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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA FITORREMEDIAÇÃO DE CONTAMINANTES ORGÂNICOS NO SOLO Por: Ana Clara de Almeida Bernardino Orientadora Maria Esther de Araújo Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O conceito de poluição pode variar de autor para autor, alguns defendem que há poluição apenas quando a ação é antrópica,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FITORREMEDIAÇÃO DE CONTAMINANTES ORGÂNICOS NO SOLO

Por: Ana Clara de Almeida Bernardino

Orientadora

Maria Esther de Araújo

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Fitorremediação de Contaminantes Orgânicos no Solo.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Ambiental.

Por: Ana Clara de Almeida Bernardino

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AGRADECIMENTOS

À minha família, amigos, colegas de classe e professores do AVM.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai,Sebastião Vinote Bernardino, meu maior

incentivador e herói.

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RESUMO

A fitorremediação é uma técnica que consiste em remover

contaminantes do solo,água ou ar através das plantas. A técnica teve seu

aprimoramento nos anos 90 na Europa e nos Estados Unidos, apresentando

um grande sucesso na sua aplicação.

Com os crescentes problemas de poluição no solo por petróleo,

solventes clorados, herbicidas e pesticidas entre outros poluentes orgânicos, a

fitorremediação apresenta-se como uma técnica bastante viável, adaptável a

diferentes regiões e socialmente aceita por ajudar a promover o

desenvolvimento sustentável tão importante nos dias de hoje.

Este presente trabalho tem como objetivo abordar os principais

conceitos e métodos fitorremediação de contaminantes orgânicos no solo, sua

origem ,assim como suas vantagens, desvantagens e a sua difusão no

mercado.

Com este trabalho, espera-se contribuir através de um resumo com base

no que já foi publicado por diversos autores e experiências minhas, somar mais

conteúdo sobre a fitorremediação de contaminantes orgânicos no solo, pois

apesar da extrema importância sobre o assunto, ainda carece de informações e

experiências a serem compartilhadas e este também é um dos objetivos deste

trabalho.

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METODOLOGIA

O método de pesquisa deste trabalho foi obtido através de leitura e

revisão de bibliografia especializada, sites e artigos desde o início de 2011.

Foram feitos diversos resumos a fim de obter o melhor conteúdo para

que justificasse o embasamento das opiniões postadas e para que assim o

presente trabalho tivesse mais credibilidade perante o leitor.

A abordagem deste trabalho consiste em um resumo de informações da

bibliografia especializada, opiniões a partir de experiências minhas sobre a

fitorremediação, com o que eu tenho trabalhado, estudado e absorvido para

somar neste trabalho.

Como principal referência, tenho os autores Julio César da Matta e

Andrade, Sílvio Roberto de Lucena Tavares e Cláudio Fernando Mahler,

autores do livro “Fitorremediação: O uso de plantas na melhoria da qualidade

ambiental”, livro mais completo atualmente no mercado sobre o assunto e um

dos poucos existentes, sem deixar de citar como referência também outros

excelentes autores os quais estão citados na bibliografia deste trabalho.

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Sumário

INTRODUÇÃO pg.9

I –POLUIÇÃO DO SOLO POR CONTAMINANTES ORGÂNICOS

Pg.11

1.1- Conceito de solo pg.11

1.2 Poluição do Solo pg.13

1.2.1- Conceito de poluição pg.13

1.2.2- Principais contaminantes orgânicos no solo pg.13

1.2.3- Poluição por hidrocarbonetos de petróleo pg.16

1.2.4- Poluição por solventes clorados pg.18

1.2.5- Poluição por herbicidas ou pesticidas pg.20

Cap II- AS PLANTAS E A FITORREMEDIAÇÃO pg.22

2.1- Fitorremediação pg.24

2.2- As plantas na fitorremediação pg.25

CAP III- TÉCNICAS DE FITORREMEDIAÇÃO DO SOLO PARA

REMOÇÃO DE POLUENTES ORGÂNICOS pg.29

3.1–Mecanismos de fitorremediação pg.29

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3.1.1- Fitoextração pg.30

3.1.2-Fitoestimulação pg.32

3.1.3-Fitoestabilização pg.32

3.1.4-Fitodegradação ou Fitotransformação pg. 33

3.1.5-Fitovolatização pg.33

CAPÍTULO IV- FITORREMEDIAÇÃO COMO MERCADO DE

TRABALHO PARA O GESTOR AMBIENTAL pg.34

4.1-Gestão Ambiental pg.34

4.2 -Gestor Ambiental e a Fitorremediação pg.36

CONCLUSÃO pg.37

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INTRODUÇÃO

Desde a metade do século passado, preservar o meio ambiente tem sido

um dos assuntos mais discutidos em diversos meios de comunicação, fóruns

assembléias, com destaque a COP (Conference of Parties, em

inglês) realizado todo ano pela ONU(Organização das Nações Unidas) que visa

discutir entre os países participantes como reduzir os impactos ao meio

ambiente. No Brasil, o histórico de agressões ao meio ambiente vão desde a

colonização do Brasil pelos portugueses em 1500 D.C até os dias de hoje.

Acompanhando a tendência mundial em torno da discussão sobre o

assunto, o Brasil tem criado leis que visam minimizar ao máximo possível os

impactos ambientais negativos, entre elas a Política Nacional de Resíduos

Sólidos criada em agosto de 2010, que surge para tentar solucionar de vez os

problemas do mau descarte de resíduos na natureza.

Com o rigor da lei, muitas empresas buscam técnicas de despoluição

visando se adequar as leis vigentes, evitando multas por parte do órgão

ambiental responsável entre elas a fitorremediação, que em suma é a remoção

de poluentes do ambiente através do auxilio das plantas.

O uso de plantas como agentes despoluidores, tem

despertado crescente interesse entre pesquisadores e técnicos

que atuam na área experimental. Sua utilização tem sido

avaliada, em solos contaminados com metais pesados,

petróleo e derivados de petróleo e outros compostos

orgânicos. Acredita-se que a utilização de plantas com

capacidade de tolerar e concomitantemente extrair e, ou,

degradar determinados compostos possa representar

interessante alternativa para a despoluição de áreas agrícolas

(Pires, 2003, p. 1).

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A fitorremediação é uma técnica que utiliza sistemas vegetais

para recuperar águas e solos contaminados por poluentes orgânicos ou

inorgânicos. “Através desta técnica é possível extrair e ou reduzir a

toxidade de poluentes no solo, é uma tecnologia efetiva, não-destrutiva,

econômica e socialmente aceita para remediar os solos”(Oliveira, 2009,

p. 1141).

A utilização de plantas em solos degradados pode auxiliar na melhoria

de características físicas e químicas do local, reduzindo os teores de poluentes

no solo.

A vegetação funciona como um filtro natural e sua

eliminação provoca conseqüências desastrosas, seja

diretamente na capacidade de remover/imobilizar/metabolizar

rejeitos ou, indiretamente, na diminuição da diversidade da biota

do solo(Andrade, 2007, p.3).

Este presente trabalho tem o intuito de abordar a importância das

plantas no processo de fitorremediação do solo e seus possíveis efeitos,

demonstrando as técnicas mais utilizadas, vantagens e desvantagens e a

atuação do gestor neste campo.

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CAPÍTULO I – POLUIÇÃO DO SOLO POR CONTAMINANTES

ORGÂNICOS

Neste capitulo será abordado o conceito de solo e poluição, os principais

poluentes orgânicos, suas características e o histórico de sua origem.

1.1Conceito de solo

O conceito de solo pode variar de acordo com a ciência e o modo do

contexto em que é aplicado, mas de um modo geral, o solo pode ser como

“ um manto superficial formado por rocha desagregada e, eventualmente,

cinzas vulcânicas, em mistura com matéria orgânica em decomposição,

contendo, ainda, água em proporções variáveis e organismos vivos.”(Braga,

2005, p.126).

A composição do solo varia de um solo para o outro, de acordo

com a região, o clima, a sazonalidade, mas pode-se concluir de um modo

geral, as concentrações são encontradas nas seguintes proporções : 45% de

elementos minerais, 25% de ar, 25% de água, 5% de matéria orgânica como

mostra a figura 1:

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Fonte: Blog Educacional

O solo desempenha uma grande variedade de funções

vitais de caráter ambiental, ecológico, social e econômico. As

suas características são determinadas pelos seus processos

de formação e são dependentes da natureza da fonte

geológica principal, dos organismos que vivem no solo e acima

do mesmo, da erosão, dos níveis de água subterrânea, do seu

alaga-mento, do vento, da chuva, da radiação solar etc. Com o

tempo, os processos de formação dos solos modificam o

material original, contribuindo para a formação de diferentes

camadas, e produzindo uma grande variedade de tipos de solo.

Essa distribuição do solo em camadas tem implicação na

migração e destino dos contaminantes na subsuperfície

(OLIVEIRA apud DINIZ e FRAGA, 2005, pg. 13)

“Dentre as inúmeras funções do solo destacam-se a sustentação

da vida e do habitat para os seres vivos, manutenção, proteção das águas e

dos nutrientes, além da produção de “(Cetesb 2011)

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1.2 Poluição do Solo

1.2.1- Conceito de poluição

O conceito de poluição pode variar de autor para autor, alguns defendem

que há poluição apenas quando a ação é antrópica, já outros defendem que a

poluição tanto pode ser antrópica como natural. Segundo Bessa a poluição

como um todo pode ser definida como:

Uma presença quantitativa de determinados elementos

contaminantes na atmosfera, de forma que sua quantidade

possa ser nociva aos ser humano, às plantas aos animais, assim

como sejam capazes de interferir no controle da vida ou

propriedades (Bessa, 2005,pg.177)

.

1.2.2- Principais contaminantes orgânicos no solo

Com a industrialização e o uso de tecnologias mais avançadas,

trouxeram desenvolvimento da economia no Brasil e consequentemente

melhorias na qualidade de vida da população. Entretanto, o progresso

acentuou também os impactos ambientais na natureza, sendo então

necessário investir em tecnologias para despoluição do ambiente afetado,

assegurando assim a qualidade de vida também para gerações futuras.

A poluição do solo muitas das vezes não é visível logo de imediato,

embora seus efeitos sejam tão nocivos como no ar ou na água, pois além de

atingir os microorganismos decompositores de matéria orgânica entre outros

microorganismos atinge também o lençol freático, então caso não haja um

monitoramento permanente tanto do órgão ambiental responsável quanto pela

empresa envolvida, podem causar danos que só serão sentidos alguns dias

depois, dificultando o trabalho para contornar a situação.

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“Uma determinada área é considerada contaminada se, entre outros

fatores, as concentrações de elementos ou substâncias de interesse ambiental

estão acima de um dado limite denominado valor de intervenção”(PEREIRA,

2005,pg.17).Segundo Franco (2009) A primeira exposição da comunidade

microbiana aos hidrocarbonetos, é importante para a determinação do tempo

do processo de eliminação do hidrocarboneto no ambiente.

As complexas reações químicas que acontecem no solo

são realizadas pela presença de milhares de espécies de

microrganismos, como bactérias, fungos e algas, entre outros. A

grande maioria destes organismos vive no primeiro horizonte do

solo, até uma profundidade cerca de 40 cm. É dessa estreita

camada que os vegetais retiram nutrientes necessários ao seu

desenvolvimento, garantindo alimento para os animais que

habitam sobre ela. Entretanto, esta é a primeira a ser atingida

pelos compostos tóxicos. Desta forma, quando estas

substâncias são descartadas, os organismos morrem,

comprometendo diretamente todo o sistema de respiração do

solo (OLIVEIRA apud DIAS, 2008 pg 16).

A figura 2 abaixo, mostra o processo de penetração do contaminante no

solo

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Apesar desta realidade, a poluição do solo ainda

não foi plenamente discutida e ainda não existe um

consenso entre os pesquisadores de quais seriam as

melhores formas de abordagem da questão. Além das

dif iculdades técnicas, a questão polít ica se reveste de

grande importância pois, se não for adequadamente

conduzida, o controle da poluição ficará muito

prejudicado e terá conseqüências irreversíveis para a

ciclagem de nutrientes (ciclo do carbono, nitrogênio,

fósforo) na natureza e ciclo da água, prejudicando a

produção de alimentos de origem vegetal e

animal.(CETESB, 2011)

Atualmente as técnicas de despoluição do solo então voltadas a 3

classes de compostos orgânicos, são eles: solventes clorados(derivados do

cloro), explosivos e hidrocarbonetos do petróleo. Contudo, segundo Andrade

(2007, pg.108), mas algumas pesquisas têm sido realizadas referentes a outros

contaminantes, são eles os hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (PAHs) e

bifenilas policloradas).

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Existem três formas básicas de produção de compostos orgânicos:

• Ocorrência na natureza: fibras óleos vegetais, gorduras e óleos

animais, alcalóides, celulose, acúcares etc.;

• Síntese orgânica: uma grande variedade de compostos e

materiais(plásticos. PVC, entre outros);

• Fermentação: (ação de microorganismos): alcoóis, acetona,

antibióticos,ácidos, glicerol etc. (ANDRADE apud SAWYER, 2007

pg. 108)

Como o carbono permite até 4 ligações com outros compostos ou

estruturas que podem produzir cadeias contínuas, ramificadas ou cíclicas, com

ou sem anéis que possam conter outros elementos. (ANDRADE, 2007,pg.109).

1.2.3 Poluição por hidrocarbonetos de petróleo

As técnicas de fitorremediação do solo atualmente estão voltadas em

grande parte para o petróleo e seus derivados, devido a sua grande demanda e

necessidade que a sociedade possui desta forma de energia que é de origem

fóssil, sendo a mais utilizada em larga escala desde combustíveis à

cosméticos, somos totalmente dependentes do petróleo.

O processamento do petróleo pode oferecer riscos de

acidentes e consequentes contaminações. Os impactos

ambientais e de saúde pública gerados podem ocorrer desde a

etapa de exploração, passando pela geração de resíduos

(sólidos e líquidos) e emissões atmosféricas durante o processo

de refino, até os eventuais vazamentos acidentais ocorridos em

terra ou em mar (FRANCO apud CORRÊA; RIZZO, 2009). O

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trabalho de Knox & Gilman (1997), que verificou os efeitos de

tais resíduos, relata um aumento da incidência de câncer nos

ossos, cérebro e pulmões, além de leucemias em indivíduos

residentes próximos às industrias petroquímicas, induzido pelas

mesmas.(FRANCO apud KOX&GILMAN,2009,pg.11).

Outra forma de contaminação muito comum por hidrocarbonetos de

petróleo, provém dos postos de abastecimento de combustíveis, cujo as

principais fontes de contaminação do solo são o benzeno, tolueno, etilbenzeno

e xilenos, compostos BTEX(Freitas, 2008, pg. 12) podendo causar problemas

ao meio ambiente e a saúde pública, pois acumulam ao longo da cadeia trófica.

“No Brasil, a partir da publicação da resolução CONAMA

273, de 29 de novembro de 2000, atualizada posteriormente pela

resolução CONAMA 319 de 4 de dezembro de 2002, os postos

de combustíveis passaram a ser considerados como

empreendimentos potencialmente poluidores, estando

submetidos ao licenciamento prévio de suas instalações e plano

de encerramento de suas atividades, no caso de desativação, a

serem aprovados por órgão ambiental competente. Na fase do

licenciamento, os equipamentos e os sistemas de

armazenamento e abastecimento são testados e ensaiados para

comprovação da inexistência de vazamentos (FREITAS apud

CONAMA, 2008,pg 12).”

A figura 3 mostra o esquema de vazamento de combustível em um

tanque de armazenamento:

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O vazamento de combustíveis dos tanques atingem logo de imediato o

lençol freático, “o combustível pode atingir galerias de esgotos das cidades,

rede elétrica, metrôs subterrâneos podendo levar a explosões levando risco

aos usuários.”(Cunha 2008, pg.16).

No Brasil não existe uma legislação federal em vigência que determine

em forma de lei a proteção dos lençóis freáticos, e assim como toda resolução

ou lei ambiental no Brasil apenas determina que caso haja algum acidente, a

empresa responderá civil, administrativamente e penalmente as sanções,

sendo obrigada também a reparar os danos causados ao meio ambiente e a

sociedade civil de acordo com a lei de crimes ambientais 9.605 de 1998.

1.2.4 - Poluição por solventes clorados

A exploração de petróleo no Brasil em grande escala ainda pode

ser considerada recente, com a descoberta do pré-sal que promete colocar o

Brasil no “top 3” de maiores exportadores de petróleo e álcool no mundo, gera

e vai gerar milhões de empregos e levará o Brasil aos altos índices de

desenvolvimento econômico e possivelmente social nos próximos anos por

durante muito tempo.

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Porém a atividade industrial no Brasil está a todo vapor desde os tempos

da era Vargas, passou por altos e baixos momentos com as crises mundiais

mas ainda se mantém hoje como um dos carros chefes do crescimento

econômico do país impulsionado pela alta da venda de veículos e pela industria

têxtil.

Desde então a poluição por solventes clorados atingiu altas proporções

no Brasil, levando o setor industrial a investir em técnicas de biorremediação e

fitorremediação como forma de reverter os danos ambientais decorrente dos

vazamentos de contaminantes a base de cloro.

Como solventes clorados subentende-se, em

geral, solventes orgânicos que contêm cloro. Como

exemplos podem ser citados: tetracloroeteno

(percloroetileno), tricloroeteno (TRI, tricloroetileno),

1,1,1-tricloroetano (metilclorofórmio)2 ou diclorometano

(cloreto de metileno). No mais, podem ser considerados

solventes clorados outros compostos orgânicos que

possuem outros átomos além do cloro, como os fluor-

cloro-hidrocarbonetos fluoretados, ou hidrocarbonetos

clorados que não são solventes, como o inseticida

Lindan. (JAFFÉ,NICKOL&PARTNER,2008 pg.8)

Ainda segundo Nickol & Partner(2008),os solventes metálicos são

usados principalmente como desengraxantes de suferfícies metálicas, os mais

utililizado é o dicloro na fabricação de PVC e o cloreto de vinila para o mesmo

fim. O percloro é muito utilizado para lavagem de produtos a seco na indústria

têxtil. Outras aplicações são mais raras, principalmente as que tem como base

o tricloro o qual sua aplicação na indústria apresenta declínio desde os anos 80

A tabela da figura 4 mostra a produção de solventes clorados desde o

alavancamento do setor industrial no Brasil.

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Fonte: Jaffé,Nickol&Partner,

“Entre as principais causas para contaminação por

solventes clorados estão o enchimento excessivo de

recipientes de estocagem, processos incorretos de

manuseio, perdas e vazamento durante o enchimento, o

manuseio dos solventes no decorrer da produção,

armazenamento não seguro (vazamentos dos barris

devido a danificações) , vazamentos em canais de esgoto

acidentes no transporte.

(JAFFÉ,NICKOL&PARTNER,2008,2008 pg. 20)”

1.2.5 – Poluição por herbicidas ou pesticidas

A fitorremediação também é constantemente citada como alternativa

para remediação de pesticidas e herbicidas na agricultura usados para eliminar

pragas que são frutos na maioria das vezes do mau gerenciamento das

técnicas de plantio adotadas atualmente para suprir nas necessidades do

mercado brasileiro e mundial que tem o Brasil como um dos principais

fornecedores de alimentos no mundo atualmente. A agricultura no Brasil, se

desenvolve de maneira surpreendente, colocando o país em destaque também

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no mercado de biocombustível, no caso do etanol, um dos carros chefes de

divulgação da nossa agricultura no exterior.

Para dar conta da demanda, o país cada vez mais investe na agricultura

do pequeno ao grande agricultor, que por sua vez tem que lidar com todas as

pragas do campo que irão surgir e aumentar com a demanda em crescimento.

Nestes casos a fitorremediação se apresenta também como medida

para evitar a contaminação por herbicidas e pesticidas no solo e

consequentemente nas águas subterrâneas.

Mesmo que a fitorremediação ainda é pouco utilizada para despoluição

do solo por solventes clorados nas indústrias ou de pesticidas e herbicidas na

agricultura, o campo para esta área mostra-se muito promissor e será visto no

decorrer deste trabalho.

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CAP II- AS PLANTAS E A FITORREMEDIAÇÃO

Atualmente existem cerca de 10 milhões de espécies diferentes

catalogadas, o reino plantae é um dos grupos o quais possuem mais espécies

catalogadas ( em torno de 350 mil espécies).

De início, Lineu dividiu as espécies em dois reinos, animal e vegetal, e

com o passar do tempo, chegava-se a conclusão que dividir todas as espécies

em apenas dois grupos era muito redundante, o qual fungos e plantas dividiam

o mesmo reino, mesmo possuindo características muito diferentes, entre outros

milhares de casos.

Data-se que a evolução das plantas começou há mais de 400 milhões

de anos atrás na era Paleozóica.

Os vegetais vem desde estão colonizando o solo

e se adaptando a ambientes muito diversos, de forma tão

eficaz que poucos lugares do planeta são completamente

desprovidos de sua presença. Adaptação ambiental

promoveu a diferenciação de alguns desses vegetais;

estes, por seu maior nível de organização e estruturação,

foram denominados vegetais terrestres superiores ou

plantas superiores(cormófitos) Tais plantas são

caracterizadas pela presença da parte vegetativa área

organizada em caule e folhas, com raízes que servem

para fixar o solo.(ANDRADE, 2007, pg.11).

As plantas são importantes para a manutenção da vida planeta, são

responsáveis pelos ciclos de nitrogênio e do carbono, ajudam na regulação do

clima, seqüestram carbono, servem de alimentos para várias espécies de

animais e atualmente também são usadas para despoluir a água e o solo, e

não só o ar como se pensava há algumas décadas atrás.

O potencial genotípico, aliado às interações

simbióticas com diversos tipos de organismos, permite

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que determinadas plantas colonizem solos cujas

características químicas restrigem a presença de outras

espécies. Isso ocorre em solos salinos, ácido. Calcários,

pobres em nutrientes, ou excessivamente ricos em

elementos e substâncias presentes na matéria orgânica

em decomposição. .(ANDRADE, 2007, pg.12)

Essa adaptação que as plantas possuem de colonizar praticamente todo

tipo de solo, as tornam como elemento chave para colonizarem também solos

degradados por ação antrópica, uma vez que sua fisiologia de nutrição utiliza

como alimentos diversos contaminantes para realizar o autotrofismo.

“A colonização vegetal em solos degradados pode auxiliar na melhoria

de características físicas e químicas do local, inclusive no caso de solos

poluídos, resultando na redução dos teores do poluente ou de sua

periculosidade. “(ANDRADE, 2007, pg.12)

Com base nestas informações é possível afirmar que o uso de plantas

no processo de despoluição do solo, é uma alternativa viável para os

problemas ambientais que afetam a sociedade na atualidade. É uma alternativa

barata se comparada com as tecnologias mais utilizadas hoje, além do mais é

sustentável pois não só ajuda no processo de despoluição como também

auxilia na melhoria da qualidade do solo, e conseqüentemente das pessoas

que moram nas redondezas do local afetado.

No Brasil, apesar das favoráveis condições

edafoclimáticas ao desenvolvimento desse processo,

praticamente não é aplicado e ainda é desconhecido pela

grande maioria dos envolvidos na área ambiental,

promovendo assim o adiamento do problema, apesar

da existência de milhares de áreas potencialmente

contaminadas que nunca foram sequer investigadas.

( GIARDINI, 2010, pg.20).

A seguir será definido o processo de fitorremediação

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2.1 Fitorremediação

Para entender melhor o que venha ser a fitorremediação, faz-se

necessário aprofundar nas suas origens e suas primeiras aplicações.

A estimativa mundial para os gastos

anuais com a despoluição ambiental gira em torno de

25 - 30 bilhões de dólares. Este mercado, que já

estável nos Estados Unidos (7 - 8 bilhões), tende a

crescer no Brasil uma vez que os investimentos para

tratamento dos rejeitos humanos, agrícola e industrial

crescem à medida que aumentam as exigências da

sociedade e leis mais rígidas são aplicadas. Apesar

das pressões, são as tecnologias mais baratas com

capacidade de atender uma maior demanda e que

apresentam mais capacidade de desenvolvimento que

tendem a obter maior sucesso no futuro.( Dinardi, 2003,

pg. 1)

Mediante aos altos gastos com tecnologias de despoluição como a

incineração entre outros processos, muitos pesquisadores foram atrás de

técnicas mais baratas que correspondesse em qualidade e com custo reduzido.

A remediação surge como mecanismo responsável pela melhoria da

qualidade ambiental de um local que foi afetado por algum tipo de poluição. Dá-

se o nome de biorremediação natural quando o ser vivo é usado no processo

de despoluição de uma área afetada. “Dessa forma, nos casos em que as

plantas representam o principal mecanismo da biorremediação ou quando são

essenciais para desencadear o processo, denomina-se fitorremediação”.

(Andrade, 2007, pg.13)

A real origem e aplicação da fitorremediação e os

conceitos de suas várias derivações ainda apresentam-se

controversos. Entretanto, parece provável que a prática

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tenha se desenvolvido em períodos diferenciados nas

várias partes do mundo, e muitas das origens descritas

sugerem que sua aplicação tenha começado na

observação de melhorias ambientais naturalmente

decorrentes da presença de plantas em locais

contaminados o que se demonstrou o potencial de sua

utilização para esse fim.(ANDRADE, 2007,pg.13).

A fitorremediação teve sua expansão nos anos 90 nos Estados Unidos e

Europa, os quais grandes empresas do ramo de petróleo começaram a utilizar

para reparar seus danos. Empresas como a Bioplanta e a Phytotech

começaram a entrar neste mercado fazendo consultoria na área para grandes

empresas com a Union Carbite, Monsanto entre outras.

“Quando comparada com técnicas tradicionais como bombeamento e

tratamento, ou remoção física da camada contaminada, a fitorremediação em

sido considerada vantajosa, principalmente por sua eficiência na

descontaminação e pelo baixo custo.” (NALON apud PERKOVICH e

CUNNINGHAM 2008, pg.13)

2.2-As plantas na fitorremediação

A escolha da planta depende do mecanismo de ação dela para absorver

determinado composto, essas caracetrísticas podem ser naturais da planta ou

pode ser uma característica manipulada em laboratório, assim como são feitos

com os transgênicos.

A utilização da fitorremediação é baseada na

seletividade, natural ou desenvolvida, que algumas

espécies exibem a determinados tipos de compostos

ou mecanismos de ação. Esse fato é de ocorrência

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comum em espécies agrícolas e daninhas, tolerantes

a certos herbicidas. A seletividade deve-se ao fato

de que os compostos orgânicos podem ser

translocados para outros tecidos da planta e

subseqüentemente volatilizados; podem ainda sofrer

parcial ou completa degradação ou ser transformados

em compostos menos tóxicos, especialmente menos

fitotóxicos, combinados e/ou ligados a tecidos das

plantas (NALON apud ACCIOLY & SIQUEIRA, 2008,

pg.13)

Os vegetais atuam de duas maneiras para retirar os

contaminantes do solo, metabolizando ou acumulando nos seus tecidos,

transformando o composto em outro ou fazendo a mineralização dele, ou

extraindo contaminantes da água subterrânea enfraquecendo sua fonte

de poluição. “Segundo Andrade, a presença de plantas propicia meio

favorável ao aumento da atividade microbiana, que degrada ou participa

das etapas de degradação do contaminante” (Andrade, 2007, pg. 37).

O estímulo ao desenvolvimento da atividade microbiana pode

ocorrer segundo Andrade (2007)das seguintes formas:

• Exsudatos provenientes das raízes que contendo compostos

orgânicos, fornecem nutrientes aos microrganismos;

• Material vegetal em decomposição, que enriquece o solo

com carbono, energia e nutrientes;

• Enzimas encontradas em tecidos aéreos que, liberadas após

decomposição sob o solo, auxiliam na quebra de compostos

tóxicos ou de difícil degradação por microrganismos;

• Redução dos teores de de compostos voláteis por

evapotranspiração das plantas, até níveis que permitem a

sobrevivência e ação de microrganismos biorremadiadores;

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• Sombreamento e aumento da umidade do solo, modificando

o ambiente e trazendo condições ambientais mais favoráveis

os desenvolvimento microbiano. (Andrade, 2007, pg. 37e 38).

Uma das grandes vantagens que viabilizam a utilização da

fitorremediação é a possibilidade desta técnica remediar diversos

contaminantes simultâneamente o que geralmente ocorre com defensivos

agrícolas que são utilizados em larga variedade na agricultura, que são

geralmente degrados em CO2 e H2O pela planta para sua própria nutrição.

Esta técnica utiliza o mesmo maquinário e insumos utilizados na

agricultura e sivicultura, facilitando para o agricultor aplicar esta técnica em seu

próprio benefício, evitando multas por parte do órgão ambiental ou até mesmo

quando já tenha levado multa por contaminação da área.

A grande desvantagem da fitorremediação seria o tempo para que se

obtenha os resultados, pois mesmo que a planta esteja modificada

genéticamente para que absorva com maior velocidade ou quantidade

determinado contaminante, ainda assim ainda não se compara com a rapidez

que uma tecnologia mecânica faria.

Além do mais o principal risco que pode ocorrer seria da planta entrar na

cadeia de alimentar dos seres vivos da região que assim consumirão a planta

que está contaminada causando assim o fenômeno da bioacumulação ou

biomagnificação, gerando mais prejuízos.

Na figura 5 abaixo temos o esquema de como aconteceria a

bioacumulação do solo até o homem.

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Fonte: Secan

É uma técnica que assim como qualquer outra requer atenção em sua

manipulação.

No próximo capítulo será mostrado os mecanismos utilizados na

fitorremediação de solo contaminado.

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CAPÍTULO III- TÉCNICAS DE FITORREMEDIAÇÃO

DO SOLO PARA REMOÇÃO DE POLUENTES

ORGÂNICOS

Usar plantas para absorver contaminantes do solo pode parecer um

tanto complicado e lento para a maioria do empresariado e para os gestores

ambientais, e assim como qualquer outra técnica, exige conhecimento prévio,

pois engloba alguns seguimentos da biologia como a botânica, ecologia,

bioquímica e também conhecimentos de engenharia agrônoma e ambiental,

sendo necessário então uma equipe multidisciplinar nas áreas abrangentes,

caso o projeto seja de larga escala.

Apesar da fitorremediação ser uma técnica pouco difundida no Brasil e

também mais restrita a grandes empresas, no mercado existem diversos tipos

de processos pelo qual é possível fazer a fitorremediação. Neste capítulo

veremos os principais mecanismos e algumas plantas que tem dado resultado

no nosso país.

3.1-Mecanismos de Fitorremediação

Os principais mecanismos de fitorremediação feitos pela planta são:

• Fitoextração: o contaminante é armazenado no tecido vegetal para o

descarte;

• Fitotransformação:ou Fitodegradação: o contaminante é é convertido

para formas menos tóxicas;

• Fitovolatização: ocorre a volatização do contaminante que logo após é

liberado para a atmosfera;

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• Fitoestimulação: o contaminante sofre biodegradação através da

atividade microbiana;

• Fitoestabilização: o poluente é imobilizado por meio de sua lignificação

ou humificação(Andrande, 200, pg.14)

A exemplo desses mecanismos temos a figura 6 a seguir:

3.1.1- Fitoextração

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Mecanismo pelo o qual a planta utiliza para absorver contaminantes

extraídos do solo, água ou do ar, não havendo necessidade de

degradação.Segundo Andrade(2005) as espécies são plantadas e

posteriormente colhidas com intuito de deixar o local livre de substâncias

tóxicas. O modo como o material vegetal será descartado varia de acordo com

a espécie da planta, do risco ambiental e também de sua capacidade de

bioacumulação nos seus tecidos. “Dependendo do caso, o tecido vegetal pode

ser incinerado, depositado em aterro, co-processado na fabricação de cimento,

ou em caso de aproveitamento utilizado para produção de fibras, móveis

etc.”(ANDRADE, 2005, pg. 15).

Plantas que acumulam contaminantes em seus tecidos já possuem está

capacidade naturalmente, porém podem ser manipuladas em laboratório a fim

de potencializar sua capacidade bioacumuladora. Muitas dessas plantas já são

naturalmente encontradas no local onde aconteceu determinado dano

ambiental, facilitando para o profissional que está a frente do projeto a

encontrar qual planta ideal que melhor se adepta para aquele solo.

Para este processo, as plantas mais utilizadas atualmente são da família

das Brassicaceae, Euphorbiaceae, Asteraceae, Lamiaceae ou

Scrophulariaceae. Podemos destacar dentro dessas famílias as seguintes

espécies utilizadas para a fitorremediação: Brassica juncea(mostarda da índia),

Brassica napus(canola), Hybrid poplar tress, Hybrid Helianthus

annuus(girassol) e Medicago sativa(alfafa).(ANDRADE, 2007, pg.17)

3.1.2-Fitoestimulação

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É o mecanismo que envolve microrganismos associados a planta para

realizar a fitorremediação. “As raízes em crescimento (extremidades e

ramificações laterais) promovem a proliferação de microrganismos

degradativos na rizosfera, que usam os metabólitos exsudatos da planta como

fonte de carbono e energia.” (GIARDINI, 2010, pg.28)

Segundo Andrade (2007), Quando ocorre nas raízes é chamado de

rizodegradação porque as raízes das plantas e os microorganismos

decompõem o contaminante. A exemplo dos microorganismos que associados

as plantas realizam a fitoestimulação são: Alacaligens eutrophus H850,

Corynebacterium SP MBI e Pseudomonas LB400.(ANDRADE, 2007, pg.20).

É um dos mecanismos de fitorremediação mais usado para remover

poluentes orgânicos, referente a inorgânicos ainda é pouco utilizado.

3.1.3-Fitoestabilização

Segundo Giardini (2010)os processos de fitoestabilização envolvem a

imobilização no solo, humificação e lignificação nos tecidos vegetais.

Envolve mecanismos físicos, químicos que protegem o solo da

lixiviação, erosão e chuvas.

O mecanismo é definido pelo uso de plantas para

imobilizar contaminantes no sistema solo-planta, visando reduzir

a biodisponibilidade destes contaminantes e previnir sua entrada

em águas subterrâneas ou na cadeia alimentar.

(ANDRADE,2007,pg.21)

A exemplo de plantas que podem ser utilizadas processo temos a

Canavalia ensiformis (L.)

3.1.4-Fitodegradação ou Fitotransformação

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A degradação de poluentes é feita através da atividade enzimática

da planta, degradando moléculas mais complexas em mais simples a exemplo

do tolueno que pode ser degradado em glicol ou glicocálix. É muito utilizado

para poluente orgânicos como os herbicidas, tricloroetano e o trinitrotolueno.

Segundo Andrade(2007) a fitodegradação vai depender do tipo de planta, da

idade do contaminante entre outras características físicas e químicas da planta.

As plantas mais utilizadas neste processo são muitas vezes do nosso cotidiano

como o feijão( Phasealus coccineus L.) e alguns cereais.

3.1.5-Fitovolatização

É o mecanismos pelo qual as plantas ou microorganismos envolvidos

utilizam a volatização para a remoção de poluentes no solo. Segundo

Andrade(2007) a volatização pode ocorrer pela biodegradação na rizosfera ou

após a passagem na própria planta, tendo como grande vantagem a

possibilidade de remoção do poluente do ecossistema.

A desvantagem de sua utilização se deve ao fato de existir o risco de a

planta liberar o poluente na atmosfera, a exemplo do mercúrio(Hg). É muito

utilizado para poluentes inorgânicos e pouco utilizado para poluente orgânicos.

Para remoção de poluentes orgânicos como os herbicidas e

fertilizantes são utilizadas árvores de choupo(Papulus) na agricultura.

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CAPÍTULO IV- FITORREMEDIAÇÃO COMO

MERCADO DE TRABALHO PARA O GESTOR

AMBIENTAL

No decorrer dos capítulos anteriores foram abordados os

principais poluentes orgânicos, vantagens e desvantagens da fitorremediação,

os mecanismos e plantas utilizados. É um campo em expansão e que no Brasil

seria muito interessante aprimorar as pesquisas no campo para que se possa

desfrutar de todos os benefícios da fitorremediação com segurança.

Mas como o Gestor Ambiental pode ser inserido neste campo?

Neste capítulo iremos abordar o mercado de trabalho da fitorremediação

de solo para o Gestor Ambiental.

4.1-Gestão Ambiental

Segundo Bruns (2008), a gestão ambiental é consequência

natural da evolução do pensamento da humanidade em relação à utilização

dos recursos naturais de um modo mais sábio, onde se deve retirar apenas o

que pode ser reposto ou caso isto não seja possível, deve-se, no mínimo,

recuperar a degradação ambiental causada.

Neste contexto o gestor ambiental aparece como o profissional que tem

como objetivo de organizar, orientar, planejar as ações humanas sobre a

natureza, buscando sempre o equilíbrio homem-natureza para que possamos

viver em harmonia com o meio ambiente preservando-o também para gerações

futuras, esta definição é constantemente citada também para definir o

desenvolvimento sustentável.

Dentro das funções o qual o gestor ambiental pode executar estão

segundo o site Brasil Profissões (2011):

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• Educação: trabalhando com a educação e conscientização da população

em escolas e comunidades, mostrando para a sociedade que o

desenvolvimento pode ser aliado à preservação da natureza. A

sustentabilidade de economia é imprescindível para que os processos de

extração naturais continuem

• Extração natural: trabalha junto a processos de retirada de recursos

naturais, implantando projetos e técnicas que visem a preservação

ambiental e utilizem a matéria-prima da maneira mais consciente possível.

Nesse setor, pode trabalhar com empresas públicas ou privadas,

promovendo sempre a sustentabilidade das atividades exercidas

• Projetos de gestão e ocupação: trabalha com a análise de uma região e

com a elaboração de projetos de ocupação na tentativa de reduzir os danos

ambientais

• Fiscalização: trabalha na fiscalização do cumprimento das normas

ambientais, e na manutenção de projetos de administração ambiental

existentes

• Reversão de danos: trabalha em projetos de reversão dos danos

causados e de revitalização do meio ambiente, como despoluição de rios e

solos, etc

• Obras: trabalha no acompanhamento de grandes obras o no

planejamento de projetos de diminuição dos danos causados por elas,

estabelecendo o local mais adequado e as técnicas que devem ser

utilizadas. Esses projetos podem ser de ordem pública ou privada, como por

exemplo: projetos de construção de hidrelétricas, de transposição de rios, de

construção de industrias, de sistemas de drenagem e irrigação, entre outros.

O lema da gestão ambiental deve ser sempre segundo Albuquerque(2009),

usar com racionalidade os recursos da natureza, respeitar a capacidade de

suporte(regenerativa) dos ecossistemas e o compromisso com as gerações

furutras

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4.2 -Gestor Ambiental e a Fitorremediação

Mediante as definições de objetivos e funções no sub capítulo

anterior, é possível dizer que o gestor ambiental é de essencial importância

para o andamento dos projetos de fitorremediação, sendo o profissional

responsável pela elaboração dos projetos de execução, assim como também

responsável por gerenciar todo o andamento do projeto.

O profissional gestor ambiental pode ter qualquer formação

superior, é uma área multidisciplinar, sendo necessária alguma especialização

na área. No caso do gestor ambiental para a área de fitorremediação na

prática, é necessário também que ele tenha alguma formação em nível de

graduação em áreas relacionadas ao meio ambiente, como por exemplo a

Biologia, Engenharia Agrônoma , Ciências Agrônomas, Engenharia Florestal,

entre outras áreas de conhecimento, ou que tenha um profissional

especializado no assunto responsável pela parte técnica.

O Gestor Ambiental pode atuar desde na parte de responsabilidade

social do projeto representando o rosto da empresa perante a comunidade, até

na execução das tarefas práticas como método do plantio. É um profissional de

extrema importância para o sucesso de qualquer projeto relacionado ao meio

ambiente.

Como todo projeto que envolve meio ambiente, ainda mais quando

trata-se de uma situação em que houve algum acidente que resultou em

poluição ambiental, o gestor ambiental precisa ter “jogo de cintura” para lidar

com a população do entorno, visando uma melhor comunicação entre a

empresa e a população, buscando um melhor acordo para ambos, pois a

empresa estará ali por muito tempo e precisa do apoio da população local,

facilitando assim seu desenvolvimento no local.

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CONCLUSÃO

Em todo decorrer deste trabalho foi apresentado às vantagens

desvantagens da técnica de fitorremediação do solo contaminado por

poluentes orgânicos de uma forma simples e objetiva. Este trabalho teve como

principal objetivo mostrar o que feito e o que vem sendo feito em termos de

fitorremediação do solo, que apesar de pouco difundida no Brasil, a técnica foi

disseminada nos Estados Unidos e Europa com sucesso, mostrando ser

facilmente adaptada para diferentes países, solo e biodiversidade, facilmente

manipulável após prévio estudo e bem aceito pela sociedade em geral.

A fitorremediação deve ser mais pesquisada e explorada para que

possamos ter total domínio e reduzir assim os possíveis problemas que podem

surgir em decorrer da má manipulação da técnica.

O Brasil apresenta todas as características positivas para desenvolver a

fitorremediação do solo contaminado por orgânicos, temos uma grande

variedade de plantas que realizam com sucesso a absorção de poluentes,

temos a agricultura, a indústria, a exploração de petróleo em constante

desenvolvimento que eventualmente ocorrem acidentes que venham a poluir

nosso solo, água e ar, causando má impressão perante a sociedade e

danificando a biodiversidade e a paisagem. É uma forma de despoluir

totalmente sustentável, apresenta baixo custo referente às tecnologias mais

usadas, que apesar de serem mais rápidas nos processo de despoluição, são

também mais difíceis de manipular, muitas das vezes fazem barulho e aumenta

o fluxo de tráfego na região.

É necessário investir para que os centros de pesquisas espalhados por

todo o Brasil possam realizar as pesquisas neste campo, formar profissionais

capacitados para aprimorar as técnicas, porque assim como qualquer outra,

exige adaptação de acordo com o clima, vegetação, solo do país que pretende

utilizar, não simplesmente “copiar” a técnica como é feito muitas das vezes.

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Mediante a todas as informações mostradas neste trabalho, conclui-se

que a fitorremediação de contaminantes orgânicos no solo, é uma alternativa

viável, ecologicamente sustentável, e facilmente adaptável em qualquer região

do Brasil, merecendo a devida atenção das empresas e seus gestores

ambientais que ainda carecem de conhecimento sobre a fitorremediação.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO pg.1

AGRADECIMENTOS pg.3

DEDICATÓRIA pg.4

RESUMO pg.5

METODOLOGIA pg.6

SUMÁRIO pg.7

INTRODUÇÃO pg.9

I –POLUIÇÃO DO SOLO POR CONTAMINANTES ORGÂNICOS

Pg.11

1.1- Conceito de solo pg.11

1.2 Poluição do Solo pg.13

1.2.1- Conceito de poluição pg.13

1.2.2- Principais contaminantes orgânicos no solo pg.13

1.2.3- Poluição por hidrocarbonetos de petróleo pg.16

1.2.4- Poluição por solventes clorados pg.18

1.2.5- Poluição por herbicidas ou pesticidas pg.20

Cap II- AS PLANTAS E A FITORREMEDIAÇÃO pg.22

2.1- Fitorremediação pg.24

2.2- As plantas na fitorremediação pg.25

CAP III- TÉCNICAS DE FITORREMEDIAÇÃO DO SOLO PARA

REMOÇÃO DE POLUENTES ORGÂNICOS pg.29

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3.1–Mecanismos de fitorremediação pg.29

3.1.1- Fitoextração pg.30

3.1.2-Fitoestimulação pg.32

3.1.3-Fitoestabilização pg.32

3.1.4-Fitodegradação ou Fitotransformação pg. 33

3.1.5-Fitovolatização pg.33

CAPÍTULO IV- FITORREMEDIAÇÃO COMO MERCADO DE

TRABALHO PARA O GESTOR AMBIENTAL pg.34

4.1-Gestão Ambiental pg.34

4.2 -Gestor Ambiental e a Fitorremediação pg.36

CONCLUSÃO pg.37

BIBLIOGRAFIA pg.39

WEBGRAFIA pg.41

Autora pg.45

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 Componentes do solo pg.12

Figura 2 Águas superficiais pg.14

Figura 3 Vazamento de combustível pg.18

Figura 4 Produção de solventes clorados no Brasil pg.20

Figura 5 Bioacumulação pg. 28

Figura 6 Métodos de Fitorremediação pg.30

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AUTORA

Ana Clara de Almeida Bernardino

Bacharel em Ciências Biológicas - UniverCidade