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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O PROFESSOR O papel do educador Montessoriano
na educação inclusiva
Por: Claudia Soares Tavares
Orientador
Prof. Maria Esther de Araújo
Co-orientadora
Prof. Giselle Brand
Rio de Janeiro
2015
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O PROFESSOR O papel do educador Montessoriano
na educação inclusiva
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Educação Especial e
Inclusiva.
Por: . Claudia Soares Tavares
RESUMO
O presente trabalho reconstitui em linhas gerais a historia da educação, evidenciando o papel do professor como agente de inclusão. Nesse processo observou-se, através da história, a participação dos sujeitos a partir do conceito de cidadania e no reconhecimento das diferenças. Dessa maneira, constitui-se como um estudo sobre o papel do professor montessoriano na busca da inclusão escolar. As seguintes questões orientaram essa pesquisa: Como acontece o processo de inclusão nas escolas montessorianas? Qual o papel do educador como facilitador desse processo? Esse estudo contribui para afirmar que a filosofia elaborada por Maria Montessori proporciona um ambiente educacional favorável a todos, pois respeita o indivíduo, suas especificidades e estimula o desenvolvimento da autonomia, além de contar com profissionais preparados para mediar o conhecimento. A escola nessa perspectiva passa a ser um espaço de participação social, valorizando a democracia. A pedagogia Montessoriana está voltada para as atividades motoras e sensoriais, as escolas valorizam as experiências, o professor tem nesse contexto o papel de observador e propulsionador dos fatores educacionais, colaborando para um processo de inclusão efetivo.
Palavras Chave: Pedagogia Montessoriana; Inclusão; Professor.
METODOLOGIA
Este trabalho está embasado nos discursos de Maria Montessori sobre
a função do professor como facilitador no processo de inclusão, entendendo
que este beneficia a todos uma vez que saudáveis sentimentos de respeito à
diferença, de cooperação e de solidariedade podem desenvolver-se no
indivíduo.
Como parâmetros foram utilizados autores que discutem a educação
tais como: Perrenoud, Piaget, Vygotsky, Saviani, Rousseau, Dewey, Freire,
dentre outros.
A OMB - Revista da organização Montessoriana do Brasil engrandeceu
este trabalho, fornecendo informações sobre a filosofia em relação aos
adolescentes.
Reuniões, encontros e cursos com a Presidente da Organização
Montessoriana no Brasil, Professora Sonia Maria Alvarenga Braga foram
fundamentais para a concretização do presente trabalho.
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com
abordagem qualitativa.
Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se o método bibliográfico
e de observação à Escola Montessoriana, através da vivência em classes
agrupadas, que trouxe prática a pesquisa. A pesquisadora pertence ao mesmo
grupo que investiga.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO:
UMA BREVE RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA 9
CAPÍTULO II
A ESCOLA MONTESSORIANA NO
CONTEXTO DA INCLUSÃO 16
CAPÍTULO III
O PROFESSOR MONTESSORIANO
E A PRÁTICA DA INCLUSÃO 29
CONCLUSÃO 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
WEBGRAFIA 40
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
7
INTRODUÇÃO
Vive-se em um mundo plural e complexo. A visão de educando,
professor, escola e conhecimento precisam abranger as tensões presentes na
realidade atual. Assim, alarga-se a função social e humana da escola,
discutem-se as relações entre o que é universal/global e as soluções locais,
compreende-se a diversidade como riqueza, considerando os saberes
presentes na escola pratica e estética, humanidade e compromisso social
devem fazer parte da educação. Nesse contexto, é imprescindível o debate
constante do papel do professor como agente da inclusão.
A formação permanente dos professores, a discussão também
permanente sobre as rotinas, tempos e espaços, planejamentos e projetos,
constituem elementos que dão vida ao dia a dia escolar. Nesse sentido, as
reflexões sobre a prática, as articulações entre teoria e prática tornam-se
movimentos presentes e constantes na dinâmica escolar, objetivando sempre
a inclusão de forma solidária e como fator engrandecedor na formação do ser
humano.
Acredita-se, nesse sentido, que é preciso buscar mais do que nunca o
sentimento, a sensibilidade e a ética na escola. Sendo assim é fundamental
que o educador esteja preparado para ajudar os alunos nos problemas morais,
tais como a luta pela vida, a solidariedade, a democracia, a justiça, a
convivência com as diferenças, o direito de todos a felicidade e auto
realização.
Para que haja um novo posicionamento é impreterível que o professor
tenha profissionalismo, ou seja, tenha comprometimento, que seja capaz de
aprender a aprender, que seja autônomo, que desenvolva um trabalho
pertinente à realidade do aluno, contribuindo efetivamente para o processo de
inclusão.
8
Nesse direcionamento, este trabalho procura analisar o papel do
professor como agente no processo de inclusão escolar, dando ênfase à
formação Montessoriana do educador.
Analisar o papel da Escola Montessoriana como formadora de um ser
humano mais solidário, esclarecer a atuação do educador como orientador e
facilitador nas classes inclusivas, fundamentam a pesquisa e contribui para a
cultura da paz, da solidariedade e da formação integral
Nesse sentido, o professor do século XXI deve manter-se em constante
atualização para que possa acolher as diversas realidades e atender aos
alunos em suas especificidades.
Assim sendo, este estudo será divido em três capítulos.
O capítulo I irá enfatizar a história da educação no contexto da inclusão,
evidenciando as mudanças através do tempo e focando na concepção de
direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis. Buscou-se na história, nesse direcionamento, o papel da
educação na formação da sociedade e verificou-se que o saber ocupou
posições diferenciadas ao longo dos séculos.
Já o capítulo II abordará a escola de educação Montessoriana, seus
ambientes, sua filosofia e prática com o intuito de reflexão sobre o papel da
educação como formadora de um ser humano mais solidário em prol de uma
educação inclusiva efetiva.
No capítulo III o papel do professor Montessori como agente facilitador
da aprendizagem fundamenta-se a partir do respeito às diferenças individuais.
Sendo assim, o professor é o grande agente do processo educacional. A
grande responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está nas
mãos do professor.
O papel do professor, segundo a LDB – Lei de Diretrizes e Base da
Educação 9394/96, está muito além da simples transmissão de informações.
Nesse contexto, buscou-se repensar a função do mestre no direcionamento da
inclusão.
9
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO: UMA RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA
A educação é tema das mais acaloradas discussões na
contemporaneidade, seja ligada a temas políticos, filosóficos, sociais e
universitários. Tentar compreendê-la requer um pouco de entendimento sobre
seus “modelos” concebidos, bem como as idealizações que se tem a partir
destes.
Nesse contexto, a educação inclusiva assume espaço central no debate
acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da
lógica da exclusão. A partir dos referencias para a construção de sistemas
educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a
ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para
que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas.
Por muitos anos os portadores de deficiências foram mantidos em
completa exclusão social. Como advento dos estudos científicos, algumas
medidas assistencialistas começaram a surgir para garantir a essas pessoas
uma sobrevivência mais digna.
Essa situação permeia as sociedades desde a Antiguidade e persiste
em existir até os dias atuais. Em Esparta, por exemplo, na Antiga Grécia, as
crianças com deficiências físicas eram abandonas nas montanhas. Devido à
ignorância das causas das diferentes deficiências, com frequência, as
limitações apresentadas pelas pessoas causavam medo e rejeições à
sociedade.
Na Idade Média, os deficientes mentais, os loucos e criminosos, muitas
vezes eram considerados possuídos pelos demônios e, por isso, eram
excluídos da sociedade. Aos cegos e surdos eram atribuídos dons e poderes
10
sobrenaturais. No pensamento dos filósofos cristãos, a crença também
oscilava entre culpa, expiação de pecados, e finalmente, por São Tomás de
Aquino, a deficiência passa a ser considerada como um fenômeno natural da
espécie humana. (MEC, 2002).
Essa era a condição da criança na sociedade da Idade Média. E só a
partir do final do século, que mudanças de concepções são notadas.
Principalmente em decorrência das transformações econômicas e políticas, e o
surgimento da sociedade capitalista, além da descoberta de remédios e
formulas para a cura de epidemias que afetavam principalmente crianças.
Na educação, a manifestação dessas mudanças é ainda mais
significativa. A infância agora possui mais um complemento, a escola. O
contexto da época, as condições da sociedade industrial/capitalista, exigiu que
todos fossem força de trabalho, inclusive mulheres e crianças. A questão que
se evidenciava era sobre o atendimento educacional das crianças que não
estavam no mercado de trabalho.
O pensamento pedagógico moderno começa a ganhar dimensão
significativa no século XVI e XVII, valorizando a criança como ser que possui
necessidades e vontades próprias e apontava a urgência de se utilizar os
materiais e atividades diferentes, de acordo com os estágios pelos quais as
crianças passavam.
Num outro estágio, nos séculos XVIII e meados do século XIX,
encontra-se a fase de institucionalização, em que os indivíduos que
apresentavam deficiência eram segregados e protegidos em instituições
residenciais.
Rousseau (2004), insistia na necessidade de que se respeite o ritmo de
cada criança e suas vivências. Considerava a natureza de cada criança,
juntamente com os aspectos biológicos, como fatores muito importantes que
ainda hoje influenciam as proposições relativas ao processo ensino-
aprendizagem, especialmente estudos relacionados às crianças.
No início do século XIX, o médico Jean Marc Itard, (2000) desenvolveu
as primeiras tentativas de educar uma criança com doze anos de idade,
11
chamado Vitor, mais conhecido como o “Selvagem de Aveyron”. Reconhecido
como o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de
deficientes, ele estava certo de que a inteligência de seu aluno era educável, a
partir de um diagnóstico de idiotia que havia recebido.
Outro importante representante dessa época foi o também médico
Edward Séguin (1997), que influenciado por Itard, criou o método fisiológico de
treinamento, que consistia em estimular o cérebro por meios de atividades
físicas e sensoriais.
A educação infantil que se expandiu no final do século XVIII e
principalmente no século XIX, possuía como objetivo suprir a lacuna da família
que compulsoriamente tinha que se integrar no mercado de trabalho. Portanto,
era uma educação voltada para filhos de trabalhadores, mas oferecida pelos
componentes da classe burguesa. Para tentar superar as carências das
crianças, procurou-se, através da escola, sanar necessidades de saúde,
alimentação, de cultura e por último, educação. Alguns pioneiros da educação
infantil viam a educação compensatória como solução para a pobreza e a
miséria instituída pelo sistema capitalista. Este aspecto foi muito marcante,
pois ainda hoje o caráter assistencialista permanece no contexto educacional.
Com esforço em termos de pesquisa e estudos por parte dos educadores, a
educação infantil está tomando novo rumo, buscando o caráter educacional no
seu sentido mais completo.
As instituições de educação infantil na virada do século XIX possuíam
muito mais médicos do que educadores. Privilegiava-se aí muito mais o caráter
de educação higiênica do que propriamente da educação
Já no final do século XIX e meados do século XX, desenvolvem-se as
escolas e/ou classes especiais em escolas públicas, visando oferecer à pessoa
deficiente uma educação à parte. No final do século XX, por volta da década
de 70, observa-se um movimento de integração social dos indivíduos que
apresentam deficiência, cujo objetivo era integrá-los em ambientes escolares,
o mais próximo possível daqueles oferecidos à pessoa normal.
12
A história da educação brasileira não é uma história difícil de ser
estudada e compreendida. Ela evoluiu em rupturas marcantes e fáceis de
serem observadas.
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos
portugueses ao território do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer
que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o
que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam
características próprias de se fazer educação.
Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a
moral, os costumes e a religiosidade europeia; trouxeram também os métodos
pedagógicos.
Esse método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759,
quando uma nova ruptura marca a Historia da Educação no Brasil: a expulsão
dos jesuítas por Marquês de Pombal.
A vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação
anterior. Para preparar terreno para sua estadia no Brasil, D. João abriu
Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim
Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa
Regia. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundaria.
Por todo o Império, incluindo D. João VI, D.Pedro I e D.Pedro II, pouco
se fez pela educação brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim.
Com a Proclamação da República tentou-se varias reformas que pudessem
ser consideradas marcantes ou significativas em termos de modelos.
Muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação
continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do
mundo. No entanto, a educação é um dos setores mais importantes para o
desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que
um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas.
Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas ultimas décadas, ainda há
muito para ser feito. A escola tornou-se local de grande importância para a
ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor.
13
A história da Educação Especial no Brasil tem como marcos
fundamentais a criação do “Instituto dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto
Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje
“Instituto Nacional de Educação de Surdos” – INES) em 1857, ambos na
cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do governo Imperial (MAZZOTTA,
1996).
Assim, a Educação Especial se caracterizou por ações isoladas e o
atendimento se referiu mais às deficiências visuais, auditivas e, em menor
quantidade, às deficiências físicas. Podemos dizer que em relação à
deficiência mental houve um silêncio quase absoluto. Sob o rótulo de
deficientes mentais, encontramos alunos indisciplinados, com aprendizagem
lenta, abandonados pela família, portadores de lesões orgânicas, com
distúrbios mentais graves, enfim toda criança considerada fora dos padrões
ditados pela sociedade como normais (JANNUZZI, 1992).
Embora o Brasil tenha avançado no campo da educação inclusiva, nas
últimas décadas, ainda há muito para ser feito.
Nesse sentido, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96)
trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa
tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o
respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida
e mais significado para os estudantes.
As mudanças sociais, ainda que mais nas intenções do que nas ações,
foram se manifestando em diversos setores e contextos, sem dúvida alguma, o
envolvimento legal nestas mudanças foi de fundamental importância. Nesse
sentido, a Constituição Federal de 1988, estabelece a integração escolar
enquanto preceito constitucional, preconizando o atendimento aos indivíduos
que apresentam deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
No início do século XX, a filosofia Montessori, criada pela médica Maria
Montessori, surgiu para trabalhar com deficientes mentais. A filosofia
Montessori, inspirada na rotina diária e na ação funcional, fundamenta-se na
estimulação sensório-perceptiva e autoaprendizagem. Emprega rico e variado
14
material didático como: blocos, cubos e barras em madeira, objetos variados
coloridos, material de encaixe e seriação, letras grandes em lixa e muitos
outros que facilitam o aprendizado.
Maria Montessori (1975) foi uma grande educadora que contribuiu para
a evolução da educação especial. Também influenciada por Itard,
desempenhou um programa de treinamento para crianças deficientes mentais,
baseado no uso sistemático e manipulação de objetos concretos. Suas
técnicas para o ensino de deficientes mentais foram experimentadas em vários
países da Europa e da Ásia.
Foto1: Maria Montessori Fonte: http://www.ecole-montessori-internationale-rueil.com
No Brasil o Sistema Montessori chegou pelas mãos de Joana Falce
Scalco que em 1910, recém-chegada da Europa, o introduziu na escola “Emília
Erichsen”, ponto de irradiação para escolas do Paraná.
Seguiram-se, durante anos, algumas tentativas de implantação do
Sistema Montessori, tanto na rede particular como na rede pública,
principalmente em São Paulo. Em 1950 surgiu a Associação Montessori do
Brasil, fundada por Pipper Lacerda Borges em São Paulo.
Em 1956, Celma Perry (OMB,2015) criou em São Paulo o primeiro
programa de formação de professores na didática do Sistema Montessori.
A década de 1970 fez surgir muitas Escolas Montessorianas em
diferentes Estados do Brasil.
15
Hoje, no Brasil, o Movimento Montessori vai se tornando cada vez mais
sólido e ganhando adeptos no público em geral e nas redes sociais.
A filosofia de Maria Montessori é a principal fonte de pesquisa do
presente trabalho.
16
CAPÍTULO II
A ESCOLA MONTESSORIANA NO CONTEXTO DA INCLUSÃO
A palavra escola vem do grego “schole” significa descanso, o que se faz
na hora do descanso, estudo, pois nos tempos antigos o estudo era ocupação
de quem não precisava trabalhar (LDB 9394/96). Ela surgiu da necessidade
prioritária do homem de descobrir, dominar e preservar conceitos e atitudes
necessárias a sua sobrevivência e perpetuação.
A educação, em seu contexto amplo, deve revelar a essência do
homem na plenitude de suas dimensões, não podendo confinar-se a uma
exclusiva formação intelectual. Sem dúvida o homem é visivelmente feito para
pensar. “Não é somente pelo pensamento puro que o homem entra em relação
com a natureza, mas também pelo trabalho enquanto atividade de realização e
mediação entre a espécie humana e o cosmos” (MONTESSORI, 1975, p.30)
Nesse processo, a escola, como ambiente educativo, deve oferecer,
possibilidade integrada de educação fazendo com que cada aluno desenvolva
suas habilidades ao máximo e venha a ter condições de prosseguir sozinho
nesta tarefa.
O processo educativo devera perpetuar-se por toda a vida do indivíduo, desenvolvendo-lhe habilidades técnicas, adquirindo recursos, conhecimentos e informações além de uma mente sempre disposta a indagar e conhecer, desenvolvendo-lhe responsabilidades perante si próprio e a sociedade, persistência, autenticidade, autonomia e culto a verdade, boa vontade e tolerância para com seu semelhante, abertura mental para aceitar e compreender o mundo, as coisas e a vida. (MONTESSORI, 2003, p.51)
17
A vida do ser humano transcorre essencialmente em sociedade. Assim,
a educação para a convivência e para a formação dos valores como a
cooperação, a solidariedade, o respeito, as noções de limite, dos direitos e
deveres, entre outros, deve fazer parte do processo de desenvolvimento da
criança que se educa na cidadania. A escola nesse contexto, se volta para
favorecer que a criança desenvolva um conjunto de habilidades que lhe
garantam uma estrutura sólida:
A aquisição da linguagem, a consciência da ordem, a coordenação e o controle dos movimentos, os primeiros conhecimentos sobre a cultura, sedimenta principalmente, o desenvolvimento sócio afetivo, fazendo com que se instalem a autoconfiança, a iniciativa. Deve propiciar um ambiente rico em experiências pedagógicas, as oportunidades devem alcançar todas as áreas de relações, pois a escola tem um papel especial na formação de pessoas emocionalmente equilibradas para o convívio social (OMB, 2015, p.18)
O que caracteriza o Sistema Montessori e permite a vivência na
cidadania são os cuidados dispensados a cada detalhe e do desenvolvimento
da criança, em qualquer aspecto, preparando para ela ambientes em que
possa desenvolver-se e encontrar no adulto, atitudes de facilitação e apoio.
Nas nossas escolas o próprio ambiente é uma aula para a criança. A professora deve apenas colocar a criança num relacionamento direto com o ambiente, mostrando-lhe como se usam os vários objetos. (MONTESSORI, 1987, p.94)
Diferente do ensino tradicional, as crianças são divididas em classes
agrupadas, por exemplo, classe com alunos de 3 a 6 anos, de 6 a 9 anos, de 9
a 12 anos, e assim por diante, que não seguem os critérios de seriação, sendo
que o trabalho acontece de forma individualizada, respeitando o ritmo e o
interesse de cada criança em particular. Essas classes se baseiam em um
aprendizado cooperativo, no qual os alunos aprendem uns com os outros,
incentivando à interação social, tão defendida por Montessori.
18
Embora as disputas, os conflitos, as diferentes formas de agressão
estejam presentes em nossa sociedade, cabe à escola, especialmente nos
primeiros anos de escolaridade, desenvolver com seus alunos atitudes de
convivência pautadas em valores éticos universais.
Uma vez inserida nesse processo, a polidez e a tolerância estarão à
frente das atitudes da criança que, certamente, desenvolvera uma
sensibilidade maior para perceber as diferenças e acolhe-las da forma que se
manifestam.
Uma curiosidade natural e o desejo de fazer parte do mundo são as
motivações internas da criança e caracterizam o homem como ser gregário,
fato fundamental na construção das relações. (MONTESSORI, 1975)
Assim, enquanto constrói a si própria como individuo, a criança constrói
a sua parte na evolução da espécie humana. Daí a importância das
oportunidades de vivencias: das relações com as pessoas ao tratamento com
os animais e com o próprio ambiente natural, é preciso despertar atitudes de
respeito e responsabilidade.
Montessori considerava a educação social como importante parte desse
estágio, uma vez que a autodeterminação deve ser trabalhada a partir de uma
orientação. Presentes na rotina da escola e da família, esses componentes
tornam-se instrumentos, em potencial, para que a criança, o jovem e,
especialmente o adulto saibam lidar, não só com as diferenças, como também
com as diversidades. (MONTESSORI, 1987)
Nesse direcionamento, a integração busca acolher o aluno no ambiente
regular, mas exige dessas pessoas adequação à proposta estabelecida pela
escola. Já na inclusão, a unidade escolar prepara seu ambiente de forma que
sejam respeitadas e atendidas as necessidades de todos os alunos, inclusive
os portadores de deficiência. “O conceito de escola inclusiva está associado à
modificação da estrutura, do funcionamento e da resposta educativa, de modo
que se tenha lugar para todas as diferenças individuais, inclusive aquelas
ligadas a alguma deficiência” (BLANCO, 2002, p.8)
19
A educação inclusiva não está relacionada somente ao aluno portador
de alguma deficiência, mas a todos que necessitam de atenção especializada.
Todo aluno possui sua peculiaridade, e a escola precisa estar atenta a cada
uma delas. A inclusão visa “melhorar a qualidade de ensino das escolas,
atingindo todos os alunos que fracassam em suas salas de aula” (MANTOAN,
2003, p.25).
“Pais e professores de hoje esqueceram de dizer as crianças as
palavras que foram a pedra de toque da educação: todos os homens são
irmãos” (MONTESSORI, 2004, p. 61).
Seja no espaço da escola, seja no espaço da comunidade, o importante
mesmo é oportunizar vivências que promovam a cidadania, o exercício da
solidariedade, do trabalho voluntário, da atenção ao idoso, do espírito
empreendedor, do conceito de comunidade e de muitos outros aspectos que
transcendem a rotina e as experiências de sala de aula, fortalecendo o
crescimento pessoal e social do aluno. Daí a importância dos pais estarem
atentos às propostas da escola. E é justamente esta diversidade de atitudes e
ações encontradas nas escolas Montessorianas que faz do aluno uma pessoa
sensível, criativa e versátil. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora
dela.
Educar na diversidade exige um direcionamento para o estudo de
práticas pedagógicas que valorizem as diferenças e as especificidades nas
salas de aula. Devem ser considerados dois importantes eixos na formação e
atualização dos profissionais: o primeiro refere-se ao conteúdo e o segundo, à
forma de desenvolvê-lo.
Evidentemente, o nosso método não recomenda o respeito pelas coisas erradas ou superficiais. Sua base essencial encontra-se em poder reconhecer a diferença entre aquelas condições físicas da criança, que lhes podem ser favoráveis à saúde espiritual (e que podemos denominar o “bem”), e as outras, que não podem construir nada, não são criadoras, ou que até fazem mal ao seu desenvolvimento, minando inutilmente as suas forças (e que chamamos de “mal”) (MONTESSORI, 1987, p.96)
20
Na escola de educação Montessori, a característica do período sensível
de seis a doze anos tem como enfoque natural a intelectualidade baseando-se
na integração consciente do indivíduo com o grupo social, a independência e
vontade, a descoberta de valores morais - o bem e o mal, o interesse pelo
saber e pela cultura.
No homem a herança cultural é transmitida por meio do ambiente no
qual vive e do qual é parte integrante. O ser humano geralmente não pode
viver fora da sociedade, porque corre o risco de ter sua vida psíquica
adulterada. (OMB, 2005)
A criança tem a imensa capacidade de absorver do ambiente em
poucos anos, o patrimônio cultural do passado. Porém, até agora, a criança
absorveu o mundo aceitando-o assim como lhe era apresentado; agora, no
entanto, o pré-adolescente não aceita só os fatos, mas deseja compreender as
causas, os porquês de tudo o que existe, os motivos das ações de terceiros e
as suas próprias ações. Nesse processo, as regras de convivência devem ser
sentidas como uma necessidade da vida, junto com o educador, elas devem
descobrir, então, todos os bens valorados pela sociedade e analisa-los
criticamente.
O ambiente da escola deve, então, fornecer situações cheias de vida e estímulos necessários a uma grande atividade mental. Os materiais de desenvolvimento devem despertar o interesse, liberar a imaginação, sendo as chaves para a formulação de conceitos que organizam a mente da criança”. (MONTESSORI, 1975, p.51)
O ambiente para Montessori é de suma importância, visto que é por
meio dele que a criança encontrará instrumentos para desenvolver sua
autonomia, sua aprendizagem, realizar descobertas e aprimorar seu
conhecimento. Logo, faz-se necessário que esse ambiente seja organizado de
forma a favorecer a experimentação com base nas necessidades do
educando. Um ambiente preparado não se limita somente à sala de aula. Todo
espaço físico da escola, seu prédio e área externa, pode proporcionar
exploração e vivência por parte da criança, cooperando para o seu
21
aprendizado. Portanto, ao preparar o ambiente o educador junto com a
comunidade escolar deve ter em mente que tudo deve ser planejado e
devidamente executado visando ao desenvolvimento do educando.
Não se pode falar de uma escola Montessori ou de uma escola
moderna, se não é dada as crianças e aos jovens a possibilidade de trabalhar
em grupo, determinando suas leis, estruturando seus limites, analisando seu
programa, esquematizando o seu tempo, suas fontes de consulta, avaliando
suas vivências, a fim de serem capazes de assumir com o total de suas
potencialidades as ofertas do ambiente social. Somente uma escola, que tenha
presente as dificuldades do tempo, pode formar homens capazes de criar uma
sociedade melhor. (OMB, 2005).
A Escola Montessori não pretende, nem pode, criar robôs, mas sim
pessoas que estejam em condições de responder aos diversos problemas
apresentados pela sociedade, não por impulso instintivo, mas com uma
resposta que brote da reflexão de um pensamento lógico e coerente, de uma
escolha livre e consciente. Sendo assim, uma prática educativa significativa
pode contribuir para o desenvolvimento das competências exigidas pelo
mundo moderno e globalizado na inclusão escolar.
Esses objetivos juntamente com serenidade, notoriedade e perspectivas
são combustíveis para descoberta de uma nova realidade e a motivação é
determinante de todo potencial humano, tanto cognitivo como afetivo e motor,
como para autonomia social e humana.
Nesse processo, o Sistema Montessoriano consiste em atividades
atraentes capazes de desenvolver a memória das crianças e de despertar-lhes
o gosto pela ordem e pelo trabalho, com liberdade e espírito de iniciativa.
Filosofia que pôs em pratica em sua casa dei Bambini.
Na escola Montessoriana, tudo é construído pensando na criança,
assim, o ambiente além de ser cientificamente preparado atendendo as
exigências do desenvolvimento infantil, deve conter elementos propiciadores
de atividades de pesquisa, ludicidade, recreação construtiva e criativa.
22
Nesse direcionamento, Almeida (1979), apresenta proposta de ambiente
integrado que estimule a aprendizagem e o respeito entre os alunos:
.Sala de aula - ambiente claro, alegre, amplo, aglutinador das atividades
e sistematizador de conhecimentos;
.Ambientes de apoio;
.Centro de documentação: formado de biblioteca, discoteca, setor de
audiovisual, centro de atividades criativas;
.Departamento de experiências científicas: objetivando a observação e
simples constatação dos principais fenômenos que embasam o conteúdo
programático;
.Oficinas especializadas: tem como fim o contato com as ferramentas
usuais do homem, aprendendo seus princípios básicos e utilização correta
para:
a) compreender que o homem chegou ao estágio atual através de suas
mãos e da habilidade de criar;
b) perceber os seus próprios dons e a sua imensa capacidade de criar
objetos novos, recriar objetos que sirvam para ilustrar o conhecimento ou
mesmo reproduzir.
c) desenvolver habilidades para um trabalho manual básico no período
de 12 a 18 anos e mesmo na vida adulta.
.Anfiteatro ou grande salão: para reuniões solenes onde o grupo se
reúne para a discussão de um princípio importante para a integração
comunitária.
.Quadras de esporte: locais onde a criança desenvolverá suas forças
físicas, coordenará seus músculos, compreenderá bem os limites de seu corpo
e a harmonia gerada pelo domínio de seu todo físico e mental.
.Lojas: para aplicação pratica dos conhecimentos adquiridos,
participando da economia da estrutura escolar.
23
.Elaborar em pequenos, médios e grandes grupos, normas de relações
sociais que facilitem uma vida comum e que possibilitem a compreensão e
obediência às normas estipuladas pela sociedade em que vivemos. O fato de a
criança estabelecer pequenas leis para seu grupo ajudará muito a
compreensão da necessidade de atender as leis geais permanecendo, no
entanto, crítica a arbitrariedade de certas normas.
.Certificar-se do programa anual a ser vivenciado, compreendendo a
integração dos conteúdos e a necessidade em utilizar áreas de estudo ou a
disciplinaridade. O aluno precisa ser conscientizado do que é necessário
aprender.
.Participar ativamente das aulas que serão geradoras de atividades
interiores (reflexão) ou exteriores (pesquisas, organização de seminários,
painéis, construção de objetos, elaboração de fichas de exercício, problemas,
livros...)
.Comparecer às sessões de reflexão onde são colocados problemas da
escola, da comunidade, do mundo em geral onde todos opinarão a fim de
serem encontradas soluções a nível pessoal e grupal.
Montessori (1975), diz que é necessário “ensinar” educação física nas
escolas infantis, pois para ela é essa a melhor oportunidade de dar a criança o
gosto de um corpo são, ágil e obediente a todos os mandados de espírito forte
por si só de alegria e bem estar, acrescentando que para isto o melhor é uma
boa educação escolar.
Nesse direcionamento, o desenvolvimento físico e a manipulação de
objetos são essenciais para que desperte na criança a atenção, a motricidade,
a concentração e a linguagem, favorecendo a interação e incluindo com
qualidade.
O material montessoriano é uma ferramenta que a criança realmente
usa, para a educação da sensibilidade dos sentidos, tátil, térmico, básico ou de
pesos, são eles:
Sentido básico - tabuinhas retangulares de 8/6 cm e de 0,5 cm de
espessura feitas de glicínia, nogueira envernizadas, os pesos das tabuinhas
24
diferem entre si de 6 gramas (12, 18, 24) algumas escolas Montessorianas
utilizam um material metálico que pode ser constituído por pequenas chapas
ou por pregos de vários tamanhos mas tendo sempre diferenças de peso
bastante sensíveis. Sentido táctil - tabuinhas de forma retangular bastante
alongadas e divididas em dois retângulos iguais, num destes está colocado
cartolina fina, e no outro lixa esmeril. Tabuinhas de forma igual que tem
colocado tiras de lixa esmeril e vários números dispostos gradualmente.
Tabuinhas com amostra de papel dispostos gradualmente em cartolina fina.
Duas seleções: uma de papel fino outra de tecidos. Sentido térmico - tigelas de
metal munidas de termômetros com água a diferentes temperaturas. Sentido
tátil - (reconhecimento de objetos de palpação) - cubos e tijolos de froebel,
feitos todos da mesma madeira, bem lisos, em certas escolas pintados
pequenos pedaços de tubo metálico, também de diferentes diâmetros,
moedas, bonecos de chumbo, bolas e saquinhos de sementes de vários
cereais. Sentido do cheiro - não tem material tipo, pode ser desenvolvido, por
exemplo, com flores, chá, pimenta, café e muito mais. O mesmo acontece com
o sentido do gosto em que se pode dar a prova das crianças soluções
amargas, doces, azedas, ou diferentes gêneros alimentícios. Sentido auditivo -
utiliza-se o material constituído por uma série de sinetas presas em uma régua
de madeira mas quando ferido por um martelo tocam treze notas diferentes
dispostas em escala, as series de assobio de diapasões ou de caixas que
contem varias areias, pedras, fragmentos de metal são também empregues
nas escolas Montessorianas. Sentido visual - educa-se por meio de encaixes
sólidos que são três suportes de madeira como os blocos de peso das
balanças de encaixes planos, que são caixas cujo fundo e formado por seis
quadrados igualmente deslocáveis. Sentido da escrita - um alfabeto de letras
cursivas de 8cm de altura com uma espessura de 0,5cm, envernizadas e
pintadas, as consoantes de azul e as vogais de vermelho. Cartões com a
reprodução das letras, nas mesmas cores e dimensões. Um quadrado para
cada letra do alfabeto com a reprodução exata em cursivo e com desenho
pintado da mesma letra em minúscula de imprensa. Cartões que tem colocado
uma reprodução da letra de esmeril cinzento, podem ser utilizadas letras de
esmeril negro em tabuinhas brancas envernizadas. Tabuinhas com grupos de
25
varias letras uns pelos critérios de contraste outros pelo critério de analogia.
Sentido da aritmética e numeração - coleção de moedas verdadeiras ou
imitadas, a série de barras de decímetros e meio que se emprega para a
educação do sentido visual, papéis que podem ser folhas de calendário e em
que estão os algarismos escritos de 0 a 9. Contas enfiadas num arame com
cores diferentes, fitas cortadas reunidas pelas extremidades até formarem uma
cadeia de 100 ou 1000, papel pautado de modo especial com traços de cordas
pra se ir escrevendo o numero das unidades, dezenas e outras variedades que
se encontram no contador. Sentido da multiplicação e divisão - tábua de
Pitágoras, constituída por um cartão com 100 cavidades (10x10) em cada uma
das quais se pode colocar uma carta, papel pautado de modo especial para
inscrição das operações e resultados.
O Material Dourado Montessori destina-se a atividades que auxiliam o
ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal, posicional e dos
métodos para efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos). No
ensino tradicional, as crianças acabam dominando os algoritmos a partir dos
treinos cansativos, mas sem conseguirem compreender o que fazem.
Com o Material Dourado a situação é outra: as relações numéricas
abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão.
Obtém-se então, alem da compreensão dos algoritmos, um notável
desenvolvimento do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado faz parte de um conjunto de materias utilizados pela
médica e educadora Maria Montessori.
Tabuas lisas e ásperas, cilindros coloridos, os encaixes sólidos, os
sólidos geométricos, as barras vermelhas, a escada marrom e a torre rosa.
Esse material é muito importante para a construção do processo de
aprendizagem das crianças, que trabalham em classes agrupadas, o que
facilitada a troca e o sentimento de pertencimento.
Através dos cilindros coloridos, os educandos, descobrem noções de
quantidade, de espessura (grosso/fino), de comprimento (longo/curto) e de
altura (alto/baixo). Os encaixes sólidos são cerca de 4, e trazem consigo
26
cavidades que são exclusivas para cada cilindro; este material orienta o
exercício da criança, permitindo-lhe o controle do erro. Ha ainda os sólidos
geométricos que oferecem a criança, através de sua manipulação, maior
preparo para a compreensão e raciocínio, principalmente no que diz respeito
as noções matemáticas. As barras vermelhas, através de sua cor e
comprimento variado (10 cm a 1 m), oferecem ao aluno conceitos relacionados
a comprimento (curto/comprido/vertical/horizontal). As escadas marrons
caracterizam-se pela cor e pela variação de espessura, portanto a criança
poderá aprender a distinguir fino/grosso, pesado/leve. Através da torre rosa, as
crianças podem organizar sequências, diferenciar menor de maior e diferentes
volumes. Os encaixes planos fazem com que os alunos identifiquem figuras
geométricas, e a formação de conceitos das figuras. Seguem alguns exemplos:
Figura 2: Barras Vermelhas Fonte: http:// http://www.chueiri.com.br/outros/montesso.html
Figura 3: Cilindros Coloridos Fonte: http://http://www.chueiri.com.br/outros/montesso.html
27
Figura 4: Encaixes sólidos Fonte: http:// http://www.chueiri.com.br/outros/montesso.html
Figura 5: Escada Marrom Fonte: http:// http://www.chueiri.com.br/outros/montesso.html
Figura 6: Semi simbólico Fonte: http:// http://www.chueiri.com.br/outros/montesso.html
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Figura 7: Torre Rosa Fonte: http:// http://www.chueiri.com.br/outros/montesso.html
Outro eixo norteador do método são as aulas de silêncio, utilizadas nas
escolas montessorianas para fazer com que os alunos aprendam a controlar
as suas funções sensoriais e respiração.
Ainda nesse direcionamento, partindo da própria existência da criança e
de uma vida em grupo, surgem as disciplinas do Sistema Montessori. Nesse
processo, cada disciplina está, na verdade, intrinsecamente ligada às outras,
constituindo o embasamento do conhecimento humano.
Montessori dizia:
Se através da educação queremos aumentar as faculdades intelectuais da criança, do jovem, devemos recordar-nos de que ele é um ser cheio de energia que precisa frutificar. Devemos cultivar a vida, as forças embrionárias escondidas, utilizando as maravilhosas potencialidades existentes naturalmente no ser animal que, dotado de algo especial, chamou-se homem (MONTESSORI, 2003, p.114)
29
CAPÍTULO III
O PROFESSOR MONTESSORIANO E A PRÁTICA DA INCLUSÃO
O Sistema Montessori é importante para a educação contemporânea e
são confirmadas as considerações tecidas por Montessori envolvendo as
crianças, tornando-as importantes e respeitadas na sociedade, e inovando a
área do ensino fundamental.
A partir disso, desenvolveu toda sua filosofia educativa. Deve-se
ressaltar que esses pressupostos abordados por Montessori em sua filosofia
são ideias escolanovistas, de cujo movimento ela foi uma das pioneiras na
Europa. Seguiu essa linha pedagógica para ir de encontro a Pedagogia
Tradicional, que predominava na educação oferecida na época.
A Escola Nova assim surge das críticas a escola Tradicional. O
escolanovismo passa a valorizar o indivíduo e suas características pessoais no
espaço e no tempo em que ele vive. De acordo com Saviani, a escola nova e:
Uma pedagogia que advoga um tratamento diferencial a partir da descoberta das diferenças individuais. Eis a grande descoberta, os homens são essencialmente diferentes, não se repetem; cada indivíduo é único. (SAVIANI, 1987, p.7)
Portanto, o caminho seguido por Maria Montessori baseia-se na
diferença, buscando as características e peculiaridades de cada indivíduo.
Negando as propostas da Pedagogia Tradicional que tinha como eixo de sua
proposta, a igualdade, a homogeneização, enfim uma escola para todos. A
escola da burguesia tem o papel de “diminuir a instrução, transmitir os
30
conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente,
assim, a escola se organiza centrada no professor” (SAVIANI, 1987, p.9). E
considerada a pedagogia da essência, e defendem a igualdade essencial entre
os homens. A burguesia em ascensão se manifestou adotando uma postura
histórica, que leva Saviani (1987, p.32) a afirmar que “a burguesia se colocava
justamente na direção do desenvolvimento da história e seus interesses da
transformação (...), defendem a igualdade entre todos os homens, considerado
esse o primeiro passo para a conquista da liberdade”. Já através da pedagogia
da existência reconhece-se a existência das diferenças entre os homens.
Montessori implantou uma pedagogia voltada para o sentimento, para o aluno,
o interesse, a espontaneidade, a liberdade das crianças. Nela “a escola
deveria agrupar o aluno segundo sua área de interesse decorrente de sua
atividade livre. O professor agiria como estimulador e orientador da
aprendizagem cuja iniciativa principal seria uma decorrência espontânea do
ambiente”. E importante considerar que ao redor das transformações
educacionais, estava toda a estrutura socioeconômica da burguesia que
impulsionava os rumos da educação. A Escola Nova é também decorrência da
classe burguesa. Agora pensa-se no indivíduo, pois a liberdade gerada pela
proposta de igualdade poderia ocasionar transformações na sociedade,
contrariando a ideia da classe burguesa que desejava a manutenção da
mesma.
David Rodrigues (2005), no artigo “Educação inclusiva: mais qualidade à
diversidade”, destaca: “A educação inclusiva é, pois, uma ruptura com os
valores da escola tradicional. Rompe como o conceito de um desenvolvimento
curricular único, com o de aluno padrão e estandardizado, de aprendizagem
como transmissão, de escola como estrutura de reprodução. É, assim, muito
ambiciosa como objetivo. Os professores, apesar de serem muitas vezes
apontados como os bodes expiatórios da inclusão, são a esperança dela.”
Ao professor que tinha como missão falar, substitui-se pelo que sabe
calar, o professor que tinha como virtude o orgulho por um que tenha como
virtude a humanidade e a placidez.
31
O papel dos professores no Sistema Montessori é de extrema
importância. Eles terão que ter claro e respeitar as etapas de crescimento das
crianças. Cabe a eles guiar a criança no processo de construção do
aprendizado. O professor montessoriano deve observar, repetir, indagar para
depois educar.
Para Montessori, um adulto preparado é aquele que conhece bem a
criança e o ambiente que vai proporcionar a ela desenvolvimento. Para isso, se
vale de observações e conhecimentos científicos. O adulto preparado conhece
as fases de desenvolvimento do educando, é diligente em sua observação,
buscando constantemente o aperfeiçoamento e a melhor forma de orientar a
criança em seu desabrochar.
Nesse direcionamento, é o professor que alavancará os recursos
insubstituíveis para uma educação inclusiva de qualidade. Para isso, portanto,
seu coração também precisa estar aberto. Ele igualmente terá que acreditar e
se ver em processo de inclusão permanente, terá que criar e recriar
oportunidades de convivência, provocar desafios de interação e aproximação,
estabelecer contatos com os diversos e distintos saberes, planejando de forma
flexível, mas objetiva, entendendo que a comunhão, a busca do semelhante e
o reconhecimento de que ninguém detém um saber, favorecem a troca, a
parceria e a segurança de uma inclusão com qualidade.
De acordo com essa visão, a criança deve ser incentivada a desenvolver
um senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado e o ensino deve ser
ativo. É esperado que o aluno, consciente de suas atividades, adquira maior
autoconfiança.
Sua concepção está voltada para as atividades motoras e sensoriais:
trabalhos, jogos e atividades lúdicas. As escolas que seguem essa linha
enfatizam as experiências e o manuseio de materiais para se obter a
concentração individual e o aprendizado.
32
O professor é um guia, um orientador que remove obstáculos à
aprendizagem, localiza e trabalha as dificuldades da criança. É necessário
deixar de ser um bom professor por saber o conteúdo e passar a ser um bom
educador por saber facilitar a aprendizagem e compreender que cada indivíduo
possui limitações.
O papel significativo será delineado pelo próprio exercício da ação
pedagógica, pois será primordial os tempos e espaços para formação,
possibilidades de reflexão sobre a prática assim como a desconstrução de
preconceitos.
O educador precisa ter capacidade de conviver com as diferenças e
estar sempre preparado para adaptar-se as novas situações que surgirão no
interior do ambiente de aprendizagem.
O Sistema Montessori tem sua originalidade no fato das crianças
ficarem livres para movimentarem-se pela sala de aula, utilizando os materiais
em um ambiente propício a autoeducação. A manipulação destes materiais em
seus aspectos multissensoriais e um fator primordial para o aprendizado da
linguagem, matemática, ciências e prática de vida. Nesse contexto, reafirma-se
o papel do professor de observador e propulsionador dos fatores da
aprendizagem.
Ensinar na perspectiva inclusiva, significa resignificar o papel do professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas que são usuais no contexto excludente do nosso ensino, em todos os seus níveis. A inclusão escolar não cabe em um paradigma tradicional de educação e assim a preparação do professor requer design diferente das propostas existentes (MONTOAN, 2003, p.81)
Nesse mesmo direcionamento, Batista (2001, p.28) então aponta que,
“a inclusão exige que o educador amplie as competências que já possui:
observa, investiga, planeja de acordo como o aluno que possui, avalia
continuamente seu trabalho, redimensiona o seu planejamento.”
33
Cada deficiência requer estratégias e materiais específicos e
diversificados, porém, é preciso reconhecer que cada um aprende de uma
forma e num ritmo próprio. Respeitar essa diversidade significa dar
oportunidades para que todos aprendam os mesmos conteúdos, fazendo
sempre as adaptações necessárias, o que não significa dar atividades mais
fáceis a quem tem deficiência. Piaget (2006, p.12) já dizia que: “a nossa
possibilidade de conhecer é a resposta que damos as solicitações do meio.”
Segundo Freire, (1996):
É de inclusão que se vive a vida. É assim que os homens aprendem, em comunhão. O homem se define pela capacidade e qualidade das trocas que estabelece e isso não seria diferente com os portadores de necessidades educacionais especiais.
Para atuar na educação inclusiva, o professor deve ter como base da
sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da
docência e conhecimentos específicos da área.
Nesse direcionamento o Sistema Montessori estimula o professor a ter
prazer pela descoberta, pela curiosidade, só assim conseguirá alimentar na
criança a curiosidade natural.
Montessori, em sua metodologia, propõe um “novo tipo de educador”,
que é observador e não orgulhoso, no sentido de querer sobressair como
detentos do saber, mas humilde e atencioso, que coloca o aluno como centro
da aprendizagem e respeita as fases do seu desenvolvimento.
A formação do professor na pedagogia montessoriana se desenvolve
tomando como base dois importantes focos: “conhecer-se e conhecer a
criança”. A cientista Maria Montessori dedicou décadas de sua vida a conhecer
as crianças, observou-as e percebeu as características de seu
desenvolvimento em cada fase. Com isso, formulou pesquisas científicas que
tratam do processo de aprendizagem ocorridos no universo infantil. Ela
proporcionou à educação uma nova “sala de aula”, onde a ação e a
aprendizagem são interdependentes, e o educador, nessa proposta, deverá
34
estar preparado para criar oportunidades em que a criança poderá construir,
descobrir, manipular, explorar e aprender.
O professor, formado na perspectiva Montessori, tem que ser inquiridor,
procurando sempre se aperfeiçoar, estando sempre aberto a novas
descobertas; desenvolver competência para o trabalho em equipe, de forma
que saiba liderar, dividir e delegar, proporcionando também ao educando tais
habilidades, sem que seja invasivo; ser humilde; ser capaz de compartilhar;
atuar com compromisso e responsabilidade; apresentar competência para
sistematização, de maneira que conheça muito bem o material que estará
disponibilizando para guiar a criança com eficácia no uso dos mesmos; manter
atitude de respeito ao outro, visando o crescimento e a autoeducação do
educando.
A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96,
determina a necessidade de o professor estar preparado e com recursos
adequados de forma a compreender e atender à diversidade dos alunos.
Também nessa década, documentos como a Declaração Mundial de
Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) passam a
influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva. Em
1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o
processo de integração instrucional que condiciona o acesso às classes
comuns do ensino regular àqueles que possuem condições de acompanhar e
desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no
mesmo ritmo que os alunos ditos normais.
A resolução CNE/CP nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica,
define que as instituições de ensino superior devem prever, em sua
organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade
e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com
necessidades educacionais especiais.
35
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva:
direito à diversidade, com vistas a apoiar a transformação dos sistemas de
ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo um amplo processo
de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a
garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do
atendimento educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal publica o documento “O Acesso
de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”,
com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a
inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com
e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE,
reafirmado pela Agenda Social, tendo como eixos a formação de professores
para a educação especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais,
a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a permanência
das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do
acesso à escola.
Nessa perspectiva, a educação montessoriana direciona esforços na
preparação e atuação de gestores, no aproveitamento de recursos, na
reorganização do ensino para guiar o professor, como propulsor do processo,
para que possa, com autonomia, efetivar a sala de aula inclusiva, respeitando
o ritmo de cada um, considerando e valorizando a diversidade humana. Como
já dizia Vygotsky (1997) o processo de aprendizagem resulta da interação com
outros sujeitos sociais, o que permite ao indivíduo construir sua representação
simbólica, além de que o aluno com dificuldades de aprendizagem ou qual for
sua limitação pode ser um estímulo para o professor desenvolver estratégias
de ensino, rever conceitos e práticas.
36
CONCLUSÃO
A prática de todo professor, mesmo de forma inconsciente, sempre
pressupõe uma concepção de ensino e aprendizagem que determina
compreensão dos papéis de professor e aluno, da metodologia, da função
social da escola e dos conteúdos a serem trabalhados. A discussão das
questões é importante para que se explicitem os pressupostos pedagógicos
que subjazem a atividade de ensino, na busca de coerência entre o que se
pensa estar fazendo e o que realmente se faz. Tais práticas se constituem a
partir das concepções educativas e metodologias de ensino que permearam a
formação educacional e o percurso profissional do professor, aí incluídas suas
próprias experiências escolares, suas experiências de vida, a ideologia
compartilhada com seu grupo social e as tendências pedagógicas que lhe são
contemporâneas.
A necessidade de tornar a escola mais inclusiva, acessível para todos
tem gerado diversas discussões tanto no meio pedagógico quanto no jurídico.
Apesar disso, ainda existe um distanciamento entre a teoria proposta e a
prática adotada nas escolas brasileiras. Ao mesmo tempo em que existe um
preconceito mascarado, também é possível verificar diversos profissionais
dedicados a melhorar essa situação.
Este trabalho preocupou-se em analisar o espaço escolar, dando ênfase
ao papel do professor montessoriano na perspectiva da educação inclusiva.
Que possibilitou compreender outros fatores essenciais para a consolidação da
importância da educação e uma real inclusão.
A efetivação de uma prática educacional inclusiva não será garantida
por meio de leis, decretos ou portarias que obriguem as escolas regulares a
aceitarem os alunos com necessidades especiais, mas sim através de uma
escola preparada para dar conta de trabalhar com os alunos que chegam até
ela, independentemente de suas diferenças ou características individuais.
37
É através da educação que o homem desencadeia relações
interpessoais com as outras pessoas, efetua interações com o meio ambiente
e estabelece os seus valores, promovendo o desenvolvimento social e cultural
que determina a história da humanidade. Assim é função da educação criar
situações capazes de promover o crescimento qualitativo do homem,
possibilitando também condições dignas de sobrevivência através da
consciência de si mesmo, do seu ambiente social e das forças do universo.
Contudo, o passo fundamental é a consciência sobre a importância do papel
do educador no processo inclusivo, pois quanto mais amadurecidas forem
nossas consciências e seriamente repensadas, avaliadas e modificadas,
menores serão nossas ilusões e maiores as perspectivas de ir traçando um
horizonte mais promissor, para uma democratização e universalização do
processo inclusivo significativo.
A pedagogia renovada, e aqui em especial a Montessoriana, valoriza o
individuo com ser livre, ativo e social. O centro da atividade escolar não é o
professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo e
curioso. O mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem.
Em oposição a Escola Tradicional, a Montessoriana destaca o principio
da aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de aprendizagem
parte do interesse dos alunos, que, por sua vez, aprendem fundamentalmente
pela experiência, pelo que descobrem por si mesmos.
O professor é visto, então, como facilitador no processo de busca de
conhecimento que deve partir do aluno. Cabe ao professor organizar e
coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às
características individuais dos alunos, para desenvolver suas capacidades e
habilidades intelectuais.
O conhecimento em jogo na realidade escolar ultrapassa a necessidade
de formação técnica, no sentido da qualidade de saberes, de sua correlação e
aplicabilidade imediata. Deve sugerir, acima de tudo, autoreflexao, diálogo,
contextualização e significatividade, fomentando assim, uma inclusão de
qualidade.
38
BIBLIOGRAFIA
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http://www.ecole-montessori-internationale-rueil.com
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTO 2
DEDICATÓRIA 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO: UMA BREVE RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA 9
CAPÍTULO II
A ESCOLA MONTESSORIANA NO CONTEXTO DA INCLUSÃO 16
CAPÍTULO III
O PROFESSOR MONTESSORIANO E A PRÁTICA DA INCLUSÃO 29
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 41
FOLHA AVALIAÇÃO 42