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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS NO VAREJO Por: Tadeu Carlos Lustosa Filho Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS NO

VAREJO

Por: Tadeu Carlos Lustosa Filho

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS NO

VAREJO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Varejo.

Por: . Tadeu Carlos Lustosa Filho.

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AGRADECIMENTOS

....aos amigos e parentes, clientes, fornecedores,

ao estágio, etc......

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se ao pai, mãe, amigo, cônjuge, familiar,

filho,.......

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RESUMO

Este trabalho procura abordar uma das ferramentas da gestão do varejo, o

Gerenciamento por categorias. Tendo em vista a sua importância e grau de desenvolvimento

que vem alcançando nas empresas do setor varejista.

Criada por iniciativa de grandes empresas de varejo dos EUA, no início da década

de 1990, vem ganhando aplicação crescente no mercado brasileiro. É uma nova modalidade

de relacionamento entre indústria e varejo, com a finalidade de prestar melhores serviços ao

consumidor

Tem um papel importante, pois melhora o desempenho de toda a cadeia de

abastecimento, reduzindo custos ao mesmo tempo em que agrega valor para o consumidor

mediante melhores serviços e produtos, representando um esforço conjunto entre fabricantes

e varejistas para identificar oportunidades de melhores práticas comerciais e no uso de novas

tecnologias.

Palavras chaves: Varejo, Gerenciamento por categorias, ECR.

.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com o intuito de gerar conhecimento sobre a prática do

GC no varejo. Para tanto, no primeiro capítulo é abordado o contexto amplo da gestão de

varejo. O segundo capítulo consiste em uma explicação acerca do tema necessário para o

desenvolvimento deste trabalho, sendo abordado o contexto do gerenciamento por categoria.

No terceiro capítulo já se sabendo o que é o Gerenciamento por Categoria foi feito um

pequeno estudo de caso usando a empresa Casa & Vídeo como exemplo.

O material usado para elaboração do trabalho foram livros, artigos e trabalhos em

sites da área de gestão de varejo e gerenciamento por categoria.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Gestão do Varejo 10

1.1 - Marketing no Varejo 11

1.2 - Comportamento do Consumidor 12

1.2.1 - Características do Consumidor 13

1.3 – Logística no Varejo 16

1.4 – Tecnologia da Informação no Varejo 18

CAPÍTULO II - ECR (Efficient Consumer Response) 20

CAPÍTULO III – Gerenciamento por Categorias 25

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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INTRODUÇÃO

Este trabalho é uma modesta contribuição a compreensão da ferramenta usada na

gestão do varejo denominada Gerenciamento por Categorias (GC). Também tem como

objetivo mostrar como essa ferramenta é atribuído como estratégia competitiva das

empresas.

O corpo desta monografia se constitue por esta introdução, seguida de três capítulos:

o primeiro situa o contexto amplo da gestão do varejo.

O segundo capítulo vem representado o contexto de ECR (Efficient Consumer

Response).

O terceiro capítulo aborda o Gerenciamento por Categorias.

As mudanças econômicas dos últimos anos trouxeram alterações significativas na

forma de pensar, segundo Terra (2001, p. 4), “passou a ser acionada pela ponta da demanda

e não mais pela da oferta". Nesse cenário competitivo, um novo padrão de relacionamento

entre as empresas começa a surgir baseado na cooperação entre elas em resposta às

turbulências do ambiente, como forma de compartilharem interesses e agregarem valor aos

seus produtos e serviços (MORGAN Apud HAUCK, 1996). Neste contexto, segundo

Parente (2000), varejistas e fabricantes passam a buscar soluções que permitam proporcionar

maior satisfação e criar valor para seus consumidores a fim de obterem vantagens

competitivas frente a seus concorrentes. Estas vantagens, por sua vez, podem ser obtidas

através da diferenciação e da redução de custos (PORTER Apud HAUCK, 1989).

Ao longo das últimas décadas o varejo vem atravessando um intenso ritmo de

transformação, devido fatores como o acirramento da concorrência com a globalização e a

liberação das importações, um novo perfil de consumidores mais exigentes e mais

conscientes de seus direitos; além do crescente número de fusões e aquisições, e da

implantação de novas tecnologias no setor. Por isso se faz necessária a discussão das

medidas que estas empresas estão adotando para evitar ou reduzir a falta de produtos na

gôndola e, em contrapartida reduzir o valor do capital empatado nos estoques e fidelizar

seus clientes. Dentro deste contexto, de acordo com King e Phumpiu (1996), o mais atuante

esforço de reestruturação ou reengenharia que está acontecendo no varejo é a iniciativa do

ECR (Efficient Consum er Response).

.

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De acordo com Dib (1997), a iniciativa do ECR surgiu nos Estados Unidos em 1993

devido ao aumento no mercado por diferentes formatos de lojas, à modificação dos hábitos

de consumo e à ocupação dos supermercados em posição distante dos líderes tecnológicos

do varejo. No Brasil, a organização Associação ECR foi fundada em 1997, e definiu o ECR

como uma estratégia em que o varejista, o distribuidor e o fornecedor trabalham muito

próximos para eliminar custos e excedentes da cadeia de abastecimento e melhor servir o

consumidor.

Parte integrante do ECR é a ferramenta chamada de Gerenciamento por Categorias

(GC), que surgiu no final da década de 80, quando algumas empresas começaram a

substituir o modelo de gestão por marcas para gestão por categorias para aperfeiçoar o mix

de produtos (HARRIS et al., 1999). Neste processo, os produtos de vários fornecedores são

agrupados em categorias que passam a ser gerenciadas como unidades estratégicas de

negócio, de acordo com a forma como os consumidores percebem que os produtos se inter-

relacionam ou se substituem para satisfação de suas necessidades (ECR BRASIL, 1998).

A ferramenta GC vem sendo bastante discutida e executada, tendo como principais

objetivos a adequada combinação de produtos na loja, visando fidelização de seus

consumidores com a criação de valor e um diferencial. Essa ferramenta também proporciona

um fluxo contínuo dos produtos, proporcionando maior giro e também maior rentabilidade

das categorias de uma loja, podendo proporcionar uma visão mais completa sobre o perfil e

os hábitos de compra dos consumidores, o que é fundamental para o processo de

diferenciação e posicionamento competitivo no mercado através de decisões estratégicas.

(MARQUES & ALCANTARA, 2002 apud REAMI & CARRERA, 2008, p. 4).

Diante dessas decisões estratégias, público-alvo, forma de atender às necessidades do

consumidor, sortimento e papel das categorias no mix da loja, constitui a abertura da

implantação do GC, onde a partir desse momento é de fundamental importância traçar metas

de vendas e planejar as estratégicas para que se alcancem os resultados esperados (ECR

Brasil, 2008).

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CAPÍTULO I GESTÃO DO VAREJO

Segundo Kotler e Keller (2006, p. 500), apud Hauck “o varejo inclui todas as

atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente ao consumidor final, para

uso pessoal, e não comercial”. Qualquer organização que venda para os consumidores finais

está fazendo varejo, independente de como ou onde os produtos ou serviços estão sendo

vendidos.

Parente (2000, p. 22), apud Hauck complementa afirmando que “o varejo consiste

em todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para

atender a uma necessidade pessoal do consumidor final”.

Drucker (1958, p. 252), apud Hauck afirma que:

O varejo é um termômetro da economia nacional que reflete o poder de compra dos consumidores e o grau de operosidade da indústria e da agricultura. Está para a economia assim como a roda está para um automóvel. O varejo liga a produção ao consumidor final. Desta forma, se varejo não se mostrar eficiente, todos os fatores produtivos na economia serão frustrados em seus desejos e necessidade.

Para Churchil e Peter (2000, p. 416), apud Hauck, o varejista é intermediário entre a

indústria e o consumidor final, proporcionando benefícios para ambos:

Ao primeiro, oferecendo um modo eficiente de colocar seus produtos à disposição dos consumidores e proporcionando dados e tecnologia capazes de fornecerem informações úteis às pesquisas. Ao segundo, criando valor ao colocar produtos à disposição em horários e épocas convenientes, operando em locais adequados e até indo à própria casa do consumidor.

Embora diversas sejam as definições, elas convergem, basicamente, para o mesmo

objeto, ou seja, venda para o consumidor final de produtos ou serviços em pequenas

quantidades.

Nos anos de 70 a 90, a forma de gestão do varejo foi atualizada devido ao

surgimento de grandes lojas individuais e algumas redes, e a questão dos estoques não era

uma preocupação muito grande, pelo fato que ter estoque era, garantia de valorização do

dinheiro investido, algo que hoje tem se mostrado inviável, pois a necessidade de ser mais

competitivo e obter a preferência do consumidor, cada dia mais exigente, tornou o assunto

de gestão dos estoques e das compras cruciais para a sobrevivência do ramo do varejo.

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1.1 – Marketing no Varejo

As pessoas que trabalham em lojas de varejo, como caixas, balconistas, vendedores e

funcionários de atendimento ao cliente, estão fornecendo um serviço. Por serviço entende-se

qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte oferece a outra,

podendo estar ligado ou não a um produto concreto. O marketing holístico de serviços exige

marketing externo, interno e interativo. Marketing externo pode ser entendido como o

processo normal de preparo, determinação de preço, distribuição e promoção de serviços aos

clientes. Marketing interno vem a ser o processo de treinamento e motivação feito com os

funcionários para que atendam bem os clientes. Marketing interativo pode ser entendido

como a habilidade dos funcionários em servir ao cliente (KOTLER e KELLER, 2006).

As decisões de marketing dos varejistas se dividem em: mercado-alvo; sortimento e

suprimento de produtos; serviços e ambiente de loja; preço; comunicação; e localização

(KOTLER e KELLER, 2006). Segundo Parente (2000), uma das decisões mais complicadas

e importantes para os varejistas é a definição dos itens que devem integrar uma categoria,

um departamento ou uma loja, ou, ainda, o mix total de produtos comercializados pela

empresa. Dessa definição surge o perfil e o tipo de estabelecimento.

A variedade de produtos define, portanto, a posição estratégica da empresa varejista,

ou seja, a posição que ela deseja ocupar no mercado (PARENTE, 2000). Para Kotler e

Keller (2006), o sortimento de produtos de um varejista deve estar de acordo com as

expectativas de compra do mercado-alvo. Parente (2000) recomenda que sejam observados

os seguintes pontos na definição da estratégia de sortimento:

• Amplitude: refere-se ao número de departamentos, categorias, subcategorias e

segmentos de produtos que a loja comercializa;

• Profundidade: diz respeito ao número de marcas e itens dentro de cada segmento;

• Preço e qualidade: intimamente ligados, ajudam a definir o posicionamento da loja;

• Marcas próprias: consiste em desenvolver marcas exclusivas do próprio varejista;

• Importância ou papel da categoria: decorre do posicionamento estratégico do

varejista. Dependendo desse posicionamento, as categorias são classificadas quanto

ao seu papel, definido de acordo com a sua capacidade de atrair clientes e de

influenciar a imagem do varejista junto aos seus consumidores, podendo ser:

categoria destino, quando esta capacidade é muito alta; categoria rotina, alta;

categoria ocasional, média; ou categoria conveniência, baixa.

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Tanto o posicionamento da loja para satisfazer as necessidades de consumo, como a

identificação de segmentos de mercado e, ainda, o marketing mix das lojas, são

influenciados pelo comportamento de compra e de seleção de loja do consumidor, que assim

afeta diretamente as estratégias de marketing a serem adotadas no varejo. O processo de

diferenciação de um produto ou serviço ocorre justamente neste ponto, na percepção do

consumidor. É por isto que a compreensão da escala de valores dos consumidores é de suma

importância, dado que todo o esforço em qualidade ou quaisquer outros fatores ou atributos

de um produto ou serviço podem não ser percebidos pelos clientes como diferentes dos

oferecidos pela concorrência (ASSAEL, 1992).

1.2 - Comportamento do Consumidor

O campo do comportamento do consumidor estuda como pessoas, grupos e

organizações compram, usam e descartam produtos, serviços, idéias ou experiências em

busca de satisfazerem suas necessidades e desejos (KOTLER e KELLER, 2006).

O propósito do marketing é satisfazer as necessidades e desejos dos clientes-alvo. [...] Estudar o cliente ajuda a melhorar ou lançar produtos e serviços, determinar preços, projetar canais, elaborar mensagens e desenvolver outras atividades de marketing. Os profissionais de marketing estão sempre em busca de novas tendências que ofereçam oportunidades de marketing (KOTLER e KELLER, 2006, p. 172).

Para Engel, Blackwell e Miniard (1997, p. 4), “o comportamento do consumidor

pode ser definidas como aquelas atividades diretamente envolvidas na obtenção, consumo e

disposição de produtos e serviços, incluindo o processo de decisão que precede e sucede

estas ações”. Os autores acreditam que a maioria das pessoas tende a experimentar os

mesmos tipos de necessidades e motivos, elas simplesmente expressam esses motivos de

forma diferente.

Por essa razão, o entendimento dos motivos humanos é muito importante para as

empresas, permitindo que elas entendam e possam prever o comportamento humano no

mercado.

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Modelo do comportamento do consumidor Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 183).

1.2.1 - Características do Consumidor

O comportamento de compra do consumidor é influenciado por fatores culturais,

sociais e pessoais. A cultura é o principal determinante do comportamento e dos desejos de

uma pessoa envolvendo seus valores, percepções e preferências. Os fatores sociais incluem

grupos de referência, família, papéis sociais e status. Idade, ciclo de vida, ocupação,

circunstâncias econômicas, personalidade, auto-imagem, estilo de vida e valores são

características que fazem parte dos fatores pessoais. Os fatores psicológicos também

influenciam o processo de decisão de compra e se dividem em: motivação; percepção;

aprendizagem; e memória (KOTLER e KELLER, 2006).

O processo de tomada de decisão do consumidor é desencadeado a partir do

reconhecimento da necessidade e da motivação. A motivação pode ser entendida como uma

força que atua internamente no indivíduo, conduzindo-o a uma determinada ação. Esta força

decorre de um estado de tensão provocado por uma necessidade ou desejo não satisfeito.

Estas necessidades são influenciadas por estímulos internos e externos e podem ser

fisiológicas, quando surgem de estados de tensão fisiológicos, como fome, sede e

desconforto, ou psicológicas, decorrentes de estados de tensão psicológicos, como

necessidade de reconhecimento, estima e integração. A necessidade somente se torna um

motivo no momento em que ganha força e passa a ser suficientemente importante para levar

a pessoa a agir. As motivações que levam o consumidor a comprar determinado produto

referem-se aos fatores que estimulam, mantêm e dirigem o comportamento deste

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consumidor no sentido da realização de um objetivo (ENGEL, BLACKWELL e MINIARD,

1997; KARSAKLIAN, 2004; KOTLER e KELLER, 2006).

A maneira como uma pessoa motivada realmente age é influenciada pela percepção

que ela tem da situação. Segundo Kotler e Keller (2006, p. 184):

Percepção é o processo por meio do qual alguém seleciona, organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma imagem significativa do mundo. [...] No marketing, as percepções são mais importantes do que a realidade, visto que é a percepção que de fato influencia o comportamento de compra do consumidor.

A aprendizagem consiste em mudanças no comportamento de uma pessoa

decorrentes da experiência. Ela nasce da interação entre impulsos, estímulos, sinais,

respostas e reforços. Por memória entende-se a capacidade das pessoas em armazenar

informações e experiências. O processo de memória consiste em dois momentos distintos. O

primeiro é a codificação, que se refere a como e onde a informação é armazenada na

memória. O segundo é a recuperação, que se refere a como a informação é extraída

(KOTLER e KELLER, 2006).

Na realização da compra existem cinco estágios distintos no processo de decisão.

Conforme visto, o primeiro estágio é o de reconhecimento do problema e consiste na

percepção de que algo não está certo, levando o indivíduo a uma situação de desconforto. É

por essa razão que ele tem motivações suficientes para procurar uma solução que possibilite

o retorno ao seu estado de equilíbrio psicológico, ou seja, à satisfação da necessidade em

questão. Diversos estímulos podem influenciar o consumidor na percepção de problemas,

como, por exemplo, tempo, esforços promocionais e complementaridade de produtos.

O consumidor motivado passa para uma segunda etapa no processo de decisão, em

que busca todas as informações disponíveis sobre sua necessidade, que podem ser oriundas

de suas próprias experiências e conhecimentos ou adquiridas no próprio ambiente da

compra. As fontes de informação podem ser pessoais, comerciais, públicas ou

experimentais. Estas fontes também podem ser categorizadas de duas formas: fontes

empresariais e não empresarias. As empresariais são as que vêm da própria empresa, através

de propagandas, vendedores, displays em loja, etc. As não empresariais são as informações

que são independentes do controle da empresa.

O terceiro estágio consiste na avaliação das alternativas. Neste estágio, o consumidor

processa as informações levantadas e cria preferências entre as marcas do conjunto de

escolhas, formando uma intenção de compra. Os clientes procuram sempre maximizar o

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valor, dentro dos limites impostos pelos custos envolvidos na procura e pelas limitações de

conhecimento, mobilidade e renda. A análise das alternativas pode ocorrer através do

processamento da marca, em que as marcas são avaliadas uma a uma, ou do processamento

por atributo, que consiste no processamento de todas as marcas simultaneamente, levando-se

em consideração um atributo de cada vez. Dentre os atributos avaliados no produto estão: a

forma como cor, tamanho e formato; as características, que complementam sua função

básica; a qualidade de desempenho, que pode ser baixa, média, alta ou superior; a qualidade

de conformidade; a durabilidade; a confiabilidade; a embalagem; o preço.

O quarto estágio é o da decisão de compra, em que os clientes agem com base em

suas expectativas de valor, e envolve cinco decisões: marca; revendedor; quantidade;

ocasião; e forma de pagamento. As compras podem ser planejadas ou não planejadas – por

impulso. As compras planejadas são aquelas que fazem parte de uma decisão prévia do

comprador. As compras por impulso são aquelas que o cliente não havia previsto realizar. A

compra por impulso pura é a compra totalmente imprevista e que rompe com os hábitos

normais de compra. Já a compra por impulso por associação é a compra que ocorre quando

o cliente, ao adquirir um produto, depara-se com outro produto que se relaciona com este e

acaba comprando ambos. (ENGEL, BLACKWELL e MINIARD, 1997; PARENTE, 2000;

KARSAKLIAN, 2004; KOTLER e KELLER, 2006)

Com relação à decisão de escolha da loja, Engel, Blackwell e Miniard (1997)

afirmam que ela geralmente reside nos seguintes atributos determinantes: localização;

natureza e qualidade do sortimento; preço; publicidade e promoção; vendedores; serviços

oferecidos; atributos físicos da loja; natureza da clientela da loja; atmosfera da loja; e

serviços pós-venda.

Para Brun (1990 apud MACEDO, 1993), existem três dimensões de importância que

o consumidor pode perceber da loja:

• Características mentais subjetivas ou semânticas: a loja torna-se um veículo de

comunicação com o consumidor, que carrega um significado e um simbolismo;

• Características funcionais ou pragmáticas: os desejos do consumidor com os do

varejista estão ligados para lhes proporcionar maior conveniência. Está voltada à

dimensão lógica, ao destino, à função;

• Estrutura visual ou sintática: diz respeito às mensagens mais diretas, relaciona-se

com a clareza e rapidez de percepção, com os seus elementos constituintes e com a

sua estrutura que proporcionam meios para atrair a atenção do consumidor.

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O quinto e último estágio do processo de compra é a avaliação pós-compra. Este é o

estágio no qual o consumidor realiza uma retrospectiva de sua atitude, gerando um

sentimento de satisfação ou de insatisfação. A satisfação do cliente depende, entre outros

fatores, da qualidade dos produtos e serviços. Para Kotler e Keller (2006, p. 145) “qualidade

é a totalidade dos atributos e características de um produto ou serviço que afetam sua

capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas”. Uma empresa fornece

qualidade sempre que seu produto ou serviço atende às necessidades do cliente ou as

excede.

Para gerar um grande nível de fidelidade é preciso entregar um alto valor para o

cliente. Fidelidade corresponde a um compromisso profundo de comprar ou recomendar

repetidamente certo produto ou serviço no futuro. Uma proposta de valor consiste em todo

um conjunto de benefícios que a empresa promete entregar, é mais que o posicionamento

central da oferta, inclui todas as experiências que o cliente terá ao longo do processo de

obter e usar a oferta. Se o produto ou serviço atender às expectativas ou for além, os clientes

ficarão inclinados a recorrer novamente ao fornecedor. Empresas bem-sucedidas adicionam

a suas ofertas benefícios que não só satisfazem os clientes, como também os surpreendem e

encantam. Encantar os clientes é uma questão de superar expectativas. (KOTLER e

KELLER, 2006).

Berry (1999, p. 58) apud Hauck, ao analisar o futuro do varejo, diz que:

Os tempos da concorrência simples, baseada no preço, estão ficando para trás. Daqui para frente, os varejistas deverão se adequar ao modelo de criação de valor para os seus clientes, o que implica em maximizar benefícios valiosos, minimizar os custos e adotar algum diferencial em relação aos concorrentes, diferencial este que esteja em mutação para não ser imitado.

1.3 – Logística no Varejo

A definição mais conhecida atribuída ao vocábulo logística é aquela que foi

divulgada em 1988 pelo CLM (Council of Logistics Management), Conselho de

Gerenciamento da Logística, entidade que congrega milhares de profissionais atuantes nos

diversos segmentos ligados à aquisição, movimentação e ao armazenamento de materiais e

produtos, observe:

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar, de maneira eficiente, o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e

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informações associados, abrangendo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.

Para Alvarenga (2001), o estudo da logística requer uma visão sistêmica tendo em

conta a multiplicidade de áreas envolvidas e que devem estar integradas. Podemos visualizar

a empresa como um sistema – o sistema empresa – formado por outros sistemas (ou

subsistemas), como o subsistema de recursos financeiros, o subsistema de recursos

humanos, o subsistema de recursos materiais e assim por diante. Esses subsistemas, por sua

vez, são formados por outros sistemas (ou subsistemas). IVRO

As atividades que formam essa grande rede que permeia os sistemas componentes do

sistema de recursos materiais recebem denominações como:

• Identificação de fornecedores;

• Compras;

• Recebimento e armazenagem de materiais;

• Expedição de materiais;

• Armazenamento de produtos acabados;

• Expedição de materiais, etc.

O conjunto dessas e de outras atividades próprias do sistema de recursos materiais

forma um processo que se convenciona chamar de logística, devendo ficar claro que tal

processo não fica restrito a uma área (área de materiais) ou a um sistema (sistema de

recursos materiais).

A logística corresponde a uma série de atividades que são repetidas muitas vezes ao

longo de uma cadeia conhecida por cadeia de suprimentos, ou cadeia logística. A qualidade

no desempenho dessas atividades sofre a influência de um número expressivo de fatores. Por

exemplo, sofre influência da área comercial, da área de marketing, da produção, dos

fornecedores, da área de financeira, da disposição física dos materiais e assim por diante.

O valor para a logística é expresso em termos de tempo e lugar, ou seja, um produto

ou serviço somente terá valor para um cliente se estiver disponível no momento certo e no

lugar certo. Um terceiro valor, denominado forma, é definido pela manufatura à medida que

as entradas são convertidas em saídas, ou seja, à medida que insumos são convertidos em

produtos acabados.

Um quarto valor, denominado posse, é definido pelas áreas de marketing, que cria

valor por meio da publicidade. Em quinto, estão às finanças, que criam valor pelas suas de

condições de venda, como crédito e financiamento.

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É usual dividir as atividades logísticas em processos operacionais e gerenciais de

suporte, pois, uma vez integrados, geram produtos, serviços e informações que agregam

valor para o consumidor final.

São exemplos de processos:

• Planejamento e aquisição de recursos;

• Conversão dos recursos em produtos;

• Entrega dos produtos;

• Administração dos processos de produção e entrega.

E através desses processos é possível obter indicadores de desempenho da logística:

• Freqüência de avarias;

• Valor das avarias;

• Número de pedidos;

• Número de pedidos perfeitos;

• Número de devoluções por produto;

• Custo de mão-de-obra por funcionário;

• Número de erros nas entregas de pedidos;

• Número de pedidos pendentes e assim por diante.

Esses processos na logística são acompanhados com o surgimento de novos formatos e a

sofisticação das operações de varejo, viabilizados pelas tecnologias de distribuição, que têm

permitido às empresas realizarem inovações, criando novos modelos de negócio, na visão de

Christensen e Tedlow (2000, p. 42), pois, para eles, a missão do varejo sempre foi “(...) ter o

produto certo, no local certo, no preço certo, na hora certa”.

1.4 – Tecnologia da Informação no Varejo

O uso da TI nas suas diversas formas, como Internet, Comércio Eletrônico, Suporte a

programas de fidelidade, CRM – Gerenciamento do Relacionamento com o Consumidor e

outras, tem propiciado ao varejo grandes oportunidades na concepção dos novos modelos,

pois, este ambiente permite mudanças significativas na forma como o varejo pode atingir o

seu objetivo, que é a venda de produtos e serviços para o consumidor final.

Na visão de Ferreira, R. C. (2000), com a estabilização da economia, em 1994, e a

abertura do mercado, as empresas nacionais precisaram passar por um processo de

reestruturação para se tornarem mais produtivas, deixando de lado uma cultura inflacionária

e procurando a competitividade. Nesta busca pela competitividade, os investimentos em

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automação crescem como suporte na conquista de menores custos, maior flexibilidade e

agilidade nas decisões.

O varejo brasileiro, nos últimos anos, tem sofrido grandes modificações, com o

objetivo de se adaptar às novas necessidades do mercado, de acordo com Parente (2000),

que identificou diversos fatos geradores destas mudanças, entre eles, a utilização da TI, que

está correlacionada com modelo de gestão mais eficiente. Para Araújo (1998), a Tecnologia

de Informação surge, modificando o conceito de velocidade do setor; destruindo as

fronteiras internas e externas à organização; reduzindo o tempo entre projeto e lançamento

de produtos num ambiente, no qual os consumidores, com muito mais opções, demandam

uma empresa competitiva em preços, qualidade e serviços.

Neste contexto, a informação torna-se um insumo, cada vez mais necessário, na

diferenciação do negócio e na conquista de uma posição competitiva. Desta forma, na visão

de Ferreira, R. C. (2000), o processo de automação torna-se uma ferramenta estratégica.

Para Prado (1996), outra variável a ser analisada é a própria tecnologia, colocada à

disposição do setor. A evolução da TI disponibiliza equipamentos e softwares capazes de

provocar mudanças no planejamento, controle e execução dos processos de negócio.

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CAPÍTULO II

ECR (EFFICIENT CONSUMER RESPONSE)

Com o ciclo de vida dos produtos diminuindo e a concorrência se intensificando, a

tarefa das empresas em diferenciarem suas ofertas de todas as outras disponíveis no mercado

se torna mais difícil (BOWERSOX e CLOSS, 2001; Berry, 1999). Nesse novo cenário, as

empresas passam a buscar soluções que permitam proporcionar maior satisfação e criar

valor para seus consumidores, como forma de obterem vantagens competitivas frente a seus

concorrentes (PARENTE, 2000). Com isso, um novo padrão de relacionamento entre as

empresas começa a surgir baseado na cooperação entre elas em resposta às turbulências do

ambiente, como forma de compartilharem interesses e agregarem valor aos seus produtos e

serviços (MORGAN, 1996).

Nesse contexto, de acordo com Dornier (2000), o racional da cadeia de distribuição

passa a se focar na demanda real do cliente, usando essa informação para orientar o sistema,

conforme demonstrado na figura:

Racionalização da cadeia de distribuição Fonte: Dornier (2000, p.216)

A gestão da cadeia de suprimentos passa a se basear na crença de que a eficiência ao

longo da cadeia pode ser melhorada por meio do compartilhamento das informações e do

planejamento conjunto entre seus diversos agentes (BOWERSOX e CLOSS, 2001).

Para que seja possível gerenciar as empresas sob essa nova perspectiva, têm surgido

várias práticas e ferramentas que visam, sobretudo, a obtenção de uma maior sinergia na

gestão da cadeia produtiva, proporcionando a obtenção de maiores vantagens competitivas

aos seus participantes. Uma destas práticas é o ECR (Efficient Consumer Response), que

surge na década de 90. No Brasil, este conceito passou a ser difundido a partir de 1997,

através da criação da Associação ECR Brasil (INTEGRATION, 2001).

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CAPÍTULO III

GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS

Como parte integrante do processo de ECR, a ferramenta gerenciamento por

categorias vem sendo bastante discutida e implantada, tendo como principais objetivos a

adequada combinação de produtos na loja, visando fidelização de seus consumidores com a

criação de valor e um diferencial em relação à concorrência. Essa ferramenta também

proporciona aumento do giro dos produtos e da rentabilidade das categorias de uma loja,

podendo proporcionar uma visão mais completa sobre o perfil e os hábitos de compra dos

consumidores, o que é fundamental para o processo de diferenciação e posicionamento

competitivo no mercado. Para os varejistas, o GC pode ser apontado como uma ferramenta que proporciona a

fidelização de clientes através da criação de valor. Isso porque, de acordo com Dib (1997), o

GC visa obter uma ótima composição das diversas categorias do mix da loja e da

composição dos produtos dentro de cada categoria, além da aquisição de uma visão mais

completa sobre o perfil e os hábitos de compra dos consumidores. Para tanto, esta

ferramenta envolve a cooperação entre várias áreas funcionais tanto dos varejistas quanto de

seus fornecedores.

Muito difundido a partir dos anos 90, ainda há quem desconheça o Gerenciamento

por Categorias. Atualmente também é contextualizado como conceitos de: loja dentro da

loja, árvore de decisão, exposição casada ou merchandising. Nas últimas décadas foi

responsável por profundas mudanças nos pontos-de-venda de lojas dos mais variados

segmentos.

De acordo com Amatti (2008), o GC se refere a um processo de parceria entre

varejista e fornecedor, cujo objetivo central consiste em aumentar as vendas e a

lucratividade por meio de esforços contínuos que agreguem maior valor ao consumidor

final, onde cada categoria pode representar um item, que pode ser dividida em

subcategorias.

No Brasil, segundo Amatti (2008), a ECR Brasil é a entidade que reúne empresas

comerciais e industriais que buscam eficiência competitiva através do GC, buscando atender

as necessidades dos clientes com alto padrão de qualidade.

À medida que os mercados passam por evoluções, o ciclo de vida dos produtos

diminui e, conseqüentemente, a concorrência se intensifica, o que gera a necessidade da

elevação dos custos em se manter um bom nível de serviço ao consumidor, como exemplo:

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pela disponibilização dos produtos no tempo e lugar certo. Essas evoluções têm obrigado os

fornecedores e os demais membros dos sistemas de distribuição a procurarem estabelecer

padrões de relacionamento mais cooperativos (BOWERSOX & COOPER, 2001).

Dentro deste contexto, o Gerenciamento por Categorias é uma ferramenta que tem

um foco todo especial no consumidor final, disponibilizar o produto certo e na quantidade

certa, ou seja, um processo que busca continuamente organizar a área comercial de modo a

explorar a potencialidade das diversas categorias existentes em um ramo de negócio.

O movimento ECR Brasil propõe uma metodologia de gerenciamento por categoria

ressaltando que este é um processo contínuo. Desta forma, cada etapa está descrita como

(MARQUES & ALCANTARA, 2002, p. 3):

• Definição da categoria: identificar a necessidade de compra do consumidor no seu

processo de decisão de compra na frente da gôndola: é preciso definir a abrangência

da categoria e identificar a árvore de decisão do consumidor.

• Definição do papel da categoria: estabelecer a importância da categoria para o

negócio do varejista, definindo a alocação de recursos entre as categorias.

• Avaliação da categoria: identificar a existência de oportunidade para aumentar as

vendas, lucratividade retorno sobre investimento, através de dados reais de consumo

e mercado.

• Cartão de metas da categoria: definir os objetivos qualitativos e quantitativos que

devem ser atingidos por meio da implantação da categoria.

• Estratégias da categoria: definir estratégias de marketing e de abastecimento de

produto, que capitalizam as oportunidades através do uso criativo e eficiente de

recursos.

• Táticas da categoria: identifica as melhores táticas quanto ao sortimento preço,

apresentação nas gôndolas e promoções que asseguram a implantação das

estratégias.

• Implantação do plano: elaborar o plano mediante um cronograma e definir a

alocação das responsabilidades.

• Revisão da categoria: avaliar, monitorar e modificar o plano de negócios da

categoria periodicamente.

Um bom planejamento precisa de registro e disciplina para ser seguro. Não é

necessário que siga estes oito passos para realização de um projeto de gerenciamento por

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categoria, mas sim, deve-se avaliar o nível de profundidade, investimento e tempo, das

variáveis do processo.

Além das etapas do planejamento apontadas acima, para que o GC tenha sucesso no

objetivo ao qual foi proposto, é importante ressaltar a existência de três táticas para as

categorias, bem como a implantação do PDV. Conforme Amatti (2008, p.128) essas táticas

se referem a: sortimento; preço e apresentação na gôndola.

Segundo Amatti (2008, p. 128), “para que o processo de Gerenciamento por

Categorias saia do papel é necessário que o varejo e os fornecedores passem a trabalhar as

categorias, enxergando-as da mesma forma que o consumidor”. Quando o consumidor está

na frente de uma gôndola para efetuar suas compras se depara com algumas considerações

nas quais Amatti (2008, p. 137) classifica como ‘árvore de decisão’. Para o autor, “ao entrar

no supermercado, vários fatores contribuem para que se decida por este ou aquele produto.

Esse processo de etapas, que vai desde a lista que está nas mãos do consumidor à passagem

pelo check-out, tem raiz, ganhos e copa, como uma árvore”.

• Significado (primeiro nível): itens que suprem as necessidades. Por exemplo, ao

pensar em cuidados pessoais, produtos como desodorante, talco, tintura para cabelo,

xampu e creme dental são significativos.

• Abrangência: consumidor se dirige para a prateleira de cuidados com o corpo,

cabelos, unhas, rosto, dentes.

• Segmentação (terceiro nível): no caso de cuidados com os cabelos, pentes a

segmentação atinge também os itens que se sub - segmentam, por exemplo, entre as

tinturas há diversos tipos de marcas, cores, tipos de processo químico e usos.

• Processo decisório (quarto nível): ligado às variáveis que compõem as necessidades

de cada cliente. Ainda no exemplo das tinturas, necessidades de mudança de cor, de

forma, de eliminar grisalhos.

• Processo de compra (quinto nível) finalização do processo de consumo, facilidades

de adequação e de acesso à compra.

É evidente que a definição da categoria, ou seja, a definição de um grupo de produtos

que os consumidores percebem como inter-relacionados e/ou substituíveis entre si na

satisfação de suas necessidades, resulta no grupo de produtos que deverão compor esse

espaço de venda, baseando-se é claro no gosto e na necessidade do cliente (ECR Brasil,

2008).

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Em essência, o GC oferece soluções para as necessidades do consumidor agrupando

os produtos por afinidade de uso, ou categoria. A definição da categoria, que consiste em um

grupo de produtos que os consumidores percebem como inter-relacionados e/ou

substituíveis entre si na satisfação de suas necessidades, resulta no grupo de produtos que

deverão compor esse espaço de venda. Esta definição deve, portanto, se basear na percepção

e nas necessidades.

O sortimento da loja vai depender de seu tamanho e formato, das soluções que

pretende oferecer e do papel que a categoria desempenha na loja, que pode ser:

• Destino: categoria pela qual a loja é lembrada como o melhor local para adquiri-la.

Isto não significa necessariamente que possui o menor preço, mas que tem o melhor

valor percebido, composto pelo sortimento, preço, ambientação e serviço. A loja é

considerada como referência para compra desta categoria;

• Rotina: categorias em que a loja é preferida pelo fornecimento de valor consistente e

competitivo no atendimento das necessidades de rotina e/ou estocagem do

consumidor;

• Ocasional ou sazonal: categorias que reforçam a imagem do varejista como loja

preferida pelo fornecimento de valor competitivo e oportuno ao consumidor-alvo

para compras sazonais;

• Conveniência: categorias que reforçam a imagem do varejista como loja completa

pelo fornecimento do valor adequado ao consumidor-alvo no atendimento de suas

necessidades de reposição planejadas ou não-planejadas.

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Os 4 tipos de produtos por categoria Fonte: http://www.medley.com.br/aofarmaceutico/_files/dbarquivos/mo_0052_08.pdf

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CONCLUSÃO

O gerenciamento de categorias ainda é uma ferramenta gerencial nova e tanto a sua

implantação como manutenção dependem fundamentalmente da existência de um fluxo de

informações confiáveis. Também é necessário, para a consolidação desse processo, um forte

comprometimento e transparência entre as partes envolvidas.

O processo de implantação do gerenciamento de categorias com a liderança da

indústria está apresentando sucesso, ainda que lentamente, principalmente em categorias

como refrigerantes, cervejas, artigos de higiene e limpeza. Os resultados alcançados são

significativos e têm estimulado os varejistas a aderirem ao processo, embora ainda haja certa

desconfiança no que tange a abertura completa das informações, condição básica para o

sucesso da implantação e manutenção dessa ferramenta gerencial.

Não é mais possível para uma rede de varejo ou mesmo para uma grande loja única,

gerir estoques e compras com base unicamente na experiência.

Através do trabalho foi possível identificar se o GC sua essência, bem como se o

resultado na prática traz melhorias para as organizações que fazem uso dessa ferramenta,

tendo como resultado a melhoria contínua dos processos e o fator diferencial competitivo.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA DOMINGUES, Osmar & MARTINS, Gilberto de Andrade. O Gerenciamento de categorias no varejo: um estudo de caso da COOP – Cooperativa de Consumo: um estudo de caso. VII SEMEAD – In <http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/> Acesso em: 07 fev. 2011, 22:38:00. ROSA, Jocimar Pereira, SILVA CORAL, Marcio Leandro. Gestão de Varejo: Estratégia de Negócio e Gestão de Estoques: artigo. FCV Empresarial. Vol. 1, N° 1 (2007) – In <http://www.fcv.edu.br/fcvempresarial/viewarticle.php?id=10&layout=abstract> Acesso em: 08 fev. 2011, 23:20:00 HAUCK, Eduardo. Um Estudo Sobre a Implantação da Ferramenta Gerenciamento por Categorias no Varejo de Farmácias. – In <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/18018> Acesso em 12 fev. 2011, 14:03. MADEIRA, Paulo César Silva: Gestão de Materiais e Logística no Varejo e Serviços. Palhoça: UnisulVirtual, 2005 – In <http://busca.unisul.br/pdf/79700_Paulo.pdf> Acesso em: 16 fev. 2011, 21:18,00.

MARQUES, Érico Veras: O Uso da Tecnologia de Informação nas Organizações: Um Estudo no Varejo de Moda no Brasil. São Paulo, 2004 – In < http://virtualbib.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/2597/74550.pdf?sequence=3> Acesso em: 14 mar. 2011, 20:29.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(TÍTULO) 11

1.1 - A Busca do Saber 12

1.2 – O prazer de pesquisar 15

1.2.1 - Fator psicológico 15

1.2.2 - Estímulo e Resposta 17

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52

BIBLIOGRAFIA CITADA 54

ÍNDICE 55

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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