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Universidade de Brasília – UnB Faculdade UnB de Planaltina - FUP DIEGO FONSECA DE MELO O papel da Extensão Rural e do Cooperativismo na inserção do uso de ferramentas de gestão e desenvolvimento de produtores rurais familiares: O caso da Cooperativa Multiflor Universidade de Brasília – UnB Planaltina/DF 2013

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Universidade de Brasília – UnB

Faculdade UnB de Planaltina - FUP

DIEGO FONSECA DE MELO

O papel da Extensão Rural e do Cooperativismo na inserção do uso de ferramentas de gestão e desenvolvimento de produtores rurais familiares: O caso da

Cooperativa Multiflor

Universidade de Brasília – UnB

Planaltina/DF

2013

Universidade de Brasília – UnB

Faculdade UnB de Planaltina - FUP

DIEGO FONSECA DE MELO

O papel da Extensão Rural e do Cooperativismo na inserção do uso de ferramentas de gestão e desenvolvimento de produtores rurais familiares: O caso da

Cooperativa Multiflor

Relatório apresentado a Faculdade UnB de Planaltina FUP, Universidade de Brasília – UnB, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Gestão do Agronegócio.

Orientadora: Prof.ª Luciana de Oliveira M. Gomes

Supervisora de Estágio: Regina Lucia da Cunha Lima

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado forças ao trilhar este caminho tão importante na trajetória da minha vida, sem fé eu nem mesmo haveria começado.e também por ter me dado a oportunidade de fazer parte da Universidade de Brasília, cuja experiência que me proporcionou será eterna.

Agradeço a Deus também pelo meu filho, Isaac, que no fim desta jornada foi o meu amparo ao cansaço e o meu maior incentivo para que continuasse sempre seguindo em frente.

Agradeço aos mestres que dedicaram seu precioso tempo na construção de seres humanos com capacidade para novos aprendizados, e também desenvolvem profissionais competentes dispostos e prontos para enfrentar novos desafios. Especialmente agradeço a minha orientadora de estágio, Luciana Gomes, pela paciência e dedicação em dar toda a orientação necessária para que pudesse concluir este trabalho. .

Agradeço especialmente aos meus pais, Jesus e Gloria, que durante toda essa jornada, me apoiaram nos momentos difíceis, me dando sempre todo o suporte necessário em momentos em que o tempo parecia fugir pelas mãos. Eles que mesmo com as preocupações e problemas pessoais, sempre me deram forças para continuar essa jornada, sendo eles um dos motivos pelo qual eu nunca desisti e me esforço dia-após-dia. E também ao meu irmão e amigo, Kaio.

Agradeço a minha esposa Úrsula, que nos momentos difíceis, teve a paciência necessária para me apoiar.

Agradeço à Emater-DF, especialmente a equipe do escritório local do Núcleo Rural Rio Preto, que não só modelaram algumas das competências de um bom profissional, porém mais que isso, transformaram o “aluno perdido” em um profissional que tem consciência de que cada um pode ter algo a ensinar,e puderam proporcionar um ambiente agradável onde a humildade esteve sempre à frente e também onde sei que fiz bons amigos que levarei pra vida, e neles me espelho. Especialmente agradeço a minha Supervisora Regina Lima e ao Gerente do escritório, Rodrigo Marques, que com muita paciência e compreensão sempre me deram a orientação necessária para que cumprisse o meu trabalho.E demais colegas de trabalho: Flavio, Maia, Severino, Amanda, Marcus, Sedma, Ildomar e Dalva.

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, Jesus e Gloria, que com a força de Deus, ainda fazem da vida uma jornada inspiradora, sempre me ajudando a proporcionar as várias oportunidades que eles não tiveram, e acreditam que o conhecimento, o bom senso, a humildade e principalmente o trabalho são elementos essenciais para criar pessoas bem sucedidas e capazes de construir um bom futuro.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar o caso da Cooperativa de Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do Distrito Federal – Multiflor, demonstrando como uma cooperativa instalada em uma área de produtores familiares pode influenciar na capacitação dos produtores que estão nela inseridos. Para tanto foi elaborado a revisão de literatura, discutindo os seguintes temas: conceitos de administração rural e suas respectivas ferramentas, conceitos de cooperativismo, conceitos de agricultura familiar e conceitos de extensão rural. Para a realização do presente trabalho foi pesquisado e analisado o histórico e o acompanhamento das atividades realizadas na Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do Distrito Federal - Multiflor com o intuito de verificar o seu crescimento desde a sua criação até o momento atual e a trajetória de seus associados, comparando como era a administração e a renda, provinda das atividades realizadas no ramo da Cooperativa estudada, e suas produções antes e depois de entrarem na Cooperativa, ou seja, acompanhar a evolução financeira e técnica da Cooperativa e de seus cooperados. Durante a análise foi constatado que num primeiro momento foi realizado um diagnostico estudando a viabilização de produção de flores e plantas ornamentais naquela região. Conclui-se então que para alcançar êxito no fortalecimento desta Cooperativa, várias frentes de trabalho precisam ser incrementadas como: diagnóstico mais completo da cadeia produtiva da floricultura no Distrito Federal, ações de comercialização, dispor a Cooperativa de infraestrutura física, estrutura administrativa, capacitações dos produtores, inserção dos produtores e da própria empresa na rede mundial de computadores, melhoria da estrutura de produção nas propriedades e infraestrutura de logística de comercialização. Assim, a Multiflor vem procurando ampliar tanto o número de cooperados familiares, quanto o mix de seus produtos, passando a produzir também flores de corte e paisagismo. A Floricultura no Distrito Federal, através da Multiflor, dará oportunidade para mulheres e jovens rurais excluídos socialmente da sociedade de obter renda e aumentar a autoestima e se tornarem cidadãos pequenos empreendedores rurais.

SUMÁRIO

Capitulo 1 - Introdução ................................................................................................................. 7

1.1 Caracterização da Empresa ................................................................................................. 7

1.1.1 Dados do Objeto de estudo.......................................................................................... 8

1.2. Objetivo geral .................................................................................................................... 8

1.2.1 Objetivos específicos .................................................................................................... 8

1.3 Justificativa .......................................................................................................................... 8

Capitulo 2 – Revisão de Literatura ................................................................................................ 9

2.1 Administração Rural ............................................................................................................ 9

2.1.1 O Papel do Administrador ............................................................................................ 9

2.2 Ferramentas para a Gestão da Empresa Rural .................................................................. 11

2.2.1 Planejamento da Produção ........................................................................................ 11

2.2.2 Gestão Financeira e de Custos ................................................................................... 12

2.2.3 Gestão da Qualidade .................................................................................................. 12

2.2.4 Marketing ................................................................................................................... 13

2.2.5 Comercialização ......................................................................................................... 13

2.2.6 Contabilidade Rural .................................................................................................... 14

2.3 Agricultura Familiar ........................................................................................................... 16

2.4 Breve histórico das primeiras cooperativas no mundo .................................................... 18

2.4.1 Caracterização geral do cooperativismo no Brasil ..................................................... 19

2.4.2 Conceitos de Cooperativismo .................................................................................... 21

2.4.3 Princípios do cooperativismo ..................................................................................... 24

2.5 O Papel da Extensão Rural ................................................................................................ 27

Extensão Rural ........................................................................................................................ 27

2.5.1 A extensão rural e o papel de promover o desenvolvimento rural ........................... 28

Capitulo 3 - Aspectos Metodológicos .......................................................................................... 29

Capitulo 4 – Análises dos Resultados .......................................................................................... 31

Capitulo 5 - Considerações Finais ................................................................................................ 37

Bibliografia .................................................................................................................................. 39

Capitulo 1 - Introdução

O agronegócio contribui significativamente na composição do Produto Interno

Bruto brasileiro. Logo, os produtos que são comercializados tanto interna quanto

externamente têm em sua procedência uma cadeia composta por elos que interagem

para garantir o insumo na produção, o beneficiamento do produto e a comercialização.

Entretanto essas relações vão alem da produção. A empresa rural como é denominada

deve necessariamente trazer as noções de gestão para sua propriedade, pois, alem dos

segmentos inseridos na técnica da produção, também é necessário que se conduzam

lidando com gestão de recursos humanos, finanças e administração de custos rurais e

meio ambiente.

Desta maneira, as inúmeras mudanças no agronegócio brasileiro trazem a

necessidade do uso de ferramentas de gestão nas propriedades rurais, tornando esse

conhecimento um diferencial competitivo para os pequenos agricultores familiares.

Segundo Crepaldi (2005), toda propriedade rural que possui capital investido, operando

no setor agropecuário e comercializando seus produtos, tendo como objetivo principal a

sobrevivência, o crescimento e o lucro podem ser considerados uma empresa rural,

dessa forma, as propriedades rurais que se encaixam nesse contexto podem ser

comparadas a uma empresa. O gerenciamento deve ocorrer baseado nas ideologias

descritas na Escola do Processo Administrativo, que visa à concepção administrativa

como um processo de aplicação de princípios e de funções para o alcance de objetivos.

O processo administrativo é formado pelas várias funções do administrador.

Planejamento, organização, direção e controle, que consideradas separadamente,

constituem as funções administrativas, quando visualizadas na sua abordagem total, elas

formam o processo administrativo (BATEMAN e SNELL, 1998).

1.1 Caracterização da Empresa

Este trabalho vem estudar o caso da Cooperativa de Produtores de Flores e Plantas

Ornamentais do Distrito Federal – Multiflor, demonstrando como uma cooperativa

instalada em uma área de produtores familiares pode influenciar na capacitação dos

produtores que estão nela inseridos. Será demonstrado como uma cooperativa pode

influenciar o uso de ferramentas administrativas por parte dos produtores familiares que

são associados a ela, analisando por exemplo, como era a forma e capacidade de

produção e comercialização no momento em que se associaram na cooperativa e qual a

situação atual.

1.1.1 Dados do Objeto de estudo

Razão Social: Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do DF –

Nome Fantasia: Multiflor.

Área de Atuação: Floricultura

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica: 11.111.202/0001-27

Endereço: Núcleo Rural Rio Preto, DF 320, Km 10, Galpão da Multiflor, Planaltina-DF

E-mail: [email protected]

Telefone: (61) 99220257

1.2. Objetivo geral

Analisar como uma cooperativa pode auxiliar a desenvolver a inserção de ferramentas

de gestão em propriedades familiares.

1.2.1 Objetivos específicos

• Estudar conceitos de administração.

• Analisar as ferramentas de gestão que possam auxiliar o desenvolvimento dos produtores familiares.

• Demonstrar como a extensão rural juntamente com o cooperativismo pode possibilitar o desenvolvimento produtivo de produtores rurais familiares.

• Estudar assuntos relacionados ao cooperativismo.

• Analisar como os cooperados da Multiflor administravam suas culturas antes e depois de se associarem a cooperativa.

• Analisar como se desenvolveu a produção de flores e plantas ornamentais dos cooperados da Multiflor antes e depois de se associarem a cooperativa.

1.3 Justificativa

A pesquisa se explica pelo fato de que o investigador ter acompanhado a fundação e o

desenvolvimento da Cooperativa Multiflor, dando ao mesmo acesso às informações e

documentos que em outra situação, não seria possível. A riqueza dessas informações é

que justificam o foco em estudo de caso.

Capitulo 2 – Revisão de Literatura Este capítulo tem como objetivo ilustrar os conceitos relativos a esta pesquisa a fim de

dar suporte para responder as questões apresentadas serão abordados assuntos relativos

à administração voltada para área rural, agricultura familiar, extensão rural e

cooperativismo.

2.1 Administração Rural

A administração rural se direciona em quatro funções básicas: o planejamento, a

organização, a direção e o controle. Podemos definir os conceitos destas funções da

seguinte forma: Planejar: é antecipar o que se deve fazer, com que recursos e em que

quantidades, para que os objetivos da empresa sejam alcançados; Organizar: remete a

arrumar, colocar á disposição as ferramentas disponíveis para que sejam usadas afim de

possibilitar o funcionamento do processo; Dirigir: fazer com que as pessoas façam o que

precisa ser feito, ou seja, fazer comunicar a elas o que deseja e como deve ser feito;

Controlar: requer uma avaliação dos resultados para que estes sejam alcançados afim de

concretizar o que foi planejado. Tais conceitos são perfeitamente aplicáveis à empresa

rural.

Holz apud Colbek (2006, p.18) diz, enfim, que a “a administração rural é a ciência que

ajuda o produtor a entender as suas decisões. É onde estão as informações necessárias

para os técnicos ajudarem os produtores a tomar as decisões”. E complementa:

A busca da eficiência no setor agrícola faz da administração um fator de produção capaz de fazer ou quebrar o negócio. Neste caso, a administração faz o papel de cérebro enquanto que o trabalho faz o papel de músculo. Pois na agricultura precisa-se de terra, capital, trabalho e cérebro para ser bem-sucedido.

2.1.1 O Papel do Administrador

O principal papel do administrador rural, segundo Marion et al (2008), é planejar,

decidir e avaliar os resultados, visando à maximização dos lucros, à permanente

motivação e ao bem estar social de seus empregados. O conjunto das ações de decidir o

que, quanto, quando e como produzir, controlar o andamento dos trabalhos e avaliar os

resultados constitui o campo de ação do administrador rural. Para que essas decisões

sejam eficazes, o administrador deve conhecer os fatores que afetam os resultados

econômicos, que são de natureza externa e interna.

De acordo com Santos et al (2008), o administrador não tem controle sobre os

fatores externos. Portanto ele deve buscar informações para tomar as decisões que lhe

permitam ajustar-se a estes fatores, aproveitando ao máximo as condições favoráveis. A

forma de conhecê-los é manter um sistema de informações para obter o histórico dos

preços dos produtos explorados, para acompanhar e analisar o comportamento do

mercado, uma vez que a maioria dos produtos agropecuários não possui controle e

depende da lei de oferta e da procura. Quanto aos fatores internos, o administrador tem

controle direto. Por isso, deve conhecê-los bem, para poder tirar o maior proveito,

acompanhando e analisando-os em relação a sua capacidade de prestar serviços.

O administrador rural deve ter consciência de que quanto maior for o seu

conhecimento sobre a estrutura, o funcionamento da unidade e os fatores de produção,

maiores serão as possibilidades de melhorar seus resultados econômicos. O controle

eficiente permite que os resultados globais sejam conhecidos através dos resultados

parciais. Isto permite agilizar as decisões durante o processo produtivo, de acordo com

as etapas ou operações. Para contribuir no controle de uma empresa, pode ser usado o

sistema de custos, que segundo Santos et al (2008) é um conjunto de procedimentos

administrativos que registra, de forma sistemática e contínua, a efetiva remuneração dos

fatores de produção empregados nos serviços rurais.

Os principais objetivos de um sistema de custos segundo Santos et al (2008), são:

• Auxiliar a administração na organização e controle da unidade de produção,

revelando ao administrador as atividades de menor custo, as mais lucrativas, às

operações de maior e menor custo e as vantagens de substituir umas pelas

outras;

• Permitir uma correta valorização dos estoques para apuração dos resultados

obtidos em cada cultivo ou criação;

• Oferecer bases consistentes e confiáveis para projeção dos resultados e auxiliar o

processo de planejamento rural, principalmente quando o administrador precisa

decidir o que plantar, quando plantar e como plantar;

• Orientar os órgãos públicos e privados na fixação de medidas, como garantia de

preços mínimos, incentivo à produção de determinado produto em escala

desejada, estabelecimento de limites de créditos etc.

O sistema permitirá ao administrador, apontar eficiente e sistematicamente a existência

de gastos não necessários, que estejam reduzindo a lucratividade da exploração.

2.2 Ferramentas para a Gestão da Empresa Rural

2.2.1 Planejamento da Produção

O planejamento e o controle da produção buscam gerenciar as atividades da operação

produtiva de modo a atender às necessidades do consumidor, ou seja, procura conciliar

o fornecimento de bens e serviços com a demanda. De acordo com Batalha et al (2005),

o planejamento e o controle da produção pode ser compreendidos como um sistema de

informação onde os dados obtidos, processados e avaliados geram informações que

possibilitam a tomada de decisão de objetivos, meta e ações de longo, médio e curto

prazo. Assim tal planejamento busca responder as questões levantadas anteriormente

como: o que, quanto, quando e como produzir.

• O que produzir: trata-se da decisão de quais produtos, ou combinação deles

serão produzidos, levando em consideração os recursos disponíveis e o retorno

desejado. Para tanto, é necessário considerar três variáveis fundamentais: a

restritividade dos recursos, as condições de mercado impostas e a necessidade de

produção para o autoconsumo.

• Quanto produzir: está vinculado à decisão do que produzir e às restrições

impostas pelo mercado e pelo autoconsumo, essa questão procura definir a

compatibilidade entre máxima quantidade produtiva recomendada (ou

contratada) e máxima possível (área disponível) pelo estabelecimento rural.

Deve-se ressaltar a quantidade mínima economicamente viável de cada produto.

Dependendo das características deste, o processo de estocagem deve ser

considerado na definição da quantidade produzida.

• Quando produzir: remete observar os principais requisitos para alcançar canais

de comercialização, e entre os mais dinâmicos está o atendimento, sem falhas

das encomendas. Nesse sentido, é necessário considerar o tempo de produção de

cada atividade, além dos imprevistos inerentes ao processo produtivo. Isso

implica na adoção de técnicas de gerenciamento que controlem cada etapa do

processo, considerando significativos riscos das variações climáticas existentes.

• Como produzir: vem tratar da parte operacional da atividade gerencial.

Identificado o trinômio o que/quanto e quando produzir deve-se, então,

determinar etapas produtivas e as tarefas intrínsecas a cada etapa. Ou seja,

devem-se definir quais tarefas será realizado, como realizá-las, com quais

recursos e em qual local executá-las, (BATALHA et al, 2005).

2.2.2 Gestão Financeira e de Custos

Para enfrentar os novos desafios impostos pelo mercado, os produtores devem

adotar sistemas de apuração de custos, possibilitando ao administrador tomar decisões

de forma eficaz e segura. A administração dos recursos financeiros e orçamentários de

um estabelecimento rural tem por objetivo avaliar a viabilidade dos investimentos

produtivos diante dos recursos disponíveis. Informações a respeito das receitas e das

despesas da empresa devem ser identificadas, analisadas e interpretadas para facilitar a

escolha entre alternativas de produção mais viáveis (BATALHA et al, 2005).

Trata-se de um instrumento informativo que aprimora progressivamente todos os

processos realizados na empresa. Auxilia o administrador a identificar as atividades de

menor custo, as mais lucrativas e as vantagens de substituir umas pelas outras. É

possível, ainda por meio desses procedimentos administrativos, decidir adequadamente

sobre investimentos e/ ou financiamentos de recursos para a unidade produtiva

(BATALHA et al, 2005).

Para tanto, é necessário o registro sistemático das informações contábeis e não

contábeis do empreendimento. Evidentemente, o grau de sofisticação e modernidade

desses registros deve ser compatível com o tamanho e o nível de desenvolvimento do

estabelecimento. Mesmo as pequenas unidades produtivas familiares, que dispõe de

poucos recursos, devem, no mínimo, coletar informações sobre receitas e despesas do

empreendimento. Mesmo que de forma manual, tais registros subsidiarão decisões mais

consistentes e eficazes do que aquelas tomadas de forma apenas intuitivas (BATALHA

et al, 2005).

2.2.3 Gestão da Qualidade

Atualmente, questões como segurança alimentar e segurança dos alimentos,

fazem-se cada vez mais presentes. A simples garantia de acesso ao alimento não é fator

determinante para assegurar a vida saudável de todos os indivíduos, mesmo que estes

tenham alimentos em quantidades suficientes. Além de garantir a segurança alimentar, é

necessária a segurança do alimento, uma vez que estes, sem terem qualidade mínima

necessária para uma boa alimentação deixam de ser passíveis de consumo sob pena de

serem danosos à saúde humana (BATALHA, 2005).

Garantir a qualidade dos produtos significa desenvolver mecanismos internos à

propriedade, como rotinas, comportamentos, mentalidades e outros, voltados à obtenção

de produtos com um conjunto mínimo de características e atributos. Nesse sentido,

principio de higiene e limpeza, organização e boas práticas de produção devem ser

adotadas, além da identificação e do controle dos aspectos mais críticos associados

direta ou indiretamente à obtenção desses produtos (BATALHA et al, 2005).

2.2.4 Marketing

De acordo com Batalha et al (2005), o conceito de Marketing pode ser definido como

“um processo social e de gestão pelo qual indivíduo e grupo obtêm, o que necessitam e

querem através da criação, oferta e troca de produtos e valores com os outros”. Nesse

contexto marketing age como estimulador de transações, podendo ser visto como um

redutor de custos que facilita o processo de trocas. Além disso, sua adoção permite

maior velocidade de adaptação diante de mudanças ambientais. Segundo este mesmo

autor, considerando o ambiente marketing operacional, voltado para atividades de curto

prazo, deve-se desenvolver elementos do chamado composto de marketing.

- Produto: novo produto, embalagens, marca certificação.

- Distribuição: transporte, distribuição, cadeia do frio, embalagens.

- Preço: custo de produção, margem de lucro, preço de venda.

- Promoção: propaganda, promoção e venda pessoal.

2.2.5 Comercialização

A comercialização pode ser definida como a troca de bens e serviços entre agentes

econômicos. Como fruto dessas trocas, os agentes efetuam as chamadas transações, as

quais fundamentam o funcionamento do sistema econômico. Segundo Batalha et al

(2005), o sistema de comercialização agrícola pode ser considerado um mecanismo

primário para a coordenação das atividades de produção, distribuição e consumo. Por

meio desse mecanismo, quanto maior a coordenação entre os componentes do sistema,

menores os custos de transformação de cada um deles. Neste sentido tem se buscado

forma de comercialização diferenciada sejam através do mercado de spot, feiras livres,

franquias, parcerias e contratos. Outra forma de comercialização é através de

organizações como cooperativas de pequenos agricultores. Desta forma, novas maneiras

de comercialização têm sido adotadas entre os agricultores (fornecedores) e seus

compradores.

2.2.6 Contabilidade Rural

A contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) sejam

agrícolas ou comerciais ou em particular (aplicado a certo ramo de atividade ou setor da

economia). Borilli et al (2005), define Contabilidade Rural como sendo “aquela que tem

normas baseadas na orientação, controle e registro de atos e fatos ocorridos e praticados

por uma empresa cujo objeto do comércio ou indústria seja a agricultura ou pecuária”.

Quando estudada de forma genérica, a contabilidade é denominada contabilidade geral

ou contabilidade financeira. Quando aplicada a um ramo especifico, normalmente é

denominada de acordo com a atividade daquele ramo.

Assim sendo na agricultura temos vários tipos de contabilidade:

• Contabilidade Agrícola: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas rurais agrícolas;

• Contabilidade Rural: é a Contabilidade Geral aplicada às propriedades rurais;

• Contabilidade Zootécnica: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas que exploram a zootecnia;

• Contabilidade da Pecuária: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas pecuárias;

• Contabilidade da Agroindústria: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas agroindustriais.

A contabilidade rural é um instrumento da função administrativa que tem a

finalidade de controlar o patrimônio das entidades rurais, apurarem os resultados das

mesmas e prestar informações sobre o patrimônio e o resultado das empresas rurais aos

diversos usuários das informações contábeis. É um dos principais sistemas de controle e

informações das propriedades rurais. Com a análise do Balanço Patrimonial e da

demonstração do Resultado do Exercício é possível verificar a situação da empresa, sob

os mais diversos enfoques, tais como análise de estrutura, de evolução, de solvência, de

garantia de capitais próprios e de terceiros, de retorno de investimento, entre outros.

A Contabilidade Rural também fornece informações sobre condições de expandir-

se sobre necessidade de redução de custos ou despesas, necessidade de busca de

recurso, etc (BORILLI et al, 2005), O mesmo autor relata que, uma ferramenta pouco

utilizada pelos produtores rurais, é sem duvida, a Contabilidade Rural, pois é vista como

uma técnica complexa, com baixo retorno na prática. É conhecida apenas para a

Declaração do Imposto de Renda, e os produtores não demonstram interesse na sua

aplicação gerencial. Dentre outros fatores, vale ressaltar que tem contribuído para isso a

deficiência dos sistemas contábeis, responsáveis em retratar as características da

atividade agropecuária, bem como, a falta de profissionais capacitados na transmissão

de tecnologias administrativas aos produtores rurais, daí, a não inclusão da

Contabilidade Rural como instrumento de políticas governamentais agrícolas ou fiscais.

No entanto Borilli et al (2005), comenta que a Contabilidade Rural aplicada ao

ambiente rural está vinculada às normas e conceitos contábeis. As pessoas físicas, tidas

como grandes produtores, são equiparadas às pessoas jurídicas, devendo manter a

escrituração regular, por intermédio de um profissional contábil, utilizando o método

das partidas dobradas. Embora, os pequenos e médios produtores rurais estejam

dispensados, para fins de Imposto de Renda de utilizarem a contabilidade rural, muitas

vezes, apenas um livro caixa é disponibilizado para efetuar uma escrituração

simplificada, mas isto não os impede de adotá-la.

O ponto fundamental na contabilidade é o uso da informação contábil como

ferramenta para a administração por meio de Balanços Patrimoniais, Demonstração de

Resultados e outros relatórios, tornando-se, portanto, importante instrumento gerencial.

Borilli et al (2005), coloca ainda, que a contabilidade de custos de uma propriedade

rural deve atender a três objetivos básicos:

• Determinação do lucro utilizando os dados dos registros convencionais de contabilidade, ou compilando-os de maneira diferente para que sejam mais úteis à administração de custos;

• Controle das operações e dos estoques, estabelecimentos de padrões e orçamentos, comparação entre o custo real e o custo orçado e ainda previsões;

• Tomada de decisão, formação de preços, quantidade a ser produzida, que produto produzir, corte de produtos, comprar ou fabricar.

A contabilidade de custos foi inicialmente desenvolvida para fornecer dados de

custos apropriados às demonstrações financeiras (contábil) segundo os princípios

fundamentais de contabilidade, porém teve uma importante evolução nas últimas

décadas, tornando-se uma arma de contabilidade gerencial, inclusive na propriedade

rural (BORILLI et al, 2005).

Borilli et al (2005), descreve que a finalidade da Contabilidade Rural é de orientar

as operações agrícolas e pecuárias; medir e controlar o desempenho econômico-

financeiro da empresa e de cada atividade produtiva; apoiar as tomadas de decisões no

planejamento da produção, das vendas e investimentos; auxiliar nas projeções de fluxos

de caixa, permitir comparações à performance da empresa com outras; conduzir as

despesas pessoais do proprietário e de sua família; justificar a liquidez e capacidade de

pagamento junto aos credores; servir de base para seguros, arrendamentos e outros

contratos, e gerar informações para a Declaração do Imposto de Renda.

2.3 Agricultura Familiar

A agricultura familiar brasileira é extremamente diversificada, inclui tanto

famílias que vivem e exploram minifúndios, em condições de extrema pobreza, como

produtores inseridos no moderno agronegócio e que logram gerar renda muitas vezes

superior à aquela que define a linha da pobreza (BATALHA et al, 2005). A

diferenciação dos agricultores familiares está associada à própria formação dos grupos

ao longo da historia, à heranças culturais variadas, à experiência profissional e vida

particular, ao acesso e à disponibilidade diferenciada de um conjunto de fatores, entre os

quais, os recursos naturais, o capital humano e o capital social, e assim por diante. A

diferenciação também está associada à inserção dos grupos em paisagens agrárias muito

diferentes umas das outras, ao acesso diferenciado ao mercado e à inserção

socioeconômica dos produtores, resultado tanto das condições particulares dos vários

grupos como de oportunidades criadas pelo movimento da economia como um todo,

pelas políticas publicas, e outros (BATALHA et al, 2005).

Os agricultores familiares não se diferenciam apenas em relação à disponibilidade

de recursos e à capacidade de geração de renda e riqueza; diferenciam-se também em

relação às potencialidades e restrições associadas tanto à disponibilidade de recursos e

de capacitação/aprendizado adquirido quanto à inserção ambiental e socioeconômica,

que podem variar radicalmente entre grupos de produtores. O universo diferenciado de

agricultores familiares é composto por grupos com interesses particulares e estratégias

próprias de sobrevivência e de produção que reagem de maneira diferenciada a desafios,

oportunidades e restrições semelhantes e que, portanto, demandam tratamento

compatível com as diferenças (BATALHA et al, 2005).

Em países capitalistas, a base social do desenvolvimento agrícola é formada por

unidades produtivas, onde a gestão, o trabalho e as regras de sucessão patrimonial são

predominantemente familiares Batalha et al (2005). O mesmo autor define a agricultura

familiar da seguinte maneira.

• A gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados são feitos por indivíduos que mantêm entre si laços de sangue ou de casamento;

• A maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos membros da família;

• A propriedade dos meios de produção (embora nem sempre da terra) pertence à família e é em seu âmbito que se realiza sua transmissão em caso de falecimento dos responsáveis pela unidade produtiva e, se enquadra na classe de agricultores familiares quem obedece às seguintes condições:

o A direção dos trabalhos realizados no estabelecimento deve ser feito pelo produtor rural;

o A mão- de- obra familiar utilizada deve ser superior a contratada.

A definição de agricultura familiar pelo Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar (Pronaf) baseia-se nos seguintes critérios:

• Explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do Programa Nacional de Reforma Agrária;

• Residam na propriedade ou em local próximo;

• Não disponham, a qualquer título, de área superior a quatro módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor;

• Obtenham, no mínimo, 70% da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;

• Tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento, utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado, de acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária, podendo manter até dois empregados permanentes;

• Tenham obtido renda bruta anual familiar acima de R$ 6 mil e até R$ 110 mil nos últimos 12 meses que antecedem a solicitação da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.

Assim, a agricultura familiar não é um bloco homogêneo, já que seus diferentes

segmentos podem ser divididos em três categorias básicas, estratificadas principalmente

por renda, são elas:

• Familiar consolidada, integrada ao mercado, garantindo a reprodução econômica da família.

• Familiar de transição; Frágil em relação ao mercado, com renda familiar instável.

• Familiar de subsistência ou periférica, que engloba os que produzem para autoconsumo com venda de mão de obra sazonal, como os sem terra.

2.4 Breve histórico das primeiras cooperativas no mundo

De acordo com Pinho (1966), as primeiras experiências cooperativistas,

denominadas de pré-cooperativas , surgem no final do século XVIII e início do século

XIX na Inglaterra, França, Alemanha e em outros países da Europa como iniciativas

contra as péssimas condições de vida dos trabalhadores. As mais antigas cooperativas

de que se tem notícia são: a cooperativa dos trabalhadores dos estaleiros Woolwinch e

Chatham, na Inglaterra (1760); a cooperativa de consumo dos tecelões de Fenwich, na

Escócia (1769); e cooperativa de consumo inglesa, a Oldhan Co-operative Supply

Company (1795). Depois desse período houve uma grande proliferação de cooperativas

de consumo na Inglaterra. Entretanto, antes de 1844, todas as tentativas de se

implementar cooperativas de consumo foram fracassadas, sobretudo em Brigton (1827),

na Inglaterra, e em Guebwiller (1828) e Lyon (1835), na França.

Segundo Pinho (1966), existiram algumas experiências exitosas, quais sejam, a

cooperativa de consumo de Rochdale e as cooperativas de crédito de Schlse-Delitzsch

(cooperativa que leva o nome de seu criador e da cidade de Delitzsch, na Alemanha,

onde surgiu por volta de 1849 para auxiliar a classe média urbana) e Raiffeinsen

(cooperativa que foi fundada por Raiffeinsen, entre 1847-48, para atender as

necessidades dos agricultores), que inspiraram outras cooperativas como as de Luzzatti,

Haas e Wollemborg.

Depois de muitas tentativas, a experiência mais exitosa foi a Cooperativa de

consumo do “Pobros Pioneiros de Rochdale”, constituída em 21 de dezembro de 1844,

na cidade de Rochdale. Esta cooperativa foi fruto da iniciativa de 28 operários do setor

têxtil, que buscavam melhorar suas vidas. Então em 24 de outubro de 1844 foi fundada

“Rochdale Society Equitable Pioneers Limited”. Em 21 de dezembro do mesmo ano

começou a funcionar como armazém cooperativo. Iniciou com um capital de 28 libras, o

suficiente apenas para comprar uma pequena quantidade de manteiga, farinha de trigo,

aveia e vela. A sociedade cresceu rapidamente. Em 1845 eram 80 associados, enquanto

o capital atingia 180 libras. Em 1851 já contava com 630 associados. Em 1857 atingiu

1850 associados. Depois de dez anos atingiu um número impressionante de 5.300

associados.

Segundo Klaes (2005), o sucesso de “Rochdale” inspirou o movimento

cooperativista pelo mundo, de tal modo que os valores (solidariedade, igualdade,

fraternidade, democracia, equidade, responsabilidade social, transparência) e os

princípios (adesão livre e voluntária, controle democrático pelos sócios, participação

econômica dos sócios, autonomia e independência, educação, treinamento e informação,

cooperação entre cooperativas, preocupação com a comunidade) elaborados pelos

“Probos Pioneiros” são, até hoje, com algumas pequenas mudanças, adotados pelo

movimento cooperativista.

2.4.1 Caracterização geral do cooperativismo no Brasil

No Brasil, em linhas gerais, o cooperativismo trata-se de uma promoção das

elites, numa economia predominantemente agroexportadora, não se tratando de um

movimento vindo de camadas mais baixas dos produtores, mas imposto de cima para

baixo (Rios, 1989). Para o mesmo autor, não ocorreu a criação de uma fórmula

associativa, mas apenas sua importação e adequação aos interesses das elites políticas e

agrárias, pois, enquanto movimento social operário, o cooperativismo europeu é um

movimento de expressão urbana e, no Brasil, trata-se de movimento conservador, de

elites, localizando-se, sobretudo no meio rural. É por isso que o cooperativismo agrícola

brasileiro é, sobretudo, um cooperativismo de serviço e não propriamente de produção.

A empresa presta serviços aos associados em função de seus estabelecimentos

individuais, de maneira isolada, sendo, pois, um modelo bem adequado à concentração

da propriedade fundiária.

O antigo Departamento de “Cooperativismo” da Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de São Paulo caracteriza o termo como a união de pessoas e a

soma de esforços de cada um, onde a solidariedade é constante e permanente, uma vez

que procura melhorar as condições econômicas e sociais dos povos, que se desenvolvem

através da associação de pessoas, formando cooperativas, sendo seu objeto principal a

valorização do homem e sua integração na comunidade. As Cooperativas podem ser

vistas como instituições que surgem das necessidades destas pessoas promoverem

melhorias sociais e econômicas em suas vidas, e a conciliação dessas duas vertentes de

modo satisfatório é que as torna um tipo especial de organização (Carvalho et al., 1993).

Rios (1989) retrata que o cooperativismo resultou na criação de um modelo com

características próprias, tratando-se de uma associação de pessoas e não de capital

(propriedade cooperativa). A propriedade é atribuída aos associados,

independentemente das contribuições financeiras individuais para a constituição da

sociedade. Possui gestão cooperativa, isto é, o poder de decisão último é competência

da assembleia dos associados. Finalmente, a distribuição das sobras financeiras de

trabalho, no final de um período determinado, deve ser feita de maneira diversa da que

ocorre numa empresa capitalista, que acontecem em função da participação nas

operações da mesma (repartição cooperativa). A cooperativa acaba reunindo pessoas

que têm interesses comuns, na qual todos têm os mesmos direitos e deveres definidos

em seu estatuto. Assim, cada pessoa possui um voto, diferenciando-se das demais

empresas porque não visa lucro e sim o atendimento das necessidades de seus

cooperados.

Considerando-se uma tentativa de unificar duas interpretações aparentemente

contrárias, a cooperativa pode ser concebida como um instrumento econômico com

consequências sociais, e também como um instrumento social com consequências

econômicas, por possuir dupla natureza, como empresa e associação. Entretanto,

segundo Carvalho et al. (1993), a experiência tem mostrado que as organizações

cooperativas cumprem sua função social somente depois de haver obtido êxito em sua

dimensão econômica. Têm destacado papel na centralização do capital gerado no setor

agrícola e, por realizarem diversas atividades, representam o elo de interação entre o

sistema rural e o processo de desenvolvimento urbano-industrial. Quando exercem

atividades agroindustriais, exigem das organizações rurais um desempenho eficiente no

que se refere à produtividade e à qualidade da matéria prima.

A simplicidade dos ideais e doutrinas cooperativistas faz com que este modelo de

empresa-associação possa ser aplicado de diferentes formas, seja na área agrícola ou

urbana. Rios (1989) afirma que a cooperativa consegue atender a vários níveis de

necessidades dos produtores em uma economia moderna, tanto capitalista como

socialista, mantendo as características básicas de sua ideologia. Assim, são encontradas

cooperativas agrícolas de serviços (rurais e urbanos), beneficiamento, crédito e

centralizadoras (responsáveis pela captação e escoamento da matéria prima proveniente

de outras cooperativas).

2.4.2 Conceitos de Cooperativismo

Cooperação

Cooperar é agir de forma coletiva, trabalhando junto em prol de um objetivo comum. A

prática da cooperação educa e socializa a pessoa, expande as fronteiras culturais do ser

humano, tornando-o mais aberto, flexível, participativo e solidário. Tais práticas, quanto

mais cedo se instalarem no convívio em sociedade, mais cedo os ideais do

cooperativismo se enraizarão na consciência da comunidade.

Cooperativismo

É uma doutrina socioeconômica fundamentada na liberdade humana e nos princípios

cooperativos. A cultura cooperativista visa a desenvolver a capacidade intelectual das

pessoas de forma criativa, inteligente, justa e harmônica, procurando a sua melhoria

contínua. Os seus princípios buscam, pelo resultado econômico, o desenvolvimento

social através da melhoria da qualidade de vida e da boa convivência entre seus

cooperados.

Objetivos Sociais do Cooperativismo

As sociedades cooperativas podem, tendo como fim a viabilização da atividade de seus

associados, adotar qualquer objeto, respeitando-se as limitações legais no sentido de não

exercerem atividades ilícitas ou proibidas em lei. Vale lembrar que o ingresso nas

cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os serviços prestados por ela, desde

que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto da

cooperativa conforme Lei federal nº 5.764, de 1971. As Cooperativas devem ser

constituídas por no mínimo 20 pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a

admissão de pessoa jurídica que tenha por objetos as mesmas atividades econômicas das

pessoas físicas, ou ainda aquelas sem fins lucrativos. Os objetivos sociais mais

utilizados em sociedades cooperativas são os seguintes:

• Agropecuário

As cooperativas agropecuárias formam o grupo de maior expressão econômica no país,

também corresponde a um dos segmentos de maior número com cooperativas. O ramo é

composto pelas cooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de pesca, cujos

meios de produção pertencem aos próprios cooperados, mas que se unem para auferir

ganhos na operação em conjunto de suas atividades. Essas cooperativas, normalmente,

abrangem toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra até o processamento da

matéria prima e a comercialização do produto final.

• Crédito

Um dos ramos mais dinâmicos do cooperativismo. Neste tipo de sociedade, busca-se a

melhor administração, através da ajuda mútua e sem fins lucrativos, dos recursos

financeiros dos cooperados. Tais sociedades prestam serviços financeiros e de natureza

bancária, com condições mais favoráveis, aos seus associados. Como são equiparadas às

instituições financeiras tradicionais, seu funcionamento tem de ser regulamentado pelo

Banco Central. Vale lembrar que uma cooperativa de crédito está submetida aos rigores

da fiscalização do Sistema Financeiro Nacional, exigindo de seus gestores

responsabilidade pelos seus atos, uma vez que estão sujeitos à Lei dos Crimes Contra o

Sistema Financeiro Nacional (Lei 7.492).

• Consumo

Neste ramo, as cooperativas dedicam-se à compra, em comum, de artigos de consumo a

fim de proporcioná-los aos cooperados com menor preço. Subdividem-se em fechadas e

abertas. Sendo a primeira, aquelas que admitem somente as pessoas ligadas a uma

mesma cooperativa, sindicato ou profissão. E a segunda, as que admitem qualquer

pessoa que queira associar-se a ela.

• Educacional

Cooperativas educacionais surgiram a partir da deficiência do Estado de prover ensino

público de qualidade e da incapacidade das famílias de bancar os altos custos do ensino

particular. O papel de uma cooperativa educacional é de ser a gestora e mantenedora da

escola. A escola deve funcionar de acordo com a legislação em vigor, da mesma forma

que qualquer outra escola. No caso específico da cooperativa de ensino, é importante

ver o empreendimento focando o ponto de vista social e ideológico, muito mais do que

o econômico. Ficando claro que o objetivo maior é a formação educacional de crianças

e adolescentes e não o lucro e sobras financeiras. Tais cooperativas são, basicamente,

formadas por: professores, que se organizam como profissionais autônomos para

prestarem serviços educacionais; por alunos de escolas agrícolas que, além de

contribuírem para o sustento da escola, produzem mercadorias a serem comercializadas;

por pais de alunos que buscam melhor educação aos seus filhos, administrando escolas

e contratando professores.

• Habitacional

Essas são cooperativas diferenciadas, são criadas com um propósito único e temporário,

um consórcio, com o objetivo de adquirir a casa própria. Portanto, tão logo esse objetivo

é atingido, sua liquidação é posta em prática. Em um país como o Brasil, cujo déficit

habitacional é evidente, tais cooperativas são de suma importância social, pois facilita,

às famílias de baixa e média renda, o acesso à casa própria.

• Infraestrutura

Segmento constituído por cooperativas que visam a prestar, de forma coletiva, serviços

de infraestrutura aos seus cooperados. No Brasil, são mais conhecidas como

cooperativas de eletrificação. Tem como objetivo o fornecimento de energia elétrica às

comunidades de seu entorno, seja gerando sua própria energia, ou repassando a energia

de concessionárias através de suas linhas de transmissão. Como a eletrificação rural não

é um empreendimento rentável para as concessionárias de energia elétrica, o meio rural

ficou desprovido de tal serviço. Com o propósito de resolver esse problema, surgiram as

cooperativas de infraestrutura. Nessas cooperativas, os próprios usuários mobilizam

recursos de poupança e crédito para os investimentos, a fim de serem desenvolvidos os

processos de construção da rede elétrica no meio rural.

• Produção

Cooperativas de produção são aquelas cujos associados contribuem com serviços

laborais ou profissionais para a produção em comum de bens, e que a própria

cooperativa detenha os meios de produção. É uma forma interessante para aqueles que

querem deixar de ser assalariados, para descobrir as vantagens de constituir seu próprio

negócio – a cooperativa - ou mesmo para os que não conseguem encontrar espaço no

mercado de trabalho.

• Saúde

Basicamente, as cooperativas de saúde dedicam-se à prestação e promoção da saúde

humana. Dividem-se em médicas, odontológicas, psicológicas e de usuários. É um ramo

genuinamente brasileiro, pois surgiu no país. Presente em todo território brasileiro,

presta serviço de saúde a grande parte da população, sendo de suma importância na

sociedade.

• Trabalho

Essas cooperativas buscam melhorar a remuneração e as condições de trabalho dos seus

associados. São constituídas por pessoas ligas ao uma determinada ocupação

profissional. Para qualquer profissão pode-se criar uma cooperativa de trabalho,

transformando-se no segmento de maior abrangência dentro do cooperativismo.

O grande desafio neste ramo é seu enquadramento legal, tanto no que se refere à

legislação trabalhista como à cooperativista em si. O desvirtuamento dos atos

cooperativos pode levar à constatação do vínculo empregatício conforme a

Consolidações das Leis Trabalhista (CLT), dando espaço para medidas legais vindas do

Ministério Público do Trabalho. Certamente é o ramo com maior potencial de

crescimento, mas, também, é onde a complexidade jurídica mais prejudica sua atuação.

• Transporte

É uma espécie de cooperativa que poderia ser enquadrada no ramo trabalho, mas,

devido às peculiaridades de sua atividade, tem denominação própria. As cooperativas de

transporte dividem-se em modalidades: transporte individual de passageiros (taxi, moto

taxi); transporte coletivo de passageiros (vans; ônibus); transporte de cargas

(caminhões, motocicletas, furgões); transporte escolar (vans e ônibus).

• Especiais

A Lei federal 9.867, de 1999, possibilitou a criação de cooperativas de objeto social,

tendo como intuito a organização e gestão de serviços sócio-sanitários, bem como

educativos às pessoas que, de certa forma, precisam ser tuteladas ou que se encontram

em situação desvantajosas. Desenvolvem suas atividades – agrícola, industriais,

comerciais e de serviços – contemplando pessoas tais como: deficientes físicos,

sensoriais, psíquicos, dependentes químicos, presidiários, etc. É importante ressaltar que

nesse ramo as cooperativas devem ser geridas por um conselho de voluntários que não

se enquadram nas referidas características dos cooperados que formam a cooperativa.

2.4.3 Princípios do cooperativismo

1 - Adesão voluntária e livre - Cooperativas são organizações voluntárias abertas para

todas as pessoas aptas para usar seus serviços e dispostas a aceitar suas

responsabilidades de sócio sem discriminação de gênero, social, racial, política ou

religiosa.

2 - Gestão democrática pelos associados - as Cooperativas são organizações

democráticas controladas por seus sócios, os quais participam ativamente no

estabelecimento de suas políticas e nas tomadas de decisões. Homens e mulheres,

eleitos pelos sócios, são responsáveis para com os sócios. Nas cooperativas singulares,

os sócios têm igualdade na votação; as Cooperativas de outros graus são também

organizadas de maneira democrática.

3 - Participação econômica dos associados - eles contribuem equitativamente e

controlam democraticamente o capital de sua Cooperativa. Parte desse capital é

usualmente propriedade comum da Cooperativa para seu desenvolvimento. Usualmente

os sócios recebem juros limitados sobre o capital, como condição de sociedade.Os

sócios destinam as sobras para os seguintes propósitos: desenvolvimento das

Cooperativas, apoio a outras atividades aprovadas pelos sócios, redistribuição das

sobras, na proporção das operações.

4 - Autonomia e Independência - as Cooperativas são organizações autônomas de ajuda

mútua. Entrando em acordo operacional com outras entidades, inclusive

governamentais, ou recebendo capital de origem externa, elas devem fazer em termos

que preservem o seu controle democrático pelos sócios e mantenham sua autonomia.

5 - Educação, formação e informação - as Cooperativas oferecem educação e

treinamento para seus sócios, representantes eleitos, administradores e funcionários para

que eles possam contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Também

informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de

opinião sobre a natureza e os benefícios da cooperação.

6 - Intercooperação - as cooperativas atendem seus sócios mais efetivamente e

fortalecem o movimento cooperativo trabalhando juntas, e de forma sistêmica, através

de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, através de Federações,

Centrais, Confederações etc.

7 - Compromisso com a comunidade - as Cooperativas trabalham pelo desenvolvimento

sustentável de suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos seus membros,

assumindo um papel de responsabilidade social junto a suas comunidades onde estão

inseridas.

Quadro 01: Principais Diferenças entre Cooperativa e Empresa Mercantil

COOPERATIVA EMPRESA MERCANTIL

União de pessoas que se organizam em sociedade para exercer atividade

econômica ou adquirir bens.

Sociedade empresaria. É, geralmente, uma sociedade de capital.

Objetivo principal é a prestação de serviços aos cooperados. O lucro não é

finalidade, mas pode ser consequência da realização de uma atividade econômica.

Objetiva a maximização dos lucros para os sócios.

Numero ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação de

serviços. No entanto, deve ser constituída pelo numero mínimo de 20 pessoas

físicas.

Numero ilimitado ou não de acionistas.

Controle democrático: cada pessoa tem direito a um voto, independentemente do capital por ela investido, desde que esteja em pleno gozo dos seus direitos sociais.

Voto proporcional ao capital investido. Quanto mais ações mais participação na

votação.

Assembleias Gerais: quorum é baseado no numero de cooperados.

Quando há assembleias o quorum é proporcional ao capital dos sócios.

A cooperativa é estruturada por um capital social e mantida por rateio de despesas.

Não é permitida a transferências das quotas-partes deste capital a terceiros,

estranhos a sociedade.

Transferência das ações e quotas a terceiros.

O retorno dos excedentes proporcional ao volume das operações.

Lucro proporcional ao capital investido pelo sócio.

Presta serviço aos cooperados, para que eles trabalhem e produzam para si e para a

sociedade.

Presta serviços a sociedade. Comercio de qualquer natureza.

A cooperativa deve assegurar o direito de igualdade de todos os cooperados, sejam

eles fundadores ou não, membros dos órgãos eletivos ou não. Ou seja, filosófica

e legalmente, todos são donos da cooperativa.

Tem mais direitos quem tiver capital.

Fonte: Cartilha do Curso Básico de Cooperativismo realizado pelo Sescoop/DF.

2.5 O Papel da Extensão Rural

Extensão Rural

Segundo Jones e Garforth (1997), o termo extensão é oriundo das universidades

inglesas na segunda metade do século XIX. No começo do século XX, a criação do

serviço cooperativo de extensão rural dos Estados Unidos, estruturado com a

participação de universidades americanas, conhecidas como land-grant colleges,

solidificou naquele país, pela primeira vez na História, uma forma institucionalizada de

extensão rural. O modelo de extensão americano foi baseado em iniciativas de

conceituação de extensão rural e foi aperfeiçoado com o tempo devido às mudanças

conjunturais e peculiaridades da dinâmica e estrutura socioeconômica e cultural local.

A extensão rural no Brasil surgiu por volta de 1948, tendo como base a ideia de que o

conhecimento tecnológico, a difusão de novas técnicas agropecuárias por meio da

assistência técnica e o apoio financeiro através do crédito contribuiria para o aumento

da produção e para a melhoria das condições de vida do meio rural brasileiro. Porém,

depois de 1952, o serviço de extensão ganhou cunho muito mais educativo.

Já na década de 1970, a extensão rural continua a se expandir acompanhando a fase

desenvolvimentista do Brasil, o chamado “milagre econômico”, no qual, o crédito era

farto e subsidiado (CAPORAL, 2010). Nos anos de 1980, com o esgotamento do

“milagre” brasileiro e a consequente crise financeira, serviço de extensão toma um novo

rumo apresentando como resultados mais visíveis, mas havendo o sucateamento das

empresas públicas que ofertavam e em alguns casos até a ausência e perda na qualidade

desses serviços aos agricultores de uma forma geral e aos agricultores familiares, em

especial (ABRAMOVAY, 2001).

Ainda no que diz respeito à extensão rural, pode-se mencionar que no ano 2003,

depois de muitas pressões por parte dos agricultores familiares, o Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) inclui em sua pauta de políticas públicas a extensão

rural voltada para a agricultura familiar institucionalizada em política publica pela lei

12.188 de 2010. Em seu Artigo 2º a Lei, entende-se por Assistência Técnica e Extensão

Rural como sendo os serviços de educação não formal, de caráter continuado, no meio

rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização

das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das

atividades agroextrativistas, florestais e artesanais (BRASIL, LEI Nº 12.188, 2010).

2.5.1 A extensão rural e o papel de promover o desenvolvimento rural

Gomes (1997) afirma que estes produtores, de modo geral, podem trilhar três

caminhos distintos:

a) perderem seus bens de produção, transformando-se em assalariados rurais ou

urbanos;

b) fecharem-se em sua própria subsistência, garantindo apenas o necessário para

manutenção da reprodução de suas famílias, sem condições de responder aos estímulos

do mercado;

c) transformarem-se em empresários rurais, perseguindo os mesmos objetivos do grande

produtor.

O caminho que os produtores rurais irão seguir depende de uma série de fatores que, em

sua maioria, estão correlacionados aos processos de geração de pesquisas em novas

tecnologias, assim como aos órgãos de difusão e à estrutura das organizações de sua

categoria, implicando adotar uma postura de disposição em buscar, constantemente,

novas interações tecnológicas e também em participar ativamente de processos

diferenciados de organização social para suas empresas. O estabelecimento de empresas

cooperativas se coloca como alternativa viável para produtores que, isoladamente,

encontram dificuldades para otimizar seus trabalhos, comercializar e agregar valor a seu

produto final.

De modo geral um dos principais problemas enfrentados pelo produtores da

agricultura familiar é a compreensão do acesso ao mercado e o seu funcionamento.

Muitos produtores tem o conhecimento empírico suficiente para possibilitar que

trabalhem e iniciem sua produção. O desempenho de um empreendimento rural é

dependente de inúmeras variáveis, dentre elas podemos destacar: dificuldade no acesso

a comercialização; dificuldade quanto a precificação dos produtos; um controle de

produção eficiente que defina uma “escala” de produção com a finalidade de prevenir

perdas e prejuízos; o auto custo para aquisição de insumos.

A extensão rural tem um papel crucial de levar conhecimentos técnicos e pacotes

tecnológicos que possibilitem o melhoramento da vida social, financeira e econômica do

produtor rural familiar. Neste contexto podemos perceber a possibilidade de a extensão

rural através do cooperativismo pode levar ferramentas administrativas que sejam uteis

aos produtores rurais familiares.

Capitulo 3 - Aspectos Metodológicos

A pesquisa realizada neste trabalho pode ser classificada como um estudo de caso,

de características documentais e descritivas. Isto porque a investigação terá como base

documentos que definem e demonstram a historia e a situação do tema analisado. Esta

opção se justifica porque o método escolhido permite que se atendam os objetivos

propostos no trabalho.

O presente trabalho foi realizado baseando-se em pesquisar e analisar o histórico e

acompanhar as atividades realizadas da Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas

Ornamentais do Distrito Federal - Multiflor com o intuito de verificar o seu crescimento

desde a sua criação até o momento atual e a trajetória, quando associado à Cooperativa,

de seus cooperados comparando como era a administração e a renda, provinda das

atividades realizadas no ramo da Cooperativa estudada, e suas produções antes e depois

de entrarem na Cooperativa, ou seja, acompanhar a evolução financeira e técnica da

Cooperativa e de seus cooperados.

Para a aplicação da metodologia utilizada neste trabalho foi feita uma coleta de dados na

Cooperativa Multiflor. Para que os dados coletados pudessem ser selecionados,

organizados e analisados, foi estudado os seguintes documentos administrativos da

Cooperativa:

• Atas das assembleias;

• Planilhas de custos de produção;

• Planilhas de comercialização da Cooperativa;

• Planilhas de comercialização individual de cada cooperado;

• Arquivos referentes aos eventos que aconteceram na Cooperativa desde a sua constituição até o presente momento;

• Arquivos referentes ao apoio técnico e de cursos que foram realizados pela Cooperativa tendo como publico alvo os cooperados;

• Relatórios técnicos fornecidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER.

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado a ferramenta de analise de conteúdo,

que possibilita a compreensão da construção dos conceitos e ideias que os atores

exteriorizam no desenvolvimento do estudo. Segundo Laville & Dionne (1999), os

dados na forma bruta precisam ser preparados para se tornar utilizáveis na construção

dos saberes.

Segundo Triviños (1987) as três etapas assinaladas como sendo básicas nos trabalho

com a análise de conteúdo são:

• A pré-análise onde, a organização do material, ou seja, todos os materiais que serão utilizados para a coletados dados, assim como também outros materiais que podem ajudar a entender melhor o fenômeno e fixar o que o autor define como corpus da investigação, que seria a especificação do campo que o pesquisador deve centrar a atenção.

• A descrição analítica onde, o material reunido que constitui o corpus da pesquisa é mais bem aprofundado, buscando sínteses coincidentes e divergentes de ideias.

• Interpretação referencial: onde é realizada a análise propriamente dita. A reflexão, a intuição, com embasamento em materiais empíricos, estabelecem relações com a realidade aprofundando as conexões das ideias, chegando se possível à proposta básica de transformações nos limites das estruturas específicas e gerais.

Capitulo 4 – Análises dos Resultados

Para responder as questões levantadas nos objetivos específicos deste trabalho, foi

realizada uma analise documental baseada no histórico da Cooperativa Multiflor, a fim

de demonstrar como o papel da extensão rural, na formação do cooperativismo, pode

influenciar a produtividade de produtores familiares. Segundo relatos de cooperados e

extensionistas da Emater-DF, bem como documentos que descrevem a historia da

cooperativa, o primeiro passo dado para a criação da cooperativa foi um diagnóstico

realizado pelos extensionistas do escritório local da Emater-DF localizado no Núcleo

Rural Rio Preto. Como podemos observar no seguinte documento cedido pela Diretoria

da Cooperativa Multiflor.

“CARACTERÍSTICAS LOCAIS DO TRABALHO COOPERATIVISTA DA AGRICULTURA FAMILIAR REGIONAL NO RIO PRETO - 2008 O Escritório Local da Emater DF no Núcleo Rural Rio Preto, seguindo os direcionamentos do GDF para o desenvolvimento dos Programas Estruturantes no setor agropecuário, vêm trabalhando desde início de 2008 no sentido de implantar um pólo de produção de flores e plantas ornamentais com os produtores de base familiar da região. Inicialmente duas comunidades de agricultores familiares estão envolvidas neste processo de desenvolvimento local: a Colônia Agrícola São José e os lotes denominados 90 a 90 E do Núcleo Rural Rio Preto. Na primeira, as propriedades tem área média de 5 ha., e o solo predominante é o lato solos vermelho de baixa fertilidade. Há escassez de água, principalmente para uso agrícola. Aqui, a floricultura se apresenta como uma opção economicamente rentável que pode levar à comunidade ao aumento da renda familiar a partir das condições de solo, água e recursos financeiros inicialmente existentes. Nos lotes 90 os produtores tem tradição no plantio de olerícolas e suas propriedades tem bom acesso a água para irrigação e estrutura para o desenvolvimento daquela atividade. Os solos são corrigidos e sua fertilidade, em geral é boa. Neste caso, a floricultura entra como atividade de substituição gradativa de outra existente, uma vez que a produção de olerícolas a nível de pequenos produtores hoje se mostra, na maioria dos casos inviável e não sustentável. No momento 36 empreendedores compõem o grupo e são orientados pela EMATER DF – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal nos aspectos de produção e organização social. Além de várias reuniões nas comunidades, os empreendedores participaram de cursos iniciais para produção de forrações e plantas ornamentais fruto da parceria EMATER/SENAR, três excursões no DF visitando produtores e comerciantes de flores e plantas, e cinco deles acompanhados pelo técnico da Emater local realizaram uma excursão a Holambra visitando a Hortitec, o mercado de flores e plantas da CEASA Campinas e empreendimentos particulares naquela área. Na última quinzena de julho de 2008 foram realizados o 1º e 2º Encontro de Cooperativismo da Agricultura Familiar onde foi discutida a organização do grupo visando a formação de uma cooperativa através da qual será vendida a produção, adquiridos os insumos, máquinas, equipamentos e serviços necessários para os cooperados assim como a realização de um programa de marketing.

No momento os interessados estão iniciando a produção de composto orgânico para substrato, a aquisição e reprodução de matrizes de forrações de flor e folha na propriedade e avançando nos projetos para financiamento de estufas e viveiros. No mês de setembro de 2008 será ministrado pela EMATER DF um curso de produção de flores em vasos e em novembro deste mesmo ano o Curso de Produção de Plantas Ornamentais e Flores Tropicais. A tecnologia para cultivo de flores de corte somente será repassada aos empreendedores após a Cooperativa estar estruturada, reconhecida no mercado e com sua área de comercialização em pleno funcionamento. A previsão é que a partir do mês de dezembro 2008 seja iniciada a comercialização de produtos com a Cooperativa já legalizada. Dentro do programa de marketing, a criação de um site interativo Comprador/Cooperativa e Fornecedor/ Cooperativa será de extrema importância para o fortalecimento do trabalho do grupo e finalmente para a total implantação e sustentabilidade do Pólo Leste de Floricultura.”

Tal documento vem demonstrar o importante papel da extensão rural para a agricultura

familiar. Esta caracterização do trabalho cooperativista na agricultura familiar seria não

impossível de ser realizada pelos próprios produtores. E devo destacar também que um

trabalho deste é essencial para o planejamento da constituição de uma cooperativa.

Após este diagnostico realizado pela Emater, foram realizadas diversas reuniões de

dinamização nas comunidades. Nestas reuniões foram detectados os empreendedores

familiares que apresentaram maior potencial para a atividade de floricultura.

Entre os participantes das reuniões se destacaram, por seu interesse e disposição,

os produtores de base familiar.

Figura 1: Foto cedida pela Cooperativa Multiflor "Primeiro encontro de Cooperativismo"

A partir destas reuniões e cursos realizados, os produtores familiares começaram sua

produção.

O grupo informal foi manifestando a necessidade de se organizar para solução de seus

problemas, principalmente a compra de embalagens, substratos e outros insumos para

produção. Foram organizadas, apoiadas pela extensão rural, as primeiras compras

conjuntas o que demonstrou a diferença dos negócios em grupo.

Figura 2: Foto cedida pela Cooperativa Multiflor "Produtora iniciando sua produção"

Os extensionistas da Emater-DF começaram a buscar parcerias com órgãos que

pudessem ajuda-los a dar um maior apoio técnico para aquele grupo de produtores.

Assim foi firmada uma parceria com o Sescoop-DF. O mesmo realizou o primeiro curso

de cooperativismo, e a partir daí deu-se inicio aos processos necessários para a

constituição de uma cooperativa.

À partir de todas estas ações, foi então constituída a Cooperativa Multiflor conforme

Ata de Constituição da Cooperativa Multiflor ( Ver anexo1 ).

Depois de constituída a cooperativa, foram realizadas diversas reuniões com o apoio de

técnicos da Emater-DF, onde se discutiam problemas e necessidades dos produtores e

da cooperativa. À partir dessas reuniões eram elaboradas metodologias para que os

cooperados pudessem passar a elaborar e utilizar diversas ferramentas de gestão, como

podemos observar neste trecho da Ata de Reunião realizada em 30 de Janeiro de 2011:

“foi levantado a necessidade de um curso para que os cooperados aprendessem a

calcular o custo de produção e precificar seus produtos...”. E no trecho da Ata de

Reunião Realizada em 05 de Março de 2011: “Será realizado um curso no dia

22/02/2011 para formação de preços e organização/controle de comercialização;”.

Figura 3: Foto cedida pela Cooperativa Multiflor "Primeira compra de mudas de plantas"

Figura 4: Foto cedida pela Cooperativa Multiflor "Primeiro curso de Cooperativismo realizado pelo Sescoop-DF"

Figura 5: Foto cedida pela Cooperativa Multiflor “Primeiro Curso de Cooperativismo realizado pelo Sescoop-DF"

Desta forma, nestas reuniões sempre houve trocas de experiências e cursos para que os

cooperados pudessem se profissionalizar.

Em encontros realizados pelos cooperados, com o apoio dos técnicos da Emater-DF,

foram criadas ferramentas que de gestão que seriam de uso tanto para a gestão da

cooperativa quanto para a gestão das propriedades dos cooperados, com a finalidade de

ajuda-los a controlar melhor suas produções e também a comercialização. Como

planilhas de controle e custos de comercialização (ver anexo 2).

Sendo assim, a Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do

DF – MULTIFLOR, que foi fundada no ano de 2008 com 21 integrantes, sendo 15

mulheres dos Núcleos Rurais do Rio Preto e do São José, região administrativa de

Planaltina. Após dois anos de funcionamento, mesmo passando por diversos problemas,

desde a definição de espécies mais aceitas pelo mercado, da compra de insumos, do

controle financeiro e logístico da cooperativa, até a comercialização dos produtos, a

MULTIFLOR conquistou a Declaração de Aptidão ao PRONAF – DAP jurídica, ou

seja, onde no mínimo 70% de seus integrantes são produtores familiares que possuem a

DAP. Hoje a Cooperativa consta com 54 integrantes em seu quadro com 72% de

agricultores familiares com a DAP. Desde seu início recebe apoio constante dos

técnicos da Emater-DF, Unidade Local da empresa do Rio Preto e da Coordenação do

Programa de Floricultura da empresa. Essa DAP foi criada pela Secretaria da

Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário SAF/MDA e é

utilizada como instrumento de identificação do agricultor familiar para acessar políticas

públicas como o PRONAF (Programa Nacional de Agricultura Familiar).

No início, a maioria dos produtores não tinha renda certa, ou seja, dependiam

exclusivamente de suas famílias para sua sobrevivência. Todas as mulheres do grupo ou

trabalhavam com seus esposos no cultivo de hortaliças ou apenas cuidavam das

obrigações do lar. Diante a esta oportunidade que surgia, iniciaram suas atividades com

produção de flores para forração e flores em vasos como pimentas ornamentais, como

torênias, petúnias, orquídeas e outras, que eram comercializados em feiras e eventos.

O projeto iniciou-se na Colônia Agrícola de São José e na Chácara 90 do Núcleo Rural

do Rio Preto. A maioria dos produtores envolvidos com a atividade de floricultura e do

artesanato é da na Colônia Agrícola de São José. A Vila de São José possui cerca de 50

casas com suas respectivas famílias que vivem basicamente da venda de serviços aos

produtores da região. Além disso, outras 64 famílias possuem propriedades rurais, com

área média de aproximadamente 5 hectares, vivendo da produção de hortaliças e da

produção de leite, com dificuldades devido à falta de água. Esta foi uma das razões

pelas quais a floricultura foi escolhida e incentivada pelos técnicos da Emater-DF visto

que a irrigação é realizada por gotejamento e microaspersão. Já a chácara 90 é formada

por propriedades com cerca de 8 hectares e com 14 famílias que também vivem da

atividade de produção de hortaliças. Do total de famílias das duas comunidades cerca

de 30 fazem parte do projeto da Cooperativa Multiflor com produção de flores e de

acessórios para a floricultura e decoração.

Na medida do possível os cooperados vêm procurando diversificar sua produção e

melhorar a qualidade de seus produtos e ampliar seu nível de renda. Percebendo a

possibilidade de expansão, a cooperativa vem procurando ampliar tanto o número de

cooperados familiares, quanto o mix de seus produtos, passando a produzir também

flores de corte e paisagismo. Percebendo a necessidade e o acesso de outros produtos

que não fossem a produção em si de flores e de plantas ornamentais, surgiu a idéia de se

trabalhar com produtos de acessórios para o setor também usando a mão de obra

familiar rural para produção de produtos mais elaborados com fibras naturais.

Para alcançar êxito no fortalecimento desta Cooperativa várias frentes de trabalho

precisam ser incrementadas como: diagnóstico completo da cadeia produtiva da

floricultura no Distrito Federal, ações de comercialização, dispor a Cooperativa de

infraestrutura como a implantação do PackingHouse em um galpão recentemente cedido

por contrato de Concessão de Uso com a Secretaria de Agricultura do DF, estrutura

administrativa com computadores e outros equipamentos, capacitações dos produtores e

dos técnicos da Emater-DF, inserção dos produtores e da própria empresa na rede

mundial de computadores, melhoria da qualidade dos produtos , melhoria da estrutura

de produção nas propriedades e infraestrutura de logística de comercialização. Este

último, objetivo deste projeto, se tornou um dos principais gargalos para a

comercialização visto que as entregas e coletas dos produtos vem sendo realizadas com

caminhões alugados e carros cedidos pela Emater-DF quando disponíveis, o que vem

dificultando a regularidade das entregas e encarecendo os produtos.

Esta proposta destina-se, pois, resolver os problemas de logística de coleta e de

entrega dos produtos o que vai levar a um aumento da produção e regularidade bem

como diminuição dos custos de produção. Serão beneficiários desta proposta os

produtores e produtoras rurais de flores, de plantas ornamentais e de artesanato da

Cooperativa dos Produtores de Flores e de Plantas Ornamentais do Distrito Federal –

Multiflor possibilitando a sua inserção na Cadeia Produtiva da Floricultura do Distrito

Federal.

Capitulo 5 - Considerações Finais

O setor da floricultura possui relevante função social, fixando o homem à

atividade agrícola e absorvendo mão-de-obra marginal e não transferível (mulheres,

adolescentes e indivíduos à margem do mercado de trabalho), sendo recomendada na

diminuição do crescente nível de desemprego do País. Também agrega importantes

parcelas e segmentos da pequena propriedade e da agricultura familiar, uma vez que a

atividade é, em todo o País, conduzida em áreas de tamanho médio de 3,8 hectares,

quando voltadas para o cultivo de flores e folhagens de corte e envasadas é de até 6

hectares, em média, quando direcionadas às plantas, palmeiras, arbustos e árvores para

jardinagem e paisagismo. Agrega-se a este contingente uma significativa força de

trabalho empregada em floriculturas, empresas de decoração, escritórios de paisagismo,

centros atacadistas e empresas fornecedoras de serviços diversos.

A floricultura é apontada como sendo, entre os vários segmentos de agronegócio,

a atividade com maior capacidade de geração de renda por unidade de área cultivada. O

lucro obtido pode ser de cinco vezes superiores ao da fruticultura, e até dez vezes maior

do que o obtido no cultivo de grãos.

A inclusão de mulheres, jovens, associações e cooperativas familiares no sistema

de produção prova que a inserção de grupos marginais é um dos pontos fortes da

floricultura, cumprindo assim importantes metas do governo federal, como é o caso da

Cooperativa de produtores familiares - MULTIFLOR, com 22 cooperados, sendo 15

mulheres, fundada no ano de 2008, no Núcleo Rural do Rio Preto, área rural de

Planaltina -DF. Este grupo vem trabalhando com apoio da Emater desde seu inicio, com

produção de flores em vaso (Pimentas, petúnias, Torênias, Orquídeas, entre outras). A

cooperativa vem procurando ampliar tanto o número de cooperados familiares, quanto o

mix de seus produtos, passando a produzir também flores de corte e paisagismo. Estas

ações darão a força necessária para seu fortalecimento e competitividade no mercado do

Distrito Federal frente aos grandes atacadistas. Para isso, pretende-se num primeiro

momento inserir produtores familiares de plantas ornamentais e de flores de corte hoje

fora do processo de associativismo. Hoje seu quadro de cooperados passou para 54

produtores de flores e de plantas ornamentais.

A Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do DF -

MULTIFLOR com seus três anos de funcionamento ainda passa por diversos

problemas, desde a definição de espécies mais aceitas pelo mercado, da compra de

insumos, do controle financeiro e logístico da venda, até a comercialização dos

produtos. A instituição conquistou a Declaração de Aptidão ao PRONAF – DAP

jurídica, ou seja, onde no mínimo 70% de seus integrantes são produtores familiares

com DAP individuais. Esta declaração foi criada pela Secretaria da Agricultura Familiar

do Ministério do Desenvolvimento Agrário SAF/MDA e é utilizada como instrumento

de identificação do agricultor familiar para acessar políticas públicas como o PRONAF.

A Multiflor vem procurando ampliar tanto o número de cooperados familiares,

quanto o mix de seus produtos, passando a produzir também flores de corte e

paisagismo. A Floricultura no Distrito Federal, através da Multiflor, dará oportunidade

para mulheres e jovens rurais excluídos socialmente da sociedade de obter renda e

aumentar a autoestima e se tornarem cidadãos pequenos empreendedores rurais.

Bibliografia

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BATALHA, M. O.; SOUZA Fº., H. M. Gestão Integrada da Agricultura Familiar. São Carlos: UdFSCar, 2005,359 p.

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CAPORAL, F. R. In: Bases para uma nova ater pública. Santa Maria- RS: Emater/RS, 2010.

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HOLZ, J. R. Análise de uma unidade de produção: o caso de uma propriedade familiar de Humaitá , Bom Progresso. 2006.

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KLAES, L.S. Cooperativismo e ensino a distancia. Florianópolis/SC. 2005. (Tese de Doutorado em Engenharia de Produção). UFSC

LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber. Belo Horizonte: UFMG, 1999. 340 p.

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RIOS, G.S.L. O que é cooperativismo. 2. ed. São Paulo : Editora Brasiliense, 1989.

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TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. 175 p.

ANEXO 1

ATA DE ASSEMBLÉIA DE CONSTITUIÇÃO DA COOPERATIVA DO S PRODUTORES DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS DO DF-

MULTIFLOR Às 15 horas do dia 17 DE Junho de 2009, no Núcleo Rural Rio Preto – DF 320

Km 10 – prédio EMATER DF – Sala 4, Cep.: 73.310-970 (Área Rural),

reuniram-se de livre e espontânea vontade, com o propósito de constituírem

uma sociedade cooperativa, nos termos da lei 5.764/71, as seguintes pessoas:

1 – MARIA LUCILENE MARTINS, brasileira, solteira, agricultora, natural de

Ubajara/CE, nascida em 02/12/1960, RG Nº 1309862 SSP/DF, CPF Nº

795.365.301-04, residente e domiciliada na Chácara 90 D, Núcleo Rural Rio

Preto – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do

valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 2 –

JAQUELINA MARIA DOS SANTOS, brasileira, casada, agricultora, natural de

Cariré/CE, nascida em 26/11/1975, RG Nº 2562860 93 SSP/CE, CPF Nº

417.093.493-87, residente e domiciliada na Chácara 90 A – Núcleo Rural Rio

Preto, Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do

valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 3 –

FRANCISCA PEREIRA DA SILVA MORAIS, brasileira, casada, agricultora,

natural de Ubajara/CE, nascida em 14/05/1961, RG Nº 2444008, CPF Nº

297.100.811-87, residente e domiciliado na Chácara 90 C, Núcleo Rural Rio

Preto, Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do

valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 4 –

REGINA LUCIA DA CUNHA LIMA, brasileira, solteira, agricultora, natural de

Brasília/DF, nascida em 31/07/1965, RG Nº 1984229 SSP/BA, CPF Nº

386.023.001-82, residente e domiciliado no Núcleo Rural Rio Preto, casa 92,

Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de

R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 5 - SUELI

MARTINS DE OLIVEIRA, brasileira casada, agricultora, natural de Buritis/MG,

nascida em 29/09/1960, RG Nº 1168972 SSP/DF, CPF Nº 702.867.871-72,

residente e domiciliada na Colônia Agrícola São José, n° 24 – Planaltina/DF,

Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um

real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 6 – WESLEY MIRANDA

DE SOUZA, brasileiro, solteiro, agricultor, natural de Ceres/GO, nascido em

06/02/1982, RG Nº 1982109 SSP/DF, CPF Nº 976.836.801-25, residente e

domiciliado na Chácara 02, Colônia Agrícola São José – Planaltina/DF, Cep.:

73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real)

cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 7 – LÀZARA LUCIANO DE

SOUSA FERREIRA, brasileira, casada, agricultora, natural de Formosa/GO,

nascida em 11/09/1962, RG Nº 1620272 SSP/DF, CPF Nº 768.225.911-68,

residente e domiciliada na Chácara São José, Fazenda Curral Queimado

Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de

R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 8 – ANTONIO

DE CARVALHO, brasileiro, casado, agricultor, natural de Ubajara/CE, nascido

em 30/01/1974, RG Nº 1529519 SSP/DF, CPF Nº 456.775.573-15, residente e

domiciliado na Chácara 90 – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de

500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00

(quinhentos reais); 9 – JANAINA MARTINS DE SOUSA, brasileira, casada,

agricultora, natural de Planaltina/DF, nascida em 10/06/1983, RG Nº 2261534

SSP/DF, CPF Nº 013.690.991-42, residente e domiciliada na Chácara 90 D,

Núcleo Rio Preto – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500

cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00

(quinhentos reais); 10 – FLÁVIO LUIS CASTIGLIONI, brasileiro, casado,

técnico agropecuário, natural de Brasília/DF, nascido em 04/10/1979, RG Nº

1912275 SSP/DF, CPF Nº 877.762.001-15, residente e domiciliado na Chácara

03, Colônia Agrícola Rajadinha – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970,

subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada

totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 11 - TEREZINHA MIRANDA COSTA

DE SOUZA, brasileira, casada, agricultora, natural de Taiobeiras/MG, nascida

em 10/08/1957, RG Nº 941321 SSP/DF, CPF Nº 214.342.551-15, residente e

domiciliada em na Chácara 02, Colônia Agrícola São José – Planaltina/DF,

Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um

real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 12 – ARNOLDO

CASTIGLIONI AGUILAR, uruguaio, casado, técnico agropecuário, natural de

Montevideo/Uruguai, nascido em 07/07/1951, RG Nº W 618912 K SREDPF,

CPF Nº 145.798.471-72, residente e domiciliado na Chácara 03, Colônia

Agrícola Rajadinha – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500

cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00

(quinhentos reais); 13 – SERGIO PEDRO DA SILVA, brasileiro, casado,

agricultor, natural de Itaquitinga/PE, nascido em 10/04/1972, RG Nº 2988602

SSP/DF, CPF Nº 849.838.174-68, residente e domiciliado na área isolada n° 03

– Colônia Agrícola Rajadinha 01, Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970,

subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada

totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 14 – MARIA NEIDE FERNANDES

SARAFIM, brasileira, solteira, agricultora, natural de Timbiras/MA, nascida em

03/04/1971, RG Nº 1712034 SSP/DF, CPF Nº 839.002.411-04, residente e

domiciliado na Chácara 47, Colônia Agrícola São José – Planaltina/DF, Cep.:

73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real)

cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 15 – MARIA APARECIDA

GONÇALVES VIANA, brasileira, solteira, agricultora, natural de Formosa/GO,

nascida em 12/11/1982, RG Nº 2042377 SSP/DF, CPF Nº 026.117.231-09,

residente e domiciliada na Chácara 50 A, Colônia Agrícola São José –

Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de 500 cotas partes do valor de

R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 16 –

MARLENE NATALIA ESTRELA DE SOUZA DA MATA, brasileira, casada,

agricultora, natural de Orizona/GO, nascida em 25/12/1966, RG Nº 1815298

SSP/DF, CPF Nº 783.934.181-00, residente e domiciliada na Chácara 49,

Colônia Agrícola São José – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de

500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00

(quinhentos reais); 17 – CÍCERA DE ARAÚJO LIRA MONTALVÃO, brasileira,

casada, agricultora, natural de Mandaguaçú/PR, nascida em 08/03/1958, RG

Nº 507642 SSP/DF, CPF Nº 189.828.081-91, residente e domiciliada no Núcleo

Rural Rio preto, lote 43 – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente de

500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00

(quinhentos reais); 18 – MARIA LUIZA ALVES DA SILVA, brasileira, casada,

agricultora, natural de Bom Jesus da Lapa/BA, nascida em 23/06/1955, RG Nº

341168 SSP/DF, CPF Nº 371.752.031-87, residente e domiciliada na Chácara

09, Colônia Agrícola São José – Planaltina/DF, Cep.: 73.310-970, subscrevente

de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada totalizando R$ 500,00

(quinhentos reais); 19 - ROSEMARY MORAIS DOS REIS, brasileira, solteira,

agricultora, natural de Brasília/DF, nascida em 21/04/1975, DOC. IDENTIDADE

Nº 4198 CREA DF, CPF Nº 690.416.951-68, residente e domiciliada na

Chácara 21, Núcleo Rural Rio Preto – Planaltina/DF, Cep.: 73310-970,

subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real) cada

totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais); 20 – JOEL ALVES DE FARIAS,

brasileiro, solteiro, agricultor, natural de Boa Viagem/CE, nascido em

09/10/1980, RG Nº 2064612 SSP/DF, CPF Nº 001.636.663-85, residente e

domiciliado na Chácara 21, Núcleo Rural Rio Preto – Planaltina/DF, Cep.:

73310-970 subscrevente de 500 cotas partes do valor de R$ 1,00 (um real)

cada totalizando R$ 500,00 (quinhentos reais). Foi aclamado para coordenar os

trabalhos o Senhor Antonio de Carvalho, que convidou a mim, Arnoldo

Castiglioni Aguilar, para lavrar a presente Ata, tendo participado ainda da mesa

as seguintes pessoas: Wilmar Luiz da Silva, Walter Nicoletti Baron e Ivan

Engler, Assumindo a direção dos trabalhos, o coordenador, após verificar

quorum mínimo de 20 pessoas, solicitou que fosse lido, explicado e debatido o

Estatuto da Cooperativa, o que foi feito artigo por artigo. Após minuciosa

leitura, o Estatuto foi aprovado pelo voto dos 20 (vinte) cooperados fundadores,

cujos nomes estão devidamente consignados nesta Ata. A seguir, o

coordenador determinou que se procedesse à eleição dos membros dos

órgãos de administração e fiscalização. Procedida à votação, foram eleitos

para comporem a Diretoria seguintes cooperados: DIRETORA PRESIDENTE -

MARIA NEIDE FERNANDES SARAFIM, RG Nº 1712034 SSP/DF, CPF Nº

839.002.411-04; DIRETOR ADMINISTRATIVO E COMERCIAL - ANTONIO

DE CARVALHO, RG Nº 1529519 SSP/DF, CPF Nº 456.775.573-15;

DIRETORA FINANCEIRA - MARIA APARECIDA GONÇALVES VIANA, RG Nº

2042377 SSP/DF, CPF Nº 026.117.231-09. Para compor o Conselho Fiscal,

foram eleitos os seguintes cooperados; CONSELHEIROS EFETIVOS - SUELI

MARTINS DE OLIVEIRA, RG Nº 1168972 SSP/DF, CPF Nº 702.867.871-72;

MARIA LUIZA ALVES DA SILVA, RG Nº 341168 SSP/DF, CPF Nº

371.752.031-87 E REGINA LUCIA DA CUNHA LIMA, RG Nº 1984229

SSP/BA, CPF Nº 386.023.001-82; CONSELHEIROS SUPLENTES - CÍCERA

DE ARAÚJO LIRA MONTALVÃO, RG Nº 507642 SSP/DF, CPF Nº

189.828.081-91; JOEL ALVES DE FARIAS, RG Nº 2064612 SSP/DF, CPF Nº

001.636.663-85; e MARLENE NATALIA ESTRELA DE SOUZA DA MATA, RG

Nº 1815298 SSP/DF, CPF Nº 783.934.181-00. Todos os membros da Diretoria

e do Conselho Fiscal já foram devidamente qualificados nesta Ata. Logo após,

os membros eleitos para os órgãos de administração e fiscalização declararam,

sob as penas da lei, de que não estão impedidos de exercer a administração e

fiscalização da sociedade, por Lei especial, ou em virtude de condenação

criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda

que temporariamente, o acesso a cargos públicos; por crime falimentar, de

prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia

popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da

concorrência, contra as relações de consumo, fé publica, ou a propriedade.

Prosseguindo, todos foram empossados nos seus cargos, e o Presidente da

Cooperativa, assumindo a direção dos trabalhos, declarou definitivamente

constituída, a partir desta data, a COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS DO DISTRITO FEDERAL -

MULTIFLOR , com sede no Núcleo Rural Rio Preto,DF 320 Km 10 – prédio

EMATER DF – Sala 4, Cep.: 73310-970 (área rural) que tem por objeto social

receber, transportar, padronizar, beneficiar e comercializar a produção dos

cooperados, sendo: forrações, flores em vasos, plantas ornamentais e flores de

corte. Além de adquirir e repassar aos cooperados bens de produção e

insumos necessários ao desenvolvimento das atividades. Como nada mais

havia a ser tratado, o Presidente da Cooperativa deu por encerrados os

trabalhos às 16 horas do mesmo dia. Eu, David Frederik da Silva Cavalcante,

funcionando como Secretário da Assembléia, lavrei a presente Ata, que, lida e

aprovada por todos, contém as assinaturas dos cooperados fundadores.

Certifico ainda que a presente ata é cópia fiel transcrita do Livro de Atas da

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE FLORES E PLANTAS

ORNAMENTAIS DO DISTRITO FEDERAL - MULTIFLOR.

Brasília, DF, 17 de Junho de 2009

___________________________ __________________________.

MARIA LUCILENE MARTINS JAQUELINA MARIA DOS

SANTOS.

___________________________ ________________________

FRANCISCA PEREIRA DA SILVA REGINA LÚCIA DA CUNHA

MORAIS. LIMA.

___________________________ ________________________

SUELI MARTINS DE OLIVEIRA WESLEY MIRANDA DE SOUZA

___________________________ ________________________

LÁZARA LUCIANO DE SOUSA ANTONIO DE CARVALHO

FERREIRA.

___________________________ ________________________

JANAÍNA MARTINS DE SOUSA FLÁVIO LUIS CASTIGLIONI

___________________________ ________________________

TEREZINHA MIRANDA COSTA DE ARNOLDO CASTIGLIONI AGUILAR

SOUSA.

___________________________ ________________________

SERGIO PEDRO DA SILVA MARIA NEIDE FERNANDES SARAFIM

___________________________ ________________________

MARIA APARECIDA GONÇALVES MARLENE NATALIA ESTRELA DE

VIANA SOUZA DA MATA

___________________________ _________________________

CÍCERA ARAÚJO LIRA MONTALVÃO MARIA LUIZA ALVES DA SILVA

___________________________ ____________________________

ROSEMARY MORAIS DOS REIS JOEL ALVES DE FARIAS e nº da OAB;

- Os fundadores e o advogado devem rubricar as pági nas não assinadas.