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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E INTERNET Por: Andrea Oliveira Belsito Orientador Prof. Fernando Lima Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E INTERNET

Por: Andrea Oliveira Belsito

Orientador

Prof. Fernando Lima

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E INTERNET

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Comunicação

Empresarial.

Por: Andrea Oliveira Belsito

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AGRADECIMENTOS

Ao eterno mestre Lécio Augusto

Ramos, pelo saber compartilhado de

sempre e pela disposição em me guiar

e ajudar nos estudos acadêmicos

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais pela força e, em especial,

a Marcio Butzke de Almeida, companheiro

e incentivador de todos os meus sonhos.

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RESUMO

Esta monografia visa estudar a cultura e a democracia na era ciber e a

adaptação e presença das empresas nesse meio, evidenciando uma possível

mudança de paradigmas na forma de comunicar, empresarialmente falando.

Assim, procurar-se-á elucidar e entender a importância das empresas

em estarem on-line, as vantagens e desvantagens dessa transparência e

interação para com os seus diversos stakeholders.

Discorreremos sobre novas estratégias comunicacionais e colocaremos

em evidência os lados positivos e negativos da presença no mundo virtual.

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METODOLOGIA

Os métodos que levaram ao problema proposto foram baseados, além

de observação empírica do objeto de estudo, em leitura de livros, sites e

buscas em geral sobre o assunto na internet. Foram objeto de observação e

estudo alguns blogs, como o da Petrobrás, dos Correios, da empresa Outback,

do ator Bruno Mazzeo, entre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Comunicação empresarial: histórico e desafios 09

CAPÍTULO II - Internet: a grande rede mundial 15

CAPÍTULO III – Cultura e democracia na era ciber 25

CONCLUSÃO 33

ANEXOS 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

FONTE ELETRÔNICA 44

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

Nessa monografia iremos abordar assuntos relacionados à

comunicação e internet. Iremos discorrer sobre a adaptação ainda modesta

das empresas à grande rede e as vantagens e desvantagens de se manter on-

line.

No primeiro capítulo, procurar-se-á abordar um pouco sobre a história

da comunicação empresarial trazendo-a para o contexto atual e desafios.

No segundo capítulo discorreremos pelo histórico do surgimento dos

computadores, da internet e das redes, mostrando como vem acontecendo a

adaptação das empresas nesse ambiente ciber.

Já no terceiro capítulo poderemos conhecer um pouco mais sobre o

mundo cultural e democrático da era cibernética. Espera-se, com este estudo,

que o leitor esteja a par das situações e discussões que se vêem em evidência

com um pouco mais de aprofundamento, mantendo distancia de conclusões

superficiais e céticas quando ao advento da internet e sua permanência/

evolução na sociedade em que vivemos.

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CAPÍTULO I

Comunicação empresarial: Histórico e Desafios

1.1 - Breve Histórico da Comunicação Empresarial

“O público que se dane!”. Assim gritou William Henry Vanderbilt,

proprietário de empresas de transporte, em resposta a jornalistas que

tentavam entrevistá-lo em 1882, quando da suspensão de um serviço que

beneficiava a comunidade nos Estados Unidos. Data de 1906 o surgimento da

comunicação, de forma organizada, dentro das empresas.

O primeiro escritório de relações públicas foi criado em Nova York por

Ive Lee, com o objetivo de enfrentar ‘a hostilidade do público’ contra seu

cliente. O empresário John Rockfeller, depois da chamada “greve sangrenta”

de uma das empresas do grupo Rockfeller, a Colorado Fuel and Iron

Company, era acusado de ter encerrado a greve mandando a polícia atirar nos

trabalhadores. Com a pressão da imprensa e denúncias publicadas, jornalistas

e escritores como Thomas Lawson, Ida Tarbele, Upton Sinclair, entre outros,

trataram de retratar sem muita pena todo o episódio nessa época.

Foi quando coube a Ive Lee reverter o quadro e recuperar a imagem

social do empresário americano. Inicialmente ele utilizou matérias, não

propagandas, anúncios ou textos pagos. Essas matérias dividiam espaço nos

jornais com as denúncias e assim se submetiam ao julgamento do leitor. Em

nota, Ive Lee se pronunciava ao público:

“Nosso plano é divulgar, prontamente, para o bem das empresas e das

instituições públicas, com absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos

EUA, informações relativas a assuntos de valor e de interesse para o público”

(Manual de Comunicação Empresarial; p.14)

Dessa forma ele se colocava à disposição da imprensa para quaisquer

outros esclarecimentos e dizia que todo o seu trabalho era feito às claras.

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Esse pioneirismo, entretanto, parece não ter sido totalmente ético.

Estudos demonstram que Lee foi acusado de fechar contrato com o grupo

alemão Dye, trabalhando a imagem de Hitler com a sociedade americana. A

questão é que, dessa forma, ele trabalhou a imagem de um criminoso que

iniciava uma cruel trajetória contra a humanidade.

Sem contar outras práticas antiéticas que também foram seu alvo,

como: corrupção de repórteres e editores, aos quais Lee oferecia empregos,

almoços e viagens em troca de omissão e atenuação de denúncias.

Na academia foi na década de 30 que a comunicação empresarial

surgiu, com cadeiras nas universidades de Yale, Harvard e Columbia,

inicialmente nos cursos de administração e logo depois se estendendo para os

cursos de comunicação social.

No Brasil, a atividade de assessoria de imprensa só fora surgir nos

anos 40 do séc. XX. São empresas pioneiras nessa atividade a Light de São

Paulo em 1914, a General Motors e a Estrada de Ferro Sorocaba. O

desenvolvimento dessas empresas foi de grande valia para a imprensa

brasileira.

A Esso e a Shell, por exemplo, introduziram novas técnicas de

radiojornalismo e produção de revistas. Até hoje o Repórter Esso serve como

exemplo para emissoras de rádio e é citado nas escolas de comunicação, bem

como a revista da Shell, nas décadas de 60 e 70, com publicação voltada para

o público A.

Vale citar revistas institucionais que de tanto sucesso foram parar em

bancas de jornais, para o público em geral. São elas: Ciência Hoje (SBPC –

Sociedade Brasileira de Progresso na Ciência) e Bondinho (dirigida aos

fregueses da rede de supermercados Pão de Açúcar de São Paulo).

Foi nesse mesmo período que começou a surgir a principal ferramenta

de comunicação empresarial: o house-organ. Podemos definí-lo como

suplemento empresarial elaborado pela assessoria de comunicação, voltado

para o público interno de uma empresa, com objetivos de endomarketing.

Getúlio Vargas, no Estado Novo (1937-1945) criou um setor ligado ao

gabinete civil voltado para divulgar seus atos e obras, mas obviamente desde

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que fossem positivos. Essa “assessoria” funcionava junto ao DIP

(Departamento de Imprensa e Propaganda), que censurava oficialmente todos

os veículos de comunicação.

Assim, se começa a profissionalizar a interface das assessorias com

os jornais, revistas, rádios e TVs.

Porém o boom da comunicação empresarial no Brasil começou junto

com o regime militar, ainda em 1964. Eram tempos da Aerp (Assessoria

Especial de Relações Públicas da Presidência da República), um

superministério que serviu de modelo para os governos estaduais e municipais

além, é claro, das empresas estatais, os grandes anunciantes.

Foi nesse momento que aconteceu o I Seminário de Relações Públicas

do Executivo, realizado em cinco de outubro de 1968. A imagem do presidente

era a maior preocupação do momento, em tempos do “ninguém segura mais

este país”, do “Brasil: ame-o ou deixe-o”.

O país seguia rumo aos elevados índices de crescimento econômico,

das obras e orçamentos grandiosos, da vitória da Copa de 70. Era o “Milagre

Brasileiro”.

Nessa época, as assessorias de imprensa governamentais não

mediam esforços no sentido de valorização de imagem do presidente da

república, e muitos pré-releases eram disparados para a grande imprensa.

Press releases ou Comunicados de imprensa, ou apenas releases são

documentos divulgados por assessorias de imprensa para informar, anunciar,

contestar, esclarecer ou responder à mídia sobre algum fato que envolva o

assessorado, positivamente ou não. É, na prática, uma declaração pública

oficial e documentada do assessorado.

A Aerp proibia referências à patente militar do Presidente da República

na imprensa, visto que todos os nomeados durante o governo militar eram

generais. Mas a Aerp batia a tecla de que todos ocupavam as posições por tão

e somente méritos.

Eram estratégias comunicacionais, à época, o enaltecimento aos

grandes projetos governamentais, as conquistas esportivas, a melhoria da

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condição de vida da classe média, a facilidade de compra da casa própria e o

chamado “Boom da bolsa”.

1.2 – Contexto atual e desafios da Comunicação Empresarial

A frase de William Henry Vanderbilt, “O público que se dane!”,

imortalizada na história da comunicação empresarial, não se imagina no

contexto atual.

Os tempos são outros. Hoje a comunicação figura entre as armas mais

poderosas para garantir o sucesso de qualquer instituição, seja ela pública ou

privada.

Aqui no Brasil, os jovens que ingressam em Comunicação Social

continuam sendo preparados para atuar na mídia, mas a maioria dos nossos

comunicadores vai parar em empresas não jornalísticas.

Formandos abrem suas próprias organizações de pequeno ou médio

porte devido ao esvaziamento progressivo das redações, se tornando

profissionais de sucesso com melhor qualidade de vida.

Porém esse processo começou no final da década de 70 e início da de

80, com a imprensa cerceada e redações esvaziadas, quando os profissionais

começaram a migrar para empresas onde havia empregos.

Hoje, associações de profissionais, artistas, sindicatos, empresas,

partidos políticos, ONGs, etc., todos estão preocupados com a imagem, em

aparecer bem para os seus targets (entenda-se por target o mesmo que

público-alvo). Instituições fazem jornalismo, web rádios e web TVs. A

comunicação empresarial, o marketing, a publicidade, as relações públicas,

todos se unem e trabalham de forma integrada com um único objetivo: cuidar

da imagem de seu cliente.

“ . . . o comunicador empresarial não pode se resumir a um mero

executor de tarefas – redator de releases e house-organs, organizador de

eventos, criador de logos ou banners -, mas tem que estar em sintonia com os

novos processos de gestão, com as novas tecnologias, sendo capaz de

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mobilizar pessoas e se integrar a equipes para a realização de um objetivo

comum. Enfim – espera-se - e retribui-se com remuneração adequada – que o

comunicador empresarial seja efetivamente um gestor, capaz de traçar

estratégias, fazer leituras do ambiente interno e externo e agir, de modo

proativo, criando espaços e canais para um relacionamento sadio com os

públicos de interesse da organização.” (BUENO, Wilson: p. 12)

O comunicador figura como o profissional do futuro, num mundo em

constantes mudanças, onde a preocupação em utilizar as devidas estratégias

para manter a credibilidade passam a ser de primordial importância para as

empresas, principalmente em momentos pontuais de crise.

Cabe a esse profissional estar em condições de se adaptar a um

mundo em permanente e rápida mutação.

“Falemos com toda franqueza: a imagem das instituições, em geral, é

um lixo. O problema não é só no Brasil. No mundo todo é assim. Entre nós,

não tem boa imagem: Governos, Congresso, Poder Judiciário, imprensa,

polícia. Até mesmo religiões e o Corpo de Bombeiros, outrora uma

unanimidade no quesito. Mas não apenas as instituições têm problemas.

Categorias profissionais também padecem do mesmo mal: políticos, militares,

jornalistas, advogados, médicos, funcionários públicos, relações públicas,

consultores e muitas outras ocupações. Todos carregam um sinal infamante,

um rótulo desagradável, o estigma da raça. Noutras palavras, suas imagens,

fora de seus círculos, estão sujas como pau de galinheiro. Um filme de horror.

E como não podiam ficar de fora, as empresas e os empresários entram no

bolo. Empresas e empresários não têm boa imagem. Pra muita gente,

empresas e empresários são do mal.” (NEVES, Roberto de Castro; p. 13)

Evidentemente que ter reputação ruim é uma complicação séria, como

aborda Roberto de Castro Neves. O autor, em seu livro intitulado

‘Comunicação Empresarial Integrada’ ressalta o estigma da raça como o maior

desafio, a priori, para o profissional de comunicação trabalhar. Isso porque a

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opinião pública tende a ser cruel e, com o tempo, se criou a problemática

acima citada, de que as empresas são do mal.

Segundo o autor, no imaginário popular, o estigma é pesado.

Exemplificando, quando uma denúncia é feita contra uma empresa, o primeiro

a se pensar antes de qualquer averiguação, é que ela tem culpa no cartório.

Apedrejadas pela opinião pública e atiçadas pelos formadores de

opinião, as instituições são taxadas de enganadoras, exploradoras de

empregados, sonegadoras de impostos, insensíveis aos problemas ambientais

e sociais, além de comandarem conspirações contra a humanidade. Neves

destaca que, nos EUA, empresas perdem em torno de 300 bilhões de dólares

em gastos com advogados por ano em função de crises com a opinião pública.

Sem falar nas perdas de lealdade dos clientes, a desvalorização das ações, a

despesa com campanhas reparadoras, a distração gerencial, etc. E para o

autor, aqui no Brasil, a situação é um pouco pior.

Daí a importância desse profissional que precisa medir todos os seus

esforços e estratégias para lidar com diversas situações que envolvem uma

imagem empresarial, o que se tornou condição sine qua non para o sucesso e

vantagem competitiva.

“Falemos de ‘ONGS de qualquer natureza’. Inclua aí aquelas barras

pesadas como o IRA, o ETA, Sendero Luminoso. Inclua aí o ‘crime

organizado’, o nosso Comando Vermelho. Fazem RP como gente grande e

infelizmente com sucesso. Falamos de ‘pessoas de qualquer atividade’.

Relacione aí celebridades, atletas, artistas, políticos. Todos os dias vemos

personalidades engajando-se em questões públicas, em ONGs, ou fazendo

algum tipo de marketing social. De onde vem esta motivação? Do fundo do

coração? Do sentimento cristão? É ruim, cara. Para limpar a própria barra,

construir imagem, comprar boa vontade de fãs, eleitores, seguidores e da

opinião pública em geral. O quê? E para descontar do imposto de renda?

Claro, você está certo (a), também é uma forma de abater dos impostos –

puxa, quero morrer seu amigo! Mas o grande retorno é – acredite – imagem”

(NEVES, Roberto de Castro; p. 263-264)

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CAPÍTULO 2

Internet: a grande rede mundial

2.1 – Sobre o surgimento dos computadores, da internet e das

redes

“Na metade da década de setenta, uma pitoresca comunidade de

jovens californianos à margem do sistema inventou o computador pessoal. Os

membros mais ativos desse grupo tinham o projeto mais ou menos definido de

instituir novas bases para a informática e, ao mesmo tempo, revolucionar a

sociedade. De uma certa forma, este objetivo foi atingido.” (Lévy, Pierre; p. 43)

O computador foi concebido pela mãe de todas as tecnologias: a

Segunda Guerra Mundial. Ele nasceu na Filadélfia, em 1946. Com 30

toneladas e construído sobre estruturas metálicas, media 2,75m de altura,

além de contar com 70 mil resistores e 18 mil válvulas a vácuo. De tão grande,

poderia ocupar a área de um ginásio esportivo. Quando acionado pela primeira

vez, ele consumiu tanta energia que as luzes da Filadélfia piscaram.

Como, naquela época, poderíamos imaginar a revolução tecnológica

pela qual estamos passando? A Revolução das tecnologias da informação, e

entenda-se aí não só computadores, mas todo um conjunto convergente de

tecnologias, como: microeletrônica, computação (software, hardware),

telecomunicações, radiodifusão, optoeletrônica, engenharia genética e

nanotecnologia, entre outras, é tão importante em nossa era como foi

historicamente a Revolução Industrial do séc. XVIII. Porém, elas se

diferenciam em sua trajetória pelo tempo evolutivo.

Enquanto na Revolução Industrial a Inglaterra levou setenta anos

(1780-1850) para que o preço do tecido de algodão caísse 85%, na Revolução

tecnológica, principalmente depois da descoberta do chip pelos físicos

Bardeen Brattain e Shockley, à medida que essa fabricação progredia, se

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utilizando dispositivos eletrônicos mais rápidos e avançados, o preço médio de

um circuito integrado caiu de US$ 50 em 1962 para US$ 1 em 1971. E as

evoluções não pararam por aí. Com o advento do microprocessador em 1971,

capaz de incluir um computador em um chip, a microeletrônica começou a

deixar o mundo de pernas pro ar.

A Apple Computers, em 1982, bateu record de vendas em

microcomputador: US$ 583 milhões. Nesse período a IBM reagiu criando o PC

(Computador pessoal), que mais tarde se tornou o nome genérico dos

microcomputadores.

Porém foi o Macintosh, da Apple, lançado em 1984, o pioneiro em

computadores de fácil utilização, introduzindo tecnologia baseada em ícones,

mouse e interfaces com o usuário. Estava em advento uma informática

“amigável”. Segundo Pierre Lévy foi o surgimento do Macintosh que fez

acelerar a integração da informática ao mundo da comunicação, da edição e

do audiovisual, permitindo a generalização do hipertexto e da multimídia

interativa.

Castells aponta que, a exemplo das revoluções industriais, haverá

várias revoluções da tecnologia da informação, das quais a ocorrida na década

de 1970 é apenas a primeira. Provavelmente a segunda, no início do séc. XXI,

dará um papel mais importante à revolução biológica, em estreita interação

com as novas tecnologias computacionais.

“A convergência de todas essas tecnologias eletrônicas no campo da

comunicação interativa levou à criação da internet, talvez o mais revolucionário

meio tecnológico da Era da Informação” (CASTELLS, Manuel; p. 82)

Criada para fins militares, a origem da internet se dá no trabalho de

uma das mais inovadoras instituições de pesquisa do mundo: a Agência de

Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA), do Departamento de Defesa dos

Estados Unidos, pertencente ao Pentágono.

Para que houvesse um desenvolvimento sigiloso e seguro do projeto

idealizado, o Departamento de Defesa, juntamente com a ARPA, planejou um

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programa chamado Arpanet, que ajudaria nas conexões entre bases militares

e departamentos de pesquisa do governo Americano. Inicialmente, o projeto

visava superioridade tecnológica militar, no caso de eventuais necessidades de

comunicação em iminente ataque de países vizinhos, em especial da União

Soviética.

Eis a primeira rede de computadores, a Arpanet, em homenagem ao

seu poderoso patrocinador, entrando em funcionamento no dia primeiro de

setembro de 1969, com seus quatro primeiros nós na Universidade da

Califórnia em Los Angeles, no Stanford Research Institute, na Universidade da

Califórnia em Santa Bárbara e na Universidade de Utah.

Aberta aos centros de pesquisa, os cientistas começaram a utilizá-la

para suas próprias comunicações, tirando o foco da pesquisa voltada para fins

militares. Em 1983, houve a difusão entre Arpanet (dedicada a fins científicos)

e a Milnet (orientada diretamente às aplicações militares). Outras redes

científicas foram criadas, como a CSNET (Computer Science Network) e a

BITNET (Because It´s Time Network), mas todas elas usavam a Aepanet como

espinha dorsal do sistema de comunicação.

O ataque inimigo não aconteceu. A rede das redes passou a se

chamar internet. E foi assim que, sem se dar conta, o Departamento de Defesa

dos Estados Unidos dava os primeiros passos do que podemos dizer ser hoje

o maior fenômeno mediático do século.

Com o passar do tempo, tantas outras redes passaram a surgir,

colocando em declínio a tecnologia da Arpanet, fato este que foi diminuindo

sua soberania no controle.

Com a concorrência mercadológica foi inegável que as empresas

começassem a criar suas próprias estruturas, fugindo do modelo estabelecido,

liberando a internet de um ambiente eminentemente militarizado.

Surge o TCP/IP para suportar a nova demanda de usuários e facilitar a

troca de mensagens e informações. Com a descoberta do modem e a

possibilidade de se conversar entre PC`s, a viabilidade foi alcançando um

número cada vez maior de adeptos à então criada World Wide Web.

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Tim Berners-Lee, o físico inglês criador da www em 1990, permitiu e

fez disseminar a internet gráfica em todo o mundo. Com o argumento de ter

feito ‘uma obra social, e não um brinquedinho’, Lee não patenteou o invento

que poderia tê-lo deixado biliardário.

Mas quem comanda a internet? O governo da internet hoje é uma

sociedade de caráter privado apoiado pelo governo dos EUA e por governos

internacionais, chamada ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and

Numbers). Seu comitê executivo tem como característica eleger seu conselho

executivo através de uma votação global, na qual pode participar qualquer

pessoa que queira inscrever-se na ICANN através de correio eletrônico.

Compete à ICANN controlar/coordenar o sistema de identificadores exclusivos

da Internet, como nomes de domínio tipo .org, .museum e códigos de países,

como .br, além dos endereços usados em vários protocolos da rede,

apregoando em sua home page. Quanto às licenças, patentes e o caso do

gerenciamento mundial do tráfego da Internet, podemos dizer que de forma

indiscriminada é os Estados Unidos quem controla. Há muitas discussões

mundiais a esse respeito, no sentido de democratizar esse domínio sobre a

grande teia mundial. Já a autoridade sobre os indivíduos que trafegam na

grande rede conta com ações da polícia e com setores do judiciário, mas não o

suficiente para determinar relação hegemônica de organização do tipo

hierárquica.

“Um novo salto tecnológico permitiu a difusão da internet na sociedade

em geral: a criação de um novo aplicativo, a teia mundial (world wide web –

www), que organizava o teor dos sítios da internet por informação, e não por

localização, oferecendo aos usuários um sistema fácil de pesquisa para

procurar as informações desejadas. A invenção da www deu-se na Europa, em

1990, no Centre Européen poour Recherche Nucleaire (CERN) em Genebra,

um dos principais centros de pesquisa física do mundo. Foi inventada por um

grupo de pesquisadores do CERN chefiado por TIM Berners Lee e Robert

Cailliau.” (CASTELLS, Manuel; p.88)

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A internet se expandiu de forma avassaladora e assim os usuários de

PC começaram a se reunir por redes de afinidades. Não sejamos ingênuos de

pensar que essa forma de relação é algo da modernidade. Rede social é

primata. Desde os homens das cavernas que os seres humanos se unem por

afinidades. A tecnologia permitiu apenas a potencialização desse fenômeno.

Assim começam a surgir os fóruns eletrônicos de todos os tipos de

interesses. As então denominadas por Howard Rheingol de “comunidades

virtuais”.

Em fins da década de 1980, alguns milhões de internautas trafegavam

no mundo virtual. Novos aplicativos foram surgindo, assim como navegadores

ou mecanismos de pesquisa, e a internet se viu abraçada pelo mundo criando

uma verdadeira teia mundial.

Quando criada, a internet era considerada como minoritária, para uma

elite de internautas. Os números mostram que esse quadro mudou de figura.

Hoje, só no Brasil, 68 milhões de pessoas estão conectadas à rede, o que

coloca o país na sétima posição mundial desse quesito. A “geração ponto com”

brasileira, em sua maioria (60% dos internautas) é composta de jovens entre

10 e 24 anos. Mundialmente falando, em fins de 1995, havia 350

milhões/mundo de cidadãos conectados, saltando para 2 bilhões, ou seja, 1/3

da população do planeta em meados de 2005/2007.

Mesmo que atualmente essa mídia esteja diante dos indivíduos, o

processo da inserção ainda possui caráter desigual. Um ponto de análise seria

de que ela está criando um mundo dividido entre os que têm e os que não têm

internet. De fato, é certo que há uma grande diferença de conectividade e

observamos que as pessoas sem acesso apresentam uma fragilidade cada vez

mais considerável no mercado de trabalho. Observa-se também que os

territórios não conectados à internet perdem competitividade econômica

internacional e, por conseguinte, formam bolsões crescentes de pobreza,

incapazes de somar-se ao novo modelo de desenvolvimento. Porém, o

desenvolvimento considerável da conectividade só vem aumentando. Esse é o

famoso problema da inclusão digital.

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Este fato ocorre devido às condições que cada país enfrenta. A

inclusão das redes de comunicação em determinadas partes do mundo

acontecem muito mais rápido do que em outros lugares do globo. O que se

observa, contudo, é que aparece um segundo elemento de divisão social mais

importante que a conectividade técnica: a capacidade educativa e cultural de

usar a internet. Uma vez que toda informação está na rede – ou seja, o

conhecimento codificado, mas não aquele de que se necessita -, trata-se antes

de saber onde está a informação, como buscá-la, como transformá-la em

conhecimento específico.

Essa capacidade de se aprender a aprender, de saber fazer com o

que se aprende; essa capacidade é socialmente desigual e está

eminentemente ligada à origem social, familiar, ao nível cultural, de educação.

É aí que está, empiricamente falando, a divisória digital neste momento. Este é

um problema pré-digital, na verdade.

Poderíamos dizer estar passando por um novo paradigma

sociotécnico? Para Castells, sim. Mas a internet traz consigo uma gama de

questões a serem levantadas. Uma delas é a cibercultura. Muitas são as

hipóteses e estudos atuais nessa área. Já apostava McLuhan ser os meios de

comunicação num futuro próximo a extensão do homem.

Para Steven Jonhson, essa revolução digital e tecnológica promete

transformar nossa experiência de mundo, tal como a Revolução Industrial

transformou a experiência dos ocidentais no séc XIX.

“Numa era da informação, as metáforas que usamos para

compreender nossos zeros e uns são tão centrais, tão significativas, quanto às

catedrais da idade média. A vida social daquele tempo girava em torno das

espirais e arcobotantes da “infinidade imaginada”. Em nossas próprias vidas,

agora, giramos em torno de um texto mais prosaico: o desktop do computador.

Compreender as implicações dessa metáfora – sua genialidade e suas

limitações – é a chave para a compreensão da interface contemporânea.”

(JOHNSON, Steven; p. 38)

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Os estudos evidenciam ser cedo e essencial manter distância entre a

avaliação do surgimento de novas formas e processos sociais, apesar de

induzidos por novas tecnologias. Talvez seja o momento de se pensar formas

de adaptação aos novos meios e aproveitamento da grande rede para o bem

comum universal.

2.2 – As adaptação das empresas na rede

Similar ao que marcou o advento das relações públicas nos Estados

Unidos, hoje vivemos o boom da inserção aos novos meios virtuais de

relacionamento. São blogs, twitters, face books, orkuts, enfim, uma gama de

opções. Na chamada era da cibercultura e ciberdemocracia, vê-se uma

tendência de não só indivíduos, mas instituições, se sentirem ou desejarem

fazer parte da sociedade tecnológica.

Assim, pessoas e instituições engatinham rumo ao processo de

pertencimento a esse mundo que parece tão sedutor, transparente,

democrático e interativo: o mundo virtual.

Um novo meio existe, sendo preciso conhecê-lo e adaptar-se.

Estamos presenciando uma quebra de paradigmas no ato de

comunicar, empresariamente falando. Enquanto tempos atrás a empresa se

portava diante aos seus públicos com certa posição de supremacia, hoje ela se

reporta de forma igual, em rede, em ‘situação democrática’, ou pelo menos

tenta. É como se a empresa que não seguir os rumos dessa nova forma de se

fazer comunicação empresarial, seja considerada como antiquada, fadada ao

insucesso, ultrapassada e sem processos de modernização e adaptação ao

desenvolvimento a que o processo social, cultural e tecnológico mundial está

passando.

Nessa fase de adaptação ao mundo virtual e tecnológico, até que

ponto a transparência e a nova forma de sociedade em rede é positiva ou

negativa para uma empresa?

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“Dentre as ações mais valorizadas nas bolsas de valores, em todo o

mundo, situam-se, em sua maioria, as de empresas que sequer existiam há

duas décadas. O mercado está passando por um processo de renovação, e as

organizações que desejarem permanecer precisam ser rápidas na

implementação de novos procedimentos, no domínio de novas linguagens e

tecnologias e na maneira de se relacionar com os seus públicos de interesse.

Em suma, mais do que em qualquer época, as empresas, no novo milênio,

envelhecem rápido; como a juventude e ousadia são agora atributos muito

valiosos, não há mais espaço para as organizações que continuam presas aos

velhos conceitos.” (BUENO, Wilson: p. 22/23)

Então tudo tem um porquê no mundo empresarial. Estar na rede é

vantajoso para as instituições e então é preciso adaptar-se. O processo de

renovação do mercado exige esse esforço, sob o risco de inanição das

companhias que não seguirem o caminho para o sucesso.

Vários seriam os exemplos para tratarmos neste estudo. Muitas são as

empresas que querem ou pelo menos desejam se reinventar e se reformular à

nova era digital, da sociedade tecnológica e virtual. Algumas ainda em caráter

experimental, outras já há algum tempo.

Só para citar alguns, temos: o blog "Fatos e Dados" da Petrobrás; os

blogs corporativos internos dos Correios e Banco do Brasil, assim como

reformulações e mudanças em layout de suas páginas na internet e intranet;

os espaços interativos para comentários e participações de leitores na página

do Jornal O Globo; o link “Explore seu momento Outback”, da empresa

Outback Steak House, entre tantos outros.

São as instituições simultaneamente no grande esforço de querer se

mostrar aos seus mais diversos públicos, para um reposicionamento diante da

sociedade e reafirmação da questão credibilidade e transparência.

Algumas análises evidenciam que esse esforço é louvável, mas outras

mostram grandes empresas que não estão preparadas para lidar com essa

ferramenta. O Blog “Fatos e Dados”, da Petrobrás, por exemplo, criado num

momento de crise política, veio mudando paradigmas e, se bem formulado e

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com uma boa estrutura interna, poderia ter sido um salto e tanto no

posicionamento da marca da instituição. Porém, ele foi criado de mão única e

vertical, onde somente a Petrobrás explanava e retrucava sobre os assuntos

publicados sobre si na grande imprensa. Sem interatividade, em via de mão

única, foi criado por um suposto estudante universitário que preferiu não se

identificar um outro blog chamado “Fatos e Dados – Aqui não tem censura”,

logo depois sendo tirado do ar.

Outro exemplo ainda modesto foi a criação do blog interno dos

Correios. O endereço teve início em outubro de 2009, mas ainda não liberou

direito de comentários para todos os funcionários. Somente os lotados em

Brasília (Administração Central) podem colaborar, e a página se mantém com

o assunto do novo plano estratégico para 2012 há algum tempo. A empresa

informou que este foi criado com o objetivo de estimular o diálogo, a troca de

informações e a interação entre a empresa e os empregados.

A questão é louvável e o processo de inserção ainda é muito recente.

A iniciativa das empresas na tentativa de interação foi um começo, mas não

basta apenas estar na rede. A transparência requer interatividade 120%.

A ‘geração ponto com’ vai dar credibilidade e investir nas ações de

empresas que estão preocupadas em lhes conhecer, que esteja preocupada

com seus desejos. Identificando seus públicos-alvo, a empresa que deseja

obter sucesso nessa via de mão dupla, deve investir em marketing one-to-one,

começando a tratar um por um, pelo nome, pra que seus públicos sintam-se

realmente inseridos nesse meio. Meios de se conhecer os mais diversos

targets é o que não falta. Enquanto no século XIX e início do século XX a

exposição era vista como algo imaculado e privado, hoje as pessoas estão na

rede, mostrando suas vidas, do que gostam, o que curtem.

Criatividade já fez muito a diferença. Hoje em dia, ela não sobrevive

sem estratégia.

Mais que isso, é preciso imediatez, instantaneidade. A ‘geração ponto

com’ não espera, não tem paciência, e não clica se uma página não chama a

atenção, não seduz. É pra essa geração que estamos trabalhando.

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“Trata-se de uma mudança cultural paradigmática, sem retorno, que

exige conversão imediata de posturas. Algumas têm conseguido fazer,

brilhantemente, essa passagem, mas a maioria ainda patina, temerosa,

desajeitada, exibindo uma imagem “dinossáurica”. Os especialistas não têm

dúvidas de que estas sucumbirão, vitimadas pela sua própria inanição (vide a

derrocada de suas ações nas bolsas, reflexo de desconfiança dos investidores

no seu futuro) ou engolidas por gigantes já adaptados às condições do novo

terreno. (BUENO, Wilson; p. 39)

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CAPÍTULO 3

Cultura e Democracia na Era Ciber

3.1 – Essa tal cibercultura

Afinal, o que é? Para Pierre Lévy, não é a cultura dos fanáticos da

Internet, é uma transformação profunda da noção mesma de cultura.

E essa transformação envolve uma série de fatores que fazem com

que se haja o interesse em estudá-la. A começar, seria preciso pensar que

dois mundos estão colidindo, o da tecnologia e o da cultura. Assim, poderemos

analisar as implicações engendradas pelas novas tecnologias de comunicação

e informação.

Partindo do pressuposto de que qualquer inovação muda a forma

como vemos e percebemos o mundo e que para se avaliar a influência de uma

mídia é preciso ter com o que compará-la, podemos voltar ao tempo na época

de Gutemberg, quando foi criada a máquina impressora nos fazendo deixar de

lado o manuscrito das penas. O livro reinou como comunicação de massa por

vários séculos; os jornais precisaram de 200 anos para inovar; o cinema só

deu as cartas depois de 30 anos sucedido pelo rádio e posteriormente pela TV.

A velocidade elétrica é o que nos faz parecer mais factível hoje,

fazendo o computador pessoal reinar nos inserindo numa revolução sem

sangue, se tornando a forma mais poderosa de mediação e comunicação de

massa, transformando nossa forma de agir e comunicar, em suma

transformando nossa cultura.

MacLuhan nos atenta a parar para refletir sobre a velocidade com que

a tecnologia avança agora. É importante pensar que nascemos num mundo

governado pela TV, com a supremacia da imagem sobre o texto, do consumo

passivo, do enaltecimento do ao vivo em detrimento da contemplação histórica

e de repente nos vemos tentando nos sociabilizar diante da nova mídia WWW.

Steven Johnson nos relembra que o advento das máquinas não foi

bem recebido pelas sociedades, vide os luditas (operários ingleses que de

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1811 a 1813 e em 1816 se organizaram para destruir máquinas, consideradas

responsáveis pelo desemprego). Tivemos também os antidiluvianos, os poetas

e os romancistas. Todos perturbados demais pelo choque do novo.

No filme ‘Tempos Modernos’, de Charles Chaplin, essa problemática é

mostrada de um jeito cômico no cinema mudo. O filme serviu de crítica à

modernidade e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização,

onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias

"subversivas". Num mundo que se remodelava para a chegada das idéias de

modernização e consumo, a engenharia e a arquitetura tiveram um papel

importantíssimo. É o modo como escolhemos organizar nosso espaço que

revela a sociedade em que vivemos. Foi assim que nos remodelamos,

comparando o princípio da arquitetura gótica, onde as catedrais eram as

grandes máquinas significantes da vida pública ao mundo de hoje, onde se

observa comunidades-satélite ligadas por vias expressas e shoppings centers,

orientados para as atividades de dirigir e comprar.

Foi no séc XX que a visão de vida urbana de Haussman na

remodelação de Paris, a pedido de Napoleão III, tornara-se lugar-comum

mundo afora. Haussman transformou a cidade numa diferente daquela do séc

XIX (ainda visíveis em parte do Quartier Latin e do Marais). Abolindo toda

forma de contato humano face a face dos becos em ruas estreitas, Paris se

transformou em megalópole. E assim seguiram tantas outras, como Los

Angeles, Argentina, Nova York, etc.

Seguindo rumo ao altar da eficiência moderna, onde as facilidades de

transportes se dão em ruas largas e os shoppings centers tornam-se centros

de consumo, a vida ia se ajustando e adequando aos desafios dos novos

tempos. E a gente? No que mudamos?

“Somos uma nação de comutadores, importunando os magnatas da

mídia de massa com os apartes que fazemos dos assuntos baratos das nossas

salas de estar, ou a aplaudir os enxeridos que nelas nos são apresentados

(...)” (JOHNSON, Steve; p. 28)

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No meio de tanta interatividade, o modo como nos portamos de nossa

casa, pela janela do computador, pode ser uma forma social e política de

mudar a visão de mundo? Pode ser uma forma de revolução limpa e

democrática?

Décadas atrás, alguns visionários e engenheiros de novas teconlogias,

como Doug Engelbart, reconheceram que no mundo futuro onde imperasse a

explosão da informação, esta poderia ser tanto libertadora quanto destrutiva e

que o homem precisaria de um guia, uma metaforma para se localizar, sob o

risco de se perder nesse excesso de informação.

Steven Johnson aposta no design de interface, dizendo ser ele o maior

responsável por fazer transformar a visão de mundo pela tela do computador.

Ele evidencia que é necessário compreender a relevância cultural do design de

interface nos dias de hoje o tanto quanto foi necessária a compreensão dos

engenheiros na remodelação das cidades para a chegada do mundo moderno.

Ele diz estarmos vivendo numa sociedade cada vez mais moldada por eventos

que se produzem no ciberespaço.

“Na era da interface gráfica, com suas metáforas visuais de lixeiras e

pastas em desktops, flashbacks imaginativos tornaram-se proezas de

programação, engendradas por bruxos da high tech que programam em

linguagem assembly.” (JOHNSON, Steve; p.19)

Uma infinidade indeterminada de circunstâncias muda a forma de uma

sociedade ver e agir, mas essas visões e formas são frágeis, bastando que

outras visões e/ou novas formas surjam e modifiquem toda uma existente. Isso

tem um nome: são as representações sociais. Poderíamos dizer que hoje elas

se orientam por dispositivos de comunicação e tecnocultura.

“Uma coisa é certa: vivemos hoje em uma destas épocas limítrofes na

qual toda a antiga órdem das representações e saberes oscila para dar lugar a

imaginários, modos de conhecimentos e estilos de regulação social ainda

pouco estabilizados. Vivemos um destes raros momentos em que, a partir de

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uma nova configuração técnica, quer dizer, de uma nova relação com o

cosmos, um novo estilo de humanidade é inventado” (LÉVY, Pierre; p.17)

Talvez tenhamos que voltar a Steven Johnson e colocar a cargo do

design de interface toda essa responsabilidade, porque afinal de contas, é por

meio da mediação de computadores que um futuro próximo de novas

representações irá se configurar. É no Vale do Silício, nos Estados Unidos, que

milhões de engenheiros e visionários estão trabalhando há muito para ativar

essa revolução em prol da tecnocultura.

Douglas Engelbart, por exemplo, antigo diretor do ARC (Argumentation

Research Center) do Stanford Research Institute já conduzia pesquisas

durante a segunda guerra mundial, voltadas a uma micropolítica das interfaes.

Trabalhando dispositivos inteligentes eletrônicos, Engelbart descobriu que

podia fazer com que interfaces seduzissem os usuários e o deixasse cada vez

mais ligados ao sistema. Assim, desde essa época, ele utilizava dispositivos

com o objetivo de “humanizar as máquinas”.

“Segundo ele, os diversos agenciamentos de mídias, tenologias

inteletuais, linguagens e métodos de trabalho disponíveis em uma dada época

condicionam fundamentalmente a maneira de pensar e funcionar em grupo

vigente em uma sociedade. No prolongamento de uma longa evolução cultural

que começa com as primeiras palavras articuladas pelos neandertais, ele via

no computador um instrumento adequado para transformar positivamente, para

´aumentar` – segundo suas próprias palavras – o funionamento dos grupos.”

(LÉVY, Pierre; p52/53)

Talvez assim não só Douglas Engelbart, mas uma gama de criadores,

pensadores e visionários estejam esboçando o destino próximo da informática,

e suas consequências no mundo socio-cultural. Segundo Pierry Lévy, “a futura

disciplina estaria enarregada dos equipamentos coletivos da inteligência,

contribuindo para estruturar os espaços cognitivos dos indivíduos e das

organizações, assim como os urbanistas e os arquitetos definem os espaços

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físicos nos quais se desenvolve boa parte da vida privada e das atividades

sociais”. P53

3.2 – A questão da ciberdemocracia

Estudos demonstram a necessidade de a democracia, como forma de

organização de nações, passar por um aperfeiçoamento a favor da

ciberdemocracia. Essa idéia de progresso faz parte de um processo inteligente

e moral. Com isso, é eminentemente necessária e urgente a questão de

adaptação da justiça à nova forma de progresso de inteligência coletiva. “A lei

e a justiça não podem continuar fragmentadas e divididas quando a economia,

a técnica, a ciência e a biosfera revelam todos os dias um pouco a sua unidade

fundamental” (LÉVY, Pierre; p. 12)

Dirigimos a evolução biológica ou a de conhecer em detalhes toda a

sorte de injustiças cometidas no planeta. Tudo nos coloca a frente de

problemas que códigos antigos nenhum permitem resolver.

No meio de todas as emancipações humanas, passamos dos escribas

mesopotâmicos até os dias de hoje, onde a maioria das pessoas domina a

escrita; com a abolição da servidão e da escravatura; do sufrágio universal

difundido na maioria das nações; da igualdade das mulheres e homens nos

países mais avançados; da Europa Unida; do MERCOSUL; da World Web

Wide. Nunca o homem pré-histórico poderia imaginar o mundo moderno tal

qual vivemos hoje, com todas as suas instituições e capacidade evolutiva. O

homem agora nos parece mais inteligente, mais evoluído, mais capaz. E não

pára por aí se levarmos em consideração sermos os pré-históricos dos nossos

netos. Ainda é cedo para tirar conclusões, mas de fato temos em mãos muito

mais oportunidades e facilidades para fazer as coisas acontecerem do que

poderíamos fazer séculos atrás.

Com o advento do ciberespaço, hoje nos parece mais transparente e

fácil algumas situações devido principalmente à liberdade de expressão.

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“A extensão do ciberespaço traz-nos, simultaneamente, por um lado,

mais liberdade (individual e coletiva) e, por outro, mais comunicação e

interdependência. O aumento da liberdade é evidente: o ciberespaço permite

uma liberdade de expressão e de comunicação à escala planetária

absolutamente sem comparação a tudo quanto autorizavam os media

anteriores” (p. 29)

Hoje, quase todos os jornais, rádios e televisores publicam ou emitem

na grande rede. Significando que todos, de qualquer lugar do mundo, com fio

ou sem fio, podem acessar os mais diversos meios de comunicação,

desterritorializando os media.

Lévy aponta essa situação exemplificando a sociedade pré com a pós-

internet. Esta, virtual, virou colaboradora através da possibilidade de

interatividade com os media. Aquela, também conhecida como ‘sociedade do

espetáculo’, apenas funcionava como receptora e consumidora passiva das

representações e significâncias mediáticas. Assim, se tornou expressamente

necessário a segmentação dos meios de comunicação e adaptação a essa via

de mão dupla. Os meios de comunicação se tornaram transnacionais.

Entram em cena os automedias. Por mais que um profissional

mediático tenha boa fé e compromisso com a verdade dos fatos em seus

trabalhos, é inevitável que ele caia na linha editorial de seu veículo e censura

prévia de acordo com o meio em que está inserido. A rede permitiu a todos

tornarem-se jornalistas e comunicadores. Eis os automedias.

Um exemplo recente pode ser mostrado com o post do ator Bruno

Mazzeo em seu blog. Insatisfeito com o serviço prestado pela empresa aérea

TAM no Brasil, o cliente descreve em detalhes no seu blog todo o motivo da

insatisfação. Seguindo esse mesmo parâmetro, temos uma infinidade de

exemplos que ratificam o que Lévy explica acima. No mundo da informação,

estamos livres, soltos.

Hoje, qualquer um pode fazer justiça ou até mesmo injustiça pela

internet. Para Lévy, entra em questão a idéia do cibercidadão, sendo talvez

esse o momento de o ser humano se aceitar tal qual ele é. Isso seria a

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inteligência coletiva. É como se estivéssemos todos num processo de

aprendizagem, conhecimento e progresso mediados pela grande teia mundial.

Outra questão importantíssima é o fato de a internet vir enfraquecendo,

cada dia mais, as ditaduras. Países como a Coréia do Norte e do Sul, a

Tunísia, a maior parte das nações Árabes e um grande número de países

mulçumanos, como Irã, Paquistão, etc., em que a política do medo mantém o

não desenvolvimento, a pobreza e o fanatismo, tendem a se incomodarem

com o advento da internet porque ela tem o poder de enfraquecimento das

ditaduras. Para Lévy, é inevitável que as ditaduras caiam ao ritmo da expansão

da ciberdemocracia.

“Contudo, mesmo que não tenham acesso aos sítios censurados, os

internautas desses infelizes países em que o governo fez reinar o medo em vez

da paz respiram, na grande conversação da internet e na diversidade dos sites

normais, o maravilhoso perfume da liberdade. Isso não é bom para as

ditaduras. Logo que, em algum lugar, um servidor é fechado, há outro que se

põe a funcionar noutro. Mal uma fonte de livre expressão é fechada aqui, volta

a brotar noutro canto do mundo. Os endereços mudam ou passeiam pelo

mundo, mas a voz é sempre a mesma. A internet é um extraordinário vector de

libertação da palavra.” (LÉVY, Pierre; p.64)

É fato que a ferramenta de hoje é bem diferente do descaroçador de

algodão que tanto impressionou a era da Revolução Industrial. A internet põe a

cargo dos seres humanos uma infinidade de possibilidade de ser utilizada,

para o bem ou para o mal.

A cibercultura e a ciberdemocracia andam juntas nessa estrada ainda

tão sedutora e cheia de esperanças. Vivenciamos o mundo das pacificações

coletivas. São fóruns, listas de discussões on-line, denúncias na rede,

mobilizações sociais que começam pelo contato no ciberespaço, abaixo-

assinados mundiais, esforços mútuos de auxílio a pessoas e países em

necessidade, proliferação de blogs e sítios pessoais, além de agência de

notícias e cidadãos-repórteres mundo afora.

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“O Raí já veio misturar a música árabe com a electrônica e, nas vielas

de Argel, já se ouve as letras ritmadas dos grupos de rap local. A cultura que,

outrora, produziu As Mil e Uma Noites já começa a juntar-se – de outro modo

que não pela voz do fanatismo – ao entrelaçar de todas as narrações que as

nações terrestres tecem na rede.

E a China, a civilização do Meio, que alberga a quinta parte da

população do globo, que, no seu tempo, produziu as filosofias revolucionárias

que foram o confucionismo e o tauismo, cuja medicina é, por vezes, mais eficaz

do que a ocidental, cujas artes e cultura, de um apuramento extremo,

influenciaram toda a Ásia... Que tristeza vê-la hoje dar o exemplo de uma

ditadura obstinada e agressiva, inimiga da alta espiritualidade budista!

Na China, o primeiro-ministro afirma desenvolver a rede, ao mesmo

tempo que o regime prende quem aí exerce a sua liberdade de expressão.

Contudo, a esperança existe. Em números absolutos, o total dos internautas

chineses já ultrapassou o dos utentes japoneses da rede e calcula-se que mais

da metade dos sítios que visitavam eram <<estrangeiros>>” (LÉVY, Pierre; p.

64-65)

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CONCLUSÃO

Através desta monografia foi possível concluir que definitivamente

estamos inseridos em um processo de revolução tecnológica e cultural. Sem

dúvidas é necessário e é percebido o esforço mundial das empresas quanto à

adaptação a esse universo, mas, sendo algo ainda tão recente, é mais do que

normal que algumas muitas estejam perdidas no ciberespaço.

Porém, torna-se extremamente necessário que elas se enquadrem. O

mundo hoje é tecnológico e num futuro próximo não haverá mais espaço para

as empresas que não estiverem inseridas no rol da transparência,

interatividade e habilidade do meio virtual.

Neste estudo pôde-se perceber o quanto qualquer mídia pode vir a

interferir na forma de vida de uma sociedade/população como um todo e o

quanto somos mediados e nem percebemos. No caso da mídia internet, o

processo é ainda mais forte.

Convém fazer um adendo colocando em evidência o grande salto

intelectual que a humanidade conquistou se comparado aos nossos

antecedentes. Migramos das pinturas das cavernas para um mundo sem

fronteiras. Hoje, de fato, parece-nos mais fácil fazer as coisas de uma forma

geral. Se levarmos em conta que o homem moderno é um homem mais

evoluído e mais inteligente, talvez a internet, usada para o bem comum

universal, possa ser a grande mola propulsora de grandes conquistas

objetivando a integração dos povos, a disseminação da paz e a ordem

mundial. Utopia? Talvez. Quem decide e quem faz é cada um de nós.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Blog da Petrobrás;

Anexo 2 >> Blog paródia da Petrobrás; Anexo 3 >> Blog do Bruno Mazzeo; Anexo 4 >> Centro Cultural Banco do Brasil no twitter; Anexo 5 >> Explore seu momento Outback;

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ANEXO 1

Blog da Petrobrás

http://www.petrobras.com.br/fatosedados

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ANEXO 3

Blog do Bruno Mazzeo

http://bloglog.globo.com/blog/blog.do?act=loadSite&id=153&postId=1531

1&permalink=true

Escrito em:20/3/2009

SEGURA A TAM, AMARRA A TAM, SEGURA A TAM-TAM-TAM-TAM-TAM! Escrevo de dentro de um avião. Um avião da TAM mais precisamente. Ou seja, se você estiver lendo esse post é porque muito provavelmente o avião atingiu o seu destino. Destino esse que ée não sei. Não, não é piada. Eu estou voando para algum lugar ali pelo centro do Brasil. No momento sou quase um nowhere man. Quando saí de casa rumo ao aeroporto meu objetivo era chegar em Palmas, onde faço peça a partir de hoje à noite. Mas agora meu destino está nas mãos da TAM. Eles decidem pra onde eu vou, que horas, se vou mesmo. Vou até aproveitar que eu estou na dúvida se troco de carro agora ou se espero mais pro fim do ano, e perguntar pro pessoal da TAM. Eles decidem por mim. Meu vôo para Palmas era direto. 11:30 da manhã desta sexta feira. Cheguei no Aeroporto Internacional Maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim pouco mais de uma hora antes do embarque, como venho fazendo toda semana. Na hora do check-in, a mocinha da empresa me sai com a seguinte pérola: “Este voo foi cancelado, senhor”. – “Ee?” – foi o que perguntei, afinal, ela me deu a notícia com tanta naturalidade que imaginei ser esse um problema de menos. Tipo “o voo foi cancelado mas nós temos a solução!”. Afinal, ela me falou no mesmo tom que a minha diarista hoje cedo me falou que acabou o Toddynho. O voo foi cancelado mas sai outro em seguida, o voo foi cancelado mas transferimos para um de outra empresa no mesmo horário, o voo foi cancelado mas em cortesia vou lhe pagar um boquete, enfim, qualquer coisa. “Ee?” – “Tem um saindo agora às 10:30”. Eram 10:17. Ou seja, quem não é vidente ou chegou um pouco antes do necessário que se vire. O meu compromisso (e da minha colega, que por sinal, é uma das que está em solo provavelmente tentando se virar) é de noite. Até às nove acho que chego na capital do Tocantins. Mas e o cara que está indo para um compromisso na hora do almoço?

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Parênteses: o cara que está indo a compromisso e se sentiu ou foi de fato prejudicado, deve procurar o Sr. Antonio Carlos Gabrielli, gerente de relações com clientes da TAM. Pelo menos é o que se diz na revista que folheio semanalmente a bordo da aeronave e não acredito que estejam se referindo a outro tipo de relação. Com direito a uma foto de uma página inteira, o Sr. Gabrielli se orgulha de estar na TAM desde 1972 e garante ter assumido um compromisso de fazer o máximo para que nós, clientes, tenhamos um mínimo de preocupação na hora de viajar. Bom, onde quer que o senhor se encontre, sr. Gabrielli, comigo isso – pelo menos hoje – não está funcionando. Eu tô aqui, além de estressado, preocupadíssimo. Mas ó: o senhor saiu muito bem na foto. E, mais tarde fui ver, no vídeo também. Imagem é tudo! Fecha parênteses. Aliás, outro parênteses. É lógico que cancelaram o voo porque tinham poucos passageiros e eles não queriam gastar de gasolina mais do que ganharam com as passagens. É a política do “foda-se você antes que foda-me eu”. Seria o mesmo que eu fazer uma peça de sacanagem por ter só 20 pessoas na plateia. Esses 20 ali presentes não têm culpa se outros 400 não se interessaram pelo espetáculo. Merecem o meu melhor, como se a casa estivesse lotada. Vou pedir o contato do assessor de imagem do Sr. Gabrielli. Tô precisando de uma mídia tipo a dele, para mostrar que eu me preocupo com os meus “clientes”. Se o voo será cancelado que se ligue para esses poucos clientes informando e oferecendo outras opções. Pede pra secretária do Sr. Gabrielli fazer isso. Bem mais honesto do que deixar essa surpresinha pra hora H. Fecha parênteses. Mas por que eu dizia não saber pra onde vou? Meu voo era para Palmas. Foi cancelado, mas tem outro saindo agora, serve? Claro. Nem despachei a bagagem, dei um pique até o portão de embarque, enquanto ligava para minha colega de trabalho e avisava que a TAM tinha entrado numas de mudar tudo. Ela tava na dúvida se tentava embarcar nesse mesmo que eu (já que ainda estava no caminho) ou se voltava para casa para retornar ao aeroporto de tarde, quando sairia o próximo, na esperança de que chegasse a tempo de fazer o espetáculo, honrar o seu compromisso, cumprir suas obrigações, realizar o seu trabalho, ganhar o pão de cada dia, enfim. Tudo bem, caso ela não chegue o Sr. Antonio Carlos Gabrielli paga a conta, a multa com o teatro, eu sei, mase Voltando ao “pra onde vou?”. Já entrando na aeronave dei uma olhada no bilhete e percebi que eu ia na verdade para Brasilia. E, da capital, algumas quatro horas depois sairia um outro voo que me levaria ao meu destino. Um saco, mas tudo bem, arranjo alguma coisa pra fazer hora, dou uma volta, almoço, faço umas comprinhas no Free Shop, ligo pro Sr. Gabrielli pra bater um papo, me viro. Mal me sento (literalmente mal, porque o conforto passa longe das poltronas de avião) e ouço o comandante dar as boas vindas ao voo rumo a Porto Velho, com escala em Brasilia. Pra mim nada muda, eu vou descer em Brasilia, se ele depois vai pra Porto Velho, Miami, pra ilha de Lost ou pro raio que o parta não me interessa. Até quee quase cochilandoe “uma correção, nosso voo é para

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Palmas, com escala em Brasilia”. Opa! Essa informação muito me interessava! Mas era boa demais para ser verdade. Me levantei, indo em direção ao simpático comissário de gel no cabelo. “Amigo, afinal, esse voo vai pra onde?” – “Acho que Brasilia, senhor”. Aquele “acho que” me soou meio esquisito. Acho que? Tipo, é um comissário “papel na ventania”. Pra onde o vento bater ele vai. “Meu negócio é voar, num interessa pra onde. Tô voando, tô servindo lanchinho, tô fazendo a coreografia dos procedimentos-com-as-máscaras-que-cairão-automaticamente-em-caso-de-emergência, tô feliz. Me leva que eu vou!”. Desisti. Enquanto o avião não decolava, liguei pra minha produtora (que já estava em Palmas, foi na véspera) avisando que não sabia que horas chegava, nem nada, etc, que não precisava mandar o carro me buscar no aeroporto, eu pegaria um taxi para ir até o hotel e depois mandava a conta, sei lá, pro Sr. Antonio Carlos Gabrielli. Diante do inevitável, relaxa e goza. Não foi o que sugeriu a mãe do Supla no auge da crise aérea? Quando o avião posar eu vejo o que eu faço. Eis que surge uma simpática aeromoça com cabelo laqueado e lenço no pescoço avisando, meio que como amiga: “Senhor, provavelmente o senhor não vai precisar descer em Brasilia. Este mesmo avião segue para Palmas”. Excelente notícia. Não fosse o “provavelmente”. A essa altura eu já estava preocupado e me perguntando se pelo menos o piloto sabia pra onde deveria ir. Sei que existem situações bem piores, eu mesmo já passei algumas, já ouvi amigos relatando outras, mas eu precisava desabafar. Até porque não se pode usar o celular no avião, então nem tenho como bater um fio pro Antonio Carlos (acho que já posso chamar o Sr. Gabrielli assim, somos praticamente íntimos). Caso o avião caia (não vamos esquecer que é um voo da TAM) espero que junto com a caixa preta encontrem o meu Mac branco com o relato da minha insegurança. No momento serviram um sanduíche de salaminho (a barrinha de cereal é especialidade da empresa concorrente) e eu li na revista “TAM nas nuvens” uma simpática carta do simpático presidente da TAM, Comandante David Barioni Neto, fazendo uma simpática média com os cariocas, dizendo que a empresa (até pela sua origem) é vista como “muito paulista” e que eles queriam ser “cada vez mais cariocas”. Uma óbvia política de vaselina com um mercado provavelmente mais em baixa. Vaselina essa que eles não usaram lá no check in quando me enrrabaram com a notícia de que eu meu voo fora cancelado. Pois estão começando bem nessa tentativa. No Rio é muito comum se marcar compromissos na praia ou nos Baixos Gáveas da vida. Um “ligaê”, “vamo se ver”, “a gente se fala”, compromissos assumidos que nunca se realizarão. Às vezes são praquele mesmo dia. “Vamo hoje?” – “Demorô”. E nunca mais se falam. Não vão (pelo menos não os dois juntos), nem se ligam, nem descombinam, e tá tudo certo. Faz parte do carioca

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way of life. Nem eu te ligo, nem você me telefona e a gente não se encontra naquele lugar que nunca marcou. Pois a TAM está começando com o pé direito na sua tentativa de se acariocar. Vai pra Palmas? Tem um compromisso? Compra a passagem e chegaê. Se der a gente te leva lá. Já é. PS: O piloto acabou de avisar que estão iniciando o processo de pouso em Brasilia. Se eu chegar em Palmas, estarei no Teatro Fernanda Montenegro, de sexta a domingo. E vingado. Roubei o travesseirinho do avião. Tá, uma vingança meio sarapa, mas foi a que me ocorreu na hora. PS do B: Antonio Carlos Gabrielli, você é meu convidado para minha peça quando ela estiver na sua cidade. Pagando ingresso, claro. Aí nesse dia eu penso se faço o texto como ele é, ou se fico só enrolando, finjo que deu branco, ou simplesmente subo no palco e digo que “hoje não tô muito afim de fazer a peça”. Aí o senhor reclama, pede o dinheiro do ingresso de volta. E eu não vou devolver. UPTADE: Escrevo agora do aeroporto de Brasilia. Eram 2 horas entre o pouso e a decolagem. O piloto ainda sugeriu, meio sem saco pros três manes (eu um deles) que seguiriam até Palmas: “Se quiser desce, senão pode esperar aqui na aeronave”. Pensei em sugerir que a gente organizasse um bingo, eu, ele, os outros dois manés e a tripulação. Mas preferi descer. Vai que o Sr. Gabrielli tá de bobeira por aqui, a gente pode, sei lá, jogar um buraco. LAST BUT NOT LEAST: Em Brasilia, 14 horas. Acabei de receber ligação da nossa produtora em Palmas. O avião seguinte saindo do Rio, o que minha coleguinha vai pegar, sai às 15h, chegando na capital tocantinense (depois da escala/conexão no Distrito Federal) tipo meia-noite. Ou seja, a sessão de hoje foi cancelada. Faremos duas amanhã (sábado), o que para mim (que estou com a garganta debilitada) é um verdadeiro martírio. Nem estou pensando que, nesse caso, poderia ter viajado só no sábado e ter visto o Radiohead. Isso agora é o de menos. De bem menos. Quero saber é quem vai pagar o prejuízo pelos quase 500 ingressos vendidos antecipadamente? Sr. Gabrielli, gostaria de dizer alguma coisa? Ou deixa com os nossos advogados? Melhor, né? Para não estragar nossa saudável relação TAM/cliente.

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ANEXO 4

Centro Cultural Banco do Brasil no Twitter

http://twitter.com/CCBB_RJ

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ANEXO 5

Explore seu momento Outback

http://www.outback.com.br/blog/videos.asp

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO. Manual De Comunicação

Empresarial: cadernos da comunicação – série estudos. Rio de Janeiro:

Secretaria Especial de Comunicação Social, 2004.

FELINTO, Erick. A Religião das Máquinas: ensaios sobre o imaginário da

cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2005.

A mídia e a construção da imagem empresarial: bases para o relacionamento

do Banco do Brasil com a imprensa / Estratégia, Marketing e Comunicação,

coordenadota, - Brasília:Banco do Brasil, 2001.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede – a era da informação: economia,

sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

LÉVY, Pierre. Ciberdemocracia. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da

informática. São Paulo: Editora 34, 2004.

NEVES, Roberto de Castro. Comunicação Empresarial Integrada. Rio de

Janeiro: Mauad, 2000.

BUENO, Wilson. Comunicação Empresarial – Teoria e Pesquisa. Barueri:

Manole, 2003.

JOHNSON. Steve. Cultura da Interface: como o computador transforma nossa

maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

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FONTE ELETRÔNICA

http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_040.html (Acesso

no dia 09 de fevereiro de 2010, às 22h22

http://petrobrasilfatosedados.wordpress.com/2009/09/ (Acesso no dia 10

de fevereiro de 2010, às 22h26

http://www.uff.br/mestcii/angele2.htm (Acesso no dia 25 de fevereiro de

2010, às 19h52)

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Comunicação Empresarial: Históricos e Desafios 09

1.1 – Breve histórico da comunicação empresarial 09

1.2 – Contexto atual e desafios da comunicação empresarial 12

CAPÍTULO 2

Internet: a grande rede mundial 15

2.1 – Sobre o surgimento dos computadores, da internet e das redes 15

2.2 – A adaptação das empresas na rede 21

CAPÍTULO 3

Cultura e democracia na era ciber 25

3.1 – Essa tal cibercultura 25

3.2 – A questão da ciberdemocracia 29

CONCLUSÃO 33

ANEXOS 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

FONTE ELETRÔNICA 44

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: Comunicação Empresarial e Internet

Autor: Andrea Oliveira Belsito

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: