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<> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM <> <> <> <> <> O Gerenciamento do Escopo aplicado à obtenção de um Sistema de Proteção Magnética em meios navais. <> < > <> Por: SÔNIA REGINA GONELLI FERNANDES <> <> <> Orientador Doutor Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …organizações, a gestão de projetos passa a assumir um papel preponderante nas estratégias adotadas. Neste contexto, esta

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

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O Gerenciamento do Escopo aplicado à obtenção de um

Sistema de Proteção Magnética em meios navais.

<>

<

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Por: SÔNIA REGINA GONELLI FERNANDES

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Orientador

Doutor Luiz Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

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O Gerenciamento do Escopo aplicado à obtenção de um

Sistema de Proteção Magnética em meios navais.<>

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Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de Especialista em Gestão de

Projetos.

Por: Sônia Regina Gonelli Fernandes.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por

direção e força, aos meus familiares

que sempre me apoiaram e aos amigos

que contribuíram de variadas maneiras.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais pelo exemplo, ao meu

esposo, por incentivo e compreensão em

todos os momentos, ao meu filho e ao

meu irmão, pelo apoio incondicional.

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RESUMO

Este trabalho se desenvolve com o objetivo de ressaltar a importância

do conhecimento de gestão de projetos, e a sua aplicação, em especial dos

processos de gerenciamento do escopo, na obtenção de um Sistema de

Proteção Magnética em meios navais.

Os processos e as ferramentas usados nos processos de

gerenciamento de projetos consistem em uma adaptação do Guia PMBOK (O

Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos). As áreas do

conhecimento em gerenciamento são utilizadas na preparação e elaboração

do plano do projeto. O conteúdo de cada área do conhecimento é adaptado

par atender às especificações do produto, serviço ou capacitação.

A abordagem adotada neste trabalho apresenta no primeiro capítulo

uma fundamentação conceitual relacionada à matéria Gestão de Projetos e no

segundo, descreve os principais processos envolvidos na Gestão de Escopo,

incluindo-se exemplos ilustrativos.

No terceiro capítulo, busca-se contextualizar e conceituar o Sistema de

Proteção Magnética de instalação fixa para um meio naval e matérias

associadas e apresentar, em forma de proposta de EAP (Estrutura Analítica de

Projeto), uma descrição das principais etapas que envolvem a obtenção deste

tipo de sistema para um meio naval (o Produto do projeto), com o objetivo de

contribuir para estimular a formação e capacitação na disciplina de

gerenciamento de projetos e, ao mesmo tempo, esperando contribuir para a

elaboração do escopo em futuras obtenções semelhantes.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada tomou por base a consulta bibliográfica sobre os

assuntos focalizados, conteúdo de aulas do curso de Gestão de Projetos de

acordo com a publicação PMBOK® - 4a edição (O Guia do Conhecimento em

Gerenciamento de Projetos), livros sobre gerenciamento de projeto e

administração, pesquisas em sítios da internet, estudos e especificações da

Marinha do Brasil.

Por ter sido selecionado um tema de estudo da área militar, estritamente

aplicado aos meios navais e sabendo-se da pouca disponibilidade de literatura

a respeito, há intenção de fundamentar o desenvolvimento do trabalho também

na experiência adquirida durante as três últimas décadas em atividades de

engenharia relacionadas aos sistemas elétricos empregados nos meios da

Marinha do Brasil. Cita-se em especial, a participação e acompanhamento do

ciclo completo de obtenção do primeiro navio militar projetado e construído no

Brasil: as quatro unidades de Corvetas da Classe Inhaúma – que incluiu todas

as fases de projeto desde a concepção, projeto básico, de detalhamento,

construção, testes, até a avaliação do meio.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - GESTÃO DE PROJETOS – FUNDAMENTOS 11

CAPÍTULO II - GESTÃO DE ESCOPO –– CONCEITUAÇÃO 39

CAPÍTULO III – OBTENÇÃO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

MAGNÉTICA PARA UM MEIO NAVAL

58

CONCLUSÃO 78

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 87

BIBLIOGRAFIA CITADA 89

ANEXOS 81

ÍNDICE 92

ÍNDICE DAS FIGURAS 95

FOLHA DE AVALIAÇÃO 96

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INTRODUÇÃO

No mundo globalizado atual, o cenário de negócios deve ser

continuamente monitorado pelas empresas, pois a velocidade de mudanças se

mostra cada dia maior nas diversas áreas: econômicas, políticas, ambientais

ou tecnológicas. Tais mudanças pressionam as organizações, públicas ou

privadas, no sentido de desenvolverem novas soluções, novas estruturas

frente aos desafios que se apresentam. Por esta razão, há que se buscar

identificar, entender essas expectativas e transformá-las em objetivos a serem

atingidos. Assim, com o aumento da complexidade da gestão das

organizações, a gestão de projetos passa a assumir um papel preponderante

nas estratégias adotadas.

Neste contexto, esta pesquisa se desenvolve com o objetivo de

ressaltar a importância do conhecimento de gestão de projetos, e a sua

aplicação, em especial dos processos de gerenciamento do escopo, na

obtenção de um Sistema específico empregado por navios e submarinos da

Marinha com o objetivo de realizar a proteção magnética desses meios navais.

A obtenção de um Sistema de Proteção Magnética (SPM) para um

meio naval compreende serviços de identificação de requisitos do sistema,

configuração do sistema, aquisição de equipamentos, estabelecimento de

requisitos de instalação, análise de documentação contratual relativa a

equipamentos e à instalação, execução da instalação, verificações, inspeções

e testes, realização de comissionamento do sistema, ajustes e compensações

do sistema após a medição magnética do meio e, finalmente, o levantamento

da assinatura magnética do meio para controle do estado magnético e

verificação do atendimento dos requisitos especificados.

Considerando-se a quantidade e complexidade dos serviços

necessários a tal obtenção, entende-se que estas atividades requerem um

planejamento cuidadoso e um gerenciamento adequado em todas as suas

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etapas, principalmente no estabelecimento do escopo de modo a se favorecer

o sucesso do empreendimento.

Os processos e as ferramentas usados nos processos de

gerenciamento de projetos consistem em uma aplicação, com as devidas

adaptações, do Guia PMBOK (O Guia do Conhecimento em Gerenciamento de

Projetos). As áreas do conhecimento são utilizadas na preparação e

elaboração do plano do projeto. O conteúdo de cada área do conhecimento é

adaptado para atender às especificações do produto.

O Guia PMBOK, atualmente em sua 4a edição, descreve normas,

processos e práticas estabelecidas em gerenciamento de projetos. Entretanto,

este documento não é considerado completo nem totalmente abrangente.

Trata-se de um guia e não uma metodologia. O “Project Management Institute”

(PMI), associação mundial amplamente reconhecida em gerenciamento de

projetos, considera este guia como uma referência básica de gerenciamento

de projetos para seus programas de desenvolvimento profissional e

certificações.

O PMI é um organismo internacional que se dedica ao estudo de

gerenciamento de projetos, define padrões e procedimentos e certifica

profissionais. O PMI - com inúmeras representações no Brasil por meio de

seus Escritórios (“Chapters”) – trabalha com profissionalismo o assunto

gerenciamento de projetos e atua como orientador e normatizador nessa área

do conhecimento.

Além do padrão global para gerenciamento de projetos - Guia PMBOK,

o PMI publica normas para o gerenciamento de programas e de portfólios,

respectivamente: “The Standard for Program Management” e “The Standard for

Portfolio Management”.

A abordagem adotada neste trabalho apresenta em seu capítulo

CAPÍTULO I - GESTÃO DE PROJETOS – FUNDAMENTOS, os principais

conceitos relativos ao assunto, tais como: Projeto, Gerenciamento de Projetos,

Grupos de Processos, Ciclo PDCA, Ciclo de vida, Entregas, Áreas de

conhecimento em gerenciamento, Gerente, Escritório de Projetos, Ambiente

empresarial, Objetivos e planejamento estratégicos, Relação entre

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gerenciamento de Projeto, Programa e Portfólio e Avaliação de riscos nos

Projetos, faz referência às melhores práticas de gestão e procura situar

historicamente a evolução da matéria Gestão de Projetos.

O CAPÍTULO II – GESTÃO DE ESCOPO – CONCEITUAÇÃO

menciona a importância do gerenciamento e planejamento do escopo em um

projeto, faz a distinção entre o Escopo do Projeto e o Escopo do Produto,

descreve cada um dos processos envolvidos na Gestão de Escopo com ênfase

para o processo de detalhamento do escopo, fazendo referência às

ferramentas mais utilizadas e exemplificando.

No CAPÍTULO III – OBTENÇÃO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

MAGNÉTICA PARA UM MEIO NAVAL, tem-se a fundamentação e

contextualização do assunto Sistema de Proteção Magnética (SPM), ou

Sistema de “Degaussing”, para um meio naval e matérias associadas tais

como: proteção magnética, campo magnético da Terra, o significado da

expressão ‘Assinatura magnética’ e outros termos e conceitos relativos a este

tema específico da área naval, de modo a permitir uma melhor compreensão.

É neste capítulo que o conhecimento de gerenciamento de projetos é

vinculado à obtenção do Sistema de Proteção e se apresenta, em forma de

proposta de EAP (Estrutura Analítica de Projeto), uma descrição das principais

etapas que envolvem a obtenção deste tipo de sistema para um meio naval e

suas entregas, com o objetivo de contribuir para estimular a formação e

capacitação de pessoal na disciplina de gerenciamento de projetos e, ao

mesmo tempo, esperando-se contribuir para a elaboração do escopo em

futuras obtenções semelhantes no âmbito da Marinha do Brasil.

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CAPÍTULO I

GESTÃO DE PROJETOS – CONCEITOS E

FUNDAMENTOS

“Viver não é preciso, mas

planejar é preciso”. (Parafraseando o

poeta)

1.1 - GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O gerenciamento de projetos é definido como a aplicação de

conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a

fim de atender aos seus requisitos.

Ou, explicitando os principais elementos de projeto:

“O gerenciamento de projetos é definido como a

aplicação de conhecimento, habilidades e técnicas na

elaboração de atividades integradas para atingir um

conjunto predefinido de objetivos (escopo), num prazo

(tempo) preestabelecido, com custos e riscos controlados,

nas diferentes áreas de aplicação e em diferentes escalas

de empreendimentos”, conforme citado por RABECHINI

JR.; CARVALHO, 2009, p.34.

A partir da abrangência desta definição, pode-se afirmar que o

gerenciamento de projetos pode ser aplicado numa grande diversidade de

áreas, tais como: financeira, social, política, cultural, desde as grandes obras

dos setores de construção civil e militar, passando pelo desenvolvimento de

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programas (“softwares”) até os projetos no campo da saúde, educação e

treinamento, ambientais, dentre outros.

Historicamente, de acordo com RABECHINI JR.; CARVALHO (2009), a

gestão de projetos se apresenta em três momentos marcantes: o período de

1961 até 1990 em que ocorre o gerenciamento de projetos tradicional; o

período de divulgação das melhores práticas pelo Project Management

Institute–PMI (1996, 2000, 2004, 2008) e um terceiro momento, após 1990,

sobrepondo-se ao segundo, com atenção à organização e não somente ao

projeto, concentrando seus esforços no desenvolvimento de competências e

na maturidade em gerenciamento de projetos, com ênfase no alinhamento dos

projetos à estratégia, na eficácia de aplicação dos recursos disponíveis,

destacando a gestão de portfólio.

1.2 - PROJETO – CONCEITUAÇÃO E PRINCIPAIS

CARACTERÍSTICAS

Alinhado à definição do PMI, pode-se definir Projeto como: “Um

empreendimento único que deve apresentar um início e um fim claramente

definidos e que, conduzido por pessoas, possa atingir seus objetivos

respeitando os parâmetros de prazo, custo e qualidade”. (PMBOK, 2004).

Ou, conforme (PMBOK, 2008), “Um esforço temporário empreendido

para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.

Dentre as principais características dos Projetos encontram-se as

seguintes:

- temporários, possuem um início e um fim claramente definidos.

- planejados, executados e controlados.

- entregam produtos, serviços ou resultados exclusivos.

- desenvolvidos em etapas e continuam por incremento com uma

elaboração progressiva.

- apresentam recursos limitados (por exemplo: recursos humanos,

materiais e financeiros)

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- realizados por pessoas.

São exemplos de espécies de projetos:

- Melhoria;

- Estratégico;

- Novos produtos;

- Concepção ou ativação de processo;

- Desativação de processo;

- Pesquisa de mercado;

- Outros.

Os Projetos podem ser decorrentes de origens diversas:

- da necessidade de uma empresa em atender uma demanda

competitiva;

- para aproveitar uma oportunidade;

- para atender a uma necessidade estratégica de negócios;

- por solicitação de um cliente;

- para alterar e/ou aperfeiçoar algo (produto, processo, dentre outros);

- para resolver um problema;

- devido a um avanço tecnológico;

- para atender a um requisito legal.

Por que gerenciar por projetos?

Pode-se citar algumas razões, tais como:

- aumentar a probabilidade de sucesso do projeto;

- melhorar a eficiência do projeto;

- evitar surpresas de situações desconhecidas (favoráveis ou

desfavoráveis), minimizando ou maximizando seus impactos, durante a

execução dos serviços;

- agilizar as decisões, já que as informações tornam-se estruturadas e

disponibilizadas;

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- facilitar as revisões do projeto em função de desvios e/ou novos

objetivos;

- otimizar a alocação de recursos;

- documentar por meio de registros e facilitar estimativas para futuros

projetos.

O Estudo anual de “Benchmarking” em Gerenciamento de Projetos

Brasil tem por objetivo apresentar um perfil de importantes setores da

economia, no que diz respeito à Gerenciamento de Projetos.

A título de ilustração, apresenta-se o resultado estatístico (Gráfico A do

Anexo) do Estudo referido acima, em 2009, relativo aos benefícios obtidos nas

organizações, pela utilização de práticas de gerenciamento de projetos (300

organizações participaram deste estudo). Observa-se em tal gráfico, como

maior benefício obtido pela utilização do Gerenciamento de Projetos, o

aumento do comprometimento com objetivos e resultados (78%). Na segunda

posição, tem-se a disponibilidade de informação para a tomada de decisão

(com 71%) e, em terceiro lugar, a melhoria de qualidade nos resultados dos

projetos (com 70%). Estes são dados que sugerem que a implementação de

Gerenciamento de Projetos em uma organização pode ajudá-la a alcançar

seus objetivos.

A administração de projetos tem por objetivo alcançar o controle

adequado do projeto, de modo a assegurar sua conclusão no prazo e no

orçamento determinado, dentro do padrão de qualidade estipulado.

Esta administração tem responsabilidade focada no gerente de projeto

que passa a ser o elemento centralizador das negociações e de comunicações

com os clientes, patrocinador e demais partes envolvidas.

De acordo com RABECHINI JR.; CARVALHO (2009, p.35), a gestão

de projetos é vista como parte da evolução da chamada administração

científica liderada por Frederick Taylor que contou com vários colaboradores,

dentre eles Henry Gantt. Este último é considerado como um dos idealizadores

das técnicas de planejamento e controle da produção, conhecido pela

disseminação do uso do gráfico de barras (gráfico de Gantt) como instrumento

de gerenciamento de projetos. Ele é conhecido como criador da gestão de

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projetos como disciplina da administração aplicada. Gantt foi quem primeiro

desenvolveu ferramentas de gerenciamento como o “Work Breakdown

Structure- WBS” - ferramenta precursora de outras técnicas e procedimentos

como o PERT (“Program Evaluation and Review Technique”), Diagrama de

rede (método ADM), o CPM (“Critical Path Method”) que foram utilizados na

área industrial-militar e, posteriormente, empregados em larga escala pelo

setor privado e por organizações públicas. Neste mesmo contexto, ferramentas

modernas de gestão de projetos se apresentam como a análise de Monte

Carlo, que permite lidar simultaneamente com tempo e custo, e há também

outros sistemas relevantes, tais como: a Gestão de risco, “Earned value”,

Cadeia crítica, entre outros.

1.3 - GERENCIAMENTO DE PROJETO - DIMENSÕES E

CONCEITOS ASSOCIADOS

As dimensões do gerenciamento de projeto incluem:

- Grupos de processos de gerenciamento;

- Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos; e

- Ciclo de vida do projeto.

1.3.1 – PROCESSOS

Processos são atividades rotineiras executadas periodicamente.

Destinam-se a gerar sistematicamente um resultado conhecido. São voltados

para atender a qualidade definida por um cliente, permitem o aprimoramento

com a execução e o erro. Os processos podem ser planejados para criar

coletivamente um produto, podem gerar atividades características da

produção. Podem subsidiar a ação gerencial de planejamento e controle. Cada

processo é caracterizado por suas entradas, as ferramentas e as técnicas que

podem ser aplicadas e as saídas resultantes.

1.3.2 - PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETO

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Os processos e ferramentas usados nos processos de gerenciamento

de projetos consistem em uma adaptação do Guia do PMBOK.

Os 42 processos de gerenciamento de projetos descrevem, organizam

e completam o trabalho do projeto. Eles descrevem o que é necessário fazer

para gerenciar o projeto. Estes processos são interdependentes e muitas

vezes simultâneos.

Estes processos são organizados em 5 grupos de acordo com o

PMBOK :

1) Conceitual ou Iniciação – quando a idéia inicial é formulada ;

2) Planejamento – detalhamento do plano do projeto, com as entregas

e atividades relacionadas descritas e programadas;

3) Execução – realização do trabalho do projeto;

4) Monitoramento e controle – atividade que se estende ao longo de

toda a vida do projeto, tendo por finalidade verificar a adequação entre

planejamento e execução; e

5) Encerramento – quando o produto final do projeto é entregue, os

resultados são avaliados, as aquisições são encerradas e as lições aprendidas

são registradas pelo gerente de projeto e sua equipe.

Fig. 1 - Ilustração dos grupos de processos (D’ÁVILA, 2007)

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O modelo conhecido como Ciclo PDCA também pode ser utilizado para

representar as atividades de Planejamento e Controle e suas etapas.

O conceito do Ciclo PDCA evoluiu ao longo dos anos vinculando-se

também com a idéia de que, uma organização qualquer, encarregada de atingir

um determinado objetivo, necessita planejar e controlar as atividades a ela

relacionadas.

O Ciclo PDCA, reconhecida metodologia para busca de melhoria

contínua, representa o conjunto de ações em seqüência dada pela ordem

estabelecida pelas letras que o compõem: P(plan: planejar), D(do: fazer,

executar), C(check: verificar, controlar), e finalmente o A(act: agir, atuar no

sentido de corrigir).

Fig. 2 - Ciclo PDCA dos Grupos de Processos (elaborado pela autora)

O Gerenciamento bem-sucedido de um projeto, segundo o PMBOK,

inclui ações de:

- Selecionar os processos apropriados necessários para cumprir os

objetivos do projeto;

- Identificar e atender aos requisitos;

- Adaptação às diferentes necessidades, preocupações e expectativas

das partes interessadas à medida que o projeto é planejado e realizado; e

- Balanceamento das demandas conflitantes do projeto que incluem:

Escopo, Cronograma, Orçamento e Qualidade.

De modo coordenado e integrado há que se planejar e definir os

Recursos humanos e as Aquisições necessárias à realização do projeto, e ao

mesmo tempo, atuar de modo continuado nas Comunicações e Riscos de

modo a conduzir o projeto, sem sobressaltos, rumo aos seus objetivos.

P D C A

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1.3.3 - ÁREAS DE CONHECIMENTO EM GERENCIAMENTO DE

PROJETO

O Guia PMBOK se organiza em nove áreas de conhecimento,

descritas com base em processos, que incluem, mas não se limitam a:

- Gerenciamento de Escopo;

- Gerenciamento de Qualidade;

- Gerenciamento de Cronograma;

- Gerenciamento de Orçamento;

- Gerenciamento de Recursos;

- Gerenciamento de Risco;

- Gerenciamento de Comunicações;

- Gerenciamento de Integração; e

- Gerenciamento de Aquisições.

Fig. 3 - Áreas de conhecimento (D’ÁVILA, 2006) Estas áreas de conhecimento estão sintetizadas a seguir:

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1) Gerenciamento de Escopo – descreve os processos necessários

para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente o

necessário para ser bem sucedido.

2) Gerenciamento de Qualidade - descreve os processos envolvidos

para garantir que o projeto satisfaça os objetivos para os quais foi idealizado.

3) Gerenciamento de Cronograma - descreve os processos relativos ao

término do projeto no prazo estabelecido.

4) Gerenciamento de Orçamento - descreve os processos envolvidos

em planejamento, orçamento e controle de custos, de modo que o projeto

termine dentro do orçamento estabelecido.

5) Gerenciamento de Recursos – descreve os processos de

organização e de gerenciamento da equipe do projeto.

6) Gerenciamento de Risco - descreve os processos relativos à

realização do gerenciamento de riscos do projeto.

7) Gerenciamento de Comunicações - descreve os processos relativos

às comunicações em um projeto: desde a coleta, geração, disseminação,

armazenamento até a destinação final das informações.

8) Gerenciamento de Integração - descreve os processos necessários

para garantir que os vários elementos do projeto estejam adequadamente

coordenados.

9) Gerenciamento de Aquisições - descreve os processos que

adquirem produtos, serviços ou resultados, bem como os processos de

gerenciamento de contratos.

1.3.4 - CICLO DE VIDA DO PROJETO

Assim como os produtos, os projetos também apresentam um Ciclo de

Vida. Entre o início e o encerramento de um projeto ele sofre todo um

desenvolvimento, uma estruturação, uma implantação e, finalmente, uma

conclusão, ressalta MENEZES (2009, p.46).

O conjunto de fases do projeto constitui o “ciclo de vida do projeto”.

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De acordo com MENEZES, o ciclo de vida típico de um projeto divide-

se em quatro fases principais: a de concepção, a de planejamento, a de

execução e a de fechamento.

A elaboração do Ciclo de Vida permite-nos preparar um anteprojeto,

um estudo de viabilidade sobre o que se pretende desenvolver. MENEZES

(2009, p.47).

Este ciclo é elaborado na fase conceitual e, apenas após a sua

aprovação, passa-se às fases seguintes.

De um modo geral, as fases do projeto apresentam as seguintes

características:

- Cada fase do projeto é marcada pela entrega de um ou mais

produtos (“deliverables”), como estudos de viabilidade ou protótipos funcionais;

- No início de cada fase, define-se o trabalho a ser feito e o pessoal

envolvido na sua execução;

- O fim da fase é marcado por uma revisão dos produtos e do

desempenho do projeto até aquele momento;

- Os custos são geralmente crescentes à medida que a fase avança;

- Os riscos são geralmente decrescentes à medida que a fase avança;

- A habilidade das partes envolvidas alterarem os produtos de cada

fase é decrescente à medida que a fase avança;

- Cada indústria apresenta diferentes fases específicas para seus

projetos, sendo que muitas têm suas fases detalhadamente descritas, em

padrões.

1.3.5 - ENTREGAS – “DELIVERABLES”

Este é um conceito chave em gerenciamento de projetos. As entregas

consistem em subprojetos, estudos, análises, avanços tangíveis no ciclo de

vida que fundamentam e delimitam a evolução do projeto. As entregas são

previamente planejadas, identificadas, quantificadas, rastreáveis, auditáveis e

aprovadas por comitê específico.

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A verificação, análise e aprovação das entregas são realizadas por

equipe especializada e independente.

A conclusão de cada fase de um projeto é marcada pela entrega,

análise e aprovação de uma ou mais entregas.

1.3.6 - GERENTE DE PROJETO

Ao gerente de projeto cabe a responsabilidade pela condução do

projeto de modo a atingir os objetivos do projeto. Ele é o principal responsável

por criar uma visão integrada sobre o mesmo. Procura assegurar que os

recursos humanos, materiais e financeiros estejam disponíveis nas áreas

funcionais e de apoio que participarão de seu projeto. Seu poder de influência

é limitado, reservado aos assuntos da coordenação. Ele deve se encarregar no

que se refere ao cumprimento de prazos e orçamentos, na identificação,

monitoramento e resposta aos riscos e no fornecimento de relatórios das

métricas dos projetos. Além disto, o gerente de projetos é o líder responsável

pela comunicação com todas as partes interessadas, particularmente com o

patrocinador e a equipe do projeto.

São alguns atributos necessários a um gerente de projetos:

comprometimento, responsabilidade, ética, honestidade, franqueza,

transparência, motivação, entusiasmo, objetividade, bom senso, liderança,

equilíbrio e habilidades de negociação, além de um conhecimento sólido das

práticas de gerenciamento de projetos.

Além do gerente de projeto, alguns papéis são muito importantes para

a estruturação do projeto:

- o patrocinador (indivíduo ou grupo externo - apoio político, interesse

no projeto, viabilização, recursos); e

- a equipe básica (formada por especialistas que possam auxiliar na

definição do escopo do projeto, atuar na execução, qualidade e garantias).

1.3.7 - PARTES INTERESSADAS NO PROJETO

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As partes interessadas (“stakeholders”) no projeto são as pessoas e

organizações ativamente envolvidas no projeto, ou cujos interesses possam

ser positiva ou negativamente afetados pela execução do projeto ou pela sua

conclusão.

As partes interessadas incluem o gerente de projeto, o cliente, a

organização que realizará o projeto, os membros da equipe de projeto. Inclui

também partes externas, como agências governamentais, patrocinadores,

comunidades afetadas pelo projeto e a sociedade em geral, vendedores,

fornecedores.

É considerada boa prática de gerenciamento identificar

cuidadosamente cada uma das partes envolvidas no projeto, buscando

identificar e gerenciar possíveis áreas de conflito entre elas.

1.3.8 - ESCRITÓRIO DE PROJETOS –– (PMO)

Não existe modelo único para o Escritório de Projetos (“Project

Management Office – PMO”) que pode ser uma coordenação, uma diretoria,

um departamento. O PMO serve à corporação na qual está inserido. Pode ser

de suporte, administrativo ou estratégico.

O PMO surgiu da necessidade de se ter um grupo de profissionais com

capacidade para resolver problemas críticos (como por exemplo: escassez de

recursos, motivação da equipe, comportamento, conflitos). O PMO não decide,

mas toma decisões devidas pelo Cliente.

As suas funções vão desde prover suporte aos gerentes de projeto na

forma de treinamento em gerenciamento de projetos, disponibilizando

ferramentas (planilhas, software), orientando a priorização de iniciativas, até

serem responsáveis pelos resultados do Projeto.

1.3.9 - DISTINÇÃO ENTRE PROJETOS E OPERAÇÕES

Os projetos distinguem-se das operações rotineiras principalmente

pelo fato de que são temporários e exclusivos; enquanto que as operações são

atividades contínuas e repetitivas. Outras características que os distinguem

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são: os projetos apresentam conteúdo de inovação, tarefas pouco ou nada

repetitivas, procuram adaptar-se permanentemente e mais frequentemente às

mudanças que ocorrem no meio, requerem mão-de-obra mais capacitada,

enquanto que as operações, nas organizações em que esta atividade

predomina, os processos são bem estáveis com forte resistência a mudanças,

com soluções padronizadas, os recursos humanos envolvidos não necessitam

de elevada capacitação.

Conforme MENEZES (2009), os prazos também estão entre os fatores

que distinguem projetos e atividades rotineiras. Enquanto estas últimas

admitem certa flexibilidade quanto aos prazos, as atividades de um projeto

devem seguir uma rígida sequência de prazos para garantir sejam cumpridos

os prazos e eventuais marcos do projeto que foram acordados. De forma

semelhante, quanto ao orçamento, as atividades rotineiras apresentam ritmo

de gastos uniforme, enquanto o orçamento em projetos apresenta tipos e ritmo

de gastos muito variáveis.

Por fim, o controle de qualidade numa operação rotineira pode ser um

controle estatístico da qualidade, dada sua repetitividade. No caso das

atividades de projeto deve-se ter o controle de qualidade decidido caso a caso.

De acordo com MENEZES (2009), grande parte das empresas

encontra-se num estágio intermediário: com operações de rotina para garantir

o fluxo produtivo e atividades inovadoras para a melhoria dos processos.

Sendo que estas atividades precisam ser geridas de forma separada e com

ferramentas específicas: o ambiente inovador, repleto de incertezas, exige a

administração por projetos de modo a permitir melhor conhecimento e

planejamento das atividades.

1.3.10 - AMBIENTE ORGANIZACIONAL

O ambiente interno das organizações é caracterizado pelos objetivos,

processos, recursos, pelas atividades e pessoas.

De acordo com ANDRADE; AMBONI (2011), p. 31, as organizações

como sistemas complexos representam um sistema social organizado e que

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está em processo de estruturação permanente para facilitar o alcance de seus

objetivos.

O ambiente externo pode ser divido em direto (operacional) e indireto

(macroambiente). No ambiente externo direto estão os clientes, fornecedores,

concorrentes, e grupos regulamentadores (órgãos do governo, sindicatos e

associações de firmas). O ambiente externo indireto é geralmente definido

como o ambiente em que se encontram as variáveis tecnológicas, legais,

políticas, econômicas, demográficas, ecológicas, culturais e sociais.

Os fatores ambientais da empresa, ou empresas, envolvidas no projeto

referem-se tanto aos fatores ambientais internos quanto externos que cercam

ou influenciam o sucesso de um projeto. Os fatores ambientais podem

aumentar ou restringir as opções de gerenciamento de projetos e podem ter

uma influência positiva ou negativa no resultado. Estes fatores são

considerados como entradas na maioria dos processos de planejamento.

De acordo com o PMBOK, os fatores ambientais da empresa incluem,

mas não se limitam a:

Considerando o ambiente em que se encontram as organizações, o

projeto deve levar em conta, dentre outras, as seguintes questões presentes

neste ambiente:

- Questões de diferenças culturais (políticas, econômicas, éticas,

étnicas, religiosas, etc), estrutura e processos organizacionais;

- Normas governamentais ou do setor (por exemplo, regulamentos de

agências reguladoras, códigos de conduta, padrões de produto, padrões de

qualidade e padrões de mão-de-obra);

- Infra-estrutura (por exemplo, equipamentos e instalações existentes);

- Recursos humanos existentes (por exemplo, habilidades, disciplinas e

conhecimento, tais como projeto, desenvolvimento, departamento jurídico,

contratação e compras);

- Administração de pessoal (por exemplo, diretrizes de recrutamento,

retenção, demissão, análises de desempenho dos funcionários e registros de

treinamento, política de horas extras e controle do tempo);

- Sistemas de autorização do trabalho da empresa;

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- Condições do mercado;

- Tolerância a risco das partes interessadas;

- Questões pertinentes à internacionalização, quando for o caso;

- Sustentabilidade social (econômica e ambiental).

- Clima político;

- Canais de comunicação estabelecidos da organização;

- Bancos de dados comerciais (por exemplo, dados padronizados de

estimativa de custos, estudos de risco do setor e bancos de dados de riscos) e

- Sistemas de informações do gerenciamento de projetos (por exemplo,

uma ferramenta de software para elaboração de cronogramas).

Sob a ótica de um projeto, a organização que o promove é considerada

como ambiente externo ao projeto. E existe ainda o ambiente interno ao

próprio projeto, que utiliza recursos da organização na qual está inserido e se

constitui por um fluxo de entradas, processamentos e saídas.

1.3.11 - ATIVOS DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS

Qualquer um ou todos os ativos relacionados a processos, das

organizações envolvidas no projeto que são ou podem ser usados para

influenciar o sucesso do projeto. Esses ativos de processos incluem planos

formais ou informais, políticas, procedimentos e diretrizes. Os ativos do

processo também incluem as bases de conhecimento das organizações, como

lições aprendidas e informações históricas.

Os ativos de processos organizacionais fornecem diretrizes e critérios

para adaptação dos processos da organização às necessidades específicas do

projeto.

1.3.12 - ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

As estruturas organizacionais pedem ser classificadas segundo vários

critérios, porém os tipos mais relevantes são: funcional, matricial (fraca,

balanceada e forte) e por projetos (PMBOK, 2004).

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As estruturas tradicionais apresentam algumas características

marcantes: alto nível de formalização, unidade de comando, especialização

elevada, comunicação vertical.

Segundo MENEZES (2009), em função das novas necessidades das

organizações, tem surgindo estruturas inovadoras como alternativas às

tradicionais. Organizadas por projetos, matriciais, por centro de lucro e aquelas

voltadas a novos negócios. Estas estruturas apresentam baixo nível de

formalização, especialização relativamente baixa e comunicação em várias

direções: vertical, horizontal e diagonal.

Dentre as estruturas inovadoras, olhando sob a ótica de melhor

adaptabilidade a projetos destaca-se a estrutura organizacional por projetos

que foi desenhada para atender a grandes projetos, com recursos dedicados.

Entretanto, existem poucas organizações que usam exclusivamente

somente um dos tipos de estrutura apresentados. A maioria das organizações

modernas envolve mais de uma das estruturas citadas acima, senão todas. Até

mesmo uma organização funcional pode criar uma equipe para desenvolver

um projeto específico (PMBOK, 2008).

1.3.13 - OBJETIVOS E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOS

Objetivos estratégicos são as ações que a organização deverá tomar

para alcançar sua visão, de acordo com o ambiente em que ela está inserida.

1.3.13.1 - A MATRIZ SWOT

Trata-se de uma das mais conhecidas ferramentas de

planejamento estratégico que pode ser utilizada para examinar a empresa

quanto aos aspectos que afetam seu funcionamento, segundo DAYCHOUW

(2007). A abreviatura SWOT representa as iniciais das expressões: Strengh,

Weakness, Opportunity and Threat, sendo correspondentes, respectivamente,

a: Força, Fraqueza, Oportunidade e Ameaça.

Identificadas as principais ameaças e oportunidades no macro

ambiente, estas podem ser relacionadas às questões internas da organização

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(pontos fracos e pontos fortes) utilizando-se o conceito da matriz SWOT.

Assim, pode-se fazer o exame de uma organização, levando em conta o

ambiente onde está inserida. Este é um estágio inicial de planejamento e ajuda

o empresário a identificar os pontos principais que afetam o funcionamento da

empresa.

Ambiente externo

Oportunidades Ameaças

Am

bien

te in

tern

o

Pre

dom

inân

cia

de

Pon

tos

For

tes

Potencialidades

Defesa

Pon

tos

Fra

cos

Debilidades

Vulnerabilidade

Fig. 4 - Quadro da Matriz SWOT (modificado pela autora a partir de Notas de aula do curso GP);

Sendo neste quadro:

– Ambiente interno - aquele de dentro da organização analisada,

onde ela pode influenciar diretamente.

– Ambiente externo - aquele relacionado ao ambiente da

organização, porém, externo a mesma. São situações sobre as quais a

organização não tem domínio.

- Forças – elementos da organização considerados vantajosos.

- Fraquezas – inconformidades, pontos da organização que

devem ser melhorados.

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- Oportunidades – os eventos observados, no ambiente externo

que podem trazer benefícios à organização.

- Ameaças – os eventos observados, no ambiente externo, que

podem trazer prejuízos à organização.

No caso do ambiente externo (oportunidades / ameaças), esta

análise deve levar em conta tanto as tendências de afetarem a organização,

quanto as probabilidades das mesmas se tornarem reais.

Tendo em vista os objetivos estratégicos, interessa à organização

manter os pontos fortes identificados, reduzir a intensidade dos pontos fracos,

aproveitar as oportunidades e proteger-se das ameaças.

1.3.13.2 - ANÁLISE POR CENÁRIOS

A análise de cenários futuros é o método de planejamento

estratégico que vem sendo praticado com sucesso por grandes empresas da

área de energia como, por exemplo, a Petrobras e a Shell, buscando se

posicionarem em relação à direção em que deverão atuar no futuro. Este

método tem por base os princípios do pensamento sistêmico: compreender a

realidade atual, visualizar o futuro, construir a estratégia, promover a mudança,

revisar a organização e sustentar a mudança. Trata-se do conceito de empresa

viva, em aprendizado contínuo o qual servirá de base para o crescimento;

quando há mudanças, está preparada para fazer adaptações.

Através da análise de cenários futuros esboçados são

identificadas as principais ameaças e oportunidades no macro ambiente e é

possível à empresa perceber indicações de tendências e possibilidades de

ocorrências de descontinuidades.

Os cenários esboçados não são certezas de previsão do futuro,

pois o ambiente está em constante mudança. Mas o objetivo da empresa

quando procura investigar o ambiente externo (macro ambiente) por meio de

cenários é o de identificar futuros possíveis, com a finalidade de se preparar

para enfrentar os problemas e as oportunidades que se apresentem.

Para a aplicação deste tipo de planejamento é necessário adotar

uma metodologia construída com base na estratégia. A gestão por sistemas é

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a gestão de elementos dinamicamente organizados. O BSC (“Balanced Score

Card” – Indicadores balanceados de desempenho) é um sistema de gestão

construído sob a ótica da estratégia e vem tendo crescente aceitação.

Segundo DAYCHOUW (2007), ele fornece um referencial para gestão sob

quatro diferentes perspectivas (dimensões): financeira, clientes, processos de

negócios internos e aprendizado e crescimento. Em cada uma destas

perspectivas são avaliados os objetivos, indicadores, metas e iniciativas.

Este conjunto abrangente de medidas serve de base para o

sistema de medição e gestão estratégica por meio do qual o desempenho

organizacional é mensurado de maneira equilibrada por meio de quatro

abordagens:

Visão – a partir dos objetivos e indicadores;

Gestão estratégica – aprendizado, comunicação e “feedback”

contínuo;

Recursos – planejamento de recursos e orçamento vinculado à

estratégia;

Pessoas – comunicação, desdobramentos e alinhamento.

Construir estratégias engloba obter aprendizagem estratégica,

construir estratégias criativas para um dado número de futuros alternativos,

projetar um sistema de indicadores que influenciem a ação organizacional,

traduzir as estratégias em termos operacionais, desdobrar e alinhar a

organização à estratégia, transformar a estratégia em tarefas específicas,

convertê-la em processo contínuo, mobilizar a mudança por meio da liderança

estruturando sua posição estratégica.

Desta forma, a empresa deixa o funcional e amplia sua visão,

passa a conhecer melhor a natureza do ambiente macro em que se encontra,

faz seu planejamento estratégico e cria os elementos necessários para chegar

aos seus objetivos – ou seja, formula e implementa suas estratégias para

superar os desafios do mercado e atingir seus objetivos de curto, médio e

longo prazos.

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Estratégia, segundo MINTZBERG (2008) trata da forma de

pensar o futuro. E a estratégia é necessariamente implementada por meio de

projeto.

1.3.14 - “BENCHMARKING”

Fala-se muito em “benchmarking” nos dias atuais no meio empresarial

associado à idéia de melhoria de gestão, por isto entende-se ser de interesse

sua conceituação.

“Benchmarking” é uma ferramenta da administração que utiliza

parâmetros de análise comparativa com as melhores técnicas praticadas (por

referenciais de excelência no mercado), para aprender, identificando lacunas

no desempenho e oportunidades, e produzir aperfeiçoamento de sua gestão.

Por isto mesmo é considerado como importante instrumento gerencial de

mudança.

De acordo com o guia PMBOK (2008), “Benchmarking” envolve a

comparação de práticas de projetos reais ou planejados com as de projetos

comparáveis para identificar as melhores práticas, gerar idéias para melhorias

e fornecer uma base para medir o desempenho.

1.3.15 - RELAÇÃO ENTRE GERENCIAMENTO DE PROJETO,

PROGRAMA E PORTFÓLIO:

Para fins de comparação e melhor compreensão do significado de

Projeto, Programa e Portfólio, a seguir são apresentados os seus conceitos:

PROJETO: Conjunto de Atividades organizadas e temporárias

destinadas a criar um único produto exclusivo dentro de condicionantes de

custo, prazo, escopo e qualidade previamente definidos.

PROGRAMA: Programa é um conjunto de Projetos gerenciados de

forma coordenada, a fim de se obter vantagens e benefícios que, se os

Projetos fossem conduzidos de uma forma isolada, não seriam obtidos.

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PORTFÓLIO: Um portfólio é uma coleção de projetos ou programas

que são agrupados para facilitar uma gestão mais eficaz destes

empreendimentos como forma de atender aos objetivos estratégicos de

negócios da organização.

O gerenciamento de portfólios se concentra em garantir que os

projetos e programas sejam analisados coordenadamente a fim de priorizar a

alocação de recursos, e que o gerenciamento do portfólio seja consistente e

esteja alinhado às estratégias organizacionais (PMI, 2008)

O PMI e vários outros autores afirmam que o processo de gestão de

portfólio possui características peculiares tais como: incerteza, ausência de

informações, dinamismo dos projetos, interdependência entre os projetos e

barreiras organizacionais. E concordam que estas características dificultam

sua realização e, ao mesmo tempo, tornam suas atividades complexas e

multidisciplinares. RABECHINI JR; CARVALHO (2009) menciona que entre os

principais temas envolvidos nas atividades de gerenciamento do portfólio

estão: avaliação financeira, gestão de riscos, gestão de recursos e

planejamento estratégico.

Cooper, Edgett e Kleinschmidt (2002, apud RABECHINI JR;

CARVALHO, 2009) indicam quatro objetivos principais que a gestão de

portfólio deve perseguir:

1 – Maximizar o valor do portfólio de produtos (existente e futuros) em

termos de retorno financeiro ou outro parâmetro mensurável.

2 – Promover balanceamento (encontrar um ponto de equilíbrio) entre

projetos de menor ou maior complexidade, risco, prazo, escopo ou entre

diferentes tecnologias e mercados, por exemplo.

3 – Alinhar o portfólio com a estratégia geral do negócio (visão,

planejamento estratégico).

4 - Alocação de recursos para o portfólio.

Sabe-se ainda que para cada um destes objetivos, há várias técnicas e

abordagens – tanto quantitativas quanto qualitativas – cada qual com um

conjunto de pontos fortes e fracos. O desafio dos gestores não é apenas

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escolher quais técnicas adotar. Pelo fato de nenhum método isolado ser capaz

de cumprir todos os objetivos, cabe aos gestores aliados com a visão global da

empresa, encontrar o conjunto exato de projetos necessários para executar a

estratégia da empresa ou organização.

No caso de uma organização privada, o objetivo do gerenciamento de

portfólio é assegurar que o investimento retorne com sustentação e

crescimento de seus negócios. Já para uma organização pública, o alvo do

gerenciamento de portfólio é o desenvolvimento de competências, com o

objetivo de melhorar e manter a qualidade dos produtos e serviços oferecidos,

otimizar a utilização dos recursos públicos, assegurando a sua imagem de

credibilidade.

Diversas metodologias e critérios têm sido utilizados pelas

organizações na tentativa de melhorar o gerenciamento do portfólio de

projetos. Os critérios gerais mais utilizados são: alinhamento estratégico,

balanceamento entre os diversos tipos de projeto e valor agregado aos

serviços ou negócio da instituição.

Quanto à priorização de projetos, em organizações públicas, o critério

fundamental é o da importância relativa para a organização, que envolve

sucesso tecnológico e valor a agregar à competência e à imagem da mesma.

Entretanto, tem que haver uma compreensão, um entendimento adequado do

significado do sucesso tecnológico e do valor a agregar, pois estes fatores

dependem até mesmo do momento em que se encontra a organização, em

termos de ambiente interno e externo.

A título de ilustração, podem-se explicitar alguns possíveis fatores de

sucesso tecnológico e valor a agregar mais utilizados e que poderiam ser

adequados a empregar, por exemplo, em uma organização pública:

- sucesso tecnológico do projeto: interesse do cliente, atração técnico-

científica, viabilidade tecnológica, alinhamento com as competências essências

da instituição (como por exemplo: área de normatização técnica, elaboração de

especificações e pareceres técnicos, garantia de qualidade e supervisão de

atividades de engenharia naval associadas ao projeto, obtenção,

modernização, alteração e nacionalização de meios navais, apoio técnico aos

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meios em serviço, planejamento das atividades de estruturação da

manutenção), alinhamento com as políticas institucionais, interesse dos

servidores; e

- valor agregado à instituição: melhoria de desempenho, competência,

credibilidade, formação de parcerias, ampliação de orçamento.

SILVEIRA (2006) declara que apesar da grandeza dos desafios, a

gestão de portfólio veio para ficar e cita que cerca de 50% das duas mil

maiores empresas mundiais, GLOBAL (2000 apud SILVEIRA, 2006), adotaram

alguma forma de gestão de portfólio em 2004.

Desta forma, os projetos são normalmente autorizados como resultado

de uma ou mais considerações estratégicas. Estas podem ser uma demanda

ou exigência do mercado (redução do custo de produção, inovação

tecnológica, melhoria da qualidade, exigência ambiental, responsabilidade

social, segurança), o atendimento a uma necessidade organizacional

(ampliação de capacidade, verticalização, diversificação, novo mercado), a

solicitação de um cliente, avanço tecnológico ou requisito legal.

1.3.16 - AVALIAÇÃO DE RISCOS NOS PROJETOS

“Riscos em projetos têm sua origem no campo das incertezas que, por

sua vez, estão presentes, de uma forma mais ou menos intensa, em todos os

projetos” (PERMINOVA et al, 2008 apud RABECHINI JR.; CARVALHO, 2009,

p188).

Todo projeto apresenta inúmeras perturbações ao longo de seu

desenvolvimento. Estas perturbações podem ser: incertezas ou riscos (quando

se pode estimar a probabilidade de ocorrência). Ambas podem gerar

oportunidades ou ameaças ao projeto. Estas incertezas ou riscos podem ter

origens variadas, tais como:

- o cliente não conseguir identificar perfeitamente a sua necessidade

numa fase inicial;

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- o cliente não se sentir totalmente seguro quanto a algumas tomadas

de decisão solicitadas pela equipe do projeto;

- questões no âmbito econômico-financeiro: disponibilidade de

recursos, avaliação do custo-benefício, viabilidade de alguma parte do projeto;

- a falta de decisão sobre método executivo, materiais, equipamentos e

recursos humanos que serão alocados ao projeto;

- o escopo do projeto não estar suficientemente definido ou mesmo

mal definido.

Neste caso, o procedimento usualmente adotado é o de realizar uma

avaliação dos riscos, considerando as informações disponíveis num dado

momento, e com base nestas informações e na avaliação de riscos, decidir

pela continuidade ou não do projeto.

No ambiente empresarial é comum haver poucas informações para se

efetuar a tomada de decisões. Pois quanto maior certeza se deseja da

informação, maiores são os custos de sua obtenção.

O gerenciamento de riscos de projetos tem como objetivo identificar,

selecionar e tratar incertezas que podem impactar o projeto. (RABECHINI JR.;

CARVALHO, 2009), p.189. Sendo mais freqüente em projetos o tratamento

das perturbações que impactam negativamente o projeto.

De acordo com MENEZES (2009), p. 24, os principais instrumentos

para se trabalhar as incertezas do projeto são:

– divisão em fases de modo a permitir tomadas parciais de decisão;

– entendimento das partes procurando compreender o projeto por meio

de seus elementos constitutivos;

– minimização das incertezas por meio da aplicação de técnicas de

análise dos potenciais riscos existentes no projeto (probabilidade x impacto).

– naturezas diferentes das fases como, por exemplo: criação,

desenvolvimento, construção, testes, etc.

– identificação de produtos distintos em cada fase;

– estabelecimento de indicadores de desempenho intermediários e sua

avaliação conjunta com os riscos associados para melhoria do controle das

incertezas;

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– associação às operações rotineiras da empresa.

De acordo com o PMBOK (2008), o gerenciamento de riscos de

projetos é o processo sistemático de identificação, análise e resposta aos

riscos. E tem por alvo maximizar as probabilidades e impactos dos efeitos

positivos dos riscos e minimizar as probabilidades e impactos dos efeitos

negativos sobre os objetivos do projeto.

Os processos de gerenciamento de riscos em um projeto consistem

em processos de: Planejamento; Identificação de Riscos; Análise qualitativa de

Riscos; Análise quantitativa de Riscos; Planejamento de respostas a Riscos e

Acompanhamento e Controle de Riscos.

Motivado por uma causa, o risco pode ocorrer, gerando um impacto.

CAUSA → RISCO → IMPACTO

Na fase de identificação dos riscos, cabe mencionar que é relevante a

participação dos especialistas que contribuem por meio de sua bagagem

técnica e da experiência acumulada em trabalhos semelhantes.

Cada risco identificado é classificado quanto ao impacto produzido nos

objetivos do projeto e à probabilidade de ocorrência. A partir daí pode-se

montar a matriz de análise qualitativa dos riscos nas dimensões: probabilidade

x impacto, permitindo uma percepção do grau de severidade dos eventos de

risco.

Os riscos podem ainda ser classificados quanto à natureza (por

exemplo, técnico, organizacional, externo e de gerenciamento); quanto à

intensidade (alto, médio, baixo).

Conhecidos os principais eventos de risco, é possível realizar uma

avaliação mais detalhada, considerando-se o impacto em cada um dos

principais objetivos do projeto: escopo, qualidade, custo e tempo.

Desta forma, após a identificação dos eventos de risco mais

significativos, devem ser elaboradas medidas de Planejamento de Respostas

ao Risco, conforme o PMBOK (2008) da seguinte forma:

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a) minimizando a probabilidade de ocorrência de tais eventos, caso se

trate de ameaças, por meio de estratégias de respostas aos riscos:

– Evitar;

– Mitigar;

– Transferir;

– Aceitar.

b) maximizando a probabilidade de ocorrência de tais eventos, caso se

trate de oportunidades, por meio de estratégias de respostas aos riscos:

– Explorar;

– Compartilhar;

– Melhorar;

– Aceitar.

Considerando a aplicação destas estratégias, para o projeto, de forma

global, pode-se prever situações tais como:

– Estabelecer uma estrutura de negocio em que ambos o fornecedor e

o cliente compartilham os riscos;

– Replanejar o projeto ou mudar o escopo e os limites do projeto, por

exemplo, modificando alocações de recursos, calendário de entrega, etc;

– Cancelamento do projeto, sendo uma última alternativa, caso o nível

geral do projeto se mantenha inaceitável;

– Prosseguir com o projeto apesar da exposição ao risco estar acima

dos níveis aceitáveis pela organização.

A respeito do gerenciamento de projetos, MÁRCIO D’ÁVILA (2010),

ressalta que:

“Se não houver planejamento e controle, os riscos e

incertezas, os eventos imprevistos e as falhas vão

ocorrendo a cada dia, levando ao gradativo desvio de rota

e ao insucesso.

Gerenciamento de projetos existe para traçar, divulgar,

monitorar e corrigir a rota dos projetos, tratando questões,

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riscos, incertezas, imprevistos, falhas e mudanças que

surgem, sempre mantendo as partes interessadas

informadas e gerenciando suas expectativas, de forma a

garantir que cada projeto (uma tarefa ou empreitada a

realizar) seja cumprido e atinja seu objetivo com

sucesso.”” (MÁRCIO D’ÁVILA, 2010).

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CAPÍTULO II

GESTÃO DE ESCOPO

– CONCEITUAÇÃO

2.1 - GESTÃO DE ESCOPO

Um bom trabalho de definição do escopo em um projeto está

diretamente relacionado ao sucesso do projeto.

Os problemas de definição de escopo dificilmente aparecem no início

do projeto, e isto é um fator que aumenta o custo, tendo em vista que o custo

de mudanças é inversamente proporcional ao tempo decorrido do projeto.

VARGAS (2005) cita que o custo das mudanças no projeto é pequeno nas

fases iniciais, crescendo exponencialmente com o progresso do projeto.

Quando a definição do escopo é incompleta ou insuficiente, existe

grande possibilidade de tal projeto apresentar um custo final mais elevado

devido às mudanças que terão de ser introduzidas no decorrer de sua

execução, de modo a se ajustar ao que não foi previsto inicialmente. Este tipo

de alteração costuma também provocar aumento no cronograma do projeto e,

por vezes, até impactar a qualidade do produto a ser entregue.

Diversos autores fazem esta mesma declaração e a experiência do

autor em serviços de engenharia também converge na direção de ratificar esta

afirmativa. Daí a importância de um o aprofundamento no assunto.

Dentro da área do gerenciamento de projetos, o gerenciamento do

escopo é a disciplina que trata dos processos necessários, e não além do que

é necessário, para garantir que o projeto inclua todo o trabalho que deve ser

realizado para que o mesmo seja concluído com sucesso. Este gerenciamento

diz respeito principalmente à definição e controle daquilo que está e do que

não está incluído no projeto.

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Em meio à distribuição dos processos de gestão de projetos

apresentados resumidamente na sequência abaixo, encontram-se localizados

os processos do Escopo os quais interagem entre eles mesmos e com os

processos de outras áreas de conhecimento:

INÍCIO – Desenvolvimento do Termo de Abertura, autorização formal,

nomeação do gerente e equipe básica; identificação das partes interessadas.

PLANEJAMENTO – Definição do ESCOPO, definição e

seqüenciamento das atividades, estimativa de custos, desenvolvimento do

cronograma, planejamento da qualidade, recursos humanos, comunicações,

riscos e aquisições – obtendo o plano de gerenciamento do projeto.

EXECUÇÃO – gerenciar a execução do projeto; realizar garantia

qualidade; gerenciar comunicações; expectativas das partes interessadas;

realizar as aquisições.

MONITORAMENTO E CONTROLE – realizar os diversos controles de

modo a garantir que os objetivos do projeto serão alcançados; dentre eles,

estão os processo de controle e de verificação do ESCOPO.

ENCERRAMENTO - Formaliza a aceitação; registra as lições

aprendidas e encerra as aquisições.

2.2 - PROCESSOS DE GESTÃO DO ESCOPO

Os processos propriamente ditos de gestão do Escopo do projeto,

recomendados pelo PMBOK, podem ser organizados conforme se segue:

1- Processo de Planejamento do Escopo (PMBOK, 2004) ou Processo

de Coleta dos Requisitos (PMBOK, 2008): processo de definição e

documentação das necessidades das partes interessadas para alcançar os

objetivos do projeto.

2 - Processo de Definição do Escopo: desenvolve uma declaração

detalhada do projeto e do produto. Esta servirá de base para as futuras

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decisões do projeto e para confirmar e desenvolver um entendimento comum

entre as partes envolvidas (“stakeholders”).

3 - Processo de Criação da Estrutura Analítica do Projeto–EAP:

subdivisão das principais entregas (“deliverables”) e do trabalho do projeto em

componentes menores com melhores possibilidades de se gerenciar.

4 - Verificação do Escopo: processo de aceitação formal, pelas partes

interessadas, do escopo do projeto concluído e das entregas (“deliverables”)

associadas.

5 - Processo de Controle do Escopo: monitoramento do progresso e

controle das alterações de escopo do projeto e do escopo do produto e das

alterações feitas na linha de base do escopo.

Cabe mencionar que o trabalho envolvido na execução dos processos

de gerenciamento do Escopo é precedido pelo esforço de planejamento do

projeto efetuado pela equipe de gerenciamento do projeto. Este esforço é parte

do processo de desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto que,

por sua vez, produz o plano de gerenciamento do escopo

2.2.1 - DISTINÇÃO ENTRE ESCOPO DO PRODUTO E ESCOPO DO PROJETO

No contexto do projeto, desde o início, importa distinguir o que é o

Escopo do Produto e o que envolve o Escopo do Projeto.

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Escopo do

Produto

Escopo do

Projeto

Características,

funções e requisitos

que descrevem um

produto, serviço ou

resultado do projeto.

Trata-se do trabalho

a ser realizado para

entregar um produto,

serviço ou resultado

com as características,

funções e requisitos

especificados.

Especificações do Produto

Declaração do Escopo,

Estrutura Analítica do Projeto (EAP)

e Dicionário de EAP

Fig. 5 - Distinção entre Escopo do produto e do projeto (elaborado pela autora

a partir de notas de aula do curso de GP)

2.2.2 - PROCESSOS DE GESTÃO DO ESCOPO

No Escopo do Projeto é onde devem estar registradas todas as

atividades necessárias para produzir aquilo que é o Produto Final do Projeto.

O gerenciamento do escopo do projeto deve estar atento às

necessidades das partes interessadas (“stakeholders’) não só na fase inicial,

mas ao longo do ciclo de vida do projeto (RABECHINI JR; CARVALHO, 2006).

O processo de definição do escopo é o processo de desenvolvimento

de uma descrição detalhada do projeto e do produto. A documentação do

Escopo contém, descreve e especifica o Projeto e o seu Produto. Assim, deve-

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se entender que o que não estiver contido na definição do Escopo não faz

parte do Projeto. Por vezes, para maior clareza, convém tornar explicito tudo

aquilo que não será conduzido pelo Projeto, de modo a delimitar sua

abrangência.

O Escopo deve planejar e definir os critérios de aprovação dos

Serviços, Estudos, Especificações e Subprojetos que serão entregues durante

a evolução e ao Final do Ciclo de Vida do Projeto (Entregas – “Deliverables”).

O Escopo poderá ser formal ou informal, conciso ou detalhado, de

acordo com as necessidades do projeto.

Cada tipo de projeto exige um balanceamento cuidadoso das

ferramentas, metodologias, processos e procedimentos, e de outros fatores

empregados, de modo a garantir que o esforço gasto nas atividades de

determinação do escopo esteja de acordo com o tamanho, complexidade e

importância daquele projeto

O Planejamento do Escopo é que estabelece as diretrizes de como o

Escopo será definido, verificado e controlado.

A criação da Estrutura Analítica do Projeto–EAP permite subdividir o

Projeto para facilitar o gerenciamento, de acordo com VARGAS, 2007. O

dicionário da EAP é um documento que fornece descrições mais detalhadas

dos componentes da EAP.

Após a construção da EAP, deve-se obter a aprovação do seu

conteúdo pelas partes interessadas.

A declaração detalhada aprovada do Escopo, incluindo a respectiva

EAP e dicionário de EAP, constitui-se em linha base (“baseline”), uma

referência para todas as demais decisões sobre o Projeto e o Produto do

Projeto.

Já a verificação do Escopo e o controle do Escopo são processos

pertencentes ao grupo de processos de monitoramento e controle.

O controle do Escopo - processo de monitoramento e controle do

progresso do escopo do projeto e escopo do produto - inclui também o

gerenciamento das mudanças realizadas na linha de base do escopo. Por isto

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mesmo, diz-se que o controle do Escopo é um conjunto de procedimentos

relacionados à documentação, relatório, análise, custeio, aprovação e

implantação de mudanças no Escopo.

As alterações no Escopo somente devem ser aceitas com a prévia

compreensão, negociação e aceitação da alta administração do Cliente ou seu

representante no Projeto.

Segundo SOUSA (2006), todas as organizações envolvidas no

atendimento de um determinado objetivo devem aplicar o Ciclo PDCA para

desenvolver o planejamento e o controle do escopo do projeto que lhes cabe

gerenciar. Pois a utilização do Ciclo PDCA promove o aprendizado contínuo

dos processos.

A melhoria contínua otimiza a execução dos processos, possibilita a

redução de custos e o aumento da produtividade. A aplicação do Ciclo PDCA a

todas as fases do projeto leva ao aperfeiçoamento e ajustamento dos rumos

do empreendimento. A introdução gradativa de melhorias possibilita agregar

valor aos resultados do projeto e a assegurar maior satisfação dos clientes.

DUQUE ESTRADA (2008) declara que o Processo de Melhoria

Contínua, como referencial absoluto, permite fazer rodar o ciclo do PDCA,

consagrada metodologia para a busca da melhoria contínua, e assim obter o

aperfeiçoamento deste conjunto de diretrizes.

No centro da figura abaixo se concentram os processos de gestão do

escopo que em seguida são comentados neste trabalho. Pode-se também

observar na figura as interfaces e integrações destes processos com os outros

processos do gerenciamento de projeto associados.

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Fig. 6 - Processos de gestão do escopo (RABECHINI JR.; CARVALHO, 2006)

2.2.3 - PLANEJAMENTO DO ESCOPO OU COLETA DE REQUISITOS

É o processo de definição e documentação das necessidades das

partes interessadas para alcançar os objetivos do projeto. Neste processo

ocorre a identificação, coleta e documentação dos requisitos.

Tem como entradas deste processo o Termo de Abertura do projeto e

o registro das partes interessadas do projeto e a Declaração de escopo

preliminar, conforme PMBOK (2004). O Termo de Abertura do projeto é usado

para fornecer os requisitos e a descrição do produto em alto nível para que os

requisitos detalhados do produto possam ser desenvolvidos PMBOK (2008).

As saídas deste processo são: a documentação dos requisitos, plano

de gerenciamento dos requisitos e matriz de rastreabilidade de requisitos.

Conforme a natureza do projeto podem ser requisitos funcionais e não

funcionais, critérios de aceitação, requisitos de qualidade, de desempenho,

requisitos de suporte e treinamento, premissas e restrições dos requisitos, etc.

2.2.4 - DEFINIÇÃO DO ESCOPO

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Como já foi dito, definir o escopo é o processo de desenvolvimento de

uma declaração detalhada do escopo do projeto e do produto.

Este processo tem como entradas o Termo de Abertura do projeto, a

documentação dos requisitos e os ativos de processos organizacionais

(políticas, procedimentos, modelos, arquivos de projetos anteriores, lições

aprendidas em fases ou em projetos anteriores) e Declaração de escopo

preliminar do projeto.

2.2.4.1 - ANÁLISE DO PRODUTO

Para definir o escopo do projeto é essencial um entendimento dos

produtos e serviços que serão entregues pelo projeto.

Neste momento de definição, a utilização do trabalho de

especialistas é muito importante. Ter clareza nas especificações do produto,

identificando alternativas, elaborando as especificações técnicas contendo os

requisitos técnicos, de qualidade e quantidade auxiliam na definição do

produto, além de facilitar análises preliminares de viabilidade do produto.

O delineamento do escopo envolve, além do trabalho dos

especialistas, também uma varredura sobre diversas áreas, buscando

identificar os elementos presentes no contexto em que o projeto se insere.

O processo de definição do escopo tem por resultados a

Declaração do Escopo e atualizações dos documentos do projeto.

2.2.4.2 - DECLARAÇÃO DO ESCOPO

A declaração do escopo explicita as entregas do projeto ao

cliente, os requisitos, além de estabelecer as premissas, restrições e a

abordagem de condução do projeto, permitindo um entendimento do escopo e

das exclusões a todas as partes interessadas no projeto.

HELDMAN (2005) diz que a Declaração do Escopo é a Linha de

base do projeto. Isto significa que, caso surja alguma dúvida, ou se forem

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propostas mudanças para o projeto mais adiante, elas poderão ser

comparadas com o registrado na Declaração do Escopo.

Conforme o PMBOK, a declaração do escopo pode conter,

diretamente ou por meio de referências, os seguintes tópicos:

- Necessidade geradora;

– Objetivos do projeto;

– Descrição do produto;

– Exclusões do escopo;

– Requisitos do projeto;

– Premissas e restrições;

– Principais entregas do projeto;

– Riscos iniciais definidos;

– Marcos do cronograma;

– Estimativa de custos;

– Especificações do projeto;

– Critérios de aceitação;

- Plano de Qualidade.

Onde:

Objetivo

Algo em cuja direção o trabalho deve ser orientado, uma posição

estratégica a ser alcançada ou um objetivo a ser atingido, um resultado a ser

obtido, um produto a ser produzido ou um serviço a ser realizado.

Aquilo que se pretende que o Projeto venha a proporcionar ao

Cliente. Deve ser definido com as respectivas grandezas (unidades

correspondentes) e Valores (Custo/Prazo/Escopo).

Restrições (recursos humanos, físicos, tecnológicos, financeiros)

O estado, a qualidade ou sentido de estar restrito a uma

determinada ação ou inatividade. Uma limitação que afeta o desempenho do

Projeto ou Processo. Por exemplo: uma Restrição de custos que afete o

Orçamento; uma Restrição de prazo que afete o Cronograma.

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As Restrições são condicionantes no que diz respeito à

elaboração do Escopo. Por exemplo, pode-se ter um condicionante de prazo.

Premissas (hipóteses)

São fatores que para fins de planejamento são considerados

verdadeiros, reais ou certos sem prova ou demonstração. São verdades

temporárias a serem testadas quando da Análise de Risco.

Critérios de aceitação

Definem os critérios para que o(s) produto(os) ou o projeto sejam

aceitos.

Plano de Qualidade

Define a relação de Normas e procedimentos aplicáveis,

responsabilidades e autoridade em garantia de qualidade, procedimentos de

Garantia da Qualidade, requisitos de treinamento, sistemática de tratamento de

anomalias e de lições aprendidas.

2.2.5 - PROCESSO DE DETALHAMENTO DO ESCOPO

Para o detalhamento do escopo do projeto, poder-se-ia citar desde a

simples elaboração de uma lista de afazeres, entrevistas, consulta a

especialistas, às partes envolvidas no projeto (pessoas e organizações),

técnicas de tomada de decisão em grupo, técnicas de criatividade em grupo

(como por exemplo, “brainstorming”), análise de dados históricos sobre

projetos semelhantes, condução de “benchmarking’ (visitas estruturadas a

empresas que sejam referência em projetos semelhantes) até métodos e

ferramentas mais elaborados e mais complexos.

2.2.5.1 - CRIAÇÃO DA EAP

MENEZES, (2009, p. 111) esclarece que o Escopo do projeto

deverá ser detalhado e para tal, recomenda a utilização de um procedimento

sistematizado que configure o projeto em sua totalidade, que caracterize a

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inter-relação hierárquica entre os distintos elementos que o compõem e

minimize a possibilidade de esquecimento de atividades.

De fato, uma das ferramentas mais comumente utilizada é a

Estrutura Analítica do Projeto–EAP - conhecida como sistema de planejamento

hierárquico – é utilizada num procedimento “top-down”, o que minimiza o

esquecimento de atividades, mesmo que o projeto contenha elevado nível de

inovação e/ou complexidade.

A Estrutura Analítica do Projeto (“Work Breakdown Structure-

WBS”), em gerenciamento de projetos, é uma ferramenta de decomposição do

trabalho do projeto em partes gerenciáveis. A EAP é um organograma

hierarquizado (do mais geral ao mais específico) orientado ao trabalho a ser

executado pela equipe do projeto para atingir os objetivos do projeto.

A EAP é uma estrutura de grande importância durante o

planejamento do projeto, pois serve para definir, organizar e comunicar o

Escopo do projeto.

A EAP facilita ainda a atribuição de responsabilidades para a

execução do trabalho do projeto ao permitir relacionar os itens da EAP aos

elementos organizacionais da empresa, por meio de uma matriz de

responsabilidade.

RABECHINI JR.; CARVALHO, 2006, p.52, cita que a importância

da EAP (WBS) no planejamento do projeto revela-se em levantamento feito

pelo PMI. Cerca de 70% dos que responderam tal levantamento afirmaram que

o método preferido de planejamento tem por base a definição da EAP.

O processo de estruturar a EAP consiste na subdivisão do

trabalho do projeto em partes menores, de modo a facilitar o gerenciamento,

preferencialmente em entregas que sejam mensuráveis e capazes de serem

controladas.

Alguns critérios utilizados para a divisão de um projeto:

- fases;

- sistemas e subsistemas;

- tecnologia;

- pacotes de fornecimento;

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- espaços físicos;

- requisitos organizacionais.

Para a elaboração da EAP devem ser identificadas as entregas

de cada fase do projeto, bem como as do gerenciamento do projeto. A EAP

permite a decomposição das Entregas do Projeto no seu nível mais detalhado

denominado Pacote de Trabalho.

De acordo com CARVALHO, 2006, para que os pacotes de

trabalho possam ser gerenciados, associados a eles devem estar os seguintes

elementos:

- objetivo – identificação do que dever ser atingido com o pacote;

- entregas – produto / serviço associado ao trabalho;

- programação – atividades associadas com respectivo

planejamento de execução;

- orçamento – cronograma financeiro de desembolso e valores

acumulados;

- responsabilidades – mão de obra (homem / hora) associada

além de responsáveis diretos pelo trabalho.

O detalhamento maior ou menor da EAP depende da

complexidade e do tamanho do projeto, bem como da necessidade de atingir

um nível de subdivisão que permita o planejamento e controle do mesmo. A

subdivisão deve ocorrer até os níveis em que todo o trabalho possa ser

estimado e o seu progresso acompanhado.

MENEZES, (2009, p. 113) recomenda observar alguns

procedimentos visando obter melhor resultado da EAP, dentre os quais

destacamos os seguintes:

-incluir todos os elementos constitutivos do projeto: hardware,

software, apoio, gerência etc;

- a quantidade de níveis deve ser determinada em cada caso de

acordo com as especificidades do projeto e suas necessidades de controle

(raramente são necessários mais que seis níveis);

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- a EAP deve ser revista com a participação de profissionais-

chave do projeto, como forma de engajá-los e para reduzir o risco de

esquecimento de aspectos relevantes; e

- a EAP deve ser divulgada a todos os envolvidos, pois a EAP é

um instrumento de integração.

Um meio termo satisfatório para balizar até onde subdividir a EAP

pode ser encontrado no conceito de elaboração progressiva o qual permite que

os detalhes da EAP sejam progressivamente refinados antes do trabalho ser

efetivamente iniciado. Uma forma de elaboração progressiva em grandes

projetos é chamada de planejamento em ondas sucessivas.

É comum os elementos da EAP serem numerados

sequencialmente dentro de sua estrutura hierárquica. Um esquema de

codificação facilita que os elementos da EAP sejam reconhecidos e/ou

referenciados em qualquer citação escrita.

A EAP de um projeto pode ser apresentada em forma de índice

ou em formato gráfico. Para usar o formato gráfico, os gerentes de projeto

necessitam utilizar uma ferramenta que auxilie o desenho. Para aqueles que

utilizam o MS/Project, que não tem esse recurso, é útil o emprego de uma

ferramenta de apoio como a “WBS Chart Pro” da Critical Tools Corporation.

Entretanto, a lista disponível no MS/Project ou em qualquer editor de textos ou

planilha eletrônica pode ser usada para representar a EAP.

Empregar um EAP proporciona diversas vantagens no projeto,

declara MENEZES (2009, p. 115), e relaciona algumas delas as quais foram

transcritas a seguir com algumas simplificações e modificações:

- subdivisão em vários níveis: do mais geral até níveis mais

específicos. A EAP auxilia a separação das diversas disciplinas do projeto;

- comunicação: a forma gráfica da EAP facilita a comunicação e

visão sistêmica do projeto e a detecção de omissões;

- estimação de tempo: facilita estimar o tempo para as tarefas de

seu nível mais baixo cujo conhecimento é de mais fácil domínio;

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- atribuição de tarefas e responsabilidade: de acordo com as

necessidades do projeto. Cada ‘pacote de serviço’ pode ser objeto de uma

ordem de serviço;

- identificação de interfaces e eventos: a identificação de certos

eventos-chave e a transferência de responsabilidades entre unidades podem

ser evidenciados com a EAP, melhorando o controle;

- programação e controle do projeto: a elaboração da rede de

atividades e dos gráficos de Gantt para o projeto fica facilitada com o uso da

EAP;

- programação e controle de recursos: a EAP fornece a base para

o estabelecimento do plano de contas do projeto. A utilização de uma

codificação facilita a emissão de relatórios consolidados.

- fluxo de informações: relatório (técnicos, de progresso),

documentos em geral reportar-se-ão à EAP;

- instrumento de marketing: por retratar o projeto como um todo, e

suas partes constitui-se em instrumento de melhoria da imagem do gerente

perante o cliente que se sente mais confiante de manter o controle dos

serviços que está pagando;

- técnicas executivas: com o detalhe, os especialistas podem

identificar qual técnica executiva empregar;

- riscos: o detalhamento permitido pela EAP facilita a identificação

de vários riscos e seu tratamento durante o planejamento do projeto;

- custos: por meio do detalhamento da atividade e de seu

respectivo custeio.

De acordo com o documento MIL-HDBK-881A (US DoD), a EAP é

usada pela Marinha americana para aquisição, projeto e apoio logístico

integrado (ALI) de diversos sistemas de Defesa, dentre os quais ressaltamos

as plataformas de superfície e submersíveis (“Sea Systems”) e sistemas e

equipamentos diversos, de emprego nestes meios navais, para executar

tarefas no ambiente marítimo.

A Marinha do Brasil utiliza a EAP de modo semelhante, nos

projetos de embarcações, na documentação de ALI, em algumas aquisições

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de meios navais e em aquisições antecipadas de grandes itens

(equipamentos/sistemas) para estes meios (por exemplo, unidades

propulsoras, grupos diesel-geradores).

2.2.5.2 - EXEMPLOS DE EAP

Apresenta-se a seguir dois exemplos de EAP extraídos da

publicação MIL-HDBK-881A (US DoD). O primeiro exemplo é o Gráfico B, que

encontra-se no Anexo desta monografia, relativo a um Sistema de aeronave

(“Aircraft Systems WBS”).

No segundo exemplo (Gráfico C do Anexo), reproduziu-se um

extrato do Apêndice E do MIL-HDBK-881A (US DoD) que trata dos “Sea

Systems” cujos níveis (“Level 1, 2 e 3”) da EAP são apresentados listados, em

forma de colunas em uma tabela (“WBS Levels”).

2.2.5.3 - FERRAMENTA DE APOIO NA DEFINIÇÃO DO

ESCOPO - MAPA MENTAL

Dentre as técnicas de criatividade em grupo, utilizadas como

ferramenta de apoio na definição do escopo de projetos encontra-se o Mapa

mental (“Mind map”). Este consiste numa espécie de diagrama que permite

representar graficamente idéias que se organizam em torno de um

determinado tema central.

A grande vantagem do “Mind map” está no uso da representação

gráfica, a visualização permite maiores conexões e provocações ao raciocínio

do que as palavras. Seus maiores benefícios estão ligados ao planejamento,

organização de idéias, criatividade e memorização.

O Mapa mental é utilizado em processos gerenciais de fundo

criativo, como a definição de escopo e a construção da Estrutura analítica do

projeto (EAP). Colocando o escopo e as atividades em um “Mind map”, o

gerente de projeto e sua equipe ganham a compreensão sistêmica dos

componentes e a interdependência das atividades, facilitando muito a

comunicação da equipe. Portanto, sua utilidade em projetos de

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desenvolvimento de novos produtos é a visão sistêmica que permite dos

produtos a serem gerados, dos recursos aplicados e da rede de informações a

serem compartilhadas nos projetos.

Se o mapa for construído em grupo, traz comprometimento das

pessoas da equipe com o resultado, motiva e ainda proporciona ao gerente

identificar em que parte do projeto os membros da equipe estão mais

interessados ou com dúvidas, tudo isso graças a visão geral e gráfica do mapa.

O procedimento típico para aplicação do mapa mental possui

quatro etapas:

1- O tema principal é colocado como imagem central no mapa.

2- Tópicos (idéias primárias) irradiam desse tema central como

ramos, desdobrando-o em idéias relacionadas.

3- Cada ramo pode conter palavras ou imagens associadas ao

tema.

4- Subtópicos são incluídos como ramos secundários, e assim

sucessivamente.

Cada ramo do mapa funciona como multiplicador, com

possibilidades exponenciais de multiplicação.

Esta ferramenta foi sistematizada pelo inglês Tony Buzan e

inicialmente utilizada em gestão do conhecimento para a compreensão e

solução de problemas; na memorização e aprendizado; na criação de manuais,

livros e palestras; como ferramenta de “brainstorming” (tempestade de idéias);

e no auxílio à gestão estratégica de uma empresa ou negócio.

Sua desvantagem é seu caráter de individualidade, mesmo

quando utilizado em grupo. Se a pessoa responsável pelo desenho no mapa

não conseguir discernir e priorizar os pontos chave do mapa (palavras,

pensamentos, símbolos, imagens, sensações, etc), e não utilizar símbolos

facilmente identificáveis pelos seus usuários, seus benefícios são pequenos.

Outra desvantagem encontrada é a resistência de algumas

pessoas, principalmente executivos, quando se trata de utilizar elementos

gráficos e cores, associam à infantilidade. Pessoas com raciocínio linear têm

dificuldade de utilizar o mapa.

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O sucesso de um mapa mental está ancorado às habilidades de

quem o desenha e normalmente é compreendido por quem participou de sua

criação.

2.2.6 - VERIFICAÇÃO DO ESCOPO

Segundo XAVIER et al, 2008, este é o processo de aceitação formal,

pelas partes interessadas, do escopo do projeto concluído e das entregas

(“deliverables”) associadas.

Este processo apresenta como entradas o plano de gerenciamento do

projeto com a linha de base do escopo, a documentação dos requisitos, a

matriz de rastreabilidade dos requisitos e as entregas concluídas e verificadas

pelo processo de controle da qualidade.

A principal ferramenta utilizada neste caso é a inspeção.

As saídas deste processo prevêem as entregas formalmente aceitas,

solicitações de mudança e atualizações dos documentos do projeto.

As entregas aceitas correspondem à documentação que comprova a

aceitação, ou não, pelas partes interessadas, das entregas concluídas do

projeto, da fase ou do resultado principal. Quando aceitas, assinadas e

aprovadas pelo cliente ou patrocinador, de acordo com os critérios de

aceitação estabelecidos nos requisitos do projeto. As aceitações de mudança

podem ser exigidas caso as entregas finalizadas não sejam aceitas ou porque

houve decisão de alterar o projeto.

2.2.7 - CONTROLE DO ESCOPO

Este é o processo de monitoramento do progresso e controle das

alterações de escopo do projeto e do escopo do produto e das alterações

feitas na linha de base do escopo.

O controle do Escopo garante que todas as mudanças na linha de

base do escopo solicitadas e ações corretivas recomendadas sejam

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processadas por meio do processo de Controle Integrado de Mudanças do

projeto.

As entradas deste processo são: o plano de gerenciamento do projeto,

informações sobre o desempenho do trabalho (informações coletadas

rotineiramente sobre o andamento das atividades do projeto que estão sendo

executadas, tais como: quais entregas foram iniciadas, e os seus progressos e

quais entregas foram concluídas), documentação dos requisitos, matriz de

rastreabilidade dos requisitos e ativos de processos organizacionais.

Medições de desempenho do projeto é a técnica utilizada para avaliar

a intensidade da variação em relação à linha de base do escopo. É importante

entender a causa, ou razões, de cada variação observada para tomar decisão

se são necessárias ações preventivas ou corretivas.

Enquanto as suas saídas são dadas por medição do desempenho do

trabalho (pode incluir, por exemplo, medição do desempenho técnico

planejado, devendo ser devidamente documentado e comunicado às partes

interessadas), atualizações de ativos de processos organizacionais,

solicitações de mudança (podem incluir ações preventivas ou corretivas e

reparos de defeitos), atualizações do plano de gerenciamento do projeto e

atualizações dos documentos do projeto.

As alterações no Escopo somente devem ser aceitas com a prévia

compreensão, negociação e aceitação da alta administração do Cliente ou seu

representante no Projeto.

O Plano de gerenciamento do escopo inclui designação de:

- quem pode solicitar alterações no projeto;

- de que modo o pedido deve ser feito;

- quem pode autorizar as alterações;

- níveis de autorizações, dependendo do impacto das alterações;

- freqüência de avaliação do escopo;

- freqüência de atualização no Plano de gerenciamento do escopo.

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De acordo com RABECHINI JR.; CARVALHO (2006), p.52, o

gerenciamento do escopo fornece o “input” para o gerenciamento das demais

variáveis do projeto – custo, prazo, riscos, e assim por diante.

Embora o planejamento de um projeto inicie pelo escopo, também

pode ocorrer que os planejamentos das outras áreas influenciem na definição

do escopo. Como, por exemplo, a identificação dos riscos – pode resultar em

necessidade de modificação do escopo inicialmente previsto.

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CAPÍTULO III

OBTENÇÃO DE UM

SISTEMA DE PROTEÇÃO MAGNÉTICA PARA UM MEIO

NAVAL

3.1 – O PRODUTO: OBTENÇÃO DE UM SISTEMA DE

PROTEÇÃO MAGNÉTICA (SPM)

No caso em questão, o Produto do Projeto é a obtenção de um

Sistema de Proteção Magnética para um meio naval. E um dos objetivos do

presente trabalho é ressaltar a importância de se ter um escopo bem definido e

planejado, tanto do produto, serviço ou capacitação que se deseja obter,

quanto dos trabalhos necessários do próprio projeto, de modo a cumprir seus

objetivos.

Sabe-se que a definição adequada do escopo encontra-se dentre os

fatores críticos de sucesso dos projetos. Um projeto com escopo bem

delineado é um projeto que apresenta melhor precisão nas estimativas de

custo, prazo e recursos, maior facilidade de ser comunicado às partes

interessadas.

A intenção neste capítulo é apresentar inicialmente o Sistema de

Proteção Magnética, um pouco de sua história, conceitos e descrição. Em

seguida, passar a comentar as principais etapas que envolvem a obtenção

deste tipo de sistema para um meio naval (o Produto). Deste modo,

registrando um pouco deste assunto, tendo em vista motivar em relação à

aquisição de conhecimentos em gestão de projetos e contribuir na elaboração

do escopo em futuras obtenções semelhantes.

3.2 – SISTEMA DE PROTEÇÃO MAGNÉTICA

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3.2.1 – APRESENTAÇÃO E HISTÓRIA

Em períodos de conflito, há muito, minas vêm sendo empregadas

contra meios navais, desde os mais simples artefatos até configurações

complexas e inteligentes. E, poder-se-ia dizer, com grau elevado de eficiência,

tendo em vista um dispositivo de pequeno valor ser capaz de impedir o trânsito

de embarcações em determinada área marítima, ou mesmo causar um

importante dano a um navio ou submarino – estes últimos, por sua vez, itens

de grande valor, tanto do ponto de vista econômico quanto estratégico.

Daí a necessidade de se ter alguma forma de defesa para os meios

navais frente a esta ameaça. O Sistema de Proteção Magnética, também

chamado de Sistema de “Degaussing” (Sistema de desmagnetização),

concebido como defesa anti-minas durante a II Guerra mundial, constitui uma

proteção dos meios navais contra armas que possuem mecanismo de disparo

associado à variação de campo magnético, tais como minas marítimas de

influência magnética.

Navios e submarinos, em sua maior parte, são construídos de aço, ou

seja, de material ferromagnético.

O efeito dos navios e submarinos, com casco de aço e contendo

grande concentração de equipamentos construídos de materiais magnéticos,

quando inseridos no campo magnético natural terrestre, se assemelha ao de

uma viga de aço dentro de um campo magnético, ou seja, o meio naval, devido

às suas magnetizações permanentes e induzidas (que são, neste caso, as

mais relevantes), provoca uma distorção nas linhas de campo terrestre

presentes no ambiente. E esta distorção, dependendo de sua intensidade e

proximidade, pode acionar o mecanismo de disparo de um dispositivo sensível

a tal variação.

O campo magnético é geralmente visualizado em termos de linhas de

campo, ou linhas de força, que deixam a extremidade do magneto, chamada

polo norte, se deslocam no espaço, e retornam ao magneto pela outra

extremidade chamada de polo sul.

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Fig. 7 - Linhas de campo magnético (adaptado do site do Centro

de Pesquisa Geológica do Canadá)

A magnetização permanente mencionada é aquela decorrente da

história magnética do material metálico ferromagnético participante da

construção do meio naval que depende da histerese e de ações mecânicas e

térmicas durante a construção. Esta magnetização pode ser considerada como

constante para fins do SPM.

A magnetização induzida na plataforma naval é decorrente do efeito de

indução do campo magnético terrestre sobre os materiais de sua construção.

Esta magnetização é função do valor do campo magnético terrestre incidente,

e por conseqüência, varia com a posição geográfica do meio naval, com o seu

rumo e movimentos de caturro e balanço. Daí a necessidade de um valor de

corrente gerado a partir de um sinal de referência que seja capaz de

acompanhar estas variações.

A magnetização é a grandeza que causa o campo magnético num

corpo. Para facilitar, é usual dividir as magnetizações de uma plataforma naval

considerando-se um sistema de coordenadas cartesianas com eixos paralelos

às principais direções: Vertical, Longitudinal (popa-proa) e Transversal

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(boreste-bombordo) e com isto, tem-se, para um meio de construção

ferromagnética:

MVP – Magnetização Vertical Permanente;

MLP – Magnetização Longitudinal Permanente;

MTP - Magnetização Transversal Permanente;

MVI – Magnetização Vertical Induzida;

MLI – Magnetização Longitudinal Induzida;

MTI – Magnetização Transversal Induzida.

3.2.2 – DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA

Fisicamente, o SPM é constituído por conjuntos de grandes bobinas,

geralmente divididas em canais permanentes e induzidos, formadas por cabos

elétricos alimentados em corrente contínua, adequadamente conectados,

localizados, e distribuídos internamente ao longo do meio naval, em planos

selecionados de acordo com o projeto estabelecido para o sistema, de forma a

gerar campos de compensação nas três direções principais mencionadas. É

composto também pelos equipamentos de controle, alimentação e distribuição

dentre os quais se encontram desde os tipos mais simples de controle manual,

os de controle semi-automático, a partir de sinais do sistema de navegação da

embarcação (posição e rumo), até os de controle automático equipados com

um sensor triaxial que mede o campo terrestre local e envia sinais

proporcionais ao controle do sistema para determinação do total de corrente

em cada bobina do SPM.

Assim, o SPM consiste num sistema de instalação fixa a bordo de um

meio naval (navio ou submarino) cuja finalidade é gerar campos magnéticos de

compensação que se opõem às magnetizações permanentes e induzidas

presentes no meio, reduzindo, desta forma, o risco do navio ou submarino vir a

ser detectado ou atingido, quando num dado cenário de operação estiverem

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presentes sensores ou armas com dispositivos sensíveis à variação de campo

magnético.

No caso do submarino, as suas magnetizações permanentes e

induzidas, além do risco de sensibilizar minas magnéticas de influência, podem

levar à sua detecção por medidores de campo magnético (magnetic anomaly

detectors-MAD) instalados em aeronaves.

Atualmente, conforme informações obtidas da Internet nos sítios de

alguns fabricantes deste tipo de equipamento estão sendo utilizados sistemas

descentralizados (para meios de construção magnética), com controle por

processadores que realizam cálculos a partir de dados derivados de um banco

de dados geomagnéticos terrestres armazenados e “inputs” do sistema de

navegação do meio naval, ou de sinais do campo magnético terrestre, medidos

por um sensor triaxial e, desta forma, determinam automaticamente um sinal

de referência para controle da corrente total que o sistema deve comandar em

cada bobina. Este último, trata-se de uma modalidade de sistema que

apresenta menor consumo de energia, sendo de maior interesse para

aplicação em submarinos, tendo-se notícia de sua utilização até em

submarinos que utilizam a propulsão dita convencional, para os quais tem de

ser cuidadosamente analisada a relação ‘custo versus benefício’ de se

introduzir mais um consumidor a bordo, dado às conhecidas limitações da

geração diesel-elétrica neste tipo de plataforma naval.

A figura ilustra, no semicírculo maior, a situação do meio não protegido

e, no semicírculo menor, a situação com a proteção atuando, ou seja, com o

campo magnético reduzido a níveis aceitáveis.

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Fig. 8 - Representação do Campo magnético de um meio naval com e sem proteção por SPM (adaptado do catálogo eletrônico da SAM Electronics)

3.2.3 – PRINCIPAIS CONCEITOS ASSOCIADOS

Neste contexto, de modo a facilitar o entendimento deste assunto tão

pouco comum, cabe mencionar alguns conceitos específicos que envolvem

esta matéria, conforme Relatório sobre Proteção Magnética RLT-CV01-475-

001, citado na bibliografia, na elaboração do qual esta autora teve

oportunidade de participar, quando do projeto do SPM para as Corvetas da

Classe Inhaúma:

Sensibilidade da mina – valor de campo magnético que expressa a

sensibilidade de uma mina marítima de influência magnética.

Profundidade de segurança – é a distância a partir da linha d’água até

uma linha onde o campo magnético do meio alcança a sensibilidade da mina

magnética selecionada como base dos cálculos. Para submarinos, é chamado

de Raio de segurança. É este valor que permite aos militares saberem quão

seguro é o meio naval em relação à proteção magnética.

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Assinatura Magnética de um navio ou submarino – é a representação

gráfica do campo magnético de um meio naval, medida por sensores de

medição magnética dispostos a uma determinada profundidade. Dentre as

representações do campo magnético possíveis de serem obtidas durante uma

medição, a Assinatura magnética medida abaixo da quilha do meio é a que

fornece as maiores intensidades e informações sobre o seu estado magnético.

A seguir, mais alguns conceitos relativos ao campo magnético da Terra

e à sua força magnetizante.

O campo magnético da Terra se aproxima do campo gerado por um

ímã permanente alinhado com o eixo de rotação, onde se distinguem: um pólo

norte magnético, um pólo sul e um equador magnético. Este conceito é que

permite a orientação na superfície terrestre por meio de uma agulha magnética

(bússola). Note-se, que ainda que o campo magnético da Terra se possa

considerar como aproximadamente dipolar, o eixo magnético não coincide em

regra com o eixo geográfico.

Neste sentido, de acordo com MIRANDA, 2002, pode-se falar de

meridiano magnético como a projeção, na superfície da Terra, das linhas de

força do Campo Magnético. A Declinação (ou variação magnética) pode ser

definida como o ângulo que em cada ponto o meridiano geográfico faz com o

meridiano magnético. E a Inclinação é o ângulo dessas linhas de força com o

plano que é tangente à Terra no ponto de observação. Uma inclinação de 90º

corresponde ao pólo magnético norte, da mesma maneira que uma inclinação

de -90º corresponde ao pólo magnético sul. O equador magnético é constituído

pelo conjunto de pontos de inclinação nula.

Assim, pode-se dizer que a direção da força magnetizante do campo

magnético da Terra varia desde uma posição horizontal (paralelo à superfície

terrestre, no equador magnético) até a posição vertical, nos pólos. Na prática,

decompõe-se o campo magnético terrestre (T) em duas componentes: uma

paralela à superfície terrestre (H) que se subdivide em X e Y, e outra

perpendicular à superfície terrestre (V).

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A unidade de intensidade de campo magnético mais usada em

geomagnetismo é o Tesla do Sistema Internacional (SI). Outras unidades que

podem ser encontradas: (1 Gauss = 100.000 nT), (1 gamma = 1 nT).

A intensidade total do campo magnético, na superfície terrestre, varia

de cerca de 24.000 nanotesla (nT) no equador até 66.000 nT nos polos.

Conforme é possível observar utilizando uma agulha magnética

(bússola), a direção do campo magnético da Terra é Sul-Norte, e o sentido de

Sul para Norte. No hemisfério norte o sentido da componente vertical do

campo aponta em direção ao centro da terra e, por convenção, é positiva. No

hemisfério sul, tem-se que a componente vertical do campo emergindo do

centro da terra e designada, por convenção, negativa.

Um objeto metálico ferromagnético apresenta tendência a se tornar

magnetizado pela força do campo indutor terrestre, sendo a direção da

magnetização, a mesma da força magnetizante. Como regra tem-se: um pólo

Norte se estabelece onde a força magnetizante sai do objeto e um pólo Sul,

onde a força magnetizante penetra no objeto.

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Fig. 9 - Representação das linhas do campo magnético da Terra (extraída da Wikipédia)

3.3 – DEFININDO O PRODUTO

No caso em questão, como já foi dito, o Produto do Projeto é a

obtenção de um Sistema de Proteção Magnética (SPM) para um meio naval.

E tal obtenção compreende diversas etapas e ações que vão desde a

identificação das necessidades das partes envolvidas, identificação dos

requisitos do sistema de proteção magnética, de requisitos do meio no qual o

sistema irá atuar, identificação de possíveis fornecedores do sistema,

elaboração da configuração e projeto do sistema de proteção, passando pelos

serviços de integração do SPM ao projeto de engenharia do meio (navio ou

submarino), a especificação de equipamentos e cabos elétricos necessários,

os respectivos processos de aquisição por meio de licitações públicas,

assinatura dos contratos, a análise e controle da documentação contratual,

todos os serviços de instalação envolvidos, os serviços de garantia de

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qualidade por meio de inspeções e testes no fabricante e a bordo (no cais e no

mar), até o comissionamento – que é a colocação em funcionamento, pela

primeira vez, dos equipamentos de controle e alimentação integrados às

bobinas de “degaussing” e o treinamento para operação e manutenção.

No caso particular deste sistema, existe ainda uma etapa adicional que

é a medição magnética numa estação apropriada, de modo a se obter

separadamente as magnetizações do meio, verificar a necessidade do

tratamento magnético, fazer os ajustes e a compensação do Sistema de

Proteção Magnética, registrar as assinaturas magnéticas parciais e, finalmente,

obter a assinatura magnética final (com o campo magnético reduzido a níveis

aceitáveis).

Desde a fase de concepção do meio naval a ser projetado, são

estabelecidos os seus requisitos de proteção magnética.

O Sistema de proteção magnética é então projetado com base em

valores estimados das magnetizações do meio naval que ainda não foi

construído. Isto decorre da dificuldade de se prever o comportamento do

campo magnético em presença de materiais magnéticos que participam da

estrutura e equipamentos do meio. A magnetização permanente não pode ser

obtida diretamente por cálculo, e modelos magnéticos costumam ser

excessivamente complexos. Por esta razão, utilizam-se medidas magnéticas

para extraí-la.

Desta forma, os requisitos do SPM devem ser alcançados e validados

ao final, depois da plataforma naval construída e já apresentando o Sistema de

Proteção Magnética instalado e testado, quando, então, é possível realizar a

medição magnética, ou seja, a passagem da referida embarcação em raia

apropriada de numa estação de medidas magnéticas.

Esta passagem do meio naval nas raias de uma estação de medidas

magnéticas é chamada de corrida. As corridas nas raias são feitas em

velocidade baixa e aproximadamente constante e na direção dos principais

rumos magnéticos.

Assim, as chamadas assinaturas magnéticas do meio naval são

levantadas a partir de corridas na direção dos principais rumos magnéticos, de

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modo a se obter separadamente as magnetizações e, a partir do maior valor,

encontrar a profundidade de segurança.

Fig. 9 - Assinaturas magnéticas típicas dos componentes V, L e T- hemisfério norte (adaptado do Relatório sobre proteção magnética)

Numa estação de medidas magnéticas, além das medições

propriamente ditas e registro das assinaturas magnéticas, são feitos os ajustes

e a compensação do Sistema de Proteção Magnética e a verificação da

necessidade de tratamento magnético, com a emissão dos relatórios

correspondentes.

3.3.1 – A IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO DAS ENTREGAS

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Como já mencionado, o produto em questão é a obtenção de um

Sistema de Proteção Magnética, de instalação fixa, para um meio ou

plataforma naval que pode ser um navio ou submarino.

Numa obtenção deste tipo, na parte técnica, estão envolvidas inúmeras

ações conforme também já foi mencionado anteriormente. E as ações

envolvidas neste tipo de obtenção geram diversas entregas (“deliverables”), em

cada uma das fases consideradas.

Sabe-se que ao abordar o escopo de projetos, deve-se ter atenção às

entregas (produtos, serviços ou capacitações) estabelecidas durante a

preparação do projeto, tendo por alvo o cumprimento das metas estabelecidas

e aquilo que foi negociado com todas as partes interessadas e patrocinador

(es) do projeto.

De modo a delinear o escopo do trabalho, com base na experiência

adquirida e especificações citadas na bibliografia, é preciso identificar as

principais entregas, distribuídas nas diversas fases. De modo geral, as

entregas consistem na prontificação de:

- Identificação de requisitos do sistema;

- Estudos técnicos de definição da configuração do sistema;

- Relatórios de possíveis fornecedores do sistema;

- Especificações técnicas de requisitos de instalação;

- Especificações técnicas de aquisição de equipamentos e cabos

elétricos que constituem o sistema e respectiva documentação técnica e de

apoio logístico;

- Elaboração das respectivas Licitações, e posteriormente, dos

Contratos para aquisição dos equipamentos e cabos elétricos;

- Relatórios de inspeções e testes (em fábrica (TAF) e a bordo (no cais

e no mar);

- Formalização da aceitação dos equipamentos e cabos elétricos;

- Formalização do envio de documentação ao Estaleiro construtor para

a instalação do sistema;

- Relatórios de não-conformidade da documentação-RNCD;

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- Formalização da aprovação da documentação de instalação e

integração;

- Formalização da aprovação da documentação técnica contratual;

- Formulários de Testes-FT de Garantia da Qualidade;

- Formulários de Testes-FT de Comissionamento do sistema;

- Formalização da aceitação do Comissionamento e do Treinamento;

- Relatórios de medições, ajustes e compensações do sistema; e

- Relatório com a Assinatura magnética final do meio naval.

3.3.2 - PASSOS PARA A OBTENÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO

MAGNÉTICA

Com o objetivo de ser ter o escopo do produto bem definido e melhor

visualização do conjunto de ações necessárias para a obtenção de um SPM

para uma plataforma naval, foi elaborada uma proposta (em seu 1º estágio -

estágio das entregas) de Estrutura Analítica do Projeto. Tal EAP se encontra

no ANEXO – Gráfico D deste trabalho e está estruturada conforme abaixo:

Proposta de EAP para obtenção de um SPM para uma plataforma

naval

PARTE I – Gerenciamento do Projeto

PARTE II - Fases da obtenção de SPM para um meio naval:

- Projeto (de engenharia) do SPM e Especificações;

- Aquisições e Instalação do Sistema; e

- Testes e Medições.

As fases e subdivisões que aparecem nesta estrutura tem como base

a experiência adquirida durante a obtenção dos sistemas de proteção

magnética das Corvetas da classe Inhaúma (4 unidades) e da Corveta Barroso

e ao longo do projeto dos próprios navios. As informações, fases e subdivisões

do trabalho mencionadas estão apoiadas nas especificações, relatórios e

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Contratos relativos a este sistema para os navios da MB que se encontram

referenciados na Bibliografia deste trabalho.

Foram consideradas, no primeiro nível da EAP proposta, além da fase

que engloba o próprio gerenciamento do projeto, as seguintes fases:

- Projeto do SPM e Especificações;

- Aquisições e instalação do sistema;

- Testes e Medições.

3.3.3 - FASE DE PROJETO DO SPM E ELABORAÇÃO DE

ESPECIFICAÇÕES

Para a obtenção do Sistema de Proteção Magnética, é necessário

inicialmente coletar e documentar os requisitos de proteção magnética os quais

devem ser buscados nos Requisitos de Alto Nível do meio naval que receberá

o sistema, bem como as características principais da plataforma e os limites da

sua área de operação e, a partir daí, consultar as Cartas geomagnéticas para

levantamento dos campos magnéticos terrestres presentes na área de atuação

do meio.

A obtenção de novos meios navais geralmente é iniciada a partir de

requisitos estabelecidos pela alta Administração Naval, conhecidos como

Requisitos de Alto Nível, que contêm uma descrição sucinta dos requisitos

relativos ao novo meio naval a ser obtido, inclusive dos requisitos de proteção

magnética. Estes requisitos confirmam a intenção/necessidade, ou não, da

utilização de Sistema de Proteção Magnética (SPM) de instalação fixa no

projeto de engenharia a ser desenvolvido para a nova plataforma naval.

Quanto às Cartas geomagnéticas mencionadas, hoje elas encontram-

se em uma edição aplicável ao período que se estende de 2010 à 2015. Estas

cartas são publicadas por Centros de pesquisas ligados aos DoD (Department

of Defence) dos EUA e do Reino Unido e atualizadas de 5 em 5 anos. Estas

cartas são provenientes de modelos matemáticos que facilitam o cálculo dos

valores de campo, sendo os modelos mais conhecidos: o do “International

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Geomagnetic Reference Field (IGRF)” e o do “World Magnetic Model (WMM)”.

Tais informações são padronizadas e empregadas, por exemplo, na

navegação civil e em sistemas de referência. Estas cartas representam valores

médios do Campo Magnético Principal da Terra, na unidade nano Tesla (nT) e

seus principais componentes, tais como: Intensidade Total, Intensidade

Horizontal, Intensidade Vertical e variações anuais. No caso em questão seus

valores têm aplicabilidade no início do projeto do SPM e, mais tarde quando o

sistema entra em operação, servem também para o ajuste manual do sistema

a bordo, quando necessário.

Fig.11 - Intensidade Total do campo magnético principal (adaptado do site do Centro de Pesquisa Geológica do Canadá)

Os requisitos de proteção magnética de um meio naval costumam ser

expressos por meio de um par de valores (X, Z) correspondentes a um valor de

campo magnético residual (X), medido a uma dada profundidade (Z),

conhecida como profundidade de segurança. Tais valores são alvos a serem

alcançados e validados ao final, quando é feita a medição magnética da

embarcação, por meio de passagem em raia apropriada numa estação de

medidas magnéticas. A MB possui uma Estação de medidas deste tipo em

Itaparica, Bahia.

Para o projeto do sistema de bobinas de compensação tem de ser

utilizada uma previsão do campo magnético do meio, pois o mesmo ainda não

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foi construído. Há marinhas que mantêm um banco de dados com o histórico

de todas as medidas magnéticas realizadas, de vários tipos de embarcações,

para servir como material de consulta quando da realização de um novo

projeto de SPM. Além disto, nos dias atuais, em sítios na internet de alguns

fabricantes de equipamento de proteção magnética, há notícias sobre a

utilização de “softwares” específicos para auxiliar nestas previsões.

A partir destes dados os especialistas elaboram e estudam as

alternativas de configurações possíveis para o sistema de proteção do meio

naval, até que uma configuração final seja selecionada.

O projeto de engenharia, então, se desenvolve a partir da configuração

selecionada de bobinas com o objetivo de estabelecer um sistema capaz de

criar campos de compensação de intensidade e direção suficientes para

reduzir as magnetizações permanentes e induzidas presentes na embarcação

que se encontra, obviamente, inserida no campo magnético terrestre.

As especificações técnicas são elaboradas: especificação com

instruções específicas para a instalação dos conjuntos de bobinas,

especificações com requisitos para a aquisição dos cabos elétricos para o

sistema, especificações com requisitos para a aquisição dos equipamentos

para o sistema. A confirmação do posicionamento das bobinas do SPM nas

praças de máquinas do meio considerado é feita por meio de maquetes em

escala adequada, e analisando-se toda a documentação necessária à

integração do SPM ao meio (sendo em sua maioria, desenhos de caminhos

mecânicos de cabos elétricos) com a emissão de Relatórios de não-

conformidade, quando aplicável, até a completa aprovação da referida

documentação.

Desta forma, as entregas desta fase consistem em:

- Estudo com a definição da configuração do SPM (sistema de bobinas

e configuração básica do controle).

- Relatório com o resultado de pesquisa no mercado internacional dos

possíveis fornecedores para o sistema.

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- As especificações elaboradas: especificação de instalação das

bobinas, especificações de aquisição dos cabos elétricos para o sistema,

especificações de aquisição dos equipamentos para o sistema.

- Emissão de Relatórios do tipo RNCD referentes à análise da

documentação de integração do projeto técnico do SPM ao projeto de

engenharia da plataforma naval, para as diversas alterações do documento até

o fechamento do ciclo com a sua aprovação final.

3.3.4 - FASE DE AQUISIÇÕES E INSTALAÇÃO DO SISTEMA

Esta fase compreende a execução das principais aquisições de

equipamentos e serviços para o SPM. As especificações elaboradas na fase

anterior são agora utilizadas. É quando são elaboradas as Licitações dos

equipamentos e cabos elétricos para o sistema até a adjudicação dos

Contratos com o Licitante vencedor de cada uma.

Ao longo da vigência do Contrato, após os Testes de aceitação dos

equipamentos em fábrica, têm-se as entregas dos equipamentos, cabos

elétricos, serviços e respectiva documentação técnica e de apoio logístico (tais

como: Manuais, propostas de sobressalentes e ferramentas especiais,

informações para catalogação). Estas últimas informações destinam-se à

adequada catalogação dos equipamentos no sistema no Banco de Dados

SINGRA utilizado pela MB.

Nesta fase, ocorre também o encaminhamento da documentação do

SPM, em sua versão mais atualizada, ao Estaleiro construtor do meio naval,

para a instalação mecânica e elétrica do sistema a bordo.

O Estaleiro, então, efetua a instalação completa dos equipamentos e

cabos elétricos que formam as chamadas bobinas de “degaussing”, nas

posições (localizações) e demais características estabelecidas no projeto de

engenharia do SPM e em conformidade com as normas técnicas de

construção naval que regem a instalação destes itens a bordo.

Resumo das principais entregas:

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- Elaboração das respectivas Licitações, e em seguida, dos Contratos

para aquisição dos equipamentos e cabos elétricos;

- Formalização do recebimento dos equipamentos do SPM e cabos

elétricos, em seus respectivos Contratos;

- Formalização do envio de documentação ao Estaleiro construtor para

a instalação do sistema.

- Comunicação pelo Estaleiro da conclusão da instalação dos

equipamentos e cabos elétricos do SPM.

3.3.5 - FASE DE TESTES E MEDIÇÕES

Após a instalação das bobinas e equipamentos do SPM a bordo,

acontecem os testes de controle de qualidade realizados pelo próprio Estaleiro

construtor, as inspeções e testes de Garantia da qualidade por parte da

Diretoria Técnica da MB.

Nesta fase, o gerente pode fazer o agendamento do Comissionamento

do sistema junto ao fabricante dos equipamentos. Este Comissionamento

compreende uma inspeção completa da instalação dos equipamentos e cabos

elétricos, uma verificação completa dos equipamentos instalados, retirada de

pendências e colocação em funcionamento pela primeira vez

(comissionamento) dos equipamentos associados às bobinas anteriormente

instaladas com a realização dos testes integrados do sistema, no cais e no

mar, utilizando-se os Formulários de testes-FT anteriormente aprovados pela

autoridade em Garantia da Qualidade da MB.

Ainda nesta ocasião, a Contratada para fornecimento dos

equipamentos do sistema, realiza o treinamento de manutenção e operação,

conforme previsto em Contrato.

Assim, as entregas desta etapa são: a aceitação da instalação dos

cabos elétricos e dos equipamentos junto ao Estaleiro, a aceitação do

Comissionamento do sistema junto ao fornecedor dos equipamentos e em

presença do instalador, bem como do Treinamento previsto em Contrato.

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Neste ponto, a maioria dos equipamentos de uso naval encerra os

testes e inicia sua operação. Entretanto, este Sistema de Proteção Magnética

requer uma etapa adicional.

O sistema está pronto para funcionar do ponto de vista elétrico, as

bobinas e os equipamentos de controle estão instalados e devidamente

integrados, mas o SPM ainda necessita ser ajustado e compensado para as

magnetizações reais existentes a bordo as quais ainda serão medidas nas

corridas a serem realizadas nas raias da estação de medidas magnéticas. Tais

corridas permitem à estação identificar as componentes das magnetizações, a

profundidade de segurança do meio, fazer o levantamento de suas assinaturas

magnéticas sem o sistema de proteção, e por fim, com o sistema de proteção

ajustado e compensado – obter a Assinatura magnética do meio.

Assim, os resultados encontrados são devidamente registrados,

analisados e emitidos em forma de Relatórios técnicos.

Somente então, o Sistema de Proteção Magnética está completo e

pronto para operar executando a sua tarefa fim, ou seja, compensando as

magnetizações do meio naval no qual se encontra instalado, para protegê-lo

dentro de níveis aceitáveis. É quando se pode verificar o atendimento dos

requisitos iniciais de projeto do SPM.

Resumo das principais entregas:

- Formalização da aceitação dos Testes de fábrica (TAF) dos

equipamentos;

- Aprovação dos Formulários de Testes-FT de Garantia da Qualidade

elaborados pelo Estaleiro;

- Formalização junto ao Estaleiro da aceitação da instalação dos

equipamentos e cabos elétricos do SPM por meio da inspeção de garantia de

qualidade para acompanhamento da aplicação dos Formulários de Inspeções

e Testes do sistema.

- Comissionamento do sistema a bordo, no cais e no mar e

Treinamento - Formalização da aceitação do Comissionamento e do

Treinamento para operação e manutenção – com a aplicação dos Formulários

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de Inspeções e Testes de Comissionamento do sistema pelo fabricante dos

equipamentos em presença de representante do Estaleiro e da Autoridade de

garantia de qualidade;

- Relatórios de medições, ajustes e compensações do sistema; e

- Relatório com a Assinatura magnética do meio naval.

3.3.6 – PREMISSAS

Como premissas de tal projeto de obtenção, poder-se-ia pensar em

colocações como as descritas a seguir.

Ressalvar que se trata da obtenção de um sistema de proteção

magnética para um meio naval de casco de aço, e que ainda não foi construído

mas que se encontra em fase inicial de seu projeto de engenharia.

Outra premissa que poderia ser considerada é que o projeto de

obtenção do SPM está sendo iniciado em tempo hábil em relação ao início do

projeto de engenharia do meio, porque este sistema tem de ser um dos

primeiros a ser considerado nos desenhos construtivos do meio naval. Isto se

deve ao fato dos requisitos de localização das bobinas de “degaussing” a

bordo serem exigentes (requerem instalação em posições pré-definidas no

projeto técnico do SPM), para que o sistema de proteção possa atender ao seu

objetivo de compensar as magnetizações do meio.

Pode ser também uma premissa do projeto de obtenção do SPM, a

hipótese de que a estação de medidas magnéticas, que se dispõe para medir

efetivamente o campo magnético do meio naval no qual será instalado o SPM,

é capaz de atender adequadamente às características dimensionais do

referido meio (comprimento, boca, calado, etc).

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CONCLUSÃO

A luz da pesquisa realizada pode-se citar algumas constatações.

A cada dia novos desafios se apresentam, estimulados por todo tipo de

mudanças, quer sejam econômicas, políticas, ambientais ou tecnológicas que

pressionam as organizações para que assumam novas posições e procurem

caminhos. Assim, nos dias atuais, para que uma organização consiga se

estabelecer de modo competitivo e sustentável é necessário buscar identificar

os novos cenários externos e internos, planejar, adaptar-se e principalmente

capacitar seu pessoal. Lembrando que o sucesso de uma organização está

intimamente relacionado ao conhecimento, habilidades e motivação de sua

força de trabalho.

Com a globalização do mercado, a redução das margens competitivas, a

urgência por novas tecnologias, a conscientização e exigências cada vez

maiores da sociedade, impõe-se uma situação de constante melhoria que traz

em seu bojo a necessidade de aprendizado contínuo e mudanças.

Por esta razão, é necessário estar atento, buscando sempre a melhoria

de produtos e serviços, a eficiência na utilização dos recursos e possuir, dentro

da organização, pessoas que conheçam bem as ferramentas de gestão

criadas para este fim.

Dentro da disciplina de gestão, a área denominada gerenciamento do

escopo, contemplada nesta pesquisa, refere-se a todos os produtos, serviços

ou capacitações a serem desenvolvidos pelo projeto, e influencia diretamente a

visão do empreendimento.

Ao abordar o escopo de projetos, deve-se ter atenção às entregas

(produtos, serviços ou capacitações) estabelecidas durante a preparação do

projeto, tendo por alvo o cumprimento das metas estabelecidas e aquilo que foi

negociado com todas as partes interessadas e patrocinador (es) do projeto.

A definição do escopo é parte importante do processo de definição e

planejamento antecipado de um projeto, sendo necessária uma definição clara

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do fornecimento do produto e dos limites do projeto, para alcançar os seus

objetivos. Pois, caso não seja realizado um bom trabalho nesta fase, o

gerenciamento do projeto ficará prejudicado por ser o escopo a base para a

construção dos demais processos.

Sabe-se que a definição adequada do escopo encontra-se dentre os

fatores críticos de sucesso dos projetos. Um projeto com escopo bem

delineado é um projeto que apresenta melhor precisão nas estimativas de

custo, prazo e recursos, maior facilidade de ser comunicado às partes

interessadas, podendo-se mesmo citar o quanto isto pode ser útil quando se

pretende, por exemplo, pleitear um financiamento para tal projeto.

As melhores práticas de gerenciamento de projeto, quando

empregadas, colaboram para que se obtenha um escopo adequada e

suficientemente definido desde o início do projeto. Ou seja, um escopo que

contém o que deve ser feito durante o projeto e como será realizado, evitando

desta forma, dar margem a diferentes interpretações e causar desgastes às

partes envolvidas em decorrência disto. Lembrando que o gerenciamento do

projeto deve passar sempre pelo balanceamento entre os itens escopo, prazo

e custo, de modo que o produto apresente a qualidade desejada, satisfazendo

as expectativas das partes envolvidas

No caso em foco, o produto do projeto é a obtenção de um Sistema de

Proteção Magnética para um meio naval. E um dos objetivos do presente

trabalho é ressaltar a importância de se ter um escopo bem definido e

planejado, tanto do produto, serviço ou capacitação que se deseja obter,

quanto dos trabalhos necessários do próprio projeto, de modo a cumprir as

metas estabelecidas.

Tendo em vista a complexidade das tarefas relacionadas à obtenção

de um Sistema de Proteção Magnética (SPM) para um meio naval, entende-se

que o gerenciamento adequado do escopo de tal obtenção permite identificar

cada uma das tarefas com antecedência, definir e detalhar atividades, elaborar

o cronograma, o orçamento, definir responsabilidades, fazer o controle e a

coordenação das atividades, sua documentação e integração às diversas fases

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do projeto de obtenção do meio naval ao qual se destina, resultando na

otimização dos procedimentos e recursos para o sucesso do empreendimento.

Assim, o conhecimento de gerenciamento de projetos é vinculado à

obtenção do Sistema de Proteção Magnética e se apresenta, na pesquisa ora

desenvolvida, em forma do primeiro estágio de uma proposta de EAP

(Estrutura Analítica de Projeto), com uma descrição das principais etapas que

envolvem a obtenção deste tipo de sistema para um meio naval e suas

principais entregas, tendo o sentido de motivar a formação e capacitação de

pessoal na disciplina de gerenciamento de projetos e, ao mesmo tempo,

contribuir para a definição do escopo em futuras obtenções semelhantes no

âmbito da Marinha do Brasil.

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ANEXO

GRÁFICOS

Índice do Anexo

Gráficos:

Gráfico A – Benefícios obtidos com o Gerenciamento de Projetos;

Gráfico B – “Aircraft Systems WBS”; Gráfico C – “Work Breakdown Structure Levels”; e Gráfico D – Proposta de EAP para obtenção de um SPM

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ANEXO

GRÁFICOS

Gráfico A – Benefícios obtidos com o Gerenciamento de

Projetos Fonte: Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil (2009)

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ANEXO

GRÁFICOS

Gráfico B – Exemplo de EAP “Aircraft Systems WBS”

Fonte: publicação MIL-HDBK-881A (US DoD).

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ANEXO

GRÁFICOS

Gráfico C – Exemplo de EAP “Work Breakdown

Structure Levels”

Fonte: publicação MIL-HDBK-881A (US DoD).

Level 1 Level 2 Level 3

Sea Systems

Ship

Systems Engineering/Program Management System Test and Evaluation

Data

Common Support Equipment Operational/Site Activation Industrial Facilities Initial Spares and Repair Parts

Hull Structure Propulsion Plant Electric Plant Command, Communication and Surveillance Auxiliary Systems Outfit and Furnishings Armament Total Ship Integration/Engineering Ship Assembly and Support Services

Development Test and Evaluation Operational Test and Evaluation Mock-ups/System Integration Labs (SILs) Test and Evaluation Support Test Facilities Technical Publications Engineering Data Management Data Support Data Data Depository Test and Measurement Equipment Support and Handling Equipment System Assembly, Installation and Checkout on Site Contractor Technical Support Site Construction Site/Ship/Vehicle Conversion Construction/Conversion/Expansion Equipment Acquisition or Modernization Maintenance (Industrial Facilities)

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ANEXO

GRÁFICOS

Gráfico D - Proposta de EAP para obtenção de um SPM

Fonte: nossa autoria (foram utilizados os recursos da ferramenta WBS Chart Pro, da Criticaltools – demo) Composta de: PARTE I – Gerenciamento do Projeto PARTE II - Fases da obtenção de SPM para um meio naval: - Projeto do SPM e Especificações; - Aquisições e Instalação do Sistema; e - Testes e Medições. EAP (PARTE I) – GERENCIAMENTO DO PROJETO

(Continua) Parte II

Obtenção de SPM para um meio naval (Navio ou Submarino)

Gerenciamento do Projeto

Acompanhamento

Encerramento

Planos

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1 – AMARAL, E. C. S. Gestão de Portfolio de Projetos de P & D em

Instituições de Pesquisa Pública: uma Proposta para o Instituto de

Radioproteção e Dosimetria. Campinas-São Paulo, 2004. Disponível em: <

http://ird.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=46&Itemid

=64 > Acessado em 11/08/2011.

2 - AMÉRICO PINTO. BSC para Projetos. http://www.americopinto.com.br/downloads/BSC+para+Projetos.pdf . Acesso em: 25/08/11 3 - AMÉRICO PINTO. Um Panorama da Gestão de Projetos no Brasil (Resultados da 6ª edição do Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil - 2008). Disponível em: http://www.pmidf.org/encontrogp/palestras/americo.pdf >. Acessado em: 25/08/11.

4 - BAPTISTEL, Cleber Rodrigo. Benchmarking em Gerenciamento de Projetos. Disponível em: http://www.ici.curitiba.org.br/Multimidia/Documento/Artigos/ArtigoMBA_Cleber.pdf . Acesso em: 25/08/11.

5 - BRITISH GEOLOGICAL SURVEY. The Earth's Magnetic Field: An Overview. Disponível em: http://www.geomag.bgs.ac.uk/education/earthmag.html . Acesso em: 20/09/11.

6 - IFEN Ing Amedeo Lia SpA - Degaussing Systems and Electrical Equipment. Disponível em: http://www.naval-technology.com/contractors/decoy_defensive/ifen/ . Acesso em: 29/07/11.

7 - INÁCIO, SANDRA R. L. Padrões de Desempenho. Disponível em: http://www.qualidadebrasil.com.br/artigo/545/padroes_de_desempenho . Acesso em: 27/07/11.

8 - INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA-IPEA. Cooperação entre Ministério da Defesa e COPPE/UFRJ: uma abordagem baseada no modelo triple HELIX III. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/inovacaotecnologica/capitulo15.pdf >Acessado em 10/08/2011.

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9 - IPEA. Gestão do conhecimento e Inovação na Indústria Naval Militar Brasileira. Brasília, 2002 Disponível em: <http://www.unifa.aer.mil.br/seminario3_pgrad/trabalhos/sylvio-dos-santos-val.pdf> Acessado em 10/08/2011. 10 - IPEA. Estudo sobre como as empresas brasileiras nos diferentes setores industriais acumulam conhecimento para realizar inovação tecnológica. Belo Horizonte. 2009. Disponível em: <http://www.abdi.com.br/Estudo/Ind%C3%BAstria%20Naval.pdf > Acessado em 10/08/2011.

11 - LAROSA, M.; AYRES, F. Como produzir uma monografia passo a

passo... Disponível em: <www.vezdomestre.com.br>, acessado em:

10/08/2011.

12 – Material obtido no III Simpósio sobre Práticas de Gestão – na Escola

Naval, Rio de Janeiro, em 1 e 2 de junho/2011. Tema: Excelência com

sustentabilidade na Administração Naval.

13 - MORAES, Tatiana. A década de ouro da Gestão de Projetos. Disponível em: www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/abrirPDF/1032 . Acesso em: 12/09/11.

14 - PM Tech - Oficina de Gestão de Portfólio. Disponível em:

http://www.pmtech.com.br/Programas/OficinaPortfolio.pdf > Acessado em

11/08/2011.

15 - RUBENS, J. Planejamento estratégico. FGV. Disponível em: http://www.administracaovirtual.com/ . Acesso em: 10/08/11. 16 - XAVIER, C.M.S. Gerência de Escopo em Projetos . FGV. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.administracaovirtual.com/> Acessado em 10/08/2011.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1 – ANDRADE; AMBONI. Fundamentos da Administração. Rio de Janeiro:

Ed. Elsevier, 2011.

2 – Corveta Barroso - Sistema “Degaussing” - Especificação de Contrato para fornecimento dos equipamentos (1997). (Acesso restrito) 3 - Corvetas classe Inhaúma - Sistema “Degaussing” - Especificação de Contrato para fornecimento dos equipamentos. (1985). (Acesso restrito)

4 - Corvetas classe Inhaúma - Relatório sobre proteção magnética RLT-CV01-475-001- “Report on Additional Information in Hamburg” (17/08 a 25/08/81). (Acesso restrito)

5 - DAYCHOUW, Merhi. 40 Ferramentas e técnicas de gerenciamento. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed Brasport, 2007.

6 - DUQUE ESTRADA, José Alexandre Ferreira. Aspectos da Gestão da

Mudança na implementação de um Sistema de Gestão de SMS: Um

Estudo de Caso. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão - Modalidade

Profissional) - LATEC – UFF. Niterói, 2008.

7 - HELDMAN, Kim. Gerenciamento de Projetos: guia para o exame oficial do PMI. Tradução. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

8 – MENEZES, L. C. M. Gestão de Projetos. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

9 - MINTZBERG, LAMPEL, QUINN E GHOHAL - O Processo da Estratégia –

Bookman, 2008.

10 – IVM- UCAM - Notas de aula do Curso de Gestão de Projetos - Turma

K219.

11 - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE – PMI. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK) — Terceira Edição, 2004.

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12 - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE – PMI. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK) — Quarta Edição, 2008. 13 - PMI, INC The Standard for Portfolio management. 2a ed. Newtown

Square PA:PMI, 2008.

14 - RABECHINI JR.; CARVALHO. Gerenciamento de Projetos na prática:

casos brasileiros 2, São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

15 - RABECHINI JR.; CARVALHO. Gerenciamento de Projetos na prática:

casos brasileiros 1, São Paulo: Ed. Atlas, 2006.

16 - VARGAS, R.V. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. Rio de Janeiro: Ed Brasport, 2005. 17 - VARGAS, R.V. Manual Prático do Plano do Projetos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed Brasport, 2007.

18 - XAVIER, C.M.S et al. Metodologia de Gerenciamento de Projetos no 3º setor: uma estratégia para a condução de projetos. Rio de Janeiro: Brasport, 2008.

WEBGRAFIA:

19 - ALCANTARA; GOMES. “Benchmarking” em Gerenciamento de Projetos. disponível em: www.labceo.com.br/.../e38b8bb5882190220d83ab1e980a73cb.pdf . Acesso em: 25/08/11.

20 - Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil 2009.

PMI – Chapters Brasileiros. Disponível em: <

http://www.techoje.com.br/bolttools_techoje/files/arquivos/benchmarking2009.p

df >. acesso em: 25/08/2011.

21 - Ferramenta para criação de WBS Chart Pro. Disponível em: < http://www.criticaltools.com/ >. Acesso em: 17/08/11.

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22 - MÁRCIO D’ÁVILA. A essência do gerenciamento de projetos. Disponível em: http://blog.mhavila.com.br/2010/10/04/a-essencia-do-gerenciamento-de-projetos/ , acesso em: 24/08/2011. 23 - MÁRCIO D’ÁVILA. PMBOK e Gerenciamento de Projetos.(2006 com revisão em julho de 2011). Disponível em: http://www.mhavila.com.br/topicos/gestao/pmbok.html e acessado em: 11/08/2011.

24 - MIL-HDBK-881A - Work Breakdown Structures for Defense Materiel Items. U.S.DOD HANDBOOK, 2005. Disponível em: < http://www.acq.osd.mil/pm/currentpolicy/wbs/MIL_HDBK- 881A/MILHDBK881A/WebHelp3/MIL-HDBK-881A%20FOR%20PUBLICATION%20FINAL%2009AUG05.pdf >. Acesso em: 17/08/11.

25 - MIRANDA, J M A. Introdução ao Geomagnetismo. Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa. Disponível em: http://194.117.7.100/Eric_Font/Introdu%C3%A7ao%20ao%20geomagnetismo.pdf . Acesso em:14/09/11.

26 - PRO 2305 – Princípios de Gestão de Projetos - Gestão de Escopo – Escola Politécnica da USP Prof. Dra. Marly Monteiro de Carvalho, 2006. Disponível em: <http://w/ww.prd.usp.br/disciplinas/docs/pro2305-2006-Marly/2305_Escopo.pdf>. Acesso em: 11/08/2011. 27 - Programa de Capítulos do PMI. Disponível em: http://www.pmi.org.br/. Acesso em: 25/08/11. 28 - SILVEIRA, A.,2006. Gestão de Portfólio - administrando sua carteira

de projetos. Disponível em: <

http://www.expleo.com.br/pdf/gestao_portfolio.pdf > Acessado em: 23/06/11 e

11/08/2011.

29 – SOUSA, 2006. Jânio Plácido de A. Ciclo PDCA - Um instrumento para melhoria contínua. Disponível em: < http://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/7/76/PDCA.pdf> Acessado em: 24/08//2011. 30 - WIKIPEDIA. The Earth's Magnetic Field. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Earth%27s_magnetic_field. Acessado em: 20/09/11.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

GESTÃO DE PROJETOS – FUNDAMENTOS

1.1 - GERENCIAMENTO DE PROJETOS 11

1.2 – PROJETO – CONCEITUAÇÃO E PRINCIPAIS

CARACTERÍSTICAS 12

1.3 - GERENCIAMENTO DE PROJETO – DIMENSÕES

E CONCEITOS ASSOCIADOS 15

1.3.1 – PROCESSOS 15 1.3.2 - PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETO 16 1.3.3 - ÁREAS DE CONHECIMENTO EM GERENCIAMENTO DE PROJETO ` 18 1.3.4 - CICLO DE VIDA DO PROJETO 20 1.3.5 - ENTREGAS – “DELIVERABLES” 21 1.3.6 - GERENTE DE PROJETO 21 1.3.7 - PARTES INTERESSADAS NO PROJETO 22 1.3.8 - ESCRITÓRIO DE PROJETOS –– (PMO) 22 1.3.9- DISTINÇÃO ENTRE PROJETOS E OPERAÇÕES 23 1.3.10 - AMBIENTE ORGANIZACIONAL 24 1.3.11 - ATIVOS DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS 26 1.3.12 - ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS 26 1.3.13 - OBJETIVOS E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOS 27

1.3.13.1 - A MATRIZ SWOT 27

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1.3.13.2 - ANÁLISE POR CENÁRIOS 29

1.3.14 - “BENCHMARKING” 30 1.3.15 - RELAÇÃO ENTRE GERENCIAMENTO DE PROJETO, PROGRAMA E PORTFÓLIO 31 1.3.16 - AVALIAÇÃO DE RISCOS NOS PROJETOS 34

CAPÍTULO II

GESTÃO DE ESCOPO –– CONCEITUAÇÃO

2.1 - GESTÃO DE ESCOPO 39

2.2 - PROCESSOS DE GESTÃO DO ESCOPO 40

2.2.1 - DISTINÇÃO ENTRE ESCOPO DO PRODUTO E ESCOPO DO PROJETO 41 2.2.2 - PROCESSOS DE GESTÃO DO ESCOPO 42 2.2.3 - PLANEJAMENTO DO ESCOPO OU COLETA DE REQUISITOS 45 2.2.4 - DEFINIÇÃO DO ESCOPO 46

2.2.4.1 - ANÁLISE DO PRODUTO 45

2.2.4.2 - DECLARAÇÃO DO ESCOPO 46

2.2.5 - PROCESSO DE DETALHAMENTO DO ESCOPO 48

2.2.5.1 - CRIAÇÃO DA EAP 48

2.2.5.2 - EXEMPLOS DE EAP 53

2.2.5.3 - FERRAMENTA DE APOIO NA DEFINIÇÃO

DO ESCOPO - MAPA MENTAL 53

2.2.6 - VERIFICAÇÃO DO ESCOPO 55

2.2.7 - CONTROLE DO ESCOPO 56

CAPÍTULO III

OBTENÇÃO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO MAGNÉTICA

PARA UM MEIO NAVAL

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3.1 – O PRODUTO: OBTENÇÃO DE UM SISTEMA DE

PROTEÇÃO MAGNÉTICA (SPM) 58

3.2 – SISTEMA DE PROTEÇÃO MAGNÉTICA 59

3.2.1 – APRESENTAÇÃO E HISTÓRIA 59

3.2.2 – DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA 61

3.2.3 – PRINCIPAIS CONCEITOS ASSOCIADOS 63

3.3 – DEFININDO O PRODUTO 66 3.3.1 – A IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO DAS

ENTREGAS 69

3.3.2 - PASSOS PARA A OBTENÇÃO DO SISTEMA DE

PROTEÇÃO MAGNÉTICA 70

3.3.3 - FASE DE PROJETO DO SPM E ELABORAÇÃO

DE ESPECIFICAÇÕES 71

3.3.4 - FASE DE AQUISIÇÕES E INSTALAÇÃO DO

SISTEMA 74

3.3.5 - FASE DE TESTES E MEDIÇÕES 75

3.3.6 – PREMISSAS 77

CONCLUSÃO 78

ANEXOS 81

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 87

BIBLIOGRAFIA CITADA 89

ÍNDICE 92

ÍNDICE DAS FIGURAS: 95

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ÍNDICE DAS FIGURAS:

Fig. 1 - Ilustração dos grupos de processos (D’ÁVILA, 2007);

Fig. 2 - Ciclo PDCA dos Grupos de Processos (elaborado pela autora);

Fig. 3 - Áreas de conhecimento (D’Ávila, 2006);

Fig. 4 - Quadro da Matriz SWOT (modificado pela autora a partir de

Notas de aula do curso GP);

Fig. 5 - Distinção entre Escopo do produto e do projeto (elaborado pela

autora a partir de notas de aula do curso de GP);

Fig. 6 - Processos de gestão do escopo (RABECHINI JR.; CARVALHO,

2006);

Fig. 7 - Linhas de campo magnético (adaptado do site do Centro de

Pesquisa Geológica do Canadá);

Fig. 8 - Representação do Campo magnético de um meio naval com e

sem proteção por SPM (adaptado do catálogo eletrônico da SAM Electronics);

Fig. 9 - Representação das linhas do campo magnético da Terra

(extraída da Wikipédia)

Fig.10 - Assinaturas magnéticas típicas dos componentes V, L e T-

hemisfério norte (adaptado do Relatório sobre proteção magnética); e

Fig. 11 - Intensidade Total do campo magnético principal.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a Vez do Mestre – Universidade Cândido

Mendes

Título da Monografia: O Gerenciamento do Escopo aplicado à obtenção

de um Sistema de Proteção Magnética em meios navais.

Autor: Sônia Regina Gonelli Fernandes.

Data da entrega: setembro de 2011.

Avaliado por: Conceito: