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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O PAPEL DO MEDIADOR NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES por: Maria Madalena Pinheiro Gomes Orientador Profa. MS. Maria Esther Araújo Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · a psicologia, assistência social e direito, serão vistos aspectos referentes aos ... importantes em comparação com a conciliação

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO MEDIADOR NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

FAMILIARES

por: Maria Madalena Pinheiro Gomes

Orientador

Profa. MS. Maria Esther Araújo

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DO MEDIADOR NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

FAMILIARES

Apresentação de Monografia à Universidade

Candido Mendes, como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Mediação de Conflitos com Ênfase

na Família.

Por: Maria Madalena Pinheiro Gomes

Rio de Janeiro

2010

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AGRADECIMENTOS

À orientadora Maria Esther Araújo e à

professora Naura Americano, a vocês, que

além de transmitirem seus conhecimentos e

suas experiências, souberam apoiar-nos em

nossas dificuldades.

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DEDICATÓRIA

A Deus, que nos deu o dom da vida, nos presenteou com liberdade, nos abençoou com inteligência, nos deu a graça de lutarmos para a conquista de nossas realizações. A ele cabe o louvor e a glória. A nós só cabe agradecer.

Aos meus queridos pais, Flaviano e Benedita (in memorian). Vocês partiram antes que este momento tão esperado chegasse. Amor que me tornou uma pessoa capaz de chegar até aqui e de concretizar o sonho. Este amor que dá a certeza de que vocês estarão sempre ao meu lado.

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RESUMO

O presente estudo objetiva a análise da atividade do medidor nos conflitos de

família. Destaca-se que usualmente os conflitos familiares são altamente complexos

em função de envolverem emoções e sentimentos ocultos, tais como mágoa, dor,

vingança, entre outros. Dessa forma, é precisamente nos conflitos familiares que a

mediação familiar encontra a sua mais adequada aplicação, uma vez que a tensão

das relações familiares demanda em muitos casos, uma solução diversa da decisão

judicial.

A mediação é uma atividade realizada por profissionais capacitados para tal

atividade, que podem ser psicólogos, advogados, médicos, administradores de

empresas, assistentes sociais e outros profissionais devidamente habilitados para

tal. Dessa forma, a finalidade é facilitar o diálogo, colaborar com as pessoas e

auxiliá-las a demonstrarem suas necessidades, esclarecendo seus interesses,

estabelecendo limites e possibilidades para cada um, levando sempre em

consideração as devidas implicações que cada decisão tomada a curto, médio e

longo prazo possa gerar.

A possibilidade de sentenças judiciais serem cumpridas aumenta

significativamente, visto que os acordos decorrem do trabalho das pessoas e são

construídos por elas, e não impostos. Tudo isso se reflete não só em economia de

tempo e recursos materiais, mas principalmente, em uma redistribuição mais

adequada de recursos emocionais. Por fim, se reflete em um instrumento

imprescindível na prevenção da violência doméstica, da depressão infantil e da

delinqüência juvenil, que tão comumente seguem-se aos litígios familiares.

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METODOLOGIA

A metodologia empregada no presente estudo é a da revisão bibliográfica,

sendo empregadas informações de artigos publicados em revistas, livros e a

jurisprudência referente ao tema. A pesquisa bibliográfica deste trabalho foi

elaborada de acordo com o esquema de leitura cujos princípios são análise textual,

temática, interpretativa, e problematização e síntese pessoal.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – MEDIAÇÃO 12

1.1. POSSÍVEIS CAUSAS GERADORAS DOS CONFLITOS FAMILIARES 14

1.2. DA MEDIAÇÃO FAMILIAR 16

1.3. ASPECTOS JURÍDICOS DA MEDIAÇÃO FAMILIAR 21

1.4. DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 23

CAPÍTULO II – DO MEDIADOR FAMILIAR 24

2.1. DAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO MEDIADOR 26

2.2. A METODOLOGIA DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES 30

CAPÍTULO III – DOS OBJETIVOS DA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES

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3.1. DOS LIMITES DA MEDIAÇÃO 36

3.2. DOS MODELOS DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 36

CONSIDERAÇÕES FINAIS 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

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INTRODUÇÃO

Atualmente, observa-se que a troca de informações entre e os seres humanos

e as nações bem como o manejo das respectivas diferenças se encontram ordem do

dia, as atenções norteiam-se para o método do diálogo por excelência, ou seja, a

mediação.

É importante destacar que a promulgação da Constituição Federal de 1988

inseriu mudanças no âmbito familiar, superando as discriminações legislativas

vigentes anteriormente. Em relação à família, criança e do adolescente, bem como a

questão que envolve o idoso. A referida constituição estabelece um conceito

ampliado da família, em função de reconhecer a união estável entre homem e

mulher como entidade familiar, excluindo a expressão constituída pelo casamento.

Ainda, a referida Constituição atribui às mulheres igualdade de direitos,

contudo, na realidade, continuam vigorando as antigas estruturas hierárquico-

patriarcais que definem a vida familiar de inúmeras pessoas.

Atualmente, o que se observa é que a família modifica-se constantemente e,

por sua vez, modifica também o meio onde a mesma se encontra inserida. Ressalta-

se que em decorrência direta de sua própria trajetória ela passa por determinados

momentos denominados conflitos familiares, entre as quais, pode-se destacar: o

ajustamento do casal; o nascimento de um filho; a adolescência; a saída de filhos de

casa; uma possível separação conjugal do casal; o envelhecimento e em muitos

casos a senilidade; a morte de um familiar; crises afetivas; crises econômicas;

violência familiar doméstica contra o cônjuge e adolescente; alcoolismo, drogas,

dentre outros fatores.

Por conseguinte, é importante ressaltar que a vida em família é um constante

processo de rupturas, perdas e ganhos, apegos e desapegos, construção e

reconstrução da trajetória de uma existência compartilhada. Nesse contexto, e

fundamental o afeto nas relações familiares, pois ele é fundamental para a formação

de uma família harmoniosa e feliz, na qual se desenvolve a personalidade de seus

respectivos membros.

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Neste ponto, é importante destacar que por meio da interdisciplinaridade entre

a psicologia, assistência social e direito, serão vistos aspectos referentes aos

conflitos familiares e suas conseqüências. Por conseguinte, a mediação vem se

apresentando como uma das formas mais complexas de condução de conflitos.

Apesar de ser uma prática não recente, documentada por antropólogos como

presente em todas as culturas e religiões, somente há pouco tempo foi instituída

como alternativa válida para a sociedade.

Assim, defini-se a referida mediação como “um método de condução de

conflitos, voluntário e sigiloso, aplicado por um terceiro neutro e especialmente

habilitado, visando restabelecer a comunicação entre as pessoas que se encontram

em um impasse, ajudando-as a chegar a um acordo”.

Como forma de condução de conflitos a mediação, apresenta vantagens

importantes em comparação com a conciliação e a arbitragem, visto que propicia a

retomada da autodeterminação das pessoas com relação às próprias vidas.

Observa-se que essencialmente é o que a mediação se propõe. Assim atribui-se

poder decisório demais ao Estado, na figura dos tribunais com seus respectivos

juízes, ou mesmo aos advogados. Esses mesmos tribunais bem como seus

respectivos juízes estão abarrotados de processos e as pessoas infelizes com

sentenças que não as satisfazem as demandas, que após anos de lutas inglórias

entre pseudo-ganhadores e pseudo-perdedores.

Cita-se como exemplo a esfera familiar, alertando-se para o grande numero de

separações judiciais. O que se observa nas separações ao se lidar com casais e

famílias e o quanto as pessoas buscam resolver as respectivas frustrações

decorrentes de um casamento infeliz, cheio de brigas e disputas, desconsiderando

os próprios filhos que acabam sendo os mais prejudicados.

O juiz, por mais que seja considerado o salvador da pátria, não consegue

solucionar e eliminar a fonte de litígio visto o que existe é uma distorção de

demanda, ou seja, emprega-se o judiciário não só para dirimir um estado, ou seja,

de casado para separado ou para divorciado, por exemplo, mas sim para se

modificar uma identidade, um ser. Dessa forma, o acerto de contas que se busca é

relativas principalmente aos aspectos emocionais, a guarda que se pretende não se

refere exclusivamente aos filhos como seres humanos, mas sim como fruto de uma

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relação e representantes diretos de um projeto, onde todos os envolvidos levam

consigo o sentimento de fracasso pelo termino dos laços familiares.

Em 1997, a Associação Americana de Mediação (AAM) realizou uma pesquisa

estatística nos tribunais dos Estados Unidos, e verificou que nos casos de divórcio,

nos quais a guarda dos filhos é atribuída à mãe, o que representava a maioria dos

casos, ou seja, 85% das sentenças em ações de alimentos e guarda não é

respeitado.

Nesse contexto, inúmeras hipóteses poderíamos ser destacadas para

discorrer sobre a referida ocorrência, entretanto o fundamental é ter em mente que,

seja qual for o motivo, as sentenças não atenderam às reais necessidades das

pessoas envolvidas, bem como as suas prioridades e interesses, visto que, se o

tivessem feito, teriam sido mais consideradas.

Por conseguinte, o referido mediador é considerado um facilitador do processo

de retomada de um diálogo travado. Diversamente do arbitro ou do conciliador, ele

não interfere diretamente, mas auxilia as partes, no que se refere, especialmente,

aos casos de processos judiciais, ou as pessoas que se encontram em

determinadas situação de disputa, fazendo com que elas mesmas encontrem as

saídas e possíveis alternativas que mais lhes convêm.

Dessa forma, mediante o emprego de metodologias específicas e emprego de

conhecimentos derivados de diversas disciplinas e ciências, tais como a psicologia,

psicanálise, direito, comunicação, teoria do conflito entre outros, o mediador

restabelece os liames que foram rompidos pela condução errônea ou exacerbação

de um conflito, ou seja, ele “cataliza” a comunicação.

Ademais, a mediação é um procedimento que vem sendo realizado por

profissionais habilitados para tal finalidade, podendo ser desde psicólogos,

advogados, médicos, administradores de empresas, assistentes sociais e demais

profissionais devidamente preparados para exercer tal atividade. A finalidade

primordial é facilitar o diálogo, auxiliar com as pessoas e ajudá-las a comunicar suas

respectivas necessidades, esclarecendo seus interesses e duvidas, determinando os

limites e possibilidades para cada caso, levando sempre em consideração as

respectivas implicações que cada decisão tomada a curto, médio e longo prazo pode

gerar.

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Além disso, a possibilidade de que as sentenças judiciais venham a ser

cumpridas aumenta significativamente, em função de que os acordos derivam do

trabalho das pessoas e são construídos por elas, e não impostos. Somente por meio

desses fatos, pode-se observar que a mediação não só gera economia de tempo e

de recursos materiais, mas principalmente, em uma redistribuição mais adequada de

recursos emocionais. Representa, ainda, uma ferramenta valiosa na prevenção da

violência doméstica, depressão infantil e da delinqüência juvenil, que usualmente

seguem-se aos litígios familiares.

Por fim, conclui-se que Mediação pode auxiliar amplamente nas questões que

são direcionadas ao Direito de Família, entretanto pode ser empregada em todas as

situações em que existam divergências. Por conseguinte, pode ser empregado em

qualquer situação do convívio humano, em diferentes contextos, tais como nas

empresas, escolas, hospitais, comunidades, relações internacionais, etc.

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CAPÍTULO I

MEDIAÇÃO

Conjuntamente com a respectiva insatisfação com o sistema judiciário,

encontram-se demonstrados não pelos magistrados, advogados e demais

profissionais do âmbito psicosocial, especialmente na sociedade em geral.

Observa-se a existência de uma insatisfação por inúmeros motivos, tais como, a

confrontação das partes em litígio, gerando o prolongamento dos conflitos e o

término do diálogo entre os conflitantes; a morosidade administrativa; além do

costumeiro descumprimento da sentença de julgamentos (MÜLLER, 2010).

Assim, a mediação é uma forma extrajudicial de resolução de conflitos,

entretanto, a mesma não é uma metodologia terapêutica de natureza jurídica

contratual, fundada na supremacia da vontade das partes, gerando, extinguindo ou

alterando direitos, devendo constituir-se basicamente de objeto lícito e não defeso

em lei.

Na prática a mediação vem sendo amplamente difundida, de forma

globalizada, e apresentando bons resultados. Pode ser definida como uma nova

metodologia de gestão de conflitos norteada para um padrão mais consensual e de

negociação na resolução do conflito (BATISTELLA, 2006).

Na esfera jurídica, a mediação se apresenta como uma alteração de

paradigma de resolução de conflitos, substituindo o modo conflitual pelo cooperativo.

Sob este ponto de vista, a mediação vem contribuindo amplamente para uma mais

ampla pluralidade jurídica, tendo dessa forma, o ser humano o devido direito de

selecionar por sua livre vontade qual seja o caminho a seguir, seja ela pelo direito

imposto ou negociado (MÜLLER, 2010).

Por conseguinte, a mediação é uma ferramenta que possibilita crescimento,

seja ela no âmbito objetivo, quando o elemento do conflito pode ser solucionado por

intermédio de um acordo consensual, e, mesmo que não ocorra o acordo firmado, no

âmbito subjetiva bem como na relação entre aqueles que participaram do litígio.

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O método empregado na mediação não se caracteriza com outros por se

referir a um processo específico e independente.

Assim, considera-se a Mediação como sendo uma atividade técnica

desempenhada por uma terceira pessoa, escolhida ou acatada por ambas as partes,

interessadas em ouvir, nortear e estimular, sem necessariamente apresentar

soluções, com a finalidade de possibilitar a prevenção ou a solução de conflitos de

modo consensual. Diversamente da conciliação, na mediação, o Juiz não faz

tentativas de solucionar o conflito (BRASIL, 2010).

De forma positiva, é crescente o número de pessoas que reconhece

atualmente o processo de mediação, entretanto, é necessário evidenciar que o

processo da mediação não assegura a solução dos conflitos, visto são às “partes”

que conduzem o processo, tendo o mediador como administrador.

É importante destacar o conceito exposto pelo Instituto Nacional de Mediação

e Arbitragem (INAMA, 2010):

A Mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, onde um terceiro, neutro/imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, um catalisador, que usando de habilidade e arte, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. Portanto, o Mediador não decide; quem decide são as partes. O Mediador utilizando habilidade e as técnicas da “arte de mediar”, leva as partes a decidirem.

Destaca-se que no processo de Mediação as partes detêm o total controle

sobre a situação em pauta, diversamente da Arbitragem, onde o controle é exercido

pelo Árbitro. No contexto, ressalta-se que o Mediador é um profissional devidamente

especializado, qualificado, que conhece devidamente a natureza das negociações e

dos negociadores e, por conseguinte, vem a dominar a Arte da Mediação (INAMA,

2010).

Destaca-se que as referidas considerações sobre a mediação, pode-se

ressaltar que os principais aspectos que se interpõem ao processo da mediação,

são: principalmente a voluntariedade, a função dos controles onde as partes

envolvidas detêm, assim a figura do mediador não pode ser considerado como

alguém que soluciona o problema, mas sim como um terceiro que possibilita a

comunicação e o avanço a ser obtido por ambas às partes (PRUDENTE, 2008).

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1.1. POSSÍVEIS CAUSAS GERADORAS DOS CONFLITOS FAMILIARES

Observa-se que o conflito é uma causa inerente à vida do homem, sendo que

as pessoas são diferentes e levam consigo as respectivas histórias particulares, têm

posicionamentos diferentes e se comunicam de formas distintas, valores, interesses,

recursos ou posições diferentes, que se referem necessariamente, por conseguinte,

à tensão e à contenda entre duas as partes. Dessa forma, o ciclo vital de uma

família, destacando o ciclo que envolve o casamento e o divórcio, quando estas

diferenças abrem profundos abismos, insere o conflito (BATISTELLA, 2006).

Demonstra-se dessa forma, mesmo que de forma complexa, produtor de uma

dinâmica oposicional, que extrapola as contendas judiciais, resultando num mundo

infestado de sentimentos e emoções, comprometendo a base estrutural psicoafetiva

de seus integrantes, envolvendo necessariamente frustração, sensações de

abandono, ódio e vingança, medo, insegurança, além de sentimentos de rejeição

familiar e social, derrota e culpa que o direito não objetiva e nem valoriza de forma

diretamente. Observa-se que esta realidade extrajurídica vem a se constituir de

componente fundamental do conflito familiar. Dessa forma, os conflitos de família

podem ser latentes, emergentes ou manifestos (PRUDENTE, 2008).

Sales (2003) destaca que, em relação aos conflitos disfarçados, os mesmos

são determinados pelas situações onde o conflito ainda não se fez presente,

entretanto o conflito ali se encontra disfarçado. Neste contexto, cita-se a titulo de

exemplo, uma esperada perda salarial e a, por conseguinte a redução do valor da

pensão alimentícia paga e determinada pelo juiz.

Considera-se conflitos emergentes, os que ocorrem no andamento do

processo, um impasse, tais como, pode ocorrer nos casos de partilha de bens. Os

conflitos manifestos são os que permanecem sem solução, prolongando por muito

tempo o litígio. Em relação a essa modalidade de conflitos, inúmeros são os

exemplos, principalmente no que se refere à guarda de filhos menores, visitas e

pensões alimentícias (SALES, 2003).

Ainda, destaca-se que a mediação busca devolver às partes em litígio, o

controle sobre suas próprias decisões reconduzi-las à resolução de questões

pessoais, minimizando a hostilidade inerente ao próprio processo e

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fundamentando-se as bases de um canal de comunicação diferente, são as metas

perseguidas pelo processo (BATISTELLA, 2006).

Ressalva-se que os conflitos familiares, na maioria dos casos são de natureza

diversa dos que ocorrem no universo das relações negociais ou trabalhistas, ou

ainda em relação às questões que envolvem propriedades. Neste contexto, a

questão tem obrigado os sistemas jurídicos brasileiro a reexaminar sua metodologia

quando ocorrem questões de natureza familiar (PRUDENTE, 2008). Citando-se que

a sentença não é um simples silogismo e incide diretamente em um processo

especial, sendo que a mesma toma uma dimensão importante, ou seja, o contato

próximo entre os operadores judiciais e os indivíduos envolvidos no litígio. Ainda,

observa-se que por mais que um processo seja flexível, humanizado, deve-se

adicionar ao fato a devida necessidade de um acompanhamento profissional de

outras áreas afins, tais como psicólogos, terapeutas familiares, assistentes sociais e

psiquiatras.

Para Silveira (2005), a partir desse novo paradigma, que se faz presente com

indisfarçáveis vantagens sobre o sistema judicial tradicional, ainda não se tem uma

estrutura legal consolidada na jurisprudência pátria. Desse fato, decorre a conclusão

de que o processo clássico continua sendo ineficiente e complexa uma vez que não

consegue solucionar em um sentido solidário e construtivo um conflito no âmbito

familiar, em contraposição a referida mediação.

Para Vezulla (2006, p. 33):

Assim, considera-se atualmente que família é a principal vítima no que se referente às alterações sociais sobrevindas recentemente, e que começam a se desconstituir com muita freqüência, empregando-se da fuga ou do rompimento em vez de buscar solucionar da forma mais adequada o conflito em questão, sem observar que a solução de uma dificuldade é uma descoberta, ou até mesmo uma vitória.

Neste contexto, Goleman (2001, p. 13) destaca que “(...) as emoções nocivas

põem tanto em risco nossa saúde física quanto fumar um cigarro atrás do outro,

assim como o equilíbrio emocional nos ajuda a proteger a saúde e o bem estar”.

Neste contexto, demonstra-se a necessidade da figura do mediador para que

basicamente as partes envolvidas no conflito possam encontrar um norte em suas

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relações, sendo que, conseqüentemente, consiga sentir a respectiva harmonia,

fundamental para o bom andamento da vida do ser humano (MÜLLER, 2007).

Entretanto, observa-se que os conflitos podem surgir, ainda por meio da

impaciência, depressão, da dificuldade de adaptação, da ansiedade, do medo, do

estresse da culpa, da ausência da comunicação e principalmente por meio da

violência familiar.

1.2. DA MEDIAÇÃO FAMILIAR

Considera-se a mediação familiar como sendo uma técnica alternativa e

complementar, que busca a resolução de conflitos inerentes às questões familiares,

buscando sempre a superação consensual desses referidos conflitos pelas próprias

partes envolvidas. Ressalta-se que a mesma não é uma forma substitutiva da via

judicial, entretanto, por meio dela estabelece-se uma relação de complementaridade,

que objetiva qualificar as decisões judiciais, tornando-as as mesmas realmente

eficazes (PRUDENTE, 2008). Em decorrência de caráter informal, os acordos

efetivados na mediação, no que for necessário, devem ser direcionados à

homologação judicial, visto que é no sistema judicial que a mediação familiar efetiva

os resultados obtidos.

Atualmente, são conhecidas e empregadas diversas formas de mediação

familiar, entretanto, três são fundamentais, conforme se observa, (BATISTELLA,

2006):

• Intervenção mínima, onde o mediador é um elemento neutro e imparcial,

que estimula o fluxo comunicativo entre as partes;

• Intervenção dirigida, que caracteriza e avalia juntamente com as partes as

opções disponíveis e as orienta a acatar a mais conveniente; e

• Intervenção terapêutica, processo que intervém à correção das

disfuncionalidades, buscando uma solução conjunta.

A partir do exposto, pode-se concluir que a mediação familiar é um

procedimento de resolução de conflitos por meio das quais as pessoas em

procedimento de separação conjugal ou litígio familiar requerem voluntariamente a

intervenção confidencial de uma terceira pessoa, imparcial e qualificada, para que

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encontrem para ambas um acordo reciprocamente aceitável, levando em

consideração as respectivas necessidades da família e nomeadamente de seus

filhos. Dessa forma, a mediação surge como forma inovadora de abordagem jurídica,

onde a cooperação e a disponibilidade em solucionar os referidos conflitos tornam-

se imprescindíveis para a realização de um acordo (WARAT, 2001).

Ressalta-se que a mediação não é uma simples técnica de intervenção, no

entanto, a mesma é considerada uma forma diferente analisar o conflito, amparando-

se em sólidos alicerces teóricas, onde, observa-se a presença de uma nova forma

de solucionar os conflitos. Refere-se a um recurso norteado ao diálogo onde é

empregada uma representação pacífica da resolução de problemas interpessoais

(BORGES e MARTURANO, 2010).

O mesmo vem a se diferenciar do processo judiciário, visto que possibilita aos

envolvidos em litígio familiar, determinarem as respectivas normas de

funcionamento, especificas para cada situação em particular, em contraposição ao

terem suas pendências analisadas e submetidas a julgamentos verticais e

hierárquicos, que ma maioria das vezes se mostra ineficiente para a solução do

conflito (BORGES e MARTURANO, 2010). Entretanto, é importante ressaltar que o

processo não substitui o sistema judiciário clássico, em função de essa ser apenas

uma opção à solução de conflitos.

Neste contexto, é importante ressaltar que o mediador não pode tomar partido

nem decisões pela família em conflito, no entanto, auxilia os envolvidos a

encontrarem soluções alternativas que sejam de interesse de ambos e dos demais

envolvidos no âmbito familiar, a chegar a um possível acordo.

Batistella (2006) destaca que a separação conjugal ou a dissolução da

sociedade de fato é um momento desgastante para a família onde a experiência em

conjunto, demandando a elaboração de novos planos para os pais e filhos,

englobando a divisão de bens, guarda do filho, além das questões que envolvem os

aspectos financeiros. Destaca-se que os referidos eventos usualmente vêm

precedidos de determinadas divergências, relacionadas a fatores de aspectos

emocionais, relacionais, psicológicos e sociais, onde somente a conclusão judicial e

ineficiente para o devido atendimento de todas as questões que envolvem o litígio.

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A mediação apresenta como finalidade primordial o devido atendimento

desses casos, tomando-se como base todos os fatores anteriormente relacionados,

com auxilio de profissionais gabaritados para tal, sem as respectivas formalidades

que envolvem um processo judicial.

Nesse sentido, Neder (2001, p. 01) leciona que a mediação é:

Um processo, freqüentemente formal, pelo qual um terceiro imparcial, o mediador, busca facilitar às partes que se opõem, o confronto de seus pontos de vista, de modo a que possam compreender melhor as respectivas pretensões ou necessidades, possibilitando mudanças direcionadas à dissolução do conflito interpessoal.

No contexto histórico a mediação, com essa designação surgiu na década de

70 em decorrência de uma situação de crise nas instituições geradoras de

socialização, onde se incluem essencialmente a família e escola, em suas relações

com outros setores como igreja, hospital, sociedade dentre outros (PEREIRA, 2010).

Segundo o autor, em relação à modalidade de resolução extrajudicial de

conflitos matrimoniais, teve a sua origem nos Estados Unidos em meados da década

de 70, tendo apresentado um célere evolução para a devida regulação das questões

que envolviam a guarda, visitas e suporte aos filhos menores e demais questões

decorrentes da ruptura conjugal, tais como as financeiras (PEREIRA, 2010).

Ainda, destaca-se que o fenômeno logo atingiu o Canadá, onde existem

serviços de mediação tanto relativos às aspectos privado como referentes aos setor

público como o instituído pelo Governo de Quebec em 1997. Na Europa, a Grã-

Bretanha foi pioneira na concepção de centros de mediação familiar, inicialmente em

1976, na cidade de Bristol, chegando mais tarde a atender todo o país, em

decorrência do aumento do número de divórcios. Em relação à Europa continental,

instituíram-se serviços similares, principalmente na França, Áustria, Alemanha,

Bélgica, Finlândia, Itália, Polônia, Noruega e Suécia (BATISTELLA, 2006).

Na Espanha, inicialmente os serviços foram criados nas comunidades da

Catalunha e País Basco, e posteriormente em Madrid. Em Portugal, surgiu o

primeiro serviço de mediação em 1993, instituída pelo Instituto Português de

Mediação Familiar. Destaca-se que em 1997 foi firmado um protocolo de

colaboração entre o Ministério da Justiça e a Ordem dos Advogados, com o a

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finalidade objetiva de implantar um serviço de mediação familiar em relação às

questões de regulação do exercício do poder paternal, termo esse empregado no

país, restrito, todavia, somente a cidade de Lisboa (BATISTELLA, 2006).

Em relação à França, a mediação familiar foi instituída na década de 1980,

entretanto, já na década de 1970, foi institucionalizada a mesma, quando se verifica

a criação do denominado Mediador da República, com o objetivo primordial de

intervir nas questões de direito público, e, em 1978 buscando conciliar o litígio entre

particulares (KOVACH e LOVE, 2004).

Segundo Gruspun (2000), em decorrência da Lei 95.125/1995, insere-se no

meio jurídico a denominada mediação no Código de Processo Civil, caracterizando-a

e norteando a mesma como um recurso por meio da qual o juiz pode lançar mão,

com concordância das partes, visando atingir uma solução para o conflito que as

opõe. Ainda, por meio da Lei 98-1163/1998, estabelece a possibilidade da mediação

para a solução de conflitos no âmbito penal.

Em relação à questão brasileira, observa-se que a mediação ainda não

encontra previsão legal, prevista na legislação, baseia seus fundamentos

elementares no princípio da soberania da vontade, sugerindo que seja realizada

uma reorganização e reformulação da situação causadora da controvérsia em

questão (GRUSPUN, 2000).

Atualmente, no Brasil, a Mediação ocorre principalmente em tribunais

privados, sendo estas ainda, iniciativa de poucos Tribunais Públicos a inserção de tal

estratégia em nível experimental, na fase judicial (SILVEIRA, 2005).

Destaca-se que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, existe desde 2001

um serviço que busca intensificar as estratégias de mediação dentro do poder

judiciário, mediante o oferecimento deste serviço tanto as partes que ainda não

ajuizaram ações, denominadas de mediação preventiva, bem como em relação

aqueles cujos processos já se encontram em andamento, ou seja, a mediação

judicial. Contudo, ainda e insípida a busca pelo referido pelo serviço. Assim, pode-se

concluir que a mediação o fator da pouca procura, se relaciona ao fato de que ainda

predomina a lógica binária do ganhar perder mesmo nas relações anteriores ao

conflito (SILVEIRA, 2005, p. 182).

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Ganância (2001) destaca que os projetos que tramitam no Congresso

Nacional, com a devida finalidade de sua institucionalização, apresentam duas

formas básicas de mediação, ou seja:

• A prévia, sendo esta sempre facultativa, a qual possibilita aos litigantes

empregar-se de um mediador para a resolução do conflito de interesses

antes do ingresso em juízo da ação;

• Incidental, a mesma se funda na tentativa de obtenção do acordo, que

será sempre obrigatória.

Todavia, enquanto não e efetivada os respectivos projetos em tramitação, as

melhores e mais justas soluções, voluntária, mútua e responsavelmente deparadas

pelos mediandos, e que lhes possibilitam manter a respectiva continuidade das

relações, só terão um possibilidade, ou seja, a busca da solução legal do Judiciário,

o que deixará de atentar a um determinado conjunto de problemas que poderão

refletir por longos anos (GANANCIA, 2001).

Cita-se ainda que as respectivas decisões judiciais, acima da vontade das

partes, serão impotentes e às vezes a sentença do juiz é o começo de arrolamento

novos problemas. Para Warat (1998, p. 15) a: “(...) mediação é uma forma de

resolução de conflitos sociais e jurídicos; uma forma na qual o instituto de satisfação

do desejo substitui a aplicação coercitiva e tercerizada de uma sanção legal”.

Nota-se que os conflitos do direito de família dificilmente são solucionados

com a proferimento de uma sentença. Em função de que as partes não deixarão as

mágoas os ressentimentos e o seu sofrimento de lado, em decorrência de que

investido de poder para tal finalidade, deliberou que os problemas suscitados pelo

desgaste da relação devam culminar a partir da publicação da sentença e da forma

como foi ali decidido pelo juiz (FONKERT, 1999).

Ademais, na grande maioria dos casos, os filhos tornam-se uma ferramenta

de troca e guerra nas mãos de seus pais, exatamente os envolvidos que deveriam

zelar pelo bem estar físico e psicológico do mesmo. Deste modo, compete ao juiz,

ao pronunciar o direito, deve dentro do possível, recuperar as funções de pai e mãe,

21

que os mesmos, no decorrer do casamento, haviam perdidos no meio de uma guerra

sem limites, deixaram de demonstrar (BREITMAN e PORTO, 2001).

Dessa forma, compete ao juiz delimitar a devida responsabilização dos pais,

para que os mesmos possam transportar a vida de seus filhos em consonância e

respeito, visto que o matrimonio pode acabar, no entanto os direitos e deveres da

parentalidade, partenidade e maternidade são irrevogáveis e imprescritíveis.

Neste contexto, Pereira1 (2000) ensina que:

A transformação das relações de família e a conseqüente liberdade dos sujeitos provocam também uma conscientização maior de direitos e deveres. Com isto, aumentam as reivindicações ao Estado-Juiz e a expectativa de que este possa dar uma solução para os desarranjos familiares. É assim que os restos do amor vão sempre parar no judiciário. O judiciário é, também, o lugar onde as partes depositam os restos do amor e tem sempre a esperança de que uma sentença milagrosa venha lhe dar uma solução do conflito. Pura ilusão! O desamparo da separação jamais encontrará o seu amparo ali. Primeiro, porque o desamparo do sujeito é estrutural. Somos mesmo sujeitos da falta e algo em nós sempre estará faltando. Segundo, porque o poder judiciário brasileiro para as demandas familiares está à beira do caos.

Dessa forma, não é suficiente a devida qualificação técnica processual de

juízes, advogados, promotores e demais profissionais envolvidos na questão. É

necessário ainda, um approach e uma visão diferenciada para o tratamento e

julgamento das questões inerentes ao âmbito familiar. Nesse caso, inúmeros

conflitos bem como dos diversos e longos processos judiciais poderiam ser evitados

se já estivesse sendo aplicada de forma generalizada no âmbito jurídico e pessoal

brasileiro a mediação, conforme ocorre de forma ampla outros países. Esse seria

outro grande passo para impedir os casos de fim de amor no judiciário

(BATISTELLA, 2006).

1.3. ASPECTOS JURÍDICOS DA MEDIAÇÃO FAMILIAR

Dentro do campo do direito de família, comumente na aplicação do direito,

observam-se determinadas situações que extrapolam os limites estabelecidos pela

1 PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito de Família no século XXI. Disponível em: http://www.intelligentiajuridica.com.br/artigos/artigo1-olddez2000.html. Acessado em: 02/04/2010.

22

lei. Nesses casos, se faz necessariamente a interligação do Direito com as demais

disciplinas, tais como a sociologia, economia, psicologia, pedagogia etc.

Conforme exposto anteriormente, os indivíduos colocam todas as suas

esperanças no casamento, e por meio dele, idealizam sua alegria e sorte, que na

maioria das vezes nem sempre ocorre. Assim, por meio das dificuldades do dia-a-dia

e até mesmo a ausência de atenção com interesse do próprio relacionamento, fazem

com que os casais venham a se distanciar e inclusive, deixem de amar ao outro e a

si mesmo (GRUNSPUN, 2000). O que se observa no cotidiano dos tribunais, é que

nesse momento, o que antes era considerado apenas um pequeno defeito, passa a

ser encarado como distúrbios de caráter, e a guerra nos Tribunais são fatais.

Segundo Pereira (2001, p. 31), “O judiciário é o lugar onde as partes

depositam seus restos. O resto do amor e de uma conjugalidade que deixou a

sensação de que alguém foi enganado, traído. Como a paixão arrefeceu e o amor

obscureceu.

Observa-se que nesses casos não se encontra outra solução a não ser a

separação. Neste contexto, Ganância (2001, p. 07), leciona que a mediação no

direito de família apresenta duas características, a saber:

• Os conflitos familiares, antes de serem conflitos de direito, são

fundamentalmente afetivos, psicológicos, relacionais, precedidos de

sofrimento;

• Os mesmos se referem a casais que, além da ruptura, devem

imperativamente manter as relações de pais, em seu próprio interesse e

no interesse das crianças.

Ou seja, a resposta judicial isolada é insuficiente e, em muitos casos

impróprias às necessidades elementares dos cônjuges. Dessa forma, a mediação na

separação conjugal tem como finalidade basilar tratar especificamente das questões

comumente mais dolorosas paras as pessoas. Isso ocorre pelo fato de muitas, são

as questões introduzidas no contexto do processo de separação, tais como: como

financeira, patrimoniais, guarda e alimentos para os filhos, bem como muitos

23

sentimentos armazenados por muito tempo que vêm à tona neste momento

(BATISTELLA, 2006).

1.4. DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Instaurado os conflitos, em muitos casos decorrentes da ausência de diálogo

e paciência entre o casal, os entes familiares empregam-se do processo de

separação para punir e destruir a outra parte. Em função de que o sentimento de

amor e ódio caminham paralelamente e não sabe determinar o certo do errado,

dessa forma se faz necessário intervenção da interdisciplinaridade do direito e de

ciências afins, especialmente a psicologia (PRUDENTE, 2006).

Segundo Bacellar (2004), por meio dela, é possível, mais do que iniciar o

processo de separação judicial é dar inicio ao processo de separação emocional.

Visto que o mesmo origina dor e são os sentimentos que envolvem uma separação,

o sentimento da perda que envolve as pessoas atreladas ao conflito, ou seja, e,

relação aos filhos bem como aos conjugues.

Assim sendo, a psicologia, por meio da terapia individual ou familiar, busca

uma forma de mitigar o sofrimento e de aprender com ele. Com o devido

acompanhamento psicológico, é possível auxiliar os envolvidos a apreenderem que

no processo de separação não existem culpados e que elas não são o motivo

(MÜLLER, 2010).

Todos os dias nos deparamos com situações que envolvem a tomada de

decisões, seja ela na vida pessoal, profissional ou familiar. É um passo crucial para

uma boa mediação de conflitos e consequentemente viver uma vida mais feliz e

harmoniosa.

Nada mais interessante falar do ser humano de forma integrada com a

realidade das relações, interesses, posições, sentimentos, criando novas

possibilidades relacionadas para um acordo. A mediação perpassa o direito, a

psicologia e ciências afins, auxiliando os envolvidos na busca de tratamento

terapêutico com o objetivo de melhorar o seu próprio funcionamento ou de acelerar

sua maturação pessoal, e assim, minimizar seu sofrimento.

24

CAPÍTULO II

DO MEDIADOR FAMILIAR

Em relação aos referidos conflitos, o mediador, é considerado o terceiro

imparcial, selecionado ou aceito pelas partes envolvidas, que acarretará no referido

processo de mediação, promovendo o diálogo harmonioso entre as partes

envolvidas, possibilitando dessa forma, a busca consciente, correta e eqüitativa na

resolução do problema (PRUDENTE, 2008).

Nas situações de conflito, o papel do mediador e buscar restabelecer os

vínculos que foram rompidos pela má condução ou exacerbação de um conflito,

buscando de certa forma a efetivação de um canal de comunicação entre as partes.

Ainda segundo Prudente (2008), em relação aos profissionais que atualmente

trabalham como mediadores no Brasil pode-se destacar os assistentes sociais,

psicólogos, pedagogos, advogados, médicos e demais áreas afins.

Por conseguinte, é importante destacar que o mediador deve ser devidamente

capacitados, para exercer a função de mediação. Ainda, a sua respectiva

capacitação envolve necessariamente o estudo teórico e prático de mediação e

conflitos, devendo necessariamente ser conhecedor de sua atividade bem como

facilitador da comunicação, nesse contexto, não se incluem os juízes ou árbitros,

sendo que, o que caracteriza o mediador é a postura participativa/não interventiva.

Segundo Batistella (2006), no desempenho de suas atividades profissionais, o

mediador, deverá sempre proceder com imparcialidade, independência,

competência, diligência e confidencialidade, assegurando dessa forma a veracidade

do procedimento da mediação, propiciando o devido tratamento de analogia,

anteparando ainda a presumível manipulação de diálogos entre as partes. Deve-se

ressaltar que além de fazer e cumprir esses respectivos requisitos, o mediador deve

apresentar vocação para essa atividade. Necessariamente o bom mediador é

essencialmente aquele que percebe o sentido preciso da mediação.

25

O mediador buscando atura no âmbito do direito de família, deve ser

conhecedor da natureza desses conflitos, bem como suas características. Ademais,

é necessário ainda entender as transformações decorrentes dos conflitos e que

venham a incidir nas estruturas familiares, percebendo que todas as formas

possíveis de constituição familiar devem ser respeitadas sempre (SALES, 2003).

Ressalta-se que os respectivos conflitos familiares são detentores de um peso

emocional muito grande e que em muitos casos dificulta na busca de uma solução

adequada ao conflito. Comumente, os envolvidos em litígio e que chegam uma

sessão de mediação buscando solucionar uma contenda familiar, já possuem um

posicionamento formado, sendo que o mesmo vinha sendo edificado ao longo das

inúmeras discussões, e que deve ser defendido a qualquer custo (PRUDENTE,

2006).

De acordo com Kovach e Love (2004), deste modo, no caso de ser facultada

a palavra a um dos mediados, esse, necessariamente já possui um discurso pronto,

que é pronunciado de forma contínua, sem pausas. Em contraposição a outra parte,

por sua vez, também busca apresentar sua visão sobre a querela que é ressaltada

da mesma forma. Em relação a essas questões, o referido mediador familiar deve

buscar harmonizar a desconstrução desses diálogos, fazendo com que os

envolvidos no processo consigam restabelecer a devida comunicação necessária.

Dessa forma, o mediador deve permanecer alerta, buscando entender a veracidade

dos fatos e contatar a realidade do respectivo núcleo familiar.

Por conseguinte, o mediador deve sempre ressaltar a devida capacidade que

os envolvidos possuem na busca de solucionar seus conflitos, destacando que os

efeitos da sessão de mediação devem contribuir amplamente para a reorganização e

manutenção das relações familiares e parentais (HAYNES e MARODIN, 1999).

No contexto, para uma efetiva mediação, é necessário que o mediador

alcance a confiança de ambas às partes envolvidas, nomeadamente em relação aos

conflitos familiares. Fato este que decorre de que as pessoas necessitam sentirem-

se confortáveis e confiantes para desvendarem suas intimidades, ou seja: traições,

desilusões, amor não correspondido, abusos físicos e mentais entre outros fatores

(PRUDENTE, 2006).

26

Ainda, é importante destacar que em todo o procedimento é necessário que o

mediador esteja alerta a todas as situações buscando ponderar se a medição é o

instrumento necessário e mais apropriado na busca da solução adequada a cada

conflito familiar. No caso de houver desinteresse do casal em buscar solucionar o

conflito ou quando não existe a boa-fé e o equilíbrio entre as partes, o mediador

deve encerrar a sessão e outra solução ao conflito deve ser empregada (MEDINA,

2004).

2.1. DAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO MEDIADOR

Em relação à questão das competências profissionais, Rodrigues (1999, p.

03), destaca que:

Tenho a convicção de que para mediar não basta possuir habilidades e técnicas específicas, é preciso dominar a difícil tarefa de se integrar emocionalmente com os outros. Auto se designar mediador ignorando este fato significa um mau começo. Mediar é uma “arte” (e como tal, reclama o homem por inteiro) de conduzir um procedimento carregado de intensidades.

Destaca-se que atualmente, pode-se observar uma ampla discussão em

relação à importância em aperfeiçoar profissionais capacitados a agir numa esfera

caracteristicamente de embates, bem como, nota-se questionamentos sobre quem

deve ser o mediador, ou seja: o advogado, o assistente social, o médico, o

administrador, o pedagogo ou o psicólogo? Ressalta-se que essa preocupação é

recente no âmbito jurídico brasileiro, no entanto em países como os Estados Unidos,

Canadá, França, Espanha e Argentina, o principio da mediação vem sendo

empregadas a cerca de três décadas (SALES, 2004), evidentemente, em conjunto

com seus naturais questionamentos.

Assim, a respectiva importância da reflexão para os mediadores é da mesma

forma referida na obra de Folger e Bush (1999), sendo que os referidos autores

consideram que estes terceiros qualificados e imparciais, ou seja, os mediadores

podem cursar conscientemente uma abordagem que permita e auxilie aos

envolvidos em conflitos a usufruir das oportunidades que o conflito demonstra para a

autodeterminação e para o devido reconhecimento ou empatia, ao que denominam

de potencial transformativo do conflito.

27

Ainda, os autores abordam em suas obras o respectivo potencial e os efeitos

transformativos decorrentes do conflito, conforme mencionado anteriormente, ou

seja:

Assim, para que o mecanismo transformativo decorra do conflito eles ressaltam que o mediador: deve produzir e fundar um contexto em que as próprias partes envolvidas no conflito tomem as decisões necessárias; da mesma forma, não julgar as partes ou posicionamentos; deve ainda levar em consideração a competências e os motivos que resultaram o conflito entre as partes; deve ainda, ser responsivo à expressão de emoções; ensejar e explorar a imprecisão das partes; estar concentrado no aqui e agora da interação do conflito; garimpar o passado em busca de seu valor para o presente; entender a intervenção como um ponto dentro de uma estrutura de tempo mais ampla e, finalmente, os mediadores transformativos extraem satisfação de seu oficio quando oportunidades de capacitação e reconhecimento [das partes] são reveladas no processo e quando é possível ajudar as partes a reagir nesse sentido (FOLGER e BUSH, 1999, p. 45).

Destaca-se que a proposta de Fonkert (1999, p. 169) se posiciona na direção

de que, geralmente, uma transformação terapêutica é inerente ao processo de

mediação. Para a referida autora, numa visão integradora e de baseamento

“sistêmica construcionista social”, sustém que terapia e mediação, apesar das

singularidades apresentadas e indicações específicas, podem ser complementares e

que ocorram situações nas quais ambos os processos geram benefício.

Entretanto, em caso especifico em relação na atividade desempenhada pelo

mediador, Fonkert (1999) cita que ele é mais ativo do que o desenvolvido pelo

terapeuta, visto que: levanta informações, elucida, define e organiza a situação,

busca sempre a realização de um diálogo mais colaborativo entre as partes,

estrutura as sessões, administra o conflito, centraliza os temas em discussão, auxilia

na redação do acordo.

O autor ainda ressalta que o mediador não é responsável por sanar a saúde

emocional, apesar de que a mediação é menos estressante do que as ingerências

competitivas na busca da resolução de conflitos, o que produz um processo onde

impera uma menor ansiedade nos participantes. Um ponto a ser destacado, se

refere necessariamente ao foto de quando a afeição surge nas sessões de

mediação eles devem ser devidamente caracterizados, esclarecidos e levados em

consideração, apesar de não ser o principal elemento do processo de mediação, em

28

função de que possui temas, metas e tempo restringidos e enfatiza o presente

(FONKERT, 1999).

Para Bacellar (2004, p. 45):

Um dos atributos mais importantes que o mediador de conflitos deve desenvolver profissionalmente, conforme é a “escuta não nervosa”, que significa, simplicadamente, é a calma, interesse e respeito pelo que está sendo mencionado, atitude que vem mensurando a capacidade de demonstrar empatia.

Segundo Schinitman (1999, p. 106), o ofício do mediador está fundamentado

em: “Auxiliar os participantes a encontrar seu itinerário, sua própria solução para o

conflito. Um convite à compreensão e à escuta ativa, às reflexões e às conversações

com a própria experiência e a dos outros”.

A empatia2 é ressaltada por Zimerman e Osório (1997), Ávila (2002) Vezzulla

(2006) como característica fundamental ao mediador. Pode ser descrita como a

facilidade em identificar e compreender e demonstrar tal compreensão afetos,

percepções, intenções, problemas, motivos e interesses dos envolvidos, de forma

sensível e precisa, o que ocorre mediante a leitura e a compreensão de

comportamentos não verbais de comunicação, onde se podem citar como exemplo

as expressões faciais, entonação de voz e postura corporal (QUEROZ e NÉRI, 2005;

SIQUEIRA et al., 1999).

Sua definição, segundo Falconi (2006), compreende três elementos básicos,

ou seja:

I. O componente cognitivo, que é a capacidade de inferir com precisão o

estado subjetivo de alguém;

II. O componente afetivo, caracterizado por um sentimento genuíno de

compaixão e de interesse pela outra pessoa; e

2 Observa-se que termo “empatia” é derivada da palavra alemã “einfülung” e surgiu no contexto da teoria da estética do século XIX, momento em que se acreditava que um objeto estético produzia uma resposta emocional no observador e que essa resposta empática era causada por uma projeção que o observador fazia de sua predisposição interna, atribuindo beleza ou falta de beleza ao objeto (ABBAGNANO, 2000). Posteriormente, conforme Falconi (2006), a empatia passou a ser objeto de estudo da Psicologia, nas áreas evolutiva, social, da personalidade e clínica.

29

III. O componente comportamental, que consiste nas expressões, verbal e

não verbal, da compreensão acerca do estado do outro.

Para Moore (1998), o mediador tem obrigação principal, buscar facilitar a

comunicação e o respeito mútuo entre as partes. Dessa forma, as respectivas

características que o mediador deve desenvolver em suas atividades profissionais,

estão diretamente relacionadas a uma postura neutra, imparcial e principalmente

ética, atuando conjuntamente com as partes em litígio.

Nesse sentido, Breitman e Porto (2001) ressaltam que o mediador deve

conhecer devidamente as complexas relações interpessoais; ainda, deve possuir

habilidades em administrar os conflitos e negociação e ter noções de Direito de

Família.

Para Haynes e Marodin (1999), ser observados pelos mediandos como um

terceiro equilibrado, imparcial e que pode assistir na geração e no desenvolvimento

de alternativas para a solução de seus problemas, além de ser o administrador do

processo de mediação.

Zimerman e Osório (1997) acreditam ser fundamental que os mediadores

apresentem capacidades em conduzir o processo de mediação com desenvoltura e

sensibilidade, apresentando a capacidade de reconhecer determinados aspectos

transferências e contratransferências manifestados. Dessa forma, a caracterização

do devido reconhecimento destes, promove o crescimento mútuo, isto é, do

mediador e dos mediandos, e por mais árduo que possa ser, auxilia a desenvolver o

autoconhecimento e a empatia, atributo que resulta na respectiva compreensão da

outra parte, em sua alteridade.

Segundo Sales (2004), o mediador de conflitos deve favorecer um novo

encontro entre os indivíduos envolvidas em um conflito familiar e que recebem sua

intervenção. Assim esse referido interventor, entretanto, não pode nunca esquecer

que ele é apenas um condutor, um norteador, e as partes são as protagonistas na

resolução de sua contestação, aspecto relacionado ao embasamento, em mediação

de conflitos, denominado de principio da autonomia da vontade ou ainda de princípio

da autodeterminação das partes, conforme referencia Kovach e Love (2004).

30

Em decorrência de que a profissão do mediador é recente e exercida por

profissionais advindos da advocacia, da psicologia, entre outras, não é possível se

afirmar a existência de um melhor mediador, apenas que, em sendo a mediação

familiar, o facilitador deve estar devidamente capacitado para tratar com conflitos

que envolvam aspectos emocionais (CEZAR-FERREIRA, 2004).

Neste contexto, Cezar-Ferreira (2004, p. 147) ressaltam que:

O perfil profissional do mediador em mediação familiar deve ser o seguinte: nível superior; capacidade básica em mediação; noções de Direito de Família; experiência no emprego de técnicas de resolução de conflitos; credibilidade das partes e imparcialidade; (...), além disso, deve: ser um favorecedor da cooperação; facilitador da comunicação, da troca de informações e do entendimento e, ainda, um equilibrador.

Por fim, Ramirez e Mello (2005), esclarecem que o mediador de conflitos

carece de ter um total conhecimento de diferentes áreas, especialmente na área de

Psicologia e do Direito, para podem atender às exigências individuais de sua

atuação, às pendências sociais e de mercado de trabalho. Dessa forma, os

processos resultam dessa integração teórico-instrumental, habilidades e atitudes que

contribuem na formação de um perfil profissional aprimorado em mediação de

conflitos, de maneira especial nos âmbito dos conflitos familiares (BATISTELLA,

2006).

Ressalta-se que o conceito de competência profissional pode ser entendido

como a capacidade de atuar, expressada por meio de habilidades que afetam de

forma significativa o desempenho de um papel social e profissional. Por fim, destaca-

se ser necessário caracterizar as devidas habilidades, atitudes e conhecimentos que

o mediador desenvolve ao executar competentemente suas atividades.

2.2. A METODOLOGIA DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES

Observa-se que em relação ao procedimento da mediação é incitada a ter

uma visão positivista do conflito, ou seja, o conflito é encarado como algo natural,

transitório e inseparável da natureza humana, necessário e buscando o respectivo

refinamento das relações familiares. Desmascarando o conflito considerado apenas

31

como uma ação ou disputa familiar, tentando dessa forma compreender o conflito

como momento de transição (PRUDENTE, 2006).

Ao analisar a técnica de mediação, observa-se que não existe uma igualdade

quanto a seus procedimentos. Inicialmente, no que se refere à sua menção ao

processo judicial, se prévio ou incidental, e, posteriormente, designadamente em

relação ao procedimento adotado nas sessões de mediação.

Nessa trilha ideológica Vezzulla (2001), discorre que o processo de mediação

é dividido em seis etapas, a saber:

I. Esta etapa representa o momento em que o mediador esclarece sobre

o processo de mediação para os envolvidos na contenda.

II. Neste ponto as partes discorrem sobre o conflito que os levou até a

mediação, competindo a elas deliberar sobre quem deve começar a

falar. Neste ponto, o mediador deve ouvir com a devida atenção

deixando as partes confortáveis para ressaltar os seus sentimentos

sem entraves.

III. Na terceira etapa o mediador, após perguntar se as partes têm algo a

acrescentar, faz uma síntese do que foi explicado, requerendo das

partes que intervenham caso mencione alguma incorreção. Assim, o

mediador, apresenta os pontos de convergência, os pontos positivos,

propiciando a geração de uma base concreta para a devida

comunicação.

IV. Nesta etapa, observar-se ser um dos momentos de maior relevância

para a mediação, visto que as partes, após ouvir a sinopse realizada

pelo mediador, iniciam um diálogo direto, com maior profundidade.

Neste ponto, observam-se o aparecimento das grandes contradições,

indefinições, obscuridades. Por conseguinte, o mediador deve estar

muito atento, visando impedira as agressões mútuas que em nada

auxiliariam na comunicação. Compete ao mediador constatar a

necessidade ou não de uma sessão privada de mediação.

V. A quinta fase representa o momento inicial das conclusões. Sem

estabelecer qualquer acordo, o mediador começa a resumir as

32

questões já abordadas no diálogo estabelecido, demonstrando as

partes que devem raciocinar na busca da melhor solução e de

cumprimento plausível.

VI. Finalmente, redigi-se um acordo que deve ser firmado entre as duas

partes, numa linguagem simplificada, que objetive a devida à

compreensão das partes e que contenha todas as reivindicações do

acordo estabelecido através do dialogo.

Segundo Medina (2004), em relação aos acordos realizados nas reuniões de

mediação, em decorrência da inexistência de lei específica, são, quando possível,

documentados como título executivo extrajudicial ou encaminhados ao Poder

Judiciário para a respectiva homologação. Nota-se que esse procedimento

dependerá necessariamente da vontade e decisão das partes envolvidas no conflito.

Destaca-se que o processo de mediação familiar é conciso e objetiva a busca

de soluções inerentes aos conflitos de forma harmoniosa em relação aos problemas

dessa natureza, possibilitando uma possível convivência futura, mesmo posterior

aos conflitos (MEDINA, 2004).

Por fim, Sales (2003) destaca que todo o processo da mediação envolve

necessariamente o respectivo compromisso com a solução dos conflitos. Dessa

forma, a mediação procura uma saída eficiente e rápida para as partes envolvidas,

assim fundadas na informalidade.

Dessa forma, a eficácia da solução buscada na mediação é depende

diretamente da observância dos princípios do processo de mediação coletiva.

Conseqüentemente, o procedimento deverá seguir os seguintes critérios

mencionados anteriormente, tais como a: competência do mediador, voluntariedade,

autonomia das partes, gratuidade, honestidade, imparcialidade, confidencialidade do

processo. Sendo esta a prática de ações moderados por essas normas

fundamentais que garantira a celeridade e a eficácia da solução deparada por meio

da mediação.

33

CAPÍTULO III

DOS OBJETIVOS DA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES

Destaca-se que a mediação tem como finalidade primordial propiciar uma

ferramenta que busca atender os envolvidos e as expectativas de conflitos

familiares, tais como guarda, alimentos, visitas; facilitar a comunicação entre as

partes envolvidas na separação, levando em consideração o interesse de todos os

envolvidos e principalmente dos filhos quando houver; reduzir os conflitos

decorrentes da separação conjugal. Da mesma forma, busca auxiliar os pais a

buscar a compreender as devidas necessidades dos filhos e a desenvolver um

relacionamento cooperativo em relação às questões de parentalidade (BATISTELLA.

2006).

Observa-se que na separação conjugal, a mediação apresenta inúmeras

vantagens, em relação ao demanda a técnica é menos dispendiosa e muito menos

desgastante no aspecto emocional.

Compete ao casal deliberar sobre qual a melhor forma de resolução para

seus conflitos, ou seja, se é entrar numa disputa que não se sabe quando vai

terminar ou se reunir com um mediador e buscar as possíveis soluções pontuais

para suas diferenças (WARAT, 2001).

Nessas circunstancias, deve o mediador possibilitar a devida comunicação de

forma direta e buscar uma atitude de cooperação entre todos os envolvidos,

impedindo a competição; estabelecendo a devida credibilidade, como uma terceira

pessoa imparcial, esclarecendo o procedimento da Mediação; ainda, deve

acompanhar os envolvidos na busca do devido atendimento satisfatório a ambas as

partes, com a finalidade de buscar os interesses comuns bem como de seus

respectivos filhos; caracterizar, e identificar as opções e não tomar partido

(BATISTELLA, 2006).

34

Ainda, destaca-se que os profissionais envolvidos no atendimento são os

assistentes sociais, psicólogos, advogados e estagiários das respectivas áreas,

conforme destacado anteriormente. Dessa forma, na mediação os envolvidos em

conflito familiares encontram-se, com um profissional que é habilitado para auxiliá-

las a solucionar suas contendas (MEDINA, 2004). Por conseguinte, o Mediador

administra o processo de comunicação de tal forma que todos os envolvidos têm a

chance de ser ouvidos e de falar. Da mesma forma, os conflitos são discutidos e

várias soluções são sugeridas de forma, que se possa chegar a um entendimento

que seja bom para todos (NEDER, 2001).

Em relação ao referido Serviço de Mediação Familiar, o mesmo pode ocorrer

dois momentos distintos (BATISTELLA, 2006), ou seja: (1) Nas ações já em

andamento (ajuizadas); e (2) Nos casos ainda não ajuizados. Contudo, é necessário

que o juiz de cada comarca selecione por um ou outro momento, ou ainda

contemplar a ambos os casos. Ainda, por ser um projeto de caráter social, é

direcionado, principalmente, àqueles cujo poder aquisitivo não possibilita o

pagamento de honorários profissionais, para solução de seus problemas.

Para Neder (2001), as questões familiares relacionadas à separação, ao

divórcio, à pensão alimentícia, à dissolução de união estável, à divisão de bens,

regulamentação de visitas em determinados casos, onde se fizer necessário, guarda

e modificação de guarda, à investigação de paternidade e demais questões, que são

os casos que podem ser atendidos mediante a atuação do mediador familiar.

É necessário que o mediador seja experiente em relação aos processos de

negociação cooperativo-transformativo, para poder atuar em conflitos de âmbito

familiares. Os mediadores são pessoas com a devida capacitação para exercer esse

exercício de intervenção, de preferência das áreas de serviço social, psicologia,

direito e pedagogia (SCHNITMAN, 1999).

Breitman e Porto (2001) explicam que, em relação ao número de sessões de

mediação, a mesma é definida caso a caso, dessa forma, podem ocorrer duas

sessões ou mais para a resolução dos conflitos existentes. Usualmente nas

questões que envolvem conflitos de caráter familiar, observa-se que as mesmas não

são solucionadas em uma única sessão, sendo necessárias mais de uma para que

as altercações sejam realmente pensadas e devidamente entendidas, poupando

35

acordos imponderados e mal solucionados e, por conseguinte, recursos e revisão de

acordos que venha a ocorrer por meio de processos judiciais.

Nos casos do casal se propor a empregar técnica de mediação para

solucionar seus respectivos conflitos, ambos as partes devem estar presentes na

seção. Assim, a Mediação é um processo conjunto e cooperativo para a resolução

dos conflitos sendo necessária a devida participação e cooperação de ambos os

cônjuges, conviventes ou parentes, quando se fizer necessário. Pode ainda, ocorrer

que os envolvidos nas contendas não estejam em conformidade com determinadas

questões, e até mesmo não estejam dialogando: no entanto, é necessário que

ambos estejam dispostos a buscar solucionar as questões em conflito,

evidentemente, com a colaboração do Mediador (BATISTELLA, 2006).

Nota-se que os sentimentos de um casal ou conviventes sobre a sua união e

a decisão da separação são assuntos que podem ser discutidos abertamente. No

caso de ocorrer o devido entendimento do casal por intermédio da Mediação poderá

até mesmo ocorrer à reconciliação (AVILÁ, 2002).

No entanto, o cerne da Mediação é a busca da resolução de conflitos

derivados de uma separação. Nessa situação, a Mediação Familiar não é

aconselhamento conjugal (BATISTELLA, 2006).

Segundo Breitman e Porto (2001), entretanto, os Mediadores podem auxiliar a

resolver conflitos familiares tanto entre os cônjuges ou conviventes nas desavenças

existentes entre eles bem como em relação a seus filhos. Ainda, a Mediação

promove a comunicação entre os envolvidos e a elaboração de soluções para os

cuidados que envolvem os filhos quando houver. Sobre as questões de autoridade

parental devem as mesmas discutidas e priorizadas.

Destaca-se ainda, que a etapa de separação dos casais ou conviventes é

difíceis e complexos para todos, notadamente para os filhos. Aconselha-se que na

medida em que for possível, que os pais busquem solucionar seus conflitos de forma

amigável em vez de pelejar e brigar de forma desleal pelo afeto das crianças. Em

determinados casos, os filhos até mesmo serem convidados a participar da

Mediação, com a finalidade de que os pais possam ponderar suas respectivas

necessidades e sentimentos em relação à separação (FOLGER e BUSH, 1999).

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3.1. DOS LIMITES DA MEDIAÇÃO

Observa-se que nem todas as questões podem ser solucionadas por meio da

Mediação, visto que nos casos que envolvem violência e quando existe dificuldade

na concordância da aplicação desse instrumento na resolução de conflitos, o mesmo

não deve ser utilizado e assim deve selecionar outra técnica a ser empregado,

usualmente o judicial (CÉZAR-FERREIRA, 2004).

Para Ávila (2002), a mediação depende necessariamente de inúmeros

fatores, tais como, por exemplo, a faculdade de as pessoas buscarem e quererem a

solução dos seus conflitos de forma cooperativa e incorruptível em relação às

informações fornecidas.

Dessa forma, observa-se que as questões que não são solucionadas por

intermédio da Mediação podem, conforme ressaltado anteriormente, ser tratadas por

meio de procedimento judicial. Assim, as pessoas que após chegar a um acordo,

não o ratificam e querem mudar todo o acordo, ou aquelas, ainda, que acham que

não estão sendo atendidas em suas exigências, ou perdem o controle emocional

quando não atendidos os seus desejos, não é possível o uso da mediação (ÁVILA,

2002).

Em outros casos que não é indicado à mediação ocorrem nos casos onde as

pessoas que não podem tomar decisões, por qualquer motivo, bem como aquelas

que não querem aderir ao procedimento da mediação, visto que não no

procedimento não ocorreria à devida colaboração das partes. Observa-se que esses

casos acabam em litígio judicial e é necessário que um terceiro, ou seja, o juiz, que

decida a questão em pauta (BATISTELLA, 2006).

3.2. DOS MODELOS DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Destaca-se que a categoria profissional surge de uma gama de um de

atividades que perfazem a especialização de um trabalhador (HIGHTON e

ÁLVAREZ, 1999).

Nota-se que cada profissão possui um determinado grupo de indivíduos que

estão devidamente organizados em prol de um conhecimento especializado e,

geralmente, de interesse social. Assim, é evidente que em uma determina profissão

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existem habilidades, aptidões, capacidades técnicas e competências que se

modificam como o decorrer do tempo e com as transformações culturais, esperando

que os critérios de distinção entre as profissões se modifiquem, além de surgirem

novos ofícios, necessários em uma sociedade altamente complexa. Dessa forma,

pode-se considerar que a mediação busca constantemente ser transformada em

uma profissão cujo núcleo de conhecimentos, habilidades, técnicas e estratégias

interventivas sejam claramente conhecidos e definidos (MULLER, 2007).

A mediação surgiu de saberes multiprofissionais que a engrandecem. Ainda

segundo Highton e Álvarez (1999) essas características podem estar confundindo o

seu sentido de identidade. Em relação aos referidos modelos de procedimentos de

mediação, costumeiramente, podem ser divididos em dois grandes grupos, os quais

derivam em duas correntes diferenciadas na forma de entender e lidar com os

conflitos interpessoais, conforme ensinam Breitman e Porto (2001).

Em relação ao primeiro modelo o mesmo tem acordo como principal a

mediação e pode ser semelhante à tentativa de conciliação exercida pelo Magistrado

em relação aos procedimentos judiciais. Em contrapartida, o segundo modelo tem

como objetiva basilar a transformação dos envolvidos em decorrência à valorização

e ao reconhecimento recíproco, tendo, por conseguinte, como elemento central, as

relações e o potencial transformativo da crise e do conflito.

Breitman e Porto (2001) ressaltam que sete modelos se derivam dessas duas

matrizes, ou sejas:

i. Centrado nas respectivas necessidades da família e na função principal

negociadora do mediador (HAYNES; MARODIN, 1999);

ii. O cerne é a perspectiva narrativa em mediação;

iii. Destaca os respectivos aspectos transformativos da mediação

(FOLGER; BUSH, 1999);

iv. Segundo as quais as conseqüências decorrentes da mediação são

melhores relações e negócios entre os envolvidos, com reflexos

terapêuticos (DANIEL BUSTELO);

v. O objetivo primordial é o acordo (Escola de Harvard);

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vi. Onde o mediador carece de evoluir constantemente entre o modelo

que segue e a práxis do reencontro, dentro do caso singular (Liliana

Perroni);

vii. Cujo objetivo central é chegar a um acordo mediado e introduzir trocas

perceptivas recíprocas nos envolvidos (Grupal Narrativo).

Ainda em relação às referidas autoras, as mesmas mencionam outros três

modelos de mediação, segundo a profissão da qual procedem ao mediador ou a

situação, ou seja:

• Modelo advogado-mediador: ocorre quando o mediador decorre do

Direito, sendo que este profissional deve se ater à função mediacional,

destacando-se que o mesmo deve necessariamente se abster de

representar interesses de quaisquer dos envolvidos, os quais deverão ter

cada um, advogados particulares, que dessa forma, deverão fornecer as

informações legais, o que possibilitara definir as limitações do oficio do

mediador.

• Modelo psicólogo-mediador. Em decorrência do fato de um mediador

seja portador da formação em Psicologia, o mesmo deve ater-se somente

ao reconhecimento dos afetos e ao manejo do conflito, não se

aprofundando nas demais queixas, e sim se norteando para as soluções

que estão por advir. Por conseguinte, cumpre não incursionar no passado

dos envolvidos, em decorrência do fato de que estaria este profissional

entrando-se na seara psicoterapêutica. Muito embora existam efeitos

terapêuticos no processo de mediação, os processos mediacionais e

psicoterapêuticos não devem ser confundidos.

• Da Mediação em equipe: neste contexto, psicólogo e advogado

centralizarão os esforço no mesmo objetivo, cada qual na sua área. Sendo

que o psicólogo deve trabalhar as emoções que interferem na

comunicação bem como em relação à percepção dos reais interesses

encobertos por determinadas posições. Entretanto, o advogado informará

sobre os aspectos legais, ou seja, em relação às obrigações e deveres,

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objetivando a elaboração do acordo entre as partes em litígio; destaca-se

que ambos profissionais no exercício da função de mediadores,

complementando-se imparcialmente (BREITMAN e PORTO, 2001).

Nesta mesma trilha, Suares (1996), precedido por Vezzulla (2006), ressaltam

que é possível detectar três matrizes de mediação com distintas epistemologias as

quais refletem diferentes modelos de mediação de conflitos. Sendo a primeira deles

referente à da Escola de Harvard, cujo fundamento é o acordo. Partindo-se desse

modelo surgiram os outros dois, conforme ressalta Vezzulla (2006).

Já em relação ao segundo modelo o mesmo surge da Escola Transformativa

de Bush e Folger (1999) e por fim cita-se o Modelo Circular Narrativo de Sara Cobb,

cujos fundamentos se inserem na teoria sistêmica e que está centrada tanto nas

relações como nos possíveis acordos.

Dessa forma, pode-se concluir que esse entendimento vai ao encontro do que

foi exposto anteriormente, ou seja, considerado como as duas grandes matrizes de

mediação, apenas insere o Modelo Circular (MÜLLER, 2007).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo exposto no presente estudo, destaca-se que a mediação de conflitos

familiares é a metodologia que visa resolver contendas que, respeitando as

diferenças, leva em consideração a autonomia de vontades do envolvidos no litígio,

e sua autodeterminação. Ainda leva em consideração a capacidade destes em

atingir uma percepção do outro menos como um inimigo a exterminar, a derrubar, e

sim como um parceiro com quem se divide questões-problemas a serem

administradas e solucionadas da melhor forma possível.

Ainda, em relação à sociedade brasileira adote a mediação como recurso não

conflitivo e sim alternativo à jurisdição e ao emprego de determinadas ferramentas

impostos na busca de solução de conflitos, mudanças de paradigmas, necessitarão

adentrar em seu processo cultural. As alterações que estão diretamente

relacionadas ao processo educativo de compreender os diferentes meios de

intermediar relações sociais, amorosas, afetivas.

Nesse contexto, pode-se chegar à conclusão de que o aprimoramento e a

criação de centros que alastrem a respectiva cultura do diálogo, de maneira especial

em relação aos problemas que envolvam conflitos familiares, entendendo-a a

mesma em suas mais diversificadas formas, atualmente apresentadas à sociedade,

representam um grande passo para a sociedade em geral na busca da correta

administração do conflito bem como da solidariedade humana. Destaca-se que uma

cultura baseada na harmonia deve necessariamente ser implantada inicialmente nos

lares, visto que o ser humano reflete sucessivamente os atos de seus pais no

transcorrer de sua evolução.

Por fim, destaca-se que inserção da mediação no processo judicial contribuirá

amplamente para a sua divulgação e, por conseguinte, poderá ter uma grande

utilização pelos cidadãos. Ainda, destacam-se que esse processo poderá gerar a

devida diminuição dos processos judiciais, sendo que para o Judiciário ficarão

apenas as ações que realmente necessitam de sua intervenção.

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