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Universidade de Coimbra Faculdade de Economia Alexandra Daniela Ferreira Nº 20052275 Coimbra, Janeiro de 2006

Universidade de Coimbra Faculdade de Economia · Faculdade de Economia Licenciatura em Sociologia Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica

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Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

Alexandra Daniela Ferreira Nº 20052275

Coimbra, Janeiro de 2006

Faculdade de Economia

Licenciatura em Sociologia

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica

Alexandra Daniela Ferreira Nº 20052275

Coimbra, Janeiro de 2006

Índice

1- Introdução 1 2- Imigração 2.1- Evolução da Imigração em Portugal 3 2.2- Motivos para a Imigração 4 2.3- Consequências da Imigração no país de acolhimento 5 2.3.1- Consequências Positivas 5 2.3.2- Consequências Negativas 6 2.4- Países de origem e receptores de imigrantes 8 2.4.1- Dispersão da população 8 2.5- Integração social dos imigrantes 10 2.6- Medidas de contenção dos fluxos migratórios 11 3- Descrição detalhada da pesquisa 13 4- Ficha de Leitura 16 5- Avaliação de uma página Web 20 6- Conclusão 22 7- Referências Bibliográficas 23 Anexos: A – Artigo de suporte á Ficha de Leitura B – Página da Internet avaliada

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1-Introdução

Para começar, devo dizer que o que me levou a escolher este

tema para o trabalho no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica foi o facto de a Imigração ser um fenómeno social relativamente recente em Portugal e muito visível na sociedade da actualidade. Com este trabalho pretendo fazer uma síntese sobre a Imigração em termos globais, com destaque para a União Europeia e pormenorizando a análise do tema em Portugal. Portugal sempre foi um país de emigrantes, no contexto das migrações internacionais, mas a partir da segunda metade dos anos 90 do século XX, esta tradição alterou-se. Para além de emissor de mão-de-obra, Portugal tornou-se um país de destino de muitos imigrantes. Este fenómeno tornou-se importante a nível social, económico e demográfico. Devido a isto, acho importante fazer uma análise dos benefícios e problemas relativos à chegada dos imigrantes a território nacional. Como pude verificar através das pesquisas que realizei (na Internet, livros e em revistas), este tema é cada vez mais abordado nos mass media. Uma das razões para isto acontecer é o facto de o número de imigrantes não parar de aumentar e por isso haver a necessidade de criação de medidas para a contenção dos fluxos migratórios Para a elaboração do trabalho tive como base algumas questões que me facilitaram a pesquisa. De entre elas, evidencio as seguintes: Quais são as razões que estão na base da imigração? Será fácil o processo de integração dos Imigrantes? Que tipo de medidas existem para conter o fluxo migratório? Quais são os principais países de origem e de chegada dos fluxos migratórios? De seguida organizei as perguntas em sub-capitulos. Devido à imigração ser um tema muito vasto, optei por organizá-lo em sub-capitulos que considero relevantes na análise deste assunto: «Evolução da imigração em Portugal», «Medidas de contenção dos fluxos migratórios», «Consequências da Imigração no país de acolhimento», «Países de origem e receptores de imigrantes», «Integração social dos imigrantes», «Motivos para a Imigração».

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Depois faço uma descrição detalhada da pesquisa das fontes

onde explico o método utilizado na minha investigação. Com base no artigo IV “Imigrantes de Leste” da revista utilizada

no trabalho apresento a ficha de leitura. Para concluir faço a avaliação de uma página web «http://wellcome.to/imigport», que constituiu a base de alguma da informação do trabalho. Elaborei este trabalho com o objectivo de ser clara na apresentação dos conteúdos, procurando fontes qualificadas e fiáveis.

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2-Imigração

2.1-Evolução da Imigração em Portugal

Portugal, sempre foi, por tradição, considerado um país de emigrantes. Contudo, na segunda metade do século XX, era de notar que a emigração estava a diminuir (em grande parte devido à crise económica mundial) e começa-se a assistir a um aumento da imigração nos inícios da década de 90. Este contraste entre emigração e imigração torna-se mais evidente a partir de 1993 que foi quando o número de imigrantes ultrapassou o número de emigrantes. Mantendo-se esta tendência até agora. A imigração em Portugal tem vindo a assumir uma importante relevância nos últimos anos. Houve um aumento significativo de entrada de imigrantes entre 1975 a 1999, que passou de 30 mil para 191 mil. De 2000 a 2002 essa população duplicou. Em 2000, 208.198 imigrantes residiam legalmente em Portugal. (Casa-Nova, 2005) Este extraordinário aumento evidenciado de 2000 a 2002 tem a sua origem, principalmente, nos países de Leste da Europa (Ucrânia, Moldávia…) e da América do sul. Visto que os PALOP’s já se fixam no país desde 1975, e que foram as primeiras migrações numericamente significativas existentes em Portugal.

De acordo com a PRAVDA.RU (2004), é estimado para Portugal a necessidade de 20.000 trabalhadores, justificando que a sociedade portuguesa está a envelhecer e o sistema de segurança social esta a ficar sobrecarregado.

Em 2005, existe uma grande diversidade de nacionalidades. O maior número de imigrantes é proveniente da Ucrânia, Brasil, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e Reino Unido.

As previsões mencionadas pela ONU é que “nos próximos 50 anos, além de envelhecer, a população vai diminuir em praticamente

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todos os países da Europa” (2000). Isto inclui Portugal, cuja população, prevê-se, irá diminuir 1,7 milhões até 2050, sendo então os activos menos 2,2 milhões. A única solução encontrada para atenuar estas previsões é abrir as portas a uma Imigração massiva. (Rodrigues et al, 2002)

2.2-Motivos para a Imigração

A imigração é composta por um vasto conjunto de diferentes causas que a caracterizam. De uma forma geral, os motivos mais comuns que conduzem à existência de imigração são os seguintes (Rodrigues et al., 2002; Saibamais.org; Fontes, Carlos, s.d.): ► Globalização; ► Instabilidade social e política;

► Busca de melhores condições de vida; ► Fugir de perseguições por motivos religiosos ou

políticos; ► Procura de trabalho.

Segundo Josep Pique (apud Imigport, 2002), as causas dos

fluxos migratórios devem-se: ● Ao liberalismo;

● À social-democracia; ● À religião “dos direitos do Homem”

São inúmeros os motivos que levam à existência de fluxos

migratórios. Do meu ponto de vista a procura de melhores condições de vida e a globalização são as principais causas deste aumento da imigração.

Como refere Carlos Fontes (s.d.): “A globalização aumentou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos” (IMIGPORT, 2002) Isto provocou um desejo de mudança de vida daqueles que vivem em dificuldade. E viram na imigração a oportunidade para encontrar esse “paraíso” que idealizavam nos países desenvolvidos.

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Para além destas razões que se estendem a uma imigração a nível global, existem outros motivos no que se refere à escolha do país de acolhimento. Esta preferência é feita, normalmente de acordo com a proximidade geográfica, as afinidades culturais entre o país de origem e o país de acolhimento, o conhecimento da língua ou pelo conhecimento de oportunidades de emprego no país de destino.

2.3-Consequências da Imigração no país de acolhimento

Os imigrantes vão causar alterações no país de acolhimento. Estas podem ser positivas ou, pelo contrário, a entrada de imigrantes no pais de acolhimento pode causar problemas. Vejamos em primeiro lugar as consequências positivas da imigração.

2.3.1-Consequências positivas

Do ponto de vista económico, os imigrantes ajudam na sustentação do crescimento económico e tornam-se uma importante componente demográfica, isto devido às seguintes razões:

☼ Contribui para o rejuvenescimento da população;

☼ Contribui para o crescimento da população; ☼ Ajuda a equilibrar os contrastes dos sistemas

de protecção sociais europeus.

Com a imigração pretende-se suprimir a escassez de mão-de-obra sentida e resolve-se outro problema, que é a sustentação dos sistemas de protecção social. Contudo, este fenómeno da imigração causa vários problemas no país de destino.

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2.3.2-Consequencias Negativas

Respeitante ao caso português

Devido à imigração, Portugal obterá mais 60.000 habitantes, o que se traduz em problemas de habitação, saúde, educação e segurança. Apesar dos problemas que causam no país, estes estendem-se aos próprios imigrantes. Isto acontece porque, em Portugal, os imigrantes pouco qualificados são inferiorizados: (Baganha, Ferrão e Malheiros, 2002)

╔ Recebem salários inferiores aos dos nacionais; ╔ Não têm direito a férias pagas; ╔ Não têm direito ao 13ºmês; ╔ Têm problemas com o pagamento (quando este existe); ╔ Não têm direito a seguro contra acidentes de trabalho.

De acordo com o Inquérito Europeu sobre valores “Os portugueses

dão mostras de baixos níveis de aceitação do ‘outro’ nas suas vidas privadas, mas em público tendem a adaptar formas de conduta e a exprimir valores que consideram socialmente correctos” (1990). (Baganha e Marques, 2001).

Para além dos problemas mencionados, existe uma deficiência e precariedade das condições de vida nas áreas degradadas, que são vistas pelos nacionais como forma de exclusão social.

Baganha, propõe, como solução para este problema, que se realize um programa nacional de realojamento. (2001)

A nível global Verifica-se que os problemas com que os imigrantes se deparam são

idênticos aos referentes a Portugal. Exemplos desses problemas são:

→ A discriminação; → O domínio da língua do país de acolhimento; → A falta de alojamento qualificado; → A dificuldade em aceder a serviços de saúde e assistência

social de qualidade; → Mão-de-obra barata.

Dos problemas apresentados, dou relativa importância ao da discriminação. “As pessoas devem sempre ser consideradas e avaliadas como indivíduos.” (IMIGPORT, 2002)

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O Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia, evidencia que os casos de violência racial e de descriminação estão a aumentar. As razões apontadas para isto acontecer é o facto de existir uma grande insegurança em relação ao futuro e haver um sistema de governo e condições sociais deficientes. Com o objectivo de diminuir as dificuldades sentidas pelos imigrantes são apresentadas várias soluções: (União Europeia, 2005)

* Participação de pessoas de diferentes etnias nos serviços de saúde para prevenir a discriminação racial;

* Envolvimento e participação activa dos imigrantes na vida cívica, cultural e politica;

* Vontade politica firme que evite o ressentimento e a ascensão do racismo;

* Aquisição de nacionalidade e cidadania civil; * Formação linguística; * Igualdade de tratamento no emprego ou na actividade

profissional sem distinção racial ou étnica.

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2.4-Países de origem e receptores de imigrantes

Portugal é, actualmente, um país de imigração. Isto devido a possuir na sua população um elevado número de residentes estrangeiros. De acordo com os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (Visão, 2005) podemos verificar que a Ucrânia, o Brasil e Cabo Verde são os países que mais imigrantes têm enviado para Portugal em 2004, seguindo-se Angola, Guiné Bissau e Reino Unido. (Prof.2000, 2005) Podemos reforçar esta ideia baseando-nos no Instituto Nacional de Estatística (2004), onde se confirma que Portugal, em 2004, tinha cerca de 400.000 imigrantes com autorização de permanência e residência. Destes, a maioria são oriundos da Ucrânia e Brasil, seguidos por Cabo Verde e pelos PALOP. (Prof.2000, 2005) Em 1996, os cidadãos oriundos dos PALOP representavam cerca de 45% do total de estrangeiros legalmente residentes em Portugal. Contudo, Portugal é um dos países da Europa que mais imigrantes recebe por 1.000 habitantes (4,9 imigrantes). A população ucraniana aumentou de 123 (1999) para 51.000 (2001). (Rodrigues et al., 2002) José Palma Rita (2002) refere que o número de imigrantes e a sua proporção na população total da União Europeia ronda os 20 milhões e mais 30 milhões clandestinos.

2.4.1-Dispersão da população

Os imigrantes são normalmente uma população em idade activa, masculina e que apresenta uma grande concentração residencial nas áreas suburbanas de Lisboa. Com base nos censos de 1991, verifica-se que a Área Metropolitana de Lisboa (AML) concentra aproximadamente dois terços da população estrangeira residentes em Portugal. Isto acontece devido a vários factores:

□ À tendência para o reagrupamento; □ À grande difusão de abarcamento de emprego; □ À elevada oferta de comércios e serviços.

Apesar disto, a tendência actual é para a população imigrante se

começar a distribuir pelo país.

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De acordo com o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), em 2003 Lisboa continha 50% da população imigrante (predominavam os PALOP com mais de 80.000 imigrantes), seguindo-se-lhe Faro, Setúbal e Porto. Ou seja, os imigrantes mostram uma preferência pelas regiões do litoral do país. (Casa-Nova, 2005) Devido às grandes cidades, como Lisboa e Porto, compreenderem em si já um elevado número de imigrantes, estes vêem-se na necessidade de procurar outras cidades para conseguir encontrar trabalho. Isto é evidente actualmente, pois a população imigrante está distribuída por todo o país.

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2.5- Integração social dos imigrantes

A maioria dos imigrantes depara-se com problemas no país de acolhimento. Como já foi referido, a integração social desta população é um deles. A inserção social destes estrangeiros é complicada devido ao facto de viverem em zonas degradadas e menos cobiçadas, o que gera, logo de partida, sentimentos discriminatórios por parte dos nacionais. Além deste grande factor de exclusão social, os imigrantes ainda encontram outros problemas:

☻ A inserção social e cultural nas comunidades de acolhimento

☻ Preconceitos racistas; ☻ Demagogia política do Governo Socialista; ☻ Desemprego; ☻ Baixo nível de qualificação; ☻ Domínio da língua.

Ba e Brito (s.d.); União Europeia (2005) A integração vai depender, em grande parte, da forma como a comunidade local os acolhe. Para facilitar a integração na sociedade destes estrangeiros foram criadas iniciativas e programas dirigidos aos imigrantes com o objectivo de responder às suas necessidades (políticas sociais de emprego e de educação). Desenvolver políticas de integração com base em planos e programas de realojamento e passando por formar os imigrantes e os seus filhos com vista a resolver o problema de integração. Assim, os imigrantes irão sentir-se tão cidadãos como os nacionais. Contudo, estas políticas não bastam, pois, o direito ao reagrupamento familiar, o envolvimento e participação activa na vida cívica, cultural e política, a aquisição da nacionalidade e cidadania civil e o acesso à saúde, ao ensino, à formação e à habitação, iria facilitar muito mais a inserção social dos imigrantes. Assim, o Decreto-lei nº4/2001, de Janeiro defende a integração dos imigrantes num mercado de trabalho mais estruturado, que possibilite o usufruto dos direitos que lhes são reconhecidos. E para complementar, o Plano Nacional de Acção para a Inclusão (Portugal 2001-2003) consagra o conceito de cidadania social onde confere o direito ao trabalho e a um rendimento mínimo, o exercício de direitos cívicos, culturais, educacionais; ou seja, o necessário para uma inserção plena na vida em sociedade.

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2.6-Medidas de contenção dos fluxos migratórios

Como deverá Portugal regular os fluxos Migratórios? A regularização da permanência dos Imigrantes em Portugal e a determinação dos mecanismos que permitam e facilitem a entrada, a integração e a pertença na sociedade portuguesa devem ter por base as seguintes sub-questões face à questão inicial:

1- De acordo com a pressão migratória existente? 2- Deverá privilegiar uma vertente geostratégica mantendo a

discriminação positiva em relação aos PALOP e ao Brasil? 3- Deverá regular as novas correntes de acordo com a procura?

(Baganha e Marques, 2001)

É necessário gerir as pressões migratórias através de políticas adequadas de admissão e instalação de imigrantes em Portugal. Para tal, a gestão dos fluxos migratórios devem ser feitos de acordo com as necessidades de mão-de-obra. Portugal, futuramente, irá dar preferência aos imigrantes que procuram emprego a cidadãos que falem português como é o exemplo dos imigrantes provenientes do Brasil e PALOP’s. A contenção dos fluxos Migratórios é importante, e para que o contrario não aconteça, a entrada em Portugal tem restrições. A lei nº13/92, de Julho, autoriza a rever o regime de entrada, permanência, saída e expulsão de imigrantes em Portugal. É imprescindível a entrada de imigrantes em território nacional se: 1- Não for portador do passaporte; 2- Não for titular de um visto válido e adequado à finalidade da deslocação; 3- Se apresentar um documento de viagem falso, falsificado, alheio ou obtido fraudulentamente; 4- Não dispuser de meios de subsistência suficientes; 5- Constituir perigo ou grave ameaça para a ordem pública, segurança nacional ou relações internacionais; 6- Se existir uma medida de interdição de entrada (ACIME, 2003)

Esta acção de recusa à admissão de imigrantes em Portugal é da competência do Direito Geral do SEF.

Podendo esta decisão ser judicialmente contestada diante dos Tribunais Administrativos.

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3- Descrição detalhada da pesquisa

Depois de optar pelo tema da imigração para fazer o meu trabalho no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica, consultei algumas páginas da Internet e tentei fazer um apanhado geral do tema para de seguida dividi-lo em sub-temas. Optei por esta divisão, devido à vasta informação e complexidade deste fenómeno. Os sub-temas sobre os quais debrucei a minha pesquisa foram os seguintes: - «Evolução da imigração em Portugal» - «Motivos para a Imigração» - «Consequências da Imigração no país de acolhimento»

- «Países de origem e receptores de imigrantes» - «Integração social dos imigrantes» - «Medidas de contenção dos fluxos migratórios» De seguida fiz uma pesquisa mais elaborada na Internet, da qual recolhi a maioria das informações contidas no trabalho. Com base nos motores de pesquisa da Internet, dando mais importância ao Google por ser de fácil acesso e conter diversa informação, procedi ao início da minha pesquisa. Para tal utilizei palavras-chave, vou dar exemplos de algumas utilizadas:

• “Imigração” • “Razoes da imigração” • “Discriminação” • “Condições sociais” • “Integração social”

Pesquisando no Google com a palavra “imigração” obtive 882.000

resultados em 17segundos. Destes resultados, optei por consultar apenas alguns dos sites apresentados na primeira página. «wellcome.to/imigport», «www.sosracismo.pt/livroimigraçao.htm», «www.acime.gov.pt» foram alguns dos que obtive dessa pesquisa.

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Para diminuir o ruído, decidi proceder a uma pesquisa booleana, utilizando o operador booleano AND (“imigração AND motivos”) e localizando apenas no título da página. Com isto, obtive apenas 3 resultados dos quais utilizei apenas um (“www.tendarabe.hpg.ig.com.br/imigrantes/motivos_da_imigraçao.htm”), para a elaboração do trabalho.

Ainda recorrendo à pesquisa avançada e continuando a utilizar o operador booleano AND, mas agora com as palavras “imigração AND origem”, adquiri 190.000 resultados; ou seja, apesar de menos resultados do que com a palavra “imigração”, continuo a obter muito ruído. Resolvi, então, pesquisar apenas no título da página, conseguindo assim 2 resultados. Dos dois sites obtidos, «Imigração-paisesdeorigem-users.prof2000.pt/» que achei interessante para o trabalho devido aos gráficos e estatísticas que o compunham.

Além da pesquisa feita neste indexante (Google) também recorri ao Sapo, com a palavra “imigração”. Consegui, desta maneira, 64.500 resultados. Destes seleccionei apenas três deles que considerei mais relevantes.

A Internet foi uma importante fonte de pesquisa para a elaboração do meu trabalho devido ao facto de ser acessível a qualquer hora e fácil de consultar. Mas, para completar com mais rigor e para tornar mais fiel o desenvolvimento deste tema recorri a livros e a uma revista científica.

Quando aos livros, seleccionei-os através de uma pesquisa na Internet no catalogo da Biblioteca da Faculdade de Economia (FEUC). Contudo, eu estava impossibilitada de me dirigir até à faculdade naquele momento porque na altura desta pesquisa estava de férias de Natal. Então resolvi deslocar-me até à Biblioteca Municipal de Lamego (local onde me encontrava). Esta deslocação acabou por ser inútil, pois a biblioteca não possuía nenhum material sobre o tema. Não desistindo, fui até á biblioteca da Escola Secundaria/3 da Sé, Lamego (a minha antiga escola), mas, porém, também em vão. Depois disto, decidi esperar pelo início das aulas para ir até à biblioteca da Faculdade.

Assim, no dia 3 de Janeiro dirigi-me á biblioteca da FEUC, mas apenas estavam disponíveis dois dos livros que eu tinha seleccionado. Requisitei esses livros e baseei a minha leitura nestes documentos textuais que possuía. Na sexta-feira dessa mesma semana (dia 6 de Janeiro), voltei a passar pela biblioteca com o objectivo de requisitar o livro “Imigração e Politica - O caso português” que só podia sair da biblioteca à sexta-feira e teria de ser devolvido na segunda-feira, aproveitando, também para perguntar se alguns dos outros livros que eu pretendia já estavam disponíveis, mas não tive sorte. Posteriormente, consultei uma revista intitulada “Horizontes sociais” da qual me servi para realizar a ficha de leitura obrigatória para o trabalho. Como a revista é só material de

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consulta, tive de tirar fotocópias para poder trabalhá-la melhor em casa. Este processo também o utilizei nos livros, visto que utilizando fotocópias é mais fácil tirar apontamentos e ajuda-nos a ter uma maior liberdade de manuseamento.

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Ficha de Leitura

Titulo da revista: Horizontes sociais Titulo da publicação: Horizontes sociais Autores: Pedro Hespanha, Liliana Sousa, Ana Raquel Matos, Daniela

Figueiredo, Helena Galante, Margarida Cerqueira, Susana Pires e Nelson Rocha

Local onde se encontra: Biblioteca da FEUC Data da publicação: Janeiro de 2002 Revista: 2 Tiragem: 500 exemplares Deposito legal: 161849/01 Titulo do artigo: Imigrantes de Leste Número de páginas: 109-128 Assunto: Imigração Data da leitura: 10 de Janeiro de 2006 Área Cientifica: Sociologia Observação: Devido aos outros artigos da revista não serem pertinentes

para o desenvolvimento do tema a que me propus, optei apenas por me basear este capítulo, tanto para a elaboração do trabalho, como para a ficha de leitura.

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Nota introdutória: A ficha de leitura que apresento no contexto do trabalho da disciplina de Fontes de Informação Sociológica, tem como base uma revista cientifica intitulada Horizontes Sociais da qual seleccionei o capítulo referente aos “Imigrantes de Leste”.

Resumo:

Este capítulo começa por fazer uma introdução ao tema, referindo-se ao facto de Portugal só recentemente se ter tornado um país de acolhimento, o oposto do que se passava há poucos anos.

O fenómeno da imigração tem assumido alguma relevância. E uma das novas realidades é a entrada em massa de imigrantes dos países do Leste da Europa (a partir de 2000) que continua actualmente, ultrapassando mesmo os imigrantes provenientes do Brasil e dos PALOP’s.

Devido à sua grande capacidade de adaptação, distribuíram-se, rapidamente, por todo o país.

A maioria dos imigrantes é possuidora de uma formação escolar elevada, trabalhando, contudo, na construção civil ou noutros sectores de actividade.

Os imigrantes da Europa de Leste constituem, a nível nacional, 1,2% (2.450) do total de cidadãos estrangeiros no final de 2000. Destacando-se a Rússia (21,3%), a Roménia e a Bulgária (ambas com 15,3%).

Com a legislação que entrou em vigor a partir de 10 de Janeiro de 2001, através do decreto-lei nº4/2001, promoveu-se uma regularização de imigrantes. Até 30 de Novembro de 2001 mais 119.181 imigrantes foram legalizados. Destes, 20,8% (65.742) das Autorizações de Permanência (AP’s) foram concedidas a imigrantes de Leste.

Neste ano (2001), o país que mais se destaca é a Ucrânia com 42.252 imigrantes (64,3% do total) instalados em Portugal, seguindo-se a Moldávia (12,8% do total) e a Roménia (10,5% do total).

Através de entrevistas realizadas a imigrantes de Leste no conselho de Aveiro pretendeu-se saber:

- Os motivos destes pela escolha de Portugal, e mais especificamente, do concelho de Aveiro (que conta com 3,3% do total de AP’s concedido pelo SEF em 2001); - Os principais problemas encontrados; - O método utilizado para a inclusão e adaptação a esta nova cultura;

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- As expectativas e projectos para o futuro. Referente ao primeiro objectivo delineado, as principais razões

citadas é o facto de existirem problemas económicos no país de origem, a facilidade de legalização em Portugal e a maior acessibilidade á obtenção de trabalho.

Ainda relativo à mesma questão, os estrangeiros inquiridos revelam ter escolhido o distrito de Aveiro para se instalarem devido a ser uma zona industrial, e por isso mais fácil a obtenção de trabalho.

Os principais problemas encontrados por esta população são os relacionados com a maioria possuir emprego em situação precária, sem contrato e sem vínculos sociais.

O desconhecimento da língua e a ignorância relativamente às leis do trabalho são outro dos obstáculos referidos.

Quanto à inclusão na sociedade, demonstram satisfação e uma vontade de permanecer em Portugal.

Com base em outro inquérito realizado, também ele, no concelho de Aveiro, procurou-se aprofundar a questão da inclusão social dos imigrantes de Leste.

Os factores destacados como importantes, para esses estrangeiros se considerarem incluídos na sociedade e no mercado do trabalho é o problema relativo ao alojamento e o acesso ao emprego, salientando o acesso aos cuidados de saúde também como um aspecto relevante.

Como forma de inclusão social, achou-se importante a ocupação dos tempos livres destes imigrantes.

A pouca simpatia dos portugueses, os salários baixos, ou mesmo a falta deles, foram alguns dos problemas citados por esta população.

Pontos fortes: Esta revista, sendo ela uma fonte fiável, permite fazer uma análise

sem receio de estar a ser induzida em erro. Pois, as estatísticas referidas estão muito bem ilustradas através de quadros, permitindo uma melhor leitura.

Mostrou-se, também, de fácil leitura e compreensão.

Pontos fracos:

Como retrata apenas a população de Europa de Leste, e mais especificamente no concelho de Aveiro, não lhe pude dar muita relevância na elaboração do trabalho.

Disciplina: Fontes de Informação Sociológica

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Professor: Paulo Peixoto Aluna: Alexandra Daniela Catarino Ferreira

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Avaliação da página Web

A página da Internet que resolvi apresentar para avaliar foi a seguinte: <wellcome.to/imigport> (IMIGPORT) As razões que me levaram a escolher esta página, depois de uma análise profunda das diversas páginas utilizadas, deve-se ao facto de a considerar um página fiável, devido a exprimir-se com o título de uma organização – IMIGPORT, e ser clara e objectiva nas matérias que expõe. Acedi a esta página devido à pesquisa realizada no Google, através da palavra-chave “imigração”. Desta pesquisa obtive 926.000 resultados em 28 segundos, mas mesmo obtendo todo este ruído de informação, pesquisei nas primeiras páginas que surgiram. E esta chamou-me particularmente a atenção, pois acho que tem uma boa organização temática e uma ideia clara sobre o tema da Imigração, mostrando a realidade de uma forma verdadeira e sem rodeios. A meu ver, esta página está muito bem concebida, pois cada artigo está devidamente datado e o autor identificado. Além disto, trata o tema da Imigração a nível global dividindo-o em sub-temas, o que facilita em muito a procura de informação. Com o objectivo de se tornar mais fiável, actual e para obter mais rigor nos resultados recorreu a informação complementar com o Instituto Nacional de Estatística e retirou notícias de diversos jornais nacionais - Público, Correio da Manhã, Expresso – e internacionais – Le Quotidien, Le Point. Este site redirecciona a pesquisa para outros sítios fiáveis como é o caso dos artigos dos diversos jornais que têm ligação para os respectivos jornais, também redirecciona para um site «http://reconquista.org» e, ainda, recomenda a leitura de livros apresentados na página, que dizem respeito ao tema: Alien Nation de Peter Brimelow; The case against immigration de Roy Beck. As informações que procurava para a realização estão na sua maioria nesta página expostas, além de não terem sido suficientes. Com o objectivo de avaliar, resolvi por escolher a publicação relativa às consequências da Imigração na população, devido á sua leitura ser interessante e inovadora relativamente ao facto de como expõe o seu ponto de vista crítico face à Imigração. A informação restringe-se a Portugal, o que me convém visto que decidi analisar o caso de Portugal com maior destaque.

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Apesar da última actualização deste site ter sido feita em Novembro de 2002 o seu conteúdo vai de encontro aos meus objectivos, isto acontece porque não houve grandes alterações a este nível. Quanto aos objectivos que presidiram à elaboração do documento, penso que é de informar e mostrar a realidade relativamente a este fenómeno social que nos afecta a todos. O acesso a esta informação é gratuito e de fácil navegação.

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Conclusão

Em jeito de conclusão, devo referir que apesar de exaustivo, este trabalho mostrou-se importante para aperfeiçoar e treinar o meu método de pesquisa. Devido a ter começado a pesquisa sobre o tema relativamente tarde, tive de passar a dedicar praticamente todos os meus tempos livres à elaboração do trabalho. Procurei facilitar a minha pesquisa delimitando o tema da imigração em sub-temas. Procedi à pesquisa na Internet, onde pude obter uma grande quantidade de informação. Contudo, a informação a mais tornou-se num problema que resolvi recorrendo a operadores booleanos e à pesquisa avançada para diminuir o ruído obtido. O método que utilizei foi tentar retirar a informação mais importante de todas as fontes (impressas ou electrónicas) que seleccionara previamente e reproduzir essas ideias por palavras minhas, pois era esse o objectivo definido. Com este trabalho pude-me informar melhor quanto a este fenómeno actual que não passa despercebido a ninguém. Passei a conhecer as razões e os problemas encontrados, principalmente relativos à discriminação racial. Isto porque eu tinha a ideia de que o racismo era um tema no passado e que actualmente eram raros os casos desse tipo de discriminação. O trabalho foi interessante de fazer. Tentei seguir ao máximo e reproduzir no meu trabalho a matéria leccionada nas aulas de Fontes de Informação Sociológica. De uma forma geral, estou satisfeita com o meu trabalho e penso que contém as ideias essenciais relativas ao tema (só espero que o professor tenha a mesma ideia), que por si só causa interesse e entusiasmo.

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Anexo A

Artigo de suporte À Ficha de Leitura

Anexo B

Página da Internet avaliada