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Universidade de Brasília (UnB) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FACE) Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias (CCA) Bacharelado em Ciências Contábeis Daniel Nepomuceno Nery A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA PARA A GERAÇÃO DOS MILLENNIALS Brasília 2019

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Universidade de Brasília (UnB)

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FACE)

Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias (CCA)

Bacharelado em Ciências Contábeis

Daniel Nepomuceno Nery

A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA PARA A GERAÇÃO DOS MILLENNIALS

Brasília

2019

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Professora Doutora Márcia Abrahão Moura

Reitora da Universidade de Brasília

Professor Doutor Eduardo Tadeu Vieira

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Professor Doutor Paulo César de Melo Mendes

Chefe do Departamento de Ciências Contábeis

Professora Doutora Danielle Montenegro Salamone Nunes

Coordenadora de Graduação do curso de Ciências Contábeis - Diurno

Professor Mestre Elivânio Geraldo de Andrade

Coordenador de Graduação do curso de Ciências Contábeis – Noturno

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Daniel Nepomuceno Nery

A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA PARA A GERAÇÃO DOS MILLENNIALS

Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia)

apresentado ao Departamento de Ciências Contábeis

e Atuariais da Universidade de Brasília, como

requisito parcial à conclusão da disciplina Pesquisa

em Ciências Contábeis e consequente obtenção do

grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof. Dra. Diana Vaz de Lima

Brasília

2019

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Eu dedico esse estudo para minha família.

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AGRADECIMENTOS

Eu agradeço primeiramente aos meus pais, minha irmã, meus avós e à toda minha

família, sem eles eu não sou nada, e também a todos aqueles que sempre me apoiaram em

todos os momentos de minha vida, sou muito grato por todas essas pessoas que estiveram do

meu lado e sempre acreditaram no meu potencial.

Agradeço à minha namorada por me apoiar durante esse longo tempo de dedicação e

estudos, sempre com bastante amor e paciência.

Aos meus amigos, os quais me permitem reconhecer a união e a força de uma amizade

verdadeira.

À minha orientadora Diana Vaz de Lima, por sempre ter me incentivado em todos os

momentos desde as primeiras orientações, e por me mostrar a garra e a dedicação de uma

professora, serei eternamente grato.

Ao professor Cláudio Miranda, da FEA-RP/USP, por sua orientação e colaboração na

pesquisa.

À Universidade de Brasília, que me proporcionou momentos inesquecíveis e

conhecimento que eu jamais teria imaginado adquirir e, principalmente, a todos os professores

e funcionários da instituição, os quais sem eles, nada disso seria possível.

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A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA PARA A GERAÇÃO DOS MILLENNIALS

RESUMO

O objetivo deste estudo é analisar a importância da previdência para a geração dos

Millennials. Este trabalho foi desenvolvido através de estudos sobre o Estado de Bem-Estar

Social, a crise previdenciária no mundo e no Brasil, os Millennials e sua participação na

pirâmide demográfica brasileira, além de estudos sobre a relação dessa geração com a

Previdência. Para tratar a questão da pesquisa, foi efetuado estudo exploratório utilizando a

abordagem mixed-methods sequencial (Mele; Belardinelli, 2018; Terrell, 2012), composta por

quatro etapas: (i) identificação da faixa etária a ser atribuída aos Millennials a e análise dos

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos ao ano de 2010 e sua

projeção para o ano de 2060; (ii) levantamento de hipóteses sobre o comportamento dos

Millennials com relação à previdência, a partir de resultados de pesquisas nacionais e

internacionais já realizadas sobre o tema; (iii) utilização da técnica de levantamento do tipo

Survey, com a aplicação de questionário estruturado por meio da ferramenta Lime Survey®,

enviado para aproximadamente 15 mil pessoas de todas as regiões do Brasil, sendo

respondido por 931 pessoas; (iv) análise das respostas obtidas comparativamente às pesquisas

nacionais e internacionais. Os achados do estudo mostram que em 2010 os Millennials

representavam 35% da população brasileira, e a projeção mostra que para 2060 eles serão

mais de 50 milhões de pessoas aptas a receberem os benefícios previdenciários. Com relação

à previdência, os Millennials brasileiros se mostram mais preocupados com o tema e

entendem a importância de terem um plano de previdência complementar do que as pesquisas

internacionais apontam. Contudo, esses jovens possuem pouco conhecimento sobre suas

finanças pessoais e não participam, em sua maioria, de um plano de previdência

complementar, mas planejam fazer isso em um futuro próximo. Um achado adicional é que da

mesma forma como os jovens de outros países, os Millennials brasileiros gostariam de receber

informações mais duras e reais sobre as consequências de não começar a poupar cedo, e que

poupariam mais se os planos de previdência permitissem que os recursos fossem utilizados

sempre que necessário. Esses jovens ainda acreditam que os seus familiares aposentados têm

melhores condições do que eles terão no futuro.

Palavras-chave: Previdência; Millennials; Aposentadoria; Jovens.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 5

2. DESENVOLVIMENTO .............................................................................................................. 7

2.1 Estado de Bem-Estar Social ............................................................................... 7

2.2 A Crise Previdenciária no Mundo e no Brasil .................................................. 9

2.3 Os Millennials e sua Participação na Pirâmide Demográfica Brasileira .... 12

2.4 Os Millennials e a Previdência ......................................................................... 15

3. METODOLOGIA .................................................................................................................... 17

3.1 Desenho da Pesquisa ......................................................................................... 17

3.2 Elaboração e Aplicação do Questionário ........................................................ 18

3.3 Hipóteses ............................................................................................................ 19

4. RESULTADOS ........................................................................................................................ 20

4.1 Perfil dos Respondentes .................................................................................................. 20

4.2 Preocupação com a Aposentadoria ................................................................................. 21

4.3 Resultados Comparados .................................................................................. 25

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 37

APÊNDICE A – BASES E HIPÓTESES CONSIDERADAS ................................................................ 44

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO ............................................................................... 47

APÊNDICE C – E-MAIL DE ENVIO DA SURVEY ........................................................................... 50

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1. INTRODUÇÃO

Surgido para atenuar as consequências da livre ação do mercado, o que se relacionaria

com vicissitudes alheias ao controle dos indivíduos, como desemprego, doença e velhice, o

Estado Bem-Estar Social, Estado-providência ou Welfare State se fortaleceu e progrediu

como uma resposta natural e necessária à tendência do capital de acumulação e como um

movimento para corrigir e compensar os efeitos da política econômica (Santos; Neto, 2010).

Apesar de proporcionar mecanismos de proteção social para garantir a cidadania dos

indivíduos, o modelo do Estado do Bem-Estar Social entrou em crise nos anos de 1970, não

só no Brasil como em todos os países que o adotaram como modelo de Estado (Forigo, 2003).

Ao realizar um estudo sobre o Welfare State, Crise e Gestão da Crise, Draibe (1988) mostrou

que nos anos de 1980 essa crise já trazia, em seu bojo, embriões do futuro, e que as medidas

"anticrise" que estavam em curso, de diferentes matizes, determinariam em parte as condições

mais ou menos propícias — do ponto de vista econômico, mas, sobretudo, social — da

retomada posterior.

Com o passar dos anos a crise previdenciária só se agravou, principalmente nos países

industrializados, os quais têm feito diversos esforços para o equilíbrio de seus sistemas

previdenciários, principalmente com a adequação das projeções demográficas, a combinação

de corte de despesas, e também, a tentativa de aumento das contribuições (Ferreira, 1997).

No Brasil, a crise das contas previdenciárias vem sendo anunciada desde a década de

1960 (Araújo Neto, 2013). Entre os problemas relacionados, estão o baixo crescimento das

contribuições previdenciárias e o aumento das despesas com benefícios, tanto decorrentes do

fraco desempenho da economia brasileira e do crescimento da demanda assistencial

(Marques, Batich; Mendes, 2003) como da mudança da estrutura etária brasileira. Estudo

realizado por Lima e Matias (2014) alerta que a dinâmica demográfica afetou as contas

previdenciárias no passado, no presente e afetará de forma ainda mais significativa até o ano

de 2030, sinalizando a premente necessidade de correções no modelo de financiamento atual

do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) brasileiro.

Entre os mais atingidos por este cenário estão os jovens. Segundo Neri (2017), não

existe atualmente questão econômica mais premente para a juventude do que a previdência.

Para o pesquisador, está na hora de os jovens do novo milênio fazerem valer o seu tamanho,

reformando o seu futuro. Também conhecidos como geração Y, os Millennials representam

uma faixa demográfica da população mundial. Alguns estudiosos diferem sobre as datas

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exatas, mas estima-se que essa geração representa os nascidos entre o período da década de

1980 até o começo dos anos 2000 (Viana, 2016).

De acordo com Rattner (2015), a geração dos Millennials, mesmo sendo a mais

educada da história, está a caminho de se tornar menos próspera, pelo menos financeiramente,

do que suas predecessoras. Para o pesquisador, essa geração enfrenta uma economia lenta,

alta taxa de desemprego, salários estagnados e empréstimos estudantis que restringem sua

capacidade de manter um estilo de vida razoável e salva para o futuro. Vistos como

imediatistas e propensos a dar muita importância às realizações pessoais, esses jovens não têm

o perfil investidor e nem de poupadores, o que muda sua concepção de segurança financeira

para o futuro (Rattner, 2015). Dada essas características, os Millennials pensam pouco na

aposentadoria ou em criar estabilidade financeira, o que pode resultar numa geração inteira

sem renda na velhice (Dutra; Brêtas, 2018). Lynch (2008) e Brack e Kelly (2012) apresentam

que a maioria dos millennials acredita que precisará encontrar sua própria independência

financeira na aposentadoria.

Em 2010, o número de jovens brasileiros compreendidos na faixa dos millennials era

de mais de 60 milhões de pessoas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) mostram que em 2060 ainda haverá mais de 50 milhões de brasileiros nessa faixa de

idade (IBGE, 2018). Na Proposta de Emenda à Constituição PEC nº 6/2019, que trata de

mudanças no sistema previdenciário brasileiro, levanta-se a discussão sobre a necessidade de

garantir a sua sustentabilidade e minimizar os custos para as futuras gerações, permitindo a

construção de um novo modelo que fortaleça a poupança e o desenvolvimento no futuro. Para

Gallo (2019), a reforma da previdência, representada pela PEC nº 6, a qual estabelece regras

de transição e disposições transitórias, gerou nos Millennials brasileiros uma insegurança em

relação ao futuro e, em alguns, quase a certeza de que não compensa poupar ou contribuir

para a velhice (F. Gallo entrevista pessoal, 07 de abril de 2019).

Diante desse cenário, considerando que a crise previdenciária não se restringe ao

âmbito local e integra um contexto mais amplo (Matijascic, 2012) e que de acordo com

Brown (2018) os millennials são vistos como menos experientes financeiramente do que

gerações anteriores quando se trata de poupar para a aposentadoria, o presente estudo tem

como objetivo analisar a importância da previdência para a geração dos millennials.

Para tratar a questão da pesquisa, foi realizada revisão da literatura sobre o tema e

analisados os dados do IBGE relativos ao ano de 2010 e sua projeção para o ano de 2060,

evidenciando o número de homens e mulheres em cada faixa etária e sua proporção em

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relação à população total, objetivando conhecer o tamanho e a proporção dos millennials na

pirâmide demográfica da população brasileira. Em um segundo momento, foi realizada uma

survey com a aplicação de questionário estruturado por meio da ferramenta Lime Survey®,

enviado para aproximadamente 15 mil pessoas de todas as regiões do Brasil, com 931

respondentes. A seleção dos respondentes foi em bases abertas, com foco na faixa etária em

que se encontra essa geração.

Além desta introdução, o presente estudo é composto de 5 seções. Na Seção 2, foi

efetuada uma revisão da literatura sobre o Estado do Bem-Estar Social, a crise previdenciária

no Brasil e no mundo e os estudos que tratam da relação dos millennials com a previdência. A

metodologia utilizada no estudo é apresentada na Seção 3. Nas Seções 4 e 5 são apresentados,

respectivamente, os resultados e as considerações finais do estudo, seguidas das referências

utilizadas.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Estado de Bem-Estar Social

O Estado de Bem-Estar Social, Estado Providência, Estado Intervencionista ou, em

inglês, Welfare State, é um ―Estado benfeitor que procura conciliar crescimento econômico

com legitimidade da ordem social‖ (Laurell, 1997). Esse Estado se situa no período após a

Segunda Guerra Mundial, onde, segundo Draibe e Henrique (1988), houve grande

crescimento econômico, aliado a expansão de programas e sistemas de Bem-Estar social.

Navarro (1995) relaciona o Estado do Bem-estar Social com os meios de produção,

com a segunda onda de reformas depois da Segunda Guerra Mundial, e explica que as

reformas ocorridas nesse período envolviam, principalmente, a ocupação das fábricas. O autor

esclarece que na ocasião o direito da classe de capitalista sobre os meios de produção passou

então a ser questionado, e graças à escassez generalizada de mão-de-obra no pós-guerra e aos

elementos de previdência social provido pela rede social criada pelo Estado de Bem-Estar,

essas reformas tornaram-se possíveis.

Para Esping-Andersen (1994), o Welfare State significou mais do que o incremento

das políticas sociais no mundo industrial desenvolvido, em que apresentou um esforço de

reconstrução econômica, moral e política. Rosanvallon (1997) e Cardoso (2001) comentam

que as origens do Estado-providência devem ser vistas à partir de um processo histórico de

transformação de um Estado-protetor em um Estado-providência com determinado padrão de

desenvolvimento econômico e social. Para Esping-Andersen (1994), citado por Santos (2004),

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a tipologia para a compreensão do Estado de Bem-Estar é dividida, durante o seu

desenvolvimento, em três modelos diferentes: liberal, conservador ou corporativista e sócio-

democrata:

i. modelo liberal: predomínio dos benefícios proporcionais mediante a

comprovação de carência, com o foco na destinação dos benefícios a clientes

de baixa renda, mantido em um nível mínimo, afim de não desestimular a

participação do cidadão no mercado de trabalho. Nesse modelo os diretos

sociais são limitados e os países que o enquadram são: os Estados Unidos, o

Canadá e a Austrália;

ii. modelo conservador ou corporativista: os direitos sociais nunca são

contestados de maneira sistemática e o mercado não é visto como o único

responsável pela provisão do Bem-Estar social. Os países que se enquadram

nesse modelo são aqueles que tiveram fortes influências da Igreja Católica,

respaldados na preservação dos valores tradicionais da família. Enquadram-se

nesse modelo os países da Europa Central como Alemanha, França, Itália e

Áustria;

iii. modelo social-democrata: caracterizado pela predominância de princípios

universais na provisão pública e pela extensão da desmercadorização

proporcionada pelos direitos sociais às novas classes médias. Esse regime evita

o dualismo entre mercado e Estado, à partir do reconhecimento da social-

democracia nas reformas sociais dos países que estão nesse modelo, buscando

promover a igualdade em elevados padrões. Este modelo se estabeleceu em

países como a Suécia, Noruega e Dinamarca.

Na visão de Novello (1995), existe a necessidade de se resolver a discussão sobre qual

proporção de Estado e de mercado o sistema econômico e a sociedade precisam alinhar

demandas de eficiência, liberdade, descontração e mercado em harmonia com outro grupo de

demandas (equidade, desenvolvimento social, bem-estar coletivo e justiça). Almeida (1997)

apresenta, contudo, que existe um alto grau de complexidade e grandes desafios ao Estado de

Bem-Estar social, e que ―seria impossível para o Estado definir necessidade, identificar

desejos da população e estipular qualificações de serviços que poderiam ser supridos por

meios que estão disponíveis de várias formas nas sociedades modernas complexas‖.

Um fato a ser considerado foi o avanço das correntes liberais e conservadoras, em fins

da década de 1970, as quais eram contra a presença mais abrangente do Estado nas esferas

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sociais e econômicas, além da crítica à estrutura da seguridade social. Diante da grave crise

econômica, as correntes liberais acreditavam que o Estado era o grande vilão da crise,

inclusive, acusavam que a crise do Welfare State causava a crise econômica (Gomes, 2006).

Draibe e Henrique (1988) já traziam que a relação entre a crise econômica da época e os

gastos sociais tinha como partida a diminuição de receitas e/ou das contribuições sociais,

causadas pela redução da atividade econômica, por pressões do desemprego recente e a do

crescimento inflacionário, os quais elevam os custos e despesas sociais.

Para Fiori (1997), a vitória política das ideias neoconservadoras, as quais se

espalharam por todo o mundo a partir do eixo anglo-saxão, modificaram os Estados de Bem-

Estar social, diminuindo a sua expansão e promovendo cortes nos programas de integração de

rendas, o que reduziu o número de seus programas, fato que atingiu diretamente as

populações mais pobres.

A crise do Welfare State aconteceu, então, de forma lenta e gradativa, à medida que as

reformas neoliberais estavam pautadas de encorajar responsabilidade pessoal ou coletiva pela

própria auto assistência feita pelo mercado. Alguns acontecimentos marcaram essas reformas,

como: a ―remercantilização‖ da força de trabalho, a contenção ou desmontagem dos

sindicatos, a desregulação dos mercados de trabalho e a privatização de vários serviços

sociais, este ultimo acontecimento é tendência na maioria dos países, além da segmentação

das atividades de welfare.

Os jovens e suas famílias serão bastante prejudicados diante dessa crise, e acabe a eles

saber administrar os diversos riscos relacionados às problematizações do Welfare State,

buscando mais conhecimento sobre os seus direitos com maior reponsabilidade sobre as novas

articulações de risco.

2.2 A Crise Previdenciária no Mundo e no Brasil

Em artigo publicado nos anos de 1990, o economista-chefe da Divisão de Pobreza e

Recursos Humanos do Departamento de Pesquisa de Políticas do Banco Mundial já alertava

sobre a necessidade de os sistemas de governos nacionais pensarem em amplas reformas

previdenciárias, concluindo que os governos atenderiam melhor a essas necessidades se

recorressem a instrumentos múltiplos, ou ―pilares‖, para exercer a redistribuição, poupança e

seguro nos programas de amparo à velhice (James , 1995).

A ideia era de que de um lado haveria um instrumento compulsório capaz de se

financiar com seus próprios recursos e com responsabilidade direta sobre as poupanças,

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gerido pela iniciativa privada; e de outro, um instrumento gerido pelo governo com o objetivo

de diminuir a pobreza entre os idosos, havendo planos de aposentadoria e poupança,

voluntários a quem desejasse maior proteção, este último seria financiado através de impostos

(James, 1995).

Países como Alemanha, França, Japão e Estados Unidos vêm elegendo ajustes

paramétricos na fórmula de cálculo e nos critérios de elegibilidade para acessar os benefícios

previdenciários, diferentemente de países como a como Suécia, Itália e Polônia, que têm

optado por realizar reformas estruturais (Ferreira, 2007). Um terceiro bloco de países - como a

Austrália e Cingapura, têm feito uso de soluções mais abrangentes, com sistemas de

contribuição definida e capitalizados, privados. Esses países, segundo o pesquisador, são

baseados em um pilar básico, com um sistema de impostos gerais, cujo foco não são os

idosos, mas sim os mais pobres.

Um caso peculiar é o do Reino-Unido, em que são reunidos aspectos de reforma

paramétrica de seu sistema de repartição e elementos importantes de privatização. Ferreira

(2007) ressalta que dentre os avanços do modelo inglês estão as iniciativas adotadas para

reduzir as resistências políticas de grupos mais afetados, por meio do anúncio antecipado de

futuras mudanças, e a relevante participação dos trabalhadores na segunda geração de

reformas no país.

No Brasil, a análise da crise da década de 1980 se baseava no discurso da falência e da

incapacidade da previdência publica em cumprir com compromissos futuros, relacionados

com as mudanças demográficas mundiais, como o aumento da expectativa de vida e

envelhecimento populacional, com aumento do salário mínimo e do valor médio dos

benefícios previdenciários, aposentadoria precoce, e com a elevação de gastos fiscais e

administrativos (Gentil, 2007).

Ao compor um dos três pilares da Seguridade Social, composta pela saúde,

Previdência e Assistência Social, o sistema previdenciário brasileiro tem o papel fundamental

de garantir a segurança dos trabalhadores inativos, a mesma é considerada um direito social,

com extrema importância sobre o desenvolvimento humano e para a economia dos municípios

(França, 2011). Em face ao envelhecimento populacional, decorrente de melhorias sociais e

da evolução da medicina, e da redução da natalidade, tendência demográfica característica das

ultimas gerações, ocorreu a necessidade de mudanças estruturais na sociedade e no papel

estatal diante desses fatos.

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De acordo com Cordeiro (2006), diante desses acontecimentos, surge a Previdência

Social como um bem público, garantindo independência e dignidade aos idosos beneficiários,

formando a poupança interna da nação, além de influenciar diretamente nos comportamentos

econômicos da população. Atuando no chamado regime de repartição simples, a previdência

social brasileira, assim como diversos países ocidentais, por exemplo, Estados Unidos,

Alemanha e França, a lógica do sistema é a de que os trabalhadores ativos de hoje pagam

pelos inativos de hoje, na esperança de que as novas gerações contribuam para quando esses

trabalhadores de hoje virarem os inativos no futuro. O que diferencia o sistema brasileiro de

outros, é a questão do limite de intervenção do Estado sobre o sistema previdenciário e os

seus reflexos sobre as decisões de poupança e investimento das famílias (Oliveira, Beltrão e

Ferreira, 1997).

Ao caracterizar o regime brasileiro, França (2011) ressalta problema da desigualdade

na distribuição de renda, ainda bastante presente no atual regime previdenciário, afetando

diretamente o crescimento econômico, e faz um alerta para a importância da geração de renda,

emprego e inclusão previdenciária para as mais populações mais pobres. Diante das várias

criticas em relação à previdência, Sherman (2000, como citado em Cordeiro, 2006) relata são

diversos os argumentos os quais sustentam que a previdência é o grande impulsionador da

crise econômica da maioria dos países industrializados, o pesquisador aponta as razões que

sustentam essa afirmação, com destaque para a má gestão dos recursos públicos, altas taxas

previdenciárias e o aumento da divida previdenciária oculta, entre outros motivos.

Essas crises previdenciárias afetam, sobretudo, as gerações mais jovens, como explica

Bojanini em Agência EFE (2019), citando uma das principais causas da crise das

aposentadorias no mundo, a ―solidariedade intergeracional‖, em que ―as contribuições feitas

pela geração que está trabalhando são retiradas para pagar as aposentadorias da geração que

está aposentando, portanto, o problema será maior para essas futuras gerações‖. O autor ainda

complementa dizendo que o déficit previdenciário pode levar a falência de qualquer país,

sendo necessárias reformas com o objetivo de oferecer pensões capazes de garantir uma vida

mais digna para as pessoas e a sustentabilidade do ponto de vista fiscal.

Estudo realizado por Ghilarducci (2018) tendo como base 58 países durante 30 anos

mostrou que as nações mais generosas com os mais velhos também são mais generosas com

os mais novos, ou seja, os países que tomam a decisão política de melhorar as vidas dos

idosos também o fazem com os jovens. Contudo, essa não é uma realidade naqueles países

com crises previdenciárias mais complexas. Mitchell (2018), ao citar o caso dos Estados

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Unidos, revela que os trabalhadores mais jovens no país enfrentam retornos mais baixos, ou

até negativos da Previdência Social em comparação com os trabalhadores mais velhos.

De um lado, as propostas de reforma da previdência devem se basear no equilíbrio

financeiro do sistema, e de outro, seguem a tendência mundial de proteção social aos grupos

menos favorecidos. Neri (2017) aborda como os problemas previdenciários podem prejudicar

profundamente os jovens do novo milênio, nascidos até a virada do século, e faz um alerta aos

jovens para se prepararem e reformarem o seu futuro, criticando a resistência em relação às

reformas, como também, destacando os princípios que devem ser observados em cada uma

delas. A economista completa o seu discurso com a seguinte indagação: ―Se não avançarmos

na Reforma da Previdência, vamos cair numa estagnação secular‖.

2.3 Os Millennials e sua Participação na Pirâmide Demográfica Brasileira

Os estudos sobre gerações, apesar de apresentarem certas divergências entre os seus

respectivos períodos de abrangência, buscam diferencia-las não apenas pelo período de

nascimento e idade cronológica, mas pelos fatos e experiências que, desde muito cedo,

determinaram seus valores e concepções de vida (Zemke, 2008; Batista, 2010; Santos, 2018).

Esses pesquisadores apresentam quatro grupos de gerações: veteranos (nascidos entre 1922-

1943), baby boomers (nascidos entre 1943-1960), Geração X (nascidos entre 1960-1978), e

Geração Y (nascidos após 1980). Há ainda os nascidos ao final da década de 1990,

conhecidos como Geração Z (Kämpf, 2011). A Figura apresenta o histórico das gerações.

Figura 1 - Histórico de gerações

Fonte: Revista Exame (2017).

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Segundo Cara (2008) citado por Batista (2010), o termo Geração Y, foco do presente

estudo, apareceu pela primeira vez no periódico Advertising Age, agosto de 1993. Alguns

estudiosos também definem essa geração como ―Geração Digital‖ (Tapscott, 1999),

―Genenation We‖ (Greeenbergh e Weber, 2008) e "Geração Y" (Motta; Calliari, 2012; Borges

(2014); Valente, 2011). Já o termo ―Millennials‖, foi criado pelos pesquisadores norte-

americanos Neil Howe e William Strauss (2000), na obra ―Millennnials rising: the next great

generation”, para se referir aos nascidos nessa geração.

Embora na Figura 1 reporte a Geração Y como os nascidos entre 1980 a 1994, não

existe um consenso na literatura sobre esse (Carvalho, 2017; Tomaz, 2013; Howe; Strauss,

2000). Para fins deste estudo, será considerado o período de 1981 a 2000, para equalizar o

período de segregação da estrutura etária utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística do Brasil (IBGE) e para classificar os respondentes da pesquisa, cujos dados serão

analisados neste estudo.

Segundo Borges (2017), os millennials têm mais facilidade de adotar tecnologias e

lidam melhor com os riscos. Para Glass (2007), a aproximação desses jovens com a

tecnologia permitiu que esses indivíduos sejam reconhecidos como os ―primeiros

adaptadores‖. Valente (2011) comenta embora diversos autores tratem os millennials de

forma diferente, alguns os classificam como individualistas, tecnológicos e mais adeptos às

diversidades. Almeida (2018) destaca que existe uma grande preocupação com a questão do

imediatismo dessa geração, que carrega ―uma grande vontade de fazer o que os pais não

fizeram", como, por exemplo, viajar, fazer cursos e não necessariamente investir na compra

de um bem, como carros ou imóveis.

No Brasil, os Millennials ocupam uma parte expressiva da estrutura etária.

Considerando no ano de 2010 os brasileiros nascidos entre 1981 a 2000, portanto na faixa

entre 10 e 29 anos, verificou-se essa geração representava aproximadamente 69 milhões de

pessoas, cerca de 35% do total da população brasileira, sendo 34.837.145 homens e

34.590.134 mulheres (Gráfico 1).

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14

Gráfico 1- Participação dos Millennials na pirâmide etária do Brasil em 2010

Fonte: elaboração própria a partir do censo de 2010 do IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de

População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.

Na análise dos dados projetados para o ano de 2060, último ano de projeção feito pelo

IBGE e época mais próxima à idade de aposentadoria dessa geração, os Millennials ainda

ocuparão uma parcela expressiva da população brasileira, com aproximadamente 54 milhões

de indivíduos (faixa entre 60 e 79 anos), representando, aproximadamente, 54 milhões de

pessoas, cerca de 23% do total da população brasileira, com 25.378.700 homens e 28.996.251

mulheres (Gráfico 2).

Gráfico 2- Projeção da participação dos Millennials na pirâmide etária do Brasil em 2060

Fonte: elaboração própria a partir de dados do IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e

Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do

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15

Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2010-2060.

Como se pode observar, houve baixa redução da porcentagem de millennials em 2060

comparativamente a 2010. Em 2060, serão quase 25 milhões de homens e 28 milhões de

mulheres aptos a se aposentarem mantidas as regras atuais para concessão de benefício

previdenciário, o que pode ser explicado pelo crescente aumento da expectativa de vida da

população brasileira (Camargos; Gonzaga, 2015). Outro destaque refere-se ao fato de as

mulheres serem a maioria dos Millennials em 2060, o que também pode ser explicado,

segundo a Organização Mundial da Saúde, pelo fato de a expectativa de vida das mulheres ser

maior do que a expectativa de vida dos homens (ONU Brasil, 2019).

2.4 Os Millennials e a Previdência

Segundo Motta e Calliari (2012), a geração dos Milennnials é a mais volumosa da

história, que atualmente ocupam as universidades e começam a ocupar posições hierárquicas

importantes no quadro hierárquico das empresas. Esses jovens de hoje serão os idosos no

futuro, e deverão estar preparados para a aposentadoria. Miranda, Mendes e Silva (2016)

comentam em 2010 existiam 39 idosos para cada grupo de 100 jovens, em 2040, estima-se,

haverá 153 idosos para cada 100 jovens.

Rattner (2015) explica que a geração dos Millennials precisa planejar o seu futuro,

apesar de estarem diante de um cenário atual com uma economia lenta, desemprego elevado e

empréstimos estudantis que restringem sua capacidade de manter um bom estilo de vida e

poupar para sua aposentadoria. A longo prazo, esses jovens podem sofrer com encargos

financeiros relacionados ao aumento de pagamentos da divida federal e aumento dos gastos

com Previdência e saúde, ameaçando o recebimento de seus benefícios prometidos quando se

tornarem inativos.

Em vários países, existe certa preocupação dos jovens quanto ao mercado de trabalho,

diante das mudanças demográficas ocorridas na maioria desses países, na medida em que, as

pessoas mais velhas estão demorando mais para se aposentar e estão ocupando os seus cargos

por mais tempo. e em relação a aposentadoria das novas gerações, que poderá ser prejudicada

diante do envelhecimento populacional (Gruber, Miligan e Wise, 2009).

Pesquisa feita pelo Bank of New York Mellon mostra que o comportamento dos

Millennials em relação à aposentadoria afetou as instituições financeiras, que ainda não

conseguem dialogar com essa geração quando o assunto é poupar dinheiro, lidar com taxas e

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se programar para a aposentadoria. A pesquisa apresenta que 51% dos Millennials ainda

recorrem aos pais na hora de pedir conselhos financeiros, enquanto no Brasil, por exemplo,

62% não sabem como funciona a previdência (BNY Mellon, 2015).

Ainda de acordo com o estudo, cerca de 66% dos Millennials trabalhadores não

possuem reservas para a sua aposentadoria, enquanto esse numero é ainda maior para os

latinos, chegando em torno de 83% dos Millennials trabalhadores (BNY Mellon, 2015). Uma

explicação apresentada é de que os Millennials são muito temporais, pensam muito no agora e

deixam o futuro para depois, resultando em uma geração de milhares de pessoas que não

poupam, não investem e não pensam na aposentadoria como deveriam (F. Gallo, entrevista

pessoal, 17 de setembro de 2018).

Borges (2014) destaca que entre os pontos chaves para o comportamento não

poupador dos Millennials está na falta de educação financeira nos ambientes de ensino e nos

seus próprios trabalhos. Essa constatação é feita pelo Mellon, cuja pesquisa mostra que mais

da metade da Geração Y não recebe informações sobre previdência no local de trabalho e a

grande maioria deles quer receber informações mais duras sobre os desafios que vão enfrentar

na aposentadoria (BNY Melon, 2015).

No caso do Brasil, o relatório do BNY Mellon enfatiza que, comparativamente a

outros países, os jovens têm ainda menor probabilidade de serem contatados por seu

empregador / escola em relação à poupança de longo prazo do que em outros países da

pesquisa, e que metade deles não recebe nenhuma informação ou orientação sobre essas

questões. Ainda segundo o relatório, apesar de algumas iniciativas estarem em vigor, elas não

são suficientes e não penetram em todas as camadas sociais, o que representa uma enorme

oportunidade para bancos, seguradoras e outras instituições desenvolverem planejamento

financeiro e conscientização localmente (BNY Melon, 2015).

Ribeiro e Gonsalves (2016) comentam que o sistema previdenciário brasileiro não

garante um beneficio de aposentadoria suficiente para manter o mesmo padrão de vida do

individuo após o término da sua atividade laboral, o que ocasionaria na procura por

alternativas capazes de gerar uma boa renda para o período de inatividade, como a

previdência complementar, atuando com captação de renda capaz de gerar benefícios maiores

que os oferecidos pelo Estado.

Bochi (2019) comenta sobre a necessidade de as pessoas mais velhas orientarem os

jovens sobre a dificuldade de se enfrentar a sua inatividade com uma baixa aposentadoria,

alertando-os sobre a importância de planejar para esse período. Na visão do pesquisador, o

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planejamento previdenciário é fundamental para o jovem, que pode precisar bastante desse

recurso no futuro, ou também no presente.

3. METODOLOGIA

3.1 Desenho da Pesquisa

Para analisar a importância da previdência para a geração dos Millennials, foi efetuado

estudo exploratório utilizando a abordagem de métodos mistos sequencial (Mele; Belardinelli,

2018; Terrell, 2012), composta por quatro etapas:

i. identificação da faixa etária a ser atribuída aos Millennials a partir da revisão da

literatura e análise dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) relativos ao ano de 2010 e sua projeção para o ano de 2060, evidenciando

o número de homens e mulheres em cada faixa etária e sua proporção em relação à

população total, objetivando conhecer o tamanho e a proporção dos Millennials na

pirâmide demográfica da população brasileira.

ii. levantamento de hipóteses sobre o comportamento das pessoas, especialmente dos

Millennials, com relação à previdência, a partir de resultados de pesquisas

nacionais e internacionais já realizadas sobre o tema (Apêndice A), visando

elaborar as perguntas do questionário estruturado a ser aplicado (Apêndice B);

iii. utilização da técnica de levantamento do tipo Survey, com a aplicação de

questionário estruturado por meio da ferramenta Lime Survey®, enviado para

aproximadamente 15 mil pessoas de todas as regiões do Brasil (Apêndice C). A

seleção dos respondentes foi em bases abertas, com foco na faixa etária em que se

encontra essa geração;

iv. análise das respostas obtidas comparativamente às pesquisas nacionais e

internacionais já realizadas sobre o tema, com destaque para a geração dos

Millennials.

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3.2 Elaboração e Aplicação do Questionário

Foram formuladas 21 perguntas, divididas em duas partes: (i) perfil do respondente; e

(ii) preocupação com o tema aposentadoria. A primeira parte do questionário – perfil do

respondente, foi composta por seis perguntas: gênero, ano de nascimento, grau de

escolaridade, área de formação, estado de residência e a ocupação do indivíduo. Na segunda

parte – preocupação com o tema aposentadoria - foram feitas 15 perguntas relacionadas ao

entendimento/conhecimento dos respondentes sobre o tema. As perguntas 14, 15 e 16 foram

condicionais às respostas da pergunta 13. Nas duas últimas perguntas (20 e 21), o respondente

foi solicitado, facultativamente, a deixar algum comentário sobre o assunto previdência e e-

mail, caso desejasse receber os resultados da pesquisa.

Para as respostas, foi utilizada a escala Likert ou escala de Likert®, que é a escala

mais usada em pesquisas de opinião, que permite maior praticidade para redigir e analisar os

dados (McClelland, 1976). Ao responderem ao questionário, os respondentes deviam

especificar seu nível de concordância selecionando uma das afirmações apresentadas

(concordo fortemente, concordo, não concordo nem discordo, discordo e discordo

fortemente).

Para reduzir eventuais problemas e dúvidas que poderiam surgir durante a aplicação

do questionário e saber a necessidade do tempo a ser gasto (Chagas, 2000), foi realizado um

pré-teste com 40 pessoas entre os dias 13 e 15 de maio de 2019, cujo grupo foi composto por

três diferentes perfis: a) pesquisadores e docentes da área de negócios; b) grupo de pessoas

não ligadas à academia, com idade na faixa de 50 anos; e, c) alunos de Contabilidade e de

Economia Empresarial e Controladoria (ECEC) da Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEARP/USP). A partir dos

resultados do pré-teste, foram efetuados ajustes ortográficos e incluídas expressões para

deixar mais claro que a pesquisa se referia à previdência pessoal das pessoas.

A disponibilização eletrônica do questionário foi efetuada logo após o pré-teste,

mediante encaminhamento de questionário via e-mail por meio da ferramenta Lime Survey®

(https://www.limesurvey.org/). Foram encaminhadas duas ondas de envio, uma entre os dias

21 e 22 de maio e outra entre os dias 28 e 29 de maio, para um contingente de

aproximadamente 15 mil pessoas de todas as regiões do Brasil. O questionário ficou

disponível no período de 21 de maio a 3 de junho de 2019. Um ponto a ser considerado, é o

fato de que os email-s da população com baixa escolaridade nem sempre estão presentes de

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forma aberta na internet. Já a população que tem acesso ao ensino superior, passa a ter seus

dados evidenciados pelos mais variados motivos, como eventos, atividades culturais e de

trabalho voluntário por exemplo. Dessa forma, o levantamento de e-mails para esta pesquisa,

foi desenvolvido a partir de buscas pelos mecanismos de busca, como Google e Bing, por

eventos acadêmicos e culturais que disponibilizassem e-mails. Como exemplo pode-se citar

os canais de congressos, organizações não governamentais como o Rotract, entre outros.

3.3 Hipóteses

À partir de resultados de pesquisas nacionais e internacionais que abordam questões

sobre Previdência, e também, a relação dos Millennials com questões previdenciárias, foram

elaboradas 10 hipóteses (Apêndice A), as quais seriam confirmadas ou não de acordo com os

resultados contidos no presente estudo. São elas:

H1: Os Millennials pouco se preocupam sobre a sua aposentadoria.

H2: Os Millennials conhecem pouco sobre as suas próprias finanças

H3: Os Millennials não recebem qualquer informação sobre assuntos financeiros por meio de

seu trabalho ou instituição de ensino.

H4: Os Millennials preferem receber informações mais duras e reais sobre quais as

consequências de não começar a poupar cedo.

H5: A maioria da população brasileira contribui para o sistema de previdência obrigatório

(INSS ou regime próprio).

H6: Os Millennials entendem a necessidade de ter uma reserva além da previdência ofertada

pelo governo, como por exemplo, a Previdência Complementar.

H7- Poucos Millennials participam ou tem interesse em participar de um Plano de Previdência

Complementar em um futuro próximo.

H8- Os Millennials poupariam mais dinheiro para a aposentadoria se eles pudessem usar os

recursos de sua aposentadoria sempre que houvesse necessidade.

H9- Os Millennials acreditam que é altamente provável que as pessoas não possam mais se

aposentar confortavelmente no futuro.

H10- Os Millennials acreditam que os seus familiares aposentados têm melhores condições em

sua aposentadoria do que terão em seus futuros.

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4. RESULTADOS

4.1 Perfil dos Respondentes

Dentre os 931 respondentes do questionário, a maioria é do sexo feminino (57,6%) e

se encontra na faixa de idade correspondente aos Millennials, definidos na pesquisa como os

nascidos entre os anos de 1981 a 2000 de acordo com a análise das faixas etárias do IBGE,

com idade entre 19 e 38 anos (76,8%). Com relação à escolaridade, a maioria possui formação

de mestrado/doutorado completo ou incompleto (44,3%) ou ensino superior completo e

incompleto (41,6%). Essa concentração de alta escolaridade pode ser explicada pela

complexidade do tema, mas não invalida os resultados, pois a maioria dos respondentes se

encontra dentro da faixa etária de interesse do estudo.

Quanto à área de formação, a maioria afirmou não ser da área financeira (77,7%).

Quanto à localização dos respondentes, a maior parte é da Região Sudeste (27%), e a

condição mais frequente é daqueles que estudam e trabalham (39,8%) (Tabela 1).

Tabela 1 - Perfil dos respondentes

Frequência Percentual

Gênero

Masculino 395 42,4%

Feminino 536 57,6%

Ano de nascimento

Millennials (1981 a 2000) 715 76,8%

Outras gerações 216 23,2%

Escolaridade

Até Segundo Grau completo ou incompleto 58 6,2%

Até Ensino Superior completo ou incompleto 387 41,6%

Até especialização/MBA completo 74 7,9%

Até Mestrado/Doutorado completo ou incompleto 412 44,3%

Área de formação

Sim 151 16,2%

Não 723 77,7%

Respostas em branco 57 6,1%

Região de Residência

Norte 103 11,1%

Centro-oeste 174 18,7%

Nordeste 210 22,6%

Sul 193 20,7%

Sudeste 251 27,0%

A condição que melhor representa

Nem estudo nem trabalho 21 2,3%

Apenas Estudo 213 22,9%

Estudo e faço estágio 95 10,2%

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Estudo e trabalho 371 39,8%

Apenas trabalho 231 24,8%

Fonte: Elaboração Própria

4.2 Preocupação com a Aposentadoria

Mais de 90% dos respondentes concordaram parcialmente ou fortemente que pensam

ou se preocupam com a formação da sua aposentadoria (Gráfico 1).

Gráfico 1 - Penso ou me preocupo com a formação da minha aposentadoria

Fonte: dados do estudo.

Mais de 60% dos respondentes concordaram ou concordaram fortemente que possuem

conhecimento sobre finanças pessoais (Gráfico 2) apesar de não serem da área financeira, e

pouco mais de 30% dos respondentes costumam receber informações sobre previdência no

local de trabalho ou na instituição em que estuda (Gráfico 3).

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Gráfico 2 - Conhecimento sobre finanças pessoais

Gráfico 3 - Costuma receber informações sobre

previdência no loca de trabalho ou ensino

Fonte: dados do estudo. Fonte: dados do estudo.

A grande maioria dos entrevistados tem (ou teria) interesse em receber informações

mais detalhadas e reais sobre as consequências de não começar a poupar cedo (82,1%)

(Gráfico 4), e quase 60% dos respondentes concordaram ou concordaram fortemente que já

contribuem para o sistema de previdência obrigatório (Gráfico 5).

Gráfico 4 - Interesse em receber informações sobre

poupar cedo

Gráfico 5 – Contribuição para o sistema de

previdência obrigatório

Fonte: dados do estudo. Fonte: dados do estudo.

Mais de 80% dos respondentes compreendem a necessidade de ter uma reserva além

da previdência ofertada pelo Governo (Gráfico 6), mas, a grande maioria, paradoxalmente,

não participa de nenhum plano de previdência complementar (Gráfico 7).

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Gráfico 6 – Compreendem a necessidade de ter

previdência complementar

Gráfico 7 – Se participa de algum plano de

previdência complementar

Fonte: dados do estudo. Fonte: dados do estudo.

Quando a pergunta foi dirigida para aqueles que já participavam de um plano de

previdência complementar, mais de 70% dos respondentes contribuíam eles mesmos para esse

sistema de previdência facultativo (Gráfico 8), e mais de 80% dos respondentes concordam ou

concordaram fortemente que as contribuições feitas à previdência complementar iriam ajudá-

los a ter uma aposentadoria mais confortável, mostrando otimismo e confiança em relação

plano ao qual participa (Gráfico 9).

Gráfico 8 – Por quem é financiado seu plano de

previdência complementar

Gráfico 9 – Crença de que o plano de previdência

complementar ajudará a ter uma aposentadoria

mais confortável

Fonte: dados do estudo. Fonte: dados do estudo.

Para aqueles que ainda não tinham plano de previdência complementar, perguntados

sobre o interesse em participar de algum plano no futuro, mais de 50% dos respondentes

concordaram ou concordaram fortemente com essa ideia (Gráfico 10).

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Gráfico 10 – Tem interesse em participar de um plano de previdência complementar no futuro

Fonte: dados do estudo.

Quando questionados se poupariam mais cedo para a aposentadoria se o plano em que

estivessem (qualquer plano público ou privado) permitisse que esses recursos fossem usados

sempre que houvesse necessidade, mais de 50% dos respondentes concordaram ou

concordaram fortemente com essa assertiva (Gráfico 11).

Gráfico 11 – Pouparia mais para a minha aposentadoria se o meu plano permitisse que eu usasse os

recursos sempre que houvesse necessidade.

Fonte: dados do estudo.

Mais de 70% dos respondentes concordaram ou concordaram fortemente que os

jovens e as novas gerações não irão se aposentar mais confortavelmente no futuro (Gráfico

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12), e mais de 60% dos respondentes consideram que seus familiares aposentados têm

melhores condições em sua aposentadoria do que eles terão em seus futuros (Gráfico 13)

Gráfico 12 – Os jovens e as novas gerações não

irão se aposentar confortavelmente no futuro

Gráfico 13 – Familiares aposentados têm melhores

condições em sua aposentadoria do que terei no futuro

Fonte: dados do estudo. Fonte: dados do estudo.

4.3 Resultados Comparados

H1: Os Millennials pouco se preocupam sobre a sua aposentadoria.

Com base nos dados obtidos, é visto que 90% dos Millennials respondentes da

pesquisa pensam ou se preocupam com sua aposentadoria, esse resultado difere da Hipótese 1

(Apêndice A), a qual foi elaborada à partir de resultados em outra pesquisa que apontavam

para baixos índices de preocupação dessa geração em relação com a sua futura aposentadoria

(Gráfico 14).

Gráfico 14 – Relação entre Millennials e Outras Gerações sobre se preocupar com a aposentadoria

Fonte: dados do estudo.

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Segundo os resultados da pesquisa, a proporção de respostas afirmativas sobre guardar

dinheiro para assegurar a velhice aumenta para os mais velhos e a proporção de jovens que

não contribuem para a previdência é bastante superior se comparados aos participantes mais

velhos, indicando um grau menor de preocupação da geração dos Millennials com a

previdência, diferente do resultado obtido na presente pesquisa.

H2: Os Millennials conhecem pouco sobre as suas próprias finanças

Ao efetuar uma análise comparativa sobre o conhecimento da geração dos Millennials

em finanças pessoais comparativamente às outras gerações, verifica-se que entre os que

concordaram fortemente as outras gerações estão em maior parte, mas o percentual é bem

próximo entre aqueles que concordaram com essa assertiva de que possuem conhecimento em

finanças pessoais (Gráfico 15).

Gráfico 15 – Relação entre Millennials e Outras Gerações sobre o conhecimento em finanças pessoais

Fonte: dados do estudo

Esses resultados devem ser considerados, contudo, à luz do estudo financiado pelo

National Endowment for Financial Education, que mostrou que há uma lacuna substancial

entre o que os Millennials acham que sabem sobre suas finanças e o que eles realmente sabem

quando avaliados (Litlle, 2019). Logo os resultados os resultados do estudo não corrobam

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com a hipótese (Hipótese 1) e sua base, pois a maioria dos Millennials afirmaram possuir esse

conhecimento.

H3: Os Millennials não recebem qualquer informação sobre assuntos financeiros por

meio de seu trabalho ou instituição de ensino.

Tanto no grupo da geração dos Millennials e como do grupo de Outras gerações,

apenas em torno de 30% dos respondentes afirmam que costumam receber informações sobre

previdência no local de trabalho ou instituição de ensino (Gráfico 16), mostrando que o tema

precisa ser mais bem explorado nas instituições brasileiras, principalmente com a informação

dada aos Millennials, geração que poderá sofrer bastante com a falta de planejamento em

aposentadoria.

Gráfico 16 – Relação entre Millennials e Outras Gerações sobre receber informações sobre previdência ou

no meu local de trabalho ou na minha instituição de ensino

Fonte: dados do estudo

Esses resultados confirmam as hipóteses e bases da pesquisa (Apêndice A), com um

percentual ainda maior do que o encontrado na pesquisa do BNY Mellon (2015), onde 46%

dos Millennials afirmam não receber qualquer informação financeira nos dois ambientes

mencionados, isto indica que ―sem muito conhecimento sobre o tema, a nova geração

subestima o montante que será necessário para financiar a vida pós-laboral‖.

H4: Os Millennials preferem receber informações mais duras e reais sobre quais as

consequências de não começar a poupar cedo.

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Ambos os grupos geracionais (Millennials e Outras gerações) demonstraram interesse

em receber informações sobre as consequências de não começar a poupar cedo, conforme o

Gráfico 17:

Gráfico 17 – Relação entre Millennials e Outras Gerações sobre o interesse em receber informações mais

detalhadas e reais sobre as consequências de não começar a poupar ainda quando jovem

Fonte: dados do estudo

Através de vários estudos sobre o assunto, é possível perceber que existe uma grande

lacuna para maioria dos jovens quando o assunto é se planejar para o futuro, o que também

pode ocasionar em um maior interesse, principalmente para os Millennials, em colocar em

prática esse planejamento, tendo em vista o envelhecimento dessa geração e sua consolidação

no mercado de trabalho, onde as condições tenderão a ser menos favoráveis.

Comparando os presentes resultados (Gráfico 17) com as hipóteses e bases da

pesquisa (Apêndice A), é possível observar que os achados confirmam a hipótese, apontando

para um nível de concordância ainda maior do que os achados na pesquisa do BNY Mellon

(2015).

H5: A maioria da população brasileira contribui para o sistema de previdência

obrigatório (INSS ou regime próprio).

Existe uma grande diferença de respostas dos Millennials em comparação com Outras

gerações quando se trata da contribuição para o sistema obrigatório, o que mostra que a

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geração dos Millennials ainda se encontra em um processo de entrada e consolidação no

mercado de trabalho (Gráfico 18).

Gráfico 18 – Relação entre Millennials e Outras gerações sobre a contribuição para o sistema de

previdência obrigatório em razão do trabalho

Fonte: dados do estudo

Essa condição pode ser explicada a partir dos achados do Perfil dos Respondentes

(Tabela 1), em que mais de 30% dos Millennials estão desempregados (Tabela 2).

Tabela 2 – Millennials desempregados

Percentual Millennials Desempregados

Apenas estudo 27,6% 197

Nem estudo nem trabalho 2,7% 19

Total Millennials Desempregados 30,2% 216

Total de Millennials 100,0% 715

Fonte: dados do estudo

Através dos achados apresentados, e também, dos resultados demonstrados

anteriormente nesta pesquisa (Gráfico 5), o presente estudo confirma as hipóteses e bases da

pesquisa (Apêndice A), dado que os resultados coincidem com o fato de que a maioria da

população brasileira contribui para o sistema obrigatório, e mais especificamente, revelam

que os Millennials ainda se encontram em um momento de transição para o mercado de

trabalho, em tempos de altos índices de desemprego, como mencionado por diversos autores.

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H6: Os Millennials entendem a necessidade de ter uma reserva além da previdência

ofertada pelo governo, como por exemplo, a Previdência Complementar.

A grande maioria da geração dos Millennials respondente da pesquisa afirma que

entende a necessidade de ter uma reserva além da ofertada pelo governo (85%) (Gráfico 19),

comprovando a Hipótese 6 (Apêndice A), a qual afirma esses jovens entendem essa

necessidade.

Gráfico 19 – Entendimento dos Millennials sobre a necessidade de ter uma reserva além da previdência

ofertada pelo Governo

Fonte: dados do estudo

A base referente à hipótese mencionada se encontra em um resultado de uma pesquisa

elaborada por Ribeiro e Gonsalves (2016) onde também fora estudada a geração dos

Millennials, tratada no estudo como geração Y. É possível concluir através dos resultados

dessa pesquisa e dos apurados neste estudo, que a maioria dessa geração entende a

importância de não depender apenas da previdência ofertada pelo governo.

H7- Poucos Millennials participam ou tem interesse em participar de um Plano de

Previdência Complementar em um futuro próximo.

As Outras gerações participam mais de um plano de previdência complementar

comparativamente do que a geração dos Millennials (Gráfico 20), esses resultados estão

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associadas as diferentes fases de vida dessas gerações e também, podem estar associados aos

dados da Tabela 2 (Millennials Desempregados).

Gráfico 20 – Relação entre Millennials e Outras gerações sobre a participação em algum plano de

previdência complementar

Fonte: dados do estudo

Dentre os Millennials que afirmaram não participar de um plano de previdência

complementar (87%), a maioria tem interesse em participar de algum em um futuro próximo

(58,6%), como mencionado abaixo (Gráfico 21):

Gráfico 21 – Relação entre Millennials e Outras gerações sobre o interesse em participar de algum plano

de previdência complementar em um futuro próximo.

Fonte: dados do estudo

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Ao comparar os resultados obtidos com as bases e a hipótese a qual se referem,

conclui-se que a pesquisa realizada comprova parcialmente a Hipótese 7, na medida em que,

os números encontrados demonstram a baixa participação dessa geração em planos de

previdência complementar, porém, esse grupo afirma possuir enorme interesse em participar

de algum plano desse tipo em um futuro próximo.

H8- Os Millennials poupariam mais dinheiro para a aposentadoria se eles pudessem usar

os recursos de sua aposentadoria sempre que houvesse necessidade.

Os dados revelam que tanto a Geração do Millennials quanto as Outras Gerações

guardam concordância próxima com essa afirmação (Gráfico 22). Isto revela uma tendência

de mudança para as instituições previdenciárias de capital público ou privado, que atualmente,

e também nos próximos anos, estão realizando (ou realizarão) grandes esforços para atrair nos

indivíduos dessa geração

Gráfico 22 – Relação entre Millennials e Outras gerações se fosse permitido usar os recursos do plano de

aposentadoria quando houvesse necessidade

Fonte: dados do estudo

Portanto, os resultados obtidos acima comprovam a Hipótese 8, a qual foi baseada na

pesquisa do BNY Mellon (2015), onde seus resultados mostram que ―os Millennials querem

produtos que ofereçam suporte às necessidades imediatas‖. Isso revela uma grande demanda

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por planos de aposentadoria mais flexíveis em relação à retirada dos benefícios e uma

mudança de comportamento dos contribuintes, os quais contribuiriam mais para os seus

planos se surgissem essas novas possibilidades.

H9- Os Millennials acreditam que é altamente provável que as pessoas não possam mais

se aposentar confortavelmente no futuro.

Os jovens Millennials acreditam que não possam mais se aposentar confortavelmente

no futuro (71%) (Gráfico 23), portanto, isso comprova a Hipótese 9 (Apêndice A), a qual

menciona que essa geração acredita que é altamente provável que as pessoas não possam mais

se aposentar de maneira mais segura em seus futuros.

Gráfico 23 – Opinião dos Millennials sobre a possiblidade das pessoas não poderem mais se aposentar

confortavelmente no futuro.

Fonte: dados do estudo

Vimos que esse resultado se aproxima bastante ao resultado da pesquisa usada como

base na elaboração da hipótese (79%) (Smith, 2018). Isso leva à conclusão de que existe

grande receio dessa geração em relação à qualidade dos seus planos de aposentadoria no

futuro, no contexto de que, segundo as bases teóricas de nosso estudo, esses jovens

enfrentarão grandes dificuldades em relação às suas aposentadorias

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H10- Os Millennials acreditam que os seus familiares aposentados têm melhores

condições em sua aposentadoria do que terão em seus futuros.

Os resultados obtidos são capazes de demonstrar que a grande maioria (71%) dos

Millennials concorda sobre considerar que os seus familiares aposentados têm ou terão

melhores condições em sua aposentadoria do que eles terão em seus futuros (Gráfico 24), o

que valida e reforça a Hipótese 10 (Apêndice A).

Gráfico 24 – Opinião dos Millennials sobre acreditar que seus familiares aposentados têm ou terão

melhores condições em sua aposentadoria do que eles terão em seu futuro.

Fonte: dados do estudo

Para elaboração da Hipótese 10, foram considerados os resultados provenientes do

estudo de Brown (2018) para o National Institute on Retirement Security, o qual revela que

conseguir uma aposentadoria segura será uma tarefa bastante complicada para a maioria dessa

geração, devido principalmente, aos baixos salários, altos níveis de desemprego e mudanças

econômicas. O estudo ainda mostra que essa geração ― acumulou cerca de metade da riqueza

que seus pais no mesmo estágio de suas vidas.

Sendo assim, esses resultados demonstram que existe conscientização dos Millennials

sobre as condições serem menos favoráveis em relação à sua aposentadoria no futuro, em

comparação com seus familiares já aposentados, acredita-se possuírem melhores condições

em suas aposentadorias, isso se dá, principalmente, ao fato das mudanças demográficas da

população brasileira e suas consequências.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar a importância da previdência para a

geração dos Millennials utilizando a abordagem de métodos mistos sequencial, composta por

quatro etapas: identificando a faixa etária a ser atribuída aos Millennials e analisando os dados

do IBGE para conhecer o tamanho e a proporção dos Millennials na pirâmide demográfica da

população brasileira; efetuando o levantamento de hipóteses sobre o comportamento dos

Millennials; aplicando questionário estruturado por meio da ferramenta Lime Survey®,

enviado para aproximadamente 15 mil pessoas de todas as regiões do Brasil; e analisando as

respostas obtidas comparativamente às pesquisas nacionais e internacionais já realizadas

sobre o tema.

A revisão da literatura mostrou que em vários países, existe certa preocupação dos

jovens quanto ao mercado de trabalho, diante das mudanças demográficas ocorridas na

maioria desses países, na medida em que, as pessoas mais velhas estão demorando mais para

se aposentar e estão ocupando os seus cargos por mais tempo. e em relação a aposentadoria

das novas gerações, que poderá ser prejudicada diante do envelhecimento populacional.

Verificou-se que considerando no ano de 2010, os brasileiros nascidos entre 1981 a 2000,

portanto na faixa entre 10 e 29 anos, essa geração representava aproximadamente 69 milhões

de pessoas, cerca de 35% do total da população brasileira, sendo 34.837.145 homens e

34.590.134 mulheres.

Elaboradas com objetivo de representar a geração dos Millennials em relação à

população brasileira, as pirâmides etárias encontradas no texto evidenciam as mudanças

demográficas projetadas para a população brasileira, demonstrando o fato de que toda

população brasileira será afetada, e principalmente os jovens, grupo etário ativo no mercado

de trabalho que compensará os futuros inativos (aposentados).

Para verificar se os resultados obtidos são aderentes ou não, usamos hipóteses

elaboradas à partir de bases de outros estudos como mencionados no Apêndice A, elaborados

por: Silva, Lima, Silva e Rech (2018); Litlle (2019); BNY Mellon (2015): Brown (2018);

Ribeiro e Gonsalves (2016); e Smith (2018).

Foram comparados os resultados do presente estudo junto as hipóteses as quais se

referiam, com objetivo de observar, de forma mais detalhada, o grau de importância da

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previdência para os Millennials. A partir da análise desses resultados, é possível avaliar se os

nossos dados corroboram ou não com as hipóteses e bases usadas para fins do estudo,

lembrando que esses dados representam apenas o grupo de respondentes do questionário

realizado, os 931 respondentes.

Os dados foram capazes de validar grande parte das hipóteses, sendo que apenas as

Hipóteses 1, 2 e 7 não foram corroboradas, devido, ao grande nível de preocupação dos

Millennials respondentes em relação às suas aposentadorias, à eles afirmarem que possuem

conhecimento em finanças pessoais e também, ao interesse dessa geração em participar de um

plano de previdência complementar em um futuro próximo.

As outras hipóteses (H3, H4, H5, H6, H8, H9 e H10), as quais foram validadas pelos

dados, sugerem alguns comportamentos dessa geração em relação à sua aposentadoria. Os

resultados indicam esses jovens se mostram bastante preocupados quando o assunto se trata

de sua aposentadoria.

Outros resultados revelam que a maioria deles entende a importância de possuir um

plano de previdência além do ofertado pelo governo, como, por exemplo, a previdência

complementar, apesar do fato de haver uma falta de comunicação sobre assuntos financeiros

por meio de empresas ou instituições de ensino aos quais participam. Além disso, essa

geração prefere receber informações mais duras e reais sobre as consequências de não

começar a poupar cedo.

É possível observar que existe uma grande tendência entre os Millennials com relação

ao fato de que poupariam mais para a aposentadoria se os planos permitissem que os

contribuintes pudessem utilizar os recursos sempre que necessário. Esses jovens se mostram

com certo receio sobre a segurança de suas aposentadorias, acreditando que os seus familiares

aposentados têm melhores condições do que terão em seus futuros.

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APÊNDICE A – BASES E HIPÓTESES CONSIDERADAS

H1: Os Millennials pouco se preocupam sobre a sua aposentadoria.

Base 1: ―Sobre a perspectiva com relação à previdência, 39,9% dos participantes está

começando a se preocupar, mas não fez nada a respeito. Aqueles que estão preocupados e

buscando alternativas de poupança representam 36,3% da amostra. Os extremos, isto é,

aqueles que não estão preocupados e que são muito preocupados representam 13% e 10,7%,

respectivamente.‖ SILVA, E. A. S. R., LIMA, D. V., SILVA, C. A. T.; RECH, I. J. (2018). A Imprevidência da

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Base 2:―Sobre a percepção futura com relação à aposentadoria, verifica-se que 32% dos

participantes acredita que será difícil viver com a aposentadoria; também é importante

destacar que 39% dos respondentes afirma que provavelmente terá que buscar novos meios de

obter renda para se manter estável financeiramente nesse período. De uma maneira geral, os

participantes não percebem sucesso, estabilidade financeira e uma vida financeiramente

agradável no período de aposentadoria futura.‖

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H2: Os Millennials conhecem pouco sobre as suas próprias finanças.

Base: ―Em 2017, um estudo financiado pelo National Endowment for Financial Education

descobriu que havia uma lacuna substancial entre o que a geração do milênio achava que sabia

sobre suas finanças e o que elas realmente sabiam. Enquanto 69% dos entrevistados deram uma

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Litlle, K.(2019). Millennials are optimistic about their financial futures, but it could

hurt them. Bankrate. Disponível em https://www.bankrate.com/personal-finance/millennials-

optimistic-finances/

H3: Os Millennials não recebem qualquer informação sobre assuntos financeiros

por meio de seu trabalho ou instituição de ensino.

Base 1: ―De acordo com os dados, 46% dos Millennials não recebem qualquer informação

sobre assuntos financeiros por meio de seu trabalho ou estabelecimento de ensino. Sem muito

conhecimento sobre o tema, a nova geração subestima o montante que será necessário para

financiar a vida pós-laboral.‖

The Bank of New York Mellon Corporation (2015). Generation Lost: Engaging

Millennials with retirement saving.

Base 2: ―Apesar de dois terços (66%) dos Millennials trabalharem para um empregador

que oferece um plano de aposentadoria, apenas pouco mais de um terço (34,3%) dos Millennials

participam do plano de seus empregadores.‖

Page 49: Universidade de Brasília (UnB) Faculdade de …bdm.unb.br/bitstream/10483/22759/1/2019_DanielNepomuce...Millennials com relação à previdência, a partir de resultados de pesquisas

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Brown, J.E., M.S., K.D., L.L.M. (2018). Millennials and Retirement: Already Falling

Short. National Institute on Retirement Security.

H4: Os Millennials preferem receber informações mais duras e reiais sobre quais

as consequências de não começar a poupar cedo.

Base: ―77% dos millennials deles preferem receber informações mais duras e reais de

quão pobres na aposentadoria eles serão, se não começarem a poupar cedo. Apenas 48% dos

brasileiros, por exemplo, querem saber a dura realidade, em comparação com 94% dos

australianos.‖

The Bank of New York Mellon Corporation (2015). Generation Lost: Engaging

Millennials with retirement saving.

H5: A maioria da população brasileira contribui para o sistema de previdência

obrigatório (INSS ou regime próprio).

Base: ―A maior parte dos participantes da pesquisa informou que realiza contribuições à

previdência geral – INSS (49,9%), parte significativa da amostra declarou nenhum regime

(19,2%) e 18,7% dos participantes disse realizar contribuições em planos de previdência

complementar, que são opcionais. A maioria dos participantes (54,2%) afirmou que mantém

dinheiro guardado em forma de investimentos para assegurar a velhice.‖

SILVA, E. A. S. R., LIMA, D. V., SILVA, C. A. T.; RECH, I. J. (2018). A

Imprevidência da Previdência: como o ciclo da vida afeta as escolhas dos indivíduos,

Universidade de Brasília.

H6: Os Millennials entendem a necessidade de ter uma reserva além da

previdência ofertada pelo governo, como por exemplo a Previdência Complementar.

Base: ―Questão 5: Qual a necessidade da Previdência Complementar para você? Nesta

opção 38% dos que responderam acreditam que a previdência complementar é necessária, porém

não é a única forma de poupança de longo prazo, já 32% dos que responderam não conhecem a

previdência complementar e apenas 9% acreditam que a previdência complementar não é

necessária.‖

Ribeiro, N. K. C., Gonsalves, R. A., (2016). Previdência Complementar: uma proposta

para a Geração Y? , v.3, n.1, p.49-89.

H7- Poucos Millennials participam ou tem interesse em participar de um Plano de

Previdência Complementar em um futuro próximo.

Base 1: ―Questão 4: Quais os tipos de aplicações que você realiza? Nesta questão foi dada

a opção de assinalar mais de uma alternativa. Identificamos que 74% dos que responderam

optaram pela opção de depósitos em poupança, 15% dos que responderam assinalaram que

realizam investimento no Tesouro Direto e outros 15% assinalaram a opção de investimento em

Previdência Complementar. Um fato interessante nesta questão foi que 30% dos que responderam

assinalaram a opção de guardar dinheiro.‖

Page 50: Universidade de Brasília (UnB) Faculdade de …bdm.unb.br/bitstream/10483/22759/1/2019_DanielNepomuce...Millennials com relação à previdência, a partir de resultados de pesquisas

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Ribeiro, N. K. C., Gonsalves, R. A., (2016). Previdência Complementar: uma proposta

para a Geração Y? , v.3, n.1, p.49-89.

Base 2. ―Embora dois terços (66%) dos millennials trabalhem para um empregador que

oferece um plano de aposentadoria, apenas pouco mais de um terço dos millennials participam do

plano do empregador‖.

―Há uma lacuna significativa entre os latinos milenários e outros grupos raciais e étnicos

em termos de participação em planos de aposentadoria patrocinados pelo empregador. Apenas

19,1% dos latinos da geração Y e 22,5% das latinas participam de um plano patrocinado pelo

empregador, em comparação com 41,4% dos homens asiáticos e 40,3% das mulheres brancas

Millennials, que tiveram a maior taxa de participação em um plano de aposentadoria.‖

―A esperança de melhoria para esta geração deriva do fato de que, em todos os grupos

raciais e étnicos, mais de nove entre dez membros da geração do milênio participam efetivamente

de planos de aposentadoria patrocinados pelo empregador, quando são elegíveis para participar.‖

Brown, J.E.,M.S., K.D., L.L.M. (2018). Millennials and Retirement: Already Falling

Short. National Institute on Retirement Security.

H8- Os Millennials poupariam mais dinheiro para a aposentadoria se eles

pudessem usar os recursos de sua aposentadoria sempre que houvesse necessidade.

Base: ―Outro ponto destacado na pesquisa é que os Millennials querem produtos que

oferecem suporte às necessidades mais imediatas. Isso mostra que 63% da Geração Y pouparia

mais dinheiro para a aposentadoria, se eles pudessem fazer saques frequentes ao longo da vida‖.

The Bank of New York Mellon Corporation (2015). Generation Lost: Engaging

Millennials with retirement saving.

H9- Os Millennials acreditam que é altamente provável que as pessoas não

possam mais se aposentar confortavelmente no futuro.

Base: ―Cerca de 79% dos entrevistados da geração do milênio acreditam que é altamente

provável que as pessoas não possam mais se aposentar confortavelmente no futuro‖.

Smith, K. A. (2018). The defining financial question of millennials: Do you want to

live comfortably now, or in the future? Disponível em

https://www.bankrate.com/retirement/millennials-retirement-savings-dilemma/

H10- Os Millennials acreditam que os seus familiares aposentados têm melhores

condições em sua aposentadoria do que terão em seus futuros.

Base: ―Conseguir uma aposentadoria segura será uma subida árdua para a maioria dos

Millennials. Essa geração enfrentou, e continua a enfrentar, uma paisagem econômica muito mais

dura do que seus pais. Como a maioria dos Millennials entrou para a força de trabalho em um

período de salários baixos, altos níveis de desemprego e grandes mudanças estruturais na

economia americana, a Grande Recessão exigiu um alto preço dessa geração. Especificamente, a

geração do milênio ganhou cerca de 20% a menos em salários, é menos propensa a ter uma casa e

acumulou cerca de metade da riqueza de seus pais no mesmo estágio de suas vidas.‖

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Brown, J.E. (2018). Millennials and Retirement: Already Falling Short. National

Institute on Retirement Security.

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO

PARTE I - CARACTERIZAÇÃO

Sexo

( ) Feminino

( ) Masculino

Ano de nascimento

( ) 1920, escalas de ano até ( )2010

Escolaridade

( ) Até segundo grau completo ou incompleto

( ) Até Ensino superior completo ou incompleto

( ) Até Especialização/MBA completo

( ) Até Mestrado/Doutorado Completou ou incompleto

Sua área de formação tem relação com a área financeira, por exemplo: Economia,

Administração, Ciências Contábeis e afins.

( ) Sim

( ) Não

Estado de residência

( ) Acre

( ) Alagoas

( ) Amapá

( ) Bahia

( ) Ceará

( ) Distrito Federal

( ) Espírito Santo

( ) Goiás

( ) Maranhão

( ) Mato Grosso

( ) Mato Grosso do Sul

( ) Minas Gerais

( ) Pará

( ) Paraíba

( ) Piauí

( ) Rio de Janeiro

( ) Rio Grande do Norte

( ) Rio Grande do Sul

( ) Rondônia

( ) Roraima

( ) Santa Catarina

( ) São Paulo

( ) Sergipe

( ) Tocantins

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A condição que melhor me representa hoje é:

( ) Apenas Estudo

( ) Estudo e faço estágio

( ) Estudo e trabalho

( ) Apenas trabalho (empregado, funcionário, empreendedor, autônomo)

( ) Nem estudo nem trabalho

PARTE II - APOSENTADORIA

Eu penso ou me preocupo com a formação da minha aposentadoria

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Possuo conhecimento sobre finanças pessoais.

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Costumo receber informações sobre previdência ou no meu local de trabalho ou na minha

instituição de ensino.

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Tenho (ou teria) interesse em receber informações mais detalhadas e reais sobre as

consequências de não começar a poupar ainda quando jovem.

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Eu já contribuo para o sistema de previdência obrigatório em razão do meu trabalho.

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Eu entendo a necessidade de ter uma reserva além da previdência ofertada pelo governo.

( ) Concordo fortemente ( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

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Participo de algum plano de previdência complementar (Condição das três próximas

respostas).

( ) Sim

( ) Não

A contribuição do plano de previdência complementar da qual participo são feitas por: (Deve

responder quem respondeu ―Sim‖ na pergunta condição).

( ) Por mim

( ) Pela minha empresa

( ) Pelos meus familiares

Tenho interesse em participar de um plano de previdência complementar em um futuro

próximo. (Deve responder quem respondeu ―Não‖ na pergunta condição).

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Acredito que o padrão de contribuições atuais ao meu plano de previdência complementar,

irão me ajudar a ter uma aposentadoria mais confortável. (Deve responder quem respondeu

―Sim‖ na pergunta condição).

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Eu pouparia mais para a minha aposentadoria se o meu plano de aposentadoria (qualquer

plano público ou privado) permitisse que eu usasse esses recursos sempre que houvesse

necessidade.

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Acredito que os jovens e as novas gerações não possam mais se aposentar confortavelmente

no futuro

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

Considero que os meus familiares aposentados têm melhores condições em sua aposentadoria

do que eu terei em meu futuro.

( ) Concordo fortemente

( ) Concordo

( ) Não concordo nem discordo

( ) Discordo

( ) Discordo fortemente

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APÊNDICE C – E-MAIL DE ENVIO DA SURVEY

Este questionário tem como objeto analisar o entendimento das pessoas em relação à

formação de sua própria previdência, e é parte integrante de uma pesquisa que está sendo

desenvolvida com pesquisadores da UnB e da FEA-RP/USP. Os dados obtidos por meio

desse questionário serão sigilosos e confidenciais, servindo apenas como objeto de pesquisa,

os respondentes, em hipótese alguma serão identificados na pesquisa. Há 21 perguntas neste

questionário