.

O capítulo I irá apresentar a Evolução da Qualidade com Foco no

Produto; no Processo, no Sistema e no Negócio.

O capítulo II irá apresentar a qualidade pretendida pela empresa para

alcançar a excelência, a importância do Controle de qualidade para alcançar a

padronização e melhoria dos processos nas organizações.

O Capítulo III irá apresentar exemplo de como utilizar algumas

ferramentas da qualidade como instrumento para alcançar a excelência das

organizações.

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE

Qualidade existe desde que o mundo é mundo. Ao longo da história o

homem sempre procurou o que mais se adequasse às suas necessidades

fossem estas de ordem material, intelectual, social ou espiritual. A relação

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cliente-fornecedor sempre se manifestou dentro das famílias, entre amigos,

nas organizações de trabalho, nas escolas e na sociedade em geral.

No final do 2º milênio vivemos o cenário da busca da Qualidade Total

nas empresas como fator de sobrevivência e competitividade. Hoje, nos

primeiros passos do 3º milênio, para melhor compreender a evolução do

conceito Qualidade é importante analisarmos “de onde viemos”, a fim de

entendermos “onde estamos”, para então sabermos, “para onde estamos indo”

na trilha de evolução da Qualidade no mundo.

Segundo Buzzell (1991):

A arte de se obter Qualidade experimentou uma grande evolução no

século XX, partindo da mera inspeção de produtos acabados à visão

estratégica de negócios. Esta evolução pode ser analisada conforme

seu contexto no Ocidente, no Japão e no mundo como um todo

(BUZZELL, 1991)

1.1 - A Evolução da Qualidade no Ocidente

Voltando no tempo, especialmente a partir da Revolução Industrial,

com o desenvolvimento das ferramentas de trabalho e dos sistemas de

unidades de medidas, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos da

América, a Qualidade evoluiu até nossos dias essencialmente através de

quatro Eras, dentro das quais a arte de obter Qualidade assumiu formas

distintas:

• Era da Inspeção – Qualidade com foco no produto;

• Era do Controle Estatístico da Qualidade – Qualidade com

foco no processo;

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• Era da Garantia da Qualidade – Qualidade com foco no

sistema;

• Era de Gestão da Qualidade Total (“Total Quality

Management – TQM”) – Qualidade com foco de negócio.

1.1.1 - A Era da Inspeção – Qualidade com Foco no Produto

Até o meado do século XX era raro uma empresa apresentar em seu

organograma um departamento dirigido à qualidade. Essa função era realizada

por inspetores específicos, mas eles estavam espalhados pelos diversos

departamentos de produção. Apenas algumas grandes organizações exibiam

departamentos de inspeção final e testes, que se reportavam, normalmente, ao

superintendente da produção ou ao gerente da fábrica.

O sistema criado por Taylor obteve resultados surpreendentes no que

diz respeito ao aumento de produtividade e passou a ser o referencial de

produção para muitas empresas norte – americanas, espalhando-se pelo

mundo. Apesar da significativa contribuição de Henry Ford, o pioneiro da

produção em massa Pyzdek (1991), essa talvez tenha sido, segundo Juran, a

principal razão da liderança mundial dos EUA, em termos de produtividade.

O trabalho de Taylor é fruto de todo pensamento cartesiano que

dominou o mundo ocidental. A princípio Taylor aplicou seu método aos

departamentos de produção das fábricas. Posteriormente seus seguidores

estenderam o conceito para serviços.

Aos poucos o sistema Taylorista gerou alguns efeitos indesejáveis

devido à ênfase dada pela alta gerência à produtividade. Supervisores e

operários priorizaram a produtividades e reelegeram a qualidade a segundo

plano, Nesta época, a inspeção estava centrada no produto, o primeiro nível de

complexidade.

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Durante a primeira grande guerra, com o aumento da atividade

industrial, surge a figura do inspetor em tempo integral. Em 1922, a atividade

de inspeção é formalmente incorporada ao Controle de Qualidade sendo, pela

primeira vez, a qualidade vista como responsabilidade gerencial e

independente. Mas, ainda, a função do Controle de Qualidade permanece

limitada a inspeção. A atividade aos inspetores se restringia a identificação e

quantificação dos produtos defeituosos, que, muitas vezes, resultava em

medidas punitivas. Os fabricantes removiam as peças defeituosas sem que

fosse feito um estudo prévio sobre as causas.

A criação dos departamentos da qualidade gerou dois problemas

básicos:

• A Alta Direção das empresas concluiu que qualidade era

responsabilidade exclusiva do departamento da qualidade;

• A Alta Direção se distanciou da função qualidade,

delegando-a aos gerentes, ficando cada vez menos

informada sobre o assunto. Quando havia uma situação de

crise, não tinham os conhecimentos necessários, com

presteza e confiabilidade, para adotar as ações

adequadas. É a típica postura dos “apagadores de

incêndio”. Desta forma, nunca são removidas as causas

reais das não conformidades. A solução é, apenas,

momentânea, por ser baixo nível de aprendizado adquirido

nesta prática.

Esta abordagem prevaleceu por muitos anos, durante os quais a

Qualidade era obtida através de inspeção, controle e separação dos “bons” e

dos “maus” produtos. Aos inspetores cabia a tarefa de identificação e

quantificação das peças defeituosas; estas eram removidas e trocadas sem

que se fizesse uma avaliação das causas reais do problema para prevenir sua

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repetição. O objetivo principal era obter Qualidade igual e uniforme em todos

os produtos. Ênfase à conformidade.

1.1.2 - Era do Controle Estatístico da Qualidade – Qualidade com Foco

no Processo

Houve significativos desenvolvimentos na década de 1930, entre eles

no trabalho de pesquisadores para resolver problemas referentes à Qualidade

dos produtos da Bell Telephone, nos EUA. Este grupo, composto por nomes

como W.A. Shewart, Harold Dodge, Harry Roming, G.D. Edwards e

posteriormente Joseph Juran, dedicou boa parte de seus esforços em

pesquisas que levaram ao surgimento do Controle Estatístico de Processos.

Com o crescimento da produção, o modelo baseado na inspeção

100% torna-se caro e ineficaz. Em 16 de maio de 1924, Shewart, aplicando

conhecimentos estatísticos, desenvolve poderosa técnica com a finalidade de

solucionar problemas de controle da qualidade da Bell Telephone Laboratories:

o Gráfico de Controle de Processos, até hoje utilizado na indústria. Ao publicar

um livro, 1931, sob o titulo “Economic Control of Quality of Manufactured

Product”, forneceu um método preciso e mensurável para definição do controle

do processo, estabelecendo princípios para monitorar e avaliar a produção.

Shewrat, o mestre de W.E Deming, foi o primeiro a reconhecer a

variabilidade, segundo nível de complexidade, como inerente aos processos

industriais e a utilizar técnicas estatísticas para o controle de processos.

Começa a se estruturar o estilo de gestão corretiva: identificar as

causas reais e agir sobre elas. Matéria-prima, operador e equipamento são

algumas das fontes de variabilidade (causas) que podem apresentar variações

no seu desempenho e característica e, portanto, afetar o produto (efeito). O

conhecimento destas variações permite que a partir da sua quantificação e do

estabelecimento de limites estatísticos seja possível manter o processo

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sobestado de controle. Através dos gráficos de controle de processo é possível

identificar, minimizar e, algumas vezes, remover as causas especiais de

variação.

O advento da 2a Grande GUERRA Mundial exigiu que outras técnicas

também fossem desenvolvidas para combater a ineficiência e impraticabilidade

apresentada pela inspeção 100% na produção em massa de armamentos e

munições. Neste sentido, Dodge e H. Romig desenvolveram técnicas de

amostragem, nos EUA, que tiveram grande aceitação. Programas de

capacitação começaram a ser oferecidos em larga escala nos EUA e Europa

Ocidental, tanto referente ao controle de processo quanto às técnicas de

amostragem. O objetivo principal era controlar a Qualidade através de métodos

estatísticos. Ênfase ao controle da variabilidade.

Nesta época várias associações em prol da Qualidade começaram a

ser formadas e em julho de 1944 era lançado o primeiro jornal especializado

na área da Qualidade, Industrial Quality Control, que deu origem mais tarde à

revista hoje mundialmente conhecida, Quality Progress, editada pela Americam

Society for Quality Control (ASQC). A ASQC foi fundada em 1946 a partir da

formação, em outubro de 1945, da Society of Quality Enginweers, tornando-se

a “locomotiva” da disseminação dos conceitos e técnicas da Qualidade no

Ocidente de então até os dias de hoje.

1.1.3 - Era da Garantia da Qualidade – Qualidade com Foco no Sistema

Nos anos que se sucederam após a segunda grande guerra, ocorre

grande desenvolvimento tecnológico e industrial. Foram lançados no mercado,

novos materiais e novas fontes de energia principalmente a fornecida pelas

centrais nucleares, com seus requisitos tecnológicos bastante exigentes.

Todos estes fatores tecnológicos, associados ao aumento das pressões

provocadas pela concorrência, provocam profundas revisões dos conceitos

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adotados e grande reviravolta administrativa e econômica nos meios

empresariais, bem como em toda a sociedade.

Entre 1950 e 1960 vários trabalhos foram publicados ampliando o

campo de abrangência da Qualidade.

Juran em 1951, enfatizando a necessidade de “evidências objetivas”,

propõe uma abordagem que torna mensurável a qualidade de produtos e

serviços, correlacionando-a aos custos de retrabalho, mão de obra para o

reparo, perdas financeiras associadas a insatisfação do consumidor, entre

outros fatores definidos como evitáveis. Já os custos inevitáveis foram

associados a prevenção, inspeção, amostragem e outras atividades ligadas ao

Controle da Qualidade. A prevenção passa a ser adotada na gestão dos

processos produtivos tendo implicações positiva no nível qualidade resultante,

mensurado pela redução de desperdícios.

Os quatros principais movimentos que compõem esta Era são:

• A quantificação dos custos da Qualidade;

• O Controle total da Qualidade;

• As técnicas de confiabilidade;

• O programa Zero Defeitos.

1.1.4 - Era da Gestão da Qualidade Total (TQM) – Qualidade com Foco no Negócio.

Esta Era iniciou-se no Ocidente a partir dos esforços de recuperação

de mercado impetrados por grandes empresas americanas, em meio à invasão

de produtos japoneses de alta Qualidade no final da década de 70.

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A Era da Gestão da Qualidade Total é uma evolução natural das três

Eras que a precederam e está em curso até hoje. Ela engloba a Garantia da

Qualidade Total, o Controle Estatístico da Qualidade e a inspeção, porém seu

enfoque valoriza prioritariamente os clientes e a sua satisfação como fator de

preservação e ampliação da participação no mercado.

A Gestão da Qualidade Total envolve a aplicação progressiva da

Qualidade em todos os aspectos do negócio. Neste sentido, a gestão da

Qualidade á aplicada em tudo o que se faz na empresa e em todos os seus

níveis e áreas, incluindo vendas, finanças, compras e outras atividades não

ligadas à produção propriamente dita.

Identificar o cliente e traduzir suas necessidades em especificações do

produto e do processo é um fator crítico de sucesso para qualquer

organização.

Dentro deste novo cenário, complexo e mutante, a responsabilidade

pela definição de estratégias da qualidade pertence à alta gerência

empresarial, e é vista, atualmente, como o resultado do desempenho gerencial

em todas as fases do processo produtivo. Para as empresas que incorporaram

esta nova forma de administração, a qualidade dos produtos possui grande

potencial competitivo, na medida em que suas ações são orientadas pela

satisfação do cliente. Este fato tem levado os administradores a buscarem

meios de quantificação, não apenas das características do produto, para

garantir o atendimento às especificações, mas, também, para permitir a

compreensão e o monitoramento das complexas atividades gerenciais que lhes

são impostas na atualidade.

Para que seja possível atingir a qualidade de padrão mundial, algumas

mudanças revolucionárias devem ser feitas na gestão dos negócios:

• Criar meios para medir os resultados obtidos (ferramentas da

qualidade);

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• Rever as metas de qualidade e compará-las às alcançadas pela

concorrência (benchmarking);

• Implantar sistema de reconhecimento e recompensas para

motivar e buscar o comprometimento dos profissionais com a

conquista do nível de qualidade internacional.

• Treinar os gerentes nos princípios da gestão de qualidade;

• O planejamento empresarial deve englobar os objetivos da

qualidade;

• Novos indicadores devem permitir que a alta gerência

acompanhasse o progresso de parâmetros como satisfação dos

consumidores, qualidade competitiva, desempenho dos

processos empresariais, custos da “não qualidade”, entre

outros.

CAPÍTULO II

GESTÃO DE QUALIDADE

O CONCEITO

A Qualidade é uma ferramenta importante que consiste desenvolver

melhor produto/ serviço visando atender as necessidades dos consumidores e

ainda se posicionar diante dos seus concorrentes. Portanto é necessário

destacar que para as empresas atender as exigências desse mercado

globalizado é preciso que estas possuam estratégias que determinam o seu

posicionamento e que a procura pela eficácia operacional tenha como base as

estruturas organizacionais focada na qualidade e na produtividade.

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Desse modo, o autor Jenkis (1971 apud PALADINI 2008, p. 31) define

o conceito de qualidade como “O grau de ajuste de um produto a demanda que

pretende satisfazer”.

Segundo Ritzman (2008):

“A má qualidade destrói a habilidade da empresa de competir no

mercado e aumentar os custos para produzir o produto ou serviço”

(RITZMAN 2008, p. 100)

Segundo Paladini (2008):

O intuito da gestão da qualidade nos processos é direcionar a

eficiência dos processos executados pelos funcionários na eliminação

dos defeitos e agregar valor ao produto/ serviço junto com a eficácia

de acompanhar a demanda de pedidos dos clientes (PALADINI 2008, p.28).

1.1 - A Qualidade pretendida pela empresa para excelência

Com a globalização, as organizações estão se adequando as

exigências do mercado, e cada vez mais na busca de maneiras de não serem

engolidas pela concorrência. Como exemplo o aumento de investimento em

tecnologia, em qualificação e as inovações na estrutura e processos

gerenciais.

Segundo Oliveira (2004):

“Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de

atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados

estabelecidos” (OLIVEIRA 2004, p.82).

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Já o autor Cury (apud STEVE 2000, p. 116) conceitua a organização

como “O conjunto de pessoas que, sistemática e conscientemente combinam

seus espaços individuais para a concretização de uma tarefa comum”.

Diante do exposto verificou que as empresas devem ficar atentas na

questão da qualidade dessa forma conseguiria suprir as necessidades

esperadas de seus clientes internos e externos.

1.2 – Controle de Qualidade

Segundo Contador (1998):

A qualidade era algo com quais as empresas não se preocupavam,

principalmente as empresas acidentais. A preocupação veio depois da

segunda guerra mundial, ao decorrer dos tempos os produtos

comercializados pelas empresas japonesas e americanas passaram a

competir entre si, na preocupação de fazer um produto com qualidade

(CONTADOR, 1998, p.82)

Segundo Daychouw (2007):

Nesse período surgiu o engenheiro japonês Kaori Ishikawa que

propôs a utilização do termo Controle de Qualidade Total e

desenvolveu as “Sete ferramentas” em favor do controle da qualidade

nas empresas japonesas, uma prática depois utilizada no mundo

inteiro (DAYCHOUW, 2007, p.101).

Segundo Dahgaad (1994):

O comprometimento total com a qualidade nas instituições da alta

cúpula aos escalões inferiores, insistindo que os trabalhadores devem

realizar o controle permanente da qualidade do que produzem,

utilizando principalmente os “7 instrumentos básicos para o controle

de qualidade: tabelas de Pareto, diagramas de causa e efeito, folhas

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de verificação, histogramas, diagramas de distribuição, cartas de

controle gráficos de estratificação (DAHGAAD, 1994 apud

VERGUEIRO 2002, p. 28).

Sendo assim, observou-se que Ishikawa focava a necessidade de

utilizar as ferramentas da qualidade nas empresas japonesas e

conscientizando todos os funcionários sobre a qualidade nos processos.

Para as empresas produzirem um produto/ serviço com o objetivo de

solucionar alguns pontos: planejar, organizar, dirigir e controlar.

Segundo Chiavenato (2005):

“Há muita atividade a ser planejada, organizada e coordenada para

que [...] ocorra de melhor maneira possível” (CHIAVENATO 2005,

P.99).

As empresas para atingir seus objetivos devem planejar antecipadamente e

controlar adequadamente. Planejamento “É a função administrativa que

determina antecipadamente quais são os objetivos que deverão ser atingidos e

o que deve ser feito para atingi-los da melhor maneira possível”

(CHIAVENATO, 2005, p. 100). A figura a seguir mostra o planejamento, as

metas e objetivos a ser alcançados.

Figura 1 - Planejamento e seus desdobramentos (adaptado de

CHIAVENATO, 2005, p.100)

Segundo Chiavenato (2005):

Planejamento

O que se deve fazer Quando fazer Quem fazer Como fazer

Objetivos à alcançar

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“Controle é a função administrativa que consiste em medir e corrigir o

desempenho para assegurar que os planos sejam executados de

maneira possível”. (CHIAVENATO 2005, p.100)

Para controlar adequadamente os processos administrativos, é

necessário verificar se os processos são realizados de maneira planejada e

organizada.

O controle e suas divisões serão mais bem observados na figura a

seguir.

Figura 2 - O controle e seus desdobramentos (adaptado de

CHIAVENATO, 2005, p.100)

Dessa forma o controle de qualidade são técnicas e atividades

operacionais usadas para atender os requisitos para a qualidade e obter a

excelência. Requisitos estes que buscam aumentar a eficiência e a

produtividade de suas operações (CRUZ 2002).

Convém ressaltar que para utilização desse controle é necessário

antes fazer uma classificação de quatro níveis que servem como orientação

para empresa atingir os documentos, são eles: O manual da qualidade, que

declara a estratégia da qualidade e a descrição do sistema de qualidade

existente na empresa; O manual de procedimentos que informa

detalhadamente a execução de uma atividade; O manual de instruções do

trabalho que estabelece as informações importantes e necessárias para o

Controle

Medir o desempenho

Corrigir o desempenho

Comparar com o planejamento

Identificar erros ou desvios

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acompanhamento da qualidade; e por último os manuais de formulários,

registros, listas e entre outros (CRUZ, 2002).

Cabe frisar, que o controle da qualidade dependendo de várias

situações durante os processos. De acordo com (CORREA, 1993, apud

VERGUEIRO, 2002, p.28), os principais fatores para o controle da qualidade

são:

• Conhecer os requisitos dos consumidores e saber o que eles

comprarão;

• Não se definir a qualidade sem saber o custo;

• Prever os possíveis defeitos e reclamações;

• Tomar medidas apropriadas; o controle de qualidade sem ações

é apenas um discurso;

• Atingir o estado ideal do controle de qualidade, quando ele não

requer mais vigilância.

Outro ponto a ser observado é identificar a importância que o

funcionário tem ao receber um documento até a conclusão dele nos processos.

A partir dos funcionários, pode se criar programas para a melhoria da

qualidade. (CHIAVENATO 2005, p.162), mostra alguns pontos:

• A motivação do pessoal para produzir com qualidade mediante

incentivos salariais, concursos internos etc.

• Treinamento do pessoal para produzir qualidade por meio de

cursos internos, palestras, reuniões etc.

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• Melhoria de métodos de trabalho por meio de reuniões do

pessoal com as respectivas chefias, discussão de

procedimentos e rotinas, grupos de trabalho etc.

• Aplicações de técnicos de CQ pelos operários que devem passar

a autocontrolar a qualidade de seu próprio trabalho.

• Trabalho em equipe fazendo com que as pessoas trabalhem em

conjunto por meio de times, círculos de qualidade, células de

produção.

Ainda na visão de Chiavenato (2005), existem oito etapas para o

controle da qualidade demonstrado no quadro a seguir:

• Defina o problema no contexto do processo produtivo.

• Identifique, analise e documente o processo.

• Mensure o desempenho atual.

• Compreenda porque o processo está tendo o desempenho

atual.

• Desenvolva soluções alternativas e selecione a melhor

delas.

• Desenvolva uma estratégia e implemente a alternativa

escolhida.

• Avalie os resultados do novo processo.

• Comprometa a todos na continuidade do processo de

melhoria.

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Diante do exposto, pode observar que o processo de implementação de

melhoria continua e o modelo de processo de melhoria em oito etapas, servem

como pré-requisitos para identificar os problemas organizacionais. Objetivando

minimizar os problemas das organizações criou-se o PDCA (Planejar,

Desempenhar, Controlar e Atuar).

1.3 – PADRONIZAÇÃO E MELHORIA

Segundo Marshall et al, (2008):

A padronização é de fundamental importância para as organizações.

A passagem da produção artesanal para a produção em massa só foi

possível devido ao desenvolvimento de sistemas e padrões que

tornaram as peças e componentes intercambiáveis, podendo ser

utilizadas em processos seriados. O mesmo ocorre com os padrões

de telecomunicações, sistema de vídeo, combustível, pilhas e muito

mais (MARSHALL et al, 2008, P 76).

Mas não basta padronizar processos, métodos, peças e componentes,

é preciso melhorá-los continuamente. A gestão da qualidade inclui um sistema

de gestão composto por princípios, técnicas, métodos e ferramentas.

A promoção da padronização e da melhoria de processos, bens e

serviços se dá através da participação e do comprometimento de todos os

colaboradores. Estes devem estar imbuídos de uma filosofia, de melhoramento

contínuo, normalmente representado pelo ciclo PDCA e seus desdobramentos,

a fim de se alcançar satisfação e a superação das expectativas de todas as

partes envolvidas: cliente, acionistas, fornecedores, sociedade e

colaboradores.

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A padronização também é importante para permitir a análise crítica e a

consequente melhoria dos procedimentos e métodos da empresa, pois propicia

uma perspectiva concreta do que analisar e melhorar.

Entendo que a padronização é de fundamental importância para as

organizações. Hoje, é importante haver padronização, pois um mesmo produto

pode ser utilizado em qualquer lugar do País.

Mas, não basta padronizar processos, métodos peças e componentes.

É preciso melhorá-los sempre.

Todos os colaboradores, desde a alta gestão até a baixa gestão deverá

estar preocupado com a padronização e com a melhoria dos processos, bens

e serviço. Estes devem estar representados pelo ciclo do PDCA e seus

desdobramentos a fim de alcançar bons resultados e satisfação do cliente

final.

Segundo Juran “Planejamento da Qualidade é o processo de

preparação para obtenção dos objetivos”. É um conjunto de atividades que

visam desenvolver os produtos e processos necessários para atender as

necessidades dos clientes. Envolve as seguintes etapas:

• Identificar os clientes;

• Determinar as necessidades dos clientes;

• Definir as características dos produtos que respondem as

necessidades dos clientes;

• Elaborar processos capazes de reproduzir essas características;

• Capacitar os colaboradores a implementação do plano.

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Controle de qualidade é o processo para assegurar o cumprimento dos

objetivos definidos no planejamento durante as operações. Consiste nos

seguintes processos:

• Avaliar o desempenho;

• Comparar o desempenho obtido com as metas;

• Atuar a partir das diferenças.

Melhoria de qualidade é o processo para produzir com níveis

superiores e inéditos de execução. Visa elevar os resultados a novos níveis de

desempenho, seja ele incremental (melhoria contínua) ou inovador (melhoria

radical). Envolve as seguintes etapas:

• Estabelecer a infraestrutura necessária para assegurar uma

constante melhoria;

• Identificar as necessidades específicas para a criação de projetos

de melhoria;

• Criar para cada projeto uma equipe com responsabilidade de

torná-lo bem sucedido;

• Fornecer os recursos e treinamentos necessários às equipes para

diagnosticar as causas, estimular o estabelecimento de uma

solução e implementar controles para manter os resultados.

Segundo Marshall et al, 2008:

O diagrama da trilogia Juran é um gráfico com as variáveis “tempo”

no eixo horizontal e “custo da não qualidade” (deficiências da

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qualidade) no eixo vertical. A atividade inicial é o planejamento da

qualidade. Determina-se quem são os clientes e quais suas

necessidades. Em seguida, são desenvolvidos os projetos de

produtos e processos associados capazes de atender a essas

necessidades. Finalmente, os colaboradores são capacitados a

implementar os planos. Outra forma de entender o conceito e a

importância da padronização e de melhoria é através da aplicação do

ciclo PDCA (MARSHALL, 2008, p.90).

CAPÍTULO III

USO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO

INSTRUMENTO DE EXCELÊNCIA

Esse capítulo relata um pouco da realidade dentre as muitas

ferramentas que podem ser usadas como instrumentos de medição da

excelência da Qualidade Total numa empresa.

Não adianta implantar o uso das ferramentas, deixando de lado a

preocupação com as melhorias contínuas, treinamentos e conscientização do

pessoal quanto à filosofia de qualidade. Segue abaixo algumas ferramentas

para medição:

1.1 - Ciclo PDCA

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Segundo Marshall et al, 2008:

A filosofia do melhoramento contínuo Kaizen possui como sua mais

conhecida representação o ciclo PDCA, também conhecido como

ciclo de Shewhaet, seu idealizador, ou como ciclo de Deming, o

responsável por seu desenvolvimento e reconhecimento (MARSHALL

et al, 2008, p.92).

O ciclo PDCA é um método gerencial para a promoção da melhoria

contínua e reflete em suas quatro fases a base da filosofia do melhoramento

contínuo.

Figura 3 – Ciclo PDCA (extraída de MARSHALL et al, 2008, p.92)

1ª Fase – Plan (Planejamento)

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Estabelecer os objetivos e metas, para que sejam desenvolvidos

métodos, procedimentos e padrões para alcançá-los.

2ª Fase – Do (Execução)

Esta é a fase de implementação do planejamento. É preciso

fornecer educação e treinamento para execução dos métodos desenvolvidos

na fase de planejamento. Ao longo da execução devem se coletar os dados

que serão utilizados na fase de verificação.

3ª Fase – Check (Verificação)

É quando verifica se o planejado do consistentemente alcançado

através da comparação entre as metas desejadas e os resultados obtidos.

Normalmente, usa-se para isso ferramentas de controle e acompanhamento

como cartas de controle, histograma, folhas de verificação, entre outras.

4ª Fase – Act (Agir corretivamente)

Nessa fase têm-se duas alternativas. A 1ª consiste em buscar as

causas fundamentais a fim de prevenir a repetição dos efeitos indesejados, no

caso de não terem sido alcançadas as metas planejadas. A 2ª em adotar com

padrão planejado na 1ª fase, já que as metas planificadas foram alcançadas.

Entendo que girar o PDCA significa obter previsão nos processos

e aumento da competitividade organizacional. A previsão acontece pela

obediência aos padrões, pois quando a melhoria é bem sucedida, adota-se o

método planejado, padronizado.

Segundo Marshall et al,( 2008)

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Alguns autores adaptam a terminologia ciclo PDCA para ciclo SDCA,

quando o P (planejamento) é substituído pelo S (standard), para

refletir as atividades que foram planejadas e padronizadas

(MARSHALL et al, 2008).

Segundo o autor Deming, não basta girar o PDCA com

constância de propósito, também é preciso ser coerente. Caso contrário,

seguirão diversas direções bem intencionadas, porém mal orientadas

enfraquecendo seus esforços e, às vezes, trabalhando para fins conflitantes.

1.1.1 - Gerenciamento da melhoria e gerenciamento da rotina

Segundo Marshall et al, (2008):

“Pode-se dividir a aplicação do conceito de melhoramento contínuo

em duas partes: o gerenciamento da melhoria e o gerenciamento da

rotina” (MARSHALL et al, 2008, p.95).

O gerenciamento da melhoria é da responsabilidade da alta

gestão e seus objetivos são a sobrevivência e o crescimento do negócio.

O gerenciamento da rotina é um método de gestão de

responsabilidade dos colaboradores e busca eficiência organizacional através

da obediência aos padrões de trabalho, para evitar alterações ou mudanças

que possam comprometer os níveis de qualidade estabelecidos. O

gerenciamento da rotina busca o atendimento dos objetivos determinados para

cada processo e preconiza a utilização do ciclo PDCA para promover a

melhoria contínua a partir dos objetivos delineados pelo gerenciamento da

melhoria de nível estratégico.

1.1.2 - Ciclo PDCA na análise de problemas

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Segundo Marshall et al, (2008):

Uma das aplicações mais usuais do ciclo PDCA é utilizá-lo na

análise e na solução de problemas, permitindo a realização do

controle da qualidade em toda a empresa. (MARSHALL et al,

2008, p.96).

O ciclo PDCA pode ser desdobrado em etapas ou passos, conhecido

como método de análise e solução de problemas (MASP). Esse método é

usado para resolução de problemas. Problema é o efeito indesejado de um

processo; é um resultado com o qual não se está satisfeito.

Ao utilizar o desdobramento do ciclo PDCA na análise de problemas, a

equipe de melhoria passa a seguir uma metodologia estruturada que permite

evitar que sejam tomadas decisões precipitadas acerca do problema,

propiciando o seu entendimento, optando pelo cainho mais rápido e de melhor

custo benefício, esgotando todas as possíveis soluções.

1.1.3 - Desdobramento do ciclo PDCA

De acordo com Marshall et al, 2008: o primeiro passo é a identificação

do problema. Esta é feita por meio de seleção do problema a solucionar,

priorizando os temas existentes; levantamento de perdas atuais e as

possibilidades de ganhos; nomeando os responsáveis e a equipe, propondo

data limite para sua conclusão. O segundo passo é a Observação. Entendendo

o problema, levantando seu histórico e a frequência de ocorrência; Esta é feita

para observar as características no local, como ambiente, instrumentos,

confiabilidade dos padrões, treinamento, entre outros. O terceiro passo é a

análise que identifica e seleciona as causas mais prováveis do problema. O

quarto passo é o plano de ação. Esta elabora a estratégia de ação e do plano

de ação. O quinto passo é a ação que divulga o plano de ação. Esta é feita

para treinar e capacitar às pessoas, buscando o comprometimento de todos e

executando e acompanhando a ação, registrando os resultados coletados. O

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sexto passo é a verificação. Esta serve para comparar os resultados com as

metas esperadas e verifica a continuidade ou não do problema. Se os

resultados esperados não forem alcançados serão listados os eventuais efeitos

secundários. O sétimo passo é a padronização. Esta elabora ou altera o

padrão, comunica internamente as alterações e educa e treina todos os

envolvidos no novo padrão. O oitavo passo é a conclusão. Esta serve para

registrar os avanços obtidos pelo grupo, relaciona os problemas

remanescentes, planeja a solução dos problemas remanescentes, voltando a

executar o ciclo PDCA e reflete sobre o trabalho, visando à melhoria futura.

Ao longo dos passos desta metodologia utilizam-se várias ferramentas

como: diagrama de causa e efeito, lista de verificação, estratificação, diagrama

de Pareto, Brainstorming, diagrama de dispersão, entre outras.

O uso dessas ferramentas nos garante, por si só, a resolução dos

problemas; garante apenas seu entendimento. É preciso também que todos os

colaboradores estejam comprometidos com a filosofia do processo, o bem ou

serviço a ser melhorado. As pessoas precisam ter capacidade de saber

quando, por que e como utilizá-las, separadamente ou combinadas.

Um aspecto muito importante sobre as ferramentas normalmente

utilizadas é sua simplicidade, que propicia fácil entendimento e aplicação,

permitindo a participação de todos na solução do problema, e gerando, em

consequência, o comprometimento de toda equipe através da responsabilidade

pelas soluções implementadas. No entanto, algumas ferramentas são de base

fortemente estatística exigindo uma capacidade maior para serem utilizadas.

1.2 - Brainstorming

Segundo Marshall et al, (2008):

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O Brainstorming (tempestade de ideias), é um processo de grupo

entre 5 e 12 pessoas e é recomendável que a participação seja

voluntária para que os indivíduos emitem de forma livre, sem críticas,

no menor espaço de tempo possível, com regras claras e por prazo

determinado. (MARSHALL et al, 2008 p.102).

Essa técnica quando bem utilizada, envolve todos os participantes

voluntários ou não, em uma única discussão sobre o mesmo tema, gerando

ótimas ideias. Esses grupos devem ser liderados por facilitadores treinados.

O Brainstorming é uma espécie de sessão aberta onde todos falam,

todos dão a sua visão sobre o tema abordado e naturalmente que para isso

possa ocorrer sem nenhum problema, na mais perfeita ordem é preciso ter

regras claras de conhecimento de todos para que a desordem não reine.

É preciso ressaltar o momento de usar o Brainstorming para solucionar

um problema baseado nas listagens das possíveis causas e soluções; na

criação de um novo produto e na característica de um produto e pode ser

aplicado em outras situações já que é uma técnica que pode ser aplicada em

qualquer circunstância (HOSKEN, s.d).

1.3 - Cartas de Controle

É um tipo de gráfico utilizado para o acompanhamento se o processo

está ou não sob controle, identificando suas causas comuns (intrínsecas ao

processo).

As causas comuns (projetos e equipamentos, por exemplo) estão

relacionadas ao funcionamento do próprio sistema, enquanto as causas

especiais (falha humana, queda de energia etc.) refletem ocorrências fora dos

limites de controle.

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Para a construção de uma carta controle deve – se calcular

estatisticamente a tolerância limitada pela linha superior (limite superior de

controle - LSC) uma linha inferior (limite inferior de controle – LIC) e uma linha

média do processo (M).

Se os dados estiverem dentro desses limites, caracteriza – se que o

mesmo está sob controle, ou seja, está estável.

Casos os dados estejam fora desses limites caracterizam que o mesmo

está fora do controle merecendo análise mais aprofundada para saber a

causa.

Para sintetizar a carta de controle:

• Causas comuns: tratado via ação gerencial;

• Causas especiais: tratado via operador.

Uma carta controle é composta por um gráfico cartesiano, onde o eixo

horizontal representa o tempo, e o vertical o valor da característica.

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Figura 4 – Carta de Controle (extraída de CAMPOS, 2004, p.76)

1.4 - Diagrama de Causa e Efeito

Segundo Marshall et al, (2008):

O diagrama da causa e efeito, também conhecido como diagrama de

Ishikwa ou diagrama espinha de peixe, é uma ferramenta de

representação das possíveis causas que levam a um determinado

efeito. As causas são agrupadas por categorias e semelhanças

previamente estabelecidas ou percebidas durante o processo de

classificação. A grande vantagem é que se pode atuar de modo mais

específico e direcionado no detalhamento das causas possíveis (MARSHALL et al, 2008 p. 104).

Segundo com Ritzman (2008, p.110)

O diagrama de causa e efeito é conhecido como espinha de peixe

com suas subdivisões. É também uma maneira para identificar um

problema de projeto que precisa ser corrigido consiste em elaborar

um [...] que relaciona um problema de qualidade importante a suas

causas potenciais”. O diagrama de causa e efeito algumas vezes é

denominado diagrama espinha de peixe. O principal problema de

qualidade é considerado a “cabeça” do peixe, as principais categorias

de causas potenciais “ossos estruturais e as prováveis causas

específicas, a “espinha” (RITZMAM, 2008).

No que se refere ao diagrama de causa e efeito pode ser usado, no

entanto, quando houver a necessidade de identificar todas as causas possíveis

de um problema; serve para obter uma melhor visualização da relação entre a

causa e o efeito delas decorrentes; serve para classificar as causas dividindo

em sub-causas, sobre um efeito ou resultado; permite definir as causas que

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provoca o problema; servem para identificar com nitidez a relação entre os

efeitos, suas prioridades e observa os defeitos como perdas, falas, desajuste

do produto/serviço com o objetivo de identificá-los e melhorá-los (HOSKEN,

sd).

A seguir segue a figura que representa o Diagrama de causa e efeito, os

seus fatores que caracteriza as causas (máquina, medida, meio ambiente, mão

- de – obra, método e matéria – prima) e finalmente o problema (efeito).

Figura 5 – Diagrama de Causa e Efeito (extraída de MARSHALL et al,

2008, p.105)

Segundo Marshall et al, (2008):

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Dependendo da complexidade do diagrama, podem-se desdobrar

algumas causas em um novo diagrama de causa e efeito mais

aprofundado e detalhado, a fim de permitir uma abordagem mais

minuciosa. “Fica claro que o diagrama de causa e efeito tem relação

com as ferramentas de Brainstorming com o conjunto de ideias criado

pelos funcionários. Com a lista de verificação, com uma lista de

dados; diagrama de Pareto, com uma coleta de dados que prioriza as

causas relativas a um problema específico; gráfico de controle

permite um monitoramento dos processos; e por fim, a Histograma

que representa a distribuição da frequência de um processo.”

(MARSHALL et al, 2008, p.106)

1.5 - Diagrama de Dispersão

Segundo Marshall et al, (2008):

“O Diagrama de dispersão ajuda a visualizar a alteração sofrida por

uma variável quando a outra se modifica“ (MARSHALL et al, 2008, p.

106).

Esse diagrama serve apenas para demonstrar a intensidade da relação

entre as variáveis selecionadas, o que não garante, necessariamente, que uma

variável seja causa – efeito.

Segundo Marshall et al, (2008):

Dependendo da dispersão apresentada no diagrama,

podem-se identificar diferentes níveis de correlação:

positiva, negativa ou sem correlação (MARSHALL et al, 2008,

p. 106).

O gráfico de um Diagrama de Dispersão abaixo mostra que à medida

que se aumenta a quantidade de um fertilizante, aumenta-se o nível de

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produtividade.

Figura 6 – Diagrama de Dispersão (extraída de MARSHALL et al, 2008

p.106)

Entende-se que os dados do diagrama de dispersão são para observar

níveis em relação a resultado positivo, negativo ou sem correlação.

1.6 – Fluxograma

O fluxograma é representado por símbolos e tem objetivo de facilitar a

visualização das diversas etapas que compõem um determinado processo. De

acordo com Marshall et al, (2006, p. 103) Fluxograma “é uma representação

gráfica que permite a fácil visualização dos passos de um processo”.

No que tange a descrição de processos, com a combinação que

envolve equipamentos, pessoas, métodos, ferramentas e matéria-prima que

venha a gerar um produto ou serviço com determinadas características Lins

(apud VERGUEIRO, 2002). A finalidade do gráfico é compreender o fluxo de

trabalho existente na empresa, que pode ser de um formulário ou de uma

rotina.

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Por sua vez, o autor Müller (2003, p. 91) diz que fluxograma “vale mais

que mil procedimentos”. Fica claro que é possível descrever o fluxo dos

processos de uma organização, de forma a entender o passo a passo, é uma

de substituir a descrição dos documentos, através da apresentação

esquematizada que pode ser utilizada em forma de gráficos.

Vale salientar a importância de utilizar um fluxograma em um processo.

De acordo com o autor Muller (2003):

[...] é documentar um processo que se possam

identificar as áreas que precisam ser melhoradas [...],

ou seja, o essencial não é a documentação e sim a

análise do processo, cujo fim é definir e implementar

melhorias. (MULLER, 2003, p.92)

É importante destacar que o fluxograma pode ser usado em um

ambiente administrativo. Com possibilidade de detalhar a rotina dos

procedimentos dentro das organizações e através destes, perceber a

existência de algumas falhas no layout, em formulários inadequados,

processamento incoerente no trabalho e entre outros aspectos existentes no

ambiente administrativo.

Isso demonstra que a finalidade do fluxograma de processo é permitir

que o administrador visualizasse todas as etapas do processo da empresa.

Nesse caso, a representação gráfica que apresenta a sequência de um

trabalho de forma relativa na caracterização das operações do sistema e

também dos departamentos envolvidos no processo.

Com base em analisar um processo, cabe ao administrador entender

os processos na organização, e a maneira mais compreensiva é a utilização do

gráfico. Para Davis (2001, p. 136), pode construir três tipos diferentes de

fluxograma que definem:

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• Qual é o método oficial ou documentado;

• Como as atividades estão sendo realmente realizadas;

• Como deveria ser o procedimento apropriado.

Cabe frisar que o objetivo do fluxograma é propor a simplificação e a

racionalização dos processos organizacionais de forma a melhorar a rotina ou

procedimento encontrado na organização.

A figura mostra o detalhamento de um processo. Com a utilização de

símbolos representativos que possibilite uma melhor visualização dos

processos dentro da empresa. Alguns símbolos são mais utilizados com

definições especificas, por exemplo: O círculo- representa início e fim do

processo; o retângulo- representa uma fase do processo; o losango-

representa a decisão do processo e a linha dirigida- representa o sentido e a

ordem entre as fases do processo.

Figura 7 – Fluxograma (extraída de MARSHALL et al, 2008, p.108)

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Nesse sentido o fluxograma serve para identificar o fluxo atual ou o fluxo

ideal para um acompanhamento de um produto/serviço; identificar desvios;

verificar a sequência de passos do processo e se estão relacionados entre si; criar

um novo projeto que possibilite identificar as oportunidades de mudanças; definir

limites e na busca desenvolver num melhor entendimento de todos os funcionários

da organização.

A ferramenta Fluxograma pode ser relacionada com o Brainstorming. Visto

que com a coleta de sugestões ou ideias dos funcionários, possibilite construir um

fluxograma a fim de encontrar a causa do problema.

1.7 - Folha de Verificação

“A folha de verificação é uma ferramenta usada para quantificar a

frequência com que certos eventos ocorrem num certo período de tempo.”

Entendo que é um formulário usado para registrar a frequência de

ocorrência de certas características de produtos ou serviços prestados

relacionados à qualidade.

Segundo Marshall et al, (2008):

Diz que a lista de verificação é uma ferramenta usada para quantificar a frequência com que certos

eventos ocorrem num certo período de tempo

(Marshall et al, 2008, p.105).

Entendo que a lista de verificação serve para registrar os dados dos

itens a serem verificados, que posteriormente busca analisar a situação do

problema exposto na empresa, que procura ajudar a diminuir erros e

confusões.

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Isso demonstra que quando a ferramenta é utilizada, ao invés da

utilização da ferramenta brainstorming (em que todos da organização podem

opinar), a lista de verificação tem a função de identificar as informações da

empresa em busca de encontrar problemas ou suas causas (VIEIRA FILHO,

2007).

É pertinente dizer que a utilização da lista de verificação serve também

para tornar os dados fáceis de identificar e utilizar em alguns momentos, por

exemplo, em mostrar dados mais organizados; serve para verificar a

distribuição do processo e também de itens defeituosos; verifica a localização

de defeitos e suas causas; faz comparação dos limites minunciosamente e

através da lista de verificação podem-se criar ferramentas de diagrama de

Pareto, diagrama de dispersão, diagrama de controle, histograma entre outros

(HOSKEN, s.d)

Segue abaixo uma figura, uma lista de verificação que identifica o

problema com a frequência de erros de um processo:

Figura 8 – Folha de Verificação (extraída de MARSHALL et al, 2008,

p.109)

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A folha de verificação pode ser analisada horizontalmente, como

ocorre normalmente e também verticalmente, quando se deseja analisar o

impacto do período de tempo considerado. No entanto, a folha de verificação

não considera pesos ou ainda níveis de importância relativa entre os eventos,

o que pode ser fundamental para uma análise mais apurada.

• Um conjunto de valores (pontos) unidos por segmentos de reta;

• Três linhas horizontais: limite inferior de controle; limite controle e

linha média.

1.8 - Diagrama de Pareto

É um diagrama de barras verticais que apresenta informações do

problema e posteriormente dar prioridade aos temas (VIEIRA FILHO, 2007).

De acordo com Ritzman (2008):

Diagrama de Pareto é um gráfico de barras no qual os fatores são

individuais em ordem decrescente de frequência ao longo do eixo

horizontal (RITZMAN 2008, p.110).

Entende-se que o conceito de Pareto (criado por Vilferdo Pareto,

economista italiano do século XIX) desenvolveu a regra 80-20, quer dizer que

80 por cento da atividade causada por 20 por cento dos fatores. Ou seja, 80%

dos problemas resultam cerca de apenas 20% das causas potenciais (Marshall

et al, 2006).

É importante destacar que um Diagrama de Pareto mostra um gráfico

de barras com a identificação dos fatos e sua frequência nos problemas

juntamente com os dados percentuais para entendimento, já que é avaliado

pela regra 80-20. Abaixo é mostrado um exemplo de um Diagrama de Pareto.

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Figura 9 – Gráfico de Pareto (extraída de MARSHALL et al, 2008,

p.110)

A utilização do diagrama de Pareto serve para identificar os problemas;

achar os motivos que atuam em um defeito; descobrir quais os problemas e as

suas causas; melhorar a visualização e dar prioridade na ação; ratificar os

resultados de melhoria; acompanhar como era a situação antes e depois do

problema; detalhar as principais razões para eliminar as causas; procura

sedimentar o procedimento; serve para identificar os pontos principais

responsáveis pela causa e definir ideias de melhorias que afeta um processo

(HOSKEN, s.d).

O diagrama de Pareto pode se relacionar com as ferramentas de lista

de verificação na utilização de uma lista para coleta de dados, o Brainstorming

com o conjunto de ideias ou sugestões adquiridas por um grupo de

funcionários; diagrama de causa e efeito com o levantamento das possíveis

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causas e a descrição dos problemas e histograma que mostra a distribuição de

dados por categorias.

1.9 - Histograma

De acordo com Hosken (s.d., p. 10):

Consiste em um gráfico de barras que expõe a distribuição de dados

por categorias. Esta ferramenta descreve a frequência com que

variam os processos e a distribuição como um todo. Histograma é

“uma ferramenta que nos possibilita conhecer as características de

um processo ou um lote de produto permitindo uma visão geral da

variação de um conjunto de dados” (HOSKEN s.d., p. 10)

Já Marshall et al, (2006) destaca que a distribuição de frequência pode

ser visualizada em eventos repetitivos que pode variar ao decorrer do tempo.

Nesse sentido o histograma pode ser usado para verificar a frequência de um

produto com defeito; a padronização do produto; o tempo da execução dos

processos; elaborar um gráfico de frequência para um número de unidade por

cada categoria (HOSKEN, s.d).

Figura 10 – Histograma (extraída de MARSHALL et al, 2008, p.111)

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Diante do exposto, fica evidenciado que a ferramenta de histograma

serve para medir o grau de ocorrências de determinado processo a ser

analisado durante a execução. De certa forma a ferramenta do histograma

pode-se relacionar com as ferramentas de folha de verificação com a utilização

de uma planilha para coleta de dados; o diagrama de causa e efeito com o

levantamento das possíveis causas e na descrição dos problemas; e o

diagrama de Pareto que prioriza os problemas ou causas relativas a um

específico assunto.

1.10 - Matriz GUT

Conforme Marshall et al, 2008:

A matriz GUT é a representação de um problema, ou riscos

potenciais, através de quantificações que buscam estabelecer

prioridades para abordá-las, visando minimizar os impactos

(MARSHALL et al, 2008, p.112).

A Matriz de GUT em geral é utilizada na priorização de problemas e na

análise de riscos. Os problemas são arrolados e analisados sob os aspectos

de gravidade (G), urgência (U) e tendência (T). Usualmente, atribui-se um

número inteiro entre 1 e 5 a cada uma das dimensões (G,U,T),

correspondendo o 5 à maior intensidade e o 1 à menor e multiplica-se os

valores obtidos para G,U,T a fim de se obter um valor para cada problema ou

fator de risco analisado. Os problemas de fatores de risco que obtiverem maior

pontuação serão tratados prioritariamente

Entendo que essa ferramenta pode ser utilizada para inúmeras

finalidades contando sempre com as vantagens de possuir uma utilização fácil

que pode ser manuseada por qualquer pessoa. Ela com certeza irá auxiliá-lo a

priorizar as ações a serem executadas para acabar com diversos problemas.

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Figura 11 – Matriz GUT (extraída de MARSHALL et al, 2008, p.112)

1.11 - 5W2H

É uma ferramenta usada para planejar as ações que serão executadas

durante a melhoria dos processos. Para Hosken (s.d. p.A20) a ferramenta

5W2H “é um documento de forma organizada que identifica as ações e as

responsabilidades de quem irá executar, através de um questionamento capaz

de orientar as diversas ações que deverão ser implementadas.”

A ferramenta 5W2H tem a finalidade de identificar os subsídios

necessários à implantação do projeto de melhorias nos processos

organizacionais. Faz-se necessário entender o significado das iniciais das

ferramentas 5W2H, com cada definição e suas funções: What (o quê) quais

são as etapas. Why (por que) a justificativa para a execução da tarefa. Where

(onde) local de cada etapa. When (quando) o tempo de execução de cada

tarefa. Who (quem) irá realizar as tarefas. How (como) o método da realização

de cada tarefa/etapa e How much (quanto custa) Hosken s.d.

A ferramenta 5W2H pode ser usada nas melhorias dos processos. De

acordo com o autor Hosken destaca alguns pontos (s.d, p.A20)

“Referenciar as decisões de cada etapa no desenvolvimento do trabalho.

Identificar as ações e responsabilidades de cada um na execução das

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48

atividades. Planejar as diversas ações que serão desenvolvidas no decorrer do

trabalho”.

A ferramenta 5W2H pode ser usada com a ferramenta de

Brainstorming, que inflige com o conjunto de ideias criado pelos funcionários

para depois ser aplicada as ações para melhoria dos processos.

Com base nas ferramentas citadas é importante destacar que cada

uma tem finalidade para apontar a correção ou melhorias em um processo e

demonstrar a importância da aplicação dessas ferramentas para avaliar os

processos existentes.

Convém observar que todas as ferramentas são interligadas e como

pode ajudar aos gestores na utilização dos processos. Como se pode ver

existe algumas situações que estabelece o uso de ferramentas.

Segundo Marshall et al, 2008:

Os Fundamentos de Excelência, de acordo com um grupo de

especialistas de empresas americanas, em meados de 1980, analisou

uma série de organizações bem sucedidas com a finalidade de

encontrar as melhoras e a qualidade dos produtos e de aumentar a

produtividade das empresas americanas. Foram identificados vários

valores organizacionais que podiam ser facilmente percebidos como

parte da cultura das organizações desde os empregados de alto

escalão até os escalões inferiores. Com esses valores foi fácil montar

uma cultura de gestão voltada para resultados. (MARSHALL et al,

2008, p.51).

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Figura 12 – 5W2H (extraída de MARSHALL et al, 2008, p.113)

CONCLUSÃO

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50

Essa monografia tem como principal objetivo demonstrar a importância

de usar as ferramentas da qualidade no planejamento e na melhoria dos

processos.

Para que a organização possa ter êxito em seu processo de

implantação de ferramentas da qualidade em busca da excelência na

qualidade total, é necessário que a alta direção pense em mudar a visão e o

comportamento dos colaboradores que fazem parte da organização, e isso

talvez possa ser alcançado através de processos educacionais para

aperfeiçoamento dos profissionais e trabalhando com treinamentos para que

se reduzam as perdas.

A empresa ao buscar a excelência na qualidade total, tem sua atenção

voltada ao treinamento dos colaboradores internos verificando qual a base

para o desenvolvimento está na má educação, onde através de processos

educacionais podem ocorrer mudanças de hábitos, facilitando o

autoconhecimento e o relacionamento em equipe levando a aquisição de

movas habilidades.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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51

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Disponível em: <www.qualidade.adm.br/qualidade/produzindo/montando.pdf.>

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A Evolução da Qualidade 10

1.1 - A Evolução da Qualidade no Ocidente 10

1.1.1 - Era da Inspeção – Qualidade com Foco no Produto 11

1.1.2 - Era do Controle Estatístico da Qualidade – Qualidade com Foco no

Processo 13

1.1.3 - Era da Garantia da Qualidade – Qualidade com Foco no Sistema 15

1.1.4 - Era da Gestão de Qualidade 16

CAPÍTULO II - Gestão da Qualidade - O Conceito 18

1.1 - A Qualidade pretendida pela empresa para a excelência 19

1.2 - Controle de Qualidade 19

1.3 - Padronização e melhoria 24

CAPÍTULO III - Uso das Ferramentas da Qualidade como instrumento de

excelência 28

1.1 – Ciclo PDCA 28

1.1.1 - Gerenciamento da melhoria e gerenciamento da rotina 31

1.1.2 – Ciclo PDCA na análise de problemas 31

1.1.3- Desdobramento do ciclo PDCA 32

1.2 – Brainstorming 33

1.3 – Cartas de Controle 34

1.4 – Diagrama de Causa e Efeito 36

1.5– Diagrama de Dispersão 38

1.6 – Fluxograma 39

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1.7 – Folha de Verificação 42

1.8 – Diagrama de Pareto 44

1.9 – Histograma 46

1.10 – Matriz de Gut 47

1.11 – 5W2H 48

CONCLUSÃO 51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

INDICE 54