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1 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE GERENCIAMENTO DE RISCOS Por: Martha Lúcia Pereira de Carvalho Orientador Prof. Dr. Mario Luiz Trindade Rocha Rio de Janeiro 2008

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Conhecendo o risco, o investidor pode, inclusive, determinar a formação de preços compatíveis com o nível de exposição assumido,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DE RISCOS

Por: Martha Lúcia Pereira de Carvalho

Orientador

Prof. Dr. Mario Luiz Trindade Rocha

Rio de Janeiro

2008

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2

AGRADECIMENTOS

.... aos amigos, parentes e professores

3

3

DEDICATÓRIA

..... aos meus pais, meu marido e meus filhos

Ricardo e Renata

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RESUMO

O processo de globalização tem provocado transformações e mudanças

nas formas de gestão nas instituições financeiras, às vezes de maneira

acelerada, afetando as estruturas das organizações. Fizeram aumentar,

também, a diversidade de possibilidades de riscos.

Devido ao impacto que as instituições financeiras desempenham sobre a

cadeia da economia, nos últimos anos houve uma crescente preocupação em

dar um enfoque mais racional no tratamento da gestão de riscos. Esta

racionalização induz à utilização de técnicas e modelos matemáticos que

permitem a identificação e mensuração dos riscos a que estão sujeitas as

instituições financeiras.

É de máxima importância a utilização de instrumentos e de modelos de

mensuração que possibilitem conhecer e delimitar os riscos envolvidos em um

investimento.

Conhecendo o risco, o investidor pode, inclusive, determinar a formação

de preços compatíveis com o nível de exposição assumido, bem como a

identificação de momentos adequados para a realização de operações voltadas

a minimizar o montante em exposição.

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5

METODOLOGIA

O método utilizado para a elaboração do presente trabalho consistiu em

pesquisa bibliográfica e consultas a sites via WEB.

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6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I 8

CAPÍTULO II 13

CAPÍTULO III 23

CAPÍTULO IV 31

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

7

7

INTRODUÇÃO

O presente trabalho expõe a necessidade do controle e gerenciamento

de riscos nas instituições financeiras.

O controle de riscos é de fundamental importância nos dias atuais, com

isso temos uma noção da dimensão de possíveis perdas e como, em

determinados casos, podemos evitá-las.

No Capítulo I trataremos da importância do gerenciamento de riscos e

um breve histórico de como surgiu o controle de risco.

No Capítulo II trataremos da regulamentação bancária, seus

fundamentos, descrição dos padrões regulatórios à gestão de riscos e da

necessidade de a regulação bancária brasileira adequar-se aos padrões

internacionais.

No Capítulo III é apresentado os principais riscos existentes nas

instituições financeiras.

No Capítulo IV trataremos dos instrumentos e dos modelos de

mensuração que possibilitem conhecer e delimitar os riscos envolvidos em um

investimento.

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8

CAPÍTULO I

Importância do Gerenciamento de Riscos

O controle de riscos aos quais as instituições estão expostas vem

ganhando destaque desde 1998, quando foram implementadas medidas

voltadas para o gerenciamento de risco, em especial associadas às operações

de Swap e Derivativos, o estabelecimento de limites para as operações

financeiras e a administração de recursos de terceiros.

Já em 1999, o Banco Central do Brasil deu maior ênfase ao controle de

riscos de mercado impondo inclusive, limites à exposição cambial e adotando

ações voltadas à preservação do chamado Bug do ano 2000. Outro tema em

foco no período foi à supervisão bancária consolidada, inserida nos 25

princípios básicos sugeridos pelo Comitê de Basiléia.

1.1 Histórico

Conforme Bernstein (1997) , para a antiga civilização grega, o

começo do mundo - "o que os cientistas modernos denominam Big-

Bang" - ocorreu a partir de um gigantesco jogo de dados. "Três

irmãos, através do jogo de dados, partilharam o Universo: Zeus

ganhou os céus; Poseidon, os mares; e Hades, o perdedor, tornou-se

o senhor dos infernos". O gosto pela aposta, as habilidades

matemáticas, o domínio da lógica e a obsessão pela demonstração

nos levam a crer que os gregos se interessavam muito em estudar os

assuntos que pudessem, de alguma forma, influenciar o futuro.

Somente em torno do ano de 450 a. C., os gregos conceberam

um sistema de numeração com as 24 letras do alfabeto grego.

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9

A descoberta de um sistema de numeração superior só veio a

ocorrer em torno do ano 500 d. C., quando os árabes se

familiarizaram com o sistema de numeração hindu e incorporaram

avanços na pesquisa científica e na experimentação. O uso dos

algarismos arábicos, utilizados hoje em dia, revolucionou a

matemática e permitiu aprimoramentos nos cálculos da astronomia,

da navegação e do comércio.

Conforme citado por Bernstein (1997), o primeiro esforço para

desenvolver os princípios estatísticos da probabilidade, que vieram a

ser fundamentais para a mensuração do risco, foi realizado pelo

médico italiano Cardano (1545).

No final da década de 1970 e início de 1980, o substancial

aumento das falências de instituições bancárias motivou o estudo de

características bastante peculiar ao balanço patrimonial dos

participantes desta indústria: ativos de longo prazo e passivos de

curto prazo. Com essa diferença de prazos, a instituição ficava

exposta à elevação de taxas de juros, o que resultou em estratégia de

combate aos altos patamares de inflação registrados à época.

Porém, em virtude do descasamento de prazos entre ativos (longos)

e passivos (curtos), a repactuação das taxas dos depósitos ocorria

antes da repactuação das taxas dos empréstimos. Diante de

elevação de taxas de juros, registrava-se descompasso entre receitas

e despesas, redução do resultado operacional e, por fim, geração de

prejuízos.

Na década de 1990, várias crises financeiras realçaram os

impactos sobre os agentes econômicos em diversos países,

aumentando o risco no sistema financeiro mundial. Foi nesse período

que ocorreram as conhecidas crises do México e da Argentina em

10

10

1995, da Ásia (Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Coréia do

sul), em 1997, da Rússia, em 1998, e do Brasil, em 1999.

Do início do século XX até a Grande Depressão da década de

30 os bancos desfrutavam de quase um monopólio no setor

financeiro. No mercado americano, segundo Reed e Gill (1994:

P.17), citados por Côrrea, os bancos:

Tinham proteção quase total porque novos bancos só

recebiam autorização para funcionar se ficasse provado

que os bancos existentes não seriam afetados de maneira

adversa.

Com a quebra do mercado de ações em 1929, seguida da

Grande Depressão dos anos 30, os governos e as autoridades

reguladoras atentaram para o risco da economia mundial e

impuseram diversas restrições às instituições financeiras em termos

de locais de atuação, preços e produtos oferecidos. Em função das

restrições impostas, os bancos tornaram-se altamente regulados e

protegidos, como afirma Matten (1996: P.3), também citado por

Côrrea:

As atividades que os bancos podiam empreender estavam

estreitamente definidas por meio do atos regulatórios

nacionais e, por outro lado, os bancos estavam protegidos,

por estas mesmas autoridades reguladoras, das forças

competitivas de mercado.

O risco se apresenta sob diferentes formas - instabilidade de

taxas de juros e de câmbio, oscilações de preços dos insumos e

produtos, acirramento da competição empresarial - e pode

materializar-se em perdas efetivas de grande monta e de difícil

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11

recuperação. Então, a administração de riscos deve ser encarada

como uma atividade essencial a qualquer empreendimento,

independente de sua natureza. Risco sempre existirá, simplesmente

porque o futuro é incerto.

Ross, Westerfield e Jaffe (1995: P.194) apresentam sua

definição de risco da seguinte forma:

Não há definição universalmente aceita de risco. Uma das

maneiras de pensar a respeito do risco dos retornos é em

termos do grau de dispersão da distribuição de

freqüências. A dispersão de uma distribuição é uma

medida de quanto um dado retorno pode se afastar do

retorno médio. Se a distribuição apresentar uma dispersão

muito grande os retornos que poderão ocorrer serão muito

incertos. Ao contrário, uma distribuição cujos retornos se

situam todos dentro de uns poucos percentuais de

distância é concentrada e os retornos são menos incertos.

Conforme Bergamini Júnior (2005), risco é a possibilidade de

ocorrência de um evento adverso para uma determinada situação

esperada.

A respeito da diferença que existe entre os conceitos de risco e

incerteza, Gitmam (1994) descreve que, os estatísticos diferenciam

risco de incerteza ao afirmarem que o risco existe quando quem toma

decisões pode estimar as probabilidades (distribuições probabilísticas

objetivas, baseadas em dados históricos) relativas a vários

resultados; enquanto que a incerteza, quando quem toma decisões

não tem nenhum dado histórico e precisa fazer estimativas aceitáveis,

a fim de formular uma distribuição probabilística subjetiva.

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CAPÍTULO II

Ambiente Regulatório Internancional

Conforme descreve Assaf Neto (2003), existem vários motivos

para a existência da regulação dos bancos. Entre eles, citamos:

v Intermediação financeira: é a principal função dos bancos,

que corresponde a captar e a emprestar dinheiro aos agentes

econômicos. Geralmente, os bancos captam depósitos de

curto prazo e concedem empréstimos de médio e longo prazo,

ficando expostos a variações de taxas;

v Corrida aos bancos: a falta de credibilidade de um banco em

honrar seus compromissos de curto prazo pode levar os

depositantes a um comportamento de retirada de seus

recursos em montante superior ao previsto pela instituição

financeira;

v Efeito contágio: possibilidade de propagação de um problema

em determinado banco para todo o sistema. A regulação

procura evitar que a quebra de um banco afete toda a indústria

bancária;

v Proteção aos depositantes: é justificada pela necessidade de

o regulador exercer seu papel de intervir no banco que se

encontra em dificuldades, para garantir aos depositantes o

retorno dos valores depositados;

v Solidez do sistema de pagamentos: tem o objetivo de

resguardar a confiança no sistema bancário, garantindo a

liquidação de todas as operações transacionadas.

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13

A regulação bancária inclui atos do Legislativo e instrumentos

ou regras das autoridades governamentais. De acordo com a

legislação de cada país, os órgãos reguladores podem ser

representados pelo Ministério das Finanças, Tesouro Nacional,

Banco Central e/ou outras agências reguladoras.

As ações reguladoras abrangem as funções de:

v Autorização - consiste em controlar as entradas de novas

instituições, de maneira que os requisitos mínimos (capacidade

econômico-financeira dos acionistas, conhecimento técnico e

reputação ilibada dos dirigentes) sejam atendidos;

v Regulamentação - visa preservar a saúde e segurança do

sistema financeiro, protegendo o depositante e estabelecendo

requisitos mínimos de capital para suportar os riscos do

negócio;

v Supervisão - compreende a avaliação direta (in loco) e

indireta, por meio de análise das políticas, práticas e

procedimentos de gerenciamento interno de riscos das

instituições, bem como dos controles internos.

2.1 Comitê de Basiléia para Supervisão Bancária.

Em 1974, os responsáveis pela supervisão bancária nos

países do G – 10 – grupo das maiores economias dentre os países

industrializados (Alemanha, Bélgica, Canadá, Estados Unidos,

França, Holanda, Itália, Inglaterra, Japão, Suécia e Suíça) - decidiram

criar o Comitê de Regulamentação Bancária e Práticas de

Supervisão, sediado no Banco de Compensações Internacionais –

BIS (Bank for International Settlements), em Basiléia, na Suíça.

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O Comitê é constituído por representantes dos bancos centrais

e por autoridades com responsabilidade formal sobre a supervisão

bancária dos países membros do G – 10. São discutidas questões

relacionadas à indústria bancária, visando estabelecer padrões de

conduta, melhorar a qualidade da supervisão bancária e fortalecer a

solidez e a segurança do sistema bancário internacional.

A primeira reunião do Comitê ocorreu em fevereiro de 1975. A

partir de 1981, os resultados das reuniões começaram a ser

publicados anualmente, por meio de relatório sobre os avanços

ocorridos na supervisão bancária, intitulado "Report on International

Developments in Banking Supervision" .

2.2 Acordo de Basiléia de 1988.

Em julho de 1988, após processo de discussão, foi celebrado o

Acordo de Basiléia, que padronizou a aplicação de fatores de

ponderação de risco aos ativos e a exigência de capital mínimo.

Atualmente, esse Acordo é conhecido como Basiléia I.

Os objetivos do Acordo foram reforçar a solidez e a

estabilidade do sistema bancário internacional e minimizar as

desigualdades competitivas entre os bancos internacionalmente

ativos.

O Acordo de Basiléia de 1988 definiu três conceitos:

v Capital Regulatório

v Fatores de Ponderação de Risco de Ativos

v Índice Mínimo de Capital para cobertura do Risco de

Crédito (Índice de Basiléia ou Razão BIS).

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Capital Regulatório

É o montante de capital próprio alocado para a cobertura de

riscos, considerando os parâmetros definidos pelo regulador. O

conceito de capital de uma instituição financeira é definido pelo

Acordo de 1988.

Esse capital é composto da seguinte forma:

v Capital Nível 1 ou Principal - capital dos acionistas somado

às reservas (lucros retidos);

v Capital Nível 2 ou Suplementar - outras reservas (não

publicadas, reavaliação etc.), provisões gerais, instrumentos

híbridos de capital e dívida subordinada.

O instrumento híbrido de capital e a dívida subordinada são

produtos bancários que apresentam características tanto de dívida

quanto de capital.

O Capital Nível 2 não pode exceder a 100% do Capital Nível 1

e as dívidas subordinadas estão limitadas a 50% do Capital Nível 1.

Essa exigência é motivada pela necessidade de garantir que os

riscos do banco sejam cobertos, principalmente, pelo capital dos

acionistas (Nível 1).

Fatores de Ativos Ponderados pelo Risco – APR

A exigência de capital, prevista no Acordo de Basiléia,

considera a composição dos ativos da instituição e a natureza de

suas operações fora do balanço, tais como derivativos e

securitizações.

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A exposição a Risco de Crédito desses componentes é

ponderada pelos diferentes pesos estabelecidos, considerando,

principalmente, o perfil do tomador (soberano; bancário ou

empresarial; bancos centrais, membros da OECD – Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico - e governos centrais).

A partir da aplicação dos percentuais de ponderação de riscos

(pesos de risco) sobre os ativos, obtém-se o valor dos Ativos

ponderados pelo Risco – APR.

Índice Mínimo de Capital para Cobertura do Risco de

Crédito – Índice de Basiléia ou Razão BIS

Uma das premissas de Basiléia I foi a exigência de capital

regulatório para a cobertura do risco de crédito. Para isso, foi criado

um índice de solvência chamado Razão BIS ou Cooke Ratio (K).

Esse indicador foi definido como o quociente entre o capital

regulatório e os ativos (dentro e fora do balanço) ponderados pelo

risco.

Se o valor de "K" for igual ou superior a 8%, o nível de capital

do banco está adequado para a cobertura de risco de crédito.

2.3 Emenda de Risco de Mercado de 1996.

O avanço obtido com a Basiléia I, em termos de marco

regulatório e de exigência de capital para suportar o risco de crédito,

é inegável. Entretanto, algumas críticas surgiram, tornando-se

necessário o aprimoramento daquele documento no âmbito do

Comitê de Basiléia. Entre os ajustes, destacou-se a necessidade de

alocação de capital próprio para cobertura de riscos de mercado.

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Assim, em janeiro de 1996, foi publicado adendo ao Basiléia I,

chamado de Emenda de Risco de Mercado, cujos aspectos

relevantes são:

v Ampliação dos controles sobre riscos incorridos pelos bancos;

v Extensão dos requisitos para a definição do capital mínimo (ou

regulatório), incorporando o risco de mercado;

v Possibilidade de utilização de modelos internos na

mensuração de riscos, desde que aprovados pelo regulador

local;

v Criação do Capital Nível 3, que corresponde aos títulos de

dívida subordinada com maturidade abaixo de dois anos.

2.4 Acordo de Basiléia II.

Em 2004 o Comitê divulgou o Novo Acordo de Capital,

comumente conhecido por Basiléia II, com os seguintes objetivos:

v Promover a estabilidade financeira;

v Fortalecer a estrutura de capitais das instituições;

v Favorecer a adoção das melhores práticas de gestão de

riscos;

v Estimular maior transparência e disciplina de mercado.

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18

2.5 Marcos da Regulação Bancária Brasileira.

O reconhecimento mundial da necessidade de mensurar e

controlar os riscos das atividades bancárias tem levado todos os

países à convergência da regulamentação das instituições

financeiras.

O Brasil, mesmo não sendo um dos países signatários de

Basiléia, vem adotando as orientações daquele Acordo.

Neste sentido, destacamos os principais marcos da regulação

em nosso País:

v 1994: adotadas as orientações do Acordo de Basiléia sobre

exigência de capital para cobertura do risco de crédito e

instituídos os limites mínimos de capital e de patrimônio líquido

para as instituições financeiras.

v 1997: criada a central de Risco de Crédito e, estabelecida a

exigência de capital para cobertura do risco de crédito em

operações de swap.

v 1998: determinadas a implantação e a implementação de

controles internos das atividades das instituições financeiras.

v 1999: estabelecida a exigência de capital para cobertura de

risco de câmbio e ouro. Foi definido o nível máximo de

comprometimento do Patrimônio de Referência (PR) em

relação ao ativo permanente imobilizado e, além disso,

determinado que as instituições financeiras classificassem as

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operações de crédito em ordem crescente de risco e

apurassem a provisão para créditos de liquidação duvidosa.

v 2000: estabelecida a exigência de capital para cobertura do

risco de taxas prefixadas de juros, criado o Sistema de

Informação de Crédito, que substituiu a Central de Risco de

Crédito, e definido o critério para controlar o risco de liquidez.

v 2001: Definido o patrimônio de referência como somatório do

Capital Nível 1 e Capital Nível 2.

v 2004: publicado o Comunicado 12.746, do Banco Central do

Brasil - Bacen, que institui cronograma de implantação de

Basiléia II no Brasil.

2.6 Sistema de Informação de Crédito - SCR.

O Sistema de Informação de Crédito (SCR) do Bacen(Banco

Central do Brasil) é instrumento de registro e consulta às informações

sobre o montante das operações de crédito contraídas por pessoas

físicas e jurídicas.

Foi regulamentado pela Resolução 2.724, de 31/03/2000, e

permite acesso a informações do Sistema Financeiro Nacional, desde

que sejam preservadas as regras do sigilo bancário.

Esse instrumento foi criado com o objetivo de promover maior

transparência das informações de crédito no SFN, por meio de

acesso a informações precisas e sistematizadas sobre as operações

de crédito contratadas pelas instituições financeiras.

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20

2.7 Controles Internos e Conformidade.

Essas informações também auxiliam o Bacen na definição de

limites de concentração e facilitam a avaliação dos modelos de

classificação de crédito dos bancos.

Em dezembro de 1998, o Conselho Monetário Nacional (CMN)

publicou a Resolução 2.554, de 29/09/1998, adotando para o Brasil

os 13 princípios concernentes à supervisão, cultura e avaliação de

controles internos do comitê de Basiléia. Essa Resolução dispõe

sobre a implementação de sistema de controles internos e

conformidade, voltada às atividades das instituições financeiras no

Brasil, com ênfase na necessidade de controles internos efetivos e na

promoção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.

O objetivo dessa Resolução foi dotar as instituições financeiras

de sistema de controles Internos e Conformidade (ou Compliance)

para reduzir os riscos operacionais.

2.8 Operações de Crédito e Provisões para Perdas.

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) é o

valor contabilizado para a cobertura de perdas esperadas - estimadas

com base na perda média histórica - na carteira de crédito. Embora

não represente desembolso imediato, o valor apurado é lançado no

balanço do banco, gerando impacto no resultado.

A PCLD é diferente da exigência de capital mínimo, pois o

valor provisionado tem impacto direto no resultado do banco,

enquanto a exigência de capital mínimo determina volume de capital -

que não afeta o resultado - capaz de suportar perdas inesperadas.

21

21

Em 1999, a transferência de operações em atraso para

créditos em liquidação, prejuízo e provisão para crédito de liquidação

duvidosa considerava apenas dois critérios: o tempo de inadimplência

e a existência e qualidade das garantias.

Em dezembro de 1999, o Conselho Monetário Nacional (CMN)

instituiu a Resolução 2.682, de 21/12/1999, determinando que as

instituições financeiras deveriam classificar as operações de crédito -

em normalidade ou em atraso - em nove níveis de risco (AA, A, B, C,

D, E, F, G, H), de acordo com informações internas e externas

relacionadas à operação, ao tomador de crédito e a seus

garantidores. A classificação da operação no correspondente nível

de risco ficou sob a responsabilidade da instituição detentora do

crédito.

22

22

CAPÍTULO III

Principais Riscos das Instituições

Financeiras

De uma maneira bem genérica, quando falamos em risco, do

ponto de vista da Teoria de Finanças, estamos preocupados com a

probabilidade de insucesso de uma decisão de investimento. O

insucesso de um investimento caracteriza-se pelo fato da decisão

tomada proporcionar menor retorno do que uma alternativa existente

no mercado financeiro.

De acordo com Gitman (1997) , o risco em seu sentido

fundamental, é definido como a possibilidade de prejuízo financeiro.

3.1 Risco de Crédito

Como descreve Saunders (2000), o risco de crédito é a

possibilidade do não-recebimento dos recursos a que se tem direito,

ou do seu recebimento fora do prazo e/ou condições pactuadas.

Consiste na possibilidade de os emissores de títulos e valores

mobiliários não cumprirem suas obrigações de pagar tanto o principal

como os respectivos juros de suas dívidas para com os investidores.

Para minimizar o risco de crédito, a decisão de investimento,

deve ponderar os aspectos subjetivos e objetivos.

v Aspectos Subjetivos

Os aspectos subjetivos, também conhecidos como qualitativos,

são os seguintes:

23

23

• Histórico de colocação e emissão de papéis. No caso de um

fundo de investimento, a evolução e oscilação das cotas, bem

como se vêm atingindo os índices de referência;

• Tradição da instituição;

• Idoneidade dos emissores.

v Aspectos Objetivos

• Análise econômico-financeira do emissor do título, cálculo de

índice e valores relevantes;

• Comparação dos valores econômico-financeiros em relação ao

montante da emissão;

• Adequação do retorno em relação ao risco;

• Análise do desempenho e das perspectivas futuras do setor de

atividade.

Muitos investidores sejam eles fundos de investimento,

bancos, distribuidoras, corretoras ou pessoas físicas que possuam

interesse em adquirir determinado título de dívida, tentam

dimensionar o risco de crédito dos emissores destes papéis por meio

de ratings (classificação de risco) especializadas nacionais ou

internacionais.

Essas agências de rating buscam avaliar, via demonstrativos

financeiros e em visita às empresas, a sua capacidade em honrar as

exigibilidades, tanto no curto prazo como no longo prazo, atribuindo

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24

um número e/ou letra dentro de uma escala. Essa pontuação reflete a

percepção de risco em relação à empresa analisada.

3.1.1 Agências de Rating.

A agência de rating não audita ou verifica se a informação é

verdadeira ou exata. Os ratings podem ser mudados ou

descontinuados como resultado de alterações nas informações,

indisponibilidade das mesmas, ou por outras razões.

Dependendo da credibilidade da agência de rating e da nota

atribuída, a constatação dessa capacidade de pagamento será fator

imprescindível na determinação do custo e do volume a ser captado,

bem como na probabilidade de sucesso na colocação dos papéis.

Dentre as principais agências nacionais temos a Atlantic rating

e a Austin Asis e dentre as internacionais, a Moody's, a Standard &

Poor's (americanas) e a Fitchratings (inglesa).

3.2 Risco de Liquidez

Conforme citado por Côrrea (1999), o risco de liquidez é a

incerteza quanto à possibilidade de transformar rapidamente um

investimento em dinheiro.

Refere-se à incapacidade do emitente de um papel honrar os

compromissos assumidos em função do desequilíbrio de caixa

gerado pelo descasamento dos prazos de vencimento das operações

ativas e passivas. Neste caso, os passivos tornam-se exigíveis antes

da realização dos ativos, seja por má administração dos prazos ou

por inadimplência dos devedores.

25

25

Existe um segundo fator muito importante para risco de

liquidez. É a possibilidade da falta de contrapartes em número

suficiente para negociar a quantidade desejada de ativos financeiros

ou da falta de interesse do mercado em negociá-las, afetando de

forma anormal o valor das mesmas.

Os ativos de longo prazo trazem implícito um grau de incerteza

maior quanto à liquidez, tendo em vista que o investidor está

vulnerável por um prazo maior às alterações do cenário econômico.

Como forma de incentivar a preferência dos investidores pelos

papéis com prazo mais dilatados, busca-se oferecer compensações

pela perda de liquidez. Portanto, somente uma taxa de retorno mais

atrativa despertará interesse dos investidores em assumir maior grau

de risco.

3.3 Risco de Mercado

Risco de Mercado é a incerteza quanto ao retorno de um

investimento em razão das oscilações próprias do mercado

financeiro.

O risco de mercado está relacionado à oscilação dos preços

dos ativos em seus respectivos mercados de negociação e pode ser

dividido em quatro grandes áreas:

v Risco de taxa de juros;

v Risco de taxa de câmbio;

v Risco de preço de ação;

26

26

v Risco de preço de commodities.

Um aspecto importante a ser avaliado para uma eficiente gestão de

risco de mercado é o entendimento dos mecanismos que fazem com

que apareçam os tais riscos. Segundo Maluf (1996, P.8):

Os riscos de mercado surgem pelo fato dos bancos ao

realizarem suas operações de intermediação financeira,

sistematicamente manterem posições ativas e passivas

não completamente coincidentes em termos de

vencimento, moedas ou indicadores, tornando-os sensíveis

a vários preços de ativos financeiros, podendo leva-los a

sofrer pesadas perdas mediante flutuações desfavoráveis

das taxas de juros, das taxas de câmbio e dos preços dos

ativos de renda variável.

3.4 Risco de Operacional

Risco Operacional é a possibilidade do não retorno de um

investimento em razão de problemas operacionais da instituição

emitente do papel na qual os recursos foram investidos.

Está relacionado com a capacidade das instituições em

detectar, conhecer, mensurar, controlar e administrar os riscos

existentes em suas posições contábeis. Este tipo de risco pode ser

dividido em três grandes áreas:

v Risco Organizacional - decorre de uma organização

ineficiente. Administração sem objetivos de curtos prazos bem

definidos, fluxo ineficiente de informações internas e externas,

fraudes etc.

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27

v Risco de Equipamentos - refere-se basicamente a problemas

de falhas de equipamentos e sobrecargas de sistemas

(computadores, telefones, bancos de dados etc.) motivados,

principalmente, por obsolescência tecnológica da estrutura

operacional ou insuficiência de máquinas.

v Risco Pessoal - está associado a empregados pouco

qualificados, pouco motivados, mal orientados etc.

3.5 Risco - País

De acordo com Assaf Neto (2003), risco-país é a possibilidade

de perdas em razão da situação econômica do país onde se realizou

o investimento.

O risco-país é dado por um indicador que tenta determinar o

grau de instabilidade econômica de cada país. Esse indicador mostra

qual é o grau de "perigo" que um país representa para o investidor

estrangeiro.

Para o cálculo do risco-país são levados em conta fatores

econômicos como, por exemplo, o PIB, a Balança comercial e a

capacidade de pagamento de suas dívidas. Tal índice é normalmente

calculado pelas agências de raptem que também avaliam o Risco de

Crédito - Moody's, Standard & Poor's e Fitchrating - e, também, por

bancos de investimento como J. P. Morgan.

3.6 Risco Sistêmico

O Risco Sistêmico decorre de dificuldades financeiras de uma

ou mais instituições, que provoquem danos substanciais a outras, ou

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28

uma ruptura na condução operacional de normalidade do sistema

financeiro em geral.

3.7 Risco Legal

O Risco Legal é o risco de perdas pela falta de cumprimento

das leis, normas e regulamentos. É a possibilidade de perdas

decorrentes da inobservância de dispositivos legais ou regulamentos.

O risco legal subdivide-se em:

v Risco tributário - quando envolve inadequação na incidência

de tributos;

v Risco de legislação - quando ocorre a violação da legislação

ou de regulamentos vigentes.

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29

CAPÍTULO IV

Medição do Risco

É de máxima importância a utilização de instrumentos e de

modelos de mensuração que possibilitem conhecer e delimitar os

riscos envolvidos em um investimento.

Conhecendo o risco, o investidor pode, inclusive, determinar a

formação de preços compatíveis com o nível de exposição assumido,

bem como a identificação de momentos adequados para a realização

de operações voltadas a minimizar o montante em exposição.

4.1 Medição do Risco de Mercado

A alternativa que vem se firmando é a da medição por meio da

volatilidade dos ativos.

O risco de mercado de um ativo é conseqüência da variação

diária do seu preço, ou seja, da sua volatilidade. Quanto mais volátil

ele for, quanto maior for a variação do seu preço, maior será o seu

risco.

4.2 Conceitos de Diversificação e o seu Impacto no

Risco

Decisões financeiras de investimentos são tomadas com base

no conhecimento dos fatos que temos presente e de probabilidades

que podem ocorrer no futuro, num horizonte de curto, médio e longo

prazos.

30

30

Conforme citado por Assaf Neto (2003), a diversificação entre

mercados, produtos, papéis, prazos e seleção de carteiras favorece a

redução do risco. O risco procura quantificar os possíveis desvios

(resultados - incluindo a possibilidade de perda), associados às

probabilidades conhecidas e a estabelecer o grau de confiança (ou

inversamente o grau de incerteza) de uma decisão de Investimento

que tem como objetivo um valor médio esperado (Retorno

Esperado).

Um dos instrumentos de proteção muito usado para minimizar os

riscos de investimento é o hedge (operação de proteção contra

oscilação de preços, taxas de câmbio ou índices de mercado, que se

utiliza dos mercados futuros para diminuir os riscos e a possibilidade

de perda de capital em determinada operação).

4.3 Medidas de Risco com Ferramentas Estatísticas

4.3.1 Desvio Padrão

Conforme cita Spiegel(1972), desvio padrão é uma medida

estatística que indica a dispersão de valores em torno de uma média.

A introdução do conceito de desvio padrão foi a primeira forma

eficiente de se medir o risco das aplicações financeiras. Ainda hoje, é

a medida mais utilizada para se estimar a volatilidade de um ativo.

O desvio padrão tem uma característica: é uma medida

relativa. Ele só faz sentido se for comparado ao de um outro ativo

com características semelhantes.

Entretanto, é preciso comparar investimentos que tenham a

mesma natureza. Não teria sentido, por exemplo, comparar um CDB,

31

31

que é um investimento de renda fixa, com uma ação, que possui

renda variável.

4.3.2 Beta

Beta é um índice que revela a tendência de variação de um

ativo individual em relação ao mercado do qual faz parte.

Uma ação com coeficiente beta igual a 1 tende a valorizar ou

desvalorizar na mesma proporção que o mercado.

Ações com beta menor do que 1 tendem a se valorizar ou

desvalorizar em menor proporção que o mercado.

Ações com beta maior do que 1 tendem a se valorizar ou

desvalorizar em maior proporção que o mercado.

4.3.3 Correlação

Correlação é uma medida de associação entre duas ou mais

variáveis aleatórias.

A maneira como elas evoluem é obtida estatisticamente e

quantifica por meio do coeficiente de correlação, que pode variar

entre +1 e -1.

Quando o coeficiente de correlação for igual a +1 as variáveis

analisadas estão diretamente correlacionadas. Por exemplo: O valor

das ações de uma empresa exportadora sobe quando ocorre

aumento do dólar.

32

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Quando o coeficiente for igual a -1 as variáveis analisadas

estão inversamente correlacionadas. Por exemplo: o aumento do

preço de um produto acarreta redução do volume de venda.

Nas palavras de Ross, Westerfield, Jaffe (1995: P.210) :

Desde que ρ < 1, o desvio-padrão do retorno de uma carteira

sempre será menor do que a média ponderada dos desvios-padrão

dos títulos individuais. Em outras palavras o efeito de diversificação

funciona sempre que a correlação não é perfeita.

4.3.4 V@R ou Valor em Risco

Conforme Jorion (2003), o V@R é um modelo de mensuração

de risco que quantifica a perda potencial máxima esperada, de uma

carteira de ativos, em termos monetários, sob condições normais de

mercado.

O V@R é aplicável a carteiras complexas, pois leva em

consideração os efeitos de alavancagem e diversificação, bem como

apresenta transparência, uma vez que mostra o risco potencial de

queda de maneira facilmente compreendida por qualquer pessoa.

O V@R é calculado a partir das informações de preços,

volatilidades e correlações individuais de cada ativo que compõem

uma carteira. Para efetuar o cálculo do V@R a instituição financeira

tem que determinar o nível de confiança com que pretende trabalhar

e o prazo para qual deseja calcular o valor da perda máxima. O nível

de confiança está associado ao maior ou menor grau de aversão que

a instituição tem em relação ao fator risco e é definido em função do

número de desvios-padrão em relação ao retorno médio.

33

33

4.3.5 Back Test

Back test é um método utilizado para testar a composição e o

retorno das carteiras de investimento, baseado em dados históricos.

O Back test indica se a estratégia utilizada para compor a

carteira foi bem - sucedida.

4.3.6 Stress Test

Stress test é uma técnica de simulação para avaliar o

comportamento dos ativos e passivos de uma carteira em que

diversas variáveis, econômicas e financeiras, são levadas a situações

extremas de um cenário passado ou projetado para o mercado.

A relevância estatística dos modelos utilizados é checada por

meio do processo de back test, sendo verificado se as perdas

máximas previstas pelo modelo condizem com o ocorrido de fato. Os

investimentos nas carteiras devem respeitar os limites de stress que

foram definidos pelo gestor.

4.4 Fatores DetermInantes da seleção de produtos

Conforme Assaf Neto (2003), a composição de uma carteira

de investimentos requer cuidados especiais. A consideração de

alguns fatores auxilia na escolha dos produtos mais adequados para

cada investidor.

Estes fatores são:

v Horizonte de investimento;

v Risco x retorno;

34

34

v Diversificação de investimentos.

4.4.1 Horizonte de Investimento

Horizonte de Investimento é o espaço de tempo considerado

adequado, pelo investidor, para que seus recursos permanecem

investidos.

4.4.2 Risco X Retorno

Risco X Retorno é a relação entre o risco que o investidor está

disposto a correr e o retorno que espera obter de seu investimento.

Ao avaliar qualquer oportunidade de retorno, leva-se em conta

a relação risco estimado x retorno esperado. Analisando a

rentabilidade esperada com base nessa relação fica mais fácil avaliar

se a recompensa (retorno esperado) é suficiente para compensar

eventuais perdas que este investimento possa gerar.

Para Fortuna (2002), o grau de aversão ao risco depende das

características pessoais do investidor e do seu momento de vida. O

investidor deve fazer uma análise pessoal sobre sua capacidade de

suportar eventuais perdas ou oscilações de patrimônio antes de

montar sua estratégia de investimento. Na busca por recompensas,

deve avaliar se a oportunidade de melhor retorno está de acordo com

seus objetivos, especialmente de risco.

De acordo com o grau de exposição ao risco que se dispõe

aceitar, é possível definir o tipo do investidor. Os três tipos mais

comuns são: conservador, moderado e agressivo. Cada tipo possui

características próprias que auxiliam traçar a composição mais

adequada para sua carteira de investimentos.

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35

A regra básica de uma decisão racional é selecionar os ativos

que apresentam o menor risco e o maior retorno esperado. Para um

mesmo nível de risco, um investidor racional seleciona o ativo de

maior valor esperado. Ao contrário, quando há dois ou mais ativos

com o mesmo retorno esperado, o investidor racional escolhe sempre

aquele de menor risco.

4.4.3 Diversificação de Investimentos

Investidores são sempre orientados para minimizar o risco.

Analistas e administradores de investimentos consideram a

diversificação um método eficaz para somar as vantagens de cada

investimento e neutralizar suas deficiências.

É a diversificação bem efetuada que permite ao investidor

adaptar as características de sua carteira às necessidades e objetivos

pessoais. Diversificam-se as aplicações por tipos de investimentos,

ramos econômicos, regiões geográficas etc. O investidor pode, ainda,

diversificar sua carteira segundo outro critério, destinado, por

exemplo, 80% do valor para investimentos eminentemente estáveis,

conservadores, nos quais o fator segurança é considerado essencial,

e 20% para investimentos temporários, agressivos, no sentido de que

apresentam possibilidades de lucros e riscos potenciais acima do

normal.

O risco é minimizado na hipótese de se implementar duas

alternativas de investimentos que possuam correlações perfeitamente

opostas e extremas.

Como afirma Maluf (1996), deve-se considerar o fato de que há

compensações de resultados dentro de uma carteira diversificada

como é o caso do total das posições carregadas pelo banco.

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Portanto, faz-se relevante identificar como tal mecanismo atua. Para

isto, e incorporando-se ao modelo e risco os conceitos da teoria de

administração de carteiras de investimentos, devem ser consideradas

as correlações existentes entre as variações de todos os fatores de

risco aos quais o banco está exposto.

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CONCLUSÃO

A eficiente gestão de riscos em uma instituição financeira vem se

tornando um diferencial de competitividade em relação aos seus concorrentes.

Em um ambiente cada dia mais competitivo e sujeito, em alguns

momentos, a instabilidades que se propagam rapidamente aos diferentes

mercados, a utilização de ferramentas de gestão de riscos no auxílio à tomada

de decisão eleva a confiança dos investidores e maximiza a satisfação dos

acionistas.

Para ser eficaz, a política de gestão de riscos deve apresentar algumas

características que, se levadas corretamente em consideração, determinam o

sucesso da sua implantação. Entre estas principais características podemos

citar:

• Qualidade das informações que alimentam os modelos matemáticos;

• Disseminação da cultura de gestão de riscos pela instituição;

• Capacidade dos recursos humanos envolvidos com a gestão e o

controle dos sistemas de administração de risco.

Torna-se, portanto, urgente que as instituições implementem políticas

próprias de gestão de riscos. Dentro do propósito de uma política de

gerenciamento de riscos, um modelo matemático capaz de captar a exposição

em risco do banco.

Existem algumas metodologias para mensuração do risco, mas não

devemos nos basear em um único resultado estatístico, pois toda metodologia

tem suas premissas e geralmente, não abrangem todas as possibilidades. Ter

cuidado e conhecimento do que cada resultado está nos mostrando e, a partir

de então, tirar conclusões para um bom gerenciamento.

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Verificamos que o Comitê da Basiléia propôs um modelo padronizado

para gestão de riscos, deixando, porém, como opção que as instituições

financeiras desenvolvessem os seus próprios modelos internos para controle

de riscos.

A definição do desenvolvimento de um modelo interno próprio ou da

utilização do modelo padronizado proposto pelo Comitê de Basiléia está

relacionada às necessidades e ao nível de sofisticação das operações

mantidas pela instituição financeira.

Com a economia mundial cada vez mais integrada, a volatilidade e

integração dos mercados são cada vez maiores. Com isso, o gerenciamento

de riscos ganhou importância tanto externa quanto internamente: estamos na

era do Risco Global.

Ter como instrumento medidas preventivas de risco assegura maior

proteção a qualquer instituição financeira.

39

39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ASSAF NETO, A. (2003) - Mercado Financeiro, 5ª edição – Editora Atlas.

BERNSTEIN, Peter L. (1997) - Desafio aos Deuses: A Fascinante História do

Risco , Editora Campus.

CÔRREA, ALEXANDRE MACHADO (1999) – Uma abordagem sobre o

eficiente Gerenciamento de Riscos de Instituições Financeiras – Dissertação

apresentada à FGV .

CROUHY, Michel; Dan Galai & Robert Mark (2004) - Gerenciamento de Risco:

Abordagem Conceitual e Prática, Editora Qualitymark LTDA.

DUARTE JR.,Antônio M. & Gyvorgy Vargas (2003) – Gestão de riscos no

Brasil, Financial Consultoria.

FORTUNA, Eduardo (2002), - Mercado Financeiro – Produtos e Serviços,

Editora Qualitymark LTDA.

GITMAN, Lawrence J. (1997) – Princípios de Administração Financeira, Editora

Harbra.

JORION, PHILIPE (2003) – Value at Risk, 5ª edição, Ed. São Paulo: BM&F.

JÚNIOR, Sebastião Bergamini (2005) - Controles Internos como Instrumento

de Governança Corporativa, Revista do BNDES, Rio de Janeiro, P.149-188.

ROSS , Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jefrey F.(1995) –

Administração Financeira: Corporate Finance, Editora Atlas.

40

40

SAUNDERS, A (2005)– Administração de Instituições Financeiras, Editora

Atlas.

SPIEGEL, Murray (2972) – Estatística , Editora MCGraw-Hill.

SITES CONSULTADOS

www.bacen.gov.br

www.abrapp.org.br

www.febraban.org.br

41

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INDÍCE

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

Importância do Gerenciamento de Riscos

1.1 Histórico 8

CAPÍTULO II

Ambiente Regulatório Internancional 12

2.1 - Comitê de Basiléia para Supervisão Bancária 13

2.2 - Acordo de Basiléia de 1988 14

2.3 - Emenda de Risco de Mercado de 1996 16

2.4 - Marcos da Regulação Bancária Brasileira 17

2.5 - Sistema de Informação de Crédito – SCR 18

2.6 - Controles Internos e Conformidade 19

2.7 - Operações de Crédito e Provisões para Perdas 20

2.8 - Risco de Liquidez 20

CAPÍTULO III

Principais Riscos das Instituições Financeiras 22

3.1 - Risco de Crédito 22

3.2 - Risco de Liquidez 24

3.3 - Risco de Mercado 25

3.4 - Risco de Operacional 26

3.5 - Risco – País 27

3.6 - Risco Sistêmico 27

3.7 – Risco Legal 28

CAPÍTULO IV

Medição do Risco 29

4.1 - Medição do Risco de Mercado 29

4.2 - Conceitos de Diversificação e o seu Impacto no Risco 29

4.3 - Medidas de Risco com Ferramentas Estatísticas

4.3.1. - Desvio Padrão 30

4.3.2. – Beta 31

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4.3.3. – Correlação 31

4.3.4. - V@R ou Valor em Risco 32

4.3.5. - Back Test 33

4.3.6. - Stress Test 33

4.4 Fatores DetermInantes da seleção de produtos 33

4.4.1. - Horizonte de Investimento 34

4.4.2. - Risco X Retorno 34

4.4.3. - Diversificação de Investimentos 35

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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