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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE FAMÍLIA E ESCOLA: Contribuições para a formação do aluno Por: Vera Lucia Marinho Loli Orientador Profª: Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 3 AGRADECIMENTOS A Deus pela força espiritual proporcionando momentos de conforto nas horas mais difíceis de minha vida com exemplo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FAMÍLIA E ESCOLA:

Contribuições para a formação do aluno

Por: Vera Lucia Marinho Loli

Orientador

Profª: Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FAMÍLIA E ESCOLA:

Contribuições para a formação do aluno

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Pedagógica.

Por: Vera Lucia Marinho Loli

3

AGRADECIMENTOS

A Deus pela força espiritual

proporcionando momentos de conforto

nas horas mais difíceis de minha vida

com exemplo de amor. Às minhas

filhas Victtória e Veluma que me

ajudaram a digitar essa monografia. A

todos que direta e indiretamente

contribuíram para minha formação.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às minhas filhas

Victtória e Veluma e ao meu esposo

Walter por estarem sempre ao meu lado

me apoiando nessa caminhada.

5

RESUMO

A relação entre a escola e a família é, sobretudo nos dias de hoje, um

dos mais polêmicos assuntos discutidos por pesquisadores e/ou gestores dos

sistemas e unidades de ensino em quase todo o mundo. Os objetivos desse

estudo estão em analisar as implicações da ausência da família do processo

ensinoaprendizagem do filho, além de colaborar para conscientização dos

mesmos no processo de aprendizagem. O propósito é que essa parceria se

construa através de uma intervenção planejada e consciente, em que a escola

possa criar espaços de reflexão e experiências de vida em uma comunidade

educativa, estabelecendo acima de tudo a aproximação entre as duas

instituições. Utilizou-se para tanto, uma pesquisa qualitativa marcada pelo

estudo bibliográfico, complementado por um roteiro de entrevista com pais de

alunos de uma instituição da rede municipal. Reforçando a necessidade dos

educadores dispensarem alguns momentos da sua formação, para refletirem e

construírem essa relação.

6

METODOLOGIA

A metodologia pela qual optei em trabalhar trata-se de uma pesquisa

qualitativa onde o primeiro momento o estudo foi marcado pelo levantamento

de referenciais bibliográficos e o segundo momento pelo levantamento de

dados com consultas orais no próprio campo de pesquisa com os integrantes

da instituição. Aplicação de questionários, com o intuito de perceber o

relacionamento da criança com a família, a interação da família com a escola e

de que maneira essa criança absorve os problemas de convivência familiar e

de como esses problemas interferem no seu emocional e consequentemente

em seu rendimento escolar.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Família e escola: Breves reflexões 11

CAPITULO II - Escola e família:

Uma parceria necessária 20

CAPÍTULO III – Analisando os dados:

Os diversos olhares sobre a relação escolafamília 30

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 43

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa procura analisar a participação da família no

processo de aprendizagem de crianças do 1º ao 5º ano do Ensino

Fundamental. Para tanto, foi interessante saber como as famílias influenciaram

no processo de aprendizagem dos filhos e como se dá a articulação

escolafamília.

A família e a escola são os primeiros ‘espelhos’ da criança, onde

aprende a se ver, a desvendar seu espaço no mundo, aprende o que é o

homem e o que é a mulher, suas diferenças e como deve se expressar. Desta

forma a relação contexto escolar e contexto familiar é fundamental para o

processo de aprendizagem.

Já que é através da família que a criança adquiri suas primeiras

experiências educativas, sociais e históricas e com a família que a criança

aprende a se adaptar às diferentes circunstâncias, a flexibilizar e a negociar,

independente das normas educacionais que são impostas aos familiares,

através da escola, da ideologia vigente de cada sociedade.

Como educadora de uma instituição pública é, sobretudo na pratica

cotidiana que venho refletindo a respeito de várias questões relacionadas ao

tema Família na Escola que aparece hoje entre os problemas de nosso sistema

educacional. E com base na minha atuação em sala de aula e convivendo com

os medos, dificuldades e desejos é que percebo o quanto é necessário

conviver com os pais dos meus alunos para podê-los entender melhor e desta

forma poder compreendê-los e ensiná-los da melhor forma. E foi diante dos

muitos desencontros com a família dos meus alunos que senti a inquietação de

elaborar este trabalho de conclusão do meu curso de Orientação Educacional e

Pedagógica que tem como título: ‘’Família e escola: contribuições para a

formação do aluno’’, na tentativa de compreender esses desencontros da

educação escolar e da educação familiar.

Tenho vivenciado no dia-a-dia várias problemáticas que impedem a

eficácia de um processo coparticipativo entre escola e família. Estabelecendo-

se dessa forma as seguintes interrogações: Como despertar nas famílias o

9

compromisso com a educação sistemática do filho e qual a importância da

relação famíliaescola no processo educacional?

O caminho que escolhi para obter as respostas a essas perguntas foi

um mergulho na prática pedagógica, juntamente com o levantamento de dados.

Foi realizado um estudo teórico baseado em autores, pensadores, psicólogos e

educadores como José Carlos Libâneo, Içami Tibra e Tânia Zagury, com o

propósito de fazer um paralelo entre a pesquisa teórica e a realidade

vivenciada.

A família e a escola precisam construir e consolidar essa parceria,

contribuindo assim, para a construção de identidade da criança e estimulando

sua autonomia e cidadania. Ambas devem fazer parte do processo educativo

da criança para uma aprendizagem significativa e eficaz.

Devem-se esforçar exaustivamente os objetivos comuns entre escola e

família como afirma TIBA (1996, p.140): ‘’Os pais e a escola devem ter

princípios muito próximos para o benefício do filho / aluno’’. Diante disso, as

diferenças nessa relação devem ser bem menores que os interesses que

devem lhes aproximar. Tanto escola como família idealizam seres felizes e de

sucesso. Portanto, que ambas acreditem na contribuição da outra e que se

apóiem para o desenvolvimento do aluno e do filho.

Os objetivos desse estudo estão em analisar as implicações que

decorrem da ausência da família no processo ensinoaprendizagem do filho.

Assim como, colaborar para a conscientização da importância da relação

Famíliaescola no processo ensinoaprendizagem, especificamente voltando às

crianças na faixa etária de seis a dez anos do Ensino Fundamental.

A presente pesquisa justifica-se pela necessidade de contribuir no

processo ensinoaprendizagem das crianças do 1º ao 5º ano do Ensino

Fundamental e por entender que a parceira entre a família e a escola é de

suma importância nesta faixa etária.

O estudo ‘’Escola e Família:contribuições para a formação do aluno”

está divido em três capítulos. No primeiro capítulo abordamos a família no

contexto histórico e a escola no contexto atual. No segundo capítulo a Escola e

Família: espaço de diálogo e no terceiro Os Diferentes Olhares Sobre a

Relação Escola e Família, está estruturado na análise do material pesquisado

em campo, onde para melhor aproveitamento do mesmo dividimos em: o local

10

da pesquisa e indagações, respostas e discussões analisando o campo de

pesquisa.

A família deve fazer um trabalho atrelado à escola, pois é no lar que a

criança permanece maior parte da sua vida. Quando essa cumplicidade entre

escola e família é percebida pelo aluno, o processo educacional torna-se mais

significativo. A partir daí, ele poderá esforçar-se mais por sentir–se

acompanhando tanto por uma quanto por outra e o papel que escola e família

passarão a adquirir na vida desse aluno serão de cúmplices e aliadas.

11

CAPÍTULO I

FAMÍLIA NA ESCOLA: BREVES REFLEXÕES

1.1 – A família no contexto histórico

Ao longo da história brasileira a família veio passando por

transformações importantes que se relaciona diretamente com o contexto

sócioeconômicopolítco do país.

Na sociedade medieval inexistia o sentimento de infância, enquanto

integrante do contexto de valores vigentes. A criança muito pequena era

efêmera, portanto, não contava para a família. Os filhos, considerados

extensão do patrimônio do patriarca, ao nascer dificilmente experimentavam o

sabor do aconchego e da proteção materna, pois eram amamentados e

cuidados pelas amas de leite. Nos séculos XVI e XVII a concepção de criança

vai oscilando entre ‘’paparicação‘’ e ‘’racionalização’’.

No século XVIII, além desses dois sentimentos percebemos a inclusão

da preocupação com a sua higiene e a sua saúde física. Sob esse prisma tudo

o que se refere às crianças e à família torna-se um assunto sério e digno de

atenção.

A partir das últimas décadas do século XIX, identifica-se um novo

modelo de família. A Proclamação da República, o fim do trabalho escravo, as

novas práticas de sociabilidade com o início do processo de industrialização,

urbanização e modernização do país constituem terreno fértil para proliferação

do modelo de família nuclear burguesa, originário da Europa. Trata-se de uma

família constituída por pai, mãe e poucos filhos. O homem continua detentor da

autoridade e ‘’rei’’ do espaço público; enquanto a mulher assume uma nova

posição: ‘’rainha do lar’’, ‘’rainha do espaço privado da casa’’. Desde cedo, a

menina é educada para desempenhar seu papel de mãe e esposa, zelar pela

educação dos filhos e pelos cuidados com o lar.

No final do século XX, no âmbito legal, a Constituição Brasileira de

1998, aborda a questão da família nos artigos 5º, 7º, 201º, 208º e 226º a 230º,

trazendo algumas inovações (artigo 226) como um novo conceito de família:

união estável entre o homem e a mulher (§ 3º) e a comunidade formada por

12

qualquer dos pais e seus descendentes (§ 4º). E ainda reconhece que ‘’os

direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente

pelo homem e pela mulher (§ 5º).

No Brasil, entre o proletariado, encontramos muitas famílias nucleares

(família composta de pai, mãe e filhos) em que o casal não é unido por laços

legais, assim como encontramos também um grande número de famílias

chefiadas por mulheres, não somente em virtude da ausência do marido (mães

solteiras, separação, viuvez), mas também por que em certos meios é

freqüente que a mulher trabalhe e assuma as responsabilidades materiais do

lar e da família.

Como nos lembra Danda Prado (1981, p.77): ‘’Ao contrário do que se

imagina através de idealizações, as mulheres chefes de família são

comumente encontradas em pequenos povoados, nas regiões subalternas e,

embora em menor escala, representadas também em todas as classes

urbanas’’.

Embora, a cada momento histórico corresponde um modelo de família

preponderante, ele não é único, ou seja, concomitante aos modelos dominante

de cada época.

Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1996, p.563),

família significa: ‘’pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa,

particularmente o pai, a mãe e os filhos. Ou ainda, pessoas de mesmo sangue,

ascendência, linhagem ou admitidos por doação’’.

Na realidade, todos sabemos o que é uma família já que todos nós

somos parte integrante de alguma família. No entanto, para qualquer pessoa é

difícil definir esta palavra e mais exatamente o conceito que ela engloba, que

vai além de simples e breves definições.

Nos últimos vinte anos, várias mudanças ocorridas no plano

sóciopolíticoeconômico relacionadas ao processo de globalização da economia

capitalista vêm interferindo na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando

mudanças em seu padrão tradicional de organização.

De acordo com Pereira (1991, apud Pequeno), no artigo publicado na

revista Serviço Social e Sociedade com o título de Desafios contemporâneos

para a sociedade e a família, as mudanças mais evidentes são:

13

v Queda da taxa de fecundidade, devido ao acesso aos métodos

contraceptivos e de esterilização;

v Tendência de envelhecimento populacional;

v Declínio do número de casamentos e aumento da dissolução

dos vínculos matrimoniais constituídos, com crescimento das

taxas de pessoas vivendo sozinhas;

v Aumento da taxa de coabitações, o que permite que as crianças

recebam outros valores menos tradicionais;

v Aumento do número de famílias chefiadas por uma só pessoa,

principalmente por mulheres, que trabalham fora e têm menos

tempo para cuidar da casa e dos filhos.

Entretanto, evidenciamos que essas mudanças não devem ser

encaradas como tendências negativas ou sintomas de crise. A aparente

desorganização da família é um dos aspectos de reestruturação que ela vem

sofrendo.

O autor Silvio Manoug Kaloustian (1991, apud Pequeno), deixa

transparecer que a família é o lugar indispensável para a garantia da

sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros,

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando.

Há princípio essa evidência nos parece duvidosa, mas foi através da minha

prática pedagógica e a convivência com meus alunos, que vêm de uma

camada social muito baixa onde a maior parte das famílias são

desestruturadas, onde a avó e alguns primos são a família que a criança

conhece. Mas, mesmo diante desses desajustes, acredito que a família que

eles convivem ainda é melhor do que se for para uma instituição para menores

ou se ficarem abandonados na rua a mercê da própria sorte. A família é quem

propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao

desenvolvimento e bem estar dos seus componentes. Ela desempenha um

papel decisivo na educação formal e informal, e é em seu espaço que são

absorvidos o valor ético e humanitário, em que se aprofundam os laços de

solidariedade. Também é em seu interior que se constroem as marcas entre as

gerações e são observados valores culturais.

14

De acordo com o Programa de Criança: brincar e estudar a construção

de uma metodologia de combate ao trabalho infantil (AMAS) existem vários

tipos de famílias que são:

v Nuclear simples: família em que o pai e a mãe estão presentes

no domicílio, todos são filhos dos mesmos pais, não há mais

nenhum adulto morando no domicílio;

v Monoparental feminina simples: apenas a mãe está presente no

domicílio, mas também, eventualmente, com outros menores

sob sua responsabilidade. Não há mais nenhuma pessoa maior

de 18 anos, que não seja filho, morando no domicílio;

v Monoparental feminina extensa: apenas a mãe está presente no

domicílio, vivendo com seus filhos e outros menores sob sua

responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou

não;

v Monoparental masculino (simples ou extensa): apenas o pai está

presente no domicílio, vivendo com seus filhos e, possivelmente,

com outros menores sob sua responsabilidade e/ou outros

adultos sem filhos menores de 18 anos;

v Nuclear extensa: o pai e mãe estão presentes no domicílio,

vivendo com seus filhos e outros menores sob sua

responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou

não do pai ou mãe;

v Famílias conviventes: famílias que moram juntas no mesmo

domicílio sendo ou não parentes entre si;

v Família nuclear reconstituída: o pai ou a mãe estão vivendo em

nova união, legal ou consensualmente, podendo um dos dois ter

filhos com idade até 18 anos, vivendo no domicílio;

v Família de genitores ausentes: família em que nem o pai ou a

mãe está presente, mas que existem outros adultos (tais como

avós, tios) que são responsáveis pelos menores de 18 anos;

v Família nuclear com crianças agregadas: o pai e a mãe estão

presentes no domicílio com seus filhos e também com outros

menores sob sua responsabilidade. Não há outro adulto

morando no domicílio.

15

Portanto, a família desempenha um papel chave na determinação dos

padrões básicos de atitudes e valores que as crianças adquirem durante os

primeiros anos de seu desenvolvimento e que, em grande parte, vão

caracterizar o desenvolvimento de sua personalidade e suas relações com os

outros durante toda a sua vida.

A família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para

os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais para formação da

pessoa e construção do ser.

De acordo com o ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE em

seu artigo 19: toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado

no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada

a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de

pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. E, no artigo 22: aos pais

incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-

lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as

determinações judiciais.

Sendo assim a base de toda nossa educação está na família, um meio

de transmissão da cultura em nossa sociedade, por isso ela é de fundamental

importância.

Hoje em dia o diálogo se tornou muito importante entre pais e filhos e

também dos pais com a escola, é um meio muito importante para se chegar a

um bom relacionamento. O diálogo não é uma coisa que se impõe. Pai e Mãe

devem tomar a iniciativa para ir ao encontro do filho. Criar um ambiente de

amor, a união da família ser exemplo para cooperação entre os seus membros

e cultivarmos o diálogo. Não será nos livros, nem na rua, nem na escola que

nossos filhos aprenderão a amar. Observando o exemplo vivo dos pais, os

filhos aprenderão que o amor é o princípio da felicidade, que o amor é

exigente, é oneroso, é difícil, mas possível.

1.2 – A relação da família no processo de aprendizagem

Desde a antiguidade a família teve uma importância muito grande no

processo de aprendizagem das crianças. Nas sociedades ditas primitivas, a

16

educação era uma tarefa comunitária, informal e imersa na vida prática, como

ainda ocorre hoje em áreas rurais e urbanas das regiões pobres do mundo. Por

mais que alguns pais dêem valor ou atenção, os filhos sentem bastante a falta

de seus pais na hora de fazer os deveres de casa, na hora de receber uma

nota baixa e durante todo o processo escolar.

Paro (2003) se remete a resultados bem parecidos, quando analisa o

discurso dos professores e dos pais, principalmente naquilo que se refere à

continuidade e descontinuidade da educação. O autor afirma que os

professores pretendem que a família dê continuidade à educação oferecida na

escola, principalmente auxiliando as crianças nos deveres escolares, o que ele

denomina como ‘’uma continuidade de mão única’’, enquanto os pais, embora

cheguem a conceber a escola como ‘’segunda família’’, vivenciam ‘’a timidez

diante dos professores, o medo da reprovação dos filhos e a distância que

sentem da cultura da escola... ’’

(http://www.unopec.com.br/revistaintellectus/_Arquivos/Jul_Dez_03/PDF/.pdf).

De acordo com os estudos de Danda Prado (1981, p.13): ‘’A família

influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e

negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos

costumes’’.

Contudo, a família tem maior responsabilidade na educação dos

indivíduos, por estar em constante contanto em sua casa fase de formação e

desenvolvimento. A participação da família é fundamental no processo

educativo da criança, quando há satisfação das necessidades emocionais e

sociais dos filhos.

A família é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais

são os primeiros ensinantes e as ‘’atitudes destes frente às emergências de

autoria do aprendente, se repetidas constantemente, irão determinar a

modalidade de aprendizagem dos filhos’’ (Fernández, 2003), a autora fez-me

refletir ainda sobre o ato de aprender e ensinar e o quanto o apoio da família é

crucial no desempenho escolar, mas infelizmente a atuação dos pais ainda é

bem rara. Hoje há uma confusão de papéis, cobranças para as duas

instituições e novas atribuições O professor Victor Henrique Paro da USP

quando entrevistado pela Revista do Professor (2003, p.39) ressaltou que

‘’Parece haver, por um lado, uma incapacidade de compreensão por parte dos

17

pais a respeito daquilo que é transmitido pela escola. Por outro lado, há uma

falta de habilidade dos professores em promover essa comunicação’’.

O dever da família com o processo de escolaridade e a importância da

sua presença no contexto escolar é publicamente reconhecido na legislação

nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação aprovadas no decorrer dos

anos 90, tais como:

v Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90),

Art. 4º- E dever da família, da comunidade, da sociedade

em geral e do poder público assegurar, com absoluta

prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à

saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e à conveniência familiar e comunitária.

v Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96)

Art. 1º- A educação abrange os processos formativos que

se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,

no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e

nas manifestações culturais.

Art. 2º- A educação, dever da família e do Estado

inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de

solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 6º- É dever dos pais ou responsáveis efetuar a

matrícula dos menores, a partir dos sete anos de idade,

no ensino fundamental.

v Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2002)

que define como uma de suas diretrizes a implantação de

conselhos escolares e outras formas de participação da

comunidade escolar (composta também pela família) e local na

18

melhoria do funcionamento das instituições de educação e no

enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos

pedagógicos.

Isto significa o reconhecimento da criança e do jovem como cidadãos

que devem ter seus direitos assegurados, não só pela família, como também

pela sociedade e pelo Estado. A participação dos pais no processo educativo

implica mudanças positivas, tanto para as instituições escola e família, como

para a criança. Sabe-se, contudo, que no caso de famílias de classes sociais

menos favorecidas há uma falta de interesse na participação dos pais nas

reuniões escolares e nas atividades feitas em casa.

O professor, embora admita a necessidade da participação dos pais na

escola, não sabe bem como encaminhá-la. Diante desse impasse na educação

a partir da década de 1990 a família está sendo chamada a participar na escola

(perspectiva positiva) e está sendo responsabilizada pelo sucesso ou fracasso

escolar (perspectiva negativa). Pode-se afirmar que as famílias não se

mostram propensas a aderir às políticas voltadas para o estabelecimento de

novas relações Estadosociedade, inclusive políticas orientadas pela lógica do

mercado.

Esses dados suscitam reflexão relacionada à medida do ex-ministro da

educação Paulo Renato de Souza ‘’Quando os pais se envolvem na educação

dos filhos, eles aprendem mais’’. Com base nesse pensamento o MEC instituiu

a data de 24 de abril ‘’Dia Nacional da Família na Escola’’ e publicou a cartilha

Educar é uma tarefa de todos nós: um guia para a família participar, no dia-a-

dia, da educação de nossas crianças (Brasil, 2002). Neste dia, todas as

escolas deveriam convidar os familiares dos alunos para participar de suas

atividades educativas, para que refletissem o quanto é importante a presença

dos pais/responsáveis pelo aluno na escola.

A família, especialmente os pais e/ou responsáveis, ocupam um

importante papel na mudança do comportamento da criança. Eles intervêm no

desenvolvimento humano do indivíduo, na relação com o meio natural e social.

E a participação efetiva dos mesmos no processo de aprendizagem facilita a

prática pedagógica dos professores. Isso evidencia a responsabilidade que a

19

escola tem em incentivar e apoiar sem articulação famíliaescola. As duas

instituições são responsáveis pela inserção do sujeito no contexto social,

devendo tomá-lo capaz de alcançar o conhecimento com autonomia e

acompanhar as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas.

Os pais têm uma importância enorme na vida de uma criança, uma

criança que tem o apoio da família na hora de fazer as tarefas de casa se sente

mais segura na hora de colocar as respostas; estuda com mais estímulo vendo

o interesse que os pais têm com seu bom desempenho.

É essencial que os pais mostrem que ficaram felizes quando seus

filhos têm bom desempenho na escola e também não desestimulá-lo quando

Ele tira nota baixa, isso só faz com que a criança fique deprimida, sem querer ir

à escola e que ele perca o interesse tão importante na sua vida escolar.

Aprender a ler e escrever é um desejo coletivo, expresso na história de

todas as classes sociais. Os pais colocam seus filhos na escola e esperam que

eles tenham sucesso na vida escolar, só que muitos esquecem que eles

necessitam de apoio nos deveres de cãs, que precisam receber elogios, desta

forma eles estão sendo estimulados a seguir em frente. Também é importante

que os pais procurem ter tempo disponível para a criança, isto faz com que ela

se sinta importante, faz parte de uma família que ama.

20

CAPÍTULO II

ESCOLA E FAMÍLIA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA

2.1 – Contribuições para a formação do aluno

Diante da minha prática vejo o quanto é importante a escola estimular a

família de modo a levá-la a participar do processo educativo do filho e a família

cabe (re) descobrir as vantagens da participação na escola disponibilizando-se.

Muitos pais, levados por inúmeras razões não conseguem acompanhar a

educação de seus filhos, quase nunca ou nunca entram em contato com a

escola. Enfim deixam a cargo dela uma tarefa que pertence aos dois, família e

escola.

O aluno com certeza lucraria muito se seus pais, ao invés de olharem

para a escola como competidora ou retificadora das carências familiares,

buscasse colaboração e cumplicidade na formação dos filhos. Com certeza

teríamos resultados bem melhores na aprendizagem e no cotidiano escolar dos

alunos, assim como se resgatariam valores fundamentais no ser humano,

como o respeito, a autoestima e a persistência nos projetos pessoais. Sendo

assim, tanto escola como família estariam vislumbrando um ser humano cheio

de possibilidades.

‘’A escola faz um tipo de trabalho; a família outro. Ambas

se completam de forma maravilhosa e incrível para o bem

estar e a formação integral das nossas crianças. Mas nem

uma nem outra pode suprir todas as necessidades infantis

e juvenis sem ser EM CONJUNTO. ’’(Zagury, 2002, p.67)

A família, como instituição, tem o papel de reprodução social, no

contexto econômico, cultural, social em que se insere, transmitindo herança

cultural de geração a geração.

Sabe-se que muitas famílias trabalhadoras não têm condições de

acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos. Aí está o papel da escola

em abrir as portas oportunizando possibilidades das famílias estarem presente

no processo educativo.

21

As ações educativas sejam na escola, na família ou em outro ambiente

não acontecem isoladamente, uma influência a outra implícita ou

explicitamente e se procederem de forma desarticulada pode levar ao fracasso

escolar do aluno, principalmente quando este pertence a uma classe

economicamente baixa, tendo uma educação familiar diferente da educação

escolar.

Só numa relação de parceria entre família e escola, independente da

classe social, que se consegue uma participação dos pais. A escola como

promovedora dessa participação, precisa antes de tudo, conhecer um pouco

das famílias, observando seus comportamentos e atitudes, e através da

compreensão e do respeito procurar estratégias adequadas às necessidades

da família, sem desvalorizá-la pela sua classe social.

A crescente profissionalização feminina faz com que a família passa

por grandes transformações. Em decorrência disso também enfrenta algumas

dificuldades para assumir sua função na educação dos filhos.

Tiba (1996) acrescenta que a inadequação no cumprimento de

obrigações básicas para educar não se restringe à família, mas, a escola,

igualmente responsável, deixa de cumprir seu papel formativo.

Para ele:

‘’Os grandes responsáveis pela educação dos jovens, a

família e a escola, não estão sabendo cumprir o seu

papel. O que se observa hoje é a falência da autoridade

dos pais em casa, do professor em sala de aula, do

orientador na escola. Onde foi que os educadores se

perderam?Antes de responder a pergunta, é preciso levar

em conta que essa geração viveu a questão da disciplina

de um modo peculiar e sofrido. Para facilitar a

compreensão, vou chamar de primeira a geração dos

avós, de segunda, a geração dos pais e professores, e de

terceira, a geração dos jovens. Pois bem, a primeira

educou seus filhos de maneira patriarcal, com a

autoridade vertical, isto é, o pai no ápice da linha e os

filhos na base dela. Com isso, a segunda geração foi

massacrada pelo autoritarismo dos pais. E decidiu refutar

22

esse sistema educacional na educação dos filhos. ...As

intensas mudanças vividas, de maneira muito rápida, pela

segunda geração tiveram um custo na educação da

terceira, cujo preço, provavelmente alto, ainda não

podemos estimar. Esses jovens ficaram sem noções de

padrões de comportamentos e limites. As instituições de

ensino, que têm a tarefa de introduzi-los nessas normas,

muitas vezes se omitem. ...O segredo que difere o

autoritarismo do comportamento autoritário adotado para

que a outra pessoa (no caso filhos ou alunos) torne-se

mais educada ou disciplinada, é o respeito à autoestima’’.

(p.11)

O autor aponta alguns sinais que demonstram uma série de condutas

atuais dentro das famílias e das escolas que auxiliam, mesmo parcialmente, as

análises sobre a inegável influência dos pais e dos professores na vida escolar

dos alunos.

Segundo Tiba (1996), ‘’A educação ativa formal é dada pela escola.

Porém, a educação global é feita a oito mãos: pela escola, pais e o próprio

adolescente’’. (p.140)

Se, por um lado, a família não assume sua parcela de responsabilidade

na educação dos filhos, por outro, a escola não facilita a participação da família

na elaboração de seu Projeto Político Pedagógico, descartando inclusive a

presença da família como se ambas não precisassem caminhar juntas para

obterem sucesso na formação e no saber do sujeito (aluno/filho).

Considerar a família como um segmento importante para a elaboração

de um Projeto Político Pedagógico parece cada dia mais importante. Inclusive

porque as relações da família com a escola se modificaram assim como as

novas bases que sustentam as relações no interior da família.

De acordo com Paro (apud Caetano):

‘’Quanto à falta de um necessário conhecimento e

habilidade dos pais para incentivarem e influenciarem

positivamente os filhos a respeito de bons hábitos de

estudo e valorização do saber, o que se constata é que os

professores, por si, não têm a iniciativa de um trabalho a

23

esse respeito junto aos pais e mães. Mesmo aqueles que

mais enfaticamente afirmam constatar um maior preparo

dos pais para ajudarem seus filhos em casa se mostram

omissos no tocante à orientação que eles poderiam

oferecer, especialmente nas reuniões de pais, que é

quando há um encontro que se poderia considerar

propício para isso’’

(http://www.fam.br/publicacoes/revistadialogica/n1.edu.art.

1.alunos.p.1-10.pdf)

O que se observa hoje é exatamente a falta de iniciativa dos

professores, a busca de um relacionamento escolafamília, já que geralmente

essa relação é prejudicada pela ignorância da grande maioria dos pais. Os

professores precisam considerar positiva a vinda de um pai que pergunta sobre

a sua prática. Os pais têm que ousar entrar na escola, conversar com os

professores e se tornar parceiros do ato educativo.

São muitos os professores que não ultrapassam os limites da prática e

muitas vezes, restringi-se a ser mensageiros dos apontamentos ruins. Talvez,

por isso muitos pais olhem para a escola com um misto de temor e de

preocupação, porque só são chamados pelo professor quando os filhos

revelam problemas de aprendizagem ou de indisciplina.

A escola, portanto também necessita dessa relação de cooperação

com a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e

o universo sociocultural vivenciados pelos seus alunos, para que possam

respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem no providenciar

de um desenvolvimento nas expressões de sucesso e não de fracasso

diagnosticado.

Precisam ainda, dessa relação de parceria para poderem também

compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento

escolar, qualidade na realização das tarefas, relacionamento com professores

e colegas, atitudes, valores e respeito às regras.

Só numa relação de parceria entre família e escola, independente da

classe social, que se consegue uma participação dos pais. A escola como

promovedora dessa participação, precisa antes de tudo, conhecer um pouco

das famílias, observando seus comportamentos e atitudes, e através da

24

compreensão e do respeito procurar estratégias adequadas às necessidades

da família, sem desvalorizá-la pela sua classe social.

Segundo Médioni (2002, apud Apap George):

‘’Os professores aprendam a levar em conta a realidade

cultural das famílias, que muitas vezes desconhecem,

assim como a sua relação com o saber. Desta forma,

tenta-se influenciar a prática de ambas as partes, pois a

escola tende a privilegiar códigos que correspondam aos

modos de pensamentos e hábitos das classes mais cultas

ignorando os das classes populares’’. (p.140)

Sabe-se que muitas famílias trabalhadoras não têm condições de

acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos. Aí está o papel da escola

em abrir as portas oportunizando possibilidades das famílias estarem presente

no processo educativo, que as famílias tenham acesso a participar do currículo,

colaborando em sua elaboração, em sua execução e avaliação. Desse modo, é

possível que a relação entre pais e professores tome um novo caminho e

sentido.

Medeiros (2003) diz que:

‘’É necessário que os indivíduos, como cidadãos,

participem dos processos educativos, porém sabendo

respeitar o próprio espaço e o dos demais, suas

respectivas responsabilidades e as competências de

atuação. Trabalhar em conjunto não significa que

podemos ultrapassar nossos limites, em especial quando

se trata de momentos de tomada de decisões. É preciso

que essas decisões sejam refletidas por todos,

argumentadas, para conseguirmos um consenso

razoável’’. (p.49)

A família, como instituição, tem o papel de reprodução social, no

contexto econômico, cultural, social em que se insere, transmitindo herança

cultural de geração a geração.

Sendo o educador um sujeito direcionador deverá no seu trabalho

docente estar atento a todos os elementos necessários para que o educando

aprenda e se desenvolva afetivamente. O educando é um sujeito possuidor de

25

capacidade de avanço e crescimento, assim no trabalho escolar o educador

deve estar atento de que o aluno é um sujeito como ele com capacidade de

ação e crescimento e por isso, um sujeito com aprendizagem, conduta

inteligente, criatividade, avaliação e bom relacionamento no exercício da

cidadania.

Refletir neste tipo de parceria exige dos professores inicialmente uma

tomada de consciência de que, as reuniões fundamentais em assunto teóricos

e abstratos, reuniões para chamar a atenção dos pais sobre a lista de

problemas dos filhos, sobre suas péssimas notas, reuniões muito extensas,

sem planejamento adequado, onde só o professor pode falar, não têm

proporcionado sequer a abertura para o iniciar de uma proposta de parceria,

pois os pais faltam às reuniões, conversam paralelamente, parecem de fato

não se interessarem pela vida escolar das crianças. No entanto, não basta

legitimar a situação com queixas e lamentações. Verdadeiramente, as famílias

não se encontram preparadas sequer para enfrentar, quanto mais para

solucionar os problemas que os educadores de seus filhos lhes entregam e/ou

transferem nas reuniões de pais, e outros poucos momentos em que se

encontram os protagonistas desta relação.

Levar os pais a ter um bom relacionamento com os professores é

necessário e fundamental para o desenvolvimento emocional. ‘’E importante

salientar’’, que para conseguir uma melhor interação pais filhos, esses seres

devem ser capazes de fazer autocríticas, discutindo abertamente sobre

atitudes e valores, questionando a realidade, permitindo-lhes o acesso aos

conhecimentos sociais de maneira crítica, levando em conta a participação

coletiva e a formação da cidadania.

O envolvimento dos pais nas escolas produz efeitos positivos tanto nos

pais como nos professores, nas escolas e nas comunidades locais. Os pais

que colaboram habitualmente com a escola ficam mais motivados para se

envolverem em processos de atualização e reconversão profissional e

melhoram a sua autoestima como pais.

Não se devem buscar culpados e nem se transferir responsabilidades,

mas lembrar todos os momentos da vida que está em jogo (o aluno) e ter

audácia de ultrapassar intolerâncias e equívocos. Só assim, além de um

profissional eficiente, a sociedade terá um cidadão feliz, maduro e consciente.

26

2.2 – O trabalho com as famílias

A interação escolafamília favorece e complementa o trabalho realizado

na escola com as crianças, na medida em que possibilite que se conheça seus

contextos de vida, os costumes e valores culturais de suas famílias, e as

diferenças ou semelhanças existentes entre elas. E esta interação está

relacionada desde o momento em que a escola propicie momentos onde a

família participe das atividades da escola, favorecendo assim esta participação

em horários flexíveis.

Atualmente, algumas Escolas, oferecem para comunidade cursos

ministrados por professores especializados, onde a grande parte dos alunos

são pais de alunos da própria escola. O curso deve tentar atender a

disponibilidade de horários dos interessados. Estes cursos permitem a

aproximação entre pais e escola.

O intercâmbio escolafamília visa o melhor conhecimento da vida das

crianças e, portanto, uma maior qualidade para o trabalho pedagógico.

Muitas vezes a escola “culpa” as famílias pelos mais diversos

problemas das crianças (de dificuldades afetivas até de aprendizagem), e,

“esquece” de assumir o seu papel de ensinar. Essa prática é comum, na rede

pública ou particular. No entanto, ela tem uma conseqüência mais séria na rede

pública: provoca o afastamento, justamente daquelas famílias que mais

necessitam da escola, as das classes populares. Fatores de ordem social e

cultural interferem, portanto, nessa relação, provocando vários confrontos: uma

atitude de cobrança e acusação por parte da escola e, paralelamente, reações

de apatia, resistência ou revolta por parte das famílias.

O pai, ou a mãe podem ter horários de trabalho que não lhes permitam

vir à escola para trazerem ou buscarem seu filho (a/s), ou mesmo que

dificultem o comparecimento às reuniões. É necessário que a escola reconheça

que tais problemas são reais e tanto mais sérios quanto mais pobres as

famílias, e que evite fazer julgamento referente ao suposto desinteresse dos

pais em relação a seus filhos e à escola. É preciso levar em consideração

esses aspectos na decisão quanto ás estratégias de trabalho com os pais.

27

Diversas são as alternativas possíveis, desde a realização de

entrevistas até reuniões, festividades e visitas dos pais a escola para mostrar

que eles também fazem parte do aprendizado de seus filhos.

As entrevistas permitem que haja maior troca entre pais e a equipe

escolar, que seja feita ao menos uma entrevista individual por ano, no início do

período letivo, com o propósito de favorecer o conhecimento do contexto de

vida das crianças, suas atividades fora da escola e situação sócioeconômica.

Os relatos desses momentos devem ser acrescentados ao dossiê de cada

criança, que assim, vai tendo a sua história registrada.

Além das entrevistas é interessante prever encontros com os pais ao

final de cada semestre para a avaliação do desenvolvimento da criança, que

podem ser individuais, em pequenos grupos ou com toda a turma reunida.

Outras estratégias importantes no trabalho com os pais são as

reuniões com a equipe da escola, onde a proposta pedagógica vai sendo

apresentada e discutida. Nesse sentido, é preciso evitar tanto as reuniões de

cobranças dos pais e reclamações sobre as crianças, quanto às reuniões

didáticas ou normativas que pretendem ensinar aos pais como cuidar de seus

filhos. As reuniões devem ser momentos de integração, onde as famílias

tenham oportunidade de conhecer, sentir e refletir sobre o que as crianças

fazem e aprendem na escola, e onde os profissionais da escola ouçam e

respondam as dúvidas e críticas dos pais, criando um clima de debate e

crescimento. Para que tal objetivo seja alcançado é crucial envolver as famílias

na escolha dos temas das reuniões e, além disso, desenvolver um tipo de

dinâmica que possibilite a participação intensa de pais e professores.

Uma estratégia que pode tornar interessante uma reunião de pais é

estimulá-los a trocar idéias sobre suas experiências positivas e negativas, com

a matemática, por exemplo, ou propor que desenvolvam algumas atividades

com os materiais pedagógicos utilizados por seus filhos. Assim, eles podem

perceber como as crianças pequeninas lidam com esse conhecimento, que

descobertas fazem, etc.

As reuniões podem também favorecer a análise ou busca de soluções

para problemas do grupo, da escola, ou da comunidade em que está inserida.

É importante haver, ainda, atividades integradoras de pais, crianças e

da equipe escolar, com o objetivo de estreitar os vínculos e os laços de

28

convivência. Assim, ocasiões tais como o Dia dos Pais, das Mães ou Festa

Junina podem dar lugar a eventos festivos, tornando-se as famílias, aos

poucos, de convidadas em organizadoras.

Os pais podem ser consultados sobre o interesse e disponibilidade

para participar das atividades, tais como, ensinar as crianças a fazer pipas,

contar uma história que conheçam (do seu tempo ou de sua localidade de

origem).

A população não sente como seu o espaço público, muito ao contrário,

considera que a rua, praça, praia, o telefone ou escola pública “não são de

ninguém”. As pessoas também não se sentem responsáveis pelas instituições

particulares como uma escola, que, assim, “deve ser cuidada por seu dono

específico”. Nesse sentido, é preciso compreender os fatores sociais e políticos

que estão em jogo na relação escola – família, não acusando ou culpando os

pais quando não participam da vida escolar e, simultaneamente, buscando as

formas de aproximá-los da nossa proposta e de aproximarmo-nos de seus

interesses.

Sabemos, enfim, que os objetivos do trabalho com os pais apenas

serão alcançados quando estes sentirem e considerarem a escola como sua. E

isso significa que também aqui nos orienta o objetivo maior de construir uma

educação voltada para a cidadania.

Assim, a escola, deve sempre envolver a família dos educandos em

atividades escolares. Não para falar dos problemas que envolvem a família

atualmente, mas para ouvi-los e tentar engajá-los em algum movimento

realizado pela escola como: projetos, festas, desfiles escolares, etc.

Nessa perspectiva, a escola por sua maior aproximação às famílias

constitui-se em instituição social importante na busca de mecanismos que

favoreça um trabalho avançado em favor de uma atuação que mobilize os

integrantes tanto da escola, quanto da família, em direção a uma maior

capacidade de dar respostas aos desafios que impõe a essa sociedade. Como

diz Paro (1997, p.30):

‘’A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato

com os pais, para passar informações relevantes sobre

seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as

questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir

29

comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com

o desenvolvimento de seu filho como ser humano’’.

Quando se fala em vida escolar e sociedade, não há como não citar o

mestre Paulo Freire (1999, p. 18), quando diz que:

"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem

ela tampouco a sociedade muda. Se opção é

progressista, se não se está a favor da vida e não da

morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do

arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua

negação, não se tem outro caminho se não viver a opção

que se escolheu. Encarná-la, diminuindo, assim, a

distância entre o que se diz e o que se faz".

Essa visão, certamente, contribui para que se tenha uma maior clareza

do que se pode fazer no enfrentamento das questões sócioeducativas no

conjunto do movimento social. As ações de caráter pedagógico que as escolas

podem dirigir para favorecer as famílias devem fazer parte de seu projeto e

para que isso possa acontecer é fundamental que as ações em favor da família

sejam desenvolvidas e presididas pelos princípios da convergência e da

complementaridade.

30

CAPÍTULO III

ANALISANDO OS DADOS: OS DIVERSOS OLHARES

SOBRE A RELAÇÃO ESCOLAFAMÍLIA

3.1 – Descrevendo o contexto: o bairro e a escola

Este estudo teve como objetivo inicial diagnosticar e analisar a

realidade encontrada em uma escola da rede municipal, no que diz respeito à

influência da família no processo de aprendizagem dos filhos e como se dá a

articulação escolafamília.

A escola está localizada na área urbana no bairro de Parada Angélica,

no município de Duque de Caxias. Possui uma infraestrutura simples,

composta de 10 salas de aula, 3 banheiros, sendo: 1 para meninos, 1 para

meninas e 1 para professores, 1 secretaria, 1 sala de vídeo e uma área de

lazer aberta. Atualmente a escola atende aproximadamente oitocentos alunos

com o 1º e 2º segmentos do ensino Fundamental, procedentes de classe

popular baixa, onde a maior parte dos pais trabalha nos grandes centros

urbanos, saindo de casa bem cedo e retornando à noite.

3.2 – Relação escolafamília: o que revelam os pais

O instrumento utilizado na pesquisa foi um roteiro de entrevistas com

perguntas semiestruturadas (Anexo I). Foram realizadas entrevistas com 48

pais de alunos, do 1º e 2º segmentos do Ensino Fundamental.

Vale ressaltar que foram entrevistados, 12 homens e 36 mulheres.

Os pais entrevistados em nossa pesquisa estão na faixa etária entre 15

a 30 anos, sendo que a maioria se concentra na faixa dos 21 a 25 anos, como

demonstra o gráfico abaixo:

31

Isto revela que a maioria dos pais informantes constituiu família, ou

tiveram seus filhos antes dos 18 anos. Isso nos mostra que esses participantes

fazem parte de uma classe trabalhadora que não tem maturidade para

perceber a importância de seu papel no processo escolarização dos filhos.

A pesquisa mostra que a maioria dos pais (50%) concluiu o ensino

médio; 40% dos pais entrevistados concluíram apenas o ensino fundamental e

minoria (apenas 10%) cursaram o ensino superior.

Sobre a idade dos pais

15 a 20

21 a 25

26 a 30

Sobre a escolaridade dos pais

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

32

Deste dado, podemos depreender que a maior parte dos pais não tem

um bom nível de escolaridade, portanto, não contam com uma renda familiar

capaz de manter a família, o que os levam a terem que complementar com

outro emprego ou cumprindo uma jornada maior de trabalho, fazendo com que

fiquem cada vez mais ausentes da vida dos filhos.

A maior parte dos pais entrevistados (43%) dizem comparecer às

reuniões quando convocados, para conhecer o processo escolar dos filhos e

desta forma contribuírem para o aprendizado. Já 36% não comparecem a

todas as reuniões devido aos horários em que acontecem as mesmas e 21%

dos entrevistados não fazem acompanhamento da vida escolar dos filhos. Os

mesmos não comparecem as reuniões por falta de tempo, por não conciliar

horários ou até mesmo porque acham que as reuniões são improdutivas e o

relacionamento com o professor não é bom.

Conforme foi possível observar nos resultados da pesquisa de campo,

a ausência dos pais ocorre principalmente pelo que eles consideram

‘’improdutividade’’ das reuniões.

Nesse sentido, o artigo ‘’como atrair os pais para a escola’’ publicado

na revista do professor a pedagoga Márcia Argentini Perez diz que para que as

reuniões tenham quorum é preciso ter objetivos bem definidos e conhecer a

Sobre a participação dos pais nas reuniões da escola dos filhos

Sim 43%

Não 21%

Às vezes 36%

33

família e a comunidade em que a escola está inserida. Planejamento é

essencial. A reunião não pode ser vista como uma prestação de contas. (2003,

p.39)

A ausência dos pais se dá também por falta de tempo, em função dos

compromissos de trabalho.

No interior da sociedade moderna é que se encontra a família que

também passa por grandes transformações. Em decorrência disso também

enfrenta algumas dificuldades para assumir sua função na educação dos filhos.

Talvez fosse o caso da escola repensar, juntamente com os pais, seu

cronograma de reuniões para que possa atender a uma maior quantidade de

pais possível.

Sobre a participação dos pais nas atividades escolares dos filhos, a

esmagadora maioria (62%) afirma que não tem tempo disponível em função do

trabalho para acompanhar os estudos do filho. 38% apenas auxiliam os filhos

nas tarefas de casa, enquanto apenas 26% dos pais entrevistados olham

diariamente o caderno dos filhos.

Infelizmente há pais que não participam em nenhum momento do

processo de aprendizagem dos filhos, seja na escola ou em casa, mesmo

considerando importante o seu papel.

Como se manifesta o interesse dos pais pela aprendizagem dos filhos

Olhando diariamente as atividades feitas em aula

Auxliando-o nas atividades de casa

Trabalho e não tenho tempo para acompanhá-lo no dia-a-dia

34

Segundo Carvalho (2003):

‘’Do ponto de vista da escola, envolvimento ou

participação dos pais na educação dos filhos e filhas

significa comparecimento às reuniões de pais e mestres,

atenção à comunicação escolacasa e, sobretudo,

acompanhamento dos deveres de casa e das notas. Esse

envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado por

políticas da escola ou sistema de ensino

(http://www.scielo.br/pdf/cp/v34n121/a03n121.pdf).

A participação é fundamental no processo educativo da criança,

devendo influenciá-lo positivamente. A família, que transfere sua

responsabilidade para a escola não contribui para o progresso e

amadurecimento do seu filho, provocando-lhe insatisfação e insegurança,

podendo levá-lo ao mau rendimento escolar.

Por outro lado cabe a escola conscientizar e sensibilizar a família

quanto ao seu papel junto à educação escolar.

Sobre o diálogo dos pais com o professor do filho

Só quando acha necessário

Independente de achar necessário

Você não gosta de incomodá-lo

35

A pesquisa revela que a grande maioria dos pais conversa muito pouco

com os professores de seus filhos. 67% dos pais entrevistados dizem que só

procuram os professores dos filhos quando têm algum problema aparente,

enfim quando se faz necessário e 26% alegam que não procuram, para não

incomodar o professor. Apenas 7% diz procurar o professor para saber o

desempenho do filho.

O ideal seria que a parceria entre a escola e a família não existisse

somente nos momentos difíceis vividos pelos alunos e sim em todas as

situações, já que, segundo Lopez (apud Fraiman) ‘’a participação dos pais é

flagrantemente necessária para que continuem a exercer seu papel de

principais educadores dos filhos’’. (2003, p.11)

São bem poucos os pais que procuram estar em contato com os

professores dos filhos, a maioria por indisponibilidade de tempo e alguns por

achar que não há necessidade de incomodar o professor com

questionamentos. Esquecem que se trata da educação de seus filhos e que

entrando em contato com o professor eles estão colaborando com ele na tarefa

em que ambos são responsáveis.

Mesmo apresentando uma pequena participação na vida escolar dos

filhos, 71% dos pais consideram importante a participação da família na escola.

Há ainda, uma pequena parcela de pais (29%) que responderam não achar

importante a interação famíliaescola, e ainda, que as reuniões não resolvem o

problema.

Sobre a importância da participação da família na escola

Sim

Não

36

A escola necessita inovar, criar melhores estratégias de aproximação

escolafamília, precisa responsabilizar a família de tal forma que o leve a fazer

parte do processo educativo dos filhos, levando-a a pensar sobre sua atitude,

a sua participação no processo escolar dos filhos, para que os mesmos

possam considerar necessário o acompanhamento do processo escolar dos

filhos.

A professora Rosely Sayão propõe que a relação entre escola e família

seja repensada, no sentido de construir uma nova parceria em prol de uma

educação democrática, que tenha em vista a autonomia e a cidadania. (2002,

p. 40)

A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais

para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos problemas

e também questões pedagógicas. Só assim a família sentirá comprometida

com a melhoria da qualidade escolar. Mas não apenas com estes.

Entendo que a escola precisa reverter a tendência de reduzir a família

à figura materna, não propondo atividades que envolvam a totalidade da

constituição familiar, como pais, irmãos e demais familiares.

A atuação dos pais ainda é bem rara, de acordo com os resultados da

pesquisa que realizamos. Entretanto, os pais acreditam que a escola precisa

promover algo mais interessante do que as reuniões para que haja uma maior

integração com a escola. Necessita desenvolver um trabalho de incentivo à

participação da família na escola, assim como também, a família precisa se

aproximar cada vez mais das ações que ocorrem no interior da escola. Mesmo

os pais ausentes, concordam que a interação entre a família e a escola só tem

a contribuir para o processo educacional.

Como dizem Montandon e Perrenoud (apud Filho), ‘’ de uma maneira

ou de outra, onipresente ou discreta, agradável ou ameaçadora, a escola faz

parte da vida cotidiana de cada família’’.

37

Conclusão

Considera-se que essa integração famíliaeescola é um grande desafio

para todos aqueles que estão envolvidos com o processo educativo de

crianças, adolescentes e jovens. É preciso que a escola e a família busquem

cada vez mais uma relação de parceria com compromisso, a fim de superar as

dificuldades existentes nessa relação.

A participação dos pais na educação dos filhos torna-se cada vez mais

difícil, inúmeras são as justificativas dos pais e até mesmo dos filhos. As mais

escutadas são: trabalho, viagens, separação dos pais, com isso, há grande

desestruturação familiar e o filho, em muitos momentos, fica sem o

acompanhamento escolar e alguns alunos ainda dizem que não são mais

crianças para que os pais venham à escola.

Se, por um lado, a família não assume sua parcela de responsabilidade

na educação dos filhos, por outro, a escola não facilita a participação da família

na elaboração de seu PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, descartando

inclusive a presença da família como se ambas não precisassem caminhar

juntas para obterem sucesso na formação e no saber do sujeito (aluno/filho).

Deverá partir da escola a iniciativa dessa aproximação, pois os

educadores, unidos pelo modelo educacional, têm uma maior consciência da

importância de conhecer a família de seus educandos, de fazerem da escola

um ambiente familiar e de integrar os pais no processo educacional

proporcionado pela escola.

Além de trazer os pais até a escola, é preciso que a escola vá até as

famílias, que as conheça.

Cada vez mais sabemos que as crianças chegam à escola sem poder

contar com o apoio da família. Os pais saem de manhã para o trabalho e

chegam à noite, sempre cansados nem percebem se os filhos estão com

dificuldade, e se necessitam de mais atenção. Os pais têm uma importância

fundamental no processo de aprendizagem dos filhos. Ao contrário do que se

pensa o principal papel não é o acompanhamento dos deveres e atividades

propostos para casa. A maior contribuição deles é ajudá-los a ter uma relação

positiva com o estudo e com a escola.

38

Assim, é fundamental que conheçamos os alunos e as famílias com as

quais lhe damos. Sobretudo que conheçamos quais são suas dificuldades,

seus planos, seus medos e anseios.

Enfim, que características e particularidades marcam a trajetória de

cada família e consequentemente, do educando a quem atendemos. Estas

informações são dados preciosos para que possamos avaliar o êxito de nossas

ações enquanto educadores, identificas demandas e construir propostas

educacionais compatíveis com a nossa realidade.

39

ANEXO 1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Senhores Pais,

Estou desenvolvendo um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, na

área de Orientação Educacional e Pedagógica.

FAMÍLIA E ESCOLA:

Contribuições para a formação do aluno

Gostaria de contar com sua valiosa participação no sentido de

responder as perguntas contidas neste questionário.

Agradeço antecipadamente sua colaboração.

Vera Lucia Marinho Loli

40

QUESTIONÁRIO

1. Qual a sua idade?

( ) 15 a 20

( ) 21 a 25

( ) 25 a 30

2. Qual o seu grau de instrução?

( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio

( ) Ensino Superior

3. Você participa das reuniões na escola de seu filho?

( ) Sim

( ) Não

( ) Às vezes

4. Você se interessa pela aprendizagem de seu filho? De que forma?

( ) Olhando diariamente as atividades feitas em aula.

( ) Auxiliando-o nas atividades de casa, trabalhos, provas...

( ) Trabalho fora e não tenho tempo para acompanhá-lo no dia-a-dia.

5. Você costuma conversar com a professora de seu filho?

( ) Só quando acho necessário.

( ) Independente de achar necessário.

( ) Eu não gosto de incomodá-la.

6. Você acha importante a participação da família na escola?

( ) Sim

( ) Não

41

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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Política nacional de educação

especial: livro1. Brasília, MEC/SEESP, 1994.

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parceria. Disponível em:

http://www.seufuturonapratica.com.br/intellectus/_arquivos/Jul_Dez03/PDF/Luci

ana.pdf. Acesso em: 08 fev 2010,16h.

CAIADO, Elen Campos. A importância da parceria família e escola. Disponível

em:

http://www.educador.brasilescola.com/sugestões_pais_professores/a_importân

cia_parceria_família_escola.htm. Acesso em: 27 jan 2010, 20h 31min.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Modos de Educação, gênero e relações

escolafamília. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v34n121/a03n121.pdf.

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Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/pef/txt1.htm.

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FILHO, Luciano Mendes de Faria. Para entender a relação escolafamília.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php. Acesso em: 05 out 2009, 20h.

42

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LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê? 3ºed. São Paulo,

2000.

MEDEIROS, Tereza Régia Araújo de. A participação da família na prática

curricular da Educação Infantil. PÁTIO, Revista Pedagógica. Porto Alegre:

artmed, ano VII, nº28 Nov 2003/Jan 2004.

PARO, Victor Henrique. Gestão democrática na Escola Pública. São Paulo:

Ática, 2003.

PEREIRA, P. A. Desafios contemporâneos para a sociedade e a família. In

PEQUENO, Andréa Cristina Alves. Educação e família: uma união

fundamental? Disponível em: http://wwwines.org.br/paginas/revistaespaço.htm.

Acesso em: 11 jan 2010, 13h32min.

__________. Quem ama educa!. São Paulo: Gente, 2002.

__________. Relação escolafamília: Uma proposta de parceria. Disponível em:

http://www.unopec.com.br/revistaintellectus/_arquivoc/jul_Dez_03/pdf. Acesso

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SAYÃO, Rosely. Família e escola: parceiros ou rivais? Revista TV Escola.

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TIBA, Içami. Disciplina: O limite na medida certa. 2º ed. São Paulo: Gentye,

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ZAGURY, Tânia. Escola sem conflitos: Parceria com os pais. Rio de Janeiro:

Record, 2002.

43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

FAMÍLIA E ESCOLA: BREVES REFLEXÕES 11

1.1 - A família no contexto histórico 11

1.2 – A relação família no processo ensinoaprendizagem 15

CAPÍTULO II

ESCOLA E FAMÍLIA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA 20

2.1 – Contribuições para a formação do aluno 20

2.2 – O trabalho com as famílias 26

CAPITULO III

ANALISANDO OS DADOS: OS DIVERSOS OLHARES

SOBRE A RELAÇÃO ESCOLA FAMÍLIA 30

3.1 – Descrevendo o contexto: O bairro e a escola 30

3.2 – Relação escolafamília: O que revelam os pais 30

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

ÍNDICE 43