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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LIDERANÇA Por: Rogério Matuck Auad Orientadora Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · adotavam o modelo patriarcal de liderança, nas quais eles eram apenas os intermediários - nomeados pelas organizações

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LIDERANÇA

Por: Rogério Matuck Auad

Orientadora

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LIDERANÇA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Pós-Graduação “Lato Sensu” em

Gestão Empresarial.

Por: Rogério Matuck Auad

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que sempre esteve ao meu

lado.

Aos meus diversos professores pelo

estímulo e atenção que me concederam

durante o curso.

Aos Colegas de curso pelo incentivo e

troca de experiências e conhecimentos.

A todos os meus familiares e amigos

pelo apoio, compreensão e

colaboração.

A todos os meus colegas de trabalho na

empresa, que sempre me incentivaram

e compartilharam seus conhecimentos e

experiências.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família. Meus pais e irmão.

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"A tarefa da liderança não é criar grandeza na humanidade, mas trazê-la à

tona, pois a grandeza já existe".

"Liderança é o uso inteligente e sensato do poder".

"A liderança é do espírito, composta de personalidade e visão; sua

pratica é uma arte".

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METODOLOGIA

A presente pesquisa emprega dados bibliográficos com base histórica

contemporânea, com dados coletados em bases lineares, dispostos de forma a

auxiliar na melhor interpretação das informações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Premissas sobre liderança 11

CAPÍTULO II - Liderança e poder 21

CAPÍTULO III – Liderança e excelência na gestão 29

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 42

INDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

Existem muitas teorias sobre liderança. Seria difícil tentar explicar

todas. Entretanto, ignorar abordagens importantes para simplificar a

compreensão poderia dar uma falsa impressão relativa à real sutileza e

complexibilidade do processo de liderança. Se a liderança fosse um processo

simples, todo mundo seria um grande líder, o que dificilmente acontece.

No decorrer deste estudo, serão abordados tópicos de relevante

importância que fornecerá subsídios para a formação intelectual nas questões

voltadas à liderança.

Hoje em dia, as qualidades de liderança são reconhecidas

universalmente como um elemento-chave — alguns diriam o elemento chave

— em administração.

Um bom administrador é hoje em dia, por definição, um líder.

Igualmente, um bom líder será também um bom administrador. Mas como você

poderá se transformar em tal líder? É possível desenvolver suas próprias

habilidades como líder? Vamos começar com a pergunta mais básica de todas:

por que razão uma pessoa, mais que outras, emerge, ou é aceita como líder

dentro de um grupo? Em outras palavras, o que é liderança? A razão de

começar aqui é que o esclarecimento da natureza e do papel da liderança é o

maior passo que você pode dar em direção ao desenvolvimento de suas

próprias qualidades de liderança.

Muitas organizações simplesmente promovem bons técnicos para

posições de liderança, sem um preparo para este novo papel. Isto, além de

causar enorme sofrimento para a própria pessoa e para seus novos liderados,

é muito ineficaz e representa um brutal desperdício de energia humana e de

recursos financeiros para a empresa. Qual a idéia chave para liderar nos

tempos que correm? O líder é o homem que nunca se deixa abater. Nele

encontramos a consciência da própria força, a vontade e a inteligência,

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qualidades que caracterizam os homens que olham do alto do pedestal que

erigiram para si mesmos e donde avistam o mundo de modo global e

minucioso, e uma inabalável convicção de querer vencer, convicção esta que

resulta do desprezo aos obstáculos surgidos em sua trajetória. Vive

permanentemente no alto e seu grito é sempre de combate, jamais admitindo

uma lamentação, um pedido de ajuda, não conhecendo nunca o significado da

palavra “derrota”.

O líder crê em si mesmo, possui energia bastante para a luta e não se

abate nunca. É positivo e sabe adaptar-se a qualquer situação, arrostando as

aparências e os preconceitos. Possui em alto grau a coragem a presteza, a

presença de espírito, a tenacidade, a perspicácia e a vontade indomável. Sofre

corajosamente e aceita sempre a luta. O líder é enérgico e determina os

acontecimentos. Sai da fila quando a “sorte” demora a aparecer.

Não espera oportunidades, mas cria oportunidades. O líder revela-se

que age pelo vigor, pela maneira decidida com que usa suas próprias

faculdades, o que o leva a se destacar do grupo e assumir posições de

liderança.

É preciso que tenhamos cada vez mais, nas corporações, líderes

humanos e motivados, pessoas que estejam preocupadas em estimular o

desenvolvimento do ser humano em sua totalidade, para que tenhamos cada

vez mais profissionais realizados, motivados engajados e felizes, e

organizações cada vez mais saudáveis em todos os sentidos desejados de

uma economia altamente globalizada e informatizada.

Hoje trabalhar com pessoas e com grupos é lidar diretamente com a

resistência. Liderar é manejar com decisões que nem sempre agradam as

pessoas, é administrar conflitos de interesses, é imprimir novas realidades,

normas, procedimentos.

A liderança está relacionada com a tomada de decisões programadas

e não programadas. As programadas partem de uma rotina e de um

aprendizado. São decisões as quais o sujeito foi orientado a tomar e treinado

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para isto. As não-programadas estão inseridas num contexto novo, onde o

sujeito que tomará a decisão se depara com uma situação a qual ela fará uso

de um julgamento. Este julgamento depende de alguma maneira indefinida de

experiência, percepção e intuição somadas a um espírito criador.

Ao liderar, você encontrará comportamentos de oposição, todo

profissional que lida com pessoas e com grupos, deve compreender os

fenômenos desse grupo para ter melhores condições de construir equipes e

administrar os fenômenos relacionais.

Este trabalho procura mostrar o que é liderança nas organizações, ser

um líder e as características que são necessárias para ser bem sucedido nas

organizações hoje em dia, bem como os estilos de liderança onde certas

atitudes podem levar a organização a ser bem-sucedida ou não. Como não

são apenas as organizações que esperam certas características, os liderados

também esperam certos aspectos e certas atitudes de um líder para terem

confiança no trabalho que estão fazendo. Com base nesse trabalho

poderemos ter uma idéia de como agir em certas ocasiões como líder.

Segundo a influência que o líder exerce no processo de mudança

organizacional é fundamental em construir espaços nas organizações, sejam

estes físicos ou virtuais para facilitar as discussões e questionamentos do

grupo.

Este estudo busca levantar algumas reflexões sobre o papel da

liderança tendo em vista as novas formas de organização do trabalho, suas

habilidades, competências e a respectiva gestão da informação. A revisão da

literatura centra-se nos tipos de liderança, nas habilidades e nas competências

do indivíduo na organização. Tece considerações sobre a liderança e a

informação como instrumentos que possibilitam o diferencial competitivo.

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA

A necessidade crescente de líderes nas organizações resulta da maior

utilização de máquinas no trabalho rotineiro e do crescimento do percentual de

trabalhadores voltados para o conhecimento.

As atividades destinadas aos seres humanos envolvem inovação e

pautam-se em novos métodos de trabalho. Aproxima-se a fase em que

empregados terão de se revezar na liderança, ao perceberem que precisam

exercer influência sobre os demais para realizarem suas missões.

Considerando-se as mudanças permanentes no dia-a-dia, não se pode

deixar de perceber a importância de um líder servindo de âncora e radar,

indicando a direção a ser seguida, garantindo o sucesso e as eficácias

organizacionais. Para isso, é necessário estabelecer uma nova postura em

relação à liderança.

O autor Marshel Golsmith explica essa postura é construída com base

na idéia das pessoas a respeito de liderança, que, por sua vez, reflete os

valores e as preocupações mais gerais de uma determinada época.

A História testemunha que toda geração se rebela não apenas contra

determinados líderes, mas também contra o próprio estilo de liderança por eles

adotado.

Atualmente, reage-se ao estilo ‘patriarcal’ de liderança, que levou

pessoas a comandar as grandes organizações militares da Segunda Guerra

Mundial e que serviu de modelo para conduzir inúmeras organizações

industriais.

O executivo do tipo militar predominava no período pós-guerra e era o

mais apropriado, mas, atualmente, tal estilo de liderança não é adequado. O

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que se evidencia é a obsolescência de instituições calcadas no passado. Para

reverter esse quadro, novas formas de liderança terão de ser aprendidas.

Muitos líderes atuais provêm de uma sociedade cujas empresas

adotavam o modelo patriarcal de liderança, nas quais eles eram apenas os

intermediários - nomeados pelas organizações - que faziam as determinações

serem cumpridas. Tais profissionais estão preparados para atuar no cenário do

novo milênio, de forma tão diferenciada onde a atual postura do líder tem de

ser empreendedora, criativa, para obter resultados satisfatórios.

Um primeiro princípio de liderança é a relação entre líder e seguidores,

pois, sem esses, não há o que liderar. Um segundo princípio é que líderes

eficazes estão a par e gerenciam coincidentemente a dinâmica dessa

liderança.

Segundo Frances Hesselbein, o líder é aquela pessoa que todos

querem seguir, mas que é também um bom ouvinte. Muitos líderes espelham-

se em outros; entretanto, cada situação demanda um tipo de liderança.

Mais do que uma arte, a liderança é uma técnica que pode ser

assimilada, aperfeiçoada e adaptada. Assim, líderes em uma situação podem

ser seguidores em outra.

O fato de exercer a liderança, de forma satisfatória, em determinada

situação, não significa ser sempre líder com êxito. A eficácia de uma liderança

depende da situação, do grupo, dos seguidores e do líder. Líderes e

seguidores precisam uns dos outros para atingir os objetivos traçados.

A problemática da liderança está em quando empregar, qual o

processo e com quem.

A liderança eficaz consiste em diagnosticar o nível em que se encontra

o subordinado e utilizar um estilo de acordo com o seu grau de maturidade.

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1.1 – Líder

É todo aquele que desejando ou não, consegue de outrem, adesão

espontânea às suas atitudes ou idéias.

Todo líder é capaz de provocar noutra pessoa estímulos psico-sociais,

condicionando dessa forma, as reações coletivas.

Um líder pode ser consciente ou não do seu papel de condutor de

homens. É a pessoa no grupo à qual foi atribuída, formal ou informalmente

uma posição de responsabilidade para dirigir e coordenar as atividades

relacionadas à tarefa. Sua maior preocupação prende-se à consecução de

algum objetivo específico do grupo. Sendo que a maneira pela qual uma

pessoa numa posição de líder influencia as demais pessoas no grupo é

chamada "estilo de liderança".

Muitas características são normalmente apontadas como componentes

necessários à personalidade de um líder, como honestidade, carisma,

coragem, sendo que em qualquer ramo de atividade humana, podem ser

encontrados exemplos de liderança.

No exercício de liderança, o líder encontrará tanto mais facilidade de

atingir os objetivos quanto maior for a confiança que os liderados nele

depositarem.

Aquele que lidera precisa em todos os sentidos e momentos

apresentar um comportamento exatamente igual àquele que espera de seus

liderados.

O líder, a despeito da importância dos objetivos que se busca alcançar

não deve esquecer que lida diretamente com o fator humano em todas as suas

limitações e até com suas próprias limitações. Assim, apesar da necessidade

do profissionalismo, o lado humano das pessoas não pode ser desprezado.

Exercer papel de líder de pessoas não implica ser dono de todas as

verdades e senhor de todas as decisões. O líder deve reconhecer que também

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tem limitações, sejam elas físicas ou intelectuais e que os liderados tem

capacidades.

Compartilhar a liderança com os liderados não enfraquece o líder, ao

contrário, na maior parte das situações torna o líder mais forte. Fingir que sabe

tudo perante seus liderados demonstra entre outros aspectos, completa

ausência de ética.

1.1.1 - Qualidades que são característica de bons líderes:

A integridade é uma qualidade que faz com que as pessoas confiem

em você. A integridade significa literalmente que a pessoa é completa.

O entusiasmo é uma característica geral que os líderes devem possuir.

O calor humano e uma personalidade quente e contagiante são

indispensáveis para líder.

Um líder deve demonstrar calma nos momentos mais agitados.

Ser firme apesar de justo. A combinação de firmeza ou exigências e

justiça apareceram na indústria nos últimos dez anos como qualidade

desejável.

1.1.2 - Pontos fundamentais para uma boa liderança:

Os líderes devem personificar as qualidades esperadas ou necessárias

de suas equipes de trabalho.

O conhecimento técnico e profissional é importante, mas não é tudo. A

autoridade flui daquele que sabe.

Há outra abordagem à liderança, baseada numa análise das

necessidades apresentadas em grupos de trabalho. São: executar a tarefa

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manter-se como uma equipe de trabalho e responder as necessidades

individuais das pessoas.

1.1.3 - O líder do futuro:

Para acompanhar a constante evolução, o líder preparado para o

futuro precisa ter certas características, como as seguintes:

• Ter visão abrangente, observar problemas e interpretar o que está

acontecendo.

• Ouvir o que as pessoas dizem e como dizem quando defendem uma

idéia.

• Manter confidentes por perto.

• Defender boas idéias com entusiasmo e ter coragem de rejeitar as más,

quando surgirem.

• Renovar-se espiritualmente, dê um tempo para você mesmo.

• Demonstrar empatias, respeitar as dificuldades dos subordinados em

lidar com as mudanças.

1.2 - Estilos de Liderança

Em pesquisa realizada nos anos 50 e 60 nas grandes universidades,

como Michigan, Ohio State University, Harvard University e o Massachusetts

Institute of Tecnology, foram identificados dois tipos distintos de

comportamento de líder, um era essencialmente orientado para a tarefa e

outro, orientado para as pessoas.

Muitas vezes o líder tinha os dois comportamentos, dependendo da

situação.

Para maior compreensão abaixo, descrevo os dois estilos de liderança

de cada comportamento.

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1.2.1 - O líder orientado para a tarefa

Os tipos de atividades que líderes altamente orientados para a tarefa

devem desempenhar são caracterizados a designação de tarefas para o grupo,

explicar os procedimentos a seguir no trabalho, enfatizar a necessidade de se

cumprir os prazos finais, acentuar a vitória da competição ou desempenho

passado e deixar todos saberem exatamente o que se quer saber.

Um líder orientado para a tarefa deve possuir as seguintes

características:

• Autocrático

• Restritivo

• Socialmente distante

• Diretivo

• Estruturalista

Resultados de pesquisas sobre os efeitos da liderança orientada para

a tarefa sobre a produtividade, satisfação e a coesão grupal podem também

ser sintetizadas como:

1. Frequentemente está associada com produtividade.

2. Tendem a deprimir a satisfação e a coesão, embora no sentido de

fazê-lo saber o que dele é esperado, tende a aumentar sua

satisfação e coesão.

1.2.2 - O líder orientado para as pessoas

Os tipos de atividades que líderes altamente orientados para pessoas

desempenhavam eram ouvir membros do grupo, ser amigáveis e acessíveis,

ajudar os subordinados com problemas pessoais e ser responsáveis pelo

grupo.

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A essência do estilo deste líder é a sensibilidade para subordinar as

pessoas. Enfatiza a consideração, mostra preocupação pelas pessoas, é

orientado para a relação, para o empregado ou para a pessoa.

Um líder orientado para as pessoas deve possuir as seguintes

características:

• Democrático

• Permissivo

• Orientado para os seguidores

• Participativo

• Bem-educado

Resultados de pesquisas sobre os efeitos da liderança orientada para

as pessoas sobre a produtividade, a satisfação do empregado e a coesão

grupal podem ser sintetizados como se segue:

1. Não está relacionada com produtividade. Não há segurança de que a

produtividade do grupo possa ser aumentada pelo fato de o líder ser mais

orientado para as pessoas.

2. Tende a ampliar a satisfação do empregado; tende também a ampliar a

coesão grupal.

Um líder também pode manter os dois estilos. Um certo número de

teorias adicionais sobre liderança se baseia numa visão bidimensional. Elas

tratam explícita ou implicitamente a orientação para a tarefa e para as pessoas

como dimensões diferentes. Elas também consideram o líder suficientemente

flexível para se comportar de ambas as maneiras.

A liderança se exerce em dois níveis de atividades de interação no

grupo: o nível da tarefa e o nível sócio-emocional. Exerce-se com

predominância de um deles para definição do estilo manifesto de liderança.

Este admite duas dimensões distintas de necessidades de líder: de controle e

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de participação que corresponderiam aos dois níveis de atividade do

funcionamento grupal.

Os dois estilos de liderança são: orientado para controle/tarefa e

orientado para participação/manutenção e fortalecimento do próprio grupo.

1.3 - Funções de liderança: A liderança possui diversas funções. Podemos destacar neste trabalho as

seguintes:

Definir objetivos: identificar o propósito, as intenções e objetivos de uma

organização ou grupo

Planejamento: certificar-se de que há um plano, de preferência aceito por

todos, para atingir o objetivo

Instruções: explicar claramente os objetivos e o plano

Controlar: controlar, supervisionar e monitorar tudo o que se refere com o

serviço em andamento

Avaliar-se: você não revisar ou avaliar o desempenho, não terá base para dar

a um membro do grupo em feedback.

Escala contínua de comportamentos de liderança:

• O líder comunica sua decisão que é aceita sem contestação.

• O líder "vende" sua decisão antes de obter aceitação.

• O líder testa sua decisão ouvindo opiniões dos membros do grupo. • O líder consulta os membros antes de tomar a decisão.

• O líder consulta os membros sobre as alternativas de decisão.

• O líder define limites dentro dos quais a decisão será tomada pelos

membros.

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• Líder e membros tomam decisões em conjunto, dentro dos limites

definidos pelos superiores.

Alguns autores que são mais ligados à área de administração.

Elaboraram teorias de liderança, em que os estilos autocráticos e democráticos

aparecem ligados a dimensões ou preocupações organizacionais como:

pessoas (satisfação) e tarefa (produtividade), caracterizando estilos gerencial-

administrativos em grupos organizacionais. Sugerem também que os estilos de

liderança podem ser desenvolvidos e modificador através de treinamento, a

partir da conscientização do estilo interpessoal de cada líder.

O principal autor das teorias situacionais de liderança é F. Fiedler

(1967). Seu modelo de contingência aponta três variáveis básicas da situação:

• relações membro-líder: como são as relações interpessoais; • estrutura da tarefa: grau de estrutura da tarefa a executar;

• poder de posição: poder e autoridade inerente à posição do líder

O conceito mais atualizado das teorias situacionais vem a ser a

chamada teoria "trilha-meta e liderança". Essa teoria procura explicar o

impacto do comportamento do líder sobre a motivação, a satisfação e o

desempenho dos membros do grupo. O comportamento do líder será aceitável

para os liderados se for percebido com uma fonte de satisfação imediata ou

instrumental à satisfação futura, de acordo com a teoria motivacional de

expectativas.

No modelo "trilha-meta", os esforços do líder são no sentido de tornar o

caminho para os objetivos o melhor possível para os liderados, e para isso é

preciso usar o estilo contingencial mais apropriado às variáveis situacionais.

Neste modelo são detectados quatro estilos principais de

comportamento de liderança:

• liderança autoritária - em que os liderados recebem ordens minuciosas e

sabem exatamente o que se espera que façam sem opinar

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• liderança de apoio - o líder mostra interesse e amizade, preocupa-se

verdadeiramente com os liderados e procura aproximar-se de todos

• liderança participativa - o líder conversa com os liderados, solicitando e

usando suas sugestões, mas é ele quem toma as decisões finais

• liderança orientada para a realização - o líder estabelece objetivos

desafiantes para os liderados e mostra confiança em suas capacidades

para atingi-los com bom desempenho

• liderança situacional - destaca-se a importância da situação para

determinar quando deve se tornar e continuar sendo líder de um grupo

O modelo sugere que vários estilos podem ser usados pelo mesmo

líder em diferentes situações. A situação e o grupo influenciam o estilo de

liderança XXX mais um estilo que outro. O líder precisa ter uma certa

flexibilidade para usar estilos diferentes sem chegar a extremos de

incongruência.

Uma teoria da abrangência da liderança tem que englobar,

necessariamente, o líder, o grupo e a situação.

Mas parece pouco provável, portanto, que se consiga estabelecer um

modelo ou padrão ideal de comportamento do líder.

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Capítulo 2

LIDERANÇA E PODER

O conceito de liderança é um conceito de relação interpessoal, a

noção de poder esta implícita no processo de influência social que caracteriza

essa relação.

O poder consiste na capacidade de uma pessoa conseguir que outra

pessoa ou grupo aja de forma desejada pela primeira. A pessoa com poder

modifica o comportamento dos outros, manipulando-os à sua vontade. O poder

está relacionado ao processo de influência social, que é conferido pelas outras

pessoas que a percebem como detentora de um atributo especial.

O poder possui seis bases principais (segundo French e Roven-1959):

• Poder legítimo - também chamado de autoridade é atribuído pela

organização formal.

• Poder de coerção - consiste na capacidade de aplicar punições ou fazer

ameaças de punição, freqüentemente associada ao poder legítimo.

• Poder de recompensa - consiste na capacidade de atribuir recompensas

ou acenar co elas, sob forma de promessas, também ligadas ao poder

legítimo.

• Poder de referência - de identificação ou carismática

• Poder de conhecimento. • Poder de informação.

Segundo Benne e Sheats (1961), a liderança e o poder no nível sócio-

emocional destacam funções de manutenção do grupo que podem ser

construtivas ou facilitadoras, como:

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• Conciliador: busca um denominador comum, quando em conflito aceita

rever sua posição.

• Mediador: resolve as divergências entre outros membros.

• Animador: demonstra afeto e solidariedade aos outros membros do

grupo.

• Ouvinte interessado: acompanha a atividade do grupo e aceita as idéias

dos outros.

Os papeis não-construtivos são desempenhados por membros do

grupo em funcionamento que correspondem a necessidades individualistas,

motivações de cunho pessoal, ou a problemas de personalidade. São eles:

Ø O dominador

Ø O agressivo

Ø O dependente

Ø O vaidoso

Ø O criador de obstáculos

Ø O reivindicador

Ø O confessante

Ø O gozador

2.1 - Liderança organizacional:

Cada vez mais as empresas, organizações, estão se voltando para um

profissional mais amadurecido, com uma grande dose de imaginação e

criatividade, deixando de lado aquele perfil de liderança autoritária, com visão

estritamente voltada a produtividade, sem valorização do indivíduo.

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O aprendizado constante também está presente, fortalecendo os

tradicionais modelos e dando base para novas formas de liderança.

Segundo Schein, cada estágio que a organização se encontra, há a

necessidade de um tipo de líder. Nos estágios iniciais, verifica-se a presença

de um líder motivador. Em seguida vemos o processo de construção da cultura

e o líder tem o papel de passar e incorporar à cultura da organização de sua

personalidade.

Os líderes precisam ter uma percepção pessoal para crescer com a

organização. Hoje em dia, com a globalização, a tecnologia, há uma

necessidade, por parte dos líderes, de acompanhar as mudanças no mundo.

Saber lidar com a ansiedade e depressão dos funcionários e ao

mesmo tempo motivá-los também é papel do líder. As organizações precisam

sempre, estar em sintonia com a realidade que enfrentam ter um compromisso

com o aprendizado.

Em relação ao futuro, Schein afirma que um líder deverá ter uma visão

do mundo e situação da organização muito clara. Deverá ser motivador, com

um certo equilíbrio emocional para gerenciar sua ansiedade e de seus

subordinados. As futuras lideranças não serão necessariamente os dirigentes.

O líder do futuro precisa ter um conjunto de características que possa torná-lo

ao mesmo tempo aprendiz e agente de cultura na organização.

2.2 - Diferenças entre líder e chefe

Líder e chefe não se confundem, há uma grande distinção entre eles.

O chefe influi nos atos das pessoas e por via deles, ás vezes influi também nas

idéias. O líder influi nas idéias das pessoas e por via delas influi às vezes nos

atos.

O chefe é sempre consciente de sua atitude; o líder pode não saber

que está modificando personalidades. Nem todo chefe é líder e vice-versa. O

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chefe destina-se a administrar, comandar; o líder destina-se a catequizar,

conquistar. Veja abaixo a relação de algumas características entre chefia e

liderança:

Admiração - o líder tem que possuir a admiração da massa sobre a qual vai

agir; é daí que decorre sua autoridade sobre ela. A força de um líder reside

unicamente no prestígio, no respeito que lhe tributam, nenhum líder pode

impor; a admiração é instrumento de chefia, não de liderança, um líder

persuade, sugere, insinua.

Aptidão - o líder como o chefe, precisa de atributos naturais, ninguém poderia

chefiar nem liderar sem possuir um número indispensável de qualidades

inatas.

Normas - quando o líder tem contato direto com a coletividade, torna-se

necessário que ele seja um exemplo das idéias e teorias que defende. A

autoridade do líder decorre da firmeza de suas convicções.

A força do líder está no talento, na coragem das atitudes, na simpatia

irradiante, Ele tem de estar em relação com o grupo sobre o qual vai agir, todo

líder deve conhecer experimentalmente a psicologia dos indivíduos de seu

grupo.

Moral - A liderança como a chefia, nada tem a ver com a moral das atividades.

Um grande líder como um grande chefe, pode exercer atividades lícitas ou

ilícitas, morais ou não. Influindo sobre os indivíduos o líder molda caracteres de

forma que lhe é possível conduzir esses indivíduos para o objetivo que busca,

seja qual for.

2.3 - O que a organização espera de um líder?

Toda organização espera algo de um líder. Abaixo podemos

conceituar as principais características que se espera de um líder dentro de

uma organização.

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• Auto-conhecimento – reconhecimento dos seus pontos fracos e fortes,

bem como dos objetivos a serem atingidos

• Sinceridade – honestidade no pensamento e nas ações, agindo com

integridade e confiança absolutas com os dirigentes e com os

funcionários (seguidores)

• Curiosidade – aprimoramento permanente por meio de cursos,

treinamentos, etc

• Audácia – disposição de correr riscos calculáveis

• Responsabilidade – escolha das ações mais pertinentes

• Auto-motivação – conhecimento do que se pretende o que favorece

uma motivação consistente

• Ética – padrão elevado de comportamento: honestidade e integridade

na adoção de regras e normas definidas pela sociedade

• Flexibilidade – capacidade de adaptar-se às mudanças organizacionais

e mundiais

• Administração do tempo – priorização de atividades e aproveitamento

das reuniões de forma satisfatória, eliminando as decisões pendentes

• Proficiência – conhecimento profundo do que faz, mediante treinamento

constante

• Gerenciamento recíproco – estabelecimento de relações de troca

satisfatórias entre dar e receber

2.4 – O que os liderados esperam do seu líder

• Liberdade de expressão – o líder dá liberdade de expressão porque

sabe que nenhuma idéia nasce perfeita, o que possibilita uma gestão

compartilhada

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• Motivação – o líder motiva seus liderados individualmente; percebe e

respeita as diferentes necessidades de seus colaboradores e as utiliza

para liderá-los

• Delegação – o líder sabe compartilhar responsabilidades, transmite

autoridade e divide com o grupo as decisões a serem tomadas, dando-

lhes liberdade de sugestão e de ação

• Flexibilização – o líder adapta-se às diferenças individuais dos

integrantes da equipe e age como facilitador do processo, mas sempre

toma cuidado para não se exceder e tornar-se paternalista

• Favorecimento à criatividade – espírito inovador e criativo caracteriza o

indivíduo bem-sucedido. Cabe ao líder estimular a criatividade de seus

liderados e utilizá-la como uma força articuladora para a obtenção de

resultados

• Favorecimento ao trabalho em equipe – o líder mantém sua equipe

integrada e comprometida; é quase impossível alcançar bons resultados

se trabalha sozinho

• Comunicação – o líder é claro, objetivo e estimulador, ouve e deixa as

pessoas falarem

• Feedback – o líder deve-se valer desse instrumento para acompanhar o

desenvolvimento dos funcionários, orientando-os na eliminação dos

seus erros e ressaltando e reforçando os seus acertos

É primordial a presença dessas atitudes no comportamento diário de

um líder bem-sucedido para que ele possa, com êxito, enfrentar o final deste

século, pleno de novas tendências.

2.5 - Significados de Liderança

A liderança é a mais estudada, das funções de administração, e talvez a

menos compreendida.

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2.5.1 - Visão de Instituição-Construção

Para Philip Selznick, A arte do líder criativo é a arte da construção da

instituição, o retrabalho de material humano e tecnológico para modelar um

organismo que incorpore valores novos e duradouros.

Aqueles que vêem a liderança desta maneira transformacional vêem-

na como determinante da eficiência organizacional.

Segundo a visão de Abraham Zaleznik, professor da Escola de

Administração de Harward, “Os líderes com idéias brilhantes e a capacidade

de inspirar pensamentos e ação nos outros são os principais geradores de

energia. Os efeitos de sua personalidade contagiam o desempenho, que é

consideravelmente mais forte na direção de organizações do que os sistemas

despersonalizados...”

2.5.2 - Visão da Influência Interpessoal

Nesta visão a liderança é muito mais estreita que a visão de instituição-

construção. Neste caso a liderança é distinta do planejamento, da organização

e do controle. Os gerentes podem desempenhar estas funções sozinhos,

impessoalmente no escritório. Mas a liderança como influência interpessoal

ocorre na interação face a face, não de forma isolada. Se a visão de

instituição-construção é liderança transformacional este tipo de liderança é

“transacional”.

2.6 - Traços dos Líderes

Um modo de encarar a liderança é comparando os vários traços – por

exemplo, a inteligência, autoconfiança etc. – dos líderes e dos que não são

líderes para ver se existem diferenças. Alguns testes demonstram que

realmente os líderes possuem maiores contagens de pontos do que os

subordinados com relação a traços como competência social, motivação para

a tarefa e desempenho, personalidade e habilidade mental. Porém estes testes

nunca predisseram bem a eficiência do líder.

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Entretanto demonstram que, em uma ampla gama de circunstância,

um certo número de características distingue os líderes dos não líderes e os

líderes eficientes, dos não eficientes. A capacidade de fornecer orientação e

direção que coordenam os esforços dos subordinados é uma habilidade de

liderança que costumam Ter os gerentes bem-sucedidos, e não os

malsucedidos.

2.7 – A liderança sobre o comportamento das pessoas

Segundo Chiavenato a Teoria das Relações Humanas constatou a

influência da liderança sobre o comportamento das pessoas. Existem três

principais teorias sobre a liderança:

• Traços da personalidade. Segundo esta teoria, já desacreditada,

o líder possuiria características marcantes de personalidade que o

qualificariam para a função.

• Estilos de liderança. Esta teoria aponta três estilos de liderança:

autocrática, democrática e liberal.

• Situações de liderança. Nesta teoria o líder pode assumir

diferentes padrões de liderança de acordo com a situação e para cada um dos

membros da sua equipe

Já para Lacombe os líderes influenciam as pessoas graças ao seu

poder, que pode ser o poder legítimo, obtido com o exercício de um cargo,

poder de referência, em função das qualidades e do carisma do líder e poder

do saber, exercido graças a conhecimentos que o líder detém.

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CAPÍTULO lll

LIDERANÇA EM BUSCA DA EXCELÊNCIA

O líder do século XXI deparará com exigências complexas; assim é

imprescindível que ele tenha firmeza, capacidade de pensar estrategicamente,

astúcia, orientação, fé em determinados princípios fundamentais do

comportamento humano e que saiba empregar o poder para a eficiência e para

o bem maior.

Os japoneses contam que nos invejam pelas oportunidades que têm

nossos executivos de estarem sendo testados, constantemente, em um

ambiente "imprevisível". E, desta forma, serem treinados a tomar decisões;

analisar problemas; enfrentar mudanças; buscar soluções criativas; utilizar o

lógico e o intuitivo; e desenvolver a capacidade de visão de conjunto, entre

outras habilidades. Por ironia, as empresas da segunda economia do mundo

necessitam lançar mão de situações de laboratório de ensino para criarem

simulações de crise para avaliar e treinar seus líderes empresariais. O que

para nós tem o significado de crise para eles representa oportunidade de

aprender e crescer. As diferenças entre o mundo oriental e acidental já

começam por aí.

A capacidade desenvolvida pelas organizações para alcançar a

excelência empresarial - entendida como a qualidade de processar respostas

eficazes às diferentes demandas internas e externas - é decorrência direta da

performance do seu quadro diretivo. Por esta razão, ao iniciar-se um processo

de melhoria de qualidade e produtividade, além de repensar-se as convicções

empresariais predominantes na organização, deve-se dirigir as primeiras ações

práticas da intervenção para a avaliação do perfil gerencial existente. Nesse

sentido, essas ações iniciais buscam a identificação dos elementos

fundamentais que servirão de base à consolidação do projeto de

implementação do modelo de gestão.

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Em um momento como este, de transformações rápidas, algumas

exigências deverão ser atendidas por aqueles que pretendem seguir a carreira

administrativa ou gerencial. A primeira qualidade que os aspirantes ao cargo

deverão possuir refere-se à capacidade de leitura do meio ambiente. Agora,

não mais se portando como um mero espectador, mas atuando como um

sensor crítico e perspicaz às alterações ocorridas na sociedade, cada vez

mais, em uma velocidade constantemente acelerada pelo impulso do

desenvolvimento tecnológico. Aquele que lidera pessoas é obrigado a ser um

agente ativo aos efeitos sociais da evolução, que transformam a maneira de

ver, de julgar e de raciocinar dos indivíduos.

Outra característica própria do líder constitui-se na competência e

habilidade para administrar recursos, processos e pessoas, através de cargos

fortalecidos com mais autonomia e poder para decisões. As "caixinhas" do

organograma da administração tradicional, finalmente, estão desaparecendo.

Nesse caso, o exercício do poder passa a caracterizar-se pela capacidade de

ser, agir e pensar no lugar do outro, como se de fato o fosse. É a busca da

empatia, obtida através da identificação holística ou seja, o ser humano

entendido e aceito em sua totalidade.

Até algum tempo atrás, o que valia era o poder organizacional do

gerente. Hoje, pelo contrário, está se tornando comum, por exemplo,

executivos de algumas multinacionais, européias, norte-americanas e de

algumas empresas brasileiras, serem treinados no uso de técnicas orientais

para desenvolver a intuição e a meditação.

Tal tendência parece estar se acelerando bastante. A prática

empresarial tem demonstrado que a eficácia do poder pessoal transcende, e

muito, o poder organizacional. O primeiro depende das habilidades e

capacidades humanas inerentes à pessoa do líder. Enquanto que o segundo,

independente do ocupante da função gerencial, é determinado pela estrutura

hierárquica da empresa. Eventualmente, qualquer pessoa que vá ocupá-lo já

encontra definida a abrangência da sua atuação e a extensão do seu poder de

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mando. Talvez, essa seja a principal diferença entre ser líder e ser chefe.

Chefe, em princípio, qualquer um poderá ser. Enquanto líder... A história é

outra.

A mudança desse paradigma vem transformando a estrutura de

algumas empresas em um verdadeiro círculo, em que o comando central

alterna-se conforme as particularidades de cada projeto empresarial. E, até

certo ponto, a equipe terá autonomia para aceitar, ou não, o poder outorgado

ao líder. Como se vê, a lei do "capataz" não está tendo mais espaço na

organização moderna. Em vez disso, a liderança somente será reconhecida e

valorizada, na medida em que possibilitar aos demais colaboradores

oportunidades propícias à realização de uma ampla variedade de crenças e

valores muitas vezes ambíguos. E, talvez ainda mais importante, compatibilizá-

las com a finalidade econômica e social da organização do trabalho.

O talento e a qualificação tornam-se, assim, os principais meios para o

desenvolvimento de uma carreira profissional promissora. Para ser capaz de

competir nas diferentes situações de mercado, exigi-se dos líderes dedicação

exclusiva à qualidade, à produtividade e à contínua flexibilidade para o

atendimento das necessidades dos clientes, internos e externos à organização.

O conceito clássico sobre gerência predominante nas cinco últimas

décadas considerou a obtenção de resultados através das pessoas, como o

propósito mais relevante. Porém, na concepção da "nova empresa", altera-se o

papel do gerente. Baseia-se, primeiro e acima de tudo, na premissa de que o

exercício de uma liderança eficaz deve permitir às pessoas a obtenção de

resultados satisfatórios, com um custo mínimo, em relação a padrões de

qualidade de processos, produtos e serviços direcionados à satisfação

contínua do cliente. Portanto, o gerente passou a ser meio e não mais um fim

em si mesmo.

Na realidade, as muitas teorias existentes, até então, e que têm sido

transmitidas aos gerentes, não refletem o mundo do trabalho. Algumas dão um

tratamento simplista à complexidade que envolve, no dia-a-dia, o

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relacionamento com equipes de subordinados, as necessidades de mudanças

e as suas resistências conservadoras. Outras são abstratas e parecem que

foram elaboradas somente para a compreensão dos acadêmicos. E, na

verdade, a maioria delas não tem aplicabilidade prática, porquanto não

contribuem para o fortalecimento do tipo de liderança que possa conduzir, com

eficácia, a gestão do negócio às atuais condições de mercado "do salve-se

quem puder".

Perante uma realidade que se situa além dos conceitos, no cenário

atual, o modelo de liderança desenvolvido para a busca da excelência

considera os gerentes como empresários, de tal forma que assumam as suas

unidades de trabalho como se fossem o seu próprio negócio. Além do mais,

essa mentalidade empreendedora delega ao gerente a prerrogativa de fazer

prevalecer os seus valores pessoais sobre como a organização possa ser

administrada.

Hoje mais de que nunca, não só a existência do gerente, ou de

qualquer outro profissional na organização, mas, também, a sua remuneração

encontra-se na estreita dependência do quanto possam contribuir para o

desenvolvimento do negócio. Em outras palavras: "Existo porque sou

necessário, e sou pago pelo que contribuo". A avaliação do desempenho

gerencial e profissional, antes o Calcanhar-de-Aquiles da administração dos

recursos humanos, torna-se menos problemática. Para tanto, há necessidade

de criar-se mecanismos de gestão mais adequados à medição do quanto de

fato cada um contribuiu para os resultados da respectiva unidade de negócio.

Esta não é uma visão futurista para o novo milênio. As "novas"

habilidades gerenciais estão sendo exigidas para desenvolver um espírito

empreendedor nas organizações, públicas ou privadas, onde todos se sintam

responsáveis em construir um ambiente de trabalho que acreditem. É a

síndrome da pequena empresa como ideal de administração de empresas.

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3.1 – Liderança para o desenvolvimento

Liderança é um termo crescentemente evocado no campo do

desenvolvimento. O sucesso de uma iniciativa social é, muitas vezes, atribuído

à “qualidade da liderança”. Também é comum o uso do termo para se referir à

sua ausência, ou a “problemas de liderança” nas organizações. Normalmente,

ao se falar em liderança, faz-se referência a uma pessoa, aquela que está à

frente dos processos, em posição de tomada de decisão.

Liderança é um termo que desperta paixões no campo social: uns

atribuem a ela um peso desproporcional, enquanto outros a desprezam,

preferindo priorizar processos coletivos. Para os primeiros, são os “líderes” que

produzem a verdadeira transformação. Para os outros, a ênfase no indivíduo

não permite reconhecer a verdadeira natureza das mudanças. Sentidos

diferentes são dados à mesma palavra: liderança, para alguns, resume-se ao

conjunto de atributos de uma pessoa; para outras, refere-se ao desempenho

ou aos resultados alcançados; na maioria das vezes liderança é tomada como

sinônimo de autoridade: líder é o chefe.

Muitas questões emergem ao se abordar o termo. Afinal, este tema,

que prolifera no mundo empresarial competitivo, tem valor no campo social ou

ambiental? Um líder é líder em qualquer espaço de atuação, sempre? Há um

perfil específico de liderança para o setor social? Liderança é compatível com

processos mais horizontais, democráticos e participativos? É possível ser líder

sem ser chefe? Líderes nascem prontos ou podem ser desenvolvidos? Como

se forma um líder? Todos podem ser líderes? O tempo todo?

Embora algumas correntes ainda insistam em associar liderança a

atributos, a qualificações ou ao “carisma” de indivíduos, os teóricos há muito

passaram a priorizar as relações, e não a pessoa, como o objeto de estudo da

liderança. A liderança como o exercício de um papel, não necessariamente de

uma autoridade formal, já está estabelecida na literatura. Por que, portanto,

sobrevive o olhar do líder como pessoa sobrenatural, predestinado a nos

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comandar? No outro extremo, os programas gerenciais de liderança que

proliferam, que se concentram em habilidades individuais (como comunicação,

negociação...), embora desenvolvam competências úteis, jamais formam algo

que mereça ser chamado de “líder”.

A experiência da ABDL, ao longo dos últimos 14 anos, aponta que é

justamente no estranhamento que o conceito de liderança provoca que reside

a oportunidade de aprendizagem relevante para o campo do desenvolvimento

(sustentável, social, ou como preferirem qualificá-lo).

Todas as pessoas, gostem ou não do termo, têm uma imagem

internalizada sobre o que é liderança. Esta baliza as suas exigências sobre si

mesmo em relação aos seus pares, as suas expectativas frente aos seus

subordinados e seus chefes no trabalho, e reflete a sua opinião sobre aquelas

autoridades que dirigem os destinos das organizações, da nação e do mundo.

Esta imagem forma o julgamento de cada pessoa de “porque as coisas

são como são” e “o que precisaria ser feito para mudar”. Todos têm uma

imagem de líder: próxima ou distante, positiva ou negativa, explícita ou não.

Reconhecê-la é um passo importante para o seu desenvolvimento pessoal.

Explorar liderança é uma oportunidade fascinante de compreender

uma parte importante do que nos move e de como julgamos o mundo. Permite

explorar como se repetem, no campo social, padrões de conflito e disputa de

poder, mesmo sob as melhores intenções de promover o desenvolvimento.

É mais interessante falar em liderança – em processos – do que em

líder – uma pessoa. Liderança, em última instância, reconcilia o indivíduo como

protagonista com as relações sociais, com os processos e com o contexto

maior. Permite reintegrar, na prática, a dimensão pessoal com a social.

O exercício da liderança depende, sem dúvida, das competências

individuais de quem a exerce, mas também da qualidade de uma relação

estabelecida entre pessoas e da exigência do momento, construindo, assim, a

ponte entre o desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento social.

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Desenvolvimento que é desenvolvimento é um, e não deveria requerer

qualificação adicional.

Liderança, portanto, não se refere àquelas pessoas eleitas para dirigir

nossos destinos, nem tampouco se limita a uma caixa de ferramentas ou

habilidades individuais. Para a ABDL, longe de ser um conceito estrangeiro ao

mundo do desenvolvimento, liderança é um valor e um ideal para fazer a

transformação que queremos. Desenvolver liderança para o desenvolvimento

não é redundância, é um desafio.

Um dos principais problemas das organizações é que elas são muito

pouco lideradas e gerenciadas demais. Elas não dão atenção suficiente à

coisa certa e, ao mesmo tempo, concentram-se demais em fazer direito. Parte

da culpa é dos cursos de administração.

Ensinamos aos alunos como ser bons técnicos e bons funcionários,

mas não os treinamos para a liderança.

3.2 - Competências e características de lideranças

Capacidade 1: atrair a atenção

Entre as características mais claras dos líderes pesquisados está a

habilidade de persuadir pessoas, por terem uma visão, um sonho, um conjunto

de intenções, um programa de trabalho, um quadro de referências. Sua

extraordinária concentração em um compromisso atrai as pessoas.

Os líderes gerenciam a atenção por meio de uma visão persuasiva que

leva as pessoas a uma situação pela qual nunca passaram.

A primeira capacidade de um líder é a de atrair e gerenciar a atenção,

por meio de um conjunto de intenções ou de uma visão, não em sentido

místico ou religioso, mas voltado para um resultado, um objetivo ou uma

direção.

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Capacidade 2: dar significado às coisas

Para tornar os sonhos visíveis e para levar as pessoas a aderir a eles,

o líder deve transmitir sua visão. Comunicação e aglutinamento funcionam

juntos.

A meta do líder não é meramente explicar ou esclarecer algo, mas criar

significado. Quanto mais extensa e complexa a organização, mais crucial é

essa habilidade. Líderes eficazes podem transmitir idéias através de vários

níveis da empresa e a grandes distâncias, e até mesmo vencer o “ruído” de

grupos de interesse e opositores.

Lemos e ouvimos tanta coisa sobre a informação que acabamos

esquecendo a importância do significado. Na verdade, quanto mais a

sociedade ou uma organização é bombardeada por fatos e imagens, maior é

sua sede de significados. Líderes transformam fatos, conceitos e relatos em

significado.

Nem todos os integrantes da amostra pesquisada dominam as

palavras, mas, de diferentes maneiras, levam as pessoas a entender suas

metas e aderir a elas. A capacidade de gerenciar a atenção e o significado é

parte do líder como um todo. Não é suficiente usar frases de efeito e técnicas

perspicazes, ou ainda contratar um relações-públicas para redigir discursos.

Capacidade 3: inspirar confiança

A confiança é essencial para todas as organizações e tem como

determinante principal o que denomino “constância”. Quando entrevistei os

subordinados dos líderes, ouvi frases como estas mais de uma vez: “meu

chefe é muito consistente” ou “goste ou não, você sempre sabe de onde ele

está vindo, para onde vai e que posições defendem”. E assim por diante.

Um estudo recente demonstrou que as pessoas tendem mais a seguir

indivíduos em quem elas confiam, mesmo discordando de seus pontos de

vista, do que seguir indivíduos com os quais concordam mas mudam de

posição frequentemente.

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Capacidade 4: ter autocontrole

Gerenciar a si mesmo –competência crucial– é conhecer as próprias

capacidades e empregá-las com eficácia. Sem isso, líderes e gerentes trazem

mais problemas que soluções.

Como médicos incompetentes, os gerentes podem dificultar a vida,

piorar a doença e deixar as pessoas menos saudáveis.

3.3 - Os efeitos da liderança

A liderança pode ser sentida ao longo de toda a organização.

Ela dá ritmo e energia ao trabalho e transfere poder à força de

trabalho. O empowerment é o efeito coletivo da liderança.

Em organizações com líderes eficientes, esse efeito fica mais evidente

em quatro aspectos: Os funcionários se sentem importantes. Todos sentem

que fazem alguma diferença no sucesso da organização. Pode ser uma

contribuição pequena-pronta entrega de salgadinhos de batata a uma loja de

conveniência ou o desenvolvimento de uma peça minúscula mas importante de

uma aeronave. Quando recebem poder, as pessoas sentem que o que fazem

tem significado e importância.

Aprendizado e competência têm relevância. Os líderes, e quem

trabalha para eles, interessam-se pelo aprendizado e pela especialização. E

deixam claro que não há fracassos, mas sim erros que dão feedback e

mostram o que fazer em seguida.

As pessoas são parte de uma comunidade. Onde há liderança há uma

equipe, uma família, uma unidade. Mesmo pessoas que não gostam muito das

outras sentem o espírito de comunidade.

O trabalho é excitante. Onde há líderes, o trabalho é estimulante,

desafiador, fascinante e divertido. Um ingrediente essencial na liderança

organizacional é atrair, em vez de empurrar, as pessoas em direção a uma

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meta. A influência baseada na atração mobiliza as pessoas a aderir e motiva

por meio de identificação, não por meio de recompensas e punições.

Os líderes articulam e personificam os ideais pelos quais a

organização luta. Não se pode esperar que as pessoas se envolvam com

determinada visão simplesmente porque ela é estimulante. Certas visões e

conceitos têm mais continuidade e estão enraizados mais profundamente em

nossas necessidades humanas do que outros.

A falta de dois desses conceitos na vida organizacional moderna seja a

maior responsável pela alienação e pela falta de significado que tantas

pessoas experimentam em seu trabalho.

Um deles é o conceito de qualidade. A sociedade industrial orienta-se

pela quantidade, provendo mais produtos e serviços para cada indivíduo.

Quantidade é mensurável com dinheiro, pois fazemos parte de uma sociedade

movida pelos cifrões. A qualidade muitas vezes nem chega a ser mensurada,

apenas apreciada intuitivamente. Nossa reação à qualidade é um sentimento.

O outro conceito, intrinsecamente relacionado com o de qualidade, é o

de dedicação – até mesmo amor– pelo trabalho. Essa dedicação é evocada

pela qualidade e é a força que energiza sistemas de alto desempenho. Quando

amamos o trabalho, não precisamos ser pautados por recompensas ou

punições.

Podemos criar sistemas que facilitem o dia-a-dia em vez de nos

preocuparmos com checagens e controles de pessoas que querem se

aproveitar do sistema. É a isso que o setor de recursos humanos mais deveria

dar atenção.

3.4 - O papel dos colaboradores

Segundo Warren Bennis, os subordinados têm a obrigação de dizer a

seu líder o que talvez ele não queira ouvir – mesmo que isso signifique um

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preço institucional a pagar. É inevitável que uma sociedade de egos inchados

como a nossa estude os líderes ao analisar o porquê do sucesso ou fracasso

as organizações.

Quanto mais se estuda os líderes eficazes, mais se convençe da

subestimada importância de colaboradores eficazes. Talvez a característica

mais importante de um bom colaborador seja a disposição de dizer a verdade.

Em um mundo de crescente complexidade, os líderes estão cada vez mais

dependentes de seus subordinados para receber boa informação.

Líderes eficazes resistem à tentação de montar seu quadro de

colaboradores com pessoas que se pareçam ou pensem como eles mesmos.

Procuram, em vez disso, bons profissionais de moldes diferentes e então os

estimulam a dizer o que pensam, nem que seja para discordar. Cientes da

armadilha da unanimidade institucional, alguns líderes sabiamente criam

dissensão no processo de tomada de decisões.

Organizações que estimulam uma dissensão construtiva tomam

decisões melhores. Um estudo recente descobriu que os grupos são

geralmente mais eficazes do que os indivíduos na hora de fazer previsões de

vendas e fornecer outros dados financeiros.

Quanto maior a dissensão inicial entre os membros do grupo, mais

exatos são os resultados. Com maior discordância, as pessoas são forçadas a

avaliar uma gama mais abrangente de possibilidades.

Como os bons líderes, os bons colaboradores compreendem a

importância de falar com franqueza. Porém, mais importante é colocar isso em

prática.

Líderes eficientes recompensam a dissensão, além de encorajá-la,

pois entendem que o desconforto momentâneo de ouvir que estão errados vale

a pena porque aumenta sua capacidade de tomar boas decisões.

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CONCLUSÃO

A influência que o líder exerce no processo de mudança organizacional

é Fundamental em construir espaços nas organizações, sejam estes físicos ou

virtuais para facilitar as discussões e questionamentos do grupo. Este estudo

busca levantar algumas reflexões sobre o papel da liderança tendo em vista as

novas formas de organização do trabalho, suas habilidades, competências e a

respectiva gestão da informação. A revisão da literatura centra-se nos tipos de

liderança, nas habilidades e nas competências do indivíduo na organização.

Tece considerações sobre a liderança e a informação como instrumentos que

possibilitam o diferencial competitivo.

A liderança em muitas situações da vida é ponto marcante. Qualquer

projeto que envolva pessoas e situações, com certeza, se fará necessária a

presença de um líder, ou até mesmo, “vários líderes”. É primordial a presença

dessas atitudes no comportamento diário de um líder bem-sucedido para que

ele possa, com êxito, enfrentar o final deste século, pleno de novas tendências.

O trabalho apresentado possibilitou as seguintes fundamentações:

a) os recursos humanos determinam o potencial;

b) os relacionamentos determinam o moral;

c) a estrutura determina o alcance e a amplitude;

d) o planejamento determina as diretrizes;

e) e a liderança, de posse de todas essas ferramentas anteriores,

determinará o sucesso da organização.

O líder do século XXI deparará com exigências complexas; assim é

imprescindível que ele tenha firmeza, capacidade de pensar estrategicamente,

astúcia, orientação, fé em determinados princípios fundamentais do

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comportamento humano e que saiba empregar o poder para a eficiência e para

o bem maior.

Almejar a excelência, antes de tudo, é liderar sabiamente utilizando os

recursos disponíveis e incentivando a todos que estão envolvidos no processo,

visando sempre a continuidade e inovação dos mesmos.

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Do Senso Comum à Consciência Filosófica. 11ª ed., São Paulo: Autores

Associados, 1992,319 p.

WOLFF, Robert Poul. O Ideal da Universidade. São Paulo-SP: U. Estadual

Paulista, 1993.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 11

PREMISSAS SOBRE LIDERANÇA 11

1.1 – Líder 13

1.1.1 – Qualidades de bons líderes 14

1.1.2 – pontos Fundamentais 14

1.1.3 – O líder do futuro 15

1.2 – Estilos de liderança 15

1.2.1 – O líder para a tarefa 16

1.2.2 – O líder para as pessoas 16

1.3 – Funções de liderança 18

CAPÍTULO II 21

LIDERANÇA E PODER 21

2.1 – Liderança organizacional 22

2.2 – Diferenças entre líderes e chefes 23

2.3 – O que a organização espera de um líder 24

2.4 – O que os liderados esperam de um líder 25

2.5 – Significados de liderança 26

2.5.1 – Visão de instituição 27

2.5.2 – Visão da influência interpessoal 27

2.6 - Traços dos líderes 27

2.7 – A liderança sobre o comportamento das pessoas 28

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CAPÍTULO III 29

LIDERANÇA EM BUSCA DA EXCELÊNCIA 29

3.1 – Liderança para o desenvolvimento 33

3.2 – Competências e características de liderança 35

3.3 – Os efeitos da liderança 37

3.4 - O papel dos colaboradores 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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