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Universidade Cândido Mendes Pós Graduação “Lato Sensu” Instituto A Vez do Mestre O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NA HOTELARIA CORPORATIVA E LAZER – REDE MERCURE Por: FERNANDO KAZUO KANBARA Orientador Prof. Carlos Cereja RIO DE JANEIRO JULHO/2010

Universidade Cândido Mendes Pós Graduação “Lato Sensu ... · O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NA HOTELARIA CORPORATIVA E LAZER – REDE MERCURE Apresentação de Monografia ao

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Universidade Cândido Mendes

Pós Graduação “Lato Sensu”

Instituto A Vez do Mestre

O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NA

HOTELARIA CORPORATIVA E LAZER – REDE

MERCURE

Por: FERNANDO KAZUO KANBARA

Orientador

Prof. Carlos Cereja

RIO DE JANEIRO

JULHO/2010

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Universidade Cândido Mendes

Pós Graduação “Lato Sensu”

Instituto A Vez do Mestre

O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NA

HOTELARIA CORPORATIVA E LAZER – REDE

MERCURE

Apresentação de Monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Marketing.Por: Fernando Kazuo Kanbara

RIO DE JANEIRO

JULHO/2010

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DEDICATÓRIA

...A minha esposa Izabela e meu filho Hiro, pela paciência na ausência das horas de dedicação a conclusão desta pesquisa.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao professor Carlos Cereja, do Instituto A Vez do

Mestre pelo tempo desprendido para acompanhamento e correções desta

monografia, e em tempo, agradeço também aos profissionais da Accor pela

cooperação nas pesquisas com os clientes e pela confiança depositada para gestão

de empreendimentos hoteleiros da Rede Accor.

“A maior recompensa pelo nosso trabalho não é o que nos pagam por ele,

mas sim, por aquilo em que ele nos transforma”. (John Ruskin)

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RESUMO

A indústria da hospitalidade tem sido se destacado por ser um dos setores

da economia que mais cresce no mundo, sobretudo no Brasil com a perspectiva de

realização de dois eventos esportivos internacionais: Copa do Mundo de Futebol em

2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 na cidade do Rio de Janeiro. É dentro deste

cenário que o setor de serviços tem um importante papel na geração de trabalho e

riqueza abrangendo fatores sócio-econômicos. Para garantir a competitividade

dentro deste mercado faz-se necessária a utilização de ferramentas para retenção e

captação de novos clientes e dentro deste conceito destacam-se duas: o marketing

de relacionamento e o marketing de serviços. O objetivo principal deste trabalho é

identificar que fatores determinam a fidelização do cliente num empreendimento

hoteleiro – a qualidade do atendimento e os reflexos na prestação de serviço e o que

satisfaz o cliente. Outro ponto ainda a ser abordado é que reflexos uma crise

financeira global podem ocasionar sobre a fidelidade pela qualidade.

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METODOLOGIA

Pesquisa realizada através de leitura de livros especializados para o

Marketing de Serviços, Comportamento do Consumidor e sobre Fidelização, como

por exemplo os autores Philip Kotler, Michael Solomon, Peppers & Rogers Group.

Para complementar a pesquisa sobre um assunto tão antigo, mas ao

mesmo tempo tão atual, foram utilizadas informações da internet, tais como artigos

de sites, bem como de revistas sobre o tema abordado.

Por fim, foram utilizadas pesquisas com perguntas de múltiplas escolhas,

de uma escala de 1 a 10 que foram respondidas pelos clientes de acordo com os

serviços prestados.

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SUMÁRIO

Introdução 7

1. Marketing em Evolução 9

1.1. Conceito de Marketing e sua Evolução 9

1.2. Maketing de Relacionamento 10

1.2.1 Programas de Fidelidade e Retenção de Clientes 12

1.2.2 Programas de Fidelidade e a Concorrência 13

1.3. Marketing de Serviços 15

1.4. Endomarketing 16

2. Comportamento do Consumidor 18

2.1. Desejos e Necessidades dos consumidores 18

3. Accor Hospitality / Rede Mercure de Hotéis 22

3.1. Histórico da Accor 22

3.2. A marca Accor no Brasil 24

3.3. Accor Hospitality e suas Marcas 25

3.4. Novas perspectivas da Accor a partir de 2010 28

3.5. Rede Mercure de hotéis 28

3.5.1. Programa de Satisfação do Cliente 29

3.5.2. Programa de Fidelidade AClub 29

4. Pesquisa de Satisfação 31

4.1. Coleta de Dados 31

4.2. Comentários das análises da pesquisa e recomendações 42

Considerações Finais 43

Referências Bibliográficas 5

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INTRODUÇÃO

Depois da expressão mundo globalizado, o mercado está cada vez mais

agressivo e o clima de competição entre as empresas só aumenta. Só alcançarão o

êxito, aquelas que se destacarem e conseguirem manter um relacionamento estável

com os seus consumidores, considerando-os como um dos fatores chave de

sucesso da empresa. Baseada nesta premissa, as empresas de prestação de

serviços e/ou venda de produtos deverão estar cada vez mais próximas dos seus

clientes, analisando o comportamento da demanda de mercado (necessidades e

desejos) e ainda considerar os fatores que agregam-lhe mais valor. Este

relacionamento somente será possível se as organizações diminuirem as distâncias

entre o mercado e os seus clientes, buscando ouvir as suas necessidades,

solicitações e reclamações, bem como avaliar os fatores que realmente são

considerados importantes na aquisição dos seus serviços ou produtos na

perspectiva do cliente.

O objetivo deste trabalho consiste em analisar as técnicas de captação e

fidelização do consumidor de serviços, utilizando como exemplo uma empresa do

segmento hoteleiro. Inicialmente pretende-se expor o conceito de marketing,

marketing de relacionamento, comportamento do consumidor e endomarketing e

ainda as particularidades do setor de serviços. Depois parte-se para a análise da

construção da satisfação do cliente, identificando as técnicas e o processo de

captação e fidelização. Por último, examinar-se-á um programa de satisfação e

fidelização que contribua para o estabelecimento da lealdade e retenção do cliente.

Assim, esta pesquisa tem como objetivo apresentar as estratégias e o

fatores críticos de sucesso para alcançar a fidelização dos clientes. Tendo, também,

como problema de pesquisa a seguinte pergunta: Qual é a importância da prática de

ações de marketing de relacionamento, de ações de marketing de serviços e do

endomarketing a fim de obter a captação e/ou manutenção dos clientes para a Rede

Mercure?

A hipótese para estas respostas pode ser encontrada quando os clientes

nela encontram a segurança, confiança, qualidade de serviços e ainda quando

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sentem-se especiais, através de um atendimento personalizado, sentindo-se

reconhecido pela empresa da qual é consumidora e reconhecendo a melhor relação

de custo e benefício. É possivel que um programa de fidelidade mundial seja um

diferencial na influência da escolha pelo serviço de um hotel.

Esta monografia está organizada da seguinte forma: na primeira parte é

realizado um breve o histórico das evoluções dos conceitos de marketing, dando-se

ênfase ao marketing de relacionamento, marketing de serviços e endomarketing. Em

seguida foi realizada uma revisão teórica sobre o que tange comportamento do

consumidor, as necessidades, desejos, satisfações e lealdade dos clientes. Na

terceira parte, será apresentado o objeto de estudo: a Rede Accor e a Rede

Mercure. Na quarta parte são apresentados os resultados da pesquisa realizada com

as respectivas análises; e finalmente, com base nos dados obtidos, foram

construídas considerações finais.

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CAPÍTULO I

MARKETING EM EVOLUÇÃO

1.1 Conceitos de Marketing e a sua evolução

Em busca de diferenciarem-se e sobreviverem num mercado cada vez

mais acirrado, se fez necessário que as organizações voltassem seus holofotes para

as necessidade e desejos dos seus consumidores.

Analisando este cenário, Kotler (1998) define a origem do marketing a

partir das necessidades e desejos humanos. Os conceitos de necessidades

humanas são a privações da satisfação básica: a alimentação, o abrigo e a

segurança. Partindo desta definição, as necessidades não são criações da

sociedade ou das organizações e empresas, mas sim das condições de vida mais

primitivas do ser humano. Os desejos, por sua vez, são carências a serem satisfeitas

por necessidades específica e são modelados e reinventados por instituições

sociais, tais como: a família, a igreja, a empresa, a escola, o clube, dentro muitos

outros. O que deve ser entendido é que as necessidade e os desejos das pessoas

são concretizados através de soluções em produtos e serviços, sendo seus efeitos

tangíveis ou não.

O marketing sofreu várias transformações para ser conhecido como é

atualmente. As primeiras ações ocorreram com as primeiras trocas de itens, no

século XVII na “economia de subsistência”, quando os membros da família

produziam apenas para seu próprio sustento. Com o crescimento das cidades no

século XVIII iniciou-se uma segunda onda, a fase de “fazer por encomenda”, mas

neste modelo a economia movia-se de acordo com a demanda e a venda ocorria

antes mesmo da produção, gerando um tempo ocioso, pois o produtor perdia muito

tempo aguardando o pedido.

Nos EUA, na primeira metade do século XIX, iniciou-se a “fase de

produção especulativa”, onde alguns fabricantes arriscavam em produzir

mercadorias que acreditavam ser comercializados, devido a proximidade da

produção com o mercado consumidor. Após 1850, devido a revolução industrial,

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inicia-se a produção em massa a partir de máquinas e equipamentos com objetivo

principal de redução de custo devido ao aumento da demanda. No início do século

XX, a preocupação passa a ser com o produto e não apenas com a produção,

gerando um pressuposto de que compradores valorizam qualidade e desempenho e

por esta razão pagariam mais por estes produtos.

Em 1955, no célebre The practice of Management, Peter Drucker

entendeu as novas transformações no mercado entre oferta e demanda e afirmava

que era necessário focar seus esforços para criação de novos mercados e não

estarem satisfeitos apenas com os mercados existentes através do conceito de

poder de compra massificado. Utilizando destes conceitos os profissionais de

marketing ainda não tinham a preocupação na manutenção de clientes, pois ainda

havia uma demanda superior a oferta de serviços e produtos.

Foi apenas no final da década de 80 que os clientes tornaram-se o foco

das atenções, pois até então, devido a revolução tecnológica e o intuito em apenas

atrair atenção para os produtos, as empresas ainda não tinham o conceito de

produto ampliado (serviços e consertos eram considerados sinônimos) e também de

quanto importante era saber se as necessidade do clientes estavam sendo

atendidas.

O declínio do marketing de massas e o aperfeiçoamento contínuo dos

submercados, a personalização dos serviços e produtos, a insatisfação da

competição mundial e o uso de novas ferramentas tecnológicas nos negócios

levaram o mercado a uma reavaliação do marketing. O mundo dos negócios

continua em um rápido movimento de evolução para que se possa acompanhá-lo.

Porém, operar nesse ambiente não pode ser um jogo de adivinhação sobre o que

fazer e para onde deve-se seguir.

1.2 Marketing de Relacionamento

O Marketing de Relacionamento pode ser exemplificado pelos programas

de fidelidade, que em sua maioria são programas de relacionamento baseados em

recompensas. Todo bom programa de fidelidade é baseado em três pilares: o

primeiro é o relacionamento, que estabelece um canal de comunicação direta com o

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cliente, uma relação interativa; o segundo pilar é o reconhecimento, a oferta de

benefícios que diferencie o cliente dos demais, que o faça se sentir parte de um

grupo especial; e, por último, a recompensa, que oferece prêmios proporcionais

referentes aos seus gastos, visando incentivar o cliente a aumentar o seu consumo

tradicional.

Para Kotler (1998), Marketing de relacionamento é criação, manutenção e

geração de sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos. Percebe-se

que o marketing vem transferindo o foco das transações individuais para a

construção de relacionamentos que dentro dele haja valor agregado.

Para Peppers & Rogers (2004), as empresas devem atender seus clientes

de forma diferenciada entre si, de modo a poder tratar cada um deles como

indivíduo, e não como membro de um grupo. Outra ponto de vista dos autores

apresenta o princípio fundamental da excelência em atendimento ao cliente: quando

a empresa está totalmente comprometida em proporcionar um excelente serviço ao

cliente, sendo este o principal foco de toda a empresa, bem como seus funcionários

estão cientes e comprometidos com essa perspectiva.

O marketing de relacionamento é um dos assuntos mais comentados

dentro do marketing moderno. Inúmeras são as ferramentas utilizadas para este tipo

de ação e existem nomenclaturas, como o CRM (Customer Relationship

Management), que exprimem o que vêm a ser exatamente esta prática, comum em

muitas organizações.

A proposta do CRM enfatiza o relacionamento de longa duração com o

cliente, filosofia que se preocupa em estimular as vendas com o foco voltado para o

relacionamento, deixando de lado a questão do marketing de transações. Isso

porque não se busca mais realizar vendas rápidas, mas sim efetuar um contato

maior com o consumidor, torná-lo verdadeiramente um cliente, trazê-lo cada vez

mais perto da organização, estreitar o relacionamento, procurar saber mais sobre

sua vida, costumes e particularidades. Assim pode-se continuar a oferecer produtos

e/ou serviços de qualidade e que estão prontamente direcionados na satisfação dos

desejos e necessidades existentes.

Desta forma, criar elos de valor entre organização e cliente só poderá

trazer situações benéficas para ambos os lados, de forma a estreitar qualquer tipo

de contato, visando sempre ao alcance de objetivos a curto e longo prazo. Neste

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contexto, nota-se que as organizações que cultivam esta prática podem planejar

estratégias respaldadas por uma segurança diante daquilo que estão praticando,

mesmo sabendo que a questão da fidelidade é muito discutível. Isso porque existem

aqueles que defendem esta premissa, enquanto outros afirmam que ela é algo

ilusório, já que o consumidor busca sempre o melhor, não se atendo a um único e

exclusivo produto, serviço e/ou marca.

As organizações estão criando, internamente, departamentos

responsáveis pela questão específica de manutenção e satisfação do seu público

consumidor. Esse setor é responsável por extrair dos clientes e do mercado em

questão todos os elementos necessários para o desenvolvimento de ações voltadas

à satisfação das necessidades criadas, seja no desenvolvimento e produção de

novos produtos e serviços, seja nas operações financeiras e até mesmo no

desenvolvimento de novos serviços de apoio àquilo que está sendo comercializado.

Hoje, tudo é mais limpo, ágil e prático devido à mudança de foco, dos

produtos para os clientes – satisfação e manutenção de seus clientes. Na Rede

Accor existe uma base de cadastro de clientes que contempla os dados de

consumo, dados de cadastro (nome completo, e-mail, endereço, CPF ou número do

passaporte, etc) e assim, realizar ações de marketing de relacionamento com maior

facilidade e veracidade de dados.

Outra forma de interação com os clientes é com os interlocutores dentro

das empresas (ou decisores do processo de contratação de um hotel). Estas ações

de relacionamento visam sobretudo estreitar os laços, buscar informações sobre

possiveis investimentos na cidade, apresentar os hotéis através de site inspection

informando os principais diferenciais e identificando possiveis demandas através da

localização.

1.2.1 Programas de Fidelidade e Retenção de Clientes

Para Peppers & Rogers (2004), para alcançar a fidelização e a retenção

de clientes, é necessário seguir quatro passos: 1) Identificar os clientes: é

necessário e importante conhecer os clientes individualmente, com o maior

detalhamento de informação possível e ainda ser capaz de reconhecê-los em todos

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os pontos da prestação do serviço. Não é possível estabelecer uma relação com

alguém que não se pode identificar. 2) Diferencie seus clientes: uma vez

identificados os clientes, o próximo passo é segmentação, de maneira a priorizar

seus esforços de marketing e personalizando o comportamento da empresa,

baseando-se nas necessidades individuais de seus clientes. As duas maneiras de

diferenciá-los são: pelo nível de valor para a empresa e pelas necessidades que os

clientes têm de produtos e serviços. 3) Interaja com os clientes: a empresa deve

melhorar a eficácia e a eficiência de suas interações com os clientes, para fortalecer

suas relações comerciais com os consumidores. Além de saber como as

necessidades dos clientes mudam, é necessário um processo de utilização de

feedbacks para que seja possível compreender quais são as necessidades

específicas daquele cliente. 4) Personalização dos Produtos/Serviços: é necessário

personalizar alguns aspectos do comportamento da empresa para melhor atender os

consumidores. Para incentivar os clientes a manter uma relação de aprendizado, a

empresa precisa adaptar-se às necessidades individuais expressas pelo cliente.

A Rede Mercure, assim como a maioria dos hotéis da Rede Accor e os

seus concorrentes, possui um programa de fidelidade denominado A-Club. Este

programa de fidelidade surgiu em substituição ao programa de fidelidade antigo

chamado Compliments, pois este não era um programa que abrangia todos os hotéis

da Rede no mundo. O programa de recompensa A-Club apresenta os principais

benefícios: pontuação em mais de 2000 hotéis no mundo, pontos que nunca

expiram, reservas sem restrições de datas nos hotéis, pontuação pode ser trocada

pelos principais programas de milhagens de companhias aéreas, inclusive agora

dentro do programa Multiplus (que concentra a pontuação de várias outras empresas

com programas de fidelidade), além disso não existe custo na sua adesão. Este

programa de fidelização e recompensa opera desde setembro de 2007 na Europa e

desde março de 2009 na América Latina.

1.2.2 Programas de Fidelidade e a Concorrência

Com a expansão do setor hoteleiro no Brasil, os principais hotéis estão

aumentando a divulgação dos programas de fidelidade, visando aumentar o número

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de associados. O objetivo é cativar o hóspede, especialmente o turista de negócios,

para que opte sempre pelos seus serviços. Em troca da fidelidade, são oferecidos

privilégios e promoções, decorrentes do acúmulo de diárias ou valores gastos na

hospedagem. A maioria deste programas tem alianças com companhias aéreas, e

facilidades como antecipação na hora do check-in e check-out prorrogado (o

chamado late check-out).

O sucesso de um programa depende cada vez mais de se cumprir, no

dia-a-dia, a promessa de que foi feita para aquele cliente. Ou seja, além de regras

claras e prêmios atraentes, o programa precisa contar com um serviço de

atendimento ao cliente que informe corretamente e que não deixe problemas

operacionais se transformarem num pesadelo para o consumidor.

Há varias reclamações de clientes sobre o mau funcionamento de alguns

programas de fidelidade: os problemas mais freqüentes são: milhas não creditadas,

dificuldade em alcançar os prêmios mais interessantes, regras incompreensíveis e

mau atendimento no call center.

Para se ter sucesso num programa de fidelidade baseado em

recompensa, não basta criar um sistema de troca de pontos e preparar uma lista de

prêmios interessantes, é preciso que o programa respeite as vontades do

consumidor (o que pode ser validado com a realização de pesquisas qualitativas).

Os consumidores buscam diferenciação: todos gostam de ser bem

tratados, de se sentirem especiais. Por isso, oferecer privilégios é fundamental.

Contudo, se os Programas de fidelidade ganham destaque e o privilégio for

estendido a todos, deixa de ser entendido como tal e perde sua importância, pois,

ninguém quer o que todos têm.

Não apenas a Rede Accor aposta na fidelização para reter e conquistar

novos clientes, mas também a concorrência; o objetivo nesse tipo de ação,

necessariamente, é fazer com que as pessoas comprem mais e por um tempo

maior. Os consumidores querem perceber que a empresa sabe quem ele é e este é

o principal ponto. O programa será tanto mais bem-sucedido quanto maior for a

capacidade de transformar o mundo de informações coletadas no database em

melhores serviços e com vantagens compatíveis para o cliente.

Os principais concorrentes dos programas de fidelidade da Rede Accor

são: Marriott Rewards, disponibilizado pela operadora Marriott International. Outro

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programa de fidelidade é o Six Continents Club, disponibilizado pela rede Inter-

Continental. Foi criado há 30 anos e, atualmente, está vigente em mais de 200

países, contando com cerca de 7 milhões de associados. Integrante da rede

Starwood Hotels & Resorts Worldwide, o Sheraton Mofarrej Hotel oferece o

Starwood Preferred Guest. Participam do programa 550 hotéis, distribuídos em mais

de 60 países. Vale ressaltar que os programas de fidelidade são oferecidos tanto

pelas redes quanto pelas marcas de hotéis, como ocorre com o Ouro Minas Palace

Hotel, em Belo Horizonte (MG), vinculado à cadeia Summit Hotels & Resorts. Além

da milhagem oferecida para reservas internacionais feitas por meio da rede, o hotel

mineiro está desenvolvendo estudos para a implantação de programas que

premiarão os hóspedes mais freqüentes. Também a Blue Tree Hotels,

administradora brasileira, está desenvolvendo projeto para a implantação de

programa de fidelidade e tem dezesseis estabelecimentos em operação.

1.3 Marketing de Serviços

Os serviços devem atender plenamente às necessidades e expectativas

dos clientes. Para que eles sejam executados com qualidade, é necessário saber

como as expectativas são formuladas. Segundo Bogmann (2001), para que as

expectativas de um produto ou serviço sejam estabelecidas é necessário um certo

tempo de experiência e que para oferecer serviços ou produtos que atendam estas

expetactativas exige-se um conhecimento do que os clientes esperam.

Analisando estas informações, pode ser afirmar que conhecer o cliente

não é uma tarefa fácil e ainda mais dificil é agregar serviços que visem um

complemento ao serviço experenciado. Como identificado nas evoluções do

Marketing, o marketing de serviços era visto com o Serviço de atendimento

Autorizado para conserto do produto e/ou ainda mais recentemente o SAC (serviço

de atendimento ao consumidor).

Dentro da ótica do segmento econômico de prestação de serviços

hoteleiros, podemos identificar que muitos hotéis no Brasil e no mundo tem diversos

serviços agregados ao serviço básico de hospedagem. Dentre estes serviços

destacam-se os que visam gerar mais comodidade, facilidade ao cliente. Como

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exemplos, podemos citar o serviço de transfer do aeroporto, de joalherias dentro dos

hotéis, de venda de souveniers, de venda de pacotes de turismo, de agência de

viagens e passagens, serviços de estética (salão de beleza, massagem, one day

spa, dia da noiva, etc) e em cidades onde existe a prática de esportes, como o de

corrida de rua, surf nas praias, rafting em rios, passeios de asadelta/paraglider e até

mesmo os serviços de concierge, como indicação e reserva de restaurantes,

passeios, teatro, cinema, shows etc.

1.4 Endomarketing

Kotler (2000) diz que o marketing interno deve preceder o marketing

externo, informando que não faz sentido prometer serviço excelente aos clientes

antes dos funcionários da empresa estarem prontos para provê-los.

Analisando este cenário cada vez mais competitivo, identifica-se que os

funcionários tem outro papel além de serem apenas peças de uma empresa. Hoje

estes são vistos como o capital intelectual da empresa e por esta razão deixaram de

serem empregados ou funcionários para serem colaboradores do processo

produtivo.

Antes de vender um produto para seus clientes, as organizações

precisam fazer com que seus colaboradores comprem primeiro, não obrigando, mas

fazendo com que se esteja sendo oferecido realmente seja de interesse e

necessidade dos funcionários, assim se entende que também será de interesse dos

clientes. O Endomarketing aparece como elemento de conexão entre o cliente, o

produto/serviço e o colaborador. Isto significa trazer o colaborador para o seu lado,

como um aliado, e cultiva a idéia de que o sucesso de um está ligado ao sucesso de

todos.

O Endomarketing deve ser percebido como uma ferramenta de integração

e comunicação contínua. Na linha de comunicação está um amplo sistema de

informações capaz de fornecer subsídios para que todos possam cumprir suas

tarefas com eficiência, como por exemplo e-mail, mural, intranet, etc. É importante

que todos saibam a respeito dos objetivos, estratégias e cultura organizacional, só

assim é possível compreender e atender os clientes externos de uma forma mais

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eficaz, reduzindo custos e possibilitando o surgimento de um clima interno

(motivação) mais harmônico no qual todos compartilhem da mesma meta.

De uma forma geral, o endomarketing se faz necessário para o alcance

dos objetivos de marketing, já que o objetivo deste é a busca e melhoria continua

das estratégias para manter um produto ou serviço no mercado, e para isso é

preciso que a empresa ofereça qualidade para todos os clientes internos. Se um dos

colaboradores não estiver motivado, qualificado e comprometido com a empresa, os

resultados podem não agradar os consumidores, assim o endomarketing surge para

se buscar um imagem interna da organização positiva.

As maiores e melhores empresas do Brasil (e outras multinacionais),

anualmente participam de um processo de eleição das melhores empresas para se

trabalhar, justamente para buscar no Mercado os melhores profissionais da área e

ainda criar ou copiar metodologias na tentative de reter seus talentos. Segundo a

Revista EXAME/ÉPOCA de agosto de 2009, mais de 530 empresas inscreveram-se

para estar presente na lista das 100 melhores empresas para se trabalhar segundo

a Great Place to Work Institute.

As principais práticas aos colaboradores são o investimento em

treinamento e capacitação técnica, cuidados com o colaborador para que consiga

equilibrar sua vida profissional e pessoal, e além disso as empresas criam sistema

de recompensas financeira como stock options, participação nos resultados (que

garantem salários extras), além disso tudo, benefícios mais atrativos.

No próximo capítulo será apresentado o complexo comportamento do

consumidor e suas peculiaridades dentro de um contexto atual, mas que é

constantemente mutante.

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CAPITULO II

Comportamento do Consumidor

Para Solomon (2005) o comportamento do consumidor são definidos

pelos estudos dos processos de indivíduos ou grupos que fazem a análise da

compra de acordo com suas necessidades e desejos. Ainda segundo o autor, para

que os estudos sobre os comportamentos do consumidor sejam eficazes é

necessário segmentar o mercado, de forma que seja possível identificar

características semelhantes e a partir delas sejam criadas estratégias de marketing

que abranjam um ou mais grupos.

Utilizando os conceitos apresentados acima podemos afirmar que na

prestação de serviços hoteleiros necessidade básica dos clientes é um local para

permanecerem durante a ausência de sua casa / trabalho e há basicamente dois

tipos de clientes: os clientes corporativos que viajam a trabalho pela suas empresas

e os clientes particulares que viajam a lazer. Não se pode esquecer dos

intermediários destas vendas: agências de viagens (sejam elas físicas ou virtuais)

que atendem estes dois tipos de clientes. Estas características podem ser

observadas na tabela 1 abaixo.

Fonte: Site Medallia – (acesso restrito em 01/08/2010)

2.1 Necessidade e Desejos do consumidores

São diversos os fatores que motivam o comportamento de compra e que

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afetam a escolha do consumidor por determinado produto ou marca. Dentre eles,

podem ser citados: fatores culturais, sociais, familiares, econômicos e psicológicos

agindo em conjunto de forma a tornar complexa a identificação do fator principal em

uma decisão de compra.

Uma vez que uma necessidade é ativada, um estado de tensão

impulsiona o consumidor a tentar reduzir ou eliminar esta necessidade. Este

processo de motivação por eliminar esta necessidade, segundo Solomon (2005) este

processo pode ser classificado de quatro formas: necessidade biogênica, quando

estas necessidade são indispensáveis a vida, como por exemplo: ar, alimento, água,

ar e abrigo; necessidade psicogênica que são adquiridas no processo de aceitação

para membro de um grupo social ou cultural, como por exemplo a necessidade de

status, poder, associação, etc; necessidade utilitária, quando este desejo refere-se a

obtenção de algum benefício prático ou funcional ligado as características tangíveis

de um produto e a necessidade hedônica, quando refere-se uma necessidade de

experiência, envolvendo respostas ou fantasias emocionais.

Dentro deste processo a motivação pode ser descrita em termos de sua

força (ou influência que atua no consumidor) e da sua direção (modo como o

consumidor tentar reduzir esta tensão motivadora). Segundo sua teoria do impulso, o

grau de motivação de uma pessoa pode ser medido de acordo com a distância

entre seu estado atual e o objetivo , mas que é altamente contraditório, pois

depende das variáveis ao redor do consumidor, como por exemplo uma pessoa que

sabe que vai sair para um farto jantar e poderá decidir privar-se de um lanche antes,

mesmo estando com fome naquele momento. Ainda sobre o comportamento do

consumidor, Solomon acredita que a motivação concentra-se em fatores cognitivos,

em vez de biológicos e a teoria da expectativa seria algo mais sensato, uma vez que

sugere o comportamento é impusionado por expectativas de atingimento de

resultados positivos desejáveis.

Nesta análise uma comparação que pode ser feita com o segmento de

serviços hoteleiros são os conflitos motivacionais: Conflito Aproximação – Evitação,

pois muitos produtos desejados podem causar consequencias negativas, como por

exemplo gastar dinheiro para uma hospedagem numa suite cobertura que custa o

quadrúplo de um apartamento normal. Conflito Aproximação – Aproximação: onde

uma pessoa se vê num dilema, onde duas alternativas são possiveis, mas apenas

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uma é realizável, como por exemplo viajar com a namorada num cruzeiro ou

hospedar-se num hotel cinco estrelas com a namorada numa viagem romântica.

Outro conflito possível é o de Evitação – Evitação, onde o consumidor se vê em

duas opções onde só há resultados negativos e indesejáveis (como por exemplo,

gastar dinheiro para consertar um carro velho ou para comprar um carro novo).

Na figura 1 pode-se observar a teoria das necessidades de Abraham

Maslow, psicólogo que influenciou profissionais de marketing, pois especifica

hierarquicamente, certos tipos de benefícios de produtos que as pessoas podem

estar procurando. A interpretação que Solomon dá para Maslow é que ela é muito

simplista e que Maslow não considera outras váriaveis, como por exemplo a cultura

(por exemplo valores de cultura/consumo no padrão Indiano versus a

cultura/consumo da sociedade Americana, etc), pois Maslow afirma ser necessário

satisfazer primeiro as necessidades básicas para depois avançar o próximo degrau,

como por exemplo um homem faminto não estará interessado em símbolos de

status, amizade ou auto-realização. Segundo Solomon (2005), o consumidor tem

necessidades distintas em cada estágio de sua vida e não de acordo com uma

escala de necessidades.

Figura 1 - Fonte: Comportamento do Consumidor - 2005 Solomon, Michael R., p.100

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Para Solomon (2005), o comportamento do consumidor ainda está ligado

ao envolvimento que o produto, serviço exerce sobre a pessoa, que pode ir da

inércia, quando não causa nenhum efeito no consumidor à paixão, quando do

envolvimento máximo com o produto/serviço. Dentro deste item, o autor define as

seguintes características: envolvimento com o produto relaciona-se com o nível de

interesse do consumidor por um produto e esta ligado as promoções de vendas, pois

estas são planejadas para o aumento desse envolvimento. Envolvimento

Mensagem-resposta também conhecido com envolvimento publicitário, pois diz

respeito ao interesse do consumidor em processar as diversas formas de

comunicações de marketing – a televisão normalmente é considerada baixa, pois o

espectador é passivo; nos meios impressos é considerado alto, pois requer

interpretação e processamento da informação. Envolvimento como a situação de

compra refere-se as diferenças que podem ocorrer de acordo com a compra ocorre

em diferentes contextos, neste tipo a pessoa pode perceber nenhum ou grande risco

social, pois quando uma pessoa consome ou qualquer outra consome nem sempre é

óbvio ou intuito. Este envolvimento pode ser medido através de pesquisas de

marketing.

No próximo capitulo, será abordado o objeto de estudo de caso e como a

Rede Mercure, juntamente com suas filiais esta inserida neste cenário, com um

breve histórico de sua criação e das suas mais recentes ações para interagir com o

mercado.

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CAPÍTULO III

ACCOR HOSPITALITY /

REDE MERCURE DE HOTÉIS

-

3.1 Histórico da Accor

A história da Accor iniciou com os dois empresários Gérard Pélisson, um

ex-pesquisador da IBM na Europa, e Paul Dubrule em 1967, quando, decidiram

inaugurar o primeiro hotel da marca Novotel na cidade de Lille, ao norte da França,

próxima à fronteira com a Bélgica. Nesta época, o setor hoteleiro neste país

começava a crescer rapidamente para atender uma demanda cada vez maior. A

idéia dos dois empreendedores era de inaugurar um hotel de categoria intermediária

ao estilo americano: quartos padronizados, além de oferecer amplos espaços de

lazer e piscina. O Novotel, originalmente localizado nos arredores das cidades, foi

uma grande novidade, pois os hotéis na França até então eram divididos em dois

tipos: pequenas hospedarias em áreas rurais ou hotéis de luxo localizados em

grandes cidades. Em 1974, é inaugurado o primeiro hotel da marca Ibis e o grupo

Accor ingressa no segmento de hotéis econômicos na cidade de Bordeaux. No ano

seguinte, o grupo adquiriu a rede Mercure, fundada dois anos antes, com hotéis que

aliavam ambiente hospitaleiro com personalidade única, qualidade de atendimento e

representação cultural da cidade e da região em que estavam instalados.

Em 1979 a empresa inicia sua entrada no mercado norte-americano com

a inauguração da primeira unidade do Novotel na cidade de Mineapolis. Nesta

época, o Novotel se tornou a primeira rede de hotéis europeus, com 240 unidades,

localizadas não somente na Europa, mas também na África e América do Sul. A

década de 80 tem inicia-se com a empresa dos dois empresários comprando a rede

de hotéis de luxo Sofitel (até então composta por 43 hotéis e dois spas em cidades

litorâneas). Em 1982, a empresa dá início a diversificação de seu portifólio com a

aquisição da empresa Jacques Borel International, líder européia no gerenciamento

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e concessão de restaurantes, além de ser proprietária do Ticket Restaurant, com

165 milhões de tickets refeições distribuídos em oito países.

O resultado dessa aquisição foi a união das empresas Novotel SIEH

Group e Jacques Borel International para formar oficialmente, em 1983, o grupo

ACCOR. Dois anos após esta fusão, em 1984, o grupo ACCOR inovou mais uma

vez ao lançar a rede de hotéis o Formule 1, oferecendo pela primeira vez aos

franceses de se hospedarem por menos de 100 francos em um hotel prático e

confortável. No ano seguinte o Grupo ACCOR adquiriu a empresa de gastronomia

Lenôtre, fundada pelo célebre chef confeiteiro Gaston Lenôtre. Em 1990 o grupo

europeu resolveu investir pesado, adquirindo ao seu patrimônio 550 hotéis da marca

Motel 6, rede de hotéis super econômicos, da América do Norte. A aquisição tornou

o Grupo ACCOR o segundo maior do mundo no segmento de hotelaria, com

157.000 quartos.

-Uma das maiores aquisições do grupo ACCOR aconteceu em 1991,

quando comprou a Compagnie Internationale des Wagons-Lits et du Tourisme,

empresa que atuava no segmento de serviço de bordo em trens (Wagons-Lits),

agências de turismo (Wagonlit Travel), de hotéis (proprietária das redes Pullman,

Etap Hotel, PLM, Altea, Arcade), locação de veículos (Europcar), administração de

alimentação rápida (Eurest) e restaurantes de estrada (Relais Autoroute). No final

ainda desta década, com as aquisições da rede americana de hotéis econômicos

Red Roof Inns, e a divisão de hotelaria da Vivendi, que incluía 8 hotéis Demeure e

41 Libertel, o grupo ACCOR atingiu a marca de mais 639 novos hotéis no mundo.

-A partir da virada do século, o grupo investe na expansão de seus

negócios pelo mundo, inaugurando hotéis em muitos países, inclusive no Brasil e

lançando novos empreendimentos como os da marca Suite Hotel (nova marca de

hotéis midscale do grupo) em 2001. Em 2007 as redes Pullman (hotéis upscale

dedicados a viajantes de negócios) e All Seasons (nova marca de hotéis econômicos

do grupo) em 2007. Nesta mesma década há o atingimento de uma marca histórica,

a inauguração do hotel de número 4.000 (Novotel de Madrid, inaugurado em 2005).

Em 2008 o Grupo ACCOR lançou novos produtos como o MGallery (uma pequena

rede de hotéis do segmento luxo onde a sofisticação e personalidade do hotel estão

ligados aos detalhes e vinculados a fatores históricos no local onde esta situado); a

partir de 2009 todos os programas de fidelidade da empresa foram convergidos em

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um único programa mundial de fidelidade, denominado AClub em mais de 2000

hotéis participantes.

-Recentemente o grupo criou uma nova carteira de marcas do Sofitel, o

So by Sofitel, uma reinterpretação dos hotéis boutique. Dessa forma, cada unidade

da nova bandeira oferece de 80 a 200 apartamentos. O primeiro foi inaugurado no

ano de 2009 na cidade de Paris, substituindo o Sofitel Arc de Triomphe, e o

segundo, em Berlim, no lugar do Sofitel Gendarmenmarkt. Outra novidade é a Sofitel

Legend, outra sub-bandeira da rede cinco estrelas. A idéia é reagrupar as

propriedades legendárias da rede, como palácios, palacetes e hotéis em destinos

especiais. Sete hotéis Sofitel devem ser incorporados ao grupo Legend em 2010.

Ainda em 2009 foi inaugurado o primeiro hotel Pullman na América Latina, na cidade

de Rosario, na Argentina. Há projeto para expansão desta rede também para o o

Brasil com a transformação do Grand Mercure SP Ibirapuera.

-

3.2 A marca Accor no Brasil

Pioneira também no uso de cartões magnéticos, a ACCOR chegou ao

Brasil em maio de 1976, introduzindo no país o conceito de refeição-convênio e

ocupando hoje uma liderança histórica no setor. Atende a 53 mil empresas-clientes e

5,3 milhões de usuários por meio de uma rede de 280 mil estabelecimentos

credenciados nos 4,8 mil municípios brasileiros. Somente a partir de 1977, a ACCOR

passou a atuar no setor hoteleiro com a inauguração da primeira unidade da rede

Novotel, localizada em São Paulo no bairro do Morumbi. Em 1986, na linha de

produtos, serviços, empresas e unidades de apoio para as realizações do Grupo, foi

instituída a Cestaticket. Em 1987 há aquisição da empresa Incentive House e

lançamento da marca Parthenon, de administração de flats.

-A partir de 1989, o Grupo ACCOR deu início ao lançamento de inúmeros

produtos como a marca de luxo em hotelaria Sofitel, com um hotel na cidade de São

Paulo, também no bairro do Morumbi; o Ticket Combustível (1990); o Ticket

Alimentação (1992); as atividades da Carlson Wagonlit Travel (operadora de viagens

de negócios), a fundação da Academia (uma universidade de serviços, nos mesmos

moldes da Académie Accor, da França), em 1992; o Ticket Transporte (1993); o

Ticket Combustível System TEC (conhecido como o primeiro smart-card do mercado

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brasileiro), em 1995; o Sistema de Reembolso Eletrônico para os estabelecimentos

conveniados às operações de vouchers, em 1996; chegada da rede Mercure no

segmento de hotelaria midscale na cidade de São Paulo com o Grand Mercure

Ibirapuera e da Rede Ibis no segmento de hotelaria econômica na cidade de Macéio

(1999) e da Formule 1 na cidade de São Paulo (2001). Atualmente a ACCOR

Hospitality é a maior rede do Brasil em número de hotéis: São 164 espalhados por

62 cidades, disponibilizando mais de 26.000 quartos.

3.3 Accor Hospitality e suas marcas

Sofitel (bandeira de hotéis de luxo do grupo): criado para atender com o

conceito “arte de viver”, o Sofitel valoriza a experiência do hóspede com luxo e

sofisticação. São seis os princípios que norteiam seus serviços: criar um ambiente

de bem-estar e sensorialidade; serviço personalizado; mise em scène francesa

mesclada à cultura local; rituais franceses de refeições e vinhos; tecnologia; e

presença em destinos exuberantes. Atualmente são 121 hotéis em 40 países. No

Brasil, o nome Sofitel estampa cinco empreendimentos: São Paulo, Rio de Janeiro,

Salvador, Florianópolis e Jequitimar Guarujá, no litoral paulista.

Pullman (bandeira de hotéis upscale do grupo): Voltado para o turista

corporativo (negócios), esta rede de hotéis upscale (preços mais altos) está presente

em 16 países com 46 unidades, sempre localizadas em grande capitais e próximas a

aeroportos.

MGallery (bandeira de hotéis upscale do grupo): Mais nova rede de

hotéis exclusivos do Grupo ACCOR, oferece acomodações para que procura

sofisticação e personalidade, tanto no atendimento como na decoração. Atualmente

conta com vinte e oito hotéis em 17 países.

Grand Mercure e Mercure (bandeira de hotéis midscale do grupo): é a

maior rede midscale (preços médios) de hospedagem do mundo, presente em 51

países, somando 729 hotéis e mais de 90 mil apartamentos. Na América Latina, a

rede possui 74 unidades, sendo 71 no Brasil. Responsável pela criação de um novo

conceito hoteleiro, a marca Mercure apresenta três níveis de conforto e preço e está

classificada como uma marca de categorias alto padrão que alia o charme e a

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originalidade da hotelaria independente à segurança e regularidade de uma rede

reconhecida internacionalmente.

Novotel (bandeira de hotéis midscale do grupo): Voltado para o turista

corporativo - na América Latina, 86% dos clientes se hospedam a negócios, o

Novotel recentemente implantou o quarto Novation, onde o relaxamento é o carro-

chefe com cama maior, edredom acolchoado, cabeceira ergonômica, iluminação

adequada, conexões para o computador, TV LCD 26 polegadas e mesa de trabalho.

Todos os apartamentos, lobby e áreas sociais disponibilizam internet banda larga e

wi-fi. Atualmente são 395 hotéis em 60 países.

Suite Novotel (bandeira de hotéis midscale do grupo): Foi substituida

pela marca Suite Hotel. Atualmente a rede é composta por 26 hotéis localizados em

6 países.

All Seasons (bandeira de hotéis econômicos do grupo): Rede de hotéis

econômicos que oferece todos os serviços de um hotel tradicional combinando

conveniência, simplicidade, generosidade, praticidade e proximidade. A rede é

composta por 75 unidades localizadas em sete países.

Ibis (bandeira de hotéis econômicos do grupo): marca de hotéis

econômicos da ACCOR, somando 861 hotéis em 45 países. Na América Latina há

50 hotéis desta rede hoteleira.

Adagio (bandeira de hotéis para longa estadia do grupo): Composta por

29 hotéis em seis países, esta rede é direcionada para hóspedes que necessitem

estadias por períodos prolongados. Os quartos são customizados para parecerem

um apartamento (residência) com serviço de um hotel.

Etap e Formule 1 (bandeira de hotéis super-econômicos do grupo): Rede

super econômica de hotéis que oferece acomodações para 1, 2 ou 3 pessoas,

localizada no continente europeu (461 hotéis em 15 países). Fora do continente

europeu, a rede recebe o nome de Formule 1 Hotel.

Hotel F1 (bandeira de hotéis super-econômicos do grupo): A rede surgiu

para atender os turistas que nunca se hospedavam em hotéis em virtude dos altos

preços cobrados pela hotelaria tradicional. Atualmente são 262 hotéis em operação,

somente na França.

Motel 6 (bandeira de hotéis super-econômicos do grupo): Localizados

exclusivamente na América do Norte (Estados Unidos e Canadá), os 1001 hotéis da

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rede oferecem estadia super econômica com serviços padronizados.

Studio 6 (bandeira de hotéis super-econômicos do grupo): A rede,

composta por 59 hotéis localizados nos Estados Unidos e Canadá, oferece

confortáveis acomodações em estilo estúdio para estadias prolongadas (no mínimo

1 semana) a preços razoáveis.

Thalassa Sea & Spa (bandeira de resorts e spas do grupo): Esta rede

oferece 17 exóticos destinos (14 litorâneos) em três diferente países, onde

maravilhosos e luxuosos resorts e spas proporcionam acomodações aconchegantes

e atividades relaxantes.

Abaixo, a Figura 2, retrata a divisão do grupo de acordo com a

segmentação de suas marcas pelo padrão do produto e perfil de seus clientes e

ainda de acordo com a padronização de seus produtos no mundo.

A marca luxo, top da Accor é a Marca Sofitel; as marcas upscale são:

Pullman, M Gallery e Grand Mercure; nas marcas midscale se enquadram as

marcas: Novotel, Suite Novotel, Mercure e Adagio; no padrão econômico são os

hotéis das marcas Ibis e All Seasons; para a catergoria super econômica encontram-

se as marcas Etap Hotel, Formule 1, Hotel F1, Motel 6 e Studio 6.

Figura 2 – Divisão das marcas de acordo com a segmentação dos clientes.

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3.4 Novas perspectivas da Accor a partir de 2010

ACCOR era um grupo mundial que atua em diversos segmentos distintos

e complementares: hotelaria, alimentação, gestão das pessoas, gestão de frotas,

viagens e produtividade das empresas. A identidade visual tem por objetivo gerar

uma percepção do conjunto de bandeiras e de marcas dos diversos produtos e

serviços que compunha um leque de soluções oferecidas. A partir de abril de 2010 o

grupo decide focar suas atenções para o segmento hoteleiro, uma vez que responde

por 74% da receita bruta de vendas do grupo. Seguirá com a mesma denominação

ACCOR e com a meta de atingir a marca de 300 hotéis até 2015 na América Latina.

As empresas do segmento de serviços que antes era chamada de Accor Services –

Ticket passou a ser chamada de Edenred.

3.5 A Rede Mercure de Hotéis

A Rede Mercure conta com mais de 690 hotéis em todo o mundo em mais

de 50 países, sendo na América Latina um total de 74 hotéis, sendo líder na

categoria de hotéis midscale (categoria equivalente a 04 estrelas) no mundo.

Apreenta três níveis de conforto na America Latina, sendo Gran Hotel, Hotel e

Apartments. No Brasil a antiga marca da Accor a rede Parthenon de flats, foi

incorporada ao grupo, tornando-a em 2006 a maior rede de hotéis midscale do

mundo. Na cidade do Rio de Janeiro a rede conta com 04 hotéis nos bairros:

Arpoador, Ipanema, Leblon e Botafogo.

O objeto de estudo e principal fonte de dados desta pesquisa, o Mercure

Rio de Janeiro Arpoador, localiza-se entre as duas praias mais famosas do Rio de

Janeiro: Ipanema e Copacabana, ainda está próximo a bancos, shoppings centers,

restaurantes, principais pontos turísticos e dos dois principais aeroportos da cidade:

Santos Dumont e Galeão. O Hotel conta com 51 apartamentos (fumantes e não-

fumantes), sendo todos compostos de um quarto, sala, cozinha americana, banheiro,

TV a cabo, ar condicionado, cofre e minibar. As infra-estrutura do hotel ainda conta

com Coffee shop, piscina, fitness center, sauna seca, room service 24h, internet

wireless e serviço de manobrista.

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A estrutura interna do Mercure RJ Arpoador é composta por um gerente

geral, e uma chefia por departamento, sendo eles: Administração, Vendas,

Recepção, Governança, Restaurante e Manutenção. Devido à terceirização das

áreas de Lavanderia e Estacionamento, os gerentes e colaboradores destes

departamentos não fazem parte do quadro funcional da administração Accor,

cabendo assim ao hotel a administração apenas da hospedagem e Alimentos &

Bebidas.

3.5.1 Programa de Satisfação do Cliente

A Rede Mercure iniciou a partir de 2010 com um sistema informatizado de

comunicação com o cliente – chamado Medallia. Este sistema consiste em a cada

check-out realizado enviar um e-mail ao hóspede sobre a satisfação dos serviços do

hotel onde ficou hospedado. Apos a resposta enviada o gerente geral do hotel é

responsável pela análise das respostas contidas no questionário e enviar um e-mail

de agradecimento ou das providências a serem tomadas em caso de insatisfação.

Atualmente outras empresas do segmento hoteleiro já o utilizam, como por exemplo

a Rede Best Western.

Anteriormente todos os comentários eram respondidos manualmente num

formulário conhecido como guest comment e que foi substituído por um formulário

eletrônico. Este processo foi feito até final de 2006, quando a ferramenta de

comunicação foi substiuída pelo o Customer Care, que existe desde 2007 onde o

cliente é atendido através de uma central de atendimento relatando o problema

mencionado, neste call center ele pode ser atendido tanto pelo telefone ou enviando

a reclamação/sugestão pela internet.

3.5.2 Programa de Fidelidade AClub

O novo programa de fidelidade da Accor, denominado Aclub, surgiu da

unificação de seis de programas de fidelidade espalhados pelo mundo da Rede

Accor com uma base de quase dois milhões de clientes cadastrados e pouco mais

de um milhão de clientes ativos, sendo seus principais diferenciais: mais de 2000

hotéis participantes no mundo, pontos que nunca expiram, sem restrições de datas

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para utilização dos pontos, trocar pontos por milhas aéras nas principais companhias

de aviação. As redes hoteleiras do grupo Accor participante são: Sofitel, Pullman,

MGallery, Novotel, Suite Novotel, Mercure, Adagio, Ibis, All Seasons e Thalassa sea

& spa. O cartão é adquirido sem nenhum custo para o cliente e quase todas as

despesas e diárias são pontuáveis.

Os clientes AClub são segmentados de acordo com a utilização e tendo

pontuações melhores para os cartões Silver, Gold, Platinum e Favorite Guest. Os

clientes são divididos de acordo com quantidade de diárias ou pontos creditados,

sendo eles: os Cartões Classic, Silver, Gold, Platinum e AClub Favorite Guest (um

cartão pago que além de ter um pontuação superior, oferece desconto nas tarifas

públicas de até 15% em mais de 2000 hotéis). O cartão pode ser feito via internet

pelo website: www.a-club.com ou em um dos hotéis participantes.

O capítulo IV apresentará a forma como a Rede Accor ouve seus clientes

e procura soluções e interações com o cliente final.

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CAPÍTULO IV

PESQUISA DE SATISFAÇÃO

4.1 Coleta de Dados

O sistema de coleta de dados é realizado de forma online e a Accor em

todas as suas marcas e hotéis do mundo, utiliza um produto de Guest Satisfaction

Solution (GSS), que consiste no envio de um email para o cliente logo após o check-

out, questionando sobre os principais pontos dos serviços prestados e da qualidade

percebida pelo cliente, conforme modelo da pesquisa abaixo. Esta pesquisa não é

obrigatória para o preenchimento, ou seja, são clientes que sentem-se a vontade

para falar do hotel onde hospedaram-se.

Nome Hóspede: Apartamento Hotel: Valor Diária:Endereço: Periodo Hospedagem:Telefone: Email: Hotel:

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A aplicação dos questionários iniciou-se em maio/2010 e foi finalizada de

forma parcial para análises destes resultados até 31/07/2010. O resultados desta

pequisa encontram-se abaixo com uma amostra total de 147 pesquisas respondidas

por hóspede de lazer, negócios e outros. Para análise dos pontos fora da curva de

satisfação, serão analisados as respostas que obtiverem uma media inferior a 8,0.

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Fonte: Dados primários coletados no período de 01/05/2010 a 31/07/2010

Análise da pesquisa geral com hóspede de todos os segmentos

identificou os seguintes itens com medias inferiores a 8,0: valor pelo preço pago

(7,1); verificado que o apartamento corresponde ao esperado (7,3); Oferta de

serviços complementares (6,8); estado geral do apartamento (7,8); Equipamentos

funcionando bem (7,7); Conectividade de internet (7,4); Experiência geral com o

banheiro (7,5); estado geral do banheiro (7,6); Restaurante Casual (com todas as

notas inferiores a 7,5) e a relação de custo x benefício do café da manhã (7,5).

Todas as justificativas para estas notas podem ser identificadas pela razão do hotel

possuir 7 anos de operação e nenhuma reforma total ter sido realizada, pelo hotel

não possuir um restaurante e operar apenas um coffee shop para serviços básico de

alimentos & bebidas e ainda pela variação de preços (diárias e café da manhã) se

comparadas com outras capitais brasileiras (como por exemplo São Paulo).

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Pesquisas respondidas apenas para o segmento de hóspede de negócios:

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Fonte: Dados primários coletados no período de 01/05/2010 a 31/07/2010

Análise do Resultados da Pesquisa segmento de Negócios - Foram

impactadas com notas inferiores a 8,0 os seguintes itens: Experiência Geral (7,9);

Valor pelo preço pago (6,7); Recomendação do Hotel (7,9); Era esperado na

chegada (7,9); Verificado se apartamento corresponde as expectativas (6,9); Oferta

de serviços complementares (6,4); Satisfação do apartamento (todas as notas

inferiores a 8,0); restaurante casual jantar (6,0) e Café da manhã (notas inferiores a

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8,0). Por se tratar de um publico diferenciado e de hóspedes que visitam a cidade a

trabalho e que por muitas vezes já se hospedou anteriormente em outros hotéis da

cidade ou até mesmo no Mercure Arpoador o nível de exigência é alto e que existem

muitos itens a serem melhorados para uma satisfação deste perfil de cliente.

Pesquisas respondidas apenas para segmento de Turismo (Lazer):

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Fonte: Dados primários coletados no período de 01/05/2010 a 31/07/2010

Análise das respostas do segmentos de turismo (lazer)- identifica-se notas

inferiores a 8,0 nos seguintes itens avaliados: Valor pelo preço pago (7,2); Verificado

se o apartamento corresponde ao esperado (7,9); oferta de serviços

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complementares (7,2); equipamentos funcionando no apartamento (7,9);

conectividade de internet (7,4); experiência geral do banheiro (7,7) e estado geral do

banheiro (7,8) e a relação de custo x benefício do café da manhã (7,7). Identifica-se

no clientes de turismo de lazer uma percepção menos critica quanto ao do cliente de

negócios uma vez que a cidade do Rio de Janeiro se tratar de uma cidade turística o

cliente passa menos tempo dentro do hotel e do apartamento para perceber os

pontos críticos que foram apontados pelos hóspedes de negócios.

Pesquisas respondidas apenas para Outros segmentos:

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Fonte: Dados primários coletados no período de 01/05/2010 a 31/07/2010

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Análise das Respostas apenas para Outros segmentos – verificou-se os

seguintes itens com medias inferiores a 8,0: Valor pelo preço pago (7,8); Verificado

se apartamento corresponde ao esperado (7,0); Oferta de serviços complementares

(6,8); equipamentos funcionando no apartamentos (7,9); experiência geral do

banheiro (7,4); estado do banheiro (7,3); Restaurante casual – jantar (todas as notas

inferiores a 6,0).

4.2 Comentários das análises da pesquisa

Por se tratar de uma pesquisa não obrigatória, nem todos os clientes

solicitados a preencher a pesquisa utilizam desta ferramenta para expressar suas

percepções sobre o serviço prestado. Das notas gerais, pode-se afirmar que os

apartamentos necessitam de uma readequação, pois a nota inferior a 8,0 reflete uma

insatisfação ou uma expetativa não plena. Outro ponto ainda a ser observado com

atenção é a preocupação do cliente por uma internet com qualidade de velocidade e

estabilidade de conexão, pois este tornou-se um item tal como a água, energia

elétrica. Analisando outro fator que requer atenção é a qualidade, variedade do

serviços de alimentos & bebidas, pois teve notas inferiores a 8,0 para muito dos

clientes, indicando que é necessário rever o cardápio do room service sobre o fator

variedade e no café da manhã que seja este revista a variedade. Outro ponto ainda

a ser observado nestas respostas, é percepção do cliente quanto a questão do

preço x qualidade (valores das diárias e do café da manhã), pois os valores

praticados no Mercure Arpoador, assim como na cidade do Rio de Janeiro, são

muito mais caros do que outras capitais brasileiras. Um dos itens apontados com

melhor avaliação informada na pesquisa é a qualidade dos serviços da equipe com

nota .

Podemos concluir que a grande maioria das respostas compiladas de

todos os hóspedes que preencheram a pesquisa são de clientes fidelizados que

estimam a marca e sobretudo entendem que falhas são possiveis na operação

hoteleira, mas que solicitam respostas e correções nos serviços prestados. Há

outros ainda que ainda utilizam da ferramenta apenas para criticar sobre suas

insatisfações e ainda outros que utilizam da ferramenta para elogiar e agradecer

pelo serviço prestado.

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CONCLUSÃO

Analisando a pesquisa realizada e em consonância com o referencial

teórico observou-se que as necessidades/expectativas dos clientes são dinâmicas e

variam de acordo com a percepção do tipo de cliente, pois existem variáveis que

implicam no comportamento de compra. As empresas devem considerar em suas

estratégias que há um contínuo aumento do desejo dos hóspedes em relação ao

serviço prestado e em algumas circunstâncias preocupar-se com o serviço mais

básico da hotelaria como por exemplo, um bom quarto com cama confortável e

equipamentos compatíveis com o nível do hotel, um serviço adequado a categoria

hoteleira de uma equipe bem treinada, um bom café da manhã e um chuveiro para

um bom banho. Isto se deve em parte às experiências dos clientes em empresas

concorrentes que lhes proporcionam uma experiência exemplar do que é possível

obter em termos de serviços de bons produtos hoteleiros. A livre concorrência

estimula os clientes a terem expectativas e experências cada vez maiores e

melhores. Estudiosos de marketing de relacionamento identificaram os principais

fatores para o crescimento desta nova orientação do marketing, como por exemplo:

a influência da tecnologia nos produtos e serviços, o crescimento global da

competição; fragmentação intensa do mercado consumidor (maior segmentação dos

clientes); velocidade nas mudanças de padrões de consumo sendo estes mais

sofisticados e exigentes; constante crescimento dos níveis de exigência de

qualidade; conceito inadequado de que a qualidade, por si só, cria vantagem

competitiva.

O marketing de relacionamento difere-se do marketing de massa, uma

vez que não visa um aumento temporário de vendas, mas busca a criação do

envolvimento e lealdade, construindo um laço permanente com o cliente. Afinal, à

medida que a lealdade aumenta, os custos com marketing diminuem, a disposição

de testar novos produtos e serviços diminui e a resistência a alternativas

concorrentes aumenta. Um consumidor fiel tende a comprar mais, com maior

freqüência e ter menor sensibilidade ao preço. Para a construção deste laço é

necessário que o prestador de serviços conheça o seu consumidor, pois só assim

ele poderá focar suas ofertas às necessidades individuais do cliente.

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Ainda sim é errôneo acreditar que exista uma correlação entre o grau de

satisfação declarado pelo cliente e os resultados de vendas, pois os clientes podem

estar contentes e satisfeitos com o produto/serviço, mas pode não ocorrer a melhor

relação custo x benefício possível. O que deve ocorrer é uma relação de ganha-

ganha entre fornecedor e cliente, onde maximizar a satisfação dos clientes

maximizará a rentabilidade e participação de mercado, e isto fica claro quando as

empresas utilizam deste recurso como estratégia de negócio, através da descrição

na missão, visão e valores da empresa.

A pesquisa permite inferir, ainda, que as principais variáveis que

determinam sua fidelidade, por motivo de recomendação do hotel estão com

percentuais de NPS (net promoter score) 31,2 e para a recomendação da marca em

44,2. O cálculo realizado permite vislumbrar que este índice de recomendação está

baixo em ambos os itens de avalição e há uma real possibilidade de crescimento

destes indices já que um indice de recomendação acima de 50% é esperado para

estas notas, segundo diretrizes da empresa para a marca Mercure.

O que tem se notado é uma nova modalidade de makerting: o marketing

em tempo real, pois é um novo paradigma. Ele representa a conjunção entre o

marketing de relacionamento e a customização em massa e é considerada a

fronteira final para a conquista da verdadeira lealdade do consumidor. A rede

Mercure esta constantemente monitorando a satisfação dos seus clientes com o

questionário de qualidade do parceiro Medallia Inc, que é enviado aos hóspedes por

e-mail após o momento do check-out para que estes avaliem o conforto das

unidades habitacionais, as instalações, o atendimento, a qualidade e eficácia do

serviço e para que eles dêem sua sugestão e/ou façam qualquer reclamação. Estes

questionários são encaminhados diretamente para o gerente geral do hotel e

diretoria para verificar as sugestões e reclamações. Por sua vez o gerente geral do

hotel pode verificar diretamente com cada departamento que recebeu a crítica ou

elogio (pois o email de reposta contém dados pessoais, periodo de estada e

apartamento ocupado) e prover ações corretivas e de melhoria quanto à reclamação

ou sugestão. Esta resposta do gerente geral do hotel é enviada via email através do

sistema do Medallia informando ao clientes que a gerência está ciente de suas

impressões e quais as ações corretivas.

Dentro deste questionário compilado recomenda-se a leitura de todos os

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comentários e atribuições de notas de cada pesquisa para identificar os principais

pontos de insatisfação do hóspede. Tendo em vista que o hotel possue 8 (oito) anos

de funcionamento e ainda, como as notas inferiores a 8,0 foram decorrentes de

problemas de manutenção e qualidade das instalações, recomenda-se análise dos

itens mais importantes a serem reformados ainda dentro do ano de 2010, dentre eles

o sofá-cama, iluminação do apartamento, tamanho da pia do banheiro e

equipamentos (ar condicionado, secador de cabelo). Outro item a ser melhorado em

caráter de urgência é a internet, pois foi identificado que não atende as expectativas

dos hóspedes.

A marca Mercure possui ainda um programa próprio de fidelidade que

além de milhagem na Rede Accor e parceiros (como a cia aérea TAM) e ainda

proporciona várias vantagens ao cliente fiel como: prioridade na reserva, entrada

antecipada, saída depois do horário. A pesquisa aplicada não contempla a influência

do cartão de fidelidade na escolha do hotel, mas atualmente a base de clientes

ativos neste programa no mundo está em mais de 10 milhões de hóspede, sendo

mais de 1 milhão apenas no Brasil (quase 10%).

A rede também se preocupa com o treinamento e bem estar de seus

colaboradores já que as necessidades dos colaboradores refletem as exigências dos

hóspedes. Devido à dificuldade de quantificar os dados econômicos referentes à

retenção de empregados, muitas organizações reduzem seu potencial econômico

em face da adoção de políticas de recursos humanos que incentivam a alta

rotatividade de seus quadros. Mas, é fato que, a redução do turnover de

empregados é primordial para a fidelização de clientes. Pode-se concluir que uma

organização é capaz de aumentar sua habilidade em satisfazer o cliente externo,

quando assegura a satisfação das necessidades e desejos dos clientes internos.

Pelas análise realizadas pelo pesquisador, os colaboradores que atuam na linha de

frente têm forte influência sobre a lealdade dos clientes, pois os recepcionistas e

mensageiros mais antigos utilizam técnicas padronizadas de atendimento que os

novatos ainda não desenvolveram. E, ainda, é com os estes que os clientes

estabelecem o elo de confiança e depositam suas expectativas. Quando os

colaboradores se vão, o elo tende a se romper. Através da pesquisa é possivel

perceber que o atendimento pela equipe de recepção é fundamental, pois nele estão

a maior parte do contato com o hóspede (no check-in e check-out). Identifica-se uma

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possibilidade de aumentar a satisfação com o cliente, uma vez que este item tem

nota acumulada em 8,3 acumulada de maio a julho/10.

Sugere-se, portanto, que o hotel invista no treinamento, na motivação e

no plano de carreira de seus clientes internos, pois assim estes poderão prestar um

melhor serviço de atendimento ao cliente servindo o hóspede dentro das

expectativas. Além de investir na divulgação do programa de fidelidade da rede que

ajuda a retê-lo. Recente pesquisa divulgada pela revista Época / Great Place to

Work apontou a Accor, com uma das melhores empresas para se trabalhar em 2010,

constando nesta lista pela 13a. vez dentre 14 edições.

Concluindo, o estudo de caso realizado no hotel Mercure Rio de Janeiro

Arpoador configura-se como uma confirmação de que o marketing de

relacionamento é um poderoso instrumento de fidelização de clientes, especialmente

em empreendimentos hoteleiros, onde os hóspedes buscam além do conforto e

experiência de serviços dentro de uma relação mais próxima com os colaboradores

do hotel. Sobre o comportamento do consumidor dentro de um hotel midscale pode-

se afirmar que a relação custo e benefício será um dos principais fatores para balizar

a decisão de compra e a percepção do cliente tem sido de cada vez mais exigência

e padronização. Dentro deste cenário é necessário a empresa adaptar-se as

necessidades e desejos do consumidor para que os hábitos de compra sejam de

clientes fidelizados. Incluem-se nesta análise de adaptações, possíveis crises

financeiras que influenciam todo um país ou de todo o planeta (devido os impactos

de uma economia globalizada) nos padrões de consumo.

Sugere-se a verificação num próximo estudo se a análise de satisfação do

cliente pelo índice de NPS (Net Promoter Score) é a melhor ferramenta para medir

satisfação e sugere-se também aprofundar-se o estudo em marketing de

relacionamento para entender as melhores práticas e experiências para clientes do

segmento hoteleiro corporativo e de lazer.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Bazán Tecnológica e Lingüística. São Paulo: Print Hall, 2000.

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8.SOLOMON, Michael R. Comportamento do Consumidor: Comprando, Possuindo e

Sendo. 5a. ed, Porto Alegre: Bookman, 2002.