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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA ndash UnB
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O COacuteRREGO MURITIBA MUNICIacutePIO DE
POSSE - GOIAacuteS
ROSANA MARIA DE SOUZA
Posse ndash Goiaacutes
Outubro de 2013
UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O COacuteRREGO MURITIBA MUNICIacutePIO DE
POSSE - GOIAacuteS
Rosana Maria de Souza
Monografia submetida ao Departamento de Geografia da Universidade de Brasiacutelia como parte dos requisitos necessaacuterios para a obtenccedilatildeo do Grau de Licenciatura em Geografia Aprovado por _____________________________________ Prof Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho UnB (Orientador) ____________________________________ Nome do Examinador Interno Titulaccedilatildeo (Instituiccedilatildeo) (Examinador Interno)
Posse - Goiaacutes
Outubro - 2013
Souza Rosana Maria de
Impactos Ambientais sobre o coacuterrego Muritiba municiacutepio de Posse ndash Goiaacutes
(UnB - UAB)
Monografia (Licenciatura) ndash Universidade de Brasiacutelia Departamento de Geografia
1 2
3 4
I UnB - GEA II Tiacutetulo (seacuterie)
Eacute concedida agrave Universidade de Brasiacutelia permissatildeo para reproduzir coacutepias desta monografia e emprestar ou vender tais coacutepias somente para propoacutesitos acadecircmicos e cientiacuteficos O autor reserva outros direitos de publicaccedilatildeo e nenhuma parte desta monografia de graduaccedilatildeo pode ser reproduzida sem a autorizaccedilatildeo por escrito do autor ______________________________ Rosana Maria de Souza
Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa
homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida
Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser
filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e
conclusatildeo desse curso
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das
inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior
Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao
meu lado me apoiando e incentivando
Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou
indiretamente tambeacutem contribuiacuteram
A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de
aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a
secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e
agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a
concretizaccedilatildeo deste projeto
Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de
fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho
Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se
homenageados por mim
RESUMO
A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego
Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar
Voccediloroca
ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O COacuteRREGO MURITIBA MUNICIacutePIO DE
POSSE - GOIAacuteS
Rosana Maria de Souza
Monografia submetida ao Departamento de Geografia da Universidade de Brasiacutelia como parte dos requisitos necessaacuterios para a obtenccedilatildeo do Grau de Licenciatura em Geografia Aprovado por _____________________________________ Prof Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho UnB (Orientador) ____________________________________ Nome do Examinador Interno Titulaccedilatildeo (Instituiccedilatildeo) (Examinador Interno)
Posse - Goiaacutes
Outubro - 2013
Souza Rosana Maria de
Impactos Ambientais sobre o coacuterrego Muritiba municiacutepio de Posse ndash Goiaacutes
(UnB - UAB)
Monografia (Licenciatura) ndash Universidade de Brasiacutelia Departamento de Geografia
1 2
3 4
I UnB - GEA II Tiacutetulo (seacuterie)
Eacute concedida agrave Universidade de Brasiacutelia permissatildeo para reproduzir coacutepias desta monografia e emprestar ou vender tais coacutepias somente para propoacutesitos acadecircmicos e cientiacuteficos O autor reserva outros direitos de publicaccedilatildeo e nenhuma parte desta monografia de graduaccedilatildeo pode ser reproduzida sem a autorizaccedilatildeo por escrito do autor ______________________________ Rosana Maria de Souza
Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa
homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida
Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser
filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e
conclusatildeo desse curso
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das
inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior
Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao
meu lado me apoiando e incentivando
Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou
indiretamente tambeacutem contribuiacuteram
A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de
aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a
secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e
agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a
concretizaccedilatildeo deste projeto
Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de
fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho
Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se
homenageados por mim
RESUMO
A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego
Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar
Voccediloroca
ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
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Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
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Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
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Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
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De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
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35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
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Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
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rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
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Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Eacute concedida agrave Universidade de Brasiacutelia permissatildeo para reproduzir coacutepias desta monografia e emprestar ou vender tais coacutepias somente para propoacutesitos acadecircmicos e cientiacuteficos O autor reserva outros direitos de publicaccedilatildeo e nenhuma parte desta monografia de graduaccedilatildeo pode ser reproduzida sem a autorizaccedilatildeo por escrito do autor ______________________________ Rosana Maria de Souza
Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa
homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida
Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser
filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e
conclusatildeo desse curso
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das
inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior
Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao
meu lado me apoiando e incentivando
Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou
indiretamente tambeacutem contribuiacuteram
A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de
aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a
secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e
agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a
concretizaccedilatildeo deste projeto
Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de
fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho
Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se
homenageados por mim
RESUMO
A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego
Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar
Voccediloroca
ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
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Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
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Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
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13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa
homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida
Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser
filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e
conclusatildeo desse curso
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das
inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior
Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao
meu lado me apoiando e incentivando
Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou
indiretamente tambeacutem contribuiacuteram
A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de
aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a
secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e
agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a
concretizaccedilatildeo deste projeto
Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de
fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho
Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se
homenageados por mim
RESUMO
A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego
Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar
Voccediloroca
ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
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Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
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Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
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Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
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Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
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Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
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13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das
inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior
Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao
meu lado me apoiando e incentivando
Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou
indiretamente tambeacutem contribuiacuteram
A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de
aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a
secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e
agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a
concretizaccedilatildeo deste projeto
Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de
fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho
Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se
homenageados por mim
RESUMO
A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego
Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar
Voccediloroca
ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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RESUMO
A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego
Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar
Voccediloroca
ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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ABSTRACT
The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed
Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian
Voccediloroca
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14
FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
15
FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15
FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18
FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios
19
FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20
FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco
20
FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado
a evoluccedilatildeo da ravina 21
FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21
FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de
aacuteguas pluviais 22
FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo
e profundidade da mesma 22
FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de
aacuteguas pluviais 23
FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e
desaacuteguam em voccediloroca 23
FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34
FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38
FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
40
FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua
41
FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42
FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
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FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42
FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo
significante no volume de aacutegua 43
FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver
mata ciliar 43
FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo
de animais 44
FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com
erosatildeo 44
FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45
FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45
FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46
FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46
FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO
040 47
FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de
aacutegua 48
FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48
FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49
FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49
FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50
FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51
FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58
FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59
FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60
FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60
FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando
sedimentos 61
FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte
de sedimento 62
FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego 62
FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado
para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
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Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
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A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63
FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64
FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca
antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64
FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos
transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e
reduccedilatildeo na vazatildeo 65
FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO 14
11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14
12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16
13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24
14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28
21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28
22 PLANO DIRETOR 32
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE
CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34
31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37
33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51
34 MATA CILIAR 53
35 MATA DE GALERIA 55
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66
REFEREcircNCIAS 68
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
12
INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas
socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da
populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento
das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos
ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo
possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais
Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem
natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir
da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se
produz como homemrdquo
Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo
colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja
degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define
recursos naturais como
Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais
Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um
trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia
de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do
Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos
anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade
13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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13
Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A
priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real
situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o
tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura da cidade de Posse
Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da
ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de
drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa
O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e
Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e
Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de
Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel
averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais
como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial
desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua
proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento
no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua
14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
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Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
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Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
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Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
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13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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14
Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO
DE POSSE-GO
11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio
Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do
Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo
Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir
Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013
15
Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013
Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013
16
Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute
31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila
novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem
implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba
A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata
ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de
sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo
Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o
problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os
moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves
suas margens
Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando
diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma
vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com
informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades
competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo
Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico
ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes
12 Diagnoacutestico ambiental
A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal
por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do
Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO
Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental
17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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17
relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco
A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um
diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma
determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel
caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos
ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a
elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos
problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos
existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e
socioculturais
Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um
diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da
Terra
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
18
Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
19
Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se
vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a
existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo
transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e
consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito
A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de
pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e
erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar
Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas
pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu
tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da
vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos
encontrados no local
Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
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Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
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A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
20
Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
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13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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21
Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
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Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
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A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
22
Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013
Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente
e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca
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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
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13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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23
Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013
Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013
Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea
em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
24
13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse
Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte
processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para
seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera
consequumlecircncias negativas em todas as esferas
Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo
do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por
migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por
motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego
Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada
O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto
estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo
ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-
Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o
desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo
Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico
de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute
mesmo para a proacutepria cidade
Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da
microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28
km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja
algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria
De acordo com Correcirca (1999 p 50)
As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu
25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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25
Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe
direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um
suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos
bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado
maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades
Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um
desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a
qualidade do meio ambiente na cidade
14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica
Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam
ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a
natureza necessitada de cuidados
Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes
por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do
processo de desenvolvimento que o homem faz parte
Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)
Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos
Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e
com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua
sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno
Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e
consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio
26
teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida
mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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26
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mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)
O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades
Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento
socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de
viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano
Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando
graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge
do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens
Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver
que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a
flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver
com responsabilidade e sustentabilidade
O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006
p 290) define sustentabilidade como
Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo
Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos
bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
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Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
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A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
27
tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente
nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente
Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas
fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que
perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a
necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas
estavam comeccedilando a serem pensados identificados
28
Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
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Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
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Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
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Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
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De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
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35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
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Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
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rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
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Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR
21 Legislaccedilatildeo Ambiental
De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a
proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981
9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga
as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a
Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que
29
dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo
Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia
Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional
de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute
Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA
30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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30
De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos
previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia
iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e
operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem
oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute
feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os
oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua
Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua
Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave
problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao
homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso
da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor
compreendecirc-lo
O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da
Terra como
Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)
De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute
A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais
31
Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013
De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)
A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais
Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)
A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer
subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos
elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio
ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes
Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)
O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local
Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da
Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal
espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel
compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental
E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para
um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do
Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel
melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali
existente
32
22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
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Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
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Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
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Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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22 Plano Diretor Municipal
Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio
de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE
ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro
Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado
dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012
No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm
[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
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De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
33
e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida
Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de
degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio
Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social
com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos
ambientais naturais ou natildeordquo
Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X
ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino
municipalrdquo
E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo
Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII
Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para
preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo
Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se
configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo
diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas
Muritiba rio Prata e seus afluentes
Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute
imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder
municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete
fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na
legislaccedilatildeo urbana vigente
De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o
1 O atual ainda natildeo foi aprovado
34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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34
cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)
Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a
realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o
Plano Diretor que se encontra um tanto defasado
Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA
31 Conflitos homem e natureza
O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os
primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto
intriacutenseca
35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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35
Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que
A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta
Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem
dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia
responsabilidade sem destruiacute-la
Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente
o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de
aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global
globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico
Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)
Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo
Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e
natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se
tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos
ao mesmo tempo a destroacutei
Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco
habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse
conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo
urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou
indiretamente
36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
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De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
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siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
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Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
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Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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36
Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)
O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem
Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento
sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma
planejada
Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)
O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro
Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio
natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado
cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a
esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo
com responsabilidade de forma sustentaacutevel
Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem
Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do
espaccedilo nos apresenta que
Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada
Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho
37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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37
A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas
32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a
escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo
O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara
proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo
Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no
plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do
mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)
percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem
Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013
A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor
Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata
Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras
15 e 16
38
Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
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De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca
39
Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
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De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_
911200585234html
De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado
Uma Visatildeo Geral
As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)
40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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40
Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do
coacuterrego
Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
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Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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41
Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade
pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo
do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais
erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos
antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo
lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que
seguem abaixo
42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
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42
Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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43
Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012
44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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44
Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
45
Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012
46
Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012
Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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47
Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao
municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as
manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas
rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem
conforme figuras que seguem
48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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48
Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012
Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012
49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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49
Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012
Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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50
Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012
O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que
percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e
Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio
Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o
Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins
Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo
da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash
Araguaia
Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde
eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de
Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma
aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36
51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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51
Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)
Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de
Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-
Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela
Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde
Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma
vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute
33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos
Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico
ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de
Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos
Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou
contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas
que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios
Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins
52
Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo
deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido
norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo
Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios
de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes
Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte
Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos
Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se
tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a
depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do
Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto
Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-
S apresenta altitude entre 400 e 600m
Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo
FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os
Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no
Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do
Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no
extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute
localizada a cidade de Posse
Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a
escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m
A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo
Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da
Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)
Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume
32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas
siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos
depositados em ambientes essencialmente continentais
Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia
Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo
53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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53
Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos
34 Mata ciliar
Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e
lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que
Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo
Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas
beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de
coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios
Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria
E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio
largura do leito e da faixa da mata
54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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54
De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea
de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada
em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)
Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto
estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no
grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou
seja satildeo semideciacuteduas
A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando
entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam
corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba
peroba pente- de ndash macaco tamboril
Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar
acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a
vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita
dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a
largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas
a largura possa ser maior
Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as
caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente
eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos
emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais
As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas
(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto
semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel
de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente
ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior
a 50 em alguns trechos
55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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55
35 Mata de galeria
Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando
corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou
seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis
Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-
3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia
(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase
sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e
em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres
Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm
12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa
altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de
1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de
setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-
67 de 24 de agosto de 2001
CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros
Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o
curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como
reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da
bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico
httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht
m
56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
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56
Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS
Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia
para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com
isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua
degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia
ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala
global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se
expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema
Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da
Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que
[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos
ecossistemas aquaacuteticos
Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos
ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego
desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem
de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional
Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente
Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no
municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros
fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos
internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o
intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho
A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada
satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO
CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada
possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
57
rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e
iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos
O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro
Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias
nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020
Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de
consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura
urbana necessaacuteria
Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do
Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde
habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por
causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar
posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma
grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4
Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta
escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que
contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De
acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros
natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram
regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de
um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos
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um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro
Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata
seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute
conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele
espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das
funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e
que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em
seu curso
58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
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58
Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do
coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando
lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se
em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo
Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada
havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash
solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse
httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto
oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas
Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset
2011
70
Disponiacutevel
wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013
Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V
Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-
PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006
Disponiacutevel
httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808
acesso em 30082013
Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988
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httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-
habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013
Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
Disponiacutevel
httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em
30092012
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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)
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httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013
Mapa do periacutemetro urbano de Posse
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Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
59
Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo
para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao
retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as
aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute
que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a
infiltraccedilatildeo das aacuteguas
A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos
anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento
restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com
grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba
Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar
(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros
do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa
declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito
60
Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de
Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997
Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
169-186
Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
Contexto 2000 Satildeo Paulo
Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996
Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a
Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho
Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees
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Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes
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httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em
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Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
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Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes
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Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
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Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de
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Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
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Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
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Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a
Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho
Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees
Disponiacutevel
httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012
69
Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em
25082013
Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em
110920013
Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf
Acesso em 2602013
Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba
Disponiacutevel
Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -
Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental
Disponiacutevel
httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf
Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde
Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf
Acesso em novembro de 2012
Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim
Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -
wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset
2011
70
Disponiacutevel
wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013
Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V
Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
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PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006
Disponiacutevel
httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808
acesso em 30082013
Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988
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httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-
habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013
Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
Disponiacutevel
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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)
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Mapa do periacutemetro urbano de Posse
Disponiacutevel
Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
61
Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012
Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do
coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos
provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego
62
Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013
Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de
Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997
Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
169-186
Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
Contexto 2000 Satildeo Paulo
Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996
Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
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Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de
Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997
Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
169-186
Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
Contexto 2000 Satildeo Paulo
Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996
Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a
Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho
Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees
Disponiacutevel
httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012
69
Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em
25082013
Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em
110920013
Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf
Acesso em 2602013
Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba
Disponiacutevel
Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -
Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental
Disponiacutevel
httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf
Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde
Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf
Acesso em novembro de 2012
Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim
Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -
wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset
2011
70
Disponiacutevel
wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013
Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V
Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-
PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006
Disponiacutevel
httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808
acesso em 30082013
Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988
Disponiacutevel
httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-
habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013
Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
Disponiacutevel
httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em
30092012
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httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em
30082013
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=6) Acesso em 12102013
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wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013
POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)
Disponiacutevel
httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013
Mapa do periacutemetro urbano de Posse
Disponiacutevel
Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
63
Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de
Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997
Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
169-186
Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
Contexto 2000 Satildeo Paulo
Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996
Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a
Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho
Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees
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Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde
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Acesso em novembro de 2012
Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim
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Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
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httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod
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httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi=299 Acesso em
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30082013
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64
Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
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Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997
Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
169-186
Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
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Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996
Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a
Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho
Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees
Disponiacutevel
httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012
69
Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em
25082013
Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em
110920013
Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf
Acesso em 2602013
Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba
Disponiacutevel
Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -
Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental
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Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde
Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf
Acesso em novembro de 2012
Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim
Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -
wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset
2011
70
Disponiacutevel
wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013
Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V
Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-
PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006
Disponiacutevel
httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808
acesso em 30082013
Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988
Disponiacutevel
httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-
habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013
Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
03011001494 Capa
Disponiacutevel
httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em
30092012
Disponiacutevel
httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em
30082013
Disponiacutevel
httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em
20082013
71
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httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL6938htm - Acesso em 20082013
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httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -
Acesso em 26082013
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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013
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em 01092013
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Acesso em 01092013
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httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p
ossehistorico Acesso em 01092013
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30082013
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httpwwwmmagovbrportconamaresres02res30302html Acesso em
30082013
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73
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=6) Acesso em 12102013
Disponiacutevel
wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013
POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)
Disponiacutevel
httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013
Mapa do periacutemetro urbano de Posse
Disponiacutevel
Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)
Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)
Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)
Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
65
Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012
66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma
No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo
Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou
Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo
Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem
proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa
do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e
sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de
Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997
Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da
desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p
169-186
Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
Contexto 2000 Satildeo Paulo
Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991
Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996
Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto
2000
Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a
Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho
Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees
Disponiacutevel
httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012
69
Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em
25082013
Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios
Disponiacutevel
httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em
110920013
Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes
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Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba
Disponiacutevel
Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013
Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -
Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental
Disponiacutevel
httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf
Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde
Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles
Disponiacutevel
httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf
Acesso em novembro de 2012
Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim
Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -
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Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V
Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
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PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006
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Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988
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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash
Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
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66
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses
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No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem
reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o
que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens
por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta
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Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo
sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo
Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba
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Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural
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Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo
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do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da
compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao
dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo
em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua
Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute
composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram
retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo
Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande
degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme
visualizado na figura 4
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
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detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
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Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008
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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora
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Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes
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Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -
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Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia
de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-
UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)
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69
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Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim
Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -
wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset
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70
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Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V
Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos
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Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni
Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares
Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS
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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988
67
Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de
fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as
margens do coacuterrego
Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se
os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi
detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6
A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a
canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e
Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos
provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego
provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao
longo do seu curso
Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e
recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas
autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da
proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de
livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da
voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na
bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado
negativo
68
REFEREcircNCIAS
Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf
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