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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Trilhando o Cerrado, trilhando os saberes. Memorial
Reflexivo do “Cerradero do Brasil” em seu itinerário de
educador e educando pela Universidade de Brasília.
SAULO FABRÍCIO PEREIRA
Brasília-DF
2014
1
Trilhando o Cerrado, trilhando os saberes. Memorial
Reflexivo do “Cerradero do Brasil” em seu itinerário de
educador e educando pela Universidade de Brasília.
SAULO FABRÍCIO PEREIRA
Trabalho de conclusão de curso apresentado à comissão examinadora da graduação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do título em Pedagogia - licenciatura plena.
Orientadora:
Profª Drª Laura Maria Coutinho
Brasília-DF
2014
2
Trilhando o Cerrado, trilhando os saberes. Memorial
Reflexivo do “Cerradero do Brasil” em seu itinerário de
educador e educando pela Universidade de Brasília.
SAULO FABRÍCIO PEREIRA
BANCA EXAMINADORA
Profª Drª Laura Maria Coutinho – FE/UnB
(Orientadora)
Profº Drº Lúcio França Teles – FE/UnB
(examinador)
Profª Drª Inês Maria Marques Zanforlin Pires de Almeida – FE/UnB
(examinadora)
Profª Drª Amaralina Miranda de Souza
(examinadora suplente)
Brasília-DF
2014
3
RESUMO
Esse projeto consiste na realização de um memorial reflexivo e
estendido. É um estudo em profundidade do itinerário formativo do autor, cujas
pesquisas realizadas em sua maioria em Brasília-DF no período dos semestres
2º/2008 e 1º/2014. Este estudo expõe um objeto delimitado para analisar
histórica e criticamente as contribuições sociais, educacionais e científicas
dessas pesquisas e projetos realizados durante o curso presencial de
Pedagogia pela Universidade de Brasília.
Entendemos que esse projeto tem sua relevância social, na medida em
que informa e contextualiza conceitos sobre a formação em Pedagogia, bem
como registra ações para a vida profissional daqueles que tem na Educação
uma futura ferramenta para a transformação da sua própria realidade seja por
meio do próprio saber, seja por meio da profissão docente que o utiliza.
Esse projeto é pertinente para o campo educacional, pois explana
criticamente a legislação pedagógica atual, aborda eixos e categorias
importantes para a formação de Pedagogo, ensina como pesquisar, ter senso
crítico, investigativo e prático. Fomenta a diversidade, o planejamento, a
execução de projetos de pesquisas, o pensar de forma científica.
Trilhando o Cerrado, trilhando os saberes é uma ilustração significativa
para o autor, para quem trilhar o Cerrado é trilhar no entendimento de suas
raízes de cidadão brasiliense no século vinte e hum e também trilhar em busca
dos saberes dentro e fora da escola. Essa ilustração, “Cerradero do Brasil”,
surge também do hábito do autor em praticar o atletismo de fundo em off road
(no bioma cerrado), mas por expor um recorte de suas próprias produções e
experiências no campo educacional em seu itinerário de formação, mas
também suas memórias, raízes, casos, ambiguidades, contradições, limites e
indeterminações.
Palavras-Chave: Memorial, Educação, Pedagogia, Saberes, Formação.
4
ABSTRACT
This project consists of making a reflective and extended memorial. An
in-depth study of the formation process of the author, whose research
performed mostly in Brasilia during the 2º/2008 and 1º/2014. Exposes a scoped
to critically analyze historical and social, educational and scientific contributions
of such research and projects carried out during the actual course of Pedagogy
at the University of Brasilia – UnB.
We understand that this project has its social relevance, as it informs and
contextualizes concepts on training in pedagogy, as well as records actions for
professional life of those who have education in a future tool for the
transformation of their own reality either by itself namely, whether through
teaching profession that uses it.
This project is relevant to the educational field, as critically explains the
current educational legislation addresses axes and important for the formation
of categories Educator, teaches how to search, have critical, investigative and
practical sense. Fosters diversity, planning execution of research projects,
scientific way of thinking.
Treading the Cerrado, treading the knowledge is a significant illustration
for the author, who treads the Cerrado, is treading in understanding its roots
while brasiliense citizen in twenty-one century and also walk in search of
knowledge inside and outside the school. This illustration , "Cerradero do Brasil"
also arises from the author's habit of practicing athletics background in off road (
in biome Cerrado ) , but by exposing a cut of his own productions and
experiences in the educational field in its process of formation , but also their
memories , roots , cases , ambiguities , contradictions , indeterminate and
limits.
Key-words: Memorial, Education, Pedagogy, Knowledge, Formation.
5
AGRADECIMENTO
Agradeço à UnB e UF’s do Brasil pelo apoio institucional. A todos meus
mestres pelo apoio didático e de orientação. Aos meus pares pelo apoio
emocional e pelas companhias nos almoços ou janta às 17h do RU. À minha
família e amigos (as) pelo apoio financeiro. À deus e à mãe natureza pelo apoio
físico e espiritual. Muito obrigado; sem vocês esse trabalho final (que é um
trabalho de muitas mãos e mentes) seria uma quimera engavetada e esquecida
no tempo.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO – Memorial Reflexivo. Da infância, da memória, boletins,
primeiros passos descritivos da pesquisa.....................................................9
CAPÍTULO 1 – Memorial Reflexivo – Do curso da Pedagogia e dos
projetos realizados durante formação acadêmica.......................................28
1.1 – Do curso da Pedagogia na UnB (Caracterização legal,
cientificidade e prática)..................................................................34
1.2 - Projeto I – Brasil mostra sua cara. Uma perspectiva de nação e
possibilidades terapêuticas numa contra lógica
manicomial.......................................................................................45
1.3 - Projeto III – Fase I – As representações sociais da escola
moderna e a gestão da escola pública brasiliense. Escola e
gestão consensual ou escola e gestão contraditória? ...............49
1.4 - Projeto III – Fase II - Subjetividade e Representações Sociais
dos Professores sobre os saberes da experiência
docente.............................................................................................50
1.5 Projeto III – Fase III - As Representações sociais modernas da
subjetividade na graduação da pedagogia da UnB no ano de
2013. Conceito representativo, categorias e características das
evocações dos discentes da graduação da pedagogia sobre o
fenômeno da subjetividade............................................................53
1.6 Projeto IV – Fase I e II- Itinerários formativos e orientação
profissional – integrando modalidades de educação e
direcionando a política pública a serviço daqueles que mais
necessitam. Edital CNPq – PQ – 2011...........................................57
CAPÍTULO 2 – Cadernos de campo sob a perspectiva de pesquisa em
Processo de Alfabetização e Letramento e Geografia e
Educação..........................................................................................................57
2.1 – Caderno de campo – Processo de Alfabetização e Letramento
na Escola Classe 407/Norte............................................................................61
7
2.2 – Caderno de Campo da visita à Cidade de Goiás Velho - GO:
Coordenação da visita: Profª Drª Maria Lídia Bueno Fernandes, Rosângela
Corrêa e Álvaro Sebastião Ribeiro. Período: De 02-05 de setembro de
2011. Roteiro: Brasília – Cidade de Goiás – Brasília (via Br 070) pela
Universidade de Brasília – no atendimento de ementa da disciplina:
Ensino em Geografia UnB/FE/MTC................................................................64
CAPÍTULO 3 Das pesquisas e produções
diferenciadas....................................................................................................64
3.1 – Trabalho ao CCN/UnB: Sistematização Antropológica: Da
tolerância religiosa à Ecoreligiosidade.........................................................66
3.2 – Crítica ao livro-cinza do REUNI (2008) ......................................68
3.3 – Projeto para a disciplina Ensino em Ciências I: Ensinando
Evolução Biológica, sob o modelo de Seleção
Natural...............................................................................................................72
3.4 - Tema do Ensaio: Análise do discurso das inter-relações
históricas e simbólicas entre a comunicação social no Brasil do século
XXI e as políticas públicas educacionais em vigor do estado brasileiro.
Ideologia dos discursos, construção, desconstrução e síntese. (Pesquisa
EM ABERTO) ...................................................................................................74
CAPÍTULO 4 – Metodologia, Justificativas e Cronograma de
Pesquisas.........................................................................................................74
4.1 – Da metodologia de pesquisa adotada no Memorial
Reflexivo...........................................................................................................78
4.2 – Cronogramas de Pesquisa..........................................................79
4.3 – Justificativas (Da relevância Social, Científica e
Educacional).....................................................................................................90
5. CONCLUSÃO................................................................................................94
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................99
8
ANEXOS
Cada vez que trilho o cerrado do setor de clubes sul, apesar de ser a mesma trilha,
porém nem sempre as circunstância do tempo, temperatura, estado geral de saúde e
hidratação são as mesmas - tornando o produto final diferente, indeterminado. Ora percorro a
mesma trilha mais rápido e com menos dores, ora mais devagar e com mais restrições,
algumas vezes desisto do percurso. E assim é a vida, com avanços e retrocessos nas trilhas
que a própria vida acadêmica nos traz. Porém, com uma diferença de potencial, a cada dia que
faço essa mesma trilha, acumulo experiência histórica para responder mais rápido e
precisamente às diferentes circunstâncias quanto inicio esse percurso. De forma análoga,
assim aconteceu com meu histórico de formação na educação. A UnB me transformou em
educador, pelas trilhas do conhecimento que me forneceram de forma teórica e mediada.
Nunca existiu qualquer garantia de sucesso acadêmico com os primeiros passos, quiçá de seu
término. (O autor).
INTRODUÇÃO – Memorial Reflexivo. Da infância e dos primeiro
passos educativos e do panorama da pesquisa.
Para esse projeto, o termo “Cerradero do Brasil” com significação
análoga a de um mateiro, um “matuleiro” que programa sua matula1 , sua
viagem pelo cerrado para que tudo ocorra bem. Termo no sentido também de
“homem que vive, trabalha e age no cerrado”, em Brasília. Brasiliense nato em
seu modo de viver, agir e falar. “Cerraderos” sabem os significados de “véi”,
“calanguear”. Falam oxi, mas também falam s2, “twitando”, “faceboocando”
(neologismo), sabem o que significa siglas como L2, W3, eixo de cima, de
baixo, tesourinha, vivem em quadras e nas RA’s, os mais velhos conhecem
esquinas. Esse cerradero (aspas) não gosta de Legião Urbana, nem Capital
Inicial mas escuta Paralamas do Sucesso, e não gosta quando associam de
forma exclusiva, Brasília com as casas do congresso. Cerradero não é
necessariamente nascer em Brasília. Cerradero você se torna.
Para esse projeto, de forma análoga, o termo "trilhando o cerrado,
trilhando os saberes com o Cerradero do Brasil" é ler, Memorial Reflexivo do
1 Matula, não no significado de torcida, corja. Mas no significado de merenda, farnel provisionado para a
demanda alimentícia durante uma viagem. Em MG, matula é uma bolsa com provisões de arroz, carne e temperos, enroladas em pequenas porções e fechadas com palha de milho e que se mantem conservada por alguns dias.
9
percurso de formação acadêmica do Pedagogo Saulo Fabrício Pereira durante
os semestres de 2º/2008 a 1º/2014 na Universidade de Brasília e nos diversos
espaços não escolares que também ajudaram a compor esse projeto. Não
somos uma espécie de “guia”, ou de “faroleiro” que dá a direção para as
embarcações, porém nossa experiência pode servir como ilustração para os
educadores trilharem, com suas próprias histórias e ferramentas, seus próprios
itinerários profissionais e de formação acadêmica.
O termo, “Cerradero do Brasil” é no sentido de ser um cientista da
educação com influencias teóricas próprias do curso de Pedagogia da
Universidade de Brasília - que percorreu várias “trilhas” em linhas de pesquisas
diversas, bem como o desenvolvimento de autonomia para desenvolver suas
produções também em diversas áreas do conhecimento.
O signo “Cerradero do Brasil” no sentido de ser um explorador dos
detalhes, mais persistente do que talentoso na investigação da natureza do
curso da Pedagogia. Um explorador, criador e participante de inúmeras
pesquisas relevantes socialmente e educacionalmente que trataram da
exploração do psiquismo humano no processo de identificação cultural, e
também para com a realidade dos civilmente incapazes (geralmente os loucos),
passando pelos estudos de Lev Vigotski (1896) quando entramos estritamente
no campo educacional, até a realidade profissional do trabalhador brasiliense e
sua capacitação por programas estatais (PRONATEC) com a ajuda do Doutor
Remi Castioni FE/UnB e outros em 2011, além de planejamentos, informes
para coordenar grupo de pesquisa, registros fotográfico-documentais agudos,
cadernos de campo como estudos em profundidade e com metodologias
determinadas, sobre a infância, subjetividade, memória, linguagem, letramento,
numeramento, desigualdades sociais, avaliação, currículo, autoavaliação e
criatividade conforme dissertação de OLIVEIRA, Carolina Torres (2010),
orientada por MARTINEZ, Albertina M (2010).
Sobre a categoria de análise na educação – infância; possuo imagens
nítidas em minha mente, do Campus Darcy Ribeiro e seus pés de jambo
branco e rosa em frente à Reitoria, em 1986, onde Gilmar Roberto Pereira
trabalhava e me deixava solto na rua do conhecimento para explorar, andar,
10
caminhar, tocar as árvores e as calçadas sujas de um cimento não convidativo
ao tombo de criança. Hoje? Quem diria; Pedagogo pela Universidade de
Brasília. Universidade essa que sempre acolheu minha família, inclusive com
oportunidades de formação e emprego.
Das memórias que são pouco nítidas da infância, relata minha mãe que
no meu primeiro dia de aula, urinei ao despedir-me dos meus pais no meu
primeiro colégio, Educandário Espírito Santo, hoje, Fundação Universa na SQN
609 na Asa Norte, Brasília – Distrito Federal.
Logo no segundo dia de aula, com apenas dois anos de idade (1981),
um aluno arranhou minha face. De lá pra cá, nunca parei de estudar, nunca
larguei a escola, nem a faculdade. Atualmente encontro-me em plena atividade
física e de produção acadêmica.
Abadia Rosa de Fátima Corrêa Pereira (mãe), relata que instituímos um
aluno de nome Tarso, como aluno modelo, um “herói”, isso já em (1984) com
cinco anos de idade.
Segui meu itinerário de formação na educação básica devagarzinho,
passo a passo, exercício por exercício, letra por letra, sílaba por sílaba...aliás
por que não pular esse mito pedagógico e admitir a possibilidade de se
alfabetizar os alunos já letrando ?
Consegui também já no segundo grau, pelo sistema INEI/COC (1997) de
ensino, seguir com médias razoáveis em exatas e algumas boas notas em
humanas. Acreditamos num profundo salto qualitativo e quantitativo no
entendimento de ciência, das letras de forma sistematizada e acadêmica
durante nossa formação em Administração (2006) pelo Instituto de Ensino
Superior de Brasília – IESB, Asa Norte.
A Pedagogia aconteceu nesse itinerário como um presente em minha
vida e que ainda se torna um presente. A satisfação é imensa de poder dar
frutos para o estado brasileiro para campo educacional.
Educação é para a vida toda. Quantas laudas escritas? Quantos
seminários e intervenções feitas? Sucesso na trilha do conhecimento mesmo
11
reprovando. A reprovação forçou-me a reler a literatura da única disciplina que
reprovamos até aqui e aí sim, aprender conceitos e as ideias dos autores,
normalidades da academia. Formar em educação é me formar para dar a
minha contribuição aos “esfarrapados de Paulo Freire”. Objeto de análise esse,
que materializa as desigualdades sociais. Só faço educação, o fim de minha
educação, é para tentar não tornar natural, aquilo que foi construído – as
desigualdades sociais.
Nunca fui apegado em notas e formalidades. Acho que me sentirei meio
deslocado em colações, festas, formaturas, aplausos, holofotes, atenções,
sorrisos, abraços e reconhecimento. Meu universo são os bastidores. A
discrição sem nenhuma pretensão pelo poder ilusório das fotos, a vida pacata,
do pão de queijo com somente um décimo de café no leite (prefiro chá a café),
o ar do cerrado brasileiro, a paciência e a boa companhia do feminino. Sim,
estabelecemos mais amizades com pedagogas mulheres, uma ou outra
amizade de homens na educação.
Mesmo diante tantos obstáculos advindos principalmente da sociedade
brasiliense, cá estamos, atentos à nossa responsabilidade de educador. Existe
muito trabalho governamental pela frente. Isso nos remete ao nosso objetivo
profissional: Ser gestor público de projetos de educação, ciência e tecnologia.
Esse seria meu o sonho profissional, ser gestor público de projetos em C&T&I
e em Educação por meios públicos institucionais do estado brasileiro.
Durante o curso da Pedagogia em 2008, poucos amigos, porém fiéis.
Poucas paixões até agora, mas que valeram a pena. Muitos ainda pensam...
“Olha lá outro idealista na educação que vai ganhar uma miséria.” E hoje? Veja
só, Pedagogo pela UnB. E com muito orgulho, mesmo “ganhado uma miséria”.
Tentamos explorar a Pedagogia enquanto ciência indiciária, ou seja, que
possui em sua natureza fenômenos qualitativos e humanos em sua grande
maioria bem como casos, situações relacionais próprias da sala de aula,
peculiaridades do universo infantil manifestados nos espaços escolares e não-
escolares mas que permite e tem por foco o processo de ensinar de forma
intencional sendo guiada por uma prática pedagógica planejada. Pedagogia
não como um ato de erudição no entendimento do objeto psiquismo, mas como
12
um ato, um fazer, uma prática estabelecida na relação com o Outro. Essa
relação com o Outro possui uma característica, ser um sistema aberto,
potencial e possui também indeterminações. Para Freud (1930), uma
impossibilidade, assim como governar e analisar.
Essa impossibilidade educativa em Freud (1930) é citada por Sandra
Francesca Comte de Almeida (1994) “como um desafio em busca do optimum
educativo” (p.30). Isso significa dizer que o desafio para a educação, seria
“saber o quanto proibir em que hora e por que meios.” (idem in Freud 1933 p.
182). Em outras palavras, essa impossibilidade educativa é no sentido de que o
desejo de aprender é também um desejo libidinal (de ordem sexual) e que esse
desejo (dos alunos e alunas) estará sempre insatisfeito. Além ainda, estão
envolvidas variáveis como desejo, dinâmica afetiva professor-aluno e aluno-
professor, bem como essa relação insatisfatória com o conhecimento. A
impossibilidade de educar para a psicanálise em termos restritos, seria em
termos ideais. Da impossibilidade de educar é que surge, sua possiblidade
restritiva de ensinar e aprender.
Nossa experiência adquirida durante o curso aponta para uma
intervenção exagerada de psicólogos nas explicações dos fenômenos
educacionais, como se o entendimento do psiquismo por uma teoria
psicológica, pudesse salvar a ação docente o professor do eterno desafio da
incompletude e de dois sistemas abertos, caóticos e indefinidos2 chamados
homem e sala de aula com suas devidas transferências, interações, relações
de poder e conflitos.
Voltando para o histórico até o curso da Pedagogia, no ano de 1973,
temos registros seguros (cartas) de que meu pai, Gilmar Roberto Pereira, já
residia em Taguatinga Norte, numa tapera [do Tupi] muito simples. Em sua
infância, vendeu pelotas de sabão caseiro até coxinhas para ajudar no sustento
de sua família. Foi selecionado numa caravana de franciscanos católicos para
ser padre. Fez o seminário católico durante três anos na cidade de Mogi Mirim -
SP. Voltou para sua cidade natal – Patos de Minas – MG, onde conheceu
2 KUENZER e RODRIGUES (2006), Acácia Zeneida, Marli de Fátima. As diretrizes curriculares da
pedagogia: Uma expressão epistemológica da prática.
13
Abadia Rosa de Fátima Corrêa Pereira (mãe) e se apaixonou logo firmando
namoro (como dizem no interior). Imediatamente deixou o seminário no intuito
de formar uma nova família.
Decidiu então, Gilmar Roberto Pereira mudar-se para a promissora
cidade de Brasília que tinha apenas 13 anos de idade. O plano piloto nessa
época era somente cerrado e poucos prédios. Assim também acontecia com os
campos de obras e com as cidades novas que se formavam – Taguatinga e
Ceilândia, bem como o Núcleo Bandeirante – cidades que se formaram para a
construção de Brasília em si, principalmente as estruturas centrais do Estado
brasileiro.
Durante quatro anos, meus pais se corresponderam por cartas. Tenho
todas elas, arquivadas por data, coladas numa folha a4 para preservação e
composição de memória. Fizemos toda essa catalogação e não lemos
nenhuma dessas cartas, exceto para identificar a data que foi publicada.
Alguns conteúdos hilários, coisas de casal da década de setenta relatadas
verbalmente por Abadia Rosa.
Em 1977 Abadia Rosa, se casa com Gilmar Roberto e se mudam de
Patos de Minas MG para Brasília-DF. Em 1979, nasce Saulo Fabrício Pereira
no Hospital Regional da Asa Sul em quatorze de janeiro do mesmo ano, as
nove e vinte numa manha de domingo. Hoje resido a três quilômetros do
hospital que nasci. A ditadura militar de João Figueiredo e as greves do abc
paulista eram o contexto político da época. Gilmar Roberto relatava que era
comum tanques do exército transitarem nas pistas da L2 Norte buscando a
tutela do livre pensar e agir na UnB de 1964 até os últimos momentos que
antecederam a Assembleia Nacional Constituinte em 1988.
Somente nessa primeira introdução, falaremos por algumas situações
em primeira pessoa. Porém, sua estrutura nos capítulos será em terceira
pessoa, de natureza dissertativa. Não por interpretar tal situação como não
científica, por ser um projeto memorial reflexivo, mas um memorial reflexivo de
um longo itinerário acadêmico, com pesquisas difíceis, que compuseram
publicações e planejamentos inclusive do CNPq em 2011, então por questão
de maior pertinência, manter a forma dissertativa impessoal na forma de lidar
14
com pesquisas com seu devido objeto restrito, com uma metodologia restrita,
sendo analisados e avaliados por inúmeras ferramentas e educadores em suas
diversas linhas de pesquisas pedagógicas sobre a sala de aula, sobre a escola,
a gestão escolar, a mediação ou a intervenção pedagógica.
Tais justificativas são muito importantes para o entendimento da
proposta onde os capítulos em si, foram apenas um recorte explicativo e
descritivo das pesquisas feitas, abordando inclusive muita informação
pedagógica em termos: heurísticos e etnográficos (ver capítulos dos cadernos
de campo) nos revelou prioritariamente dia a dia do letramento de dois alunos
da Escola Classe 407/Norte e a diversidade social e ambiental da cidade de
Goiás. Conhecimento esse descoberto por meio de etnografias orientadas.
Essas trilhas, essas andanças pelas pesquisas obrigatórias e outras não que
foram propostas durante o curso, podem ser vistas mais sistematizadas no
anexo do Relatório Geral de Estudos Independentes datado de Março de 2014
e julgado como procedente pela Coordenação da Graduação da Faculdade de
Educação. Nesse Relatório em anexo levamos em consideração: a) Natureza
do Evento, b) Data, c) Local, d) Instituição interessa/Responsável pelo
financiamento, e) Contribuições para a formação na Pedagogia.
Diante dessas atividades, um rico histórico de pesquisas está
organizada mais pontualmente na descrição de cada capítulo e justificativas
que ficará mais a cargo de análises pedagógicas da experiência obtida com
todo esse itinerário.
Somente na conta de email [email protected] sob nosso
domínio, já se possui talvez centenas de laudas de material que se gera na
feitura dessas pesquisas, bem como a organização dos dados, dos infindáveis
debates e projetos paralelos que surgiram tanto no moodle, quanto
internamente nos grupos de pesquisas.
Entendemos como um histórico de muita informação útil no campo da
educação e de outras ciências. Um dos exemplos como a formação de
registros de memoriais para subsidiar e fundamentar futuras pesquisas sobre
os novos educadores ou sobre formação continuada. Isso também se justifica
por que alguns projetos de pesquisa quem compõem os capítulos, ainda estão
15
em aberto e em construção e atualização. Os desafios na Educação são
constantes.
Vejamos os registros da infância, de minha infância (1981), feitos logo
no primeiro semestre de curso, sob a perspectiva da Disciplina – Filosofia e
Educação em seu conceito de devir-criança de Walter Kohan (2003) tendo
infância como uma potencialidade, com uma visão de mundo não sequencial,
mas de peculiaridades históricas, de intensidades e essa infância é
simplesmente vivida de forma infantil. Com características e com uma natureza
própria de ser criança. (KOHAN 2003 artigo em totalidade).
Essa primeira dimensão introdutória do nosso itinerário formativo,
inclusive no entendimento da infância do autor, já traz ideias iniciais do que
propõe esse projeto, peculiaridades da vida do autor, para entendermos como
o mesmo (o autor desse projeto) chegou a cursar Pedagogia (presencial) pela
Universidade de Brasília tendo seu início no 2º/2008 e seu término no 1º/2014.
1.1 Do Memorial de Infância sob a perspectiva histórico-fotográfica sob o
critério do conceito devir-criança de Walter Kohan.
O presente memorial de infância será apresentado de forma escrita e sob a forma
de fotografias explicativas.
A perspectiva histórica está intrinsecamente ligada à minha e somente à minha
infância e as crianças que também tiveram sua infância nesse ambiente. As fotos
para outras crianças não serão significativas, históricas e não pertenceria ao
conceito devir-criança.
Com isso se hipoteticamente, mostrarmos tais fotografias para outra criança
qualquer, hoje adulta, tais fotos não terão significado aparente, não serão
histórias, nem sequer estará presente no conceito devir-criança de Kohan. As
fotografias são significativas e atemporais se e somente se forem levadas em
consideração toda minha infância e suas inerentes subjetividades no tempo
histórico dos anos de 1981 e 1991 e no espaço geográfico de Brasília do qual
realmente sucedeu essa específica e situada infância, cuja nossa memória é fonte
principal para ilustrar a natureza e peculiaridades dessa minha infância.
16
1.1.2 Introdução
A infância é entendida por Kohan (2003 p. 15) como potencialidade. Já a
infância como sendo uma espécie de matéria prima de utopias e sonhos de
filósofos e educadores.
Na Grécia, passando pelo assunto justiça da polis, os pensadores
(Sócrates principalmente), sabiam da importância de se preocupar com a
educação na infância, visto ser condição necessária para a equalização parcial
dos problemas advindo do processo de ensino e aprendizagem desse período.
O ciclo de educando, futuros educadores (chamado por Platão de
Filósofos Reis) tinha o ser humano com um ser em desenvolvimento, numa
relação de continuidade entre presente, passado e futuro. A Paidéia grega,
cunha toda uma visão de mundo e de homem, e esses idealismos também são
transportados para ideias de infância.
De forma diferente, para Walter Kohan (2003 p. 04), trata-se de ver a
criança como possibilidade, potencialidade, seres que devem ser. Coloco em
negrito o “dever ser” pois nisso, reside a obrigatoriedade de se fixar numa ética
pedagógica para que, com o contato e mediações com essa criança possamos
executar nossas ações docentes de forma orientada, planejada e também
atenta para saber que educação infantil, possui sim peculiaridades e
características próprias da infância, categoria essa de profundo significado para
nós pedagogos(as) e outros profissionais.
Para Agambem (2001) citado por Kohan (2003 p.04)), a infância é tida
como uma condição da experiência humana. O papel do fenômeno da
linguagem, do falar humano também se dá na infância. Característica essa
única do ser humano. Comunicação artística, conceitual, lógica ou simbólica.
Outra questão de viés agora filosófica é citada sobre a infância como uma
categoria de grande importância para toda a vida.
Para os autores Agambem (2001) e Kohan (2003), a infância em sua
maneira própria de ser, fragmenta o tempo em “duas” fases, em dois
momentos. Um momento histórico, cronológico e mensurável e num segundo
momento outra, difusa e simbólica, a concepção do devir-criança em foco.
17
Em outras palavras, uma infância é histórica, com uma fase cronológica
e de mudanças biológicas para a criança que também muda muito nessa fase
e outra infância é a concepção do conceito de devir-criança. Que é uma
infância, atemporal, não mensurável pelo passar dos anos, significativa para a
criança e somente para ela. Por isso cita o texto em relação às duas
temporalidades da infância.
Mais a frente complementa Kohan (2003 p.04): “No reino infantil que é o
tempo, não há sucessão nem consecutividade, mas a intensidade da duração.
Uma força infantil sugere Heráclito, que é o tempo aiónico”.
Lembremos também que as duas infâncias para o ser, para a criança,
são necessariamente interdependentes e acontecem de forma pari passu.
Essa grande categoria de análise, a infância, com suas peculiaridades
de fenômenos é uma das principais categorias que são peculiares à prática
pedagógica, assim com a memória para os fenômenos tanto psíquicos, quanto
educacionais.
Nesse Memorial Reflexivo, a infância foi aqui abordada de uma forma
superficial, buscando pela filosofia e pela experiência de outros teóricos que
pesquisam a memória e a infância como fenômenos de grande importância
para toda a vida dos cidadãos e para a prática educacional.
A aprendizagem em sua complexidade fenomênica que geralmente
nossos instrumentos de avaliação não conseguem mensurar bem, uma
conjunção de tipologias de avaliação para melhor entender o desenvolvimento
e maturação de algumas funções psíquicas importantes como funções para
pensamentos lógicos, ponderação, capacidade de raciocinar ou trabalhar sob
conceitos.
Para o processo de ensino e aprendizado do autor, não vemos
especificamente sua pré-escola trazer a memória ou algum conceito correlato
enquanto critério avaliativo, mas indiretamente algumas atividades devem ter
trabalhado algo relacionado ao avaliar (falaremos mais a seguir) a
sociabilidade, realização de atividades em grupo, como respondia a conteúdos
emocionais o autor quando criança.
18
1.1.3 Registros fotográficos e comentários gerais
Registro Fotográfico 1 – Da imensidão da barra. Fonte: (Registro de saída de campo em meados de abril de 2009 - Projeto 5 – Memorial Reflexivo) – Foto de: Saulo Fabrício (2009).
Levando em consideração as restrições citadas inicialmente, a foto um tem
significado histórico e de devir-criança somente para mim.
A barra de exercícios e somente essa barra de exercícios para minha
infância (como um existir atemporal, regido por um outro tempo) era a “maior”
barra do mundo. Assim, como a criança acha que o quintal de sua casa é maior
do que a cidade, ou que as pedrinhas de sua casa são as maiores pedras do
mundo.
19
Notem, que a forma de ver da criança, em achar que seu quintal é maior
que a cidade não condiz com a realidade, mas não é uma forma errada de ver
o mundo. Para a criança, é apenas uma forma própria de ver e verbalizar o
mundo. De forma análoga, não se podem obter juízos de valor em escala certa,
ou errada para essa forma peculiar de pensar dos alunos infantis.
Na criança, uma parte de sua infância é sempre subjetiva, difusa,
atemporal e significativa para o próprio ser quer vive a infância, expressa de
forma própria pelas brincadeiras e pelas falas e narrativas que ela (criança)
própria cria. O brincar possui papel central na formação de significados
diversos e também conceitos diversos para as crianças e alunos.
Na disciplina Filosofia e Educação que tratamos as fontes de Walter
Kohan (2008), entendemos como acertada o planejamento do professor em
questão, que antes de entrar no mundo da infância e das memórias advindas
da infância, trouxe uma ampla série de textos sobre moral e a busca social e
pessoal por uma ética.
A todo o momento, a turma era impelida a pensar a educação de forma
ascética religiosa, mas se esbarrava na filosofia, no pensamento laico e secular
e na obra perturbadora de F. Nietzsche (1886) - Para além do bem e do mal.
Afinal, todo ato de amor, assim como todo ato que busca o pedagógico, está
para além do bem e do mal e que precisa ser estudado, não de forma
sentimental e destituído de uma teoria ou base empírica, mas que deve ser
feito forma científica, sabendo que a pedagogia possui algumas diferenças das
demais ciências por que os próprios fenômenos educativos possuem essas
peculiaridades que são mais pontualmente entendidos teoricamente pela
Pedagogia, como curso acadêmico.
20
Registro Fotográfico 2 – Da maior bloco da quadra e do mundo I. Fonte: (Registro de saída de campo em meados de abril de 2009 – Disciplina Filosofia e Educação) – Foto de: Saulo Fabrício (2009).
21
Registro Fotográfico 3 – Do maior bloco da quadra e do mundo II. Fonte: (Registro de saída de campo em meados de abril de 2009 – Disciplina Filosofia e Educação) – Foto de: Saulo Fabrício (2009).
As fotos dois e três remete-nos novamente a concepção espacial para a
minha infância, ou possivelmente a uma pequena criança que por ventura
venha a morar no mesmo prédio e desenvolver a mesma percepção histórica e
atemporal e mesmo assim, certas nuances atemporais, serão somente
referente a cada pessoa.
Para outras não, não passa de um prédio “normal”, um ambiente
“normal”, sem significado algum. Poderia ser uma espécie de não lugar
22
(antropológico)? Certamente plausível segundo as contribuições Marc Augé de
(1995). Para corroborar o argumento da foto da barra de exercícios ser uma
espécie de não lugar antropológico para uma pessoa que ali nunca morou,
converge com a visão da socióloga Teresa Sá (2006) que citando Marc Augé
(2005) afirma que grande parte das produções e análises da antropologia
cultural, reside na “simbolização do espaço.” (p. 179).
A autora SÁ (2006) citando AUGÉ (2005) admite que o lugar, em termos
antropológicos, possui três dimensões básicas: a) Histórica, b) Identitária e c)
Relacional. Já o não lugar, é como um “oposto do lugar antropológico” (p.181)
e possui padrões de “palavras, imagens e símbolos publicitários” (Idem p. 181)
e também uma “solidão contratualista derivada dos tipos ideais de burocracias
weberianas, ligadas sempre à modernidade” (idem p. 181). Para AUGÉ (2005
p.84) in SÁ (2006 p. 184) o conceito de não lugar é “a perda de significado de
um lugar social e também de um lugar geográfico físico” (ibidem p. 181) que
pela força da modernidade transforma o espaço que antes era significativo para
as relações humanas em não-lugares, agora expresso pelo simbólico da
publicidade impessoal e global vista em aeroportos, estradas, shopping centers
ou grandes supermercados.
O bloco D é o “maior” prédio de todos, é maior do que toda a quadra.
Isso foi até o dia em que conheci os outros prédios, a quadra e outros
ambientes. Com as descobertas a criança avança em suas percepções.
Nota-se perfeitamente a distinção entre as duas infâncias em relação o
tempo e ao espaço. O conceito de devir-criança, seria uma percepção não
racionalista e cronológica do passar do tempo, mas o experimentar próprio de
ser criança enquanto criança.
Segundo Kohan (2003) para entender melhor o conceito de devir-criança
é entender que a infância possui basicamente duas dimensões, uma dimensão
de devir e outra histórica. Ambas se entrelaçam e se complementam porém, o
conceito de devir-criança seria:
“(...) uma outra infância, que habita outra temporalidade,
outras linhas, a infância minoritária. Essa é a infância como
experiência, como acontecimento, como ruptura da história, como
revolução, como resistência e como criação. É a infância que
interrompe a história, que se encontra num devir minoritário, numa
linha de fuga, num detalhe, a criança resiste aos movimentos
23
concêntricos, arborizados, totalizantes: “a criança autista”, “o aluno
nota dez”, “o menino violento”. É a infância como intensidade, num
situar-se intensivo no mundo, um sair sempre do “seu” lugar e se
situar em outros lugares, desconhecidos, inusitados, inesperados.
Somos habitantes de dois espaços, das duas temporalidades,
das duas infâncias. Uma e outra infância não são excludentes. As
linhas se tocam, se cruzam, se enredam, se confundem. Não nos
anima a condenação de uma e a mistificação da outra. Não somos
juízes. Não se trata de combater uma e idealizar a outra. Não se
trata, por último, de dizer como há que se educar as crianças. A
distinção não é normativa, mas ontológica e política. O que está em
jogo não é o que deve ser (o tempo, a infância, a educação, a
política), mas o que pode ser (poder ser como potência, possibilidade
real) o que é. Uma infância afirma a força do mesmo, do centro, do
tudo; a outra, a diferença, o fora, o singular. “Uma leva a consolidar,
unificar e conservar, a outra a irromper, diversificar e revolucionar”.
(KOHAN, 2003, p.05 ).
Essa infância pela ótica de Kohan (2003), não leva em consideração, pelo
menos por uma lógica adulta, situações e conceitos do tipo:
- Grande e pequeno (será que uma criança entende o que é grande e
pequeno?);
- Demorado ou rápido (será que uma criança de três anos entenderá que
o pai irá passar o final de semana fora? Consegue mensurar nos termos
demorado ou rápido o que seria um final de semana);
Assim, a medida é dada pela intimidade com que se tem contato com os
conceitos grande, pequeno, rápido, demorado.
Provavelmente a criança não entenderá como demorado ou rápido
termos como “final de semana” mas quando a mesma percebe que o pai ou a
mãe não estará junto com ele, a primeira reação é de rejeição e/ou choro.
Independentemente de serem um, dois, ou três dias afastados. Essa
percepção cronológica ainda é relativa para uma criança de três anos...
1.1.4 Avaliação e percepção da pré-escola sobre as características
próprias de minha infância agora no ambiente escolar a partir do ano de
1981.
24
É provável que crianças com dois anos, ainda não saibam mensurar
grande, pequeno, ou principalmente não percebe em totalidade o tempo. Não
tem ideia, a criança que passou duas horas, ou dias. Vive sob intensidades de
criança segundo Kohan (2003), momentos não de um tempo cronológico, o
tempo do relógio, mas um tempo de criança, segundo novamente Kohan
(2003) momentos atemporais caracterizados pelo tempo aiônico, um tempo de
características próprias de ser criança, sendo essa criança potencia,
possibilidade. Possibilidade que toma forma pela intervenção pedagógica.
Em termos históricos, saindo da subjetividade de minha infância e
analisando a dimensão escolar e avaliativa, em seu mais alto grau de
especificidade documental, meus primeiros boletins (Anexo) traz grande
pertinência para o presente projeto, inclusive na análise crítica sobre a
educação em 1982 na cidade de Brasília com algumas formas até hoje
aplicadas para avaliar na educação básica, aqui pré-escola, cuja instituição se
chamava Educandário Espírito Santo, escola particular, confessional católica
localizada na 609/Norte.
As situações pedagógico-educacionais mensuradas pela nossa pré-
escola eram: a) Tem bom relacionamento? b) Participa das atividades de
grupo? c) É aceito pelo grupo, d) Expressa agressividade, e) Revela timidez, f)
Demonstra afetividade, g) Mostra-se alegre e feliz, h) Demonstra desânimo, i)
Houve desenvolvimento na comunicação, j) Consegue expressar-se com
clareza, k)Desenvolveu o controle motor. Além de considerações por escrito
das professoras e máximas grifadas como: “As grandes jornadas começam
com o primeiro passo”.
Os anexos fotográficos dos nossos primeiros boletins nos anos de 1981,
1982, 1986 e 1987 respectivamente traz um interessante registro de seu trajeto
escolar logo com dois anos de idade. Além de grande pertinência para todo
esse registro acadêmico. A escola Educandário Espirito Santo em 1981
avaliava seus alunos por meio de escalas de (sempre, às vezes, ainda não) ou
(sempre, às vezes, quase nunca) e (sim, não, um pouco) admitindo três eixos
avaliativos: I) Quanto á sociabilidade, II) Quanto ao comportamento emocional,
III) Quanto ao desenvolvimento da linguagem.
Já nas séries iniciais, sendo a primeira série em 1986 e a segunda série
da EB, no ano de 1987, a escola era pública, localizada na EC 407/Norte que já
25
era segmentada em bimestres e possuía as seguintes disciplinas: 1)
Comunicação e Expressão, 2) Integração Social, 3) Iniciação a ciências, 4)
Matemática, 5) Educação Artística, 6) Educação Física, 7) Programas de
Saúde, 8) Ensino Religioso.
A avaliação era expressa quantitativamente e depois qualitativamente
em menções como: a) SRE – Sem rendimento evidenciado – 0 (zero), b) MI –
Médio-Inferior (01 a 49), c) MM – Médio (50 a 69), d) MS – Médio-Superior (70
a 89), e) SS – Superior (90 a 100) e depois expressa em conceitos de E –
Excelente, S – Satisfatório e NS – Não satisfatório.
Os boletins das séries iniciais trazem também, além do cálculo de dias
letivos as faltas daqueles anos de formação na educação básica e o devido
controle de assinaturas dos pais, em cada bimestre “para acompanhamento”.
Um interessante registro sobre as concepções avaliativas na pré-escola e na
educação básica pública de Brasília nos anos de 1986 e 1987 e sobre uma
dimensão da subjetividade do autor em seu real e histórico ambiente escolar,
captado por seus boletins e registros de seus professores na época.
A profundidade das variáveis infância e memória para o universo dos
fenômenos educacionais e para a Pedagogia é tamanha, que optamos para
melhor delimitação do capítulo, manter somente num nível de análise crítica
sobre as mesmas visando somente iniciar a temática do Memorial Reflexivo
sobre essas variáveis para o projeto e como variáveis fundantes de toda uma
literatura séria sobre o tema que passa hoje inclusive por inúmeros estudos em
neurociência e até biorobótica.
Aqui, somente uma pequena introdução sobre a infância e a memória do
autor e da importância dessas mesmas variáveis para as disciplinas da
Pedagogia e também para a educação, e inúmeras ciências.
Admite o autor que é superficial as descrições desse capítulo, frente o
conhecimento atual que a ciência possui desses mesmos objetos – porem aqui,
somente para iniciação da temática, não como mote principal que está em suas
pesquisas e projetos realizados durante o curso.
Retornaremos a analisar a temática mais a frente com mais detalhes,
dentro do que propôs os projetos que foram realizados.
26
1.1.5 Infância, conceito de Devir-Criança de Walter Kohan e sobre os
boletins da pré-escola e séries iniciais do autor.
O conceito devir-criança concebe a criança como um ser em potencial,
uma possibilidade, um sistema aberto que permite assimilar sua subjetividade
interna e também assimilar estímulos externos.
Possibilidade essa que se encontra fora de uma lógica conhecida, o
fenômeno (do devir criança) é abstrato e difuso por vezes, mas verificável.
Tal período de aprendizado tem a capacidade de elevar o
desenvolvimento inclusive por saltos qualitativos não constantes mas em
espiral3.
Para essa introdução as relações aprendizagem e desenvolvimento com
foco na infância e memória, no sentido não de podar esse universo
significativo/lúdico em sala de aula e sim lhe dar o devido valor para a
formação da criança.
Nesse universo, o quintal da criança é mais do que um quintal é o maior
quintal de todo o mundo. As pedrinhas desse mesmo quintal não são meras
pedrinhas sem importâncias, pois as pedrinhas do meu quintal são as maiores
pedras de todas.
Nesse universo, barras de exercícios, prédios e árvores não são meros
objetos comuns ao olho externo e culturalizado pela andragogia. Nesse
universo subjetivo, a barra é a maior e mais alta barra de todas. E o bloco é o
maior e mais familiar e aconchegante bloco existente.
O reconhecimento desse conteúdo mental e único em cada criança (falo
do conteúdo da infância atemporal) norteai políticas e metodologias de ensino-
aprendizagem para a criançada. O fazer educação levando em consideração
esse conteúdo pode ter uma importância fundamental para a formação de
sujeitos.
3 Sendo investigador da natureza da pedagogia e do processo de ensino-aprendizado, arriscamos a dizer
da capacidade da aprendizagem desenvolver o organismo humano admitindo a virtuosidade da INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA, como um sistema não nulo, não de soma zero, que se desenvolve não de uma forma linear e constante, mas por meio de uma espécie de uma progressão geométrica (com limites), de saltos qualitativos e rupturas existenciais quando vem ao aluno o domínio de conceitos e seu respectivo empoderamento para a vida. Não se trata de disparates como mudanças morfológicas ou genéticas do organismo, mas em sua dimensão micro e sociogênica, apelando para os planos genéticos de Vigotski citados pela pesquisadora Marta Hohl Oliveira (2010).
27
Em termos críticos, sobre a educação em 1982, situações avaliativas
que ainda acontecem na pré-escola como analisar as estruturas da língua, não
da linguagem como consta nos boletins (e ainda no singular).
Na verdade uma distorção conceitual vista no boletim da Escola
Educandário Espirito Santo em 1982 – anexo. Boletim esse que corresponde
ao meu segundo ano na pré-escola, minha idade era de três anos.
Existe uma diferenciação nesse desenvolvimento da fala de uma língua
na pré-escola e falar dentro do contexto dos diversos discursos conforme a
cultura - pano de fundo para essa língua, agir no mundo de forma mediada
simbolicamente, por meio da língua, quando vai entrar no banheiro masculino e
basta a imagem estilizada de um chapéu para interpretar como banheiro
masculino. Isso é o domínio da cultura letrada, não da linguagem no singular.
Isso é uma impossibilidade. Mesmo por que as linguagens humanas são
diversas como as linguagens artísticas manifestadas na dança, na música,
escrita, telas, sinais, as dimensões virtuais (que são dimensões da realidade)
agora com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s).
Assim, diante dessa proposta de interpretar criticamente o sistema de
avaliação (boletins) na pré-escola e nas séries inicias em Brasília no ano de
1982, explorando também os anos seguintes, possibilita o projeto fazer a
transposição da parte do itinerário na educação básica e mais a frente, como o
autor estabeleceu sua visão teórica e prática de Educação já no ensino
superior.
Veremos a frente, que essa última situação elencada serviu como ponto
de ligação histórica entre o percurso de sua educação básica e seu acesso ao
ensino superior na Universidade de Brasília em 2008.
A infância é geralmente romantizada por educadores e políticas
educacionais e também previamente desrespeitada também por nós
educadores. Surgem educações andragógicas em toda sua extensão. De
forma muito interessante, atendendo inclusive essa natureza de
imprevisibilidade da educação onde a categoria infância foi explorada
superficialmente e delimitada. A infância vista categoria para análise dentro da
educação, não foi abordada nesse capítulo como tema principal, mas está
citada nessa obra somente de forma simplista e reduzida pois quanto mais
28
garimpávamos as fontes dos educadores, mais a categoria iria se tornando
mais complexa e intratável, dada sua natureza difusa, caótica e indeterminada.
Tanto as diferenças entre língua, linguagem e fala em termos históricos
sociais tanto infância como memória são fenômenos de extrema importância
para a Pedagogia e nesse Memorial, somente enquanto categorias que nos
ajudam a entender superficialmente como se desenvolve e se torna madura,
algumas funções psíquicas da crianças e também dos adultos quando
convergimos categorias humanas para entender grosseiramente o fenômeno
educacional ou os fenômenos educacionais.
Deliberamos como oportuno, somente a descrição dessas categorias em
seus níveis mais grosseiros e redutivos, pois cada uma dessas categorias: a)
Infância, b) Memória, c) Língua, linguagem e fala são categorias para a
educação que por si só, seria impossível esgotar tais assuntos, num trabalho
cuja natureza é ser critério parcial de obtenção de titulo de graduação em
Pedagogia e cujo objetivo de estudo também não prevê tais situações. Muito
pelo contrário. Busca ser delimitado, em cada pesquisa realizada fazendo a
devida crítica política e histórica, avaliando e trazendo também reduzidas
conclusões sobre essas mesmas categorias.
Um exemplo, somente a categoria memória, possui uma série de
estudos sobre e que a mesma “tem ganhado lugar nas pesquisas em
educação” (NÓVOA 1995 p. 19 in MALDANER (2009 p.85) . Esse memorial
procura por meio de filões de teorias, que convergem para categorias de
pesquisa, dissertar superficialmente sobre o percurso de formação do autor no
curso. E isso envolve não somente a exploração de somente um assunto, mas
de como foi feita a pesquisa, quando foi feita, por que a pesquisa devia ser
feita, por que abordar memória e infância dessa forma, quem
coordenou/orientou os estudos, quem escreveu, quais livros leram para se
basear naquilo que escreveram e qual a relevância da pesquisa para a
sociedade brasileira.
Somente dentro desse contexto in reductio; que essas grandes
categorias (infância e memória) do universo educacional foram abordadas
nesse inicial capítulo. Voltaremos às categorias elencadas durante todo esse
Memorial Reflexivo.
29
CAPÍTULO 1 - Do curso da Pedagogia e dos projetos realizados durante
formação acadêmica.
Nesse primeiro capítulo, veremos todos os projetos realizados durante o
período letivo compreendido entre o 2º semestre de 2008 e o 1º semestre de
2014. Em termos resumidos no primeiro projeto foi a realização de uma oficina
de máscaras cujo objetivo foi refletir sobre a realidade manicomial do Brasil.
Nosso segundo projeto, foi a caracterização legal do curso da Pedagogia
bem como sua natureza e uma série de debates sobre a legislação que
regulamenta a profissão de Pedagogo(a).
O projeto três em suas três fases, foram no eixo da Teoria das
Representações Sociais de Moscovici em três objetos de pesquisas distintos,
totalizando um ano e meio de pesquisa sequencial.
Nosso quarto projeto foram duas pesquisas em profundidade sobre os
itinerários dos trabalhadores brasiliense, tendo por âncora teórica os relatórios
de Remi Castioni (2011) in CDT/UnB.
E por último, nosso trabalho final, um projeto cuja natureza é o presente
Memorial Reflexivo e seu objetivo seria a realização de uma síntese crítica
desses projetos e para além do currículo formal do curso, capítulos dedicados
para interessantes cadernos de campo explorados por etnografias orientadas e
no final, três pesquisas diferenciadas conforme segue abaixo e na disposição
dos capítulos.
1.1 - Do curso da Pedagogia na UnB (Caracterização legal, Cientificidade e
Prática).
Uma das primeiras ações quando iniciamos nossa trilha “cerrado à
dentro”, quando iniciamos nossa trilha e as disciplinas obrigatórias, foi registrar
o domínio do e-mail [email protected], já com o claro intuito que
dávamos à educação uma natureza científica. Os pequenos artigos que
geraram o Projeto Parcimônia, avaliados pelo professor Álvaro Ribeiro como
30
pertinente para o PET/UnB em meados de 2008 (anexo) 4, já expunha, parte do
nosso pensamento, sobre a cientificidade do curso da Pedagogia. O contato
com as disciplinas, projetos, professores, pares e comunidade acadêmica em
geral, foi corroborar essa dimensão da educação na UnB, principalmente com
autores que são síntese de pensamento de outros dois ou mais já superados
pelas ciências sociais e humanas.
As características do curso na Pedagogia da UnB, segundo o estado
brasileiro em sua legislação educacional e também o entendimento do
Conselho Nacional de Educação trouxeram algumas pontuais contribuições
para esse trabalho final.
A legislação segundo o Conselho Nacional de Educação (CNE) em sua
Resolução CNE/CP n. 1 de 15 de Maio de 2006 que institui as diretrizes
curriculares nacionais para o curso de Pedagogia conforme pareceres do
mesmo CNE/CP de nº 5 de 2005 e nº 3 de 2006 nos ajudará a situar o nosso
curso perante a República e o tempo presente.
O parecer do CNE/CP de nº 5 de 2005 trata de toda uma construção
social da Comissão Bicameral, formada por conselheiros da Câmara de
Educação Superior e da Câmara da Educação Básica com a finalidade de
instituir essas mesmas diretrizes nacionais do curso de Pedagogia.
Durante o ano de 2004, cientistas, professores, associações que
estudam a educação, pesquisadores, o estado por meio do MEC e CNE e
demais comissões para o caso, bem como sindicatos e estudantes tiram um
documento síntese dos últimos 25 anos de discussões registradas na área,
convergindo também com a legislação já existente como a Constituição Federal
de 1988 em seu artigo 205 até o 214, a Lei de Diretrizes e bases da Educação
(Lei nº 9.394/1996), principalmente em seu artigo terceiro, o Plano Nacional da
Educação (Lei nº 10.172/2001) e os pareceres do CNE/CP de números 9
(nove), 27(vinte e sete), 28 (vinte e sete), 01 e 02 (hum e dois) de 2002 –
4 Essa situação de ter uma percepção prévia do curso sem antes ter contato com suas disciplinas, nunca
me faria pedagogo. Ninguém entende os livros somente pelas respectivas capas, mas lendo, trilhando as letras, trilhando por interações, mediações, discursos e até silêncios, conflitos, atividades pontuais. Novamente repetimos para efeito de projeto que, os Professores e pares da UnB me transformarão em Educador, eu não nasci educador (inatismo), mas estou em construção necessária com o Outro.
31
tecendo assim, o entendimento do estado da identidade legal do curso da
pedagogia.
O objetivo do curso da Pedagogia para nossa legislação seria, “a
formação de professores para exercer funções de magistério na Educação
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino
Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional e demais áreas onde
sejam previstos conhecimentos pedagógicos” (CNE, Parecer 05 de 2005, p. 7).
O citado parecer também terá como objetivo no curso de Pedagogia,
atividades docentes, planejamentos, execução, coordenação,
acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação, bem
como contribuir na difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo
educacional em contextos escolares e não-escolares.
Ainda sobre o parecer número cinco do CNE no ano de 2005, para se
estabelecer o perfil deve se levar em consideração de que o curso de
Pedagogia trata do campo teórico-investigatório, aprendizagem e o trabalho
pedagógico que se realiza na prática e a docência compreende o campo
inerente ao processo de ensino e de aprendizagens diversas. (p. 08).
Diante disso o perfil do graduado em Pedagogia deve contemplar uma
consistente formação teórica, cuja diversidade de conhecimentos e práticas
devem se articular durante o curso. Acerca da gestão educacional deve ser
entendida por uma perspectiva democrática no que se refere ao planejamento,
à administração, à coordenação, ao acompanhamento, à avaliação de todos os
projetos e políticas públicas para a educação de forma crítica e construtiva.
Prevê também, que o perfil de graduado em Pedagogia deve atuar com
ética, compromisso com vistas à construção de uma sociedade mais justa,
equânime e igualitária.
Fortalecer o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças do Ensino
Fundamental. Trabalhar em espaços escolares e não-escolares.
32
Aplicar modos de ensinar diferentes para diferentes alunos sobre
linguagens, Língua portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia,
Artes, Educação Física.
Identificar e cooperar para a resolução dos problemas da escola, família
e comunidade. Ter postura investigativa, integrativa e propositiva para a
superação das exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais,
religiosas ou políticas.
Deve o graduado em Pedagogia demonstrar consciência da diversidade,
respeitando e entendendo (não se desresponsabilizando) essa diversidade
humana. Atuar no Ensino Fundamental Especial ou com jovens em conflito
com a lei. Aprender braile e fomentar a inclusão.
Em relação à organização do curso da Pedagogia, o mesmo parecer
citado acima, na página nove, admite que o curso seja organizado em três
núcleos a saber: I) Núcleo de estudos básicos, II) Núcleo de aprofundamento e
diversificação dos estudos e III) Núcleo de estudos integradores.
Para o entendimento da legislação pedagógica, novamente sob a égide
do Parecer CNE/CP n. 05/2005, esses núcleos deverão:
“... proporcionar aos estudantes, concomitantemente,
experiências cada vez mais complexas e abrangentes de construção
de referências teórico-metodológicas próprias para a docência, além
de oportunizar a inserção na realidade social e laboral de sua área de
formação. Por isso, as práticas docentes deverão ocorrer ao longo do
curso, desde seu início.” (p.12).
Por lei, o curso da Pedagogia, deve conter 3.200 horas totais, devendo
ser 2.800 horas dedicadas a atividades formativas, 300 horas de estágio
supervisionado e mais 100 horas para aprofundamento em áreas específicas
de interesse do aluno, por meio de iniciação científica, extensão, monitorias.
O presente Memorial irá explorar as atividades dos projetos do curso
(incluindo o estágio supervisionado) com os trabalhadores da Ceilândia em
pesquisa com CASTIONI (2011) mas principalmente a própria trilha que se
formou na unicidade desses registros enquanto um Memorial de estudo
33
aprofundado das experiências e das atividades realizadas nos espaços da
Faculdade de Educação e nos diversos espaços não escolares do movimentos
sociais e do movimento estudantil.
O Conselho Nacional de Educação (2005 p. 16) afirma que essas
diretrizes para a regulamentação do curso de Pedagogia no Brasil foi fruto de
um longo processo de estudos, discussões e negociações de diversos atores
sociais e institucionais, enfatizando da necessidade dos graduados buscarem
uma sociedade mais justa, equânime e igualitária, bem como a busca de uma
formação diversa, concebida na autonomia de trabalhos didático-pedagógicos
mais abrangentes mas com o rigor acadêmico para atender aos anseios e
desafios da atual educação básica, pública, gratuita, laica e de qualidade.
Em 13 de Dezembro de 2005, institui-se o parecer com as novas
diretrizes do curso da Pedagogia em âmbito público e nacionalmente.
Defendemos durante todo o curso, que a Educação, Pedagogia para as
séries iniciais, como uma ciência do tipo indiciária, convergindo com a visão da
Mestra em Educação Anelice da Silva Batista et al (2011 p. 62) in Ginzburg
(1986), dada suas peculiaridades, casos, situações, interações/mediações,
conflitos (inclusão nossa), documentos individuais como individuais, além de
sua característica eminentemente qualitativa na análise de seus objetos de
pesquisa.
Segundo a Doutora Maria Abádia da Silva (2009) – A Pedagogia como
curso acadêmico além de ser regulado por sua respectiva legislação5possui em
sua constituição histórica, um corpo epistemológico próprio, expresso em suas
disciplinas mais agudas, mas principalmente com o advento de uma nova
literatura pedagógica em LIBÂNEO (1998), KUENZER (2006) PIMENTA (1991
e 2001), BISSOLI (1998), BRZEZINSKI (1996), FRANCO (2003), SHÖN
(2000), TARDIF (2002), ZEICHENER (1993) e PERRENOUD (1993)
estabelecendo assim, para o projeto – a natureza científica da Pedagogia.
5 Para as delimitações desse capítulo, principalmente os Artigos 205 a 214 da CF/1988, LDB 1996,
resoluções do Conselho Nacional de Educação (2006) da instituição das diretrizes do curso de Pedagogia.
34
Sobre a prática educacional, devemos levar em consideração a ação
docente na escola formal, mas também as diversas intervenções intencionais
(por que não vemos lógica em conceber uma educação neutra), desconectada
do mundo e da realidade dos educandos.
Lev S. Vigotski (1896) se apresenta como fio principal para os objetos
estritos e peculiares da educação nas séries iniciais. Outras questões como
classe em Marx (1818), para alguns fenômenos do psiquismo Freud/Lacan
(1930), para o contexto de Brasil, Darcy Ribeiro (1995), e para a união entre
educação e política em Paulo Freire (1970), convergindo para a visão de
Eduardo Scocuglia em seu livro – A história das ideias de Paulo Freire (2008).
Assim como os teóricos dos eixos das pesquisas e projetos explorados e
elencados no sumário e em nossa bibliografia explorada.
Acerca da prática docente, segundo RODRIGUES e CERQUEIRA (2010
p.171), citando GADOTTI (2000), educação e prática pedagógica para
possibilitar o saber, não o conteúdo dado ou a informação sem significado para
todos que queiram se emancipar – “isso por que constroem sentido para a vida
das pessoas que buscam juntos (aluno e professor), um mundo mais justo,
mais produtivo e mais saudável para todos”. (p.172).
Quando falamos do Memorial Reflexivo como um estudo aprofundado
sobre o itinerário de projetos e pesquisas do autor. Notem que o mesmo, pouco
cita o conteúdo das disciplinas ou sua experiência docente, porém deliberou-se
focar de forma proposital6 nos projetos e pesquisas realizadas – por que ambos
são a chave, a síntese da contradição teoria e prática na educação dentro
dessa trajetória, por que foram nos projetos e nas pesquisas que
concretizamos nossas ações docentes bem como cumprimos a Resolução
CNE/CP n. 01 de 2006, e de forma explícita em seus artigos 6º, inciso “k”, item
“a”, “b”, “c”, cumprindo também em toda sua extensão o artigo 7º dessa mesma
Resolução.
6 Ver capítulo sobre metodologia e em todo o projeto que cita que o presente Memorial Reflexivo e
expandido, enquanto um estudo aprofundado, além das características próprias possui um objeto de estudo delimitado. Uma descrição crítica dos projetos e pesquisas, durante o percurso do curso presencial em Pedagogia, turno noturno, pela Universidade de Brasília durante os semestres 2º/2008 e 1º/2014, de forma ininterrupta.
35
Para a prática docente não descrita, somente um maior foco nos
projetos e pesquisas, foi por que o próprio currículo da Pedagogia da UnB,
nesse período 2º/2008 e 1º/2014 assim foi estruturado. Ou seja, dar ênfase na
própria construção do conhecimento, por linhas de pesquisas que mais se
identificam ou para muitos por questão de calendário, tornando a formação um
inferno que nunca se convergem tempo disponível de seu turno e sua oferta –
Essa situação é surreal e muito restritiva para os alunos do noturno.
Optamos para efeito também metodológico e para delimitação de objeto,
fazer uma descrição em profundidade, por meio de diversas ferramentas de
pesquisas (descrições históricas e crítica, documentos, relatos, casos) dos
projetos e pesquisas que estão de fato, permeados de características para a
docência, com desafios de mediar grupos, criar planos de trabalho ou de aula,
entender a legislação para mediar ações com o governo e outras mediações
que vão do processo de ensino-aprendizagem em si, até dimensões
institucionais envolvendo a educação e seus agentes.
O caderno de campo sobre letramento e nossa pesquisa para CASTIONI
(2011) financiada pelo CNPq (2011), exemplificam essa última proposição em
relação nossa percepção, dentro desse itinerário sobre as ações docentes, não
restringindo ao processo de ensino-aprendizado mas para mediações em
espaços diversos, porém sempre situando historicamente tais projetos e
pesquisas para melhor entendimento e clareza de proposta.
A seguir, vamos aos projetos realizados durante o curso presencial.
Notem que cada projeto descrito, pode extrapolar o capítulo e ser citado em
outro. Isso ocorre por que alguns projetos irradiaram suas conclusões para
outros estudos e de forma natural para a percepção das outras atividades que
também foram realizadas durante o curso e aqui pontualmente explicadas.
1.2 - Projeto I – Brasil mostra sua cara. Uma perspectiva de nação e
possibilidades terapêuticas numa contra lógica manicomial.
Nosso primeiro projeto no curso da Pedagogia da UnB foi escrito em
Setembro de 2008 e orientado pela doutora Cristina Massot Madeira Coelho,
projeto esse, concebido em duas etapas. A primeira, registro fotográfico das
36
atividades sobre máscaras da Casa da Cultura Latina do CAL/DEX/UnB e
numa segunda e última etapa o registro crítico da oficina de máscaras,
atividade do Instituto de Psicologia da UnB, norteadas por políticas
antimanicomiais. Seu contexto foi um contexto de Brasil que em 2008 assim
entendíamos em termos políticos e conjunturais a nação.
Essa digressão sobre o Brasil se torna importante, pois traz indicadores
de onde fixamos nossa ética político-pedagógica e como nos situamos
parcialmente diante dos intrincados fenômenos educacionais e que envolvem
muitas variáveis ao mesmo tempo histórico. Não será isso que as concretas
escolares irão nos cobrar? Ajudará também a trazer informações sobre as
peculiaridades de nossa subjetividade e de nossa forma de pensar e ver o
mundo e a educação.
A República Federativa do Brasil sofreu uma transformação social de
natureza estrutural em temos demográficos que merece destaque. Segundo
BORTOLI-RICARDO (2004) citando os dados do IBGE do corrente ano, em
1920 somente 10% da população brasileira era urbana. Vinte anos depois,
esse índice era de 31,2%. Depois de sessenta anos, em 1996 uma inversão
demográfica (campo x cidade) significativa mostrou em torno de 79% dos
brasileiros morando nas cidades e nas novas periferias que se formaram e que
ainda se formam em detrimento um esvaziamento do campo.
Esse contexto de fluxos e movimentos migratórios, dentro mesmo do
Brasil, foi vista sob a perspectiva antropológica de Darcy Ribeiro com muita
propriedade. Em princípio, uma sociedade que foi biologicamente, sustentada
por três fontes humanas distintas.
Primeiramente, um fenótipo português/europeu. Historicamente o povo
brasileiro também foi formado por mais dois troncos de fenótipos distintos, que
foram os negros diversos da África e o fenótipo também heterogêneo de índios
(aspas).
Nessa convergência de povos, de fenótipos e culturas diferentes,
segundo Darcy Ribeiro (1995) em seu livro síntese – O Povo Brasileiro do
mesmo ano, surge o Brasil. Surge a nossa gente, surgem os rostos, faces e
37
culturas e saberes. Tanto em sentido fenotípico, mas também
simbólico/cultural.
Em termos sociais, a precarização do trabalho docente e dos
educadores se estende às periferias do capital de forma ainda mais nociva.
A educação sem trabalho produtivo é uma abstração, geralmente os
educadores se utilizam de abstrações para resolver as desigualdades sociais,
os sofrimentos básicos dos “esfarrapados de Paulo Freire”, os pobres e
proletários da atual modernidade.
Como a precarização do trabalho dos educadores (as) vem aumentando
em todo o estrato social brasileiro, também se torna cada dia mais restritivo
consumir o básico e também ter acesso nosso ao nosso objeto de trabalho, o
conhecimento e esse último, mediado com o outro.
Infelizmente, as políticas públicas que integrou 40 milhões de brasileiros
da classe “d” para a classe “c” não deixam de ser alvo fácil do metabolismo do
capital (MÉZÁROS 2005), pois a mais-valia se estende também aqui no Brasil
atuando nas rubricas miúdas da educação pública e até na exploração quando
o preço do feijão aumenta, sem a devida correção salarial. Também não
deixam, dentro dessa dinâmica capitalista, de retornar a um estrato social mais
baixo com o passar do tempo, afinal, a todo o momento, a inflação e outros
fatores cristaliza a exploração final do trabalho dos brasileiros em lucro para os
capitalistas no Brasil.
A contra prova disso, é que o IPCA atinge mais de 5% em Maio de 2014,
conforme o link - http://www.portalbrasil.net/ipca.htm. No histórico, de
Dezembro de 2013, esse mesmo índice ficou em 0,9 mês. Os resultados dos
acumulados ano após ano para o trabalho e para a renda é a corrosão do seu
poder de compra, aumento das desigualdades econômicas e a reboque, das
desigualdades sociais.
Para esse Brasil do futuro, qual seria seu destino? Depois de tomar
contanto com a obra O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro (1995 p.440) e a
38
experiência da antropóloga e professora Leila Chalub (2008), vieram à luz, as
seguintes conclusões políticas para o Brasil do século XXI7.
As instituições brasileiras estão começando a funcionar, o clamor
cidadão está começando a dar sua cara. O Brasil e suas engrenagens de
máquina pública democrática começam a dar condições para o Brasil que
ainda não se reconhece como brasileiro. Brasileiro latino. Genuíno ser plural,
advinda de matrizes negras, índias e europeias e no atual momento histórico
começa a tomar forma de uma nação de incluídos e não marginalizados que
paradoxalmente retorna a um estrato social mais baixo.
Uma nação que se reconheça em sua cultura, em sua crença, em sua
terra, em sua língua. Um povo que sinta recompensado com políticas plurais,
pontuais e atuais, assim como tem sido a Política Afirmativa de Cotas.
Um povo feliz por ter labor, um povo pacato. Um povo preparado para
produzir de forma sustentável. Um povo organizado politicamente, em torno de
uma proposta de nação advinda de uma forte democracia representativa.
Uma sociedade produzindo conhecimento científico tecnológico e
aplicando todo esse conhecimento no campo, em projetos sustentáveis para
todos.
Não existirá uma nação de destino promissor sem a aceitação da
pluralidade em todos os âmbitos da vida civil e de oportunidades profissionais
para todos.
O estado, a sociedade, as associações e organizações civis devem em
pleno acordo político traçar um novo projeto de Brasil.
Um Brasil de inclusão digital, de fomento à ciência, do fomento ao
conhecimento técnico, de fomento a formas de economias alternativas,
orgânicas e solidárias.
7 Para o projeto e para não se cair em anacronismos, a adaptações estão identificadas. Aqui, somente
para o caso do Projeto de Lei N. 2.126/2011 sobre o marco civil da Internet. Natural atualização do tema, conforme a história social e política vão sendo escritas. O autor queria que sua concepção parcial de Brasil fosse toda caracterizada como impertinente, mas infelizmente as demandas sociais do Brasil ainda se apresentam como assunto perene na pauta do legislativo brasileiro e pouca coisa mudou na estrutura.
39
Fomentar um Brasil que leia muito. Um Brasil que leia e releia leia e
releia seus clássicos, seus intelectuais, seus mitos e lendas, sua cultura, suas
belezas e patrimônios naturais, sua diversidade, sua brasilidade, seu eterno
inventar de Brasis.
De gente que saiba ensinar bem português e matemática. De gente que
saiba que o Brasil do Piauí, não é só Oeiras e Teresina e sim um Piauí da
Serra da Capivara, de Salobro, de Canaeira, Angico Branco, Sebastião Leal,
Flores do Piauí, Brejo do Piauí, Uruçu, Macambira.
Pela preservação da fantástica região de Santana do Cariri já no Ceará
– região única para paleontólogos. Os registros de fósseis são contados aos
milhares. Achados aos quilos por toda a região ainda pouco estudada no Brasil.
O tráfico de fósseis na região, dilapidando o patrimônio arqueológico e
paleontológico do Brasil, é intenso e crescente.
De cidadãos que saiba que Bahia possui além de diamante, diamantes
azuis, ouro, esmeralda e prata, relevante importância na preservação de
biomas como chapada Diamantina, Bahia de gente trabalhadora, de gente que
sabia que não temos somente Bahia de Salvador, Ilhéus ou Feira de Santana,
mas uma Bahia imensa, imensamente negra de Camaçari, Serra Preta, Ribeira
do Pombal, Capim Grosso, Queimado, Carbaína, Nuguaçu, Jacobina,
Jeremoabo, Pedro Alexandre, Sandra Frígida, Uauá, Patamuté, Pinhões,
Abreu, Junco, Umaniú, Apamirim, Delfino, Gameleira do Assuruá, Ibitunane,
Ibipetum, Upuçaba, Canaíba, Miniaçu, Itanagé, Ibitirá, Caraibuna, Guaripá,
Mozondó, Iguara, Carrapichel, Tiguaçu, Sambaíba, Acajutiba, Ibatuí,
Calambes, Batuí, Ibiporã, Tapiraipé.
Por um país que não faça da região Norte uma terra sem lei, onde o
camponês, onde o devedor ao patrão latifundiário é morto como suíno em feira.
Por um Governo Federal que atue veementemente no sumiço de brasileiros
pelo “pistolismo” a mando do patrão latifundiário.
Por um Governo Federal que atue veementemente e definitivamente da
revitalização e sustentabilidade de toda a região da BR 163. Um país
40
preocupado, extremamente preocupado com o povo do Tocantins e seus
biomas e relevância hídrica.
Uma nação atenta a saúde geral das populações periféricas de Belém,
Rio Branco e Macapá. Por uma nação que saiba que o estado de Minas Gerais
é rico e desenvolvido, as minas gerais de Belo Horizonte, de Juiz de Fora. Mas
também que existe uma Minas Gerais que é extremamente pobre e desnutrida,
miserável e escravizada até hoje no interior e rincões. Essa MG é a MG de
Juporina, Tejuco, Bom Jantar, Andrequicé, Quíntinos, Guimarânia, Guarda Mor,
Vazante, Carmo do Parnaíba, Catiara, Arcos, Formiga, Passos, Itamagi,
Heliodora, Natércia, Soledade de Minas, uma Minas Gerais de Aiuruoca.
Porem toda essa dinâmica das desigualdades também se manifesta tanto no
centro de Belo Horizonte quanto nas regiões periféricas dos grandes centros
como Betim.
Uma nação que atue em políticas epidemiológicas principalmente as
tropicais (malária, febre amarela, dengue) de forma planejada, mapeada e
científica preventiva, há tempos a UnB, por meio do IB oferece soluções com o
Timbó, que mata as larvas de inúmeros mosquitos ou dispositivos
quimicamente tratados.
Uma nação preocupada e atuante com a frágil saúde de nossa nação
indígena e sua cultura. Uma nação que redescubra o Tupi-guarani e dialetos
crioulos. Enfim, uma nação que diga não ao machismo e que respeite o
sofrimento histórico da mulher brasileira Um Brasil que respeite efetivamente a
lei Maria da Penha.
Que todo o povo possa participar da construção de uma brasilidade
espontânea e não etnocêntrica. Uma sociedade que saiba conviver com
pobres, doentes, drogados, presidiários, pessoas com necessidades especiais
(inclusive em suas necessidades educacionais). Por um Brasil que não venda
órgãos humanos, nem faça das listas de espera por transplantes negociatas
porcas e antiéticas. Por um Brasil que saiba a linguagem de sinais, surdo
mudo. Infelizmente não dominamos ainda tal linguagem, uma real deficiência
de minha formação.
41
Que sejamos uma sociedade pacata, com alegria de viver, desarmada e
politizada. Por uma sociedade sul-americana menos bruta, menos violenta,
menos homicida. Buscamos uma sociedade menos armamentista e belicista.
Saibamos regular essa torpe destrutividade para garantirmos perpetuação de
nossa sociedade civil. Onde estariam os acordos multilaterais do controle de
armamentos?
Uma sociedade que mantenha e aperfeiçoe seu sistema único de saúde.
Que o mesmo seja e permaneça universal, gratuito e de qualidade a atender
demandas sociais regionais e nacionais de forma rápida e descentralizada.
Para que nossas crianças, jovens e idosos possam ter seus direitos e
estatutos respeitados. Entendemos a redução da maioridade penal como um
crasso erro em política de segurança pública e para a educação. Que todos
possamos construir, um estado que respeite e cumpra as tratativas do ECA e
legislação correlata.
Por uma sociedade que inclua pessoas com necessidades especiais não
só na dinâmica do transporte público, mas em lazer e entretenimento
especializados, na produção de arte para esse público. Por uma sociedade
mobilizada em torno de uma real revitalização do sistema de transporte,
priorizando hidrovias, ferrovias e as “infovias”.
Para que a mulher negra seja respeitada, valorizada e que não mais seja
violentada pela sociedade moderna. Para que a mulher brasileira possa
desfrutar de seis meses de licença maternidade e ser detentora de meios para
criar seus filhos com dignidade. Para que mulher brasileira possa ter todas as
condições de amamentar seu filho com leite materno e somente leite materno.
Para que a exploração do povo seja minimizada e não fomentada no exterior,
por uma agenda especial para que o Ministério do Turismo para tratar dessas
questões.
Por uma previdência universal, uniforme, seletiva, distributiva, equânime,
irredutível e democrática. Diariamente os direitos trabalhistas são
desrespeitados, além da existência de trabalho em condição análoga à
escravidão além de subempregos.
42
Por uma autoridade policial amiga da população, não responsável por
arbitrariedades no abuso do poder e profissão onde seu pano de fundo
ideológico se materializa na “war on drugs” advinda do governo Nixon/Aslinger
em 1960. Em si, a “war on drugs” é um crime de lesa humanidade que faliu e
que está, nesse momento sendo substituída pela matriz de políticas de redução
de danos e direitos humanos, artístico, cultural e ambiental.
Por um Ministério Público atuante, fiscalizador e mantenedor dos direitos
dos brasileiros. Entendemos que a atual democracia precisa do MP enquanto
poder do povo, institucionalizado numa série de atribuições que vai da proteção
à vida até direitos difusos e subjetivos dentro mesmo do sistema democrático.
Por uma sociedade virtuosa e cheia de sede pelo conhecimento
científico. Uma sociedade bem alimentada física e mentalmente com boa
cultura, inclusão social, lazer. Que o brasileiro se veja na TV. Que a TV fale do
dos orixás, do saci, do Jurupari, do Boitatá, de Monteiro Lobato, do Bumba Meu
Boi, de xaxado, de literatura em cordel, de reisados, de festas de reis, do
batuque, da catira, do forró, de Caruaru em desafio a Campina Grande, que o
Brasil relembre a ciranda, o jongo, samba de roda, mas que também produza
música popular nova, misturada, brasileira mesmo; contemporânea.
Que a TV mostre os pequenos, médios, desconhecidos e invisíveis
Brasis em suas peculiaridades e singularidades. Que a TV, a internet, o acesso
ao conhecimento seja diversificado e não segmentado por pacotes de
produtos, como querem as grandes empresas de telecomunicações. (Ainda
não sabemos o impacto da aprovação do projeto de Lei N. 2.126 de 2011 sobre
os dizeres acima, que trata do marco civil da internet).
Uma sociedade de portas abertas para os latinos, africanos, europeus e
americanos que tenham o intuito de desenvolver o país e possam ser
recebidos como filhos da terra, como brasileiros, como irmãos.
Por uma sociedade atenta e atualizada sobre a viabilidade estratégica
da criação do banco do sul e fortalecimento do MERCOSUL em sua posição
estratégica de contra ponto aos demais blocos econômicos, inclusive com a
nova ascensão dos BRICS, hoje, já incluindo a Nigéria como país de franco
43
desenvolvimento econômico. A Nigéria não é o grupo Boko Haram. A Nigéria é
um povo rico de culturas diversas e recursos naturais valiosos para o
capitalismo que a todos degrada. A imprensa e o ocidente faz disso uma luta
entre cristãos e mulçumanos. Nada mais anacrônico, no Século XXI instituir
lógicas maniqueístas da primeira idade média uma espécie de nova cruzada
moderna, de fins religiosos, assim como ocorrida em 1095.
Por uma sociedade sul-americana forte e integrada geopoliticamente e
que se comunique diariamente, e que diariamente receba feedbacks de nossos
irmãos sul-americanos. Que conheçamos os atuais problemas da sociedade
Argentina, Chilena, Paraguaia, Boliviana e sua atual crise, Peruana,
Equatoriana, Venezuelana, Uruguaia. Da sociedade Colombiana com sua triste
realidade governamental irresponsável de matança sistemática de civis
culpando as FARC.
De uma sociedade atenta para seus principais e secundários biomas e
reservas de água doce. Por uma sociedade que tenha políticas transfronteiriça,
transnacionais, trans-soberanas (sob chancela dos representantes dos países
do Mercosul) e que atue em todo o bioma amazônico, de forma soberana e
soberana sul-americana e também no bioma da patagônia, das savanas
argentinas, da cordilheira dos Andes e sua reserva de água doce e na
importância da formação da bacia amazônica, da biodiversidade da América do
Sul, do pantanal. Para com o importante bioma do Cerrado/Caatinga e da
gigantesca reserva de água doce e potável - Aquífero Guarani. Somente em
2010, descobrimos também a existência do aquífero Alter do Chão na região
amazônica do Amapá, Amazonas e Pará onde toda sua extensão estaria em
território nacional e é considerada a maior reserva de água doce e potável do
planeta, maior até que o complexo de águas do Aquífero Guarani o segundo
maior de todo o planeta Terra.
Que a sociedade brasileira e sul-americana saiba se posicionar
politicamente acerca da sistemática matança de civis colombianos e peruanos
– recentemente das etnias awajun e wampis povos indígenas da Amazônia
peruana, foram mortos não menos do quê trezentos civis.
44
Em Bagua (região peruana) a carnificina, no dia 05 de junho de 2009
chegou a níveis deploráveis para qualquer intervenção diplomática ou estatal –
o etnocídio a mando do governo Alan Garcia já acontecera. Centenas de
corpos eram amontoados e cremados nas próprias rodovias fechadas pelas
etnias indígenas como meio de protesto às arbitrariedades contra a vida
indígena peruana que assume aproximadamente onze por cento da população
peruana. Um verdadeiro desastre social, crimes de lesa humanidade.
Em Bogotá, o mandatário Uribe passeia por dois dias em toda a América
do Sul, agradecendo não sei o quê, e é recebido por todos os líderes de
governos latinos onde ao mesmo tempo abre as fronteiras e arreganha a
soberania colombiana ao mercado bélico de BAE Systems, Lockeed Martin,
General Dinamics, Raytheon, Boeing e outras para mais matanças de civis
latinos. Hoje (2009), o mandatário colombiano enfrenta pelo ministério público,
mais de 1.250 processos militares no desaparecimento de mais de 2 mil jovens
a partir de 2002, – na cidade de Soacha (distrito de Bogotá) mais de trinta
jovens desapareceram e logo após, foram contatos pelo exército colombiano
em dezenas de covas rasas como “baixas em combate”, desse total de mais de
2 mil desaparecidos, centenas de mulheres e crianças. Pela divulgação dos
crimes de lesa-humanidade publicado em 2009 – a cúpula de Uribe exoneraria
três generais e mais 25 militares de alta patente debaixo da chancela da
comunidade internacional. Publicação na grande mídia? – Nenhuma.
Por uma sociedade sul-americana plural e que reafirme a
autodeterminação de seus povos. Por uma sociedade que saiba responder
civil/politicamente pela formação de uma perigosa zona de fechamento dos
corredores ecológicos onde a produção de soja e grandes pastagens de gado,
já ameaçam a integração e equilíbrio de milhares de anos entre a maior savana
do mundo em biodiversidade cerrado (contem 1/3 da biodiversidade brasileira)
e o bioma amazônico tropical.
Um perigoso desequilíbrio ecológico pode reduzir drasticamente
reservas de água do cerrado e de fontes do aquífero Guarani, trazer
desertificações, aniquilamento de toda uma cadeia entomológica vital para
polinização de plantas e para o reino vegetal, de pequenos roedores, pássaros
45
e ainda desequilíbrio no ciclo de chuvas e/ou estiagens contribuindo para
resultados como a grave situação atual da seca nordestina - onde também
corrobora a histórica falta de estruturas de acolhimento aos pobres e
interioranos (pequenos agricultores e camponeses).
As elencadas políticas devem ser imediatamente executadas pelo
Governo Federal visando alguma resposta ao avanço da monocultura de soja e
gado em detrimento aos já poucos corredores ecológicos
cerrado/caatinga/bioma amazônico, podendo pela devastação sistemática
desses corredores, sumiço de rios, plantas e animais. Paradoxalmente, a
retórica produtiva de defensores e pesticidas fica por conta do Agrobussiness.
Falácias e mais falácias! Retórica acerca da produção de alimentos onde – a
agricultura familiar responde por aproximadamente 57% do consumo de feijão
e mais de 50% no consumo de mandioca ou abóbora de todo o Brasil.
Por uma sociedade atenta ao seu capital biológico,
arqueológico/paleontológico de seus sítios e reservas. Ao seu potencial na
produção de remédios e tratamentos de doenças e ao mafioso processo de
patenteamento de produtos genuínos brasileiros. Que o Brasil reformule
parques industriais, que o Brasil inove tecnologicamente para dar vazão a todo
esse potencial citado acima.
Por um Brasil que mude a configuração de sua balança comercial. Que o
Brasil se liberte do débil ciclo neokeynesiano de financiamentos públicos em
somente tempos de crises sistêmicas e passe a investir na agricultura dos
pequenos, barateando o acesso a tecnologia e sementes, impactos positivos?
Sim, tanto na saúde, na educação, como nas relações sociais e direitos
fundamentais. Hoje o Brasil materializa isso com 21 bilhões para a agricultura
familiar.
Que o Brasil possa aumentar consideravelmente suas rubricas nas
áreas estratégicas e de inteligência e que possa finalmente produzir não só
commodities, mas bens duráveis e de alto valor agregado. Que o Brasil possa
desfrutar educacionalmente da jazida pré-sal e da tecnologia dos
biocombustíveis e demais fontes alternativas de produção de energia limpa.
46
Que o consumo interno e o fortalecimento da produção básica – seu
superávit primário não seja estancado pelos juros capitalistas impagáveis.
Hoje, o Ministério de Guido Mantega – já sinaliza para uma sobretaxa de 2%
para capitais especulativos internacionais que tem por intuito lucrar com as
riquezas brasileiras mas sem nenhuma contra partida social. Enfim, por uma
nação politizada e atualizada e sejam tais assuntos pauta perene de uma
agenda institucional referendada por um projeto de Brasil livre, libertário,
humano, pacato, democrático, deliberativo de base, transparente e virtuoso
também com as gerações futuras.
Diante dessa superficial síntese de Brasil por meio de um relato político
de valor narrativo como lócus de onde fixamos nossa ética educacional.
Servindo como uma digressão textual donde surge o contexto do Projeto I,
explorando uma atividade do Instituto de Psicologia8, construção de máscaras
artísticas a base de gesso, como atividade voltada para uma reflexão sobre a
politica manicomial no Brasil entre os anos de 1920 e 1980. Atividade essa,
prevista e financiada pela Semana Universitária da UnB (2008), sob o título de
Máscaras – Singularidades e Expressões (IP/CAPS Paranoá 2008).
Seu título foi: “Brasil, mostra sua cara. Possibilidades cívicas em ações
terapêuticas antimanicomiais” (2008). Suas atividades consistiram num ensaio
fotográfico da Casa da América Latina (2008) com diversas máscaras e seus
simbolismos e depois a criação da própria máscara em gesso e tintas como
parte integrante das atividades do IP/CAPS para a Semana Universitária de
2008.
Sua relevância social foi trabalhar assuntos relacionados à subjetividade
dos loucos (aspas) e sobre o papel terapêutico, diante da atual política e
prática antimanicomial do Brasil, cujo ápice foi Barbacena (1980), história
conhecida como - o holocausto brasileiro, onde sessenta mil brasileiros foram
8 MÁSCARA - SINGULARIDADE E EXPRESSÃO Área temática: Cultura Objetivo: Possibilitar
um espaço de vivência compartilhada e levantar sugestões sobre o que o rosto expressa e se o rosto é uma máscara. Permitir um ambiente de livre troca, de criação artística e reflexões sobre a máscara, o rosto e a subjetividade. Executor: Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento. Coordenação: Regina Lúcia Sucupira Pedroza. Local: Instituto Central de Ciências - Sala BT 048Informações: 3307-1508Público-Alvo: Comunidade acadêmica e usuários do CAPS Paranoá; Fonte: Portal DEX - UnB 2008.
47
esquecidos nos hospícios e hospitais do Brasil entre os anos de 1910 e 1980
sem qualquer política clara do estado.
Em outros capítulos, trataremos mais sobre a recente democracia
brasileira com seus avanços mas também retrocessos históricos, legislação
educacional, juventude ou ação docente. Aqui, cabe salientar, que durante todo
nosso percurso acadêmico a loucura, a demência, os esquizofrênicos e o
psiquismo, sempre estiveram presentes, como objeto de estudo – também se
perfazendo uma das dimensões dos “esfarrapados de Paulo Freire”,
existências pelas quais, dá causa a minha prática pedagógica.
Fica registrado, o movimento de análise feita nesse primeiro projeto. Ora
evidenciando a sociedade brasileira, a se perguntar se é possível reinventar o
Brasil onde essa juventude não é cantada somente quando canta Cazuza
“Brasil, mostrar sua cara” (CAZUZA, Álbum: Ideologia (1987), Faixa: Brasil),
mas que parte dessa mesma sociedade brasileira que “agora assiste a tudo,
em cima do muro” e que precisa de “uma ideologia para viver” (IDEM, 1987a,
Faixa: Ideologia), ora evidenciando a subjetividade cujo campo foi explorado
pela oficina de máscaras realizada como parte das atividades de nosso Projeto
I. Ou seja, entendimento do contexto social do Brasil, para fundamentar as
atividades sobre a subjetividade da juventude brasileira em termos também
cívicos, refletindo sobre a atual política manicomial do Brasil, um crime estatal
e social raramente falado porém bem pesquisado mas ainda não resolvido.
Essa reflexão foi a criação, por meio de oficinas de máscaras com
gesso, água, tinta e liga de gesso como atividade artística do CAPS Paranoá,
feita na Universidade de Brasília em 2008.
As máscaras de gesso são um produto coletivo, por isso de sua
capacidade terapêutica – no contato com o outro, com a sensibilização
orientada por profissionais da área se torna atividade pertinente na saúde e
também na educação.
Existe uma extensa literatura e um trabalho muito bom de Nádia Reigota
Soares (2011) IDA/UnB orientada por Cecília Mori Cruz (2011) IDA/UnB, sobre
o uso das máscaras como instrumento pedagógico. Seu trabalho de conclusão
48
de curso também ajuda a contextualizar essa atividade muito intuitiva e que
somente pode ser realizada em comum, em conjunto.
1.3 - Projeto III – Fase I – As representações sociais da escola moderna e
a gestão da escola pública brasiliense. Escola e gestão consensual ou
escola e gestão contraditória?
A Teoria das Representações Sociais e o Grupo de Pesquisas em
Psicologia Social e Educação da Faculdade de Educação da Universidade de
Brasília, foram os lócus teóricos e institucional que construímos nossas três
pesquisas do projeto três, durante um ano e meio de pesquisa. Cada pesquisa
com seu objeto específico de investigação e cada pesquisa com seus históricos
e suas conclusões próprias, sendo todas elas orientadas pela Professora
Doutora Teresa Cristina Siqueira Cerqueira – FE/UnB.
Na leitura crítica dos informes (Anexo) das pesquisas realizadas no
projeto três, cuja área educacional foi as Representações sociais e uma e
somente uma variável do campo educacional traz um pequeno recorte de um
ano e meio de pesquisa. Nesse recorte crítico, entendemos que atende nosso
objeto de pesquisa em sua totalidade. E por sua natural delimitação de objetivo
de pesquisa, não faria sentido citar todo o conteúdo desse um ano e meio de
pesquisa na área de Representações Sociais. O Memorial ficaria muito extenso
e sem fluidez de leitura e avaliação. Tornaria cansativo e de fácil risco de fugir
do tema ou para obscurantismos. Seu caráter reduzido, não reducionista é
intencional, trata-se de um Memorial Reflexivo de aspectos formais, mas
também informais de como foram criadas, algumas peculiaridades históricas,
algumas descrições do contexto político e situacional que foram escritas.
Além disso, defendemos que esse memorial, necessariamente deve ter
um princípio de unicidade, pois seus capítulos dependem uns dos outros.
Talvez um aspecto do Memorial que não se encontre no presente capítulo,
possa ser encontrada em um capítulo seguinte, ou nos eixos e temas de
pesquisa que são correlatos.
O registro reflexivo proposto por COUTINHO e TELES (2014) como
ferramenta complexa para nosso letramento acadêmico, onde a mesma
49
transita em inúmeros campos da educação ao mesmo tempo em que explora
também minha subjetividade. Por isso, não segui sempre uma lógica de
capítulos, mas enquanto obra que não pode ser lida ou interpretada por trechos
isolados, mas em sua totalidade.
Nessa primeira pesquisa, tivemos o desafio de desenvolver uma
pesquisa semi-estruturada, juntamente com o Grupo de Pesquisa em
Psicologia Social e Educação (GRUPPE) composto por alunos da graduação e
pós-graduação da FE/UnB além da orientação extensiva da Profª Drª Teresa
Cristina Siqueira Cerqueira – FE/UnB e outros professores e pesquisadores na
área de Psicologia Social e Educação e Representações Sociais sob a
perspectiva de Serge Moscovici (2003), JODELET (1994), JOVCHELOVITCH
(2000), ABRIC (1994) e CERQUEIRA et al (2010) acerca das relações entre a
escola e gestão escolar.
Esses autores trazem contribuições importantes para todo o projeto, por
que já propõem planos e instrumentos de interesse social e acadêmico como a
gestão escolar, os saberes, e os saberes docentes. Ajuda a guiar nosso
entendimento sobre as características de categorias como psiquismo,
sociedade, cultura ou ética profissional. Além de uma grande experiência
acumulada no bojo de se fazer pesquisa semi-estruturada e conjunta, com um
grupo de pesquisa heterogêneo e com educadores que convergiam para uma
matriz teórica, a matriz de Moscovici (2003) acerca das Representações
Sociais, apesar da pluralidade na forma de pensar a educação desse conjunto
de pesquisadores citados.
Nessa primeira pesquisa e fase, diante da Teoria das Representações
Sociais (TRS), isolamos por meio de um instrumento de pesquisa por
evocações9 tendo por objetivo captar qual seriam os conteúdos registrados, já
naturalizados10, já comumente usados no discurso ancorado11 justamente nas
9 Evocação, enquanto dado manifestado do pesquisado e que vai para uma composição lógica do
software EVOC (2003) e que depois vai ser analisado pelos pesquisadores do GRUPPE à luz do que falam os teóricos para corroborar ou refutar parcialmente esses mesmos teóricos. 10
Termo pertencente à TRS que significa: Aquele conhecimento consensual na sociedade. Conteúdo simbólico e imagético aceito pelos homens e que permanece por um período na história desses conteúdos representativos. 11
Ancoragem, ou discurso “ancorado em”, “baseado em”, “aprendido de”. Ancoragem para a TRS tem poder prescritivo. São os referenciais discursivo da língua, imagens mentais compartilhadas que
50
Representações Sociais, sobre a gestão escolar. Que por momentos se
manifesta consensualmente perante seus atores, ora contraditória em toda a
extensão de gestão educacional, dentro de uma pequena amostra de gestores
e diretores pesquisados em escolas públicas e particulares da Região
Administrativa do Plano Piloto. Essas foram nossas parciais conclusões.
De forma sucinta, para MOSCOVICI et al (2003 p.48 em diante) as
Representações Sociais são: a) Convenções sociais, b) Conteúdo
simbólico/icônico compartilhado naturalmente por uma sociedade, c) São
prescritivas, d) Torna o não-familiar em familiar, e) Sistemas cognitivos
pertinentes a um grupo social, f) Julgamentos, a rotulação, a classificação de
um objeto g) Ideias com potencial material, h) Ideias e imagens mentais, que se
condensam em torno de um núcleo representativo ou de um signo, i) Torna o
que é dual em uno (tem por função resolver parcialmente contradições da vida
e comunicar algo SOCIAL ao Outro), j) Complexo de ideias e imagens que
passa de uma dimensão simbólica para uma dimensão real do pensamento e
das ações, k) Sua natureza é tanto social quanto psíquica.
A restrição mais profunda da pesquisa foi a falta de mais dados de
campo, bem como, uma utilização mais profícua do instrumento de pesquisa.
Porém, até o silêncio dos entrevistados foi levado em consideração. Inúmeras
escolas particulares não responderam o instrumento de pesquisa (modelo
análogo em anexo).
Mesmo com uma pequena amostra de dados, porém o suficiente para
que o software EVOC tirasse suas conclusões mecânicas acerca das
representações sociais e da variável escolhida, aqui, a busca de característica
manifestada pelos próprios gestores e diretores das escolas pesquisadas que
uma gestão escolar pode se manifestar numa escola de forma consensual mas
também se manifestar na mesma escola de forma contraditória, onde ambas as
dimensões convivem no mesmo tempo histórico e no mesmo espaço
geográfico.
sustentam CULTURALMENTE àquilo que o emissor da mensagem quer dizer. Como alguns elementos desse discurso tem um caráter social, o discurso é quase sempre entendido. Inclusive entonações, gírias, figuras de linguagem, a ironia, a retórica, o gestual ou o teor científico ou poético de conceitos ou uma obra literária.
51
Como metodologia de pesquisa, admitidos a pertinência de BARDIN
(1977) que analisa a dimensão da palavra em relação à representação social
relacionadas e associadas da categoria pesquisada. Na verdade, seria onde a
Representação Social melhor se manifesta, se cristalizando mais nitidamente
no núcleo representativo (termo de ABRIC 2004a). Nessa pesquisa, por meio
de uma gestão (assim como escola) consensual mas que também se
manifestando de forma contraditória.
Os informes (anexo) foram eficazes ferramentas para coordenar o
GRUPPE no respectivo semestre, bem como ter uma função de sistematizar
demandas, mas principalmente motivar, diante tantos desafios teóricos e de
campo com poucos recursos para a pesquisa.
Em outras palavras, para convergir com o título desse capítulo a
pesquisa em si realizada durante um semestre, considerou também:
1) Analisar e entender como se processa a polifasia cognitiva das
representações sociais sobre a escola pela perspectiva reducionista da gestão
escolar;
2) Identificar no núcleo das representações sociais dos gestores
escolares a atuação de outros agentes escolares que compõe a prática da
escola pública dada a característica das RS de serem multidimensionais e de
serem constituída por múltiplos fatores e inclusive ter sua raiz em consensos
sociais, em conhecimentos naturalizados;
3) Identificar as representações sociais advindas do “jogo de
culpabilizações” dos agentes e atores escolares (todos eles: pais,
professores, alunos, gestores, comunidade, sindicatos, partidos políticos,
associação de moradores) concernente ao fracasso escolar;
4) Identificar as representações sociais advindas do “jogo de
culpabilizações” dos agentes e atores escolares (todos eles: pais, professores,
alunos, gestores, comunidade, sindicatos, partidos políticos, associação de
moradores) concernente às imagens e estereotipias (já naturalizadas pela
sociedade escolar) da escola pública atual.
52
5) Abrir outras frentes de pesquisa sobre a temática acerca da escola
moderna e sobre a gestão escolar.
Em termos auto-avaliativo, dentro da experiência na linha de pesquisa
de CERQUEIRA (2010), entendemos essa pesquisa semiestruturada como a
pesquisa que possui o maior potencial de ser publicada conforme experiência
também de CERQUEIRA et al (2012) tornando público essa campo de
pesquisa, bem como materializando em projetos de publicação dos respectivos
artigos escritos conjuntamente com o GRUPPE. Provavelmente um narcisismo,
dada que a atual pesquisa foi escrita pelo autor desse Memorial Reflexivo em
toda sua extensão, exceto a captação de dados de campo realizada por todos
do grupo. Esperamos que essa experiência seja divulgada para o máximo de
pesquisadores da educação aqui no DF e Brasil e que futuramente entre no
cronograma de publicações na área das editoras responsáveis.
1.4 - Projeto III – Fase II - Subjetividade e Representações Sociais dos
Professores sobre os saberes da experiência docente.
Nesse projeto, o Grupo de Pesquisas em Psicologia Social e Educação
da FE/UnB (GRUPPE), com a orientação da Profª Drª Teresa Cristina (2010),
tiveram por foco, as Representações sociais envolvidas e captadas acerca dos
saberes da experiência docente.
No anexo que consta o Informe 04, vemos que, os discentes em
Pedagogia pesquisados (100 participantes), os discentes representam mais
fortemente o conhecimento como conhecimento científico e inclusive taxando
outros saberes. A questão mais a frente, será mais bem explicada.
Vemos em anexo, um modelo de instrumento de pesquisa utilizado
nessa pesquisa. De forma análoga, serve o modelo para demonstrar o
desenvolvimento da metodologia por evocação do Projeto três também para as
outras fases.
Temos que levar em consideração também que os 100 participantes
iniciais nessa fase, se converteram em 80 participantes por enganos do grupo
de pesquisa em lançar de forma duplicada 20 questionários - esse engano foi
identificado pelo autor ao fazer a contra prova na contagem dos questionários
53
físicos. Isso não invalidou a pesquisa em si, por que foi corrigida ANTES das
análises do software EVOC 2003 (Ensemble de programmes permettant
l’analyse des evocations) e antes das análises dos pesquisadores e autores.
Essas análises, após passar pelo EVOC (2003) geraram dois relatórios
de dados: Um espelho geral de todas as evocações e o espelho dos principais
quadrantes da representação social dos alunos de Pedagogia, sobre os
saberes docentes. Nessa pesquisa concluiu-se que saberes, era representados
como conhecimentos que foram evocadas por categorias como: a) formal e
informal, b) científico e sem respaldo científico, c) científico e outros saberes.
Torna então evidente, que para os 80 pesquisados, no curso presencial
da Pedagogia da UnB e de universidades particulares que saberes são
conhecimentos científicos, geralmente categorizados com um contra ponto
como: “saberes diversos”, “sem respaldo”, “informal”, “subjetivo” ou “popular”.
As conclusões de pesquisa que quase de forma unânime com os
discentes pesquisados (oitenta) do curso presencial da Pedagogia, sobre os
saberes docentes, sua grande maioria citou de forma mais contundente, que os
saberes, são os saberes científicos de forma primeira e depois os saberes, sem
“respaldo” ou “popular”. Uma imensa crítica pode ser feita a essa conclusão no
tocante a central importância da ciência para as representações sociais dos
futuros pedagogos (as) da Universidade de Brasília.
Para essa fase do nosso projeto três, os desdobramentos em outras
pesquisas poderiam ser feitas com perguntas como: a) Que representação
social tem os pedagogos (as) da UnB sobre ciência? b) Que representação
social tem os pedagogos (as) de ciência pública? C) Que representação social
tem os docentes da ciência pensada no PCN e das atividades que realizam
eles professores nas escolas que atuam? Dentre outras.
A contribuição geral para esse projeto foi a atuação na coordenação do
GRUPPE pelos informes (anexo), bem como na construção da memoria de
todos os cálculos gerados da tabulação dos consolidados dos dados de campo
e em aproximadamente 15-20% do texto escrito final.
54
1.5 - Projeto III – Fase III - As Representações sociais modernas da
subjetividade na graduação da Pedagogia da UnB no ano de 2013.
Conceito representativo, categorias e características das evocações dos
discentes da graduação da Pedagogia sobre o fenômeno da
subjetividade.
As Representações sociais modernas da subjetividade na graduação da
pedagogia da UnB no ano de 2013. O conceito representativo, categorias e
características das evocações dos discentes da graduação da Pedagogia da
UnB, no ano de 2013 sobre o fenômeno da subjetividade formaram o objetivo
dessa pesquisa, que assim como feito nas outras pesquisas, separamos
somente e somente a subjetividade como objeto de investigação.
Seu título foi deliberado em: As Representações sociais modernas da
subjetividade na graduação da pedagogia da UnB no ano de 2013. Conceito
representativo, categorias e características das evocações dos discentes da
graduação da pedagogia sobre o fenômeno da subjetividade, tentando
estabelecer quais as ideias principais, quais as imagens mentais mais vistas,
prescritas e verbalizadas entre os educadores da Universidade de Brasília
dentro de um universo pesquisado de 96 (noventa e seis) discentes no ano de
2013 no campus Darcy Ribeiro sobre sua própria vida de educador (a), bem
como essas ideias representadas se transformam em comportamento concreto,
por meio de ações concretas.
Aqui, a subjetividade foi muito relacionada a “personalidade”, “ao
sujeito”, “ao mundo interno das pessoas”, ” aos pensamentos” “aos gostos,
cultura e hábitos” dos educadores em sala de aula.
Com isso, nossos pares foram pesquisados, ver instrumento nos
anexos, sobre como verbaliza, como entende de forma representativa os
pedagogos (as) da Universidade de Brasília e de faculdades particulares, em
três delas, sobre a subjetividade dos próprios professores na educação.
A pesquisa conclui de forma crítica, sob a égide da Teoria das
Representações sociais, que ainda existe uma atitude passiva e de
desresponsabilização do discente em Pedagogia em relação à padronização
do ensino concernentes a: 1) Currículo e legislação pedagógica,
55
2)Cientificismo, 3) Não domínio do conhecimento, 4) Não domínio do Processo
de Ensino e Aprendizado ou didática.
Para o item dois, um paradoxo de ideias entre os Pedagogos (as) 12 pois
na pesquisa passada sobre os saberes docentes, esse mesmo grupo
pesquisado representa conhecimento com conhecimento científico, mas em
termos de subjetividade essa categoria cientificismo é vista nas evocações
livres pesquisadas. Talvez ainda, uma concepção leiga, superficial ou
incompleta de ciência, o que é bem normal na graduação.
A subjetividade nessa pesquisa, ora se manifestou de forma
representativa (sob a égide do modelo de Moscovici 2003) a elencar o mundo
interno dos professores, mas também concluiu criticamente que essa
subjetividade também tem características de passividade, insegurança e
aceitação de determinismos na realidade educacional, além da padronização
do processo de se ensinar e aprender conforme as categorias acima citadas.
O complemento dessa pesquisa para melhor entender a realidade
representativa, seria arrolar dados no EVOC, mas pesquisando as
representações sociais dos pedagogos (as) sobre que o entendem sobre a
dimensão institucional da educação, aqui, no caso para grupo pesquisado,
perguntar o que entendem sobre a UnB como instituição de ensino e de
fomento do conhecimento científico e de outros saberes? Qual o papel
representativo da instituição UnB para a educação e sua prática de sala de
aula? Qual a imagem que naturalmente se forma no pensamento dos discentes
em Pedagogia da UnB, sobre a própria UnB como instituição (talvez análoga a
escola que estudou).
Outra série de argumentos que poderiam ter sidos explorados nessa
pesquisa, mas que não foram realizados foi explorar as conexões existentes
12
Outro paradoxo metodológico surge. Não necessariamente os oitenta pesquisados no Projeto III, fase II, perfizeram os noventa e seis pesquisados no Projeto III, fase III. Porem, como a natureza das Representações Sociais, são primeiramente “ideias e imagens compartilhadas socialmente”, para efeito de composição de argumentação para esse Memorial, generalizamos e estendemos a um único universo pesquisado ao afirmar, “esse mesmo grupo pesquisado”. O que, a rigor, não é o mesmo grupo e distorções podem ocorrer. Entendemos como uma fragilidade superada pela própria natureza das Representações Sociais, enquanto ideias compartilhadas socialmente. Esse comentário metodológico em momento algum trouxe para o autor alguma contradição de argumento. Porém ainda não chegamos a qualquer conclusão razoável sobre essa questão de pesquisa. Inclusive em sentido epistêmico e metodológico.
56
entre as fontes das diversas escolas da psicanálise e da escola da teoria das
representações sociais, que bebe dessa última fonte para traçar algumas
características da subjetividade dos Pedagogos (as) diante da impossibilidade
de seu objeto de estudo e trabalho – a educação e seus fenômenos inerentes.
O autor, por ser um dos pesquisadores do GRUPPE com mais traquejo
na realização dos cálculos necessários para o momento (regras de três e
porcentagens gerais) ficou responsável, nesse semestre para tais atividades,
porem grande conteúdo das visões diversas do GRUPPE também foi gerado
mas que não compôs versão do texto final do projeto em questão.
Em todo esse hum ano e meio de pesquisa na linha das Representações
Sociais, fica marcada a extrema inocência política e até um comportamento de
romantizar/infantilizar os fenômenos educativos por vezes pintando todo o
curso num mosaico de flores, rosas, lirismo com práticas e atividades lúdicas.
Essa escola não existe, toda escola possui consensos e bons projetos
(inclusiva para proporcionar arte e saberes) mas também contradições e
conflitos – e tudo acontecendo no mesmo tempo histórico e nos mesmos
espaços escolares.
Corroborando com a visão de Leandro Lajonquière (2002) para o portal
Scielo em artigo intitulado “A infância, os adultos e a ilusão de um futuro” –
publicado em Outubro de 2002 onde a educação está na ordem das
impossibilidades pois, os educadores situam na modernidade, a Pedagogia
como um “justificacionismo naturalista” (idem p.05), ou seja, da certeza de que
existe uma naturalidade ideal entre a intervenção pedagógica e onde se fixa a
“ética do desejo” desse educando (sujeito inconsciente) cuja dinâmica desse
desejo que não controlamos, mas somos controlados por ele.
Em resumo, uma impossibilidade freudiana ou psicanalista por que a
educação sempre castra, ilude e restringe a fruição da energia psíquica
(catexia) dos desejos do sujeito inconsciente para a dinâmica castradora da
educação. Nosso desafio enquanto educadores seria um optimum (ideal de
relação educacional) adquirido sem qualquer garantia pré-estabelecida nos
espaços onde se manifestam os fenômenos educacionais.
57
1.6 - Projeto IV – Fase I e II - Itinerários formativos e orientação
profissional – integrando modalidades de educação e direcionando a
política pública a serviço daqueles que mais necessitam. Pesquisa
integrante do edital CNPq – PQ – 2011.
“No princípio era o trabalho”. VIGOTSKI in GOETHE (1984).
Durante um ano sem interrupções, construímos nosso projeto IV em
duas fases acerca do mundo do trabalho e dos trabalhadores da Ceilândia em
seus itinerários de trabalhadores. Em outras palavras, como esses itinerários
se expressam em campo tendo por mote teórico as proposições do professor
orientador Remi Castioni (2011) in CDT/UnB 2011.
Uma das conclusões que chegamos diante das pretensões de tornar
submisso o homem e seu trabalho perante o capital e essa mesma entidade
global, o capital, em sua aridez de oportunidades para organizar o povo, traz,
nesse momento histórico, uma maior necessidade de radicalizar o mundo do
trabalho para radicalizar o mundo da educação.
Essa pesquisa etnográfica e semi-estruturada, financiada pelo CNPq e
orientada pelo Doutor Remi Castioni PAD/FE/UnB no ano de (2011), num
primeiro momento de cronograma, teve seu foco em descrições decompostas
da dinâmica da sociedade brasiliense no ano de 2012 no que tange itinerários
de trabalhadores em geral, identificados em nove horas de visitas de campo na
região central de Brasília que teve por finalidade; criticar por quadros
explicativos e reduzidos (portanto amplamente falseáveis) como o trabalhador
do DF, que se utiliza da estrutura da Rodoviária e região pública central pode
ter acesso a informações empregatícias\empregos e ao mesmo tempo seguir
seus itinerários de volta para casa e como também essa sociedade em
movimento na região central, responde publicamente àqueles trabalhadores
que mais necessitam. Iniciaram-se as investigações e produções em dezessete
de Maio e seu término em cinco de Outubro de 2012.
Mapeamos também in locu nenhuma estrutura pública que faça a
conexão acessível para deficientes (rampas, sinalização sonora e tátil)
Rodoviária Central para a Agência do Trabalhador/SINE/MTE Asa Norte a
58
cerca de 800 metros a diante da plataforma superior da Rodoviária central de
Brasília. A agência do SINE Asa Norte em si, possui acessibilidade com rampa,
atendimento direto, sinalização tátil, mas o trajeto até a agência não.
Em um segundo momento, com uma profunda descrição da conjuntura
do sistema capitalista na atualidade após crise de 2008 e uma conjuntura
mundial totalmente diferente num contexto de influência do século XX,
principalmente advindo das duas grandes guerras, guerra fria e um
desenvolvimentismo brasileiro para atender uma crescente demanda social e
acadêmica e técnica no tocante aos itinerários dos trabalhadores do DF, mas
mais especificamente focando um determinado objetivo.
Faz necessário registrar que esse desenvolvimentismo e trabalhismo
brasileiro (aspas) se torna mais visível com o governo da era de Getúlio Vargas
(1930-1945) e seus reflexos no campo educacional.
Das premissas dos relatórios de CASTIONI et al (2011) in CDT/UnB
(2011) e que foram corroboradas pelas etnografias de campo foram:
a) Quando, in locu, vemos questões sobre a identidade do trabalhador em
conflito com o mercado, visando emprego por meio de indicadores como a
aparência, local que reside e a facilidade de expressão. Esse trabalhador
extremamente tímido, porem com sua subjetividade, teve uma imensa
resistência a atividades escrita no preenchimento do instrumento de pesquisa,
se fazendo, para efeito de pesquisa mais rico e fluido as conversas informais
dentro da agência do trabalhador com esses ceilandenses pesquisados. (p.
26).
b) Quando aponta que inúmeros pesquisados mostram preocupação em levar
ao mesmo tempo, o estudo e o trabalho para ajudar a família. (Idem p. 26a).
c) Quando identifica uma estética do capital ao constranger centenas de
cidadãos exigindo foto em currículo profissional, caracterizando
constrangimento ilegal. E de fato, captamos essa questão em campo.(Idem
p.26b).
59
d) Corrobora-se CASTIONI (2010) in CDT/UnB (2011) quando o perfil dos
trabalhadores (as) que frequentam a Agência do Trabalhador da EQNM 18/20
da Ceilândia Norte de jovens, desempregados/assalariados, identificou-se uma
proporção de duas mulheres para cada um homem e todas as mulheres com
filhos pequenos;
e) Quando a Agência do trabalhador da EQNM 18/20 da Ceilândia Norte
possibilita acesso ao emprego, corroborando CASTIONI (2011), apesar da
restrição de 70% de não relação apresentada em longa análise documental e
estatística do SINE em todo o Brasil, do número das vagas oferecidas com o
número da vagas ofertadas pelo SINE-DF;
f) Quando a pesquisa de campo converge a realidade vista em campo
corroborando CASTIONI (2011) e as diretrizes da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) referente aos resultados entre políticas interministeriais
(MEC/MTE) e a própria OIT nos seguintes termos sobre o trabalho descente: (i)
mais e melhor educação; (ii) conciliação entre estudos, trabalho e vida
familiar;(iii) inserção digna e ativa no mundo do trabalho; (iv) diálogo social.
Essas situações foram as variáveis que envolveram os itinerários dos
trabalhadores do Distrito Federal ao buscarem o SINE, analisamos situações
como a concepção do trabalho como função social e constitutiva ontológica do
homem, passando pelas inter-relações entre o formalismo burocrático e
patrimonialista das agências do trabalho e o subjetivismo do trabalhador
brasiliense até algumas considerações sobre a variável indústria, num contexto
de desindustrialização e inflação considerável numa economia voltada para o
terceiro setor, relativa baixa produção primária e quase a nulidade do setor
secundário no DF.
Nesse trabalho, identificamos e especificamos, dos registros
quantitativos e qualitativos de CASTIONI et al (2010) as ações concretas da
agência do trabalhador da Ceilândia - DF sobre orientação educacional e a
percepção do mercado de trabalho (sob a metodologia de entrevista em
profundidade) com dois trabalhadores que procuraram voluntariamente
qualificação e/ou orientação profissional na agência do Trabalhador da EQNM
18/20 da Ceilândia Norte – DF.
60
Estudo não longitudinal do tipo survey, mas crítico, pontual e de restrito
escopo de ações (mas que se utiliza dos censos quantitativo de larga escala de
CASTIONI (2010) in CDT/UnB, visando somente identificar e especificar
situações históricas dos itinerários de dois trabalhadores ceilandenses em
situação de desemprego, no que tange não somente subjetividades, mas
outras variáveis que coloca o próprio itinerário do pesquisador e do pesquisado
em situações de pesquisas abordadas e relevantes para esse levantamento.
A situação se tornou cada vez mais clara quando também instituímos
algumas situações de pesquisa que darão o devido fundamento aos relatórios
de CASTIONI (2010), o próprio tensionamento de classe que deu origem às
desigualdades sociais e processo histórico que de um lado ajuda a tornar mais
completa nossa visão de mundo – não a única e ou a única verdadeira mas
uma visão pautada num problema objetivo e específico, por meio de conceitos
das ciências sociais e da educação para traçar reflexões pertinente talvez de
algumas dimensões das políticas interministeriais do Trabalho e Educação em
sua natureza qualitativa/descritiva ao invés de levantamentos de maiores
escalas de dados.
Além da legislação brasileira – a perspectiva de sistematização de
políticas trabalhistas para além do espontaneismo pedagógico, mas pela
construção diária de espaços que se propõem serem fomentadores da
criatividade e difusores do conhecimento. Tudo isso reflete no Plano Nacional
de Qualificação Profissional (PNQ) e nos desempregados que engrossam a fila
do salário desemprego e outros índices socioeconômicos.
As conclusões de pesquisa novamente retornam para nossa conclusão
maior, da necessidade de radicalizar o mundo do trabalho, para radicalizar o
mundo da educação.
CAPÍTULO 2 - Cadernos de campo sob a perspectiva de pesquisa em
Processo de Alfabetização e Letramento e Geografia e Educação.
A escola é a extensão da realidade do mundo, institucionalizada de
forma acertada pela compilação de experiências históricas no campo
educacional. Para nós, negar o direito à escola pública aos alunos do Brasil
seria negar toda essa rica compilação de experiências históricas na educação,
além de ser para seus agentes públicos, em casos que se nega materialmente
61
a escola a uma criança, o crime de prevaricação – dada sua obrigatoriedade
legal.
Essas extensões pedagógicas, fora da rotina das aulas e da Faculdade
de Educação, são um poço sem fundo de memórias e de aprendizado vivo. A
etnografia e a sabedoria dos mestres que nos orientaram perfizeram uma
profunda dinâmica de aprendizado, e isso acontece até os dias de hoje.
Para nossa memória foram atividades que funcionaram como uma
marca indelével de nossa transformação de leigo em educador em sentido
teórico. Os cadernos de campo expostos a seguir materializam os dizeres
acima.
2.1 – Caderno de campo – Processo de Alfabetização e Letramento
na Escola 407/Norte.
Esse caderno de campo foi desenvolvido por meio de uma experiência
etnográfica, foi nossa primeira experiência quando falamos de captação de
dados de campo, voltados para a avaliação de cadernos de quatro educandos
inicialmente e de forma mais aprofundada de dois educandos do ensino
fundamental. Caderno de campo que foi também escrito pela Pedagoga Rachel
Acatauassu (2010). Uma aluna pesquisada era deficiente no universo inicial de
quatro alunos. Seu tema foi: A Avaliação Pedagógica: Parâmetros,
Planejamento e Gestão do Processo de Alfabetização e Letramento na Escola
Classe 407 Norte para as séries iniciais. Da Constituição cidadã de 1988 aos
desafios do PNE (decênio 2011-2020).
Os autores propuseram para estabelecer sua metodologia em situações
problema sobre o processo de alfabetização e letramento para o caso concreto
da Escola Classe 407/Norte que serviram como indicadores para a categoria
educacional avaliação do processo de alfabetização e letramento. Alguns
exemplos segundo ACATAUASSÚ e PEREIRA (2010):
Situação 14: Em seu PPP, a escola classe 407 Norte deixa clara sua
estratégia para alfabetizar e letrar seus educandos?;
Situação 15: Se sim para a situação 14, qual o método? Tal método
está fundamentado em literatura pedagógica e científica?;
62
Situação 16: Aplicam-se estratégias pedagógicas claras para identificar
o universo vocabular da classe?;
Situação 17: Se sim para a situação 16, existem diferenças muito
acentuadas entre educandos?;
Situação 18: Podemos identificar homogeneidade de conhecimento
vocabular da classe em questão?;
Situação 19: Podemos identificar heterogeneidade de conhecimento
vocabular e da língua materna da classe em questão? Se sim, as diferenças
são grandes ou pequenas entre os educandos?;
Situação 20: Caso se identificado em sala, uma grande diferença de
conhecimento geral da língua materna, o que fazer objetivamente para lecionar
para todos?;
Situação 21: Para efeito metodológico pedagógico, identifica-se na
escola classe 407 Norte, circunstâncias “tais” e material (qualitativo) para
elaboração de um estudo de caso, visando avaliar o processo de alfabetização
dos educandos em questão?;
Situação 22: Quanto ao método soletração de forma “saltitada” (ou seja,
sugerir ao educando sílabas fáceis e intercaladas com sílabas mais difíceis)
identificamos tal estratégia na escola em questão?
Situação 25: Vemos a aplicação didática do docente da escola em
questão, para o processo de alfabetização a utilização da sequência (podendo
ser intercalada ou não) das consoantes:
a) v, d, l, m;
b) p.g,r,t;
c) b,s,j,n;
d) f,c,z,x;
e) h;
f) Dígrafos (nh, lh, ch);
g) Cedilha, til, rr, q.
63
Em outras palavras, sugeriu como objetivo de pesquisa de campo,
clarificar as questões inerentes à avaliação no Processo de Alfabetização e
Letramento para a melhoria da prática docente e da eficiência do ensino
público fundamental conforme previsto em lei. Não se trata de um modal
didático ou um guia sobre a avaliação ou sobre como avaliar educandos das
séries iniciais. Mas uma sistematização histórica e crítica de possíveis
parâmetros científicos conforme (FERREIRO 1985), ferramentas de
planejamento (LUCK 1991) e gestão da avaliação pedagógica, sob o fulcro
teórico de MEDEL (2008), BELLONI (2002), YAZBECK (2002), GANDIN
(2004), PADILHA (2002) in FREIRE (1996), no Processo de Alfabetização e
Letramento dentro do contexto da redemocratização do Brasil iniciada em 1988
e do novo PNE (decênio 2011-2020) no segundo ano fundamental da Escola
Classe 407 Norte situada em Brasília, Distrito Federal.
Conclui com uma ampla análise dos dados coletados de quatro alunos
que naturalmente vieram conversar com os autores e que conjuntamente com
a visão de VILLAS-BOAS (2004) admite “ter a avaliação com o objetivo de
ensinar”. Notem que tal situação é também se fixar numa ética.
Retornando à dimensão micro dos dados colhidos na Escola Classe 407
Norte em Brasília é que vemos como que a prática docente segura, ou seja,
pautada num planejamento e num sistema avaliativo determinado (Bloco Inicial
de Alfabetização – BIA II) pode de fato, trazer resultados tanto qualitativos
quanto quantitativos na atual conjuntura do ensino – mesmo admitindo que
ainda existam falhas estruturais e baixíssima produção textual no ensino
fundamental.
Para as análises e conversas posteriores com a Profª Drª Norma Lúcia
N. de Queiroz – FE/UnB, da última versão divulgada para avaliação obrigatória
para a disciplina Processo de Alfabetização e Letramento - MTC, deixa
evidências, de que uma avaliação mais segmentada, vendo a melhoria do
aluno nas disciplinas, por meio da estratégia do BIA em cada ano do ensino
fundamental, pode tornar mais efetivo o tempo de aula e o próprio
desenvolvimento que vemos, assim como promover a tática de alfabetizar e
letrar ao mesmo tempo, avaliando de forma segmentada visando as
64
aprendizagens. Para um aluno que pouco viu das letras, não se torna uma
contradição, iniciar seus passos já com pequenos textos pensados para tal fim.
As canções do Álbum – A arca de Noé de Vinícius de Morais como “A
casa”,” O pato pateta“, “A foca“, “As abelhas“. Se planejados com a devida
expressão artística visual do professor e também com acompanhamento
sonoro – entendemos que o aprendizado se torna mais rico. As atividades com
isopogravura e cordéis são exemplos claros para o processo de letramento e
ampliação do universo vocabular dos alunos. Os exemplo para o Ensino
Fundamental são inúmeros. As escolhas de textos mais sonoros e imagéticos
facilitam o aprendizado inicial do aluno que ainda não domina a lógica da
língua materna, ou das línguas que possui contato.
Durante todo o curso, fizemos questão de participar de todas as
disciplinas, exceto oficina de textos pedagógicos, sobre o trato com a língua e
as diversas aprendizagens. As disciplinas que passamos sobre a temática
foram nessa ordem - Língua Materna, Processo de Alfabetização e Letramento
e Literatura e Educação, além de um amplo plano de aula para a Disciplina
Fundamentos da Arte na Educação sobre literatura, o ato de ler, a Bienal do
Livro de Brasília em Abril de 2014 como resposta institucional a essa diretriz de
nossa profissão, ensinar a ler e a escrever língua portuguesa.
Esse recorte da pesquisa original sobre essa conclusão quanto ao BIA é
a que fica mais nítida para nosso registro final e também para as posteriores
análises com a ajuda e orientação da Drª Norma Lúcia em uma pesquisa muito
pontual, pertinente para quem trabalha com alfabetização e letramento e
também pode ser uma ferramenta para despertar o interesse profissional pela
área que carece muito de bons profissionais e agentes multiplicadores. Aluno
aprende muito com outro aluno e isso não quer dizer que existem estratégias
mais eficazes que outras no ensino da língua materna e que não devamos
aplica-las.
O Bloco Inicial de Alfabetização - BIA, segmentando a avaliação, quebra
parcialmente a lógica imediatista e fria de quantificar a avaliação e deixar de
ENSINAR. Muito comum essa situação acontecer. Principalmente quando o
65
clima organizacional da escola não é positivo e a avaliação vai servir para
balizar diversas relações de poder entre o professor e o aluno. Uma distorção
da proposta de VILLAS-BOAS e outros (2004) objetivando avaliar para ensinar.
O Pedagogo (a) está também habilitado por lei, para trabalhar no
primeiro segmento de EJA. Para esse universo, não se sugere textos infantis,
existe ampla literatura (UNESCO) que trata da infantilização do ensino em EJA
e outros fenômenos análogos como a desistência por não tornarem os
professore as aulas significativas para esse segmento. Saber ler e escrever
bem, com fluidez perde o sentido social e pessoal quando se descarta que em
EJA, muitos alunos já sabem muita coisa, não são crianças. O educador Paulo
Freire (1989) em inúmeras citações, garante que “a leitura do mundo, precede
a leitura da palavra” (p 9, idem p.13, idem p.19). Uma obviedade, porém
sempre nos esquecemos dessa questão nos planos e nas aulas.
Temos que ressaltar, que é garantia legal pelo conteúdo da Lei Orgânica
do Distrito Federal (LODF), que os profissionais que atuem no processo de
alfabetização e no letramento nesses segmentos e também no segmento de
jovens em conflito com a lei, tem um acréscimo salarial bem como outros
incentivos para permanecer na área, o que não é fácil.
Juntamente com a pedagoga ACATAUASSÚ (2010) exploramos a
dimensão didática do “erro” no processo de escrita mas que não foi abordado
nesse capítulo por motivos de delimitação. Somente essa questão, pode se
irradiar outra série de questões que podem se irradiar também para outras
pesquisas mais pontuais dentro da área de alfabetização e letramento.
2.2 - Caderno de Campo da visita à Cidade de Goiás: Coordenação
da visita: Profª Drª Maria Lídia Bueno Fernandes, Rosângela Corrêa e
Álvaro Sebastião Ribeiro. Período: De 02-05 de setembro de 2011. Roteiro:
Brasília – Cidade de Goiás – Brasília (via Br 070) pela Universidade de
Brasília – no atendimento de ementa da disciplina: Ensino em Geografia
UnB/FE/MTC.
Em plena seca do cerrado brasileiro, em setembro de 2011, visando a
participação no I Seminário de Educação Ambiental de Goiás Velho,
66
recebemos orientações da Profª Drª Maria Lídia Bueno Fernandes para a
criação de um caderno de campo, um estudo em profundidade que tinha como
objetivo: a) Narrar o trajeto Brasília-Goiás-Brasília em conjunto com 60
estudantes de diversos cursos da UnB, b) Resenhar as principais ideias do I
Seminário de Educação Ambiental em Goiás, c) Relatar em profundidade, o
patrimônio histórico e cultural da cidade mais especificamente: c1) Museu dos
Arcos, c2) O Museu da casa da ponte de Cora Coralina, bem como a
exploração simbólica de “Maria Grampim” para tratar da invisibilidade da
mulher brasileira, c3) Da sociodiversidade de Goiás Velho, c4) Da
biodiversidade de Goiás Velho, c5) Descrição sob o método de
geoestenograma mirante da APA Serra Dourada – km 37, c8) Visita in locu ao
município de Calcilândia – GO, c9) Da escola municipal local Santa Bárbara.
Todo esse histórico de pesquisa, foi orientado pela Profª Drª Maria Lídia
FE/UnB, onde exploramos as características diversas, dos diferentes cerrados,
bem como estratégias de vida nesse bioma, micro e macro fauna do cerrado,
soluções de produções que deram certo, alternativas medicinais de plantas do
cerrado, ponto turísticos e paisagísticos, passando pela diversidade dos
psitacídeos da cidade de Goiás Velho, bem como a natural convivência de seu
povo com o sobrenatural, o além, o post mortem. Toda a cidade é bastante
religiosa e mística. Casos de assombrações, almas, espíritos, demônios,
epifanias, revelações de deus eram comumente escutadas nas rodas de moda
de viola, bem como faz parte do simbólico daquele lugar. O museu da boa
morte é um bom exemplo dessa religiosidade e misticismo do povo de Goiás.
Na condição de pesquisador, tivemos o privilégio de ao adentrar museus
sacros mas principalmente a Casa da Ponte de Cora Coralina observar os
tachos de vida de doceira que durante 65 anos foram usados pela mestra para
sobreviver. Uma casa simples, cama de colchão mais duro e rústico, maletas
do século XIX, banquetas de madeira com o desgaste natural e uma boneca
“nega fulô” com o braço ao encontro do rosto, observa o tempo de dentro da
Casa da Ponte e dá as costas (acepção física despretensiosa) para a História
de uma mestra das letras – Cora Coralina.
67
Adotamos como estratégia se fixar numa ética de preservação do
corpo/mente para registrar todo o material que aqui se encontra em pequeno
relato reduzido. Para parte dos pares, excentricidade em gastar todo o dinheiro
com a entrada em museus e casas históricas ao invés de cerveja e festas.
Onde no final das contas, tivemos o privilégio de fazer as duas coisas nessa
viagem, exceto o consumo que qualquer tipo de bebida alcoólica por motivos
saúde mesmo e compromisso com nosso planejamento de campo.
Adotamos a seguinte estratégia, além de outros planejamentos em cada
etapa citada de c1 até c9 sobre nossa saída ao campo:
“A primeira atitude tomada no início da viagem para a cidade de
Goiás seria: Respeitar o espaço e os lugares visitados, bem com, se
atentar para as altas temperaturas que nos dias 02 até 05 de
setembro de 2011 atingiram picos de 35º. Aqueles que não souberam
respeitar seus limites corporais sofreram muito: internações
ambulatoriais, insolações, desconfortos contínuos, cansaço etc. Outra
atitude constante foi a hidratação do corpo por líquidos e frutas e a
não ingestão de qualquer tipo de bebida alcoólica. Tal fato se deu
principalmente pelo sabido desgaste físico que iria acarretar a feitura
das visitas aos museus, a exploração de seu centro histórico, e a
observações das diversidades locais – de fato, exatamente nesses
dias de 02 até 05 de setembro foi o pico de altas temperaturas na
cidade de Goiás. A experiência de geógrafos, de naturalistas, de
biólogos, de paleontólogos nos mais extremos climas e ambientes
tem demonstrado que um bom planejamento, pode fazer a diferença
entre a vida e por vezes a morte nesse tipo de exploração,
principalmente se o período é mais longo em campo”. (PEREIRA
2011 p. 14).
Todo esse registro também se ligou a outras atividades durante toda a
disciplina. Da técnica da carnação de Veiga Valle, passando pelos registros
dos originais de Cora Coralina, além das visitas ao Museu da memória
Candanga já em Brasília, além de reflexões e trabalho no entendimento de
cartografia, utilização e cálculos em diversas escalas. A paisagem como um
palimpsesto provisório/efêmero do espaço. Durante a criação e escrita desse
caderno de campo, vimos com Milton Santos, que a contradição geográfica,
para a geografia humana, está entre a Sociedade e Espaço e não com as
68
paisagens que mudam, se renovam, se constrói e se reconstrói, se escreve e
se reescreve – assim como um papiro antigo, um palimpsesto ao ser
reutilizado.
O caderno de campo original, sob o domínio da Profª Drª Maria Lídia
ficou muito rico, na medida em que anexou material de campo, informes,
anotações, folders, portfólio de cada museu ou espaço histórico e cultural
visitado, fotos e toda uma ampla reflexão sobre as categorias elencadas acima
como objetivo.
Uma experiência única dentro do curso. Uma rara vivência que para o
autor que extrapolou certamente as perspectivas somente da disciplina e foi
além, foi a campo, ao mundo para tornar ilustrativo, tudo aquilo que via nos
comentários de guias turísticos, ou relatos simplórios da Casa da Ponte e do
poder das histórias e sabedorias de Cora Coralina. Sim, estivemos por cerca
de dez minutos, “invisível”, no porão da invisibilidade que morou durante toda a
vida, Maria Grampim. Um lugar fresco, de terra batida, logo abaixo mesmo da
casa da ponte, local cuja beleza vinha do jardim e de uma bica construída por
escravos do século XVIII e que até o momento, corria água mineral para todo
visitante que chegasse com sede.
O mais interessante disso tudo sobre visitas de campo, é que a qualquer
hora, mesmo passando três anos dessa experiência, temos claramente na
memória toda a viagem, a criação desse caderno de campo – algumas
características significativas para a aprendizagem que ainda não paramos para
refletir, a não ser agora, nessas parcas palavras. Novamente, o fenômeno
mnemônico como indicador ou parâmetro para se entender a complexidade e
um dos objetos principais da Pedagogia – a aprendizagem humana. Alguns
mochileiros ou viajantes sempre dizem: “Quer aprender? Viaje”. Bem como
indica os ensaios de Michel de Montaigne (1533) que passou pelo estoicismo
buscando a verdade absoluta, depois para o ceticismo admitindo a prática da
escrita e suas narrativas diversas é uma forma de conhecer e de conhecer a si
mesmo por meio de viagens in locu por parte da Europa no período da alta
idade medieval.
69
CAPÍTULO 3 - Das pesquisas e produções diferenciadas.
Entendemos como pesquisas diferenciadas dentro do curso da
Pedagogia da UnB, pesquisas que tiveram para mim, uma maior expressão
epistemológica, criatividade, bem como pontualidade e pertinência para os
temas que investigaram.
A primeira pesquisa diferenciada (aspas), foi nosso artigo publicado pela
Revista Karibu n. 01 (2010) do Centro de Convivência Negra da UnB – o
trabalho intitulado – Sistematização Antropológica: Da tolerância religiosa à
ecoreligiosidade.
A Segunda pesquisa diferenciada foi um relatório de análise crítica ao
livro cinza do REUNI (2008), compilação falaciosa sobre o Decreto N. 6.096 de
2007 onde inúmeros DCE’s e CA’s de todo o Brasil, que de forma irresponsável
difundiu por meio desse livros correntes enganos e confusões no meio
acadêmico. Seu objetivo foi desmistificar os principais argumentos do livro
cinza do REUNI (2008).
A terceira pesquisa, foi nosso projeto para se ensinar evolução das
espécies pelo modelo de seleção natural para o ensino fundamental.
A quarta pesquisa (que ainda se encontra em aberto) aborda a natureza
do discurso, ou dos discursos entre os campos epistemológicos da
comunicação social e da Educação, ambas ciências inseridas hoje no contexto
da modernidade do século XXI. À frente, vamos pontuar nossa primeira
pesquisa diferenciada, dando sequência ao nosso terceiro capítulo.
3.1 – Trabalho ao CCN/UnB: Sistematização Antropológica: Da
tolerância religiosa à Ecoreligiosidade.
Essas anotações tratam de uma celebração à natureza, ao céu de
brigadeiro de Brasília ao povo africano e latino e a estética do comportamento
religioso e estas em relação ao estado (pretensamente laico).
Esse trabalho foi composto por algumas anotações que teve seus
passos iniciais em 2005 sobre a complexidade envolvida entre grandes campos
70
da existência e cultura humana: o estado em busca de regular, controlar,
entender e atuar sob os parâmetros de uma pretensa sociedade laica, a própria
sociedade, as religiões/ideologias e por último o homem como espécie, como
ser histórico/cultural, ser biológico dotado da capacidade de ser além de
biológico – ser um ser cultural. Homo Sapiens como espécie que se torna
Homo Faber que pela evolução adaptativa adquirida pelo trabalho, na
configuração anatômica de um polegar opositor, visão estereoscópica (adquira
em milhares de anos ao saltar das árvores), bipedismo e aumento vertiginoso
da massa cerebral passa a produzir por superestruturas pretensas formas
ideais de explicações da natureza, estado, sociedade, homem e religião.
Nesse interessante contexto – traz o autor importantes questões sobre a
obtenção de uma possível sociedade inclinada ao laico e até capaz de
equacionar interesses inter-religiosos, sociedade e estado laico. Tem o trabalho
uma dimensão filosófica.
Dentro dessa trama multidimensional, analisar por levantamentos
etnográficos, científicos, transversais as diversas cosmovisões, sistemas
religiosos e de como a sociedade as veem e as sintetizaram durante o tempo
histórico.
Seu contexto é contemporâneo e de vanguarda, não tem por escopo
análises teológicas ou ascéticas desta ou daquela matriz religiosa, mas visa um
levantamento de natureza científica e política no resgate da história das
diversas cosmovisões africanas, latinas e sul-americanas que passam
despercebidos a quem segue a cultura de massa e matrizes ideológicas e
religiosas hoje dominantes. Admite o autor que seu conteúdo ainda está
incompleto pela amplitude de seu escopo e pela própria natureza
interdisciplinar, transversal, hipotética e difusa das demais tratativas.
O tempo passou, desde a criação desse trabalho em 2009 e uma
evolução natural do entendimento sobre a temática, também produzimos, a
finalização desses estudos que se iniciaram em 2007 e se estende até os dias
de hoje. A conclusão parcial dessa produção para a III Semana Étnico-racial do
CCN/UnB, sob o título inicial de “Síntese Antropológica: Da ecoreligiosidade ao
futuro laico, secular, livre e plural do pensamento humano”, conforme descrito
dentro do contexto de sua relevância social e científica visto no anexo –
Relatório Reflexivo para Estudos Independentes. Tem por objetivo ser o
71
fechamento sobre levantamentos das inter-relações entre estado e religião,
quando analisamos as culturas afro-brasileiras.
Do financiamento ao apoio midiático, tudo depõe sobre o velado
tratamento desigual que o estado brasileiro dá para garantir uma espécie de
novo e violento proselitismo cristão que atua institucionalmente em tudo, da
moral ao acesso à terra, água ou bens de produção aos controle do
pensamento e do corpo. Da restrição de direitos individuais ao racismo
institucional do Brasil.
Ao ser sabatinado nessa III Semana Étnico-Racial sobre esse caráter
difuso do trabalho ao envolver sistemas de governo e religião, a produção
material ou as mercadorias com a religião, sempre nos retornando para uma de
nossas fontes principais, o prussiano Karl Marx (1989 p. 70) que diz que a
mercadoria não se estabelece sob seu valor de uso, mas sobre um “quantum
de trabalho nele materializado”(Idem p.70). A mercadoria não é algo trivial e de
simples análise, mas de “sutilezas metafísicas e argúcias teológicas” (Idem p.
70). Aqui se estabelece o principal fio condutor dessa pesquisa e dessa trama
de variáveis entre o estado brasileiro laico e o poder institucional das grandes
religiões que também controla a produção material, recursos naturais, a
política, direitos, o corpo, a cultura e até nossa liberdade constitucional de
pensamento.
O impacto no pensamento do autor fez irradiar inúmeros outros
trabalhos na área da negritude brasiliense, bem como nas relações sociais com
suas indeterminações, principalmente dentro do alto simbolismo que é, tratar
de pesquisar as relações conflituosas inter-religiosas como uma extensão
natural dos conflitos sociais. Mas, assim como o racismo, se estabelecendo
também na invisibilidade ou na sectarização violenta em relação a religiões e
saberes de matriz afro-brasileira.
Uma das irradiações desse trabalho quando pesquisados a negritude e a
cultura negra aqui no DF, foi o apoio na coordenação da filmagem e registro de
trinta horas de filmagens sobre os povos de terreiro do DF, projeto esse
idealizados por dois jornalistas brasilienses entre os anos de 2009-2012.
Infelizmente esse projeto está parado desde então por falta de recursos gerais.
3.2 – Crítica ao livro-cinza do REUNI (2008).
72
Hoje, no ano de 2014, seria impossível pensar as Universidades
Federais sem uma natural expansão. O projeto estruturante do REUNI (2008)
em diante – coloca o Brasil em outro patamar na produção de seus saberes
quando democratiza e torna mais acessível a Universidade pública para mais
pessoas.
Em 2008, lemos rapidamente o decreto, acena positivamente para seu
entendimento e difusão. Mas não esperava que o óbvio, seria ferozmente
atacado. Inúmeras vezes fomos ridicularizados e não levados a sério – quando
difundíamos o Decreto N. 6.096 de 2007 na Faculdade de Educação na época.
Retornamos ao estudo do mesmo decreto e descobrimos os contra-
argumentos do livro cinza do REUNI, compilado por inúmeros Diretórios
Centrais de Estudantes, bem como inúmeros Centros Acadêmicos. Então, em
cima dessa produção com inúmeros enganos e que fazia uma grande contra
propaganda para nossas iniciais pretensões políticas no curso da Pedagogia,
desenvolvemos um amplo relatório, fazendo a devida réplica ao livro cinza do
REUNI (2008). Esse relatório compôs proposta de Chapa ao DCE/UnB e que
obteve êxitos importantes na conquista de cadeiras em instâncias deliberativas
da UnB como no CEPE e nos espaços onde se debate assistência e
permanência estudantil. Esse relatório, por PEREIRA, Saulo Fabrício (2009)
pode ser visto nesse link: http://www.unidadenadiversidade1.blogspot.com.br/.
O resultado concreto meses depois foi a aprovação formal do REUNI,
pela Resolução CAD/UnB N. 10 de 02 de Outubro de 2009. Nesse mesmo
mote institucional, todas as 54 UF’s do Brasil (na época, hoje 63), assinaram a
proposta do REUNI (2008) para sua reestruturação e expansão, bem como
uma maior contratação de professores.
A parte sectária e desinformada do ME da Pedagogia nesse ano, foi
amplamente refutada e teve que admitir seus enganos históricos, bem como
rever suas estratégias para o falido movimento estudantil daquele ano. A
contradição se estende ainda mais, pois quatro meses depois, se utilizaram
desse mesmo relatório bem como do Decreto 6.096 de 2007 para trazer o
Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ENEPE) para Brasília em
2010. E assim a história se escreve, se interpreta, se depura até ficar clara, ou
73
melhor, aproximada aos objetivos políticos que nortearam nossos anseios de
discente recém integrado ao curso de Pedagogia. Uma derrota do óbvio seria
um revés inexplicável para aquele momento histórico.
Recordamos que um revés político no caso do REUNI (2008) seria um
grande retrocesso institucional para a UnB. Felizmente o óbvio conseguiu se
estabelecer, sendo hoje uma realidade mais que necessária para todas as
universidades públicas federais. O atual PNE (2012-2020) aponta para
investimentos na ordem de quatro vezes mais os valores aprovados pelo
REUNI em 2008.
O livro cinza do REUNI (2008) teve por objetivo ser uma contra proposta
politica ao Decreto 6.096 de 2007. Foi desenvolvida por dezenas de DCE’s e
CA’s espalhados pelo Brasil e que tinha como mote contra a expansão do
sistema educacional brasileiro era a qualidade. Esse documento pode ser
facilmente conseguido na internet pelos sistemas de busca.
Entendemos como uma produção diferenciada, por que trouxe para
nossa percepção, a necessidade de ler e reler sua conjuntura, a questão da
categoria qualidade da educação, seus discursos, suas manobras, embates
com avanços, batalhas com retrocessos parciais – materialmente, a dinâmica
do jogo político. Uma imensa vitória política sob nossa opinião. Nossa proposta
ajudou concretamente a fundamentar para o movimento estudantil, uma válida
política pública para a educação que até os dias de hoje se estende em
inúmeras ações e projetos derivados advindo do aumento natural da oferta de
vagas e da expansão de salas, laboratórios e demais estruturas, bem como a
contratação de mais docentes. Afinal, esse é o destino do Brasil, o fomento de
uma sociedade do conhecimento e dos saberes para todos (as).
Com o REUNI, se faz uma política de estado e de natureza estratégica,
por que traz para um novo patamar a política de ciência, tecnologia e inovação
– na tentativa de resgatar também, o conteúdo dos livros Branco e Verde do
MCT (2002), agora pelo livro Azul do MCT (2010), quanto ao fomento de
ambientes e uma cultura científica e no estabelecimento de inúmeras diretrizes
para a área, convergindo para a educação.
74
Em 2014, a realidade institucionalizada do REUNI ainda é uma demanda
incompleta, as metas do PNE (2011-2020) são ainda maiores, do tamanho do
Brasil e da grandeza de seu povo.
3.3 – Projeto para a disciplina Ensino em Ciências I: Ensinando
Evolução Biológica, sob o modelo de Seleção Natural.
A disciplina Ensinando Ciências I, disciplina obrigatória do currículo da
Pedagogia, possui um potencial imenso de crescimento e de estabelecimento
de linhas fortes de pós-graduação.
A FE/UnB nesse período não investiu nada no laboratório de ciências.
Uma contradição com toda a realidade do REUNI (2008). Aliás, a pesquisa na
educação da UnB ainda não possui uma boa tradição epistêmica como possui
a UFMG em sistemas avaliativos e em outros campos da educação.
Se fosse possível queria até dissecar um ser humano (inicio de
Anatomia). Contra argumentam que não possui dinheiro para aparelhar o
laboratório. Ora, que compre equipamentos de segunda mão, que se façam
convênios. Segundo o portal TED, o indiano Manu Prakash, Cornel University
(2014) desenvolveu microscópios com pequenos componentes de led e lentes,
de forma pré-moldada como um origami que custa $0,50 centavo de dólar.
Alternativas existem para difundir ciência, o capitalismo e o fisiologismo da
FE/UnB que demonstram que não querem.
Esse projeto de ciências objetivou em 2009:
“Expor algumas situações multidimensionais entre a Pedagogia e a
Biologia, num correto e virtuoso processo de ensino-aprendizagem
sobre Evolução Natural. Traz o autor, uma interessante trama
institucional e social que influencia direta e indiretamente o ensino de
Evolução sob o modelo de Seleção Natural – fenômeno esse que
perpassa o universo escolar e que terá reflexos concretos na
sociedade e cosmovisões.
Trata-se de um levantamento transversal e interdisciplinar
que tem por objetivo abordar relações entre o currículo e a disciplina
Evolução, entre as políticas sectárias e o abortamento do ensino e
difusão do conhecimento compilado pela ciência sobre Evolução
Biológica, uma didática de vanguarda e a disciplina Evolução e até,
por um processo orgânico, planejado em longo prazo – uma
avaliação institucional para dar referencial político para onde se deve
seguir no ensino-aprendizagem em ciências biológicas.
75
Por ter a natureza de vanguarda, trata-se de como tornar
inteligível a todos – Evolução biológica sem sequer abordar nuance
escolásticas, no falacioso “confronto” entre religiões e/ou culturas.
Seu objetivo central seria, portanto – o ensino de Evolução de forma
científica, lúdica, ilustrativa e simples para todos os níveis de
escolarização.
O método adotado é pelo levantamento de vasta literatura em
Biologia e Microbiologia. Sua utilidade social está exemplificada como
na feitura de remédios e vacinas, identificação de doenças, aumentar
a produtividade da agricultura, isolar agentes nocivos, apontar
soluções para tratamentos odontológicos e até a feitura de “bio-
plásticos” cem por cento biodegradáveis, diminuindo a poluição.
Enfim, ensinar evolução biológica pelo modelo de seleção
natural de forma livre e sob o rigor científico. Visando a formação
cidadã. ”(PEREIRA 2009).
Para compor algumas evidências buscando a pertinência de se ensinar
Evolução Biológica para as séries inicias, o autor analisou um livro didático, em
seus capítulos sobre ciência e biologia.
Tendo por base toda uma forte estrutura de como fazer projetos
científicos para a educação cuja perspectiva da grande professora Érica
Zimermann (2009) também nos serviu como âncora teórica, esse projeto de
ciências planejou um grande resgate histórico, justificativas, objetivo geral,
objetivo específico, analisa a questão da Navalha de Ockham, desenvolve uma
sequência didática para as séries iniciais e também planeja de forma
intencional, que a aprendizagem seja abordada no tocante a:
Saber entender (a taxonomia na biologia) e até identificar
filos, ordens, espécies, gênero de espécies com sua devida
identificação científica. Saber identificar microrganismos nocivos e
outros que ajudam o homem a sobreviver. Saber como os
organismos se desenvolveram pelo planeta durante um determinado
tempo histórico.(Idem, 2009).
Esse estudo, quando cita a Teoria Sintética da Evolução, relações
filogenéticas ou temas correlatos – sempre para atender seus respectivos
objetos de estudo e escopo, nunca como uma “theory of everything”, ou seja –
uma teoria que abrange tudo. Muito pelo contrário, fica claro a abordagem por
exemplo do psiquismo, ou das desigualdades sociais e os próprios fenômenos
educacionais como categorias (agora das ciências humanas) onde
factualmente, extrapolam o escopo da Biologia Moderna e sua chave principal,
76
a Teoria Sintética da Evolução – advinda de Darwin (1809), Wallace (1823) e
outros autores.
Esse projeto também teve por atividade, a análise crítica e
epistemológica de um livro didático sobre o tema evolução e ecologia em
FAVALI et al (1995) sobre ciências quando descreve:
1) Na conceituação de vírus, bactérias e Fungos suas funcionalidades para a
espécie humana como o processo de fermentação do iogurte e o queijo e até
na atuação desses agentes microbiológicos na gênese de doenças que podem
afetar o Homem e outras espécies;
2) O questionário sobre os seres microscópicos se apresenta como didático e
prático. Levantam-se questões do cotidiano como por que alimentos estragam
e o que fazer para conservá-los de forma ideal ao consumo.
3) Aborda a questão das doenças sob uma perspectiva ética e social ao citar
em texto sobre o HIV: "algumas das campanhas contribuem para que as
pessoas com essa doença sejam tratadas com respeito".
3.1) Um pequeno erro de conceito no item 03 é que tecnicamente, o HIV não é
uma doença e sim uma síndrome que afeta diretamente o sistema imunológico;
4) Em termos conceituais, deixa a desejar na descrição e exemplificação
históricas do microscópio. Na p. 87 sugere somente a observação das partes
do microscópio e não seu caráter objetivo como ferramenta de ENSINO em
Ciências Biológicas;
5) De forma didática, simplifica com: - "Pinte o caminho que mostra o nome de
doenças que podem ser combatidas por antibióticos" sem, contudo, explicar
numa introdução ou nota sobre o Sistema Imunológico ou na feitura de
remédios (aqui especificamente o chamado coquetel de drogas contra o vírus
do HIV);
6) Em termos didáticos acerca da “Cadeia Alimentar” se utiliza do conceito
"teia alimentar" com figuras dos agentes ecológicos mas ainda de forma pobre,
mas em compensação os agentes ecológicos citados são animais da fauna
brasileira como o Pacu, a Piranha e o Jacaré;
77
6.1) Porém, dentro do esquema sobre cadeia alimentar cita de nome "gavião"
mas com uma fotografia provavelmente da Harpia, a maior ave de rapina do
mundo. Em algumas regiões da Amazônia conhecida como "pega macaco",
gavião real ou uiraçu-verdadeiro. Seu nome científico portanto não seria gavião
e sim Harpia Harpyja (ver p. 95);
7) Na conceituação de "cadeia alimentar” poderiam os autores não generalizar
nas fotos do tipo "cobra" (mas sim com uma imagem de uma cobra, mas mais
especificamente uma Cascavel (Crotalus Durissus) dentre outros pequenos
"enganos" gerais na mesma linha;
8) Se utiliza na página 98 e 99 atividade mais elaborada quanto a possíveis
quadros no aumento ou diminuição de determinada espécie na introdução de
um novo agente ecológico numa dada cadeia alimentar demonstrada por fotos
nas mesmas páginas.
Foi descartada para delimitação de objeto de pesquisa, toda a análise
social/sociológica e também ideológica do impacto da Teoria Sintética da
Evolução (TSE) com a publicação do livro – A origem das espécies (DARWIN
1859) para a ciência e para a educação contemporânea. Todo esse cabedal de
questões não fez parte do escopo desse projeto. Situação essa que somos
ainda mais inteirados, inclusive na utilização da Evolução para a criação de
guerras, ideologias (nazismo), segregações, racismos, eugenias e outras
distorções da teoria de Darwin/Wallace e que; com a Biologia Moderna, se
estabelece a TSE como o principal filão teórico nas ciências biológicas.
Se qualquer cientista refuta a Teoria Sintética da Evolução, grande parte
da Biologia Moderna também desaba. Essas tentativas são um dos eldorados
de versados teólogos, cientistas de inúmeros ramos do conhecimento e
entusiastas que são financiados a todo o momento para buscar fórmulas e
malabarismo científicos para falsear esse cabedal de conhecimentos.
Em plena defesa do projeto, fomos questionados com muita veemência
por uma profissional da saúde da não demonstrabilidade de como foi a
evolução do olho humano. Para azar da enfermeira, o autor na mesma
semana, tinha revisado literatura sobre a formação dos primitivos ocelos nos
78
oceanos, em detrimento ao espectro da luz solar, uma fácil demonstração que
é pública para a Biologia já sabida a décadas. A formação dos ocelos em
organismos primitivos, bem como sua trajetória bioevolutiva de diversos tipos
de “olhos” em diversas espécies – tudo isso, corroborando a TSE, não
colocando a Teoria Sintética da Evolução em xeque.
Esse projeto de ensino de ciências, por sua fácil demonstrabilidade,
além de disponibilizar plano de ações didáticas, foi avaliado pelos pares e pelo
professor da disciplina com menção Superior.
3.4 - Análise do discurso das inter-relações históricas e simbólicas
entre a comunicação social no Brasil do século XXI e as políticas públicas
educacionais em vigor do estado brasileiro. Ideologia dos discursos,
construção, desconstrução e síntese. (Pesquisa EM ABERTO).
A duração desse projeto foi de um semestre (2º/2012) e fez parte da
atividade final da disciplina Seminário Final de Curso, que inicialmente iria se
converter numa monografia. Para esse projeto, de forma proposital, a pesquisa
está em aberto por que tem a convicção que esse ensaio, pode ser o fio
condutor do autor para ter acesso a sua formação continuada na FE/UnB,
dentro da linha de pesquisa no mestrado lato sensu, Educação, Tecnologias e
Comunicação ETEC cujo eixo de interesse seria em tese, o eixo 5.5 –
Sociedade, Capital Cultural e TIC’s.
Esse ensaio teve por título: “Análise do discurso das inter-relações
históricas e simbólicas entre a comunicação social no Brasil do século XXI e as
políticas públicas educacionais em vigor do estado brasileiro. (Ideologia dos
discursos, construção, desconstrução e síntese)” e teve por objetivo de
pesquisa, “Desenvolver um ensaio altamente balizado teoricamente na análise
do discurso existentes e advindas das inter-relações históricas e simbólicas da
Comunicação Social do Brasil no século XXI e das políticas educacionais
atuais”.
Produção acadêmica com grande fraqueza de justificativas, porém
julgamos com potencial de se trabalhar futuramente pois explora o campo da
análise do discurso da comunicação social e da educação, categorias essas
que seriam mais devidamente mais simplificadas para tornar a produção viável
79
e pertinente para a linha de pesquisa oferecida. Esse projeto não deve moldar
uma linha de pesquisa, pelo contrário, as propostas que devem se sujeitar à
literatura elencada pelos docentes e departamento responsável.
Escrito e estruturado em 52 (cinquenta e dois pontos), pensa o autor em
delimitá-lo em somente cinco ou seis grandes tópicos de pesquisa, cercando
um objeto de pesquisa para um futuro mestrado. Se tiver a oportunidade, se
aprofundar na literatura sugerida visando seguir com uma formação
continuada.
Sua ideia inicial seria analisar o fenômeno comunicação desde uma
dimensão filogenética, analisar a comunicação social da ordem dos insetos
sociais Hymenoptera (a família das abelhas, vespas e formigas), contextualizar
suas diferenças ontológicas, estabelecer enfim, uma comunicação social
estritamente humana13, com o advento no século XIX do rádio, do telefone, dos
meios de comunicação de massa, dos celulares e agora da internet, das
nuvens e suas “multilinguagens do virtual” (que são também a realidade) e
todas essas variáveis – impactando no campo da educação.
Colocamos esse ensaio como uma pesquisa diferenciada por que para
se discorrer sobre análise de discursos, deve-se ler muito sobre e incorrer em
imprecisões ou fuga do tema, justamente nas virtudes e fortalezas da pesquisa,
torna o projeto inviável, inclusive para atender critérios da área pretendida. O
autor manifesta objetivo em submeter esse ensaio, com sua devida atualização
para uma dissertação ou pretensamente isso.
CAPÍTULO 4 – Metodologia, Justificativas e Cronograma de Pesquisas
4.1 – Da metodologia de pesquisa adotada no Memorial Reflexivo.
“O Registro Reflexivo não é um modelo, mas uma indicação
possível”. (COUTINHO e TELES 2014 p.6 no prelo)
Segundo a Professora Doutora Laura Maria Coutinho e o Professor
Lúcio França Teles (2014) a metodologia de registro reflexivo é uma
13
Ver Lev Vigotski (1896) que cita as diferenças entre fala inicial, fala egocêntrica. Por meio da língua*, o sujeito antecipa simbolicamente sua ação. Da formação social da mente (1999).
80
“possibilidade do professor-aluno construir sua própria narrativa, definindo o
que aprendeu e o que os espaços pedagógicos ensinaram” (p.06).
Essa possibilidade segundo os autores COUTINHO E TELES (2014) é
uma forma real de construção do próprio “letramento acadêmico que é um
processo amplo de escrita, formulação, expressão e compreensão de ideias”
(Idem p. 06)
O memorial reflexivo adotou uma metodologia descritiva e crítica, no
sentido de não citar literalmente partes da pesquisa, mas descrever sua
criação, seu percurso de execução, ferramentas utilizadas, onde foi realizada,
quando foi realizada, sua relevância social e educacional bem como suas
lacunas, ambiguidades e limites.
Entendemos o memorial reflexivo não como uma compilação das
pesquisas realizadas pelo autor das pesquisas citadas. Também não é uma
pesquisa qualitativa do tipo estruturada ou semiestruturada, não criamos
nenhum instrumento de pesquisa para captação de dados da realidade, mas
sim, uma análise crítica visando, diante das pesquisas realizadas, descrever o
contexto em que foram realizadas para re (construir) sua própria visão científica
e educacional.
Em relação aos métodos experimentais em Educação, segundo FROTA-
PESSOA, O. ; GEVERTZ, R. ; SILVA, A. G no livro, Como ensinar ciências,
São Paulo, Nacional, 1985):
“O objetivo mais comum – e mais medíocre – das atividades
práticas consiste em fazer com que os alunos vejam como são certas
estruturas minerais, vegetais e animais e a elas associem certos
termos técnicos. Os estudos contemplam uma coleção de folhas e
aprendem quais são perninérvias; ou aprendem a distinguir granito da
gnaisse; ou concluem, contemplando animais empalhados, que os
mamíferos, e não as aves possuem pelos.
Frequentemente esse tipo de aula prática se torna ridículo
porque é dado depois de ter o professor comunicado aos alunos,
ajudado por fileiras ou desenhos no quadro negro, exatamente o que
eles irão ver: é o tipo de aula prática que serve unicamente para
mostrar o que o professor não mentiu “(p. 15).
81
Em termos metodológicos e empíricos, admitimos a Pedagogia como
uma ciência de fato, convergindo assim nossa visão com a visão teórica da Drª
Maria Abádia da Silva não somente pela obtenção na e durante a história de
um corpo disciplinar e epistemológico próprios mas também por sua natureza
de ciência indiciária.
Entendemos que FROTA-PESSOA (1985) defende a existência de uma
degradação política do método experimental puro, dentro da educação básica.
Admitidos que nem o utilitarismo ou o pragmatismo pedagógico, ou como
chama Paulo Freire de uma educação bancária (aspas) em ensinar taxonomia
de minerais, vegetais e animais está sendo vista no decorrer da formação da
educação básica brasileira. Aliás, esses saberes aqui no Brasil, são
construídos verbalmente e nas experiências fora da escola. Com os relatos dos
pais e avós de que bicho se trata, ou se tal planta é comestível e medicinal ou
venenosa. O estado só oferecerá essa formação em nível superior com a
Geologia para os minerais, e a Biologia para animais e plantas, bem como
Medicina/Farmácia para o entendimento de princípios ativos de plantas na
fabricação de remédios alopáticos.
Seria até melhor para o estado da arte da educação, ou para o Índice de
desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) brasileira e as políticas públicas
para os alunos da educação básica que se dominasse o conhecimento para a
classificação pura dos minerais, plantas e animais em detrimento à sua
percepção crítica, mesmo por que hoje não se fomenta nem um nem outro.
Esse posicionamento político de educador, também se justifica pois, se
admitidos esse saber já internalizado pelos alunos, não quer dizer que abrimos
mão de uma extensiva formação crítica e prática, muito pelo contrário, mesmo
por que o estado da arte da educação não é algo estático, assim com o mundo
não é estático mas dinâmico. Nada mais freiriano, “o mundo não é, está
sendo.” Assim como os educandos não são suas limitações, ou sua CID, ou os
preconceitos angragocêntricos dos pais em relação ao educando criança, muito
menos sua deficiência ou sua ignorância, ou seu fenótipo, ou como demonstra
seu afeto sexual, mas tudo isso em desenvolvimento, mediatizados pela
sociedade e mundo.
82
Em nosso artigo no Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia
(2009), sob o título de “Emancipação Freiriana – Esboço crítico parcial da
Pedagogia Libertária aos engodos de Pedagogias salvíficas ideológicas” já
expúnhamos que parte da prática pedagógica é pela observação e pela
experimentação, porém que vem acontecendo de fato é tornar a ciência
Pedagogia em uma série de disciplinas contemplativas, quase como teologias
salvíficas, ditando cartilhas de conceitos mas sem significado para a vida real.
Isso se dá, apelando para novamente Paulo Freire (1985) por que “o caminhar
escolar, se faz caminhando”. Na educação, no eterno desafio do encontro com
o Outro, onde geralmente transformamos essa relação numa relação eu-isso e
não numa relação pedagógica eu-outro, generalizado mas no caso concreto,
único, peculiar, singular, encontro ou desencontro de sujeitos. Não existe
fórmulas ou trilhas prontas a seguir na educação assim como uma pretensa
pedagogia neutra em relação ao tensionamento das forças políticas de sua
época histórica.
Então, nesse memorial reflexivo, também fica claro que a caracterização
do autor sob o signo “Cerradero do Brasil” é por que o mesmo, além de
conhecer in locu o bioma cerrado em diversos de seus pontos turísticos,
paisagístico e cultural, mas que, também admite que a prática pedagógica se
realiza praticando. Não se trata de tentativa e erro, ou estímulo e resposta vista
na teoria comportamentalista de Burrhus Frederic Skinner (1904) 14, mas de
uma prática de significado emancipatório, algo que o conhecimento possibilita.
Esse projeto tratou superficialmente da dimensão da ação docente,
como por exemplo, nas pesquisas do Projeto III fase II, sobre os saberes da
ação docente mas seu mote principal foi o próprio Memorial Reflexivo como
ferramenta pertinente para a educação para descrever, exemplificar, registrar e
ilustrar experiências, habilidades e competências adquiridas com professores e
pares, bem como funcionários e demais círculos culturais da qual nos
identificamos para se fazer educador e que ainda, nesse exato momento ainda 14
Defendemos que a Educação enquanto ciência indiciária, principalmente depois da disponibilização das traduções sérias da obra de Lev Vigotski e autores que trazer um caráter epistêmico para a Pedagogia, que a educação, assim como o desenvolvimento, a aprendizagem, cultura enquanto um conceito antropológico (Ver Roque Laraia 2002) ou a arte são um sistema aberto e imprevisível. Para freudianos, uma impossibilidade. Algo nunca mensurável por estímulo e sua respostas como purismo teórico para se abraçar com segurança todos as dimensões da educação.
83
está se fazendo, se constituindo como educador. Então, fica evidente
caracterizar nossa percepção de educação enquanto práxis, não como ato
erudito ou de contemplação pura. Admitir essa última dimensão em nossa
educação em termos conceituais e metodológicos seria reduzir a aprendizagem
à contemplação e ao discurso obscuro.
Acerca da metodologia, entendemos esse registro memorialístico, um
estudo aprofundado e estendido contendo tanto uma dimensão empírica,
quanto uma dimensão falseável.
Durante todo o memorial ficará claro o que entendemos como uma
pesquisa analítico-descritiva de natureza empírica e falseável, não
experimental ou observativa apesar de admitir validade científica em ambas as
questões para fins de adoção ou descarte de metodologia.
Convergimos em termos metodológicos com LUDKE e ANDRÉ (1986) in
STUBBS E DELAMONT (1979) p. 15, que: “A natureza do problema é que
determina o método”, onde o pesquisador deve possuir “tolerância com
ambiguidades” (idem p.17), “buscando na realidade das evidências para falsear
ou não os teóricos”. (idem p.17).
Diante disso, fica clara nossa deliberação na escolha da metodologia
descritiva para um memorial reflexivo, crítico e auto-avaliativo, com
características de um estudo em profundidade sobre as etapas de nossa
formação no curso de Pedagogia da Universidade de Brasília, subdividida
basicamente em três capítulos. Onde o primeiro capítulo trata dos projetos
obrigatórios realizados, no segundo capítulo sobre os cadernos de campo
criados e no terceiro capítulo acerca de nossas pesquisas diferenciadas, por
entender que a exploração de seus objetos de pesquisa extrapolaram o
previsível currículo da atual Pedagogia da UnB. As pesquisas e projetos foram
realizados em Brasília e em inúmeras cidades do território brasileiro entre os
semestres 2º/2008 e 1º/2014.
4.2 – Cronograma de Pesquisa – Metas e Plano de Atividades
84
Cronograma A - – Metas e Objetivos Abril
2014
Maio
2014
Junho
2014
Meta
planejada foi
realizada?
1.Delimitação do tema e da
metodologia de pesquisa.
X
Sim
2. Organização e leitura de todas as
pesquisas e projetos elencados
realizados durante o curso bem como
triagem para delimitação do tema.
2.1 Deliberação dos principais “fios
de Ariadne” para compor as
descrições críticas dos projetos e
pesquisas.
X
X
X
Sim
3. Criação e organização do Projeto V,
conforme proposta de COUTINHO
(2014) de um memorial reflexivo do
itinerário de formação em Pedagogia
visando registrar, expor, pontuar e
narrar os projetos e pesquisas
realizadas no período semestral de
2º/2008 a 1º/2014 para futuros
estudantes, interessados em pesquisa
na educação, pesquisadores na área
de criatividade, ciência e afins.
X
X
X
Sim
Cronograma B – Plano de Atividades Abril
2014
Maio
2014
Junho
2014
Atividade
Planejada
foi
realizada?
1.Criação e execução do Memorial de
Infância. Versão1.
1.2 Criação e execução do Memorial de
Infância. Versão final.
X
Sim
2. Criação e execução do Capítulo do
Memorial sobre Metodologia.
2.1 Deliberação sobre os prazos de
Cronograma, junto à Orientadora.
X
X
Sim
3. Criação e execução do Capítulo do
Memorial sobre os Projetos de I a IV.
X
X
X
Sim
4. Criação e execução do Capítulo do
Memorial sobre os cadernos de campo.
X
Sim
85
Cronograma B – Plano de Atividades Abril
2014
Maio
2014
Junho
2014
Atividade
Planejada
foi
realizada?
5 Criação e execução do Capítulo do
Memorial sobre as pesquisas diferenciadas.
5.1 Reavaliação das diretrizes do
Cronograma A, releitura dos teóricos,
reavaliação das atividades de 1 a 4 do
Cronograma B.
5.2 Inicio da revisão/formatação geral sob
ABNT do projeto V.
X
X
X
Sim
6 Releitura crítica da pesquisa, ajustes
finais, publicação e submissão para
correção pelo orientador.
X
X
X
Sim
7. Submissão do Projeto V à banca
examinadora para avaliação, como requisito
parcial para obtenção do título de
Pedagogo.
X Sim
4.3 – Justificativas (Da relevância Social, Científica e Educacional
do Memorial Reflexivo).
Entende que o contexto sócio político dessa obra é sempre um contra
ponto à causa das desigualdades – o capitalismo contemporâneo.
A primeira oportunidade que a classe dominante tem de usar a violência
ela usa, porém dissuadir é preferível e mais barato que violentar. Sabemos que
alguns teóricos ficam inconformados tentando colocar um fim na história, mas a
América do Sul nunca foi tão indeterminada politicamente. Façam seus
prognósticos, façam suas conjunturas. Vão ter caravanas que vão parar para
ouvir miseanos. O Brasil e seu povo possui uma autodeterminação que muitos
subestimam ao colocar o povo brasileiro em seus modelos.
Geralmente os doutos em economia e conhecimentos correlatos se
portam com seus modelos como se fossem deuses. Donos da luz da verdade.
Vestais da ética que não passam pelo crivo de boa âncora historiográfica.
Entender as transformações de uma gentry para uma gentry wig na Inglaterra
(1810), bem como os impactos para a produção global e para as relações de
trabalho da Revolução Francesa (1789) e Revolução Industrial (1840) já dá um
86
bom parâmetro para quem distorce o trabalho e a autodeterminação/
organização livre do povo na modernidade. Fora o Brasil enquanto Brasil
(dimensão ontológica), com suas peculiaridades históricas em fatos sobre a
distribuição da produção, espaço, do campo, do urbano, da terra, das fontes
d’água, do percurso democrático, do retrocesso da ditadura 64-84, das
relações sociais atuais.
A sociedade brasileira do século XXI não é a sociedade norte americana
do século XXI, muito menos para ser sua paródia, ser seu primo pobre, primo
feio, quintal bélico, zona de exploração livre ou neocolônia. Somente o histórico
crítico da Operação Condor (1950) daria uma tese, ou outro livro que
facilmente seria tachado de conspiracionista.
Os fenômenos educacionais e suas teorias bebem de fontes advindas
de toda a história mas se destaca - o Iluminismo, onde deliberamos como
marco a publicação da Encyclopédie (1772) e a obra kantiana (1781) porém
sua ontologia, ou seja os fenômenos educacionais enquanto fenômenos
educacionais, não se explica somente pela razão, cognição ou pela erudição
de teorias – mas por uma práxis e essa última é um sistema aberto, caótico e
indeterminado novamente citando a doutora em educação Acácia Zeneida
Kuenzer (2006).
Ainda carecemos de feeling histórico democrático para tais afirmações
mas sempre que nosso povo começa a se estabelecer, colonialistas impõem
retrocessos. Nosso projeto quatro, orientado por CASTIONI (2011) foi nossa
melhor pesquisa analisando o conceito trabalho dentro da realidade capitalista
da Ceilândia Norte em 2011, como parte integrante do estágio obrigatório de
ações docentes, só que dentro do universo trabalhista daqueles ceilandenses
que procuravam as agências do trabalhador da cidade, sistema SINE do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Fica clara a corroboração de
CASTIONI et al (2011) in CDT/UnB, sobre a realidade e restrições do
trabalhador que necessita do sistema SINE/MTE naquele corrente ano.
Defendemos que a força de sustentação desse Memorial Reflexivo está
além das justificativas abaixo, no conjunto descritivo de toda sua extensão ao
analisar o epifenômeno capital e o mundo do trabalho na micro realidade da
Agência do Trabalho da EQNM 18/20 da Ceilândia Norte, Distrito Federal.
87
Importante salientar que, é bem provável que uma explicação que não
esteja contemplada ou incompleta em um capítulo, possa ser vista e
novamente explicada em outro capítulo. Isso também se dá por que suas
descrições são interdependentes e complementares na medida em que a
natureza do próprio Memorial é ser um estudo em profundidade e portanto,
estar ligado por uma lógica interna de produção e até do silêncio do autor.
Aliás, todo o projeto é amplamente falseável, por isso, científico.
Durante toda a execução desse projeto, trabalhamos em pelo menos
três grandes frentes. Uma primeira teórica na seleção dos “fios de Ariadne”
para compor argumentações e justificativas do projeto. Numa segunda etapa, a
criação descritiva dos capítulos que compõem esse projeto. Assim como
entender qual foi o papel teórico e prático dos espaços não escolares, viagens
e registros etnográficos para nossa formação, conforme descrito no Relatório
Reflexivo de Estudos Independentes (Anexo) que compôs inúmeros estudos
que acreditamos serem pertinentes para o campo educacional, além de serem
espaços que trazem muita bagagem empírica e prática.
Conforme ilustrado no gráfico abaixo, logo em Abril de 2014, tivemos um
aumento imenso no fluxo de atividades que faziam parte do nosso plano e
trabalho para esse trabalho de conclusão de curso.
0123456789
Mês de Abril(iniciodas atividades)
Mês de Maio Mês de Junho Mês de Julho (fimdas atividades.
Revisão,submissão)
Mês de Agosto(final semestre)
Fluxo do plano de trabalho (N. de atividades)
88
Nota-se por inferência dos dados do gráfico criado, que o presente
projeto seguiu um fluxo de atividades para sua execução muito parecido com
um fluxo normal de execução de projetos administrativos e estratégicos em
geral. Com um início com menos atividades, depois um crescente nesse fluxo
entre os meses de Maio e Junho de 2014, porém com o mantimento de muitas
atividades de avaliação e obrigações gerais de curso que nos forçou a ficar
alerta até o final do semestre, até sua devida colação de grau.
Essa última questão também se dá, por que com o término das
atividades executórias normais de projeto, ficam ainda atividades não de
execução mas de ajustes e acompanhamento avaliativo.
Essa contradição se caracteriza pelo fato da FE/UnB não cumprir com o
Artigo 47, inciso 2º da LDB que trata do encurtamento do itinerário acadêmico
solicitado por mim em 2010 atendendo todo o fluxo burocrático solicitado. Parte
dos avaliadores da Faculdade de Educação aceitaram como criativa e científica
as produções do autor, porém outra parte dos avaliadores da FE/UnB entende
como impertinentes as produções do autor.
Seria elementar aos doutos e para a Faculdade de Educação elaborar
avaliações e tornar inviáveis as pesquisas anteriormente negadas. A
elaboração de avaliações especificas para mensurar produção acadêmica
relevante e extraordinária também está prevista em nossa Lei de Diretrizes e
Bases da educação, além da FE/UnB também não apresentar nenhum
histórico que exemplifique ou ilustrem quais produções científicas atendem ao
artigo quarenta e sete da LDB e quais produções não atendem.
Julgamos em sentido auto-avaliativo esse trabalho final como critério
parcial para obtenção do título de Pedagogo, para a emancipação do autor, a
menção final de Médio-Superior (MS), expresso quantitativamente por uma
menção final de oito pontos.
Procurando um embate real de avaliação, conforme a LDB, percebemos
durante um bom tempo de curso o pragmatismo e o personalismo pedagógico.
O fato que, não existe uma tradição avaliativa quando a aplicação do artigo
quarenta e sete da LDB está em voga. Também não se trata de isolar qualquer
89
avaliador para procurar uma justificativa pois diante de alguns deles - bebemos
das mesmas fontes pedagógicas e epistemológicas. Contradições institucionais
que a FE/UnB ao analisar as produções científicas do autor, admite pertinência
mas não tornou isso formal ou institucional. Uma política de avaliar tacanha,
mediana, previsível e que em nada trouxe emancipação ao autor.
Nada disso influenciou esse presente projeto, mas deve ser registrado,
por que trouxe desgaste de tempo, recursos financeiros próprios, energia
corporal e psíquica inerente à criação de textos e demais projetos, o que trouxe
também um alargamento desnecessário no tempo de curso, aumentando ainda
mais os custos estatais com a matrícula.
Se o limitado autor fica por mais tempo numa matrícula na educação,
esse mesmo limitado educador pode estar tirando a vaga e a formação de um
novo Paulo Freire ou quem sabe de um grande cientista.
Esse projeto pode ilustrar a importância do planejamento para sua
concretização e assim entende que tem que ser com a lida pedagógica para
dar caráter empírico e significativo às práticas pedagógicas. É muito comum
encontrar discursos de docentes que na sua prática não planejam.
Entendemos que o atual projeto, coloca a educação como uma ciência
de teor não exato. A sala de aula, apelando para KUENZER (2006), é um
sistema aberto e de natureza caótica e indeterminada.
Sem as devidas propostas curriculares do nosso curso ou as diversas
interações de aula e dos projetos obrigatórios vistos, não se poderia conceber
esse projeto pois não teríamos elementos da realidade para trilhar esse atual
registro reflexivo e um entendimento mais agudo dos fenômenos pedagógicos.
O autor vendo a importância da dimensão institucional da educação, se
propôs a ler Paulo Freire e sabatinar com o grupo SEUEJA sobre temáticas
que envolviam a liberdade, a prática e também nossas certezas na escola e no
ensinar. Mais uma dimensão pertinente que defendemos nesse projeto, sua
dimensão institucional, para galgar resultados concretos. Uma grande parte
dos educadores sequer se apercebe dessa dimensão da educação, sua
dimensão social e aqui, institucional.
90
Em ciência, afirmações cegas, destituídas de fundamentação, lógica
interna ou de evidências claras torna também as análises tendenciosas e
obscuras, coisa que refletirá numa real explicação de um fenômeno social
qualquer. Ter o espírito livre e aberto ao novo, ou ao desconhecido não quer
dizer relativizar tudo. Nem tudo em ciência é relativo, o que pode ocorrer é uma
lapidação de um pensamento incompleto para melhor explicar um dado
fenômeno. Isso excluindo lixo científico, falácias, determinismos,
intelectualismos, sugestões, autossugestões, enganos, falhas, ilusões,
distorções por nosso etnocentrismo ou soberbia, ilusão advinda do domínio ou
erudição em algum conhecimento, dentre outras interferências na clarificação
de um determinado fenômeno social/humano (Vide FREIRE, Paulo –
Pedagogia do Oprimido p. 34 – acerca do pensamento autêntico e das vozes
parciais da realidade). Exemplo: Teoria da Evolução das Espécies. Seguindo a
analogia acima, Darwin (1882) et al não foi relativizado e sim lapidado para
uma melhor compreensão da dinâmica da vida e a condicionante meio por
outros autores, pelo advento da Genética, o próprio avanço da ciência.
Sobre o ensino da Teoria Sintética da Evolução das espécies sob o
modelo de seleção natural, discorremos melhor sobre essa questão no Projeto
Ensinando Evolução para alunos do quarto ano do ensino fundamental, bem
como suas construções do conceito ainda incompleto do conceito extinção,
bem como demais entendimento das relações-interespécies.
Outro exemplo que ainda não foi relativizado: Lei da gravitação
universal. Para saber mais sobre essa temática (certeza/incerteza científica) - o
princípio da incerteza de Heisenberg e seus reflexos nas ciências pós Einstein,
teoria dos jogos, teoria do caos, a complexidade de Edgar Morin (2001) em seu
livro os sete saberes para a Educação, a própria Teoria da Evolução das
espécies, metodologia e pensamento científico para a ciência do Século XXI.
O leitor poderia citar a falta de dois históricos. O primeiro histórico sobre
pesquisas para ilustrar o desenvolvimento de planos de aula. De forma
deliberada e por motivo de delimitação de objeto de pesquisa, nenhum plano
de aula foi adicionado, apesar dos inúmeros feitos durante o curso. O segundo
foi a não eleição do Projeto II, no rol dos projetos considerados. Isso se deu,
91
por que entendemos que o Projeto II, como foi o estudo da legislação
específica que regulamenta o curso da Pedagogia, bem como os debates
institucionais que ocorreram entre diversos atores da educação, esse último
estaria contemplado nas páginas do primeiro capítulo.
Esse Memorial Reflexivo condensa ou sintetiza nossa tacanha visão de
Brasil, mas também analisa dimensões mais restritas da educação, como as
vivências e aprendizagens advinda dos estudos independentes realizados em
algumas capitais e cidades do Brasil como (Brasília e sua região central, Goiás-
GO, Rio de Janeiro-RJ, Recife-PE, Olinda-PE, Belém-PA, Ananindeua-PA).
Segundo levantamento questionável sobre as produções científicas do
autor, entendemos que o atual projeto é o registro e síntese crítica de
aproximadamente 30% de sua produção científica e literária. Escreveu sozinho
e em grupo também, nas disciplinas com resenhas e demais textos, conteúdo
esse que não faz parte do escopo dessa pesquisa.
O ambiente de criação desse projeto para fins de curiosidade: Um
pequeno quarto na 412/Sul em Brasília-DF. O silêncio, a reclusão voluntária e
planejada, os livros, apostilas, arquivos, uma cadelinha (a “Maria flor”) e por
vezes o cerrado brasileiro foram as principais companhias, onde num estado
absorto de estudo, investigação, criação e escrita durante três meses, alguns
dias em dois turnos, que de forma intercalada era de leituras e resumos,
reflexões “acerca de” e de escrita efetiva, gerou-se esse projeto de organização
de um Memorial Reflexivo, mas que fosse extenso (não ad nauseam) com
qualidade suficiente para ser critério parcial de obtenção do título de Pedagogo
pela UnB, bem como ser pontual e delimitado ao trazer dimensões pertinentes
da educação que perfazem a estrutura desse projeto de pesquisa de ordem
também crítica.
O aumento do consumo de alimentos proteicos, carboidratos e a prática
de exercícios físicos para ter uma melhor condição psíquica para escrever esse
memorial, também foi levada como tática para melhor rendimento nos estudos.
Defendemos a ideia de que o presente projeto alude para situações e
práticas que são citadas na Lei Orgânica do DF, mais especificamente no seus
artigos n. 235, principalmente em seu inciso segundo, do fomento à criação de
92
literatura brasiliense – inclusive na formação continuada de professores, em
toda a extensão do artigo n. 237 sobre pesquisas que promovam a educação
técnico-profissionalizante. Admite-se uma avaliação para emancipação, então
ajuda a cumprir a implantação de um sistema educacional e avaliativo,
adequado à realidade da escola pública com suas especificidades dos traços
daquela cultura institucional , étnicos e humanos.
Na formulação de uma política de Estado para a educação, poderíamos
citar DOURADO (2000), SECHHI (2012) sobre tipologia ou critério do tipo da
Política pública para a educação, mas nosso foco não foi esse no momento,
mas para o projeto, registrar que assim como a atual democracia, Constituição,
justiça e lei (visando fortalecimento institucional do Brasil) esbarra a causa na
desigualdade social e na formação de clãs de justiceiros, paraestados de
diversas matizes dentro mesmo do Brasil que torna a realidade histórica difusa
porém perceptível de uma lógica republicana para uma lógica onde cada
pessoa é sua lei, cada pessoa é seu estado, cada pessoa então, é sua justiça,
cada pessoa então se torna soberana dentro de ¿seu estado, que agora não é
mais de direito, mas déspota , conforme as decisões dos senhores absolutos
daquele estado (leia-se criticamente propriedade e produção material).
Essa última situação descrita, para registro, consideramos como uma
espécie de sociopatia. Um fenômeno doentio da sociedade brasileira, a
realização de justiçamentos, ou melhor, arbitramentos de deuses que decidem
sobre a vida e sobre a morte dos mortais.
Os reflexos desse quadro restritivo na estrutura da educação pública
brasileira são inegáveis. Onde cada professor, ou cada canetada dos gabinetes
do MEC ou das secretarias de estado de educação em todo o Brasil, se tornam
feudos educacionais. Como se a escola pública fosse propriedade privada de
poucos intocáveis.
Em nossa pesquisa do projeto três, em sua primeira fase, quando
analisamos a gestão escolar de instituições educacionais em Brasília, vimos
ainda, que alguns gestores tem a escola com propriedade sua, onde ele
“manda” e desmanda, sendo ele próprio, gestor escolar quem institui as leis
personalistas, sem qualquer caráter público e de forma curiosa essa mesma
gestão é progressista e atualizada com as demandas da educação pública e os
93
problemas específicos da gestão escolar nos locais pesquisados bem como as
soluções para cada caso concreto como as retenções de alunos. Esse mesmo
contexto, também se reflete nas Universidades Federais (UF’s) de todo o
Brasil.
Diante desse quadro conjuntural, nota-se uma grande pertinência
histórica do que pensa e faz os heróis da sociedade ou os heróis da educação.
De forma muito curiosa, há pouco tempo descobrimos essa chave
histórica, de teor científico e modelar do ciclo de evolução da vida dos heróis
de Joseph Campbell (1995) em seu livro “O herói de mil faces”, que analisa
dezenas de mitos universais e os converte para a vida cotidiana com um
modelo (o monólito), que identifica doze passos na jornada do herói . São eles:
1)Mundo comum, 2)Chamado à aventura, 3) Recusa do chamado, 4) Encontro
com o mentor, 5) Travessia do Umbral/limiar, 6)Testes, aliados e inimigos,
7)Aproximação do objeto, 8)Provação máxima, 9)Conquista da recompensa,
10)Caminho da volta, 11) Depuração/transformação do herói, 12) Retorno
transformado – visto também em MCSILL (2011) in CAMPBELL (1995).
Em sentido análogo, quantos percursos simbólicos de heróis da
educação, na educação, para a educação, para “salvar” a educação? A
indeterminação de nossa concepção de educação, coloca em xeque esse
caráter salvífico da pedagogia não o modelo de CAMPBELL (1995) - uma
pedagogia em busca de uma espécie de eldorado (Da Antro.) social ou de
cidadão modelo? Um modelo especial e infalível de didática? Plano de aulas
espetaculares? O estabelecimento de uma panpedagogia (como uma panaceia
dos fenômenos educacionais)?Temos tais questões como improváveis. A
sociedade é um sistema aberto e indeterminado historicamente. História aqui,
em seu sentido lato (Do latim), ou amplo.
Dentro dessa estrutura histórica, conceber os agentes da educação
como agentes de uma jornada de avanços, mas também retrocessos.
Para o processo de ensino e aprendizado ou de aprendizagens,
conforme as condições históricas e conforme o histórico de mediações
pedagógicas realizadas. Aqui reside uma valorização da aprendizagem para se
desenvolver e não se desenvolver biologicamente para aprender. De forma
contraditória não quer dizer que o simbólico do herói não venha a arrastar até
boas mentes dentro da educação. Uma nuance da educação, no sentido
94
simbólico e arquetípico que precisamos investigar mais para tecer melhores e
mais pontuais comentários, ligando tal modelo às jornadas dos educadores na
atualidade.
Entendemos que a formação continuada do autor é uma relação ganha-
ganha (indivíduo x estado) – o próprio e atual PNE aponta para esse convite ao
mestrado. Esse projeto deixa de forma proposital, como um sinal para a
continuidade de sua formação na educação pesquisa sobre o campo da
comunicação social15 estudo esse em aberto.
Defendemos também que esse Memorial, como critério parcial de
obtenção do título de Pedagogo pela Universidade de Brasília é também um
contra ponto ao totalitarismo na educação. A estratégia desse totalitarismo
seria dissuadir antes e reprimir depois (ver documentário “A Servidão Moderna”
2009, min. 34) visando instituir o pessimismo e o sentimento de culpa na
escola, nas aprendizagens. Tudo não pode e você aluno, não consegue... são
máximas vistas até hoje no cotidiano dos discursos dessa educação moderna.
O rescaldo dessa cultura que faz da educação uma mercadoria está
permeado de atos heroicos para ¿salvar a educação ou para a educação
¿salvar a sociedade.
Julgamos que essa forma de pensar educação, não se faz política
pública para o setor e sim, política privada para diversos graus de narcisismos
modernos dos doutos sobre o tema.
Citado a posteriori, esse projeto ajudou também a atualizar nossa visão
de Vigotski sobre seus conceitos e sobre a natureza desses conceitos
traduzidos diretamente do russo por Zóia R. Prestes (2010). Essa questão é
muito importante expor e registrar que fez parte da nossa metodologia uma
reaproximação da literatura escolhida e com isso, evoluindo conceitualmente
para a literatura de Vigotski agora esclarecidos por PRESTES (2010) que em
muito ajuda a visualizar a pertinência das pesquisas feitas para a aquisição e
entendimento de conceitos. A atuação na obtenção de conceitos traz
emancipação para nossos educandos. Adquirir o entendimento que ao dobrar
de uma fração, se diminui o denominador, requer para o educando o
15
Ver capítulo 3.4 - Análise do discurso das inter-relações históricas e simbólicas entre a
comunicação social no Brasil do século XXI e as políticas públicas educacionais em vigor do estado brasileiro. (Ideologia dos discursos, construção, desconstrução e síntese), do autor.
95
entendimento do conceito de fração para a resolução da questão. Sempre
perguntam: - “Mas não está multiplicando por dois? Então aumenta”.
Defendemos que hoje existe uma espécie de segunda geração
brasiliense, que se trabalhada com palavras geradoras historicamente usadas
por Paulo Freire (1970) como enxada, fação, seca, mandacaru, água, casa, sol,
trabalho, mulher, sertão, forró, feira, pechincha, fome, patrão, “chinela”
(variação linguística de chinelo), “táuba” (variação linguística de tábua),
“zaluzejo” (variação linguística de azulejo) provavelmente não lhes fará muito
sentido, onde alguns pesquisadores do virtual/internet 16 já falam de uma
geração Y, ou nativos digitais. Essa geração possui baixa idade (entre 14-18
anos) e já foram a mais de quatro anos inseridos na cultura do virtual/internet.
O que gera conceitos nesses jovens são principalmente palavras
contextualizadas para seu dia a dia do tipo internet, roteador, wi fi, bluetooth,
facebook, twitter, nuvem, selfie, Windows, Word, blog, e-mail, Istagram, dentre
outras. Ora, são exatamente esses jovens que iremos ter contanto na escola e
na sala de aula, dado o fato que esses nativos digitais estão ainda na faixa de
atuação profissional do pedagogo (a) em seus atos docentes, até o
planejamento da escola, ou no conselho escolar, bem como na atualização da
legislação pedagógica. Isso é uma tendência irreversível e benéfica para todos
os educandos e educadores que estão envolvidos na educação materializada
da sala de aula.
Registra-se que todas essas longas justificativas não formam uma lógica
linear de acontecimentos ou fatos que aconteceram no tempo histórico do
curso acadêmico do autor, mas justificativas diversas buscando principalmente
clarear precisamente, quando, onde, como, por que, por quem foram realizadas
as pesquisas e projetos que compõem esse trabalho final. Nesse capítulo das
justificativas são os argumentos que não ficaram tão explicitados em cada
capítulo, bem como as devidas ligações com as descrições, contextos, citações
e seus anexos disponibilizados que fazem parte inseparável desse projeto cuja
16
Para CARVALHO, J.H. D. (2010), mestre em comunicação pela UnB, a geração y é uma evolução da juventude “baby boom” a partir dos anos 2000.
96
falta tornaria o mesmo sem sentido em suas ilustrações ou em relação sua
precisão documental e metodológica.
5. CONCLUSÃO
“Eppur se mouve! Apesar das restrições orçamentárias e dos diversos pessimismos
pedagógicos, os fenômenos educacionais continuam se movendo para o indeterminado”.
(PEREIRA, S. F. 2014).
Esse Memorial Reflexivo não sugere em sua extensão, para a falta de
importância e até extinção da escola pública pelas evidências do
estabelecimento de uma geração Y, ou como CARVALHO e outros (2010)
conceituam de “nativos digitais”, mas justamente ao contrário, a escola pública
nunca foi tão propícia para formação de conceitos nos novos alunos já
inseridos culturalmente no mundo virtual e da internet. Porém também fica
claro que a escola da cartilha para alfabetizar dos anos de 1940 seja por
silabação, seja por soletração/sonorização da letra até a formação da palavra
para depois letrar com as regras da gramática, todas essas metodologias
pedagogias ontem, julgamos ultrapassadas hoje. Afinal, o mundo de 2014 fala
dos motores de Nicolás Tesla, células tronco, biorobótica e do acelerador de
partículas que testou e comprovou o modelo experimental do bóson de Higgs
(2013).
O mundo global mudou bastante de 2008 até o momento presente. Esse
mundo, sob nosso tacanho entendimento, se apresenta hoje como poluído,
basicamente industrial, moderno, multipolar com os BRICS – tendo por
indicador principal a Declaração de Fortaleza realizada em 15/07/2014. Esse
mundo capitalista é globalizante não global e que concentra a renda e o
conhecimento científico, tecnológico e em seu revés põe no esquecimento
saberes diversos que geralmente resistem à segregação, à pilhagem e à
mercantilização.
Mesmo diante desse quadro restritivo, as políticas públicas para a
educação dos últimos dez anos, os programas nacionais para democratizar o
ensino, as ações afirmativas, os projetos de pesquisa estatais e independentes,
o acesso a maiores e melhores acervos das bibliotecas, bem como o acesso a
97
acervos digitais facilmente transportados, a difusão do vale cultura, um melhor
salário por meio do piso nacional, incentivos para aquele professor que
trabalha com a alfabetização/letramento ou com jovens em conflito com a lei, o
PNE (apesar da leniência e das mais de 3000 emendas mas recém aprovado)
traz um outro patamar de discussão em relação os desafios do Brasil na
educação mesmo com imensos obstáculos como a meritocracia, o heroísmo, o
pragmatismo e as educações salvíficas.
A falseabilidade do projeto e seu caráter de admitir a realidade com suas
indeterminações levou o autor à obrigatoriedade de se fixar numa ética, para
que, com a outorga do estado brasileiro, poder verificar nas práticas
pedagógicas/educacionais as proposições dos teóricos, bem como poder atuar
na difusão de ciência, por que "um outro mundo educacional é possível” idem
ao entendimento do FSM (2009).
Registramos nossa volição para gerir projetos de C&T&I atuando
criticamente em instituições de natureza pública ou privada.
O trabalho se furta de descrições cronológicas porém intercaladas com
digressões necessárias pois se trata de uma pesquisa de ordem
memorialística, mas também crítica.
Como técnica descritiva somente num primeiro nível de decomposição
acerca das pesquisas e projetos realizados. Isso ajuda a melhor delimitar
nosso objeto de pesquisa nesse Memorial Reflexivo. Entendemos que se
atuássemos num nível mais aprofundado de descrições, algumas pesquisas e
situações sairiam da proposta de um Memorial Reflexivo, para estudos de
caso, a necessidade de uma pesquisa com instrumentos para captar a
realidade mas para outro nível de formação acadêmica.
Possui esse Memorial, uma dimensão social, profissional e ética. Esse
mesmo projeto trouxe também à luz dos leitores, outro plano de análise - da
subjetividade do autor com suas fraquezas, contradições de pensamento e
ação, preconceitos, ilusões, enganos de análise, devaneios, limites e
indeterminações.
98
Projeto que visou entender o campo educacional com clareza de
conceito conforme o tema. Tal formação foi construída na execução dos
projetos, práticas e aprendizagens que explorou os saberes diversos que a
realidade brasileira nos mostrou um recorte dessa realidade manifestada,
sentida, descrita, criticada e historicamente situada pelo autor.
Obra cunhada durante o percurso do curso presencial em Pedagogia
pela Universidade de Brasília e escrita principalmente nos meses de Abril, Maio
e Junho de 2014 em um pequeno quarto no final da Asa Sul em Brasília.
Esse projeto aponta para o futuro. As qualificações acima descritas de
nossa realidade, por uma realidade cuja sociedade seja protagonista de si
mesma sendo sustentável, plural e que pense C&T&I bem como P&D para
trazer os tesouros da biotecnologia, da nanotecnologia ou do eletromagnetismo
e suas aplicações para melhorar da vida povo. Essa sociedade do
presente/futuro já anuncia a cura da AIDS (2013), da cura da hepatite C (2014),
biorobótica fazendo pessoas paraplégicas andarem, tecnologias sociais, uma
revolução azul pela Aquicultura, ou por cultivos de precisão, os objetivos do
PNE (2011-2020).
É nesse contexto que queremos fomentar o conhecimento e formação
de conceitos nos alunos quando construímos um microscópio com garrafa pet
pequeno canos, massa acrílica juntamente com aquele dispositivo esférico
visto em qualquer mouse de leitura óptica.
Assim, andando em paralelo com inovações já vistas na Índia ou EUA.
Superando até as restrições de se conseguir os microscópios de Manu Prakash
Cornel University (2014). Até o ensinar das relações sociais brasileiras naquilo
de nocivo, mas também naquilo que existe de histórico, significativo e que
busque emancipação desses mesmos alunos.
Contribui para a obtenção de relações sociais mais justas, equânimes e
igualitárias quando cumpri e faz cumpri nossa legislação ao fomentar o
conhecimento, a tolerância, a diversidade, a laicidade da sociedade e do
sistema público de ensino.
99
Aquele que se arvora em conhecedor do cerrado, se intitulando
“cerradero do Brasil” deve ter, em primeiro lugar humildade e trato com sua
terra e seu povo partindo do pressuposto que ainda não entendemos nada do
cerrado brasileiro. Cerradero do Brasil, ao falar, “cerradero du Brasil”, que
também ao se apresentar em recurso à Coordenação da FE, se intitulou como
uma espécie de “máquina de terraplanagem” (do terreno político, social). Onde,
tanto na vida educacional, quanto política, fosse veículo para que essa futura
geração de educadores e educandos (que da qual também faço parte) tivesse
pela frente um terreno de desafios existenciais e sociais mais nivelados, mais
equânimes. E olha que “o cerrado tá alto”, muita desigualdade, ainda centenas
aos esfarrapados alijados da escola e dos saberes.
Existe muito trabalho de base (na educação) pela frente. Nós pedagogo
(as) também podemos atuar no primeiro segmento de EJA, e lá, temos
milhares de semianalfabetos e também com diversas necessidades de/em
outros saberes.
Esse Memorial aponta em termos éticos, para a necessidade de se
aprofundar os resultados gerais do PNE 2014 (inclusive o Plano Distrital)
visando a universalização o ensino, bem como o atendimento de todas suas
metas específicas.
Por meio desse registro memorialístico cujo objetivo foi traçar um
histórico coerente e de bons desafios dentro da academia, fomentou-se a troca
de conhecimentos sobre o curso de Pedagogia, a formação de professores, a
pesquisa, ações de extensão, fomentou-se a leitura, a escrita, pensar
criticamente a realidade do Distrito Federal e do Brasil - bem como a difusão do
conhecimento e dos saberes vistos durante todo o curso na Faculdade de
Educação da Universidade de Brasília, entre os anos de 2008 e 2014.
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1994a.
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filosofia. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2003.
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importância da leitura na construção do saber. Diz: Deve-ser adquirir um gosto especial pela
leitura e pelo saber. Disciplina: Literatura e Educação – FE/UnB, Brasília (2013).
BATISTA, Anelice da Silva – Dissertação de Mestrado em Educação: Cada ser, em si, carrega
o dom de ser capaz de ser feliz. Um estudo de caso, baseado em Alfred Adler, Lev Vigotski e
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Tacca. Brasília-DF (2011).
BARDIN, Laurençe – Análise do Conteúdo. Lisboa. Edições 70. 1977- Nessa pesquisa,
somente a dimensão da palavra foi utilizada para identificar alguns elementos representativos e
algumas situações de pesquisa relevantes e enumeradas nos históricos sobre a categoria
<gestão escolar> e as representações sociais mapeadas no instrumento hum de pesquisa.
Fonte utilizada para a realização dos Projetos III, fase I, II e III com CERQUEIRA FE/UnB
(2011).
BRASIL, Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação (CNE). Parecer n. 05/2005
Diretrizes Curriculares Nacionais pra o Curso de Pedagogia. Relatoras: Clélia Brandão
Alvarenga Craveiro e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Processo n. 23001.000188/2005-
02.
__________Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação (CNE). Parecer n.
03/2006. Diretrizes Curriculares Nacionais pra o Curso de Pedagogia. Relatoras: Clélia
Brandão Alvarenga Craveiro e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Processo n.
23001.000188/2005-02.
__________Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação (CNE). Conselho
Pleno. Resolução CNE/CP n.º 01 de 15 de Maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
__________Ministério das Relações Exteriores – VI Cúpula dos BRICS – Declaração de Fortaleza. Fonte (Documento na íntegra): http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/vi-cupula-brics-declaracao-de-fortaleza - Acesso em 15/07/2014;
101
BORTOLI-RICARDO, Stella Maris - Educação em Língua materna – A Sociolinguística na Sala
de Aula – São Paulo - Editora: Parábola 2008 – 108p.
CAMPBELL, Joseph Jonh – O herói de mil faces – Cultrix Editora, 1995, 416p. Acerca da
dimensão arquetípica, mitológica e simbólica de seu modelo da jornada dos heróis.
CASTIONI, Remi - Perfil nacional dos agentes de atendimento / Centro de Apoio ao
Desenvolvimento Tecnológico (CDT – UnB) ; avaliação do Proesqs, Remi Castioni ... [et al.]. –
Brasília : Ministério do Trabalho e Emprego, 2010. 41 p. - (Cadernos especiais ; 61) Projeto
elaborado com apoio do Laboratório de Psicologia do Trabalho (LPT / IP – UnB) Acima do
título: Projetos Especiais de Qualificação (Proesqs). Parceria com: Universidade de Brasília
(UnB). 1. Trabalhador, formação profissional, projeto, Brasil. 2. Pessoal administrativo, Brasil. 3.
Orientação profissional, projeto, Brasil. 4. Qualificação profissional, Brasil. 5. Desempregado,
Brasil. 6. Projeto Especial de Qualificação (Proesqs). 7. Sistema Nacional de Emprego (Brasil)
(SINE). I. Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT – UnB). II. Castioni, Remi. III.
Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). IV. Série.
__________ Projeto: Itinerários formativos e orientação profissional – integrando modalidades
de educação e direcionando a política pública a serviço daqueles que mais necessitam. Edital
Pq -2011 - CNPq. Ver projeto na integra.
__________Diálogos entre Anísio e Darcy: O projeto da UnB e a educação brasileira./José Luiz
Villar e Remi Castioni, organizadores. – Brasília: Verbena Editora, 2012. 250p.
__________Aprofundamentos sobre a realidade em que se encontram os trabalhadores em
situação desemprego usuário do SINE. Trajetórias de Trabalho e dificuldades – Brasília 2007.
COUTINHO, Laura Maria – Professora e Doutora – FE/UnB - Orientadora desse projeto de
conclusão de curso, que sugeriu a formulação de um Memorial Reflexivo sobre as pesquisas e
projetos realizados durante percurso acadêmico. Tivemos como ilustração os trabalhos de
Uilians Correia Costa em Memórias de um Canoeiro e Registro Reflexivo no curso de
Especialização em Educação – ESPEaD – UFAC – 1995.
__________LIVRO: Pedagogia Presencial e Online – Uma experiência de formação docente.
L.M Coutinho e Lúcio França Teles (Orgs). Editora da UnB No prelo – Junho de 2014.
FAVALI, Leonel et al Ciências Naturais - 4ª Série - Ensino Fundamental - A escola é nossa
(FAVALI, Leonel; PESSOA, Karina; DANTAS, Sérgio, VIEIRA, Fábio; RIBEIRO, Jackson -
Editora Scipione - (1995) ISBN 85-262--4804-9).
102
FILICE, Renísia Cristina Garcia – Raça e Classe na educação básica brasileira: a cultura na
implementação de políticas públicas/ Renísia Cristina Garcia Filice – Campinas – SP: Autores
Associados, Coedição Faculdade de Educação da Universidade de Brasília – UnB – (Coleção
Políticas Públicas de Educação). Org. Célio da Cunha, José Vieira de Sousa e Maria Abádia da
Silva. 2011, 338p. Acerca da dimensão histórica temporal no entendimento representativo da
cultura não só da classificação de raça e classe que por ser uma categoria também política, se
materializa no racismo (individual e institucional) mas também acerca de matizes do
pensamento racista e contra racista, que pode ser reconstruído pelo estudo do próprio
metabolismo da História.
FREIRE, Paulo – A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Coleção:
Polêmicas do nosso tempo n. 04 - Paulo Freire/São Paulo: Autores Associados, Cortez, 1989
50p.
FREITAS, Luiz Carlos de et al – Avaliação Educacional: Caminhando na Contramão – Editora
Vozes, p. 86 (2009). Também acerca da fundamentação de literatura pedagógica sobre a
categoria avaliação, citada no item 2.1 – Do caderno de campo etnográfico, avaliando quatro
educandos da EC 407/Norte, no ano de 2010. Um caderno de campo de corrobora a literatura
vista, na medida em que isola a variável avaliação e passa a trata-la sob diversas dimensões
de como o educando constrói a língua escrita e a reconstrói com as mediações do professor,
escola e espaços não escolares.
__________ Idem p. 85/86 – Dos indicadores do rendimento escolar;
__________Sobre a metodologia Análise Envoltória de Dados – DEA em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Análise_por_envoltória_de_dados (Acesso em 18/06/2014). Aqui, ver
autores que fazem desse método, um método na verificação de ações pedagógicas sob
critérios de efetividade relativa e efetividade real. Para nós, não a complexidade do método
para a Engenharia, mas para a Pedagogia em sistemas avaliativos de educação em grandes
escalas (SAEB, ENEM). Autores a saber: SOBRINHO, BELLONI, YAZBECK et al. Como a
proposta é hipotética, verificar formas adaptativas desse modelo para melhor encaixe aos
problemas proposto. Notem ainda que o DEA é para traçar diretrizes macro para a escola que
se deseja trabalhar e geralmente baseado em dados quantitativos.
FROTA-PESSOA, O. ; GEVERTZ, R. ; SILVA, A. G no livro, Como ensinar ciências, São Paulo,
Nacional, 1985
GADOTTI, Moacir. As perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000.
JOVCHELOVITCH, Sandra – Representações Sociais e esfera pública: A construção simbólica
dos espaços públicos no Brasil / Sandra Jovchelovitch – Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
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da pedagogia: Uma expressão epistemológica da prática (2006). Esse texto é de suma
importância para estabelecer diversas analogias e análises durante todo o projeto desse
Memorial Reflexivo, mas principalmente para estabelecer parte da natureza da pedagogia
enquanto curso mas também nos ajuda a melhor entender a metodologia adotada nesses
diversos quadros descritivo-crítico das pesquisas e projetos realizados.
KOHAN, Walter Omar. Infância. Entre educação e filosofia. Belo Horizonte, MG: Autêntica,
2003.
LACAN, Jacques – In: Revista do Departamento de Psicologia – UFF, V. 17 – Nº 1, p. 113-127,
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personalidade humana no trabalho docente e pedagógico em geral. Arquivo em ;
http://www.scielo.br/pdf/rdpsi/v17n1/v17n1a09.pdf Acesso em Julho de 2014. Ver também
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entre nosso caminho metodológico, objetivo geral e justificativas de pesquisas, bem como
resultados finais. Aqui, o interesse é apenas na demonstração de que os dados captados em
campo, corroboram mais uma vez os relatórios de CASTIONI (2010) in CDT/UnB sendo
justificável cada ação pontual da OIT nas citadas políticas entre os ministérios da educação e
trabalho em torno das mesmas problemáticas sobre o um trabalho descente na América do
Sul.
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escola).
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Boletins Fundação Educacional do Distrito Federal – Escola Classe
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Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Educação – FE
Projeto Parcimônia – Coluna sobre ciência, tecnologia e educação, Jornal
Diálogos – PET/FE/UnB – Nov. 2008
Discente: Saulo Fabrício Pereira – Matrícula: 1006584.
Objetivo do Projeto:
Criação e divulgação de uma coluna jornalística/pedagógica/científica de
assuntos relacionados à concepção, produção e aplicação da Ciência e da
Tecnologia por um período de um ano, sob os critérios instituídos pelo PET/FE.
Descrição do Produto / Serviço do Projeto:
Boletim bimestral/trimestral (vai depender das publicações do Diálogos) de
informações sobre tudo o que acontece no universo científico. Ser uma coluna:
interativa (se possível), útil, esclarecedora, desmistificadora, transversal,
objetiva, simples e descrita sem tecnicismos científicos, quando necessário, o
quadro o que é axioma** trará alguns termos técnicos, explicados de forma
acessível. A evolução do Parcimônia será: Concepções, Sociedade, Homem e
Educação como Plano de Atividades.
Limites do Projeto
Os limites são o tempo estipulado pelo PET e demais critérios institucionais da
Faculdade de Educação. Bem como, o tempo de acesso aos murais do
PET/FE/UnB na entrada da FE 01.
Entregas do Projeto:
Um boletim “bimestral” (vide limites do projeto) mediante divulgação do
Diálogos/PET contendo as seguintes atividades dentro da coluna:
Texto base, reflexivo, crítico do colunista sobre a ciência, sua produção,
divulgação e democratização, na educação fundamental e superior (Plano de
111
Atividades ANO 2009: 1º-2º mês: Filosofia, Sociologia, Antropologia,6 meses
transversalidade entre Ciência e Educação);
Quadro tipo, o que é Axioma?
Quadro: UnB Séc. XXI (pesquisa na UnB – fazer calendário de visita in loco);
Quadro – dicas - : “Se liga: Projetos e Monografia”;
Conclusão e perspectivas futuras.
Organização Inicial do Projeto:
Nos primeiros seis meses de projeto, o boletim Parcimônia se concentrará em
basicamente três temas centrais (Filosofia, Sociologia e Antropologia da
Ciência e posteriormente, passará aos temas transversais Ciência e Educação
(vide plano de Atividades no item 1 das Entregas). Quadros: O que
é...(axioma**); UnB e o DF no Séc. XXI; “Se liga: Projetos e Monografias”.
Cada Tema Central poderia ter a supervisão de docentes da FE e UnB.
Premissas/Justificativas:
Os estudantes brasileiros e demais universitários demonstram em sua grande
maioria um desconhecimento por completo do que venha a ser ciência
(objetivos, como se faz, como se opera o método surge a possibilidade
concreta de difundir conhecimento científico de forma simples, democrática,
clara e didática. Fomentar um maior contato, concepção, criação e
desenvolvimento de leituras científicas e projetos científicos na UnB e na FE.
Trazer elementos importantes para que os Pedagogos (as) e demais
estudantes possam ir se familiarizando com termos, conceitos, métodos, forma
de pensar específica na feitura de projetos pedagógicos, científicos-
pedagógicos. Fomentar pelo Diálogos, um maior contato com as terminologias
e com o universo científico e acadêmico. A possibilidade real e pertinente de
tornar a coluna Parcimônia, uma coluna permanente no Jornal Diálogos ou se
possível para demais “publicações” internas e externas da UnB (tipo UnB
Notícias);
Possibilidade de estender (no sentido de atividade de extensão) para os outros
PET’S de outros estados e Universidades, possibilitando troca de bibliografias,
informações, modelos, técnicas, avanços e inovações no universo científico
brasileiro.
112
Riscos iniciais Identificados:
Não aceitação ou não adequação na agenda geral do Jornal Diálogos, falhas
sistêmicas ou de comunicação. Escopo e planejamentos ainda em aberto.
Demais riscos inerentes à criação e mantimento de uma coluna jornalística
sobre os temas planejados.
Estimativa Aproximada de Custos
O custo foi zero, os custos de xerox, material de consumo e demais
publicações foram financiadas pelo autor.
Restrições
As restrições estão basicamente descritas nos limites do Projeto Parcimônia,
mas ainda pode aparecer como restrições: Visão distorcida ou incompleta do
projeto sobre o método científico. Falta de apoio institucional.
Agenda - Ações futuras:
Remeter o presente escopo à análise de docentes da FE. Encaminhamento de
uma cópia prévia à Érica e/ou responsável PET/FE em tempo hábil. Criação,
atualização dos outros planejamentos do Parcimônia. Anotações advindas
do(s) docente(s) da FE para ajustes e demais reformulações no Parcimônia.
Aprovado? Oficialização: Termo de Abertura e início da feitura do primeiro
boletim.
DOS ARTIGOS DO PROJETO PARCIMÔNIA
Saudações comunidade UnB, FE, futuros Pedagogos (as) e demais do Jornal
Diálogos,
Dando sequência ao projeto Parcimônia que visa discutir Ciência e
Tecnologia dentro e fora do universo da educação traz a seguir, uma pequena
reflexão da natureza e como conceber o pensamento científico na educação.
Pedagogia é Ciência? Para quê serve a Ciência? Como surgiu?
Para essas perguntas, existem inúmeras respostas. Algumas melhor
fundamentadas outras nem tanto. Não existe uma única resposta para as
questões acima. Admitamos ainda que esses iniciais questionamentos são
necessariamente, questionamentos abertos e dinâmicos.
113
Para a primeira pergunta, necessita-se primeiro saber o que é Ciência e
Pedagogia. A Ciência, de forma superficial, visa entender os fatos que vimos e
sentimos no mundo interpretando-os de uma maneira específica. Exemplo: A
UnB. A Universidade de Brasília visa explicar a Pedagogia, dentro de um corpo
teórico que sustente a Pedagogia acima do senso comum e da ideologia.
Pode-se educar os filhos conforme a experiência de vida, ou pelo simples fato
de observar/repetir? Sim. Mas a diferenciação da Pedagogia em senso comum
e da Pedagogia científica é que a última tem fundamentado suas ações de
forma teórica, dentro da História e nunca se propõe a ser uma resposta
definitiva. A primeira é feita sob um modelo pronto, sem foco ou sem uma
forma clara de abordar nuances da própria Pedagogia. A segunda é feita sob
uma teoria ou um método. Mas qual a vantagem de se conceber a Pedagogia
como uma ciência, sendo que inúmeras pessoas se educam sem sequer ter a
noção de Pedagogia ou Ciência? Não seria uma questão de vantagem, mas
sim uma questão de interpretação e concepção. Concebe-se na UnB, uma
Pedagogia “científica” porque é da natureza da UnB (como academia)
sistematizar a Pedagogia de forma científica apesar de não haver uma
concordância global dentro da UnB sobre a Pedagogia ser ou não ciência. Não
se tem aqui uma escala de valor ou de vantagens. Torna-se mais uma questão
de interpretação e concepção dos fatos sensíveis do mundo e da sociedade
humana em detrimento a outra concepção de Pedagogia.
Não se tem vantagem ou desvantagem direta para o educando dentro de um
modelo religioso ou de um educando dentro de um modelo didático/pedagógico
científico. Ambas são válidas, mas a segunda, é mais dinâmica e nunca propõe
a visão de mundo de forma estática e/ou dogmática. O segundo modelo está
sempre em revisões, reformulações e parte de explicações que são
demonstráveis ou lógicas dentre outros critérios. Mas afinal, Pedagogia é
ciência? Sim e não. Como assim? Sim. Segundo a Drª Maria Abádia da Silva,
por que a mesma demonstra um corpus teórico epistemológico fundamentado
dentro da História. E não, por que não existe um consenso universal sobre a
real natureza da Pedagogia (dentro mesmo da UnB e academia). Alguns vão
falar de uma protociência, outros de uma técnica, outros de uma utopia, outros
de um modelo educacional que pode “vir a ser...”. No segundo artigo,
114
trataremos da segunda e terceira questões citadas no início. Obrigado – Saulo
Fabrício – Pedagogia – Matrícula: 1006584.
Quadro Axioma
Ficou com dúvidas sobre as palavras: Senso Comum, Ideologia, dogma e
epistemologia? Escreva-me: [email protected]
(Da conceituação da Pedagogia)
No artigo passado, vemos que a conceituação da Pedagogia, ou a tentativa de
conceituação irá sofrer mudanças em sua natureza conforme concepções
diversas. Não se trata de escalonar, de atribuir valores e conceitos como fim de
análise. Não interessa nesse momento conceituar a pedagogia de x ou y sob
uma concepção científica, técnica, protocientífica, utópica, ou de uma
formulação de devir, de vir a ser.
A atual reflexão visa inclusive, analisar pelos fins pedagógicos – uma melhor
abordagem do fenômeno pedagógico. Nesse momento não importa a
classificação, a conceituação, a identificação ou a feitura de analogias visando
identificar padrões de abordagem que apontem para uma “classificação” pré-
determinada. Tal restrição se faz, pois o fenômeno pedagógico pode ser tudo,
menos determinístico e fechado. É ao contrário dinâmico e aberto – forjado nas
interações histórico-culturais.
Não visa a reflexão, atuar analisando ou mensurando conceitos, autores,
fórmulas, aforismos, o senso comum de entendimento da Pedagogia ou
estruturas pedagógicas socialmente adquiridas e que podem ou não influir nos
fins da Pedagogia, mas admite o autor que o fenômeno pedagógico possui a
necessidade de partir de filões de teorias que dá à Pedagogia ares de curso
acadêmico e foco, dentro de um corpo epistemológico próprio, em literatura
própria e específica.
Apesar da não universalidade quanto à sua natureza e quintessência; a
Pedagogia segue a passos firmes como ciência acadêmica, ou como queiram
classifica-la mediante a factual percepção de quê, o ambiente pedagógico e o
115
educador (como agente ativo) possui a capacidade, possuem a virtude de
qualificar um educando que por si só, não poderia ter a percepção de partes do
conhecimento humano – possibilitando a esse educando formar sua visão de
mundo, ponderar ou raciocinar mais finamente sob uma circunstância de um
problema ou da própria vida e contexto social em que se insere.
Notem que também não existe nos filões teóricos da Pedagogia uma
universalidade de concepção quanto ao real impacto do educador no processo
de aprendizagem, mas negar sua influência nesse processo seria um
disparate, um grotesco erro analítico na opinião do autor. O educador como
agente ativo do processo pedagógico, com agente ativo da educação, atuando
como formador de sujeitos torna-se também peça chave para o movimento
pedagógico, identificado em Vigotski como ZDR para uma ZDP. Conceito não
instrumental, mas demonstrável. Numa segunda leitura mais aprofundada da
Tese de Zóia Ribeiro Prestes (2010), de uma ZDI (Zona de Desenvolvimento
Iminente) para a possibilidade de se desenvolver-se ou não, conforme melhor
tradução do russo em zona blijaichego razvitia. (p.110). [Período tachado
sinalizando texto acrescentado posteriormente ao artigo original de 2008. Registro pertinente
para se isentar metodologicamente de anacronismos e por questão de fidedignidade de
pesquisa acadêmica].
Entende-se como movimento pedagógico a diferença de um estado x de
aprendizagem, para um estado mais avançado, complexo e superior de
aprendizagem da qual a variável educador torna-se variável de composição
imprescindível para o processo pedagógico. Remete-se ao entendimento de
um movimento pedagógico o conceito de zona de desenvolvimento real e
proximal de Vigotski e conceitos correlatos.
Enfim, sendo ciência, sendo uma utopia, técnica ou uma protociência à
caminho de um dever ser, de um devir – para o atual estado teórico e prático
que se encontra a Pedagogia torna-se irrelevante conceitua-LA para um fim
(exceto para formação de seus conceitos internos). O que importa agora, não é
responder se a Pedagogia é uma ciência, mas entender que a Pedagogia e
seus fins se justificam, pois sabidamente possui na imagem do professor e sob
uma dimensão também institucional, a capacidade de interferir positivamente
na formação de sujeitos, coisa que não aconteceria sob uma pedagogia avulsa,
116
(a) teórica,” anárquica, dogmática, fechada ou determinística. Não cabe mais
para a Pedagogia contemporânea concebê-la ou encará-la de forma casuística
ou inatista. Os fins pedagógicos se justificam não pelo poder de seus conceitos
mas pelos seus conceitos e sua práxis adquirida pela experiência histórica das
interações obtidas na escola e na sociedade.
Principais Informes (Projeto III)
INFORME 01
Brasília, 25 de novembro de 2011.
Saudações Gruppe,
Assunto: Divulgação da pesquisa do grupo 1 (RS e gestores escolares) e
cronograma de atividades até dia 09/12/2011.
Segue anexa, nossa contribuição para o projeto 3 – da pesquisa sobre as
Representações Sociais e os gestores escolares. Ainda:
1) Solicito que leiam com calma e que leiam todo o documento;
2) Identificou erros, inconsistência de redação, falta de coesão e coerência,
erros de português, erros na formatação pela ABNT? Mandem erratas
do tipo: onde se lê na p. x, leia-se;
3) Não concorda com a forma que foi abordado o tema? Está prolixo e/ou
incompreensível? Indique o que mudar em forma de erratas.
4) Não concorda com o método? Indique o que mudar em forma de erratas.
5) Não concorda com nada que foi escrito? Indique plano de ações em
tempo hábil para concretizar nosso projeto 3 – tendo por temática: As
RS e a gestão escolar.
6) Informo ainda que tal versão está ainda em construção. E que será
finaliza em 09/12/2011 às 19 h impreterivelmente. Ver itens que ainda
faltam. Da análise quantitativa da pesquisa pelo EVOC (Fernanda e
Amanda) e demais.
7) Sugiro ainda que se atentem e preencham o cronograma em anexo para
nossas próximas ações.
117
Pronto para quaisquer esclarecimentos, elucidações, ilustrações sobre tal
produção que ainda se fizerem necessárias. Atenciosamente – Saulo Fabrício
– Matrícula: 1006584.
INFORME 02
Salve Gruppe !
Seguindo as novas deliberações do grupo dos gestores e da nossa orientadora
Profª Teresa Cristina informamos:
1 – Segue anexo, artigo versão 04 em.doc. (já com analise quanti e anexos I e
II);
2 – Tendo por base o n. de páginas da pesquisa da Kátia (vinte e oito) SUGIRO
que a atividade de exclusão e “enxugamento” do artigo siga os seguintes
critérios:
a) Primeiramente, as páginas dos dados qualitativos preliminares 1 e 2;
b) Depois, os textos sobre ref. Teórico;
c) E depois excluir situações sobre nossa metodologia;
3 – Lembramos ainda que tal atividade foi deliberada que fique sob a
responsabilidade de todos, sendo coordenada pela Fernanda e pela Amanda;
4 – Justifico o item 03, justamente para tornar o processo impessoal e não
personalizado na redação e na “forma” de pensar do Saulo Fabrício. O principio
aqui é de o de descentralização das decisões/deliberações.
5 – Versão impressa e arquivo.doc. final será entregue na terça feira – dia
20/12/2011 em mãos à Drª Teresa Cristina pela discente Amanda;
6 – Informo ainda que o cálculo de páginas deve levar em consideração ainda
mais 18 (dezoito linhas), onde serão seis linhas para cada pesquisador se
apresentar e falar de seu histórico de vida e acadêmico (isso no final do livro).
Em síntese, sugiro que esse artigo tenha entre 25 e 30 páginas no máximo;
118
7 – Se possível Amanda e Fernanda, divulguem o resultado final após as
exclusões;
8 – Anexo também – Histórico (6 linhas do pesquisador Saulo Fabrício);
9 – De fato, muito agradecido por participar do Gruppe esse semestre e espero
que possamos estabelecer novas parcerias e produções no futuro.
Atenciosamente e mui respeitosamente – Saulo Fabrício – Matrícula: 1006584.
INFORME 03
Saudações GRUPPE, saudações Profa. Teresa Cristina, Alex e a todas
PedagogAs,
Seguindo as orientações de nosso Projeto 03, no dia de hoje (16/11/2012)
favor considerarem:
Segue abaixo, lista dos e-mails dos participantes do projeto 3 para esse
semestre 2/2012. Ate agora somos em 12 (doze participantes). Lista fácil pra
copiar e colar: [Lista de e-mails do grupo suprimida].
2) A qualquer hora, a pedagoga Vanessa disponibilizara no e-mail para
conhecimento de todas (os):
2.1) Termo de consentimento livre e consentido;
2.2) Instrumento hum de pesquisa (Para você subjetividade eh);
2.3) Instrumento dois de pesquisa (Para você saberes docentes são):
2.4) Ementa do Projeto 03 cujo nome eh: Subjetividade e representações
sociais dos professores sobre os saberes da experiência docente.
3) Informo ainda que na próxima sexta (23.11.2012) não haverá aula, porém
os trabalhos já estão adiantados no tocante a:
3.1) Fica sob responsabilidade de cada pedagoga(o), a aplicação de 10 (dez)
instrumentos hum e mais 10 (dez) instrumentos dois – necessariamente para
qualquer docente (escola publica ou privada) que atue no ensino fundamental
119
ate o quinto ano, juntamente com a solicitação de preenchimento do termo
consentido.
4) Sugiro terem a máxima otimização do tempo pois nosso cronograma esta
bem apertado (fiquem atentas para os prazos estipulados por nossa ementa).
5) Dificuldades em formular uma escrita sob a ABNT? Escreva-me, acho que
posso ajudar nesse sentido.
6) Sugiro que procure sobre (Representações sociais, subjetividade e saberes
da experiência docente) nos portais: da biblioteca da FE, Scielo, no Google
academic, no INEP, monografias, dissertações etc. - confira também a
bibliografia referencia na ementa (ver Santos, Andrade, Moscovici, Jodelet,
Teves e Rangel, Spink, Gressler e outros).
7) Se possível, divulguem no decorrer da semana quais os textos vocês estão
lendo e resenhando pra parte TEÓRICA (são seis textos - ver ementa) da
pesquisa para que não aconteçam repetições.
8) Alguém não inscrito nesse primeiro e-mail? Falhas no envio? GRITE! Se
manifeste... estou por aqui.
Atenciosamente - Saulo Fabricio Pereira. [telefone suprimido].
PS - Favor desconsiderar nesse e-mail a falta de acentuação gráfica conforme
vernáculo dada a não capacidade de configuração do notebook, HP Pavilion dv
6000, original dos EUA e Windows Vista também do original, que não aceita
alguns acentos (por enquanto) como cedilha, agudos, circunflexos.
INFORME 04
Olá gruppe. Olá Alex e amigas pedagogas. Todos estão de parabéns. Essa
pesquisa vai ficar super legal.
Aula bem dinâmica e corrida hoje, porém uma aula muito importante. Creio eu
que, com essa previa do instrumento II, rodado pelo EVOC, já temos uma ideia
120
de como podemos agora falar um pouco sobre como o docente/professor
representa os saberes que são necessários para sua atividade de educador
(lembremos uma atividade sui generis, ou seja....única e com peculiaridades
que envolvem inclusive nosso outro objeto, a subjetividade do professor. Levar
em consideração portanto :
1) Analise dos dados (anexos):
1.1 - Espelho geral dos dados do instrumento dois (100 participantes);
1.2 - Espelho dos quadrantes
1.3 - 3 (três) prints dos resultados das REPRESENTAÇÕES e seu núcleo,
lembrando que cada print tem a sua frequência inicial, intermediária e a que
tomamos como media em 10% dos entrevistados para instituir um possível
núcleo representado (aqui no caso comparar SABERES DOCENTES com
CONHECIMENTOS na proporção de 24%
1.4 Levar em consideração ainda que devemos trabalhar CONJUNTAMENTE
no sentido de formar um consenso para, em cima de somente UM arquivo com
todos os entrevistados (dos instrumentos 1 e 2) e fazermos as modificações
necessárias como por exemplo equiparar para o EVOC (conhecimento no
singular e conhecimento no plural), aprendizado em aprender e assim ate o
final das 600 evocações feitas. Decisões essas que devem ser citadas na
descrição da metodologia de nossa pesquisa.
2) Metodologia de pesquisa
Além do item 1.4, nossa metodologia ainda deve prever além de uma literatura
pautada na ABNT e referendada sobre representações sociais, saberes
docentes e a subjetividade ser capaz de deixar claro para o leitor, QUAL FOI O
CAMINHO ADOTADO (Metodologia) e por que se chegou a essas conclusões
e não a outras...
3) Duas propostas (atendendo demandas da pesquisa e na ordem de
prioridade): 3.1) Fazer o consolidado textual da parte teórica sobre o assunto
SUBJETIVIDADE, já sob a ABNT. Porém preciso de todos os textos
NECESSARIAMENTE IMPRESSOS, por que da muito trabalho corrigir e
121
escrever somente UM texto consolidado de todos somente pela rede, além de
não possuir uma maquina estável em termos de Windows e Office).
3.2) Fazer uma introdução, sob a ABNT, problematizando: 3.2.1) Contexto
histórico/teórico da pesquisa (1 lauda) já apresentando as três temáticas da
pesquisa: As RS, SUBJETIVIDADE e SABERES DOCENTES
3.2.2) Estabelecer uma descrição concisa sobre a METODOLOGIA (1/2 lauda);
3.2.3) Estabelecer claramente, depois do método, quais as CONCLUSOES da
pesquisa (1/2 lauda).
((ATENCAO, A ATIVIDADE 3.2 DEVERA SER FEITA SOMENTE DEPOIS
DOS INSTRUMENTOS PRONTOS, DESENVOLVIMENTO, METODOLOGIA,
CONCLUSAO, BIBLIOGRAFIA)).
INSTRUMENTO DE COMPLEMENTAÇÃO DE FRASES PARA PROFESSORES SOBRE SUBJETIVIDADE E OS SABERES DA EXPERIÊNCIA DOCENTE
Pesquisadores do Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicologia e Educação - GRUPPE -
da Universidade de Brasília – UnB da Faculdade de Educação.
Profa. Orientadora: Profa. Dra. Teresa Cristina Siqueira Cerqueira – UnB
Estamos realizando uma pesquisa sobre “Subjetividade e Representações Sociais dos Saberes
da Experiência Docente” para a qual necessitamos da sua colaboração. Por não se tratar de
uma pesquisa de avaliação, não há respostas certas ou erradas, apenas queremos conhecer a
sua opinião. Esteja certo de que será garantido o anonimato e total sigilo e que os dados
coletados serão utilizados academicamente nesta pesquisa. Desde já, agradecemos a sua
participação.
1- Preencha rapidamente o quadro abaixo com as primeiras seis palavras ou expressões
que lhe vierem a mente para completar a seguinte frase: “Para você subjetividade
é...”
1-
2-
3-
4-
5-
6-
122
2- Agora, separe por ordem de importância três palavras ou frases que você usou no
quadro acima e que em sua opinião são as mais importantes:
1-
2-
3-
3- Dê o significado da palavra ou frase que você considerou como sendo a mais
importante, ou seja, aquela que está em 1º lugar.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
______
Dados Pessoais:
Sexo:___________ Idade:__________ Estado civil:__________________
Filhos: Sim___ Não___ Quantos? _________Religião: ________________
Atualmente, leciona em qual ano?______
Quantos anos de experiência no magistério? ________
Reside em qual Região Administrativa? _____________________________
CATEGORIZAÇÃO DOS RESULTADOS EM ENTREVISTA ABERTA (PARTE
II DA FORMAÇÃO DE CONSOLIDADOS DE DADOS DE CAMPO PARA –
PROJETO III, FASE II).
Categoria: Compreensão sobre os saberes
Classes / Respostas Número de ocorrências
Formal: - Conhecimento - Científico
1 1
Informal: - Angariados
1
123
- Trajetória - Grupo social
1 1
Categoria: Identificação de diferentes saberes
Classes / Respostas Número de ocorrências
Científico: - Legitimado - Credibilidade - Possui critérios
1 1 1
Sem respaldo científico: - Legitimado pela comunidade - Critérios é cultural - São passados de forma dinâmica - Sem estrutura
1 1 1 1
Categoria: Tipo de saber mais valorizado
Classes / Respostas Número de ocorrências
Científico: - Fonte segura; - Método; - Academia
1 1 1
Outros saberes: - Relativo; - Depende do ambiente - Importante - Geração
1 1 1
Categoria: Identificação de saberes na formação acadêmica
Classes / Respostas Número de ocorrências
Científico: - Baseado/fundamentado - Dividido em categorias - Formal - Aplicável - Possui um método - Interferência na Intervenção educacional - Objetivo - Variável
1 1 1 1 1 1 1 1
Popular: - Intuitivo - Informal - Subjetivo - Expressão/Comunicação/Interação Social
1 1 1 1
124
Categoria: Diferenciação entre saber formal e informal
Classes / Respostas Número de ocorrências
Formal: - Requer identificação de uma situação problema - Habilidade subjetiva - Filtrado pela formação acadêmica
1 1 1
Informal: - Intuitivo - Vocação - Cultura - Adquirido, mas depois foca-se pelo formal - Se conjuga com o formal para a intervenção pedagógica
1 1 1 1 1
Categoria: Reconhecimento dos saberes dos educandos pela instituição escolar
Classes / Respostas Número de ocorrências
Valorizado: - Nova pedagogia permite novas estratégias - Capacidade de formar alunos “sem luz” para alunos “com luz” - Educação Contemporânea - Dinamização da informação - Globalização da comunicação/informação - Extrapola o social e até o biológico - Interfere no caminhar da sociedade - Possibilita alunos se veem enquanto sujeitos
1 1 1 1 1 1 1 2
Desvalorizado: - Pela História - Pedagogia não valorizada pela história
1 1
125
ILUSTRAÇÃO DO SOFTWARE EVOC (2003)
126
NOTA: Anexos – Instrumentos de Pesquisas e resultados do EVOC: De forma
análoga, mas mudando somente o objeto de pesquisa realizado em cada
semestre esse modelo de instrumento de pesquisa para captação de dados de
campo, para compor consolidado de dados quantitativos e qualitativos, que
depois de passar pelo software EVOC, produz quadrantes (ilustração logo
abaixo) que informam qual o núcleo representativo, qual as representações
secundária sobre os saberes docentes, e ainda, o que não foi evocado – que
também é de suma importância para as posteriores análises. Note o leitor, que
cada objeto de pesquisa, foi categorizado para melhor entendimento dentro da
pesquisa, além de clareamento de método, bem como do que realmente
representa os docentes sobre os saberes específicos na Pedagogia.
Relatório Reflexivo - Aproveitamento de estudos independentes à
Coordenação de Graduação da FE/UnB (2014).
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Educação - FE
Discente: Saulo Fabrício Pereira – 10/06584
Curso: Pedagogia/UnB (Noturno).
RELATÓRIO REFLEXIVO – APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
INDEPENDENTES - PERÍODO ACADÊMICO DE 2º/2008 A 1º/2014.
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 1
Natureza do Evento: Participação em evento científico em área afim com a
Educação – Fórum Social Mundial – Belém do Pará – PA (2009).
Data de realização: 27 de janeiro de 2009 a 01 de Fevereiro de 2009.
Local: Cidade Belém do Pará – PA - Universidade Federal do Pará – UFPA/
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA.
127
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília - UnB/Faculdade de Educação – FE/UnB e Diretório Central dos
Estudantes – DCE/UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: Com o título “Outro mundo é
possível” o fórum social mundial de 2009 na cidade de Belém do Pará foi um
grande encontro dos povos frente ao capitalismo enfraquece direitos, impede a
produção em pequena escala de alimentos e bens, assim como torna a
educação uma mercadoria.
Tivemos a oportunidade de conhecer pessoas, rostos, culturas, línguas que
não entendia nada, falares, saberes diversos nesse caldeirão de cultura. Desse
evento, derivaram-se inúmeros outros trabalhos acadêmicos durante nosso
percurso de formação na Pedagogia da UnB.
Do contato com parte das 70 (setenta) etnias indígenas do Pará, até com
lideranças de diversos povos da América do Sul, tivemos contato. Podemos
entender parte de suas demandas – geralmente por terra, água e tecnologia
para produzir. O traço forte do respeito à Pachamama em simbolismos com a
Terra e Cosmo, até o institucional proselitismo cristão característico. Dos
sabores do açaí e peixes da Amazônia, até as demandas educacionais de
lideranças sul-americanas.
Tivemos a oportunidade de descobrir (dimensões da pedagogia), o museu do
índio, as docas como ponto histórico de Belém, assim como as diversas áreas
históricas de Igrejas do século XVI até a atualidade e o folclore indígena e
marajoara, o mercado “ver o peso”, bem como as diversas culturas ribeirinhas
do Rio Guamá.
O Fórum Social Mundial em 2009 foi um encontro agudo e revolucionário com
o Outro. Um Outro generalizado, donde descobri a imensa diversidade humana
na Terra.
Os registros fotográficos são inúmeros, na memória, pipocam faces indígenas,
faces negras, faces europeias e faces brasileiras, talvez duas dezenas de
debates e mesas redondas numa das semanas mais intensas de vivências
políticas que já experimentamos. Um evento que certamente marcou a
temática subsequente dos eventos em que participamos, inclusive dentro do
movimento estudantil da Pedagogia, local e nacionalmente.
A partir desse Fórum Social Mundial (2009), passamos a ter uma maior
atenção acadêmica ao sistema capitalista e sobre questões políticas e
econômicas, sua conjuntura global pós-crise de 2008 até esse novo e atual (re)
arranjo político com o advento da internet, redes sociais, que juntamente com o
desenvolvimento exponencial dos BRICS, mas principalmente pós os
atentados de 2001, Eduard Snowden assim como o novo papel geopolítico e
128
bélico da Rússia e o ocidente, bem como a China como o maior credor mundial
dos EUA, dentre outras pequenas revoluções (ver primavera árabe), que ainda
estão em curso nesse momento, inclusive aqui no Brasil com o advento de
inúmeras políticas públicas sociais a partir de 2003.
Esse fórum, trouxe um raro ponto de reflexão a posteriori a todo um arcabouço
ideológico e político que em escala global atua dia e noite para restringir as
liberdades individuais, direitos humanos básicos e à privacidade, bem como da
fragilidade do sistema democrático brasileiro. Hoje, em Junho de 2014, o
Estado brasileiro não sabe o que fazer com o caso Eduard Snowden em uma
estranha sequencia de irresponsabilidades diplomáticas por parte do Brasil e
Itamaraty.
Já em 2006, iniciamos, com nossa monografia no curso de Administração
(2006), iniciais entendimentos sobre uma nova configuração política na
América do Sul, com pequenas revoluções sociais autodeterminadas pelos
seus próprios povos.
Todo o FSM (2009) fez irradiar por nosso pensamento esse tino social, mas
com muita base histórica. Fica evidente a influência desse evento, na escrita,
forma de pensar e de relacionar as ideias e conceitos, no movimento estudantil
da Pedagogia nos eventos que aconteceram e que compõem as atividades 3 e
2 desse memorial. Bem como até hoje em nossas produções acadêmicas.
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 2
Natureza do Evento: Participação em evento científico na área de Educação –
Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia – Recife/PE (2009) –
ENEPE 2009 – Tema: Educação e Periferias: Disciplinamento, controle e
resistência. Carga horária de 60 horas.
Data de realização do evento: 19 de junho de 2009 até 25 de junho de 2009.
Local: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Centro Acadêmico – Pedagogia do Oprimido – FE/UnB.
Contribuições para a formação: Oportunidade que foi transformada em
oportunidade para atividade de etnografia em campo. A observação dos
detalhes, o conhecimento do circuito cultural e centenário de Recife-Olinda, os
debates, a cultura pernambucana, as amizades e contatos feitos com os
egressos e estudantes de Pedagogia, contribui para além da feitura de artigo,
um mergulho etnográfico no Brasil, onde o movimento estudantil de Brasília,
conseguiu levar novamente para a capital, o maior encontro de estudantes de
educação, articulando caravanas de todo o Brasil.
129
Atividade 2.1 (Artigo Publicado no Evento – ENEPE/2009).
Natureza do Evento: Apresentação de Trabalho em evento científico na área
de Educação – Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia –
Recife/PE (2009) – ENEPE 2009 – Tema: Educação e Periferias:
Disciplinamento, controle e resistência.
ARTIGO: “Emancipação Freiriana – Esboço crítico parcial da Pedagogia
Libertária aos engodos de Pedagogias salvíficas ideológicas”. (PEREIRA,
Saulo Fabrício 2009).
Data de realização do evento: 19 de junho de 2009 até 25 de junho de 2009.
Local: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Centro Acadêmico – Pedagogia do Oprimido – FE/UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: Após a grande experiência do
FSM (2009), novamente, dentro de um semestre com grandes desafios,
pegamos a estrada e formos para Recife-PE, onde, além da interação com a
comunidade da UFPE, tivemos a oportunidade de aprovar nosso primeiro artigo
científico para o Evento. Lembro perfeitamente nesse dia, que as restrições
para a apresentação foram imensas. Como a organização do ENEPE 2009,
estabeleceu nossa apresentação em um local dentro do campus da UFPE
muito longe e sem a oportunidade de pegar um transporte público por ser final
de sexta-feira, nos deslocamos a pé mesmo e apresentamos nosso artigo para
um pequeno público de educadores, no dia 20 de junho de 2009 literalmente
encharcados de água advinda de uma chuva tropical, bem comum em
Pernambuco essa época do ano. Uma experiência um pouco constrangedora,
porém prazerosa, dada nossa também contribuição com o artigo para a
composição literária e crítica do ENEPE 2009.
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 3
Natureza do Evento: Organização e participação em evento científico na área
de Educação – Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia –
Brasília/DF (2010) – ENEPE 2010 – Tema: Educação básica e práticas
pedagógicas: Relações possíveis. Duração: 60 horas.
Data de realização do evento: 17 de julho de 2010 até 24 de julho de 2010.
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação – FE –
Campus Darcy Ribeiro.
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Faculdade de Educação – FE/UnB e Centro Acadêmico –
Pedagogia do Oprimido – FE/UnB.
130
Contribuições para a formação na Pedagogia: A coordenação e organização
gerais do ENEPE 2010 foi um dos principais e mais difíceis eventos científicos
que participamos durante o curso. Como coordenador geral n. 28/0535 os
desafios foram inúmeros e de diferentes naturezas, desde a negociação
política para a realização do ENEPE 2010 em Brasília-DF, que se iniciou
justamente no evento passado, em Pernambuco, até a organização dos
espaços físicos das mesas redondas, inscrições, orientação e encaminhamento
de estudantes pelos espaços do campus Darcy Ribeiro.
A formação da chapa “Agora Vai”, foi muito conturbada, com inúmeras
contradições, desorganizações e que demandou um tempo imenso para o
movimento estudantil da pedagogia naquele ano. Todas essas atividades
desenvolvidas, consideramos muito mais difíceis de serem realizadas do que
qualquer disciplina obrigatória do currículo. Horas infindáveis de reuniões e
negociações para a ocorrência organizada do ENEPE 2010 de Brasília, além
das sessenta horas de evento durante toda a semana de atividades, dentro e
fora do campus Darcy Ribeiro.
As principais contribuições foram a organização nas principais mesas redondas
sobre as temáticas educativas como: a) As práticas pedagógicas, b) Das
políticas publicas para a educação, c) Da regulamentação da profissão, d) Das
TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação), e) Do currículo da
educação básica, f) Do movimento estudantil da pedagogia assessorando os
professores participantes das mesas redondas, bem como, a organização e
coordenação geral, nos demandou além do conhecimento físico de parte do
campus Darcy Ribeiro, um verdadeiro mergulho no histórico da UnB, desde os
registros do documentário expositivo – BARRA 68, até a UnB do século XXI
com seus novos cursos como biotecnologia, além do esclarecimento do projeto
do REUNI (2008) e o estímulo a se pensar uma universidade, uma UnB do
futuro.
Outras habilidades que foram demandadas:
1) Recepção e orientação das diversas delegações dos discentes de
pedagogia que chegavam de todo o Brasil para o Campus Darcy
Ribeiro;
2) Coordenação e organização de mesas redondas na FE, Pavilhão Anísio
Teixeira e João Calmon;
3) Resolução de conflitos diversos dentro do evento. Alguns casos
tipificando princípios de brigas, ameaças, pequenos furtos;
4) Orientação e guia ao Restaurante Universitário;
5) Feitura do cadastro de inscrição no ENEPE 2010 – Brasília –DF;
6) Participação nos debates e na plenária final do ENEPE 2010.
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 4
131
Natureza do Evento: Participação em evento científico em área afim com a
Educação – III Semana acadêmica da temática étnico-racial do CCN/UnB e
FE/UnB - “Pesquisa, arma para quem precisa” (2009).
Data de realização do evento: 04 a 06 de Novembro de 2009.
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação – FE –
Campus Darcy Ribeiro – Sala Papirus e Auditório Dois Candangos. Mesa
Redonda 03 – Dia: 05/11/2009 Tema: Igualdade e religiosidade de matriz
africana. Mediador: Prof. Dr. Wanderson Nascimento FIL/UnB.
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Faculdade de Educação – FE/UnB e Centro de Convivência
Negra – UnB/Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros/UnB/Associação Brasileira de
Pesquisadores Negros/SEPPIR/NPIR/DEX/UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: A participação na III Semana
Etno-Racial do CCN/UnB foi basicamente expor o objeto de estudo
desenvolvido em sua Tese: Sistematização Antropológica: Da tolerância
Religiosa à Ecoreligiosidade (Parte I) e ser sabatinado na mesa redonda 03
pelos presentes sobre o artigo publicado na Semana em questão.
Atividade 4.1 (Artigo publicado na III Semana Acadêmica Etno-Racial do
CCN/UnB 2009)
Natureza do Evento: Apresentação de Trabalho em evento científico em área
afim com a Educação – III Semana acadêmica da temática étnico-racial do
CCN/UnB e FE/UnB - “Pesquisa, arma para quem precisa” (2009).
Data de realização do evento: 04 a 06 de Novembro de 2009.
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação – FE –
Campus Darcy Ribeiro – Sala Papirus e Auditório Dois Candangos. Mesa
Redonda 03 – Dia: 05/11/2009 Tema: Igualdade e religiosidade de matriz
africana. Mediador: Prof. Dr. Wanderson Nascimento FIL/UnB.
ARTIGO: “Sistematização Antropológica – Da tolerância religiosa à
Ecoreligiosidade”. (PEREIRA, Saulo Fabrício 2009 45p.) Publicação no CMI
Brasil: http://www.midiaindependente.org/en/red/2009/10/456034.shtml
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Faculdade de Educação – FE/UnB e Centro de Convivência
Negra - UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: Da publicação desse artigo,
cuja publicação constituiu a revista Karibu n. 1 de 2009 (versão digital) foi
composta somente pela primeira parte de nossa produção científica sobre o
tema em questão. Após o evento, se derivaram inúmeros outros artigos cuja
132
intitulação fecha esse projeto – Síntese Antropológica: Da ecoreligiosidade ao
futuro laico, secular, livre e plural do pensamento humano, tem toda uma lógica
epistêmica pós essa sistematização de eventos sobre o homem e suas
concepções de mundo, tendo por referencial, as matrizes afro-brasileiras de
dar significado ao mundo e a contemporaneidade, que violentamente vem
lapidando diversos saberes, cujos registros históricos foram inclusive,
transmitidos pela tradição oral e isso durante milênios. Todo esse trabalho
acadêmico teve início em 1997, na Bienal de Arte e Cultura da UNE no Rio de
Janeiro, cujo tema era: Brasil-África: Um rio chamado Atlântico, onde diversos
estudos sobre a temática da negritude brasileira foram por nós escritos,
editados e publicados em diversas plataformas.
Diante disso, entendemos haver uma grande riqueza acadêmica que derivou
do estudo in loco dos povos de terreiro, da umbanda e do candomblé – e nesse
contexto, na tentativa de cumprir e fazer cumprir a Lei n. 9.394/1996, Artigo 26-
A – do ensino na EB, de aspectos da história dos povos africanos e indígenas
na constituição do povo brasileiro. (FILICE 2011 in BRASIL 2008 p.339).
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 5
Natureza do Evento: Curso de Extensão da UnB – I Seminário Educação
Ambiental em Goiás. Duração: 08 horas.
Data de realização do evento: 03 de Setembro de 2011.
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação – FE
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Faculdade de Educação – FE/UnB e Decanato de Extensão -
UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: Primeiramente a criação,
edição, catalogação e sistematização de caderno de campo etnográfico, sob a
orientação da Doutora Maria Lídia Bueno, sobre o patrimônio histórico da
cidade de Goiás Velho sob diversas categorias de análise, dentro da disciplina
obrigatória do nosso curso – Geografia e Educação.
Entendimento das principais categorias da Geografia na Educação básica.
Estudo e prática de atividades que envolveram escalas em mapas diversos e
escalas geológicas na datação do cerrado em visita de campo em Goiás Velho,
dentre outras atividades de visitas in loco da cultura produzida por Cora
Coralina e personagens, como a visita ao Museu da Memória Candanga, no
Arquivo Público do DF em 2011, também como parte integrante das atividades
da disciplina Geografia e Educação do curso.
Assim, não explorar somente a dimensão histórica da cultura e da identidade
de Brasília e dos Povos do Cerrado, mas sua dimensão espacial/geográfica,
133
sua modificações com o tempo e como os povos hoje, confrontam o passado e
o presente/futuro diante de seus olhos com base em seus espaços de
vivências.
Ficou muito marcado em nossa memória, o descaso com a situação do
patrimônio da única escola publica da cidade de Goiás Velho. Como ficamos
alojados nas abandonadas salas da escola, passamos um bom tempo
pensando sobre as possíveis dificuldades orçamentárias da escola em que
ficamos durante toda uma semana. Uma das faces da realidade
física/patrimonial da escola pública municipal do Brasil.
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 6
Natureza do Evento: Curso de Extensão de IES/Entidades – Mini Curso
Representações Sociais. Semana Universitária – UnB – 90 anos de Paulo
Freire: Um marco para a reflexão sobre os rumos da Universidade
Brasileira. Duração: 08 horas. Coordenação: Profª Drª Teresa Cristina
Siqueira Cerqueira e GRUPPE – Grupo de Estudos em Psicologia e
Educação (2011).
Data de realização do evento: 05 de Outubro de 2011. Das 8h às 17h.
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação – FE -
LUDOTECA
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / Faculdade de Educação – FE/UnB e Grupo de Estudos em
Psicologia e Educação.
Contribuições para a formação na Pedagogia: O conhecimento da linha de
pesquisa das Representações Sociais sob a teoria de Moscovici et al (2010),
CERQUEIRA (2010), ABRIC (2009) dentre outros, bem como, a utilização do
software EVOC (2003) para a análise dos dados compilados nas diversas
pesquisas de campo realizadas, tanto da graduação, como também da pós-
graduação para a área de Representações Sociais em seu Projeto 03 – Das
linhas de pesquisas da FE/UnB nos possibilitou um maior entendimento do
pensamento científico na realização de pesquisas semiestruturadas de médio
porte, com um objeto de investigação voltado para o campo da Educação e da
Psicologia Social.
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 7 (DAS
ATIVIDADES DIFERENCIADAS 1)
Natureza do Evento: Atividade Diferenciada: Prática do Atletismo: XXIV Cross
Cerrado - (2011).
Data de realização do evento: 04 de Outubro de 2011. Parte da manhã.
134
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação Física –
FEF/UnB – CO – Centro Olímpico.
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / e Faculdade de Educação Física FEF/UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: Participação na Semana
Universitária de 2011 com uma atividade promovida pela FEF/UnB, cujo
objetivo foi interagir com professores, funcionários, alunos, visitantes e toda a
comunidade acadêmica bem como com os atletas do Distrito Federal por meio
de um café da manhã no Centro Olímpico da UnB e também na promoção da
qualidade de vida e equilíbrio/consciência corporal por meio de uma prova de
atletismo de percurso de 5km nas trilhas do cerrado brasiliense. Nosso primeiro
Resultado, conforme link oficial da Faculdade de Educação Física da UnB foi,
na bateria geral masculino, atleta n. 266 com a colocação de 25º geral, com um
tempo de 22’01. Fonte:
http://fef.unb.br/index.php?option=com_remository&Itemid=34&func=select&id=
123#.U2r-k4FdWES
ESTUDOS INDEPENDENTES REALIZADOS – ATIVIDADE 7 (DAS
ATIVIDADES DIFERENCIADAS 2)
Natureza do Evento: Atividade diferenciada: Prática do atletismo. XXVII Cross
Cerrado - (2013).
Data de realização do evento: 07 de Novembro de 2013. Parte da manhã.
Local: Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Educação Física –
FEF/UnB – CO – Centro Olímpico.
Instituição interessada/Responsável pelo financiamento: Universidade de
Brasília – UnB / e Faculdade de Educação Física FEF/UnB.
Contribuições para a formação na Pedagogia: Participação na Semana
Universitária de 2013 com uma atividade promovida pela FEF/UnB, cujo
objetivo foi interagir com professores, funcionários, alunos, visitantes e todos os
atletas do Distrito Federal por meio de um café da manhã no Centro Olímpico
da UnB e também na promoção da qualidade de vida e equilíbrio/consciência
corporal por meio de uma prova de atletismo de percurso de 5km nas trilhas do
cerrado brasiliense. Nosso segundo Resultado, conforme link oficial da
Faculdade de Educação Física da UnB foi para nós uma grata surpresa, na
bateria 30-39 anos masculino, atleta n. 333 com a colocação de 8º geral, com
um tempo de 24’30.6. Meu melhor resultado no atletismo de rua em provas
oficiais. Essa prática perdura há doze anos, como prática na busca de
qualidade de vida e equilíbrio. Fonte:
135
http://www.unb.br/noticias/downloads/resultado%20cross%20cerrado%20masc
ulino.pdf
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=8178
______________________________
NOTA: Declaro serem verdadeiras as informações acima citadas, estando
ciente também do conteúdo do Regimento Interno da FE/UnB, bem como o
conteúdo do Decreto 2.880/1998. Ainda, todos os demais comprovantes, lista
de frequência, projetos originais, certificados, publicações na mídia, fotos,
relatos e registros das fontes/links na internet das atividades supracitadas, são
todas públicas e estão a qualquer hora, disponíveis para conferência da
veracidade das informações junto às instituições e departamentos interessados
e que financiaram as atividades acima descritas.
Atenciosamente,
Saulo Fabrício Pereira
Matrícula: 10/06584
Brasília, 08 de Maio de 2014.