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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA AUDTORIA DE SISTEMAS NA CONCESSÃO METROVIÁRIA DO RIO DE JANEIRO Por: Ricardo Gurgel Mendes Carneiro Junior Orientador Prof. Dr. Luciano Gerard Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · vinha experimentando desde o final do século XIX, fez com que o século XX começasse com a cogitação de um sistema

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA AUDTORIA DE

SISTEMAS NA CONCESSÃO METROVIÁRIA

DO RIO DE JANEIRO

Por: Ricardo Gurgel Mendes Carneiro Junior

Orientador

Prof. Dr. Luciano Gerard

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA AUDTORIA DE

SISTEMAS NA CONCESSÃO METROVIÁRIA

DO RIO DE JANEIRO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Auditoria e

Controladoria.

Por: Ricardo Gurgel Mendes Carneiro Junior

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as

oportunidades, possibilidades e

realizações que ele sempre me

concedeu.

4

DEDICATÓRIA

A família, especialmente aos meus pais

por todo apoio e educação que

possibilitou minha formação pessoal e

profissional.

A Patrícia que sempre me fez acreditar

que sou capaz, podendo concluir todas

as minhas metas.

Aos amigos que sempre me apoiaram.

5

RESUMO

Este estudo de caso pretende ressaltar a necessidade da implantação

da Auditoria de Sistemas na Concessão Metroviária do Rio de Janeiro,

demonstrando a sua importância na organização e os métodos utilizados para

garantir uma maior segurança no ambiente informatizado lógico e físico,

mitigando os riscos relacionados a disponibilidade, integridade e

confidencialidade dos dados. O presente estudo de caso foi realizado através

de pesquisas aos autores consagrados nas áreas de Auditoria Interna e de

Sistemas, além de pesquisar a história e evolução do Metrô na cidade do Rio

de Janeiro.

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste estudo de caso baseia-se em consultas e

pesquisas a livros de consagrados autores, onde se destacam: Attie, William –

Auditoria Interna; Imoniana, Joshua Onome – Auditoria de Sistemas de

Informação; Schmidt, Paulo – Santos, José Luiz dos – Arima, Carlos Hideo –

Fundamentos de Auditoria de Sistemas; entre outros.

Outro processo importante para desenvolvimento deste estudo de caso

foi a vivência cotidiana na empresa como funcionário do departamento de

Auditoria Interna e conhecimento da estrutura organizacional, além de estudos

e pesquisas da história, evolução e investimentos em Infraestrutura e

tecnologia no Metrô-Rio.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Uma Breve História do Metrô-Rio 10

CAPÍTULO II - Implantação dos Principais Sistemas de Informações

Gerenciais 14

CAPÍTULO III – Auditoria Interna 16

CAPÍTULO IV – Auditoria Interna no Metrô-Rio 24

CAPÍTULO V – Segurança da Informação e Auditoria de Sistemas 27

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

WEBGRAFIA 45

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

8

INTRODUÇÃO

No primeiro contrato de concessão, firmado em abril de 1998, os

serviços de administração, operação e manutenção da rede metroviária do Rio

de Janeiro foram concedidos, por um período de 20 anos a uma instituição

privada, porém os projetos e as obras de expansão permaneceram sob a

responsabilidade do Estado. Nesse período os sistemas informatizados eram

simples e precários.

Devido ao constante crescimento da companhia, em março de 2006, a

alta administração com o objetivo de aprimorar os controles internos e

identificar riscos, implantou o departamento de Auditoria Interna. As principais

atividades são: auditoria Gestacional focada em processos e auditoria

operacional nas estações metroviárias.

Ao renovar o contrato de concessão em dezembro de 2007 por mais

30 anos, a concessionária assumiu um pacote de metas cujo investimento foi

de R$ 1,5 bilhão. Para implantar esse projeto foi necessário realizar

investimentos em infraestrutura e na modernização dos sistemas

informatizados.

Em 2008, para aprimorar os processos de negócios, foi implantando o

novo sistema de bilhetagem eletrônica e em 2009 o Oracle E-Business Suíte,

um sistema gerenciador de banco de dados, além de outros sistemas paralelos

e integrados aos dois principais sistemas da empresa.

Neste estudo de caso são apresentados os conceitos, efeitos e a

importância da implantação da Auditoria de Sistemas para complementar o

trabalho da Auditoria Interna no Metrô-Rio.

9

No capítulo I são a apresentados um resumo da história e evolução do

Metrô do Rio de Janeiro.

Na capítulo II apresenta os principais aspectos dos dois sistemas de

gerenciamento de dados implantados em 2008 na companhia.

No capítulo III o foco é a apresentação dos conceitos, objetivos e as

modalidades de trabalho da Auditoria Interna, de acordo com os autores mais

consagrados do assunto.

No capítulo IV apresenta um resumo da implantação, objetivos e

principais atividades da Auditoria Interna no Metrô-Rio.

No capítulo V apresenta o conceito e abrangência da ISO 17799 e do

COBIT, além do processo de segurança da Informação, o conceito de Auditoria

de Sistemas, os métodos de trabalho e os principais softwares utilizados.

A conclusão ressalta a importância da implantação da Auditoria de

Sistemas aliada a aquisição dos softwares de extração e análise de dados.

10

CAPÍTULO I

UMA BREVE HISTÓRIA DO METRÔ-RIO

1.1 – O início

O intenso e acelerado crescimento com que a cidade do Rio de Janeiro

vinha experimentando desde o final do século XIX, fez com que o século XX

começasse com a cogitação de um sistema de transporte rápido, eficiente e de

grande capacidade. Em 1913, Buenos Aires inaugurava a sua primeira linha,

demonstrando a viabilidade do sistema inclusive para as cidades da América

Latina. Contudo, os altíssimos recursos necessários para a implantação do

metrô sempre foram um grande empecilho.

Atento aos problemas que ameaçavam surgir, o governo do então

Estado da Guanabara, na gestão do governador Negrão de Lima determinou,

em 1966, a constituição de um grupo de trabalho para estudar a implantação

de um sistema metroviário. Através de concorrência pública, foi formado um

consórcio composto pela Companhia Construtora Nacional S.A., Hocthief

Aktiengesellschaft für Hoch – und Tiefbauten vorm. Gergr. Helfmann e Deutche

Elsenbahn Consulting GmbH, para o qual foi encomendado um estudo mais

detalhado. Completo e pormenorizado, o estudo estabeleceu a prioridade da

construção inicial de 37,4 km de linhas.

Visando construir, implantar e operar o sistema metroviário no Rio de

Janeiro, foi criada em 14 de novembro de 1968 pela Lei Estadual 1736, a

Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro – METRÔ / RJ. Através do

Decreto Lei 35 de março de 1975, a Companhia passou efetivamente a existir.

Estatal vinculada à SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes, o Metrô

foi constituído como sociedade de economia mista, sendo regulada pela Lei

Federal 6404/76. Numa cerimônia no dia 23 de junho de 1970, foi cravada a

11

primeira estaca na Praça Paris, no bairro da Glória, marcando o início das

obras. As obras prosseguiram até 1971, quando foram paralisadas por falta de

recursos. Somente em 1975 as obras foram retomadas definitivamente,

começando novamente na Glória.

Com a presença das autoridades federais e estaduais na Estação

Central, o Metrô do Rio de Janeiro foi inaugurado em uma grande cerimônia no

dia 05 de março de 1979. A bordo de um trem, os governadores Chagas

Freitas e o presidente João Figueiredo, inauguraram na seqüência as Estações

Praça Onze (onde havia um trem em exposição para conhecimento da

população), Presidente Vargas, Cinelândia e Glória. Era o começo da Linha 1.

Muitas inaugurações ocorreram em 1981. No mês de junho (dia 14), a

Carioca, a principal estação do metrô do Rio foi inaugurada. Em setembro (dia

18), o trecho sul foi inaugurado com as Estações Catete, Flamengo e,

enquanto a Estação Largo do Machado vinha a funcionar somente em 23 de

dezembro daquele ano.

A Linha 2 veio a ser inaugurada apenas com 3 estações em 19 de

novembro de 1981. Partindo da estação Estácio, de onde vinham os

passageiros da linha 1, a nova linha contava com as Estações São Cristóvão e

Maracanã, permitindo acesso privilegiado aos dias de jogos no estádio do

Maracanã, bem como ao Campus Universitário da UERJ.

A bilhetagem automática passou a funcionar em janeiro de 1981,

permitindo controle do acesso dos passageiros, além das estatísticas de

tráfego. A integração com as linhas de ônibus, veio em dezembro, ligando a

Estação Estácio à Zona Norte.

Maio de 1982 trouxe mais novidades para o metrô carioca. Além da

inauguração do trecho norte (dia 27), com as estações Afonso Pena, São

Francisco Xavier e Saens Peña, a Linha 1 passou a contar com sistema de

12

Piloto Automático, que controla a aceleração e frenagem do trem, cabendo

apenas ao operador do trem a abertura e fechamento das portas e anúncio

das estações.

A partir de 1996, o governo Marcelo Alencar deu atenção especial para

o Metrô, retomando obras que permitiram a expansão da Linha 1 para

Copacabana e da Linha 2 para a Pavuna. Em setembro daquele ano, as

estações Tomás Coelho e Vicente de Carvalho foram inauguradas na Linha 2.

1.2 – Concessão

O governo de Marcelo Alencar iniciou em 1995 um processo de

transferência dos serviços públicos do Estado para a iniciativa privada. Em

1997 foi a vez do metrô. Em de Dezembro de 1997, os serviços de operação e

manutenção do sistema metroviário foram leiloados na Bolsa de Valores do

Rio de Janeiro. Num leilão muito disputado, venceu o consórcio Opportrans,

que ofereceu o segundo maior ágio na história do país (921%), no valor de R$

291 milhões, para operar o metrô carioca até 2018.

A Opportrans Concessão Metroviária S/A é um consórcio composto

pelas empresas Cometrans, Banco Opportunity e Valia.

A Opportrans adotou o nome fantasia de Metrô Rio, e assumiu o

controle operacional e de manutenção do sistema no dia 05 de Abril de 1998.

A propriedade sobre o patrimônio físico (túneis, estações, trens, etc.), contudo,

permanece sob responsabilidade do Estado.

Ainda à Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro coube

inicialmente a função de elaborar projetos e construção de futuras linhas e

estações e a fiscalização da nova concessionária Metrô Rio, bem como era a

proprietária direta dos bens do sistema.

13

Após o controle da Metrô Rio, ainda em 1998, foram inauguradas as

estações (na linha 1) Cardeal Arcoverde (dia 02 de julho), (e na linha 2)

Pavuna (dia 31 de agosto), Irajá (31 de agosto), Acari-Fazenda Botafogo e

Engenheiro Rubens Paiva (24 de setembro), Coelho Neto e Colégio (dia 29 de

setembro).

No dia 1º de Março de 2003 foi inaugurada a Estação Siqueira

Campos. Exatos 4 anos depois foi inaugurada a Estação Cantagalo (novo

terminal no extremo sul da linha 1).

1.3 – Renovação do contrato de concessão

Inicialmente, a concessionária tinha sob seu controle a administração e

a operação do Metrô Rio, ficando as expansões da rede metroviária e

aquisição de novos trens a cargo da Rio Trilhos (Governo do Estado). No final

de dezembro de 2007, a concessão foi renovada até 2038. O investimento de

1,15 bilhão contempla a construção da Linha 1A, que ligará a linha 2 à Linha 1,

acabando com a necessidade de transferência em Estácio, a compra de 114

carros e construção das Estações Uruguai e Cidade Nova.

Os sistemas de controle, sinalização, ventilação e energia também

serão ampliados e modernizados. O fornecimento de energia para a operação

do metrô será reforçado com duas novas subestações próprias, nas estações

Uruguaiana e Largo do Machado, e com a reforma das subestações de São

Cristóvão e Central. Já a sinalização será automatizada nas duas linhas. O

Metrô Rio vai aprimorar a ventilação nas estações e vai modernizar todo o

equipamento do Centro de Controle de Operações, de onde é monitorada toda

a operação diária. Juntas, essas medidas, a expansão das Linhas 1 e 2 e a

compra dos novos trens vão permitir mais que dobrar a capacidade do metrô

carioca, que poderá transportar mais de 1,1 milhão de passageiros/dia.

14

CAPÍTULO II

IMPLANTAÇÃO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE

INFORMAÇÕES GERENCIAIS

Ao renovar o contrato de concessão em dezembro de 2007 por mais 30

anos, a concessionária assumiu um pacote de metas cujo investimento foi de

R$ 1,5 bilhão. Para aprimorar os controles internos foi necessário realizar

investimentos na modernização dos sistemas de informações gerenciais (SIG).

Em 2008 foi implantando o novo sistema de bilhetagem eletrônica e em

2009 um sistema gerenciador de banco de dados (Oracle E-Business Suite),

além de outros sistemas paralelos.

2.1 – Sistema de bilhetagem eletrônica

O sistema de bilhetagem eletrônica foi implantado para proporcionar

maior eficiência no planejamento operacional do sistema de transporte

metroviário, através da automatização de coleta de informações.

Este sistema integra e consolida os dados operacionais e financeiros

com outros sistemas paralelos, alimentando o processo de tomada de

decisões com informações gerenciais e estratégicas.

O sistema substituiu os bilhetes magnéticos de papel por cartões

inteligentes dotados de chips eletrônicos, chamados de "smart cards", os quais

já são utilizados em sistemas metroviários de Hong Kong e Cingapura, por

exemplo.

.

15

2.2 – Oracle E-Business Suite

O sistema Oracle E-Business Suíte foi implantado para permitir ao

Metrô-Rio aprimorar os processos de negócios, tomar decisões mais bem-

informadas e reduzir despesas.

Com esta implantação, a companhia metroviária é capaz de obter

acesso a informações de forma mais rápida e econômica em uma única

instância global, automatizar os processos de negócios em toda a empresa e

realizar o gerenciamento com base em fatos, através do uso de um sistema

integrado de Business Intelligence. Os seguintes módulos foram implantados

no Metrô-Rio em julho de 2009:

� Compras;

� Contratos;

� Estoque;

� Manutenção;

� Financeiro; e

� Contabilidade.

Os acessos às informações são realizados através de menus

parametrizados com utilização de senhas individuais, permitindo que se

controle quais os utilizadores que têm acesso a que tipo de informações. Além

disso, os menus são customizados de forma que cada utilizador visualize e

tenha acesso somente às operações que atendam aos objetivos específicos de

seu interesse.

16

CAPÍTULO III

AUDITORIA INTERNA

3.1 – Finalidade

A Auditoria Interna tem por finalidade desenvolver um plano de ação

que auxilie a organização a alcançar seus objetivos adotando uma abordagem

sistêmica e disciplinada para a avaliação e melhora da eficácia dos processos

de gerenciamento de riscos com o objetivo de adicionar valor e melhorar as

operações e resultados de uma organização. Conforme Attie:

“A auditoria interna é uma atividade em franco

desenvolvimento e de grande importância para a

administração de uma companhia. Tanto isto é verdade

que a existência de uma auditoria interna eficiente e

atuante é considerada como um ponto forte para efeito de

controle interno ” (ATTIE, 1985, p.52).

3.2 – Objetivo e Alcance

De acordo com Lisboa (2007), o objetivo geral da Auditoria Interna é

avaliar e prestar ajuda a alta Administração e desenvolver adequadamente

suas atribuições, proporcionando-lhes análises, recomendações e comentários

objetivos, acerca das atividades examinadas.

O auditor interno deve, portanto, preocupar-se com qualquer fase das

atividades da empresa na qual possa ser de utilidade à Administração. Para

conseguir o cumprimento deste objetivo geral de serviços à administração, há

necessidades de desempenhar atividades tais como:

17

� Revisar e avaliar a eficácia, suficiência e aplicação dos controles contábeis,

financeiros e operacionais.

� Determinar a extensão do cumprimento das normas, dos planos e

procedimentos vigentes.

� Determinar a extensão dos controles sobre a existência dos ativos da

empresa e da sua proteção contra todo tipo de perda.

� Determinar o grau de confiança, das informações e dados contábeis e de

outra natureza, preparados dentro da empresa.

� Avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas para o

cumprimento das respectivas responsabilidades.

� Avaliar os riscos estratégicos e de negócio da organização.

3.3 – Padrões de conduta

De acordo com Crepaldi (2004), é imprescindível que o auditor interno

adote padrões de conduta próprios de sua função. Tais padrões constituem a

ética do exercício profissional. Como padrões éticos do auditor interno cumpre

destacar:

� Bom senso no procedimento de revisão e sugestão;

� Autoconfiança

� Sigilo profissional

� Discrição profissional;

� Capacidade prática;

� Sentido objetivo;

� Liberdade de pensamento e ação;

� Meticulosidade e correção

� Perspicácia nos exames;

� Pertinácia nas ações;

� Pesquisa permanente;

� Finura de trato e humanidade.

18

3.4 – Autoridade e responsabilidade

A Auditoria Interna é mais uma função assessorial que de linha. Por

isso, o Auditor Interno não exerce autoridade direta sobre os outros membros

da organização, cujo trabalho revisa.

O Auditor Interno deve ter liberdade para revisar e avaliar as normas, os

planos, procedimentos e registros; mas seu trabalho de modo algum isenta os

demais membros da Organização das responsabilidades que lhes foram

designadas.

3.5 – Independência

Independência é condição essencial para se obter resultados positivos

nos trabalhos desenvolvidos pela Auditoria Interna. Segundo Attie:

“A independência em auditoria interna é problemática,

uma vez que ela estará subjugada à administração da

empresa. Entretanto, se houver uma segregação entre o

departamento de auditoria interna e os demais

departamentos da empresa, reportando-se diretamente à

administração e com total liberdade de investigação, de

seleção de suas atividades e de execução propriamente

dita, ocorrerá, inevitavelmente, o mais alto grau de

independência em auditoria interna. ” (ATTIE, 1985,

p.55).

A categoria de Auditor Interno dentro da Organização e o apoio que lhe

delega a administração são fatores determinantes do valor e da amplitude dos

serviços que a mesma obterá da função de Auditoria Interna.

19

Por conseguinte, o Gerente da área de Auditoria Interna deverá atuar

sob as ordens de um administrador de grau suficiente dentro da empresa que

lhe assegure um amplo campo de ação e atenção adequada aos resultados de

suas investigações e recomendações, e a efetivação das medidas sugeridas

pelo Auditor.

Já que a mais completa objetividade é essencial à função de Auditoria,

os Auditores Internos não devem planejar nem implantar procedimentos,

escriturar registros, ou ter participação em atividades que, normalmente,

devem revisar e avaliar.

3.6 – Planejamento do trabalho

De acordo com Attie (1985), O planejamento do trabalho pode ser

determinado através de um plano de auditoria que cobre um espaço de tempo,

que tal sorte que sejam cobertos pela auditoria interna todas as possíveis

áreas de trabalho ou então voltado unicamente para as áreas de maior risco.

De qualquer forma o planejamento do trabalho envolve:

� Definição do trabalho: é a parte inicial do planejamento que identifica o

trabalho a ser realizado.

� Período de execução: indica quando o trabalho será realizado.

� Pessoal envolvido: determinação de qual é o pessoal envolvido na

execução do trabalho a ser realizado.

� Conhecimento das operações: estabelece o conhecimento prévio das

operações a serem auditadas, para dar o embasamento total dos reflexos

operacionais e contábeis destas operações.

� Avaliação do controle interno: Determinação da efetividade do controle

interno existente e análise de suas possíveis deficiências quanto aos

riscos envolvidos e sugestões propostas.

20

� Escopo do trabalho: indicação dos objetivos de auditoria a serem

digeridos, os procedimentos de auditoria detalhados a serem seguidos e

o tempo estimado de execução destes.

� Execução do trabalho: Consecução do trabalho baseado nos

procedimentos de auditoria definidos no programa de trabalho, e

supervisão adequada ao pessoal de campo.

� Controle da realização: Manutenção do sistema permanente de registro

do trabalho já realizado e o a realizar em conjunto com o tempo estimado

e execução dos trabalhos.

� Finalização do trabalho: Análise adequada de que os objetivos e

procedimentos de auditoria previamente traçados foram cumpridos e de

revisão de todos os papéis de trabalho elaborados quanto a sua

adequação e evidências necessárias de suporte ao relatório final.

� Relatório final: memorando conciso do trabalho realizado, descrevendo as

observações encontradas no transcorrer do trabalho, suas implicações,

as recomendações e melhorias ou das conclusões obtidas.

3.7 – Papeis de trabalho

Conforme Sá diz:

“Os papéis utilizados para transcrever dados, fazer

anotações, analisar contas, demonstrar cálculos, relatar

situações, espelhar levantamentos, em suma, executar a

tarefa de auditoria são denominados papéis de trabalho

ou rascunhos de serviços.” (Sá, 1993, p.165).

Os Papéis de Trabalho de auditoria constituem um registro permanente

do trabalho efetuado pelo auditor, dos fatos e informações obtidos, bem como

das suas conclusões sobre os exames. É com base nos Papéis de Trabalho

que o auditor irá relatar suas opiniões, criticas e sugestões.

Os Objetivos dos papéis de trabalho são:

21

� Auxiliar na execução de exames;

� Evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas;

� Servir de suporte aos relatórios;

� Constituir um registro que possibilite consultas posteriores, a fim de se

obter detalhes relacionados com a auditoria;

� Fornecer um meio de revisão por Supervisores;

� Determinar se o serviço foi feito de forma adequada e eficaz, bem como

julgar sobre a solidez das conclusões emitidas;

� Considerar possíveis modificações nos procedimentos de auditoria

adotados, bem como no programa de trabalho para o exame subseqüente.

Os Papéis de Trabalho devem ser preparados tendo-se em mente seu

completo entendimento por outro auditor que não teve ligação direta com o

trabalho. É comum a consulta aos Papéis de Trabalho em anos posteriores

para se prestar esclarecimentos ou informações sobre algum aspecto a área

auditada. De acordo com a conclusão de Sá:

“O conjunto dos papéis de trabalho, portanto, é que

determina a conclusão do auditor e descreve o processo

da auditoria, exigindo cuidado durante todo o período de

execução porque qualquer descuido originaria uma

conclusão falsa.” (Sá, 1993, p.168).

3.8 – Modalidades de Auditoria Interna

A Auditoria Interna, visando adequar a essas novas necessidades

desenvolveu Modalidades de Auditorias, que sucintamente podemos assim

catalogar:

� Auditoria Contábil e Financeira:

22

Visa assegurar a autenticidade das demonstrações financeiras da

empresa, através da avaliação dos procedimentos e controles contábeis e

respectiva aderência aos princípios contábeis geralmente aceitos.

� Auditoria Operacional:

Visa melhorar a eficiência dos sistemas operacionais, bem como minimizar

custos, através da avaliação quanto aderência aos objetivos traçados pela

Direção da empresa e verificação dos controles e procedimentos

aplicados.

� Auditoria Fiscal:

Visa assegurar se os controles internos são eficientes para assegurar um

bom relacionamento entre fisco e o contribuinte, buscando a maior

otimização na aplicação da legislação fiscal, evitando-se possíveis

contingências com passivos tributários, trabalhistas e previdenciários.

� Auditoria de Gestão:

Trata-se da aplicação de procedimentos de auditoria onde o fator sistêmico

assume uma importância secundária, ficando concentrada nos resultados

obtidos em cada sistema. Nesta linha de atuação, a ação da auditoria de

gestão tem como enfoque preponderante as análises sobre fatores como

custo/ benefício, riscos e processo decisório dos administradores.

� Auditoria Trabalhista:

Tem por objetivo prevenir irregularidades e possibilidades de desvios,

erros e fraudes na área trabalhista, evitando punições do fisco e os

problemas gerados por ações propostas tanto na Justiça do Trabalho

quanto na Cível.

� Compliance Audit ou Auditoria de Cumprimento Normativo:

23

O Compliance faz a verificação do cumprimento de normas e

procedimentos implantados pela organização e também observa as leis

regulamentadas pelos órgãos reguladores das atividades.

� Auditoria em Sistemas e Processamento Eletrônico de Dados:

Convencionada como auditoria “através de computador”, sua sistemática

vem sendo orientada para avaliar a amplitude do controle interno contido

no Sistema de PED, aquilatar o grau de segurança quanto à

completabilidade confidencialidade, qualidade e eficiência dos dados

processados e, ainda, a avaliação prévia de sistemas em fase de

implantação ou implantados.

� Outras Auditorias:

São todos os outros tipos de auditorias, que atendem particularidades das

empresas, como por exemplo, Auditoria Técnica, onde existem grandes

obras; Auditoria de Qualidade Industrial, onde haja necessidade de avaliar

o conjunto geral das atividades da qualidade a fim de preservar o Sistema

de Qualidade, impedindo a sua degradação.

24

CAPÍTULO IV

AUDITORIA INTERNA NO METRÔ-RIO

4.1 – A Implantação

Devido ao constante crescimento da companhia, em março de 2006, a

alta administração com o objetivo de aprimorar os controles internos e

identificar riscos, implantou o departamento de Auditoria Interna.

4.2 – Objetivos

A função da Auditoria Interna do Metrô-Rio consiste em apoiar aos

membros da empresa no desempenho de suas atividades, proporcionando

análises, avaliações, recomendações, assessoria e informação concernente às

atividades revisadas. Os membros da organização a quem a Auditoria Interna

apoia, inclui as Diretorias e as Gerências.

A Auditoria Interna do Metrô oferece um serviço de apoio que consiste

em avaliar o cumprimento dos objetivos, políticas e normas estabelecidas pela

Alta Direção da empresa na formulação e execução dos planos e programas

da Gerência Geral e suas Divisões de coordenação. Também é responsável

pela avaliação do funcionamento de todos os controles normais de operação e

pela adequação da informação que se oferece à Alta Direção e Gerência

Geral, acerca das deficiências detectadas em suas observações, a efeitos de

assegurar que se possam atingir os objetivos da Organização.

Portanto a Auditoria Interna do Metrô é responsável frente à Alta

Direção de proporcionar juízos, opiniões e informação acerca da adequação,

idôneidade e efetividade do sistema de controle interno da empresa, assim

como sobre a qualidade da gestão.

25

O processo de implementação das melhorias apontadas pela Auditoria

Interna poderá depender da designação de recursos de pessoal, tecnologia de

informações e financeiros, os quais deverão ser avaliados, visando a sua

adequada aplicação.

Além disso, é imprescindível o comprometimento e patrocínio da Alta

Administração, no sentido de viabilizar a concretização das ações de forma

objetiva e com a devida coordenação dos esforços, que se constituem nos

fatores-chaves de sucesso de um processo de implantação.

4.3 – Posicionamento Hierárquico

Com objetivo de obter maior autonomia e independência, o

departamento de Auditoria Interna se reporta ao Diretor Presidente da

Concessão Metroviária do Rio de Janeiro.

4.4 – Principais atividades

As principais atividades realizadas pela Auditoria Interna do Metrô-Rio

são:

� Auditoria de Gestão focada em processos: Trabalhos realizados nos

departamentos da empresa, com exceção da área de TI, com objetivo de

avaliar a eficácia dos controles internos quanto à prevenção e detecção de

erros e recomendação de melhorias. Algumas das áreas que tiveram seus

processos revisados foram: Suprimentos, Financeiro, Recursos Humanos,

Manutenção, Prestação de Serviços, Material em Poder de Terceiros, entre

outras.

26

� Auditoria Operacional: Execução de revisões de auditoria interna

relacionadas com os procedimentos e controles internos nas estações do

Metrô-Rio. Esta revisão abrange a aplicação de uma lista de verificações

(check list ) para verificar se as atividades praticados estão em

conformidade com os regulamentos e políticas da companhia.

27

CAPÍTULO V

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E

AUDITORIA DE SISTEMAS

5.1 – ISO (International Stardardization Organization)

Com o avanço da rede mundial de informações, as empresas estão

mais do que nunca preocupadas em como protegê-las, guardá-las e utilizá-las

de forma segura. Enquanto muitos preocupam-se em proteger as

informações, outros empenham-se em como acessar, como burlar os

sistemas de proteção existentes e utilizar as informações conseguidas

em benefício próprio ou de outros.

Com esforços relacionados com a busca de mecanismos mais eficazes

de salvaguardar as informações, em 2000 tivemos a homologação da

Norma Internacional de Segurança da Informação (ISO/IEC 17799). Esta

norma preocupa-se com a segurança das informações e não somente

com os dados que trafegam pela grande rede ou que estejam dentro de um

sistema computacional.

A norma permitiu a criação de mecanismos de certificação das

organizações semelhantes as já existentes na I.S.O., essa nova

certificação afirma que a organização manipula os seus dados e o dos

seus clientes de forma segura, independente da forma como eles estão

armazenados. Possuir este certificado I.S.O/I.E.C. 17799 é um diferencial

que está sendo almejado por várias organizações, pois ao ser certificada, a

organização, atesta estar apta a tratar dados de forma sigilosa e segura. O

sigilo e a integridade das informações é o objeto de desejo de todo o

mercado consumidor, que está cada vez mais preocupado com a

segurança das suas informações.

28

5.2 – Cobit (Control Objectives for Information and Related

Technology)

Com a repercussão negativa em 2002 dos escândalos financeiros

envolvendo as gigantes norte-americanas WorldCom e Enron o governo

americano promulgou a Sarbanes-Oxley, com a finalidade de trazer a de volta

a confiança dos investidores e adequar as empresas para que fraudes

como as ocorridas, não sejam tão fáceis de serem executadas.

O Cobit provê boas práticas para o gerenciamento dos processos de TI

em uma estrutura lógica e gerenciável. O Cobit habilita o

desenvolvimento de uma política clara e de boas práticas para o controle

de TI da organização, onde amplas recomendações de segurança da

informação são previstas.

Sua missão é pesquisar, desenvolver, publicar e promover um conjunto de

normas atualizado. Seu principal foco é o controle, assim nos afirma a

ISACA.

Administradores de TI tem nesta ferramenta um auxílio na ponderação

de riscos e investimento em controles na gestão do ambiente de TI, já

os administradores de Segurança, terão a certificação da segurança e

dos controles dos serviços de TI fornecidos internamente ou por

terceiros. Os auditores de sistemas, tem subsídios às opiniões e

aconselhamentos aos administradores de TI sobre controles internos.

5.3 – A segurança da informação

Segundo o conceito para Fontes:

“A informação é um bem da organização e como tal deve

ser gerenciado, protegido, possuir regras e políticas de

utilização. Na medida em que a informação está

29

armazenada no ambiente computacional, ela é cada vez

mais necessária para a realização e lucro dos negócios. ”

(Fontes, 2000, p.21).

Um processo de segurança da informação na organização deve ter

como objetivos:

� Disponibilidade da informação:

A informação deve estar acessível para o funcionamento da empresa e a

realização do negócio.

� Integridade da informação:

A informação deve estar correta, ser verdadeira e nã oestar corrompida.

� Confidencialidade da informação:

A informação deve ser acessada e utlizada exclusivamente pelos usuários

autorizados.

� Legalidade do uso da informação.

O acesso à informação deve estar de acordo com as leis aplicáveis,

regulamentos, licenças e contratos para o negócio, bem como os princípios

éticos que devem ser seguidos pela organização.

� Auditabilidade dos acessos e uso da informação:

O acesso e o uso da informação devem ser registrados, possibilitando

assim, o uso posterior desses registros em procedimentos de auditorias.

� Não repúdio de uso da informação:

Quando um usuário utiliza ou envia uma informação, deve-se garantir que

ele não possa negar sua responsabilidade pelo uso ou envio da mesma.

30

� Continuidade:

O processo de segurança deve ser permanente e fazer parte da vida da

organização.

� Apoio da direção:

O processo de segurança deve ter apoio formal e real da diereção da

organização. Este apoio deve representar a vontade dos acionistas de

terem seu investimento preservado.

� Conscientização:

Os usuários devem ser conscientizados e esclarecidos das suas

responsabilidades e dos seus direitos.

� Disponibildiade de Recursos:

O processo de segurança exige recursos: dinheiro, tempo, pessoas,

procedimentos entre outros.

Conforme Fontes, conclui que:

“A segurança da informação é semelhante a uma

corrente, cujo nível de qualidade vai ser expresso pela

robustez do seu elo mais frágil. Por isso é fundamental

que a segurança seja implementada na organização

como um processo. Esse processo deve proteger o

negócio da organização. Não deve ser apenas um

processo de segurança do ambiente computacional da

organização. ” (Fontes, 2000, p.21).

31

5.4 – Auditoria de Sistemas

De acordo com Brasil (2000) a Auditoria de sistemas é um tipo de

auditoria através da qual os auditores recorrem ao estudo dos sistemas

e em especial ao estudo do controle interno da entidade fiscalizada e à

identificação dos eventuais pontos fortes e/ou deficiências desse controle

interno, com o fim de definir o local, a natureza e o âmbito dos trabalhos de

auditoria que julguem necessários para formularem o seu parecer.

Segundo Dias (2000) na auditoria da tecnologia da informação são

analisados um conjunto de controles gerenciais e procedimentos que afetam

todo o ambiente de tecnologia da informação. Neste tipo de auditoria são

verificados os padrões e políticas adotadas pela organização, a operação

sobre sistemas e dados, o controle interno da entidade auditada e todos os

aspectos relacionados à segurança de informações.

5.4.1 – Função do auditor de sistemas

De acordo com Lyra (2009), O auditor de sistemas verifica a eficácia dos

controles e procedimentos de segurança existentes, a eficiência dos processos

em uso, a correta utilização dos recursos disponíveis, assessorando a

administração na elaboração de planos e definição de metas, colaborando no

aperfeiçoamento dos controles internos, apontando deficiências e

irregularidades que possam comprometer a segurança e o desempenho

organizacional.

Conforme entendimento de Attie:

“O cargo de auditor de sistemas consiste no

desenvolvimento de amplo plano de trabalho de

verificação dos sistemas computadorizados,

32

desenvolvidos e em desenvolvimento, e em conduzir os

trabalhos para avaliar a adequação e a efetividade dos

controles mantidos, de acordo com os padrões de

auditoria. O cargo visa, de forma ampla, ao estudo e à

avaliação do controle interno no ambiente de

processamento de dados; tem como objetivo ainda ser

suporte para a auditoria convencional, procurando, além

de subsidiar, desenvolver atividades que permitam uma

auditoria indireta sobre as operações e negócios

praticados. ” (Attie, 1992, p.53).

5.4.2 – Controle interno e sistemas de procedimento eletrônico de

dados (PED)

Neste sentido, Attie (1998) declara que a crescente aplicação de

meios eletrônicos de processamento de dados nos sistemas de informação

das empresas surgem como conseqüência de novos aspectos de controle

interno nesses sistemas.

Controle interno pode ser entendido como a parte integrante de

cada segmento da organização e cada procedimento corresponde a uma

parte do conjunto do controle interno. Para cumprir os seus objetivos, o

controle interno deve compreender todos os meios planejados numa

empresa para dirigir, restringir, governar e conferir suas várias atividades.

A importância do controle interno fica notória a partir do momento em

que se torna impossível conceber uma empresa que não disponha de

controles que possam garantir a continuidade do fluxo de operações e

informações propostas.

Segundo Boytnon, Johnson e Kell (2001) as técnicas de auditoria

computadorizada testam controles e aplicativos, o auditor pode considerar

33

vantajoso utilizar o computador em testes de controle quando uma parte

significativa dos controles internos está embutida em um programa de

computador; existem vazios significativos na parte visível da trilha de

auditoria; e quando existem volumes de registros a serem testados.

Com as informações armazenadas de maneira correta, o teste de

controle utilizando o computador é considerado viável e útil, caso este

armazenamento de dados seja efetuado de maneira incorreta pode criar

um risco que futuramente comprometerá o controle da empresa. A

utilização de computador para testes de controle se torna proveitosa

quando os dados utilizados estão disponíveis e confiáveis no sistema.

O Conselho Federal de Contabilidade – CFC emitiu em 24 de julho de

2005 a NBCT 11.12 que se refere ao processamento eletrônico de dados –

PED. A referida norma contempla temas relacionados à capacidade e

competência, planejamento dos trabalhos, avaliações de risco e

procedimentos de auditoria.

No que diz respeito à capacidade e competência, auditor deve ter

conhecimento suficiente do ambiente de PED para planejar, executar,

supervisionar e revisar o trabalho realizado pela equipe de auditoria.

O planejamento dos trabalhos deverá contemplar a relevância e a

complexidade do processamento informatizado em cada aplicativo

significativo. Um sistema informatizado pode ser considerado complexo

quando, por exemplo: o volume de transações é tão grande, que os usuários

considerariam difícil identificar e corrigir erros no processamento ou o

programa aplicativo gera, ou a disponibilidade de dados, tais como

documentos-fonte, certos arquivos informatizados e outras documentações

comprobatórias, necessários ao trabalho do auditor, ou também o potencial de

utilização de técnicas de auditoria com o auxílio do computador, as quais

34

propiciam maior eficiência na aplicação dos procedimentos de auditoria aos

saldos de contas ou transações.

Outro fator a ser levado em consideração é a avaliação do risco, que

deverá compreeder a natureza dos riscos e as características do controle

interno nos ambientes de PED, dentre os quais podemos destacar:

� Falta de trilhas de transação, pode não existir uma trilha completa, na

qual um programa aplicativo complexo desempenhe muitas etapas

de processamento;

� Processamento uniforme das transações, o sistema informatizado

processa, uniformemente, todas as transações com as mesmas

instruções de processamento;

� Falta de segregação de funções, muitos procedimentos de controle

que seriam exercidos por vários indivíduos, podem estar

concentrados no PED;

� Possibilidade de erros e irregularidades, a existência de erros

humanos no desenvolvimento, manutenção e execução de PED pode ser

maior do que em sistemas manuais; e

� Reduzido envolvimento humano, o manuseio das transações

processadas pelo PED pode reduzir a capacidade de detecção de

erros e irregularidades.

Os procedimentos de auditoria devem considerar também: o início

ou execução das transações, onde o PED pode incluir a capacidade de

iniciar e executar certos tipos de transações, automaticamente;

dependência de outros controles sobre o processamento informatizado, o

35

processamento informatizado pode produzir relatórios e outras informações

que são utilizados na execução de procedimentos de controle manual.

Na capacidade crescente para supervisão gerencial, o ambiente de

PED pode oferecer à administração uma variedade de ferramentas

analíticas úteis à revisão e à supervisão das operações da entidade. A

capacidade para utilizar as técnicas de auditoria com o auxílio do

computador, também deve ser considerada, nela o processamento e a

análise de grandes quantidades de dados com a utilização de recursos

informatizados oferece ao auditor oportunidades para aplicar técnicas de

auditoria ou utilizar ferramentas informatizadas, gerais ou especializadas

para a execução de testes de auditoria.

5.4.3 – Métodos de Auditorias de Sistemas

De acordo com Schmidt, Arima e Santos (2006), o controle e a

segurança ambiental envolvem tanto a segurança física quanto a lógica e

abrangem uma grande gama de recursos a serem protegidos perante uma

grande diversidade de ameaças existentes no ambiente de tecnologia da

informação.

Segundo Schmidt, Arima e Santos (2006), existem medidas e

contramedidas de proteção por área de controle que poderão servir de

referência à avaliação de controle interno por parte da auditoria de sistemas.

Os principais itens para análise e avaliação de controle interno são:

� infra-estrutura física;

� organização funcional e tecnológica do ambiente;

� segurança ambiental e fatores humanos;

� planos de segurança e de contingência;

� segurança física e lógica de mídias magnéticas;

36

� redes, teleprocessamento e microinformática;

� ambiente Web;

� controle de operação e de uso de recursos tecnológicos;

� controle de acesso físico e lógico; e

� banco de dados e sistemas de informação.

No item infra-estrutura física a auditoria deverá examinar os

detectores, sistemas de alarme, extintores, localização física, instalação

elétrica, sala de computador principal ou servidor como aspectos de

segurança.

A organização funcional e tecnológica do ambiente envolve os

subitens de organização da segurança, política da segurança e

planejamento estratégico em informática.

A segurança ambiental e fatores humanos contemplam os subitens

correspondentes à segurança física e lógica do ambiente de tecnologia

da informação, contingência e fatores humanos de segurança em informática.

A segurança de tecnologia da informação contempla duas medidas

que permitem manter a proteção dos bens. Essa proteção é formalizada

através do plano de segurança, constituído de normas e procedimentos de

segurança preventiva e detectiva, e do plano de continência, que contém

instruções de segurança corretiva e de restauração do ambiente de tecnologia

da informação.

A segurança física e lógica de mídias magnéticas consiste em

proteger as mídia magnéticas, como programas e arquivos de sistemas vitais,

tanto em termos de segurança física quanto lógica. Deve ser destacados o

armazenamento de mídia magnética de segurança e os procedimentos de

backup.

37

Redes, teleprocessamento e microinformática consistem em

assegurar a proteção de redes de microcomputadores, teleprocessamento

e microinformática. Esta rede estabiliza os servidores dos

microcomputadores com no-break para que haja tempo suficiente para o

término das operações.

O ambiente Web tem sido o ponto mais vulnerável de todo o

contexto da tecnologia de informação. Este item se divide em ambiente

tecnológico da rede e aplicação de comércio eletrônico.

O controle de operação e de uso de recursos tecnológicos

consiste em verificar a melhor forma de distribuição de recursos tecnológicos

no ambiente face à necessidade de utilização intensa ou não de

determinados usuários, cujo desbalanceamento pode provocar problemas

de segurança operacional dos sistemas de informação.

O Controle de acesso ao ambiente de tecnologia da informação é

apresentado em duas situações; controle de acesso físico e controle de

acesso lógico. Sendo que o físico controla a existência de rotinas e o

lógico impede o acesso às instalações com terminais remotos.

O item banco de dados e sistemas de informação tratam dos

controles de estabelecimento de critérios de classificação de informação e

de sistemas, monitoramento de manutenção de sistemas de informação e

controle da documentação de forma global das aplicações existentes no

ambiente de informática. Destacamos os aspectos:

� critérios de classificação de informação de sistemas;

� manutenção de sistemas de informação; e

� documentação.

38

Segundo Imoniana (2005) as variadas metodologias de Auditoria de

Sistemas podem ser chamadas técnicas. Embora existam várias técnicas,

algumas merecem destaque porque são mais utilizadas atualmente:

� dados de teste;

� facilidade de teste integrado;

� simulação paralela;

� lógica de auditoria embutida nos sistemas;

� rastreamento e mapeamento; e

� análise da lógica de programação.

A técnica dado de testes abrange o uso de conjunto de dados de

entrada especialmente preparado com o objetivo de testar os controles

programados e os controles de sistemas aplicativos.

Facilidade de teste integrado é uma técnica onde os dados são

integrados aos ambientes reais de processamento, a execução técnica

envolve a aplicação de entidades fictícias, tais como funcionários fantasmas

na folha de pagamento ou cliente inexistente nas contas a receber

A técnica simulação paralela envolve o uso de um programa

especialmente desenvolvido que atenda a todas as lógicas necessárias

para um aplicativo devidamente testado. O auditor desenvolve o próprio

programa para fazer execução paralela de dados atuais.

A lógica de auditoria embutida nos sistemas envolve a inclusão de

auditoria nos sistemas quando são desenvolvidos. Os relatórios de

auditoria são emitidos para a revisão e o acompanhamento dos

procedimentos operacionais.

A técnica rastreamento e mapeamento envolve desenvolvimento e

implementação de uma trilha de auditoria para acompanhar certos pontos da

39

lógica do processamento de algumas transações. O mapeamento da

execução de transações em programas dá-se com o apontamento de alguns

dados estatísticos, tais como algumas funções não executadas.

A análise da lógica de programação é uma técnica que envolve a

verificação da lógica de programação para certificar que as instruções

dadas ao computador são as mesmas já identificadas nas documentações

dos sistemas aplicativos. Essa técnica pode ser feita manualmente e

possibilita a conformação da efetividade dos controles programados.

De acordo com Boytnon, Johnson e Kell (2001) importantes

técnicas de auditoria computadorizadas utilizadas para testar a operação

de controles programados específicos incluem: simulação paralela, dados

de teste, abordagem de teste e monitoração contínua de sistemas on-line e

em tempo real.

A eficácia da utilização dos métodos de auditoria de sistemas

dependerá da capacidade da equipe de auditoria em julgar a qualidade dos

controles do sistema e a extensão e forma do teste dos dados. Em

algumas circunstâncias, o auditor poderá concluir ser necessária a presença

de um especialista na área de sistemas informatizados para auxiliá-lo no

trabalho.

Segundo Imoniana :

“Na execução dos trabalhos de auditoria de tecnologia de

informações, as técnicas mais convencionais, como de

questionários, indagação corroborativa, observação,

exames documentais e da reexecução de tarefas,

também se aplicam neste ambiente.” (Imoniana, 2005,

p.54).

40

O objetivo da utilização de métodos de auditoria de sistemas é

auxiliar o auditor aproveitando os recursos de software e as técnicas de

auditoria no ambiente da computação. As técnicas de auditoria assistida

por computador podem ser aplicadas em testes de controles gerais, em

testes de detalhamento de transações, em testes analíticos e substantivos e,

em amostragem que alimentam os programas de auditoria.

5.4.4 – Softwares de Auditoria de Sistemas

A utilização de software de auditoria de tecnologia de informação

envolve o uso de um conjunto de programas para processar e fazer

simulação paralela de funções de auditoria. O uso deste software é vantajoso

porque ele pode processar vários arquivos ao mesmo tempo. Os softwares

generalistas são:

� ACL (Audit Command Language):

É um software para extração e análise de dados desenvolvido no Canadá;

� IDEA (Interactive Data Extraction & Analysis):

Software para extração e análise de dados, também desenvolvido no

Canadá;

� Audimation:

É a versão norte-americana de IDEA, da Casaware-IDEA que desenvolve

consultoria e dá suporte sobre o produto;

� Galileo: é um software integrado de gestão de auditoria. Inclui

gestão de riscos de auditoria, documentação e emissão de relatórios

para auditoria interna.

41

� Pentana: sostware de planejamento estratégico de auditoria, sistemas

de planejamento e monitoramento de recursos, controle de horas,

registro de checklists e programas de auditoria.

Os softwares especializados de auditoria podem ser desenvolvidos

pelo próprio auditor, pelos especialistas da empresa auditada ou por

terceiros. Uma vantagem da utilização de software especializado é que o

auditor pode utilizá-lo como vantagem competitiva, uma desvantagem é que a

atualização deste software pode ser problemática por falta de recursos que

acompanhem as novas tecnologias. Nos programas utilitários a execução

de processamento, como gerar relatórios e sortear arquivos, são realizados

por este software. Possui a vantagem de poder ser utilizados na ausência de

outros recursos, e pode ser desvantajoso porque necessita de auxílio de um

funcionário da empresa auditada para operação.

O auditor pode aplicar procedimentos de auditoria com ou sem

auxílio de sistemas informatizados, ou ainda uma combinação de ambos,

a fim de obter evidências suficientes. Em alguns sistemas infomatizados,

que utilizam no processamento programas aplicativos relevantes, pode ser

difícil ou impraticável para o auditor obter certos dados para inspeção,

indagação ou confirmação sem o auxílio de sistemas informatizados.

42

CONCLUSÃO

A informação é o bem mais precioso e estratégico do século XXI. A era

da informação disponibiliza este bem em um volume significativo e sem

precedentes na história. A preocupação com as ameaças à confidencialidade,

integridade e disponibilidade também é crescente e o assunto tem sido tratado

nas reuniões dos CIOs e CSOs das grandes corporações.

A concessionária assumiu um pacote de metas cujo investimento foi de

R$ 1,5 bilhão para expansão do negócio. Foram implantados os sistemas de

informações gerenciais mais modernos do mundo para proporcionar maior

eficiência no planejamento operacional do sistema de transporte e aprimorar o

processo de tomada de decisões com informações gerenciais e estratégicas.

Sendo assim, por que não implantar uma área de Auditoria de Sistemas

no Metrô para complementar os trabalhos da Auditoria Interna direcionados no

aprimoramento dos controles internos e garantir uma maior segurança desses

ambientes informatizados, mitigando os riscos relacionados a disponibilidade,

integridade e confidencialidade dos dados?

A auditoria de sistemas minimizaria os riscos relacionados a segurança

da informação neste novo ambiente em que a informação trafega em uma

quantidade e velocidade incalculáveis. Todos os riscos possíveis devem ser

pensados, de forma a garantir a continuidade da organização, além de gerar

medidas para prevenir os riscos futuramente e assegurar que outras falhas que

possam ocorrer sejam minimizadas antes que se tornem um problema.

É de suma importância também a aquisição de um software de auditoria

de extração e análise de dados, visto que o crescente volume de dados

gerados por esses sistemas vem tornando impraticável o manuseio dos

mesmos sem o auxilio desses softwares adequados.

43

BIBLIOGRAFIA

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durante o desenvolvimento de Sistemas. São Paulo, 1995.

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www.skyscapercity.com – A História do Metrô Carioca, acesso em

08/01/2010.

www.tcu.gov.br – Manual de Auditoria de Sistemas, acesso em 15/01/2010.

www.senac.br – Boletim Fiscal 09: A Importância da Auditoria de Sistemas no

Brasil, acesso em 15/01/2010.

www.senac.br – Boletim Fiscal 9: A Importância da Auditoria de Sistemas no

Brasil, acesso em 10/02/2010.

www.contabeis.uc.br – A Importância da Auditoria de Sistemas na

Conformidade das Demonstrações Contábeis, acesso em 18/02/2010.

46

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

UMA BREVE HISTÓRIA DO METRÔ-RIO 10

1.1 – O Início 10

1.2 – Concessão 12

1.3 – Renovação do contrato de concessão 13

CAPÍTULO II 14

IMPLANTAÇÃO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE INFORMÇÕES

GERENCIAIS 14

2.1 – Sistema de Bilhetagem Eletrônica 14

2.2 – Oracle E-Business Suite 15

CAPÍTULO III 16

AUDITORIA INTERNA 16

3.1 – Finalidade 16

3.2 – Objetivo e Alcance 16

3.3 – Padrões de Conduta 17

3.4 – Autoridade e Responsabilidade 18

3.5 – Independência 18

3.6 – Planejamento do Trabalho 19

3.7 – Papéis de Trabalho 20

3.8 – Modalidades de Auditoria Interna 21

47

CAPÍTULO IV 24

AUDITORIA INTERNA NO METRÔ-RIO 24

4.1 – A implantação 24

4.2 – Objetivos 24

4.3 – Posicionamento hierárquico 25

4.4 – Principais atividades 25

CAPÍTULO V 27

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E AUDITORIA DE SISTEMAS 27

5.1 – ISO (International Stardardization Organization) 27

5.2 – Cobit (Control Objectives for Information and Related Technology ) 28

5.3 – A Segurança da informação 28

5.4 – Auditoria de Sistemas 31

5.4.1 – Função do auditor de sistemas 31

5.4.2 – Controle Interno e sistema de procedimento eletrônico de dados

(PED) 32

5.4.3 – Métodos de auditoria de sistemas 35

5.4.4 – Softwares de auditoria de sistemas 40

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

WEBGRAFIA 45

ÍNDICE 46

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: