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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
GERENCIAMENTO DE CRISES NAS MÍDIAS SOCIAIS
Por: Ivan Carlos de Oliveira
Orientador
Prof. Fernando Alves
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
GERENCIAMENTO DE CRISES NAS MÍDIAS SOCIAIS
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em Comunicação Empresarial
Por: Ivan Carlos de Oliveira
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amigos Henrique
Rodrigues e Raquel Lucena pela força,
aos amigos do trabalho pela paciência
e aos amigos que conquistei durante a
pós-graduação.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ao meu pai, meu
irmão, minha mãe e noiva que sempre
investiram em mim.
5
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de mostrar como se dá o gerenciamento de
crises nas Redes Sociais. A crise não avisa quando vai chegar, por isso, as
empresas devem estar preparadas para agir corretamente nesse momento.
Mesmo sendo off, as empresas estão online. Elas podem não ter site, blog e
nem estar nas redes sociais, mas os consumidores estão e utilizam essas
ferramentas para desabafar, reclamar, criticar e etc... Esse estudo analisa a
crise vivida pela Pepsi instaurada a partir da campanha “Pode ser Pepsi em
Dobro”. E mostra como a empresa se comportou no Twitter e no Reclame
Aqui.
6
METODOLOGIA
Para a realização desse trabalho foi feita uma extensa pesquisa
bibliográfica, leitura de livros, revistas e jornais. A revisão bibliográfica também
abrangeu artigos escritos por especialistas em comunicação sobre redes
sociais, gerenciamento de crise e comunicação empresarial. Para ter um bom
embasamento teórico foram utilizados os autores como Raquel Recuero,
Gaudêncio Torquato, Maristela Mafei, entre outros.
Após a etapa de leitura foi feita a coleta de dados para um estudo de
caso, que abordou a crise enfrentada pela companhia Pepsi Brasil no caso da
promoção “Pode ser Pepsi em dobro”. O estudo foi feito abordando o Twitter e
o Reclame Aqui.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Comunicação Empresarial
1.1 - A evolução histórica da Comunicação Empresarial 11 1.2 - A Comunicação Empresarial no Brasil 13
1.3 - Profissionais de Comunicação Empresarial 14 1.4 - A eficácia da Comunicação 17 1.5 - Ética e comunicação 19
CAPÍTULO II - Gestão de crise
2.1 - Diferenças entre Redes Sociais e Mídias Sociais 22 2.2 - Definições 24 2.3 - Evolução dos veículos de Comunicação 26 2.4 - Geração digital 29 2.5 - Mídias Sociais causam mais danos a marcas que Procon 31 2.6 - Twitter 33 2.7 - As empresas descobrem o Twitter 35 2.8 - Reclame Aqui 37 2.9 - Entenda o funcionamento 41 2.10- Selo de qualidade do Reclame Aqui 42
CAPÍTULO III – Mídias Sociais
3.1 - Aprendendo com a crise 45 3.2 - Case 50 3.3 - Entenda a Campanha 52
CONCLUSÃO 53
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54
ANEXOS 58
ÍNDICE 68
FOLHA DE AVALIAÇÃO 70
8
INTRODUÇÃO
Toda empresa está sujeita a enfrentar uma crise e nesses momentos,
é importante saber aplicar o lide jornalístico para minimizar uma crise: o que,
quem, como, onde, quando e por que comunicar. Com o passar dos anos, as
empresas têm percebido que crises mal administradas geram prejuízos, para
imagem e reputação.
Para Neves (2000) as crises empresarias são caracterizadas pelo
inesperado e imprevisível. Mas, em alguns casos é possível perceber sinais de
que elas estão prestes a acontecer.
“Problemas reportados pelas auditorias que não foram
acompanhados, indícios significativos que não foram
levados a sério. Processos sem qualificação, operações
de risco calculado, rotinas fatigadas, recursos humanos
desprezados, reclamações de clientes desdenhadas,
boatos não investigados, não acreditar em bruxas,
embriagues do sucesso, etc (...)”. (NEVES, 2000, p. 116)
Algumas têm um departamento específico para prevenção de crises e
outras têm um plano para enfrentar as crises, mas esse percentual ainda é
muito baixo. A maioria das empresas não investe na prevenção e acabam
pagando mais no acompanhamento e no gerenciamento de crise.
Para melhor entendimento do assunto, o trabalho foi dividido em
capítulos: no primeiro, é apresentado um breve histórico sobre a Comunicação
Empresarial; no segundo é apresentado as Mídias Sociais, especialmente as
que serão estudadas neste trabalho: Twitter e Reclame Aqui. No terceiro são
definidos alguns conceitos sobre gerenciamento de crise e o case a ser
estudado que é a crise enfrentada pela Pepsi. Nesse trabalho serão mostradas
as ações do planejamento de comunicação estabelecido para o gerenciamento
9
de crises. Este estudo também teve como objetivo demonstrar e comprovar a
importância da utilização das Mídias Sociais para os momentos de crise.
Para Crucianelli (2010) a interação entre os usuários das redes sociais
abriu as portas para a colaboração na apuração de informações.
“O público soube aproveitar isso, e continua aproveitando,
com um tremendo impacto no campo das comunicações.
Pessoas comuns podem fazer contribuições reveladoras,
trazendo dados que revelam fatos desconhecidos ou
abrindo as portas de bancos de dados que contêm
registros documentais de interesse inestimável para os
jornalistas”. (CRUCIANELLI, 2010, p. 12).
O avanço das tecnologias trouxe a segunda geração da Web, que
mudou o modo de interação entre empresa e consumidor. Na primeira geração
da internet, a comunicação era unidirecional, pois o internauta só recebia as
mensagens passivamente. Mas, como o advento das redes sociais surgiu a
comunicação multidirecional, onde o indivíduo participa da comunicação.
Para Manuel Castells (2003), estamos vivendo numa sociedade
dominada pele internet. Ele exemplifica a importância da internet como de uma
a fábrica ou a grande corporação na era industrial. E afirma que a internet
transforma o virtual em real.
Tudo isso será demonstrado nas páginas a seguir.
10
CAPÍTULO I
Comunicação Empresarial
A falta de comunicação é capaz de arruinar casamentos, amizades e até
mesmo empresas. Pois, assim como nos relacionamentos, a empresa é
formada por pessoas e trabalha para produzir bens de consumo ou serviços
para outras pessoas.
Torquato (1986) classifica a empresa como um sistema que reúne
capital, trabalho normas políticas, natureza técnica. Segundo o autor, a
empresa não pretende gerar apenas bens, mas tem uma missão social e
econômica.
“Como sistema, a empresa possui limites definidos, de um
lado, pelos componentes administrativos necessários à
geração de bens e serviços, de outro, recebe influências
do meio ambiente podendo-se aduzir, por inferência, que
uma empresa não é apenas resultante de componentes
concretos do microssistema organizacional, mas é
conseqüência de forças, pressões, recursos e situações,
nem sempre fáceis de detectar, presentes no corpo
social. Quando se organiza, pois, uma empresa, na
verdade, o que está-se organizando são seus circuitos
internos e externos”.(TORQUATO, 1986, p.10).
De acordo com Torquato a comunicação é um sistema aberto como a
empresa que tem elementos como fonte, codificador, canal, mensagem
decodificador, receptor. Esses elementos viabilizam o processo de
comunicação. Já a comunicação empresarial carrega um poder, pois
11
intermedia o discurso da organização, trabalha com interesses, fala com os
funcionários e os stakeholders.
A comunicação representa uma ferramenta que a empresa deve usar para se
comunicar com seus públicos e fazer com que os objetivos organizacionais
sejam alcançados. Mas, para isso, é necessário que ela entenda a
comunicação empresarial como sugere Roger Cahen 1990.
“Comunicação Empresarial é uma atividade sistêmica, de
caráter estratégico, ligado aos mais altos escalões da
empresa e que tem por objetivos: criar onde ainda não
existir ou for neutra, manter onde já existir ou ainda,
mudar para favorável onde for negativa a imagem da
empresa junto a seus públicos prioritários, através de
filosofias, políticas, atitudes e atividades”. (CAHEN, 1990,
p.100).
1.1 - A evolução histórica da Comunicação Empresarial
Segundo Rego (1986) a primeira atividade de comunicação empresarial
se deram durante o domínio da China pela dinastia Han (202 a.C), quando
ainda fabricavam as primeiras folhas de papel. A comunicação era feita por
meio de cartas circulares das cortes.
De acordo com o jornalista Cláudio Amaral, a Comunicação Empresarial surgiu
nos Estados Unidos em 1906 quando Ivy Lee decidiu deixar o jornalismo de
lado para montar o primeiro escritório de Relações Públicas do mundo. Lee
trabalhava para recuperar a credibilidade do empresário John D. Rockfeller,
que era odiado da maioria dos empresários americanos.
12
Quando Lee morreu, por volta de 1935, à atividade de comunicação
empresarial já era adotada em empresas, órgãos públicos e universidades, que
criaram formações específicas para Relações Públicas.
Rego (1987) afirma ainda que a Revolução Industrial foi um marco
sócio-político-econômico e comunicacional. Foi a partir da revolução que as
empresas passaram a se importar com a comunicação, a fim de se tornarem
mais conhecidas, e, conquistarem a preferência do público.
“Gradativamente, a comunicação foi ganhando espaço e
atualmente figura como uma importante ferramenta
estratégica, capaz de gerar lucros. No Brasil, a
comunicação organizacional se consolidou somente a
partir da década de 90, ainda no governo Collor, quando
as empresas brasileiras viram surgir públicos que exigiam,
além de informações de produtos e serviços claros
objetivos de diálogo”. (REGO, 1987, p.26)
Para se tornarem mais conhecidas do público e serem lembrada dos
consumidores, as empresas começaram a implementar no seu quadro de
funcionários a comunicação. E isso só foi possível com o advento da
Revolução Industrial que proporcionou a concorrência. A princípio, as
empresas tinham dois modelos de comunicação: interno (funcionários) e
externo (consumidores).
Segundo o Manual de Comunicação Empresarial da prefeitura do Rio de
Janeiro (2004) escrito por Braga e Jorge, o então Presidente do Brasil, Getúlio
Vargas em um decreto criou um setor dentro do governo ligado ao Gabinete
Civil, voltado para divulgar seus atos e obras, claro que essas notícias eram
positivas. Esse embrião de assessoria de imprensa estava ligado diretamente
13
ao Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que era responsável por
fazer a censura oficial nos veículos de comunicação.
1.2 - A Comunicação Empresarial no Brasil
A atividade de Comunicação Empresarial chegou ao Brasil nos anos 50,
com as indústrias e as agências de propaganda dos Estados Unidos. Elas
foram atraídas pelas vantagens oferecidas pelo governo do presidente
Juscelino Kubitschek (JK).
O Presidente JK criou condições para que viessem para o Brasil as
primeiras montadoras de veículos automotores e fábricas de produtos de
higiene, que iniciaram na Comunicação Empresarial.
Um marco importante na história da comunicação empresarial
aconteceu em 1967 com a criação da Associação Brasileira de Editores de
Revistas e Jornais de Empresas (Aberje), hoje Associação Brasileira de
Comunicação Empresarial.
Já na década de 70 aconteceu uma grande mudança no cenário
jornalístico, quando os profissionais de São Paulo entraram em greve. Como
os veículos de comunicação estavam em greve, eles começaram a migrar para
as empresas para fazer assessoria de imprensa e implantar a comunicação
empresarial. Paralelo a esse evento, o país vivia dias conturbados com a
ditadura militar.
“A década de 1970 sinaliza para algumas mudanças
importantes quanto à implantação de uma cultura de
comunicação nas empresas. Os profissionais começam a
chegar e, pouco a pouco, fica visível a importância do
mercado de Comunicação Empresarial”. (BUENO, 2003,
p.5)
14
O jornalista Paulo Nassar (1995) faz uma advertência no livro: O que é
Comunicação Empresarial, que o ambiente empresarial está sujeito a chuvas e
trovoadas, devido a forte concorrência que enfrentam. Segundo ele, o
consumidor já está interferindo nos processos internos da empresa.
“A Comunicação Empresarial não pode ser considerada
apenas uma definição de dicionário. Ou seja,
simplesmente como um conjunto de métodos e técnicas
de Comunicação dentro da empresa dirigida ao público
interno (funcionários) e ao público externo (clientes,
fornecedores, consumidores, etc)'. Até porque definições
como essas precisam ser sempre revistas em função das
mudanças da sociedade e do ambiente empresarial”.
(NASSAR, 1995, p.18)
1.3 - Profissionais de Comunicação Empresarial
A professora e jornalista Sônia Pessoa no artigo Comunicação
Empresarial, uma ferramenta estratégica, utilizado como capítulo da
monografia Introdução ao Estudo da Comunicação Empresarial no Brasil - da
tática à estratégia uma importante ferramenta de marketing, analisa a
comunicação corporativa como uma ferramenta para o desenvolvimento de
qualquer organização.
Ela observa ainda que as empresas têm adotado a Comunicação
Integrada. Para trabalhar a imagem do cliente por meio da Comunicação
Integrada é necessário um plano estratégico. E para tal, deve ser realizado um
diagnóstico da empresa. Cada planejamento deve ser exclusivo, pois as
empresas apresentam peculiaridades que influenciam o processo de
Comunicação.
15
“Os canais diversos de Comunicação pessoal e impessoal
são utilizados por empresas na busca da Comunicação
ideal, o que obviamente não existe. Classifica-se como
pessoal a Comunicação realizada face a face ou por meio
do correio ou do telefone, em que o receptor é citado
diretamente ou tem a oportunidade de responder ao
emissor. Tem sido assim nos encontros entre presidentes
e diretores de empresa, diretores e gerentes, presidentes
e operários e chefes de setor e subordinados”. (PESSOA,
2010, p.5)
Para Torquato (1986) o objetivo dos profissionais que lidam na
comunicação das empresas é produzir aceitação, por meio de comunicação
expressiva-emocional. Sabe-se que alcançar os objetivos não é fácil, talvez por
isso, seja necessário observar o tamanho, o grau de complexidade, a pressão
no sentido da eficiência e a estrutura de controle de uma organização
determinam o nível de otimização de situações de comunicação.
O autor sugere que o profissional entenda a comunicação como um
processo simbólico, pelo qual os sentimentos dos empregados dos níveis
inferiores para com a organização são reforçados ou modificados, sugerimos
direcionar o discurso simbólico da empresa, a um patamar intermediário, a um
certo ponto hipotético central, a uma escala média, enfim, a um nível de
congruência que aproxime as diferenças entre:
a) as comunicações técnicas, geralmente pouco atrativas;
b) as comunicações cognitivas, intrínsecas aos comportamentos individuais e
c) as comunicações normativas, orientadas para a transmissão de normas e
valores a serem desempenhados nas diversas situações funcionais.
16
“O objetivo deve ser o de aproximar a comunicação ao
nível da expressividade maior dos empregados. De um
lado, há um tipo de comunicação que é fruto da
informação e conhecimento técnico, e, de outro, as
atitudes, valores, normas. A questão é ajustar as duas
partes, formando um composto comunicacional que possa
ser consumido naturalmente. Ou, para se usar o
referencial bastante conhecido dos pesquisadores, pode-
se conseguir consentimento, usando-se uma
comunicação consumatória, agradável”. (TORQUATO,
1986, p.27)
Outra hipótese para melhorar o desempenho da comunicação abordada
por Torquato (1986) está centrada nos fluxos de comunicação. Como se sabe,
uma organização possui três fluxos, que se movem em duas direções: o fluxo
descendente, o fluxo ascendente e o fluxo lateral, os dois primeiros na direção
vertical, o último correndo horizontalmente. O volume de comunicação, o tipo
de comunicação e a direção da comunicação constituem o centro de
processamento da eficiência organizacional.
Seguindo nessa mesma linha de pensamento está o Manual de
Comunicação Empresarial do RJ (2004). Nele, os organizadores abordam a
atuação do profissional de comunicação. Segundo Braga e Jorge a
comunicação de uma empresa deve ser feita por todos os funcionários, desde
o porteiro até o diretor.
“Apesar de a comunicação ser feita por todos os
integrantes da organização, as empresas, hoje, contam
com três tipos de profissionais especializados em
comunicação: Os relações públicas, os publicitários e os
jornalistas. Além desses, participam no esforço de
17
comunicação das instituições os radialistas (...) Há ainda,
os desenhistas industriais, produzindo peças de
comunicação”. (BRAGA, JORGE, 2004, p.30)
1.4 - A eficácia da Comunicação
Para definir a eficácia da comunicação, Torquato (1986), baseia-se na
obra Psicologia Social das Organizações de Katz e Kahn. A primeira questão a
ser abordada é a eficiência, que deve ser analisada a luz dos diversos fatores
que permitem o ambiente organizacional: a tecnologia, o porte da unidade, o
tipo de trabalho, os recursos humanos, os lucros etc. O autor alerta para
analisar a eficiência observando apenas o lucro.
A eficiência é capaz de promover o crescimento e a sobrevivência de
uma empresa. No entanto, a sobrevivência de uma organização não depende
apenas dos níveis tecnológicos e econômicos.
Para o autor um bom caminho para poder se começar a avaliar a
eficácia começa com o estabelecimento do plano, onde será posta a questão.
Ele levanta uma série de questionamentos como: o intrapessoal? interpessoal?
tecnológico? organizacional? E revela que a relevância, credibilidade,
adequação, entendimento, sincronia são algumas características que podem
ser analisadas no estudo da eficácia.
Segundo Torquato (1986) para entender o processo comunicacional
deve-se entender as diferenças entre comunicação e informação. Ele cita Berlo
(1960) para defender a ideia de que a comunicação compreende todos os
meios e formas de transmissão de informações. Já outros autores defendem a
tese de que a informação é como todo sinal, signo ou símbolo que pode ser
empregado por uma ou várias pessoas para modificar o comportamento de
uma ou mais pessoas.
18
Ele também apresenta a teoria de Pignatari (1968) de que se é possível
estabelecer uma diferença entre comunicação e informação, ela é a mesma
que pode existir entre os termos forma e fundo ou forma e conteúdo.
Como os especialistas em comunicação empresarial vêem a diferença?
“Charles E. Redfield diz que a comunicação é o processo
de transferir uma pequena informação selecionada
(mensagem) de uma fonte de informação a um
destinatário. Assim, o campo das comunicações envolve
um amplo intercâmbio humano de fatos e opiniões, e não
as operações telefônicas, radiofônicas e similares.
Baseado no conceito de Aristóteles de que a retórica é a
procura de "todos os meios disponíveis de persuasão",
David Berlo diz que a comunicação é sobretudo um
processo de influência. Depreende-se desses conceitos
que a informação tem o objetivo imediato de aumentar o
conhecimento de quem a recebe, enquanto a
comunicação objetiva, essencialmente, alterar ou
influenciar comportamentos, resultando, assim, a imagem
de comunicação como processo e a informação como
produto deste processo.Levado o conceito para o âmbito
da empresa, podemos dizer que a informação empresarial
constitui uma atividade reguladora, compreendendo tudo
aquilo que a empresa recebe ou emite com o objetivo de
padronizar comportamentos: regulamentos, normas,
portarias, avisos etc”. (TORQUATO, 1986, p.52)
19
O autor conclui afirmando que a comunicação empresarial é um
processo mais amplo, que objetiva provocar atitudes voluntárias por parte dos
públicos para os quais a empresa se dirige. Engloba, portanto, todos os tipos
de informações empresariais e as diferenças que aparecem entre os termos
são menos quanto à natureza ou qualidade das mensagens transmitidas e
mais quanto ao objetivo pretendido com elas.
1.5 - Ética e comunicação
“As finalidades básicas da comunicação são entender o
mundo, relacionar-se com os outros e transforma a si
mesmo e a realidade. A comunicação é, antes de mais
nada, um ato criativo. Não existe apenas um agente
emissor e um receptor, mas uma troca entre as pessoas
formando um sistema de interação e reação, ou seja, um
processo recíproco, que provoca, a curto ou longo prazo,
mudanças na forma de sentir, pensar e atuar dos
envolvido”. (SILVA, 2006, p.24-25)
Desde os primórdios da humanidade o ser humano se comunica, seja através
de gestos, sinal de fumaça, gravuras e outras formas de comunicação. Mas,
com o passar dos anos o processo comunicacional evolui. Hoje, as pessoas
podem conversar estando em pontos opostos do mundo por meio da internet e
da telefonia móvel.
(...) com a invenção da escrita, por volta do século IV
antes de Cristo, é que o homem encontrou uma solução
mais definitiva para o problema do alcance, já que a
mensagem escrita pode ser levada de um para outro
lugar. (GONTIJO, 2004, p. 48)
20
Mas junto com essa evolução surgiram os problemas éticos na sociedade.
Para KOSOVSKI a ética é uma das lutas obstinadas e sem trégua contra as
abstrações na conduta humana.
“Dize-se que atravessamos uma “crise” de valores morais
que se reflete na falta de respeito as leis e carência de
credibilidade que quem detém o poder; daí, a
necessidade de voltar-se para os princípios éticos”.
(KOSOVSKI, 1995, p.11)
KOSOVSKI afirma ainda que o mundo vive uma aberração da ética.
No passado, o difícil, o grande desafio para os indivíduos
e grupos era chegar ser ético e moral nas atitudes e
ações. Hoje, não. Inverteu-se a situação. O grande
desafio, no âmbito da ética, é ser moral e viver
eticamente. (KOSOVSKI, 1995, p.18)
Fidalgo (1997) explica que ser uma boa pessoa não faz dela um bom
profissional, nem um bom profissional é por isso uma boa pessoa. Segundo
ele, o que faz com que um médico seja um bom médico, um advogado um
bom advogado, um político um bom político e um jornalista um bom jornalista,
não é o mesmo que aquilo que faz de uma pessoa uma boa pessoa. De uma
boa pessoa esperasse que seja compassiva, prestável, compreensiva,
generosa, tolerante, grata, simples, corajosa, entre outras qualidades.
“A emergência e a urgência da questão ética na área da
comunicação social não podem e não devem levar-nos a
21
uma solução tão radical quanto simplista como a de
estender pura e simplesmente os preceitos morais
pessoais à esfera profissional. Isso aconteceu há anos
atrás na política portuguesa, quando se ouviram políticos
a dizer que era preciso estar na política como se está na
vida, considerando que os valores por que se regem no
dia a dia das suas vidas pessoais são os mesmos que
devem presidir às suas atividades públicas e
profissionais”. (FIDALGO, 1997, p.1)
A discussão da ética surgiu na década 1950 nos Estados Unidos, onde muitas
empresas já vêm escrevendo seus códigos de ética. Para assegurar que as
políticas globais estejam alinhadas com os princípios éticos da organização e
com as exigências governamentais, muitos desses códigos passaram por
revisões.
Quando uma empresa decide adotar uma postura ética em seus
relacionamentos é relevante que haja um documento interno chamado Código
de Ética e Conduta, o qual tem a seguinte definição, conforme Moreira: (p.5)
O Código de Ética tem a missão de padronizar e
formalizar o entendimento da organização empresarial em
seus diversos relacionamentos e operações. A existência
do Código de Ética evita que os julgamentos subjetivos
deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena dos
princípios. (MOREIRA, 1999, p. 33)
22
CAPÍTULO II
REDES SOCIAIS
Há 10 anos era impossível dizer que as empresas utilizariam a internet
como veículo de marketing, para fazer negócios, prospectar clientes, gerenciar
crises e lucrar. Mas após esse período, a internet se transformou em um
importante canal de comunicação, pois propicia o acesso à informação de
maneira fácil e rápida. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de
Opinião Pública e Estatística (IBOPE) em 2010, o Brasil alcançou no quarto
trimestre de 2009 o total de 67,3 milhões de usuários.
“A internet é o tecido de nossas vidas. Se tecnologia da
informação é hoje o que a eletricidade foi na era
industrial, em nossa época a internet poderia ser
comparada tanto a uma rede elétrica quanto ao motor
elétrico, em razão de sua capacidade de distribuir a força
da informação por todo o domínio da atividade humana”.
(CASTELL, 2001, p.07).
2.1 - Diferenças entre Redes Sociais e Mídias Sociais
Antes de tratar das Redes Sociais é necessário compreender as
diferenças entre as Redes e as Mídias Sociais. As redes podem ser
compreendidas como um grupo de pessoas com interesses comuns, que
compartilham ideias e informações. Esses grupos não precisam de um meio,
de uma mídia. O principal e único objetivo é o relacionamento social.
“Redes Sociais complexas sempre existiram, mas os
desenvolvimentos tecnológicos recentes permitiram suas
emergências como uma forma dominante de organização
social. Exatamente como uma rede de computadores
23
conecta a máquinas, uma rede social conecta pessoas,
instituições e suporta redes sociais”.(WELLMAN, 2002b,
p.2).
Já as Mídias é o espaço que esses grupos com interesses em comum
usam para se comunicar. O Facebook é um exemplo de uma mídia social que
permite a formação de uma rede social.
Nesse gráfico é possível entender mais claramente as diferenças entre
mídias e redes sociais.
Fonte: Jader Felix
Para Recuero (2009) os atores sociais espalham-se em diversas plataformas
na internet. Eles navegam ao mesmo tempo por blogs, sites e mídias sociais.
“(...) a interação mediada pelo computador é também
geradora e mantenedora de relações complexas e de
tipos de valores que constroem e mantêm as redes
sociais na Internet. Mas mais do que isso, a interação
mediada pelo computador é geradora de relações sociais
que, por sua vez, vão gerar laços sociais”.(RECUERO,
2009, p.36).
No universo das tecnologias as coisas mudam em um curto espaço de
tempo, o que era novidade hoje, amanhã não é mais. E na rede social não é
24
diferente. Recuero (2009) cita THACKER (2004) para afirmar que as
modificações podem influenciar na estrutura da rede, que são dinâmicas e
estão sempre em transformação.
2.2 - Definições
Por se tratar de um assunto relativamente novo, as redes sociais
recebem várias definições, cada autor tem a sua. Para Recuero as redes
sociais é um conjunto de atores (pessoas, instituições, ou grupos; os nós de
rede) e suas conexões (interações ou laço social).
“Sites de redes sociais propriamente ditos são aqueles
que compreendem a categoria dos sistemas focados em
expor e publicar as redes sociais dos atores. (...) É o caso
do Orkut, Facebook, Linkedin e vários outros. São
sistemas onde há perfis e há espaços específicos para a
publicização das conexões com os indivíduos”.RECUERO
(2009, p.108)
Castells (2010) tem outra definição do assunto. Para ele a rede é um
conjunto de nós interconectados, com maior ou menor relevância como um
todo. Os nós mais importantes são chamados de “centros”. O autor afirma que
a função e significado dos nós dependem dos programas usados através da
internet e sua interação com outros nós.
As tecnologias estão revolucionando o mundo da comunicação. Hoje há
uma convergência midiática. É possível ler, ouvir e assistir uma mesma
reportagem na internet. Para Castells (2003) a sociedade atual é dominada
pela internet.
“Esta sociedade em rede é uma sociedade que eu analiso
como uma sociedade cuja estrutura social foi constituída
25
em torno de redes de informação microeletrônica
estruturada na internet. Nesse sentido, a internet não é
simplesmente uma tecnologia; é um meio de
comunicação que constitui a forma organizativa de nossa
sociedade (...). A internet é o coração do novo paradigma
sociotécnico, que constitui na realidade a base material
de nossas vidas e de nossas formas de relação, de
trabalho e comunicação. O que a internet faz é processar
a virtualidade e transformá-la em nossa, constituindo a
sociedade em rede, que é a sociedade onde vivemos”.
CASTELLS (2003, p.287)
Para Aguiar (2007) as redes sociais promovem interação entre as
pessoas através da tecnologia e que essas interações provocam mudança na
vida das pessoas ou instituições.
“Uma metáfora para observar os padrões de conexão de
um grupo social, a partir de conexões estabelecidas entre
diversos atores”. RECUERO (2009, p.24)
É impossível negar que a comunicação, de uma maneira geral, é uma
das criações mais revolucionárias da história do universo. Em 100 anos foram
inventados o telefone, a imprensa e suas ferramentas como rádio, TV, jornal,
revista e a internet. Todas essas tecnologias foram aperfeiçoadas e
democratizadas para atender o grande público. Isso fez com que não
houvesse mais barreiras para se comunicar e a tão sonhada “Aldeia Global”,
proposta por Marshall McLuhan se tornou realidade.
O surgimento de novas mídias na internet revolucionou e têm mudado o
relacionamento entre as pessoas.
26
“O que muitos chamam de "mídia social" hoje,
compreende um fenômeno complexo, que abarca o
conjunto de novas tecnologias de comunicação mais
participativas, mais rápidas e mais populares e as
apropriações sociais que foram e que são geradas em
torno dessas ferramentas. É um momento de
hiperconexão em rede, onde estamos não apenas
conectados, mas onde transcrevemos nossos grupos
sociais e, através do suporte, geramos novas formas de
circulação, filtragem e difusão dessas informações”.
(RECUERO, 2011, p. 14)
2.3 - Evolução dos veículos de Comunicação
Para entender melhor o quadro evolutivo dos veículos de comunicação
Thomas Baekdal divide essa evolução em nove “ondas”. O estudo é
disponibilizado no site do próprio autor.
A primeira surge em 1800 com a comunicação boca a boca. Nessa
época quase não existia publicidade, pois as empresas dependiam da
propaganda feita pelos próprios consumidores nas rodas de amigos, bares ou
locais de convívio social
A segunda “onda” aparece 100 anos depois com o surgimento da mídia
impressa. Mesmo com altos índices de analfabetismo no mundo os jornais e
revistas difundiam informação a todos os lugares. Com a modernização da
indústria gráfica os veículos começaram a alcançar lugares ainda não
alcançados e despertaram o interesse mercado publicitário.
A terceira “onda” surgiu em 1960 com o advento da comunicação de
massa. Entre os anos de 1930 3 1950 o rádio se consolidou como principal
meio de comunicação, pois além de detalhar as informações, ele oferecia
27
entretenimento. Com esse grande alcance a rádio despertou o interesse do
marketing de varejo. A comunicação de massa começou a ser modificada a
partir da década de 50 com o advento da televisão.
A quarta “onda” é marcada pelo auge da televisão, que foi que foi
inventada em 1950, mas teve seu auge em 1990. A TV foi uma das maiores
revoluções tecnológicas e em pouco tempo desbancou os jornais, revistas e a
rádio. O ouvinte se transformou em telespectador e um cliente em potencial
para o marketing. Bastava anunciar na TV que o resultado era garantido, mas
com o passar do tempo esse estilo de marketing unilateral foi perdendo
espaço, pois não havia interação entre anunciante e consumidor.
A quinta “onda” surge para suprir a falta de uma comunicação que não
permitia contato entre o consumidor e anunciante: surge então a internet.
Essa nova tecnologia permitiu a interação e a troca de informações em tempo
real. Logo, a maneira de fazer comunicação mudou. Agora, era possível fazer
campanha e planejar estratégias baseadas em pesquisa, o que modificava a
produção, distribuição e o processo de vendas das organizações. Em pouco
tempo, a internet passou a ser encarada com um dos principais meios para
fazer negócios.
A sexta “onda” aparece em 2004 com a popularização dos blogs. Seis
anos após a revolução da internet, os consumidores começam a influenciar a
comunicação de organizações e até outros consumidores. Os blogs e sites
permitem a interação entre o leitor e produtor do conteúdo. E isso muda mais
uma vez a forma de se comunicar. As empresas começaram a enxergar nos
blogs uma ferramenta de comunicação mais próximo do consumidor, pois
podiam abordar temas com uma linguagem mais simples e sem filtros.
A sétima “onda” é marcada com o surgimento da web 2.0. As
tecnologias ficaram mais acessíveis e simples para os internautas, agora, já
não é necessário dominar um sistema de programação como Java e HTML
28
para ser ter uma página na internet. Com isso o consumidor percebeu que
poderia participar mais da comunicação das organizações dando sugestões,
críticas e utilizando desses mecanismos para ter um problema solucionado.
Para não perder espaço, as empresas tiveram que se adaptar a esses novos
modelos de comunicação e passaram a dialogar com os clientes.
A oitava “onda” trata está situada em 2009 com a revolução das mídias
sociais. Os internautas começaram a compartilhar idéias no Facebook, Twitter,
Youtube. Hoje, o consumidor é o dono da internet, pois ele vê, escolhe,
participa e produz.
A nona e última “onda” proposta por Thomas Baekdal trata do futuro da
comunicação. Segundo ele, haverá uma mudança drástica na forma de noticiar
os fatos, que passará a ser feito por todos e não apenas por jornalistas. As
pessoas passarão a decidir o que ver, quando ver e onde ver. Elas estarão
cada vez mais no comando.
Segundo Telles (2010), mais de 80% dos internautas brasileiros, que
gastam mais de 23 horas conectados à internet por mês, fazem parte de redes
sociais. O autor conceitua as redes sociais como ambientes cujo o foco é
reunir pessoas, que uma vez inscritas, podem expor seu perfil com dados
pessoais, fotos, textos, mensagens, vídeos e interagir com outros membros.
Aplicando essa teoria na comunicação empresarial, é possível afirmar
que:
“O crescente desejo das pessoas de compartilhar suas
opiniões, experiências e aspirações dá à empresa uma
oportunidade de ouro para captar, medir e conectar dados
e, depois utilizá-los no desenvolvimento do novo
“marketing das redes sociais”, “marketing social”. Essas
29
são as mudanças mais fundamentais que ocorreram no
mundo nos últimos dez anos”. (WEIGEND, 2010, s.p)
2.4 - Geração digital
Para Telles (2009) a geração digital aceita obter novos conhecimentos dos
seus amigos, o que esta levando a uma mudança significativa nas estratégias
de marketing.
“A interação ficou facilitada na era da geração digital. A
troca de informações e experiências específicas é uma
nova cultura, não existem mais segredos de negócios,
existem pessoas com expertise para realizar determinado
serviço ou vender determinado produto”. (TELLES, 2009,
p.25)
Em um artigo publicado no site da agência mídia.next trouxe uma
pesquisa realizada pelo Ibope em parceria com a Worldwide Independent
Network of Market Research, mostrou que 87% dos internautas brasileiros
acessam redes sociais.
O mesmo artigo mostra que os consumidores ingressaram nas redes
sociais e lá procuram suas marcas para conhecer novidades e para reclamar
de serviços e produtos. Essa última questão, talvez esse seja a grande barreira
de muitas empresas. Pois, elas temem que ao ingressar nas redes sejam alvos
de reclamações, mas
As empresas perderam o controle sobre o consumido e a grande
responsável é a rede social. Hoje, a tradicional forma de pensar a
comunicação, com emissor/receptor ou meio/mensagem, precisa se preocupar
com o que as pessoas estão falando nas redes sociais.
30
Hoje, as empresas não precisam mais estar online para realmente estar
online. Ela não precisa ter um perfil no Twitter para ter reclamações no mesmo
microblog. Os consumidores insatisfeitos colocam uma hashtag # no início do
texto e reclamam.
Um levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
e divulgado em Abril revela que duas em cada três (66%) empresas trabalham
com site próprio para divulgação de suas marcas e apenas 17% aderiram ao
universo das redes sociais na internet.
Entre os segmentos pesquisados, as instituições financeiras são as que
mais aderiram às redes sociais, contando com participação de 26% das
companhias. Logo atrás, fica o setor de serviços, com 21%. Figuram ainda os
segmentos de comércio atacadista (17%) e indústria (15%). No fim da lista, o
comércio varejista é o que menos faz uso das plataformas, contando apenas
com 12% das companhias.
Por outro lado, o site Mashable, que traz informações sobre mídias
sociais, noticiou uma pesquisa realizada pela Hiscox, companhia provedora de
seguros para pequenos negócios, com 304 tomadores de decisões de
empresas com entre 1 e 249 funcionários, revelou que 43% deles afirmaram
que as mídias sociais não são necessárias. Outros 21% não têm uma opinião
formada sobre o assunto.
Apenas 12% dos entrevistados achavam, esses novos meios, algo
imprescindível para seus negócios. Em contraponto, 50% afirmaram que não
viveriam sem o marketing boca a boca. Só apenas 4% falaram o mesmo sobre
marketing social.
Segundo o instituto Ibope Nielsen Online, em pesquisa divulgada em
maio de 2011, o total de usuários ativos de internet no trabalho e em domicílios
chegou a 43,2 milhões em março de 2011, o que significou uma evolução de
31
4,4% na comparação com o mês de fevereiro. Em relação aos 37,9 milhões de
usuários ativos de março de 2010, o aumento foi de 13,9%.
“Um dos pontos-chave da construção uma das grandes
mudanças causadas pela Internet está no fato de que a
reputação é mais facilmente construída através de um
maior controle sobre as impressões deixadas pelos
atores. Ou seja, as redes sociais na Internet são
extremamente efetivas para a construção da reputação”.
(RECUERO, 2009, p. 109 e 110)
2.5 - Mídias Sociais causam mais danos a marcas que Procon
O site da Folha.com divulgou uma pesquisa no dia 13 de outubro de
2011, segundo a qual as reclamações que chegam às empresas pelo chamado
SAC 2.0 (redes sociais), dão muito mais resultado porque atingem diretamente
a imagem das marcas.
Os consumidores que usam o Twitter para reclamar obtêm uma
resposta até 8,4 mil vezes mais rápida do que se procurassem ajuda pelo
Procon. Pelo Facebook, a eficiência pode ser até 1,4 mil vezes maior.
Outra saída, bem mais visível aos consumidores – e perigosa à imagem
das empresas quando elas não agem corretamente - é o site Reclame Aqui. O
serviço atua como um canal online direto de comunicação entre consumidor
insatisfeito e marca.
No ano passado, o site registrou uma média de 4 milhões de visitas por
mês, número quatro vezes maior do que o alcançado em 2009 e também
superior à contagem de atendimentos realizados pelo Procon – Procuradoria
de Defesa do Consumidor – neste ano, fechada em 630 mil.
32
A escolha por compartilhar a insatisfação na web mostra que os
consumidores estão muito mais atentos aos canais de comunicação que têm à
sua disposição do que as empresas.
O site Reclame Aqui, que atua como um canal online direto de
comunicação entre consumidor insatisfeito e marca, registrou em 2010 uma
média de 4 milhões de visitas por mês, número quatro vezes maior do que o
alcançado em 2009 e também superior à contagem de atendimentos
realizados pelo Procon – Procuradoria de Defesa do Consumidor – em 2011,
fechada em 630 mil. Isso aponta para uma mudança no comportamento dos
consumidores e deve ser visto com atenção pelas marcas.
Quando o consumidor pega o telefone para reclamar ou vai a uma loja
física para reclamar de alguma coisa, ele é bastante complacente, mas quando
esse mesmo consumidor entra em uma rede social ou qualquer outra rede na
web, ele se transforma, usa muita força no que diz e coloca detalhes da má
experiência que teve.
Uma reclamação pode ir para frente no Procon, mas apenas como um
fato isolado, e por isso não afeta tanto a marca. Mas quando cai nas redes,
impacta muito. Os consumidores estão dando exemplo de como utilizar as
ferramentas multimídia para reclamar seus direitos.
33
2.6 - Twitter
O Twitter foi criado em 2006, em São Francisco, Califórnia (EUA) como
uma ferramenta para facilitar a troca de mensagens de trabalho via celular,
porém, durante um festival de música americano neste mesmo ano, o número
de post diários saltou de 20 mil para 60 mil, percebeu-se então que a
ferramenta não precisava ficar restrita somente às empresas. A ferramenta
possibilita o envio de mensagens com até 140 caracteres.
“Muitos usuários avançados de Twitter elogiam o serviço
justamente pelo desafio de sintetizar a informação. Isso é
uma mão na roda para quem começa a seguir 50, 80, 100
pessoas e tenta acompanhar todas as atualizações que
34
chegam. Como as mensagens são curtas, você pode
checar rapidamente se alguma coisa te interessa ou não.
E nada impede que você desenvolva uma idéia em seu
blog e mande pelo Twitter um resumo com o link para
quem se interessar, clicar e saber mais”. (SPYER, 2010,
p.26)
Com mais de 100 milhões de usuários no mundo todo, o microblog
completou cinco anos em 2011 e ocupa o segundo lugar no ranking das redes
sociais em número de usuários, atrás somente do Facebook, segundo dados
do próprio Twitter.
“O alto escalão do Twitter ainda está em busca da
identidade do serviço, definir para que ele serve e como
deve ser percebido, mas não fazem planos modestos. A
ambição é que o serviço seja o primeiro a atingir 1 bilhão
de usuários até 2013”. (SPYER, 2010, p.74)
O Brasil é o segundo país que mais possui pessoas conectadas à rede,
com a média equivalente de 8,79% do total de cadastrados, de acordo com o
Twitter.
De acordo com Spyer (2007) é difícil explicar o Twitter porque não
existem exemplos de serviços online parecidos que tenham sido adotados
massivamente. Para tentar explicar de forma mais simples ele utilizaram o bar
como metáfora.
“O Twitter é como o seu bar favorito funcionando dia e
noite: a hora que você aparecer encontrará alguns
frequentadores habituais e mais outras pessoas
35
relacionadas a eles. Você pode ir a um bar e ficar só com
aquelas pessoas mais queridas e conversar sobre
assuntos pessoais, pode ir disposto a conhecer gente
nova e falar sobre qualquer coisa ou até ficar no seu
canto observando”. (SPYER, 2010, p.8;12)
Depois dessa brincadeira sobre o microblog, Spyer (2007) traça uma definição
mais técnica.
“Você já tentou explicar o que é o Twitter para alguém
com noções básicas de uso da Web? Você pode, por
aproximação, dizer que é uma mistura de blog e MSN ou
pode ser específico e falar que é uma ferramenta para
micro-blogagem baseada em uma estrutura assimétrica
de contatos, no compartilhamento de links e na
possibilidade de busca em tempo real, mas dificilmente
isso convencerá o seu interlocutor a usar o serviço”.
(SPYER, 2010, p.8)
As redes sociais tradicionais têm propósitos estabelecidos
pela ferramenta: Linkedin para questões profissionais,
Orkut para amizades, e assim por diante. Já o Twitter
lembra uma praça onde ambulantes, artistas, pastores e
transeuntes se encontram e se misturam.
(SPYER, 2010, p.80)
2.7 - As empresas descobrem o Twitter
Com o grande número de público, o site é uma enorme oportunidade
para gerar tráfego às empresas. As novas tendências dos consumidores, no
entanto, apontam a preferência por relacionamento e diálogo nos canais
36
sociais e não apenas receber informações, um das principais características do
microblog.
Os investimentos do próprio Twitter para o mercado também criam mais
chances de utilização das marcas. No início do mês, o site apresentou uma
nova interface para 21 marcas parceiras nos Estados Unidos, ainda em fase
de teste, em busca de atrair mais anunciantes e elevar sua receita.
“Pessoas interagem com marcas todos os dias. Alguns
setores que lidam mais diretamente com a sociedade
como entretenimento, finanças, esportes, viagens, carros
e varejo - já devem estar pensando em estratégias para
utilizar o Twitter. Quem quiser pode fazer uma busca para
ver o quanto os usuários estão conversando sobre o seu
setor de atuação, mas o fato é que nenhum outro meio
permite que pessoas interajam com uma marca ou com
uma empresa como o Twitter”. (SPYER, 2010, p.43)
Segundo Spyer (2007), para se dar bem no Twitter, as empresas têm
que aprender a utilizar o serviço para estabelecer conexão com clientes,
promover relacionamento e discutir tópicos.
Aprender a receber elogios e críticas, acompanhar a conversa sobre
assuntos de interesse da empresa, estar onde a conversa está e não esperar o
cliente entrar em contato, aproveitar a força do testemunho espontâneo.
Outro fator importante é a humanização da empresa, elas têm que
mostrar que existem pessoas que se preocupam com seus clientes.
O Twitter pode ser utilizado como uma extensão do blog para
compartilhar novidades e responder na hora tirando proveito da possibilidade
37
de falar em tempo real. O uso de promoções também é uma importante arma,
pois atrai clientes.
As empresas podem ter no Twitter uma importante ferramenta para
impulsionar as vendas e realizar ações de Marketing. Um levantamento com
3.268 usuários, da agência Bullet, em 2009, verificou que a maioria dos
internautas (53,6%) acha interessante ações de Marketing na rede social,
desde que com relevância. Por outro lado, 51% nunca participaram de
nenhuma promoção no Twitter, mas possuem interesse e 33% responderam já
ter participado.
Quem soube aproveitar muito bem essas promoções via Twitter foi a
construtora Tecnisa. Em 2009 ela vendeu um apartamento de R$ 500 mil. A
empresa recebeu uma mensagem de um usuário que queria comprar um
apartamento e não perdeu tempo e logo fechou negócio.
O Twitter sempre foi mais informativo, e quem tem aproveitado isso são
os jornalistas. Eles promovem o seu trabalho, utilizam a ferramenta como
pesquisa de pautas, ele envia uma mensagem para seus seguidores e logo
tem as pautas sem precisar sair da redação.
O Twitter é uma ferramenta de comunicação aberta onde
os participantes estão relacionados a informações
biográficas. Isso quer dizer que, a menos que a pessoa
escolha ocultar sua conta, as atualizações dela são
públicas. (SPYER, 2010, p.84)
2.8 - Reclame Aqui
A partir da década de 1990, com a criação do código do consumidor, a
sociedade começou a cobrar mais os seus direitos e as empresas
38
disponibilizaram canais de comunicação com o consumidor. O Serviço de
Atendimento ao Consumidor (SAC) tiveram um papel importante tanto para a
empresa, quanto para o consumidor.
Com o desenvolvimento acelerado da internet e toda a tecnologia que
envolve esse universo, nasce a Web 2.0 e com ela o consumidor 2.0. Esse
novo consumidor continua cobrando seus direitos, mas utiliza as redes sociais
para cobrar e difundir informações sobre determinados serviços e produtos. A
comunicação tradicional de pouca interação entre a empresa e os clientes
através do 0800 deu lugar a comunicação digital, que funciona de mão dupla
entre a empresa e o consumidor.
Esse consumidor 2.0 passou a controlar a informação e essa nova
perspectiva começou a interferir diretamente no trabalho das empresas, seja
de pequeno ou grande porte. Elas tiverem que rever a maneira que faziam
comunicação e desenvolvimento de novos produtos. O consumidor passou a
fazer parte da comunicação e dos produtos.
39
“Vivemos em um mundo onde mais de 2 bilhões de
pessoas já possuem acesso à internet, sendo que 600
milhões delas usam o Facebook, a maior rede social do
planeta, e mais de 150 milhões frequentam o Twitter, a
rede social que mais rapidamente cresce no mundo. No
Brasil temos mais de 76 milhões de pessoas com acesso
à internet, o que equivale a mais de 38% da população;
somos o maior grupo nacional dentro do Orkut, no Twitter
somos um dos países mais ativos, colocando a língua
portuguesa entre as mais faladas no serviço de
microblogs, somos o segundo colocado em número de
blogs, maiores usuários de MSN Messenger e
dominamos em diversas outras frentes da web 2.0”.
(CRIPRIANI, 2011, p.25)
O maior desafio das empresas é saber lidar com a insatisfação dos
consumidores, que podem influenciar positivamente ou/e principalmente
negativamente através das redes sociais. Mas, da mesma forma que os
consumidores utilizam essas ferramentas da Web 2.0, as empresas também
podem se aproveitar dessa tecnologia para gerenciar as informações,
reforçando a cultura e imagem da empresa e se relacionamento.
Um exemplo de relacionamento digital entre empresa e consumidor é o
Reclame Aqui. Nesse site os usuários podem reclamar sobre atendimento,
compra, venda, produtos e serviços de qualquer empresa, esteja ela
cadastrada ou não.
O site foi criado em 2000 e reformulado em 2007. Em 2009 ocupou o 4º
lugar na blogosfera em conteúdo relevante relacionado a marcas. Segundo a
pesquisa Mídias sociais: a transparência das redes e do boca a boca divulgado
40
em 2008 pela E-life, o Reclame Aqui tem mais de 8.800 empresas e 360 mil
usuários cadastrados e mais de 600 mil visitas/mês.
Em 11 anos o Reclame Aqui conquistou o “título” de órgão de defesa do
consumidor. Isso porque, as empresa perceberam que o espaço pode ser
utilizado como marketing, se usado de maneira eficiente, e como espaço de
venda, pois muitos potenciais clientes usam o site para ver o que os usuários
comentam a respeito de determinados produtos.
O Reclame aqui possui em média 3 dias para resposta, isso pode ser atribuído
a pressão imposta pelos consumidores através das discussões e comentários.
“O Reclame Aqui é um site de utilidade pública e desta
forma, seus serviços são inteiramente gratuitos, sendo
disponíveis somente para pessoas físicas nacionais e
estrangeiras, maiores de 18 anos e que possuam
capacidade civil, de acordo com o estabelecido no Código
Civil Brasileiro”. (SILVIA E PAIVA, 2009, p.4)
Para se cadastrar no site é necessário nome, e-mail, telefone, CPF, RG,
cidade, estado, profissão, e etc. Essas informações são utilizadas para
melhorar a relação do consumidor com a empresa. Depois de ter feito o
cadastro, o usuário pode começar a publicar as reclamações.
“O Reclame Aqui é um serviço aberto a qualquer cidadão
cadastrado no site. Sem qualquer custo, a reclamação do
consumidor é publicada e um aviso é encaminhado via e-
mail para à parte reclamada, caso a empresa tenha seu
Serviço de Atendimento ao Cliente cadastrado no
Reclame Aqui. Cabe as organizações se preocupar em
atender aos anseios e reclamações de seus
41
consumidores, a fim de fortalecer ou manter seu
relacionamento, procurando conhecer o motivo do
problema causado e realizando o repasse de informações
sobre o prazo para resolução do problema”. (SILVIA E
PAIVA, 2009, p.4-5)
2.9 - Entenda o funcionamento
Ainda hoje, muitas pessoas têm dúvidas ao respeito do funcionamento do
Reclame Aqui, mas o próprio site explica:
RECLAMAÇÕES
O sistema de reclamações é aberto a qualquer cidadão que preencha
corretamente o cadastro no site. Sem qualquer custo a reclamação é publicada
e um aviso é encaminhado via e-mail à parte reclamada, caso a empresa
tenha seu Serviço de Atendimento ao Cliente Cadastrado no Reclame Aqui. As
empresas poderão responder a qualquer momento, publicando assim a
resposta à reclamação do cidadão, bastando apenas estarem cadastradas no
site (totalmente GRATUITO)
INDICE E RANKING
As reclamações cadastradas no Reclame Aqui irão gerar um ranking
sempre atualizado das empresas conforme critérios de número de
reclamações, tempo de resposta, ausência de resposta, índice de Solução,
Número de Avaliações, nota do reclamante e índice de voltar a fazer negocio
com a empresa considerados a partir do momento da publicação e da
respostas das mesmas. O sistema é totalmente automatizado, não havendo
interferência de operador na geração dos dados de ranking. Veja como
funciona o Ranking para empresas não Recomendadas
BANCO DE DADOS
42
Os dados de empresas e consumidores que integrarem o sistema do
Reclame Aqui são exclusivamente para possibilitar o acesso de ambos ao site
e permitir a comunicação do Reclame Aqui com seus cadastrados. O banco de
dados do Reclame Aqui é sigiloso e não comercializável.
STATUS DA RECLAMAÇÃO
Não Respondida
Toda vez que é postada uma reclamação primeiramente a mesma tem o
Status
Atendido
Quando uma empresa responde, é posicionado automaticamente pelo o
sistema
Assunto resolvido
Quando o consumidor aceita a resposta, quer finalizar e avaliar
Pendente
Quando o consumidor mantém a reclamação como pendente e envia uma
réplica para a empresa
Não resolvido
Quando o consumidor não aceita a resposta, quer finalizar a avaliar
Fonte: http://www.reclameaqui.com.br/como_funciona
2.10 - Selo de qualidade do Reclame Aqui
Uma ferramenta que vêem sendo utilizada pelas empresas como forma
de marketing é o selo RA 1000. Ele foi criado com o objetivo de premiar
empresas que possuem excelentes índices de atendimento no Reclame Aqui.
43
Segundo o próprio site, as empresas que possuem este selo,
demonstram a seus consumidores o compromisso que possuem com seu pós
venda, elevando o grau o de confiança em sua marca, serviços e produtos.
Para que uma empresa seja qualificada com o selo RA 1000, é
necessário atender aos 4 critérios listados abaixo:
• Possuir Índice de Resposta igual ou superior a 90%
• Possuir Índice de Solução igual ou superior a 90%
• Possuir Média das Avaliações (dadas pelo consumidor) igual ou superior
a 7 (número mínimo de 10 avaliações)
• Possuir Índice de Novos Negócios (Voltaria a fazer negócios?) igual ou
superior a 70%
44
CAPÍTULO III GERENCIAMENTO DE CRISES
A reputação de uma pessoa é como a credibilidade de
uma organização, o seu maior patrimônio. (...) qualquer
situação que escape ao controle da empresa e que ganhe
visibilidade pública pode ser considerada uma crise.
(CHINEM, 2003: 85).
Nenhuma organização e/ou indivíduo estão livres de enfrentar uma
crise, pois elas podem surgir a qualquer momento e das mais diversas
maneiras possíveis. Para Maristela Mafei (2004) um bom resumo dessas
situações de crise é fornecido pelo Institute for Crisis Management (Instituto
para Gerenciamento de Crises), que categorizou os tipos de crises conforme
as causas. São eles: "atos de Deus" (acidentes naturais, que trazem
problemas a serem gerenciados por empresas ou governos), problemas
mecânicos, erros humanos e decisões ou indecisões administrativas (que
geram problemas maiores).
Segundo Mafei o próprio ICM define crise como o acontecimento que
estimula grande cobertura da imprensa, com prejuízo para o desempenho da
organização.
Veículos de comunicação são responsáveis por detonar
esse processo, seja porque investigam escândalos
revirando a vida de políticos ou empresários, ou porque
noticiam fatos como grandes acidentes. Mas se cabe à
imprensa trazer o assunto à tona, com maior ênfase, as
organizações e personalidades também são responsáveis
por, em alguns casos, não tomar medidas que antecipem
resultados negativos para imagem. (MAFEI, 2004, p.87)
45
As crises sempre ocorrem, mas há maneiras de minimizá-las e,
eventualmente, até preveni-las por meio do gerenciamento de crises. Prevenir
e se preparar contra crises é muito melhor do que administrar situações
adversas. Para evitar maiores perdas, o processo de comunicação deve ser
gerenciado por um profissional da área responsável pela construção,
consolidação e resgate da credibilidade organizacional.
3.1 - Aprendendo com a crise
Depois de enfrentar várias crises, principalmente na década de 90 com
inúmeros vazamentos de petróleo, e não ter um plano de gerenciamento
elaborado, a Petrobras decidiu criar o seu próprio Plano de Comunicação de
Crise. Para muitos assessores de imprensa, o manual da estatal é o mais
completo. Nele é possível encontrar desde modelos de release até frases
prontas para responder a imprensa.
De acordo com o Manual de Assessoria de Imprensa editado pela
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em 2007, cabe ao assessor
facilitar a relação entre o seu cliente – empresa, pessoa física, entidades e
instituições - e os formadores de opinião.
O assessor de imprensa deve ter consciência de que sua
credibilidade depende de um bom relacionamento com os
jornalistas dos veículos de comunicação, pautando-se
sempre pela transparência e por uma postura de
colaboração. Essa atitude pode valorizar a informação
que o assessor de imprensa está divulgando, podendo
ampliar os espaços de mídia espontânea. (FENAJ, 2007,
p.10)
A rapidez da propagação das informações faz com que a crise
prejudique, abale ou até mesmo destrua a imagem em pouco tempo,
46
independente do seu grau de credibilidade ou solidez. Discute-se neste
trabalho o papel da comunicação no gerenciamento de crise, cujas funções é,
basicamente, o estabelecimento de relacionamento com os públicos
estratégicos.
No capítulo 8 do Guia de Crise da Petrobras é possível encontra os dez
mandamentos da comunicação de crise.
Siga rigorosamente os Planos de Contingência e de
Comunicação em Situações de Crise; Divulgue as más
notícias imediatamente; A agilidade debela as crises; Em
crises não há segundas chances; Mantenha a calma;
Cooperação é fundamental; Sem prática não há vitória;
Peça desculpas pelos erros; A comunicação é um
processo contínuo e tenha sempre o objetivo em mente.
(PETROBRAS, 2009, p. 84)
A comunicação de crise é um trabalho desafiador, pois se desenvolve
em ambiente ao mesmo tempo volátil e de grande nervosismo. O assessor
precisa estar pronto para responder rapidamente e de forma transparente a
qualquer crise.
O melhor resultado é sair da crise após convencer todos
os públicos, inclusive a mídia, de que não houve
negligência por parte da Petrobras e de que a situação foi
resolvida sem maiores impactos. O ideal é oferecer
resposta rápida e abrangente (PETROBRAS, 2009, p.
06).
47
No mundo moderno, a mídia dá forma às percepções, que acabam se
tornando realidade. Ela pode tanto ajudar a resolver uma crise de maneira
rápida e tranquila, quanto fazer com que qualquer situação seja ainda mais
turbulenta. Todo órgão de imprensa concorre com os demais para fornecer a
cobertura mais atual e completa de um evento considerado como notícia
“quente”. Um jornalista competente e ambicioso se empenhará, com afinco, em
reunir toda a informação possível sobre uma história com potencial de chegar
às manchetes, buscando sempre dados exclusivos que dêem um diferencial à
sua reportagem.
As áreas de Comunicação e de SMS devem estar atentas
às oportunidades de envolver organizações conhecidas e
respeitadas na resposta à ocorrência, fornecendo-lhes
informação absolutamente confiável e imparcial. É notório
que perguntas não respondidas prolongam a crise, pois
servem de base para especulação, gerando cobertura
intensiva da mídia. Ao disponibilizar as informações para
especialistas de renome – que cedo ou tarde serão
procurados pela imprensa para responder a essas
perguntas –, a Petrobras trabalha para que a crise perca
um pouco do combustível de que a mídia necessita para
alimentá-la. (PETROBRAS, p. 36).
É comum nos períodos de crise que matérias negativas sejam
publicadas por diversos veículos de comunicação. O assessor de imprensa é o
responsável por gerenciar a situação. A autora Maristela Mafei afirma que é
necessário um plano de contingência para ser acionado em situação de crise:
(...) Esse roteiro de ações emergenciais deve ser
implementado quase que automaticamente – já que,
nessas horas, é preciso tomar medidas que não paralise
48
a instituição e que ajudem as decisões a fluírem melhor,
tirando o assessorado da crise o quanto antes. Mas
algumas crises não cabem sequer dentro do mais
azeitado plano construído. Nesses casos, as medidas
preventivas servirão apenas como referência. (MAFEI,
2004: 109-110).
Municiado de todas as informações, o Assessor elabora o seu plano de
gerenciamento de crise. O primeiro passo era respeitar a Constituição
Americana e atender as intimações feitas pela Justiça.
É importante que a situação seja controlada o mais rápido possível. O
assessor de imprensa deve estar preparado para agir em momentos assim e
assumir as rédeas do assunto.
(...) Porque crise é como notícia, nunca tem hora para
acontecer e pega a todos desprevenidos. Como uma
chama, começa pequena, mas logo cresce numa
proporção nunca imaginada e toma conta de tudo
rapidamente. Depois que acontece a tragédia vêm às
explicações, mas se não houver preparo para lidar com a
crise o resultado pode ser ainda pior. (CHINEM, 2003:
86).
Para Kopplin e Ferrareto (2009) embora possam ser encontradas
diversas etapas no processo de planejamento - sua classificação e
nomenclatura variam de autor para autor, nas mais distintas áreas do
conhecimento - elas podem ser divididas em quatro fases, conforme propõe
Raimar Richers (1983, p.22): análise, adaptação, ativação e avaliação.
49
Análise
É a etapa em que o assessor de imprensa conhece a instituição, seus
públicos e contexto em que ela se insere; ele também deve identificar os
problemas e as falhas de comunicação da entidade.
Adaptação
Ajustando a realidade detectada anteriormente à projeção das ações
necessárias. Nessa fase, definir-se-ão tanto as políticas quanto os planos.
Ativação
Momento em que os planos serão colocados em prática, seguindo todas
as determinações estipuladas, podendo também ser necessário lançar mão de
diferentes estratégias.
Avaliação
Com estudo dos resultados de todos os planos e estratégias
empregados, a fim de constatar se foram ou não mais adequados. As
conclusões obtidas nessa etapa levarão a uma nova análise, que gerará um
processo de adaptação, e assim por diante.
Muitas empresas se utilizam das entrevistas coletivas quando enfrentam
crises. Para Mafei (2004), elas são indicadas para comunicar assuntos de
relevância e, se realizadas adequadamente, funcionam como um excelente
instrumento de relações públicas e de divulgação.
A regra é mais ou menos simples: merece entrevista
coletiva o assunto que mobiliza as atenções e têm
impacto sobre a vida da população. Muitas vezes o
lançamento de campanhas publicitárias, de novos
produtos ou a divulgação de balanços financeiros, feiras e
eventos de alguns segmentos também podem receber o
mesmo tratamento, direcionado para veículos ou editorias
50
que cubram especificamente os setores das organizações
divulgadas. . (MAFEI, 2004, p9).
Atualmente, as entrevistas coletivas têm sido pouco utilizadas, pois elas
demandam um tempo muito grade para o repórter, pois ele tem que se
deslocar da redação para o local agendado, voltar para redação e editar a
reportagem. Levando em consideração o trânsito caótico das grandes capitais
e o curto tempo que os telejornais têm para preparar a edição, esse tipo de
entrevista se torna inviável.
Uma entrevista coletiva só deve ser convocada se for
efetivamente necessária, ou seja, caso se trate de um
assunto relevante, de interessa para a opinião pública e
que demande esclarecimentos, fornecimento de detalhes
e checagem de dúvidas. Concluído o relato, a fonte deve
se colocar a disposição para as perguntas. (CHINEM,
2003, p.93).
O autor afirma que o jornalista de AI deve instruir seu assessorado
sobre como tratar a imprensa, de modo geral, e como se portar diante de
entrevistas. O assessorado não deve utilizar, na entrevista, um discurso
preparado. Pode, entretanto, fazer notas breves, que sirvam como um roteiro
para auxiliar-lo na condução das respostas.
Quanto a organização, as coletivas podem ser classificadas como
espontâneas e provocadas. As provocadas são aquelas organizadas pelo
assessor, dependendo das necessidades do cliente e seguindo critérios
jornalísticos. O profissional de AI deve saber identificar a necessidade e a
oportunidade para convocação de coletivas.
3.2 - Case
51
Do dia 5 a 10 de setembro de 2011 a Pepsi veiculou na TV, rádio,
jornais, revistas e internet a campanha “Pode ser Pepsi em Dobro”. A
campanha tinha tudo para ser um sucesso, se não fosse por um detalhe:
estoque.
O objetivo da promoção era que nos dias 10 e 11 de setembro, a cada
produto do portfólio Pepsi - Pepsi, Pepsi Light, Pepsi Twist adquirido, o
consumidor leva para casa um outro igual. A promoção foi feita em 3200
estabelecimentos em 20 cidades.
Pela promoção, cada cliente podia comprar até 24 unidades. Faziam
parte os refrigerantes Pepsi, Pepsi Light, Pepsi Twist ou Pepsi Twist Zero. As
embalagens válidas eram de 237 ml, lata 350 ml, 600 ml, 1 litro, 1,5 litro, 2
litros, 2,25 litros, 2,5 litros e 3,3 litros.
O pior é que slogan da campanha "pode ser", virou a pergunta do
concorrente: "Pode ser Coca-cola?". Esse foi o caso do Grupo Pão de Açúcar.
A empresa, controladora das redes varejistas Extra, Assaí e Pão de Açúcar,
recebeu 150 carretas com o refrigerante para os dois dias - número é o
suficiente para um mês de vendas, segundo o próprio grupo.
O grupo ainda solicitou mais 60 depois, mas só recebeu 20. Finalizado o
estoque, ofereceu outros refrigerantes da Ambev (distribuidora da Pepsi no
Brasil), como Guaraná, para dar sequência à ação. Não suficiente para suprir a
demanda e com o intuito de garantir a promoção aos consumidores, a rede
optou para dar aos clientes o concorrente direto da Pepsi: a Coca-Cola.
A Pepsi disse que a promoção foi um sucesso e que "superou em muito
as já altas expectativas" para o fim de semana. "A operação de produção e
logística foi dimensionada para atender à forte demanda que esperávamos
para o período e colocou nas lojas, para venda nestes dois dias, o volume
52
superior a um mês de vendas regulares. Ainda assim, vários pontos de venda
esgotaram os seus estoques em poucas horas. Agradecemos a forte adesão
dos consumidores à ação", disse a empresa, em nota.
O erro foi da empresa PepsiCo, responsável e dona do produto Pepsi,
que subdimensionou a demanda. Para compensar o vexame a empresa
prometeu distribuir 12 latinhas do produto para os 5 mil consumidores que
registraram e formalizaram suas reclamações no site da empresa, o que
totaliza 60 mil latinhas.
Um dos argumentos que a rede poderia ter utilizado, nos dias que
sucederam a crise, seria a de que a distribuidora, Ambev, teve problemas na
logística. Mas a verdade é que a própria Pepsi não dimensionou o sucesso da
promoção e não providenciou estoque para as lojas. Assim, "Pepsi em Dobro",
ao invés de alavancar a imagem da empresa, desgastou a marca no mercado
brasileiro.
Após tanta confusão o Procon entrou na discussão. O órgão de defesa
ao consumidor, Procon, está investigando o caso e mandou uma notificação
para a empresa PepsiCo, solicitando esclarecimentos. Dependendo do laudo e
conclusão do Procon a empresa poderá ser multada em até R$ 6,33 milhões,
com base no artigo 57 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
3.3 - Entenda a Campanha
A campanha foi estrelada por Rodrigo Faro e pelas gêmeas do nado
sincronizado, Bia e Branca Feres. O filme começa com o Rodrigo Faro dando
um gole em uma Pepsi, num balcão de um bar. Ele fala: “O Pode Ser pode ser
cada vez melhor. Quer uma prova? Promoção Pode ser Pepsi em Dobro. Só
nesse fim de semana, na compra de qualquer embalagem de Pepsi, você
ganha outra igualzinha”. Na sequência, ele continua: “Compra uma, leva outra”.
53
“Simples assim. Agora, todo mundo pode curtir o sabor de Pepsi. Melhor
que isso, só eu que faço um comercial com uma loira”. Neste momento,
aparece uma das gêmeas que está na ponta do balcão. E ele completa: “E
levo a outra” – e então, surge do outro lado, a outra gêmea. Elas se aproximam
dele, enquanto ele pergunta: “Promoção Pode ser Pepsi em Dobro, pode ser?”
As gêmeas respondem: Pode!
A cena corta para um ambiente cheio de espuma, na sequência aparece
o Rodrigo Faro acenando e mergulhando com uma máscara no meio da
espuma.
54
CONCLUSÃO
Algumas empresas perceberam que, com o surgimento e expansão
das Mídias Sociais é necessário se comunicar, com mais rapidez e eficiência,
pois mesmo que não queiram, as informações se espalham na Web da mesma
maneira. Por isso, é mais prudente estabelecer um canal de relacionamento
com o cliente desinteressado em vendas e interessada na pessoa.
A comunicação vive em constante mudança, atualmente ela é mais
horizontalizada do que verticalizada. Essa revolução mudou a maneira de fazer
a comunicação. Isso fez com que as empresas aprimorarem seus canais de
atendimento ao consumidor. Agora, mais do que nunca o cliente tem sempre
razão.
Durante duas semanas o Twitter da Pepsi foi bombardeado com
mensagens de consumidores insatisfeitos com o serviço prestado pela
empresa. Na ocasião, a Pepsi além de estar nas Mídias Sociais, estava
preparada para agir durante a crise. A solução encontrada pela empresa foi
responder aos consumidores e ressarci-los dos prejuízos.
Nenhuma empresa está livre de enfrentar crises. Elas investem tempo,
tecnologia, recursos financeiros e humanos para construir uma reputação. No
entanto, o que se levou anos para construir pode ser destruído em apenas
alguns minutos de crise.
Diante deste cenário, as organizações devem reconhecer a
importância do processo da administração da comunicação, sobretudo entre a
empresa, a mídia e os clientes, pois eles são os formadores de opinião.
Outra Mídia Social utilizada pela Companhia para enfrentar a crise foi o
site Reclame Aqui. Nesse site a Pepsi também estava cadastrada e pode
55
trocar informações com os clientes e colocar-se a disposição para solucionar a
crise.
Aliada a um planejamento estratégico, a administração da
comunicação se torna uma poderosa ferramenta no processo de
gerenciamento de crises, colaborando para que a organização atravesse
situações críticas com a menor quantidade possível de improvisos, revertendo-
as, assim, em uma preciosa vantagem competitiva.
A infiltração das empresas nas mídias sociais ainda é algo novo, mas
promissor. Logo, as empresas presentes atualmente saem na vantagem, pois
no futuro estarão mais bem preparadas e com maior poder de influência em
relação às novas entrantes.
É preciso ter zelo pela reputação da organização dentro das redes
sociais. As mídias têm grande poder multiplicador, e o despreparo para reagir
de forma rápida a situações adversas pode comprometer a imagem da
empresa no mercado.
Mas mesmo com todas as ações de gerenciamento de crise, a
empresa não sai com a imagem arranhada. No entanto, esse é um processo
contínuo de adaptação e aperfeiçoamento de técnicas de gestão de crise.
É possível afirmar que no futuro os consumidores participarão cada
vez mais dos processos comunicacionais das empresas, que por sua vez
investirão em prevenção de crises, ao invés de gastar tempo e arranhar a
imagem combatendo-a. Por isso, o ditado: “É melhor prevenir do que remediar”
está tão atual nesse tempo de Mídias Sociais.
56
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - CAHEN, Roger. Tudo que seus gurus não lhe contaram sobre comunicação empresarial. São Paulo: Best Seller, 1990. 2 - REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Jornalismo empresarial: teoria e prática. São Paulo: Summus Editorial, 1987. 3 - _____, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986. 4 - KUNSCH, M.M.K. 1997. Relações públicas e modernidade: novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo, Summus. 5 - REGO, A. Liderança nas Organizações - teoria e prática. Aveiro: Portugal, Editorial da Universidade de Aveiro. 1998 6 - OLIVEIRA, Luís Carlos Ferreira de Sousa. Comunicação Empresarial. Lavras: UFLA/FAEPE, 2004. 7 - NASSAR, Paulo. O que é Comunicação empresarial / Rubens Figueiredo. São Paulo: Brasiliense, 1995. 8 - CHINEM, Rivaldo. Assessoria de Imprensa: como fazer. São Paulo: Summus, 2003 9 - KOPPLIN, Elisa e FERRARETO, Luiz Artur. Assessoria de imprensa: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Summus, 2009 10 - MAFEI, Maristela. Assessoria de Imprensa: como se relacionar com a mídia. São Paulo, Editora Contexto, 2004 11 - OLIVEIRA, Mariana. Mídias Sociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões. Trecho escolhido. Organizado por PaperCliQ e Danila Dourado. Rio de Janeiro, 2010 12 - RICHERS, Raimar. O que e marketing. São Paulo: Brasiliense, 1983. 13 - FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas. Manual de Assessoria de Imprensa. Brasília, 2007. 14 - SILVA, Maria Júlia Paes da. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. São Paulo. Edições Loyola, 2006. 15 - KOSOVSKI Ester: BARATTA Alessandro... [at al]. Ética na Comunicação – Rio de janeiro de Janeiro: Mauad, 1995
57
16 - CRUCIANELLI, Sandra. Ferramentas Digitais para Jornalistas, Texas, Knight Center for Journalism in the Américas, 2010, Tradução: Marcelo Soares 17 - Cláudio Amaral, artigo A História Da Comunicação Empresarial no Brasil 18 - http://www.bocc.uff.br/pag/pessoa-sonia-comunicacao-empresarial-estrategica.html. Acesso em 29/12/11 às 10h 19 - http://www.elife.com.br/paper/midias-sociais.pdf. Acesso em 23/01/12 às 13h20 20 - http://www1.folha.uol.com.br/mercado/974121-apos-falha-em-promocao-pepsi-dara-60-mil-latas-de-refrigerante.shtml. Acesso em 27/09/2011 às 10:25 21 - http://www.mundodomarketing.com.br/19,20509,compre-pepsi-e-ganhe-coca-cola.htm. Acesso em 27/09/2011 às 10:46 22 - http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/falta-de-pepsi-em-promocao-coloca-coca-cola-em-evidencia. Acesso em 27/09/2011 às 10:29 23 - http://www1.folha.uol.com.br/mercado/973860-pepsi-promete-refrigerante-em-dobro-mas-falha-com-estoques.shtml. Acesso em 27/09/2011 às 10:20
58
ANEXO 1
INTERNET
Pepsi enfrenta críticas por promoção Boa ideia, boa campanha e má execução, pela falta de produtos ROSEANI ROCHA 12 de Setembro de 2011 A ideia parecia boa, afinal o clássico “pague 1, leve 2” sempre atraiu os consumidores, mas a promoção “Pode ser Pepsi em dobro” realizada no último fim de semana, dias 10 e 11 de setembro, acabou virando uma dor de cabeça para a Ambev, que distribui a marca no Brasil. O número de pessoas que procuraram o produto nos supermercados foi maior do que o de produto disponível em estoque. A promoção foi anunciada em filme criado pela Almap BBDO de 05 a 10 de setembro. O comercial teve como estrelas o popular apresentador Rodrigo Faro e as gêmeas do nado sincronizado, Bia e Branca Feres. O apelo à compra foi atendido pelo consumidor, mas em vários dos pontos de venda já no primeiro dia da promoção não havia mais nas prateleiras Pepsi, Pepsi Light ou Pepsi Twist. As queixas foram até parar em sites como o Reclame Aqui, para quem a Pepsi enviou como resposta o seguinte: “A Promoção Pode Ser Pepsi em Dobro superou em muito as já altas expectativas de vendas da marca para o fim de semana. A operação de produção e logística foi dimensionada para atender à forte demanda que esperávamos para o período e colocou nas lojas, para venda nestes dois dias, o volume equivalente a um mês de vendas regulares. Ainda assim, vários pontos de venda esgotaram os seus estoques em poucas horas. Dentro de alguns dias a Pepsi irá contatá-la”. As cidades de São Paulo, Aracajú, Belo Horizonte, Criciúma, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Londrina, Maceió, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Salvador e Uberlândia foram palco da promoção. Tamanha foi a confusão, que o Grupo Pão de Açúcar (dono das bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assai) publicou anúncio se desculpando pelo episódio. Em entrevista a O Estado de S. Paulo, Wilson Barquilla, diretor comercial do Grupo, afirmou que a Ambev havia subestimado o efeito cascata que uma promoção dessa natureza costuma ter.
59
Quem deve ter comemorado foi a concorrente Coca-Cola, porque em alguns pontos de vendas, para acalmar os ânimos dos consumidores, os varejistas distribuíram a Coca-Cola em lugar da Pepsi. O M&M ainda aguarda posicionamento da Pepsi a respeito do desdobramento que a promoção acabou tendo para a marca.
60
ANEXO 2
INTERNET
21/12/2011 Paul Edman O futuro na comunicação empresarial Não se trata de uma brincadeira de adivinhação ou uma suposição fantástica sobre como será o futuro para as pretensões da ciência aplicada conhecida por comunicação empresarial. Trata-se de como a comunicação empresarial pode, por meio da vanguarda que encerra a pesquisa científica em sua essência, ajudar a desvendar as tendências sobre o futuro e reduzir suas incertezas. Apesar de parecer dispensável, este exercício pode manter vivos momentos de discussão que transcendem o cotidiano dos afazeres e resultem na tarefa de repensar constantemente a gestão das organizações. Seja sobre o futuro da tecnologia aplicada às ferramentas de comunicação e suas utilidades, seja sobre o futuro da vida em sociedade e seus reflexos nas organizações, o conhecimento atual, somado às tendências levantadas cientificamente deverão nortear o planejamento da comunicação empresarial e da própria organização para livrar a todos do perigo e das armadilhas da ignorância, sob pena de vivermos num clima de infinita teoria conspiradora, onde o certo e o errado, o verdadeiro e o falso, o natural e o artificial se confundem nas percepções e induzem a organização e seus atores a erros. Na medida em que, por meio do seu processo de gestão, a comunicação empresarial em conjunto com as demais especialidades da organização pode trazer à realidade evidências que objetivam intenções de ação numa perspectiva futura, de planejamento a partir da construção de cenários, podemos correr menos riscos de sermos conspiradores agindo contra nós mesmos, parecendo gestores lunáticos repousados na excentricidade, no bizarro, na insanidade, no extremo. A construção de cenários futuros pode ter uma contribuição decisiva da comunicação empresarial pela capacidade de abstração de seus profissionais. As áreas de planejamento e gestão deveriam deter um pouco mais o olhar para este aspecto e não deixar o processo de planejamento enveredar num viés reducionista que pode não considerar outras variáveis críticas, fatores
61
controláveis e incontroláveis que transformam a visão sobre o futuro numa imagem opaca. O futuro, na comunicação empresarial, deverá considerar uma gestão ainda mais próxima do orgânico, onde seu caráter transversal implique na implementação de conselhos gestores para temas que a estrutura convencional da organização não consiga dar conta da resolução de problemas no contexto atual e futuro. Lançar novos olhares sobre a comunicação empresarial e imprimir-lhe maior virtualidade estrutural e flexibilidade operacional requer também um novo pensamento acadêmico-científico sobre esse campo de estudo, formando agentes de mudança a partir de uma reintegração entre a organização e a universidade. Muitos esforços vêm sendo feitos nesse sentido, mas os fatores de produtividade e lucratividade ligados à produção de bens e a oferta de serviços ainda são dominantes nas organizações e nas universidades. Talvez ainda estejamos enxergando apenas a parte visível de um iceberg, há muito por ser desvendado sobre as potencialidades da comunicação empresarial no que não está visível, pois permanece submerso num oceano tecnocrático.
62
ANEXO 3
INTERNET
Twitter é 8,4 mil vezes mais eficaz que no Procon 13 de outubro de 2011 “Xingar muito no Twitter” virou frase feita na rede. E na hora de reclamar seus direitos de consumidor, é a melhor saída. Por que? As empresas não querem ter suas imagens arranhadas. Se você ligar no 0800, só você, o atendente e a empresa saberão. Ídem no Procon. No Twitter e no Facebook, por outro lado, a reclamação se espalha entre seus amigos e estranhos. E as empresas saem correndo para resolver o problema para não correr risco de perder clientes. A Folha publicou o tempo médio de resposta pelas redes sociais e nos canais tradicionais. Espantem-se: quem reclama pelo Twitter, tem resposta até 8,4 mil vezes mais rápida do que pelo Procon. Pelo Facebook, até 1,4 mil. Vamos à tabela: - Twitter: resposta entre 5 min. e 2 horas; resolução do problema em até 24h - Facebook: resposta entre 30 min e 6 horas; resolução em até 24h - Chat: resposta em até 5 dias úteis; resolução em mais de 5 dias úteis - 0800: resposta em até 5 dias úteis; resolução em mais de 5 dias úteis - Procon: resposta em até 1 mês; sem prazo para resolução
63
ANEXO 4
Twitter PepsiBr
64
ANEXO 5
Twitter PepsiBr
65
ANEXO 6
Reclame Aqui – Pepsi
66
ANEXO 7
Reclame Aqui – Pepsi
67
ANEXO 8
INTERNET
68
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
1.1 - A evolução histórica da Comunicação Empresarial 11 1.2 - A Comunicação Empresarial no Brasil 13 1.3 - Profissionais de Comunicação Empresarial 14 1.4 - A eficácia da Comunicação 17 1.5 - Ética e comunicação 19
CAPÍTULO II
GESTÃO DE CRISE
2.1 - Diferenças entre Redes Sociais e Mídias Sociais 22 2.2 - Definições 24 2.3 - Evolução dos veículos de Comunicação 26 2.4 - Geração digital 29 2.5 - Mídias Sociais causam mais danos a marcas que Procon 31 2.6 - Twitter 33 2.7 - As empresas descobrem o Twitter 35 2.8 - Reclame Aqui 37 2.9 - Entenda o funcionamento 41 2.10- Selo de qualidade do Reclame Aqui 42
CAPÍTULO III
MÍDIAS SOCIAIS
3.1 - Aprendendo com a crise 45 3.2 - Case 50 3.3 - Entenda a Campanha 52
CONCLUSÃO 54
69
BIBLIOGRAFIA CITADA 56
ANEXOS 58
ÍNDICE 68
70
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data de entrega:
Avaliado por: Conceito: