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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE OPORDUNIDADE EMPRESARIAL COM GESTÃO AMBIENTAL Por: Lio Sérgio Pereira da Costa Orientador: Luiz Claudio Lopes Alves D.Sc. Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

OPORDUNIDADE EMPRESARIAL COM GESTÃO

AMBIENTAL

Por: Lio Sérgio Pereira da Costa

Orientador: Luiz Claudio Lopes Alves D.Sc.

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

OPORTUNIDADE EMPRESARIAL COM GESTÃO

AMBIENTAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Engenharia da Produção. Por: Lio Sérgio Pereira da Costa

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AGRADECIMENTOS

Aos nobres amigos. Fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixe que a vida passe em branco e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.... “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos”. Vinicius de Moraes

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha mulher Thays, que com seu amor, carinho, e paciência incentivou-me a voltar à vida acadêmica e deu amparo a esta travessia. Quero também dedicar aos meus filhos Sérgio Ricardo e Diego Ricardo, que apesar de tão jovens, demonstram coragem, perseverança e espírito guerreiro em tudo que se dedicam a fazer. Minha família é o maior bem, que Deus me deu.

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RESUMO

Esta monografia tem por tema “Oportunidade Empresarial com Gestão

Ambiental” e seu objetivo principal é o de analisar as tendências e suas vantagens para

as empresas que buscam qualidade usando padronização ambiental no sistema de

gerência em seus negócios.

As empresas que utilizam os procedimentos da Gestão Ambiental através da

conscientização ecológica asseguram os lucros, controlam custos eliminando

desperdícios e ineficiências, valorizam os resíduos e maximizam a reciclagem, investem

em melhorias de processo e da qualidade, adiantam-se às Leis vigentes e antecipam-se

às Leis vindouras, projetando uma imagem moderna para a empresa, tornando-a

competitiva e atualizada, diante de um cenário de mercado cada vez mais exigente e

comprometida com o meio ambiente.

Neste contexto surge, então, a necessidade de se buscar o desenvolvimento

sustentável e aprimorar-se a visão sistêmica em ações que proporcionem melhor

qualidade de vida aos cidadãos, que em face à crescente concorrência global, as

expectativas dos clientes não se restringem à procura de um determinado nível de

qualidade ao menor custo. Eles estão bem informados e predispostos a comprar e usar

produtos que respeitem o ambiente.

Objetivando suas sustentabilidades, implantam mecanismos de gestão ambiental

com tal seriedade que envolve o comprometimento de toda alta administração. Com isso

alavanca-se uma estratégia competitiva, englobando seu papel social, que acabará por

vencer o desafio de um desenvolvimento sustentável.

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SUMÁRIO

Página

INTRODUÇÃO..............................................................................................................8

CAPÍTULO I - OPORTUNIDADE EMPRESARIAL COM GESTÃO AMBIENTAL.10

1.1 - Meio Ambiente e Marketing......................................................................................10

1.2 – Consciência Ecológica como Vantagem Empresarial..............................................12

CAPÍTULO II – A GESTÃO AMBIENTAL..............................................................16

2.1 – Procedimentos da Gestão Ambiental......................................................................16

2.2 – Tendências da gestão ambiental na empresa..........................................................18

2.2.1 – Tendência na Pró-Atividade...............................................................................18

2.2.2–Tendência da Integração do Meio Ambiente, da Qualidade e da Segurança

Trabalhista.....................................................................................................................19

2.2.3 – Caráter transcendente da função........................................................................19

CAPÍTULO III – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL....................................20

3.1 – Padronização Ambiental do Sistema de Gerência.................................................21

3.1.1. – ISO 14001..........................................................................................................22

3.1.2. – BS 7750..............................................................................................................23

3.1.3 – EMAS..................................................................................................................23

3.2. – Benefícios do Sistema de Gestão Ambiental.........................................................24

3.3 – Avaliação do Ciclo de Vida e Rotulagem Ambiental vantagem para todos..........25

3.3.1 – O que é a Avaliação de Ciclo de Vida?..............................................................25

3.3.2 - Avaliação do Impacto Ambiental........................................................................29

CAPÍTULO IV – COMPETITIVIDADE AMBIENTAL.........................................31

4 1 – A Gestão Ambiental como Vantagem Competitiva...............................................31

4.2 – Vantagens competitivas com a implantação de Sistemas de Gestão Ambiental. . 32

4.3 – Fatores que Podem Determinar a Vantagem Competitiva da Gestão Ambiental..34

4.3.1 - Atendimento dos Interesses dos Stakeholders....................................................35

4.3.2.- Diferenciação do Produto....................................................................................36

4.3.3. - Garantia de Mercado..........................................................................................36

4.3.4.- Otimização dos Custos........................................................................................37

4.4 – Tipos Genéricos de Estratégia Ambiental Corporativa......................................... 38

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CONCLUSÃO..............................................................................................................42

BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................43

ANEXOS

Figura 2.1: Mudanças na empresa através da conscientização ambiental...........17

Figura 3.2 – Gestão Ambiental ISO 14000.................................................................22

Figura 3.3 – Representação do Processo....................................................................27

Figura 3.4 – Fluxograma do Processo........................................................................28

Figura 4.5 - Tipos Genéricos de Estratégia Ambiental Corporativa.......................38

Tabela 1.1 – A Transição dos Anos 90 Rumo a uma Consciência Ambiental.........14

ÍNDICE...........................................................................................................................45

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INTRODUÇÃO

A gestão ambiental vem ganhando um espaço crescente no meio empresarial. O

desenvolvimento da consciência ecológica em diferentes camadas e setores da

sociedade mundial acaba por envolver também o setor empresarial. Naturalmente, não

se pode afirmar que todos os setores empresariais já se encontram conscientizados da

importância da gestão responsável dos recursos naturais.

A empresa que não buscar adequar suas atividades ao conceito de

desenvolvimento sustentável está fadada a perder competitividade em curto ou médio

prazo.

Muitas vezes os investimentos em gestão ambiental são direcionados por fatores

competitivos, mas existem fatores diversos que determinam à realização de

investimento em gestão ambiental por parte de empresas, dependendo de sua realidade.

Assim, o empresário e o investidor, que antes viam a gestão ambiental como mais um

fator de aumento de custos do processo produtivo, se depara com vantagens

competitivas e oportunidades econômicas de uma gestão responsável dos recursos

naturais.

O Sistema de Gestão Ambiental permite que a organização atinja o nível de

desempenho ambiental por ela determinado e promova sua melhoria contínua ao longo

do tempo. Consiste, essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando à

eliminação ou minimização dos impactos ao meio ambiente, por meio de ações

preventivas ou medidas mitigadoras.

Neste contexto, este trabalho busca evidenciar a importância da Gestão

Ambiental na empresa, apresentando-se como fonte de estratégia competitiva e também

na construção da imagem corporativa.

A responsabilidade empresarial em relação ao meio ambiente deixou de ser

apenas uma postura diante das imposições para se transformar em atitudes voluntárias,

superando as próprias expectativas da sociedade. Compreender essa mudança de

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paradigma é vital para a competitividade, pois o mercado está, a cada dia, mais aberto e

competitivo, fazendo com que as empresas tenham que se preocupar com o controle dos

impactos ambientais. Este cenário que, a princípio, parece colocar as organizações em

xeque, no que diz respeito as suas relações com a natureza, deve ser encarado como

uma oportunidade para que elas passem a implementar práticas sustentáveis de

gerenciamento, não apenas como uma postura reativa a exigências legais ou pressões de

grupos ambientalistas, mas sim com a intenção de obter vantagens competitivas. Os

Sistemas de Gestão Ambiental vêm se tornando um grande aliado das organizações que

buscam manter seus processos, aspectos e impacto ambiental sob controle.

No primeiro capítulo apresento a Gestão Ambiental como ferramenta de auxílio, aqueles

que buscam uma forma de reduzir custos, mitigar desperdícios e melhorar sua imagem

diante dos acionistas, com adoção de uma política de preservação e não agressão ao

meio ambiente.

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CAPÍTULO I

OPORTUNIDADE EMPRESARIAL COM GESTÃO AMBIENTAL

1.1 - Meio Ambiente e Marketing

O fator ambiental vem mostrando a necessidade de adaptação das empresas e

conseqüentemente direciona novos caminhos na sua expansão. As empresas devem

mudar seus paradigmas, mudando sua visão empresarial, objetivos, estratégias de

investimentos e de marketing, tudo voltado para o aprimoramento de seu produto,

adaptando-o à nova realidade do mercado global e corretamente ecológico.

O paradigma atual de desenvolvimento é um modelo meramente capitalista,

que visa ao lucro máximo. Portanto, o crescimento econômico em si gera bem-estar à

sociedade, e o meio ambiente é apenas um bem privado, no que se refere à produção e

descarte dos seus resíduos. Dentro desse processo, ao longo dos últimos 30 anos, pode-

se afirmar que os recursos naturais são tratados apenas como matéria-prima para o

processo produtivo, principalmente no processo produtivo industrial. O que aconteceu é

que este modelo, da maneira como foi idealizado, não é sustentável ao longo do tempo.

Ficou claro que os recursos naturais eram esgotáveis, e, portanto, finitos, se mal

utilizado. Assume-se que as reservas naturais são finitas, e que as soluções ocorrem

através de tecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se atender às

necessidades básicas usando o princípio da reciclagem. Este novo modo de pensar

apareceu, em grande parte, a partir dos resultados da Rio-92, onde a noção de

Desenvolvimento Sustentável se alastrou e se estruturou. Porém, o que a noção e os

conceitos de sustentabilidade trazem como novo desafio são os caminhos para a Gestão

Ambiental.

As questões sociais e ambientais são reunidas e passam a ser ainda mais

exigidas no conceito de sustentabilidade. Para Gray (2003) é um conceito difícil de

aplicar em qualquer corporação individual. Ele é basicamente um conceito global. Mas

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isto não significa que não tenha aplicação em corporações – como, na verdade, um

número cada vez maior de empresas e grupos de pressão/solucionadores de problemas

corporativos está rapidamente reconhecendo.

Essa conscientização nos conduzirá ao desenvolvimento sustentável, definido

no Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), elaborado pela Comissão Mundial do

Meio Ambiente e Desenvolvimento (1988), como “aquele que atende as necessidades

do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas

próprias necessidades”.

Para Callenbach (1993), a administração ambiental está associada à idéia de

resolver os problemas ambientais em benefício da empresa. Ela carece de uma

dimensão ética, e suas principais motivações são a observância das leis e a melhoria da

imagem da empresa. Já o gerenciamento ecológico é motivado por uma ética ecológica

e por uma preocupação com o bem-estar das futuras gerações. Seu ponto de partida é

uma mudança de valores na cultura empresarial.

Quanto ao gerenciamento ecológico, Capra apud Callenbach (1993) diz que

envolve a passagem do pensamento mecanicista para o pensamento sistêmico. Um

aspecto essencial dessa mudança é que a percepção do mundo como máquina cede lugar

à percepção do mundo como sistema vivo. Essa mudança diz respeito à nossa percepção

da natureza, do organismo humano, da sociedade e, portanto, também à nossa percepção

de uma organização de negócios.

Neste sentido, Sá (2002) refere que há uma consciência social em marcha, cuja

formação se acelera e que condena a especulação gravosa da riqueza e o uso inadequado

de utilidades, como fatores de destruição do planeta e como lesão à vida dos entes que

povoam o mundo.

Esse novo paradigma precisa ser acompanhado por uma mudança de valores,

passando da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade, da

denominação para a parceria.

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Bertalanffy (1977), com sua Teoria Geral dos Sistemas, enfatiza que tudo está

unido a tudo e que cada organismo não é um sistema estático fechado ao mundo

exterior, mas sim um processo de intercâmbio com o meio circunvizinho, ou seja, um

sistema aberto num estado quase estacionário, onde materiais ingressam continuamente

vindos do meio ambiente exterior e neste são deixados materiais provenientes do

organismo.

Segundo Bateson (1987), um sistema vivo não se sustenta somente com a

energia que recebe de fora, mas fundamentalmente pela organização da informação que

o sistema processar.

As empresas, para Capra apud Callenbach (1993), são sistemas vivos, cuja

compreensão não é possível apenas pelo prisma econômico. Como sistema vivo, a

empresa não pode ser rigidamente controlada por meio de intervenção direta, porém,

pode ser influenciada pela transmissão de orientações e emissão de impulsos. Esse novo

estilo de administração é conhecido como administração sistêmica.

1.2 – Consciência Ecológica Como Vantagem Empresarial Para Winter apud Callenbach (1993), seis são as razões pelas quais todo administrador

ou empresário responsável deve implementar os princípios da administração com

consciência ecológica em sua companhia:

• Sobrevivência humana – sem empresas com consciência ecológica, não

poderemos ter uma economia com consciência; sem uma economia com consciência

ecológica, a sobrevivência humana estará ameaçada.

• Consenso público – sem empresas com consciência ecológica, não haverá

consenso entre o povo e a comunidade de negócios; sem esse consenso, a economia de

mercado estará politicamente ameaçada.

• Oportunidades de mercado – sem administração com consciência ecológica,

haverá perda de oportunidades em mercados em rápido crescimento.

• Redução de riscos – sem administração com consciência ecológica, as empresas

correm o risco de responsabilização por danos ambientais, que potencialmente

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envolvem imensas somas de dinheiro, e de responsabilização pessoal de diretores,

executivos e outros integrantes de seus quadros.

• Redução de custos – sem administração com consciência ecológica, serão

perdidas numerosas oportunidades de reduzir custos.

• Integridade pessoal – sem administração com consciência ecológica, tanto os

administradores como os empregados terão a sensação de falta de integridade pessoal,

sendo, assim, incapazes de identificar-se totalmente com seu trabalho.

Alguns setores já assumiram tais compromissos com o novo modelo de

desenvolvimento, ao incorporarem, nos modelos de gestão, a dimensão ambiental.

A gestão de qualidade empresarial passa pela obrigatoriedade de que sejam

implantados sistemas organizacionais e de produção que valorizem os bens naturais, as

fontes de matéria-prima, as potencialidades do quadro humano criativo, as comunidades

locais, e devem iniciar o novo ciclo, onde a cultura do descartável e do desperdício seja

coisa do passado. Atividades de reciclagem, incentivo à diminuição do consumo,

controle de resíduo, capacitação permanentes dos quadros profissionais, em diferentes

níveis e escalas de conhecimento, fomento ao trabalho em equipe e às ações criativas

são desafios-chave neste novo cenário.

Estes processos de produção de conhecimento têm oportunizado as práticas

positivas e pró-ativas, que sinalizam o desabrochar de métodos e de experiências que

comprovam, mesmo que em um nível ainda pouco disseminado, a possibilidade de fazer

acontecer e tornar real o novo, necessário e irreversível, caminho de mudanças.

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Tabela 1.1 – A transição dos anos 90 para uma consciência ambiental

Visão Dominante Visão da Ecologia Profunda

Domínio sobre a natureza Harmonia com a natureza é essencial

Meio ambiente natural é visto,

principalmente, como fonte de recursos

para pessoas e indústrias

Toda natureza tem um valor intrínseco, não

somente como “recursos”

Crescimento na produção industrial e no

consumo de energia e recursos naturais

para satisfazer o crescimento populacional

Todas as espécies foram criadas iguais

Crença de que os recursos são infinitos Os recursos da terra são limitados,

impondo limites reais ao crescimento

Progresso tecnológico continuará a

produzir soluções para todos os problemas

Tecnologia deve ser apropriada, tanto em

termos humanos quanto ambientais. A

ciência não tem todas as respostas

Consumismo: o consumidor é o rei Ao invés do consumismo, o objetivo deve

ser simplificar nossas necessidades – como

nos coloca o “Lifestyle Movement”: viva

simplesmente para que outros possam

simplesmente viver

Estruturas de poder centralizadoras Estruturas de poder deverão ser

descentralizadas, baseadas em “biorregiões

naturais”e afinadas com os direitos e

requisitos das minorias.

Fonte: Sustainabilit apud Meyer (2000).

Por sua vez, a competitividade moderna também exige das indústrias adequação a esta

tendência ambiental, o que está propiciando o surgimento das indústrias de produtos e

serviços ambientais, as chamadas “indústrias verdes”, que têm suas atividades

especializadas e direcionadas à criação e desenvolvimento de processos, programas,

serviços e equipamentos antipoluidores que visam diminuir ou eliminar a poluição,

como por exemplo: reciclagem de lixo, filtros, catalisadores, etc.

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Empresas experientes identificam resultados econômicos e resultados

estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental. Estes resultados não se

viabilizam de imediato, há necessidade de que sejam corretamente planejados e

organizados todos os passos para a interiorização da variável ambiental na organização

para que ela possa atingir o conceito de excelência ambiental, trazendo, com isso,

vantagem competitiva.

No segundo capítulo apresento sugestões como administrar a Gestão Ambiental

com a integração de sistemas e programas organizacionais que permite o controle, o

cumprimento de leis e normas, o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias para

minimizar ou eliminar resíduos, bem como o monitoramento e avaliação dos processos,

utilizando tecnologias limpas, visando mitigar os gastos de energia e materiais com isso

procurando melhorar o relacionamento entre a comunidade e o governo.

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CAPÍTULO II

A GESTÃO AMBIENTAL 2.1 – Procedimentos da Gestão Ambiental

A Gestão Ambiental inclui uma série de atividades que devem ser

administradas, tais como: formular estratégias de administração do meio ambiente,

assegurar que a empresa esteja em conformidade com as leis ambientais, implementar

programa de prevenção à poluição, gerir instrumentos de correção de danos ao meio

ambiente, adequar os produtos às especificações ecológicas, além de monitorar o

programa ambiental da empresa.

Gestão Ambiental é o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades

de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para

desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. É

o que a empresa faz para minimizar ou eliminar os efeitos negativos provocados no

ambiente pelas suas atividades.

É a forma pela qual a organização se mobiliza, interna e externamente, para a

conquista da qualidade ambiental desejada. Ela consiste em um conjunto de medidas

que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade.

Antonius (1999) revela que, de modo geral, o gerenciamento ambiental pode

ser conceituado como a integração de sistemas e programas organizacionais que

permitam:

• O controle e a redução dos impactos no meio ambiente, devido às

operações ou produtos;

• O cumprimento de leis e normas ambientais;

• O desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou

eliminar resíduos industriais;

• O monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais;

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• A eliminação ou redução dos riscos ao meio ambiente e ao homem;

ser: preventivos, corretivos, de remediação e pró-ativos, dependendo da fase

em que são implementados.

• A utilização de tecnologias limpas (clean technologies), visando

minimizar os gastos de energia e materiais;

• A melhoria do relacionamento entre a comunidade e o governo;

• A antecipação de questões ambientais que possam causar problemas ao

meio ambiente e, particularmente, à saúde humana.

Figura 1: Mudanças na empresa através da conscientização ambiental

Fonte: Valle (1995)

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A gestão ambiental começa a ser encarada como um assunto estratégico dentro

das organizações e isso tem se tornado um fator importante de competitividade.

Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar a qualidade ambiental

e o processo decisório. São aplicados a todas as fases dos empreendimentos e podem

ser: preventivos, corretivos, de remediação e pró-ativos, dependendo da fase em que são

implementados.

2.2 – Tendências da Gestão Ambiental na Empresa

A gestão ambiental da empresa está experimentando importantes mudanças.

Isto faz com que se amplie o âmbito de atuação da Responsabilidade Ambiental,

aparecendo novas funções emergentes. É preciso analisar com mais profundidade essas

mudanças e suas implicações e as necessidades de qualificação, do perfil, para poder

antecipar-se nas demandas das empresas e oferecer uma formação adaptada na evolução

do perfil. De acordo com a Fundación Fórum Ambiental (2001), as tendências são:

2.2.1 – Tendência na Pró-Atividade Detecta-se uma mudança na visão das empresas para a proteção do meio

ambiente, que se manifesta na tendência de prevenir riscos ambientais em lugar de atuar

uma vez produzidos ditos riscos. A função da Responsabilidade Ambiental adquire um

caráter estratégico, de forma que seu peso nas decisões da companhia é cada vez maior.

Esta mudança de mentalidade requer necessidades de formação específicas para a

Responsabilidade Ambiental, que há de ter uma visão proativa e há de ser capaz de

aplicar os conceitos de melhora contínua no dia-a-dia da empresa, identificando

oportunidades de mudanças e de melhora para a competitividade.

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2.2.2 – Tendência da integração do meio ambiente, da qualidade e da segurança trabalhista

A integração dos três sistemas se constitui um fenômeno emergente nas

empresas. As semelhanças entre os sistemas não só permitem otimizar recursos

aproveitando possíveis sinergias, mas que possibilitam uma maior vinculação dos

sistemas com a estratégia da empresa e a melhora da qualidade de gestão. Com esta

tendência, confirma-se a formação dos futuros Responsáveis pelo Meio Ambiente, que

deverá proporcionar os conhecimentos necessários sobre qualidade, segurança

trabalhista e meio ambiente e sobre como administrá-los de forma integral.

2.2.3 – Caráter Transcendente da Função As atividades de Responsabilidade Ambiental transcendem não só a seu

departamento, mas a toda empresa, de forma que este trabalho tem que relacionar-se

com uma grande diversidade de pessoas, tanto a nível interno das organizações como a

nível externo. Ele tem implicações importantes para a formação que se reforça nas

competências pessoais dos Responsáveis Ambientais para que possam relacionar-se de

forma efetiva com uma multiplicidade de atores.

No terceiro capitulo apresento um sistema de gestão ambiental que fornece e

procura estabelecer procedimentos, instruções de trabalho e controle visando, que a

execução da política de desenvolvimento de sistemas de qualidade possibilite uma

abordagem estruturada para estabelecer objetivos, para atingi-los e para demonstrar que

foram atingidos.

Os sistemas de gestão ambientais são facultativos, porém o comércio

internacional cada vez mais impõe condições de comercialização de produtos e serviços,

exigindo padrões e certificações como ISOs, EMAS e BS das empresas e prestadores de

serviços.

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CAPÍTULO III

SGA – SISTMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Os Sistemas de Gerência Ambientais atuais tiveram suas origens com o

desenvolvimento de sistemas de qualidade. É uma ferramenta de gestão que possibilita a

uma organização de qualquer dimensão ou tipo controlar o impacto das suas atividades

no ambiente.

Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser definido como um conjunto

de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o melhor

relacionamento com o meio ambiente. Ele fornece um detalhe mais adicional no

programa ambiental. Estabelece procedimentos, instruções de trabalho e controles,

assegurando-se que a execução da política e da realização dos alvos possa se

transformar numa realidade. Um SGA possibilita uma abordagem estruturada para

estabelecer objetivos, para os atingir e para demonstrar que foram atingidos.

Os SGA acontecem por interferência de normas internacionais e de normas de

grandes conglomerados organizacionais ou por exigências de clientes e outras partes

interessadas.

Para que seja estabelecido um SGA, deverão ser identificados todos os

aspectos pertinentes às atividades, produtos e serviços das organizações e os impactos

significativos que poderão provocar no meio ambiente. Essa identificação pode ser

realizada através de uma revisão inicial, englobando pelos menos as seguintes áreas:

• legislação e outros instrumentos legais e normativos;

• aspectos ambientais;

• análise das práticas e procedimentos de gestão ambiental;

• avaliação dos incidentes/acidentes prévios.

Os SGA não são obrigatórios, ou seja, não há legislação de qualquer nível, em

qualquer lugar do mundo, que obrigue, a uma organização produtiva a realizar o

desenvolvimento e sua implantação. Contudo, o comércio internacional, cada vez mais,

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vem estabelecendo, como condição de comercialização de produtos e serviços, a

certificação formal dos fornecedores em termos de gestão ambiental.

Isto implica mudança de cultura e até mesmo mudança estrutural. A questão

deixa de ser assunto exclusivo de um departamento e se torna parte integrante da

atividade de cada membro da empresa, desde a alta administração até o chão de fábrica.

3.1 – Padronização Ambiental do Sistema de Gerência Com expectativas ambientais cada vez mais estritos do desempenho muitos

negócios estão reconhecendo a necessidade de integrar a gerência ambiental em suas

operações de negócio.

Neste contexto, o campo ambiental teve um crescimento constante de padrões

nacionais e regionais. A Instituição Britânica dos padrões tem BS 7750, a Associação

Canadense dos Padrões tem a Gerência Ambiental, Padrões Examinados, Rotulagem

Ambiental e a União Européia tem todas estas, mais os regulamentos da EMA, e muitos

outros países, por exemplo, EUA, Alemanha e Japão, introduziram Programas

Rotulagem Ambiental.

Há uma similaridade grande entre os padrões ambientais do sistema de

gerência aplicados em uma base internacional, européia, e nacional. Tomamos como

exemplo a ISO14001 , EMAS e BS7750 . Todos estes padrões têm um jogo similar dos

ingredientes.

• Uma compreensão objetiva de aspectos ambientais e de seus impactos;

• A necessidade para uma política ambiental, esclarecendo os princípios

ambientais promovidos pela companhia;

• Objetivo e alvos que definem os objetivos ambientais e o trajeto para a

realização deles;

• Um sistema ou um programa ambiental de gerência, definindo como os

objetivos e os alvos serão realizados;

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• Auditoria interna do sistema de gerência ambiental para assegurar a

eficácia e o cumprimento;

• Revisão da gerência do sistema para assegurar-se de que continue a ser

apropriado e eficaz para a organização e seus alvos.

3.1.1. – ISO 14001 A ISO 14001 é uma série de normas internacionais de caráter voluntário sobre

gestão ambiental que seguem dois padrões:

a) Padrões da organização que podem ser usados para executar e avaliar o

Sistema de Gerência Ambiental (ISO) dentro de uma organização, incluindo a ISO

14010 séries de padrões de auditorias ambientais e a ISO 14030 série dos padrões para a

avaliação de desempenho ambiental.

b) Padrões de produtos que podem ser usados para avaliar os impactos

ambientais dos produtos e dos processos. Fazem parte deste grupo a ISO 14020, série de

padrões de rotulagem ambiental, a ISO 14040, série de padrões da análise do ciclo de

vida, e a ISO 14060, série de padrões do produto.

Figura 2 – Gestão Ambiental ISO 14001

Fonte: Adaptado de Cajazeira (1997).

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3.1.2. – BS 7750 Padrão britânico BS 7750 é usado para descrever o Sistema de Gerência

Ambiental da companhia, avaliando seu desempenho e definindo a política, as práticas,

os objetivos; e fornece um catalisador para a melhoria contínua.

BS 7750 é projetado para ser compatível com o esquema da (EMAS) e também

com o padrão internacional ISSO 14001. Ele requer uma política ambiental de acordo

com a legislação ambiental que possa a organização efetuar e força um compromisso à

melhoria contínua.

Em junho 1993, a Organização de Padrões Internacional (ISO) reviu as

recomendações do Grupo Estratégico Consultivo sobre o meio ambiente (SAGE) e

decidiu-se dar forma a um comitê técnico internacional novo ISO/TC 207

3.1.3 – EMAS

O EMAS – Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria ou Eco-

Management and Audit Scheme é um instrumento voluntário dirigido às empresas que

pretendam avaliar e melhorar os seus comportamentos ambientais e informar o público

e outras partes interessadas a respeito do seu desempenho e intenções ao nível do

ambiente, não se limitando ao cumprimento da legislação ambiental nacional e

comunitária existente.

Em 2001 foi publicado o novo regulamento EMAS (EMAS II), tendo como

revisão:

• Alargamento de aplicação do EMAS a todos os setores de atividade

econômica (incluindo as autoridades locais);

• Adoção do modelo de sistema de gestão ambiental da norma ISO 14001;

• Levantamento ambiental mais abrangente e exigente;

• Adoção de um logotipo visível e facilmente reconhecível, que permitirá

às empresas registradas no EMAS publicá-lo de uma forma mais eficaz;

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• Maior envolvimento de todos os colaboradores na implementação do

EMAS;

• Melhoria do conteúdo da Declaração Ambiental;

• Abertura à elaboração de uma Declaração Ambiental global;

• Validação anual das alterações à Declaração Ambiental.

O EMAS está aberto à participação voluntária de todas as organizações

interessadas em melhorar o seu desempenho ambiental global e prestar informações

relevantes sobre o resultado da gestão dos aspectos ambientais ao público e a outras

partes interessadas.

3.2. – Benefícios do Sistema de Gestão Ambiental Hoje em dia, face à crescente concorrência global, as expectativas dos clientes

não se cingem à procura de um determinado nível de qualidade ao menor custo. Eles

estão cada vez mais informados e predispostos a comprar e usar produtos que respeitem

o ambiente.

Temos, portanto, vantagens para o ambiente e para a organização. As

vantagens ambientais resultam da definição de regras escritas para a realização de

operações com potencial impacto ambiental e a introdução de práticas ambientais nessas

operações, conseguindo-se reduzir os riscos ambientais da atividade (emissões,

derrames, acidentes, entre outros).

A introdução de práticas ambientais vai, por outro lado, originar a redução de

custos, via melhoria da eficiência dos processos, redução de consumos (matéria-prima,

água, energia), minimização do tratamento de resíduos e efluentes e diminuição de

prêmios de seguros, multas, etc.

Do mesmo modo, ao estabelecer uma estrutura de gestão ambiental, interfere-

se com toda a organização, promovendo a definição de funções, responsabilidades e

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autoridades, levando, conseqüentemente, a um aumento de motivação nos

colaboradores.

Uma última vantagem passa pela melhoria da imagem da empresa e sua

aceitação pela sociedade, desde que corretamente explorada através da função

Marketing.

Temos assim, esquematicamente e entre outras vantagens:

• Melhoria na organização interna;

• Melhoria da imagem;

• Aumento da satisfação e confiança dos clientes;

• Aumento da motivação e envolvimento no sistema, por parte dos

colaboradores internos;

• Confiança no sistema e reflexão sobre o mesmo;

• Melhoria da posição competitiva, face aos concorrentes não certificados;

• Redução de custos;

• Acesso a determinados mercados e concursos, em face de um sistema com

base em critérios internacionalmente aceitos;

• Minimização do impacto ambiental das atividades.

Os benefícios com a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental estão

intimamente ligados à mudança comportamental, aprendizado e inovação

organizacional.

3.3 – Avaliações do Ciclo de Vida e Rotulagem Ambiental com Vantagens para Todos

3.3.1 – O que é a Avaliação de Ciclo de Vida? “A avaliação inclui o ciclo de vida completo do produto, processo ou

atividade, ou seja, a extração e o processamento de matérias-primas, a fabricação, o

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transporte e a distribuição; o uso, o reemprego, a manutenção; a reciclagem, a

reutilização e a disposição final”.

Avaliação do Ciclo de Vida – ACV (Life Cycle Assessment – LCA) é um

método utilizado para avaliar o impacto ambiental de bens e serviços. A análise do ciclo

de vida de um produto, processo ou atividade é uma avaliação sistemática que

quantifica os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida do produto. A EPA

(Environmental Protection Agency, dos Estados Unidos) define a Avaliação de Ciclo de

Vida como “uma ferramenta para avaliar, de forma holística, um produto ou uma

atividade durante todo seu ciclo de vida”. O ciclo nada mais é que a história do produto,

desde a fase de extração das matérias primas, passando pela fase de produção,

distribuição, consumo, uso e até sua transformação em lixo ou resíduo. Por exemplo,

quando se avalia o impacto ambiental de um carro deve-se considerar não só a poluição

causada pelo funcionamento do veículo, mas, também, os possíveis danos causados por

seu processo de fabricação, pela energia que utiliza, pela produção de seus diversos

componentes e seu destino final. A avaliação do ciclo de vida leva em conta as etapas

“do berço à cova” (Fig. 3) ou considerando-se o aproveitamento do produto após o uso,

do “berço ao berço”.

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Figura 3 – Representação do Processo

Fonte: Ribeiro(2006) A Avaliação de Ciclo de Vida segue os principais fluxos de material e energia

que participam da formação de um determinado produto. Considera-se, também, o

impacto causado pelo uso do produto e por seu descarte.

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Figura 4 – Fluxograma do processo

Fonte – Adaptação de Allenby(1999).

A ACV, portanto propõe uma análise bastante complexa, com muitas

variáveis. Por este motivo, há uma estrutura formal, dividida em etapas, para a

realização de uma avaliação do ciclo de vida de um produto:

• Definição dos objetivos, limites do estudo e escolha da unidade

funcional.

• Realização do inventário de entradas e saídas de energia e materiais

relevantes para o sistema em estudo

• Avaliação do impacto ambiental associado às entradas e saídas de

energia e materiais ou avaliação comparativa de produtos ou processos: avalia os

impactos devidos às emissões identificadas e ao consumo de recursos naturais e

interpreta os resultados da avaliação de impacto com a finalidade de implantar

melhorias no produto ou no processo. Quando a ACV é utilizada para comparar

produtos, esta etapa é a que recomenda qual produto seria ambientalmente preferível,

além de identificar oportunidades de melhoria de desempenho ambiental no ciclo de

vida dos mesmos.

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A ACV pode auxiliar:

• Na identificação de oportunidades para melhorar aspectos ambientais

dos produtos em vários pontos do seu ciclo de vida;

• Na tomada de decisões na indústria, organizações governamentais e

não-governamentais;

• Na seleção de indicadores pertinentes de desempenho ambiental,

incluindo técnicas de medição;

• No marketing (por exemplo, uma declaração ambiental, um programa

de rotulagem ecológica ou uma declaração ambiental de produto).

A norma que fornece os princípios e estruturas e alguns requisitos

metodológicos para a condução de estudos de ACV é a NBR ISO 14040. Detalhes

adicionais relativos aos métodos são fornecidos nas normas complementares: ISO

14041, ISO 14042 e ISO 14043, em relação às várias fases da ACV.

3.3.2 - Avaliação do Impacto Ambiental

O objetivo da avaliação do impacto do ciclo de vida é compreender e avaliar

a magnitude e importância dos impactos ambientais baseados na análise do inventário.O

mais importante efeito da aplicação do ACV é a minimização da magnitude da poluição

causada por um determinado processo. A conservação de matérias primas não

renováveis, como as fontes de energia, podem ser, também o objetivo de uma avaliação,

assim como a conservação de sistemas ecológicos em áreas sujeitas a um balanço de

suprimentos delicado, como regiões onde a água é escassa. A produção de resíduos

representa perda de reservas e resulta em degradação do meio ambiente.

O impacto é avaliado por meio da utilização de fatores de impacto e fatores

de peso, mas esta aproximação gera controvérsias por não considerar as condições

locais onde ocorre a emissão. Estas condições não podem ser incorporadas ao resultado

da avaliação do impacto, que apesar da análise extremamente detalhada deve ser, então,

tomada somente em termos genéricos. Por este motivo, muitos estudos de ACV

limitam-se a avaliações qualitativas que estabelecem escalas de dano para as

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substâncias. Neste tipo de abordagem, estabelece-se o risco relativo com base na

classificação dos impactos ambientais estabelecido, por exemplo, pela Science Advisory

Committee da EPA em 1990. Este tipo de abordagem é de mais simples aplicação e útil

quando se compara produtos ou processos.

No quarto capítulo apresento mecanismos visando assegurar à

sustentabilidade da vantagem competitiva com a gestão ambiental, que deve ser

encarada com seriedade principalmente pela alta administração da empresa,

correlacionando à gestão ambiental com os aspectos econômico-contábeis.

Assim, podendo alavancar a estratégia competitiva da empresa assegurando o

cumprimento do seu papel social através da atuação responsável que o levará a

caminhos alternativos para um crescimento econômico sem destruição dos recursos

naturais.

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CAPÍTULO IV

A COMPETITIVIDADE AMBIENTAL

4 1 – A Gestão Ambiental como Vantagem Competitiva

Visando assegurar sua sustentabilidade, as empresas buscam implantar

mecanismos de gestão ambiental e sua implantação deve ser encarada com seriedade,

envolvendo o comprometimento da alta administração.

A Gestão Ambiental correlacionada aos aspectos econômico-contábeis permite

a identificação dos custos ambientais gerados pelas atividades e processos

organizacionais. Dessa forma, a empresa pode estabelecer planos de ações e

mecanismos de controle com o objetivo de mitigar ou eliminar tais custos, melhorando

decisivamente a eficiência da utilização de recursos da companhia, fator chave para

acumulação de riquezas.

Assim, pode-se alavancar a estratégia competitiva da empresa e assegurar o

cumprimento de seu papel social, através da atuação responsável. Junto às exigências e

atribuições de responsabilidade que a sociedade estabelece para as empresas, através de

suas leis, são oferecidas oportunidades. A gestão eficiente sabe detectar oportunidades

para investimentos rentáveis onde parece haver apenas exigências e despesas.

No Brasil é crescente a preocupação ambiental. Existem muitas empresas que

estão obtendo certificações internacionais para seus produtos e/ou Sistemas de Gestão

Ambiental. Ainda que tenhamos uma realidade muito distinta dos países desenvolvidos,

temos uma série de oportunidades ligadas à Gestão Ambiental que nos mostram

caminhos alternativos para um crescimento econômico sem destruição dos recursos

naturais.

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Faria (2000) diz que uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas,

com apoio do Banco Mundial, expôs 11 estudos de caso a respeito de algumas

abordagens inovadoras na gestão ambiental. Ela menciona o caso da empresa produtora

de Papel e Celulose Klabin: “Para dar respostas à pressão de produtos favoráveis ao

ambiente, esta empresa decidiu ampliar suas áreas preservadas e cultivar uma imagem

junto ao mercado internacional. Através da adoção de práticas ambientalmente

responsáveis, tais como a reserva de espaço em suas terras para áreas de preservação, a

empresa não observou perdas significativas de receita, pelo contrário, garantiu espaço

em um mercado mais exigente, com a obtenção de certificados de sua produção de

madeiras com práticas ambientalmente corretas”.

4.2 – As Vantagens Competitivas a partir da Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental

Algumas empresas já vêm adotando práticas conscientes, pensando no avanço

futuro do valor que o meio ambiente assume para a sociedade. Assim, pode-se citar

alguns exemplos de empresas que descobriram oportunidades de negócios conscientes

dos recursos naturais.

Muitas empresas que antes viam o investimento na questão ambiental como

medidas que aumentavam o custo da produção, descobriram que a Gestão Ambiental

reduz custos e pode tornar a fábrica mais eficiente. Em média, de acordo com Faria

(2000), um bom programa de Gestão Ambiental paga-se sozinho em um prazo de dez a

quinze meses. Com o programa, a empresa economiza água, energia e matéria-prima.

Têm-se alguns exemplos de retorno de investimento e redução de custos a

partir da implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), nas seguintes empresas,

conforme Faria (2000):

* Bahia Sul- Produtora de Papel em Mucuri- BA, foi a primeira a obter

certificação ISO 14.000 no Brasil. Atuando em setor altamente poluente, investiu um

milhão de dólares no projeto de implantação do SGA, levando três anos para implantá-

lo. A economia anual após a Certificação chega a novecentos e vinte mil dólares.

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* OPP- Química, produtora de resinas poliolefínicas, certificou quatro

unidades em 1996 e em todas obteve ganhos suficientes para compensar o investimento

de cerca de dois milhões de dólares, economizando água, energia, vapor e perda de

matéria-prima

* Copesul (Companhia Petroquímica do Sul), em processo de certificação em

1998, considera que o Sistema de Gestão Ambiental proporciona: capacidade de

operação a baixos custos e com altos rendimentos operacionais, avaliado principalmente

pelo menor consumo energético e de matéria-prima, com reciclagem e produção

maximizada de seus principais produtos- o eteno e o propeno.

* Alpargatas- Santista Têxtil- unidade de Americana- SP obteve a certificação

pela implantação de Sistema de Gestão Ambiental segundo os requisitos da norma ISO

14001, em dezembro de 1997. Os trabalhos para a certificação demoraram cerca de dois

anos. Foram investidos um milhão de dólares durante este processo e estima-se

investimentos em torno de seiscentos mil para as melhorias constantes exigidas pelo

sistema.

Os dirigentes da empresa afirmam que os investimentos retornam, gerando

vantagens competitivas, além de preparar as empresas para as exigências cada vez

maiores das Leis ambientais.

* Cenibra (Celulose Nipo- Brasileira), localizada em Minas Gerais, foi

recomendada para receber a certificação pela norma ISO 14001, em outubro de 1997.

Durante o processo de implantação, investiu cerca de seiscentos e cinqüenta mil dólares.

A empresa afirma que a adoção de práticas ambientalmente corretas levará a uma

contínua redução de custos no processo produtivo

* Wolkswagen do Brasil- unidade de São Carlos recebeu a certificação de

conformidade com a norma ISO 14001, em março de 1998. Foi planejada desde sua

concepção para atender todos os requisitos da legislação ambiental brasileira.

Os responsáveis afirmam que o Sistema de Gestão Integrado tem retorno

garantido não só no aspecto financeiro como no de qualidade de vida. A fábrica de São

Carlos reduziu custos em consumo de água, energia e combustível.

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Verifica-se, portanto, que os resultados positivos no sentido de atingir redução

de custos através de Sistemas de Gestão Ambiental são consideráveis e as vantagens

competitivas adquiridas por este restrito grupo não podem ser desprezadas, pois estas

representam estratégias pioneiras em um setor que, tudo indica, tende a crescer no

Brasil.

A Gestão Ambiental, mais do que uma atitude politicamente correta, tornou-se

uma indispensável vantagem competitiva. Os Sistemas de Gestão Ambiental passaram a

ser desenvolvidos com maior ênfase, quando grandes acidentes, como Bhopal, na Índia,

e Exxon Valdez no Alasca, causaram impactos ambientais de grandes proporções e

acirraram ainda mais a mobilização da sociedade em prol da ecologia.

Hojda (1998) refere que todo o desenvolvimento de normas voltadas ao

Sistema de Gestão Ambiental teve aspectos importantes, ao demonstrar que o correto

estabelecimento da Gestão Ambiental, além de responder às exigências da comunidade

mundial e do consumidor-cidadão, também oferece às organizações vantagens

competitivas matematicamente mensuráveis: redução de custos, em função da economia

de recursos naturais e diminuição da geração de resíduos; possibilidades de conquistar

mercados restritos, como o da União Européia; economia de recursos pertinentes a

indenizações por responsabilidade civil; mais facilidade para obtenção de

financiamentos junto a organismos multilaterais de crédito, como o Banco Mundial

(BID), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD) e o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e atendimento às legislações inerentes

ao meio ambiente.

4.3 – Fatores que podem determinar a Vantagem Competitiva da Gestão Ambiental

Foi elaborado um trabalho pelas acadêmicas Angélica do Espírito Santo e

Cristina Hsieh da USP, orientadas pelo professor Miguel Juan Bacic, em que é colocado

como fatores que podem determinar a Vantagem Competitiva da Gestão Ambiental:

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4.3.1 - Atendimento dos Interesses dos Stakeholders Governo: por meio de legislação, o governo vem buscando punir práticas das

empresas que tenham impactos ambientais significativos, através de multas e

proibições. Porém, enquanto as empresas não se conscientizarem da importância de uma

atuação ecologicamente correta, as regulamentações serão necessárias, devido a

algumas razões elucidadas por Porter (1992):

• Cria pressão para motivar as empresas a inovar;

• Melhora a qualidade ambiental para os casos em que a inovação e os

resultados de melhoria na produtividade de recursos não suplantam o custo de

adequação;

• Alerta e educa as empresas sobre possíveis ineficiências de recursos e

áreas potenciais para melhorias tecnológicas;

• Aumenta a probabilidade de que as inovações nos produtos e no processo

em geral sejam amistosas ao meio ambiente;

• Cria demanda por melhorias ambientais até que empresas e consumidores

sejam capazes de perceber e mensurar as ineficiências;

• Nivela o campo de batalha durante o período de transição para soluções

ambientais baseadas em inovações, assegurando que uma empresa não possa galgar

posições competitivas em relação às outras, fugindo dos investimentos de natureza

ambiental.

Comunidade: o envolvimento das organizações com as questões sócio-

ambientais pode transformar-se numa oportunidade de negócios. O conceito que a

sociedade faz da empresa é um dos fatores determinantes do sucesso ou fracasso do

negócio, uma vez que está correlacionado ao goodwill da empresa, seu ativo intangível.

Acionistas: os acionistas mais informados tendem a preferir injetar recursos

em empresas com preocupação ambiental, por serem mais seguras e conceituadas, o que

garante o recebimento dos seus dividendos. Dessa forma, as empresas ecológicas podem

assegurar o aporte de recursos para alavancar os seus negócios.

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Funcionários: para Hojda (1998), a implantação da Gestão Ambiental exige

Treinamento, Conscientização e Competência dos funcionários envolvidos, o que

ajudará na eficiência e na melhoria do processo de produção, reaproveitando o máximo

da potencialidade da empresa. Além disso, os empregados sentem-se melhor por

estarem associados a uma empresa ambientalmente responsável, demonstra ter mais

subsídios de assegurar sua continuidade e o emprego de seus funcionários. A empresa,

tendo uma imagem segura e confiável, promove a satisfação dos seus empregados, e

que pode até mesmo resultar em aumento de produtividade.

4.3.2.- Diferenciação do Produto: Pesquisa e Desenvolvimento: a Gestão Ambiental exige das empresas maior

investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), pois para minimizar o dano

ambiental, a área de desenvolvimento será incentivada a procurar novas alternativas de

produção e inovações. Nesse aspecto, as novas inovações servem como estratégia

competitiva tanto em liderança de custo como em diferenciação de produtos. A

reciclagem é um exemplo da evolução das pesquisas sobre tecnologias limpas. Hojda

(1998) cita a Opel e a Mercedes-Benz, entre outras várias indústrias automobilísticas,

que há alguns anos projetam seus automóveis com materiais que podem ser

reaproveitados na fabricação de um carro novo. Destaca ainda que "na Holanda, 60%

dos vidros utilizados na indústria de embalagem são reciclados, enquanto, no Brasil,

apenas 30%".

4.3.3. - Garantia de Mercado: Imagem: muitos empresários estão com medo de ser vistos com outros olhos

pela sociedade. Isso foi comprovado por François Moyen, presidente da Belgo Mineira,

que declarou na Revista Exame do dia 10 de julho de 1997 (p.45): "mais vale investir

que ter a imagem estragada, pois o custo para recuperá-la será mais alto". E ele conhece

bem este problema, pois suas usinas Monlevade e Sabará foram classificadas como as

mais poluidoras do Estado por uma associação ambientalista de Minas Gerais,

enfrentando dificuldades para mudarem as suas imagens de poluidoras. Ademais, as

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diversas ONGs pressionam empresas através de campanhas veiculadas na imprensa e

lobby junto a legisladores. A empresa, sob a mira de uma ONG, será bombardeada na

imprensa e provavelmente passará a ser percebida pela população como ambientalmente

irresponsável, o que representa forte publicidade negativa, afetando a competitividade

do produto da empresa no mercado, além de representar a necessidade de maior custo

em publicidade para restituir a sua imagem.

Comércio Exterior: Atualmente, o comércio exterior está mais prudente quanto

a esta questão ambiental, principalmente nos países desenvolvidos, forçando os países

emergentes a adotarem padrões de qualidade ambiental, a fim de que seus produtos

sejam aceitos no livre comércio. Com a criação da ISO 14000, os critérios de qualidade

ficaram mais rigorosos, levando as empresas a praticarem a Gestão Verde, para

continuarem competitivas no mercado.

4.3.4.- Otimização dos Custos: Custos no processo produtivo: Na Gestão Ambiental, o primeiro passo para

conquistar a vantagem competitiva em custo é eliminar o desperdício. Segundo Porter e

Linde (1995), as empresas não conhecem o custo da poluição em termos de desperdícios

de recursos, de esforços e diminuição de valor para o consumidor.

Dessa forma, a empresa pode, inicialmente, estar avaliando o seu processo

através de uma auditoria ambiental, por exemplo, visando identificar os custos

desnecessários como gastos excessivos com energia e água. A partir de então, o controle

de custos pode ser usado como ferramenta para prevenir futuros impactos ambientais.

Custos financeiros: Os bancos que assinaram o "Pacto Verde" e,

principalmente, organizações de desenvolvimento como BIRD, BID, etc. oferecem

linhas de crédito específicas para projetos ligados ao meio ambiente com melhores

condições, tais como maior prazo de carência e menores taxas de juros.

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4.4 – Tipos Genéricos de Estratégia Ambiental Corporativa

O modelo apresentado por Orsato (2003), na Figura 3, identifica os elementos

envolvidos na Gestão Ambiental Corporativa. Para o autor, é fundamental esta

separação para identificar condições específicas nas quais as Estratégias Ambientais

Corporativas podem melhorar a competitividade da empresa, porque até o momento não

foram tratados como áreas independentes da ação estratégica.

Figura 5: Tipos Genéricos de Estratégia Ambiental Corporativa

Fonte: Orsato (2003)

Os quadrantes da Figura 3 representam uma tipologia de Estratégias

Ambientais Especializadas que as empresas podem adotar. A estrutura do setor no qual

a empresa opera, seu posicionamento dentro do setor, os tipos de mercado a que a

empresa atende e suas competências determinarão o foco competitivo mais apropriado

(processos organizacionais ou produtos e serviços) e a fonte potencial de vantagem

competitiva (custo ou diferenciação) para a empresa.

Estratégia 1 – Produtividade de Recursos: fatores sociais e econômicos e

outros, de acordo com Orsato (2003), influenciaram empresas a atingirem um grau

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significativo de produtividade de trabalho e capital, possibilitando-as reduzir

substancialmente os custos de manufatura e o preço final dos produtos. Estudos

demonstram que o potencial de um novo conjunto de práticas empresarias para

desenvolver a produtividade de recursos pode até emergir em um novo sistema

econômico.

O autor cita, como exemplo, cervejarias na Namíbia, Suécia, Canadá e Japão

que não apenas utilizam matéria-prima de forma mais eficiente, mas, por converterem

os resíduos do processo de fabricação da cerveja em produtos comerciais, também

lucram com estas novas atividades empresarias. Numa fábrica tradicional de cerveja, os

grãos de cevada gastos para fabricar a cerveja são vendidos para criadores de porcos e

gado a preços baixos. Já nas cervejarias orientadas à produtividade dos recursos, os

grãos gastos (contendo 70% de fibras e 26% de proteínas) são utilizados por plantadores

de cogumelos. Uma vez que os executivos reconheçam que sua atividade empresarial

privilegia estratégias baseadas em produtividade de recursos, eles podem concentrar

esforços na exploração de oportunidades ocultas. Embora outras áreas potenciais de sua

atividade empresarial estejam propensas a gerar lucros a partir dos investimentos

ambientais, focalizar no que faz sentido do ponto de vista empresarial pode realmente se

tornar fonte de uma vantagem competitiva.

Estratégia 2 – Além da conformidade legal: a imagem corporativa pode ser

melhorada, influenciando uma opinião pública positiva sobre as práticas de Gestão

Ambiental. Na Europa, EUA e Japão, as montadoras Ford, General Motors e Toyota,

por exemplo, já tornaram obrigatório para seus fornecedores certificar seus Sistemas de

Gestão Ambiental (SGA) conforme a ISO 14001.

Processos organizacionais que vão além da conformidade podem exercer

influência indireta na imagem da empresa e eventualmente ter impacto em seu

desempenho de mercado. Essa influência, porém, depende de circunstâncias

particulares.

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Orsato (2003) exemplifica o seguinte: quando os consumidores europeus

rejeitaram a decisão da Shell de abandonar plataformas de petróleo em desuso no Mar

do Norte, tornou-se mais fácil para os consumidores assumir uma posição de ‘sim ou

não’ e boicotar os produtos da empresa. Naquela situação específica, a rejeição de

práticas organizacionais - que não estavam diretamente relacionadas com os produtos

vendidos pela empresa - resultou em uma queda substancial nas vendas. O caso Brent

Spar, como ficou conhecido, mostrou que o desempenho ambiental geral da Shell estava

se tornando importante para os clientes e a sociedade em geral. Durante boa parte dos

anos 90, a Shell foi acusada de negligência social e ambiental nas suas operações na

Nigéria (África), culminando na acusação de estar envolvida na conspiração que

resultou na execução do ambientalista Ken Saro-Wiva na Nigéria. O incidente de Brent

Spar foi a ‘gota d´água’ para muitos se revoltarem contra as práticas da Shell. Mais

importante, a Shell parece ter aprendido a lição. Desde 1998, a empresa mudou sua

estratégia ambiental radicalmente, adotando práticas que vão muito além da

conformidade legal. Hoje, a empresa considera o relatório ambiental uma ferramenta

essencial de comunicação para abordar tais preocupações. Ao perseguir uma estratégia

que vai além da conformidade das práticas ambientais, a Shell atualmente lidera as

empresas que melhoraram a imagem que consumidores e colaboradores têm sobre suas

operações. Neste caso, a Shell sugere que as estratégias que vão além da conformidade

beneficiarão corporações multinacionais que são suscetíveis às pressões dos acionistas

em seu país e à opinião pública em geral.

Estratégia 3 – Produtos e serviços ecologicamente orientados: É a estratégia

mais clara das quatro possibilidades apresentadas na Figura 3. Os produtos

ecologicamente orientados representam, hoje, um nicho de mercado definido, explorado

por todas as empresas do mundo.

Fundamentalmente, as empresas que almejam gerar vantagem competitiva a

partir de estratégias baseadas em produtos e serviços orientados ecologicamente

precisam observar três pré-requisitos básicos de acordo com Orsato (2003: (i) os

consumidores precisam estar dispostos a pagar pelos custos da diferenciação ecológica;

(ii) informações confiáveis sobre o desempenho ambiental do produto precisam estar

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disponíveis para o consumidor; e (iii) a diferenciação deve ser difícil de ser imitada

pelos concorrentes.

Estratégia 4 – Liderança de Custo Ambiental: no conceito tradicional de

liderança de custo, a vantagem competitiva é obtida quando a empresa apresenta os

custos mais baixos no setor. Obter vantagem de custo, para Orsato (2003), depende de

vários fatores, tais como custo da força de trabalho, acessibilidade de matérias-primas,

tecnologia e competências organizacionais. Mas se obter vantagem de custo exige

considerável esforço, mais difícil ainda é reduzir custos e os impactos ambientais

associados com os produtos ou serviços ao mesmo tempo – pré-requisitos da estratégia

baseada em liderança de custo ambiental.

Essa é a razão pela qual esta é a mais ambiciosa das estratégias apresentadas na

Figura 3. A necessidade de inovações radicais no desenho dos produtos também explica

a dificuldade de encontrar exemplos empíricos desta estratégia.

Sintetizando, como os quatro tipos de estratégias genéricas sugeriram, a

distinção entre os processos organizacionais e os produtos/serviços vendidos pela

empresa não é apenas um exercício teórico. Orsato (2003) diz que esta particularidade

possui implicações diretas na maneira como as organizações podem otimizar seus

esforços na área ambiental e focalizar no tipo de estratégia genérica que faz mais

sentido para a empresa. Algumas empresas podem, até mesmo, desenvolver estratégias

mais ambiciosas e explorar soluções mais arriscadas e radicais.

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CONCLUSÃO

A preocupação com o meio ambiente tem apresentado uma dinâmica

diferenciada nas organizações e nas nações nas quais estas se encontram. O mercado

não mais aceita o descaso no tratamento dos recursos naturais. Os consumidores estão

interessados em produtos limpos. A legislação torna-se mais rígida, imputando sanções

aos infratores, obrigando as empresas a encarar com seriedade e responsabilidade a

variável ambiental em sua estratégia operacional.

Adequar-se às exigências ambientais dos mercados, governos e sociedade,

apesar de levar a empresa a despender um montante considerável, traz benefícios

financeiros e vantagens competitivas. Muitas empresas perdem anualmente, produzindo

resíduos e gastam muito mais para limpá-los. Portanto, o uso de ferramentas de Gestão

Ambiental que proporcionem o desenvolvimento e uso de tecnologias limpas, bem

como a melhoria contínua dos processos produtivos, trazem maior eficiência e

competitividade à empresa.

Posto isto, verifica-se que a sociedade é que dá permissão para a continuidade

da empresa. Os detentores de recursos não querem arriscar indefinidamente seus

patrimônios em companhias que se recusem a tomar medidas preventivas na área

ambiental.

As empresas precisam administrar seus recursos sob a ótica ecológica e, para

tanto, torna-se necessário integrar o controle ambiental com os aspectos econômicos e

financeiros, a fim de melhor suportar suas estratégias e decisões, o que se converte em

ganhos nos negócios e para a sociedade.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO............................................................................................02

AGRADECIMENTO...........................................................................................03

DEDICATÓRIA..................................................................................................04

RESUMO.............................................................................................................05

SUMÁRIO...........................................................................................................06

INTRODUÇÃO...................................................................................................08

CAPÍTULO I

Oportunidade Empresarial com Gestão Ambiental.............................................10

1.1 – Meio Ambiente e Marketing.......................................................................11

1.2 – Consciência Ecológica como Vantagem Empresarial................................12

CAPÍTULO II

A Gestão Ambiental............................................................................................16

2.1 – Procedimentos da Gestão Ambiental..........................................................16

2.2 – Tendências da Gestão Ambiental na Empresa............................................18

2.2.1 – Tendência na Pró-Atividade........................................................18

2.2.2 – Tendência da Integração do Meio Ambiente, da Qualidade e da

Segurança Trabalhista..........................................................................................19

2.2.3 – Caráter transcendente da função..................................................19

CAPÍTULO III

Sistema de Gestão Ambiental..............................................................................20

3.1 – Padronização Ambiental do Sistema de Gerência......................................21

3.1.1 – ISO 14001....................................................................................22

3.1.2 – BS 7750........................................................................................23

3.1.3 – EMAS...........................................................................................23

3.2 – Benefícios do Sistema de Gestão Ambiental..............................................24

3.3 – Avaliação do Ciclo de Vida e Rotulagem Ambiental Vantagem para

todos....................................................................................................................25

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3.3.1 – O que é a Avaliação de Ciclo de Vida?.......................................25

3.3.2 - Avaliação do Impacto Ambiental................................................29

CAPÍTULO IV

Competitividade Ambiental

4.1 – A Gestão Ambiental como Vantagem Competitiva....................................31

4.2 – Vantagens Competitivas com a Implantação de SGA................................32

4.3 – Fatores que podem determinar a Vantagem Competitiva da Gestão

Ambiental.............................................................................................................34

4.3.1 – Atendimento do Interesses dos Stakeholders...............................35

4.3.2 – Diferenciação do Produto............................................................36

4.3.4 – Otimização dos Custos.................................................................37

4.4 – Tipos Genéricos de Estratégia Ambiental Corporativa..............................38