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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Método de Implementação e Certificação de um Sistema de Gestão da Qualidade no Processo de Docagem de Navios Por: Paulo Roberto Pereira da Silva Orientadora Profª Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · grande concorrência entre as empresas. ... Metrologia, Normalização e Qualidade (INMETRO), que é uma autarquia federal que

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Método de Implementação e Certificação de um Sistema de

Gestão da Qualidade no Processo de Docagem de Navios

Por: Paulo Roberto Pereira da Silva

Orientadora

Profª Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Método de Implementação e Certificação de um Sistema de

Gestão da Qualidade no Processo de Docagem de Navios.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Engenharia de

Produção.

Por: Paulo Roberto Pereira da Silva

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AGRADECIMENTOS

A Deus em especial, pela luz em tudo

que fiz, a minha esposa Rose, aos

meus filhos Alex e Alan pelo apoio, a

minha orientadora Prof. Ana Claúdia

Morrissy e a Engª. Luísa pela ajuda na

elaboração deste trabalho, e a todos os

amigos que direta ou indiretamente

contribuíram para a elaboração desta

monografia.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família,

principalmente ao meu pai José (in

memoriam) e a minha mãe Branca por

tudo que fez para a minha formação

pessoal e profissional.

“Sempre há o que aprender ouvindo,

vivendo e, sobretudo, trabalhando. Mas

só aprende quem se dispõe a rever suas

certezas”.

Darci Ribeiro.

.

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo apresentar como é importante, e como

fazer para implementar e certificar um sistema de gestão qualidade

fundamentado na norma NBR ISO 9001:2008, em uma organização que tenha

uma estrutura organizacional e operacional tradicional e quer se transformar

em uma organização mais competitiva, de forma a diminuir desperdícios,

conquistar novos clientes e ser reconhecida no mercado nacional.

O estudo foi desenvolvido em três capítulos e que serão apresentados

em uma seqüência lógica para um melhor entendimento. Portanto, vejamos:

O capítulo I apresenta num breve histórico o mercado atuante da

organização e a sua importância sócio-econômica para o país. Comenta o

diagnóstico da organização, que é onde objetiva os problemas e se busca as

soluções, e finalmente define o processo mais representativo da organização

para ser implementado o sistema de gestão da qualidade, e que

posteriormente será certificado.

O capítulo II apresenta o objetivo e aplicação de um sistema de gestão

da qualidade, algumas definições e informações importantes para um melhor

entendimento do assunto, e por fim, uma discussão sobre os princípios de

gestão e a influência deles nos requisitos de gestão da NBR ISO 9001:2008.

Finalmente, o capítulo III que é o principal desse estudo, apresenta um

método de planejamento do processo de implementação de um sistema de

gestão da qualidade e de sua certificação, considerando as etapas

fundamentais necessárias para implementar e certificar um sistema de gestão

da qualidade no processo de docagem, segundo a NBR ISO 9001:2008.

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METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto e a elaboração desse

trabalho monográfico foi à pesquisa através de uma cuidadosa leitura sobre o

tema proposto em material bibliográfico previamente selecionado, com a fonte

de informação confiável, uma abordagem atualizada do tema proposto, e

fundamentada teoricamente e praticamente na experiência profissional desse

autor. O material que foi utilizado na pesquisa bibliográfica está relacionado na

bibliografia dessa monografia.

É importante ressaltar que dentro do Módulo Gerenciamento de Projeto,

desse curso de pós-graduação de Engenharia da Produção, esse assunto foi

abordado e os subsídios fornecidos ajudaram bastante no desenvolvimento do

estudo desse trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – A organização 10

CAPÍTULO II –Sistema de gestão da qualidade 20

CAPÍTULO III – Método de implementação e certificação de um SGQ 40

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 64

ÍNDICE 66

FOLHA DE AVALIAÇÃO 68

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INTRODUÇÃO

O momento por que passa a economia mundial é fundamental para

entender no qual as empresas competem. As mudanças ocasionadas pelo

processo de globalização que proporcionou aos consumidores o acesso a

produtos provenientes de todas as partes do mundo, gerou um ambiente de

grande concorrência entre as empresas.

Esse ambiente se traduz em desafio para que ampliem a qualidade de

seus produtos, busquem a satisfação do cliente a melhoria continua e oferece

um produto de qualidade a preços competitivos. As mudanças ocorridas foram

significativas no mercado a partir da ampliação da competitividade promovida

pelos processos de globalização econômica, e fez com que as empresas

buscassem toda e qualquer vantagem competitiva que favorecesse sua

posição e permanência no mercado. A persistência e a iniciativa na busca por

melhores resultados são alternativas para que as empresas prosperem. Mas,

acima de tudo o empreendedor necessita conhecer muito bem a realidade do

mercado e a situação em que se encontra a sua empresa, de maneira a tomar

decisões eficazes e assertivas. Elaborar planos, estabelecer metas; controlá-

las e cumpri-las, são ações indispensáveis a qualquer empresa que queira

manter-se competitiva no mercado. Portanto, uma boa estratégia a ser usada é

a implementação de um sistema de gestão da qualidade e a sua certificação

através de um organismo certificador credenciado pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade (INMETRO), que é uma autarquia

federal que coordena o sistema nacional de certificação no Brasil, é

reconhecido internacionalmente como o organismo de credenciamento

brasileiro, seguindo a tendência internacional atual de apenas um credenciador

por país ou economia. Esta certificação credenciada através de um órgão

oficial, torna as empresas mais competitivas e com maior credibilidade no

mercado, de modo a manter-se viva e conquistar novos clientes.

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9Este trabalho tem o objetivo de abordar uma metodologia de

implementação e certificação de um sistema de gestão da qualidade,

fundamentado nas normas da série ISO 9000 em uma organização modelo

que atua no ramo da indústria de construção e reparo naval, cujo processo

definido como principal é o da docagem de navios, e quer se tornar mais

competitiva e reconhecida no mercado nacional. A organização citada no

estudo é uma organização como muitas outras que atua num mercado cada

vez mais competitivo, e que não tem uma estrutura organizacional e

operacional que lhe permita manter-se viva e conquistar novos clientes no

mercado nacional. Existem problemas na organização que serão visto no

desenvolvimento do trabalho, e que serão identificados e solucionados, daí, a

importância da estratégia sugerida como solução para os problemas

apresentados. Este trabalho pode também servir como exemplo, para outras

organizações independentemente do seu tipo, do seu porte e do produto que

fornecem, pois todos os requisitos da norma em que está fundamentado é

genérico.

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CAPÍTULO I

A organização

Quando se pensa em implantar um sistema de gestão da qualidade,

como uma estratégia para tornar uma organização mais competitiva no

mercado nacional, o empreendedor necessita conhecer bem a realidade do

mercado em que atua, e também a situação em que se encontra a sua

organização. Portanto, este capítulo fala sobre o primeiro passo a ser dado,

após a definição e o comprometimento da alta direção em implementar um

sistema de gestão da qualidade, que é o mercado atuante da organização, sua

importância socioeconômica no cenário nacional, a situação da organização, e

por fim, a definição do processo a ser implementado.

1 . 1 – O mercado de atuação e sua importância no cenário

nacional

Para este estudo vamos considerar uma organização modelo, atuante

na área da indústria de construção e reparo naval, onde o seu processo

principal é o processo de docagem. Sua importância socioeconômica para o

país, será apresentada abaixo através de um breve histórico.

A indústria da construção e reparo naval é uma das mais antigas do

país, data dos remotos tempos colôniais: as primeiras embarcações de tipo

europeu construídas foram dois bergantins feitos no Rio de janeiro em 1531.

Portugal era, na época da descoberta, a nação mais evoluída da Europa nesta

arte. Foram eles os introdutores de vários aperfeiçoamentos, como os

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11lançamentos dos navios pela popa, sistema ainda hoje quase invariavelmente

adotado. Por isso, logo perceberam as vantagens que haveria em fazer aqui

vários tipos de embarcações, aproveitando a mão-de-obra indígena, habituada

a trabalhar em madeiras e a qualidade, abundância e variedade de madeiras

então existentes, cita-se mais de 160 tipos diferentes de árvores nacionais que

podem ser usadas na construção.

Muitos estaleiros foram construídos em vários pontos do nosso litoral,

mas, o mais importante, e que manteve esta importância até meados do século

XIX, foi o Arsenal de Marinha da Bahia, em Salvador, fundado por Tomé de

Souza, e que construiu dezenas de navios, inclusive grandes naus, que eram

os maiores navios de guerra do seu tempo. Em 1763, funda-se o Arsenal de

Marinha do Rio de janeiro, até hoje existente, e cuja primeira construção foi à

nau S.Sebastião, de 1767. Entretanto, na área do Rio de Janeiro, a grande

façanha, foi por volta de 1670, a construção da nau Padre Eterno, dita como

sendo o maior navio do seu tempo em todo mundo.

Na primeira metade do século XIX, o Arsenal da Bahia foi o maior

estaleiro construtor, sendo o Arsenal do Rio de Janeiro principalmente um

centro de reparos navais, circunstância essa que forçou a modernização desse

Arsenal para poder atender aos primeiros navios a vapor que começavam a

chegar. Assim, a partir de 1840, foi contínua e notável a ampliação e

modernização do Arsenal do Rio, com a implantação de novas oficinas e com

a vinda dos primeiros brasileiros com curso formal de engenharia naval da

Europa. Com isso, conseguiu o Arsenal pioneirismos notáveis, com a

construção do primeiro navio a hélice em 1852, o primeiro navio encouraçado

em 1865, e o primeiro de construção inteiramente metálica em 1883. Em1890,

foi construído o cruzador Tamandaré, de 4537 toneladas, navio cujo porte só

seria ultrapassado 72 anos depois, em 1962. Por essa época, o Arsenal

chegou a atingir um conhecimento técnico comparável ao que havia nos

centros mais avançados da Europa.

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12O estaleiro Ponta D´Areia, do Visconde de Mauá, foi também um marco

importante para a construção naval, ali foram construídos mais de uma

centena de navios.

A partir de 1890, o Arsenal de Marinha do Rio de janeiro estagnou, e,

com isso entrou em processo de decadência irreversível, em uma época de

grande evolução na indústria mundial, ficando assim, em pouco tempo,

obsoleto.

Os 47 anos seguintes foram de decadência e quase total paralisação da

construção naval brasileira. Mesmo, assim contam-se nesse período, algumas

tentativas de reativação, como a construção em 1919 a 1922, de três navios

mercantes no estaleiro de Henrique Lage, na Ilha do Viana; dois desses navios

tinham 3500t. Outro fato interessante foi a construção, nesse mesmo estaleiro,

do pequeno petroleiro 340-B, de 1500t, por encomenda do governo argentino,

tendo sido o primeiro navio para exportação.

Afinal, em 1937, foi retomada a construção naval no Brasil, com o

lançamento ao mar do Monitor Fluvial Parnaíba, no novo Arsenal de Marinha

da Ilha das Cobras (atual Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro). Seguiu-se a

série dos seis navios mineiros da classe Carioca, e os três grandes

contratorpedeiros da classe Marcílio Dias, navios de estrutura soldada que

representaram um grande processo tecnológico.

Vieram depois os seis contratorpedeiros da classe Amazonas e vários

outros navios menores, destacando-se os navios hidrográficos da classe

Argus, no final da década de 1950, que tiveram como novidade a

superestrutura de alumínio e a construção pelo sistema de acabamento

avançado, com a pré-fabricação de grandes blocos de estrutura.

A partir de 1958, com a criação do Fundo de Marinha Mercante e depois

a organização do GEICON (Grupo Executivo da Indústria de Construção

Naval), e da Comissão de Marinha Mercante, que faziam parte do Plano de

Metas do Governo Juscelino Kubitscheck, deu-se o renascimento da grande

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13construção naval mercante no Brasil.Fundaram-se dois grandes estaleiros e

foram feitas a ampliação e modernização de outros, com um investimento total

de US$ 40 milhões. O primeiro navio construído dentro desse programa foi o

pequeno cargueiro Ponta d`Areia, de 1550 t, em 1961, no Estaleiro Mauá.

Depois desse modesto começo, o progresso foi contínuo e notável até

1979, com a construção de um número cada vez maior de navios, não só de

maior porte, como mais diversificados e sofisticados, Em 1962, com o

cargueiro Henrique Lages, de 10.500t, ultrapassava-se pele primeira vez, o

porte do velho cruzador Tamandaré, de 1890t.

O aumento de tonelagem unitária dos navios prosseguia: 18.110t em

1966; 25.000t em 1968; 53.500t em1971; 131.000t em 1975; 277.000t em

1978, chegando-se afinal, em 1986, aos graneleiros Docefjord e Tijuca, dois

gigantes de 305.000t, com 332m de comprimentos, que foram na ocasião,

recorde mundial de navios de sua classe.

Infelizmente, em 1979, teve início uma grave crise em nossa indústria de

construção e reparo naval, que persiste até hoje. No ponto máximo, em 1979,

chegamos a construir 50 navios, totalizando 1.394.980t, sendo nove navios

para exportações; a indústria tinha nesse ano quase 40.000 empregados

diretos. Depois, esses números despencaram drasticamente e muitos

estaleiros fecharam.

A construção naval militar teve também um grande impulso no Arsenal

de Marinha do Rio de Janeiro, com início, em 1972, da construção das duas

fragatas classe Niterói, a última das quais lançadas ao mar em 1975.

Tratavam-se de navios modernos, complexos e sofisticado sistema de armas,

máquinas e sensores, cuja construção representou um grande desafio e um

enorme avanço tecnológico. Seguiu-se a construção das corvetas classe

Inhaúma, que, além de igual complexidade, sendo os primeiros navios de

combate de projetos nacional depois do cruzador Tamandaré, de1890. Duas

unidades foram construídas no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, e duas

na indústria privada, sendo a última lançada ao mar em 1990; uma quinta

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14corveta concebida pela modernização e aprimoramento do projeto das

corvetas classe Inhaúma, foi concluída em 2008 no Arsenal de Marinha do Rio

de Janeiro, com o nome de corveta Barroso. Entretanto, o maior desafio foi à

construção de três submarinos classe Tupi, de projeto alemão, e de um novo,

o submarino Tikuna, modernização do projeto classe Tupi, também no Arsenal

de Marinha, passando o Brasil para o restrito número de países com

capacidade de construir submarinos.

A forte demanda de exploração e produção de petróleo veio aquecer

novamente a indústria brasileira de construção e reparo naval, após um jejum

de mais de 15 anos. O anexo 1, mostra a atual capacidade produtiva dos

estaleiros brasileiros e os projetos de implantação de novos estaleiros para

atender a demanda crescente deste segmento no país, Existem também uma

grande perspectiva de novas construções de navios militares através de um

plano de modernização. Tais fatos mostram a importância para o

desenvolvimento socioeconômico de nosso país.

1 . 2 – Diagnóstico da organização

De uma forma geral, as organizações convivem com problemas, ou

resultados indesejáveis, que geram grande variabilidade em seus processos e

produtos, muitos dos quais não estão sob controle, ou seja, não são

previsíveis. Por esta razão, convivem com custos e índices elevados de

perdas, com reclamações e insatisfações de clientes internos e externos e de

outras partes interessadas. Considerando-se, ainda, que quem determina as

condições de aquisição é o mercado, sem a adequada identificação dessas

condições e dos requisitos com elas relacionadas, sem a adequada gestão de

seus processos com o conseqüente aumento de sua eficiência operacional, há

pouca probabilidade de uma organização conseguir mercado ou se manter

nele de uma forma competitiva. Na organização em estudo, nada é diferente

do que foi dito, pois temos uma organização cujos objetivos são: diminuir

custos e índices elevados de perdas, para torná-la competitiva, conquistar

mercados e permanecer neles.

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15 Porém, existem problemas fundamentais que devem ser resolvidos

através da tomada de decisões da alta direção, como:

1 – Implantar um sistema de gestão da qualidade.

2 – Determinar o processo necessário para o sistema de qualidade e

sua aplicação por toda a organização.

3 – Determinar a seqüência e interação desse processo.

4 – Criar uma política da qualidade e os objetivos da qualidade.

5 - Elaborar, padronizar e manter a documentação necessária atualizada

e controlada.

6 – Melhorar a capacitação da mão-de-obra.

7 – Criar uma boa Infra-estrutura para que se tenha um bom ambiente

de trabalho.

8 – Monitorar, medir onde aplicável e analisar o processo e produto.

9 – Implementar ações necessárias para atingir os resultados

planejados e a melhoria contínua desse processo.

As evidências acima indicam que a organização tem que adotar uma

estratégia, para resolver esses problemas. Esta resposta está no objetivo

principal desse estudo, que é apresentar um método de implementar e

certificar um sistema de gestão da qualidade fundamentado na série das

normas NBR ISO 9000, tendo como referência a norma NBR ISO 9001:2008.

Vamos, a seguir, definir um processo que seja de grande importância na

estrutura da organização, para ser implementado, servindo assim como

modelo do nosso estudo.

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161.3 – Definição do processo a ser implementado pela

organização

Um processo segundo a norma ISO 9000:2005 é definido como

conjunto de atividade inter-relacionadas ou interativas que transformam

entradas em saídas. Ainda segundo a mesma norma, qualquer atividades, ou

conjunto de atividade que usa recursos para transformar entradas em saídas,

pode ser considerado como um processo.

De acordo com Maranhão (2000), processo é a transformação de

entradas em saídas com agregação de valor.

Entradas Saídas Informações Informações

Produtos Produtos Serviços Serviços

Agregação de valores

Mello et al. (2009), um processo dispõe de entradas, saída, tempo,

espaço, ordenação, objetivo e valores que, interligados logicamente, irão

resultar em uma estrutura para fornecer produtos ou serviços ao cliente.

Juran, J.M., (1994), processo é uma série sistemática de ações dirigidas

à realização de uma meta.

A compreensão das definições citadas é importante, pois o seu

entendimento é a chave para o sucesso em qualquer negócio. Uma

organização é tão efetiva quanto seus processos, são eles os responsáveis

pelo produto que será oferecido ao cliente. Porém para o caso em estudo será

considerada a definição segundo a ISO 9000:2005.

A organização pode optar em implantar um sistema de gestão da

qualidade em toda a sua estrutura organizacional, de uma só vez, ou em um

único processo, servindo assim como modelo para os demais. Caso a escolha

Processo

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17seja a de implantar em um único processo como um modelo, este processo

deve ter uma grande representatividade para a organização.

Para o caso em estudo, vamos optar em implementar em um único

processo, para servir como modelo. O processo selecionado foi o processo de

docagem, pois estamos falando de uma organização atuante na área de

construção e reparo naval, onde a dependência dessa escolha está toda a

estratégia estabelecida, política de atuação e os objetivos a serem atingidos. A

organização deve proporcionar confiança a seus clientes de que é capaz de

fornecer produtos que atendam aos seus requisitos.

A docagem segundo o dicionário (HOUAISS, 2002) é definida como o

ato ou efeito de docar, de colocar o navio na doca ou dique seco, já o

dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004) define doca como dique para a

construção ou reparo de navios, mas não consta a palavra docagem.

Para a linguagem do dia a dia nos estaleiros, docagem é uma

designação genérica do período em que o navio é entregue ao estaleiro, para

realizar obras de construção ou reparo. A docagem é um evento de suma

importância para a vida operacional do navio e deve ter todo um planejamento

fundamentado na especificação de contrato de construção ou reparo, que

regulamenta todas as obras que devem ser realizadas neste período.

A data que limita cada docagem está definida para cada projeto de

navio, portanto, a não ser que ocorra algum acidente que o leve a uma

docagem de emergência, ou que haja alguma recomendação técnica, o

planejamento deve tomar como base estas datas.

Nas docagens, são realizados os serviços de construção ou reparo que

não puderam ser feitos durante o ciclo de construção ou operação do navio;

seja por não ter havido tempo disponível necessário, seja pela necessidade de

uma preparação especial ou pela própria natureza do serviço que exige o navio

no dique.

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18A identificação dos serviços a serem executados e a definição do

estaleiro contratado devem ser ações tomadas anteriormente à retirada do

navio de operação e fazem parte da etapa de planejamento do projeto de

docagem. Esta é uma etapa bastante complexa, pois o seu sucesso está

diretamente ligado na necessidade de negociar com todos os envolvidos a

retirada do navio de operação, conciliando todas as conseqüências oriundas

dessa paralisação. Também é importante identificar todos os serviços que

serão executados, bem como definir os estaleiros capazes de atender as

especificações técnicas, o custo orçado, tempo de execução dos serviços

programados e a qualidade exigida.

Essas tarefas não são simples de serem executadas, pois a retirada do

navio de operação irá afetar a programação do resto da frota. Muitas das

vezes a correta identificação dos serviços e o delineamento dos mesmos

também são prejudicados, pois como o navio está em seu pleno

funcionamento, não é possível que se faça uma inspeção bem detalhada para

um correto delineamento. O armador, o que explora comercialmente uma

embarcação, deve ficar atento à data acordada com o estaleiro no contrato

para a docagem, o estaleiro contratado pode receber ou postergar o

recebimento, se o navio não estiver disponível para a docagem na data

acordada, pois normalmente há uma procura muito grande no mercado a

espera de um dique vazio.

Normalmente, sob o ponto de vista da contratante, a docagem pode ser

dividida em quatro etapas: preparação da especificação dos reparos e

aceitação do delineamento e orçamento dos serviços a serem executados;

fiscalização e aceitação dos serviços executados; aprovação da fatura do

estaleiro e preparação do relatório final de docagem.

De acordo com o procedimento de docagem e grandes reparos

(TRANSPETRO, 2008) o programa de docagem é dividido também em quatro

fases: planejamento do programa de docagem, elaboração da especificação

de docagem, contratação e execução da docagem.

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19O planejamento anual das docagens é feito considerando a data

definida na especificação de contrato de cada projeto, e deve levar em conta

também o orçamento aprovado, que servirá de base para a tomada de decisão

relativa ao escopo dos serviços.

O escopo dos serviços deve estar bem claro para que não haja

nenhuma dúvida a respeito dos serviços a serem realizados sobre a

responsabilidade do estaleiro contratado. Caso, por alguma necessidade,

tenha que se fazer alguma alteração, essa decisão deve ser acordada por

todos os envolvidos.

Para o desenvolvimento do nosso estudo, o fluxograma básico do

processo de docagem de navios, mostrado no anexo 2 , é o modelo a ser

seguido, ele representa o mapeamento do processo, pois define todas as

atividades que serão realizadas durante a sua execução. As fotos mostradas

no anexo 3, ilustram em seqüência, as atividades principais: preparação do

dique; momento em que o navio entra no dique ( dique alagado e a porta batel

ou porta do dique, retirada),logo o dique é esgotado ( porta batel ou porta do

dique, instalada), em seguida o navio assenta nos picadeiros, e por fim, o

navio docado ( dique seco).

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20

CAPÍTULO I I

Sistema de gestão da qualidade

Para implementar um sistema gestão da qualidade na realização do

produto, fundamentada na ISO 9001:2008, que é um dos objetivos desse

estudo, a norma estabelece alguns requisitos de gestão que dependem, do

foco no cliente, da liderança e comprometimento da alta direção, do

envolvimento das pessoas, de visão de processos, da melhoria contínua e de

outros princípios de gestão. Este capítulo apresenta o objetivo e aplicação de

um sistema de gestão da qualidade, algumas definições e informações

importantes para um melhor entendimento do assunto, e por fim, uma

discussão sobre os princípios de gestão e a influência deles nos requisitos de

gestão da ISO 9001:2008.

2.1– Objetivo e aplicação.

O sistema da qualidade estabelecido pela ISO 9001:2008 destina-se as

organizações interessadas em implementar um sistema de gestão de

qualidade, para conquistar mercado e reduzir desperdícios, seja por exigência

de seus clientes, para demonstrar a sua capacidade de atendê-los de forma

sistemática ou, simplesmente, porque a organização pretende melhorar a sua

eficiência e eficácia no atendimento de seus clientes. Na primeira situação, que

é o caso em estudo, a organização precisará de uma certificação através de

um organismo certificador de sistema independente. Na segunda situação, a

organização pode prescindir do certificado, ainda que implemente completa e

rigorosamente o sistema da qualidade estabelecido pela norma ISO.

Para um melhor entendimento desse objetivo e aplicação, veremos

algumas definições e conceitos, os mais importantes, e que irão estar sempre

presentes no decorrer desse estudo.

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21Segundo a terminologia adotada pela ISO 9000: 2005 – Sistema de

gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário teremos:

Sistema – conjunto de elementos que estão inter-relacionados ou

interativos.

Sistema de gestão – sistema para estabelecer política e objetivos e para

atingir esses objetivos.

Gestão – atividades coordenadas para dirigir e controlar uma

organização.

Qualidade - grau no qual um conjunto de características inerentes

satisfaz a requisitos.

Sistema de gestão da qualidade – sistema de gestão para dirigir e

controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade.

Observe, que embora a norma não diz claramente, mas podemos

entender que, os elementos que podem interagir e se inter-relacionar nos

sistemas de gestão, de um modo geral são recursos humanos, recursos

materiais, infra-estrutura, recursos informacionais, recursos documentais,

recursos financeiros, recursos ambientais, métodos e procedimentos de

trabalho, destinados a permitir o planejamento, o controle e a melhoria daquilo

que se pretende desempenhar, em função dos requisitos identificados ou

impostos como essências, a partir de políticas, que são intenções formais,

objetivos e metas que se deseja atingir.

De acordo com Maranhão (2000), Sistema é o conjunto organizado de

regras e ações que fazem com que uma organização permaneça viva e

saudável.

Mello et al. (2009), define que, Sistema de gestão é tudo aquilo que a

organização faz para gerenciar seus processos ou atividades.

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22Cerqueira, (2006), Sistema de gestão é um conjunto de elementos bem

determinados que de alguma forma podem interagir ou se relacionar, e para os

quais voltaremos nossa atenção porque temos o interesse de saber como se

comportam em relação aos níveis de desempenho que previamente

estabelecemos.

Segundo, Juran, J.M., (1994), qualidade são características de um

produto, e que aos olhos dos clientes, quanto melhores as características do

produto, mais alta a sua qualidade. A ausência de deficiências é outro fator de

importância, citada pelo autor como uma exigência para uma alta qualidade.

O mesmo Maranhão(2000), define Sistema de gestão da qualidade,

como apenas um conjunto de recursos e regras mínimas, implementado de

forma adequada, com o objetivo de orientar cada parte da empresa para que

execute de maneira correta e no tempo devido a sua tarefa, em harmonia com

as outras, estando todas direcionadas para um objetivo comum da empresa.

Acima vimos algumas definições, que é uma maneira de entendermos

melhor o assunto, e enriquece o estudo. Porém, podemos notar que elas

basicamente chegam às mesmas conclusões, mas é importante lembrar que

esse estudo está fundamentado na série ISO 9000.

Finalizando, vamos ver o que é a ISO (organização), sua importância no

cenário mundial, e as normas da série ISO 9000, que são utilizadas na

implementação de um sistema de gestão da qualidade.

A International Organization for Standartdization (ISO), foi criada em

1946, por representantes de 25 países, inclusive o Brasil. Tem a sua sede em

Genebra, Suíça, e emite normas e padrões reconhecidos mundialmente. As

normas da série ISO 9000 é um conjunto de normas e diretrizes internacionais

que tem o objetivo de disciplinar ação para o sistema de gestão da qualidade,

e teve origem na evolução de normas referentes a instalações nucleares,

voltadas para segurança, e normas destinadas a construção de artesanatos

militares e aeroespaciais, voltadas para confiabilidade.

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23O TC (comitê técnico)176 da ISO é o responsável pela elaboração e

revisão das normas série ISO 9000, cuja primeira publicação foi em 1987 e a

terceira e última revisão foi em 2010. No Brasil o CB (comitê brasileiro)25 da

ABNT é o responsável para fazer a adaptação das normas ISO série 9000 ao

sistema de normalização brasileiro e representa o Brasil na ISO. As normas da

série ISO 9000 usadas na implementação de um sistema de gestão é tida hoje

como uma referência de boas práticas em termos de gestão da qualidade para

qualquer tipo e porte de organização.São basicamente quatro, conforme segue

abaixo:

ABNT NBR 9000:2005 – Sistema de gestão da qualidade –

Fundamentos e vocabulário.

ABNT NBR 9001:2008 – Sistema de gestão da qualidade – Requisitos.

ABNT NBR 9004:2010 – Gestão para o sucesso sustentado de uma

organização – Uma abordagem da gestão da qualidade.

ABNT NBR ISO 19011 – Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão

da qualidade e gestão ambiental.

É importante ressaltar que a norma ISO 9001 é uma abordagem

sistemática à mudança e melhoria focada nos clientes, processos,

administração e no pessoal. Segue o modelo do ciclo de Deming ou ciclo

PDCA, como se tornou mais conhecido. Este modelo foi desenvolvido por

Walter Shewhart em 1920 e depois popularizado por William Edward Deming,

um americano dos mais reconhecido e influente pioneiro da qualidade.O ciclo

PDCA é um método cíclico para a condução de atividades de melhoria

contínua, que consiste em quatro fases: planejar (plan), executar (do), avaliar

(check) e agir (act) para melhoria.(ver Fig. 2.1)

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24

Fonte: ISO 2008. Figura 2.1

2. 2 – Princípios de gestão da qualidade - ISO 9001:2008

Com a última revisão, editada em 2008, o modelo de sistema de gestão

da qualidade definido pela ISO baseia-se fortemente nos princípios de gestão

estabelecidos pela quantidade total. Portanto, para se ter um entendimento

global sobre o modelo de gestão da qualidade da ISO 9001:2008 deve-se,

inicialmente, abordar os oito princípios de gestão fundamentais para a

implementação dos requisitos de gestão da qualidade estabelecidos pela ISO.

São eles:

1 – Foco no cliente.

2 – Liderança.

3 – Envolvimento de pessoas.

4 – Abordagem de processo.

5 – Abordagem sistêmica para a gestão.

Plan:Planejar

Estabelecer os objetivos e processos necessários para alcançar os resultados de acordo com os requisitos, dos clientes e com as políticas da organização.

Do: Executar Implementar os processos.

Check: Verificar

Monitorar e medir os processos e produtos em relação às políticas, objetivos e requisitos para o produto e registrar os resultados.

Act: Atuar corretivamente

Tomar ações para continuamente melhorar o desempenho do processo.

A P

C D

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256 – Melhoria contínua.

7 – Abordagem factual para a tomada de decisão

8 – Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.

Conforme, (Carpinetti – 2009), os princípios de gestão são ilustrados no

diagramas da figura 2.2. Essa figura sugere que a gestão da qualidade

depende dos princípios de melhoria continua, foco no cliente e visão dos

processos. Já a visão de processos decorre de uma visão sistêmica da gestão

de negócio. O foco no cliente, a melhoria contínua e o comprometimento e

envolvimento dos funcionários dependem em grande medida da liderança da

direção da empresa.

O envolvimento e comprometimento dos funcionários também são

fundamentais para manter o foco no cliente e o processo de melhoria contínua,

assim como a decisão baseada em fatos. A efetiva implementação da gestão

da qualidade certamente leva a uma relação ganha-ganha entre clientes e

fornecedores, ou seja, atendimento de requisitos e redução de desperdícios.

Cada um desses princípios e o relacionamento entre eles são discutidos a

seguir:

Fig. 2.2 Relacionamento entre os princípios de gestão da qualidade Fonte: (Carpinetti – 2009).

Relação ganha-ganha Gestão da Qualidade

Melhoria Contínua Foco no Cliente Visão de processos

Decisão baseada em Fatos

Comprometimento/ Envolvimento

Visão Sistêmica

Liderança

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26

Princípio 1 : Foco no cliente

O foco central do sistema da qualidade è gerenciar a realização do

produto para o atendimento dos requisitos dos clientes relativos a prazo de

entrega, preço, confiabilidade e, ao mesmo tempo, reduzir desperdícios e

custo da não qualidade. Portanto, o foco no cliente é fundamental para a

identificação dos requisitos dos clientes e do mercado quanto ao produto ou

serviço fornecido, sendo como para a avaliação de seu grau de satisfação. È

indiscutível que o sucesso e a competitividade de um negócio dependem em

grande parte desse foco no cliente. Para isso, é preciso se comunicar e

entender quais são os requisitos dos clientes. Muitas vezes, a empresa tem

vários tipos de clientes, com requisitos diferentes, e nem todos os requisitos

são explicados por eles.

Além desse aspecto, o foco em outras partes interessadas, como

funcionários e acionistas, também justifica a gestão da qualidade para a

redução de desperdícios e custos da não qualidade.

Princípio 2 : Liderança

São os líderes que estabelecem a unidade de propósito e o rumo das

organizações. A liderança da empresa deve estabelecer e por em prática uma

visão a longo prazo de comprometimento com a qualidade.Ela deve criar e

manter o ambiente adequado para que as pessoas se tornem completamente

envolvidas no propósito de atingir os objetivos e as estratégias traçadas pela

organização.A adoção de uma cultura organizacional de valorização da

qualidade é um processo lento e gradual, que leva em conta a cultura existente

na organização. Os novos princípios devem ser repetidos e reforçados,

estimulados em sua prática, até que a mudança desejada se torne irreversível.

Nesse sentido, é preciso persistência, continuidade. A liderança da

administração é fundamental na adoção e na prática dos princípios da

qualidade, bem como o envolvimento das pessoas.

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27Princípio 3: Envolvimento das pessoas

Numa organização nada será tão eficaz quanto o espírito de

colaboração e a iniciativa daqueles que acreditam no trabalho.As pessoas são

a essência de uma organização, e seu envolvimento possibilita que suas

habilidades sejam usadas para o benefício da organização.

Conseqüentemente, o total envolvimento permite melhor aproveitamento e

utilização das habilidades para o benefício da empresa. Deve-se atentar

também para o fato de que as pessoas procuram não apenas remuneração

adequada, mas também espaço e oportunidade de demonstrar aptidões,

participações, crescimento profissional e ver seus esforços reconhecidos.

Satisfazer tais aspirações é multiplicar o potencial de iniciativa e trabalho. No

entanto, o envolvimento e comprometimento das pessoas dependem de uma

sinalização da liderança da organização sobre a importância de ter um

comprometimento com a qualidade, foco no cliente e melhoria contínua. Para

isso, a alta administração exerce um papel de liderança fundamental, no

sentido de estabelecer esses princípios de gestão.

Princípio 4: Abordagem de processos

Quando as atividades e os recursos com elas relacionados são

gerenciados como um processo, os resultados desejados são alcançados com

mais eficiência. O princípio de abordagem por processos deve ser usado para

se entender o enfoque da norma quanto a realização do produto. Em uma

organização tipicamente industrial, os processos produtivos compreendem o

processamento de matérias e transformação em produtos acabados/semi-

acabados. Em outros tipos de organizações, por exemplo, voltadas à prestação

de serviços, o processo produtivo compreende as atividades de produção dos

serviços.

Os processos de uma organização são definidos de forma mais

genérica como processos de negócio, que consistem em um grupo de

atividades logicamente relacionadas que utilizam os recursos de uma

organização para prover os resultados esperados pela organização. Para

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28caracterizar um processo de negócio, o conjunto de atividades deve fazer parte

de um processo total, ou macroprocesso, que adiciona valor para os clientes,

executado atravessando a estrutura funcional da organização. Ou seja, os

processos de negócio compreendem todos os processos de serviços, de

informação e os produtivos. Alguns exemplos de processos de negócio

genérico são; desenvolver produto e processo, comercializar e vender, produzir

e distribuir, gerenciar os recursos humanos, entre outros.

Princípio 5: Abordagem sistêmica para a gestão

Sistema é definido pela ISO 9000:2008 como um conjunto de atividades

inter-relacionadas e que interagem entre si para gerar qualidade.Essa definição

decorre de que a qualidade do produto e o entendimento dos requisitos dos

clientes dependem de atividades ao longo do ciclo produtivo, na cadeia interna

e externa de agregação de valor do produto. Daí, a importância de identificar,

compreender e gerenciar processos inter-relacionados como um sistema que

contribui para a eficácia e a eficiência da organização no sentido de atingir

seus objetivos.

Princípio 6: Melhoria continua

Convém que a melhoria contínua do desempenho global da organização

seja um objetivo permanente. Nada é tão bom que não possa ser melhorado, É

sempre possível e necessário melhorar continuamente. As necessidades e

expectativas dos clientes evoluem sempre, se as organizações não melhorar

seus processos e produtos, em algum momento o cliente ficará insatisfeito e

deixará de ser fiel. Logo a concorrência estará trabalhando para nos superar

ou manter a liderança.

Princípio 7: Abordagem factual para a tomada de decisão

Para a gestão da qualidade e da melhoria do desempenho da

organização, é fundamental que as decisões sejam tomadas baseadas em

informações qualitativas ou quantitativas decorrentes de análise e diagnóstico

da situação atual, indicadores de desempenho, auditorias ou outro meio que

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29possibilite uma avaliação objetiva baseada na realidade, isenta de opiniões

não fundamentadas por dados e fatos. Esse princípio de gestão obriga os

gestores a desenvolver a boa prática de fundamentar suas decisões em

análises cuidadosas das informações.

Princípio 8: Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores

A qualidade e o desempenho de uma organização dependem da

qualidade dos produtos ou serviços de seus fornecedores e do fornecimento

desses produtos ou serviços.Essa relação de interdependência pode criar uma

relação mutuamente benéfica, em que ambos melhoram a qualidade de seus

produtos e a eficiência de suas operações e reduz os desperdícios. Essa visão

contribui para a gestão da qualidade colaborativa entre elos da cadeia e para a

melhoria da qualidade de um modo geral.

2. 3 – Requisitos de gestão da qualidade - ISO 9001:2008

Baseado nos princípios de gestão estabelecidos pela ISO 9001:2008 e

sabendo que o modelo de sistema de gestão da qualidade definido na revisão

2008, manteve-se inalterado, podemos dizer que esse modelo estabelece

cinco requisitos, que podem ser entendidos como processos de gestão da

qualidade inter-relacionados, que são:

Sistema da Qualidade (seção 4 da norma).

Responsabilidade da Direção (seção 5 da norma).

Gestão de Recursos (seção 6 da norma).

Realização do Produto (seção 7 da norma)

Medição, Análise e Melhoria (seção 8 da norma).

As seções 4; 5; 6 e 8 da norma, estabelecem requisitos que têm como

objetivo dar suporte às atividades de gestão da qualidade na realização do

produto e garantir a eficácia do sistema da qualidade; ou seja, assegurar que

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30as atividades de gestão da qualidade na realização do produto de fato sirvam

para atender aos requisitos dos clientes e reduzir os custos da não qualidade.

2. 3.1 – Sistema da Qualidade (seção 4 da norma)

Esse requisito da norma divide-se em:

1 – Requisitos gerais do sistema.

2 – Requisitos de documentação.

Os requisitos gerais do sistema: delineiam o que constitui a base de um

sistema de gestão da qualidade, dando uma visão geral do que necessita ser

feito. O objetivo é facilitar o desenvolvimento de sua implantação e

manutenção. Os itens que vão de “a” até “f”, fornecem uma abordagem

sistemática de processos para montar o sistema, e devem ser geridos

conforme os requisitos da norma.

É importante ressaltar que quando uma organização optar por terceirizar

algum processo que afete a conformidade do produto em relação aos

requisitos, a organização deve assegurar o controle desses processos. O tipo e

a extensão do controle a ser aplicado a esses processos terceirizado devem

ser definidos dentro do sistema de gestão da qualidade. O fato da

terceirização, não exime a organização da responsabilidade de estar conforme

com todos os requisitos do cliente, estatutários e regulamentares.

Requisitos de documentação: tem por objetivo fundamental estabelecer

critérios para criar e controlar a documentação do sistema da qualidade. Neles,

a norma fala que a documentação deve incluir, uma declaração documentada

de uma política da qualidade e dos objetivos da qualidade, um manual de

qualidade, um procedimento documentado para controle de documentos, e

para o controle de registros, além de outros procedimentos documentados

requeridos pela norma. Então vejamos:

a) A política da qualidade de uma organização é definida pela alta

direção, e deve ser uma declaração sobre seus princípios e valores

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31relacionados à gestão da qualidade. A política da qualidade deve dar

sustentação aos objetivos da qualidade, ao planejamento, controle e melhoria

de todas as atividades de gestão da qualidade.

Normalmente, a política da qualidade de uma organização enfatiza os

princípios como liderança e comprometimento com a qualidade, foco no

cliente, recursos humanos e melhoria continua. Podemos assim, definir para o

nosso estudo a seguinte política da qualidade:

“A organização estabelece e mantém no seu Processo de Docagem de

Navios um Sistema de Gestão da Qualidade, de acordo com as diretrizes da

norma ABNT NBR 9001:2008. A fim de fornecer serviços que atendam às

necessidades de nossos clientes, tendo como princípio fundamental à melhoria

contínua”.

b) Os objetivos da qualidade: são importantes instrumentos de estímulo

para a tomada de ação, que propiciam a gestão estratégica da organização de

forma planejada e não por meios de crises. (Juran, J.M., 1991)

Os objetivos da qualidade são definidos pela alta direção e devem ser

mensuráveis e coerentes com a política da qualidade da organização. Ou, seja

a política deve estabelecer objetivos que, por sua vez, possam ser monitorados

por meios de indicadores. Esses indicadores dependem do tipo de organização

e dos fatores críticos para o sucesso do negócio. É importante não estabelecer

um número grande de indicadores, visto as dificuldades que se tem no início

para manter uma sistemática de coleta de dados, cálculos e análise desses

indicadores. Logo, tomaremos para os nossos objetivos da qualidade os mais

importantes num primeiro momento, para analisarmos a sua evolução, que

são:

– Satisfação dos clientes.

– Cumprimento dos prazos.

– Eficiência operacional.

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32 -- Capacitação tecnológica.

É importante que cada indicador seja definido por meio de uma fórmula

de cálculo, unidade de medição, freqüência de medição, forma de

apresentação dos resultados, bem como um responsável pela atualização do

indicador, ver anexos 4 e 5.

c) Manual da qualidade: é o documento que descreve o sistema da

qualidade da organização em sua íntegra, permitindo assim uma visão geral da

organização, é onde se deve encontrar com facilidade as principais

informações do sistema. O manual deve ser um documento bem simples e

enxuto. Logo, deve fazer referência a outros documentos que complementam

as informações nele apresentadas.

O item 4.2.3 da norma ISO 9001, diz que a organização deve

estabelecer um manual da qualidade que inclua:

–– O escopo do sistema de gestão da qualidade, incluindo detalhes e

justificativas para quaisquer exclusões.

–– Procedimentos documentados, que são os seis documentos

obrigatórios, estabelecidos para o sistema de gestão da qualidade, ou seja:

Controle de documentos; Controle de registros; Auditoria Interna; Controle de

produto não conforme; Ação corretiva; Ação preventiva, ou referência a eles, e

–– Uma descrição da interação entre os processos do sistema de

gestão da qualidade.

Vamos usar para o nosso estudo a estrutura abaixo apresentada para o

manual da qualidade.

Introdução

I – Apresentação da organização

II – Política da Qualidade

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33III – Sistema de Gestão da Qualidade

Escopo e Exclusões

Organização do Sistema da Qualidade e Representante da Direção

Relacionamento entre Procedimentos de Gestão e os Requisitos da ISO

Gestão da qualidade na realização do Produto

Gestão e Manutenção do Sistema Documental

Medição Análise e Melhorias

Responsabilidade da Administração

Gestão de Recursos

d) Controle de documentos: os documentos requeridos pelo sistema de

gestão da qualidade devem ser controlados. Registros são do tipo especial de

documentos e devem ser controlados de acordo com os requisitos

apresentados em controle de registros que será visto mais adiante. Na maioria

das vezes os documentos do sistema de qualidade vão além de poucos

procedimentos documentados, logo a norma ISO 9001 exige um procedimento

que garanta o controle de documentos. Portanto, deve-se elaborar uma

planilha que defina em seus campos as exigências da norma, assim vejamos:

Que os documentos em circulação foram analisados e aprovados,

incluindo revisões e alterações de documentos já existentes.

Que os documentos em circulação sejam identificáveis.

Que os documentos desatualizados não sejam utilizados.

Que novos documentos ou novas revisões sejam prontamente

disponibilizadas aos usuários desses documentos.

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34Que haja um controle sobre os documentos em circulação, no que se

refere a local ou área funcionais em que se encontram, quais documentos,

revisões e versões vigentes, número de cópias, tipo de proteção e outras

informações pertinentes. Um procedimento de controle de documentos deve

ser estabelecido, por exigência da norma ISO 9001.

e) Controle de registros: são documentos que registram o histórico das

atividades da organização, tais como as informações sobre resultados de

produção e atividades em geral, assim como fornecer evidências de que o

controle é exercido ao longo das etapas de realização de produto. As

informações abaixo podem estar contidas em planilha para um melhor

entendimento e organização.

Um procedimento de controle de registro deve ser estabelecido, por

exigência da norma ISO 9001, e que deixe bem explícito como a organização

garante:

Identificação dos registros: por meio de um nome ou código do registro.

Arquivamento do registro: indicação do meio e local onde o registro fica

arquivado.

Proteção do registro: os locais onde ficam arquivados os registros

devem ser protegidos de forma, que garanta a integridade do documento. Os

registros que estiverem em sistemas informatizados devem ser copiados em

arquivos externos, identificados e guardados em local seguro definido pela

organização.

Recuperação do registro: forma ou ordem como os registros são

recuperados para consultas depois de armazenados, como, por exemplo, data,

semana, mês, ano, código, diretório etc...

Retenção de registro: é o tempo necessário que o registro deve ser

mantido para fins de comprovação da qualidade praticada, como, por exemplo,

oito meses, cinco anos etc...

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35Finalmente podemos lembrar que de uma forma geral as organizações

optam por estabelecer uma hierarquia de desdobramento da documentação do

sistema de gestão em diferentes níveis de decisão de uso, mas isso não é

requisito de norma; é apenas uma boa prática para organizar, prover

flexibilidade e dar coerência à documentação, conforme mostra a Fig. 2.3.

Nível da Organização – Política da Qualidade (PQ); Objetivos da

Qualidade (OQ) e Manual da qualidade (MGQ).

Nível do processo – Procedimentos de Gestão..

Nível do trabalho/Execultor – Leis,Normas, Procedimentos de execução

e registros.

Estrutura usual da documentação do sistema de gestão da qualidade

Fig.2.3 – Estrutura da documentação

2.3.2 - Responsabilidade da Direção (seção 5 da norma)

Todos nós sabemos que existem dificuldades da Alta Direção na

implementação dos sistemas, particularmente quando se trata de qualidade. A

Alta Direção normalmente quer resultados sem se preocupar como consegui-

Nível da Organização

Nível do Processo

Nível do Trabalho/ Executor

Procedimentos de Gestão

Leis, Normas, Procedimentos de Execução e Registros

PQ OQ

MGQ

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36los, nem com os recursos necessários, diretrizes claras ou autonomias para as

decisões. Porém, a norma estabelece a necessidade da Alta Direção estar

comprometida com o desenvolvimento, com a implementação do sistema de

gestão da qualidade e com a melhoria contínua de sua eficácia mediante:

1- Comprometimento da administração.

2- Foco no cliente.

3- Política da qualidade.

4- Planejamento.

5- Responsabilidade, autoridade e comunicação.

6- Análise crítica pela administração.

Evidentemente, esses requisitos dependem e ao mesmo tempo colocam

em prática os princípios de foco no cliente, liderança, envolvimento e melhoria

contínua.

2.3.3 - Gestão de Recursos (seção 6 da norma)

Os recursos são sempre finitos, em geral escassos, ao passo que as

demandas são ilimitadas. Existe, também a grande dificuldade da Alta Direção

reconhecer e liberar recursos necessários para a implementação do sistema

de gestão da qualidade. A norma ISO 9001 considera três classes de recursos,

que são;

1 – Recursos humanos.

2 – Infraestrutura. (instalações, equipamentos, software, hardware etc.)

3– Ambiente de trabalho.(relacionamento interpessoal, ruído,

temperatura, iluminação, condições meteorológicas, etc.).

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37Esses requisitos também colocam em prática os princípios de liderança,

envolvimento e melhoria contínua dos recursos humanos, infraestrutura e de

ambiente de trabalho.

2.3.4 - Realização do Produto (seção 7 da norma)

A norma ISO 9001:2008 apresenta um modelo de sistema da qualidade,

que é importante para o entendimento desse requisito, pois mostra os

processos de gestão e a inter-relação entre eles. A Figura 2.4, extraída da

norma referenciada acima, é a representação desse modelo.

Fig. 2.4 Requisitos de gestão da qualidade ISO 9OO1 2008.

A seção 7 da norma trata da realização da atividade-fim da organização

na cadeia interna de seus processos operacionais ou provimento dos serviços,

para os quais ela se estruturou nas seções 4, 5 e 6, de modo a garantir o

atendimento dos requisitos dos clientes. A norma ISO 9001:2008 desdobra

esse requisito em:

1 – Planejamento da realização do produto.

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382 – Relacionamento com o cliente.

3 – Projeto e Desenvolvimento.

4 – Aquisição.

5 – Produção.

6 – Controle de Dispositivo de medição.

O planejamento da realização do produto estabelece que cada um dos

processos e atividades de realização do produto, a organização deve planejar

as atividades de gestão da qualidade em função dos requisitos dos clientes.

Portanto, é importante ter uma boa comunicação com o cliente e entender bem

o que o cliente deseja. Aqui entra o segundo requisito de gestão da qualidade

na realização do produto: relacionamento com o cliente. O planejamento da

realização do produto também deve colocar em prática o quarto princípio de

gestão, o da abordagem por processos, já que se pressupõe a identificação

dos processos e atividades primárias e de suporte para a realização do

produto.

Os outros requisitos de realização do produto (projeto, produção,

aquisição e controle de dispositivos) estabelecem critérios mínimos para a

garantia da qualidade em projeto, aquisição e medição de produtos

produzidos.

2.3.5 - Medição, Análise e Melhoria (seção 8 da norma)

Finalmente, vem o requisito que estabelece que a organização deve

medir os resultados em termos de satisfação do cliente, conformidade do

sistema através de auditorias internas, produto e processos, analisar

criticamente os dados coletados e promover ações de melhorias, corretivas e

preventivas.Esses requisitos dividem-se em:

1 – Monitoramento e medição.

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392 – Controle de produtos não conformes.

3 – Análise de dados.

4 – Melhoria.

Eles colocam em prática os princípios de liderança, já que cabe à

direção da organização liderar a análise crítica do sistema, melhoria contínua,

a partir da análise de satisfação do cliente, não conformidades de produto,

processos e sistema e decisões baseadas em fatos, decorrentes da análise de

informações de desempenho.

Podemos concluir que os requisitos da norma ISO 9001:2008 podem ser

relacionados com as etapas de planejamento (P), execução (D), verificação(C),

e Melhorar (A) de um grande ciclo PDCA de gestão da qualidade da

organização.

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40

CAPÍTULO I I I

Método de implementação e certificação de um SGQ.

Quando se implementa um sistema de gestão da qualidade

fundamentado na norma ISO 9001:2008, não se tem um modelo padrão. No

entanto, independente do modelo definido, o planejamento do processo de

implementação é de importância fundamental. Esse capítulo, que é o objetivo

principal desse estudo, apresenta um método de planejamento do processo de

implementação de um SGQ e de sua certificação, considerando as etapas

fundamentais necessárias para implementar e certificar um SGQ no processo

de docagem, segundo a norma ISO 9001: 2008.

3.1 – Avaliação pré - implementação.

Antes de iniciar o processo de implementação é fundamental que a Alta

Direção esteja e se mostre satisfatoriamente convencida, comprometida e

engajada no processo. Para isso é necessários que se faça uma reunião com

a Alta Direção com o objetivo de se ter à unificação conceitual, os

esclarecimentos dos riscos e oportunidades do processo e a designação de

responsabilidade e autoridade, devidamente chanceladas. O projeto de

implementar um sistema de gestão da qualidade representa uma mudança

cultural na organização e que usualmente provocam conflitos. Se não houver

uma firme e clara disposição de apoiar as mudanças, as resistências à

implementação podem se tornar insuperáveis. Portanto, só inicie o processo

de implementação se a direção estiver claramente convencida e

compromissada com as mudanças.

É também importante que a organização faça uma avaliação para saber

a sua situação atual e definir os vazios que devem ser preenchidos e

aproveitar o que de bom existe, verificando o grau de adequação das práticas

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41de gestão da qualidade da organização em relação aos requisitos da norma

ISO 9001 2008. O questionário do anexo 6 apresenta um roteiro de

diagnostico, baseados na norma que pode ser usado para uma avaliação

qualitativa.

3. 2 – Implementação do Sistema de gestão da qualidade.

O processo de implementação apresentado para o caso em estudo,

considera que a organização não atenda a nenhum dos requisitos da norma

ISO 9001:2008. Portanto, a partir da avaliação preliminar das práticas de

gestão da qualidade na organização, é possível se ter uma visão mais clara da

extensão do processo de implementação do sistema de gestão da qualidade e

daí adaptar o processo proposto às realidades da organização.

O processo de implementação proposto para estudo divide-se em

quatro etapas, que são:

Etapa I: Levantamento de necessidades.

Etapa II: Projeto do sistema.

Etapa III: Implementação

3. 2. 1 – Levantamento de necessidades.

Nesta etapa vamos mostrar as reais necessidades, e que, devem ser

bem definidas e identificadas para o sucesso do projeto de implementação do

sistema de gestão da qualidade:

1 – Definição do coordenador da qualidade e do conselho da qualidade:

essa equipe deve ser formada pela Alta Direção da organização e pela pessoa

designada como representante da direção para assuntos da qualidade,

conforme requisito 5.5.2 da norma ISO 9001:2008, além é claro, de outras

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42pessoas envolvidas que podem ser solicitadas pela direção da organização

para contribuir com o projeto e implantação do sistema.

2 – Identificação das necessidades de melhorias no ambiente de

trabalho: as que são importantes para prover e manter uma infra-estrutura

necessária para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.

3 – Identificação dos requisitos dos clientes: a partir dos produtos

oferecidos e mercados atendidos, procura-se identificar quais são os requisitos

qualificadores (sem os quais a organização não atende minimamente aos

requisitos dos clientes) e os requisitos ganhadores de pedidos (que são os que

fazem a diferença).

4 – Identificação de atividades críticas para a garantia da qualidade:

para identificação dessas atividades, sugerem-se os seguintes passos:

a) Mapeamento dos processos principais e de suporte: o mapeamento

dos processos é um dos requisitos da ISO 9001:2008 e auxilia a identificar

todas as atividades da organização para a realização do produto, principais e

de suporte. Através das atividades identificadas podemos verificar a

necessidade de se criar ou não documentos que irão facilitar na execução da

realização do produto, ver anexo 2.

b) Mapeamento da estrutura funcional: visa identificar as áreas

funcionais da organização e as pessoas vinculadas a elas. Esse mapeamento

corresponde ao organograma da organização, ver anexo 7.

c) Identificação dos processos e atividades críticas para garantia da

qualidade e responsabilidade funcional: processos e atividades críticas são

aqueles que mais afetam os requisitos dos clientes. Esse relacionamento é, na

maioria das vezes, bastante evidente. Pode-se também criar uma matriz de

relacionamento entre os requisitos dos clientes e os processos e atividades

realizadas pela organização, e outra de responsabilidade funcional,

relacionada com as atividades.

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433.2.2 – Projeto do sistema.

Podemos considerar que é nessa etapa que se inicia o projeto de

implementação do sistema de gestão da qualidade de fato, sendo que essa

etapa de projeto subdivide-se em outras três, como se segue:

3.2.2.1 – Política e objetivos da qualidade.

O projeto do sistema começa pela definição da política e dos objetivos

da qualidade definidos pela alta direção e discutidos em detalhes no CapítuloII

(Item 2.31). A divulgação da política da qualidade deve ser feita a partir desse

momento com palestras e comunicados de conscientização para os

funcionários. É a divulgação da política da qualidade que marca praticamente o

início do projeto de implementação do sistema e, portanto, deve ser

amplamente divulgada.

3.2.2.2 – Estruturação do sistema documental.

O objetivo agora è planejar a estrutura do sistema documental e,

portanto, a primeira tarefa consiste em definir qual será o padrão de

documentação do sistema da qualidade, o critério para codificação dos

documentos e outros critérios para elaboração, aprovação, validação e

distribuição dos documentos. Essa atividade culmina com a elaboração do

procedimento de controle de documentos e registros, que são obrigatórios pela

norma ISO 9001:2008 e discutidos no Capítulo II.

Uma vez definidos o formato e o procedimento de controle da

documentação e de registros, deve-se planejar o conteúdo do sistema da

qualidade, ou seja, quais serão os procedimentos e instruções que deverão

fazer parte do sistema da qualidade. É evidente que nesta etapa ainda não se

tem total clareza sobre quais devem ser os procedimentos e instruções de

trabalho que devem fazer parte do sistema da qualidade. Mesmo assim, é

possível planejar uma boa parcela das atividades do projeto do sistema de

qualidade que deverão ter um procedimento que oriente na sua execução. No

fluxograma básico do processo de docagem de navios, anexo 2, ao lado das

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44atividades consideradas importantes, foram definidos alguns procedimentos

que devem ser elaborados para serem incluídos no sistema de gestão da

qualidade e que ajudarão na execução dessas atividades. A relação nominal

desses procedimentos faz parte do anexo 8. Outro fato importante nesta etapa

e a elaboração da primeira versão do manual da qualidade.

Com a documentação já estabelecida, a organização tem o

amadurecimento suficiente para concluir o manual da qualidade de forma mais

consciente e segura.Nesta fase é importante a participação e a cooperação de

todas as pessoas envolvidas no processo, pois são elas que devem ser

consultadas por ocasião da elaboração dessa documentação, de modo a

garantir o sucesso na prática. A implementação do manual da qualidade deve

ser ainda mais formal e reforçada do que as outras documentações. O manual

deve ser visto por todos como uma importante etapa de consolidação do

processo, a verdadeira fonte de referência da organização, esse assunto está

bem detalhado no Capítulo II.

3.2.2.3 – Procedimentos de gestão da qualidade.

Esta é a etapa de maior duração, em que os procedimentos, instruções

de trabalho e modelos de registros são desenvolvidos. Nessa etapa é

imprescindível à participação de quem realiza a tarefa a ser padronizada

durante a elaboração de um procedimento ou instrução operacional, uma vez

que, agindo dessa forma o colaborador se sentirá dono do processo,

comprometendo-se com ele e apagando a imagem de que a implementação do

sistema de gestão da qualidade é uma imposição. Caso esse colaborador

tenha alguma dificuldade de escrever os procedimentos, ele deverá relatar o

seu conhecimento e a sua experiência, para um integrante do grupo que

saberá como proceder para documentá-la.

Ainda que haja uma ordem mais adequada para o desenvolvimento

desses procedimentos, sugere-se a seqüência:

Realização do produto (capítulo 7 da norma).

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45Produto não conforme (capítulo 8 da norma).

Gestão de recursos físicos (capítulo 6 da norma).

Gestão de recursos humanos (capítulo 6 da norma).

Procedimento de auditoria interna (capítulo 8 da norma).

Análise crítica para a melhoria contínua do sistema (capítulo 5 e 8 da

norma).

Ação corretiva e ação preventiva (capítulo 8 da norma).

3.2.3 – Implementação.

A terceira etapa do processo corresponde à implementação do sistema,

ou seja, a colocação dos procedimentos em práticas. A implementação deve

ser feita à medida que os procedimentos vão sendo desenvolvidos, o que

possibilita a identificação de necessidade de ajustes desses procedimentos.

Assim, nessa etapa de implementação, as seguintes atividades devem ser

desenvolvidas:

Treinamento nos procedimentos e instruções de trabalho.

Implementação dos procedimentos e instruções.

Revisão dos procedimentos, instruções e documentos.

Realização do 1º Ciclo de Operação.

Monitoramento das atividades.(Indicadores)

Treinamento de auditores internos.

Auditoria interna.

Análise de auditoria e definição de planos de ações.

Acompanhamento de ações de melhorias (análise crítica).

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463. 3 – Certificação do sistema de gestão da qualidade.

A certificação de um sistema de gestão da qualidade segundo a ISO

9001:2008 é um processo de avaliação pelo qual uma empresa certificadora

avalia o sistema de gestão da qualidade de uma organização interessada em

obter um certificado. A certificação não é uma etapa obrigatória, mas sempre

que for julgado pertinente deve ser considerada como uma etapa a ser vencida

após a implementação, pois atesta que o sistema de gestão da qualidade da

organização condiz com o modelo de sistema de gestão da qualidade

estabelecido pela norma. Ou seja, o sistema de gestão da organização

contempla todos os requisitos estabelecidos pela norma. Esse aspecto do

processo de certificação é bem descrito pela expressão: Diga o que você faz

para garantir a qualidade. O objetivo, portanto, é atestar a aderência do

sistema da qualidade projetado pela organização como o modelo de sistema

estabelecido pelos requisitos da norma. Outrossim, atesta que foram

encontradas evidências de que a organização implementa as atividades de

gestão da qualidade tidas como necessárias para atender aos requisitos dos

clientes. Esse segundo aspecto da certificação é bem definido pelo dizer:

Demonstre que você faz o que você diz que faz para garantir a qualidade.

Para o caso em estudo, é importante que a organização certifique o seu

sistema de gestão da qualidade do processo de docagem de navios segundo a

norma ISO 9001:2008, pois é uma estratégia a ser adotada para fortalecer e

dá mais credibilidade a organização que, quer ser mais competitiva para

conquistar novos mercados e ser reconhecida nesses mercados como uma

organização capaz de atender as necessidades do cliente.

O processo de avaliação conduzido pela empresa certificadora é

chamado de auditoria de terceira parte. Auditoria porque a avaliação tem um

valor oficial, e de terceira parte por que se trata de uma auditoria realizada por

um organismo independente, que não a própria empresa (primeira parte) ou

um cliente da empresa (segunda parte).E a empresa certificadora, que audita e

emite o certificado é normalmente chamada de organismo certificador.

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47O processo certificado por um organismo certificador tem validade de

três anos. No entanto, as organizações certificadas devem passar por

auditorias de manutenção, com periodicidade semestral ou anual. Nessas

auditorias de manutenção, a organização certificada, para manter seu

certificado, deve provar evidências de que o sistema de gestão da qualidade

continua a atender aos requisitos da norma ISO 9001:2008 e que não

conformidades identificadas em auditorias anteriores receberam o devido

tratamento. Após o período de três anos, a organização passa por um

processo de re-certificação par renovação do certificado por um igual período.

O anexo 9, apresenta uma seqüência de realizações de atividade para a

implementação e certificação do sistema de gestão da qualidade que devemos

levar em conta, tendo em vista que a rigor, não existe um tempo definido para

cada uma das etapas de implementação. Dependendo do porte e da

complexidade da organização, o tempo de implementação pode variar de

alguns meses a mais de um ano.

Finalmente, diante de tudo que foi apresentado, para comprovar a

eficácia do trabalho de implementação do sistema de gestão da qualidade, é

selecionar no mercado, um o organismo certificador que seja credenciado pelo

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

(INMETRO) e submetê-los a auditoria de certificação.

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48

CONCLUSÃO

A nova postura, assumida pelos clientes, exigindo mais qualidade e

menor preço faz com que as organizações tenham que melhorar suas

atividades administrativas e produtivas de forma contínua, caso contrário, não

permanecem no mercado. Essa é a razão principal pelas quais as

organizações têm que tomar uma decisão e começar o seu processo de

melhorias. Essas melhorias são bem definidas no estudo apresentado, a

começar pelo Capítulo I que apresenta a organização, e ali, começamos a ver

no seu diagnóstico que temos problemas a serem resolvidos e optamos pela

estratégia de implementar um sistema de gestão da qualidade fundamentado

na norma ISO 9001:2008, e definimos também qual o processo a ser

implementado e certificado.

No capítulo II, está melhoria começa logo a ser vista de início, pois são

apresentados o objetivo, aplicação, princípios e requisitos de um sistema de

gestão da qualidade, onde são dadas todas as orientações

técnicas/administrativas que devem ser seguidas para resolver os problemas

da organização que não está bem estruturada organizacionalmente e quer se

preparar para se tornar competitiva e manter-se no mercado nacional, isto é:

definir a política da qualidade e os objetivos da qualidade; o processo que será

implementado e certificado; o mapeamento do processo a ser implementado e

certificado; a elaboração, revisão e o controle de toda a documentação

necessária para a sistematização do processo e do sistema de gestão;

treinamento necessário para todo o pessoal envolvido; a responsabilidade da

direção; os recursos físicos e humanos necessários para a realização do

produto; a medição, análise e melhoria.

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49Finalmente, o Capítulo III, que tem como melhoria o objetivo principal

deste estudo, que é mostrar a metodologia a ser seguida para se implementar

um sistema de gestão da qualidade e certificá-lo.

Portanto, podemos concluir que o método de implementação e

certificação de um sistema de gestão da qualidade, conforme apresentado no

estudo, é uma boa estratégia a ser tomada para se ter uma melhora

expressiva numa organização, a ponto de torná-la competitiva, e que ao entrar

no mercado nacional se sinta reconhecida e aumente a sua cartela de clientes.

Fica aqui a sugestão para que se dê continuidade a este trabalho,

aplicando a metodologia apresentada, de maneira a se ter à realização do

Ciclo de Operação completo, onde teremos subsídios práticos para melhorar a

eficácia do estudo, pois o tema é vasto, atual e a sua continuidade é

importante para as organizações de todos os seguimentos.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >>Reportagem da Revista Portos e Navios – Ed.593 - Junho - 2010 - Ano 52. Anexo 2 >> Fluxograma básico do processo de docagem de navios. Anexo 3 >> Fotos da docagem. Anexo 4 >> Tabela de indicadores trimestrais. Anexo 5 >> Questionário de pesquisa de satisfação do cliente. Anexo 6 >> Questionário de diagnóstico. Anexo 7 >>Organograma da organização. Anexo 8 >> Relação dos documentos do sistema de gestão da qualidade. Anexo 9 >> Cronograma.

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ANEXO 1

Reportagem da Revista Portos e Navios-Ed. 593 –Junho-2010- Ano 52. Carreiras e diques

* Processamento de aço mil toneladas/ano.

* Fonte Sinaval.

Projetos de novos estaleiros no país

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ANEXO 2

FLUXOGRAMA BÁSICO DO PROCESSO DE DOCAGEM DE

NAVIOS

Início

A

Providências de Aquisição

Plano de Docagem Ok?

Instalação da Porta Batel

Manobra de Entrada do Navio no Dique

Preparação do Dique e Retirada da Porta Batel

Alagamento do Dique

Montagem e Verificação do Plano de Docagem

Esgoto Parcial do Dique

Posicionamento do Navio

Não

Sim

PRA-002

PRT-001

PRT-001

PRT-002

PRT-002

PRT-002

PRT-002

PRT-002

Processamento do Material PRT-001

Navio Pronto para Desdocagem?

Aguardando Prontificação das Obras

Esgoto Total do Dique

Não

Sim

PRT-002

PRT-002

PRT-002

Envio da Nota Eletrônica para Verificação do Calado para Desdocagem PRT-002

Limpeza do Dique

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Sim

Alagamento do Dique para Desdocagem

A

Navio Flutuando com Vazamento?

Manobra de Saída do Navio do Dique

Fim

Limpeza do Dique

Esgoto do Dique

Instalação da Porta Batel

Despreparação dos Picadeiros

Retirada da Porta Batel e Preparação do Dique PRT-002

PRT-002

PRT-002

PRT-002

PRT-002

PRT-002

Redocagem Navio

NÃO

PRT-002

Esgoto parcial ou total do dique

Aguardar Prontificação PRA-008

PRA-008

PRA-008

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ANEXO 3

Fotos da Docagem

FOTO nº1 – Preparação do dique para a docagem.

FOTO nº2 - Dique alagado, navio entrando no dique.

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FOTO nº3 - Dique esgotado, navio assentado no picadeiro.

FOTO nº4 – Dique seco, navios docados.

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ANEXO 4

Tabela de indicadores trimestrais

Indicador Unid. Quem Como Plan. Real Objetivo Plan Real

Satisfação Geral.

%

RD

Média aritmét.

do item 13 das

pesquisas de

satisfação do

cliente (PSC)

90%

Atendimento

%

RD

Média aritmét.

dos itens 1a 3

(PSC)

80%

Custo

%

RD

Média aritmét.

dos itens 4 a 5

(PSC)

80%

Qualidade

%

RD

Média aritmét.

dos itens 8 a

12 (PSC)

90%

Satisfação

dos

Clientes

85%

Satisfação Prazo

%

RD

Média aritmét.

dos itens 6 a 7

(PSC)

80%

Atendimento ao

Prazo

%

RD

Docagem

realizada no

prazo/ Total de

docagem

80%

Cumprimento

dos Prazos

80%

Eficiência no

Processo

Num RD 1+[P-A / P] 0,90 Eficiência

Operacional

90%

Capacitação de

Pessoal

%

RD

Icap

(Indicador de

capacitação)

70%

Capacitação

Tecnológica

70%

Legenda: RD-Representante da Direção P=Homem Hora programado A=Homem Hora apropriado ICap = Σ Horas aplicadas em Capac. eTrein. X Qtde. de pessoal treinado x 100

Total de Funcionários X 8 horas X Nº de dias úteis do período monitorado

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ANEXO 5

Questionário de pesquisa de satisfação do cliente

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE (PSC)

1-Fui prontamente atendido ao contratar a organização.

1

2

3

4

5

n.o

2 - Os funcionários da organização atenderão com cortesia.

1

2

3

4

5

n.o

Ate

nd

imen

to

3 - As respostas aos serviços solicitados permitiram ao cliente atender seus compromissos.

1

2

3

4

5

n.o

4 - Os valores apresentados no orçamento foram coerentes com o serviço solicitado.

1

2

3

4

5

n.o

Cu

sto

5 - O valor faturado foi compatível com o serviço executado.

1

2

3

4

5

n.o

6 - O prazo acordado para execução dos serviços foi cumprido.

1

2

3

4

5

n.o

Pra

zo

7 - Os serviços executados em “garantia” foram prontamente atendidos.

1

2

3

4

5

n.o

8 - As informações contidas no contrato foram apresentadas com clareza e em conformidade com o que foi solicitado a organização.

1

2

3

4

5

n.o

9 - Os funcionários da organização demonstraram possuir conhecimento e habilidade na execução dos serviços.

1

2

3

4

5

n.o

10 - Os diversos setores da organização executaram os serviços em conformidade com o estabelecido.

1

2

3

4

5

n.o

11- A supervisão aplicada durante a execução dos serviços contribui para a efetiva realização da obra.

1

2

3

4

5

n.o

Qu

alid

ade

12 - Os serviços foram executados de acordo com o solicitado.

1

2

3

4

5

n.o

13 – Satisfação geral com os serviços prestados pela organização referente à esta fatura.

1

2

3

4

5

n.o

Legenda: n.o. – não observado.

Sugestões e críticas para melhoria dos serviços referentes a este contrato:

Avaliador: Data:

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58ANEXO 6

Questionário de diagnóstico

Adequação (1/3/5)*

Requisito

Questão

1 3 5

Obs.

A organização identifica e determina a seqüência e interação dos processos necessários para o SGQ e sua aplicação por toda a organização?

A documentação do SGQ da org. inclui declaração da política da qualidade e dos objetivos da qualidade, documentos necessários para garantir a eficácia dos processos, manual da qualidade e registros e procedimentos documentados requeridos?

A org. possui um manual que descreve a interação entre os processos e o escopo do SGQ, bem como os procedimentos documentados estabelecidos ou referência a eles?

A org. possui um procedimento documentado que define os controles necessários para os documentos e registros do SGQ de modo a evitar o uso não intencional de documentos obsoletos. Os documentos de origem externa são identificados e a sua distribuição é controlada?

Sistema de gestão da Qualidade

(SGQ)

A org. assegura que os registros são mantidos legíveis, prontamente identificáveis e recuperáveis, de modo a prover evidências da conformidade com os requisitos da operação eficaz do SGQ?

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59A AD designou um representante com resp. e aut. para assegurar a efetividade do SGQ, promover a conscientização sobre os requisitos do cliente e relatar à AD qualquer necessidade de melhoria, bem como o desempenho SGQ?

Responsab. da Alta Direção. (AD) A AD analisa criticamente o SGQ,

incluindo política e objetivos, a intervalos planejados para assegurar sua pertinência, adequação e eficácia. Quais entradas são usadas para análise críticas? Quais saídas são geradas?

As competências necessárias para as pessoas que executam trabalhos que afetam a qualidade do produto são determinadas pela organização?

Gestão de Recursos. A organização fornece treinamento

ou realiza outras ações para satisfazer as necessidades de competência e avalia a eficácia das ações executadas?

A organização determina e analisa criticamente os requisitos relacionados ao produto antes de assumir o compromisso de fornecimento com o cliente e assegura que esses requisitos estão definidos, que as divergências estão sanadas e que estes requisitos podem ser atendidos pela organização?

Realização do produto.

A organização realiza e mantém registros das análises críticas e verificações sistemáticas para avaliar a capacidade em atender aos requisitos de projeto e desenvolvimento e propor ações para problemas identificados. Participam dessas análises representantes de funções envolvidas com os estágios de projeto e desenvolvimento?

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60A organização estabelece critérios para seleção e avaliação de seus fornecedores com base na sua capacidade em fornecer produtos de acordo com os requisitos especificados pela organização? São mantidos registros dessas avaliações, bem como das ações pertinentes?

A org.estabelece e implementa insp. ou outras atividades necessárias para assegurar que o produto adquirido atende aos requisitos especificados?

Realização do produto.

A organização determina as medições e monitoramento a serem realizados, bem como os dispositivos de medição e monitoramento necessários para demonstrar a conformidade do produto? Os dispositivos de medição são mantidos em condições adequadas de uso?

A organização possui um procedimento que define os controles, as responsabilidades e autoridades para garantir que os produtos não-conformes sejam identificados, controlados e, quando corrigidos, reverificados.Registros desses controles são mantidos?

A organização avalia criticamente a satisfação dos seus clientes, o desempenho de seus produtos e processos?

Medição, Análise e Melhoria.

A organização possui um procedimento que define ações corretivas e preventivas para eliminar as causas d e não conformidades, de forma a evitar sua repetição?

*Grau de Adequação; 1-não atende requisito; 2-atende regularmente; 5-atende satisfat. Fonte: (Carpinetti – 2009).

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ANEXO 7

Organograma da organização

Fonte: Mello et al. (2009)

Diretor-presidente

Dir.comercial

Repres. direção

Dir.industrial

Dir.administrativo

Ger. vendas Ger. Prod. Ger. qualidade

Ger. RH

Ger. financeiro

Supervisor vendas

Supervisor produção

Supervisor qualidade

Supervisor pessoal

Supervisor treinamento

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ANEXO 8

Relação dos documentos do sistema de gestão da qualidade

PRA – Procedimentos administrativos. Alta Direção

PRA-AD 001 Auditorias Internas de Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).

Representante

da Direção.

PRA-001

Programação de Atividades de Docagem de Navios.

PRA-002 Aquisição de Materiais e Serviços no Processo de Docagem de Navios

PRA-003 Tratamento de Produto Não-conforme no Sistema de Gestão da Qualidade.

PRA-004 Melhoria Contínua no Sistema de Gestão da Qualidade.

PRA-005 Análise Crítica de Ordem de Serviço

PRA-006 Provisão de Recursos Para o Sistema de Gestão da Qualidade

PRA-007 Controle de Documentos do Sistema de Gestão da Qualidade

PRA-008 Controle de Registros do Sistema de Gestão da Qualidade

PRA-009 Recursos Humanos para o Sistema de Gestão da Qualidade

PRA-010 Pesquisa de Satisfação do Cliente

PRA-011 Indicadores do SGQ

PRT – Procedimentos Técnicos. PRT--001 Preparação para a Docagem

PRT--002 Manobra de Entrada, Docagem, Desdocagem e Saída de Navios no Dique seco.

PRT--003 Calibração e Controle de Instrumentos.

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ANEXO 9

Cronograma

Pré- AValiação

Lev. Necessidade

Política e Objetivos

Estrutura. Sist. Doc.

Procedimentos

Implementação Certificação Tempo Cronograma de implementação do sistema da qualidade ISO 9001:2008. Fonte: (Carpinetti – 2009).

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Cerqueira, Jorge Pedreira de – Sistemas de Gestão Integrados: ISO 9001, ISO

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A organização 10

1.1 – O mercado de atuação e sua importância no cenário nacional. 11

1.2 – Diagnóstico da organização. 14

1.3 – Definição do processo a ser implementado pela organização. 16

CAPÍTULO I I

Sistema de gestão da qualidade. 20

2.1 – Objetivo e aplicação. 21

2.2 – Princípios de gestão da qualidade - ISO 9001:2008. 24

2.3 – Requisitos de gestão da qualidade - ISO 9001:2008. 29

2.3.1– Sistema da qualidade. 30

2.3.2 – Responsabilidade da direção. 35

2.3.3 – Gestão de recursos. 36

2.3.4 – Realização do produto. 37

2.3.5 – Medição, análise e melhoria. 38

CAPÍTULO I I I

Método de implementação e certificação de um SGQ 40

3.1 – Avaliação pré-implementação 40

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673.2 – Implementação e certificação do SGQ 41

3.2.1 – Levantamento de necessidades 41

3.2.2 – Projeto do sistema 43

3.2.2.1 – Política e objetivo da qualidade 43

3.2.2.2 – Estruturação do sistema documental 43

3.2.2.3 – Procedimentos de gestão da qualidade 44

3.2.3 Implementação

3.3 – Certificação do sistema de gestão da qualidade. 46

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 64

ÍNDICE 66

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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