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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM LIDERANÇA FEMININA Por: Claudia Gonçalves Lima Orientador: Prof.ª: Adélia Araújo RIO DE JANEIRO 2012.

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · 1.4.2 liderança carismática 13 1.4.3 liderança visionária 15 CAPÍTULO II – A mulher trabalhadora: Perfis e Conceito

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM

LIDERANÇA FEMININA

Por: Claudia Gonçalves Lima

Orientador:

Prof.ª: Adélia Araújo

RIO DE JANEIRO

2012.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM

LIDERANÇA FEMININA

Apresentação de monografia ao instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Claudia Gonçalves Lima

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, a minha mãe e ao meu esposo.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a todas as mulheres que estão no cargo de liderança e para aquelas que almejam.

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RESUMO

O objetivo do trabalho é demonstrar a importância das habilidades e

característica femininas na liderança para as organizações, haja vista as

constantes transformações da atualidade. Estas questões constituíram o ponto

de partida para elaboração deste trabalho.

Para tanto, desenvolveu-se uma abordagem a partir de sua

conceituação, gêneros, habilidades feminina e estilos de liderança, bem como

um enfoque nas relações entre liderança e cultura. As mulheres têm

comprovadas a sua eficácia e competência ao assumir a gestão da empresa

competitiva do mundo atual, conseguindo uma gestão compartilhada, voltada

para a realidade do mercado moderno, justificada em algo que lhe é próprio:

sua capacidade de se multiplicar, decidir e persistir, sem contar com o amor

pela profissão e o equilíbrio com a sua vida pessoal; tudo isso graças pela

melhor e mais preparação para o cargo, que poderiam ocupar na empresa do

que os próprios homens.

O trabalho constou de uma revisão da literatura especializada, a

contribuição de autores de renome referentes aos temas da liderança e das

teorias administrativas. No campo, por meio de uma pesquisa descritiva

bibliográfica, foram identificados os pontos convergentes e divergentes da

literatura pesquisada. Foi desta forma, traçado o perfil das características e das

habilidades do líder a partir dos dados coletados.

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METODOLOGIA

Este estudo limita-se ao âmbito das organizações em geral que buscam

continuamente desenvolver as competências humanas para que o seu objetivo

seja alcançado.

Trata-se de uma pesquisa descritiva bibliográfica que abrangeu o

fenômeno da liderança, as áreas de chefias, gênero e habilidades femininas.

A pesquisa foi realizada em livros de autores de cunho acadêmico,

internet e revistas especializadas. Com o objetivo de transmitir uma visão mais

universal sobre o tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 01

CAPÍTULO I- Liderança: Conceitos e evolução 03

1.1 Origem do termo liderança 03

1.2 Conceito 04

1.3 Evolução de teorias da liderança 07

1.4 Abordagem da nova liderança 11

1.4.1 Liderança transformacional 11

1.4.2 liderança carismática 13

1.4.3 liderança visionária 15

CAPÍTULO II – A mulher trabalhadora: Perfis e Conceito 18

2.1 Histórico 18

2.2 Características Feminina 19

2.3 Inserção da mulher no mercado de trabalho 20

2.4 O perfil da mulher de hoje 21

2.5 Habilidade da liderança feminina 22

2.6 O Perfil da liderança feminina 24

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CAPÍTULO III – O mundo do trabalho e a mulher 27

3.1 O mundo do trabalho e a mulher 27

3.2 A mulher do futuro na organização 28

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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INTRODUÇÃO

Atualmente as mulheres são maioria na população e estão cada vez

mais presentes em ambientes que antes eram exclusivos dos homens. Mas

ainda há uma forte resistência das empresas em geral de confiar cargos de

chefia às mulheres pelo fato de serem diferentes na forma de liderança.

As mulheres possuem em sua maioria, um estilo de liderança mais

interativo que enfatiza a formação de consenso, bem-estar com a ambiguidade

e a partilha de poder e informações, é muito importante nas áreas onde haja

atuação de grupos e equipes.

Diferente da época dos líderes dominadores que mantinham os

membros da equipe com área restrita de liberdade para trabalhar está

chegando ao fim. A relação do líder com a equipe é a de facilitador com vistas

à obtenção de resultados. Se antes atuava como comandante, agora deve

adotar o papel de educador, sempre preocupado em aproveitar o potencial e

talento de cada membro da equipe e aproveitando ao máximo as competências

individuais.

Do papel voltado para a produção, vem se tornando um verdadeiro

administrador de recursos humanos. Sua arma não é mais o poder da

hierarquia, mas a motivação da equipe e o centro da autoridade estão

passando da posição hierárquica para a situação onde o trabalho se realiza,

pois o poder sem exercício real da liderança leva a resultados negativos.

Através das mudanças percebemos que as habilidades e as

características natas de mulheres são importantes para ocupar os cargos de

liderança nas organizações?

Dessa forma, refletir sobre a importância de se compreender as

habilidades e traços de personalidade que levam as mulheres a chegarem aos

cargos de liderança.

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Trata-se de um conjunto de conhecimento, habilidades e

comportamentos que permitem ao líder gerar um determinado resultado

através da coordenação do trabalho da equipe.

As competências em habilidades e conhecimentos referem-se

conforme as características de produtos e serviços de uma organização já as

competências comportamentais, contudo, são necessárias a todo líder de

equipe, pois de acordo com Chiavenato (200, p.134) “a liderança é necessária

em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas e em

cada um de seus departamentos”.

Trata-se de um tema em foco, em um mundo que está cada vez

mais mutante e as mudanças cada vez mais rápidas.

Alguns novos modelos de gestão estão tomando lugar nessa nova

realidade e não poderia ser diferente no tocante a liderança feminina, tema

bastante discutido no meio dos negócios.

Diante dos fatos, é de suma importância analisar os aspectos

relacionados à organização, as habilidades e as características de mulheres

que ocupam os cargos de liderança que pode e deve funcionar como fonte de

incentivação para quem a motivação aconteça no interior das mulheres que por

sua vez refletirá no interior da organização que a expandirá.

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA: CONCEITO E EVOLUÇÃO.

A busca pelo entendimento da liderança refere-se na contribuição de

melhoria das relações humanas nos ambientes de trabalho, onde pelas

características culturais, é necessário superar resistências construindo

credibilidade e confiança, pois as pessoas permitirão que alguém as influencie

somente se acreditarem que será um suporte, compartilhando valores e metas.

1.1 ORIGEM DO TERMO LIDERANÇA.

A pesquisa etimológica do termo liderança ajuda a esclarecer o significado

e a utilização deste conceito quando seu emprego mais usual e prático.

“A palavra liderar vem do verbo inglês to lead, que significa, entre outras

coisas, conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar,

atravessar”. O primeiro registro dessa palavra está datado em 825 d.C. Os

diversos conceitos a ela ligados relaciona-se com os do latim, ducere, que

significa conduzir ( no português- duzir, precedido de prefixos), cujo conjunto

semântico influenciou as derivações de to lead. Em 1300, documentou-se

leader, “condutor, guiador, capitaneador”, aquele que exerce a função de

conduzir, guiar. Também nessa época surge leading, substantivo de to lead,

traduzido por “ação de conduzir”. Leadership, em 1834, emerge como

“dignidade, função ou posição de guia, de condutor, de chefe” (MIRADOR

INTERNACIONAL, 1987, p. 6790).

A palavra “líder” remonta ao século XIV, indicando aquele que conduz,

enquanto “liderança” é encontrada na língua inglesa somente no início do

século XIX(MARQUIS e HOUSTON, 1999).

Na segunda metade do século XIX, a língua portuguesa incorpora o

vocábulo lead e seus derivados. No início do século XX, por volta das décadas

de 30e 40, o radical foi integrado à morfologia, adaptando-se o termo para a

língua portuguesa: líder, liderança, liderar. Várias outras línguas incorporaram

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lead e alguns de seus derivados ao seu vocabulário, sempre preservando o

seu significado inicial.

Assim, o líder deve possuir características e habilidades para formação

de equipes que poderão desempenhar este papel com eficácia.

1.2 – CONCEITO

Como um conceito geral e simplificado, podemos dizer que Liderança é

o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe

que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de

forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo

para alcançarem os objetivos da equipe e da organização. Liderança é

necessária em todos os tipos de organizações humana, seja nas empresas,

seja em cada um de seus departamentos.

Entende-se por liderança a capacidade de influenciar pessoas ou a

equipe de trabalho em direção ao alcance dos objetivos, conquistando

credibilidade, confiança e aceitação.

Segundo Vergara (2003), liderança é a capacidade de exercer influência

sobre indivíduos e grupos, para Robbins (1999), liderança é a capacidade de

influenciar um grupo em direção á realização de metas.

Para Hunter (2004), liderança é a habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem entusiasticamente, visando atingir objetivos identificados como

sendo para o bem comum. Ainda, segundo o autor , a verdadeira liderança é

construída sobre a autoridade, que por sua vez é construída sobre o serviço e

o sacrifício, que por sua vez são construídos sobre o amor, e tudo começa com

vontade, vontade de servir aos outros. Autoridade é diferente de poder. A

primeira é habilidade de conseguir que as pessoas realizem sua vontade, de

bom grado, pela sua influência pessoal, enquanto o outro é a faculdade de

forçar ou obrigar outros a fazer a sua vontade- mesmo que ela não seja do

interesse deles por sua posição hierárquica.

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Liderança para Chiavenato (2005:183) é definida como uma influencia

interpessoal, na qual uma pessoal age no sentido de modificar ou provocar o

comportamento de outra pessoa de maneira intencional, exercida em uma

dada situação e dirigida pelo processo de comunicação humana para

consecução de um ou mis objetivos específicos.

Quadro 1 OS GRAUS DE INFLUENCIAÇÃO

COAÇÂO PERSUASÂO SUGESTÂO EMULAÇÂO

Forçar, coagir ou

constranger

mediante pressão

ou compulsão.

Prevalecer sobre

uma pessoa, sem

força-la, com

conselhos,

argumentos ou

indicações para que

faça alguma coisa.

Colocar ou

apresentar um

plano, uma ideia ou

uma proposta a

uma pessoa ou

grupo, para que

considere, pondere

ou execute.

Procurar imitar com

vigor, para igualar

ou ultrapassar, ou

pelo menos chegar

a ficar quase igual a

alguém.

Fonte: Chiavenato (2005:184)

Verifica-se então, que a liderança é uma qualidade que faz com que alguém

seja capaz de influenciar e conduzir o grupo para um objetivo.

Para evoluir no ritmo da globalização, as empresas por meio de seus

lideres, precisam melhorar sua capacidade de criação e destruição que são os

dois principais elementos da evolução. Quando estas mudanças são

programadas, o foco da empresa será deslocado da minimização de risco e,

portanto, da repressão, à criatividade. Isto é necessário para fortalecer o

desempenho de longo prazo.

Embasamento teórico

Segundo DRUKER (1992, p.75-77), líder é aquele que possui seguidores,

obtém resultados e tem responsabilidade. O líder é uma pessoa que motiva e

desenvolve ações: motiva pessoas a alcançarem objetivos do grupo e da

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organização, e desenvolve atividades de forma a atender os objetivos

organizacionais, altos níveis de desempenho e objetivos do grupo. A base da

liderança eficaz é compreender a missão da organização, defini-la e

estabelecê-la de forma clara e visível. O líder fixa metas, estabelece

prioridades, fixa e mantém padrões. Pode também fazer concessões,

ponderando sobre o que é certo e desejável, podendo definir, ainda, o que

deve ser seguido mesmo não dispondo de chefia ou autoridade estatuária. O

líder possui uma grande identificação com seus companheiros.

Para BLANK (1999, p.28), o que separa os líderes dos não lideres é o fato

de o verdadeiro líder ter seguidores espontâneos, enquanto que os outros

buscam ou arregimentam seguidores.

SCHERMERHORN (1996, p.224) esclarece que um líder eficaz influencia

outras pessoas a trabalharem entusiasticamente em apoio aos objetivos de

desempenho organizacional. Dentro desse conceito, a visão – ou perspectiva

de futuro – está sendo considerada cada vez mais importante para a eficácia

da liderança. Para o autor, “Os líderes visionários são capazes de comunicar

sua visão aos outros e criar os compromissos necessários para desempenhar o

trabalho exigido até a realização plena da visão”. Se por um lado o líder conduz

pessoas, as influencia, orienta e desenvolve potenciais para a consecução das

metas e objetivos da organização, por outro, ele líder precisa ser aceito,

respeitado e admirado pelo grupo, sendo seguido mesmo sem ter autoridade

formal.

Para CHIAVENATO (1994, p.148-149), “o líder surge como um meio para

o alcance dos objetivos desejados pelo grupo. O comportamento de liderança

deve ajustar o grupo a atingir seus objetivos ou a satisfazer suas

necessidades”. Nesse contexto, o líder deve ser capaz de rumar ao

desconhecido; precisa ter visão, saber convencer os outros, cativar

subordinados, importar-se com eles, possuir energia e foco de atuação para

saber motivá-los e levá-los ao lugar desejado e certo, atingindo com sucesso

os objetivos e metas organizacionais. Já a liderança é definida como a

atividade meio praticada pelo líder, que leva a atingir os objetivos

organizacionais; segundo BERG (1999, p.120), “é o processo interpessoal pelo

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qual o gerente motiva e influência os subordinados a realizarem objetivos de

trabalhos estabelecidos”.

ROBBINS (1996, p. 219) define liderança “como a capacidade de

influenciar um grupo em direção à realização de metas (...) líderes estabelecem

direção desenvolvendo uma visão de futuro, então, eles incluem as pessoas

comunicando a elas essa visão e inspirando-as a vencer obstáculos”.

Já para SCHERMERHORN (1996, p. 224), “liderança é o processo de

inspirar os outros a trabalhar pesado e a realizar tarefas importantes”.

1.3- EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA LIDERANÇA.

De acordo com Bryman (2004), existem quatro abordagens para o

estudo da liderança: a baseada no traço pessoal, que permaneceu até o final

dos anos 40; a abordagem comportamental (estilo) que se manteve até o final

dos anos 60; a abordagem contingencial, ou seja, a que enfatiza que não há

nada de absoluto nas organizações.

Tudo é relativo. Tudo depende. Essa abordagem explica que existe

uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas

administrativas apropriadas para o alcance e eficaz dos objetivos da

organização.

Que se manteve até o final dos anos 60 e o começo dos anos 80 e a

abordagem da nova liderança que tem sido a maior influencia no inicio dos

anos 80. Dos estudos existentes sobre liderança destacam-se as seguintes

teorias:

Teoria dos traços

Segundo Vergara (2003), o líder já nasce feito, ou seja, alguns

indivíduos já nascem líderes, eram possuidores de determinadas

características, sendo físicas (aparência, estatura, força física,...), intelectuais

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(autoconfiança, entusiasmo, inteligência elevada,...) traços sociais (cooperação,

habilidades administrativas e interpessoais) e traços relacionados com a tarefa

(persistência, iniciativa, impulso de realização...).

Assim aqueles que não nascessem com algumas dessas

características seriam liderados.

Não se descarta a importância de certas características de

personalidade para o exercício da liderança, porém não ficou evidenciado nesta

teoria o sucesso da liderança.

Teorias Comportamentais

Conforme essa teoria existe três estilos de liderança, que tem como

foco seus liderados:

§ Autocrático: o seu comportamento com relação aos subordinados é critico e

preconceituoso. O líder autocrático é centralizador, define os objetivos de

seus subordinados e o método de trabalho, não dando oportunidade para

participarem do processo decisório. O controle é rígido e a avaliação de

desempenho tende a não ser objetiva.

§ Democrático: o líder democrático tende a tomar decisões através do

consenso do grupo incentivando a participação de todos, procura delegar

autoridade e usa feedback. Aceita as decisões do grupo, mesmo que

contrariem a sua própria opinião. A preocupação do líder é atender as

aspirações e os pontos de vista dos subordinados que gozam de ampla

liberdade para decidir, sugerir e programar.

§ Liberal: também chamado de Laisse-Faire, este líder toma poucas decisões,

deixando que a maior parte delas seja tomada pelos subordinados. Os

subordinados gozam de ampla liberdade, em virtude de ausência de

controle ou avaliação do desempenho. Nesse estilo o líder procura deixar o

grupo completamente à “vontade”.

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Pode-se verificar que nessa teoria enfatiza-se a relação entre líder e

liderado uma vez que os líderes não podem liderar sem seguidores. Podemos

observar essa relação, segundo Chiavenato, no quadro a seguir:

Quadro 2 OS TRÊS ESTILOS DE LIDERANÇA

LIDERANÇA AUTOCRÁTICA

LIDERANÇA DEMOCRÁTICA LIDERANÇA LIBERAL

TOMADA DE DECISÕES

Apenas o líder decide e fixa as diretrizes, sem

qualquer participação do

grupo

As diretrizes são debatidas e

decididas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder

Total liberdade para tomada de decisões

grupais ou individuais, com

participação mínima do líder

PROGRAMAÇÃO DOS

TRABALHOS

O líder determina providências para a

execução das tarefas, uma por

vez, na medida em que são

necessárias e de modo imprevisível

para o grupo

O próprio grupo esboça providências

e técnicas para garantir o alvo com o aconselhamento

técnico do líder. As tarefas ganham novos contornos com os debates

A participação do líder no debate é

limitada, apresentando

apenas alternativas ao grupo,

esclarecendo que poderia fornecer

informações desde que solicitadas

DIVISÃO DO TRABALHO

O líder determina qual a tarefa que cada um deverá

executar e qual seu companheiro de

trabalho

A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus

próprios colegas

Tanto a divisão das tarefas como a

escolha dos colegas ficam por conta do grupo. Absoluta falta

do líder

PARTICIPAÇÃO

O líder é pessoal e dominador nos elogios e nas

críticas ao trabalho de cada um

O líder procura ser um membro normal do grupo. É objetivo e estimula com fatos, elogios ou

críticas

O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso das coisas.

Faz apenas comentários quando

perguntado Fonte: Chiavenato (2005: 187)

A liderança autocrática põe forte ênfase no líder, enquanto a

liderança liberal põe ênfase nos subordinados. Na prática, o líder utiliza os três

estilos de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser

executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como sugere aos subordinados

a realização de tarefas, como ainda consulta os subordinados antes de tomar

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alguma decisão. Ele utiliza coerentemente os três estilos de liderança. A

principal problemática da liderança é saber quando aplicar qual estilo com

quem e dentro de que circunstância e tarefas a serem desenvolvidas

(Chiavenato, 2005:188).

Teoria Contingencial

Situacional: o líder parte do princípio que não existe um único estilo

de liderança válido para e toda e qualquer situação, ou seja, cada tipo de

situação requer um estilo de liderança diferente para se alcançar a eficácia da

equipe de trabalho. O líder precisa ter flexibilidade na relação com seus

liderados alterando seu estilo de atuação em função dos aspectos situacionais.

O exercício da liderança é em função de três variáveis: o líder, os liderados e a

situação em que se encontram.

Para Levek & Malschitzky (2002:40), a liderança situacional varia de

acordo com o momento, devendo os gerentes adaptarem seu estilo de

liderança ao nível de desenvolvimento dos colaboradores em cada tarefa

específica. Trata-se da adoção de vários estilos de liderança conforme as

diferentes necessidades dos colaboradores. Um estilo de liderança adequado

para um funcionário novo e inexperiente provavelmente não dará certo com

uma pessoa experiente.

Três fatores interagem para produzir resultados:

§ A intensidade da supervisão do líder em relação aos funcionários;

§ A intensidade do apoio que o líder proporciona aos funcionários;

§ A habilidade dos empregados para desempenhar atividades,

funções e atingir objetivos.

Situação diferente requer estilo diferente.

Considerando o mundo dos negócios instável e altamente dinâmico

onde a característica mais marcante no ambiente organizacional é a velocidade

com que as informações circulam, impulsionada pelo processo de globalização,

novas tecnologias, pela competição acirrada, o mercado consumidor cada vez

mais exigente, que vem exigindo das organizações adaptações e respostas

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rápidas a nova sociedade moderna do conhecimento. Seguem uma nova

abordam de liderança.

1.4- ABORDAGEM DA NOVA LIDERANÇA.

ROBBINS (1996, p. 232-237), SCHERMERHORN (1996, p. 231-233) e

DAFT (1999, p.309-311) apresentam abordagens mais recentes de liderança,

citando-se, entre elas, os lideres carismáticos, os transacionais, os

transformacionais, os interativos e os servidores.

Para Bryman (2004), a nova liderança descreve e caracteriza uma

série de abordagens sobre liderança.

Essas abordagens parecem sinalizar para um novo modo de conceituar

e pesquisar liderança.

Alguns termos são usados para descrever os novos tipos de liderança

sobre os quais se interessavam: a liderança transformacional, a liderança

carismática, a liderança visionaria e simplesmente a liderança.

Juntos estes termos revelaram conceitos de líder de alguém que define

a realidade organizacional por meio da articulação da visão, ou seja, como ele

define a missão de uma organização e seus valores.

Na visão de Bryman, a nova liderança é baseada em uma

representação de lideres como gestores de significado e não apenas como um

influenciador.

A seguir, apresenta-se a relação das teorias abordadas por Robbins (1998).

1.4.1- LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL.

Segundo SCHERMERHORN (1996, p. 232), a liderança transformacional

é a liderança inspiradora que influencia seguidores para alcançarem

desempenho extraordinário em um contexto de inovações e mudanças de larga

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escala. Para esse autor, as qualidades especiais dos líderes transformacionais

incluem: visão - ter ideias claras, comunicá-las e compartilhá-las; carisma –

gerar entusiasmo, fé, lealdade, orgulho e confiança; simbolismo – oferecer

recompensas comemorando a excelência e a alta realização; delegação de

poder – ajudar os outros a se desenvolverem, compartilhando

responsabilidades e delegando tarefas desafiadoras; estimulo intelectual – criar

consciência dos problemas e guiar a imaginação deles para criar soluções de

alta qualidade; integridade – ser honesto e confiável, agindo coerentemente

com suas convicções pessoais e realizando os compromissos concluindo-os.

ROBBINS apresenta a diferença entre liderança transacional,

transformacional e carismática, afirmando:

Liderança transacional e liderança transformacional não devem, entretanto, ser vistas como abordagens opostas para conseguir que as coisas sejam feitas. A liderança transformacional é construída sobre a liderança transacional - produz níveis de esforço e desempenho de subordinados que vão além dos que ocorreria com apenas uma abordagem transacional. Mais ainda, a liderança transformacional é mais do que carisma. O puramente carismático (líder) pode querer que seguidores adotem a visão de mundo carismática e não vão além; o líder transformacional tentará instilar nos seguidores a capacidade de questionar não apenas visões estabelecidas, mas, ao final, até aquelas estabelecidas pelo líder. (ROBBINS, 1996, p. 219-246).

Uma ou mais pessoas engajam-se com outras afins de que tanto líderes

aos seguidores elevem um ao outro a níveis mais altos de motivação e moral.

Há uma suposição de que os lideres eficazes possuam uma grande

sensibilidade a respeito das necessidades dos liderados, onde os mesmos

conheçam as suas próprias a ponto de não projetá-las nos seguidores.

No caso de liderança transformadora, o líder procura motivos potencias

nos seguidores, no sentido de satisfazer necessidades de alto nível e assume o

seguidor como uma pessoa total.

Há na literatura autores que defendam a liderança transformacional

como sendo a melhor vista pelos liderados quando comparada com liderança

transacional.

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O resultado da liderança transformacional é um relacionamento de

estimulo mútuo e elevação que converte os seguidores em lideres e pode

convertê-los em agentes morais.

Este estudo iniciou uma noção de liderança moral, voltando-se à busca

de necessidades, aspirações e valores dos seguidores, com vistas a produzir

mudanças nas atitudes, crenças e objetivos.

Os valores fins identificados entre líder e seguidor, tais como

integridade, honra e justiça, podem, potencialmente, transformar os seguidores.

A liderança transformacional cria um vínculo bastante forte em termos

de influencia mútua, que se propõe como uma ligação muito mais estável, onde

líder e liderados se aprendem juntos nas situações diárias.

Nesta evolução dos estudos de liderança podemos admitir que a

mesma possa e deve ser aprendida e aprimorada, porque no dia- a- dia , o

líder volta-se a perceber o que é importante para si e para o grupo.

1.4.2- LIDERANÇA CARISMÁTICA.

Na virada do século XX ressurge um estilo muito próximo da motivação

e dos estudos comportamentais do ser humano, em detrimento dos modelos

focados no paradigma democracia- autocracia, ou equipe de colaboradores

versus execução de tarefas.

Um estilo de liderança que pode parecer semelhante a um estilo de

liderança transformacional, já que o líder injeta grandes doses de entusiasmo

na equipe e é muito participativo na questão de motivar os outros.

Neste sentido, não como forma de denominação, mas como um

processo de influenciar pessoas, surge o líder carismático, que é aquele que

promove revoluções, renova paradigmas, evoca sonhos e é visto como um

agente de mudanças porque conduz seus seguidores a transcender interesses

pessoais na realização de determinada ação em prol do sucesso do grupo.

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No entanto, um líder carismático pode ter tendências a creditar mais em

si próprias do que na equipe, isto pode criar o risco de um projeto, ou ate

mesmo uma organização inteira, caia se o líder sair: aos olhos dos seguidores,

o sucesso está associado á presença do líder carismático.

Esse tipo de liderança acarreta uma grande responsabilidade e requer

um compromisso em longo prazo por parte do líder.

O líder carismático é capaz de motivar as pessoas a fazer mais do que é

normalmente esperado. Para DAFT (1999, p. 309-311), são três os fatores que

proporcionam a liderança carismática: a visão grandiosa de uma imagem de

futuro com a qual os empregados se identificam a configuração de um sistema

de valores na corporação com o qual todos se comprometem e a confiança nos

subordinados em troca do recebimento de sua confiança completa. Os líderes

carismáticos fazem os subordinados terem consciência sobre novos resultados,

e os motivam a ultrapassarem seus próprios interesses para a causa do

departamento ou da organização.

Entre líderes carismáticos estão Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King Jr. E Adolf Hitler. O verdadeiro líder carismático frequentemente não se encaixa em uma organização tradicional e pode liderar um movimento social mais do que uma organização formal.

ROBBINS (1996, p. 219-246) cita as características-chave de líderes

carismáticos; são elas:

• Autoconfiança: completa confiança em seu julgamento e capacidade;

• Visão: meta idealizada que propõe um melhor futuro do que a situação

atual.

Quanto maior a disparidade entre essa meta idealizada e a situação atual, mais

provável é que os seguidores atribuirão visão extraordinária ao líder;

• Capacidade de articular a visão: esclarecer e expressar a visão em

termos que sejam compreendidos por outros. Essa articulação

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demonstra um entendimento das necessidades dos seguidores e,

consequentemente, age como uma força motivadora;

• Agentes de mudança: são percebidos mais como agentes de mudança

radical do que como remediadores da situação atual;

• Sensibilidade ao ambiente: capacidade de fazer avaliações realistas das

restrições do ambiente e dos recursos necessários para trazer a

mudança.

• Fortes convicções sobre a visão: comprometimento e disposição de

assumir altos riscos pessoais, incorrer em altos custos e fazer auto

sacrifícios para atingir sua visão;

• Comportamento fora do comum: os comportamentos são percebidos

como novos, fora do convencional e contrário às normas. Quando se

obtém sucesso, esses comportamentos causam surpresa e admiração

aos seguidores;

Nota-se que os líderes carismáticos exercem um impacto emocional sobre

os subordinados. Eles se fixam em algo, têm uma visão de futuro, são capazes

de transmitir essa visão aos subordinados e motivá-los a realizá-la.

1.4.3- LIDERANÇA VISIONÁRIA.

Robbins (1999) conceitua liderança Visionária “a capacidade de criar e

articular uma visão realista, crível e atraente do futuro para uma organização

ou unidade organizacional que cresce e melhora a partir do presente”.

Essa visão, se selecionada e implementada apropriada, é tão energética

que “na verdade dá partida para o futuro clamando por habitantes, talentos e

recursos para fazê-lo acontecer.”.

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Visão extrair emoção e energia das pessoas. Articulada

adequadamente, uma visão cria entusiasmo que as pessoas têm por

acontecimentos esportivos e outras atividades de lazer, trazendo energia e

compromisso ao local de trabalho.

As empresas necessitam cada vez mais de “pessoas” que sejam

capazes de agir dentro do mundo de instabilidade. Um mundo globalizado que

exigem profissionais, que possam se adaptar rapidamente as novas

conjunturas econômicas e políticas.

Esses profissionais precisam responder instantaneamente as novas

questões que são impostas pelo mercado. Pode-se afirmar que dentro deste

contexto que a economia está baseada em conhecimento e conhecimento só

vêm de pessoas, igualmente, as organizações estão buscando cada vez mais a

interação humana e enfatizando a importância do líder neste processo.

Sendo a liderança a habilidade de influenciar pessoas em busca dos

objetos comuns, os líderes precisam pensar como agentes de mudanças, pela

sua capacidade de inovação, saber interagir nas adversidades e instabilidade,

se tornou requisito fundamental para sua atuação.

A questão não está somente em adquirir novos conceitos e

habilidades, como também, desaprender os antigos modelos, tendo

conhecimento da cultura, da missão da empresa e do seu capital humano.

A liderança não é uma habilidade nata, nem privativa de uma minoria,

ela pode ser aprendida, assimilada, aperfeiçoada, adaptada e incorporada ao

“chefe”.

Não existe uma fórmula única para se tornar um líder. Um líder

moderno deve correr riscos ser audacioso, entretanto, deve-se ter um bom

planejamento estratégico, visão de futuro, sem perder a visão do presente, e

olhar o passado como referência.

Para isso, necessitam de algumas características, virtudes,

competências e habilidades. Algumas dessas podem-se obter via cursos,

universidades, treinamentos, outras somente com a experiência do cotidiano.

Ser entusiasmado consigo mesmo, com o trabalho e com a equipe

sinérgica na obtenção de resultados, saber reconhecer e recompensar talentos,

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ter clareza nas metas perseguidas, perseverança, gentileza, carisma,

honestidade, integridade e além de bom ouvinte, flexível, paciente, atencioso,

observador, negociador, motivador, ... Deve ter entre outras, a inteligência

emocional, que se torna um diferencial significativo em ambientes competitivos.

Conclui-se, que diante das mudanças, o líder deve conciliar os

interesses da organização ao da equipe de trabalho objetivando um ambiente

favorável ao desenvolvimento. Portanto, independente do seu próprio estilo, ser

líder implica em saber exercer a liderança e essa se faz no dia a dia, junto à

equipe de trabalho. Assim, saber conviver harmonicamente, tolerantemente

buscando o equilíbrio torna-se um dos primeiros degraus para quem quer ser

um verdadeiro “líder em tempo de mudanças”.

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CAPÍTULO II

A MULHER TRABALHADORA: PERFIS E CONCEITOS.

As transformações políticas, sócias e econômicas, cada vez mais

aceleradas, mudam o ambiente dos negócios no mundo inteiro. Diante de um

contexto que exige posturas proativas dos gestores, esta pesquisa intentou

conhecer a trajetória adotada por mulheres trabalhadoras.

2.1 HISTÓRICO

A história da mulher veio sempre com lutas pela igualdade perante o

homem. Na pré-história mesmo o homem, sendo responsável pela caça e

pesca que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época,

segundo Lamas (1977,p30), “o trabalho da mulher é duro, continuo e rigoroso”,

era a mulher encarregada de todo transporte, alimentação e defesa das

crianças.

Depois, quando os homens foram para a primeira segunda guerra

mundial algumas mulheres embarcaram juntas para auxiliar nas batalhas,

atuando como enfermeiras; enquanto as maiorias das mulheres ficaram

encarregadas de não deixarem as fábricas pararem.

Para Del Priore (2007, p 630) “As mulheres inteligentes ou cultas eram

incentivadas a ajudar os maridos caso fosse preciso, mas deverias fazê-los de

forma tal que o marido não se sentisse humilhado ou aborrecido por ter seu

território invadido por uma mulher”.

Muitas mulheres começavam a trabalhar quando seu marido ficasse

doente ou desempregado, mas quando ele voltasse a exercer sua atividade o

mesmo obrigava sua esposa a voltar ao lar para cuidar dos afazeres

domésticos e cuidados com os filhos.

Com as primeiras indústrias se instalando no Brasil, o país passava por

um momento de grande mudança. Como esse acontecimento houve uma

grande procura de mão de obra e a escassez da mesma levaram as indústrias

a empregarem mulheres e crianças para trabalharem.

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Na década de 1950 no Brasil exigiam força na execução das tarefas, o

que limita o emprego aso homens. Com a descoberta de novas tecnologias, e a

consequente melhoria das máquinas nas fabricas, a força deixou de ser pré-

requisito, o que atraiu a possibilidade de emprego de mulheres e crianças.

A mão de obra feminina e infantil que já era usada em fábrica têxtil

passou a ser largamente utilizada, já que os salários pagos eram fortemente

inferiores àqueles dos homens adultos. Com isso deu inicio a reivindicações

das mulheres a favor da igualdade e melhores condições de trabalho (CALIL,

2000).

A escolha pelas mulheres brasileiras deve-se, essencialmente, ao fato

de que a inserção da mulher no sistema produtivo constitui um fator privilegiado

de analise de transformações que vêm ocorrendo com o feminino na

modernidade.

2.2 CARACTERISTICAS FEMININAS

As mulheres brasileiras, guerreiras da luta cotidiana e construtoras de

nossa historia, têm rompido as cadeias da dominação e enfrentado o peso

secular da opressão social, politica, econômica, cultural e familiar.

Conquistaram novos espaços: maior participação no mercado de trabalho, no

parlamento, nos movimentos sociais, sindicais e populares.

É cada vez maior o número de mulheres no mercado de trabalho. O

denominado “sexo frágil” invade o mercado.

Se no passado, mulher era sinônimo de cuidar de casa e filhos, hoje é

grandes cuidadoras de equipe e de grandes empresas.

Atualmente no Brasil vem crescendo o número de mulheres que ocupam

cargos de liderança. A liderança parece tratar de uma daquelas temáticas em

que não se identifica uma origem explicita, pois ela se encontra relacionada

nas mudanças de comportamento.

Essas mudanças constantes e profundas faz-se necessário um novo

estilo de liderança. Essa necessidade exige que os atuais ocupantes de

liderança promovam alterações significativas na sua atitude e no seu jeito de

ser. As pessoas antes vistas como subordinadas precisam, por sua vez, criar

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uma imagem nova de si mesmas e desenvolver habilidades, de modo a aceitar

uma responsabilidade de liderança maior do que tinham no passado.

As mulheres exerciam apenas o papel de esposas, mães e donas de

casa, enquanto o trabalho era função extremamente masculina. Porém, houve

a necessidade de as mulheres passarem a trabalhar para ajudarem seus

maridos.

Começou, então, uma luta contra preconceitos e discriminações que,

com muito sacrifício e força de vontade, se transformaram, aos poucos, em

conquistas femininas.

2.3 A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO.

Mesmo em setores em que a frieza e a objetividade masculinas são

requisitos para o sucesso, as mulheres começam a mostrar que têm algo a

acrescentar.

Existe uma dimensão muito importante, não só para as organizações,

mas também para a sociedade como um todo, que é a participação da mulher

no contexto do trabalho e os reflexos da sua maneira de pensar, agir e sentir

sobre os fenômenos evidenciados na complexidade organizacional.

O denominado “sexo frágil” invade o mercado com toda elegância e

criatividade. Se no passado, mulher era sinônimo de cuidar da casa e filhos,

hoje é significa dinamismo, humanidade e determinação (DEL PRIORE, 2007).

Como cita NEGRI (1998, p.53):

[...] o que me interessa frisar aqui é uma novidade qualitativa: não a “feminização” do “trabalho masculino”, mas o “torna-se mulher” do trabalho em geral; não o fato de que as mulheres estejam tomando o lugar dos homens eminentes de sua organização – trabalhar conjuga-se antes no feminino do que no masculino. E que, portanto, os próprios homens, para produzir, têm de algum modo de se feminizar.

A afirmação do autor demonstra que o homem tem que observar e

adotar as características marcantes da mulher, se “feminizar”.

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Hoffman e Leone (2004) nas duas décadas a mulher vem conseguindo

cada vez espaço no mercado de trabalho; e isso vem ocorrendo de forma

crescente ano após ano.

Ao longo do tempo ocorreram algumas mudanças que acabaram por

influenciar o ambiente organizacional, dentre elas, a globalização, inovações

tecnológicas, mudanças nas exigências dos clientes e os novos e sofisticados

modelos de gestão. Sobre esse assunto apontam que essas profundas

mudanças fizeram com que as organizações revisassem sua postura quanto á

visão e ação estratégica. Pode-se dizer que atualmente as organizações já

abrem espaço para a presença feminina em postos de liderança.

Enfim, de forma lenta e compassada a mulher vem mostrando sua

competência, e aos poucos driblando obstáculos.

Com a inserção da mulher no mercado de trabalho, suas conquistas e

vitórias ao longo de toda caminhada, vale a pena refletir a respeito do perfil da

mulher de hoje, suas características, qualidades e habilidades na liderança

feminina.

2.4 O PERFIL DA MULHER DE HOJE

Há várias décadas têm uma trajetória quase silenciosa, rumo à mudança

no modo de agir e pensar. O mundo está em verdadeira transformação e não é

mais aceitável desconsiderar fatos que alterem sensivelmente o caminho da

sociedade. Uma importante alteração tem ocorrido no campo de trabalho da

mulher brasileira.

O crescimento da mulher e a evolução dos seus papéis na sociedade

merecem especial atenção. Há alguns anos atrás a população feminina,

economicamente ativa, estava concentrada no setor terciário, ou seja, em

serviços voltados às áreas da educação, atividades culinárias, serviços de

saúde e, principalmente, serviços domésticos.

Mas agora, a partir da conquista do reconhecimento profissional, a mulher

vem garantindo seu lugar no competitivo e exigente mercado de trabalho. E um

fato deve ser destacado: as mulheres estão vencendo os preconceitos.

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Por razões sociais e culturais elas deixaram de circular apenas nos limites

geográficos do lar. Conquistaram outros ambientes, principalmente no setor

profissional. Mas a mulher ainda é vista como a melhor e maior educadora

familiar. Por isso se ouve dizer: quando se educa um homem, estamos

educando apenas um indivíduo, mais quando se educa uma mulher, educa-se

a família inteira.

A mulher de hoje e do futuro estará cada vez mais sendo chamada a

responsabilidade profissional, familiar e social, sem perder suas características

fundamentais de carinho, dedicação e ternura. Por isso, é primordial que a

mulher não deixe de passar as oportunidades de aprimoramento, que seja

pessoal ou profissional, porque quanto mais se conscientizar e buscar o

aprimoramento, maior será o espaço que ocupará dentro desse mundo repleto

de transformações (FRANKEL, 2007).

A própria mulher atual busca o melhor para ela e nesta lista de

propriedades, sua família sempre ocupa lugar de destaque. A mulher tem uma

noção clara do que é bom e do que é duradouro.

2.5 HABILIDADES DA LIDERANÇA FENININA.

A necessidade de profissionais versáteis e capazes de agir em várias

frentes ao mesmo tempo valoriza as habilidades da mulher no comando.

Depois de décadas de confronto, a mulher cansou de usar termo e falar

grosso. Desistiu de imitar os valores masculinos e descobriu uma maneira

muito mais fácil e produtiva de exercer o poder. Ela aprendeu a contar consigo

mesma (IVAN PADILLA, 2008).

Existe um diferencial na atuação da mulher, no meio corporativo, em

relação aos homes que está fazendo toda a diferença. A preparação e

oportunidade são os dois ingredientes básicos. Preparação significa o

desenvolvimento das competências essenciais que diferenciam um profissional

de sucesso daqueles medianos. Competência como: capacidade de auto

motivação, bom humor, criatividade, capacidade de produzir conhecimento e

liderança são algumas delas. E sem dúvida um maior nível de

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comprometimento das mulheres em desenvolver estas habilidades.

Oportunidade é outra metade da fórmula para o sucesso, e certamente, esta

outra metade está sendo mais bem aproveitada pelas mulheres por uma

ascensão profissional (FRANKEL, 2007).

Segundo Kets de Vries (1997), as habilidades das mulheres começam

muito cedo. A mulher vai analisando o comportamento de sua mãe, e começa a

adquirir conceitos sobre a vida, modo de agir, pensar, e consequentemente

desenvolve muito mais cedo um talento maior de relacionamento.

- Pois uma boa mãe sabe dizer para o seu filho de forma firme, mas

carinhosa. (Firmeza e Orientação);

- Uma mãe não mede esforços para dividir o conhecimento que tem com

seus filhos. (Capacidade de liderar e formar líderes);

- Uma mãe sabe a hora certa para conversar com um filho sobre

assuntos delicados que podem mudar o rumo de sua vida (Dar Feedback

construtivo e eficaz).

Com o desenvolvimento interpessoal na infância, a sensibilidade, a

empatia, o compartilhamento e a vontade de ajudar fazem com que a mulher

assuma um papel central no mundo interior.

Competência e aspectos da mulher na organização podem ser

observados pelas mudanças causadas pela maior participação feminina, pois

vão além das questões relacionadas á liderança.

As empresas investem em benefícios favoráveis á família, como horário

flexível, assistência pediátrica, creche no local de trabalho, etc. acredita-se que

as novas regras do mundo nos negócios buscam as habilidades mais

competitivas do mercado e com isso faz que as mulheres estejam á frente para

melhor representar essas organizações.

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2.6 O PERFIL DA LIDERANÇA FEMININA.

Ao longo de toda caminhada da inserção da mulher no mercado de

trabalho, suas conquistas e vitórias, vale a pena refletir a respeito do perfil da

mulher como gestora, suas características, qualidades, entre outras coisas.

Embora haja um crescente aumento da participação feminina nos cargos de

liderança, elas ainda são a minoria.

Para que ocorra uma mudança nesse sentido, é necessária a criação de

um novo paradigma organizacional, baseado em um estilo de maior

humanização das estruturas organizacionais, ou seja, dar maior atenção ao

outro, intuição, empatia, flexibilidade, cooperação grupal, entre outras.

E, essas são qualidades tradicionalmente atribuídas às mulheres. Assim,

a gestão feminina traz contribuições significativas para esse novo paradigma, já

que as mulheres possuem características como flexibilidade, sensibilidade,

intuição, capacidade para trabalhar em equipe e administrar a diversidade.

(BOTELHO, SCHONS, VIEIRA, CUNH, 2008, p.8).

É a partir dessa ideia da necessidade de um novo paradigma

organizacional e de uma nova representação social denominada

gerenciamento feminino ou estilo feminino de gerenciar que surge, então, as

características para definir o perfil do líder feminino.

O consultor Roberto Tranjan no seu livro “Pegadas”, afirma que

características femininas são fundamentais para o melhor desempenho da

empresa. Roberto garante que é necessário substituir disputas e competições

típicas do ambiente de trabalho por características consideradas femininas

como solidariedade, compartilhamento de conhecimento, cooperação e

facilidade de relacionamento para se obter o sucesso profissional.

(ROSENFELD, 2005).

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As características femininas têm ganhado destaques no gerenciamento

de pessoas:

[...] Na gestão do conhecimento empresarial, a mulher ganha cada vez mais importância estratégica, pois trabalha naturalmente com a diversidade processos multifuncionais, além de compartilhar suas experiências e habilidades com os demais componentes da empresa/equipe. Por ser o sexo “considerado sensível”, ela permite que as equipes de trabalho que atuam isoladamente e com heterogeneidades, se constituam numa equipe unida e atuando de forma sinérgica, com soluções criativas para resoluções de problemas, antes considerados insolúveis. (SILVA, 2007, p.17).

Além de destaques no gerenciamento de pessoas, as mulheres têm sido

consideradas como uma vantagem competitiva para as organizações.

As características como impulso para acomodar situações, sensibilidade

para a necessidade dos outros, preocupações comunitárias, etc., antes

consideradas fraquezas femininas, passaram a ser vantagens no mundo

corporativo atual. Sem se esquecer de que as mulheres valorizam mais o

trabalho em equipe, são mais perseverantes e constantes, menos imediatistas

e mais capazes de raciocinar no longo prazo. Ainda, sobrevivem melhor em

tempos de aperto e possuem maior abertura e flexibilidade para o aprendizado

constante. (SOUZA, 2009).

A sensibilidade feminina permite que a mulher tenha facilidade na

formação e controle das equipes. Essa sensibilidade permite que as mulheres

montem equipes de trabalho marcadas pela diferença e heterogeneidade. E,

equipes com essas características, atuam de forma sinérgica, fazendo com que

haja soluções variadas e criativas para problemas aparentemente insolúveis.

(PROBST, 2003, p.4).

Muitas mulheres acreditam na existência de uma grande desigualdade

entre liderança masculina e feminina.

Nota-se que as empreendedoras articulam a sua visão gerencial de forma

compartilhada com seus funcionários. Dessa forma, encoraja-se a participação

e compartilhasse a informação, além de demonstrar respeito pelas diferenças

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individuais entre os funcionários. Percebe-se, também, uma preocupação mais

acentuada com os indivíduos envolvidos no desempenho de suas atividades

produtivas. (BEZERRA E VIANA. 2003 p.5).

Aspectos como compreensão, flexibilidade, sensibilidade e tranquilidade,

indicam a reprodução de traços sobre a feminilidade ou, ainda, a transposição

de uma forma feminina de agir, aprendida no contexto das relações sociais, e

culturalmente considerada como características femininas, para o ambiente de

trabalho. Confirmando que a forma de administrar das gerentes está voltada

para as relações interpessoais. (GALINKIN E MOURÃO, 2008, p.95)

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CAPÍTULO III

O MUNDO DO TRABALHO E A MULHER

O aumento da participação de trabalhadoras assalariadas no setor publico

ou privado, e o número cada vez maior de mulheres ocupando posições de

chefia em setores que eram, tradicionalmente, ocupados por homens. Não

existem cargos nos dias de hoje que a mulher não possa ocupar. Já provaram

serem tão competentes quanto aos homens no que diz respeito ao mercado de

trabalho. Agora, resta à mulher, comemorar a vitória, o sucesso e o grande

destaque no mundo empresarial, pois, lutaram por isso, e são merecedoras de

suas conquistas.

3.1 – O MUNDO DO TRABALHO E A MULHER.

Segundo Cappelle apud Menda (2004, p.56), no momento em que as

mulheres começam a inserirem-se no mercado de trabalho, as questões que

envolvem as relações de trabalho entre a mão-de-obra masculina e feminina

começaram a emergir.

Barreiras e o preconceito em relação à competência das mulheres

assumirem posições de comando foram superados. As gerações que começam

a chegar ao mercado de trabalho estão disputando os espaços corporativos e

as posições de comando, palmo a palmo.

O sucesso feminino na empresa em mercados globalizados passa pela

vertente inicial de se prepararem melhor e mais para o cargo, que poderiam

ocupar na empresa do que os próprios homens.

A partir desta autodeterminação, passaram as mulheres a melhor se

capacitarem tecnicamente.

A maioria dos discursos nas organizações sempre pregou igualdade de

condições e oportunidades para o sexo feminino e masculino no ambiente

organizacional.

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Entretanto, ainda existe uma clara evidência com relação à

desigualdade da participação da mulher no mercado de trabalho, seja quanto

aos níveis salariais, possibilidade de crescimento na carreira ou oportunidades

de exercer determinadas funções.

3.2 – A MULHER DO FUTURO NAS ORGANIZAÇÕES.

Você entra numa empresa e percebe, grosso modo, que 80% das

pessoas que nela trabalham são mulheres. A segunda constatação, porém é

mais surpreendente: apenas 10% destas mulheres ocupam cargos de chefia.

A expectativa é de que neste século, pela primeira vez na história, as

mulheres superem em número os homens nos postos de trabalho.

A diferença comportamental entre meninos e meninas é evidente

desde os primeiros anos.

Pode-se dizer que esta característica é bastante clara durante toda a

vida.

Mas, qual é, de fato, a atual realidade no mundo empresarial?

Atualmente, os líderes ainda são os homens. São eles que mandam e detém a

vantagem no jogo.

A própria estrutura social deu margem a esta tal divisão de trabalho. A

regra é clara: homens são os que mandam e mulheres, as subordinadas.

Em contrapartida, o século 20 mostrou a chamada inversão de papeis,

ou seja, as mulheres conquistando maior destaque no competitivo mundo dos

negócios e os homens, por sua vez, assumindo a manutenção do lar e o

cuidado com as crianças.

A mulher do futuro será aquela que assumir a humanidade inteira,

todos os seres humanos como seus filhos, conforme Muraro (1969).

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Quer seja ela mãe fisicamente ou não, a maternidade é que lhe dará o

substrato de sua condição feminina. Abdicar desse traço é abdicar de si

mesma.

Querer fazer as mesmas coisas que faz o homem e do mesmo modo é

substituir uma dominação por outra.

A mulher tem que viver primeiro, profundamente, as características que

lhe são próprias, e isso de modo maior, maduro, consequente e em todos os

planos: nas ciências, nas técnicas, no trabalho manual, no campo, em casa.

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CONCLUSÃO

Liderança feminina é um conceito que reflete uma concepção dinâmica e

que pode ser influenciada e utilizada nas mais diversas formas e aplicada a

inúmeras situações, portanto, sujeita a interpretações divergentes.

Sendo assim, mesmo recorrendo a inúmeros autores de renome que

desenvolveram abordagens sobre o tema, a interpretação dada neste estudo

recebe a influencia do julgamento do pesquisador.

Pode-se dizer que as estratégias de uma boa gestão na organização

contemporâneas está diretamente ligado ao enfrentamento da mudança dentro

de um complexo contexto de incertezas e exigências, em que nada pode ser

considerado definitivo, em um tempo globalizado de ritmo frenético.

Verificaram-se certos traços, habilidades e atributos, bem como

comportamentos como sendo requisito importante no perfil de um líder

facilitador.

Destacam-se entre os traços a honestidades, a transparência, a

integridade e a flexibilidade. Verificou-se, como aspectos comportamentais, a

capacidade de relacionamento interpessoal e entusiasmo pelo trabalho. Acima

de tudo, as lideres femininas.

Embora existam inúmeros obstáculos a ser superados, constata-se que

o fato de já existir uma abertura para liderança feminina e uma linguagem

politica emergente é um sinal positivo de uma mudança gradual futura.

Como reflexão final, a mulher tem comprovada a sua eficácia e

competência ao assumir a gestão da empresa competitiva do mundo atual,

conseguindo uma gestão compartilhada, voltada para a realidade do mercado

atual, justificada em algo que lhe é próprio: sua capacidade de multiplicar,

decidir e persistir, sem contar com o amor pela profissão.

Assim, haverá cada vez mais mulheres motivadas, trabalhando para o

bem comum.

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