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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE COMPARAÇÃO ENTRE O CUSTEIO VARIÁVEL E O CUSTEIO POR ABSORÇÃO. Por: Luanda da Silva Orientador Prof. Luciano Gerard Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … filede contabilidade geralmente aceitos. Constituem-se na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

COMPARAÇÃO ENTRE O CUSTEIO VARIÁVEL E O CUSTEIO POR ABSORÇÃO.

Por: Luanda da Silva

Orientador

Prof. Luciano Gerard

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

COMPARAÇÃO ENTRE O CUSTEIO VARIÁVEL E O CUSTEIO POR ABSORÇÃO.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em pós graduação

em Auditoria e Controladoria

Por: . Luanda da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus , por ter me dado saúde, disposição e disciplina. Sem ele na vida nada é possível.

Agradeço a minha mãe por ter estado ao meu lado em todos os momentos, por ser meu exemplo de vida e sabedoria.

Agradeço aos meus amigos que me deram apoio moral no desenvolvimento do meu trabalho.

Agradeço aos meus professores, que me orientaram na minha jornada de estudos.

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“ A má informação é mais desesperadora que a não informação”

Charles Caleb Colton (1780-1832)

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe “Dalira Maria da

Silva “ pela grande mulher que me dá

exemplo em todos os momentos da

minha vida.

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SUMÁRIO

Capitulo I – Custeio por absorção 09

Capitulo II – Custeio Variável 22

Capitulo III – Principais diferenças do sistema de custeamento variável e de

absorção. 27

Capitulo IV- Qual seria o melhor método adotado pela empresa? 29

Capítulo V – Conclusão 37

Bibliografia Consultada 38

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INTRODUÇÃO

Antes de começar a tratar especificamente sobre método de custeio

por absorção e o custeio variável vamos falar sobre o método de custeio em

um modo geral. Entende-se que o método de custeio é a forma pela qual os

custos são apropriados aos seus portadores finais. Este é o terceiro grande

caracterizador dos sistemas de custeio, referindo-se à separação dos custos

fixos e variáveis, ou do reconhecimento necessário dos seus comportamentos

diante de variação no grau de ocupação da entidade. A apropriação dos

custos aos seus portadores finais possa se dar de duas formas:

Alocação integral dos custos do ciclo operacional interno, a qual se

denomina de custeio por absorção.

Apropriação somente dos custos variáveis, à qual se nomeia de

custeio variável.

O custeio por absorção é o método vindo da aplicação dos princípios

de contabilidade geralmente aceitos. Constituem-se na apropriação de todos

os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os

gastos referentes à fabricação são divididos por todos os produtos feitos.

Resume-se que neste método apropriam-se todos os custos de produção,

sejam eles fixos, variáveis, diretos ou indiretos e tão somente os custos de

produção, aos produtos elaborados.

O custeio variável é assim chamado, pois ele trata da apropriação de

todos os custos variáveis sejam eles diretos ou indiretos. Ele também é

conhecido por custeio direto, porém este nome pode dar a impressão de que

só se apropriou os custos diretos, o que não é verdade.

Com base, no custeio variável só serão alocados aos produtos, os

custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do

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período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão os custos

variáveis.

O problema deste trabalho monográfico será: evidenciando as

vantagens e desvantagens entre os custeios variáveis e por absorção, qual

seria o melhor método adotado por determinada empresa?

O objetivo deste trabalho monográfico é mostrar entre os métodos de

custeio variável e por absorção qual é o mais eficiente. O custeio variável é o

método de custeio de estoque em que todos os custos de fabricação variáveis

são considerados custos inventariáveis. Todos os custos de fabricação fixos

são excluídos dos custos inventariáveis: eles são custos do período que

ocorreram. O custeio por absorção é o método de custeio de estoque no qual

todos os custos de fabricação, variáveis e fixos, são considerados custos

inventariáveis. Isto é, o estoque “absorve” todos os custos de fabricação.

Diante das definições, e do conhecimento das vantagens e desvantagens de

cada um, mostrar-se-á o método mais eficiente para determinada empresa.

Este trabalho restringe-se ao conhecimento dos conceitos e das

vantagens e desvantagens dos métodos de custeio variável e por absorção.

Este estudo irá utilizar o método dedutivo que segundo Viegas é

aquele que procede do geral para o particular, do princípio para a

conseqüência. , a dedução parte de uma afirmação de caráter geral. A partir da

analise das características vão se extraindo as conseqüências para todos os

casos a que se explica.

A sua tipologia quanto aos fins será uma pesquisa explicativa e

descritiva, considerando a necessidade de descrição e explicação de conceitos

teóricos pertinentes ao entendimento dos custeios variável e por absorção; E

quanto aos meios a pesquisa classifica-se em bibliográfica, pois serão

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utilizadas diversas publicações, tais como: livros, jornais, artigo, legislação e

sites da internet.

CAPITULO I

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

1.1 - Definição:

O processo evolutivo ocorrido nas empresas da Era Mercantilista

terminou com a revolução industrial e, a partir daí, a necessidade de melhores

informações contábeis passaram a ser cada vez mais relativos. Para atender a

essas necessidades surge, seguindo o método derivado da aplicação dos

princípios contábeis geralmente aceitos, o sistema de custeio tradicional ou por

absorção.

O custeio por absorção é o método de custeio que apropria os custos

diretos (mão-de-obra, matéria prima, etc.) e indiretos aos produtos, e,

considera as despesas, relativas à administração, vendas e financeiras, como

sendo do período.

Este sistema baseia-se num esquema básico cujo primeiro passo

consiste na separação do que é custo¹, do que é despesa². Feita a separação

entre o que é custo e o que é despesa, o passo seguinte consiste em dividir o

que for custo em custo direto e custo indireto. Os custos diretos (matéria

prima, mão-de-obra direta, etc.) são atribuídos de forma direta aos produtos e

os custos indiretos de fabricação são rateados, aos produtos, sob alguma base

de volume do tipo, por exemplo, MOD (mão-de-obra direta), área, hora/

máquina, etc.

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Neste sistema de custeio, as despesas relativas à administração, às

vendas e as financeiras não fazem parte dos custos dos produtos e são

absorvidas diretamente pela conta de resultados.

O custeio por absorção criado inicialmente sem departamentalização

tem nos CIF (custos indiretos de fabricação), alocação por uma base de

volume, que empregadas de maneiras diferentes e critérios nem sempre

ideais, propiciam resultados que podem levar à certas distorções. Como não

há forma perfeita de se fazer essa distribuição, podemos, no máximo, procurar,

entre as diferentes opções, uma que seja mais adequada às características do

processo de produção.

Para uma distribuição mais racional dos custos indiretos de fabricação,

a departamentalização passa a ser obrigatória no sistema de custos por

absorção. Com a departamentalização, os custos indiretos são rateados entre

dois grandes grupos: os que promovem qualquer tipo de modificação

diretamente sobre o produto e os que nem recebem o produto.

O primeiro grupo recebe o nome de departamento de produção e atua

sobre os produtos apropriando custos a eles, já que estes produtos passam

inclusive fisicamente por esse departamento. É também conhecido por

departamento produtivo. Fundição, usinagem, montagem e pintura são alguns

exemplos desses departamentos. O segundo grupo recebe o nome de

departamento de serviços, também é chamado de auxiliares, geralmente não

tem seus custos apropriados diretamente aos produtos, pois estes não passam

por ele. Este departamento presta serviços a outros e, por isto, seus custos

são transferidos para os que dele se beneficiam e que, após o rateio de seus

custos, transferem-nos ao departamento de produção que, por sua vez,

distribuem aos produtos. Como exemplo temos: manutenção, controle de

qualidade, almoxarifado, etc.

Ao dividir a empresa em departamentos produtivos e de serviços, o

que, aparentemente pode ser considerada uma tarefa fácil, pode ser um

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problema pelo fato de alguns departamentos não receberem fisicamente os

produtos, pois sua função é a de prestar serviços aos outros departamentos.

Para solucionar este problema, o critério mais utilizado é o de hierarquizar os

departamentos de serviços de forma que aquele que tiver seus custos

distribuídos não receba rateio de nenhum outro e o processo só termina

quando todos esses custos sejam rateados de tal forma que recaiam sobre os

departamentos de produção e destes para os produtos.

Nos primórdios da contabilidade industrial, os custos fixos não eram

relevantes e praticamente não havia necessidade de critérios de distribuição e

alocação de tais gastos aos diversos produtos da empresa. Com o tempo e a

crescente industrialização, criando atividades mais complexas e diferentes, os

gastos fixos e indiretos passaram a ter mais relevância dentro da empresa e

exigiram a apropriação de tais gastos aos demais custos diretos ou variáveis.

Como o sistema de custeio por absorção surgiu para atender às

necessidades das empresas para fins de avaliação de estoque (para

elaboração de demonstrações fiscais e financeiras) e para produzir

informações que auxiliem na decisão de estabelecer os preços dos produtos

ou serviços, e por ser um sistema derivado da aplicação dos princípios de

contabilidade geralmente aceitos, pois considera todos os gastos industriais

como relacionados ao produto, é o adotado pela contabilidade financeira e o

único aceito pelo fisco e pelas auditorias contábeis.

¹ Custos: são os valores gastos diretamente na aquisição/elaboração do

produto e/ou na execução de serviços.

² Despesas: são os valores gastos na comercialização de produtos/serviços e

administração das atividades empresariais

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1.2– Decomposição dos custos de produção no custeio por

absorção

1.2.1- Materiais Diretos

1.2.1.1 Custo de aquisição

Este custo engloba todos os gastos efetivamente incorridos para

colocação dos materiais em condição de uso, ou seja:

- O valor de aquisição dos materiais; neste valor devem estar incluídos

todos os impostos incidentes sobre a compra e excluídos os recuperáveis

(chamaremos esse valor de Compras Brutas);

- As despesas com fretes e seguros, se cobradas em separado do

valor dos materiais e arcadas pelo comprador.

Obs.: Devem ser deduzidos do custo de aquisição:

- Os descontos incondicionais obtidos e abatimentos sobre compras

concedidos pelo fornecedor

- As devoluções de compras (liquidas dos impostos recuperáveis)

OBS:

As despesas financeiras com a aquisição de materiais e os descontos

financeiros eventualmente obtidos neste tipo de operação são considerados

como despesas financeiras e receitas financeiras e nunca como custos ou

deduções de custos (contabilizadas diretamente contra o resultado).

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Custos de armazenagem dos materiais e os valores gastos com as

compras, tais como recepção, manuseio, entre outros, deveriam ser

apropriados aos custos dos materiais, mas normalmente na pratica são

tratados como custos indiretos de fabricação.

O custo de aquisição dos materiais pode ser contabilizado da seguinte

maneira:

COMPRAS BRUTAS

(+) FRETES E SEGUROS SOBRE COMPRAS

(-) ABATIMENTOS E DESCONTOS INCONDICIONAIS SOBRE

COMPRAS

(-) DEVOLUÇÕES DE COMPRAS

(=) CUSTO DE AQUISIÇÃO DOS MATERIAIS

EXEMPLO PRÁTICO:

A Cia Silva importou determinada matéria-prima no valor de

R$24.000,00. Sobre a importação incidiram ainda os seguintes custos, que

foram pagos à vista através de cheques de emissão da empresa:

Impostos de importação................................................................4.800,00

IPI..................................................................................................2.880,00

ICMS.............................................................................................5.520,00

Frete e seguro de transporte das mercadorias

Do porto até a fábrica ...................................................................1.200,00

Total do desembolso ...................................................................38.400,00

A empresa fabrica produtos sujeitos à incidência do IPI e do ICMS

O registro do custo de aquisição na conta de Materiais Diretos será:

Valor de aquisição ...................................................................24.000,00

(+) Tributos incidentes na compra ............................................13.200,00

(-) Tributos recuperáveis (ICMS e IPI) .....................................(8.400,00)

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(=) Compras Brutas ..................................................................28.800,00

Compras Brutas ...................................................................28.800,00

(+) Fretes e Seguros ................................................................... 1.200,00

(=) Custo de Aquisição ..............................................................30.000,00

Lançamentos:

Diversos

A Bancos C/Movimento ............................................38.400,00

Materiais Diretos ....................................30.000,00

ICMS a Recuperar .................................. 5.520,00

IPI a Recuperar ....................................... 2.880,00

Razonetes:

MATERIAIS DIRETOS ICMS A

RECUPERAR

30.000,00 5.520,00

IPI A RECUPERAR BANCOS C/MOVIMENTO

2.880,00 38.400,00

1.2.1.2 Perdas de Materiais

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Perdas Normais ou Anormais

As perdas normais de materiais são aquelas inerentes ao processo

produtivo e, por este motivo, fazem parte do custo do produto fabricado, pois

se constituem num sacrifício necessário para a obtenção do mesmo.

Assim, digamos que se na produção de um componente químico são

incorridas perdas de matérias primas em função de sua evaporação no

processo, será apropriado ao custo do produto à quantidade total de matéria-

prima utilizada e seu respectivo uso.

Porém as perdas anormais caracterizam-se por serem aleatórias e

involuntárias: por exemplo, perda de matérias-primas químicas em função de

uma inundação da fábrica. Neste caso, dá-se baixa no estoque do material

com contrapartida numa conta de resultado, já que não se trata de sacrifício

necessário à obtenção do produto.

Em alguns casos os materiais perdidos no processo produtivo podem

ter seu custo recuperado pela empresa. Se os itens perdidos tiverem

comercialização normal serão considerados subprodutos, do contrario sucatas.

1.3 Mão-de-obra

1.3.1Mão de obra direta (MOD)

Mão de obra direta (MOD) é o gasto relativo ao pessoal que trabalha

diretamente na produção, é um gasto cujo valor é apropriavel a este sem

necessidade de qualquer critério de rateio.

1.3.2 Mão de obra indireta (MOI)

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Os gastos relativos ao pessoal da produção que precisam de algum

critério de rateio para sua apropriação ao produto são chamados de mão de

obra indireta (MOI). São classificados também como MOI os gastos com o

pessoal de manutenção das máquinas, com o pessoal da limpeza da fábrica,

etc...

OBS: É importante lembrar que mesmo os gastos relativos com o

pessoal que trabalha na fabrica podem conter uma parcela classificada como

MOI. Por exemplo, se o operário fica determinado tempo ocioso, o custo

relativo a este tempo é classificado como MOI, por não estar ligado

diretamente a nenhum produto. Entende-se que a MOD quase sempre pode

ser classificada como custo variável, esteja ou não o operário trabalhando na

produção, já que o tempo ocioso não será considerado no cálculo da MOD.

A outros inúmeros gastos que são incorridos pela empresa em função

da mão de obra utilizada, estes gastos, não são classificados como mão de

obra direta e normalmente são debitados á conta Custos Indiretos de

Fabricação para fins de posterior rateio aos produtos, alguns desses gastos

são:

Aquisição de Vestuário adequado;

Vale Refeição ou gastos com restaurante próprio da empresa;

Transporte de pessoal;

Assistência Médica entre outros.

1.3.3Custos Indiretos de Fabricação

Todos os gastos que não se classificam como material direto ou mão

de obra direta são denominados Custos Indiretos de Fabricação (CIF).

Existem outras classificações como: Despesas Gerais de Produção;

Despesas Gerais de Fabricação, Despesas Indiretas de Fabricação, Gastos

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Gerais de Produção, Custos Gerais de Fabricação, Custos Gerais de Produção

entre outros.

Exemplos de Custos Indiretos de Fabricação:

Material Indireto

Mão de obra Indireta

Seguro da Fabrica

Energia elétrica

Depreciação das máquinas

Aluguel da Fábrica

1.4 – DEPARTAMENTALIZAÇÃO

É o agrupamento, de acordo com um critério específico de

homogeneidade, das atividades correspondentes recursos (humanos,

financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.

1.4.1Departamentalização por função:

As tarefas são agrupadas por função a serem executadas pela

organização.

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Vantagens:

Próprias para atividades repetitivas e especializadas

Tamanho e controle conforme as necessidades

Lógico, racional e comprovado.

Poder e prestígios localizados e estáveis

Especialização ocupacional e funcional

Segurança da tarefa bem executada

Definições claras e precisas de atividades

Maximização do uso de máquinas, ferramentas e equipamentos.

Desvantagens

Prazos e orçamentos não cumpridos por falta de inter-relacionamento

Crescimento e complexidade geram conflitos

Isolamento dos chefes e departamentos

Responsabilidade total da cúpula

Barreira à comunicação verbal

Visão limitada à parte e não ao conjunto

Presidência

Diretoria produção

Diretoria finanças

Diretoria marketing

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1.4.2 Departamentalização por processo:

Utilizados nas indústrias, pois divide a fabricação do produto em

função das operações.

Vantagens:

Atividades por área de produção

Atividades agrupadas em etapas

Especialização operacional

Comunicação imediata e ágil

Informações técnicas localizadas

Avaliação de custos e lucros precisos

Analise continua de resultados

Desvantagens:

Centralização das atividades

Visão dirigida e focal

Administração de materiais

Compras

Estoque

Expedição

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Perda do global para o focal

Flexibilidade limitada

Informações falseadas ou incompletas

Analises setorial

1.5- Vantagens e Desvantagens

Entre as vantagens considera-se que a mais óbvia vantagem do

custeio por absorção é que ele está de acordo com os Princípios

Fundamentais de Contabilidade (PFC) e as leis tributárias. Outra vantagem é

que ele pode ser menos custoso de implementar, pois ele não requer a

separação dos custos de manufatura nos componentes fixos e variáveis.

Segundo Leone:

“...as principais vantagens estão no fato de os resultados

pelo custeio por absorção serem aceitos para a

preparação de demonstrações contábeis de uso externo e

para obtenção de soluções de longo prazo , onde,

normalmente, as informações do custeio por absorção

são recomendadas.” (LEONE, 1997 , p.341)

O grande problema nesta forma de distribuição dos custos está na

apropriação dos custos indiretos, pois se pode chegar a valores de custos

diferentes e, conseqüentemente, custos totais também diferentes para cada

produto. Isto acaba provocando análises distorcidas, bem como diminui o grau

de credibilidade com relação às informações de custos. Para que este

problema seja amenizado, deve-se fazer uma análise criteriosa das diversas

alternativas de rateio e escolher a que traz consigo menor grau de

arbitrariedade.

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Ainda como desvantagem Wernke diz que:

“a fixação de preços com base nas informações prestadas

pelo custeio por absorção, poderá apresentar os

seguintes problemas básicos: Fixação de preços com

base em custos globais, considerados, aqueles de caráter

fixo que, por sua vez, sofrem variações em termos de sua

expressão unitária, dependendo do volume de produção

no período contábil objeto de apuração; fixação de preços

sem um conhecimento real da margem de contribuição

mais efetiva de cada produto vendido; fixação de preços

de forma menos eficiente, em termos de identificação do

mix mais adequado de produção e vendas, para fins de

otimização do resultado global; controle de custos fixos

em nível de produto especifico, através da utilização de

critérios de rateio, sem maior expressão para fins de

controle gerencial; aplicação de conceitos de custo médio

ponderado de materiais e produtos distorcendo uma

apuração mais precisa de custos e resultados, quando

registrados altos índices de inflação.” (WERNKE,2001,

p.30)

CAPITULO II

CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO

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2.1 – Definição

O custeio direto trata os custos indiretos de fabricação fixos como

custos do período e não como custos do produto. Por este método, são

considerados custos dos produtos apenas os custos variáveis.

Pela própria natureza dos custos indiretos, normalmente fixos

(invariabilidade), pela arbitrariedade em seus rateios e variação por unidade

em função de oscilações do volume global e por propiciar valores de lucro não

muito úteis para fins decisórias, este critério, alternativo ao custeio por

absorção, surge como solução complementar em que só são agregados aos

produtos seus custos variáveis, considerando-se os custos fixos como se

fossem despesas.

O sistema de custeio direto trouxe informações importantes como à

margem de contribuição (conceituada como a diferença entre receitas e soma

de custo e despesas variáveis) que tem a faculdade de tornar bem mais

facilmente visível a potencialidade de cada produto, mostrando como cada um

contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e, depois, formar o

lucro propriamente dito.

A aplicação da margem de contribuição também é de grande valia nas

tomadas de decisões com relação ao “mix” de produção e à aceitação de

venda a preços menores que o custo total unitário de um produto (dumping),

para aproveitamento de capacidade ociosa. Outras informações importantes

geradas pelo sistema de custeio direto, através da análise custo-volume-lucro,

são o ponto de equilíbrio, a margem de segurança e a alavancagem

operacional.

O ponto de equilíbrio também denominado ponto de ruptura mostra a

capacidade mínima que a empresa deve operar para não ter prejuízo.

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Ele pode ser representado por pelo menos três maneiras: ponto de

equilíbrio contábil, quando receitas menos custos e despesas totais dão

resultado nulo; ponto de equilíbrio econômico, quando também é considerada

a recuperação do capital investido; e ponto de equilíbrio financeiro, quando é

deduzida a depreciação contida nos custos fixos e somada a amortização das

dívidas.

A margem de segurança indica o quanto à empresa pode ter de

redução em sua receita sem entrar na faixa de prejuízo e a alavancagem

operacional mede quantas vezes o lucro aumenta com o aumento da

produção.

2.2 – Vantagens e Desvantagens

Como vantagens podemos citar:

O custo dos produtos é mensurável objetivamente, pois não sofrerão

processos arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns;

O lucro liquido não é afetado por mudanças de aumento ou diminuição

de inventários;

Os dados necessários para analise das relações custo-volume-lucro

são rapidamente obtidos do sistema de informações contábil;

É o mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento

dos produtos sob o custeio variável, pois os dados são próximos da fabrica e

de sua responsabilidade, possibilitando a correta avaliação de desempenho

setorial;

O custeamento variável é totalmente integrado com o custo padrão e o

orçamento flexível, possibilitando o correto controle de custos;

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O custeamento variável constitui um conceito de custeamento de

inventário que corresponde diretamente aos dispêndios necessários para

manufaturar os produtos;

O custeamento variável possibilita mais clareza no planejamento do

lucro e na tomada de decisão.

O custeamento variável apresenta a margem de contribuição de

imediato.

A geração de informações para a administração, quando se deseja

saber, com segurança, quais produtos, linhas de produto, departamento,

territórios de vendas, clientes e outros segmentos (ou objetivos) que são

lucrativos e onde a contabilidade de custos deseja investigar os efeitos inter-

relacionados das mudanças existentes nas quantidades produzidas e

vendidas, nos preços e nos custos de despesas;

O orçamento flexível se destaca como produto paralelo no uso do

custeio variável;

É facilmente acoplado aos demais sistemas de custos;

Os custos periódicos não se “escondem” nos estoques de produtos fabricados

e em andamento, fazendo com que as figuras de lucros sejam ilusórias.

As vantagens proporcionadas pelo custeio variável são basicamente

com relação à produção de informações para a tomada de decisão.

Do custeio variável tira-se a margem de contribuição, que vem a ser o

valor da diferença entre o preço de venda e o custo do produto. Essa margem

é utilizada para responder a vários questionamentos importantes dentro do

processo decisório.

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Outra vantagem do custeio variável é a não adoção de critérios de

rateio para apropriação dos custos fixos, já que esses são considerados como

despesas do período.

E como desvantagem:

A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques

causa a sua sub-avaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do

período;

Na pratica, a separação de custos fixos e variáveis não é tão clara

como parece, pois existem custos semi-variáveis e semi-fixos, podendo no

custeamento direto incorrerem problemas semelhantes de identificação dos

elementos de custeio;

O custeio direto é um conceito de custeamento e analise de custos

para decisões de curto prazo, mas subestima os custos fios, que são ligados à

capacidade de produção e de planejamento de longo prazo, podendo trazer

problemas de continuidade para a empresa;

O trabalho de análise das despesas e custos em fixos e variáveis é

caro e demorado. É recomendado que sempre haja estudos de custos x

benefícios;

Os resultados do custeio variável não são aceitos para a preparação

de demonstrações contábeis de uso externo;

As informações do custeio variável são bem aplicadas em problemas

cujas soluções são de curto alcance no tempo. Para ter soluções de longo

prazo, geralmente as informações do custeio variável não são recomendadas.

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2.3 – Aplicabilidades do custeio variável

O critério do custeamento variável pode ser aplicado a qualquer tipo de

sistema de acumulação de custos e a qualquer tipo de sistema de controle das

operações através dos custos.

O custeamento variável é também aplicado com o mesmo resultado

positivo a qualquer tipo de negócio e a qualquer segmento ou atividade desse

negócio.

De acordo com Leone (2000 ) os procedimentos básicos necessários

para a implantação do critério do custeio variável são os seguintes:

Definir o segmento da empresa cujos custos serão determinados

segundo a filosofia do critério do custeio direto.

Identificar as receitas obtidas pelo segmento.

Identificar todos os custos e despesas necessárias à obtenção das

receitas.

Caso julgue conveniente, aplicar o critério da classificação ABC para

identificar os custos e as despesas mais significativas.

Eleger o parâmetro operacional básico que influencie tanto as

despesas e custos como as receitas.

Definir o comportamento dos custos e despesas mais significativos

diante da variabilidade do parâmetro relacionado como base de atividade.

Os custos fixos não serão inventariados, isto é, não serão debitados ao

custo de operação do segmento estudado.

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Os custos variáveis serão inventariados, isto é, serão debitados ao

custo dos segmentos estudados.

Os registros contábeis deverão registrar perfeitamente essa

classificação de custos.

Os resultados, quando apurados, deverão produzir a Contribuição

Marginal que é a diferença resultante da operação “receitas menos custos

variáveis diretos”

CAPITULO III

PRINCIPAIS DIFERENÇAS DO SISTEMA DE

CUSTEAMENTO VARIÁVEL E DE ABSORÇÃO

O custeio variável e o custeio por absorção se diferenciam em um

aspecto, o de como estudar os custos de fabricação indiretos e fixos. No

custeio variável, eles são retirados dos custos dos estoques e compõem o

custo do período em que incorrem. No custeio por absorção, eles são custos

dos estoques inventariáveis e se transformam em despesas somente quando

ocorre uma venda.

A demonstração de resultado no custeio variável guia-se pelo modelo

da margem de contribuição. Já a demonstração de resultado segundo o

custeio por absorção baseia-se no exemplo da margem bruta.

No custeio variável, o lucro operacional apurado é predominado por

variações nos níveis unitários das vendas; e, no custeio por absorção, por

variações nos níveis unitários não só de produção, mas também no de vendas.

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Há apenas um ponto de equilíbrio e um demonstrativo de resultado

elaborado de acordo com o custeio variável. Contudo, pode haver vários

pontos de equilíbrio com um demonstrativo de resultado criado de acordo com

o custeio por absorção; há várias combinações de custos fixos, margem de

contribuição unitária, vendas unitárias, produção unitária e nível de

denominador que produzem lucro operacional nulo.

O custeio por apropriação de materiais diretos considera todos os

custos, exceto aqueles relativos aos materiais diretos variáveis, como custos

do período em que nele incorreram. Ele produz percentual de custos de

fabricação que são levados ao estoque menor do que o custeio variável ou

custeio por absorção.

Quando o custeio por absorção é usado, os responsáveis podem

aumentar o lucro operacional pela produção para estoque, mesmo quando não

há procura imediata para a produção extra. Os críticos do custeio por

absorção citam isso como a mais importante conseqüência negativa no

tratamento do custo de fabricação indireto e fixo como custo do produto. Tais

conseqüências podem ser destacadas pela utilização de variáveis financeiras e

não financeiras na analise do desempenho.

O nível de denominador escolhido para o custo de fabricação indireto e

fixo pode atingir muito os totais apurados do estoque e do lucro operacional.

Em alguns casos, pode atingir também a formação do preço e inibir o

reembolso. Os níveis de denominador voltados para a capacidade de

produção de uma instalação são as capacidades teóricas e prática; os que

focalizam a necessidade de produção que a fábrica pode atender é a utilização

normalizada e a utilização prevista.

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CAPITULO IV

QUAL SERIA O MELHOR METÓDO ADOTADO PELA

EMPRESA?

Observando em separado, os métodos de custeio pode-se analisar que

enquanto o de absorção atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade

e à legislação fiscal, a variável fornece informações para a tomada de decisão.

É claro que o uso dos métodos de custeio vai variar de acordo com os

objetivos da empresa, por exemplo, se a empresa só tiver como objetivo

respeitar os princípios fundamentais de contabilidade e a legislação fiscal, sem

utilizar as informações prestadas pela contabilidade de custos para a tomada

de decisões, adotará o custeio por absorção. Caso contrário, se a empresa usa

as informações para a tomada de decisões, poderá adotar de forma

complementar, o custeio variável.

Toda empresa, além de adquirir informações gerenciais necessárias

para os aspectos decisórios, precisa também mostrar seus resultados e

estoques, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e a

legislação fiscal.

Para chegar a esses dois objetivos, a empresa tende a adotar métodos

de custeio opostos, cada um para atender diferentes finalidades. Observa-se

que, apesar de os métodos serem contrários, a empresa pode utilizar os dois

métodos de forma complementar para a satisfação completa dos objetivos. De

acordo com Martins (1993) nem a Auditoria Externa nem a legislação fiscal

impedem a adoção de critérios durante o ano diferentes dos adotados nas

demonstrações contábeis de final de exercício. A Consistência é obrigatória

entre as demonstrações de fim de cada exercício.

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Nessa situação a empresa poderia fazer uso do custeio variável

durante o ano e, no final, fazer lançamentos de ajuste ao custeio por absorção.

Poder-se ainda adotar um método alternativo fazendo uma fusão das

vantagens de cada método. Por exemplo, no variável, é a margem de

contribuição e na absorção, é o respeito aos princípios de contabilidade e a

legislação fiscal.

Para tal precisaríamos de duas coisas: primeiro a distinção no plano

de contas dos custos de fabricação e dos estoques em variáveis e fixos:

depois inventariar os custos fixos não os considerando como despesas no

período. Dessa forma, seria possível visualizar, nos demonstrativos externos,

as margens de contribuição, sem desrespeitar os PFC e a legislação fiscal.

A principal da diferença entre os custeios variáveis e por absorção para

efeito de demonstrativo contábil é a contabilização dos custos de fabricação

fixos. Para os usuários do custeio variável os custos fixos dizem respeito à

capacidade de produção e não à produção em si. E por este motivo, esses

custos são vistos como despesas no período. É aí que o custeio variável passa

a infringir os PFC e a legislação fiscal, não sendo aceito para demonstrativos

externos. Para isso não acontecer, devem-se inventariar os custos fixos ao

estoque, para fazê-lo existem duas alternativas:

A) Dividir os custos fixos pela quantidade total produzida pela empresa,

não importando quantos tipos de produtos diferentes tenha se produzido no

período. Desta maneira, iria diferenciar-se dos métodos de rateio atribuídos na

apropriação dos custos fixos aos produtos, e poder-se-ia inventariar tais custos

com o titulo de: estoques fixos ou produtos acabados fixos. Como exemplo,

vamos considerar que uma empresa tenha produzido 2000 unidades de X e

2000 unidades de Y e que, para atingir essa produção, ela incorresse num

custo fixo de R$2.000,00. Neste caso, o valor do custo seria dividido pela

produção total (4.000 unidades), perfazendo um custo fixo por unidade

produzida de R$0,50 (2.000/4000).

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Esse custo fixo por unidade produzida seria estocado separadamente

do custo variável por unidade e teria como único objetivo o controle dos custos

fixos que seriam baixados, quando da saída dos produtos.

B) Dividindo os custos fixos pela capacidade produtiva da empresa e

inventariando somente a quantidade produzida no período, contabilizando a

diferença entre a capacidade produtiva e o que foi produzido como despesa.

Se, por exemplo, a empresa tem uma capacidade produtiva de 2000

unidades/mês e custos fixos/mês de R$1000, então, cada unidade produzida

incorreta nem custo fixo de R$0,50 (1000/2000). Se essa empresa, em

determinado mês, produzisse apenas 500 unidades, R$250,00 (500uxR40,50),

seria inventariado como custo fixo e o restante , R$750 (1500 x R$0,50) seria

contabilizado como despesa. Essa alternativa parece mais justa, pois só iria

para o estoque o que realmente foi consumido da capacidade produtiva da

empresa, sendo o restante, não consumido, considerado como despesa do

período.

Porém, talvez não fosse aceito pela legislação fiscal, já que diminuiria

a antecipação do imposto de renda em virtude da contabilização de parte dos

custos fixos como despesa. Seria um meio termo.

Se os defensores do variável consideram os custos fixos como custos

gerados pela capacidade de produção da fabrica, por que então não perguntar

quanto dessa capacidade pertenceria a cada produto fabricado? A resposta da

pergunta seria dada pela adoção dessa segunda alternativa.

Usando-se qualquer uma das opções, poderia visualizar nos

demonstrativos externos a margem de contribuição sem, no entanto, infringir

os PFC e a legislação fiscal. Como exemplo, vamos trabalhar com a seguinte

hipótese, considerando, apenas a adoção da primeira alternativa.

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Uma indústria, elaborando um único produto, tem a seguinte

movimentação:

Período Produção em

unid.

Venda em unid. Estoque final

1º ano 60 40 20

2º ano 50 60 10

3º ano 70 50 30

4º ano 40 70 -

Constituem os custos de produção:

Custos Variáveis R$30/ano

Matéria-prima R$20/U

Energia 6/u

Materiais indiretos 4/u

Custos fixos R$2100/ano

Mão-de-obra R$1300/ano

Depreciação e Impostos 400/ano

Manutenção 300/ano

Diversos 100/ano

A indústria apropria seus custos pelo Custeio por Absorção e avalia

seus estoques à base do PEPS. As Demonstrações de Resultado e fixação

dos valores dos estoques finais para cada ano são obtidas da seguinte forma:

1º ano

Vendas : 40 u x R$75/u=

Custo dos Produtos vendidos:

R$3000

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Custos de Produção

Custos variáveis = 60 u x R$30/u

Custos fixos

R$1800

R$2100

Custo de Produtos Acabados R$3900

(-) Estoque Final de Produtos

Acabados

Variáveis: R$30/u x 20 u=

Fixos: R$2100 x 20 u = R$35/u x

20 u

60 u

(R$600)

(R$700)

(R$1300

)

Custos dos Produtos Vendidos (CPV) R$(2600)

LUCRO BRUTO R$ 400

2º ANO

Vendas : 60 u x R$75/u=

Custo dos Produtos vendidos:

Custos de Produção

R$4.500

Custos variáveis = 50 u x R$30/u

Custos fixos

R$1.500

R$2.100

Custo de Produtos Acabados R$3.600

(+) Estoque Inicial de Produtos

Acabados

R$1.300

(-)Estoque Final:

Variáveis: R$10/u x 30 u=

Fixos: $2100 x 10 u = R$42/u x

10 u

50 u

(R$320)

(R$420)

(R$720)

Custos dos Produtos Vendidos (CPV) R$ (4.180)

LUCRO BRUTO R$320

3º ANO

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Vendas : 50 u x R$75/u=

Custo dos Produtos vendidos:

Custos de Produção

R$ 3.750

Custos variáveis = 70 u x R$30/u

Custos fixos

R$2.100

R$2.100

Custo de Produtos Acabados R$4.200

(+) Estoque Inicial de Produtos

Acabados

R$ 720

(-) Estoque final:

Variáveis: R$30/u x 30 u=

Fixos: R$2100 x 30 u = R$30/u x

30 u

70 u

(R$900)

(R$900)

(R$1800

)

Custos dos Produtos Vendidos (CPV) R$3.120)

LUCRO BRUTO R$ 630

4º ANO

Vendas : 70 u x R$75/u=

Custo dos Produtos vendidos:

Custos de Produção

R$ 5.250

Custos variáveis = 40 u x R$30/u

Custos fixos

R$1.200

R$2.100

Custo de Produtos Acabados R$3.300

(+) Estoque Inicial de Produtos

Acabados

R$1.800

(-) Estoque final -0-

Custos dos Produtos Vendidos (CPV) R$ (5.100)

LUCRO BRUTO R$ 150

RESUMO DOS RESULTADOS PELO CUSTEIO ALTERNATIVO

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1º ano

(R$)

2º ano (R$) 3º ano (R$) 4º ano (R$) TOTAL (R$)

Vendas 3.000 4.500 3.750 5.250 16.500

(-) CPV

Variável

(1.200) (1.800) (1.500) (2.100) (6.600)

= Margem de

Contribuição

1.800 2.700 2.250 3.150 9.900

(-) CPV fixo (1.400) (2.380) (1.620) (3.000) (8.400)

Lucro Bruto 400 320 630 150 1.500

Estoque final

Variável

600 300 900 - -

Estoque final

fixo

700 420 900

No Balanço Patrimonial do 1º ano, as informações quanto às estoques

seriam as seguintes:

Ativo Circulante

Caixa.................... 1000

Bancos................. 700

Estoques:

Variáveis............ 600

Fixo .................... 700

TOTAL............... 3000

Além do conhecimento quanto à margem de contribuição pela

demonstração de resultado, o usuário externo ficaria sabendo quanto de custo

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fixo estaria estocado até aquele período, podendo observar qual seria o

impacto da apropriação desses custos no resultado, se fossem usados como

despesa e quanto à empresa estaria antecipando de imposto de renda

devidamente.

CAPITULO V

CONCLUSÃO:

Diante a avaliação dos dois métodos, identifica-se que não existe o

melhor método de custeio, pois cada um satisfaz necessidades empresariais

diferentes e importantes. As informações geradas por eles seriam

complementares para a satisfação dessas necessidades. Pelo custeio por

absorção, a empresa estaria de acordo com os PFC e a legislação fiscal,

podendo utilizá-lo na elaboração dos demonstrativos contábeis externos. Pelo

custeio variável, a empresa teria informações importantes para tomadas de

decisão, com a utilização da margem de contribuição e elaboração de

relatórios gerenciais internos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHEVITARESE, S. Contabilidade Industrial. 7ª ed. Rio de Janeiro: Getulio Vargas, 1998. HORNGREN, C; Foster, G; Datar, S. Contabilidade de Custos. 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. NEVES, Silvério da. ; Viceconti, Paulo Eduardo Vilchez. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo. 6ª ed. São Paulo: Frase Editora, 2000.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

FRASE 4

DEDICATÓRIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

CUSTEIO POR ABSORÇÃO 9

1.1 – Definição 9

1.2 – Decomposição dos custos de produção no custeio

Por absorção 11

1.2.1 – Materiais diretos 11

1.2.1.1 – Custo de Aquisição 11

1.2.1.2 - Perda de Materiais 14

1.3 – Mão de Obra 15

1.3.1 – Mão de Obra Direta (MOD) 15

1.3.2 – Mão de Obra Indireta (MOI) 15

1.3.3 – Custos Indiretos de Fabricação 16

1.4 – Departamentalização 17

1.4.1 – Departamentalização por função 17

1.4.2 – Departamentalização por processo 18

1.4.3 – Vantagens e Desvantagens 20

CAPITULO II

CUSTEIO VARIAVEL E DIRETO 21

2.1 – Definição 21

2.2 – Vantagens e Desvantagens 23

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2.3 – Aplicabilidade do Custeio Variável 25

CAPITULO III

PRINCIPAIS DIFERENÇAS DO SISTEMA DE CUSTEAMENTO VARIAVEL E

DE ABSORÇÃO 27

CAPITULO IV

QUAL SERIA O MELHOR MÉTODO ADOTADO PELA EMPESA? 28

CONCLUSÃO 36

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA 37

ÍNDICE 38

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: COMPARAÇÃO ENTRE O CUSTEIO VARIAVEL E O

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Autor: LUANDA DA SILVA

Data da entrega: 13/09/2010

Avaliado por: Conceito: