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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ESTRATÉGIAS E EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DE TV A
CABO BRASILEIRA
CASO NET SERVIÇOS S/A
Por: Raquel da Silva Lima
Orientador
Prof. Luciano Gerard
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ESTRATÉGIAS E EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DE TV A
CABO BRASILEIRA
CASO NET SERVIÇOS LTDA
Apresentação de monografia ao Instituto A
Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Finanças e Gestão Corporativas.
Por: . Raquel da Silva Lima
3
AGRADECIMENTOS
A minha família que sempre
estiveram presentes e se esforçaram
para me dar uma boa formação. Aos
meus amigos que torcem pelo meu
sucesso, o meu muito obrigada.
4
DEDICATÓRIA
Dedico minha monografia a todos
que já conheci, pois através deles pude
obter meu crescimento pessoal e
profissional.
5
RESUMO
A indústria de TV a cabo está num caminho convergente com o setor
de telecomunicações por força dos avanços tecnológicos relacionados à
informática, processo frequentemente referido como convergência digital.
Assim, as redes das operadoras de cabo têm a possibilidade de se
transformarem num elemento central da evolução das sociedades da
informação.
Este trabalho descreve historicamente a evolução do setor a cabo no
mundo e no Brasil. Em particular estuda-se e as estratégias da empresa Net
Serviços S.A, empresa Brasileira, em direção a convergência da televisão a
cabo frente seus concorrentes. São demonstradas as estratégias adotadas
pela empresa para expandir sua atuação nos setores envolvidos nas
comunicações até se tornar a maior multi-operadora de serviços via cabo do
Brasil e uma das maiores da América Latina com serviços integrados de TV
por assinatura, vídeo digital em alta definição, acesso bidirecional à Internet
em banda larga e voz, dentro de um contexto de transformações que inclui a
inovação tecnológica e a adaptação do modelo regulador brasileiro a esta
realidade de mercado.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada baseou-se primeiramente na leitura de livros e
revistas com estudos recentes sobre a convergência da TV a cabo.
Posteriormente, procurou-se pesquisar estudos dedicados a TV a cabo no
Brasil e no mundo, como também notícias e entrevistas encontradas nos sites
com ênfase no assunto. Particularmente os sites da NET Serviços e ABTA
(Associação Brasileira de TV por Assinatura), foram fontes de estudo para
diversos dados aqui demonstrados.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceito de TV a cabo 11
CAPÍTULO II - Conceito de estratégia 16
CAPÍTULO III - Concorrência no Mercado de TV 21
CAPÍTULO IV – Caso de estudo Net Serviços 24
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 39
8
INTRODUÇÃO
Segundo especialistas do setor, a indústria brasileira de cabo ainda
esta no berço, mas já se faz presente nas principais capitais e em muitas
cidades importantes do país. O Brasil ao nascimento do setor graças às
permissões lançadas pelo Ministério das Comunicações (Minicom) em 1989.
Os pioneiros na implantação dos sistemas foram, em geral, médios
empresários muitas vezes associados a estrangeiros que possuíam alguma
experiência prévia. Com o tempo, uma forte tendência de afiliação tomou conta
dos operadores. Marcas como NET, TVA E MULTICANAL tornaram-se
grandes guarda-chuvas que abrigam as mais variadas composições
societárias.
Nove anos passados do lançamento das permissões, existiam 98
operações de TV por assinatura no país. No plano de mercado para o setor
publicado em 97 pelo Minicom estavam previstas em torno de 1.400
permissões para o país. Em outubro do mesmo ano, foram publicados três
lotes de editais de TV por assinatura, com 234 novas outorgas, entre serviços
de cabo e MMDS. No início de 1999, outro lote foi publicado, já sem limitações
da Lei de licitações. Tem-se, portanto, o primeiro componente que indica a
mudança da estrutura estratégica da indústria: Nos próximos anos, a indústria
de cabo deverá expandir-se geograficamente de maneira expressiva.
Mesmo considerando os mercados atuais, o cenário estratégico
presente tem baixa probabilidade de se manter estável. Graças ao avanço
tecnológico, uma série de indústrias estão numa trilha convergente. São elas:
A indústria de telefonia, a de transmissão de dados, a de televisão aberta e a
de televisão a cabo, além das operadoras de serviços sem fio (wireless).
Neste tablado, encontram-se também fabricantes de produtos eletrônicos de
consumo e informática, que terão influência decisiva no desenrolar da história.
9
Essa “trilha convergente” é fruto da possibilidade de digitalizar
eficientemente as informações que constituem hoje o produto dessas
indústrias (texto, voz, imagem, som, vídeo, ou seja, dados). A lógica desse
fenômeno está no fato de transformar a informação em “bit’s” e, a partir daí,
não mais interessa qual o tipo de informação se está trafegando, alterando ou
reproduzindo, ao menos do ponto de vista dos equipamentos. Segundo
Parsons (98), isso foi possível pela fusão entre computação e as
telecomunicações que resultaram num conjunto reduzido de plataformas
funcionais e de distribuição interrelacionadas.
“Convergência” ou “Convergência Digital” é um termo utilizado para
referenciar as aplicações de negócios, tecnológicas e de regulação, advindas
da sobreposição das indústrias na prestação de seus serviços. Essa tendência
implica mais que a simples eliminação de barreiras tecnológicas. A
desregulamentação vivida nestes ramos em diversas partes do mundo tende a
transformá-los em um único setor, que será fundamental no desenvolvimento
ou remodelamento de outras inumeráveis indústrias. A tecnologia está criando
um novo negócio que é uma confluência de entretenimento, trabalho,
conteúdo, interatividade, televisão, computador e telefone (celular ou não).
Muitas empresas estão com seu futuro em jogo, pois um ambiente estratégico
totalmente distinto do atual se mostra cada dia mais provável. Na nova
economia, o setor economicamente dominante é criado pela convergência de
três indústrias (informática, comunicações e conteúdo) que, por sua vez,
proverão a infra-estrutura onde todos os outros setores gerarão riquezas
(Tapscott, 1995).
O cenário atual da indústria de TV a cabo brasileira conta com
empresas em sintonia com os países onde a TV paga está consolidada. A
estratégia usada para inovação está se acirrando, a desregulamentação das
telecomunicações está avançando em âmbito global e o Brasil não é exceção.
Ao mesmo tempo as empresas buscam espaço com armas e tecnologias
10tradicionais da indústria para consolidar o negócio de TV paga, elas devem
influenciar a transformação do setor e ocupar as oportunidades existentes para
escrever as novas regras da competição. A explosão da Internet aponta para
um mundo com distâncias cada vez menores, informações circulando em
crescente quantidade e velocidade. A indústria de cabo tem um papel a
desempenhar na modificação da Internet pois as redes utilizadas pelas
operadoras de cabo permitem que elas sejam a via de entrada dos futuros
serviços digitais nas residência, escritórios e corporações. Contudo, a razão
desse vínculo não se deve exclusivamente a tecnologia, mas principalmente
aos modelos de negócio relacionados à concepção, introdução, difusões da
inovações tecnológicas no mercado e das estratégias bem sucedidas.
Um turbilhão de questões, com quais ou que tipos de companhias
estão se preparando para esse novo cenário, começam a surgir nas empresas
do ramo e nas corporações que as controlam. Uma série de incertezas estão
sendo agregadas nos processos decisórios de investimentos e posicionamento
estratégico.
Particularmente, observando a empresa NET Serviços frente seus
concorrentes, deflagramos que estratégias, quais vantagem competitivas, que
competências, recursos e capacitações foram e são utilizadas por ela, bem
como seus resultados e, como obteve o status de maior empresa de
multisserviços da América Latina.
11
CAPÍTULO I
CONCEITO DE TV A CABO
Esclarecendo inicialmente a proposta deste trabalho, é importante
desfazer um pequeno equivoco, mas que tende a ser comum: TV por
assinatura não é o mesmo que TV a Cabo. A definição de TV por assinatura é
mais ampla, já que abrange outros meio de distribuição além do cabo (coaxial
ou fibra ótica). TV a cabo é uma modalidade de TV por assinatura na qual o
transporte de sinal é feito por uma rede de cabos.
Figura:1 – Solução técnica para melhorar a qualidade de recepção.
Fonte: M RAMOS, M Martins - Tendências XXI, 1996 - unb.br
A televisão por assinatura, na forma de TV a Cabo, surgiu no fim da
década de 1940, nos Estados Unidos, como uma solução técnica para
melhorar a qualidade de recepção dos sinais radioelétricos de TV,
prejudicadas por interferências, sobretudo em regiões montanhosas. A solução
era bem simples: em uma colina instalava-se uma grande antena que captava
12sinais televisivos das emissoras convencionais, dirigindo-os a uma pequena
estação que ampliava e corrigia suas distorções. A esta estação se ligava um
cabo que distribuía os sinais as residências de uma dada comunidade. Por
isso, recebeu na época, a denominação de “Community Antenna Television”,
ou CATV, ainda hoje utilizada.
A partir daí, passaram a ser vislumbradas novas aplicações, já que as
grandes cidades, que sofriam interferências de sinais causadas pelo grande
número de edifícios, começaram a se beneficiar da nova tecnologia.
Com a disseminação das redes de cabo, portanto, começou-se a
perceber que suas possibilidades não se limitavam à retransmissão dos sinais
dos canais convencionais de televisão aberta. Suas aplicações eram
potencialmente muito mais amplas: pelo cabo podiam circular além de sinais
de rádio AM e FM, novos programas e serviços que seriam, em princípio
gerados localmente. Desse modo, o casamento entre novidades tecnológicas e
interesses econômicos transformou a TV a cabo de um simples recurso técnico
naquilo que é, no momento, pelo menos quantitativamente, o mais eficiente
meio de disseminação de informação existente.
1.1 - TV a Cabo no Mundo
Dois acontecimentos, entre o final dos anos 70 e início dos anos 80,
deram partida, nos Estados Unidos mas com repercussões em todo mercado
mundial, à transformação no negócio de TV a Cabo:
O lançamento, em 1972, para distribuição por satélite pelo grupo Time-
Life, depois Time Warner – como resultado da fusão de dois gigantes da
comunicação norte-americana: o mencionado grupo editorial Time-Life e os
estúdios cinematográficos Warner Brothers -, do primeiro programa do Home
Box Office, ou HBO, constituído de filmes, inclusive lançamentos simultâneos
com as salas cinematográficas em todo o país. Cinema em casa, com
13atualidade e alta qualidade de imagem, sem intervalos comerciais e a
um preço compensador quanto comparado ao que seria gasto com ida às
salas exibidoras tradicionais: esta foi a primeira grande descoberta dos
operadores de TV a Cabo nos Estados Unidos.
Figura: 2 – Distribuição de conteúdo via satélite.
Fonte: M RAMOS, M Martins - Tendências XXI, 1996 - unb.br
A transformação, em Atlanta, Georgia, em 1980, de uma pequena
estação independente de televisão, operando na frequência UHF, em um canal
com 24 horas de notícias, e a distribuição desse programa – Cable News
Network ou CNN – por satélite, em tempo real, a centenas e depois milhares
de operadores de TV a Cabo
Assim, do começo até meados da década de 80 a TV a Cabo, nos
Estados Unidos, conquistou cerca de 35% da audiência das três grandes redes
de TV aberta (ABC, CBS e NBC). A partir daí, surgiria uma nova lógica de
mercado, pela qual a ampliação do número de canais faria com que a
programação fosse cada vez mais segmentada e especializada, sendo a
diversidade, a originalidade e, sobretudo, a presumível identificação com o
telespectador, o diferencial para conquistar o consumidor.
14
1.2 - TV a Cabo no Brasil
Apesar de a história de TV a cabo brasileira ser recente, segundo o
panorama setorial da Gazeta Mercantil, a primeira operação de TV paga do
Brasil data de 1958, em Petrópolis (RJ). Em 1976, a cidade de São José dos
Campos também possuía uma rede que contava com os canais de televisão
aberta recebidos da região. Mas é melhor colocar esses fatos como
curiosidade, pois foi somente a partir da metade da década de 80, com a
popularização das antenas parabólicas, que empreendedores começaram a
montar redes em fachadas de casas e prédios em cidades espalhadas do país.
Em fevereiro de 1988 é aprovado o Serviço Especial de Televisão por
Assinatura, que funcionaria em regime de concessão outorgado pelo Dentel.
As primeiras concessões foram dadas para, entre outros, a TV Globo e a
Editora Abril. Em março de 1989, entra em operação o primeiro canal por
assinatura do Brasil, o canal+ (sem nenhuma relação com o canal+ francês).
Em dezembro do mesmo ano, sai a portaria que trata do, então intitulado,
Serviço de Distribuição de Sinais de TV por Meios Físicos (DisTV). Essa
portaria liberou a instalação de sistemas de TV por assinatura em
comunidades fechadas, que tornaram a forma de sistema de recepção via
parabólica.
É Interessante notar que dentre as empresas de mídia, apenas a RBS
se movimentou para conseguir concessões que permitiriam à empresa explorar
o serviço em áreas metropolitanas. Pouco mais de cem concessões foram
distribuídas entre 1990 e 1991 com base na portaria número 250, de 1989.
Esse fato pode parecer irrelevante, mas aponta um fator que tem implicações
na estrutura atual da indústria: tanto a Globo quanto a Abril apostaram
inicialmente em outras formas de TV paga: a primeira foi para DBS, investindo
em programação através da Globosat e a segunda apostou no MMDS com a
TVA.
15Em 1991 o governo interrompeu o processo de distribuição das
licenças, atendendo ao pedido do Congresso Nacional. Nessa época, os dois
grandes grupos aparentemente perceberam que o negócio de cabo era um
filão a ser explorado e, em função da interrupção das licenças, só restava a
aquisição como forma de entrada em novos mercados. Nesse período, foi
formada a Net Brasil, uma associação entre Globo, RBS e Multicanal.
A “lei do cabo”, Lei número 8977, promulgada em 1995, transformou
oficialmente as concessões de DisTV em concessões de TV a cabo inserindo
um caráter regulador do serviço, já com vistas à futura utilização das redes de
cabo para telecomunicações. Esse caráter pode ser percebido no texto do
artigo 18, Capitulo IV – Da instalação do Serviço: “'As concessionárias de
telecomunicações e as operadoras de TV a cabo empreenderão todos os
esforços no sentido de evitar a duplicidade de redes, tanto nos segmentos de
rede de transporte de telecomunicações quanto nos de rede local de
distribuição”.
Nos anos que se passaram foram muitos investimentos e estratégias e
as operadoras não perderam o foco inicial.
Em 2009, o número de assinantes de TV paga cresceu 17,6%, em
relação ao primeiro trimestre de 2008, e chegou a 6,35 milhões de assinantes
no Brasil. Os dados são do Levantamento Setorial - Operadoras da ABTA
(Associação Brasileira de TV por Assinatura) e da SETA (Sindicato das
Empresas de TV por Assinatura).
O faturamento da indústria de TV por assinatura, incluindo publicidade,
cresceu 27% e ficou com R$ 2,54 bilhões. O setor também apresentou
melhora no número de empregos diretos, o aumento foi de 16,3% com 17 mil
funcionários. Para Alexandre Annenberg, presidente da ABTA e da SETA, a
TV paga continua se desenvolvendo e o serviço ainda deve melhorar. "A
programação variada nos canais pagos ganha valor nesse contexto, pois é
16mais uma opção de entretenimento para o brasileiro. Além disso, as empresas
do setor continuam a investir em melhorias, como alta definição e outras
tecnologias, sempre em busca de aumentar a qualidade dos serviços
oferecidos aos assinantes".
Gráfico 1 - Base de Assinantes - Crescimento de 1,6% no primeiro de
2009, comparando-se com o anterior, totalizando 6,35 milhões de assinantes.
Se comparado com o mesmo período, em 2008, o aumento no número de
assinantes é de 17,6%.
Gráfico 1 - Evolução do número de assinantes (em milhões de
assinantes).
Fonte: Site ABTA - Informações recebidas de operadoras que
representam 98% da base de assinantes e estimativa sobre o crescimento das
operadoras não informantes.
17
CAPÍTULO II
CONCEITO DE ESTRATÉGIA
A palavra estratégia vem do grego “strategos” a arte do general.
Segundo Michael Porter, a estratégia da empresa consiste do conjunto
de mudanças competitivas e abordagens comerciais que os gerentes
executam para atingir o melhor desempenho da empresa. A estratégia é o
planejamento do jogo de gerência para reforçar a posição da organização no
mercado, promover a satisfação dos clientes a atingir os objetivos de
desempenho.
A estratégia pode ser definida como o conjunto de objetivos,
finalidades, metas, diretrizes fundamentais e os planos para atingir os
objetivos, postulados de forma a definir em que situação a organização se
encontra, que tipo de organização ela é ou deseja ser.
Existem vários conceitos e interpretações sobre o que é ser
estratégico, sendo que todos estão associados ao conceito de escolha de
rumo, um caminho, que uma vez constatado onde está localizado, decide-se
aonde se quer chegar, relacionando-se direta ou indiretamente a noções de
planejamento.
A estratégia e os objetivos descrevem um conceito do campo de
atuação da empresa. Eles especificam o volume, a área e as direções do
crescimento, os principais pontos fortes e meta de responsabilidade.
18
2.1 - Principais características
De um modo geral a s principais características das estratégias devem
ser baseadas no resultado da análise do ambiente, criar vantagem competitiva,
ser viáveis e compatíveis com os recursos, ser coerentes entre si, buscar
compromisso das pessoas envolvidas, ter o grau de risco limitado pela
empresa, ser fundamentadas nos princípios da empresa, e principalmente ser
criativas e inovadoras.
2.2 - O perfil das empresas estratégicas
As empresas têm de ser flexíveis para responder rapidamente às
alterações competitivas e do mercado. Deve possuir competências essenciais
para se manterem à frente de seus rivais. O posicionamento, em tempos
considerado a alma da estratégia, é hoje rejeitado, por ser demasiado estático
face às mudanças dos mercados e das tecnologias. Os concorrentes podem
facilmente copiar o posicionamento estratégico, portanto, as vantagens
competitivas são temporárias.
Muitas empresas confundem eficiência operacional com estratégia.
Estão surgindo diversas técnicas de gestão que aos poucos estão substituindo
as estratégias.
Para uma empresa ultrapassar os rivais deve preservar uma
característica única. Terá de proporcionar maior valor aos consumidores ou
criar valor a custos mais baixos, ou fazer as duas coisas.
A eficiência operacional significa exercer atividades semelhantes
melhor do que as rivais. Inclui todo o tipo de prática que permitem a uma
empresa utilizar da melhor forma os seus recursos. O posicionamento
estratégico significa exercer atividades diferentes dos rivais ou exercer
atividades semelhantes de um modo diferente.
19A medida que os rivais imitam as técnicas uns dos outros – qualidade,
ciclos de produção ou alianças com fornecedores – as estratégias convergem
e a concorrência torna-se uma série de corridas em que todos seguem o
mesmo percurso e ninguém ganha. A eficiência baseada só na eficiência
operacional é mutuamente destrutiva.
Os gestores, aos poucos, têm deixado a eficiência operacional
suplantar a estratégia. O resultado é um jogo de soma - nula, em que os
preços são estáveis ou decrescentes e as pressões sobre os custos cada vez
maiores, o que compromete a capacidade para investir no negócio a longo
prazo.
2.3 - A estratégia competitiva
A estratégia competitiva consiste em ser diferente. Significa escolher
deliberadamente um conjunto diferente de atividades para fornecer uma
combinação única de valor. A empresa pode posicionar-se estrategicamente
em diferentes formas:
- Posicionamento baseado na variedade – Baseia-se na produção de
vários conjuntos de produtos ou serviços. Pode servir um vasto tipo de clientes,
mas na maioria dos casos, satisfará apenas parte das suas necessidades.
- Posicionamento baseado em necessidades – Consiste em servir a
maioria ou a totalidade das necessidades de um segmento específico de
consumidores.
- Posicionamento baseado no acesso - Consiste em segmentar
clientes que são acessíveis de maneiras diferentes.
- A essência do posicionamento estratégico é o de escolher atividades
diferentes das dos rivais.
20
2.4 - Forças competitivas
A essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar
uma companhia ao seu meio ambiente. O aspecto principal do meio ambiente
da empresa é a indústria ou as indústrias em que ela compete.
O grau da concorrência em uma indústria depende de cinco forças
competitivas básicas, que são apresentadas abaixo:
Figura 3 - Forças competitivas básicas.
Fonte: Site: www.estrategia.com.br – Michael Porter
A meta da estratégia competitiva para uma empresa é encontrar uma
posição dentro dela em que a companhia possa melhor se defender contra as
forças competitivas ou influenciá-las a seu favor.
Para o desenvolvimento de uma estratégia é fundamental pesquisar e
analisar as fontes de cada força. O conhecimento das fontes põe em destaque
os pontos fortes e os pontos fracos da companhia, mostra o seu
posicionamento em seu mercado, esclarece as áreas em que mudanças
estratégicas podem resultar no retorno máximo e põe em destaque as áreas
21em que as tendências da indústria são da maior importância, quer como
oportunidades, quer como ameaças.
2.5 – Forças e ameaças da NET Serviços
Hoje a NET possui uma equipe centralizada responsável pela
supervisão de suas vendas e marketing. Além disso, a NET mantém
especialistas de marketing especificamente dedicados a cada região e
comprometidos com a elaboração de um plano de ação detalhado para cada
uma de suas principais operações. Para cada região, a NET monitora
constantemente a percepção do assinante, a concorrência, preços e
preferências de serviço, para aumentar a prestatividade a eles.
Por outro lado as subsidiárias da NET oferecem serviços de televisão a
cabo segundo os termos e condições das licenças outorgadas e
supervisionadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a
agência brasileira de telecomunicações, segundo a legislação em vigor. A
Anatel tem o poder de conceder licenças a concorrentes nas mesmas áreas
geográficas nas quais a NET já opera. Desse modo, as operadoras
concorrentes poderão construir sistemas e oferecer serviços nas áreas em que
já se tem licenças. A existência de mais de uma operadora de sistemas a cabo
na mesma área é denominada “sobreposição”. Sobreposições poderão afetar
de forma negativa o crescimento, situação financeira e resultados
operacionais, aumentando a concorrência ou criando concorrência onde não
havia anteriormente. Existem sobreposições em seis das 44 cidades nas quais
a NET opera. Além disso, seus serviços de banda larga e voz concorrem com
as empresas de telecomunicação em todas as cidades nas quais a Companhia
opera. Atualmente existe concorrência com:
- sistemas de cabo em seis das 44 cidades em que operamos,
incluindo sistemas nas cidades de São Paulo, Curitiba e Florianópolis;
22 - serviços “direct-to-home” (DTH) oferecidos no Brasil por consórcios
brasileiros e internacionais de mídia e por uma grande companhia de
telecomunicação que atua principalmente no estado de São Paulo;
- emissoras brasileiras de televisão aberta e suas coligadas locais;
- sistemas de distribuição multiponto multicanal (MMDS), em São
Paulo e no Rio de Janeiro; e - empresas de telecomunicações em todas as
cidades nas quais oferecemos serviços de vídeo, banda larga e voz.
A NET também concorre com a TV aberta, cinemas, locadoras de
vídeo e outras atividades de entretenimento e lazer em geral. A Companhia
não tem como assegurar aos investidores de que a demanda por seus novos
serviços, tais como a televisão a cabo digital, o “near video-on-demand” (NT:
sistema no qual o mesmo filme é exibido diversas vezes, iniciando em
intervalos pequenos de tempo, de forma que o assinante possa optar por
assistir ao filme quando lhe for conveniente. Fonte: Glossário da Revista Pay-
TV) e o de voz, serão suficientes para recuperar seus custos de
desenvolvimento e comercialização desses serviços.
2.6 - A escolha da estratégia
As estratégicas genéricas são métodos alternativos viáveis para lidar
com as forças competitivas. A empresa que fica no meio-termo está em uma
situação estratégica extremamente pobre.
A empresa na posição de meio-termo tem que tomar uma decisão
estratégica fundamental. Ou ela adota as medidas necessárias para lançar a
liderança de custo, ou ela orienta-se para um alvo determinado (diferenciação)
ou atingir alguma supremacia (diferenciação). A escolha entre estas opções
está necessariamente baseada na capacidades e limitações da empresa.
Raramente uma empresa está ajustada para as três. Deve-se escolher a
23estratégia mais adequada às virtudes da empresa e que seja mais difícil de ser
replicada por seus concorrentes.
Ressalte-se que, a Companhia NET Serviços conseguiu se diferenciar
das concorrentes e conquistar atributos através de estratégias como: inovação,
qualidade, tecnologia e preocupação em oferecer soluções completas, bem
como serviços novos e de alta capacidade, conquistando uma rede que atinge
mais de 10,4 milhões de domicílios em todo o Brasil.
24
CAPÍTULO III
A CONCORRÊNCIA NO MERCADO DE TV A CABO
Durante anos, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não
expediu uma só autorização para interessados em prestar o serviço de TV
paga por satélite - a DTH (sigla para direct-to-home, nome da tecnologia). Após
a fusão entre Sky e DirecTV, em 2004, o mercado ficou praticamente sem
concorrentes de peso.
Atualmente com a chegada das operadoras de telefonia, o Brasil passa
a ter 13 empresas que oferecem serviços de televisão por assinatura via
satélite - quatro delas ainda em fase de instalação. Até o ano de 2008, havia
apenas nove prestadoras de DTH, número igual ao que existia em 2003.
O movimento mais recente partiu da Oi (ex-Telemar), obteve
autorização para oferecer TV paga por satélite. A operadora começou a operar
o serviço no início de 2009. A Embratel planeja iniciar a operação até o fim
deste mesmo ano. A Telefônica, por sua vez, já atua no segmento.
O tamanho interesse das teles se deve ao fato que o satélite
complementa a infra-estrutura que as operadoras já têm. Outra razão é que o
DTH não tem restrições ao capital estrangeiro nem ao investimento das
empresas de telefonia, como ocorre na TV a cabo.
As teles não podem controlar redes de cabo em suas áreas de concessão,
mas não existe essa limitação para os investimentos em televisão por satélite.
25Portanto, esse foi o grande caminho encontrado por essas empresas
para oferecer no mercado os chamados pacotes "três em um" - que combinam
telefonia, banda larga e TV, já oferecidos pela NET Serviços.
Para a NET Serviços , o cabo tem diferenciais que o DTH não tem,
como a possibilidade de oferecer múltiplos serviços (telefonia, TV por
assinatura e banda larga) por meio de uma única tecnologia. A Net sempre
concorreu com outras tecnologias e está convicta de que a estratégia de
oferecer produtos combinados é vencedora e tem a preferência dos clientes.
Por outro lado, há um mercado complementar, que o cabo não atende e que
pode ser atendido pelo DTH.
Sabemos que a concorrência deste mercado esta atualmente mais
focado nas empresas de telecomunicações, mas este ainda é um caso novo a
ser estudado. Preocupa-se neste trabalho a verificar dentro da concorrência o
posicionamento da tecnologia oferecida pela NET Serviços e seus
concorrentes, as operadoras convencionais.
3.1 - A concorrência entre as tecnologias
Segundo a Pay-TV Survey, a NET fornecia serviços para cerca de
48% dos assinantes de televisão por assinatura no Brasil em dezembro de
2008. Além das outras modalidades de televisão por assinatura, como o
satélite direct-to-home (DTH), a NET concorre com a televisão aberta e outras
fontes de entretenimento doméstico em geral, incluindo a Internet. A NET
concorre com essas organizações em termo de preço, ofertas de serviço e
confiabilidade de serviço. Além disso, a NET oferecendo serviços adicionais
passa a concorrer com cada prestadora e suas tecnologias. São elas:
Emissoras de TV aberta:
As emissoras de televisão aberta continuam sendo as principais
provedoras de mídia do Brasil. O Brasil é o maior mercado de emissoras de
26televisão aberta da América Latina. A maioria dos serviços de televisão aberta
é transmitida por seis redes de emissoras de televisão privadas nacionais e
uma rede de emissoras estatais de alcance nacional. Essas redes nacionais de
televisão utilizam um ou mais satélites, para retransmitirem seus sinais.
DTH:
Os sistemas de DTH utilizam satélites de média ou alta potência, para
transmitir sinais a antenas parabólicas instaladas em residências, hotéis e
outras edificações. O sistema DTH tende exigem menos capital do que a
construção de uma rede de televisão a cabo. Essa vantagem competitiva, no
entanto, pode ser neutralizada por diversos fatores. Entre eles, esta o fato de
que o DTH tende a resultar em taxas mensais de assinatura maiores do que o
cabo. Além disso, o DTH exige que o assinantes possua um receptor especial
direcionado ao satélite, o que nem sempre é possível em áreas densamente
povoadas.
Sobreposição de Cabos:
Segundo a Pay-TV Survey, em 2008, o mercado brasileiro de televisão
a cabo consistia em 50 operadoras de cabo em 204 municípios, atendendo a
um número estimado de 3,6 milhões de assinantes. Segundo a legislação
brasileira, as licenças de serviço de televisão a cabo em uma área específica
não são exclusivas. Em determinados mercados, as áreas de serviço
licenciadas da NET estão completamente sobrepostas às áreas se serviço de
outros licenciados. Existe sobreposição de sistemas de cabo nas cidades de
São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Pelotas, Santos e Belo Horizonte. Em 2007,
a Anatel aprovou a aquisição de companhias a cabo por parte de duas grandes
companhias de telecomunicações, o que aumentou a concorrência,
principalmente no mercado triple play.
MMDS:
A televisão por assinatura com tecnologia MMDS tornou-se disponível
no Brasil em 1991, tendo como alvo inicial as maiores áreas urbanas do país.
27Em 2008 estimava-se que o MMDS representava aproximadamente 6% dos
serviços de televisão por assinatura no Brasil. A NET respondia por 12% de
todos os assinantes MMDS no Brasil. O estabelecimento de sistema de MMDS
exige menos capital do que a construção de uma rede de televisão a cabo.
Embora esse diferencial de custo possa dar alguma vantagem competitiva às
operadoras de MMDS na prestação de serviços de televisão por assinatura,
essa vantagem pode ser neutralizada por diversos fatores. Dentre eles, está o
fato de que o MMDS geralmente exige um “campo de visão” claro, uma vez
que os sinais de microondas não atravessam obstáculos. Portanto, o MMDS,
normalmente, não pode ser recebido em áreas de “sombra”, onde a
transmissão de microondas é bloqueada pelo terreno, construções ou outros
objetos físicos, embora, algumas vezes, os sinais bloqueados possas ser
transmitidos por repetidoras de baixa potência, as quais podem evitar para
uma área limitada um sinal que, de outro modo, estaria bloqueado. Além disso
o MMDS tem como desvantagem uma capacidade limitada de canais, menor
confiabilidade e menos qualidade de sinal. Em cidades importantes com São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde existe uma alta concentração de
prédios altos e barreiras topográficas, o MMDS esta em desvantagem em
relação ao cabo.
Banda Larga:
O acesso à Internet em banda larga atualmente é oferecido no Brasil
por companhias de telecomunicações e operadoras de televisão a cabo. A
tecnologia a cabo apresenta uma vantagem competitiva sobe a tecnologia
ADSL, maior velocidade.
28Gráfico 2 - Assinaturas por tecnologia.
Fonte: Site ABTA
Diante de toda essa diversidade de escolhas por parte dos assinantes,
a NET pode obter vantagens significativas com o serviço oferecido. É
importante ressaltar que a empresa além de sua visão estratégica desde seu
início, também percebeu que as dificuldades econômicas atuais estimulariam
uma troca de hábitos no consumidor. Apostando, a NET não se acomodou e
adotou uma postura agressiva, possibilitando investimento em aquisições,
tecnologia e serviços diferenciados.
29
CAPÍTULO IV
CASO DE ESTUDO - NET SERVIÇOS S/A
A companhia iniciou suas operações em 1991, através da aquisição de
pequenas operadoras de TV a cabo já existentes, e de licenças operacionais
para diversas localidades. A primeira operadora adquirida situava-se em
Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e na época possuía cerca de 100
assinantes. De 1991 a 1993, foram adquiridas sete operadoras/licenças, sendo
seis delas no estado de São Paulo e uma no Estado de Goiás.
As primeiras operadoras cobriam, cada uma cerca de 2.000
assinantes.
À medida que o negócio se desenvolveu, tornou-se necessário
encontrar sócios estratégicos que pudessem adicionar capital e “expertise” de
programação. Assim, ao longo de 1993 e 1994, dois novos sócios, Globopar e
Ralph Partimer II, se juntaram ao sócio original, Sr. Antônio Dias Leite. Em
1996, cada um desses sócios detinham 33,3% do capital votante da
Companhia.
Sob o nome anterior, Multicanal Participações S. A . (Multicanal), a
NET Serviços registrou as ADSs pela primeira vez no Nasdaq Global Market
30em outubro de 1996. No final de 1997, os principais acionistas da época
venderam suas participações para a Globo. Após essa transação, os principais
acionistas da Multicanal passaram a ser Globo e União Comércio e
Participações, sendo que esta última era, uma subsidiária integral do Banco
Bradesco S.A .
Também foi constituída a NET Brasil, responsável pela aquisição da
programação. Ao longo de três anos, a empresa intensificou a construção de
sua rede de cabos, adquiriu outras operadoras – incluindo a NET Belo
Horizonte, NET Anápolis e NET Piracicaba. Em setembro de 1998, a
Multicanal adquiriu determinados ativos de cabo e os respectivos passivos da
Globo e mudou seu nome para Globo Cabo S. A . Os ativos que foram
adquiridos da Globo incluíam uma participação de 50% na Unicabo e
participação controlada em três importantes operadoras de cabo em áreas
metropolitanas: a NET Rio S. A., NET São Paulo Ltda. e a NET Brasília Ltda.
Com estas aquisições tornou-se a maior operadora de sistema múltiplo de
televisão por assinatura (MSO) do país.
Em maio de 2000, foi adquirido os 50% restantes da Unicabo. Em
setembro de 2000, foi concluída a aquisição da NET Sul Holding S.A ., que
aumentou significativamente e proporcionou acesso aos mercados do sul do
Brasil, uma região que historicamente não era atendida pela NET. Até o início
do novo milênio a empresa viu sua base se assinantes crescer rapidamente
ultrapassando milhões de usuários. Em 17 de julho de 2000, a Globo Cabo
comprou a VICOM, empresa privada nacional que possuía mais de três mil
estações terrenas.
Em maio de 2002 , ocorreu a mudança de nome de Globo Cabo S. A .
para NET Serviços de Comunicações S. A. Em dezembro de 2002, foram
paralisados os pagamentos da dívida em aberto . Em março de 2003, se
iniciaram as negociações com os credores e em março de 2005 foi finalizada a
reestruturação do endividamento em aberto.
31
Através da reestruturação, a NET alcançou o objetivo de ter uma
programação de amortização da dívida compatível com sua geração de caixa o
que permitiu também sustentar o crescimento sem dependência das condições
do mercado de capitais. Desde de que essas aquisições foram realizadas, a
NET vem trabalhando na integração das suas várias operações.
Durante 2002 e 2003, a NET trabalhou no sentido de melhorar os
sistemas dessas novas operações. Desde 2003, a companhia retomou a
publicidade nos meios de comunicação, melhorando sua infra-estrutura de
vendas com a criação de pontos de vendas locais, foi feita a troca do
fornecedor de serviços de atendimento ao cliente bem como a maneira de
remunerar os profissionais dessa área. Durante 2004, a NET continuou a usar
estratégias de publicidade nos meios de comunicação e nos pontos de vendas
locais implementados em 2003 e continuou a realizar as vendas através do call
center passivo. Desde de 2005, a companhia começou a procurar novas
oportunidades de crescimento. Como consequência, foram desenvolvidos
novos canais de vendas e a coordenação de técnicas de marketing, incluindo
telemarketing, Internet, vendas, venda porta a porta, mala direta, vendas no
varejo, canais de venda em condomínios e centros terceirizados de
atendimento ao cliente.
Com resultado da estabilidade e da força da economia brasileira,
assim como um aumento no uso da Internet por consumidores brasileiros e a
consolidação da tecnologia digital no Brasil, em 2007 a NET aumentou o
escopo de sua rede bidirecional e expandiu o âmbito geográfico de seus
serviços digitalizados. Introduziu novos e revolucionários serviços como o NET
FONE VIA-EMBRATEL, NET LAR, NET DIGITAL, NET DIGITAL HD e NET
DIGITAL HD MAX.
Como resultado e devido à conclusão da aquisição da Vivax, a
companhia aumentou o número de residências dentro da rede bidirecional de
323,0 milhões de residências em 31 de dezembro de 2006 para 6,7 milhões de
residências em dezembro de 2007, alcançando quase todas as residências
das classes A e B dentro de sua área de cobertura. Como resultado de tal
investimento, a NET espera continuar seu atual crescimento numa base
sustentável.
4.1 - Estratégias na linha do tempo
Em julho de 2000, como Globo Cabo, comprou a VICOM, empresa
privada nacional que possuía mais de três mil estações terrenas de
telecomunicação por satélite instaladas no Brasil. Através desta operação, a
Globo Cabo dava um importante passo para a entrada no mercado de
transmissão de dados. A Aquisição permitiu que a empresa explorasse as
sinergias resultante da comunicação da sua extensa rede de cabos urbana
com rede de satélites da VICOM. A tecnologia desenvolvida com o Vírtua tem
papel importante na alavancagem dos produtos oferecidos para a significativa
base de clientes corporativos da VICOM.
Em relação ao Vírtua, após o seu lançamento, a base de assinantes
desse serviço cresceu consideravelmente.
Em 18 de setembro de 2000, a Globo Cabo comprou a NET Sul,
segunda maior operadora de cabo do Brasil, com 374,1 mil assinantes e
1.125,4 mil domicílios cabeados ao final do mês de março de 2000. Sua rede
de cabos possuía uma extensão de 9 mil Km, dos quais 57% em 750 Mhz,
26% em 550 Mhz e o restante em 450 Mhz. Em suma, a empresa trazia para a
33Globo Cabo uma relevante base de assinantes e domicílios cabeados com
perfil para a introdução de serviços de maior valor agregado.
O NET Vírtua ganhou notoriedade por oferecer novas velocidades até
então inéditas no Brasil. Através da mesma rede de cabos que distribuía os
sinais NET TV por assinatura eram oferecidas as velocidades 2Mbps, 4Mbps e
8Mbs. Atualmente oferece velocidades de 500Kbps, 3Mbps e 12Mbps.
Em 2003, lança um programa de fidelidade que recompensa o
assinante, estimulando-o na utilização e na compra dos serviços oferecidos
pela NET Serviços.
A antiga Revista da Net e o guia de programação foram reformulados,
e a empresa passou a oferecer aos seus assinantes a Revista Monet e uma
Superguia de toda a sua programação. A Revista Monet contém cerca de 80
páginas, através do qual o leitor tem acesso, desde entrevistas até indicações
dos melhores restaurantes e hotéis. O Superguia é composto por mais de 100
páginas coloridas com as grades de todos os canais e editorial com os
principais destaques da programação fornecida.
No ano seguinte, com a NET Digital, iniciou um trabalho de
reformulação de sua grade de produção, investindo em novas ofertas de
conteúdo e em novos canais exclusivos.
O negócio com a Telmex foi parte do processo de reestruturação da
dívida da NET, no valor de R$ 1.395 bilhão. A transação esteve sujeita a
algumas condições para ser concluída, como a autorização das autoridades
regulatórias, mas no mercado foi dada como praticamente certa.
Apenas dois meses depois de comprar a Embratel, a mexicana
anunciava a intenção de se tornar sócia da NET, maior operadora de TV a
cabo do país.
34Com isso, desde que a Embratel, controlada pela Telmex, começou a
participar do controle da NET, a empresa de TV a cabo passou a crescer mais
que a TVA, que teve sua compra pela Telefônica. Segundo a Pay TV Survey
(PTS), empresa de pesquisa especializada em TV paga, a NET apresentou um
crescimento acumulado de 20% entre junho de 2004 e Junho de 2006,
comparado a 10% de expansão registrada pela TVA.
A Telmex com a aquisição da NET pode ampliar sua presença no
mercado brasileiro.
No ano de 2006, a NET anunciou o acordo de compra da Vivax,
tornando nítida a declaração de guerra às companhias telefônicas.
Com esta aquisição a empresa passava a ter 76% da base de
assinantes de TV a cabo no Brasil e 45% do mercado total de televisão por
assinatura, o que inclui os assinantes de TV paga com transmissão por
satélite, por rede de cabo e por rádio. Os percentuais referem-se ao final do
primeiro trimestre de 2006. Com esta estratégia, a NET passou a se fortalecer
no Estado de São Paulo.
O resultado de tal investimento neste ano, é a entrada no mercado de
“triple play” (oferta conjunta se serviços de vídeo, voz e dados). O produto
oferecido funciona como uma linha telefônica convencional e permite que os
usuários efetuem ligações locais, interurbanas e internacionais para qualquer
aparelho fixo ou celular.
35Em 2007, com a compra da BigTV a NET passou a controlar as
operações de 12 novas cidades incluindo duas capitais em que não atuava,
João Pessoa (PB) e Maceió (AL). A BigTV era totalmente complementar a NET
Serviços, por isso com a aquisição, a empresa ampliou sua atuação de 79 para
91 cidades brasileiras. O total de domicílios cabeados passou a ser 9,9
milhões ultrapassando o número de 3,0 milhões de clientes de TV por
assinatura e 2,1 milhões de clientes de banda larga.
As ações da NET fecharam em alta de quase 10 por cento, cotadas na
época a 22,58 reais, com volume acima da média diária.
O objetivo desta aquisição foi fortalecer a presença da NET no
mercado, ampliando a área de atuação da empresa, principalmente nas
regiões da Grande São Paulo, interior do Paraná e Nordeste.
Este importante investimento foi uma demonstração de que a empresa
acreditou no mercado, no modelo “triple play” e na demanda que seus
produtos geravam.
Tabela 1 – Clientes por operadora.
Serviços NET* BIGTV TOTAL Crescimento
TV por
assinatura 2,9 milhões 109 mil 3,0 milhões 4%
Internet Banda
Larga 2,0 milhões 65 mil 2,1 milhões 3%
Telefonia Fixa 1,5 milhão Não aplicável 1,5 milhão -
Domicílios
Cabeados 9,5 milhões 409 mil 9,9 milhões 4%
Extensãoda Rede 43 mil Km 3 mil Km 46 mil Km 7%
Cidades
Atendidas 79 12 91 15%
36Fonte: Site NET Serviços – (*) Dados referente ao balanço do 3º
Trimestre de 2008.
Além dos canais The History Channel, A&E e TV Rá Tim Bum em sua
grade de programação, a NET lançou os seguintes serviços:
- NET COMBO: Serviço onde através de um único cabo é possível
receber TV, Internet e telefone da NET;
- NET LAR: Constituído por um conjunto de soluções de conveniência
que vai desde chaveiro, encanador e proteção para computadores até a
montagem de uma rede doméstica de computadores (com ou sem fio).
- NET LAR CONFORTO: Pacote de serviços que fornece as seguintes
facilidades: mudança de endereço gratuita, troca de local dos pontos NET
instalados na residência, treinamento de uso e explicações no local, instalação
na NET Digital com cabos óticos de áudio, cabos s-vídeo ou vídeo
componente.
- NET LAR CYBER REDE: Opção para quem quer montar uma rede
doméstica de computadores (com ou sem fio) e compartilhar as velocidades do
Vírtua.
- NET LAR CYBER ANJO: Solução de segurança web oferecida em
parceria com a F-Secure. O usuário tem recursos como detecção e remoção
de apyware, firewall e atualizações.
- NET LAR SOS CASA: Pacote de soluções como chaveiro,
encanador, eletricista, vidraceiro, entre outros.
O lançamento do NET COMBO HD MAX, ocorrido no ano de 2008,
composto com programação Globosat exclusiva em alta definição, gravador
37digital, internet banda larga com 12 Mbps de velocidade e duas linhas de NET
Fone Via Embratel. Além destes serviços, os assinantes do Combo passaram
a contar ainda com NET Lar Cyber Rede, NET Lar Cyber Anjo, Roteador Wi-Fi
NET Gear e dois pontos extras digitais.
Foi lançado também o novo portifólio de banda larga do Net Vírtua, que
passou a oferecer velocidades de 3, 6 e 12 Mbps.
NET Vírtua 5G, a 5º geração do serviço de banda larga que permite
ultra-velocidade de acesso à rede através do novo sistema de gerenciamento
de frequências de rede, o Docsis 3.0.
Finalizando este ano com o lançamento de mais cinco novos canais
em sua grade de programação: Megapix, TCM, Animax, Sci Fi e Discovery
Travel e Living.
Após receber autorização da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), a Net Serviços concluiu em julho de 2009, a aquisição da ESC 90
Comunicações, operadora de TV por assinatura e banda larga que atua nas
cidades de Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo. O valor da transação foi de
R$95milhões.
Com a compra, a Net passa a cobrir todas as capitais das regiões Sul
e Sudeste do Brasil. "Com este investimento, a Net Serviços amplia ainda mais
sua área de atuação e confirma seu compromisso em estimular a competição e
trazer novos serviços para o mercado no Espírito Santo, com as melhores
opções do mercado em TV a cabo, banda larga e telefonia", afirmou José
Antonio Félix, presidente NET Serviços.
A ESC 90 é filiada à Net Brasil e já opera com a marca Net. A
operadora conta com 31 mil clientes de TV por assinatura e 24 mil de internet
em banda larga. A rede cobre 106 mil domicílios e tem uma extensão de 593
quilômetros.
38
Outro lançamento foi o serviço de HD. Este serviço veio com a
promessa de oferecer novos canais em alta definição, incluindo Telecine HD e
Fox + NatGeo HD. O objetivo estratégico na NET é de se tornar um dos
pioneiros no mercado de alta definição no Brasil. Para isso foi criada uma
oferta baseada na demanda dos consumidores por mais canais e menor
barreira de entrada, que é o preço. Este foi um avanço em relação aos pacotes
NET Digital.
Hoje novos pacotes são oferecidos com um novo set-up box. Existem
dois pequenos segredos presentes nos dois modelos se set-top em alta
definição fornecidos aos clientes e que estão, a principio, desabilitados. O
Cable modem interno e Portas USB.
Tudo esses recursos visando um melhor produto. Quando novos
serviços integrados vão ser lançados na NET, ninguém sabe. O fato é esses
set-top boxes e serviços escondidos estão aguardando sua ativação por meio
de uma atualização de software.
4.2 - Vendas e Marketing
Ao construir sua rede e fazer o marketing de seus serviços e produtos,
a NET Serviços manteve seu foco nas classes A e B de assinantes
residenciais, as quais têm maior renda disponível para adquirir seus serviços,
principalmente os de maior valor agregado. Para aumentar a penetração dos
serviços utilizados por seus clientes, a NET utilizou técnicas coordenadas de
marketing, como central de atendimento ao cliente, campanha em televisão
local e nacional, jornais, rádio, outdoor e eventos esportivos.
A NET Serviços criou uma equipe central que supervisiona suas
estratégias de venda e de marketing dos produtos para cidades localizadas
nas seis regiões em que atua, monitorando constantemente a satisfação dos
39assinantes, a competição os preços e serviços preferidos, a fim de responder
prontamente aos anseios de seus assinantes.
A estratégia de marketing da NET, no longo prazo, foi de aumentar a
penetração e a sua receita por domicílios. A NET acreditou que os seus
assinantes poderiam, após habituar-se à televisão a cabo, passar a utilizar a
rede de cabos como o meio preferido para a distribuição de diversos serviços.
Para alcançar tais objetivos, utilizou as seguintes estratégias:
Como a utilização de marketing direcionado baseado em pesquisas,
incluindo o foco nos assinantes das Classes A e B para a introdução de novos
serviços de maior valor agregado, tais como o Vírtua e Pay per view,
estruturação de pacotes de programação que fornecessem melhor combinação
de lazer e informações para seus assinantes, promoção para a venda de
serviços premium e pacotes voltados para nichos de mercado com uma
relação atraente de custo/benefício e promoção de marcas NET e Vírtua para
criar fidelidade nos assinantes.
4.3 - Campanhas estratégicas
Ele faz mais sucesso do que muitos globais. Desde de 2006, o Coronel
Boris Tutchenko (interpretado pelo ator Álvaro Thuller), um russo gordo e
bonachão, e seu bordão “Skawurzska!” estão todos os dias na TV, quase
sempre em horário nobre. Também aparece à exaustão em anúncios de
40jornais, revistas e na Internet. Sempre em cenas hilárias e bem –humoradas,
conhecido, principalmente por seu famoso jargão “O Mundo é dos NETs”, que
foi reconhecida também pelo mercado, a campanha figurou sete vezes
consecutivas entre as 10 preferidas, segundo pesquisa do Datafolha.
Os números comprovaram o resultado positivo: em 2007, a NET
computou 2.4 milhões de assinantes de TV por assinatura. A campanha
conseguiu diferenciar a NET de seus concorrentes e conquistar atributos como
inovação, qualidade, tecnologia, e preocupação em oferecer soluções
completas. Em uma das mais recentes fase da campanha, que utiliza o slogan
"Saia da Sibéria", mostra duas imagens em contraposição: uma de um “lugar
de quem é Net”, onde aparece o coronel Tutchenko num lugar confortável e
quente, rodeado de pessoas felizes que contam os benefícios oferecidos pela
empresa. Na imagem em contraponto, ou seja, o lugar “onde ninguém é Net”, o
ambiente é coberto de neve e sem nenhum conforto. A mensagem termina
com a frase “Na Sibéria, não tem nada disso”.
41
CONCLUSÃO
Hoje, a NET Serviços é a maior empresa multisserviços via cabo da
América Latina. Presente em 93 cidades, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Brasília e
Goiânia, oferece serviços de TV por assinatura, internet banda larga e voz por,
de forma verdadeiramente convergente, por meio de um único cabo.
Com 50% do mercado de TV por assinatura e 22% do mercado de
banda larga, possui uma rede que atinge mais de 10 milhões de domicílios. De
acordo com o site da NET Serviços, no 1º trimestre de 2009, a empresa possui
3,3 milhões de clientes de TV por assinatura (NET), 2,5 milhões de assinantes
de internet em banda larga (NET Vírtua) e 2,1 milhões assinantes de serviços
de voz (NET Fone via Embratel). Registrou lucro líquido de R$ 82 milhões, alta
de 140% em relação ao resultado apresentado em 2008. A receita líquida
ultrapassou pela primeira vez a marca de 1 bilhão, fechando o trimestre em R$
1,082 bulhão, um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Entre os objetivos de marketing a longo prazo sempre estão aumentar
a penetração de mercado, a fidelidade do assinante e o crescimento das
receitas por domicílio. Com o tempo, a NET espera que seus assinantes vejam
suas conexões a cabo como o melhor “canal” para o lar.
Para atingir esse objetivo, a NET adota as seguintes estratégias:
introdução de novos serviços de valor agregado, planejamento de produtos
e/ou serviços para propiciar aos assinantes maiores opções de entretenimento,
42criação de pacotes de produtos, para promover a venda de serviços premium e
programação especializada e para oferecer opções com relação custo-
benefício atraente, identificação de oportunidades de marketing com base em
dados demográficos, utilização das marcas “NET”, “NET Virtua”, “NET Digital”
e “NET Fone Via Embratel”, para promover a conscientização e fidelização dos
assinantes.
Para aumentar o índice de penetração e o nível de serviços utilizados
pelos clientes, a NET adota técnicas de marketing coordenadas, incluindo o
telemarketing, a Internet, a venda porta-a-porta, a mala direta, as vendas no
varejo, os canais de venda em condomínios e os centros terceirizados de
atendimento ao cliente. Cada uma dessas técnicas de marketing centra
esforços na minimização de custos de aquisição de novos clientes.
A NET Serviços em seu setor é a que mais cresce em banda larga, TV
por assinatura e telefonia fixa no mercado brasileiro.
43
BIBLIOGRAFIA
ABTA – Associação Brasileira de Televisão por Assinatura. Panorama
da Indústria de TV por Assinatura no Brasil. Junho, 2009.
DUCLÓS, Rodrigo M.O. Análise da Indústria de televisão a cabo no
Brasil. Porto Alegre: PPGA/UFRGS, 1999. (Dissertação de Mestrado)
TORRE, Rodrigo. Comunicação a Cabo no Brasil: Aspectos Históricos,
políticos e tecnológicos. Monografia de conclusão de curso de comunicação
social. Produção editorial Rio de Janeiro. Escola de Comunicação
Social/Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998.
PORTER, Michael E. A Estratégia – A Busca da Vantagem
Competitiva. Rio de Janeiro, 1985.
SANTOS, Suzy dos. Convergência das Teles e da TV a cabo.
Universidade Federal da Bahia, UFBA, Brasil (Monografia para Doutorado),
2005.
Sites pesquisados:
NET SERVIÇOS, Disponível em:
http://ri.netservicos.com.br/
ABTA - – Associação Brasileira de Televisão por Assinatura, Disponível
em:
http://tvporassinatura.bizsolution.com.br/
<http://www.net.com.br>
ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações. Disponível em:
<http://www.anatel.gov.br>
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
CONCEITO DE TV A CABO 11
1.1 – TV a cabo no mundo 12
1.2 – TV a cabo no Brasil 13
CAPÍTULO II
CONCEITO DE ESTRATÉGIA 17
2.1 – Principais características 18
2.2 – O perfil das empresas estratégicas 18
2.3 – A estratégia competitiva 19
2.4 – Forças Competitivas 20
2.5 – Forças e ameaças 21
2.5 – A escolha da estratégia 22
CAPÍTULO III
CONCORRÊNCIA NO MERCADO DE TV A CABO 24
3.1 – A concorrência entre as tecnologias 25
CAPÍTULO IV
CASO DE ESTUDO NET SERVIÇOS 29
4.1 – Estratégias na linha de tempo 32
454.2 – Vendas e Marketing 38
4.3 – Campanhas estratégicas 39
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 44