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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE DIFERENTES MANEIRAS DE MOTIVAR OS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS. Por: Carlos Vinícius Barcellos Scansetti Orientador Prof. Cleber Moreira Gonzaga Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DIFERENTES MANEIRAS DE MOTIVAR OS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS.

Por: Carlos Vinícius Barcellos Scansetti

Orientador

Prof. Cleber Moreira Gonzaga

Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DIFERENTES MANEIRAS DE MOTIVAR OS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS.

Apresentação de monografia a Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial.

Por: Carlos Vinícius Barcellos Scansetti

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha mãe Neuza pelo

carinho e amor incondicional, a

minha esposa Melissa minha eterna

companheira e aos meus filhos

Pedro e Mariana .

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai Pedro Scansetti

um homem que sempre foi contra a

desigualdade que oprime os menos

favorecidos e procura ter uma

conduta justa sobre os vários e

complexos aspectos da vida.

Meu pai que na sua maturidade

encontrou em Deus e nos seus

ensinamentos a solução para os

males que atinge o homem e a

sociedade tal qual é hoje.

Pai você é minha maior motivação

para ser um homem melhor.

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RESUMO

Na chamada "era do conhecimento" as organizações têm se preocupado muito

com a motivação de seus colaboradores. Certamente porque diante das

constantes mudanças tecnológicas e da necessidade de atualização dos

conhecimentos, as pessoas têm sido consideradas o seu maior ativo intangível. é

por meio de seus conhecimentos, habilidades e atitudes que as empresas têm

atingido vantagem competitiva, gerando a competência necessária para que se

mantenham ativas em um ambiente onde a concorrência está cada vez mais

acirrada. Colaboradores motivados trabalham felizes e apresentam melhores

resultados financeiros, pois a motivação tem relação direta com o desempenho.

Dentro deste contesto, a presente monografia, tem como objetivo apontar as

principais teorias motivacionais e tentar responder por que estímulos semelhantes

causam mais efeito em algumas pessoas do que em outras.

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METODOLOGIA

O modelo utilizado para a confecção desta monografia foi a pesquisa

bibliográfica,foram estudados livros e pesquisa na internet sobre o tema e feito

uma analise do material bibliográfico para dar suporte as teorias aquí

apresentadas,os principias autores utilizados na realização deste trabalho foram

Bergamini ,Chiavenato e Kwasnicka.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO – .............................................................. 08 CAPÍTULO I – Definição de Motivação.......................... 10 CAPÍTULO II – Teorias Motivacionais .......................... 13 CAPÍTULO III – A Motivação nas Organizações ........... 31 CONCLUSÃO – ............................................................... 37 BIBLIOGRAFIA - .............................................................. 39

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apontar as principais teorias motivacionais e

apresentar a visão de alguns autores para melhor compreendermos porque

estímulos motivacionais semelhantes causam efeitos diferentes no

comportamento do ser humano no que se refere às relações entre empresa e

trabalhador.

Busca também definir o conceito de motivação , analisar em acordo com alguns

teóricos da motivação como as experiências de cada indivíduo, seus sonhos e sua

visão de mundo, interferem no modo como reagem aos estímulos motivacionais.

Tentar entender essas necessidades e esses valores é o grande desafio

apresentado ás empresas.

Preocupadas com o nível de motivação de seus colaboradores, as empresas

começam a despertar para a necessidade de se investir cada vez mais em

pesquisas de clima organizacional, cursos motivacionais, dinâmicas de grupo,

palestras e todo tipo de recursos que possam estimulá-los a permanecer

motivados e assim encontrar simultaneamente a realização pessoal e profissional,

podendo, desta forma, extrair o máximo de cada um deles. Elas sabem que na

atualidade, de nada adianta estratégia, tecnologia ou idéias inovadoras sem

profissionais motivados. Porém, a questão é descobrir por que alguns se sentem

altamente motivados para realizar determinadas tarefas que a outros parecem

enfadonhas e desinteressantes.

O tema foi escolhido pela relevância que este assunto tem nos dias atuais, em

função da competitividade entre as empresas e a busca incessante do ser humano

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em encontrar meios para satisfazer-se e obter a auto-realização no ambiente de

trabalho. Observa-se que os trabalhadores estão cada vez mais exigentes em

relação à empresa em que vão trabalhar, sendo que em um processo de seleção

de pessoal, tanto a empresa quanto o candidato ao emprego, analisam-se

mutuamente.

Neste cenário competitivo, cada vez mais os trabalhadores são o diferencial de

uma empresa para outra; o capital humano, as pessoas que nelas trabalham, têm

se apresentado expressivamente como um ponto forte ou fraco das empresas em

relação às suas concorrentes.

Dentro deste contexto, torna-se pertinente compreendermos, de forma científica,

como as empresas podem contribuir para que o trabalhador corresponda às

expectativas que sobre ele são lançadas, tendo assim, um quadro funcional mais

motivado e comprometido com os resultados esperados.

Mas o que define a motivação? O que motiva as pessoas? Será possível ás

empresas manter todos os seus colaboradores motivados?

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CAPITULO I

DEFINIÇÃO DE MOTIVAÇÃO

A motivação é uma questão muito importante para a Psicologia, uma vez que esta

é uma ciência que trabalha basicamente com o comportamento, e todo

comportamento é motivado.

Não é simples definir exatamente o conceito de motivação. "De modo geral,

motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, ou,

pelo menos, que dá origem a uma propensão, a um comportamento específico".

(KAST e ROSENZWEIG,1970 apud CHIAVENATO, 1995).

Nós fazemos as coisas porque encontramos motivos mais ou menos conscientes,

mais ou menos definidos para levar a diante. Isto é, o comportamento de uma

pessoa em qualquer âmbito da sua vida responde geralmente a uma determinada

motivação ou motivo.

O comportamento de uma pessoa em qualquer circunstância da vida responde

geralmente a uma motivação determinada; quer dizer, a um conjunto de razões

que explicam os atos de uma pessoa. Os motivos podem ser de diferentes tipos:

impulsos, necessidades, interesses, pensamentos, inquietações, aspirações,

expectativas e incentivos que ativam a nossa conduta.

Se a dita conduta contribuir com que a pessoa siga o seu objetivo, quer dizer, que

satisfaça suas necessidades, seus interesses, suas aspirações e expectativas, a

pessoa considerará que o comportamento foi adequado e com certeza fará com

que se repita e persista (sempre que não mudem os motivos). Os motivos não só

ativam a conduta, mas também nos fazem persistir nela.

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Generalizando, podemos dizer que existem dois tipos de motivos: primários e

secundários.

• Os motivos primários ou necessidades básicas são comuns a todas as pessoas

e mais ou menos estáticos no decorrer do tempo, embora sua intensidade possa

variar: descanso, alimentação, segurançaW Freqüentemente estão relacionados

com a manutenção do corpo, com a sobrevivência.

• Os motivos secundários estão relacionados com processos mentais e muitos

deles se desenvolvem como parte do processo de socialização, de maturidade e

experiência da pessoa. São motivos mais particulares de cada indivíduo.

Costumam mudar com o tempo, dependendo das circunstâncias que envolvem a

pessoa: necessidade de afeto, reconhecimento, competência, uso do poder, etcW

A análise e compreensão das condutas de uma pessoa em uma circunstância e

em um momento determinado seria simples se essas condutas fossem o resultado

de um único motivo; mas, como todos sabemos por experiência, isso não

acontece assim. O comportamento responde a vários motivos simultaneamente e,

além disso, mudam com o tempo e as condições, o que faz com que a motivação

vire um assunto muito complexo.

Parece indispensável levar em consideração que o ser humano ,diferente dos

animais,não possui apenas comportamentos orientados por condições impostas

pelo meio ambiente.Outras variáveis muito importantes estão em jogo e será

ingenuo não as levar em conta.

Steers, Porter (apud BERGAMINI,2006,31):Propõem que a motivação seja uma

cadeia de eventos baseada no desejo de reduzir um estado interno de

desequilíbrio tendo como base a crença de que certas ações deveriam servir a

esse propósito.Conforme o autor quando se fala em motivação deve-se levar em

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conta que cada indivíduo traz consigo características individuais e uma “bagagem”

cultural própria e essas diferenças podem levar a variadas interpretações de

desejos e uma maneira particular de cada pessoa na busca de seus objetivos,

logo a motivação pode ser considerada como um processo que vem de dentro das

pessoas e dificilmente pode-se motivar alguém. Entende-se que é possível diante

de alguma expectativa que a pessoa já tenha ativado um determinado tipo de

busca de objetivos. Outro aspecto também importante do ponto de vista do autor

para o entendimento do comportamento motivacional é que um indivíduo possui

vários comportamentos motivacionais e à medida que ele consegue suprir uma

necessidade ele segue em busca de outros objetivos, e isso acontece porque

quando a pessoa atinge uma finalidade surge um desequilíbrio interno.

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CAPÍTULO II

TEORIAS MOTIVACIONAIS

De acordo com Bergamini (2006), o interesse pela motivação humana pode ser

observado já nas obras dos primeiros pensadores da humanidade.

Segundo Marras (2007), os primeiros estudos sobre motivação datam do início do

século XX, quando, em 1900, Frederick Taylor iniciou a discussão sobre

motivação, adotando a crença de que o dinheiro era o maior motivador. De acordo

com ele, as pessoas eram levadas a fazer coisas apenas para obterem mais

dinheiro e que deveriam ser controladas para que o trabalho rendesse o máximo

possível.

De acordo com Kwasnicka (2003):

A força da escuridão que via a organização como máquina foi substituída pela

força da luz, em meados do século XX, com ênfase nas pessoas, acomodações,

delegação de autoridade, autonomia e confiança. Começava a era de os

psicólogos cuidarem da administração e surgiu o que se chamou de Psicologia

Industrial.

Com a abordagem das relações humanas, surgiram as teorias da motivação, que

podem ser divididas em intrínseca e extrínseca.

A primeira afirma que a motivação está ligada ao que queremos da vida, é um

conceito abstrato e tem sentido apenas individualmente. é algo endógeno,

originado no interior dos indivíduos. Nesse sentido, estar motivado é sentir-se bem

com aquilo que é realizado: o prazer é obtido na atividade.

As teorias da motivação extrínseca, ao contrário das intrínsecas, pressupõem que

o comportamento humano pode ser planejado, modelado ou mudado por meio da

utilização adequada dos vários tipos de recompensas ou punições disponíveis no

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meio ambiente. Para essas teorias, motivação é sinônimo de condicionamento.

(BERGAMINI, 2006).

2.1 Teoria das necessidades de Maslow

Amplamente divulgada, a teoria hierárquica das necessidades de Maslow (1954)

tem sido aceita como estrutura conceitual no estudo da motivação humana, em

situações variadas, como na vida do lar, no trabalho e na sociedade.

De modo geral, podemos dizer que esta teoria estuda a motivação através das

necessidades dos seres humanos. Maslow considera necessidade a manifestação

natural de sensibilidade interna, que desperta uma tendência a realizar um ato ou

a procurar uma determinada categoria de objetos.

Abraham Maslow sugeriu que as necessidades humanas estão dispostas em uma

série de níveis ou estágios, definidas como necessidades primárias e

necessidades secundárias. Necessidades primárias são as fisiológicas e as de

segurança e necessidades secundárias são as sociais, de estima e de auto-

realização.

Cada nível na hierarquia deve ser conquistado antes que um indivíduo possa

transpor o próximo. No nível inferior encontra-se as necessidades fisiológicas

(fome, sede, sono, sexo). Maslow supôs que, quando uma pessoa conquista

esses elementos essenciais, passa ao nível das necessidades de segurança

(defesa, proteção, salário, casa própria, seguro-saúde, aposentadoria, emprego).

Ao atingi-lo e sentir-se segura quanto á proteção contra ferimentos e danos, a

pessoa sobe ao próximo nível: o das necessidades sociais (relacionamento, amor,

pertencer a um grupo). Neste terceiro nível, a aceitação e a afeição dão origem a

um quarto estágio, definido como o das necessidades de estima (auto-estima,

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reconhecimento, status, prestígio). No topo da escala, encontra-se as

necessidades de auto-realização. Essa última etapa representa a realização de

potencialidades e a expressão do crescimento pessoal.

De acordo com Maslow (apud CHIAVENATO, 1995), á medida que as

necessidades são atendidas em cada nível, o indivíduo volta sua atenção ao

próximo estágio. Entretanto, para ele, as pessoas podem subir e descer na

hierarquia. Se, por exemplo, tenho fome, vou tratar de atender essa necessidade,

não importa a posição na pirâmide onde me encontre.

Figura 2 - Pirâmide das necessidades de Maslow

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 3ª ed. São Paulo: Atlas,

1995.

Do ponto de vista dinâmico, de acordo com essa teoria, todas as escolhas podem

ser sábias, desde que aceitemos duas espécies de sabedoria: a sabedoria da

segurança e a sabedoria do desenvolvimento.

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A primeira é sábia quando evita uma situação dolorosa, que poderia ser maior do

que a pessoa é capaz de suportar no momento. Já a sabedoria do

desenvolvimento se dá, por exemplo, quando desejamos que uma pessoa se

desenvolva; então tudo o que podemos fazer é ajudá-la (se esta pedir que a

ajudemos a sair do sofrimento), ou então, simultaneamente permitir-lhe que se

sinta segura e daí instigá-la a tentar a nova experiência. Mas somente a pessoa

pode escolher.

Uma das críticas feitas á teoria das necessidades de Maslow é que, além de não

ter sofrido "praticamente nenhuma comprovação que testasse a sua validade na

prática" (BERGAMINI, 2006), ela desconsidera o fato de que as necessidades

variam de cultura para cultura e de pessoa para pessoa, conforme Vergara (2006):

Algumas culturas, como a japonesa, colocariam as necessidades sociais na base

da hierarquia. (...) Por outro lado, é plausível que, por exemplo, algumas pessoas

tenham fortes sentimentos de insegurança, a despeito de usufruírem situação

financeira que a outros deixaria muito confortáveis. Também é possível que um

artista passe horas a fio sem se alimentar, desafiado a completar sua obra.

Para Kwasnicka (2003), "nenhuma necessidade é sempre totalmente satisfeita;

além disso, as necessidades de nível mais baixo terão sempre influência no

comportamento".

2.2- A teoria dos dois fatores de Herzberg

Na década de 1960, Frederick Herzberg focalizou a questão da satisfação para

formular sua teoria. Segundo ele, existem dois fatores que explicam o

comportamento das pessoas no trabalho: os higiênicos e os motivacionais.

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Fatores higiênicos referem-se ás condições que rodeiam a pessoa enquanto

trabalha, são extrínsecos a ela. Estes fatores, quando presentes, deixam de

causar insatisfação mas não garantem que as pessoas ficarão satisfeitas. No

entanto, se ausentes, são capazes de causar insatisfação. é o que afirma

Bergamini (2006):

“É bom que se diga, logo de início, que fatores extrínsecos ao trabalhador tais

como salário, segurança, políticas organizacionais, relacionamento interpessoal,

condições do ambiente de trabalho, fazem apenas com que as pessoas se

movimentem para busca-los, ou se disponham a lutar por eles quando os

perderam. Não é a sua presença que motiva.”

Conforme Chiavenato (1995), a expressão "higiene" serve exatamente para refletir

seu caráter preventivo e para mostrar que se destinam a afastar as condições

desagradáveis. Entre tais fatores, podem ser destacados:

- condições de trabalho e conforto;

- políticas da organização e administração;

- relações com os superiores;

- salários;

- segurança no cargo;

- relação com os colegas;

- benefícios sociais;

- modelo de gestão.

Fatores motivacionais são intrínsecos. Referem-se aos sentimentos de auto-

realização e reconhecimento, ao conteúdo do cargo, ás tarefas e aos deveres

relacionados com o cargo em si. Se presentes, causam satisfação. Se ausentes,

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deixam de causar satisfação mas não chegam a causar insatisfação. Estes fatores

estão relacionados com as necessidades secundárias da pirâmide de Maslow.

Ainda conforme Chiavenato (1995), o termo "motivação" envolve sentimentos de

realização, de crescimento e de reconhecimento profissional, manifestados por

meio de exercícios das tarefas e atividades que oferecem suficiente desafio e

significado para o trabalho. Podem ser destacados:

- delegação de responsabilidade;

- liberdade de decidir como executar o trabalho;

- promoção;

- uso pleno das habilidades pessoais;

- ampliação ou enriquecimento do cargo.

Figura 3 - A teoria dos dois fatores de Herzberg

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 3ª ed. São Paulo: Atlas,

1995.

Chiavenato (1995) afirma que:

De acordo com Herzberg, é possível um empregado estar descontente e satisfeito

ao mesmo tempo. Por exemplo, ele pode estar insatisfeito com a política da

empresa em relação ás férias, mas verdadeiramente satisfeito com seu

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desempenho profissional ao ver uma carta elogiosa de um cliente afixada no

quadro de avisos da sala de funcionários.

Para esse autor, identificar os fatores higiênicos e motivacionais é a base para

definir a motivação do colaborador. Ele reconheceu que cada um enfrenta uma

situação de vida diversa e possui seu próprio conjunto de prioridades, mas estava

convencido de que o dinheiro não era o principal motivo que fazia os

colaboradores permanecerem em uma empresa durante certo período de tempo.

Concluindo,Maslow considera que motivação consiste na satisfação das

necessidades, podendo estas serem de deficiência ou de crescimento. Herzberg,

por sua vez, considera que a motivação só ocorre quando a satisfação se dá no

sentido do crescimento do indivíduo, em termos de realização e satisfação. Os

fatores que evitam a insatisfação, como o suprimento das necessidades básicas, e

aqui ele não se refere somente às necessidades de sobrevivência mas também às

condições de trabalho, salário e política da empresa, são consideradas somente

como evitadores da insatisfação, porém, não é motivação. Para Maslow, a

motivação é gerada tanto por recompensas externas quanto internas, enquanto

que para Herzberg, a recompensa tem que ser interna, para proporcionar

motivação.

A teoria de Herzberg também tem sofrido críticas, pois algumas pessoas atribuem

seus sentimentos de satisfação a seus próprios talentos e os de insatisfação aos

outros. "O inimigo está lá fora", conforme Senge (2005). Satisfação ou

insatisfação, nesse caso, passa a ser uma questão de ego. Além disso,

Chiavenato (1995) critica essa teoria por "basear -se em uma pesquisa de

pequena amostra e fazer generalizações a partir dela".

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2.3 - Teoria da Motivação de Davidoff

Quando analisamos a motivação sob o prisma cientifico de Davidoff (1983)

verificamos que, para a autora, a motivação só pode ser estudada através do

comportamento manifesto. Esta teoria fornece uma abordagem mensurável, de

forma que diverge um pouco da teoria de Maslow.

Davidoff (1983), apoia-se no pensamento behaviorista. Obehaviorismo segundo

Pierón (1969), tem como meta o estudo dos comportamentos, objetivamente

comprovado com todo o rigor científico, sem o apelo à introspecção.

Davidoff (1983), utiliza o ciclo motivacional. Para compreendê-lo, faz-se

necessário resgatar a definição de conceitos como necessidade, motivo, impulso e

instinto.

Necessidade é uma deficiência baseada em fatores fisiológicos ou aprendidos, ou

de ambos. Neste sentido, a motivação aplica-se a um estado interno, resultante de

uma necessidade que provocará um comportamento para satisfaze-la. Impulso é

um motivo que satisfaz necessidades fisiológicas básicas, como por exemplo:

beber dormir, comer. Por instinto, entende-se as necessidades fisiológicas ou

padrões de comportamento de origem hereditária. (Davidoff,1983)

Tendo como base estas definições, a autora estuda os motivos a partir de cinco

categorias: impulsos básicos, motivos sociais, motivos para estimulação sensorial,

motivos de crescimento e idéias como motivos.

Os impulsos básicos são os que provocam comportamento visando satisfazer

necessidades ligadas à sobrevivência fisiológica, como por exemplo, necessidade

de oxigênio, água, alimento, sexo e outras. Esse tipo de motivo está relacionado

ao mecanismo homeostático, que é a tendência auto-reguladora do organismo.

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Os motivos sociais são aqueles que dependem de outras pessoas para que sejam

satisfeitos; são as necessidades ligadas aos sentimentos. Os indivíduos que têm

apoio social têm maior capacidade para superar crises (dificuldades nas diferentes

esferas da vida, que surgem no dia a dia das pessoas).

Denomina-se estimulação sensorial o resultado de um estímulo, que pode ser

tanto interno quanto externo, num sistema excitável, provocando uma resposta.

Os motivos para estimulação sensorial são aqueles que utilizam atividades auto-

estimulantes (assobiar, cantar com a boca fechada), ou seja, as pessoas

necessitam de estimulação. Quando não existe estímulo, o indivíduo provoca a

auto-estimulação, chegando a uma rotina tediosa e laboriosa.

Motivos de crescimento são os que visam satisfazer às necessidades de

reconhecimento em busca da excelência e do aperfeiçoamento de talentos para

explorar o seu potencial de desenvolvimento. Davidoff (1983), cita o estudo de

Robert White, que foi um dos primeiros estudiosos a discutir o motivo para a

consecução de competências. Ao estudar as brincadeiras exploratórias das

crianças, ele concluiu que elas fazem isso mostrando persistências e esforços

com o objetivo de dominar o ambiente. Outro item que White observou é que as

crianças do mundo inteiro lutam para adquirir a coordenação motora, comunicação

e socialização aproximadamente com a mesma idade. Desta forma, Davidoff

(1983) acredita que acontece com os adultos o mesmo que ocorre com as

crianças, ou seja, buscam constantemente o aperfeiçoamento e a utilização de

suas potencialidades em sua interação com o ambiente em que vivem.

As idéias como motivos são intensamente motivadoras, pois as pessoas buscam

valores, crenças, metas e planos para orientarem seu comportamento.

Dentre todos os motivos apresentados por Davidoff (1983), a autora dá mais

ênfase ao aspecto fisiológico, ou seja, ao aspecto que depende dos fatores

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orgânicos. E por isso se remete ao modelo homeostático para explicar o ciclo

motivacional.

O ciclo de funcionamento da motivação no modelo homeostático surge de uma

necessidade que ativa um motivo. Este provoca um comportamento, que busca a

condição de equilíbrio e auto-regulação, ou seja a homeostase.

Portanto, para Davidoff (1983) , a motivação é o estado que resulta de um

comportamento gerado por uma necessidade, e essa necessidade pode ser tanto

corporal quanto aprendida, ou ambas.

2.4 - A Teoria da Eqüidade

A teoria da Eqüidade é resultado dos estudos de Richard A. Cosier e Dan R.

Dalton. Os autores defendem que os trabalhadores buscam justiça quanto às

recompensas recebidas, estabelecendo como parâmetro as recompensas que

seus colegas de trabalho recebem pelo desenvolvimento de atividades

semelhantes.

"Eqüidade pode ser definida como uma relação entre a contribuição que o

indivíduo dá em seu trabalho (como o esforço ou a habilidade) e as recompensas

que recebe (como o pagamento ou a promoção) comparada com as recompensas

que os outros estão recebendo por contribuições semelhantes." Richard A. Cosier

e Dan R. Dalton in Stoner & Freeman (1999:330).

Segundo Tôrres (1996), que aborda a inveja como um fator de motivação e

também de desmotivação, "...a competição, a ambição e a comparação, são

partes integrantes da experiência humana..." (1996:69).

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A abordagem feita por esta autora, confirma a hipótese levantada pela teoria da

eqüidade, ao dizer que as pessoas comparam-se umas às outras e uma vez se

sentindo prejudicadas, "...as repercussões sobre a motivação podem ser

dramáticas." Tôrres (1996:71).

Para a teoria da Eqüidade, o indivíduo faz uma avaliação subjetiva, que não

precisa necessariamente corresponder a um fato real. Desta avaliação depende a

motivação, o desempenho e a satisfação das pessoas. Por exemplo, um

trabalhador pode considerar que seu colega de trabalho é menos eficiente na

realização das atividades do que ele e mesmo assim, seu supervisor dá mais

atenção para o seu colega. Este fato pode não estar ocorrendo, porém o

trabalhador poderá ficar insatisfeito e até vir a diminuir seu ritmo de trabalho, em

função de uma visão subjetiva dos fatos. Este episódio pode ser facilmente

observado quando se realiza uma promoção, onde mais de uma pessoa está

interessada no cargo em questão. Neste caso, os profissionais não escolhidos

podem se sentir injustiçados e apresentarem comportamentos de rebeldia.

Podem ainda ter uma reação diferente, que é sublimar o sentimento, ou seja, a

pessoa passa acreditar que não seria muito bom para ela esta promoção, sendo

que se fosse promovida, teria que ficar trabalhando até mais tarde ou teria que ter

mais responsabilidades. Assim, justifica sua decepção para não sofrer com a

promoção do seu colega.

A teoria da Eqüidade tem como foco principal a recompensa em forma de dinheiro.

Segundo Richard A. Cosier e Dan R. Dalton, as pessoas buscam constantemente

comparar os seus esforços e o quanto ganham para realizá-los, com os esforços e

recompensas dos seus colegas. Ao perceberem que não está havendo eqüidade

nas recompensas recebidas, procuram adaptar-se ao esforço que os colegas

estão despendendo. Por outro lado, as pessoas que se sentem mais

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recompensadas em relação às demais, também procuram se empenhar para

justificar o que recebem.

Os autores desta teoria dizem que há um limite de tolerância para as pessoas se

sentirem vítimas de injustiças e que neste caso, quando a gota d' água cai, ou

seja, ao acontecer uma injustiça relativamente pequena, o indivíduo "explode". É

neste momento que muitas pessoas passam a ser vistas como injustas ou

rebeldes, porque do ponto de vista de quem presencia a cena, a pessoa não tem

motivos para se comportar de tal maneira.

Outro ponto que foi analisado por Richard A. Cosier e Dan R. Dalton é como os

administradores lidam com esta teoria, e dizem que:

"Para os administradores, a teoria da eqüidade tem várias implicações, a mais

importante delas é que, para a maioria dos indivíduos, as recompensas devem ser

vistas como justas para que sejam motivadoras.". in Stoner & Freeman

(1999:331).

Segundo Stoner & Freeman (1999), há empresas que fazem reuniões

especialmente para discutir as preocupações dos trabalhadores. Uma das

empresas citadas em seu livro é a Pitney-Bowes, que atua no segmento de

equipamentos para correspondências. Esta empresa criou um Conselho de

Relações Pessoais, sendo que, "o único objetivo do conselho é levar à

administração as preocupações dos trabalhadores. O conselho é responsável por

atuar como um grupo de "cães de guarda", de modo que os empregados que

achem que estão sendo tratados com injustiça ou com iniqüidade podem

expressar suas preocupações fora da cadeia de comando à qual estão

submetidos". Stoner & Freeman (1999:331).

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O conselho apresenta na reunião, inclusive, questões pessoais levantadas pelos

funcionários.

Essa é uma das formas que pode ser utilizada para identificar o descontentamento

dos funcionários e procurar ajudá-los, buscando promover assim a eqüidade entre

o quadro funcional.

2.5- Teoria de Chris Argyris

Um brilhante estudo sobre motivação foi realizado por Chris Argyris, na

Universidade de Harvard. Este autor pesquisou efeitos da estrutura das

organizações na vida dos indivíduos e concluiu que as restrições impostas aos

empregados pelas estruturas empresariais, com o fim de garantir a ordem e a

eficiência, geram resistências e desestímulos.

Segundo Argyris, citado em Lemos (1999) freqüentemente ocorre um conflito entre

a personalidade do indivíduo e a organização. Ao ingressar na empresa, o

empregado leva consigo potencialidades e disposição para o trabalho, muita

vontade de realizar e de progredir. Infelizmente, essa disposição nem sempre é

estimulada, sendo comum o indivíduo ter seus passos tolhidos, em decorrência

das limitações e exigências da própria estrutura formal.

Assim, a organização, que deveria contribuir como meio de o empregado dar

vazão às suas qualidades, passa a ser uma fonte de bloqueios para sua

capacidade de realização. Acontece com freqüência as empresas contratarem

uma pessoa talentosa, mas aproveitar o mínimo de sua capacidade, porque

grande parte do seu potencial é bloqueado pelo ambiente de trabalho.

Em sua pesquisa Argyris, citado em Lemos (1999), identificou três fatores que

levam a organização a frustrar os empregados e a dificultar a plena realização de

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suas potencialidades: a estrutura formal, a liderança impositiva e os controles

administrativos.

A má distribuição do poder foi vista por ele como um dos pontos de frustração dos

empregados, ou seja, há uma concentração de poder na mão de poucos, o que

provoca apatia e falta de flexibilidade dos subordinados.Na liderança impositiva ou

autocrática, os chefes tomam as decisões e exigem dos subordinados apenas o

cumprimento das tarefas restritas do cargo. Os controles administrativos por sua

vez, estabelecem restrições que sepultam as iniciativas, mesmo aquelas que a

natureza do trabalho exige liberdade de ação e autonomia. Este ambiente

geralmente gera insatisfação no trabalho.

Lemos (1999), considera que os estudos de Argyris são de indiscutível atualidade

para o caso brasileiro. A empresa nacional muitas vezes é centralizadora e tem

uma estrutura que bloqueia a capacidade inovadora do trabalhador, por sinal, um

dos mais criativos do mundo.

Mas parece que a situação está melhorando. Estamos passando por uma fase de

transição, com o advento da administração profissional e com o poder decisório

descentralizado para as mãos de executivos profissionais, diz Lemos (1999).

2.6 - Teoria da Expectativa

Esta teoria vem complementar a abordagem da teoria de Argyris.

A teoria da Expectativa foi elaborada pelos estudiosos David Nadler e Edward

Lawler e tem ganhado proporções no meio administrativo.

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Nadler e Lawler, citados em Stoner & Freeman (1999), verificaram em seus

estudos que não se pode perder de vista as diferenças individuais, uma vez que

duas pessoa trabalhando em uma mesma atividade na mesma empresa, têm

expectativas diferenciadas com relação ao seu trabalho.

Segundo esta teoria, para promover um nível de desempenho satisfatório dos

seus funcionários, os supervisores necessitam estar atentos ao que motiva cada

um dos seus subordinados.

Os idealizadores desta teoria, definiram quatro pressupostos sobre os

coportamentos dos indivíduos nas organizações, sendo eles:

"a) O comportamento é motivado por uma combinação de fatores do indivíduo e

do trabalho;

b) Os indivíduos tomam decisões conscientes sobre seu comportamento na

organização;

c) Os indivíduos têm necessidades, desejos e objetivos diferentes;

d) Os indivíduos decidem entre alternativas de comportamentos baseadas em

suas expectativas de que um determinado comportamento levará a um resultado

desejado." In Stoner & Freeman (1999:328).

Os componentes principais da teoria da Expectativa são:

" Expectativa de resultados do desempenho: O indivíduo, ao emitir um

comportamento, espera uma conseqüência deste fato, sendo que, dependendo da

expectativa gerada, poderá mudar o enfoque de como se comportar. Os

resultados esperados ao definir um comportamento no trabalho ou em outras

esferas da vida, são os mais variados, indo desde atingir metas de trabalho,

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receber elogios, remuneração, nenhuma reação ou até hostilidade das pessoas

que o cercam.

" Valência: Um mesmo estímulo tem intensidade diferente para cada pessoa, ou

seja,

"...o resultado de um dado comportamento tem uma valência específica ou poder

de motivar que varia de indivíduo para indivíduo" Nadler e Lawler, in Stoner &

Freeman (1999:328).

Por exemplo: para um trabalhador que tem ambição e perspectiva de fazer

carreira em uma empresa, a promoção para um cargo de chefia lhe trará muita

motivação. Porém, para um outro trabalhador que tem como expectativa ser um

exímio soldador e não almeja ser líder de equipe, a mesma promoção não trará

realização e motivação.

Os exemplos citados acima ilustram a intensidade diferenciada da valência, de

acordo com as expectativas de cada indivíduo, na visão dos autores.

" Expectativa de esforço - desempenho: Antes de emitir um determinado

comportamento, o indivíduo avalia que tipo e qual o grau de esforço que terá de

aplicar na atividade para alcançar o resultado desejado e se a recompensa

justifica o esforço despendido. Outro ponto avaliado pelos indivíduos é qual o nível

de desempenho que tem maior probalidade de alcançar o resultado desejado.

Segundo Nadler e Lawler,

"um único nível de desempenho pode ser associado a vários resultados, cada um

tendo sua própria valência. Se eu tenho um desempenho melhor, receberei um

pagamento maior, serei notado pelo meu supervisor, serei mais amado pela minha

esposa e irei me sentir melhor" in Stoner & Freeman (1999:328).

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As recompensas recebidas pelo indivíduo poderão ser intrínsecas, ou seja

sentidas pelo próprio indivíduo. Ou extrínsecas, que são as recompensas externas

como: salário, elogios, promoções, entre outros.

De acordo com Nadler e Lawler, citado em Stoner & Freeman (1999), a Teoria da

Expectativa tem algumas implicações para os administradores e para as

organizações.

Implicação para os administradores:

Os administradores deverão conhecer muito os seus subordinados e saber o que

os motivam, de uma forma individualizada. Este conhecimento pode ser obtido

através das observações das reações que eles têm diante das situações que se

fizerem presentes no ambiente de trabalho e fora dele.

Outro ponto enfatizado nesta teoria é deixar claro o que se espera do trabalhador,

para que este possa saber como atender às expectativas do seu superior.

O administrador e seus subordinados deverão definir em conjunto um nível de

desempenho possível de ser acançado. Se as metas estabelecidas forem muito

difíceis de serem atingidas, a motivação do indivíduo provavelmente será baixa.

Faz-se importante o subordinado participar da elaboração das metas, ou pelo

menos ser informado, para ter claro o que a empresa, e consequentemente seus

superiores hierárquicos, esperam de cada trabalhador.

O supervisor deverá associar a recompensa ao desempenho, procurando fazer

isso em um curto período de tempo, ou seja, logo após o comportamento

manifesto.

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A recompensa deve ser adequada às expectativas dos funcionários. Para Nadler e

Lawler, "...recompensas pequenas significarão motivações pequenas." in Stoner &

Freeman (1999: 330).

Para as organizações, as implicações são outras:

Geralmente o funcionário dá o que recebe e a empresa não fica satisfeita

querendo mais resultados do que o recebido. Cabe à empresa dar recompensas

que realmente motivem o comportamento desejado. Para que isso ocorra, é

necessário fazer uma avaliação do que está acontecendo quando os seus

objetivos não estão sendo atingidos. Por exemplo: uma empresa pode estar dando

salário para um grupo que quer atenção e respeito, ou vice-versa.

A empresa poderá conseguir estruturar um quadro funcional motivado se fizer com

que os funcionários encontrem satisfação no próprio trabalho. Uma das forma de

conseguir isso é atingir às necessidades mais elevadas dos empregados que,

segundo Nadler e Lawler, são as necessidades de criatividade e de

independência. Mas lembram que existem trabalhadores sem estas necessidades

(criatividade e independência), e que isso precisa ser respeitado.

As empresas terão que preparar os seus superiores em programas de motivação

e dar autonomia para que eles possam administrar as recompensas necessárias

para a sua equipe. Os supervisores têm um papel essencial na motivação dos

seus funcionários.

"O supervisor está na melhor posição para definir objetivos claros e proporcionar

recompensas adequadas para seus vários subordinados..." Nadler e Lawler in

Stoner & Freeman (1999:330).

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CAPÍTULO III

A MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Nas organizações, "a motivação pode ser entendida como o desempenho e os

esforços dos colaboradores para atingir os resultados desejados" (BERGAMINI,

2006). Esse desempenho e esses esforços, na perspectiva da administração

científica de Frederick Taylor, poderiam ser controlados para que se obtivesse o

nível de produtividade estabelecido. Já na perspectiva das relações humanas,

defendida por Elton Mayo, esses mesmos resultados poderiam ser atingidos

através da consideração dos colaboradores na sua totalidade, dando atenção ao

comportamento social dos mesmos. A função dos gestores, nesse caso, seria

conseguir com que os colaboradores fizessem algo porque se sentem satisfeitos

fazendo-o.

Essas duas perspectivas foram precursoras das teorias motivacionais elaboradas

no século passado, quando o interesse pelo comportamento dos colaboradores

nas organizações teve um aumento significativo, principalmente nas últimas

décadas.

Bergamini (2006) aponta uma das razões para esse aumento de interesse ao

afirmar que:

Se a tecnologia já não é problema, se a inflação está relativamente controlada,

tudo deveria ser melhor e não está sendo. é assim que as pessoas estão agora

ganhando lugar de destaque, pois o relativo fracasso só pode estar ocorrendo

porque provavelmente elas sejam o principal problema.

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Certamente as pessoas não são o problema, mas parte da solução. Quando

ingressam em uma organização, trazem consigo uma variedade de valores,

interesses e talentos que influenciam o ambiente organizacional. Cabe á

organização encontrar estratégias que permitam transformar esses valores,

interesses e talentos em ações eficazes e produtivas. Caso contrário, haverá

apenas "um grande contingente de pessoas que não nutrem a menor motivação

por aquilo que fazem" (BERGAMINI, 2006).

Esses trabalhadores não experimentam, portanto, nenhuma satisfação ou

realização pessoal gerada por aquilo que fazem em seu trabalho. O emprego,

neste caso, passa a ser entendido como uma forma de angariar recursos para que

possam sentir-se felizes fora dele. é nesse momento que o trabalho deixa de

exercer seu papel como referencial de auto-estima e valorização pessoal,

passando a ser fonte de sofrimento e não oportunidade de realização sadia dos

desejos interiores que cada um tem. (BERGAMINI, 2006)

Para não tornar o trabalho uma fonte de sofrimento, é necessário que as

organizações compreendam que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas

mesmas razões. Elas são diferentes e interagem com o ambiente de forma

diferente, característica que Bergamini (2006) chamou de Estilo de

Comportamento Motivacional. Para ela, este estilo é

um fator indicativo das marcas individuais que cada pessoa evidencia quando se

comporta na busca dos seus próprios fatores de satisfação motivacional. é função

da vida psíquica humana, tendo caráter intrínseco tão típico a cada pessoa que,

através da sua configuração, será possível individualizá-la dos demais com quem

convive.

é o comportamento motivacional que faz com que pessoas buscando o mesmo

objetivo adotem condutas diferentes, particulares.

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Bergamini (2006) identificou quatro estilos de comportamento motivacional nas

organizações:

· orientação participativa;

· orientação para a ação;

· orientação para a manutenção e

· orientação para a conciliação.

3.1 Orientação participativa

Pessoas com este estilo de comportamento acreditam que o mais importante seja

promover o valor que os outros têm, descobrindo o que há de melhor nelas.

Essas pessoas têm grande satisfação motivacional quando:

· podem seguir orientação grupal;

· consultam pessoas e são consultadas por elas;

· usam os seus talentos pessoais para o desenvolvimento da organização e

· promovem o desenvolvimento dos talentos daqueles com os quais trabalham.

E têm grande insatisfação motivacional quando:

· recebem tratamento impessoal;

· são forçadas a desenvolver atividades sem significado;

· sentem que as suas intenções não são reconhecidas e

· têm que conviver em meio a um clima de falsidade em que as pessoas não são

levadas a sério.

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3.2 Orientação para a ação

Este estilo de comportamento é característico das pessoas que gostam de fazer

com que as coisas aconteçam, que são atraídas por situações em que são

desafiadas a demonstrar sua competência pessoal, vencer desafios e chegar ao

domínio da situação.

Têm grande satisfação motivacional nas seguintes condições:

· sentem-se desafiadas a comprovar sua eficiência;

· podem conduzir-se com autonomia;

· desenvolvem atividades variadas e

· são tratadas de igual para igual, sem medo.

E grande insatisfação motivacional nas seguintes:

· sentem-se cerceadas na sua ação e presas a rotinas desinteressantes;

· não percebem objetivos claramente fixados;

· quando há falta de responsabilidade dos demais e

· sentem que é impossível controlar as variáveis que afetam os resultados.

3.3 Orientação para a manutenção

Neste estilo, a preocupação maior é com a segurança, o que faz com que as

pessoas com essa orientação construam cuidadosamente a sua vida de maneira a

se sentirem firmemente apoiadas em vitórias passadas.

Situações que trazem grande satisfação motivacional:

· ter oportunidade de usar lógica e organização;

· contar com tempo suficiente para garantir a boa qualidade daquilo que está

sendo feito;

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· dispor de fontes confiáveis de consulta e

· sentir que há coerência e justiça no trato com pessoas.

Situações que trazem grande insatisfação motivacional:

· trabalhar com informações confusas e incompletas;

estar sujeito a um clima de constantes mudanças;

· conviver com pessoas dadas a explosões emocionais e

· tratar os assuntos de forma incompleta e superficial.

3.4 Orientação para a conciliação

As pessoas com este estilo de comportamento têm como principal preocupação

estar em sintonia com os demais, através da negociação e procurando entender o

ponto de vista deles. São flexíveis e sempre dispostas a rever seus pontos de

vista.

Essas pessoas têm grande satisfação motivacional quando:

· desfrutam de uma convivência social harmônica;

· contam com um ambiente flexível onde seja possível fazer concessões;

· reconhecem-se importantes dentro do grupo e

· conhecem a repercussão social das suas ações.

E grande insatisfação motivacional quando:

· são colocadas em ridículo perante o grupo;

· precisam seguir normas e horários rígidos;

· sentem-se socialmente colocadas de lado e

· estão num ambiente sério demais em que as pessoas se atritam

constantemente.

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De acordo com Bergamini (2006), esses quatro estilos estão presentes ao mesmo

tempo em todas as pessoas, sempre com a predominância de um deles:

é praticamente incontável o número de histórias motivacionais diferentes que se

pode descrever combinando diferentemente a ordenação do composto de estilos

de comportamento motivacional individualizado em cada pessoa.

São essas combinações de estilos que tornam cada pessoa única e proporcionam

a diversidade nas organizações.

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CONCLUSÃO

Devido ao fato de cada indivíduo ser único em sua forma de pensar e agir, com

suas experiências e concepção do mundo que o rodeia, estímulos a fim de mantê-

lo motivado nem sempre têm o efeito desejado, já que cada um tem sua própria

história de vida condicionando suas motivações. Não há uma teoria que garanta a

motivação, pois supor que os mesmos estímulos causam as mesmas reações em

todos os colaboradores é menosprezar suas individualidades. Cada um reage de

maneira diferente a estímulos semelhantes, uma vez que as necessidades e os

anseios variam de pessoa para pessoa em função dos seus objetivos pessoais,

sendo o significado dado a cada ação relacionado á escala pessoal de valores.

Lidar com essas diferenças é um requisito necessário ás organizações.

Da mesma forma que as necessidades variam entre os colaboradores, também

variam para um mesmo colaborador ao longo do tempo, o que torna ainda mais

difícil a padronização de estímulos, como defendem as teorias

comportamentalistas. O estímulo que hoje motiva pode ter efeito nulo amanhã ou

até mesmo desmotivar.

é também a escala pessoal de valores que determina o Comportamento

Motivacional dos colaboradores. A busca de satisfação está ligada ás

características da personalidade, fazendo com que cada um tenha um tipo

específico de percepção e de interação com o ambiente organizacional. Essa

percepção e essa interação são fatores fundamentais para que a motivação

intrínseca que cada um trás consigo não se perca. Cabe aos gestores procurar

determinar o Comportamento Motivacional de seus subordinados e a partir daí

buscar manter as condições necessárias para que permaneçam motivados,

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amenizando o conflito entre os desejos desses e as exigências da empresa. é

muito importante que gostem da organização, do ambiente de trabalho, da

atividade que realizam e que tenham uma relação salutar com seu gestor, pois

este é a primeira referência, para os colaboradores, de como são percebidos pela

organização.

As organizações precisam aceitar o caráter individual da motivação e terem a

consciência de que dificilmente os colaboradores estarão completamente

satisfeitos: existirá sempre uma necessidade não atendida que dirigirá novas

condutas motivacionais. Apesar disso, cabe a elas fazer com que o colaborador

entenda qual é sua missão e onde ele se encaixa dentro da visão da empresa, se

sentido respeitado e fazendo parte de algo maior.

No final, caberá ao próprio colaborador a decisão de estar ou não motivado,

mudando sua atitude e se comprometendo com os resultados da empresa. Ao

ouvir o que ele tem a dizer, esclarecendo a ele o que precisa ser realizado e

propiciando um ambiente agradável, não coercitivo, a empresa estará mostrando

que se preocupa com ele, que acredita nele, pois não é possível manter-se

motivado para sempre sem que haja estímulos. Talvez assim esse colaborador

não dê ao trabalho que executa um sentido de simples meio para conseguir ser

feliz fora dele, uma forma de sobrevivência e nada mais, e não saia proferindo

frases do tipo "o meu interesse pela empresa é o mesmo que ela tem por mim:

financeiro".

O melhor investimento dentro de uma organização ainda continua sendo o capital

humano.

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BIBLIOGRAFIA

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