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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ORIENTADOR EDUCACIONAL EM ARTICULÇÃO AO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO Por: Juliana da Silva Oliveira Orientador Prof. Geni Lima Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · PENTEADO (2010), obtem-se um traçado histórico do profissional de Orientação Educacional e suas práticas. Ao

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ORIENTADOR EDUCACIONAL EM ARTICULÇÃO AO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Por: Juliana da Silva Oliveira

Orientador

Prof. Geni Lima

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ORIENTADOR EDUCACIONAL EM ARTICULÇÃO AO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Orientação Educacional e

Pedagógica

Por: Juliana da Silva Oliveira

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por mais esta oportunidade de

desbravar o mundo do conhecimento.

À família, pela compreensão nos

momentos de ausência e estímulo ao

retorno à vida acadêmica.

A minha mãe, que em tantos sábados,

alimentava minha família e dáva-me a

chance de alimentar meus sonhos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente ao

meu filho, cujo futuro encontra-se nas

mãos de Deus e duplamente nas minhas,

pela responsabilidade de ser mãe e

educadora.

Também a todos os alunos que passaram

pela minha vida profissional, que eu

possa contribuir com a educação de meu

país, como agente de transformação,

capaz de fazer a diferença rumo a uma

educação de qualidade.

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RESUMO

A presente pesquisa tem por finalidade trazer à tona reflexões a respeito

das atribuições do profissional de orientação educacional frente ao Projeto

Político-Pedagógico, no que tange a sua elaboração e prática no cotidiano

escolar.

Apresenta um relato histórico da educação no Brasil e o surgimento do

orientador educacional, elencando suas atribuições nos diferentes contextos

históricos, como também os principais conceitos concernentes à proposta

pedagógica de ambientes escolares e a função dos mesmos na vida dos

cidadãos que pela mesma passam.

Pretende-se assim, promover a compreensão da funcionalidade do

espaço escolar e sua respectiva proposta, tendo como foco as ações do

orientador educacional.

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METODOLOGIA

O presente estudo partiu das vivências experimentadas em doze

anos de magistério e observação da atuação do profissional de Orientação

Educacional no ambiente educativo, juntamente às teorias abordadas no

campo acadêmico.

O enfoque da reflexão se dá a partir do questionamento de como

o profissional de Orientação Educacional poderia contribuir no processo de

elaboração e efetivação/implementação do Projeto Político-Pedagógico.

Para iniciar esta busca de respostas, foi necessária uma pesquisa

de material bibliográfico que abarcasse os assuntos pertinentes ao referido

tema à luz dos principais teóricos estudados durante a vida acadêmica e sob

um olhar criterioso das práticas educativas.

A fim de compreender melhor os contextos históricos da

educação brasileira, menciona-se ARANHA (1996), que discute aspectos

sociais, políticos e econômicos que foram capazes de influenciar a educação

ao longo do tempo.

Através de PORTO (2009), GRINSPUN ( ) e GICAGLIA e

PENTEADO (2010), obtem-se um traçado histórico do profissional de

Orientação Educacional e suas práticas.

Ao pesquisar e refletir as questões trazidas por CAMPBELL

(2010), LIBÂNEO (1994), VASCOCELLOS (2005), GANDIN (2011), VEIGA

(1995), DEMO (1993), é possível construir subsídios de grande relevância

acerca da elaboração de um Projeto Político-Pedagógico e questões relativas

ao planejamento como prática pedagógica

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Dentro desta proposta faz-se necessária a amplitude de

discussão quanto à gestão escolar no que concerne à participação dos agentes

envolvidos, mencionando-se LÜCK et al (2002).

Para subsidiar as pontuações de caráter mais filosófico, fiz-se

importante a obra de CHALITA (2004), contribuindo com um olhar crítico sobre

educação e sociedade, juntamente aos fazeres da escola enquanto ambiente

de construção de prática social.

No cerne da Psicologia, CUNHA (2000), apresenta e reflete

analiticamente as teorias de Pavlov, Watson, Skinner, Piaget e Vygotsky,

ressaltando as teorias do Behaviorismo e a teoria do desenvolvimento

cognitivo.

É impossível pensar em educação sem trazer para o diálogo as

LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO e os PARÂMETROS

CURRICULARES NACIONAIS, documentos norteadores das práticas

educativas no cotidiano.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - Um passeio histórico pela história da educação brasileira 10

CAPÍTULO II - Surgimento da Orientação Educacional e seus diferentes

contextos 16

CAPÍTULO III – Atribuições do profissional de Orientação Educacional 24

CAPÍTULO IV – Projeto Político-Pedagógico 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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INTRODUÇÃO

Segundo Chalita (2010, p.12):

“Falar sobre educação é expressar sobre a única

alternativa política e social para que este país encontre a

dimensão de sua grandeza e para que o povo que aqui

vive encontre a dignidade.”

Pensar em educação é, primeiramente, questionar acerca do papel

que a escola exerce sobre os que por ela passam. Que espécie de ser humano

deseja-se formar? Como a escola pode ser agente de transformação na vida

do indivíduo?

Para iniciar este tipo de reflexão, dentro dos temas pertinentes a

esta pesquisa, é importante valorizar o sujeito, o qual traz consigo sonhos,

história, experiências, valores e expectativas.

Dentro deste contexto está a figura do Orientador Educacional que,

junto aos demais profissionais da educação, devem traçar o perfil do sujeito

desejado no processo de sua formação. Cabe à escola, identificar as

características da comunidade na qual está inserida, documentando-as em seu

Projeto Político-Pedagógico, para alcançar os objetivos de suas propostas com

sucesso.

Na presente pesquisa há de ser percebido, desde os primórdios, que

há uma intencionalidade em cada período histórico no processo formador dos

indivíduos. Mas a favor de quem?

Veiga (2010, p.11) define: “a escola é o lugar de concepção,

realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que necessita

organizar seu trabalho pedagógico com base em seus alunos.”

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CAPÍTULO I

UM PASSEIO HISTÓRICO PELA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA

”Se uma classe possui toda à riqueza e toda a educação,

enquanto o restante da sociedade é ignorante e pobre,

pouco importa o nome que dermos à relação entre uns e

outros: em verdade e de fato, os segundos serão os

dependentes servis e subjugados dos primeiros.”

(MANN apput ARANHA,p.138)

Para melhor compreensão do tema em estudo faz-se necessário

o traçado de uma linha histórica dos contextos educacionais do Brasil,

alicerçados em bibliografia especializada.

No período colonial observa-se que o ato de educar estava

interligado à religiosidade, onde o predomínio era jesuítico. O objetivo era

tornar cristã a civilização.

Aos brancos estava reservado mais estudo, aos índios, a

catequese; havendo choque de valores, pois não tinham seus costumes e

valores respeitados, mas aos mesmos era imposta uma cultura da qual não se

fazia parte e aos negros não lhes era permitido ter acesso à educação, apenas

por meio dos “sermões” eram inculcados os valores politicamente corretos. Os

jesuítas monopolizam o ensino de caráter tradicional com mais de seiscentas

escolas espalhadas pelo Brasil com o apoio da Coroa Portuguesa que lhe

doava terras.

É possível perceber que desde essa época, nas entrelinhas

destas práticas, estava mascarado o objetivo de alcançar através da religião a

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manipulação da massa para dominar sócio, cultural e economicamente. Logo,

importa que a educação seja desigual.

A partir do século XVII, ocorre a ascensão da burguesia com a

implantação do capitalismo. Percebe-se uma intensificação do comércio, onde

a colonização assume características empresariais. Há um aumento das

manufaturas cujos formatos alteram a formas de trabalho.

Com o fortalecimento da burguesia, surgem as primeiras ideias

liberalistas, excessivo controle estatal da economia e o questionamento da

legitimidade do poder real, exprimindo os anseios burgueses. (Só exercem

“cidadania” aqueles que possuem dinheiro.)

O advento de mudança iniciou-se no século XVIII a partir da

Revolução Industrial, cujo desenvolvimento fabril ocorre em larga escola e há a

necessidade de dividir o trabalho. Também é o tempo de consolidação da

burguesia.

Em se tratando de Brasil, a alteração surge com o ciclo da

mineração, quando surgiu uma diferente organização social (a classe média), o

aumento da população das zonas urbanas e um mercado interno nacional,

sendo necessária assim, uma preparação primária oferecida pela escola.

Marquês de Pombal, uma década mais tarde, retrocede todo

sistema educacional brasileiro, implantando oficialmente em 1772 o ensino

público, com aulas régias. Em seguida, expulsou os jesuítas, extinguindo a

Companhia de Jesus em 1773.

Houve uma desestabilização do sistema escolar já que os jesuítas

possuíam o monopólio do setor educacional da época. É notável o

analfabetismo e a precariedade no ensino.

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Com o ideário iluminista sendo disseminado, não fazia mais

sentido articular ensino à religião.

No princípio do período republicano, no Brasil, a educação é

influenciada pela corrente positivista expressa na Reforma Benjamin Constant

de 1890 e seus seguidores, como Miguel Lemos e Teixeira Mendes. Enquanto

na Europa Augusto Comte valoriza a ciência como auge do conhecimento, no

Brasil o desejo de superar o ensino de caráter humanístico e literário não sai do

mesmo.

Ao que consta nos relatos das fontes consultadas é que nada

modificou-se em termos de educação na época republicana, onde mais uma

vez permaneceu a mentalidade das elites brasileiras em defender uma

formação para o trabalho e atividade manual para as massas populares em

detrimento de uma educação privilegiada para um pequeno grupo.

De acordo com PORTO (2009, p.28):

“o fato de existir um sistema alternativo de educação para

essas crianças denota, antes de tudo, o elitismo do

sistema de ensino brasileiro e sua incapacidade em

absorver alunos provenientes de camadas mais pobres da

população.”

Com a queda da monarquia em 1889, inicia-se o período da

Primeira República, onde o positivismo ganha espaço, principalmente no

âmbito militar, voltando-se para as ciências exatas e engenharia. Em 1930 é

criado o Ministério da Educação e Saúde.

Em relação à educação, os efeitos são passageiros, mas a

educação básica ainda é vista com desinteresse pelos “poderosos”, destaca

ARANHA (1996, p.197):

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“assim, é reforçado o viés elitista, enquanto a educação

básica continua a receber menor atenção. O secundário,

privilégio das elites, permanece acadêmico e

propedêutico, voltado para a preparação ao curso

superior e humanístico, apesar dos esforços dos

positivistas para reverter este quadro. Persiste portanto o

sistema dual de ensino.”

Aqui começa uma pressão feita pelo operariado por uma

educação mínima. Surgem, então, os “entusiastas da educação”. Neste

contexto os pensamentos ligados à Escola Nova de John Dewey invadem o

Brasil, requisitando uma educação igualitária, porque acreditam poder

transformar a sociedade por meio da escola, destacando-se Anísio Teixeira.

Em 1932, é publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação

Nova, liderado por Fernando de Azevedo, defendendo a educação obrigatória,

pública, gratuita e leiga como um dever do Estado em âmbito nacional.

Mesmo com as marcas de dualidade do passado características e

visíveis no sistema, a partir da Constituição de 1934 a educação teve algumas

reformas visando melhoria do ensino no que se refere às verbas e fiscalização,

mas a dicotomia trabalho intelectual e manual não deixou de existir. A

educação para as classes populares tinha uma posição assistencialista e não

como direito.

A partir do golpe de 1937, a educação ainda voltada para o

trabalho manual nas escolas primárias e secundárias, cria a educação

profissional destinada Às classes menos favorecidas, pois era necessário

formar mão-de-obra para atuar nas indústrias e comércio.

Durante a ditadura de Vargas o ensino secundário sofre uma

reestruturação, especificando inclusive, sua finalidade de formar integralmente

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os jovens a partir do patriotismo, tendo em vista a cultura geral e humanística,

dar condições para ingresso no ensino superior e a formação de lideranças.

Com o avanço da industrialização, a classe média busca crescer

através da educação, desprezando o ensino profissionalizante. E por haver um

processo seletivo rigoroso, continua vigorando uma educação dual, onde

inclusive a educação feminina deveria ser oferecida por instituições

especializadas.

Em 1942 é criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial) e 1946, o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial)

para possibilitar formação e capacitação profissionalizante. Também é criado o

sistema supletivo de ensino e chama-se atenção quanto à formação docente.

Ainda assim, depois de tantas reformas, o ensino fundamental

permanece em segundo plano.

No período de 1945 e 1964, volta-se à democracia, onde os

governantes são escolhidos pelo povo. No início da década de 60, debate-se

acerca de um anteprojeto da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que leva nada

mais que 13 anos para entrar em vigor. Os “pioneiros da educação” tomam à

frente novamente na luta pelos valores já defendidos anteriormente e tentam

alertar a massa para a criticidade como forma de repensar a situação alienada

na qual está inserida.

Na década de 70 a corrente pedagógica de caráter histórico-

crítico defende a ideia de reverter os quadros de alto índices de analfabetismo,

evasão, repetência e sua marca de excludência. Há ampla reforma no ensino

onde agora há a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos, extinguindo

o exame de admissão. Também surgem propostas que defendem o fim do

caráter assistencialista e de confinamento a que alguns setores educacionais

se propunha.

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De 1988 a 1996 a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) sofre algumas

alterações, visando atender às demandas populares em busca de dar mais

qualidade à educação, contando com esforços de pessoas comprometidas com

a causa da educação a favor de democracia, participação e reflexão das ações.

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CAPÍTULO II

SURGIMENTO DO PROFISSIONAL DE ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL

É possível perceber através dos tempos que, o processo de

educação, ocorre de forma ao ser humano sentir a necessidade de ser

orientado até que em determinada circunstância possa prosseguir sozinho.

Desta necessidade surge, nos Estados Unidos, no século XX, o

profissional de Orientação Educacional, com o objetivo de orientar estudantes

na escolha profissional, de acordo com estudos realizados por GIACAGLIA e

PENTEADO (2010).

O surgimento deste profissional se dá a partir da mudança dos

olhares que antes eram focados na figura do professor e agora é deslocado

para o aluno. Sendo somente no século XX o aluno a ser visto como sujeito,

carregado de história, desejo e construtor de seu conhecimento, antes só do

professor. O orientador educacional entra, neste contexto, para reconhecer as

diferenças individuais e “tratar” as dificuldades e carências.

Já no Brasil, surge através de Lourenço Filho, grande expoente

da educação, que cria o “Serviço de Orientação Profissional e Educacional”,

em 1931, extinto em 1935. Já na legislação federal, surge no Decreto – Lei no.

4073, de 30/01/42.

Na Lei no. 5564 de 21/12/68 o Orientador Educacional visa a uma

ação de caráter assistencialista e de aconselhamento.

Com a implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases de 96, o

Orientador Educacional é ressaltado tendo em vista ser responsável pelo pleno

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desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e

qualificação para o trabalho.

Não há como falar do Orientador Educacional sem mencionar o

marco das mudanças em todos os âmbitos, principalmente na educação e cujo

cenário serviu de base para tais mudanças, denominada Revolução Industrial.

Através deste processo as famílias começaram a sair de suas

casas para o trabalho e a educação dos filhos foi atribuída a terceiros. Em

termos de instituição escolar foi preciso aumentar a oferta de vagas para

atender à demanda que este evento produzira.

Aumenta-se a escola com estrutura física e humana também.

Agora era necessário um profissional especializado capaz de responder às

questões de ordem do dia tanto de professores quanto de alunos. Surgem nos

alunos problemas de caráter psicológico, de relacionamento, familiar, dentre

outros.

Nesse momento de evolução era preciso mão-de-obra

especializada, sendo profissional de Orientação Educacional direcionado a

tratar da orientação vocacional, aparecendo nestes moldes no fim do século

XIX, primeiramente em São Francisco e em Boston, nos Estados Unidos e

posteriormente na França, chegando também em terras brasileiras. De acordo

com a teoria de Parsons que diz: “homem certo na função certa”, analisando o

perfil pessoal e função a qual a pessoa queria exercer.

Mesmo muito articuladas, a Orientação Educacional começa o

rompimento com a orientação vocacional e torna-se independente. Depois

assume posição de caráter corretivo.

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A Orientação Educacional, num primeiro momento, confunde-se

com orientação vocacional. Num segundo momento assume uma postura

terapêutica e corretiva e, por último, seu caráter é preventivo.

Inicialmente, a escola atendia à elite. Agora, com as

transformações decorrentes tem de abrir as portas a todos, havendo três tipos

de escola: a de formação técnica, a gratuita e popular (sem formação

profissional) e particular (voltada para a elite, preparar para o vestibular).

PENTEADO e GIACAGLIA (2010,p.13) ressaltam que “a proposta de

tarefas evolutivas caracteriza o novo rumo que a orientação educacional

passaria a seguir, o da Psicologia do Desenvolvimento”, teoria dialogante com

as teorias de Jean Piaget e Vygotsky. Segundo Piaget, todo sujeito possui a

capacidade de realizar várias operações necessárias à aquisição do saber,

como: observar, classificar, relacionar, etc. Ele acreditava que a aquisição do

saber não se dava de forma cumulativa, mas este era reelaborado ao longo da

vida e acontecia de forma dinâmica, onde o sujeito sofre a influência do meio,

alterando o que já se sabe, reelaborando o saber e adaptando-se a ele.

Apesar de os estudos de Piaget não apresentarem objetivos com

fins pedagógicos, os mesmos vem de encontro ao âmbito educacional a partir

do momento em que, de acordo com um padrão, ajuda a estabelecer objetivos

educacionais relacionados aos estágios de desenvolvimento do sujeito,

respeitando suas reais possibilidades mentais e utilizam o erro como

estratégia/hipótese na construção do conhecimento.

Enquanto os testes psicológicos estão de acordo com o Tecnicismo,

o paradigma de Piaget tem como foco da aprendizagem a particularidade de

cada sujeito, capaz de construir seu próprio saber.

Recebe influência de Augusto Comte com o positivismo na

Orientação Educacional através do Behaviorismo, predominante nos Estados

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Unidos. Pretendia estudar os sujeitos da mesma forma que estudava os

objetos, com a mesma praticidade, deixando de lado a Psicologia, utilizando-se

dela apenas o estudo de comportamentos visíveis e mensuráveis.

O Behaviorismo, também chamado Comportamentalismo, termo

criado pelo pesquisador Jonh B. Watson, dando origem a outras vertentes mais

tarde.

Pavlov e Skinner também se constituíram grandes expoentes desse

modelo, que de acordo com WATSON apput CUNHA quando analisa (2000,

p.43-44): “uma psicologia científica não deve ousar dedicar-se a compreender

o ser humano por intermédio da introspecção e nem conceituar aquilo que não

é passível de ser objetivamente apreendido.”

CUNHA (2000, p.43-44) ainda sugere que o Comportamentalismo

funciona na perspectiva de manipular o comportamento previsível a fim de

controlar ações do indivíduo e obter melhores resultados. É como uma fábrica:

com base no produto a ser elaborado, definem-se as metas, aumentando a

riqueza do país. Essa visão causa um desconforto, pois a escola lida como

humano e não objetos a serem manipulados.

Começa-se a dar ênfase aos testes psicológicos. Formou-se,

então, um quarteto perfeito: pragmatismo, positivismo, Behaviorismo e testes.

Nesta linha filosófica de ações, a Orientação Educacional tinha por função

fazer a adaptação do aluno à escola e à sociedade.

Se por um lado a corrente behaviorista tinha como função fazer a

adaptação do aluno à escola e à sociedade, surge uma outra corrente; a

Fenomelogia, cuja ação difere da primeira por auxiliar o aluno na sua busca de

autorrealização, de forma individualizada.

Inicia-se um processo de recuperação de alunos para que estes

não sejam reprovados ou excluídos e o Orientador Educacional atua numa

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perspectiva preventiva, realizando um trabalho da árdua pesquisa a fim de

mapear dados.

No Brasil, após a Revolução Industrial, surgem demandas

consequentes de mudanças nas esferas social, política, econômica e cultural.

É preciso lembrar, também, que a legislação articulada não condizia com a

época. A Orientação Educacional foi implantada no Brasil de forma bem

artificial.

Tanto no Brasil quanto em outros países se abriram para várias

áreas, como movimentos de âmbito educacional que aconteciam no exterior,

principalmente nos Estados Unidos, chegavam aqui trazidos por educadores

brasileiros que lá iam visitar ou estudar, sendo estes os pioneiros na

implantação da Orientação educacional no Brasil.

A Orientação Educacional no exterior já funcionava dando apoio e

encaminhamento para o trabalho, começando agora, a ser encontrada em

todos os tipos de escola, não só na profissionalizante.

Adotara-se, no Brasil, o modelo norte-americano de Orientação

Educacional, pois esta atendia melhor à demanda desta época.

Em 1933, com o afastamento político de Lourenço Filho, a

Orientação Educacional passou a funcionar junto ao Serviço de Psicologia

Aplicada da Diretoria Geral do Ensino em São Paulo.

No Rio de Janeiro a Orientação Educacional foi iniciada por duas

professoras chamadas Aracy Muniz Freire e Maria Junqueira Schmidt, que

também deram impulso à expansão da Orientação Educacional pelo país.

Apesar da difusão da Orientação Educacional no Rio de Janeiro e

São Paulo, e posteriormente, em todo o país, não se poderia dizer que havia

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oficialmente essa profissão já que esta não era capaz de dar suporte às

questões da época.

Em 1942 a Orientação Educacional apareceu pela primeira vez no

Anexo 2, na Legislação Brasileira, nas chamadas Leis Orgânicas do Ensino.

Torna-se obrigatória a presença de Orientador Educacional nas

escolas de ensino secundário brasileiro, sendo o Brasil o primeiro país no

mundo a conter na lei tal obrigatoriedade. Porém só a lei não foi suficiente para

existir de fato tal carreira. Nesta época aparece restrita ao Ensino Médio.

O primeiro curso oficial para Orientação Educacional no Brasil,

criado em 1945, foi na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas,

em São Paulo.

Na década de 50 houve muitos simpósios, seminários e semanas

de estudo em todo o país para a formação de Orientação Educacional, pois

havia uma preocupação em relação à formação deste profissional, o que se

constitui em avanço. Devido à realização desses eventos, em 12/03/1958, por

meio da portaria de no. 105, do MEC, foi regulamentado o exercício da função

de Orientador Educacional no ensino secundário, passando a ser obrigatório o

registro da mesma.

Na década de 60 sai o primeiro registro de um profissional de

Orientador Educacional no Brasil. Introduziu-se, pela Lei de Diretrizes e Bases,

em 1961, a Orientação Educacional na escola primária, embora houvesse

diferença desse profissional quanto aos níveis de sua atuação.

Em 1964, cria-se no Rio de Janeiro, o primeiro curso de formação

de Orientadores Educacionais para o ensino primário. Pode-se perceber a

preocupação com a formação deste profissional dados os números de portarias

e mudanças na legislação.

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A Orientação Educacional sofre dois impactos. O primeiro,

causado pela Lei de Diretrizes e Bases de 1961, devido à exigência na

formação.

O segundo impacto foi a fundação de cursos de Psicologia,

abrindo uma competição entre psicólogos e Orientadores Educacionais com

formação em pedagogia, acirrando ainda mais essa disputa ao ser colocado na

legislação que a realização de testes psicológicos seria feita por um psicólogo,

o que antes também era atribuição do Orientador Educacional.

Estando os Orientadores Educacionais com suas funções um

tanto quanto sem norte, no fim da década de 60 foi promulgado o Decreto no.

72846 de 26/09/1973 que veio regulamentar a lei no. 5567/68, tratando em

seus artigos 8º. e 9º., das atribuições do Orientador Educacional.

O auge da Orientação Educacional no Brasil ocorre na década de

70 já que suas associações tinham tomado todo o país.

Em 13 de julho de 1979, surge, em Belém do Pará, visando

aprovação, a Fenoe (Federação Nacional dos Orientadores Educacionais),

para todo o território nacional.

Para a legislação, tornou-se obrigatória a existência da

Orientação Educacional nas escolas, sem diferenciá-la entre escolas de 1º. E

2º. Graus.

Já na década de 80 o prestígio do Orientador Educacional

continuara até que alguns eventos, como o descumprimento da Lei federal n.

5692/71, a falta de preparo dos alunos de Orientação educacional nos cursos

de pedagogia, entre outros, causaram a desvalorização deste profissional.

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Em 1996, na Nova Lei de Diretrizes e Bases, não se encontra a

obrigatoriedade da existência do Orientador Educacional nas escolas.

Confundiu-se a atribuição do Orientador Educacional e Coordenador

Pedagógico, talvez por razões políticas e econômicas. Uma vez que começam

a surgir variados problemas de ordem social na escola, o Secretário de

Educação do Distrito Federal percebeu a necessidade de um profissional de

Orientação Educacional em cada escola, o que é positivo, mas insuficiente.

No que concerne à legislação vinculada à Orientação

Educacional, mais nada se fala.

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CAPÍTULO III

PERFIL E ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

Para iniciar a reflexão-tema do referido capítulo é importante fazer

a seguinte indagação: quem é esse profissional que atua na orientação

educacional quanto a sua formação?

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (art.64):

“A formação dos profissionais de educação para

administração, planejamento, inspeção, supervisão e

orientação educacional para educação básica será feita

em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de

pós-graduação, a critério da instituição de ensino,

garantida, nesta formação, a base comum nacional.”

Já GICAGLIA e PENTEADO (2010, p.59) definem a figura do

Orientador Educacional da seguinte maneira:

“(...) um profissional técnico da área de educação, que

exerce uma profissão de apoio a pessoas e, portanto, de

natureza assistencial. Ele é formado em curso de

Pedagogia e possui habilitação em Orientação

Educacional.”

Apesar de a primeira definição apresentar-se como lei, faz-se

mais completa a segunda à medida que a mesma ressalta a expressão “apoio

a pessoas”, uma das características fundamentais do exercício desta profissão,

haja visto que o Orientador Educacional lida com pessoas de diferentes faixas

etárias, atendendo a estagiários, alunos, famílias e toda a comunidade escolar.

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Por interagir com relacionamentos, é preciso que este ocupe

posição de líder, mas saiba lidar com seus próprios conflitos, para saber

resolver os dos demais.

Também é necessário que este profissional atualize-se

constantemente em sua área de competência, apresentando algumas

habilidades, como: a de se comunicar com clareza, mobilizar a equipe na qual

trabalha e comunidade local, facilitar e desenvolver processos de equipe,

negociar e resolver conflitos, avaliar e dar feedback do trabalho dos outros,

atuando de preferência de forma democrática.

As mesmas autoras acima ainda ressaltam sobre o profissional de

Orientação Educacional:

“(...) e a liderança democrática, em que o líder consegue a

adesão voluntária das pessoas com quem tem de

interagir, a confiança e a colaboração delas, graças a sua

personalidade, a qualidade de seu trabalho e ao tipo de

liderança consensual que consegue estabelecer na

comunidade, tanto dentro como fora da escola, em

relação a todos, ou à maior parte de seus

membros.”(p.61)

Existem, segundo LÜCK et al. (2002), alguns tipos de liderança.

A diretiva, onde o líder atua de forma autônoma, sem participação

da equipe, dando recompensar e punições.

A liderança de instrução, na qual o líder toma suas decisões e

tenta convencer a equipe a pô-la em prática.

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Também há a liderança de auxílio, cujas características se

baseiam na motivação desafiadora, onde o líder pede sugestões e seleciona

das desejadas.

E, por fim, a liderança delegada, cujo líder conta com a

participação total dos envolvidos, criando comprometimento dos envolvidos nas

decisões.

Com tantas mudanças no mundo nos mais variados setores, os

paradigmas de liderança de outros contextos já não dão conta do contexto

atual.

O modelo centralizador de liderança já não atende mais às

necessidades das organizações atuais, sobretudo a escola.

Na mesma obra ainda é pertinente (p.35): “A liderança eficaz é

identificada como a capacidade de influenciar positivamente os grupos e

inspirá-los a se unirem em ações comuns coordenadas.”

Na equipe escolar é importante que cada parte que a constitui

saiba quais são as suas tarefas. No caso do Orientador Educacional muitas

vezes suas atribuições, quando não bem definidas, pode comprometer seu

desempenho através de seus relacionamentos com os demais.

Em se tratando da figura do Orientador Educacional, uma

característica primordial e porque não dizer imprescindível é o comportamento

ético. Tudo o quanto for exposto a este profissional seja pelo estudante, sua

família ou docente assume caráter sigiloso e confidencial, necessitando assim,

ética do mesmo para não quebrar a relação de confiança.

Em 5 de março de 1979, o Diário Oficial publicou o Código de

ética dos Orientadores Educacionais (FENOE), cujo documento propõe como

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deve ser a conduta deste profissional, destacando a responsabilidade, o zelo,

discrição, honestidade, sigilo, dentre tantos outros quesitos pertinentes

necessários para a eficaz e competente atuação deste profissional.

O Orientador Educacional, outrora visto apenas como “bombeiro”,

cuja função limitava-se a apagar incêndios ocasionados por alunos

indisciplinados,agora tem sua função para além deste cenário; assumindo uma

posição de atuação preventiva.

De acordo com PORTO (2009), o Orientador Educacional é

ressaltado como alguém que luta pela dimensão humana do espaço escolar,

criando oportunidades para discutir as melhores alternativas no combate ao

que a autora denomina de “antivalores”, aqui visando somente a figura do

estudante. Ibdem (p.73-74), não se pode deixar de mencionar a importância do

Orientador Educacional na instituição no que diz respeito ao seu fazer:

“O papel do Orientador na dimensão contextualizada diz

respeito, basicamente, ao estudo da realidade de aluno,

trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor

promoção ao seu desenvolvimento.”

Não se pode esquecer de que o Orientador Educacional lida com

todos os envolvidos na equipe e comunidade escolar.

Nesta pesquisa, em especial, cabe destacar a seguinte função

deste profissional segundo as autoras GIACAGLIA e PENTEADO (2010, p.99),

cujos detalhes serão discutidos no capítulo posterior:

“Na condição de especialista em educação e de membro

do corpo de funcionários da escola, cabe ao Orientador

Educacional participar, assistindo à direção, do

planejamento escolar, da elaboração do plano anual da

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escola e da elaboração e implementação do projeto

político pedagógico para ela, naquele ano letivo.”

Ao adentrar os conceitos de GRINSPUN ( ,p.54-55), o

Orientador Educacional assume diferentes posturas dependendo do contexto

em que se insere.

Em instituições cujas teorias e práticas entitulam-se “tradicionais”,

esse profissional tem o papel de adaptar o aluno à escola, á família e

sociedade. Curioso é o fato de que, ao descrever este conceito, a autora o

menciona em tempo pretérito, o que se faz entender que este tipo de prática já

estaria abolida.

No que a mesma autora chama de pedagogia renovada, o

Orientador Educacional acompanha todo o processo de desenvolvimento

escolar, proporcionando ideias quanto às atividades mais adequadas à

determinada idade, capazes de dar mais aprofundamento aos conteúdos

estudados.

Entretanto, numa visão mais progressista, a autora ressalta a

ação do orientador como mediadora entre indivíduo e sociedade, considerando

a produção de conhecimento do indivíduo, sendo este construtor de história.

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CAPÍTULO IV

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

“A prática escolar distingue-se de outras práticas

educativas, como as que acontecem na família, no

trabalho, na mídia, no lazer e nas demais formas de

convívio social, por constituir-se uma ação intencional,

sistemática, planejada e continuada para crianças e

jovens durante um período contínuo e extenso de tempo.”

(PCN, 1997)

Torna-se complexo responder qual seria o real papel social da

escola. Sabe-se que o processo educativo não ocorre somente no espaço

escolar, mas nas vivências experimentadas nas mais variadas esferas sociais.

Ocorre que na escola este dar-se-á de modo intencional, organizado e

sistematizado em articulação às práticas sociais.

VEIGA (1995, p.49) ressalta que: ”a percepção do processo de

construção do conhecimento, que os agentes escolares têm, influencia na

implementação do projeto político pedagógico na escola.”

A educação escolar deve dar subsídios ao sujeito para que este

seja capaz de analisar o conhecimento, fazendo pontes com seu cotidiano,

reestruturando-o e utilizando-o como fonte de transformação da realidade de

forma crítica a autônoma. Dentro desse contexto o sujeito tende a conquistar

seu espaço desprendendo-se de sua condição de subordinado para sujeito

transformador.

Em obra específica do autor LIBÂNEO (1994, p.17) consta:

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“A prática educativa não é apenas uma exigência da vida

em sociedade, mas também o processo de prover os

indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais

que os tornam aptos a atuar nomeio social e transformá-lo

em função de necessidades econômicas, sociais e

políticas da coletividade.”

Percebe-se que a escola se constitui um espaço de ações

conscientes e intencionais para atingir sua principal meta: a formação humana

que a mesma deseja. Daí a necessidade (e exigência da Lei de Diretrizes e

Bases, título IV, artigo 12) de planejar coletivamente as ações que nela

estabelecer-se-ão.

GANDIN (2011,p.13) reflete acerca da importância do ato de

planejar, afirmando que esta prática tem por finalidade tentar garantir que os

objetivos sejam alcançados com sucesso.

Neste contexto é que surge o Projeto político Pedagógico,

também conhecido por Proposta Pedagógica, Projeto Educativo ou Projeto

Escolar. Ele não se faz do dia para a noite; requer tempo de debates e

reflexões para só então traças metas e como as mesmas deverão ser

alcançadas.

É primordial compreender que este acontece de maneira

processual e, de acordo com DEMO (1993, p.242) deve ser revisto a cada dois

anos. A mesma se dá de forma dinâmica, não tendo um resultado final rígido,

mas deve estar em constante discussão.

Quanto à afirmação acima GADOTTI appud VEIGA (1994,p. 12)

destaca que projetar consiste em desestabilizar um estágio confortável, em

busca de novo equilíbrio, para alcançar um estado aprimorado.

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Através de um projeto, expressa-se o que se quer no futuro; neste

caso, que tipo de homem essa escola quer formar, que metas quer que este

alcance. Nesse sentido o Projeto Político Pedagógico é um instrumento

norteador das ações pedagógicas. Assume caráter peculiar: cada escola

possui o seu. É a sua identidade, pois há vários caminhos possíveis e por que

não dizer até mesmo eficazes para a aquisição do saber elaborado.

“Para ser uma organização eficaz no cumprimento de

propósitos estabelecidos em conjunto por professores,

coordenadores e diretor, e garantir a formação coerente

de seus alunos ao longo da escolaridade obrigatória, é

imprescindível que cada escola discuta e construa seu

projeto educativo. Esse projeto deve ser entendido como

um processo que inclui a formulação de metas e meios,

segundo a particularidade de cada escola, por meio da

criação e da valorização de rotinas de trabalho

pedagógico em grupo e da corresponsabilidade de todos

os membros da comunidade escolar, para além do

planejamento de início de ano ou dos períodos de

“reciclagem.”(PCN,p.35)

VEIGA (1995, p.13) ainda defende que os termos político e

pedagógico estão indissociáveis, pois o ato pedagógico está carregado de

intenção.

Como foi possível perceber no primeiro capítulo desta pesquisa, a

educação se fazia de acordo com os interesses das classes sociais mais

favorecidas, o que se constitui uma dinâmica mutável, visto que houve uma

reviravolta neste processo com a eclosão do movimento da Nova Escola. Hoje

a escola tem, ou pelo menos deveria ter, o compromisso de formar o indivíduo

para refletir sobre sua condição social no mundo e dar suporte para que este a

transforme caso venha a achar justo. Isto causa um antagonismo entre a

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classe menos favorecida e os que exercem relações de poder. Por este motivo

chama-se projeto libertador.

Para fomentar a ideia acima expressa, destaca-se

VASCONCELLOS (2005,p.172):

“ houve um tempo em que parecia óbvia a necessidade e

a finalidade da escola. No entanto, especialmente a partir

da década de setenta, com toda a crítica da sociologia

francesa, a escola descobre-se como palco de conflitos e

contradições sociais. Desde então, a explicitação de seu

projeto, do dizer a que veio, vai se tornando cada vez

mais importante.”

A escola torna-se, então, lugar responsável pela concepção de

vida e sociedade que deseja desenvolver na vida dos indivíduos que por ela

passam e onde inicia-se o processo de produção de conhecimento.

De acordo com LIBÂNEO (1994, p.24):

“para tornar efetivo, o processo educativo, é preciso dar-

lhe uma orientação sobre as finalidades e meios da sua

realização, conforma opções que se façam quanto ao tipo

de homem que se deseja formar e ao tipo de sociedade a

que se aspira.”

O Projeto Político Pedagógico deve possuir uma dimensão

coletiva. Deve ser elaborado por toda a comunidade, chamando a cada um ao

comprometimento com a referida proposta dentro de seu setor de atuação. Se

a escola deseja um sujeito ativo e participativo na sociedade na qual vive,

como o pode querer sem que a sua proposta o seja? VASCONCELLOS ( 2005

,p.172) declara: “ a teoria quando assumida por um grupo, transforma-se em

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“força material.” Ou seja, a escola pode até solicitar assessoria e encomendar

um projeto a terceiros, o que não faria sentido já que quem os faria não

expressaria suas vivências daquela instituição.

Outro termo bastante utilizado neste contexto é o de autonomia,

cuja definição feita por AMORA (2010, p.71) destaca: “ 1.direito ou faculdade

de reger-se (um país) por leis próprias; 2.independência, liberdade moral ou

intelectual.”

VASCONCELLOS (2005,p.172) ainda critica duramente no que

concerne ao termo “autonomia” relativa ao Projeto Político Pedagógico: “temos

afirmado, no decorrer deste trabalho, que o Projeto Político Pedagógico é um

caminho de consolidação da autonomia da escola.” Também deve-se atentar

que cada escola tem a autonomia de construir seu projeto, porém este deve

encontrar-se subordinado às leis; é ao que se dá o nome de autonomia relativa.

O referido autor questiona se há uma “transferência” de

responsabilidade do Estado para a escola, no que tange a sua proposta

pedagógica, atribuindo sucesso ou fracasso à mesma, onde o termo em

questão estaria arraigado à ideologia.

Para a elaboração de um Projeto Político Pedagógico fazem-se

necessários os seguintes aspectos: o nascimento da necessidade do projeto, a

decisão de sua iniciação, a motivação e a sensibilização para fazê-lo, a decisão

deve ser coletiva e o tempo, que como mencionado anteriormente, deve

acontecer gradativamente.

Sua estruturação, segundo CAMPBELL (2010), dar-se-á

abarcando tópicos como: a apresentação; introdução (identificação e

caracterização da clientela e da comunidade); princípios filosóficos e

educacionais (fundamentos do desenvolvimento da aprendizagem, objetivos da

modalidade de ensino, visão de criança (ou jovem) e sociedade, concepção de

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cuidar e educar, articulação com as famílias e a modalidade de ensino e os

princípios didático-pedagógicos da instituição/modalidade, pressupostos

teóricos, objetivos e conteúdos, identidade e autonomia, objetivos e conteúdos

das artes visuais, música, linguagem, matemática, natureza e sociedade,

avaliação, história, geografia, educação física, educação artística, temas

transversais, metodologia e recursos utilizados, encaminhamento metodológico

e interdisciplinaridade.

De acordo com WEBER (2006,p.7-8), os pontos principais a

serem abordados num Projeto Político Pedagógico devem ser a apresentação,

onde deve constar como surgiu a necessidade do projeto, o tempo de iniciação

e começo da sua elaboração, quem participou da efetivação do mesmo, as

dificuldades enfrentadas pela instituição, os resultados encontrados e objetivos

desta proposta.

A história da instituição, o ideal dos fundadores, mantenedores,

endereço e atos jurídicos devem vir expressos no histórico.

Na visão aos objetivos deve abordar o resumo da visão de

mundo, sociedade, conhecimento, escola, missão e objetivos gerais.

Nos fundamentos ético-pedagógicos entra, como anexo, o

Regimento Escolar, valores éticos, políticos, religiosos, explicitando que tipo de

cidadão deseja formar e para qual sociedade, descrevendo os valores a serem

enfatizados, desenvolvendo objetivos para a escola, professor e aluno.

Já na abordagem dos fundamentos epistemológicos deve ser

citada a definição de como tratará o conhecimento, o que pensa a cerca do

mesmo e como este será adquirido/construído, definindo a linha pedagógica,

argumentação, autores que fomentem as teorias escolhidas como norteadoras

para a instituição e a didática de sala de aula.

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A descrição do papel do aluno, professor e conhecimento, o

esclarecimento sobre a oferta de conteúdos, profissionais, orientação religiosa,

biblioteca, currículo, aluno, laboratórios, relação com a comunidade,

metodologia, disciplina, equipe pedagógica, avaliação, administração e

orientação vocacional estarão contidas nos fundamentos didático-pedagógicos.

Após todas estas propostas, dever-se-ão feitas as considerações

finais e anexar os projetos setoriais, onde será descrita a identificação do setor,

introdução, diagnóstico, objetivos, metodologia, conteúdos, avaliação do setor,

projeto de disciplina e miniprojeto.

De acordo com os estudos de VEIGA (1995, p.22), o Projeto

Político Pedagógico conta pelo menos com sete elementos básicos: finalidades

da escola, estrutura organizacional, o currículo, tempo, processo de decisão,

relações de trabalho e avaliação.

Na descrição das finalidades deve vir explicitada a

intencionalidade da escola, a finalidade cultural, política e social, a finalidade da

formação profissional e do ser humano.

Na estrutura organizacional abrangerá a estrutura administrativa e

pedagógica. A primeira refere-se ao espaço, recursos (inclusive humanos) e

financeiros. A segunda refere-se à intencionalidade, às questões do processo

de ensino-aprendizagem e o currículo. Neste deve abarcará a construção

social do conhecimento. Importante refletir sobre a ideologia nele contida, tem

de ser contextualizado, ser integrado e não fragmentado, deve refletir também

sobre o que vem por trás dos conteúdos (chamado de currículo oculto).

Quanto ao tempo, é través do calendário escolar defini-se o

tempo escolar. Determina o início e fim do ano letivo, férias, feriados, períodos

avaliativos, reuniões, etc. Além do calendário, há o horário escolar,

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determinando o número de horas semanais, variando de acordo com a

modalidade de ensino.

As relações de trabalho devem estar pautadas na solidariedade,

reciprocidade e participação coletiva.

A avaliação é um momento de reflexão crítica, sendo necessário

conhecer o contexto da escola, compreender e buscar as causas dos conflitos

e propor alternativas. É constituído de três etapas: descrição e

problematização, compreensão crítica da realidade e proposição de ações

alternativas para superar ou pelo menos sanar os conflitos existentes.

Ainda citando VEIGA (1995, p.38):

“Elaborado o Projeto Pedagógico, sua existência não

encerra o processo nem acarreta resultado final. Ao

contrário, sempre faz reiniciar a discussão no meio-termo

entre “envolvimento e criatividade crítica”, “avaliação e

aperfeiçoamento.”

Como é possível constatar o Projeto Político Pedagógico

acontece num processo dinâmico e constante, requerendo de seus

elaboradores/colaboradores uma frequente reflexão das propostas e práticas e

reelaboração dos mesmos, em caso de necessidade para assim garantir um

ensino de qualidade o qual é direito social de todo cidadão.

Portanto, sobre a função da escola pode-se citar CHALITA apud

SPENCER (2001, P.64) que sobre o assunto ressalta: “lembrai-vos que a

finalidade da educação é formar seres aptos para governar a si mesmos e não

para ser governados pelos outros.”

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Percebe-se então que a escola deve combater aquilo que desde

os primórdios na história era realizado através das classes “detentoras de

poder”.

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CONCLUSÃO

A educação e a formação de um sujeito devem ser vistos como

processo, o qual ocorre em vários ambientes sociais, inclusive o escolar.

A escola é espaço de conectar os saberes elaborados às práticas

sociais para transformar a condição de sujeito subordinado à de sujeito

histórico-autônomo.

Sabendo que o processo educativo acontece de forma dinâmica,

uma vez que ao longo da história aconteceram inúmeras transformações, o

mesmo tende a ocorrer com as relações deste processo.

Neste cenário agora descortinado pelo presente estudo, entra a

figura do Orientador Educacional, profissional mais do que importante nas

instituições escolares, embora nem sempre tão reconhecido pela legislação

vigente.

Quanto ao seu fazer no que se refere ao Projeto Político-

Pedagógico, fica ao encargo do Orientador Educacional opinar sobre a grade

curricular adotada naquela instituição, inclusive sobre as disciplinas optativas.

Também é de sua responsabilidade opinar acerca da formação das turmas e

seus respectivos turnos, atividades extraclasse, organizar o espaço físico

quanto à distribuição das salas, elaborar junto à equipe gestora, o código

disciplinar da instituição e cronograma de atividades escolares, opinar,

também, sobre os critérios de avaliação e promoção dos alunos, sendo seu

papel primordial dentro da escola e porque não dizer fora dela também, já que

um dos seus fazeres é estar em sintonia com a comunidade local.

O Orientador Educacional, cujo preparo e formação técnica lhe

dão suporte e subsídios que o capacitam de tal forma que este conheça bem a

comunidade e alunado com a qual se relaciona, o que lhe permite visão

privilegiada quanto à formação integral do aluno.

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Ao participar do planejamento e construção da proposta

pedagógica, este profissional poderá dar significativas contribuições no âmbito

das decisões quanto ao aspecto educativo.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

UM PASSEIO PELA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 10

CAPÍTULO II

SURGIMENTO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SEUS DIFERENTES

CONTEXTOS 16

CAPÍTULO III

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 24

CAPÍTULO IV

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 42