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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A LOGÍSTICA REVERSA, COMO FERRAMENTA PARA A RECICLAGEM DE EMBALAGENS DE PAPELÃO
ONDULADO.
Por: Adenyr Nascimento da Silva
Orientador Prof.Ms. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro 2003
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A LOGÍSTICA REVERSA, COMO FERRAMENTA PARA A RECICLAGEM DE EMBALAGENS DE PAPELÃO
ONDULADO.
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística Empresarial.
Por: Adenyr Nascimento da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pois sem ela nada é possível e a minha mãe, que sempre me mostrou o caminho do bem.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho minha esposa, a maior colaboradora e incentivadora, na vida pessoal e profissional e a minha filha, que com seu sorriso inocente, me renova a cada dia.
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RESUMO
A logística, têm sido utilizada aos longos dos anos, como uma importante ferramenta para a redução dos custos empresarias, tendo em vista um volume cada vez maior de mercadorias em trânsito, um consumidor cada vez mais exigente, e uma competitividade muito acirrada no mercado de varejo. Os bens são embalados e transportados, porém, não havia um preocupação com o correto descarte dessas embalagens, que por muitas vezes ocupavam áreas dentro da empresa, que poderiam estar sendo utilizadas como área de armazenagem ou então eram prensadas e transportadas até os recicladores, a partir da consciência ecológica, este panorama se reverteu, houve uma exigência mais efetiva do Poder Público quanto ao destino final dos resíduos sólidos, obrigando as empresas a buscarem alternativas, para o descarte de seu lixo ou refugo, e neste contexto surge um melhor conceito de reciclagem, tanto como benefício ambiental, como financeiro e uma vez apresentada a oportunidade, a Logística Reversa, que atua no sentido contrário do fluxo logístico, contribui para que todo o processo de reciclagem ocorra ordenadamente.
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METODOLOGIA
A metodologia a ser utilizada para a realização do presente trabalho, será basicamente voltada para o estudo de fontes teóricas bibliográficas e sites na internet especializados na matéria, por apresentarem um acervo de material completo, visto apresentarem as condições necessárias para um perfeito estudo e exposição do tema, haja visto, possuírem dados, pesquisas, artigos, cases, desta forma assegurando um aprofundamento do tema em estudo.
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SUMÁRIO
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1 10
CAPÍTULO 2 15
CAPÍTULO 3 19
CAPÍTULO 4 23
CONCLUSÃO 31
ANEXOS 33
BIBLIOGRÁFIAS 35
ÍNDICE 36
8
INTRODUÇÃO
A logística de distribuição têm crescido de forma vertiginosa nas últimas décadas,
em virtude do ritmo acelerado de desenvolvimento e profissionalização no setor, tendo em
vista o alongamento da distância média de transporte, ocasionando muitas vez um retorno de
caminhões vazios, unicamente com as embalagens de transporte, fato este que implica num
acréscimo nas despesas operacionais, que vão se refletir no custo final do produto.
Desta forma torna-se necessário um replanejamento da logística de distribuição, o
que aqui é apresentado como logística reversa, cujo o objetivo principal é a gestão integral
do fluxo do retorno das embalagens, sobretudo as de papelão ondulado. cabe ainda ressaltar
a importância que a legislação ambiental, através da preocupação e das normas para a sua
proteção, exerce sobre as embalagens de todo o tipo, destacando-se as embalagens de
papelão ondulado, utilizadas no transporte de diversos tipos de mercadorias. A caixa de
papelão ondulado, é sem dúvida um das mais importantes e conhecidas embalagens das
últimas décadas, dentre os seu maiores consumidores estão as indústrias de produtos
alimentícios e bebidas, eletrodomésticos, fruticultura e avicultura. Porém, o que fazer com
estas embalagens após a chegada ao destino? O fluxo das mercadorias chega a seu fim e os
materiais empregados para a sua manipulação, transporte e armazenagem vão engrossar o
total de resíduos sólidos gerados por ano. Tal quantidade de resíduos de embalagens justifica
que a Comunidade Européia tenha adotado uma Diretiva, que objetiva padronizar as normas
dos diferentes países membros com a finalidade de reduzir o impacto negativo das
embalagens.
E é neste ambiente que logística reversa busca continuar o movimento da
embalagem de papelão ondulado, buscando enfocar nas atividades de redução, reutilização e
reciclagem, ou seja na gestão e distribuição dos resíduos destas embalagens. Além do
impacto ambiental, a disposição da embalagem custa dinheiro e compromete gravemente a
lucratividade, pois cada estratégia (redução, reutilização e reciclagem) tem um impacto
econômico. A redução dos materiais de embalagem, feita através de uma adequada análise
de valor, tende a reduzir os custos de compra da embalagem, a reciclagem reduz os custos de
coleta, processamento e aumenta o mercado de produtos reciclados. Além disso, a
reciclagem e a reutilização de embalagens traz benefícios ambientais e financeiros, pois a
maior parte da produção do papelão ondulado advém da recuperação do papel velho. O
papelão é reciclado no Brasil há muitas décadas e tem reaproveitado cada vez mais as aparas
de papel velho. No entanto, muito se desperdiça, pois o papelão ainda têm uma grande
participação nos resíduos sólidos urbanos coletados. O que fazer para que se reverta este
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quadro? Este é o objetivo deste trabalho, que demonstra como a Logística Reversa, pode ser
uma importante ferramenta para a indústria da reciclagem.
Os assuntos abordados neste trabalho são:
Como surgiu a reciclagem, e como ao longo dos anos ela se tornou um importante
mecanismo de preservação ambiental, sua evolução, como se dá o processo de reciclagem e
seus benefícios.
A seguir, fala das embalagens utilizadas no transporte de mercadorias, destacando-se
as de papelão ondulado, o seu surgimento, a sua utilização, sua composição, como ele se
decompõe e sua utilização na reciclagem.
Fala ainda da preservação ambiental, da importância da reciclagem na conservação e
preservação do meio ambiente, os impactos que as embalagens descartadas na natureza
podem causar, os crimes ambientais e a legislação brasileira sobre o assunto.
Trata ainda, do surgimento da logística reversa, suas definições, e de como a utilizar
na reciclagem de embalagens.
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1.1 – Breve Histórico O emprego da reciclagem, sobretudo a de papel é antiga, este material ao logo dos
anos têm-se mostrado um fonte acessível de matéria-prima limpa. A atividade de reciclagem
no Brasil se confunde com as próprias origens da fabricação de papel no País, iniciada há
mais de 100 anos. Com o advento de uma maior consciência ambiental no sentido de que
seja reduzida a quantidade de lixo despejada em lixões e aterros sanitários, houve uma
evolução nos sistemas de reciclagem de papel, assim como um aumento das campanhas de
coleta seletiva, que se multiplicaram, ocasionando um aumento da ação dos catadores nas
ruas, que utilizam o papel usado como a principal fonte de sustento. Após o processo de
venda para os sucateiros, o papel é enviado para depósitos, onde são enfardados em prensas e
depois da classificação das aparas, são revendidos como matéria-prima para as fábricas de
papel, onde são processados num equipamento chamado “hidropulper”, que faz a
desagregação do papel e o mistura com água, para gerar então a pasta de celulose, que recebe
tratamento químico, para que toda tinta existente no papel seja retirada, as impurezas
eliminadas e para que ocorra um branqueamento da pasta, e só então a pasta é encaminhada
para as máquinas de fabricação de papel. Muito utilizado na fabricação de caixas de
produtos, o papel ondulado é o produto que atualmente mais usa material reciclável no
Brasil. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro são os maiores consumidores de aparas
O processo de reciclagem, surgiu como uma forma de se estar re-introduzindo no
sistema produtivo, uma parte da matéria ou da energia, que se tornariam lixo, dessa forma, os
recursos naturais ficam menos comprometidos, além de estarmos economizando energia. O
conceito de reciclagem foi introduzido na linguagem global, a partir do final da década de
80, após constatação de que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não são
renováveis e estão se esgotando.
1.2 – O Processo de Reciclagem
Para um perfeito entendimento da atividade de reciclagem, é necessário que se
recicle o conceito que temos do lixo ou refugo, deixando de enxerga-los como coisas inúteis
em sua totalidade. A primeira atitude é visualizar o refugo, como fonte de riqueza e que para
ser reciclado, deve primeiramente se separado e classificado e só então deve ser enviado para
o processo de produção de um novo produto. No Brasil, existe atualmente uma
disponibilidade muito grande de aparas de papelão a ser reciclado, porém, mesmo diante
deste quadro, as indústrias necessitam periodicamente recorrer a processos de importação de
aparas para o abastecimento do mercado, além do fato da escassez da celulose e do aumento
do preço do papel reciclado, fazendo com que se busque menores preços no mercado
externo, em contra-partida, quando há uma oferta maior de celulose no mercado, a demanda
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por aparas diminui, abalando toda a estrutura de coleta, que só volta a normalidade muito
vagarosamente. No Brasil, a cultura da reciclagem é pouco incentivada, pois o país é um
grande produtor de celulose virgem, este cenário se apresenta de forma diferente em países
como os Estados Unidos, onde mais que a metade do papel de escritório coletado pelas
campanhas de reciclagem se destinam a exportação. É crescente o número de indústrias
americanas que reutilizam o papel de escritório como matéria-prima, e desta forma,
barateiam custo de produção, pode ocorrer em muitos casos, do custo de custo de fabricação
do papel reciclado ser maior do que a produção a partir de celulose virgem, o maior mercado
é o de embalagens. A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação, tendo em
vista que matéria prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de
reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral, muitos cientistas
sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e nos
escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século
XX foi recorde. O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas,
embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de
escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos. A reutilização dessas
embalagens já é tradicional no Brasil, sendo que os supermercados e atacadistas, que são
grandes usuários, formando a grande rede de reaproveitamento existente, já faz parte da
rotina de transporte e distribuição destes estabelecimento, recolhê-las de volta devidamente
desmontadas e acondicionadas, obedecendo alguns critérios antes de envia-lás para a
reciclagem:
1. Desmontar a caixa, obedecendo aos vincos das dobras, a fim de diminuir o volume e
facilitar o armazenamento.
2. Retirar, se possível, quaisquer adesivos, fitas e/ou grampos, para reduzir a quantidade de
elementos contaminantes do processo.
Na reciclagem do papelão ondulado, o aparista ou papeleiro tem grande importância;
é ele o responsável pela triagem e qualidade do material destinado às indústrias recicladoras.
As fibras de melhor qualidade são utilizadas para o papel-capa, isto é, para as partes
externas e as de qualidade inferior servem para produzir o papel-miolo.
O produto com maior valor de mercado é aquele que segue rígida especificação de
matéria - prima. Eles excluem ou limitam a presença de fibra de madeira e papel colorido,
não podem conter metais, vidros, cordas, pedras areia, clips, elástico e outros materiais que
dificultam o re-processamento do papel usado, porém, tecnologias de limpeza do papel para
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reciclagem estão minimizando o impacto dessas impurezas, assim como, a umidade do papel
não pode ser muito alta.
1.3 – Benefícios da Reciclagem
Dentre os muitos benefícios que a reciclagem pode trazer, cabe destacar os
seguintes:
* Melhorar a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
* Prolongar a vida útil de aterros sanitários.
* Melhorar a produção de compostos orgânicos.
* Gerar receita com a comercialização dos recicláveis.
* Estimular a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são
comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
* Contribuir para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência
ecológica.
* Reduzir os custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a
celulose de primeira.
* Economizar os Recursos Naturais
No que diz respeito ao recurso naturais, Gil Portugal (setembro de 1992), cita os
seguintes benefícios da reciclagem.
- Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme
o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30
árvores.
- Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas
2.000 litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a
100.000 litros por tonelada.
- Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de
economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos
com pasta de refinador.
- Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem
impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita
anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo
com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em
controle ambiental.
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* Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais
empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do
que na coleta e destinação final de lixo.
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2.1 – Origem e Evolução da Embalagem de Papelão Ondulado
A origem das caixas de papelão ondulado já passa de um século, este tipo de
embalagem, surgiu da necessidade crescente para empacotar e proteger, apesar de
consideráveis mudanças, as embalagens modernas não são tão diferentes que as de nossos
avôs. A produção de embalagens de papelão tem mostrado enorme crescimento,
acompanhou a revolução industrial e vem atendendo à demanda fixa por mais embalagens de
transporte, se adaptando à evolução constante do comércio de varejo e suas constantes
exigências de logísticas variáveis, geraram um progresso notável na melhoria de matérias-
primas, nos equipamentos, nos processos de produção, e nas técnicas das impressão nas
embalagens de papelão. O uso do computador revolucionou a indústria conseguindo
produções continuas e permitindo se evitar paradas de máquina, pois as paradas tinham um
impacto considerável em relação à produtividade. Os progressos não irão parar, a era
da tecnologia de informação começou a pouco tempo fazendo com que a embalagem de
papelão ondulado tem varias funções, como de logística e comercialização. O uso de códigos
de barra para identificação do produto requereu melhorias na qualidade gráfica das
embalagens de papelão, com ondas pequenas e papel de qualidade conseguimos boas
impressões as quais vem sendo utilizadas para causar impacto junto ao consumidor final.
Muitas fatores têm influenciado no desenvolvimento futuro da indústria de papelão
ondulado, sendo que alguns deles são inerentes ao segmento, e outros são o resultados de
mudanças significantes do comércio de vare¡o e da globalização. Os consumidores de
embalagens de papelão ondulado na Europa estão cada vez mais exigentes, alguns segmentos
de mercado fazem estudos (desenvolvimentos internos), antes de lançarem o produto no
mercado, a embalagem de papelão ondulado hoje possuí um papel muito importante na
estratégia de venda.
A embalagem de papelão ondulado presta antes de mais nada um serviço à sociedade
direcionando-a para uma conscientização e esclarecimento ao usuário da embalagem a qual
é reciclável, procurando mostrar a importância que elas possuem diante da realidade
ambiental a qual vivemos, esclarecimentos estes que tem reflexos imediatos na degradação
ambiental e na economia do país, com menores perdas de produtos, no transporte ou na
estocagem e maior competitividade dos produtos. As embalagens de papelão ondulado
evoluíram bastante, se tornaram parte integrante do produto e não mais como pensavam
muitos, que ela eram um mal necessário.
A primeira coisa que uma empresa faz, quando lhe é solicitada a fabricação de uma
determinada embalagem, é aplicar a mesma um chek-list no seu futuro usuário, o chek-list é
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um amplo questionário em que o cliente fornece uma série de informações que serão
fundamentais para elaboração de uma embalagem, ou seja, o mais eficiente possível, pelo
menor custo, palavra chave para o crescimento o qual tem tido o mercado de embalagens de
papelão ondulado, que se aprimora incessantemente, naturalmente ele vem tomando o
mercado das embalagens em off-set (displays, embalagens de eletro-eletrônicos, etc), cartão
(embalagens de produtos alimentícios de impacto no consumidor final, etc.) , micro-
ondulado (display, capas de álbum, embalagens p/ frutas, etc).
2.2 – Composição da Embalagem de Papelão Ondulado
Diferente de outras caixas de papelão, a caixa de papelão ondulado é feita de várias
combinações de papéis que compõem a capa e o miolo - papel-capa e papel-miolo. São
realizados diversos testes físicos, quanto ao desempenho que se deseja da embalagem.
Figura 1 – Composição da embalagem de papelão ondulado – FONTE: 3m industria de papel e celulose
2.3 – Decomposição da Embalagem de Papelão Ondulado
A relação de materiais e os seus respectivos tempos de degradação no meio ambiente
nem sempre ocorrem conforme os tempos informados nas tabelas, isso ocorre por uma razão
muito óbvia : a degradação dos materiais ocorre em função de uma combinação de fatores,
tais como: temperatura, teor de umidade, PH do meio, luminosidade, pressão atmosférica,
disponibilidade de oxigênio, dentre outros, portanto, devemos considerar sob que condições
os materiais estão submetidos. Exemplo: O material encontra-se a céu aberto ou enterrado?
Encontra-se numa região úmida e quente, como a floresta amazônica, ou numa região seca e
quente durante o dia e fria durante a noite, como no deserto do Saara? Está jogado no rio
(água doce) ou jogado no mar (água salgada)? Está no raso ou no fundo? Encontra-se
depositado numa região de águas mais quentes (como no Nordeste Brasileiro) ou em regiões
de águas mais geladas (como na Antartida)? O lixo está em nível do mar ou está em nível
dos Alpes Suíços? Tome como exemplo o papel ondulado: pegue várias amostras desse
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material, com o mesmo tamanho e peso, e coloque em diferentes pontos do planeta.
Considerando que as condições do meio são diferentes, o tempo de degradação será igual? A
atuação dos microorganismos sobre o papel será a mesma nos diferentes locais? Diante de
tantas variáveis, seria correto estabelecer tempo de degradação dos materiais, como descrito
nas tabelas? Estas tabelas estabelecem narrativas generalizadas, comparativas, que sem estes
prévios comentários, não são aplicáveis à realidade. Agora tenho certeza de que você mesmo
têm condições de responder: Quanto tempo leva para o papel degradar?
Existem vários meios de degradação do papel ondulado: Compostagem, é um
processo de decomposição relativamente fácil, consiste em picotar o papel de forma
adequada e mistura-lo a outros resíduos, e desta forma torna-lo um fonte de nitrogênio aos
microorganismos. Incineração, o papel ondulado é altamente inflamável, se comparado ao
lixo urbano como um todo. Aterro, o papel ondulado se degrada lentamente em aterros
quando não há contato com ar e água.
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3.1 – A sociedade e a preservação
A utilização da reciclagem do lixo tem contribuído para diminuir impactos
ambientais e problemas sociais no Brasil, têm-se falado muito em preservação do meio
ambiente, sobretudo nesta última década em que ficaram mais evidente os atos
inconseqüentes da sociedade com relação à natureza, tal preocupação se tornou um fato
universal, mas especialmente no Brasil, a população ainda não tomou consciência da
gravidade da questão, sendo que as principais causas citadas são o excesso populacional,
desenvolvimento e pauperização da sociedade.
Todo processo de desenvolvimento tende provocar crescimento urbano desordenado,
criar indústrias poluentes e gerar desigualdade social, que acentua à medida que um sistema
se aproxima dos limites ecológicos. A poluição afeta profundamente os recursos naturais,
sobretudo com o advento de novas tecnologias, a população vem adquirindo hábitos de
primeiro mundo no consumo de produtos de melhor qualidade, mas em relação ao
tratamento do lixo a atitude do país ainda é de terceiro mundo, porém, os problemas
causados pelo desenvolvimento também são comuns em países desenvolvidos, o problema
no Brasil é o desperdício, a explicação para o descaso está no fato de que reciclar o lixo é
mais caro do que simplesmente jogá-lo em aterros, países como a França e a Alemanha
provam que esse tipo de argumento não justifica deixar de lado a preocupação ecológica. Lá,
a iniciativa privada é a encarregada da reciclagem do lixo. Existem pesquisas, inclusive,
nesta área, que visam baratear os custos da reciclagem, como a criação de um plasma frio,
que transforma lixo reciclável em compostos com propriedades mistas, ele é praticamente de
graça, não causa impacto ambiental e substitui matérias-primas tradicionais.
Essa conscientização é importante para uma sociedade sadia, que depende do
aproveitamento racional dos recursos naturais. A população deve ter em mente que o
cuidado com o meio ambiente é importante para a manutenção de um mundo saudável e
habitável.
3.2 – O impacto no meio ambiente
As questões ambientais são fundamentais para o setor de embalagem pelo seu papel
no desenvolvimento e preservação da qualidade do produto acondicionado como também
pela participação da embalagem no resíduo sólido urbano, pois muitas vezes, além de o lixo
não ser tratado, é descarregado em rios ou lagos, que viram depósitos de lixo. Há regiões que
sofrem efeitos de produtos químicos, como em uma cidade do Rio de Janeiro, onde uma
fábrica desativada de inseticidas do Ministério da Saúde descarregou toneladas de um
pesticida para combater o barbeiro, transmissor do Mal de Chagas, nos fundos da mesma, na
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tentativa de solucionar o problema, misturaram cal ao composto tóxico para neutralizá-lo
mas o resultado foi a criação de outras substâncias tóxicas. Apesar do grande descaso da
população, a questão ambiental começa a mobilizar parcela cada vez maior do povo
brasileiro, que tem uma tendência natural a se ocupar de causas nobres. A causa ecológica,
entendida como necessidade de preservar a saúde do Planeta, gradualmente vem levando ao
banimento e à discriminação de produtos que, para sua fabricação, foi imposto um ônus aos
recursos naturais e também, de produtos geradores de resíduos que não forem recicláveis ou
que não possuam características que permitam sua autodestruição, sem impacto no meio
ambiente, como por um exemplo embalagens, que da forma como são constituídas podem
causar danos ao meio ambiente, sua fabricação implica em severos danos à natureza que,
evidentemente, já vêm sendo paulatinamente amenizados. A fabricação do papel depende do
corte de árvores e de processo industrial altamente agressivo aos corpos d'água, o replantio
ordenado, a reciclagem de papéis usados e técnicas de tratamento de efluentes industriais,
estão sendo cada vez mais postos em prática com sucesso, demonstrando que a tecnologia
pôde e pode contornar o ônus ambiental na fabricação do papel, que por natureza,
biodegradável. Recentemente, surgiu no mercado brasileiro uma embalagem simpática e
popularmente denominada longa vida, ela é um misto de polietileno, papel e alumínio;
montou-se todo um marketing em cima da assepsia proporcionada e facilidades no
transporte, tal embalagem já pode ser vista abundantemente nos supermercados; não é
biodegradável e até agora não se presta à reciclagem, isso quer dizer, que ao virar lixo, ela
será para sempre lixo e ainda concorrerá para atrapalhar a decomposição natural dos
materiais orgânicos que compõem o lixo.
Como conclusão, a certeza é que, o Primeiro Mundo caminha para as soluções não
degradantes da natureza e nós, no terceiro mundo, não poderemos, pelo menos nesses casos,
ficar a reboque, mantendo ou aceitando tecnologias ultrapassadas; temos, isso sim, que
seguir caminhos paralelos.
3.3 – O Crime Ambiental
A agressão ao meio ambiente é um crime ambiental desde que ultrapasse os limites
legalmente consentidos; em outras palavras, nem toda a agressão ao meio ambiente se
constitui num crime ambiental, para que se caracterize, então, um crime ambiental há que se
tipificar a infração, enquadrando a intensidade da agressão nos parâmetros legais, é
necessário que existam esses padrões estabelecidos na legislação estadual, ou municipal e na
falta delas, a federal, é imprescindível também que exista o agente credenciado que irá
registrar a infração, utilizando, para isso, método previamente estabelecido e normatizado.
Uma agressão ambiental é reconhecida quando o meio ambiente for impactado de forma que
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haja alteração fora do normal (ou do consentido pela legislação) das suas propriedades
físicas, químicas ou biológicas, causada por qualquer forma de energia ou matéria nele
introduzida ou mesmo, qualquer ação humana que venha afetar direta ou indiretamente a
saúde, a segurança e o bem estar da população, incluindo as atividades sociais e econômicas,
e a qualidade dos recursos ambientais. No caso da agressão ambiental propriamente dita,
para o julgamento do tipo impacto ambiental, antes mesmo de se medir sua intensidade, há
que se conhecer as diversas definições de impacto ambiental, expressas nas diretrizes
estabelecidas pelos órgãos de controle ambiental, dessa forma, estará dado o primeiro passo
para a apreciação da gravidade da agressão, a partir daí, virá o julgamento. Quando da
aplicação da penalidade, o conhecimento de duas definições também são muito importantes
de se conhecer. O que vêm a ser as Medidas Mitigadoras e as Medidas Compensatórias, visto
que há impactos irreversíveis, permanentes, de longo prazo e estratégicos, considerados
dificilmente evitáveis ou de impossível conserto.
3.4 – A Lei Ambiental
Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental (Constituição da República
Federativa do Brasil, 1988, Capítulo V) caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez
mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente
responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes
produzem no meio ambiente.
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4.1 – Panorama da Logística Reversa no Brasil
A visão que temos quando pensamos em logística é a do gerenciamento do fluxo de
materiais do seu ponto de origem até o seu destino final, porém, devemos observar que existe
também um fluxo logístico reverso, do destino final até o ponto de origem, que precisa e
deve ser gerenciado, este fluxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas,
como por exemplo, no caso dos fabricantes de bebidas que têm de gerenciar todo o fluxo de
retorno de embalagens dos pontos de venda até seus centros de distribuição; as siderúrgicas
usam como insumo de produção em grande parte a sucata gerada por seus clientes e para isso
usam centros coletores de carga; a indústria de latas de alumínio é destaque no seu grande
aproveitamento de matéria prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta
de latas descartadas. A logística reversa é ainda, representa na maioria das empresas, uma
área com baixa prioridade e de pouco investimento, isto se reflete no pequeno número de
empresas que tem gerências dedicadas a tratar do fluxo logístico reverso, pode-se dizer que
estamos em um estado embrionário no que diz respeito ao desenvolvimento das práticas de
logística reversa, esta realidade, como vimos, está mudando em resposta a pressões externas
como um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade de reduzir custos e a
necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução mais liberais, este
panorama deverá gerar um aumento do fluxo de carga reverso e, é claro, de seu custo, que
conseqüentemente, necessitará de maiores esforços para aumentar sua eficiência, através de
iniciativas para melhor estruturar os sistemas de logística reversa. Deverão ser aplicados os
mesmos conceitos de planejamento que no fluxo logístico direto tais como estudos de
localização de instalações e aplicações de sistemas de apoio à decisão (roteirização,
programação de entregas etc.), isto requer vencer desafios adicionais visto ainda a
necessidade básica de desenvolvimento de procedimentos padronizados para a atividade de
logística reversa, sobretudo quando nos referimos à relação indústria - varejo, notamos que
este é um sistema caracterizado predominantemente pelas exceções, mais do que pela regra,
um dos sintomas desta situação é a praticamente inexistência de sistemas de informação
voltados para o processo de logística reversa. Um tópico a ser explorado em outra
oportunidade diz respeito à utilização de prestadores de serviço no processo de logística
reversa, como esta é uma atividade onde a economia de escala é fator relevante e onde os
volumes do fluxo reverso são ainda pequenos, uma opção viável se dá através da
terceirização, já é comum no Brasil a operação de empresas que prestam serviço de
gerenciamento do fluxo de retorno de pallets, se considerarmos o escopo mais amplo da
logística reversa, existe espaço também para operadores que prestam serviços de maior valor
agregado como o rastreamento e o re-processamento de produtos usados e de embalagens de
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papelão utilizadas no transporte, como na indústria de eletrônicos, varejo e automobilística,
que têm de lidar com o fluxo de retorno de embalagens, de devoluções de clientes ou do
reaproveitamento de materiais para produção, este não é nenhum fenômeno novo e exemplos
como o do uso de sucata na produção e reciclagem de embalagens de papelão ondulado tem
sido praticados há bastante tempo, sendo observado que as atividades de reciclagem e
reaproveitamento de produtos e embalagens tem aumentado consideravelmente nos últimos
anos.
Por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do
"ciclo de vida". A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua
entrega ao cliente, produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve
retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou
reaproveitados, do ponto de vista financeiro, fica evidente que além dos custos de compra de
matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto
inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo
reverso, do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto que um
produto sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é
fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma contemplar todas as
etapas do ciclo de vida dos produtos. Neste contexto, podemos então definir logística reversa
como sendo o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-
primas, estoque em processo, produtos acabados (e seu fluxo de informação) e embalagens
do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar
um descarte adequado. Da mesma forma que no processo logístico direto, a implementação
de processos logísticos reversos requer a definição de uma infraestrutura logística adequada
para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais
processados. Instalações de processamento e armazenagem e sistemas de transporte devem
desenvolvidos para ligar de forma eficiente os pontos de consumo onde os materiais usados
devem ser coletados até as instalações onde serão utilizados no futuro, questões de escala de
movimentação e até mesmo falta de correto planejamento podem levar com que as mesmas
instalações usadas no fluxo direto sejam utilizados no fluxo reverso, o que nem sempre é a
melhor opção, instalações centralizadas dedicadas única e exclusivamente ao recebimento,
separação, armazenagem, processamento, de embalagens retornadas podem ser uma boa
solução, desde que haja escala suficiente.
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4.2 – Definição de Logística Reversa
A Logística Reversa é uma nova área da Logística Empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos produtos e
embalagens ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição
Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal,
competitivo e de imagem corporativa, entre outros. Uma das mais importantes decisões
estratégicas presente nas empresas modernas, face ao crescente ambiente de competitividade
e de sensibilidade ecológica da sociedade, é sem dúvida a procura de soluções que agreguem
valor perceptível aos seus clientes e consumidores finais, os novos paradigmas empresariais
da logística moderna, alta velocidade de reação garantida por sistemas de manufatura
flexíveis e de informatização logística e alto nível de relacionamento com os clientes e
consumidores finais criando ligações duradouras, estão sendo adotados na maior parte destas
empresas. A preocupação de performance e qualidade do produto e de suas embalagens,
transformam-se em condições básicas e qualificadoras, consideradas essenciais e necessárias
para participar do mercado, porém não mais suficientes, pois já tem sido observado que tais
condições conferem à empresa, ao produto e suas embalagens diferenciais competitivos por
períodos de tempo cada vez mais curtos. A preocupação estratégica empresarial desloca-se
desta forma para o estabelecimento de um relacionamento eficaz com suas cadeias de
suprimento, fornecedores e clientes, o Supply Chain, traduzido por serviços que agreguem
efetivamente valores perceptíveis ao cliente e ao consumidor final, permitindo ganhos de
eficiência, de agilidade de resposta à cadeia de suprimentos e o conseqüente reforço de suas
imagens corporativa e de marca, transformando-se em relações duradouras de parcerias e em
fidelização à marcas, tão almejadas neste ambiente competitivo atual. A natureza do
processo de logística reversa, ou seja, quais as atividades que serão realizadas dependem do
tipo de material e do motivo pelo qual estes entram no sistema, os materiais podem ser
divididos em dois grandes grupos: produtos e embalagens. No caso de produtos, os fluxos de
logística reversa se darão pela necessidade de reparo, reciclagem, ou porque simplesmente os
clientes os retornam, o fluxo reverso de produtos também pode ser usado para manter os
estoques reduzidos, diminuindo o risco com a manutenção de itens de baixo giro, uma
prática comum na indústria fonográfica, como esta indústria trabalha com grande número de
itens e grande número de lançamentos, o risco dos varejistas ao adquirir estoque se torna
muito alto, para incentivar a compra de todo o mix de produtos algumas empresas aceitam a
devolução de itens que não tiverem bom comportamento de venda, embora este custo da
devolução seja significativo, acredita-se que as perdas de vendas seriam bem maiores caso
não se adotasse esta prática.
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No caso de embalagens, os fluxos de logística reversa acontecem basicamente em
função da sua reutilização ou devido a restrições legais como na Alemanha, por exemplo,
que impede seu descarte no meio ambiente, como as restrições ambientais no Brasil com
relação a embalagens de transporte não são tão rígidas, a decisão sobre a utilização de
embalagens retornáveis ou reutilizáveis se restringe aos fatores econômicos,Existe uma
grande variedade de containeres e embalagens retornáveis, mas que tem um custo de
aquisição consideravelmente maior que as embalagens oneway, entretanto, quanto maior o
número de vezes que se usa a embalagem retornável, menor o custo por viagem que tende a
ficar menor que o custo da embalagem oneway.
Figura 2 – Processo Logístico Reverso - Fonte: CEL-Coppead - 2002
4.3 – A Logística Reversa de Embalagens
A reciclagem muita das vezes, é erroneamente chamada de Logística Reversa, o que
ocorre verdade, é que os materiais de embalagem não são recolhidos de volta pela empresa
que gerou as embalagens, mas o sistema logístico segue em frente, às vezes através de
empresas de gerenciamento de resíduos, para re-processadores, em muitos casos, associações
de fabricantes de material de embalagem preparam sua própria rede para coleta e re-
processamento.
Nos últimos anos, a evolução da logística de distribuição tem sido vertiginosa devido
a numerosos fatores que têm acelerado o desenvolvimento e profissionalização do setor,
afetando de uma maneira especial a classificação das embalagens de transporte, entre os
fatores citados cabe assinalar a crescente internacionalização da produção, o encurtamento
dos ciclos de produção, a liberalização do transporte e a legislação ambiental. Na primeira
classificação, a concentração da produção tem levado a estender as redes de distribuição com
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a finalidade de atender a mercados afastados, com este aumento da distância média de
transporte, o retorno dos caminhões vazios (unicamente com as embalagens de transporte)
implica em um incremento dos gastos que repercute no custo final do produto, por outro
lado, a introdução generalizada de conceitos como o Just-in-Time, que perseguem a redução
dos níveis de estoque, ocasiona um incremento no giro de materiais e, portanto, na rotação
dos paletes, obviamente, esta circunstância repercute em uma maior utilização dos paletes,
pelo que, se não se fizer uma boa manutenção, logo se deterioram e tendem a sair do ciclo
produtivo, paralelamente, este incremento no tráfego de mercadorias está criando grandes
problemas na qualidade dos paletes, haja vista que sua recuperação no destino, quando é
factível, não inclui controle de qualidade de nenhum tipo, para isso contribui a não co-
responsabilidade na manutenção dos paletes que circulam no mercado sem controle, por não
pertencerem a nenhuma organização ou empresa concreta, o que impossibilita estabelecer
critérios de responsabilidade e de assumir custos por parte dos usuários integrados na cadeia
de abastecimento, por último, cabe ressaltar a importância que a legislação ambiental,
através da preocupação e das normas para a sua proteção, exerce sobre as embalagens de
todo o tipo, e entre estas e as embalagens de transporte, sobretudo as de papelão ondulado, o
que tem levado a um re-planejamento da logística de distribuição, que aqui é apresentado
como logística reversa, cujo objetivo é a gestão integral do fluxo de retorno das embalagens,
a utilização da reciclagem reduz os custos de coleta e processamento e aumenta o mercado
de produtos reciclados, além disso, a reciclagem e reutilização de embalagens também tem
benefícios ambientais. A reciclagem é um bom método de disposição para muitos resíduos
de embalagens, já que esta naturalmente se coleta em grandes volumes homogêneos,
fabricantes, centros de distribuição e varejistas descartam grandes quantidades de um
número limitado de materiais como paletes de madeira, papelão, filme de polietileno,
espuma plástica e insumos de arqueamento, os recicladores apreciam tais fontes
concentradas e relativamente limpas, como resultado, a embalagem possui um índice de
aproveitamento muito alto, da mesma forma, a compra de embalagens feita através de
materiais reciclados encoraja o crescimento do mercado de produtos e viabiliza toda a infra-
estrutura necessária. Até agora, a logística tem sido vista como um sistema unidirecional,
contemplando o processo desde a origem até o destino, mas, o que ocorre no destino? O
fluxo de materiais chega a seu fim e os materiais empregados para a sua manipulação e
transporte vão engrossar o peso total de resíduos sólidos gerados por ano, como é o caso da
União Européia, aproximadamente, a metade corresponde ao setor industrial e de serviços, e
é aqui que a logística reversa continua o movimento da embalagem, uma vez já cumprido
seu objetivo de entregar a mercadoria no destino. A logística reversa compreende todas as
atividades enfocadas na redução, reutilização e reciclagem, ou seja, a gestão e distribuição
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dos resíduos das embalagens. As denominadas embalagens secundárias (caixas de garrafas,
bandejas, etc.) e terciárias ou de transporte (paletes e contenedores) são as mais suscetíveis
de serem reutilizadas, o fato de um determinado tipo de embalagem ter recebido um
tratamento especial em sua fabricação, não quer dizer, ser reciclável, permitir uma alta
rotatividade e cumprir com as normas de qualidade e higiene, não garante necessariamente
sua reutilização, além disso, a complexidade da cadeia de abastecimento é cada vez maior e,
na maioria dos casos, as empresas de transporte não podem permitir-se aceitar embalagens
vazias, é neste ponto onde se vê claramente a necessidade de implementar sistemas para
gestão das embalagens no destino, para garantir sua recuperação e conversão ou a
reutilização das mesmas, através de uma política mais efetiva para a gestão de embalagens
recuperáveis.
Diversas soluções de planejamento e execução de logística reversa estão sendo
ofertadas no mercado mundial, de uma maneira ou de outra, quase todas as soluções
procuram otimizar a integralidade da gestão das expedições e dos artigos retornados e, ainda,
em alguns casos, analisar a coerência econômica de ações combinadas de expedição e
retorno. A busca desenfreada da Certificação ISO 14000 tem despertado em empresários e
executivos de todas as áreas uma atenção maior sobre a relação do homem com a natureza,
não apenas no ambiente industrial. A conquista de novos mercados - e a manutenção dos
atuais - exige compromisso efetivo com a preservação ambiental e com a sua recuperação. O
processo de logística reversa gera materiais reaproveitados que retornam ao processo
tradicional de suprimento, produção e distribuição, este processo é geralmente composto por
um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir
itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de re-
processamento, revenda ou de descarte, existem variantes com relação ao tipo de re-
processamento que os materiais podem ter, dependendo das condições em que estes entram
no sistema de logística reversa, os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver
acordos neste sentido, podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de
comercialização, podem ser recondicionados, desde que haja justificativa econômica, podem
ser reciclados se não houver possibilidade de recuperação, todas estas alternativas geram
materiais reaproveitados, que entram de novo no sistema logístico direto, em último caso, o
destino pode ser a seu descarte final.
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CONCLUSÃO
A Logística Reversa se insere com relevância crescente num contexto de
aumento da consciência ambiental dos consumidores, da necessidade de fidelização
de clientes através de um diferencial competitivo, da evolução das legislações das
questões ambientais e do atendimento ao consumidor, da reciclagem, da reutilização
de materiais, tratamento de resíduos ou de remanufatura. O que fazer com as
embalagens de papelão ondulado? Toda empresa já deve ter feito esta pergunta,
passado pela situação de saber que a mesma pode causar um dano ao meio ambiente,
mas não tem outra saída a não ser jogá-lo no lixo comum, porém, muitas empresas
têm mostrado uma preocupação cada vez maior com o descarte de suas embalagens e
uma crescente preocupação com o meio ambiente. O conceito de logística reversa é
na desenvolvido em todas as empresas, qunado uma empresa que recebe um produto
como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística
reversa , bem como aquele que, compra ou envia materiais reclicláveis para
tranformá-los em matéria-prima novamente, sob este ponto de vista, a logística
reversa, pode ser vista pelas empresas com diferentes enfoques, ou seja, algumas
vêem nesse processo benefícios diversos, a começar pela redução de custos, ao
contrário que para outras pode ser um grande problema, pois sinaliza que seus custos
que precisam ser controlados. A empresas que mantém uma constante se
preocupação com a logística reversa têm procedimentos claros e específicos para
gerenciar o retorno das embalagens, utilizando-se de conceitos de reciclagem,
buscando uma redução da embalagem a sua forma primaria (pasta de celulose),
empresas que começam a tratar o retorno das embalagens aumentam a probabilidade
de resultados positivos no gerenciamento da logística reversa, pois conseguem
estimar o potencial de receitas geradas pela devolução, sejam elas financeiras ou
sociais. Os elementos que devem constituir um sistema de logística reversa no são
semelhantes aos da logística progressiva. Porém, são poucas as empresas que
possuem os processos de retorno definidos: planejamento de transporte para retorno,
empresas recicladoras definidas, sendo assim, fica mais difícil definir os perfil da
demanda de embalagens retornadas, e é ai que a logística reversa desempenha um
papel estratégico, a partir do momento que os detalhes fazem a diferença, porém, isso
ainda é pouco explorado pelas empresas, que consideram apenas a logística reversa
32
do pós-consumo, está aí portanto uma boa oportunidade para começar a fazer a
diferença, pois a isso faz bem ao bolso e a natureza agradece.
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ANEXOS
Constituição da República Federativa do Brasil, 1988
CAPITULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
seção III
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos a saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1 . Se o crime e culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2 . Se o crime: I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos a saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento publico de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso publico das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substancias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 3 . Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente. Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em deposito ou usar produto ou substancia tóxica, perigosa ou nociva a saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1 . Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substancias referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança. § 2 . Se o produto ou a substancia for nuclear ou radioativa, a pena e aumentada de um sexto a um terço. § 3 . Se o crime e culposo:
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Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 57. (VETADO) Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta seção, as penas serão aumentadas: I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível a flora ou ao meio ambiente em geral; II - de um terço ate a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem; III - ate o dobro, se resultar a morte de outrem. parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais grave. Art. 59. (VETADO) Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano a agricultura, a pecuária, a fauna, a flora ou aos ecossistemas: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. Ed. Atlas - 1993
Sites:
http://www.ambientebrasil.com.br
http://www.bracelpa.org.br/estudantes_educadores/reciclagem.htm
http://www.cel.coppead.ufrj.br/fs-rev.htm
http://www.cempre.org.br/
http://www.cetea.ital.org.br/emb_meio_ambiente.htm
http://www.guiadelogistica.com.br/ARTIGO129.htm
http://www.gpca.com.br
http://www.infs.com.br/FMF/Artigos/abordagem_sociol%F3gica_da_preserv.htm
http://www.liderkraft.com.br/historiapapelao.htm
http://www.marini.hpg.ig.com.br/Geral/10/interna_hpg1.html
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http://www.oficinadeartereciclagem.hpg.ig.com.br
http:://www.orbita.starmedia.com/celuloides/
www.profcupido.hpg.ig.com.br
http://www.terra.com.br/cargaecia/set01/suporte/suporte.shtml
http://www.sobrelixo.hpg.ig.com.br
http://www.3m.com/intl/br/industria/papel_celulose
36
ÍNDICE AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1 - A RECICLAGEM 10
1.1 – Breve Histórico 11
1.2 – O Processo de Reciclagem 11
1.3 – Benefícios da Reciclagem 13
CAPÍTULO 2 - EMBALAGEM DE TRANSPORTE –
PAPELÃO ONDULADO 15
2.1 – Origem e Evolução da embalagem de Papelão
Ondulado 16
2.2 – Composição da Embalagem de Papelão Ondulado 17
2.3 – Decomposição da Embalagem de Papelão Ondulado 17
CAPÍTULO 3 - A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 19
3.1 – A Sociedade e Preservação 20
3.2 – O Impacto no Meio Ambiente 20
3.3 – O Crime Ambiental 21
3.4 – A Lei Ambiental 22
CAPÍTULO 4 - A LOGÍSTICA REVERSA 23
4.1 – Panorama da Logística Reversa No Brasil 24
4.2 – Definição de Logística Reversa 26
4.3 – A Logística Reversa de Embalagens 27
CONCLUSÃO 31
ANEXOS 33
BIBLIOGRÁFIAS 35
ÍNDICE 36