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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GERENCIAMENTO DE PROJETOS – USO DA METODOLOGIA PMI® ESTUDO DE CASO Rosana Peixoto Macedo Orientador: Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves D.Sc Rio de janeiro (RJ) 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS – USO DA METODOLOGIA

PMI®

ESTUDO DE CASO

Rosana Peixoto Macedo

Orientador: Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves D.Sc

Rio de janeiro (RJ)

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS – USO DA METODOLOGIA

PMI®

ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada à

Universidade Cândido Mendes, como

parte dos requisitos para a conclusão

da Pós-Graduação em Gerenciamento

de Projetos.

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AGRADECIMENTOS

À minha família, que sempre esteve ao meu lado

nos momentos importantes de minha vida. Aos

meus amigos e colegas pelo apoio recebido.

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RESUMO

O presente trabalho buscou verificar como uma grande empresa

tradicional gerencia a implementação de um projeto de TI. Verifiquei que a

empresa pesquisada já está trabalhando com a metodologia PMI® - Project

Management Institute, utilizando técnicas de gerenciamento de projetos

baseadas no PMBOK® Guide – 2000/2004 Edition - Project Management Body of

Knowledge, através de seu Escritório de Projetos.

Este trabalho inicia-se com uma apresentação da fundamentação teórica

sobre o tema Gerenciamento de Projetos, com a análise de renomados autores,

apresentando em seguida o Estudo de Caso.

A conclusão do trabalho evidencia a necessidade que a utilização de

ferramentas de gerenciamento de projetos é fundamental para que as

empresas se mantenham competitivas no mercado.

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SUMÁRIO

Introdução ....................................................................................................................... 07

Capítulo I - Fundamentação Teórica ............................................................................. 09

Capítulo lI – Revisão da Literatura ................................................................................. 13

2.1 - Conceito de projeto ................................................................................................ 13

2.2 - Sucesso em projetos .............................................................................................. 14

2.3 - Fracasso em projetos ............................................................................................. 14

2.4 - O ciclo de vida do projeto ...................................................................................... 15

2.5 - O gerenciamento de projetos ................................................................................ 17

2.5.1 – Os grupos de processos .......................................................................... 17

2.6 - As áreas de gerenciamento de projetos ................................................................ 18

2.6.1 - Gerenciamento do escopo do projeto ...................................................... 19

2.6.2 - Gerenciamento da integração do projeto ................................................. 20

2.6.3 - Gerenciamento do tempo do projeto ........................................................ 22

2.6.4 - Gerenciamento dos custos do projeto ...................................................... 22

2.6.5 - Gerenciamento da qualidade do projeto ................................................... 23

2.6.6 - Gerenciamento dos recursos humanos do projeto .................................. 25

2.6.7 - Gerenciamento das comunicações do projeto ........................................ 26

2.6.8 - Gerenciamento dos riscos do projeto ............................................................ 26

2.6.9 - Gerenciamento das aquisições do projeto ................................................... 27

2.7 - Competências em gerenciamento de projetos ............................................... 28

2.7.1 - Habilidades interpessoais ..................................................................... 29

2.8 - Influências organizacionais .............................................................................. 29

2.8.1 - Organização funcional clássica ........................................................... 32

2.8.2 - Organização projetizada ................................................................................ 33

2.8.3 - Organização matricial ................................................................................................... 34

2.8.4 - Organização composta .................................................................................... 35

2..9 - Escritório de projetos — Project management office (PMO)........................... 36

2.9.1 - Tipos de escritório de projetos ............................................................. 37

2.9.2 - Funções de um escritório de projetos ................................................. 37

2.9.3 - Benefícios de um escritório de projetos .............................................. 38

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Capítulo III – Estudo de Caso ........................................................................................ 40

3.1 - Características básicas ......................................................................................... 40

3 .2 - Métodos de coleta de dados mais usados ........................................................... 41

3.3 - Vantagens do estudo de caso .............................................................................. 41

3.4 - A empresa pesquisada .............................................................................. 42

3.5 - A estrutura organizacional .................................................................................... 43

3.6 - O processo de gerenciamento de projetos na empresa pesquisada .................. 44

3.6.1 - Fase de iniciação ....................................................................................... 44

3.6.2 - Fase de planejamento ............................................................................... 46

3.6.3 - Fase de execução .................................................................................... 46

3.6.4 - Fase de controle ........................................................................................ 47

3.6.4.1 - Comunicação do desempenho - Relatório de Progresso ......... 47

3.6.5 - Fase de encerramento .............................................................................. 48

3.6.5.1 - Relatório de encerramento ......................................................... 48

3.6.6 - Lições aprendidas ...................................................................................... 49

Conclusão ....................................................................................................................... 51

Bibliografia ....................................................................................................................... 53

Índice de Figuras ............................................................................................................ 55

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INTRODUÇÃO

A questão que se coloca como foco deste estudo de caso é a análise da

aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos, basicamente as

definidas pelo PMI®.

Para alguns autores, executar projetos dentro de uma metodologia de

gerenciamento de projetos é uma questão de sobrevivência da empresa

moderna. Os conceitos referentes a gerenciamento de projetos e o

desenvolvimento teórico referente ao ciclo de vida de um projeto, mostra a

concepção do que vem a ser gerenciamento de projetos e aponta algumas das

vantagens advindas de sua aplicação.

A adoção da metodologia e melhores práticas definidas no PMI® como a

solução para condução de projetos complexos é um tema atual e de suma

importância para a maioria das organizações se manterem competitivas.

O Banco do Brasil, pela sua complexidade e porte, chegou a ter

catalogado mais de 4.000 demandas entre projetos, pedidos de alterações de

sistemas e novas soluções tecnológicas.

Este trabalho busca analisar a aplicabilidade da metodologia PMI® no

gerenciamento de um projeto de implementação de solução de TI em um

grande banco nacional, tendo como objetivos específicos:

• Estudar a metodologia PMI®, baseadas na documentação do PMBOK®;

• Avaliar a disseminação da metodologia na equipe de gerenciamento de

projetos;

• Acompanhar a geração de um Plano de Projeto usando a metodologia

PMI® e as expertises do Escritório de Projetos da empresa pesquisada;

• Verificar a utilização dos processos e documentação do PMBOK® para

gerenciar o projeto;

• Apresentar uma fundamentação teórica das fases que compõem o Ciclo de

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Vida de um projeto, seguindo as premissas estabelecidas no PMBOK® e

autores selecionados que versaram sobre o tema.

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CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As grandes organizações, principalmente aquelas envolvidas com o processo

de criação e desenvolvimento de produtos com alto valor agregado (complexos), têm

sido submetidas a um ambiente de concorrência cada vez mais agressivo.

SATO (2005) introduz em artigo a abordagem relacionada à dinâmica dos

processo de gerenciamento de projetos e inovação em produtos e sistemas

complexos (em inglês, CoPS – Complex Produts and Systems) e diz:

“CoPS são produzidos através de projetos, em uma única

vez ou em lotes pequenos, e a ênfase na sua produção recai em

gerenciamento de projetos, integração de sistemas e

desenvolvimento de software. Exemplos incluem centrais e redes

telefônicas, [...] sistemas de TI (Tecnologia da Informação), [...]

sistemas de automação bancária e sistemas de

gerenciamento de redes de telecomunicações.”

Para PONS (2005, p. 8)

“Com a abertura dos mercados internacionais, a evolução acelerada

da tecnologia e a facilidade da comunicação, pela própria

disseminação da internet, um boom econômico aconteceu e novos

fatores como a mudança da relação entre funcionários e empresas, o

aumento da competitividade e do nível de exigência do consumidor

alteraram a regra do jogo. O ambiente empresarial se tornou

turbulento e mais caótico, demandando novos produtos num rimo

mais rápido das empresas que quisessem sobreviver e se destacar

num mercado cada vez mais disputado.”

Nesse contexto, a capacidade de oferecer novos produtos e serviços em

tempo hábil toma-se uma vantagem competitiva importantíssima a ponto de,

em alguns negócios, consistir em pré-requisito para a sobrevivência da empresa a

longo prazo. É o que concluí PORTER (1993, p.31) em um de seus estudos

sobre competitividade:

“O que constatei é que as empresas não terão êxito se não basearem

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suas estratégias na melhoria e na inovação, numa disposição de

competir e no conhecimento realista de seu ambiente nacional e de

como melhorá-lo.”

Inovar é, então, a palavra-chave e significa aproveitar as oportunidades

advindas de mudanças econômicas, sociais ou tecnológicas para criar novas

soluções para os problemas enfrentados em tempo hábil.

Nesse ambiente, uma nova classe de projeto surgiu: os projetos

empresariais, com características distintas dos tradicionais: Devem ser entregues

"pra ontem"; São de missão crítica por natureza; Precisam ser gerenciados em um

ambiente turbulento de negócios e tecnologia e, portanto, são sujeitos a

constantes mudanças (PONS, 2005).

As inovações que tomam essas empresas competit ivas

passam, invariavelmente, pelo desenvolvimento de soluções de TI. E dentre todos

os setores da economia brasileira, o setor bancário tem se mostrado um dos mais

avançados em TI.

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, os bancos destinam

anualmente cerca de 10% de seu patrimônio no investimento em TI, mais que o

dobro da média nacional. É um dos setores que mais se utilizam da informática na

execução de sua estratégia competitiva, afirma ALBERTIN (2001).

MARCOVITCH (1996) registra que

“O setor financeiro no Brasil revela de forma exemplar o impacto

da inovação tecnológica na competitividade empresarial. Novos

serviços financeiros surgem em decorrência de competências

essenciais em tecnologia da informação.”

E haveria alguma alternativa viável de gerenciamento capaz de incrementar

a eficácia rumo à inovação em situações nas quais o ambiente é complexo? De

acordo com alguns autores, sim. E para tanto, seria necessário fazer uso das

melhores práticas de gerenciamento de projetos, já que essa seria a forma mais

adequada para lidar com produtos e sistemas complexos. Para esses autores,

executar projetos dentro de uma metodologia de gerência de projetos é uma

questão de sobrevivência da empresa moderna.

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Este estudo visa analisar no âmbito do Banco do Brasil o gerenciamento de

um projeto corporativo classificado como de alta complexidade, utilizando-se de

práticas definidas pelo PMBOK® devidamente adaptadas à realidade da

organização pelo seu Escritório de Projetos (e-PROJ).

O porte e a complexidade dessa organização e a transformação

tecnológica por que passou nos últimos anos para sobreviver num dos

segmentos mais competitivos do Brasil, constituem-se elementos

representativos para servir como laboratório desse estudo acadêmico.

O sucesso de um projeto pode ser considerado quando a sua conclusão

deu-se dentro dos prazos, custos, necessidades e expectativas estimadas

(HELDMAN, 2003).

Baseando-se em pesquisa realizada nos EUA pelo The Standish

Group (2003), com 13.522 projetos de tecnologia de informação, apenas 34% dos

projetos puderam ser considerados de sucesso. Segundo a mesma pesquisa, o

valor total de perdas dos projetos nos EUA é estimado em US$ 55 bilhões ao ano,

para um gasto total em projetos de US$ 255 bilhões. Quanto a completar o

projeto no prazo, os dados da pesquisa também não são bons. Em 2002, foi

levantada uma taxa de atraso em projetos de 82%, sendo que somente 52% das

características requeridas e funcionalidades foram entregues nos produtos

desenvolvidos nos projetos.

A mesma pesquisa aponta quais são os problemas típicos de

gerenciamento de projetos:

• Atrasos no cronograma (94% vão reiniciar pelo menos uma vez);

• Mudanças de requisitos e especificações (somente 61 % vão manter o

escopo original);

• Produtos mal projetados excedem o orçamento original em 188% e o

prazo original em 222%.

O Center for Business Practices, braço de pesquisa da Project

Management Solutions, em pesquisa recente obteve, de 74 empresas-

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participantes, respostas para a seguinte pergunta: Quais os maiores problemas

de gerenciamento de projetos? Os resultados foram os seguintes:

• 24% - Abordagens inconsistentes de gerentes de projetos;

• 20% - Dificuldade na alocação de recursos;

• 17% - Muitos projetos, não necessariamente os corretos;

• 7% - Entregas atrasadas ou acima do orçamento;

• 32% - Outros.

Atualmente, muitas organizações operam em um ambiente multiprojeto

onde diferentes projetos compartilham os recursos comuns. Mas na vida real, os

gerentes não estão tão educados assim nesta descrição, eles normalmente a

chamam de "brigar" pelos recursos ao contrário de "compartilhar" (KENDALL, 2005).

A metodologia de pesquisa adotada nesse trabalho foi o estudo de caso,

tendo como instrumento de coleta de dados a observação participativa de um

processo de gerenciamento de um projeto de implementação de solução de TI na

empresa pesquisada. O fato de conviver com um funcionário da empresa

possibilitou a obtenção de informações de forma mais objetiva e menos filtrada se as

mesmas fossem apresentadas para o público ou pesquisador externo.

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CAPÍTULO II

REVISÃO DA LITERATURA

São abordados conceitos básicos relacionados a gerenciamento de

projetos, onde autores defendem a adoção da metodologia e melhores práticas

definidas no PMI como a solução para condução de projetos complexos.

2.1 - Conceito de Projeto

São várias as definições de projeto disponíveis na literatura

consultada. Dentre estas, apresento no Quadro abaixo algumas que

considero mais aderentes ao presente estudo:

Definições de Projetos

"Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto,

serviço ou resultado exclusivo" (PMBOK, 2000).

"Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência

clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo

claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de

tempo, custo, recursos envolvido e qualidade' (VARGAS, 2003).

"Um processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e

controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um

objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e

recursos" (NBR ISSO 10006, 2000).

"Um projeto é uma organização de pessoas dedicadas visando atingir um

propósito e objetivo específico. Projetos geralmente envolvem gastos, ações únicas

ou empreendimentos de altos riscos os quais têm que ser completados numa certa

data por um montante de dinheiro, dentro de alguma expectativa de desempenho.

No mínimo todos os projetos necessitam terem sues objetivos bem definidos e

recursos suficientes para poderem desenvolver as tarefas requeridas" (TUMAN, 1983)

Os pontos em comum de todas as definições estudadas, e que o

projeto é uma ação temporária, os produtos, serviços ou resultados obtidos

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com o projeto serão exclusivos e sua elaboração é progressiva.

2.2 - Sucesso em Projetos

O sucesso em projetos tem dois componentes: a sua eficiência (quão

bem o projeto foi conduzido) e efetividade (quão bem o projeto contribui para

o atingimento dos objetivos estratégicos da organização).

KESSLER; WINKELHOFER (2002) definem dois tipos de fatores de

sucesso em projetos:

• Fatores de sucesso do gerenciamento de projetos:

o O objetivo definido para o projeto ter sido atingido;

o Os recursos do projeto planejados na forma de orçamentos,

capacidades ou tempo terem sido utilizados de acordo com o

plano.

• Fatores de sucesso para o gerenciamento de projetos:

o Da liderança do projeto;

o Do negócio do projeto.

Podemos, então, definir o sucesso para um projeto como o

atendimento dos objetivos definido para o mesmo, utilizando os recursos

orçados, a capacidade e o tempo alocados de acordo com o plano elaborado

para o projeto (PATAH, 2003).

2.3 - Fracasso em Projetos

O fracasso de um projeto pode ser definido como o não atendimento das

necessidades explicitadas pelos objetivos do projeto (PATH, 2003).

As necessidades em projetos podem ser de diversos tipos:

• Necessidades do cliente quanto a prazos, preços e qualidade do

produto do projeto;

• Necessidades da organização executora quanto ao custo do projeto;

• Necessidade do patrocinador (sponsor) do projeto quanto à projeção

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gerada pelo projeto dentro da organização executora;

• Necessidade do gerente do projeto e dos membros do time quanto

ao crescimento profissional e a remuneração adequada.

O não atendimento dessas necessidades deve ser verificado tão logo

comece a ocorrer. Identificá-los no final do projeto poder criar um impacto

negativo muito grande.

2.4 - O Ciclo de Vida do Projeto

A organização ou os gerentes de projetos podem dividir projetos em

fases para oferecer melhor controle gerencial, com ligações adequadas com as

operações em andamento da organização executora. Coletivamente, essas

fases são conhecidas como o ciclo de vida do projeto (PMBOK, 2004).

O ciclo de vida do projeto define as fases que conectam o início de um projeto

ao seu final, conforme a Figura 2.1, e não devem ser confundidas com os cinco

processos de gerenciamento de projetos (iniciação, planejamento, execução,

controle e encerramento).

Figura 2.1 – Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto. Fonte: PMBOK, 2004, p. 23

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A transição de uma fase para a outra dentro do ciclo de vida de um projeto é

denominada entrega. As entregas de uma fase geralmente são revisadas, para

garantir que estejam completas e exatas, e aprovadas antes que o trabalho seja

iniciado na próxima fase. No entanto, não é incomum que uma fase seja iniciada

antes da aprovação das entregas da fase anterior, quando os riscos envolvidos

são considerados aceitáveis.

Os ciclos de vida do projeto geralmente definem:

• Que trabalho técnico deve ser realizado em cada fase;

• Quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada

entrega é revisada, verificada e validada;

• Quem está envolvido em cada fase;

• Como controlar e aprovar cada fase.

De acordo com o PMBOK (2004), podemos identificar como

características comuns dos ciclos de vida do projeto:

• As fases geralmente são seqüenciais e definidas por alguma entrega;

• Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, atingem o valor

máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme o

projeto é finalizado. A Figura 2.2 ilustra esse padrão;

• O nível de incertezas é o mais alto (risco de não atingir os objetivos) no

início do projeto. A certeza de término geralmente se torna cada vez maior

conforme o projeto continua;

• A capacidade das partes interessadas de influenciarem as características

finais do produto do projeto e o custo final do projeto é mais alta no início e

toma-se cada vez menor conforme o projeto continua;

• O custo das mudanças e da correção de erros aumenta conforme o projeto

continua.

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2.5 - O Gerenciamento de Projetos

O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento,

habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos

seus requisitos. [...] é realizado através da aplicação e da integração dos cinco

processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução,

controle e encerramento (PMBOK, 2004, p. 8).

2.5.1 - Os Grupos de Processos

De acordo com PMBOK® os processos de gerenciamento de projetos

podem ser organizados em cinco grupos, cada um deles contendo um ou mais

processos (Figura 2.3).

Figura 2.2: Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu ciclo de vida. Fonte: PMBOK, 2004, p. 21.

Figura 2.3: Os grupos de processos de gerenciamento de projetos. Fonte: PMBOK, 2004

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Num grupo de processos, as fases individuais são ligados por suas entradas

e saídas (interações entre os processos). Sendo assim, ainda de acordo com o

PMBOK (2004), podemos descrever cada processo em termos de:

• Entradas — são os documentos ou itens documentáveis que influenciarão

o processo;

• Ferramentas e Técnicas — mecanismos aplicados às entradas para criar

os resultados (saídas);

• Saídas — são os documentos ou itens documentáveis que resultarão

do processo.

Os Grupos de Processos não são separados ou descontínuos,

nem acontecem uma única vez durante o projeto, mas são formados por

atividades que se sobrepõem ao longo de cada fase do projeto (Figura 2.4). Além

disso, os grupos de processos se ligam pelos resultados que produzem (saídas),

e o resultado de um processo é a entrada para o outro.

2.6 - As Áreas de Gerenciamento de Projetos

O PMBOK® está organizado em nove (9) áreas de conhecimento em

Figura 2.4: Sobreposição dos grupos de processos durante o desenvolvimento do projeto.

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gerenciamento de projetos (Figura 2.5).

Figura 2.5: As nove áreas de conhecimento em gerenciamento de projeto Fonte: PMBOK, 2000.

Cada área de conhecimento se refere a um aspecto a ser considerado

dentro da gerência de projetos. A não execução de processos de uma área

afeta negativamente o restante, pois o projeto é um esforço integrado.

2.6.1 - Gerenciamento do Escopo do Projeto

São os processos necessários para assegurar que o projeto contemple

todo o trabalho requerido, e nada mais que o trabalho requerido, para completar o

projeto com sucesso.

Esta área de conhecimento compreende os processos necessários (Figura 2.6)

para o gerenciamento do escopo do projeto: Planejamento do Escopo, Definições do

Escopo, Criar EAP, Verificação do Escopo e Controle do Escopo.

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Envolve os processos necessários para assegurar que o projeto contém

todo o trabalho necessário para completar o projeto com sucesso. O seu foco

principal é na definição e controle do que está ou não considerado no projeto

(VARGAS, 2003, p.26).

O escopo do projeto é um subconjunto do gerenciamento que tem como

função assegurar que todos os elementos do projeto foram bem definidos. Descrever

como o escopo do projeto será gerenciado e como as modificações serão

incorporadas (HELDMAN, 2003, p.35).

2.6.2 Gerenciamento da Integração do Projeto

Gerenciamento da integração envolve os processos necessários para

garantir que os vários elementos do projeto sejam coordenados de forma apropriada.

Envolve as negociações dos conflitos entre objetivos e alternativas

concorrentes, com a finalidade de atingir ou exceder às necessidades e

expectativas dos stakeholders interessados.

Planejamento do Escopo

Desenvolver uma declaração escrita do escopo como base para futuras decisões do projeto.

Definições do Escopo

Criar EAP

Controle do Escopo

Verificação do Escopo

Subdividir os principais subprodutos do projeto em componentes menores e mais manejáveis.

Decomposição hierárquica do trabalho a ser executado pela equipe do projeto.

Formalização e aprovação do escopo do projeto.

Controlar as mudanças de escopo, envolvendo escopo do projeto e do produto.

Figura 2.6: Os processos do gerenciamento de escopo do projeto. Fonte: PMBOK, 2004, p.105.

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O gerenciamento integrado engloba todos os processos necessários

para que o projeto seja coordenado de forma adequada envolvendo todas as

áreas essenciais do projeto. Para VARGAS ( 2003, p. 23)

“O processo de integração do projeto consistem em garantir que

todas as demais áreas estejam integradas em um todo único. Seu

objetivo é estruturar todo o projeto de modo a garantir que as

necessidades dos envolvidos sejam atendidas, ou até mesmo

superadas, pelo projeto.”

São os processos (Figura 2.7) necessários para assegurar que os

diversos elementos do projeto sejam adequadamente coordenados.

Figura 2.7: Os processos do gerenciamento da integração do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. p.79.

Desenvolver o termo de abertura

Autoriza formalmente um projeto ou uma fase do projeto.

Monitoramento e controle dos processos usados para iniciar, planejar, executar e encerrar um projeto para atender os objetivos.

Revisão de todas as solicitações de mudança, aprovação de mudanças e controle das mudanças.

Execução do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para atingir os requisitos do projeto.

Documentação das ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares em plano de gerenciamento.

Fornece uma declaração de alto nível do escopo do projeto.

Orientar e gerenciar a execução

Desenvolver o plano de

gerenciamento

Desenvolver a declaração de

escopo preliminar

Monitorar e controlar o

trabalho do projeto

Controle integrado de mudanças.

Encerrar o projeto. Finalização de todas as atividades em todos os grupos de processos de gerenciamento de projetos.

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2.6.3 - Gerenciamento do Tempo do Projeto

Envolve os processos (Figura 2.8) necessários para garantir o término do

projeto no prazo previsto. O gerenciamento do tempo do projeto tem como objetivo

planejar a execução dos processos de acordo com o tempo determinado pelo cliente,

nem antes, nem depois, no tempo real. Segundo HELDMAN (2003, p.35)

“São seis processos que envolvem as áreas do conhecimento

Gerenciamento dos Tempos do Projeto [...] Ela abrange a

estimativa da duração das atividades do plano do projeto,

vislumbrando um cronograma do projeto, monitorando e

controlando os desvios do cronograma. Em termos gerais essa

área de conhecimento trata da conclusão de projeto em tempo

hábil.”

2.6.4 Gerenciamento dos Custos do Projeto

Gerenciamento dos custos envolve os processos (Figura 2.9) requeridos

para garantir o término do projeto dentro do orçamento aprovado. O gerenciamento

Figura 2.8: Os processos do gerenciamento de tempo do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. p.125.

Definição das Atividades

Identificar as atividades que devem ser realizadas para produzir diversos subprodutos do projeto.

Analisar a seqüência e as durações das atividades, e os requisitos de recurso para criar o cronograma do projeto.

Controlar as mudanças no cronograma do projeto.

Estimar a duração de trabalho que serão necessários para implementar cada atividade.

Estimar a quantidade de período de trabalho que serão necessários para implementar cada atividade.

Identificar e documentar as relações de dependência entre as atividades.

Estimativas de duração da

Atividade

Estimativas de recursos da

Atividade

Seqüenciamento das Atividades

Desenvolvimento do Cronograma

Controle do Cronograma

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dos custos tem como objetivo cuidar dos recursos disponíveis para execução de

todos o ciclo de vida do projeto, evitando custos que não estavam previstos no projeto.

Figura 2.9: Os processos do gerenciamento de custos do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. p.159.

Para SILVA (2000, p. 223) "Custos são todos os fatores direto

ou indiretamente aplicados no processo de produção, ou geração de serviços

prestados".

De acordo com VARGAS (2003, p. 34) "O Gerenciamento de Custos tem

como objetivo garantir que o capital disponível será suficiente para obter todos os

recursos para se realizarem os trabalhos do projeto".

2.6.5 - Gerenciamento da Qualidade do Projeto

Gerenciamento da qualidade envolve os processos (Figura 2.10)

requeridos para assegurar que o projeto irá satisfazer as necessidades para o

qual foi criado. Isto inclui as atividades de gerência geral que determina os

objetivos, a política e as responsabilidades em relação à qualidade e suas

implementações tais como: planejamento, controle, garantia e melhoria de

qualidade dentro do sistema de qualidade.

Estimativa de Custos

Orçamentação dos custos

Desenvolver uma estimativa dos custos para a implementação das atividades do projeto.

Alocar a estimativas dos custos do projeto aos itens individuais de trabalho.

Controle dos custos

Controlar as mudanças no orçamento do projeto.

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1

Figura 2.10: Os processos do gerenciamento da qualidade do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. p.182.

Conforme BROCKA (1994, p.5),

“Gerenciamento da qualidade fornece confiança sobre as pessoas

e as envolve completamente. Constitui-se uma filosofia e em uma

série de princípios que representam os fundamentos de uma

melhoria continua sobre a organização, sobre todos os seus

processos e uma medida das necessidades dos clientes.”

Dentre os membros do projeto, o gerente de projeto deve ser o principal

componente a estar treinado e conhecer os princípios da qualidade.

Segundo SHIOZAWA (1993), "O fundamental quando da adoção de um

conceito de qualidade por uma organização é que seu significado esteja

perfeitamente entendido e seja uma linguagem comum para toda a organização." A

visão apresentada por este livro procura combinar, de forma estratégica, três

conceitos básicos:

• O atendimento ao cliente como a principal vantagem competitiva das

organizações, garantindo a fidelidade do cliente e a conquista de

novos mercados;

• A tecnologia de informações como ferramenta privilegiada das

empresas da economia global para alavancar o negócio da

organização;

• A gestão estratégica da qualidade, compatibilizando o dinamismo e

Planejamento da qualidade

Realizar a garantia da qualidade

Identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto.

Aplicação das atividades de qualidade planejadas para garantir que o projeto emprega todos os processos necessários para atender aos requisitos.

Realizar o controle da qualidade

Monitoramento de resultados específicos do projeto a fim de determinar se eles estão de acordo com os padrões de qualidade e identificação de maneiras de eliminar as causas de um desempenho insatisfatório.

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as exigências do mercado com o ambiente externo da organização.

Para um completo entendimento do conceito da qualidade, é importante

ainda compreender-se que existem vários requisitos que devem ser observados

para se atingir, de fato, a maximização do sucesso do cliente. Existe uma divisão de

requisitos dividida em: requisitos do cliente, da organização, do mercado e da

sociedade.

2.6.6 - Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto

Gerenciamento de recursos humanos envolve os processos (Figura

2.11) requeridos para tomar o uso mais efetivo das pessoas que estão

envolvidas no projeto. Isto inclui todos os stakeholders.

Figura 2.11: Os processos do gerenciamento dos recursos humanos do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. p.201.

De acordo com VARGAS (2003, p. 40) "O Gerenciamento dos Recursos

Humanos tem como objetivo central fazer o melhor uso dos indivíduos envolvidos

no projeto".

Segundo VARGAS (2003, p. 10) "As pessoas não estavam trabalhando

nos mesmos padrões, ou os padrões de trabalho não foram estabelecidos".

De acordo com VARGAS (2003, p. 40) "os recursos humanos

são necessários em vários níveis de especialidade e experiência, dependendo

da natureza do trabalho a ser realizado, do nível de maturidade do time do projeto

e das restrições internas e externas".

Planejamento de Recursos Humanos

Contratar a equipe de projeto

Desenvolver a equipe de projeto

Identificação e documentação de funções, responsabilidades e relações hierárquicas do projeto e criação do plano de gerenciamento de pessoal.

Obtenção de recursos humanos necessários para terminar o projeto.

Melhoria de competências e interação de membros da equipe para aprimorar o desempenho do projeto.

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2.6.7 - Gerenciamento das Comunicações do Projeto

Gerenciamento de Comunicação envolve os processos (Figura 2.12)

requeridos para assegurar a geração, coleção, disseminação, dissertação,

armazenamento e disposição final de informação de projeto adequada e

apropriadamente. Provê as ligações acerca de pessoas, idéias e informação que

são necessárias para o sucesso do projeto. Todos os envolvidos devem ser

preparados para enviar e receber comunicações na "linguagem" do projeto e devem

entender como as comunicações individuais afetam o projeto como um todo.

Segundo HELDMAN (2003, p.252),

Os processos da área de conhecimento Comunicações tentam

garantir que as informações do projeto, inclusive os planos de

projeto, avaliações de risco, anotações feitas em reuniões e muito

mais, sejam reunidas e documentadas, como também,

asseguram a distribuição e compartilhamento das

informações.

Figura 2..12: Os processos do gerenciamento das comunicações do projeto Fonte: PMBOK, 2004, p.222.

2.6.8 - Gerenciamento dos Riscos do Projeto

Gerenciamento dos riscos envolve os processos (Figura 2.13)

relacionados à identificação, análise e resposta aos riscos de projetos. Isso

Planejamento das comunicações

Determinação das necessidades de informações e comunicações das partes interessadas no projeto.

Coleta e distribuição das informações sobre o desempenho. Inclui o relatório de andamento, medição do progresso e previsão.

Colocação das informações necessárias à disposição das partes interessadas no projeto no momento adequado

Gerenciar as partes

interessadas

Relatório de desempenho

Distribuição das informações

Gerenciamento das comunicações para satisfazer os requisitos das partes interessadas no projeto e resolver problemas com elas.

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inclui maximizar os resultados de ocorrências positivas e minimizar as

conseqüências de eventos adversos.

Segundo HELDMAN (2003, p.162):

"os riscos se manifestam de diversos motivos. Alguns internos e

outros externos ao projeto [...] Os riscos associados ao projeto em

geral estão relacionados aos objetivos do projeto, o que por sua

vez, interferem no tempo, custo e qualidade ou qualquer

combinação dos três".

Figura 2..13: Os processos do gerenciamento de riscos do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. P.239.

2.6.9 - Gerenciamento das Aquisições do Projeto

Gerenciamento das aquisições envolve os processos (Figura 2.14)

requeridos para adquirir bens e serviços externos à organização. HELDMAN

(2003, p.162) informa que "Gerenciamento das Aquisições abrange os processos

relacionados a compra de mercadorias ou serviços em fornecedores externos,

Análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto.

Acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação de novos riscos, execução de planos de respostas a riscos e avaliação de sua eficácia durante todo o ciclo de vida do projeto.

Priorização dos riscos para análise ou ação adicional subseqüente através de avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto.

Determinação dos riscos que podem afetar o projeto e documentação de suas características.

Decisão de como abordar, planejar e executar as atividades de gerenciamento de riscos de um projeto.

Análise qualitativa dos riscos

Identificação dos riscos

Planejamento do gerenciamento de

riscos

Análise quantitativa dos

riscos

Monitoramento e controle de riscos

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contratados e distribuidores".

Figura 2.14: Os processos do gerenciamento de aquisições do projeto. Fonte: PMBOK, 2004. p.272.

2.7 - Competências em Gerenciamento de Projetos

O gerenciamento geral inclui o planejamento, a organização, a formação

de pessoal, a execução e o controle de operações de uma empresa existente. Ele

inclui disciplinas de apoio como:

• Contabilidade e gerenciamento financeiro;

• Compras e aquisições;

• Vendas e marketing;

• Contratos e legislação comercial;

• Fabricação e distribuição;

• Logística e cadeia de abastecimento;

Planejar compras e aquisições

Decisão de que comprar ou adquirir e de quando e como fazer.

Planejar contratações

Solicitar respostas de fornecedores

Selecionar fornecedores

Administração de Contratos

Encerramento do contrato

Documentação dos requisitos de produtos, sérvios e resultados e identificação de possíveis fornecedores.

Obtenção de informações, cotações, preços, ofertas ou propostas.

Análise de ofertas, escolha entre possíveis fornecedores e negociação de um contrato por escrito com cada fornecedor.

Gerenciamento do contrato e da relação entre o comprador e o fornecedor.

Terminar ou liquidar cada contrato, inclusive a resolução de quaisquer itens em aberto, e encerrar cada contrato aplicável ao projeto ou a uma fase do projeto.

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• Planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional;

• Estruturas organizacionais, comportamento organizacional, administração de

pessoal, compensação, benefícios e planos de carreira;

• Práticas de saúde e segurança;

• Tecnologia da informação.

O gerenciamento geral fornece a base para a criação das habilidades de

gerenciamento de projetos e muitas vezes é essencial para o gerente de projetos.

Em qualquer projeto específico, talvez seja necessária habilidade em diversas

áreas de gerenciamento geral. Essas habilidades estão documentadas na

literatura sobre gerenciamento geral e sua aplicação é fundamentalmente a mesma

em um projeto.

2.7.1 - Habilidades Interpessoais

O gerenciamento de relações interpessoais inclui:

• Comunicação eficaz;

• Influência sobre a organização. A capacidade de "fazer com que as

coisas aconteçam";

• Liderança. Desenvolver uma visão e uma estratégia e motivar as pessoas

para que alcancem essa visão e essa estratégia;

• Motivação. Estimular as pessoas para que alcancem altos níveis de

desempenho e superem as barreiras que impedem as mudanças;

• Negociação e gerenciamento de conflitos. Conversar com outras pessoas

para chegar a um entendimento ou um acordo;

• Resolução de problemas. A combinação entre definição do problema,

identificação e análise de alternativas e tomada de decisões.

2.8 - Influências Organizacionais

Os projetos estão inseridos em uma realidade que é maior que o projeto.

A maturidade da organização em relação ao seu sistema de gerenciamento de

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projetos, sua cultura, seu estilo, sua estrutura organizacional e seu escritório de

projetos influenciam diretamente o projeto.

Para o efetivo gerenciamento de um projeto, a equipe que irá executá-lo

necessita estar organizada segundo uma estrutura. É esta estrutura que irá definir a

sistemática de trabalho do grupo com o objetivo de entregar os resultados do projeto

ao cliente no prazo previsto, dentro do custo programado e segundo

as características técnicas definidas inicialmente (PATAH, 2002).

Nos últimos anos uma revolução vem ocorrendo no desenvolvimento de

novas estruturas organizacionais. Os executivos perceberam que as

organizações devem ser mais dinâmicas, capazes de se reestruturar

rapidamente conforme as necessidades do mercado (KERZNER, 2001).

Como alternativa à rigidez da estrutura organizacional funcional (tradicional)

surgiram as estruturas projetizadas e matriciais.

Segundo MEREDITH; MANTEL (2000), a estrutura projetizada vem

apresentando um rápido crescimento nas últimas décadas por muitas razões:

• A velocidade de resposta e a orientação ao mercado tornaram-se

uma exigência para a obtenção de sucesso nos dias de hoje;

• O desenvolvimento de novos produtos, processo ou serviços

regularmente requer informações das mais diferentes áreas de

conhecimento;

• A rápida expansão de novidades tecnológicas em praticamente todas as

áreas das empresas, tende a desestabilizar as estruturas funcionais;

• Uma grande parte da alta administração não se sente muito confiante no

entendimento e na coordenação de todas as atividades que ocorrem

dentro das organizações.

Segundo KERZNER (2001), existem cinco indicadores que mostram que

a estrutura tradicional pode não ser a mais adequada para gerenciar projetos:

• Os gerentes estão satisfeitos com as habilidades técnicas de suas equipes,

mas os projetos não estão sendo executados segundo os cronogramas

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definidos e dentro dos custos programados;

• Existe um grande compromisso na execução do projeto, mas uma alta

variação na performance do mesmo;

• Muitos talentosos especialistas envolvidos com o projeto se sentem sub-

utilizados;

• Grupos específicos de trabalho reclamam constantemente uns dos outros

por falhas na entrega do trabalho dentro do prazo previsto;

• Projetos estão sendo executados dentro das especificações e nos prazos

previstos, mas os subgrupos e os indivíduos não estão satisfeitos com os

resultados.

A figura 2.15 compara a influência das diferentes estruturas organizacionais

no gerenciamento de projetos.

Figura 2.15: Influência da estrutura organizacional nos projetos. Fonte: PMBOK, 2004, p.28.

A maior parte das organizações desenvolveu culturas

exclusivas e descritíveis. Essas culturas se refletem em diversos fatores, que

incluem:

• Normas, crenças, expectativas e valores compartilhados;

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• Políticas e procedimentos;

• Visão das relações de autoridade;

• Ética do trabalho e horas de trabalho.

As culturas organizacionais geralmente possuem influência direta no

projeto. Por exemplo:

• Uma equipe que propõe uma abordagem pouco usual ou de alto risco tem

maior probabilidade de garantir a aprovação em uma organização

agressiva ou empreendedora;

• Um gerente de projetos com estilo altamente participativo provavelmente

encontrará problemas em uma organização com hierarquia rígida,

enquanto um gerente de projetos com estilo autoritário também enfrentará

problemas em uma organização participativa.

2.8.1 - Organização Funcional Clássica

A organização funcional clássica, mostrada na Figura 2.16, é uma hierarquia

em que cada funcionário são agrupados por especialidade e possui um superior

bem definido. As organizações funcionais ainda possuem projetos, mas o

escopo do projeto geralmente é restrito aos limites da função.

Figura 2..16: Organização Funcional Clássica. Fonte: PMBOK, 2004, p.29.

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As organizações não baseadas em projetos com freqüência podem não

ter sistemas de gerenciamento projetados para dar suporte às necessidades

dos projetos de modo eficiente e eficaz. A ausência de sistemas orientados a

projetos normalmente dificulta o gerenciamento de projetos. Em alguns casos,

as organizações não baseadas em projetos terão departamentos ou outras

subunidades que operam como organizações baseadas em projetos com

sistemas para dar suporte a eles. A equipe de gerenciamento de projetos deve

estar ciente de como a estrutura e os sistemas da sua organização afetam o

projeto.

2.8.2 - Organização Projetizada

Na extremidade oposta está a organização por projeto, mostrada na Figura

2.17. Em uma organização por projeto, os membros da equipe geralmente são

colocados juntos. A maior parte dos recursos da organização está envolvida no

trabalho do projeto e os gerentes de projetos possuem grande independência e

autoridade. As organizações por projeto em geral possuem unidades organizacionais

denominadas departamentos, mas esses grupos se reportam diretamente ao

gerente de projetos ou oferecem serviços de suporte para os diversos projetos.

Figura 2.17: Organização Projetizada. Fonte: PMBOK, 2004, p.29.

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Organizações baseadas em projetos são aquelas cujas operações

consistem basicamente de projetos. Essas organizações estão incluídas em duas

categorias:

• Organizações cuja receita é obtida principalmente da realização de

projetos para terceiros sob contrato — empresas de arquitetura, firmas de

engenharia, consultores, empreiteiras e contratadas do governo;

• Organizações que adotaram o gerenciamento por projetos. Essas

organizações normalmente possuem sistemas de gerenciamento

instalados para facilitar o gerenciamento de projetos. Por exemplo, seus

sistemas financeiros em geral são especificamente projetados para

contabilizar, acompanhar e emitir relatórios de diversos projetos

simultâneos.

2.8.3 - Organização Matricial

As organizações matriciais, conforme mostrado nas Figuras 2.18 a 2.20, são

uma combinação de características das organizações funcional e por projeto. As

matrizes fracas mantêm muitas características de uma organização funcional e a

função do gerente de projetos é mais de um coordenador do que de um gerente.

De modo semelhante, as matrizes fortes possuem muitas das características da

organização por projeto, e podem ter gerentes de projetos em tempo integral

com autoridade considerável e pessoal administrativo trabalhando para o projeto em

tempo integral.

Figura 2.18: Organização Matricial Fraca. Fonte: PMBOK, 2004, p.30.

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Figura 2.19: Organização Matricial Balanceada. Fonte: PMBOK, 2004, p.30.

Figura 2.20: Organização Matricial Forte. Fonte: PMBOK, 2004, p.31.

2.8.4 - Organização Composta

A maioria das organizações modernas envolve todas as estruturas já

citadas em vários níveis, conforme mostrado na Figura 2.21. Por exemplo, uma

organização funcional pode criar uma equipe especial para cuidar de um

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projeto crítico com muitas características de uma equipe de projeto de uma

Organização Projetizada. A equipe pode incluir pessoal de diferentes

departamentos funcionais trabalhando em tempo integral, pode

desenvolver seu próprio conjunto de procedimentos operacionais e

pode operar fora da estrutura hierárquica formal.

Figura 2.21: Organização Composta Fonte: PMBOK, 2004, p.31.

2.9 - Escritório de Projetos - PROJECT MANAGEMENT OFFICE (PMO)

O Guia PMBOK (2000) define Escritório de Projetos (em inglês, Project

Management Office-PMO), como "uma unidade organizacional que centraliza e

coordena o gerenciamento de projetos sob seu domínio".

O PMO pode ser definido como uma entidade organizacional

estabelecida para auxiliar os gerentes de projetos e os times da organização na

implementação dos princípios, práticas, metodologias, ferramentas e técnicas de

gerenciamento de projetos (DAL, 2001).

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É entre as estruturas de gerenciamento de projetos que são utilizadas

para gerenciar projetos nos dias de hoje a de maior sucesso.

2.9.1 - Tipos de Escritório de Projetos

Em artigo apresentado por CARNEIRO (2005), CRAWFORD (2002), da

PM Solutions, conceitua-se a existência de três tipos de escritório, de acordo com a

sua utilização:

Escritório de Controle - que é desenhado e concebido para um programa,

projeto ou iniciativa única. Geralmente são projetos estratégicos da

empresa, onde é montada uma estrutura específica para gestão e

controle do mesmo. Vemos muitos casos desse tipo de escritório em

empresas de telecomunicações no Brasil;

Escritório de Projetos de Negócios – é assim denominado o escritório de uma

área de negócios ou funcional. Também denominamos como escritório

setorial. No Brasil, observamos que a maioria dos escritórios de projetos são

desse tipo e são predominantes dos setores de TI das empresas;

Escritório de Projetos Estratégicos (ou Corporativo) – desenhado e

implementado para atender a todos os setores da organização.

Na prática, as empresas adotam, de modo geral, mais de um tipo de

escritório.

Conforme pesquisa realizada com 74 empresas pelo Center for Business

Practices, braço de pesquisa da PM Solutions, em média "3,6 unidades de

escritório de projetos de controle (com média de 8,4 pessoas), 2,5 unidades de

escritórios de projetos de negócios (com média de 9,1 pessoas) e 1,0 escritório

de projetos estratégico (com média de 6,1 pessoas trabalhando)".

2.9.2 - Funções de um Escritório de Projetos

O PMO pode ter várias funções, e aí observamos diferenças nas suas

implementações, pois cada empresa pode desenvolver funções diversas no

escritório.

As principais funções de um PMO, segundo CARNEIRO (2005), são:

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• Controle - funções de controle, auditoria e revisão dos projetos e seus

produtos e entregas;

• Coachinq - funções de treinamento, mentoria e suporte aos gerentes de

projetos, cujo foco é o desenvolvimento da capacidade de gestão da

equipe;

• Estruturação – funções de estruturação de ambiente de projetos através de

processos, metodologia e software de gestão de projetos e de protfólio e

ambiente colaborativo;

• Proiect Intelliqence - funções de análise e métricas de resultados em

projetos, através do cruzamento de informações históricas, análise de

indicadores e de resultados e ajuda na priorização e seleção de projetos,

alinhados ao planejamento estratégico e outras decisões gerencias;

• Gestão de recursos – funções de gestão de recursos humanos de projetos,

para controle de produtividade, desempenho e compartilhamento de

recursos pelos projetos e desenvolvimento de planos de desenvolvimento.

A fase atual é de grande expansão de escritórios de projetos no Brasil.

Analisando-se o que tem ocorrido com outros países que

implementam gerenciamento de projetos há mais tempo, podemos concluir que

o caminho é sem volta.

Sem dúvida, o escritório de projetos é uma forma de acelerar a resposta aos

principais desafios encontrados pela empresa na gestão dos seus projetos: atraso

e estouro nos orçamentos; falta de metodologia e procedimentos padronizados;

aumento da cultura e habilidades gerenciais; treinamento e aculturamento

apropriado; gestão insuficiente do portfólio de projetos; necessidades de criação de

métricas para gestão de portfólio de projetos; falta de alinhamento entre ações dos

projetos e a estratégia das empresas e muitos outros.

2.9.3 - Benefícios de um Escritório de Projetos

Conforme artigo de BARCAUI et al (2004), resultado de pesquisa

publicada em janeiro de 2004, em que 2.567 pessoas responderam a um

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questionário para identificar o perfil dos escritórios de gerenciamento de projetos

em organizações atuantes no Brasil, observou-se alguns aspectos importantes:

“Das empresas que responderam e que tinham um estrutura de

escritório de projetos, 32% eram de TI, 18% de

Telecomunicações e 10% de Engenharia. Perguntados sobre

os motivos pelos quais os escritórios foram implementado,

19% indicaram ser pela necessidade de alinhamento com

melhores práticas de gerência de projetos no mercado, 17%

por ausência de metodologia, processos e padrões de

gerenciamento, 17% pela ausência total ou parciai do

controle de portfólio necessário à gerência executiva da

empresa e 13% devido aos atrasos freqüentes nos projetos.

Atrasos na entrega foi apontado por 13% e estouro no orçamento

5%, totalizando 18%. Outros motivos são: insatisfação dos

clientes/usuários; utilização inadequada das equipes; ausência

de treinamento de equipe de gerenciamento de projetos; falta de

registro de lições aprendidas e outros.”

Nessa mesma pesquisa de BARCAUI et al (2004), 45% das empresas

que responderam o questionário tinham implementado os escritórios de

projetos recentemente, entre um e dois anos; 41 % implementaram entre dois a

cinco anos e apenas 14% tinham escritórios implementado a mais de cinco anos.

Isso demonstra que apesar das melhorias significativas de utilização de práticas

de gerenciamento de projetos, essas iniciativas são relativamente novas.

Para CRAWFORD (2002), um escritório de projetos deve ser

implementado entre três a cinco anos. Partindo dessa afirmação, conclui-se, pela

pesquisa citada, que os escritórios montados no Brasil estão, na sua maioria,

em processo de implementação e amadurecimento.

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40

CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO

O método de pesquisa utilizado para esse trabalho foi o estudo de caso,

com coleta de dados tipo observação participativa.

O método de estudo de caso é um método específico de pesquisa de

campo. Estudos de campo são investigações de fenômenos à medida que

ocorrem, sem qualquer interferência significativa do pesquisador. Seu objetivo é

compreender o evento em estudo e ao mesmo tempo desenvolver teorias mais

genéricas a respeito dos aspectos característicos do fenômeno observado

(MORESI, 2004).

O estudo de caso consiste em uma investigação detalhada de uma ou

mais organizações, ou grupos dentro de uma organização, com vista a prover uma

análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo. O

fenômeno não está isolado de seu contexto (como nas pesquisas de laboratório), já

que o interesse do pesquisador é justamente essa relação entre o fenômeno e

seu contexto. A abordagem de estudo de caso não é um método propriamente

dito, mas uma estratégia de pesquisa (MORESI, 2004).

3.1 - Características Básicas

As principais características do estudo de caso são (MORESI, 2004):

• Fenômeno observado em seu ambiente natural;

• Dados coletados por diversos meios;

• Uma ou mais entidades (pessoa, grupo, organização) são examinadas;

• A complexidade da unidade é estudada intensamente;

• Pesquisa dirigida aos estágios de exploração, classif icação e

desenvolvimento de hipótese do processo de construção do conhecimento;

• Não são utilizados controles experimentais ou manipulações;

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• O pesquisador não precisa especificar previamente o conjunto de variáveis

dependentes e independentes;

• Os resultados dependem fortemente do poder de integração

do pesquisador;

• Podem ser feitas mudanças na seleção do caso ou dos métodos de

coleta de dados à medida que o pesquisador desenvolve novas

hipóteses;

• Pesquisa envolvida com questões "como" e "por que" ou invés

de freqüências ou incidências;

• Enfoque em eventos contemporâneos.

3.2 - Métodos de Coleta de Dados Mais Usados

Os métodos de coleta de dados mais comuns em um estudo de caso

são a observação e as entrevistas.

O estudo de caso emprega vários métodos: entrevistas,

observação participante e estudos de campo, por exemplo (MORES, 2004).

3.3 - Vantagens do Estudo de Caso

A grande vantagem do estudo de caso é permitir ao pesquisador

concentrar-se em um aspecto ou situação específica e identificar, ou

tentar identificar, os diversos processo que interagem no contexto estudado.

Esses processo podem permanecer ocultos em pesquisa de larga escala

(utilizando questionário), porém são cruciais para o sucesso ou fracasso de

sistemas ou organizações (MORES, 2004).

Enquanto os questionários e outros métodos estruturados

conseguem respostas apenas aos aspectos especificamente questionados,

os estudos de caso são mais receptivos a informações não previstas pelo

pesquisador ((MORES, 2004). O ponto forte do estudo de caso é sua

capacidade de explorar processos sociais à medida que esses ocorrem nas

organizações, permitindo uma análise processual, contextual e longitudinal das

várias ações e significados que ocorrem e são construídos nas

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organizações. A natureza mais aberta da coleta de dados em estudos

de caso permite analisar em profundidade os processo e as relações entre

eles (MORESI, 2004).

3.4 - A Empresa Pesquisada

Conforme já explicitado nesse trabalho, um dos critérios de escolha do

Banco do Brasil para o presente estudo está baseado na minha convivência com

um funcionário que está trabalhando atualmente na etapa de iniciação de um

grande projeto de desenvolvimento de TI na empresa, fator facilitador para o

desenvolvimento desse trabalho em função do método de coleta de dados da

pesquisa que foi escolhido (observação participativa).

Nos últimos anos, as mudanças no Banco do Brasil mostraram que o

conglomerado BB respondeu ao desafio da competição e está preparado para

atuar no novo cenário financeiro.

O BB oferece soluções adequadas para todas as necessidades de

serviço bancário de seus milhões de clientes, de grandes operações de

engenharia financeira ao crédito pessoal. Pessoas jurídicas podem contar com o

atendimento diferenciado, que oferece soluções sob medida para cada segmento de

empresas.

O BB conta com a maior rede de auto-atendimento do país, com mais de

33.000 terminais, presentes nas mais distantes localidades do país e no exterior.

O compartilhamento de terminais de auto-atendimento com a Caixa Econômica

Federal ampliou ainda mais esse leque de opções.

Essa rede de agências e o portfólio de produtos e serviços estão

suportados numa base tecnológica concentrada em Brasília (DF).

É necessário ter a visão e, sobretudo a compreensão das estruturas do

BB para se perceber a complexidade dessa instituição financeira nos aspectos

relacionados à forma como são conduzidos os processos de desenvolvimento de

TI, escopo desse trabalho. O Setor financeiro é, sem dúvida, um dos setores que

mais depende da tecnologia da informação para se manter competitivo. Não

existe nenhum produto ou serviço financeiro que independa de TI.

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3.5 - A Estrutura Organizacional

O Conglomerado BB é constituído de uma estrutura

organizacional diversificada (Figura 3.1). Além das Unidades Negociais

responsáveis pela gestão de cada segmento de mercado (clientes pessoas

físicas, clientes micro e pequenas empresas, clientes corporate, clientes médias

empresas, clientes governo, clientes do agronegócio etc.), fazem parte do

Conglomerado um grande número de empresas Coligadas.

Figura 3.1- Organograma do Banco do Brasil Fonte: Página da Internet do Banco do Brasil 12.06.2009.

O que se confirma neste estudo é que no BB, assim como a maioria das

grandes organizações modernas, convivem, simultaneamente, todos os tipos de

estruturas em uma Estrutura Organizacional Composta.

Para alguns casos específicos, autorizados pela Alta Administração da

organização, é criada pelo Banco uma equipe especial provisória para cuidar de

um projeto particular, que tem muitas características de uma equipe de projeto

de uma Organização Projetizada (Figura 23), com estrutura hierárquica própria.

Essa equipe pode incluir pessoal de diferentes departamentos funcionais

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trabalhando em tempo integral, pode desenvolver seu próprio conjunto de

procedimentos operacionais e pode operar fora da estrutura hierárquica formal.

Concluído o projeto, a equipe é dissolvida e os funcionários retornam para as

equipes funcionais.

Nos últimos tempos, o Banco, por iniciativa da área de tecnologia, vem

estruturando um Escritório de Projetos, responsável por assegurar que o

gerenciamento de projetos de TI seja aplicado eficazmente, com um padrão de

atuação de equipe especial definitiva.

O Escritório de Projetos atua fornecendo apoio técnico, ferramentas e

serviços para o gerenciamento de projetos, auxiliando na formação de Líderes de

Projetos, orientando os líderes na montagem dos seus planos de projetos,

oferecendo uma visão geral dos projetos para o comitê patrocinador,

disponibilizando base de conhecimento de projetos, lições aprendidas e

melhores práticas.

Além disso, o Escritório de Projetos fornece todo o apoio necessário às

Unidades e Diretorias, clientes da Diretoria de Tecnologia, na Iniciação de seus

projetos, fornecendo modelos, metodologia e consultoria.

3.6 - O Processo de Gerenciamento de Projetos na Empresa Pesquisada

O Escritório de Projetos do Banco do Brasil adota a metodologia PMI®

no gerenciamento de projetos, agrupando as fases do projeto em cinco grupos

de processos: Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento.

O Líder de Negócio, declarado formalmente pela unidade de negócios

demandante da solução, é o responsável pelo processo de Iniciação e participa

ativamente na fase de Planejamento, cuja coordenação é de responsabilidade

do Líder de Projeto da Diretoria de Tecnologia, que irá coordenar também os

processos de Execução, Controle e Encerramento.

3.6.1 - Fase de Iniciação

Projetos são implementados como meios de realizar o plano estratégico

da organização.

Dessa forma, os projetos devem ser iniciados a partir de uma justificativa, uma

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causa (demanda de mercado, necessidade do cliente, necessidade

empresarial, necessidade de avanço tecnológico, necessidade social ou ação da

concorrência), aderente aos documentos estratégicos do Banco.

Grande parte dos projetos do Banco gera demanda por um produto de

Tecnologia. Tais demandas são registradas pelas unidades de negócios em

aplicativo da intranet da empresa, e seu atendimento é negociado entre a unidade

demandante e a Diretoria de Tecnologia, que irá desenvolver a solução.

Na negociação será definido se o atendimento à demanda se dará por

um versionamento (pacote de pequenos ajustes em sistemas) ou se será iniciado

um projeto específico (estrutura temporária para a realização das tarefas) para

disponibilizar o produto objeto da demanda.

Caso seja definido como projeto, a unidade de negócio demandante

deve declarar um Líder de Negócio, responsável por identificar o objetivo,

descrever o produto a ser criado, mapear as restrições, os benefícios

esperados, e levantar outras informações.

Os dados levantados são utilizados para preencher alguns itens

do Documento do Projeto, sob responsabilidade da unidade de negócios, modelo

esse disponível pelo Escritório de Projetos.

O documento preenchido é remetido ao Escritório de Projetos, o que

formaliza a solicitação de projeto à Diretoria de Tecnologia. O Escritório de

Projetos avalia o documento, registra as solicitações de projetos em aplicativo

de gerenciamento (ARS-Eproj) e submete os mesmos à aprovação.

O Escritório de Projetos avalia a qualidade das informações prestadas

pela unidade de negócios demandante, a utilização adequada da metodologia e

dos modelos e encaminha a solicitação para a Diretoria de Tecnologia se

manifestar quanto à complexidade e esforço estimado.

A complexidade do projeto é mensurado pela Diretoria de Tecnologia

utilizando metodologia própria da empresa.

Após o parecer da Diretoria de Tecnologia e a partir da solicitação de projeto

remetida pelas áreas de negócios demandantes, o Escritório de Projetos dá entrada

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do projeto no sistema ARS-Eproj (sistema de gerenciamento de uso exclusivo da

Diretoria de Tecnologia, utilizados para registro e controle dos projetos).

O processo de iniciação produzirá os seguintes produtos (Saídas):

• Termo de abertura do projeto (Project Charter) - Líder do

Projeto formalmente declarado pela Diretoria de Tecnologia e o Líder

de Negócio formalmente declarado pela unidade de negócios

demandante;

• Declaração de escopo preliminar do projeto - Documento do

projeto preenchido pela unidade de negócios demandante e avaliado

pela Diretoria de Tecnologia e o Escritório de Projetos.

3.6.2 - Fase de Planejamento

Estando concluído o processo de Iniciação, dá-se início ao Planejamento

do projeto. O Líder do Projeto é o responsável por esse processo, com a

participação ativa do Líder de Negócio.

Ambos são formalmente convidados para participarem das

reuniões de metodologia promovidas pelo Escritório de Projetos. O objetivo

da reunião é dar uma visão geral sobre gerenciamento de projetos, repassando

aos participantes conceitos fundamentais da disciplina.

3.6.3 - Fase de Execução

A responsabilidade desse processo é da Equipe do Projeto. A finalidade

do processo da Execução do Plano do Projeto é coordenar pessoas e

outros recursos para realizar o plano.

Nessa etapa os recursos são comprometidos e alocados nas atividades,

e o produto ou serviço do projeto é criado.

O desempenho da execução deve ser continuamente confrontado

com o plano, especialmente no que diz respeito ao escopo, cronograma, custo

e qualidade, tomando-se as providências corretivas necessárias.

As habilidades da equipe identificadas na fase de planejamento

devem ser providas nessa etapa para garantir o sucesso da condução.

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O esquema de distribuição das informações definido na fase de

planejamento deve ser executado, disponibilizando-se as informações

necessárias, no momento adequado e para as pessoas previstas.

O Escritório de Projetos distribui o cockpit – informações relevantes

sobre os projetos conduzidos pela Diretoria de Tecnologia - aos vice-

presidentes e diretores interessados. A base das informações é o sistema ARS-

Eproj, razão pela qual é imprescindível a sua atualização pelos líderes, com

acompanhamento do Escritório de Projetos.

O Líder do Projeto deve distribuir as demais informações previstas no

plano de comunicação do projeto.

3.6.4 - Fase de Controle

O desempenho do projeto deve ser monitorado, procedendo-se os

ajustes necessários, na medida em que desvios significativos forem

detectados. Quando os desvios colocam em risco os objetivos do projeto o

Plano deve ser refeito, repetindo-se processos de planejamento que sejam

adequados àquele caso. Por exemplo, um desvio detectado no cronograma

pode requerer ajuste nos recursos alocados, autorização para horas extras, etc.

Os processos essenciais de controle são a comunicação do

desempenho, mediante elaboração e divulgação do relatório de progresso e o

controle Integrado de mudanças, que garantirá que todas as mudanças

efetuadas no projeto serão devidamente documentadas no Plano do Projeto.

3.6.4.1 - Comunicação do Desempenho - Relatório de Progresso

Em cada ponto de controle do projeto (marcos) devem ser feitas

avaliações sobre o andamento do projeto. Para essa tarefa, o Escritório utiliza o

Modelo de Relatório de Progresso do Projeto, divulgado na Intranet corporativa.

Nesse documento, o Líder do Projeto deve documentar e validar as

tarefas já realizadas – documentar os problemas enfrentados e que tenham

gerado atraso, tarefas que não foram realizadas – informando os problemas que

geraram o atraso e quais as medidas a serem tomadas, as próximas tarefas e

problemas que podem afetar a realização das mesmas.

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3.6.5 - Fase de Encerramento

É o processo de aceitação formal do projeto, encerrando o mesmo de

forma organizada e documentada.

3.6.5.1 Relatório de encerramento

O seu preenchimento é responsabilidade do Líder do Projeto, que deve

preenchê-lo em conjunto com o Líder de Negócios. É o documento onde todas

as informações do projeto são reunidas e armazenadas a fim de evitar

problemas em novos projetos (lições aprendidas) e selecionar as melhores

práticas.

O Escritório de Projetos utiliza o modelo abaixo como relatório de

encerramento de um projeto.

RELATÓRIO DE HOMOLOGAÇÃO

1 Unidade de Implantação:

2 Homologador :

Matrícula Nome

3 Avaliação da Validação Tecnológica

Confiabilidade (Implantação e Segurança):

Desempenho (Stress, Carga, Performance):

4 Avaliação da Validação de Negócio

Funcionalidade: (generalidade das funções que são entregues)

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Usabilidadade: (esforço para aprender, operar):

5 Parecer da Unidade de Implantação

Aceito como está ( )

Aceito com pequenas modificações ( )

Não aceito revisão significativa ( ) pequena revisão ( )

Avaliação não completada : ( ) (explicações abaixo)

6 Material Suplementar Anexo:

Questões identificadas ( )

Materiais produzidos anotados ( )

Outros. Descreva. ( )

3.6.6. - Lições aprendidas

Nesse documento fornecido pelo Escritório de Projeto se

identifica o que deu certo e errado no projeto, que elogios e críticas

poderiam ser feitos, e quais as conclusões e recomendações para os

próximos projetos.

Lições Aprendidas

O que deu certo em seu projeto?

O que deu errado em seu projeto?

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50 Você tem elogios a fazer?

E críticas?

Quais as conclusões e recomendações para os próximos projetos?

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CONCLUSÃO

A importância da utilização de métodos, técnicas e ferramentas na

gerência de projetos, em todas as áreas da atividade humana, é cada dia mais

reconhecida. O sucesso de um projeto está diretamente relacionado a um bom

gerenciamento do mesmo e a utilização de metodologia, ferramentas e pessoas

capacitadas em gerência de projetos. Isto se deve, em parte, pelo entendimento de

que parte significativa do insucesso em projetos está relacionada com uma má

gerência de projetos ou, algumas vezes, por uma ausência completa de

gerenciamento.

Os projetos são utilizados para por em prática as estratégias corporativas das

organizações. Para menter-se competitiva no mercado, a empresa têm que ter

agilidade em disponibilizar soluções em tempo hábil, como resposta às demandas

dos clientes, para mitigar ação da concorrência, atender demanda legal, entre outras

que originam a criação de projetos dentro de uma empresa.

Sendo o mercado financeiro brasileiro um dos mais competitivos, a empresa

pesquisada também se enquadra nesse contexto, operando internamente em um

ambiente multiprojeto, onde diferentes projetos compartilham, ou melhor,

disputam, os recursos comuns, geralmente escassos.

No mercado financeiro, invariavelmente, todos os produtos exigem

solução de TI, que acabam afunilando na área de desenvolvimento tecnológico do

banco. Pela sua complexidade e porte, o Banco do Brasil chegou a ter catalogado

mais de 4.000 demandas (backlog) entre projetos, pedidos de alterações de

sistemas e novas soluções tecnológicas.

Sendo a área técnica do banco a unidade mais exigida, assim como ocorre

com a maioria das empresas, foi iniciada pela nova administração da Diretoria de

Tecnologia a criação de uma estrutura de Escritório de Projetos (PMO), com a

função de gerenciar os processos de TI.

A iniciativa, ainda embrionária, tem com objetivo principal a disseminação e

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aplicação das melhores práticas de gerenciamento de projetos, baseados na

metodologia PMI®, com as devidas adaptações à realidade da organização. Essa é

a realidade das empresas no país, onde se constata que os escritórios montados

estão, na sua maioria, em processo de implementação e amadurecimento. As

pesquisas apontam que a prática de gerenciamento por projetos é um caminho sem

volta.

Entendo que a experiência de Escritório de Projetos na empresa pesquisada,

hoje restrito ao ambiente de desenvolvimento de soluções de TI, deveria ser

estendido a todos os setores e Unidades do conglomerado, o que é denominado

pelo especilialista de Escritório de Projetos Estratégicos (ou Corporativo) -

desenhado e implementado para atender a todos os setores da organização,

elevando o nível de maturidade corporativa.

O presente trabalho proporcionou o acompanhamento de um caso real do

ciclo de vida de um projeto no âmbito da empresa, desde a identificação da

necessidade pela Unidade de Negócio, gestora do cliente demandante (Processo de

Inicialização), até a fase de construção do Plano de Projeto (Processo de

Planejamento), sob responsabilidade do Escritório de Projetos.

O que foi proposto no objetivo geral definido para esse trabalho, em analisar a

aplicabilidade da metodologia PMI® no gerenciamento de um projeto de

implementação de solução de TI em um grande banco nacional, foi atingido

plenamente. O estudo do caso possibilitou, também, que os objetivos específicos

fossem alcançados, principalmente quanto à disseminação da metodologia PMI®

entre os membros da equipe e a criação de um Plano de Projeto utilizando os

processos e documentação do PMBOK® - Project Management Body of Knowledge.

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INDÍCE DE FIGURAS

Figura 2.1 Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto.

Figura 2.2 Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu

ciclo de vida.

Figura 2.3 Os grupos de processos de gerenciamento de projetos.

Figura 2.4 Sobreposição dos grupos de processos durante o

desenvolvimento do projeto.

Figura 2.5 As nove áreas de conhecimento em gerenciamento de

projetos.

Figura 2.6 Os processos do gerenciamento do escopo do projeto.

Figura 2.7 Os processos do gerenciamento da integração do projeto.

Figura 2.8 Os processos do gerenciamento do tempo do projeto.

Figura 2.9 Os processos do gerenciamento dos custos do projeto.

Figura 2.10 Os processos do gerenciamento da qualidade do projeto.

Figura 2.11 Os processos do gerenciamento dos recursos humanos do

projeto.

Figura 2.12 Os processos do gerenciamento das comunicações do projeto.

Figura 2.13 Os processos do gerenciamento dos riscos do projeto.

Figura 2.14 Os processos do gerenciamento das aquisições do projeto.

Figura 2.15 Influência da estrutura organizacional nos projetos.

Figura 2.16 Organização funcional clássica.

Figura 2.17 Organização projetizada.

Figura 2.18 Organização matricial fraca.

Figura 2.19 Organização matricial balanceada.

Figura 2.20 Organização matricial forte.

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Figura 2.21 Organização composta.

Figura 3.1 Organograma do Banco do Brasil.