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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UnB DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O CÓRREGO MURITIBA, MUNICÍPIO DE POSSE - GOIÁS. ROSANA MARIA DE SOUZA Posse Goiás Outubro de 2013

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA ndash UnB

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O COacuteRREGO MURITIBA MUNICIacutePIO DE

POSSE - GOIAacuteS

ROSANA MARIA DE SOUZA

Posse ndash Goiaacutes

Outubro de 2013

UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O COacuteRREGO MURITIBA MUNICIacutePIO DE

POSSE - GOIAacuteS

Rosana Maria de Souza

Monografia submetida ao Departamento de Geografia da Universidade de Brasiacutelia como parte dos requisitos necessaacuterios para a obtenccedilatildeo do Grau de Licenciatura em Geografia Aprovado por _____________________________________ Prof Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho UnB (Orientador) ____________________________________ Nome do Examinador Interno Titulaccedilatildeo (Instituiccedilatildeo) (Examinador Interno)

Posse - Goiaacutes

Outubro - 2013

Souza Rosana Maria de

Impactos Ambientais sobre o coacuterrego Muritiba municiacutepio de Posse ndash Goiaacutes

(UnB - UAB)

Monografia (Licenciatura) ndash Universidade de Brasiacutelia Departamento de Geografia

1 2

3 4

I UnB - GEA II Tiacutetulo (seacuterie)

Eacute concedida agrave Universidade de Brasiacutelia permissatildeo para reproduzir coacutepias desta monografia e emprestar ou vender tais coacutepias somente para propoacutesitos acadecircmicos e cientiacuteficos O autor reserva outros direitos de publicaccedilatildeo e nenhuma parte desta monografia de graduaccedilatildeo pode ser reproduzida sem a autorizaccedilatildeo por escrito do autor ______________________________ Rosana Maria de Souza

Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa

homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida

Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser

filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e

conclusatildeo desse curso

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das

inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior

Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao

meu lado me apoiando e incentivando

Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou

indiretamente tambeacutem contribuiacuteram

A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de

aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a

secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e

agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a

concretizaccedilatildeo deste projeto

Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de

fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho

Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se

homenageados por mim

RESUMO

A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego

Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar

Voccediloroca

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Page 2: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE O COacuteRREGO MURITIBA MUNICIacutePIO DE

POSSE - GOIAacuteS

Rosana Maria de Souza

Monografia submetida ao Departamento de Geografia da Universidade de Brasiacutelia como parte dos requisitos necessaacuterios para a obtenccedilatildeo do Grau de Licenciatura em Geografia Aprovado por _____________________________________ Prof Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho UnB (Orientador) ____________________________________ Nome do Examinador Interno Titulaccedilatildeo (Instituiccedilatildeo) (Examinador Interno)

Posse - Goiaacutes

Outubro - 2013

Souza Rosana Maria de

Impactos Ambientais sobre o coacuterrego Muritiba municiacutepio de Posse ndash Goiaacutes

(UnB - UAB)

Monografia (Licenciatura) ndash Universidade de Brasiacutelia Departamento de Geografia

1 2

3 4

I UnB - GEA II Tiacutetulo (seacuterie)

Eacute concedida agrave Universidade de Brasiacutelia permissatildeo para reproduzir coacutepias desta monografia e emprestar ou vender tais coacutepias somente para propoacutesitos acadecircmicos e cientiacuteficos O autor reserva outros direitos de publicaccedilatildeo e nenhuma parte desta monografia de graduaccedilatildeo pode ser reproduzida sem a autorizaccedilatildeo por escrito do autor ______________________________ Rosana Maria de Souza

Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa

homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida

Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser

filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e

conclusatildeo desse curso

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das

inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior

Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao

meu lado me apoiando e incentivando

Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou

indiretamente tambeacutem contribuiacuteram

A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de

aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a

secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e

agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a

concretizaccedilatildeo deste projeto

Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de

fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho

Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se

homenageados por mim

RESUMO

A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego

Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar

Voccediloroca

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 3: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

Souza Rosana Maria de

Impactos Ambientais sobre o coacuterrego Muritiba municiacutepio de Posse ndash Goiaacutes

(UnB - UAB)

Monografia (Licenciatura) ndash Universidade de Brasiacutelia Departamento de Geografia

1 2

3 4

I UnB - GEA II Tiacutetulo (seacuterie)

Eacute concedida agrave Universidade de Brasiacutelia permissatildeo para reproduzir coacutepias desta monografia e emprestar ou vender tais coacutepias somente para propoacutesitos acadecircmicos e cientiacuteficos O autor reserva outros direitos de publicaccedilatildeo e nenhuma parte desta monografia de graduaccedilatildeo pode ser reproduzida sem a autorizaccedilatildeo por escrito do autor ______________________________ Rosana Maria de Souza

Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa

homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida

Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser

filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e

conclusatildeo desse curso

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das

inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior

Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao

meu lado me apoiando e incentivando

Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou

indiretamente tambeacutem contribuiacuteram

A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de

aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a

secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e

agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a

concretizaccedilatildeo deste projeto

Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de

fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho

Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se

homenageados por mim

RESUMO

A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego

Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar

Voccediloroca

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 4: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

Dedico este Trabalho in memoriam ao Monsenhor Joseacute Sebastiatildeo Pereira da Costa

homem amante da Educaccedilatildeo que tanto me ensinou pra vida

Aos meus amados pais exemplo de seres humanos do qual eu tenho orgulho de ser

filha aos meus irmatildeos e sobrinhos que tanto contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo e

conclusatildeo desse curso

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das

inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior

Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao

meu lado me apoiando e incentivando

Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou

indiretamente tambeacutem contribuiacuteram

A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de

aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a

secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e

agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a

concretizaccedilatildeo deste projeto

Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de

fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho

Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se

homenageados por mim

RESUMO

A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego

Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar

Voccediloroca

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

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Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Page 5: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo primeiramente a Deus por me permitir alcanccedilar apesar das

inuacutemeras dificuldades minha formaccedilatildeo superior

Aos meus pais irmatildeos sobrinhos e cunhado Geraldo que estatildeo sempre ao

meu lado me apoiando e incentivando

Aos meus amigos colegas de trabalho de faculdade todos que direta ou

indiretamente tambeacutem contribuiacuteram

A todos os professores que me ensinaram liccedilotildees dentro e fora da sala de

aula Em especial agrave coordenadora do poacutelo Maria Aparecida Pereira de Melo e a

secretaacuteria do poacutelo Nair Vieira de Moura agrave tutora presencial Maria de Faacutetima Inaacutecio e

agrave professora Drordf Roselir Oliveira Nascimento que muito contribuiu para a

concretizaccedilatildeo deste projeto

Ao meu orientador professor Dr Fernando Luiz Arauacutejo Sobrinho que foi de

fundamental importacircncia para a conclusatildeo deste Trabalho

Enfim todos que direta ou indiretamente me ajudaram sintam-se

homenageados por mim

RESUMO

A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego

Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar

Voccediloroca

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Page 6: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

RESUMO

A cidade de Posse localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Estado de Goiaacutes vem crescendo consideravelmente no decorrer dos anos Crescimento que acontece muitas vezes sem planejamento gerando transtornos para a populaccedilatildeo e consideraacuteveis impactos ambientais negativos para os recursos naturais existentes Assim tomando por base as poliacuteticas socioambientais e as legislaccedilotildees que visam o desenvolvimento sustentaacutevel foi realizada uma pesquisa qualitativa na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba para elaboraccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental do mesmo Atraveacutes dos dados coletados e por meio de registros fotograacuteficos ficou evidenciado a degradaccedilatildeo ambiental que o coacuterrego vem sofrendo ao passar do tempo devido agrave accedilatildeo antroacutepica e o natildeo cumprimento das Leis ambientais Ficou evidenciado a reduccedilatildeo da vazatildeo do coacuterrego ausecircncia de mata ciliar a existecircncia de uma antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute com sulcos e ravinas de onde tem sido transportado sedimentos para o leito do coacuterrego provocando assoreamento do mesmo Compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento devido o fluxo de animais bovinos Presenccedila de lixo nas margens e uma grande voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios a qual tem transportado sedimentos para o leito do coacuterrego

Palavras-chave Diagnoacutestico ambiental Degradaccedilatildeo ambiental Ravina Mata ciliar

Voccediloroca

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 7: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

ABSTRACT

The Posse city located in the microregion of the Go Paranatilde State of Goiaacutes has grown considerably over the years Growth happens often unplanned generating disorders for the population and considerable negative environmental impacts to the natural resources Thus based on environmental policies and legislation aimed at sustainable development we conducted a qualitative study in the drainage basin of the stream Muritiba for preparation of an environmental diagnosis of the same Through the data collected and by means of photographic records evidenced environmental degradation that the stream has undergone the test of time due to human and non-compliance with environmental laws Evidenced a reduction in stream flow lack of riparian vegetation the existence of an old gravel pit in the neighborhood Saint Joseph with ridges and gullies where sediment has been transported to the stream bed causing silting of it Soil compaction and desbarrancamento because the flow of bovine animals trash Presence of garbage on the banks and a large gully that receives stormwater neighborhoods Center and Employees which has transported sediment to the stream bed

Keywords Environmental diagnosis environmental degradation Ravine Riparian

Voccediloroca

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

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169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

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Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

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Page 8: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes 14

FIGURA 2 ndash Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

15

FIGURA 3 ndash Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes 15

FIGURA 4 ndash Mapa de Uso da Terra ndash Bacia do Coacuterrego Muritiba 18

FIGURA 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios

19

FIGURA 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca 20

FIGURA 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca - por meio de sulco

20

FIGURA 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado

a evoluccedilatildeo da ravina 21

FIGURA 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina 21

FIGURA 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de

aacuteguas pluviais 22

FIGURA 11 ndash Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado extensatildeo

e profundidade da mesma 22

FIGURA 12 ndash Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de

aacuteguas pluviais 23

FIGURA 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e

desaacuteguam em voccediloroca 23

FIGURA 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse 34

FIGURA 15 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 16 ndash Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias 38

FIGURA 17 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 18 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

40

FIGURA 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua

41

FIGURA 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria 42

FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

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Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

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FIGURA 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua 42

FIGURA 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo

significante no volume de aacutegua 43

FIGURA 23 ndash Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver

mata ciliar 43

FIGURA 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo

de animais 44

FIGURA 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com

erosatildeo 44

FIGURA 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais 45

FIGURA 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego 45

FIGURA 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem 46

FIGURA 29 ndashLixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 46

FIGURA 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO

040 47

FIGURA 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de

aacutegua 48

FIGURA 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte 48

FIGURA 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar apoacutes enchente 49

FIGURA 34 ndash Destruiccedilatildeo da ponte apoacutes enchente 49

FIGURA 35 ndash Ponte destruiacuteda 50

FIGURA 36 ndash Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde 51

FIGURA 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural 58

FIGURA 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte 59

FIGURA 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada 60

FIGURA 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira 60

FIGURA 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando

sedimentos 61

FIGURA 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte

de sedimento 62

FIGURA 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego 62

FIGURA 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado

para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista 63

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

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169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

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Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

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Page 10: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

FIGURA 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego 63

FIGURA 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego 64

FIGURA 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca

antiga cascalheira provocando assoreamento no leito do coacuterrego 64

FIGURA 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos

transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e

reduccedilatildeo na vazatildeo 65

FIGURA 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando 65

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 11: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO 14

11 CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO 14

12 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL 16

13 HISTOacuteRICO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO DE POSSE 24

14 TRANSFORMACcedilAtildeO DA PAISAGEM PELA ACcedilAtildeO ANTROacutePICA 25

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR 28

21 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 28

22 PLANO DIRETOR 32

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE

CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA 34

31 CONFLITOS HOMEM E NATUREZA 34

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA EM ESTUDO 37

33 ASPECTOS GEOMORFOLOacuteGICOS E GEOLOacuteGICOS 51

34 MATA CILIAR 53

35 MATA DE GALERIA 55

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS 56

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 66

REFEREcircNCIAS 68

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 12: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

12

INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentaacutevel e poliacuteticas

socioambientais despertando assim um maior interesse e envolvimento por parte da

populaccedilatildeo urbana quanto agrave preservaccedilatildeo dos recursos naturais O desenvolvimento

das cidades eacute necessaacuterio poreacutem seus habitantes devem estar atentos aos impactos

ambientais provenientes deste crescimento pois se o aumento populacional natildeo

possuir a correta infraestrutura acabaraacute gerando seacuterios problemas socioambientais

Carlos 1994 p 256 apud Bortolo et al (2006 p 7) nos diz que ldquoO homem

natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir

da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se

produz como homemrdquo

Contudo eacute preciso haver certa harmonia entre desenvolvimento e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Sobretudo eacute necessaacuterio que essa populaccedilatildeo

colabore - com accedilotildees para um desenvolvimento sustentaacutevel para que natildeo haja

degradaccedilatildeo ambiental O Manual de Uso da Terra (IBGE 2006 p 86) define

recursos naturais como

Toda mateacuteria e energia que ainda natildeo tenha sofrido um processo de transformaccedilatildeo e que eacute usada diretamente pelos seres humanos para assegurar as necessidades fisioloacutegicas socioeconocircmicas e culturais tanto individual quanto coletivamente E de acordo com a Lei da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente Art 3ordm Inciso II entende-se por degradaccedilatildeo ambiental ldquodegradaccedilatildeo da qualidade ambiental a alteraccedilatildeo adversa das caracteriacutesticas do meio ambienterdquo Logo eacute notoacuterio que Leis ambientais existem em vaacuterias escalas poreacutem tambeacutem eacute niacutetido o descumprimento das mesmas bem como a falta de uma maior fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos competentes Assim por diversas vezes tem-se a impressatildeo de descaso para com a questatildeo da degradaccedilatildeo ambiental dos recursos naturais

Refletindo sobre esta problemaacutetica surgiu a necessidade de elaborar um

trabalho cujo objetivo principal eacute a realizaccedilatildeo de um diagnoacutestico ambiental na bacia

de drenagem do coacuterrego Muritiba localizado no municiacutepio de Posse (Microrregiatildeo do

Estado de Goiaacutes ndash Vatildeo do Paranatilde) O objeto de estudo vem sofrendo ao longo dos

anos impactos ambientas devido ao crescimento e desenvolvimento da cidade

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 13: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

13

Por meio da metodologia cientiacutefica realizou-se uma pesquisa qualitativa A

priori efetuou-se uma pesquisa in loco para coleta de dados e observaccedilatildeo da real

situaccedilatildeo do coacuterrego Muritiba atraveacutes de registros fotograacuteficos Posteriormente o

tema foi devidamente analisado em pesquisa bibliograacutefica por consultas agrave

Legislaccedilatildeo Ambiental e visitas agrave Cacircmara Municipal e Secretaria do Meio Ambiente e

Infraestrutura da cidade de Posse

Para auxiliar na compreensatildeo e delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo utilizou-se da

ferramenta Google Earth confeccionando o mapa do uso da terra e da bacia de

drenagem por meio de imagens de sateacutelite disponibilizadas por este programa

O Trabalho eacute divido em trecircs capiacutetulos Capiacutetulo 01 Diagnostico Ambiental e

Caracterizaccedilatildeo do Municiacutepio de Posse - Goiaacutes Capiacutetulo 02 Legislaccedilatildeo Ambiental e

Plano Diretor Capiacutetulo 03 Accedilatildeo Antroacutepica Impactos Ambientais e Accedilotildees de

Conservaccedilatildeo Ambiental do Coacuterrego Muritiba No decorrer destes seraacute possiacutevel

averiguar que o coacuterrego Muritiba apresenta aspectos de degradaccedilatildeo ambiental tais

como compactaccedilatildeo do solo por animais erosotildees nas margens parcial

desmatamento de sua mata ciliar existecircncia de voccediloroca ravinas ndash em sua

proximidade de onde tecircm sido transportados sedimentos causando assoreamento

no leito redimensionamento das margens e subsequumlente reduccedilatildeo do fluxo de aacutegua

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

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Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

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Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

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Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

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Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

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13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

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Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

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22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 14: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

14

Capiacutetulo 1 DIAGNOacuteSTICO AMBIENTAL E CARACTERIZACcedilAtildeO DO MUNICIacutePIO

DE POSSE-GO

11 Caracterizaccedilatildeo do municiacutepio

Posse eacute um municiacutepio localizado no Vatildeo do Paranatilde uma das microrregiotildees do

Estado de Goiaacutes Sendo que esta microrregiatildeo encontra-se inserida na mesorregiatildeo

Leste Goiano conforme exemplificado nas figuras a seguir

Figura 1 - Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em 25082013

15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

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15

Figura 2 - Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios Fonte httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em 110920013

Figura 3 - Mapa das mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes Fonte httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf Acesso em 2602013

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

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relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

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Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Page 16: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

16

Segundo os dados do IBGE (Censo de 2010) a populaccedilatildeo do municiacutepio eacute

31419 habitantes A cidade de Posse tem atravessado uma significante mudanccedila

novos loteamentos bairros tecircm surgido transformando seu espaccedilo Fato que tem

implicado em impactos ambientais de maneira particular sobre o coacuterrego Muritiba

A accedilatildeo antroacutepica tem ocasionado diversos impactos como remoccedilatildeo da mata

ciliar compactaccedilatildeo do solo surgimento de voccedilorocas ravinas deposiccedilatildeo de

sedimentos no leito redimensionamento das margens e reduccedilatildeo de sua vazatildeo

Assim percebeu-se a necessidade de desenvolver uma pesquisa sobre o

problema Pois o coacuterrego tem valor cultural e sobretudo ambiental para os

moradores da cidade jaacute utilizado como aacuterea de lazer e apoio para os agricultores agraves

suas margens

Logo surgiu a ideia de realizar uma pesquisa sobre este tema buscando

diagnosticar tais impactos e compreender como os processos vecircm ocorrendo Uma

vez que uma pesquisa sobre a degradaccedilatildeo ambiental no coacuterrego contribuiraacute com

informaccedilotildees para que o problema seja mais evidenciado e que as autoridades

competentes busquem soluccedilotildees para resolvecirc-lo

Neste contexto o presente trabalho tem por objetivo realizar um diagnoacutestico

ambiental na bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba no municiacutepio de Posse Goiaacutes

12 Diagnoacutestico ambiental

A expressatildeo Diagnoacutestico Ambiental foi oficializada na Constituiccedilatildeo Federal

por meio do DECRETO No 99274 de 6 de JUNHO DE 1990 Capitulo IV do

Licenciamento das Atividades sect 1ordm a Jaacute de acordo com o CONAMA RESOLUCcedilAtildeO

Nordm 237 de 19 de dezembro de 1997 Artordm 1 III entende-se por Estudos ambientais

Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados agrave localizaccedilatildeo instalaccedilatildeo operaccedilatildeo e ampliaccedilatildeo de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsiacutedio para a anaacutelise da licenccedila requerida tais como relatoacuterio ambiental plano e projeto de controle ambiental

17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

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Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

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Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

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Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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17

relatoacuterio ambiental preliminar diagnoacutestico ambiental plano de manejo plano de recuperaccedilatildeo de aacuterea degradada e anaacutelise preliminar de risco

A Lei supracitada ratifica a necessidade e relevacircncia da realizaccedilatildeo de um

diagnoacutestico ambiental antes de iniciar um estudo sobre o impacto ambiental em uma

determinada aacuterea Uma vez que por meio do diagnoacutestico ambiental eacute possiacutevel

caracterizar a qualidade ambiental da aacuterea de abrangecircncia em estudo e os impactos

ali ocorridos procurando soluccedilotildees para os problemas encontrados Para a

elaboraccedilatildeo do diagnoacutestico ambiental eacute necessaacuterio que se faccedila a interpretaccedilatildeo dos

problemas ambientais existentes na aacuterea com base na correlaccedilatildeo dos elementos

existentes naquele espaccedilo Sempre os relacionando aos dados fiacutesicos bioloacutegicos e

socioculturais

Tomando por base os dados supracitados procurou-se realizar um

diagnostico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba Vejamos Mapa de Uso da

Terra

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 18: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

18

Legenda Bacia de drenagem do coacuterrego Muritiba Curso do coacuterrego Muritiba Mata Seca ndash Nascente do coacuterrego Muritiba Antiga cascalheira Ravinas e sulcos por onde tem havido escoamento de sedimentos Grande Voccediloroca Figura 4 ndash Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Page 19: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

19

Tomando como objeto de estudo a parte leste do coacuterrego perceberam-se

vaacuterios fatores que contribuem para tal degradaccedilatildeo De caraacuteter bem relevante a

existecircncia de uma antiga cascalheira com ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo

transportados para o leito do coacuterrego somando para o assoreamento e

consequentemente a reduccedilatildeo do volume do leito

A vegetaccedilatildeo natural das margens do coacuterrego foi retirada para formaccedilatildeo de

pastagem e atividade pecuaacuteria o que tem ocasionado em compactaccedilatildeo do solo e

erosatildeo por causa do fluxo de animais e falta da mata ciliar

Existecircncia de uma grande voccediloroca em meio agraves pastagens que recebe aacuteguas

pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios havendo um aumento significante em seu

tamanho por causa desse evento do tipo de solo que eacute arenoso e da retirada da

vegetaccedilatildeo natural Segue figuras que exemplificam a voccediloroca ravina e sulcos

encontrados no local

Figura 5 ndash Voccediloroca que recebe aacuteguas pluviais dos bairros Centro e Funcionaacuterios Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

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Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

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20

Figura 6 ndash Ravina proacutexima agrave voccediloroca Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 7 ndash Sedimentos sendo transportados para a voccediloroca ndash por meio de sulco Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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21

Figura 8 ndash Fragilidade do solo sem vegetaccedilatildeo nativa fato que tem proporcionado a evoluccedilatildeo da ravina Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 9 ndash Desbarrancamento e queda de plantas em ravina Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

22

Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 22: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

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Figura 10 ndash Iniacutecio de voccediloroca em adjacecircncia da cidade ndash onde haacute vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 11 - Sedimentos e aacutervores caindo dentro de voccediloroca aumentado a extensatildeo e profundidade da mesma Fonte a autora em fevereiro de 2013

Jaacute nas Figuras 12 e 13 percebemos a declividade em rua de bairro adjacente

e canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais que percolam sentido agrave voccediloroca

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Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

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teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

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tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 23: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

23

Figura 12 - Declividade em rua - de bairro adjacente onde haacute canal para vazatildeo de aacuteguas pluviais Fonte a autora em fevereiro de 2013

Figura 13 ndash Canal - em bairro adjacente por onde percolam aacuteguas pluviais e desaacuteguam em voccediloroca Fonte a autora em fevereiro de 2013

Diante dos eventos expostos e que contribuiacuteram para o diagnostico da aacuterea

em estudo entende-se que tal aacuterea estaacute em processo de degradaccedilatildeo ambiental

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 24: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

24

13 Histoacuterico e caracterizaccedilatildeo do municiacutepio de Posse

Vejamos um pouco da histoacuteria da cidade de Posse que encontra-se em forte

processo de transformaccedilatildeo do seu espaccedilo Sendo que isso tem colaborado para

seacuterios problemas ambientais jaacute que toda accedilatildeo antroacutepica sem planejamento gera

consequumlecircncias negativas em todas as esferas

Posse eacute uma cidade centenaacuteria de acordo com o censo de 2010 a populaccedilatildeo

do municiacutepio eacute 31419 habitantes Tendo iniacutecio nas margens do rio Prata por

migrantes nordestinos que fugiam das secas sendo que apoacutes alguns anos por

motivos de graves doenccedilas esses habitantes vieram morar proacuteximo ao coacuterrego

Passagem e da Serra das Araras Onde hoje a cidade estaacute situada

O povoado - pois sua emancipaccedilatildeo aconteceu em 1872 era um ponto

estrateacutegico de descanso e comeacutercio para os viajantes que vinham do nordeste rumo

ao Centro-Sul ou vice-versa A inauguraccedilatildeo e asfaltamento da BR-020 Brasiacutelia-

Salvador a partir dos fins da deacutecada de 1970 foi de grande importacircncia para o

desenvolvimento da mesma e tambeacutem para a regiatildeo

Outro evento de grande relevacircncia para o desenvolvimento socioeconocircmico

de Posse foi agrave migraccedilatildeo de sulistas na deacutecada de 80 para o Oeste baiano e ateacute

mesmo para a proacutepria cidade

Hoje Posse eacute considerada uma cidade poacutelo de bens e serviccedilos da

microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde Situada haacute 7 km da Br 020 320 km de Brasiacutelia e 28

km da divisa da Bahia ndash Oeste Baiano regiatildeo de agronegoacutecio onde eacute cultivado soja

algodatildeo mamatildeo milho cafeacute mamona sorgo e atividade pecuaacuteria

De acordo com Correcirca (1999 p 50)

As novas atividades podem conferir agrave pequena cidade a sua reafirmaccedilatildeo como cidade do campo (SANTOS 1993) centros voltados para a moderna agricultura praticada em sua hinterlacircndia Pode-se neste caso dizer que a pequena cidade constitui parte essencial do Complexo Agroindustrial tal a presenccedila nela de atividades situadas tanto agrave montante como agrave jusante da produccedilatildeo agriacutecola strictu sensu

25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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25

Destarte eacute evidente a relaccedilatildeo de Posse neste contexto Um lugar que recebe

direta ou indiretamente influecircncia de uma ldquoregiatildeo mundialrdquo A cidade serve como um

suporte para os produtores do Oeste baiano oferecendo moradia serviccedilos

bancaacuterios educaccedilatildeo sauacutede assistecircncia juriacutedica comercio diversificado

maquinaacuterios e implementos agriacutecolas para suas propriedades

Esse evento pela qual a cidade tem passado colabora para um

desenvolvimento sem planejamento atingindo diretamente de maneira negativa a

qualidade do meio ambiente na cidade

14 Transformaccedilatildeo da paisagem pela accedilatildeo antroacutepica

Atualmente eacute inadmissiacutevel ter pensamentos e accedilotildees que natildeo sejam

ecologicamente responsaacuteveis Temos presenciado em escala local ou global que a

natureza necessitada de cuidados

Sabe-se que a paisagem o espaccedilo estaacute sempre em transformaccedilatildeo agraves vezes

por accedilotildees da proacutepria natureza mas ao mesmo tempo por consequumlecircncia do

processo de desenvolvimento que o homem faz parte

Assim sendo vejamos Santos (1988 p 21)

Todos os espaccedilos satildeo geograacuteficos porque satildeo determinados pelo movimento da sociedade da produccedilatildeo Mas tanto a paisagem quanto o espaccedilo resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade uma realidade de funcionamento unitaacuterio um mosaico de relaccedilotildees de formas funccedilotildees e sentidos

Eacute de conhecimento que o homem eacute um ser racional dotado de inteligecircncia e

com o passar do tempo esta foi sendo aprimorada ndash de maneira natural para sua

sobrevivecircncia Milecircnios se passaram para chegar ao contemporacircneo ao moderno

Primitivo nocircmade passara a fixar moradia surgindo aglomeraccedilotildees e

consecutivamente as cidades e em um futuro mais longiacutenquo o capitalismo o meio

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 26: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

26

teacutecnico cientiacutefico informacional e a globalizaccedilatildeo Agrave inserccedilatildeo ao costume de vida

mundial Vejamos Sposito (2000 p 12)

O periacuteodo paleoliacutetico eacute marcado pela natildeo fixaccedilatildeo do homem pelo nomadismo enfim Contudo as suas primeiras manifestaccedilotildees de interesse em se relacionar com algum lugar satildeo deste periacuteodo e podemos reserva-las por dois fatos Primeiro pela respeitosa atenccedilatildeo que o homem paleoliacutetico dispensava a seus mortos preocupando-se com que eles tivessem um lugar uma ldquomoradiardquo apesar do caraacuteter itinerante e inquieto dos vivos () O segundo fato a relaccedilatildeo do homem paleoliacutetico com a caverna embora natildeo se constituiacutesse uma moradia fixa para ele era um abrigo e tinha um significado muito grande Era o lugar de seguranccedila para onde ia quando estava com fome para o acasalamento ou para a guarda de seus instrumentos Mais do que isso a caverna foi o primeiro lugar onde praticavam seus rituais e suas artes impulsos estes que depois tambeacutem seratildeo motivo de fixaccedilatildeo nas cidades

Assim como jaacute supracitado o dinamismo mundial o desenvolvimento

socioeconocircmico a era do meio teacutecnico cientiacutefico informacional modificou o modo de

viver do homem o que antes era rural passara a ser mais urbano

Muitas vezes o urbano nasce sem planejamento sem infraestrutura gerando

graves consequumlecircncias socioeconocircmicas culturais e sobretudo ambientais No auge

do seu desenvolvimento tem-se a impressatildeo que o homem esqueceu suas origens

Mas sobretudo tem esquecido que precisa dessas origens para sobreviver

que para ter qualidade de vida deve existir harmonia com a terra com a fauna a

flora com o meio ambiente Principalmente quando trata-se de urbano desenvolver

com responsabilidade e sustentabilidade

O Vocabulaacuterio Baacutesico de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE (2006

p 290) define sustentabilidade como

Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentaacutevel envolve as ideacuteias de pacto intergeracional e perspectiva de longo prazo Sustentabilidade eacute a capacidade de um processo ou forma de apropriaccedilatildeo dos recursos continuarem a existir por um longo periacuteodo

Eacute perceptiacutevel que a populaccedilatildeo tende a aumentar o surgimento de novos

bairros novas empresas novas pessoas com culturas diferentes No entanto haacute

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

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dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

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De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

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Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

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e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

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cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

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Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

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Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

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Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

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Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

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Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

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Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

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Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

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Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

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Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 27: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

27

tambeacutem o lado negativo todo desenvolvimento traz consequumlecircncias principalmente

nas cidades de forma particular em relaccedilatildeo ao meio ambiente

Na busca pela satisfaccedilatildeo natildeo se preocupa com os recursos naturais cujas

fontes satildeo esgotaacuteveis e que o meio ambiente eacute fraacutegil e precisa ser cuidado para que

perdure ateacute as geraccedilotildees futuras Quisera o ser humano ter conscientizado sobre a

necessidade de proteger o meio ambiente seacuteculos atraacutes quando esses problemas

estavam comeccedilando a serem pensados identificados

28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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28

Capiacutetulo 2 LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E PLANO DIRETOR

21 Legislaccedilatildeo Ambiental

De acordo com a Lei Nordm 12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a

proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981

9393 de 19 de dezembro de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga

as Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a

Medida Provisoacuteria no 2166-67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente e as aacutereas de Reserva Legal a exploraccedilatildeo florestal o suprimento de mateacuteria-prima florestal o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenccedilatildeo dos incecircndios florestais e prevecirc instrumentos econocircmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos Art 3ordm Para os efeitos dessa Lei entende-se por II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros Art 6o Consideram-se ainda de preservaccedilatildeo permanente quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo as aacutereas cobertas com florestas ou outras formas de vegetaccedilatildeo destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades I - conter a erosatildeo do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha Seccedilatildeo II Do Regime de Proteccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 7o A vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente deveraacute ser mantida pelo proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sect 1o Tendo ocorrido supressatildeo de vegetaccedilatildeo situada em Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente o proprietaacuterio da aacuterea possuidor ou ocupante a qualquer tiacutetulo eacute obrigado a promover a recomposiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei sect 2o A obrigaccedilatildeo prevista no sect 1o tem natureza real e eacute transmitida ao sucessor no caso de transferecircncia de domiacutenio ou posse do imoacutevel rural De acordo com a RESOLUCcedilAtildeO CONAMA nordm 303 de 20 de marccedilo de 2002 publicada no DOU nordm 90 de 13 de maio de 2002 Seccedilatildeo 1 paacutegina 68 que

29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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29

dispotildee sobre paracircmetros definiccedilotildees e limites de Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das competecircncias que lhe satildeo conferidas pela Lei nordm 6938 de 31 de agosto de 1981 regulamentada pelo Decreto nordm 99274 de 6 de junho de 1990 e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4771 de 15 de setembro de 1965 9433 de 8 de janeiro de 1997 e o seu Regimento Interno e considerando a funccedilatildeo socioambiental da propriedade prevista nos arte 5o inciso XXIII 170 inciso VI 182 sect 2o 186 inciso II e 225 da Constituiccedilatildeo e os princiacutepios da prevenccedilatildeo da precauccedilatildeo e do poluidor-pagador considerando ser dever do Poder Puacuteblico e dos particulares preservar a biodiversidade notadamente a flora a fauna os recursos hiacutedricos as belezas naturais e o equiliacutebrio ecoloacutegico evitando a poluiccedilatildeo das aacuteguas solo e ar pressuposto intriacutenseco ao reconhecimento e exerciacutecio do direito de propriedade nos termos dos arts 5o caput (direito agrave vida) e inciso XXIII (funccedilatildeo social da propriedade) 170 VI 186 II e 225 todos da Constituiccedilatildeo Federal bem como do art 1299 do Coacutedigo Civil que obriga o proprietaacuterio e posseiro a respeitarem os regulamentos administrativos (considerando acrescentado pela Resoluccedilatildeo ndeg 34103) Ainda de acordo com as leis ambientais tragamos tambeacutem as que referem aos recursos hiacutedricos Em 1997 foi aprovada a Lei Nordm 9433 de 8 de janeiro 1997 ou seja a ldquoLei das Aacuteguasrdquo quando foi instituiacuteda a Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos e tambeacutem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos (Singreh) De acordo com o Capiacutetulo I desta Lei dos Fundamentos Artordm 1ordm Inciso I ldquoa aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblicordquo Inciso II ldquoa aacutegua eacute um recurso limitado dotado de valor econocircmico a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades Capiacutetulo II dos Objetivos Inciso I ldquoassegurar agrave atual e agraves futuras geraccedilotildees a necessaacuteria disponibilidade de aacutegua em padrotildees de qualidade adequados aos respectivos usosrdquo Capiacutetulo III das Diretrizes Gerais de Accedilatildeo Artordm 3 Inciso III ldquoa integraccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a gestatildeo ambientalrdquo Inciso V ldquoa articulaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos com a do uso do solordquo

Em 17 de julho de 2000 foi a criada a Lei Nordm 9984 que deu origem a Agecircncia

Nacional de Aacuteguas ndash ANA entidade federal de implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional

de Recursos Hiacutedricos e de coordenaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hiacutedricos Sendo que esta tambeacutem eacute

Responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo das atividades desenvolvidas no acircmbito da Rede Hidrometeoroloacutegica Nacional composta de 4633 estaccedilotildees pluviomeacutetricas e fluviomeacutetricas onde se monitoram o niacutevel e a vazatildeo dos rios a quantidade de sedimentos e a qualidade das aacuteguas Tal Rede monitora 2176 dos 12978 rios cadastrados no Sistema de Informaccedilotildees Hidroloacutegicas da ANA

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 30: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

30

De acordo uma das suas Resoluccedilotildees ndash Apoio agrave Gestatildeo de recursos hiacutedricos

previstas na Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos ldquoesta estimula e apoacuteia

iniciativas voltadas agrave criaccedilatildeo e fortalecimento de entes do Singreh e a implantaccedilatildeo e

operacionalizaccedilatildeo da gestatildeo integrada de recursos hiacutedricosrdquo Eacute seu papel tambeacutem

oferecer ldquoO apoio agrave implementaccedilatildeo da gestatildeo de recursos hiacutedricos nos estados eacute

feito por meio da celebraccedilatildeo de convecircnios de cooperaccedilatildeo entre a Agecircncia e os

oacutergatildeos gestores estaduaisrdquo Aleacutem disso a Agecircncia Nacional de Aacuteguas - ANA atua

Na capacitaccedilatildeo dos atores do Singreh e na promoccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos e programas educativos voltados para a sociedade brasileira no que se refere agrave participaccedilatildeo na gestatildeo de recursos hiacutedricos e agrave adoccedilatildeo de praacuteticas de uso racional e conservaccedilatildeo da aacutegua

Como supracitado percebe-se a existecircncia de Leis Normas relacionadas agrave

problemaacutetica ambiental Seja com relaccedilatildeo agrave fauna flora aacutegua terra Cabe ao

homem educar conscientizar para fazer um melhor uso da terra Em relaccedilatildeo ao uso

da terra neste Trabalho procurou-se conhecer a definiccedilatildeo do termo para melhor

compreendecirc-lo

O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p 35) define Uso da

Terra como

Uma seacuterie de operaccedilotildees desenvolvidas pelos homens com a intenccedilatildeo de obter produtos e benefiacutecios atraveacutes do uso dos recursos da terra (BIE LEEUWEN ZUIDEMA 1996) ou seja a atividade do homem que se acha diretamente relacionada agrave terra (CLAWSON STEWART 1965 apud ANDERSON et al 1979) O uso da terra estaacute relacionado agrave funccedilatildeo socioeconocircmica (agricultura habitaccedilatildeo proteccedilatildeo ambiental) da superfiacutecie baacutesica (HEYMANN 1994)

De acordo com o glossaacuterio Redeagro o conceito dado para Uso da Terra eacute

A maneira pela qual o espaccedilo estaacute sendo utilizado pelo homem sob forma produtiva (cidades produccedilatildeo agropecuaacuteria etc) eou manutenccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e ecossistemas nativos A constante interaccedilatildeo do homem com o meio ambiente tem provocado alteraccedilotildees no uso da terra e os impactos dessas mudanccedilas satildeo de constante interesse na comunidade internacional por trazerem impactos ambientais econocircmicos e sociais

31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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31

Fonte httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 em setembro de 2013

De acordo com Ceacutesar Cardoso Ferreira (2011 p 104)

A identificaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo e uso da terra constitui-se em importante elemento para um estudo ligado agrave temaacutetica ambiental pois o dado mais atualizado sobre uma determinada aacuterea auxiliaraacute dentre outros identificar e localizar os agentes responsaacuteveis pelas suas condiccedilotildees ambientais

Segundo Mendonccedila (1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 p104)

A importacircncia de se conhecer o uso e ocupaccedilatildeo da terra consiste em fornecer

subsiacutedios ao planejamento para a ordenaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico e a previsatildeo dos

elementos relativos agraves necessidades humanas de modo a garantir um meio

ambiente que proporcione qualidade de vida a seus habitantes

Ainda segundo O Manual Teacutecnico do Uso da Terra do IBGE (2006 p11)

O avanccedilo da tecnologia espacial colocou o momento da disponibilidade de produtos de sateacutelites imageadores da terra como marco de uma nova era dos estudos de Uso da Terra pois ao mesmo tempo em que lhe daacute uma nova metodologia de pesquisa revela a concepccedilatildeo teoacuterica que orienta a apreensatildeo espacial e temporal do uso da terra no seu conjunto para a gestatildeo da apropriaccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico global ou local

Tomando por base as citaccedilotildees acima entende-se que uma anaacutelise da

Ocupaccedilatildeo e Uso da Terra eacute de grande relevacircncia para a averiguaccedilatildeo de como tal

espaccedilo estaacute sendo ocupado e usado pelo homem Por meio dele eacute possiacutevel

compreender se estaacute havendo uso com responsabilidade ou degradaccedilatildeo ambiental

E claro a elaboraccedilatildeo do Mapa de Uso da Terra eacute de extraordinaacuteria relevacircncia para

um diagnoacutestico e prognoacutestico ambiental Neste Trabalho foi elaborado o Mapa do

Uso da Terra (vide figura 04 p 15) para que por meio do mesmo seja possiacutevel

melhor conhecer a aacuterea de estudo e compreender a problemaacutetica ambiental ali

existente

32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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32

22 Plano Diretor Municipal

Prosseguindo com as Leis ressaltemos tambeacutem a Lei Orgacircnica do Municiacutepio

de Posse (1990) que em seu Capiacutetulo VII DO MEIO AMBIENTE

ARTIGO 198ordm - O Municiacutepio deveraacute atuar no sentido de assegurar a todos os cidadatildeos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudaacutevel equilibrado bem de uso comum ao povo e essencial agrave qualidade de vida PARAacuteGRAFO UacuteNICO ndash Para assegurar a efetividade a esse direito o Municiacutepio deveraacute articular-se com os oacutergatildeos estaduais regionais e federais competentes e ainda quando for o caso com outros Municiacutepios objetivando a soluccedilatildeo de problemas comuns relativos agrave proteccedilatildeo ambiental De acordo com o ARTIGO 199ordm - Cabe ao Municiacutepio I - preservar a diversidade bioloacutegica de espeacutecies e ecossistemas existentes no municiacutepio II - inserir a educaccedilatildeo ambiental em todos os niacuteveis de ensino promover a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a preservaccedilatildeo do meio ambiente e estimular praacuteticas conservacionistas IV ndash preservar e restaurar os processos ecoloacutegicos essenciais e prover o manejo ecoloacutegico das espeacutecies e ecossistemas XV ndash prevenir e reprimir a degradaccedilatildeo do meio ambiente e promover a responsabilidade dos autores de condutas e atividades lesivas XVII ndash proibir os desmatamentos indiscriminados principalmente os das matas ciliares XVIII ndash combater a erosatildeo e promover na forma da lei o planejamento do solo agriacutecola independentemente de divisas ou limites de propriedades XXVI ndash promover e manter o inventaacuterio e o mapeamento da cobertura vegetal nativa e dos rios coacuterregos e riachos componentes das bacias hidrograacuteficas do Municiacutepio visando agrave adoccedilatildeo de medidas especiais de proteccedilatildeo bem como promover o reflorestamento em especial das margens dos rios visando a sua perenidade sect 2ordm Nas condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente ficaratildeo sujeitos os infratores pessoas fiacutesicas e juriacutedicas as sanccedilotildees penais e administrativas ARTIGO 217ordm - A administraccedilatildeo puacuteblica manteraacute plano municipal de recursos hiacutedricos e instituiraacute por Lei sistema de gestatildeo desses recursos congregando organismos estaduais e municipais e a sociedade civil assegurando recursos financeiros e mecanismos institucionais necessaacuterios para garantir I- A proteccedilatildeo das aacuteguas contras accedilotildees que possam comprometer o seu uso atual ou futuro

Tambeacutem segundo o Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente da cidade aprovado

dia 13 de setembro de 2007 pela Cacircmara Municipal de Posse cuja Lei eacute a Nordm 1012

No Capitulo I dos seus Princiacutepios Art 1ordm

[] regula a accedilatildeo do Poder Puacuteblico e sua relaccedilatildeo com os cidadatildeos e instituiccedilotildees puacuteblicas privadas na preservaccedilatildeo conservaccedilatildeo defesa melhoria e recuperaccedilatildeo

33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

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33

e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial aacute sadia qualidade de vida

Ainda no Capiacutetulo I Art 2ordm Inciso III ldquoA proteccedilatildeo de aacutereas ameaccediladas de

degradaccedilatildeordquo E no Capiacutetulo II dos seus Objetivos Art 3ordm Poliacutetica Municipal do Meio

Ambiente vejamos o Inciso IV ldquoCompatibilizar o desenvolvimento econocircmico e social

com a preservaccedilatildeo ambiental a qualidade de vida e o uso racional dos recursos

ambientais naturais ou natildeordquo

Inciso VII ldquoPreservar e conservar as aacutereas protegidas no Municiacutepiordquo Inciso X

ldquoPromover a educaccedilatildeo ambiental na sociedade e especialmente na rede de ensino

municipalrdquo

E no Inciso XI ldquoPromover o zoneamento ambientalrdquo Ainda no Coacutedigo

Municipal de Meio Ambiente Capiacutetulo III Dos Instrumentos Art 4ordm Inciso VII

Monitoramento ambiental Inciso XII ldquoMecanismos de benefiacutecios e incentivos para

preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos ambientais naturais ou natildeordquo

Segundo o Plano Diretor de 1995 Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental se

configura em nuacutecleos isolados com graus de restriccedilatildeo de uso e ocupaccedilatildeo

diferenciados entre si constituiacuteda pelas faixas marginais dos coacuterregos das Eacuteguas

Muritiba rio Prata e seus afluentes

Ainda segundo Plano Diretor Municipal de Posse de dezembro de 1995 1 eacute

imprescindiacutevel o cuidado na delimitaccedilatildeo de um periacutemetro pois quando o poder

municipal o estabelece estaacute subentendido que agrave administraccedilatildeo puacuteblica compete

fiscalizaccedilatildeo permanente da aacuterea tornando efetivamente as normas estabelecidas na

legislaccedilatildeo urbana vigente

De acordo a Lei Ndeg 5501995 em seu artigo 2deg se tratando do Periacutemetro Urbano da cidade de Posse considera-se aacuterea urbana da cidade e espaccedilo territorial o seguinte periacutemetro Inicia-se na barra do coacuterrego Muritiba com o Coacuterrego Passagem daiacute rumo certo ateacute a usina hidreleacutetrica no Rio da Prata seguindo daiacute rumo acima ateacute a BR-020 - por esta no sentido Brasiacutelia - Formosa ateacute o

1 O atual ainda natildeo foi aprovado

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

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Page 34: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

34

cruzamento ndash com a AvJuscelino Kubistchek deste cruzamento rumo certo ateacute a cabeceira do riacho das Eacuteguas e segue por este riacho abaixo ateacute a Cachoeira Vista Alegre deste ponto segue em rumo certo a bifurcaccedilatildeo da Rodovia Estadual (GO ndash 446) e a Rodovia Estadual (GO -453) de Posse a Claretiana daiacute rumo certo ateacute o ponto inicial da divisa (POSSE 1995)

Figura 14 ndash Mapa do periacutemetro urbano de Posse Fonte Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Aqui fica evidenciada a existecircncia de Leis municipais - contudo de acordo a

realidade ambiental da aacuterea de estudo natildeo estatildeo sendo cumpridas Em especial o

Plano Diretor que se encontra um tanto defasado

Capiacutetulo 3 ACcedilAtildeO ANTROacutePICA IMPACTOS AMBIENTAIS E ACcedilOtildeES DE CONSERVACcedilAtildeO AMBIENTAL DO COacuteRREGO MURITIBA

31 Conflitos homem e natureza

O ser humano sempre usufruiu e necessitou da natureza Aliaacutes desde os

primoacuterdios da sua existecircncia esteve inserido nela Sendo sua relaccedilatildeo um tanto

intriacutenseca

35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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35

Soares Pontes (1999 p 38) citado por Mendonccedila (2001 p 121) nos diz que

A histoacuteria da natureza precederia a histoacuteria da humanidade mas uma vez que esta uacuteltima houvesse atingido um elevado grau de desenvolvimento tecnoloacutegico e agisse cada vez mais eficazmente no sentido de modificar a natureza a histoacuteria natural ficaria subordinada agrave histoacuteria social e seria parte integrante desta

Saber que no iniacutecio essa relaccedilatildeo era um tanto harmocircnica pois o homem

dependia da natureza para sua sobrevivecircncia poreacutem com reverecircncia

responsabilidade sem destruiacute-la

Todavia com o passar do tempo seu cognitivo foi evoluindo e paulatinamente

o desenvolvimento Procura por meio de sobrevivecircncia surgimento de

aglomeraccedilotildees ndash como jaacute supracitado Sposito (2000) do urbano da economia global

globalizaccedilatildeo capitalismo e do meio-teacutecnico-cientiacutefico

Vejamos SANTOS (2006) Apud Bortolo et al (2006 p 2)

Atualmente nas grandes cidades brasileiras encontram-se comumente uma seacuterie de problemas ligados agraves questotildees de urbanizaccedilatildeo tais como ausecircncia de infra-estrutura baacutesica entre outros Estes problemas agravaram-se com a explosatildeo demograacutefica e o crescente fluxo da populaccedilatildeo rural para os centros urbanos aumentando consideravelmente os problemas da urbanizaccedilatildeo

Situaccedilotildees que vieram somar para que de paciacutefica a relaccedilatildeo homem e

natureza se tornasse um tanto conflitante ateacute mesmo destrutiva Tornando-se

tambeacutem paradoxal ou seja o homem que necessita da natureza de seus recursos

ao mesmo tempo a destroacutei

Sabe-se que este conflito tem sido constante ateacute mesmo em lugares pouco

habitados o homem tem conseguido impactar negativamente No entanto esse

conflito e suas implicaccedilotildees tem se dado de forma mais significativa no espaccedilo

urbano nas cidades como consequumlecircncia das accedilotildees antroacutepicas quer seja direta ou

indiretamente

36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

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36

Ainda (CARLOS 1994 p256) Apud Bortolo et al (p7)

O homem natildeo pode criar sem a natureza sem o mundo exterior ela eacute a mateacuteria-prima a partir da qual se realiza o trabalho atraveacutes da qual o homem atua e por meio da qual se produz como homem

Ao homem tem havido uma uacutenica alternativa buscar o desenvolvimento

sustentaacutevel apesar de conflitante faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de forma

planejada

Para (CANEPA 2007) Apud Barbosa (2008 p 6)

O desenvolvimento sustentaacutevel caracteriza-se portanto natildeo como um estado fixo de harmonia mas sim como um processo de mudanccedilas no qual se compatibiliza a exploraccedilatildeo de recursos o gerenciamento de investimento tecnoloacutegico e as mudanccedilas institucionais com o presente e o futuro

Muitas vezes surge a necessidade de alterar modificar ou ocupar o meio

natural onde vive Notadamente quando se refere ao homem moderno globalizado

cujos espaccedilos satildeo mundializados desconstruiacutedos de maneira veloz Contudo a

esse homem que constroacutei e desconstroacutei de forma volaacutetil lhe eacute necessaacuterio usaacute-lo

com responsabilidade de forma sustentaacutevel

Joseacute Francisco (2008 p 180) em Da Paisagem Natural agrave Paisagem

Transformada O conceito da desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do

espaccedilo nos apresenta que

Ao construir novos espaccedilos eacute comum o homem abstrair-se do existente como se natildeo houvesse consequumlecircncias pouco ou nada tivesse a ver com o novo Constroacutei-se muitas vezes sem se saber destruir O novo eacute o espaccedilo da pseudo concreticidade se o entendemos como o uacutenico alavancador do desenvolvimento urbano () No lugar de adaptaccedilotildees ou transformaccedilotildees intensas e da descaracterizaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo de espaccedilos deve-se optar se for esse o caso (e deve-se esforccedilar para tanto) pela desconstruccedilatildeo miacutenima e socialmente engajada

Ainda com Joseacute Francisco (2008 p 178) faremos o fecho

37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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37

A cada intervenccedilatildeo praacutetica no espaccedilo cabe a descoberta consciente sobre o que mudar e de que maneira devendo-se atentar sobretudo para o que conservar do existente O novo espaccedilo deve ser organizado a ponto de garantir uma continuidade sem rupturas absolutas

32 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo

Trazendo o conflitante problema da relaccedilatildeo homem versos natureza para a

escala local vejamos um pouco sobre o coacuterrego Muritiba nosso objeto de estudo

O coacuterrego localiza-se na saiacuteda Norte da cidade sentido Posse agrave Iaciara

proacuteximo aos bairros Vale do Amanhecer Funcionaacuterios Central Vila Morena Satildeo

Jorge e Satildeo Joseacute apesar destes dois uacuteltimos bairros citados natildeo constarem no

plano Diretor vigente datado de 1995 Sua nascente estaacute a 797 m acima do niacutevel do

mar ao Leste (14ordm 05rsquo2147rsquorsquo Latitude Sul e 46ordm 22rsquo2475rdquo Longitude Oeste)

percorrendo aproximadamente 5 km ateacute desaguar agrave Oeste no coacuterrego Passagem

Fonte Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

A nascente localiza-se em uma chaacutecara residencial de propriedade do senhor

Joseacute Correcirca Sua nascente encontra-se sob rochas calcaacuterias em uma pequena Mata

Seca A qual ainda encontra-se em bom estaacutegio de preservaccedilatildeo conforme figuras

15 e 16

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

Disponiacutevel

httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 38: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

38

Figura 15 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 16 - Nascente do Coacuterrego Muritiba sob rochas calcaacuterias Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Vejamos a definiccedilatildeo da EMBRAPA para Mata Seca

39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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39

Sob a designaccedilatildeo Mata Seca estatildeo incluiacutedas as formaccedilotildees florestais no bioma Cerrado que natildeo possuem associaccedilatildeo com cursos de aacutegua caracterizadas por diversos niacuteveis de queda das folhas durante a estaccedilatildeo seca A vegetaccedilatildeo ocorre nos niacuteveis de relevos que separam os fundos de vales (interfluacutevios) em locais geralmente mais ricos em nutrientes A Mata Seca eacute dependente das condiccedilotildees quiacutemicas e fiacutesicas do solo mesotroacutefico (de condiccedilotildees meacutedias em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de nutrientes) principalmente da profundidade Em funccedilatildeo do tipo de solo da composiccedilatildeo floriacutestica e em consequumlecircncia da queda de folhas no periacuteodo seco a Mata Seca pode ser tratada sob trecircs subtipos Mata Seca Sempre-Verde Mata Seca Semideciacutedua a mais comum e Mata Seca Deciacutedua FontehttpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_

911200585234html

De acordo com Pereira et al (2011 p 446) em Florestas Estacionais no Cerrado

Uma Visatildeo Geral

As florestas estacionais brasileiras tecircm sido classificadas como semideciacuteduas (ou subcaducifoacutelias) quando a percentagem de indiviacuteduos arboacutereos desfolhados na estaccedilatildeo seca situa-se entre 20 e 50 do total e como deciacuteduas (ou caducifoacutelias) quando a percentagem situa-se acima desta faixa (Veloso et al 1991 IBGE 1992) As que apresentam menos de 20 de indiviacuteduos desfolhados satildeo consideradas ldquosempre-verdesrdquo (ou perenifoacutelias) [] A classificaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo brasileira (Veloso et al 1991 IBGE 1992) leva tambeacutem em consideraccedilatildeo o solo a altitude e a latitude e subdivide estas florestas em aluviais de terras baixas submontanas e montanas [] Em alguns trabalhos estas florestas recebem nomes alusivos agraves condiccedilotildees ambientais do siacutetio (mata mesofiacutetica mesoacutefila e seca) e agrave presenccedila de afloramentos de calcaacuterio (mata seca calcaacuteria mata calcaacuteria e mata de calcaacuterio)

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 40: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

40

Jaacute nas Figuras abaixo podemos averiguar a vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do

coacuterrego

Figura 17 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 18 - Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 41: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

41

Figura 19 ndash Vegetaccedilatildeo tiacutepica na nascente do coacuterrego ndash mata seca semideciacutedua Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Entretanto jaacute em outra fazenda destinada agrave pastagem para atividade

pecuaacuteria pode-se evidenciar que tais atividades tecircm contribuiacutedo para a degradaccedilatildeo

do coacuterrego como por exemplo compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio dos animais

erosatildeo nas margens e fluxo de aacutegua bem reduzido Aleacutem desses fatores negativos

antes citados ficou evidenciada a queima da pastagem como preparaccedilatildeo do solo

lixos nas pastagens e margens do coacuterrego Confirmemos por meio das figuras que

seguem abaixo

42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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42

Figura 20 ndash Solo compactado devido atividade pecuaacuteria Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 21 ndash Solo compactado e reduccedilatildeo na vazatildeo da aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 43: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

43

Figura 22 ndash Coacuterrego Muritiba em fazenda de atividade pecuaacuteria com reduccedilatildeo significante no volume de aacutegua Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 23 - Animal se alimentando nas margens do coacuterrego ndash onde deveria haver mata ciliar Fonte a autora em agosto de 2012

44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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44

Figura 24 ndash Coacuterrego com leito reduzido e desbarrancamento devido fluxo continuo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 25 ndash Margem do coacuterrego totalmente desprotegida sem mata ciliar e com erosatildeo Fonte a autora em agosto de 2012

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

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Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

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Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

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Page 45: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

45

Figura 26 ndash Lixo e desbarrancamento das margens devido fluxo de animais Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 27 ndash Lixo poluindo o solo e consequumlentemente o coacuterrego Fonte a autora em agosto de 2012

46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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46

Figura 28 ndash Lixo em meio agrave pastagem Fonte a autora em agosto de 2012

Figura 29 ndash Lixo e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 47: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

47

Figura 30 ndash Queimada e entulhos ndash proacuteximo agrave ponte no coacuterrego Muritiba na GO 040 Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Seguindo o curso o coacuterrego Muritiba passa sob a GO 040 que liga Posse ao

municiacutepio de Iaciara atraveacutes de manilhas No veratildeo com o excesso de chuvas as

manilhas que geralmente ficam cheias de lixo natildeo suportam a forccedila das aacuteguas

rompem o asfalto promovendo um grande assoreamento na outra margem

conforme figuras que seguem

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 48: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

48

Figura 31 ndash Ponte na GO 040 ndash coacuterrego sem mata ciliar e reduccedilatildeo do volume de aacutegua Fonte a autora em maio de 2012

Figura 32 ndash Lixo abarrotando as manilhas da ponte Fonte a autora em maio de 2012

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 49: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

49

Figura 33 ndash Assoreamento e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte a autora em setembro de 2012

Figura 34 ndash Ponte destruiacuteda e degradaccedilatildeo da mata ciliar Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Page 50: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

50

Figura 35 ndash Ponte destruiacuteda Fonte a autora em agosto de 2012

O Muritiba natildeo possui afluentes sua bacia eacute mantida pelas aacuteguas pluviais que

percolam dos bairros Vila Satildeo Joseacute Satildeo Jorge Vale do Amanhecer Centro e

Funcionaacuterios Indo desaguar no coacuterrego Passagem este por sua vez desaacutegua no rio

Prata o Prata no Corrente que iraacute desaguar no Paranatilde No estado do Tocantins o

Paranatilde juntaraacute ao Maranhatildeo e formaraacute o rio Tocantins

Logo o coacuterrego em estudo eacute um dos subafluentes que somam na formaccedilatildeo

da bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde e por conseguinte a bacia do Tocantins ndash

Araguaia

Como jaacute referenciado segundo Hermuche et al (2006) a bacia do rio Paranatilde

eacute uma sub-bacia do rio Tocantins e estaacute situada na parte nordeste de Goiaacutes e sul de

Tocantins (entre as latitudes 11ordm36 e 15ordm59 e longitudes 45ordm88 e 48ordm25) com uma

aacuterea de 59359 km2 conforme Figura 36

51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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51

Figura 36 - Mapa de localizaccedilatildeo da bacia do rio Paranatilde Fonte Hermuche Potira Meirelles (2006)

Grande parte dessa bacia estaacute situada em uma depressatildeo denominada de

Vale do Paranatilde posicionada entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo Francisco-

Tocantins e o Planalto Central Goiano A bacia tem seu limite definido agrave leste pela

Serra Geral de Goiaacutes e agrave oeste pela Serra Geral do Paranatilde

Procurou evidenciar a bacia hidrograacutefica do rio Paranatilde neste Trabalho uma

vez que Posse estaacute localizada na microrregiatildeo do Vatildeo do Paranaacute

33 Aspectos geomorfoloacutegicos e geoloacutegicos

Conforme relatoacuterio (SIEG 2008) - Zoneamento Geoambiental e Agroecoloacutegico

ndash Goiaacutesregiatildeo nordeste a regiatildeo nordeste do Estado de Goiaacutes - a qual a cidade de

Posse esta situada encontra-se no contato de vaacuterios domiacutenios geomorfoloacutegicos

Suas feiccedilotildees satildeo evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou

contrastando formas dissecadas e rebaixadas interpostas agrave formas conservadas

que representam remanescentes da topografia mais antiga Eacute drenada pelos rios

Paranatilde e Maranhatildeo formadores do Tocantins

52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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52

Circundado por relevos de planaltos e chapadas constitui uma regiatildeo

deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m alongada no sentido

norte-sul Constitui uma depressatildeo entre os relevos do Planalto do Divisor Satildeo

Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano abrangendo parte dos Municiacutepios

de Flores de Goiaacutes Alvorada do Norte Satildeo Joatildeo drsquoAlianccedila Alto Paraiacuteso de Goiaacutes

Simolacircndia Posse Iaciara Guarani de Goiaacutes Nova Roma Satildeo Domingos Monte

Alegre de Goiaacutes Divinoacutepolis de Goiaacutes e Campos Belos

Segundo Nascimento (1991) Geomorfologia do Estado de Goiaacutes em se

tratando do Vatildeo do Paranaacute o termo regional ldquovatildeordquo eacute utilizado para designar a

depressatildeo posicionada entre relevos mais altos representados aqui pela escarpa do

Chapadatildeo Central (BA) que constitui a Serra Geral de Goiaacutes e pelo Planalto do Alto

Tocantins-Paranaiacuteba A unidade de formato ovalado com eixo maior na direccedilatildeo N-

S apresenta altitude entre 400 e 600m

Ainda de acordo com Nascimento (1991) o Planalto do Divisor Satildeo

FranciscoTocantins compreende duas subunidades o Chapadatildeo Central e os

Patamares do Chapadatildeo A primeira de grande extensatildeo localiza-se totalmente no

Estado da Bahia A segunda situa-se em territoacuterio goiano Os Patamares do

Chapadatildeo do Satildeo Francisco constituem uma subunidade geomorfoloacutegica situada no

extremo nordeste do Estado de Goiaacutes na divisa com o Estado da Bahia onde estaacute

localizada a cidade de Posse

Situam-se no sopeacute da denominada ldquoSerra Geral de Goiaacutesrdquo que constitui a

escarpa do Chapadatildeo Central no Estado da Bahia com altitudes entre 500 e 800m

A unidade eacute constituiacuteda por litologias preacute-cambrianas pertencentes ao Grupo

Bambuiacute (calcaacuterios dolomitos siltitos folhelhos ardoacutesias) e por rochas cretaacuteceas da

Formaccedilatildeo Urucuia (arenitos)

Segundo Spigolon e Alvarenga em Revista Brasileira de Geociecircncias Volume

32 2002 (p 579) o Grupo Urucuia corresponde a um conjunto de rochas

siliciclaacutesticas de idade neocretaacutecea formado por conglomerados arenitos e siltitos

depositados em ambientes essencialmente continentais

Para Campos e Dardenne em Estratigrafia e Sedimentaccedilatildeo da Bacia

Sanfranciscana Uma Revisatildeo (1997) Grupo Urucuia ndash Neocretaacuteceo

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 53: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

53

Eacute composto por arenitos tendo sido subdividido nas formaccedilotildees Posse (com as Faacutecies l e 2) e Serra das Araras respectivamente interpretadas como depoacutesitos eoacutelicos de campos de dunas secas fluvial entrelaccedilado depositado em canais e fluvial entrelaccedilado sedimentado em lenccediloacuteis de areia e cascalho () FORMACcedilAtildeO POSSE Faacutecies 1 Eacute constituiacuteda por arenitos muito finos finos meacutedios com boa maturidade textural e mineraloacutegica geralmente apresentando bom selecionamento () Faacutecies 2 eacute constituiacuteda por arenitos brancos ocres finos argilosos ou natildeo bem selecionados e comparativamente aos arenitos da faacutecies l menos maturos

34 Mata ciliar

Segundo o glossaacuterio da Embrapa (2013)

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m mata ciliar eacute a vegetaccedilatildeo que acompanha as margens dos cursos de aacutegua (rios e

lagos) tambeacutem conhecida como floresta ciliar Satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

Rodrigues (2008 p 7) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-flor SobradinhoDF diz que

Na legislaccedilatildeo brasileira o termo ldquomata ciliarrdquo significa qualquer formaccedilatildeo florestal ocorrente na margem de cursos drsquoaacutegua (USP 2003) Jaacute de acordo com Ferreira (2004) mata ciliar eacute a ldquocobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de aacutegua em regiotildees inundaacuteveis e que tem altura meacutedia entre 9 e 15mrdquo

Conhecida tambeacutem como vegetaccedilatildeo ribeirinha mata ripaacuteria florestas

beiradeiras florestas ripiacutecolas e matas de galerias e acompanham as margens de

coacuterregos igarapeacutes lagos riachos e rios

Ressaltando que esta terminologia varia entre mata ciliar e mata de galeria

E isto ocorre devido o relevo paisagem fisionomia da vegetaccedilatildeo de interfluacutevio

largura do leito e da faixa da mata

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 54: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

54

De acordo com Rodrigues (2008) a mata ciliar estaria localizada numa aacuterea

de relevo mais aplainado enquanto que a mata de galeria seria aquela localizada

em encostas ou vales muito profundos formando corredores fechados (galerias)

Em geral mata ciliar incidem em rios de meacutedio e grande porte um tanto

estreita nas margens ocorrem em terrenos acidentados Apresentam variaccedilatildeo no

grau de deciduidade - no periacuteodo da estaccedilatildeo seca parte de suas folhas caem ou

seja satildeo semideciacuteduas

A fisionomia da vegetaccedilatildeo eacute bastante heterogecircnea densa e alta variando

entre 20 a 25 metros ou mais Entretanto natildeo se encontram natildeo formam

corredores satildeo retas As espeacutecies mais tiacutepicas satildeo angico peroba ingaacute embauacuteba

peroba pente- de ndash macaco tamboril

Segundo Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr a mata ciliar

acompanha os rios de meacutedio e grande porte da regiatildeo do Cerrado em que a

vegetaccedilatildeo arboacuterea natildeo forma galerias Em geral essa Mata eacute relativamente estreita

dificilmente ultrapassando 100 metros de largura em cada margem Eacute comum a

largura em cada margem ser proporcional agrave do leito do rio embora em aacutereas planas

a largura possa ser maior

Ainda de acordo com Embrapa (2005) httpwwwagenciacnptiaembrapabr as

caracteriacutesticas gerais desta mata no cerrado satildeo aacutervores predominantemente

eretas variam em altura de 20 a 25 metros com alguns poucos indiviacuteduos

emergentes alcanccedilando 30 metros ou mais

As espeacutecies tiacutepicas satildeo predominantemente do tipo que perdem as folhas

(caducifoacutelias) com algumas sempre-verdes conferindo agrave Mata Ciliar um aspecto

semideciacuteduo Ao longo do ano as aacutervores fornecem uma cobertura arboacuterea variaacutevel

de 50 a 90 Na estaccedilatildeo chuvosa a cobertura chega a 90 dificilmente

ultrapassando este valor ao passo que na estaccedilatildeo seca pode ateacute mesmo ser inferior

a 50 em alguns trechos

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

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Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 55: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

55

35 Mata de galeria

Mata de Galeria vegetaccedilatildeo que margeia rios riachos coacuterregos formando

corredores fechados sobre tal curso de aacutegua devido o fechamento do dossel ndash ou

seja as copas das aacutervores se tocam formando galerias tuacuteneis

Segundo o site httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade-

3fitofisionomiashtmlstart=6 em geral a fisionomia da mata de galeria eacute perenifoacutelia

(caducifoacutelia) isto eacute natildeo apresenta queda de folhas na estaccedilatildeo seca E quase

sempre eacute circundada por faixas de vegetaccedilatildeo natildeo florestal em ambas as margens e

em geral ocorrem uma transiccedilatildeo brusca com formaccedilotildees savacircnicas e campestres

Como jaacute mencionado anteriormente neste Trabalho de acordo com a Lei Nordm

12651 de 25 de maio de 2012 que dispotildee sobre a proteccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa

altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro de

1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis nos 4771 de 15 de

setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisoacuteria no 2166-

67 de 24 de agosto de 2001

CAPIacuteTULO I DISPOSICcedilOtildeES GERAIS Art 1o-A II - Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente - APP aacuterea protegida coberta ou natildeo por vegetaccedilatildeo nativa com a funccedilatildeo ambiental de preservar os recursos hiacutedricos a paisagem a estabilidade geoloacutegica e a biodiversidade facilitar o fluxo gecircnico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaccedilotildees humanas CAPIacuteTULO II DAS AacuteREAS DE PRESERVACcedilAtildeO PERMANENTE Seccedilatildeo I Da Delimitaccedilatildeo das Aacutereas de Preservaccedilatildeo Permanente Art 4o Considera-se Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente em zonas rurais ou urbanas para os efeitos desta Lei I - as faixas marginais de qualquer curso drsquoaacutegua natural perene e intermitente excluiacutedos os efecircmeros desde a borda da calha do leito regular em largura miacutenima de a) 30 (trinta) metros para os cursos drsquoaacutegua de menos de 10 (dez) metros de largura IV - as aacutereas no entorno das nascentes e dos olhos drsquoaacutegua perenes qualquer que seja sua situaccedilatildeo topograacutefica no raio miacutenimo de 50 (cinquenta) metros

Destarte eacute percebiacutevel que Mata de Galeria eacute de extrema relevacircncia para o

curso de aacutegua dos coacuterregos riachos Ou seja satildeo sistemas que funcionam como

reguladores do fluxo de aacutegua sedimentos e nutrientes entre as aacutereas mais altas da

bacia hidrograacutefica e o ecossistema aquaacutetico

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_62_911200585234ht

m

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

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desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

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Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

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Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

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httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

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httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

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Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

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httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

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Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

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Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

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Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

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Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 56: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

56

Capiacutetulo 4 IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Como jaacute supracitado mata de galeria mata ciliar satildeo de extrema relevacircncia

para a preservaccedilatildeo e existecircncia dos cursos daacutegua dos coacuterregos riachos rios Com

isto evidencia-se a extrema necessidade de preservaacute-las Uma vez que sua

degradaccedilatildeo gera vaacuterios impactos negativos para todos os que compotildeem a cadeia

ambiental naquele determinado espaccedilo e por que natildeo ousar dizer em escala

global Jaacute que infelizmente os problemas ambientais natildeo ficam restringidos se

expandem se diversificam abrangendo todo ecossistema

Rodrigues (2008 p 10) em Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da

Bacia de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor nos lembra que

[] A mata ciliar sendo uma formaccedilatildeo vegetal que estaacute associada aos cursos drsquoaacutegua estaacute abrangida por esta lei Esta mata cuja ocorrecircncia eacute favorecida pelas condiccedilotildees fiacutesicas locais principalmente relacionadas agrave maior umidade do solo funciona como filtro ambiental retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos cursos drsquoaacutegua sendo fundamental para o equiliacutebrio dos

ecossistemas aquaacuteticos

Destarte a degradaccedilatildeo ambiental de matas ciliares gera grandes impactos

ambientais negativos Um coacuterrego sem sua mata natural eacute um coacuterrego

desprotegido podendo ser condenado agrave extinccedilatildeo E isto eacute graviacutessimo algo que vem

de encontro com crime ambiental contradiz com a legislaccedilatildeo municipal e nacional

Visto que as Leis pregam o zelo pelo meio ambiente

Foi realizado um diagnoacutestico ambiental na bacia do coacuterrego Muritiba no

municiacutepio de Posse ndash GO por meio de pesquisa de campo (in loco) registros

fotograacuteficos pesquisa bibliograacutefica por meio de livros trabalhos acadecircmicos

internet visita agrave Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Infraestrutura com o

intuito de averiguar e dimensionar os problemas jaacute supracitados neste trabalho

A aacuterea que limita com o coacuterrego Muritiba e pode ser considerada consolidada

satildeo os bairros Centro e Funcionaacuterios Pois de acordo com a RESOLUCcedilAtildeO

CONAMA nordm303 de 20 de marccedilo de 2002 Art 2ordm XIII aacuterea urbana consolidada

possui infraestrutura implantada malha viaacuteria com canalizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

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detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

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Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

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Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

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Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

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Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

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Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Page 57: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

57

rede de abastecimento de aacutegua rede de esgoto distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica e

iluminaccedilatildeo puacuteblica recolhimento de resiacuteduos soacutelidos urbanos

O bairro Centro eacute centenaacuterio onde a cidade teve seu iniacutecio O bairro

Funcionaacuterios teve iniacutecio haacute aproximadamente 40 anos com a chegada de famiacutelias

nordestinas destinadas a trabalharem na construccedilatildeo da BR 020

Os bairros Vale do Amanhecer Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute estatildeo em fase de

consolidaccedilatildeo pois os mesmos natildeo satildeo totalmente favorecidos com a infraestrutura

urbana necessaacuteria

Segundo informaccedilotildees da Secretaria de Infraestrutura de Posse a origem do

Bairro Satildeo Jorge eacute proveniente de uma fazenda e um pequeno povoado onde

habitavam vaacuterias pessoas da mesma famiacutelia O Bairro Satildeo Joseacute teve seu inicio por

causa do loteamento e venda de fazendas particulares passando a se chamar

posteriormente de Vila Chaina e Cascalheira (devido a existecircncia e extraccedilatildeo de uma

grande quantidade de cascalho no local) Vide Figura 4

Em 1998 o entatildeo prefeito inaugurou uma escola para atender a demanda dos

alunos do bairro Vale do Amanhecer e Funcionaacuterios Com a inauguraccedilatildeo desta

escola surgiram novos loteamentos aumentando o nuacutemero de habitantes fatos que

contribuiacuteram incisivamente para o surgimento dos bairros Satildeo Jorge e Satildeo Joseacute De

acordo com Secretaria de Infraestrutura atualmente os habitantes destes bairros

natildeo possuem Tiacutetulo de domiacutenio sobre os mesmos pois estes natildeo se encontram

regularizados O bairro Vale do Amanhecer teve iniacutecio por causa da existecircncia de

um espaccedilo religioso naquele local o qual deu nome ao bairro

Como jaacute referido anteriormente neste trabalho a mata de encosta - mata

seca onde o coacuterrego Muritiba nasce - sob afloramentos de rochas calcaacuterias estaacute

conservada E a mata ciliar tambeacutem esta preservada Isto subentende que naquele

espaccedilo o coacuterrego sofre menos agressatildeo ambiental Uma vez que esta eacute uma das

funccedilotildees da mata ciliar Neste periacutemetro haacute impedimento de erosotildees nas margens e

que sedimentos provenientes das aacutereas mais altas da bacia sejam depositados em

seu curso

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

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Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

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Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 58: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

58

Todavia logo apoacutes a nascente em fazenda vizinha agrave nascente o percurso do

coacuterrego se daacute em uma aacuterea de pastagem A Vegetaccedilatildeo natural foi retirada dando

lugar agraves gramiacuteneas para criaccedilatildeo pecuaacuteria Neste percurso o coacuterrego encontra-se

em grande vulnerabilidade propenso agrave degradaccedilatildeo

Aacuterea com gramiacuteneas evidenciando que sua vegetaccedilatildeo natural foi retirada

havendo somente alguns peacutes de jatobaacutes O solo dessa aacuterea eacute bastante arenoso ndash

solo tiacutepico dos arenitos do Grupo Urucuia Formaccedilatildeo Posse

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569 um tanto

oportuno para o surgimento de voccedilorocas e ravinas

Figura 37 ndash Pastagem evidenciando a retirada da vegetaccedilatildeo natural Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

Disponiacutevel

httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

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Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

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httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

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Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

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wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

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70

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Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

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PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

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Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

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httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

Disponiacutevel

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30092012

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httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

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aterrashtm Acesso em 02092013

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

exto= 30082013

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=6) Acesso em 12102013

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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

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httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 59: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

59

Figura 38 ndash Pastagem com apenas algumas aacutervores de grande porte Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

No entanto elas jaacute existem e a degradaccedilatildeo da mata natural tem contribuiacutedo

para o aumento dessas cujos sedimentos tecircm descido para o coacuterrego Muritiba Ao

retirar a vegetaccedilatildeo natural e fazer uso de gramiacuteneas estaacute colaborando para que as

aacuteguas pluviais percolem rapidamente ateacute o leito do coacuterrego e natildeo infiltrem no solo jaacute

que natildeo haacute uma quantidade suficiente de serrapilheira para contribuir com a

infiltraccedilatildeo das aacuteguas

A existecircncia de uma aacuterea localizada no bairro Satildeo Joseacute que durante muitos

anos serviu de extraccedilatildeo de cascalho para a cidade de Posse No atual momento

restou um espaccedilo degradado totalmente desprovido de vegetaccedilatildeo natural com

grandes ravinas cujos sedimentos estatildeo sendo depositados no coacuterrego Muritiba

Ressaltando que a antiga cascalheira localiza-se haacute 807 metros do niacutevel do mar

(Google earth 2008 acesso em 28092013) e o leito do coacuterrego Muritiba haacute 780 metros

do niacutevel do mar (Google earth 2008 acesso em 28092013) Evidenciado assim certa

declividade que muito influencia no transporte de sedimentos para o leito

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

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Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

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30082013

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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 60: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

60

Figura 39 ndash Ravinas na antiga cascalheira ndash com declividade evidenciada Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Figura 40 ndash Profundidade de ravina na antiga cascalheira Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

Disponiacutevel

httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013

Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

Disponiacutevel

httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em

30092012

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em

20082013

71

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL6938htm - Acesso em 20082013

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httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -

Acesso em 26082013

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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

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httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 Acesso

em 01092013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142012LeiL12651htm Acesso

em 30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL9433htm Acesso em 30082013

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httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

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httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 02092013

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

exto= 30082013

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httpwwwmmagovbrportconamaresres03res34103xml Acesso em 30082013

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httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p

ossehistorico Acesso em 01092013

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(httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade3fitofisionomiashtmlstart

=6) Acesso em 12102013

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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 61: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

61

Figura 41 ndash Antiga cascalheira no bairro Satildeo Joseacute - iniacutecio de sulco transportando sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2012

Como jaacute supracitado na aacuterea de estudo a qual se refere ao periacutemetro do

coacuterrego Muritiba haacute existecircncia de voccedilorocas e ravinas sendo que sedimentos

provenientes das mesmas estatildeo sendo depositados no leito do coacuterrego

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

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httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

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httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

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Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

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20082013

71

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httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -

Acesso em 26082013

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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

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httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 Acesso

em 01092013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569

Acesso em 01092013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9984htm Acesso em 30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142012LeiL12651htm Acesso

em 30082013

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httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi=299 Acesso em

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Disponiacutevel

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_91120058

5234html Acesso em 09102013

73

Disponiacutevel

(httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade3fitofisionomiashtmlstart

=6) Acesso em 12102013

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

Disponiacutevel

httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 62: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

62

Figura 42 ndash Evidencia da declividade da antiga cascalheira ndash ravinas e transporte de sedimentos Fonte Nascimento e Souza em setembro de 2013

Figura 43 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

Disponiacutevel

httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013

Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

Disponiacutevel

httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em

30092012

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em

20082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL6938htm - Acesso em 20082013

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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

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httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 Acesso

em 01092013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

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httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142012LeiL12651htm Acesso

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httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

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httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 02092013

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

exto= 30082013

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httpwwwmmagovbrportconamaresres03res34103xml Acesso em 30082013

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httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p

ossehistorico Acesso em 01092013

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30082013

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httpwwwmmagovbrportconamaresres02res30302html Acesso em

30082013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_91120058

5234html Acesso em 09102013

73

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(httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade3fitofisionomiashtmlstart

=6) Acesso em 12102013

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

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httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

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Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 63: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

63

Figura 44 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira sendo transportado para o leito do coacuterrego ndash ao fundo coacuterrego com assoreamento agrave vista Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 45 ndash Sedimentos da antiga cascalheira no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

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httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

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httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013

Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

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httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em

30092012

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30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL6938htm - Acesso em 20082013

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httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -

Acesso em 26082013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142012LeiL12651htm Acesso

em 30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL9433htm Acesso em 30082013

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30082013

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httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 02092013

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

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httpwwwmmagovbrportconamaresres03res34103xml Acesso em 30082013

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ossehistorico Acesso em 01092013

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httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

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httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi=299 Acesso em

30082013

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httpwwwmmagovbrportconamaresres02res30302html Acesso em

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httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_91120058

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(httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade3fitofisionomiashtmlstart

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wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

Disponiacutevel

httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 64: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

64

Figura 46 ndash Erosatildeo e sedimentos no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 47 ndash Sedimentos provenientes da antiga cascalheira ravinas e voccediloroca provocando assoreamento no leito do coacuterrego Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

Disponiacutevel

httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013

Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

Disponiacutevel

httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em

30092012

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em

20082013

71

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL6938htm - Acesso em 20082013

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -

Acesso em 26082013

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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

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httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 Acesso

em 01092013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

Disponiacutevel

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569

Acesso em 01092013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9984htm Acesso em 30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142012LeiL12651htm Acesso

em 30082013

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL9433htm Acesso em 30082013

72

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httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

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httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 02092013

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

exto= 30082013

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httpwwwmmagovbrportconamaresres03res34103xml Acesso em 30082013

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httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p

ossehistorico Acesso em 01092013

Disponiacutevel

httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 01092013

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi=299 Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres02res30302html Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_91120058

5234html Acesso em 09102013

73

Disponiacutevel

(httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade3fitofisionomiashtmlstart

=6) Acesso em 12102013

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wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

Disponiacutevel

httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 65: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

65

Figura 48 ndash Leito do coacuterrego sem mata ciliar desbarrancamento sedimentos transportados da voccediloroca grande ravina e antiga cascalheira assoreamento e reduccedilatildeo na vazatildeo Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

Figura 49 ndash Margem sem mata ciliar solo fragilizado desbarrancando Fonte Nascimento e Souza em novembro de 2012

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

Disponiacutevel

httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013

Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

Disponiacutevel

httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em

30092012

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em

20082013

71

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL6938htm - Acesso em 20082013

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -

Acesso em 26082013

Disponiacutevel

httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

Disponiacutevel

httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 Acesso

em 01092013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

Disponiacutevel

Google Earth ndash Acesso em fevereiro de 2013

Disponiacutevel

httpbdtdbceunbbrtedesimplificadotde_buscaarquivophpcodArquivo=1569

Acesso em 01092013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9984htm Acesso em 30082013

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2011-20142012LeiL12651htm Acesso

em 30082013

Disponiacutevel

httpwwwplanaltogovbrccivil_03LeisL9433htm Acesso em 30082013

72

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 02092013

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

exto= 30082013

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres03res34103xml Acesso em 30082013

Disponiacutevel

httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p

ossehistorico Acesso em 01092013

Disponiacutevel

httpwwwibgegovbrhomegeocienciasrecursosnaturaisusodaterramanual_usod

aterrashtm Acesso em 01092013

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi=299 Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres02res30302html Acesso em

30082013

Disponiacutevel

httpwwwagenciacnptiaembrapabrAgencia16AG01arvoreAG01_67_91120058

5234html Acesso em 09102013

73

Disponiacutevel

(httpwwwicmbiogovbrprojetojalapaoptbiodiversidade3fitofisionomiashtmlstart

=6) Acesso em 12102013

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

Disponiacutevel

httpwwwcamarapossegogovbrlei18 Acesso em 30082013

Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

Posse Plano Diretor de Posse ndash GO (1995)

Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 66: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

66

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Ao analisar os impactos na bacia do Coacuterrego Muritiba observou-se que esses

satildeo de grande proporccedilatildeo e estatildeo afetando a questatildeo ambiental da mesma

No periacutemetro em que foi realizado a pesquisa o curso da aacutegua eacute bem

reduzido a mata ciliar e a vegetaccedilatildeo natural foi extinta dando lugar a pastagens o

que tem proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens

por causa do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por falta

da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo

Sedimentos oriundos da antiga cascalheira das ravinas e da voccediloroca estatildeo

sendo depositados em seu curso o que tem redimensionado seu fluxo

Por meio da pesquisa in loco observou-se que a nascente do coacuterrego Muritiba

se daacute sob afloramentos rochosos calcaacuterios em uma aacuterea de Mata de encosta (ou

Mata Seca) preservada Neste periacutemetro da nascente situada na propriedade rural

do Sr Joseacute Correa a mata ciliar encontra-se em bom estado de preservaccedilatildeo

Como jaacute supracitado na fazenda destinada agrave atividade pecuaacuteria a vegetaccedilatildeo

natural foi extinta dando lugar agrave pastagem inclusive a mata ciliar fator que tem

proporcionado a compactaccedilatildeo do solo e desbarrancamento nas margens por causa

do fluxo dos animais diminuiccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas pluviais por causa da

compactaccedilatildeo falta da serrapilheira e lixiviaccedilatildeo do solo Em relaccedilatildeo ao

dimensionamento de seu leito pode-se notar que houve uma significativa reduccedilatildeo

em sua largura observando no local apenas um filete de aacutegua

Do lado direito da nascente localiza-se o bairro Satildeo Joseacute Nesta aacuterea o solo eacute

composto por fragmentos de rochas denominadas cascalho que por sua vez eram

retirados comercializados e utilizados pela populaccedilatildeo

Devido esta praacutetica ter perdurado muitos anos ocorreu no local uma grande

degradaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo ocasionando o surgimento de sulcos e ravinas conforme

visualizado na figura 4

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

REFEREcircNCIAS

Barbosa Gisele Silva O Desafio do Desenvolvimento Sustentaacutevel Revista Visotildees 4ordf

Ediccedilatildeo Nordm4 Volume 1 - JanJun 2008

Campos Joseacute Eloi Guimaratildees Dardenne Marcel Auguste Estratigrafia e

sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

Geociecircncias 27(3) 269-282 setembro de 1997

Joseacute Francisco Da Paisagem Natural agrave Paisagem Transformada O conceito da

desconstruccedilatildeo para interpretaccedilatildeo da produccedilatildeo do espaccedilo Vivecircncia n 33 2008 p

169-186

Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Sposito Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Editora

Contexto 2000 Satildeo Paulo

Nascimento Maria Ameacutelia Leite S Geomorfologia do Estado de Goiaacutes

Boletim Goiano de Geografia Goiacircnia UFG V12 n1 JanDez 1991

Neves Joseacute Luis Pesquisa Qualitativa ndash Caracteriacutesticas Usos e Possibilidades -

Caderno de Pesquisas em Administraccedilatildeo Satildeo Paulo V1 Nordm 3 2ordm SEM 1996

Rodrigues Nilceacutelio Joseacute Estrela Delimitaccedilatildeo e Estudo da Ocupaccedilatildeo e Uso da Bacia

de Drenagem do Coacuterrego Beija-Flor SobradinhoDF 2008 96p 297mm (GEA-IH-

UnB Bacharel-Licenciado Geografia 2008)

Spoacutesito Maria Encarnaccedilatildeo Beltratildeo Capitalismo e Urbanizaccedilatildeo Satildeo Paulo Contexto

2000

Identificaccedilatildeo Regional da Floresta Estacional Decidual na Bacia do Rio Paranaacute a

Partir da Anaacutelise Multitemporal de Imagens Modis - Osmar Abiacutelio de Carvalho

Juacutenior Potira Meirelles Hermuche e Renato Fontes Guimaratildees

Disponiacutevel

httpwwwscielobrpdfrbgv24n3a02v24n3pdf Acesso em novembro de 2012

69

Mapa das microrregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspid_cad=5000 Acesso em

25082013

Mapa da microrregiatildeo do Vatildeo do Paranatilde e seus respectivos municiacutepios

Disponiacutevel

httpwwwseplangogovbrsepinviewcadaspId_cad=5000ampid_not=12 Acesso em

110920013

Mapa das Mesorregiotildees do Estado de Goiaacutes

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf

Acesso em 2602013

Mapa de Uso da Terra - Bacia do Coacuterrego Muritiba

Disponiacutevel

Fonte Google Earth organizado por Nascimento e Souza em fevereiro de 2013

Mendonccedila Francisco 1997 apud Ceacutesar Cardoso Ferreira et AL 2011 -

Mapeamento com ecircnfase ao planejamento ambiental

Disponiacutevel

httpwwwambiente-augmufscarbruploadsA2-179pdf

Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

Disponiacutevel

httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

Pereira Benedito Aliacutesio da Silva Venturoli Faacutebio Carvalho Fabriacutecio Alvim

Florestas Estacionais no Cerrado Uma Visatildeo Geral - e-ISSN 1983-4063 -

wwwagroufgbrpat - Pesq Agropec Trop Goiacircnia v 41 n 3 p 446-455 julset

2011

70

Disponiacutevel

wwwrevistasufgbrindexphppatarticledownload9731 Acesso em 09102013

Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

Disponiacutevel

httpwwwuab unbbrmoodle_1_2011modforumdiscussphpd=13808

acesso em 30082013

Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

Disponiacutevel

httpwwwcontroversiacombruploadedpdf13663_metamorfose-do-espaco-

habitado-milton-santosPDF Acesso em 28082013

Zoneamento Geoambiental E Agroecoloacutegico do Estado de Goiaacutes Regiatildeo Nordeste ndash

Graacutefica ndash DEDITCDDI Estruturaccedilatildeo Editorial Carmen Heloisa Pessocirca Costa Ceni

Maria de Paula de Souza Equipe de Publicaccedilotildees Tabulares

Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

03011001494 Capa

Disponiacutevel

httpwwwsieggogovbrdownloadsZAENE20Relatoacuterio20Finalpdf Acesso em

30092012

Disponiacutevel

httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

30082013

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httpwwwplanaltogovbrccivil_03decretoantigosd99274htm Acesso em

20082013

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httpredeagroorgbrcomponentglossaryGlossaacuterio-1UUso-da-terra-120 Acesso

em 01092013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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aterrashtm Acesso em 02092013

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

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httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p

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=6) Acesso em 12102013

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POSSE Lei orgacircnica do municiacutepio de Posse ndash GO (1990)

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Mapa do periacutemetro urbano de Posse

Disponiacutevel

Plano Diretor do Municiacutepio de Posse (1995)

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Posse Coacutedigo Municipal de Meio Ambiente Posse ndash GO (2007)

Vieira Emiacutelio Posse histoacuteria e poesia Goiacircnia Nova editora 1988

Page 67: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

67

Este problema ambiental tem sido agravado tambeacutem devido agraves accedilotildees de

fatores exoacutegenos fazendo com que os sedimentos sejam transportados para as

margens do coacuterrego

Do lado esquerdo do coacuterrego ndash tomando por base a nascente localizam-se

os bairros Centro e Funcionaacuterios Nessa aacuterea o solo eacute bastante arenoso e foi

detectada a presenccedila de uma extensa ravina e voccediloroca vide figura 5 e 6

A fragilidade natural do tipo de solo o desmatamento nas proximidades e a

canalizaccedilatildeo para o recebimento das aacuteguas pluviais dos bairros Centro e

Funcionaacuterios estatildeo aumentando o diacircmetro da voccediloroca e ravina Os sedimentos

provenientes dessas estatildeo sendo transportados para as margens e leito do coacuterrego

provocando o assoreamento do mesmo sendo perceptiacutevel em alguns pontos ao

longo do seu curso

Destarte eacute niacutetido o estado de degradaccedilatildeo na bacia do coacuterrego Muritiba e

recomenda-se com certa urgecircncia a elaboraccedilatildeo de um projeto de revitalizaccedilatildeo pelas

autoridades municipais Sugere-se que esta revitalizaccedilatildeo comece a partir da

proteccedilatildeo de sua nascente uma vez que a mesma eacute um tanto fraacutegil e fica em aacuterea de

livre acesso Reflorestamento da antiga cascalheira e da mata ciliar recuperaccedilatildeo da

voccediloroca e ravinas Uma vez que se tais eventos perdurarem a degradaccedilatildeo na

bacia do coacuterrego Muritiba tende a aumentar E assim poderaacute gerar um resultado

negativo

68

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Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

Goiaacutes (2010) Hermuche Potira Meirelles

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httpciambprppgufgbruploads104original_Potira_Hermuche_reduzidapdf

Acesso em novembro de 2012

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70

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Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

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Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

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30092012

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httpciambprppgufgbruploads104original_Kleber_tese_antes_da_defesapdf -

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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

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httpwwwagenciacnptiaembrapabr Acesso em 01102012

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httpwwwmmagovbrportconamaresres97res23797html Acesso em

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httpwwwmmagovbrportconamalegipesqcfmtipo=3ampnumero=341ampano=2003ampt

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httpwwwibgegovbrcidadesatpainelpainelphpcodmun=521830ampsearch=goias|p

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Page 68: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - bdm.unb.brbdm.unb.br/bitstream/10483/7537/1/2013_RosanaMariadeSouza.pdf · Rosana Maria de Souza . ... Em especial à coordenadora do pólo Maria Aparecida

68

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sedimentaccedilatildeo da bacia sanfranciscana uma revisatildeo - Revista Brasileira de

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Modelagem da Paisagem da Floresta da Estacional Decidual no Vatildeo do Paranatilde

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Pierote A B Bortolo M A Repiso GTneto G V

Coacuterrego cristal e coacuterrego Satildeo Lourenccedilo da degradaccedilatildeo ambiental aos riscos

socioambientais XXII semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina-

PR poliacutetica meio ambiente e mundo contemporacircneo 25 a 27 out2006

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Santos Milton Metamorfoses do espaccedilo habitado Paulo Hucitec 1988

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Especiais Editoraccedilatildeo e Graacutefica DEDITCDDI em janeiro de 1995 OS

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30082013

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Acesso em 26082013

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httpwwwpossegogovbrhistoria Acesso em 20082013

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