66
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES SONIA NATSUMI MINAMI DIVERSIDADE E CONTROLE BIOLÓGICO DE Pectobacterium carotovora EM ORQUÍDEAS UTILIZANDO BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS Mogi das Cruzes SP 2006

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES SONIA NATSUMI …livros01.livrosgratis.com.br/cp027202.pdf · Essa bactéria produz enzimas pectinolíticas, que degradam pectatos de cálcio da lamela

  • Upload
    ngotruc

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

SONIA NATSUMI MINAMI

DIVERSIDADE E CONTROLE BIOLÓGICO DE

Pectobacterium carotovora EM ORQUÍDEAS UTILIZANDO

BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS

Mogi das Cruzes SP

2006

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

1

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

SONIA NATSUMI MINAMI

DIVERSIDADE E CONTROLE BIOLÓGICO DE

Pectobacterium carotovora EM ORQUÍDEAS UTILIZANDO

BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS

Área de Concentração: Biológica

Profº Orientador: Dr. Welington Luiz de Araújo

Mogi das Cruzes SP

2006

2

3

4

5

Dedico esse trabalho a minha

mãe, que sempre com muita

paciência e carinho, me

incentivou a sempre lutar pelos

meus objetivos com muita

dedicação.

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço, ao meu orientador Professor Doutor Welington Luiz de Araújo, pela

paciência, dedicação, segurança e principalmente pela amizade nesses dois anos de

orientação.

Aos meus familiares, Edson, Roberta, Aiko, Todayoshi, minha prima Regina e

principalmente minha mãe Kiyoko, pela paciência, compreensão e apoio durante esses anos.

Agradeço ao meu noivo Fernando, pela paciência e ajuda nas horas em que sempre

precisei.

Ao Professor Doutor João Lúcio de Azevedo pelas facilidades concedidas no

Laboratório de Genética de Microrganismos ESALQ-USP.

A Professora Doutora Aline Ap. Pizzirane-Kleiner pelo convívio, carinho com que me

recebeu e pelas facilidades concedidas no Laboratório de Genética de Microrganismos

ESALQ-USP.

A Professora Doutora Elisa Espósito por ter concedido o Laboratório de Meio

Ambiente para o desenvolvimento de partes do projeto.

Ao Núcleo Integrado de Biotecnologia NIB/UMC principalmente aos Professores

Doutores Regina L. de Oliveira, Luiz R. Nunes, José L. C. Wolff e Professora Vivian

Schimith por disponibilizar o laboratório para o desenvolvimento de partes do projeto.

A Professora Doutora Norimar D. Dernadin (Laboratório de Bacteriologia Vegetal da

Universidade de Passo Fundo), A Professora Doutora Rosa Mariano (Universidade Federal

Rural de Pernambuco) e ao Professor Doutor Valmir Duarte (Departamento de Fitossanidade,

Faculdade de Agronomia, UFRGS), pelas amostras de Pectobacterium concedidos.

As irmãs Márcia e Lúcia Morimoto, por ceder dados importantes da orquidácea

Oncidium Aloha Iwanaga.

A amiga Maria Cecília Piola Brandt, pela amizade, paciência e ajuda em todas as

horas que precisei.

Aos amigos do Núcleo Integrado de Biotecnologia, Vânia, Cristina, Lucimara, Bete,

Eliandra, Emy, Aline, Fernanda Alves, Fernanda, Renata, Luis e Alex pelo carinho, amizade,

e convivência durante esses anos de desenvolvimento do projeto.

A secretária Neilce, por ter me auxiliado nos momentos em que sempre precisei e

principalmente pela amizade.

7

Ao Josué do Orquidário ESALQ/USP Piracicaba, pela ajuda com as mudas de

orquídeas e pela amizade.

Aos amigos e companheiros de trabalho do Laboratório de Genética de

Microrganismo Prof. João Lúcio de Azevedo do Departamento de Genética da ESALQ-USP,

Adalgisa, Ágata, Aldo, Beatriz, Cristina Almeida, Carol Almeida, Maria Carolina, Cristina

Maki, Claudia, Clara, Fernanda, Fernando, Joelma, Júlia, Heloize, Léia, Luciana, Mayra,

Manuella, Natalie, Priscila, Paulo Lacava, Ricardo (Pipa), Rodrigo (Xico), Rodrigo Stuart,

Uirá, Vivian, Taís, Zezo e principal a Aline Romão e Rudi, pela paciência em sempre estarem

dispostos a ajudar, pelo carinho com que me receberam e pela agradável convivência durante

esses dois anos.

8

Minami, S.N. Diversidade de controle biológico de Pectobacterium carotorova em orquídeas utilizando bactérias endofíticas. Dissertação de Mestrado em Biotecnologia, Univesidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, 2006, p. 62.

RESUMO Bactérias endofíticas são aquelas que habitam o interior das plantas, sendo encontradas em órgãos e tecidos vegetais como folhas, ramos e raízes, sem causar danos à planta hospedeira ou formar estruturas externas visíveis. Estas bactérias podem promover o crescimento vegetal, controlar patógenos ou produzir compostos de interesse biotecnológico. A bactéria Pectobacterium carotovora, agente causal da podridão mole ou canela preta em diversas espécies vegetais de interesse agrícola, pode apresentar três grupos geneticamente distintos, os quais são responsáveis por causar danos a diferentes hospedeiros. Essa bactéria produz enzimas pectinolíticas, que degradam pectatos de cálcio da lamela média junto à parede celular, causando extravasamento do conteúdo celular e, consequentemente, a podridão-mole. Em orquídeas, as lesões ocorrem inicialmente nas folhas, sob a forma de encharcamento dos tecidos, e ao atingirem o pseudocaule causam a morte da planta. Dessa forma, os objetivos do presente trabalho foram avaliar a capacidade de bactérias endofíticas em controlar a podridão mole em Orquídeas e avaliar a especificidade deste fitopatógeno a diferentes espécies de orquídeas. Foi observado em Oncidium que a aplicação da bactéria endofítica reduziu em até 100% os sintomas da podridão mole. Entretanto, foi observado também que este controle é dependente da concentração do endófito e da planta hospedeira, visto que o controle foi efetivo para Phalaenopsis sp. e Oncidium sp., mas não foi efetivo em Miltonia sp. Já em Cattleya sp. o controle ocorreu somente quando uma concentração maior do endófito foi aplicada. Foram observados que as diferentes subespécies de Pectobacterium carotovora isoladas de tubérculos de batata, não causaram doenças nas folhas, ao contrário dos isolados de Pectobacterium de Oncidium Aloha Iwanaga e Oncidium Sherry Baby. A diversidade genética de P. carotovora foi avaliada por meio de ARDRA, permitindo a partir da combinação dos perfis obtidos com 3 enzimas de restrição (AluI, HhaI e MboI), obter 7 haplótipos diferentes: haplótipo A: P.c. carotovora, P.c. odorífera e P.c. brasiliensis , B: P.c. brasiliensis, C: P.c. atroscepticum, D: P. carotovora de Oncidium Aloha Iwanaga e Oncidium Sherry Baby, E: P.c. carotovora, F: P.c. brasiliensis e G: P.c. chrysanthemi. Mostrando que os isolados de Orquídeas se diferenciaram dos isolados de tubérculos de batata, podendo ser bactérias específicas para orquídea ou uma subespécie ainda não descrita. Palavras-chave: Oncidium, endófitos, podridão mole, ARDRA.

9

Minami, S.N. Diversidade de controle biológico de Pectobacterium carotorova em orquídeas utilizando bactérias endofíticas. Dissertação de Mestrado em Biotecnologia, Univesidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, 2006, p. 62.

ABSTRACT

Endophytes are all microorganisms culturable or not, that inhabit the interior of plant tissues, causing no harm to the host and that do not develop external structures, excluding in this way nodulating bacteria and mycorrhizal fungi. Endophytic bacteria may promote the plant growth, control phytopathogen or produce new compounds for biotechnological purposes. The bacterium Pectobacterium carotovora is the causal agent of soft rot and black leg on many crops. This species may be classified in three genetically distinct groups, being responsible for causing damage to different host plants. This bacterium produces pectinolitics enzymes, which degrades pectate calcium of plant walls cells, causing overflowing the cells contentsand, consequently, soft rot. In Orchids, these injuries occur first in leaves and further in pseudobulbo, resulting in plant death. Therefore the aims of the present study were to evaluate the ability of endophytic bacteria to control soft rot in Orquids and evaluate the specificity of this phytopathogen to different orquid species. It was observed in Oncidium that the application of the endophytic bacterial reduced up to 100% of the symptoms of soft rot. However, it was also observed that this control depends on the concentration of endophytic bacteria and the host plant species. Also, the results show that the endophytic bacterium was able to control soft rot in Phalaenopsis sp and Oncidium, but not in Miltonia sp., while in Cattleya sp, the control occurs only when the applied concentration of the endophytic bacteria is higher than pathogenic one. The genetic diversity of the P. carotovora was evaluated by ARDRA, through the combination of profiles obtained with 3 restriction enzymes (AluI, HhaI and MboI). This analysis showes that the evaluated population present 7 haplotypes, being A) P.c. carotovora, P.c. odorífera e P.c. brasiliensis; B): P.c. brasiliensis; C) P.c. atroscepticum; D) P. carotovora de Oncidium Aloha Iwanaga e Oncidium Sherry Baby; E) P.c. carotovora; F) P.c. brasiliensis and G) P.c. chrysanthemi. This result suggests that the P. carotovora from orchids are genetically different from potato strains, possibly indicating that these orchid strains are specific for this host or a undescribed subespecies. Keywords: Oncidium, endophytes, soft rot, ARDRA.

10

LISTA DE TABELAS Tabela 1. Erwinia sp. causadores de podridão mole que passaram para o grupo

das Pectobacterium sp. .................................................................................. . 20

Tabela 2. Bactérias endofíticas isoladas de tecidos vegetais sadios. Com

potencial para o controle biológico de doenças fúngicas e bacterianas

(modificado de Araújo, 2000) .......................................................................... 28

Tabela 3. Distribuição dos haplótipos ............................................................................... . 44

11

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Oncidium Aloha Iwanaga. (A) Oncidium em vaso, (B) Haste floral, (C)

Formato grande e amarelo intenso ...................................................................18

Figura 2. Interação entre Pectobacterium carotovora e Burkholderia folhas de

Oncidium. (A) Sintoma causado pela Pectobacterium carotovora. (B) O

meio de cultura não causou danos. (C) Inibição causada pela

Burkholderia contra Pectobacterium carotovora, no local uma reação de

hipersensibilidade e (D) A Burkholderia não causou danos a planta............... 38

Figura 3. Interação endofítico e patogênico em diferentes hospedeiros e diferentes

diluições do endofítico. (A) Fragmento de Ondicium inoculados com a

mesma proporção do endófito e patógeno, mostrou inibição total,

enquanto que diminuindo aconcentração do endófito essa inibição não

ocorreu. Esse mesmo resultado foi obtido em (B) Cattleya e (C)

Phalaenopsis. Mas em (D) Miltonia não ocorreu inibição em nenhuma

das concentrações ............................................................................................40

Figura 4. Análise da especificidade de diferentes subespécies de P. carotovora, em

folhas de Oncidium Aloha Iwanaga. Pc Oncidium – P. carotovora

isolado de Oncidium. Pc Sherry Baby – P. carotovora de Sherry Baby

(Orquidaceae). Pco 1814 – P. carotovora subsp. odorífera. Pcbr 424 -

P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcc 1113 – P. carotovora subsp.

carotovora. Pca 1819 – P. carotovora subsp. atrosceptium. Pca N - P.

carotovora subsp. atrosceptium. Pch N - P. carotovora subsp.

chrysanthemi. Pcbr 285 - P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcbr 371

– P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcbr 1692 - P. carotovora subsp.

brasiliensis. Pcc BAB –20 - P. carotovora subsp. carotovora .......................41

Figura 5. Interação endofítico e patógeno em vasos e deixados em estufa. (A) Planta

de Oncidium inoculado com P. carotovora. (B) Inoculado com o

endofítico, mostrando não afetar a planta e (C). A inibição do

crescimento de P. carotovora pela Burkholderia sp. ....................................42

Figura 6. Perfis de restrição do 16S rDNA de Pectobacterium sp., utilizando as

enzimas AluI, HhaI e MboI. M) Marcador DNA Ladder 100 pb

(Invitrogem). Pcbr 1692) P. carotovora subsp. brasiliensis. Pca 1819)

P. carotovora subsp. atroscepticum. SB) Sherry baby e Oncidium

12

(Orquidaceae). Pcc BAB) P. carotovora subsp. carotovora. Pch Nor.)

P. carotovora subsp. chrysanthemi. Pcbr 424) P. carotovora subsp.

brasiliensis. Pcbr 258) P. carotovora subsp. brasiliensis ...............................43

Figura 7. Dendrograma mostrando o nível de similaridade genética entre os 4

haplótipos obtidos por meio da análise de ARDRA com 3 enzimas de

restrição. A matriz de similaridade foi calculada utilizando o

coeficiente de JACCARD e o dendrograma construído pelo método de

UPGMA .....................................................................................................45

13

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AHL – Acil-Homoserina Lactona

ARDRA - Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis

EDTA – Ácido etilenodiaminotetracético

CyMV – vírus do mosaico do Cymbidium

hrp - Hypersensitive Response and Pathogencicity

KCl – Cloreto de Potássio

MgCl2 - Cloreto de Magnésio

NaCl – Cloreto de Sódio

NTSYS – pc – Numerical Taxonomy and Multivariante Analysis

OFV – Orchid fleck virus

ORSV – vírus da mancha anelar do Odontoglossum

Pca – Pectobacterium carotovora subsp. atrosceptium

Pcbr – Pectobacterium carotovora subsp. brasiliensis

Pcc – Pectobacterium carotovora subsp. carotovora

Pch – Pectobacterium carotovora subsp. chrysanthemi

Pco – Pectobacterium carotovora subsp. odorífera

PCR – Polymerase Chain Reaction

SDS – Dodecil Sulfato de Sódio

TAE – Tampão Tris- Acético EDTA

Tris-HCL – Tampão Tris-Base com pH ajustado com ácido clorídrico

TSB - Tryptone Soya Broth

TTSS – Sistema de Secreção Tipo Três

UFC – Unidade Formadora de Colônia

UPGMA - “Unweighted Pair-Group Method Using Arithmetic Average”

14

LISTA DE ANEXO Anexo I – Filogenia de Oncidium Aloha Iwanaga ........................................................... 62

15

SUMÁRIO

1. Introdução .............................................................................................................. 17

2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................... 17

2.1.Oncidium spp ...................................................................................................... 17

2.2. Pectobacterium carotovora agente causal da Podridão mole ............................ 19

2.2.1. Aspectos Gerais ...................................................................................... 19

2.2.2. Enzimas envolvidas na patogênese de Pectobacterium .......................... 22

2.2.3. Outros mecanismos de patogênese ......................................................... 23

2.3. Diversidade genética avaliada por ARDRA ...................................................... 24

2.4. Controle biológico de fitopatógenos .................................................................. 25

2.4.1 Aspectos Gerais ........................................................................................ 25

2.4.2 Utilização de Burkholderia para o controle de doenças .......................... 29

3. Objetivos .............................................................................................................. 32

3.1. Objetivo geral ................................................................................................... 32

3.2. Objetivos específicos........................................................................................ 32

4. Métodos ................................................................................................................... 33

4.1. Isolados bacterianos e condições de cultivo ...................................................... 33

4.1.1. Isolamento de Pca e confirmação de patogênese .................................... 33

4.1.2. Interação in vitro das bactérias endofíticas e Pca ................................... 34

4.1.3. Inoculação em folhas de Oncidium ......................................................... 34

4.1.4. Controle da podridão mole na planta hospedeira ................................... 34

4.1.5. Análise da especificidade de Pectobacterium carotovora a

diferentes Hospedeiros .............................................................................................. 35

4.1.6. Análise da variabilidade genética de Pectobacterium por

ARDRA... ................................................................................................................. 35

4.1.6.1. Extração do DNA total de bactérias .................................................... 35

4.1.6.2. Amplificação do 16s rDNA................................................................. 36

4.1.6.3. Clivagem do 16s rDNA (ARDRA) ..................................................... 36

4.1.6.4. Análise dos dados ................................................................................ 36

4.2. Resultados e Discussão ................................................................................. 37

4.2.1. Isolamento de Pectobacterium carotovora ............................................ 37

16

4.2.2. Seleção in vitro de Bactérias endofíticas com habilidade de inibir o

crescimento de Pectobacterium carotovora ............................................................. 37

4.2.3. Interação em fragmentos de folha de Oncidium...................................... 37

4.2.4. Análise da especificidade de Pectobacterium carotovora a

diferentes hospedeiros .............................................................................................. 39

4.2.5. Controle de Podridão mole de Oncidium em estufa ................................ 42

4.2.6. Análise da variabilidade genética por ARDRA....................................... 43

5. Conclusões ................................................................................................................... 46

6. Referências .................................................................................................................. 47

17

1. INTRODUÇÃO

A produção de orquídeas no Brasil vem aumentando a cada ano, tanto na produção de

flores, como para colecionadores. E junto deste cultivo intensivo, um grande número de

pragas e doenças tem sido registrado atacando esta planta hospedeira. Geralmente, as

mudanças climáticas, como temperatura, umidade e modo de cultivo, também propiciam o

aumento desses inimigos naturais. Neste contexto, uma das principais doenças bacterianas de

orquídeas é a podridão mole, causada por Pectobacterium carotovora, uma enterobactéria,

anaeróbica facultativa. Essa bactéria, sob umidade elevada infecta a planta hospedeira e

produz enzimas pectinolíticas, que degradam pectatos de cálcio da lamela média junto à

parede celular, causando extravasamento do conteúdo celular e, conseqüentemente, a

podridão-mole. A disseminação dessas bactérias ocorre basicamente por insetos, água de

irrigação ou de chuva e o seu controle ocorre pela aplicação de sulfato de cobre.

Entretanto, a utilização de pesticidas, os quais são tóxicos para as plantas e para o

meio ambiente deve ser melhor avaliada, pois podem provocar problemas de saúde,

principalmente devido à intoxicações. Além disso, a utilização desses, elimina não só os

agentes nocivos, mas também os que são úteis e necessários à sanidade da planta. Atualmente

com o aumento da prática orgânica na agricultura, pretende-se também utilizar esta estratégia

para o cultivo de orquídeas, melhorando a sanidade das plantas e diminuindo possíveis danos

ambientais. Neste contexto, o desenvolvimento de estratégias de controle biológico de

doenças de orquídeas poderia reduzir os custos e minimizar a utilização de agroquímicos para

a produção de flores e plantas.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Oncidum spp.

As orquídeas são umas das mais apreciadas plantas ornamentais que possuem um alto

valor comercial (FARIA et al., 2001). No Brasil as regiões Sul e Sudeste concentram grande

parte da floricultura nacional, sendo o Estado de São Paulo o principal produtor. A produção

paulista de flores e plantas ornamentais gera aproximadamente 30 mil empregos, sendo destes

45% na produção, 7% na distribuição, 44% no comércio e 4% na indústria de apoio (KÄMPF,

1997).

18

O híbrido Oncidium Aloha Iwanaga, pertence a família Orquidaceae, sendo uma

planta obtida do cruzamento entre Oncidium Goldiana x Oncidium Star Wars, (para maiores

detalhes ver Anexo 01) realizado por Sato, M. (IWANAGA, E.) em 1990. A variedade

Oncidium A. Iwanaga foi introduzida no Brasil em 1996 pelas irmãs Márcia e Lúcia

Morimoto, por importação de mudas do Japão, tendo início então,o processo de propagação

meristemática. Atualmente são produzidas mais de 100.000 mudas por ano em toda região de

São Paulo (MORIMOTO 2005, comunicação pessoal). A Oncidium A. Iwanaga é uma planta

de cor amarelo intenso, de formato grande, e com grande valor no mercado de plantas

ornamentais, com uma renda anual de aproximadamente 1 milhão de reais. Estas plantas

podem ser produzidas em vasos ou também como flores de corte para o complemento em

arranjos florais e buquês (Figura 1).

Devido ao aumento na produção de orquídeas em todo o Brasil, estas também podem

sofrer o ataque de várias doenças e pragas, sendo os principais animais: cochonilhas, pulgões,

besouros, ácaros, moluscos (caramujos e lesmas), fungos (Colletotrichum gloeosporioides,

Fusarium oxysporum, Botrytis cinerea, Pythium ultimum, Phyllosticta sp.) bactérias

(Burkholderia gladioli, Pectobacterium carotovora subsp. carotovora e Pectobacterium

carotovora subsp. chrysanthemi) e vírus (CyMV – vírus do mosaico do Cymbidium), ORSV –

vírus da mancha anelar do Odontoglossum e OFV – (Orchid fleck vírus) (CAMPOS, 2002).

Figura 1. Oncidium Aloha Iwanaga. (A) Oncidium em vaso, (B) Haste floral, (C) Formato grande e amarelo intenso. Fonte: Fotos – Sonia N. Minami; Local: Sítio Flores Minami – Biritiba Mirim – SP.

A B C

19

A podridão mole causada por P. carotovora é uma das principais doenças encontradas

em orquídeas (CHIA-HUI et al., 2003), sendo que o cultivo intensivo, mudanças climáticas,

modo de cultivo e temperaturas, podem influenciar no alastramento dessa doença. Diante

disso, é muito importante o estudo de forma alternativas de controle dessa bactéria, visto que

atualmente, somente o controle químico, com um alto custo, apresenta resultados positivos na

prevenção da doença. Além disso, o uso intenso de agroquímicos pode causar danos a planta,

ao homem e principalmente ao meio ambiente.

Neste contexto, com o objetivo de obter plantas de Oncidium Sherry Baby resistente a

P. carotovora, Chia-Hui, et al. (2003) introduziram o gene que codifica a proteína ferrodoxina

de pimentão (pflp), via sistema de Agrobacterium tumefaciens, tornando essa planta

resistentes à podridão mole, mostrando que formas alternativas de controle dessa doença

podem ser avaliadas para se reduzir a necessidade do controle químico.

2.2. Pectobacterium carotovora agente causal da Podridão Mole

2.2.1. Aspectos Gerais

O gênero Pectobacterium foi primeiro proposto em 1945, para incluir as

Enterobacteriaceae pectinolíticas (WALDEE, 1945). Nesta proposta, P. carotovorum subsp.

atroscepticum e P. carotovorum subsp. carotovorum foram incluídas com P. cypripedii.

Brenner (1973) sustentou este conceito baseado em diferentes modelos metabólicos exibidos

por Erwinia stricto sensu e Pectobacterium, demonstrando que estes dois gêneros exibem

diferentes tipos de doenças e mostrou um alto parentesco de DNA intragrupos.

Como as pesquisas recentes têm focado na análise direta de genes e seus produtos

genéticos, comumente associado aos fenótipos tal qual como o tipo de doenças que eles

causam e a relação com o rDNA, tem induzido a dividir certos membros de Erwinia dentro

dos gêneros Enterobacter, Pectobacterium, Pantoea ou Brenneria (HAUBEN et al, 1998).

A posição filogenética do gênero Erwinia em relação a outros membros da

Enterobacteriaceae associado com plantas, foi explorado usando a comparação da seqüência

de nucleotídeos 16s rDNA (KWON et al., 1997; HAUBEN et al., 1998). A partir desta

análise foram propostos gêneros: Erwinia, Pectobacterium, Breneria e Pantoea. O gênero

Erwinia compreende, E. amylovora, E. rhapontici, E. persicina, E. psidii, E. pyrifoliae, E.

mallotivora e E. tracheiphila.

20

Tabela 1. Erwinia sp. causadores de podridão mole que passaram para o grupo das Pectobacterium sp.

Subespécies Doença Sintomas Hospedeiro Referência P. carotovora subsp. carotovora

Podridão mole pós-colheita

Maceração Colheita de grãos, tubérculos, raiz e bulbos.

HAUBEN et al, 1998

P. carotovora subsp. chrysanthemi

Queima da Haste, murcha

Murcha vascular Milho, cravo, crisântemo, plantas tropicais.

HAUBEN et al, 1998

P. carotovora subsp. atroseptica

Canela preta Murcha vascular Raízes de batata, caules baixos e tubérculos.

HAUBEN et al, 1998

P. carotovora subsp. betavasculorum

Podridão mole Maceração Beterraba HAUBEN et al, 1998

P. carotovora subsp. odoriferum

Podridão mole Maceração Endiva HAUBEN et al, 1998

P. carotovora subsp. wasabiae

Podridão mole Maceração Nabo Japonês HAUBEN et al, 1998

P. carotovora subsp. cypripedii

Podridão marrom

Maceração (Cypripedium spp.) Orquídeas

HAUBEN et al, 1998

P. catorovora subsp. brasiliensis

Podridão mole Maceração Tubérculos de batata

DUARTE et al., 2004

O gênero Pectobacterium consiste em espécies capazes de produzir enzimas

pectolíticas: P. carotovora subsp. carotovorum, P. carotovora subsp. atrosepticum, P.

carotovora subsp. betavaculorum, P. carotovora subsp. wasabiae, P. carotovora subsp.

odoriferum, P. caorotovora subsp. chrysanthemi, P. carotovora subsp. cypripedii (HAUBEN

et al., 1998) e recentemente Duarte (2004) incluiu mais uma subespécie de Pectobacterium

neste grupo, P. carotovora subsp. brasiliensis (Tabela 1).

O terceiro grupo compreende E. alni, E. nigrifluens, E. rubrifaciens, E. paradisíaca,

E. quercina e E. salicis. O terceiro grupo foi proposto para ser movido dentro do gênero

Brenneria (HAUBEN et al., 1998). Quarto grupo compreende membros que produz

metabolismo oxidativo incomum de D-glucose e produção de colônias amarelas para malva,

incluídos no gênero Pantoea (GAVINI et al., 1989: KAGEYAMA et al., 1992: MERGAERT

et al., 1993).

A podridão mole causado pela Pectobacterium ssp. representa umas das principais

doenças de orquídeas, pois sob umidade elevada esta bactéria infecta a planta hospedeira e

produz enzimas pectinolíticas, que degradam pectatos de cálcio da lamela média junto à

parede celular, causando extravasamento do conteúdo celular e, conseqüentemente, a

podridão-mole. A disseminação dessas bactérias ocorre basicamente por insetos, água de

irrigação ou de chuva. São bactérias Gram-negativas, não esporulam, anaeróbicos

21

facultativos, caracterizados pela produção de enzimas extracelulares, particularmente a

enzima pectinase (PÉROMBELON M. 2002; BELL et al., 2002). Estas bactérias causam

doenças em batatas, plantas ornamentais, frutas e vegetais (HAUBEN et al., 1998), entretanto

para estes hospedeiros, existem três principais subespécies causadoras de podridão mole e

canela preta: P. carotovora subsp. atrosepticum (Pca), P. carotovora subsp. chrysanthemi

(Pch) e P. carotovora subsp. carotovora (Pcc). Das três bactérias, só Pca e Pch podem causar

também sintomas de canela-preta, mas todas as três causam podridão mole em tubérculos de

batata (PÉROMBELON e KELMAN, 1987). A patogênese depende da temperatura ambiente,

visto que Pca possue a tendência para causar canela-preta em temperaturas abaixo de 25ºC, e

Pch, idependentemente do biovar, em altas temperaturas (PÉROMBELON e KELMAN,

1987). A subespécie Pch ocorre freqüentemente em regiões com climas subtropicais e

tropicais, podendo causar danos também em regiões de clima temperado, enquanto Pcc afeta

principalmente culturas de climas subtropicais e regiões temperadas e Pca exclusivamente em

regiões de clima temperado (PÉROMBELON e KELMAN, 1987; PÉROMBELON e

SALMOND, 1995).

Nos últimos 20 anos, com o avanço dos estudos moleculares foram obtidos progressos

significantes no entendimento desta doença (TOTH et al., 2003). As Pectobacterium podem

ser encontradas em solos e entram nas plantas por meio de ferimentos ou aberturas naturais,

permanecendo nos tecidos vasculares e espaços intracelulares ou na parede fina dos tecidos

parenquimáticos, onde permanecem sob condições ideais como disponibilidade de água e

oxigênio, bem como temperatura, e posteriormente podem desenvolver a doença

(PÉROMBELON e KELMAN, 1980; PEROMBELON e SALMOND, 1995). Outro fator

importante é a presença de água livre, pois esta pode permitir que a célula bacteriana mova-se

mais fáceis nos tecidos da planta, ou reduzir a disponibilidade de oxigênio, criando um

ambiente micro-aeróbico ou anaeróbico dentro da planta (BOLWELL e WOGTASZEK,

1997).

A habilidade da Pectobacterium causador da podridão mole em crescer em diferentes

temperaturas é claramente demonstrado in vitro, sendo importante para a diferenciação de

subespécies. Por exemplo, à 27ºC todos as subespecies crescem, mas a 33,5ºC somente Pcc e

Pch crescem, enquanto Pch cresce também a 37ºC (PÉROMBELON et al., 1987). Devido ao

crescimento em diferentes temperaturas, Pch se tornar patogênico de várias plantas

pertencentes às regiões tropicais e subtropicais, mas pode também afetar plantas (milho,

dália), pertencentes às regiões temperadas (PÉROMBELON, 2002). Ao contrário de Pca que

afeta cultura de regiões onde a temperatura é baixa (PÉROMBELON, 2002).

22

2.2.2. Enzimas envolvidas na patogênese de Pectobacterium

A degradação da parede celular é causada por enzimas extracelulares incluindo

pectinases, proteases e celulases, que liberam nutrientes para o crescimento da bactéria

(BARRAS et al., 1994; PÉROMBELON, 2002; PY et al., 1998; THOMSON et al., 1999).

Pectobacterium apresenta pelo menos dois tipos de celulases em ambos Pch (CelZ e Y) e Pcc

(CelV e S) e, embora não essenciais para patogênese, elas apresentam ação sinergética com

outras exoenzimas de várias outras classes para atacar a planta (BOCCARA et al., 1994;

BOYER et al., 1984, 1987; MÄE et al., 1995; SAARILAHTI et al., 1990; WALKER et al.,

1994). Várias proteases em Pch, e pelo menos uma em Pcc foram também descritas

(DAHLER et al., 1990; KŸOSTIÖ et al., 1991). Pectinases são as principais exoenzimas no

desenvolvimento da doença. Estas exoenzimas quebram a pectina da lamela média e da

parede celular da planta, causando colapso do tecido, dano e estravazemento celular

(BARRAS et al., 1994; PÉROMBELON, 2002). Para isso, são secretadas por três tipos de

sistemas (Tipo I, II e III), os quais são diferentes, mas que parecem ser conservados entre as

diferentes espécies bacterianas dentro e fora do gênero Pectobacterium. O sistema do tipo I

secreta protease do citoplasma para o espaço extracelular e possui um papel menor na

patogênese (DAHLER et al., 1990; DELEPELAIRE e WANDERSMAN, 1990; LÉTOFFÉ et

al., 1990). Já o sistema tipo II, é essencial para patogênese e secreta determinantes de

patogênese tal como pectinases e celulases. O sistema foi estudado em Pcc e Pch e está

também presente em Pca (ANDRO et al., 1984; JI et al., 1987; MURATA, 1990; THURN e

CHATTERJEE, 1985; SANDKVIST, 2001; THONSON et al., 1999).

O sistema de secreção tipo III (TTSS) da podridão mole não está envolvido na

secreção de exoenzima, mas mesmo assim pode ter um papel crucial na interação com a

planta (GALAN e COLLMER, 1999; HUECK, 1998; MUDGETT e STASKAWICZ, 1998).

O TTSS refere-se ao sistema de patogênese hrp (Hypersensitive Response and

Pathogencicity). O conjunto de genes hrp foi identificado em Pch (HAM et al., 1998), Pcc

(RANTAKARI et al., 2001) e Pca (BELL et al., 2002), mas diferem entre si na sua estrutura

de organização.

Outro processo que é crucial para a patogênese é o consumo de ferro, que foi

primeiramente associado à patogênese em Pch (EXPERT e TOUSSAINT, 1985). Neste

contexto, foi observado que Pch produz sideróforos (crisobactina e acromobactina) para a

captura de ions ferro em ambientes pobres neste mineral, sendo um importante fator associado

23

à patogênese da bactéria, podendo a doença se espalhar por toda a planta. Isso foi

demonstrado, pois, mutantes defectivos para o transporte de ferro mediado por crisobactina ou

acromobactina não foram capazes de se disseminar no interior da planta, permanecendo nas

regiões de infecção em folhas de violetas africanas, sugerindo um importante papel deste

sideróforo na disseminação da bactéria na planta (ENARD et al., 1988). Em Pch, genes de

pectato liase são também regulados por ferro, aumentando a complexidade de produção da

exoenzima e também demonstrando claramente a precisão com que este patógeno inicia a

doença (SAUVAGE e EXPERT, 1994). Pcc produz os sideróforos crisobactina e aerobactina,

mas o seu papel no desenvolvimento da doença não foi ainda demonstrado (BULL et al.,

1996; FRANZA et al., 1991; ISHIMARU e LOPER, 1992).

2.2.3. Outros mecanismos de patogênese

Embora podridão mole geralmente ocorra em condições anaeróbicas, quando a

resposta do hospedeiro é prejudicada (PÉROMBELON e KELMAN, 1980), a síntese de

moléculas oxidativa é uma importante forma de defesa do hospedeiro contra a

Pectobacterium (BOLWELL e WOJTASZEK, 1997). Neste contexto, vários genes

associados à patogênese estão relacionados à proteção da bactéria contra este mecanismo,

incluindo aquele que utiliza ferro. Por exemplo, o operon suf de Pch esteja envolvido na

proteção bacteriana visto que mutação em genes desse operon mostrou um aumento na

suscetibilidade para o estresse oxidativo e redução da virulência (NACHIN et al., 2001).

As bactérias possuem uma habilidade de se adaptar por constantes flutuações do meio

ambiente. Para isso podem utilizar moléculas auto-indutoras, chamadas de moléculas quorum-

sensing, as quais permitem à bactéria detectar e responder a variações no meio. Neste caso,

quando uma população de bactérias cresce produzindo a molécula autoindutora,

concentrações críticas podem ativar em cascata a expressão de inúmeros genes envolvidos

com a patogênese. Por isso, regulação no gene de expressão por quorum-sensing permite à

bactéria comportar-se diferentemente de acordo com o número de células bacterianas

presentes. Além disso, comunicação via estas moléculas possibilita à bactéria coordenar os

genes de expressão da comunidade inteira, permitindo com que a cultura bacteriana comporte-

se como um organismo multicelular (SCHAUDER et al., 2001).

A produção de Carbepenen (antifúngico e antibiótico) é dependente da densidade, e,

além disso, ocorre simultaneamente com a produção de exoenzimas. Durante a infecção,

Pectobacterium não só destrói o tecido da planta por nutrientes, mas também inibe, por meio

24

da síntese deste antibiótico, o crescimento de outras espécies de bactérias que poderiam ser

competidoras (PIERSON et al., 1999). A síntese deste antibiótico é regulada por uma

molécula sinalizadora (auto-indutora) o AHL, N-(3-oxohexanoyl) – homoserina lactona. A

partir da descoberta dessa molécula, como uns dos fatores para patogênese (ALT-MORBEE

et al., 1996; LOH et al., 2002), a inativação ou degradação de AHLs, tornou-se alvo para

controle de doenças. Várias plantas e componentes microbiais mostraram ter atividade contra

AHLs. Recentemente, duas proteínas de bactérias que degradam AHLs foram descritas. Em

espécies de Bacillus isolados de solo, AHL-lactonase codificado pelo gene aiiA foi

identificado (DONG et al., 2001; REIMMANN et al., 2002). Outra bactéria de solo,

Variovorax paradoxus, foi identificada como degradadora de AHLs, presumivelmente pela

produção de uma aminoacylase (LEADBETTER et al., 2000).

A primeira aplicação para o conhecimento do papel das moléculas auto-indutoras na

patogênese bacteriana, foi introduzir o gene aiiA, clonado de Bacillus sp. em plantas de tabaco

e batatas (DONG et al., 2001). Este gene codifica uma AHLs-lactonase, e que após

introdução na planta geneticamente, inibe o sistema de quorum-sensing de P. carotovora,

resultando no aumento de resistência da planta contra a doença (MÄE et al., 2001). Neste

contexto, Molina, et al. (2003) construíram uma linhagem de Pseudomonas fluorescens

P3/pME6863 expressando este gene aiiA da bactéria Bacillus sp. Após inoculação na planta,

P. fluorescens P3/pME6863 reduziu significantemente a podridão mole causada pela P.

carotovora e coroa de galho em tomate causada por Agrobacterium tumefaciens. A supressão

da podridão mole em batata foi observada até mesmo quando P. fluorescens P3/pME6863 foi

aplicada nos tubérculos 2 dias após o patógeno, indicando que o biocontrole não é só

preventivo, mas também curativo.

2.3. Diversidade genética avaliada por ARDRA

A evolução das metodologias de biologia molecular, e a sua aplicação ao estudo do

meio ambiente, têm contribuído significativamente para um grande avanço do conhecimento

sobre a diversidade microbiana. Resultados de estudos independentes de isolamento e cultivo,

baseados em amplificação e sequenciamento dos genes de rRNA como o 16S (16S rDNA),

região que é altamente conservada entre as espécies de procariotos (WOO et al., 2003),

demonstraram que a diversidade de microrganismos em amostras ambientais é vasta (HEAD,

1998; HUNTER-CEVER, 1998).

25

Técnicas moleculares como ARDRA é aplicada para o estudo da diversidade

microbiana. Essa técnica consiste na amplificação e posterior digestão do rDNA com enzimas

de restrição. Este método é baseado no princípio de que os sítios de restrição no rDNA são

conservados de acordo com padrões filogenéticos. Desta forma, pode ser utilizado o 16S

rDNA para o estudo de grupos heterogêneos, ou a região espaçadora entre o 16S e o 23S

rDNA para o estudo de grupos muito similares (HEYNDRICKX et al., 1996; VAN ELSAS et

al., 1998; RANJARD et al., 2000). Recentemente, a metodologia de ARDRA tem sido

aplicada para o estudo da diversidade microbiana associada a vegetais ou a diferentes solos

(OVREAS e TORSVIK, 1998; CHELIUS e TRIPLETT, 2001). O valor deste método está na

sua rapidez e habilidade para avaliar diferenças entre grupos filogenéticos, efetuando análises

em vários níveis de classificação, inclusive em estudos de evolução, gerando novos

marcadores para estudos de genética de populações (JORGENSEN e CLUSTER, 1989).

Torres (2005) utilizou a análise por ARDRA e sequenciamento do 16S rDNA, para

avaliar a diversidade genética de bactérias endofíticas pertencentes ao grupo de

Enterobacteriaceae obtidas de cacau, cana-de-acúcar, citros, eucalipto e soja. Baseada nas

análises de ARDRA foi observada uma alta especificidade entre o isolado e seu hospedeiro,

extremamente evidente para citros, cacau e eucalipto.

2.4. Controle biológico de fitopatógenos

2.4.1. Aspectos Gerais

Controle biológico utiliza microrganismos com propriedades antagônicas, mudanças

nas condições ambientais, reduzindo dessa forma a população da praga ou patógeno a níveis

que não causam prejuízos à produção.

O controle natural e o controle biológico de insetos e doenças de plantas de interesse

agrícola ganharam especial atenção pelo fato de apresentar menores custos e menos riscos ao

ambiente, devido a redução do o uso de produtos químicos. Controle biológico foi

freqüentemente usado para defender o desenvolvimento básico e aplicado na pesquisa não só

no Brasil, mas também na América do Sul (LEUCUONA, 1996; ALVES, 1998; MELO e

AZEVEDO, 1998). De fato, por ter uma vasta área de agricultura e o maior território de

regiões tropicais, Brasil e toda América latina, mostram ter sua agricultura severamente

afetada por pestes. O uso de agroquímico, embora diminua o ataque de insetos e

microrganismos fitopatogênicos, ainda representa um alto risco aos trabalhadores do campo e

26

consumidores. Em adesão o uso deste, em certos casos é economicamente inviável. O

controle de pestes e doenças por meio do uso de processos biológicos, por exemplo, uso de

microrganismos entomopatogênicos ou aqueles que inibe/antagonisa outros microrganismos

patogênicos das plantas, é uma alternativa que pode reduzir ou eliminar o uso de produtos

químicos na agricultura (AZEVEDO et al., 2000).

O uso de agroquímico como inseticidas e fungicidas são responsáveis pela eliminação

de importantes espécies como insetos que controla outras pestes e microrganismos que

representam um papel crucial ao meio ambiente, inibindo o crescimento e a multiplicação de

outros fungos e bactérias. Um grupo que é afetado por esta modificação antropogênica é o de

endófitos, os quais são aqueles microrganismos que habitam o interior das plantas, sem causar

danos aparentes ou estruturas externas visíveis (AZEVEDO e ARAÚJO, 2006). Nos anos 70,

os endófitos foram inicialmente considerados neutros, não causando benefícios e nem

prejudicando as plantas, sendo posteriomente avaliados e verificados que apresentam um

importante papel na proteção do hospedeiro contra predadores e patógenos (AZEVEDO et al.,

2000).

Estudos confirmam a interação mutualista entre a planta hospedeira e endófitos, na

qual a planta representa proteção e fonte de nutrientes e em contrapartida os endófitos

produzem compostos antimicrobianos (PLEBAN et al., 1997; BARKA et al., 2002;

MARCON, 2002; KUNOH, 2002; BACON e HINTON, 2002; TAECHOWISAN et al.,

2003), indução de resistência sistêmica (M’PIGA et al., 1997; BENHAMOU et al., 1998;

SIDDIQUE e SHAUKATA, 2002; LODEWYCKX et al., 2002; CLAY e SCHARDL, 2002)

ou produzindo enzimas (quitinases ou celulases) que degradam a parede celular de fungos

patogênicos (PLEBAN et al., 1997; DOWNING e THONSON, 2002; EL-TARABILY,

2003).

As bactérias endofíticas ocupam um nicho ecológico semelhante ao de fitopatógenos,

sendo por esse motivo sugerido que estes microrganismos apresentam grande potencial para o

controle biológico destes patógenos (HALLMANN et al., 1997; KUNOH, 2002; COOMBS et

al., 2004). Desde então, a partir dos anos 80, vários estudos com microrganismos endofíticos

estão sendo realizados, dentre esses, espécies economicamente importantes como citrus

(CHILDS et al., 1965; ARAÚJO et al., 2001; ARAÚJO et al., 2002), algodão (MISAGHI e

DONNDELINGER, 1990), cana-de-açúcar (DOBEREINER, 1992; DONG et al., 1994;

SUMAN et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2002; BODDEY et al., 2003), trigo (RUPPEL et al.,

1992; LARRAN et al., 2002; CONN e FRANCO, 2004), milho (FISHER et al., 1992;

SOUZA, 1996; ARAÚJO et al., 2000; ESTRADA et al., 2002), banana (PEREIRA et al.,

27

1999), batata (GARBEVA et al., 2000; REITER et al., 2002; LONG et al., 2003), Oncidium

Flexuosum (Orchidaceae) (BRANDT, 2004), ervilha (ELVIRA-RECUENCO), arroz

(ELBELTAGY et al., 2000; ELBELTAGY et al., 2001; JIMÉNES et al., 2003), cenoura

(SURETTE et al., 2003), soja (KUKLINSKY-SOBRAL et al., 2004) e eucaliptos

(PROCÓPIO, 2004).

As bactérias endofíticas podem promover também o crescimento de forma direta e

indireta. A promoção de crescimento de forma direta ocorre pela produção de fitohormônios

(PATTEN e GLICK, 2002; VERMA et al., 2001; PEDRAZA et al., 2004), fixação biológico

de nitrogênio (RIGGS et al., 2001;OLIVEIRA et al., 2002; COCKING, 2003) e solubilização

de fosfato inorgânico e mineralização de fosfato orgânico que poderá ser utilizado pela planta

(RODRIGUEZ e FRAGA, 1999; VERMA et al., 2001); Indiretamente a promoção de

crescimento ocorre devido à síntese de antibiótico (RAUPACH e KLOEPPER 1998;

BONATERRA et al., 2003) ou sideróforos (BELLIS et al., 2001) produzido pela bactéria

endofítica, os quais reduzem os efeitos deletérios causados por microrganismos

fitopatogênicos.

A comunidade endofítica é muito dinâmica, havendo interações entre as espécies

bacterianas e entre estas com o hospedeiro. Araújo et al. (2001) isolaram inúmeras bactérias

endofíticas de porta-enxertos de citros, entre elas Alcaligenes sp., Bacillus megaterium, B.

pumilus, B. subtilis, B. cepacea e P. agglomerans. Foram realizados testes in vitro de

interação entre tais bactérias e Guignardia citricarpa, a qual pode influenciar a composição

da população endofítica nas folhas deste hospedeiro. Neste estudo foi verificado que o fungo

G. citricarpa, isolado endofiticamente de folhas, inibiu inúmeras bactérias do gênero Bacillus,

e estimulou o crescimento de Erwinia herbicola (sin. P. agglomerans) (ARAÚJO et al., 2001;

AZEVEDO et al., 2000), mostrando que um microrganismo pode alterar a comunidade

endofítica da planta hospedeira.

Brandt (2004), isolou bactérias endofíticas de Oncidium flexuossum (Orchidaceae) de

folhas, pseudobulbo, rizoma e raiz para avaliar a capacidade das bactérias em produzir auxina,

solubilizar fosfato e fixar nitrogênio importantes na promoção de crescimento vegetal. Este

estudo poderá servir de subsídio para o desenvolvimento de estratégias de controle biológico

de patógenos de orquídeas, bem como avaliar o potencial biotecnológico destas bactérias na

área farmacêutica, industrial e agrícola.

Estudos têm mostrado que pelo menos 15 gêneros (Tabela 2) de bactérias são capazes

de controlar doenças fúngicas ou bacterianas, destes, Bacillus e Pseudomonas tem mostrado

um maior potencial para o controle efetivo de doenças (ARAÚJO, 2000).

28

Tabela 2. Bactérias endofíticas isoladas de tecidos vegetais sadios. Com potencial para o controle biológico de

doenças fúngicas e bacterianas (modificado de Araújo, 2000)

Endofíticos Patógeno Hospedeiro Alcaligenes piechaudii Xanthomonas campetris Repolho Arthrobacter ilicis; Agrobacterium tume faciens, Bacillus brevis; B. megateium; Cellulomonas turbata; Curtobacterium citreum; Klebsiela pneumonae; Pseudomonas cichorii; P. corrugata; X. campestris; X. orizae

Rhizoctonia solani Trevo e batata

Bacillus spp. Verticillium dabliae Acer sp. Bacillus alcalophilus; Curtobacterium luteum; Pseudomonas sp.; Serratia liquefaciens; S. plymuthica;

Pectobacterium carotovora var. atroseptica

Batata

Bacillus amyloliquefaciens Botrytis cinerea e P. carotovora var. atroseptica

Batata e Pêra

B. cereus R. solani; Sclerotium rolfsii Algodão e feijão B. pumilus Botrytis cinérea;

Colletotrichum orbiculare; Erwinia tracheiphila; Fusarium oxysporum; Pseudomonas syringae pv. Lacrymans; R. solani; Sclerotina rofsii

Pepino, pêra, tomate algodão, feijão

B. subtilis Colletotrichum orbiculare; Cryphonectria parasítica; E. tracheiphila; P. syringae pv. Lacrymans; Pythium ultimum; R. solani; S. rolfsii

Algodão, feijão, pepino, castanha, poncã

Burkholderia cepacia F. oxysporum f. sp cubense Banana C. flaccumfaciens C. orbiculare; E

tracheiphila; P. carotovora var. atroseptica; P. syringae pv. lacrymans; R. solani

Batata, pepino, trevo

Enterobacter cloacae F. moniliforme Algodão e milho Kluyvera ascorbata X. campestres pv.

campestris Repolho

Pantoea agglomerans P. carotovora var. atroseptica; E. amylovora; R. solani

Batata, pêra, trevo

Psudomonas sp. Verticillium dabliae Tomate P. aureofaciens A. tumefaciens Uva e framboesa P. denitrificans Cerotocystis fagacearum Carvalho

29

Tabela 2. Bactérias endofíticas isoladas de tecidos vegetais sadios. Com potencial para o controle biológico de

doenças fúngicas e bacterianas (modificado de Araújo, 2000) (Continuação)

Endofíticos Patógeno Hospedeiro P. fluoresens Agrobacterium tumefaciens;

C. orbiculare; F. oxysporum; Phoma tracheiphila; P. syringae pv. lachrymas; Pythium ultimum; R. solani; S. rolfsii

Algodão, arroz, cravo, framboesa, pepino, pncã, rabanete, tomate, uva

P. putida C. fagacearum; R. solani Arroz e carvalho P. solanacearum V. dalhiae Batata Streptomyces sp. Phytophthora cinnamont e

Pestalotiopsis sydowiana Rododendrom

No Brasil, o controle biológico começou a ser utilizado com o fungo entomo-

patogênico Metarhizium anisopliae, no controle das cigarrinhas da cana e das pastagens

(ATHAYDE et al., 2001; ALVES, 1998). Na cultura do cacau, o fungo Trichoderma tem sido

utilizado em restos de ramos doentes para o controle do fungo Crinipellis perniciosa, agente

causal da vassoura de bruxa, mostrando que esta estratégia se bem conduzida pode resultar em

controle efetivo de pragas e doenças.

2.4.2. Utilização de Burkholderia para o controle de doenças

Dentre os vários microrganismos endofíticos estudados e pesquisados, um grupo de

bactéria que representa grande interesse, pertence ao gênero Burkholderia. As espécies do

gênero Burkholderia possuem uma ampla distribuição, ocorrendo em solos (ACHOUAK et

al., 1999), águas (VERMIS et al., 2003) e associados com plantas (BALANDREAU et al.,

2001; BEVIVINO et al., 1998; MOULIN et al., 2001, PROCÓPIO, 2004), fungos (LIM et

al., 2003), animais e humanos (COENYE et al., 2001). Algumas espécies de Burkholderia

foram encontradas associadas a fungos. B. fungorum foi isolada do fungo Phanerochaete

chrysosporium, e foi sugerido que possa ser uma relação simbiótica entre esta bactéria e o

fungo (COENYE et al., 2001). Em outro exemplo do potencial de simbiose, Burkholderia foi

encontrado na junção de meio de intestino e no intestino de formigas Tetraponera, onde pode

estar envolvido com a reciclagem oxidativa dos resíduos metabólicos de nitrogênio-rico

(VAN BORM et al., 2002).

Em geral, espécies de Burkholderia são bactérias saprofíticas de solos, mas espécies

como B. mallei e B. pseudomallei podem causar doenças em animais e humanos (DANCE,

2000). Da mesma forma B. cepacia que pode ser isolada de amostras clínicas, principalmente

30

de pacientes com fibrose cística (FC), onde são considerados serem patógenos oportunistas

(COENYE et al., 2001).

Espécies pertencentes ao gênero Burkholderia foram identificadas como agente de

biocontrole em muitos patógenos de plantas, como, Pythium aphanidermatum, Pythium

ultimum, Fusarium sp., Phytophthora capsici e Rhizoctonia solani (CAIN et al., 2000;

HEBBAR et al., 1998; HEYDARI et al., 1998; LI et al., 2002). Além disso, um isolado de

Burkholderia sp. inibe o crescimento de bactérias e leveduras patogênicas (CAIN et al.,

2000). A habilidade de Burkholderia em reprimir doenças em plantas foram observadas em

diferentes produtos agrícolas, tais como milho, milho doce, algodão, ervilha, tomate e

pimentão (HEBBAR et al., 1998; HEYDARI et al., 1998; LI et al., 2002). Em muitos estudos

mencionados acima, o mecanismo envolvido na repressão de doenças não foi muito bem

entendido. Componentes antibióticos tal como phenazina e pyrrolnitrina podem ser

produzidos por B. phenazinium, B. pyrrocinia, B. ambifaria AMMD e B. cepacia NB-1 e um

novo lipopetídeo antifúngico foi identificado em B. cepacia variedade BC11 (EL BANNA et

al., 1998; KANG et al., 1998). Procópio (2004) avaliou em teste de interação “in vitro” um

isolado de Burkholderia cepacia (EGS15), endofítico de Eucalyptus spp., mostrando que este

isolado foi capaz de afetar o crescimento dos fungos patogênicos Rhysoctonia solani,

Cylindrocladium scoparium e Botrytis cinerea.

A fixação biológica de nitrogênio é um processo comum entre as espécies de

Burkholderia, visto que a habilidade para fixar nitrogênio atmosférico, inicialmente

observado somente em B. vietnamiensis, foi estendida para outras espécies, incluindo B.

kururiensis (ESTRADA-DE LOS SANTOS et al., 2001), B. unamae (CABALLERO-

MELLADO et al., 2004), B. tropica (REIS et al., 2004; WEBER et al., 2000) e B. brasilensis

(REIS et al., 2004; WEBER et al., 2000). As plantas de arroz produzidos no Brasil possuem a

capacidade de fixar 31% do total de nitrogênio e, quando inoculados com uma espécie

endofítica de Burkholderia, esse valor aumentou para 69% do total de fixação (BALDANI et

al., 2000). Além disso, esse aumento da fixação de nitrogênio, com a introdução de

Burkholderia diazotrófica, foi observado também em cana-de-açúcar e em milho (RIGGS et

al., 2001), mostrando que não ocorre especificidade desta bactéria ao hospedeiro.

Espécies de Burkholderia são utilizadas também como bioremediadores, um processo

em que os microrganismos trabalham para reduzir a concentração e toxicidade de poluentes

químicos do meio ambiente (DUA et al., 2002). Muitas variedades diferentes, todas

identificadas como B. cepacia, têm mostrado uma habilidade para degradar componentes

31

xenobióticos, tal como cianida e bifenilas policlorados (PCBs) (ADJEI et al., 1999;

MALTSEVA et al., 1999).

Esses estudos demostram a importância do uso de endótitos, neste caso, espécies de

Burkholderia, para o controle de doenças de interesse agrícola, bem como para a produção de

moléculas de interesse farmacêutico. Mas esta diversidade pode ser afetada principalmente

por mudanças nos manejos agrícolas, como o uso intensivo de agroquímicos, os quais podem

alterar a frequência desses microrganismos.

32

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a utilização de bactérias endofíticas para

o controle da podridão mole em Orquídeas, causada por Pectobacterium carotovora (Sin.:

Erwinia carotovora).

3.2. Objetivos específicos

- Selecionar bactérias endofíticas antogonistas a Pectobacterium carotovora in vitro;

- Avaliar o controle da podridão mole de Oncidium Aloha Iwanaga utilizando

bactérias endofíticas;

- Avaliar a diversidade genética de P. carotovora por meio de ARDRA;

- Avaliar a especificidade de diferentes haplótipos de P. carotovora a Oncidium

Aloha Iwanaga;

- Avaliar a especificidade de P. carotovora de Oncidium a diferentes espécies de

orquídeas.

33

4. MÉTODOS

4.1 . Isolados bacterianos e condições de cultivo

Além dos isolados de Pectobacterium sp. obtidos no presente trabalho, foram

utilizados 3 isolados de P. carotovora subsp. carotovora (Pcc), 3 de P. carotovora subsp.

atroscepticum (Pca), 2 de P. carotovora subsp. odorífera (Pco), 1 de P. carotovora subsp.

chrysanthemi (Pch) (BENELLI et al., 2004) e 6 isolados de P. carotovora subsp. brasiliensis

(Pcbr) (DUARTE et al., 2004). Os isolados foram cultivados em meio TSB 5% (Caldo Soja

Triptonado) a 28ºC por 5 dias.

As 150 bactérias endofíticas foram também isoladas de Oncidium flexuosum

(BRAND, 2004), as quais pertencem à coleção do Núcleo Integrado de Biotecnologia

(NIB/UMC, Mogi das Cruzes, São Paulo). Foram utilizados também, isolados endofíticos de

Burkholderia sp., obtidos de Eucalyptus (PROCÓPIO, 2004) e de cana-de-açúcar da coleção

do Laboratório de Genética de Microrganismos (ESALQ/USP, Piracicaba, São Paulo). As

bactérias foram cultivadas em meio TSB 5% a 28ºC por até 5 dias.

4.1.1. Isolamento de Pca e confirmação de patogênese

Para o isolamento de Pectobacterium sp. de lesões de orquídeas, foram coletadas 10

amostras de folhas e 10 pseudobulbos de Oncidium Aloha Iwanaga e 5 amostras de folhas e 5

amostras de pseudobulbos de Oncidium Sherry Baby de diferentes plantas sintomáticas. Para

isso, o tecido vegetal foi desinfectado superficialmente por meio de tratamento em álcool 70%

por 1 minuto, hipoclorito de sódio (2% de cloro ativo) por 1 minuto, álcool 70% por 1 minuto

e lavado com água destilada esterilizada. Foram cortados segmentos de 2 por 2cm e colocados

em placas de petri com meio TSB 5% suplementado com o fungicida Benomyl (50µg.ml-1), e

incubados a 28º C por até 5 dias.

Para confirmação da patogênese dos isolados de Pectobacterium, estes foram

cultivados em meio TSB 5% a 28ºC por 5 dias, introduzidos em frutos de pimentão verde

(Capsicum annuum L.), lavados com água destilada e esterilizada (TAKATSU et al., 1981).

Os pimentões foram colocados em bandeja, cobertos com papel pardo e incubados a 28ºC por

até 3 dias para a confirmação do sintoma de podridão mole. O pimentão é utilizado como

modelo para a detecção de bactérias pectinolíticas (TAKATSU et al., 1981).

34

4.1.2. Interação in vitro das bactérias endofíticas e Pca

Cinco linhagens de P. carotovora foram crescidas em meio TSB 5% líquido,

incubadas (150rpm) a 28ºC por 18 horas e semeadas (105 UFC.mL-1 ) sobre meio TSB 5%.

Em seguida 50 µl do sobrenadante da bactéria endofítica (crescido em meio TSB 5% por 18

horas) de interesse foram colocados em uma cavidade (0,5 cm) feita previamente no meio

TSB 5% inoculado com Pectobacterium e mantidasa 28º C por 5 dias. A inibição da bactéria

patogênica foi caracterizada pela formação de halo.

4.1.3. Inoculação em folhas de Oncidium

Os diferentes isolados de Pectobacterium sp.e a avaliação da interação de P.

carotovora (11-ORQF04F e 16-ORQF03J) com bactérias endofíticas, fragmentos (2 x 2 cm)

foram colocados em câmara úmida (5 fragmentos por câmara), em folhas de Oncidium. Para

isso, todos os isolados foram crescidos em 5ml do meio TSB 5% líquido a 28ºC por 18 horas

e 5µl da cultura bacteriana diluída (105 UFC mL-1) foram inoculados nos fragmentos

previamento perfurados com palito de madeira. Após inoculação, as amostras foram mantidas

em câmara úmida a 28ºC por até 5 dias. Todos os experimentos foram realizados com, pelo

menos, 5 repetições, e foi sempre utilizado como controle fragmentos inoculados com o

tampão PBS, somente com o patógeno ou somente com o endófito.

4.1.4. Controle da podridão mole na planta hospedeira

Mudas de Oncidium cultivadas in-vitro foram aclimatadas e cultivadas em vasos com

musgo esfagno. As mudas foram mantidas em casa de vegetação, com sombreamento de 50%

e regime de rega, duas a três vezes por semana, ou de acordo com a necessidade. Os

diferentes isolados de Pectobacterium sp. foram inoculados em pelo menos uma folha de

Oncidium. Para isso todos os isolados foram crescidos em 5ml do meio TSB 5% líquido a

28ºC por 18 horas e 5µl da cultura bacteriana diluída (105 UFC mL-1) foram inoculados nos

fragmentos previamento perfurados com palito de madeira. Após inoculação, as amostras

foram mantidas em câmara úmida a 28ºC por até 5 dias.

35

4.1.5. Análise da especificidade de Pectobacterium carotovora a diferentes

hospedeiros.

Para avaliar a especificidade dos isolados de Pectobacterium a diferentes espécies de

orquídeas, o procedimento descrito no item 4.1.4 foi repetido com plantas dos gêneros

Oncidium, Phalaenopsis, Cattleya e Miltonia. A capacidadede Burkholderia sp. em controlar

a podridão mole também foi avaliada nestas plantas. Para isso, o procedimento descrito no

item 4.1.3 foi repetido, utilizando diferentes concentrações (105; 104; 103 UFC.mL-1) da

bactéria endofítica. Em cada concentração foram inoculados 5µl de 105 UFC.mL-1, 5µl de 104

UFC.mL-1 e 5µl de 103 UFC.mL-1.

Em outro experimento as diferentes subespécies de P. carotovora. foram inoculadas

em fragmentos de folhas de Oncidium (de acordo com o item 4.1.3) para avaliar a

especificidade da planta à bactéria patogênica.

4.1.6. Análise da variabilidade genética de Pectobacterium por ARDRA

4.1.6.1. Extração do DNA total de Bactérias

As bactérias foram crescidas em 5ml de TSB 5% por 24h a 28ºC sob agitação de

(150rpm). Dois a 4ml da cultura foram centrifugados a 12000 X g por 5 minutos, descartado

o sobrenadante e ressuspendido em 500µl de TE (10ml Tris-HCL 1M pH 7,5; 2ml EDTA

0,5M pH 8,0; 1000ml de água destilada), centrifugado e ressuspendido em 500µl de TE,

adicionados 30µl de SDS 10% e 0,5g de sílica. As células foram agitadas em um

homogenizador (BeadbeaterTM, Biospec Products) por 45s a 3500 X g . Às células lisadas

foram adicionadas 250µl de fenol saturado e 250µl de clorofórmio, homogenizado por

inversão e centrifugados a 12000 X g por 5 minutos. A fase superior foi transferida para um

novo tubo e acrescentado 450µl de clorofórmio, centrifugado, transferido novamente para um

novo tubo e adicionado 0,1µl do volume de NaCL e 0,6 do volume de isopropanol, incubados

por 5 minutos a temperatura ambiente e em seguida centrifugado por 10 minutos a 12000 X g.

O precipitado do DNA foi lavado com etanol 70%, seco a 37ºC por 30 minutos,

ressuspendido com TE e deixado em banho-seco a 60ºC por 10 minutos. O DNA total foi

analisado em gel de eletroforese em gel de agarose (1,2%).

36

4.1.6.2. Amplificação do 16s rDNA

A amplificação do 16s rDNA foi realizada por meio da técnica PCR com os primers

universais P027F (5’-GAGAGTTTGATCCTGGCTCAG-3’) e 1378R (5’-

CGGTGTGTACAAGGCCCGGAACG-3’). As reações apresentaram volume final de 50µl

contendo 0,5 a10ng de DNA molde; 0,1 de cada primer; 2,5mM de cada dNTPs; 3,75 mM de

MgCl2 e 0,05U da enzima Taq DNA polimerase em 20 mM de Tris-HCL pH 8,4 e 50 mM

KCL.. Em todas as reações foi utilizado um controle negativo sem o DNA molde.

A reação de amplificação foi realizada em termociclador (Perkin-Elmer GeneAmp®

PCR System 9700) programado para realizar um desnaturação inicial a 94ºC por 4 min., 25

ciclos de desnatuaração a 94ºC por 30s, anelamento a 63ºC por 1 min e extensão de primers

72ºC por 1 min., seguida de extensão final a 72ºC por 7 min. Após a amplificação, 5µl da

reação de PCR foram avaliados por eletroforese em gel de agarose (1,2%) em tampão 1x TAE

e corado com brometo de etídio.

4.1.6.3. Clivagem do 16S rDNA (ARDRA)

Para a clivagem, foram utilizadas 1µg do fragmento de 16s rDNA amplificado,

clivados com as enzimas de restrição MboI, AluI e HhaI, empregando uma enzima para cada

reação de digestão. As reações de digestão foram realizadas a 37ºC por 2 horas, em volume

final de 15µl. Após a digestão, toda a reação foi analisada por eletroforese em gel de agarose

(2% p/v) em 1x TAE, juntamente com o marcador de peso molecular DNA Ladder 100pb

(Life Technologies). Em seguida o gel foi corado com brometo de etídio, observado sobre luz

ultravioleta e fotodocumentado.

4.1.6.4. Análise dos dados

Os dados obtidos nos géis de eletroforese foram transformadas em dados binários (1

para presença e 0 para ausência de bandas). Foram consideradas somente bandas fortes e com

alta reprodutibilidade. Os dados foram colocados no programa NTSYS-pc (Numerical

Taxonomy and Multivariante Analysis Systen, versão 2.02), o qual construiu uma matriz de

similaridade, utilizando o coeficiente de Jaccard (J). A partir dessa matriz foi construído o

dendrograma pelo método UPGMA (“Unweighted Pair-Group Method Using Arithmetic

Average”), estabelecendo a correlação genética entre os diferentes isolados.

37

4.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2.1. Isolamento de Pectobacterium carotovora

As bactérias obtidas de lesões em folhas e pseudobulbo de orquídeas foram purificadas

e colônias isoladas foram inoculadas em pimentão, para confirmar a capacidade de causar

podridão mole neste hospedeiro, típico da Pectobacterium carotovora (Pca). Todos o isolados

causaram sintomas em pimentão e, dessa forma, 5 isolados foram selecionados e reinoculados

nos hospedeiros específico (Oncidium Aloha Iwanaga) para confirmação do postulado de

Koch.

4.2.2. Seleção in vitro de Bactérias Endofítica com habilidade de inibir o

crescimento de Pectobacterium carotovora A seleção in vitro de bactérias endofíticas capazes de inibir Pca mostrou que na

população bacteriana avaliada (isolados de Oncidium flexuosum, Eucalyptus sp. e Saccharum

sp.), a freqüência de isolados produtores de substâncias antagônicas a Pca é muito baixa,

visto que de 125 isolados avaliados nenhum foi capaz de inibir o crescimento de Pca. Tendo

em vista que a inibição de um patógeno pode envolver competição e parasitismo, foram

também utilizadas para a seleção de potenciais agentes de controle da podridão mole de

orquídeas.

4.2.3. Interação em fragmentos de folha de Oncidium

Para a interação entre bactérias endofíticas e Pca, foram avaliados 28 isolados

endofíticos de O. flexuosum, juntamente com 5 isolados de Burkholderia sp. obtidos de

eucaliptos e cana-de-açúcar. Da mesma foram que observado para os experimentos in vitro,

nas análises in planta os isolados endofíticos de O. flexuosum não inibiram os patógenos, fato

este constatado pela observação dos sintomas de podridão mole nos fragmentos foliares da

planta hospedeira. Entretanto, os isolados de Burkholderia foram capazes de inibir o

aparecimento dos sintomas da podridão mole nos fragmentos foliares, sendo o isolado SpII2,

de Eucalyptus, o mais eficiente, inibindo completamente o desenvolvimento dos sintomas

causados por P. carotovorum no fragmento foliar da planta avaliada (Figura 3). Nas amostras

onde foi apenas inoculado o isolados SpII2 foi observada apenas uma reação de

38

hipersensibilidade (Figura 3), a qual poderia ser responsável pela inibição dos sintomas da

podridão mole.

Diversos trabalhos têm mostrado o potencial da utilização de Burkholderia no controle

de fitopatógenos (CAIN et al., 2000; KANG et al., 1998 e PROCÓPIO, 2004), sendo

atribuída este controle à produção de compostos antimicrobianos. Entretanto, tendo em vista

que os isolados de Burkholderia avaliados não inibiram Pca in vitro pode ser sugerido que

neste caso a inibição possa envolver outros mecanismos como competição, degradação de

moléculas sinalizadoras (quorun sensing) ou produção de composto antimicrobiano induzido

pela presença do patógeno.

Figura 2. Interação entre Pectobacterium carotovora e Burkholderia em folhas de Oncidium (A) Sintoma causado pela Pectobacterium carotovora. (B) O meio de cultura não causou lesão. (C) Inibição causada pela Burkholderia contra a Pectobacterium carotovora, no local uma reação de hipersensibilidade. (D) A Burkholderia não causou danos a planta. Fonte: Foto – Sonia N. Minami.

Patógeno

Patógeno

+

bacteria endofítica

Meio de cultura

Bactéria endofítica

A B

C D

39

4.2.4. Análise da especificidade de Pectobacterium carotovora a diferentes

hospedeiros. Nesse experimento com diferentes hospedeiros e diferentes diluições foi observado

que a inibição de Pca por Burkholderia, depende das concentrações utilizadas e também do

hospedeiro, pois em concentrações semelhantes (105 UFC ml-1) do endófito e do patógeno, foi

observada inibição total dos sintomas da podridão mole causada por P. carotovorum.

Entretanto, em concentrações menores do endófito (104 e 103 UFC ml-1) essa inibição não foi

observada em Oncidium, Cattleya e Phalaenoposis. Em Miltonia sp. a inibição não foi

observada em nenhuma das concentrações avaliadas, mostrando que este controle depende de

uma interação patógeno-endófito-hospedeiro (Figura 3).

No experimento em que foram inoculadas as diferentes subespécies de P. carotovora

em folhas de Oncidium, as subespécies patogênicas em batata, não causaram sintomas nas

folhas de Oncidium. Já os isolados de Oncidium e Sherry Baby causaram sintomas típicos de

podridão mole (Figura 4), mostrando que ocorre especificidade dos isolados de P. carotovora

ao seu hospedeiro.

Esta suscetibilidade de orquídea a somente os seus isolados, não é observado em

batata (Solanum tuberosum), visto que todas as subespécies são capazes de causar podridão

mole neste hospedeiro. P. carotovora pode causar doenças em diferentes hospedeiros, mas as

subespécies existentes podem causar doenças em hospedeiros específicos (WALDEE, 1945),

sendo que P. carotovora subsp. carotovora (Pcc) pode causar sintomas de podridão em

tecidos de uma ampla variedade de plantas (WALDEE, 1945), enquanto que P.c. subsp.

atrocepticum (Pca) causa sintomas de canela-preta em batatas e podridão em tubérculos de

batatas estocadas (WALDEE, 1945). Já P.c. subsp. betavasculorum (Pcb) causa necrose

vascular em raízes de beterraba açucareira (THOMSON et al., 1981), P.c. subsp. wasabiae

causa podridão em nabo japonês (GOTO e MATSUMOTO, 1987), P.c. subsp. odoriferum

(Pco) podridão viscosa em endivia (GALLOIS et al., 1998), e P.c. subsp. chrysanthemi causa

murcha vascular ou necrose parenquimal em uma ampla variedade de plantas ornamentais e

agrícolas, como o milho (BRENNER et al., 1973).

Recentemente, foi proposta uma nova subespécie, P.c. subsp. brasiliensis (Pcbr)

(DUARTE et al. 2004), a qual pode ser específica para o Brasil, visto que estirpes brasileiras,

identificadas como Pectobacterium carotovora subsp. atrosepticum, apresentam perfis

genético, bioquímicos, fisiológicos e sorológico diferentes que suportam uma nova subespécie

40

(DUARTE et al., 2004). Assim como a P.c. subsp. atrosepticum, a P.c. subsp. brasiliensis

causa a canela-preta em tubérculos de batata.

Figura 3. Interação endofítico e patógeno em diferentes hospedeiros e deferentes diluições do endofítico. (A) Fragmento de Oncidium inoculados com a mesma proporção do endófito e patógeno, mostrou inibição total, enquanto que diminuindo a concentração do endófito essa inibição não ocorreu. Esse mesmo resultado foi obtido em (B) Cattleya e (C) Phalaenopsis. Mas em (D) Miltonia não ocorreu inibição em nenhuma das concentrações. Fonte: Foto – Sonia N. Minami.

OOnncciiddiiuumm AAlloohhaa

IIwwaannaaggaa

CCaattttlleeyyaa

PPhhaallaaeennooppssiiss

MMiillttoonniiaa

A B

C D

TSB 5% Bc 105 Pca 105

Pca10 5 + Bc 105

Pca 105

+ Bc 104 Pca 105

+ Bc 103

TSB 5% Pca 105 Bc 105

Pca10 5 + Bc 105

Pca 105

+ Bc 104 Pca 105

+ Bc 103

TSB 5% Pca 105

Bc 105

Pca10 5 + Bc 105

Pca 105

+ Bc 104 Pca 105

+ Bc 103

TSB 5% Pca 105 Bc 105

Pca10 5 + Bc 105

Pca 105

+ Bc 104 Pca 105

+ Bc 103

41

Figura 4. Análise da especificidade de diferentes subespécies de Pectobacterium carotovora, em folhas de Oncidium Aloha Iwanaga . Pc Oncidium – P. carotovora isolado de Oncidium. Pc Sherry Baby – P. carotovora de Sherry Baby (Orquidaceae). Pco 1814 – P. carotovora subsp. odorífera. Pcbr 424 – P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcc 1113 – P. carotovora subsp. carotovora. Pca 1819 – P. carotovora subsp. atrosceptium. Pca N – P. carotovora subsp. atrosceptium. Pch N- P. carotovora subsp. chrysanthemi. Pcbr 285 – P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcbr 371 – P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcbr 1692 – P. carotovora subsp. brasiliensis. Pcc BAB –20 – P. carotovora subsp. carotovora. Fonte: Foto – Sonia N. Minami.

P.c. Oncidium

P.c. Sherry Baby Pco - 1814 Pcbr - 424 Pcc - 1131 Pca - 1819

Pca - N Pch - N Pcbr - 285 Pcbr - 371 Pcbr - 1692 Pcc – BAB-20

42

4.2.5. Controle de podridão mole de Oncidium em estufa

O controle da podridão mole observado em fragmentos de folhas foi também

verificado in planta (Figura 5), visto que a inoculação conjunta de P. carotovora e

Burkholderia sp. (isolado SpII2) resultou em controle de 100% nos sintomas da doença.

Este resultado mostra que o controle da podridão mole de orquídeas por bactérias

endofíticas pode ser efetivo. Entretanto, novos experimentos deverão ser conduzidos para

determinar as melhores dosagens e condições de aplicação do endófito para controle efetivo

do patógeno em condições de cultivo comercial. À luz do conhecimento atual, este trabalho

mostra o potencial da utilização do isolado SpII2 para o controle da podridão mole de

orquídeas.

Figura 5. Interação endofítico e patógeno em vasos e deixados em estufa. (A) Planta de Oncidium inoculado com P. carotovora. (B) Inoculado com o endofítico, mostrando não afetar a planta e (C) A inibição do crescimento de P. carotovora pela Burkholderia sp. Fonte: Foto - Sonia N. Minami.

A B C

43

4.2.6. Análise da variabilidade genética por ARDRA

Para analisar a variabilidade genética das bactérias patogênicas, foram utilizadas 3

enzimas de restrição: AluI, HhaI e MboI. A partir da combinação dos perfis obtidos com estas

3 enzimas de restrição (Figura 6) foi possível obter 7 haplótipos diferentes (Tabela 3). A

figura 7 mostra o dendrograma representando o nível de similaridade genética entre esses

haplótipos. Figura 6. Perfis de restrição do 16S rDNA de Pectobacterium sp., utilizando as enzimas AluI, HhaI e MboI. M) Marcador DNA Ladder 100 pb (Invitrogem). Pcbr 1692) Pectobacterium carotovora subsp. brasiliensis. Pca 1819) Pectobacterium carotovora subsp. atroscepticum. SB) Sherry baby e Oncidium (Orquidaceae). Pcc BAB) Pectobacterium carotovora subsp. carotovora. Pch Nor.) Pectobacterium carotovora subsp. chrysanthemi. Pcbr 424) Pectobacterium carotovora subsp. brasiliensis. Pcbr 258) Pectobacterium carotovora subsp. brasiliensis.

Pcbr

1692

Pca

1819

SB

Onci

Pcc

Bab

Pch

Nor.

Pcbr

424

Pca

1819

Pcc

Bab

Pcbr

1692

SB

Onci

Pcc

Bab

Pcbr

258

Pch

Nor.

AluI HhaI MboI

600pb 600pb

M M

44

Tabela 3. Distribuição dos haplótipos

ISOLADO ESPÉCIE HAPLÓTIPO 11-ORDF04-F P. carotovora D 12-ORDF04-E P. carotovora D 15-ORDB03-K P. carotovora D 16-ORDF03-J P. carotovora D 17-ORDF02-I P. carotovora D

SBF1B P. carotovora D SBF2B P. carotovora D SBB1 P. carotovora D

SBF1A P. carotovora D 1131 P. carotovora subsp. carotovora A 1131 P. carotovora subsp. carotovora A 1814 P. carotovora subsp. odorífera A 1814 P. carotovora subsp. odorífera A 424 P. carotovora subsp. brasiliensis B 424 P. carotovora subsp. brasiliensis B 1819 P. carotovora subsp. atrosceptium C 1819 P. carotovora subsp. atrosceptium C 1692 P. carotovora subsp. brasiliensis A 1692 P. carotovora subsp. brasiliensis A

BAB-20 P. carotovora subsp. carotovora E 285 P. carotovora subsp. brasiliensis F N P. carotovora subsp. chrysanthemy G

Foi observado que os isolados obtidos de Oncidium se agrupam formando o haplótipo

D (Tabela 3), e este haplótipo é completamente diferente dos haplótipos de isolados de batata,

mostrando que são geneticamente diferentes, podendo petencer a uma subespécie não incluída

neste trabalho ou a uma nova subespécie.

Os dados também suportam os resultados de especificidade, visto que somente

isolados do haplótipo D induziram sintomas da podridão mole em Oncidium, sugerindo que

este haplótipo pode ser específico para orquídeas. Até o presente momento, não foi observado

na literatura estudo de variabilidade genético com isolados de Pca obtidos de orquídeas.

Dessa forma, o presente trabalho deverá contribui não somente para o desenvolvimento de um

controle biológico efetivo da podridão mole de orquídeas, mas também do entendimento da

variabilidade genética nestes grupos bacterianos.

45

Figura 7. Dendrograma mostrando o nível de similaridade genética entre os 4 haplótipos obtidos por meio da análise de ARDRA com 3 enzimas de restrição. A matriz de similaridade foi calculada utilizando o coeficiente de JACCARD e o dendrograma construído pelo método de UPGMA.

Pcc Pco Pcbr

Pca

Pcbr

Pcbr

Pc. de Orq.

Pcc

Pch

95,8

74,8

90,0

42,6

57,4

46

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que:

- A bactérias endofítica Burkholderia sp., isolada de Eucalyptus sp., controla de forma

eficiente os sintomas de podridão mole em Oncidium Aloha Iwanaga, causados por

Pectobacterium carotovora;

- O controle da podridão mole causada por P. carotovora em orquídeas é dependente da

espécie hospedeira e também da concentração da bactéria endofítica Burkholderia sp.;

- Há especificidade de genótipos de P. carotovora à orquídeas;

- A análise por ARDRA e especificidade ao hospedeiro mostraram que os isolados de P.

carotovora de Oncidium são geneticamente diferente dos isolados patogênicos a batata,

suportando a idéia de pertencem a uma subespécie diferente, denominada aqui de

Pectobacterium carotovora subsp. orchidaceae.

47

6. REFERÊNCIAS

ACHOUAK, W.; CHRISTEN, R.; BARAKAT, M.; MARTEL, M.H.; HEULIN, T. Burkholderia caibensis sp. nov., an exopolysaccharide-producing bacterium isolated from vertisol microaggregates in Martinique. International Journal Systematics of Bacterialogy. v. 49, p. 787-794, 1999. ADJEI, M.D.; OHTA, Y. Isolation and characterization of a cyanide-utilizing Burkholderia cepacia strain. World Journal of Microbiology and Biotechnology. v. 15, p. 699-704, 1999. ALT-MORBEE, J.; STRYKER, J.L.; FUQUA, C.; Li, P.-L.; FARRAND, S.K.; WINANS, S.C. The conjugal transfer system of Agrobacterium tumefaciens octopine-type T1 plasmids is closely related to the transfer system of an IncP plasmid and distantly related to T1 plasmid vir genes. Journal of Bacteriology. v. 178, p. 4248-4257, 1996. ALVES, S.B. Controle microbiano de insetos. Editora Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz. Piracicaba, São Paulo, Brazil, p. 1163, 1998. ANDRO, T.; CHAMBOST, J.P.; KOTOUJANSKY, A.; CATTANEO, J.; BERTHEAU, Y.; BARRAS, F.; VAN GIJSEGEM, F.; COLENO, A. Mutants of Ech defective in secretion of pectinase and cellulase. Journal Bacteriology. v. 160, p. 1199-1203, 1984. ARAÚJO, W.L. A comunidade bacteriana endofítica de citrus e sua interação com Xylella fastidiosa, agente causal da clorose variegada dos citros (CVC). Tese de doutorado, ESALQ/USP. Piracicaba, 2000. ARAÚJO, W.L.; MACCHERONI, W.JR.; AGUILAR-VILDOSO, C.I.; BARROSO, P.A.V.; SARIDAKIS, H.O.; AZEVEDO, J.L. Variability and interactions between endophytic bacteria and fungi isolated from leaf tissues of citrus rootstocks. Canadian Journal of Microbiology. v. 47, p. 229-236, 2001. ARAÚJO, W.L.; MARCON, J.; MACCHERONI, W. JR.; ELSAS, J.D.V.; VUURDE, J.L.V.; AZEVEDO, J.L. Diversity of endophytic bacterial populations and their interaction with Xylella fastidiosa in Citrus plants. Applied and Environmental Microbiology. v. 68, p. 4906-4914, 2002. ARAÚJO, W.L.; AZEVEDO, J.L. Diversity and Applications of Endophytic Fungi Isolated from Tropical Plants. In B.N. Ganguli and S.K. Deshmukh, Fungi: Multifaceted Microbes, Anamaya Publishers, New Delhi, India, 2006. ATHAYDE, A.C.L.; FERREIRA, U.L.; LIMA, E.A.L.A. Fungos entomopatogênicos. Biotecnologia. v. 21, p. 12-15, 2001. AZEVEDO, J.L. Microrganismos endofíticos. In: Ecologia Microbiana. Melo, I.S. e Azevedo, J.L. (edts.). Editora EMBRAPA. Jaguariúna, São Paulo, Brasil, p. 117-137, 1998.

48

AZEVEDO, J.L.; MACHERONI, W.Jr.; PEREIRA, J.O.; ARAÚJO, W.L. Endophytic microrganisms: a review on insect control and recent advances on tropical plants. Electronic Journal of Biotechnology. v. 3, p. 40-65, Feb. 2000. BACON, C.W.; HINTON, D.M. Endophytic and biological control potential of Bacillus mojavensis and related species. Biological Control. v. 23, p. 274-284, 2002. BALANDREAU, J.; VIALLARD, V.; COURNOYER B.; COENYE. T.; LAEVENS, S.; VANDAMME, P. Burkholderia cepacia genomovar III is a common plant-associated bacterium. Applied and Environmental Microbiology. v. 67, p. 982-985, 2001. BALDANI, V.L.D.; BALDANI, J.I.; DOBEREINER, J. Inoculation of rice plants with the endophytic diazotrophs Herbaspirillum seropedicae and Burkholderia spp. Biology and Fertility Soils. v. 30, p. 485-491, 2000. BARKA, E.A.; GOGNIES, S.; NOWAK, J.; AUDRAN, J.C.; BELARBI, A. Inhibitory effect of endophyte bacteria on Botrytis cinerea and its influence to promote the grapevine growth. Biological Control. v. 24, p. 135-142, 2002. BARRAS, F.; VAN GIJSEGEM, F.; CHATTERJEE, A.K. Extracellular encimes and patogénesis of the soft rot Erwinia. Annual Review of Phytopathology. v. 32, p. 201-234, 1994. BASSLER, B. L.; MILLER, M. B. Prokaryotes. Virtual Books, 2001. Disponível em: http://141.150.157.117:8080/prokPUB/chaphtm/230/COMPLETE.htm Acesso em: 11 de Agosto 2005, 9:29. BELL, K.S.; AVROVA, A.O.; HOLEVA, M.C.; CARDLE, L.; MORRIS, W.; DE JONG, W.; TOTH, I.K.; WAUGH, R.; BRYAN, G.J.; BIRCH, P.R.J. Sample sequencing of a selected region of the genome of Erwinia carotovora subsp. atroseptica reveals candidate phytopathogenicity genes and allows comparison with Escherichia coli. Microbiology. v. 148, p. 1367-1378, 2002. BELL, K.S.; SEBAIHIA, M.; PRITCHARD, L.; HOLDEN, M.T.G.; HYMAN, L.J.; HOLEVA, M.C.; THONSON, N.R.; BENTLEY, S.D.; CHURCHER, L.J.C.; MUNGALL, K.; ATKIN, R.; BASON, N.; BROOKS, K.; CHILLINGWORTH, T.; CLARK, K.; DOGGETT, J.; FRASER, A.; HANCE, Z.; HAUSER, H.; JAGELS, K.; MOULE, S.; NORBERTCZAK, H.; ORMOND, D.; PRICE, C.; QUAIL, M.A.; SANDERS, M.; WALKER, D.; WHITEHEAD, S.; SALMOND, G.P.C.; BIRCH, P.R.J.; PARKHILL, J.; TOTH, I.K. Genome sequence of the enterobacterial phytopathogen Erwinia carotovora subsp. atroseptica and characterization of virulence factors. Proccedings of National Academy of Sciences USA. v. 101, p. 11105-11110, july 2004. BELLIS, P.; ERCOLANI, G.L. Growth interactions during bacterial colonizing of seedlings rootlets. Applied and Environmental Microbiology. v. 67, p. 1945-1948, 2001. BENELLI, ADILCE I.H.; DENARDIN, NORIMAR D.; FORCELINI, CARLOS A. Ação do Acibenzolar-S-Metil aplicado em tubérculos e plantas de batata contra canela preta, incitada por Pectobacterium carotovorum subsp. atrosepticum atípica. Fitopatologia Brasileira. v. 29, p. 263-267, 2004.

49

BENHAMOU, N.; KLOEPPER, J.W.; TUZUN, S. Induction of resistence against Fusarium wilt of tomato by combination of chitosan with na endophytic bacterial strain; ultrastrutura and cytochemistry of the host response. Plant. v. 204, p. 153-168, 1998. BEVIVINO, A.; SARROCCO, S.; DALMASTRI, C.; TABACCHIONI S.; CANTALE, C.; CHIARINI, L. Characterization of a free-living maize-rhizosphere population of Burkholderia cepacia: effect of seed treatment on disease suppression and growth promotion of maize. FEMS Microbiology Ecology. v. 27, p. 225-237, 1998. BOCCARA, M.; AYMERIC, J.L.; CAMUS, C. Role of endoglucanases in Erwinia chrysanthemi 3937 virulence on Saintpaulia ionantha. Journal of Bacteriology. v. 176, p. 1524-1526, 1994. BODDEY, R.M.; URQUIAGA, S.; ALVES, B.J.R.; Reis, V. Endophytic nitrogen fixation in sugarcane: present knowledge and future applications. Plant and Soil. v. 252, p. 139-149, 2003. BOLWELL, G.P.; WOJTASZEK, P. Mechanisms for the generation of reactive oxygen species in plant defence – broad perspective. Physiological and Molecular Plant Pathology. v. 51, p. 347-366, 1997. BONATERRA, A.; RUZ, L.; BADOSA, E.; PINOCHET, J.; MONTESINOS, E. Growth promotion of Prunus rootstocks by root treatment with specific bactéria strain. Plant and Soil. v. 255, p. 555-569, 2003. BOYER, M.H.; CAMI, B.; CHAMBOST, J.P.; MAGNAN, M. CATTANÉO, J. Characterisation of a new endoglucanase from Erwinia chrysanthemi. European Journal of Biochemistry. v. 162, p. 311-316, 1987. BOYER, M.H.; CHAMBOST, J.P.; MAGNAN, M.; CATTANÉO, J. Carboximethly-cellulase from Erwinia chrysanthemi. II. Purification and partial chacacterisation of an endo-α-1,4-glucanase. Journal of Biotechnology. v. 1, p. 241-252, 1984. BRANDT, M. C. P. Bactérias endofíticas de Oncidium Flexuosun (Orchidaceae) e o seu potencial para a promoção de crescimento vegetal. Tese de Mestrado. Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, SP, 2004. BRENNER, D. J.; FANNING, G.R.; STEIGERWALT, A.G. Deoxyribonucleic acid relatedness among Erwinia and other Enterobacteriaceae: the gall, wilt and dry-necrosis organisms (Genus Erwinia Wonslow et al. sensu stricto). International Journal Systematic of Bacteriology. v. 24, p. 197-204, 1973. BRENNER, D.J.; FANNING, G.R.; STEIGERWALT A.G. Deoxyribonucleic acid relatedness among Erwiniae and other Enterobacteriaceae: the gall, wilt and dry-necrosis organism. Internaltional Journal Systematic of Bacteriology. v. 24, p. 197-204, 1973. BULL, C.T.; CARNEGIE, S.R.; LOPER, J.E. Pathogenicity of mutants of Erwinia carotovora subsp. carotovora deficient in aerobactin and catecholate siderophore production. Phytopathology. v. 86, p. 260-266, 1996.

50

CABALLERO-MELLADO, J.; MARTINEZ-AGUILAR, L.; PAREDES-VALDEZ, G.; ESTRADA-DE LOS SANTOS, P. Burkholderia unamae sp. nov., an N2-fixing rhizospheric and endophytic species. Internaltional Journal Systematic of Evolution Microbiology. v. 54, p. 1165-1172, 2004. CAIN, C.C.; HENRY, A.T.; WALDO, R.H.; CASIDA L.J.; FALKINHAM, J.O. Identification and characteristics of a novel Burkholderia strain with broad-spectrum antimicrobial activity. Applied and Environmental Microbiology. v. 66, p. 4139-4141, 2000. CAMPOS, D. M. Orquídeas: Pragas e Doenças. 2º edição. Rio de Janeiro: Espressão e Cultura, p. 36-121, 2002. CHANWAY, C.P. Bacterial endophytes: ecological and pratical implications. Sydowia. v. 50, p. 149-170, 1998. CHELIUS, M.K.; TRIPLETT, E.W. The diversity of archea and bacteria in association with the roots of Zea mays L. Microbial Ecology. v. 41, p. 252-263, 2001. CHIARINI, L.; GIOVANNELLI, V.; BEVIVINO, A.; DALMASTRI, C,; TABACCHIONI, S. Different portions of the maize root system host Burkholderia cepacia population with different degrees of genetic polymorphism. Environmental Microbiology. v. 2, p. 111-118, 2000. CHIA-HUI L.; JIAN-CHENG L.; VENKATESH P.; HSIN-HAO H.; SU-JUAN Y.; JENT-TURN L.; NING-SUN Y.; HSIANG-EN H.; TENG-YUNG F.; WEN-HUEI C.; MING-TSAIR C.. The sweet pepper ferredoxin-like protein (pflp) conferred resistance against soft rot disease in Oncidium orchid. Transgenic Research. v. 12, p. 329-336, 2003. CHILDS, J.F.; KOPP, L.E.; JOHNSON, R.E. A species of Physoderma present in citrus and related species. Phytopathology. v. 55, p. 681-687, 1965. CLAY, K.; SCHARDL, C. Evolutionary origins and ecological consequence of endophyte symbiosis with grasses. The American Naturalist. v. 160, p. S99-S124, 2002. COCKING, E.C. Endophytic colonization of plant roots by nitrogen-fixing bacteria. Plant and Soil. v. 252, p. 169-175, 2000. COENYE, T.; LAEVENS, S.; GILLIS, M.; VANDAMME, P. Genotypic and chemotaxonomic evidence for the reclassification of Pseudomonas woodsii (Smith 1911) Stevens 1925 as Burkholderia andropogonis (Smith 1911) Gillis et al. 1995.International Journal Systematic of Evolution Microbiology. v. 51, p. 183-185, 2001. CONN, V.M.; FRANCO, C.M.M. Analysis of the endophytic actinobacterial population in the roots of wheat (Triticum aestivum L.) by terminal restriction fragment length polymorphism and sequencing of 16S rDNA clones. Applied and Environmental Microbiology. v. 70, p. 1787-1794, 2004.

51

COOMBS, J.T.; MICHELSEN, P.P.; FRANCO, C.M.M. Evaluation of endophytic actinobacteria as antagonists of Gaeumannomyces graminis var. tritici in wheat. Biological Control. v. 29, p. 359-366, 2004. DAHLER, G.S.; BARRAS, F.; KEEN, N.T. Cloning of genes encoding metaloproteases from Erwinia chrysanthemi EC16. Journal of Bacteriology. v. 172, p. 5803-5815, 1990. DALMASTRI, C.; CHIARINI, L.; CANTALE. C.; BEVIVINO, A.; TABACCHIONI, S. Soil type and maize cultivar affect the genetic diversity of maize root-associated Burkholderia cepacia populations. Microbiology Ecology. v. 38, p. 273-284, 1999. DANCE, D.A.B. Burkholderia pseudomallei infections. Clinical Infectious Diseases. v. 30, p. 235-236, 2000. DELEPELAIRE, P.; WANDERSMAN, C. Protein secretion in Gram-negative bacteria – the extracellular metalloprotease B from Erwinia chrysanthemi contains a C-terminal secretion signal analogous to that of Escherichia coli alpha hemolysin. Journal of Biological. Chemistry. v. 265, p. 17118-17125, 1990. DI FIORE.; Del GALLO, M. Endophitic bacteria: their possible role in the host plant. Azospirillu VI and Related Microorganism. v. G37, p. 169-187, 1995. DOBEREINER, J. History and new perspectives of diazotrophs in association with nonleguminous plants. Symbiosis. v. 13, p. 1-13, 1992. DONG, Y.H.; WANG, L.H.; XU, J.L.; ZHANG, X.F.; ZHANG, L.H. Quenching quorum-sensing-dependent bacterial infection by an N-acyl homoserine lactonase. Nature. v. 411, p. 813-817, 2001. DONG, Z.; CANNY, M.; MCCULLY, M.E.; ROBOREDO, M.R.; CABADILLA, C.F; ORTEGA, E.; RODES, R. A nitrogen-fixing endophyte of sugar-cane stems: a new role for the apoplast. Plant Physiology. v. 105, p. 1139-1147, 1994. DOWINING, K.J.; LESLIE, G.; THOMSON, J. Biocontrol of the sugarcane borer Eldana saccharina by expression of the Bacillus thuringiensis cry1Ac7 and Serratia marcescens chiA genes in sugarcane-associated bacteria. Applied and Environmental Microbiology. v. 66, p. 2804-2810, 2000. DUA, M.; SINGH, A.; SETHUNATHAN, N.; JOHRI, K. Biotechnology and bioremediations: successes and limitations. Applied Microbiology and Biotechnology. v. 59, p. 143-152, 2002. DUARTE, V.; DE BOER, S.H.; WARD, L.J.; OLIVEIRA, A.M.R. Characterization of atypical Erwinia carotovora causing blackleg of potato in Brazil. Journal of Applied Microbiology. v. 96, p. 535-545, 2004. EL BANNA, N.; WINKELMANN, G.; Pyrrolnitrin from Burkholderia cepacia antibiotic activity fungi and novel activities against streptomycetes. Journal ofApplied Microbiology. v. 85, p. 69-78, 1998.

52

ELBELTAGY, A.; NISHIOKA, K.; SATO, T.; SUZUKI, H.; YE, B.; HAMADA, T.; ISAWA, T.; MITSUI, H.; MINAMISAWA, K. Endophytic colonization and in plant nitrogen fixation by a Herbaspirillum sp. Isolated from wild rice species. Applied and Environmental Microbiology. v. 67, p. 5285-5293, 2001. ELBELTAGY, A.; NISHIOKA, K.; SUZUKI, H.; SATO. T.; SATO, Y.I.; MORISAKI, H.; MITSUI, H.; MINAMISAWA, K. Isolation and characterization of endophytic bacteria from wild and traditionally cultivated rice varieties. Soil Science and Plant Nutrition, v. 46, p. 617-629, 2000. EL-TARABILY, K.A. An endophytic chitinase-producing isolate of Actinoplanes missouriensis, with potential for biological control of root rot of lupin caused by Plectosporium tabacinum. Australian Journal of Botany. v. 51, p. 257-266, 2003. ELVIRA- RECUENO, M.; VAN VUURDE, J.W.L. Natural incidence of endophytic bacteria in pea cultivars under field conditions. Canadian Journal of Microbiology. v. 46, p. 1036-1041, 2000. ENARD, C.; DIOLEZ, A.; EXPERT, D. Systemic virulence of Erwinia chrysanthemi 3937 requires a functional iron assimilation system. Journal of Bacteriology. v. 170, p. 2419-2426, 1988. ESTRADA, P.; MAVINGUI, P.; COURNOYER, B.; FONTAINE, F.; BALANDREAU, J.; CABALLERO-MELLADO, J. A N-2-fixing endophytic Burkholderia sp associated with maize plants cultivated in México. Canadian Journal of Microbiology. v. 48, p. 285-294, 2002. ESTRADA-DE LOS SANTOS, P.; BUSTILLOS- CRISTALES, R.; CABALLERO-MELLADO, J.; Burkholderia, a genus rich in plant-associated nitrogen fixers with wide environmental and geographic distribuition. Applied. and Environmental. Microbiology. v. 67, p. 2790-2798, 2001. EXPERT, D.; TOUSSAINT, A. Bacteriocin resistant mutants of Erwinia chrysanthemi possible involvement of iron acquisition in phytopathogenicity. Journal Bacteriology. v. 163, p. 221-227, 1985. FARIA, R. T.; REGO, L. V.; BERNARDE, A.; MOLINARI, H.. Performance of differents genotyps of brazillian orquid cultivation in alternatives substrates. Brasilian Archives of Biology and Technology. Londrina, v. 44, p. 337-342, dez. 2001. FIORE, A.; LAEVENS S.; BEVIVINO, S.; DALMASTRI, C.; TABACCHIONI, S.; VANDAMME, P.; CHIARINI, L. Burkholderia cepacia complex: distribution of genomovars among isolates from the maize rhizosphere in Italy. Environmental Microbiology. v. 3, p. 137-143, 2001. FISHER, P.J.; PETRINI, O.; SCOTT, H.M.L. The distribuition of some fungal and bacterial endophytes in maize (Zea mays L.). New Phytologist. v. 122, p. 299-305, 1992. FRANZA, T.; ENARD, C.; VAN GIJSEGEM, F.; EXPERT, D. Genetic análisis of the Erwinia chrysanthemi 3937 chrysobactin iron transport system – characterisation of a gene

53

cluster involved in uptake and biosynthetic pathways. Molecular Microbiology. v. 5, p. 1319-1329, 1991. GALAN, J.E.; COLLMER, A. Type III secretion machine: Bacterial devices for protein delivery into host cells. Science. v. 284, p. 1322-1328, 1999. GALLOIS, A.; SAMSON, R.; AGERON, E.; GRIMONT, P.A.D. Erwinia carotovora subsp. odorifera nov. associated with odorous soft rot of chicory (Cichorium intybus L.). International Journal Systematics of Bacteriology. v. 42, p. 582-588, 1992. GARBEVA, P.; VAN OVERBEEK, L.S.; VAN VUURDE, J.W.; VAN ELSAS, J.D. Analysis of endophytic bacterial communities of potato by plating and denaturing gradient gel eletrophoresis (DGGE) of 16S rDNA based PCR fragments. Microbial Ecology. v. 41, p. 369-383, 2000. GAVINI, F.; MERGAERT, J.; BEJI, A.; MIELCAREK, C.; IZARD, D.; KERSTERS, K.; DELEY, J. Transfer of Enterobacter agglomerans (Beijerinck, 1888) Ewing and File 1972 to Pantoea gen-nov as Pantoea agglomerans comb. nov. and description of Pantoea dispersa sp. nov. International Jounal Systematic of Bacterialogy. v. 39, p. 337-345, 1989. GLICK, B.R.; PENROSE, D.M.; Wenbo, M.A. Bacterial promotion of plant growth. Biotechnology Advances. v. 19, p. 135-138, 2001. GOTO, M.; MATSUMOTO, K. Erwinia carotovora subsp. wasabiae subsp. nov. isolated from diseased rhizomes and fibrous roots of Japanese horseradish (Eutrema wasabi Maxim.). International Journal Systematic of Bacteriology. v. 37, p. 130-135, 1987. HALLMANN, J.; QUADT-HALLMANN, A.; MAHAFFEE, W.F.; KLOEPPER, J.W. Bacterial endophytes in agricultural crops. Canadian Journal of Microbiology. v. 43, p. 895-914, 1997. HAM, J.H.; BAUER, D.W.; FOUTS, D.E.; COLLMER, A. A cloned Erwinia chrysanthemi Hrp (type III protein secretion) system functions in Escherichia coli to deliver Pseudomonas syringae Avr signals to plant cells and to secrete Avr proteins in culture. Proceeding of the National. Academy of Sciences of USA. v. 95, p. 10206-10211, 1998. HAUBEN, L.; MOORE, E.R.; VAUTERIN, L.; STEENACKERS, M.; MERGAERT, J.; VERDANCK, L.; SWINGS, J. Phylogenetic position of phytopathogens within the Enterobacteriaceae. Systematic and Applied Microbiology. v. 21, p. 384-397, 1998. HEBBAR, K.P.; MARTEL, M.H.; HEULIN, H. Suppression of pre-and post-emergence damping-off in corn by Burkholderia cepacia. European Journal of Plant Pathology. v. 104, p. 29-36, 1998. HEILBRONN, J.; LYON, G.D. The ineffectuality of potato protease inhibitor on the extracellular protease from Erwinia carotovora. Journal of Applied Bacteriology. v. 69, p. 25-29, 1990.

54

HEAD, I,M.; SAUNDERS, J.R.; PICKUP, R.W. Microbial evolution, diversity, and ecology: a decade of ribosomal RNA analysis of uncultivated microorganism. Microbial Ecology. v. 35, p. 1-21, 1998. HEYDARI, A.; MISAGHI, I.J. Biocontrol activity of Burkholderia cepacia against Rhizoctonia solani in herbicide-treated soils. Plant and Soil. v. 202, p. 109-116, 1998. HEYNDRICKX, M.; VAUTERIN, L.; VANDAMME, P.; KERSTERS, K.; DE VOS, P. Applicability of combined amplified ribosomal DNA restriction analysis (ARDRA) patterns in bacterial phylogeny and taxonomy. Journal of Microbiological Methods. v. 26, p. 247-259, 1996. HUECK, C.J. Type III protein secretion systems in bacterial pathogens of animals and plants. Microbiology and Molecular Biology Reviews. v. 62, p. 379-433, 1998. HUNTER-CEVERA, J.C. The value of microbial diversity. Current Opinion in Microbiology. v. 1, p. 278-285, 1998. ISHIMARU, C.A.; LOPER, J.E. High-affinity iron uptake systems present in Erwinia carotovora subsp. carotovora include the hydoxymate siderophore aerobactin. Journal of Bacteriology. v. 174, p. 2993-3003, 1992. JI, J.; HUGOVIEUX-COTTE-PATTAT, N.; ROBERT-BAUDOUY, J. The of Mu-lac insertions to study the secretion of pectate lyases by Erwinia chrysanthemi. Journal of General Microbiology. v. 133, p. 793-802, 1987. JIMÉNEZ, M.B.; FLORES, S.A.; ZAPATA, E.V.; CAMPOS, E.P.; BOUQUELET, S.; ZETENO E. Chemical characterization of root exudates from rice (Oryza sativa) and their effects on the chemotactic response of endophytic bactéria. Plant and Soil. v. 249, p. 271-277, 2003. JORGENSEN, R.A.; CLUSTER, P.D. Modes and temps in the evolution of nuclear ribossomal DNA: new characters for evolutionary studies and new markers for genetics and population studies. Annual Missouri Botanical Garden. v. 75, p. 1238-1247, 1989. KADO, C. I., Prokaryotes: Virtual Books, 2000. Disponível em: http://141.150.157.117:8080/prokPUB/chaphtm/256.COMPLETE.htm Acesso em 11 de agosto 2005, 9:18. KAGEYAMA, B.; NAKAE, M.; YAGI, S.; SONOYAMA T. Pantoea punctata sp. nov. Pantoea citrea sp. nov., and Pantoea terrea sp. nov. isolated from fruit and soil samples. International Journal Systematics of Bacterialogy. v. 42, p. 203-210, 1992. KÄMPF, A.N.A. Floricultura Brasileira em Números. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental. Campinas, v. 3, p. 1-7, 1997. KANG, Y.W.; CARLSON, R.; THARPE, W.; SCHELL, M.A. Characterization of genes involved in biosynthesis of a novel antibiotic from Burkholderia cepacia BC11 and their role in Biological control of Rhizoctonia solani. Applied and Environmental Microbiology. v. 64, p. 3939-3947, 1998.

55

KUKLINSKY-SOBRAL, J.; ARAÚJO, W.L.; MENDES, R.; GERALDI, I.O.; PIZZIRANI-KLEINER, A.A.; AZEVEDO, J.L. Isolation and characterization of soybean-associated bacteria and their potential for plant growth promotion. Environmental Microbiology. 6: in press. (early on-line: 28 junho), 2004. KUNOH, H. Endophytic Actinomycetes: Attractive Biocontrol agents. Journal of General Plant Pathology. v. 68, p. 249-252, 2002. KWON, S. W.; GO, S. J.;KANG, H.W.; RYU, J. C.; JO, J. K. Phylogenetic analysis of Erwinia species based on 16S rRNA gene sequences. International Journal Systematics of Bacteriology. vol. 47, p. 1061–1067, 1997. KYEREMEH, A. G.; KIKUMOTO, T.; CHUANG, D.; GUNJI, Y.; TAKAHARA, Y.; EHARA, Y.. Biological control of soft rot of Chinese Cabbage using single and mixed treatments of bacteriocin-producing avirulent mutants of Erwinia carotovora subsp. carotovora. Journal of General Plant Pathology. v. 66, p. 264-268, 2000. KYÖSTIÖ, S.R.M.; CRAMER, C.L.; LACY, G.H. Erwinia carotovora subsp. carotovora extracellular protease: characterization and nucleotide sequence of the gene. Journal of Bacteriology. v. 173, p. 6537-6546, 1991. LARRAN, S.; PERELLÓ, A.; SIMÓN, M.R.; MORENO, V. Isolation and análisis of endophytic microorganisms in wheat (Triticum aestivum L.) leaves. World Journal of Microbiology & Biotechnology. v. 18, p. 683-686, 2002. LEADBETTER, J.R.; GREENBERG, E.P. Metabolism of acyl-homoserine lactone quorun-sensing signals by Variovorax paradoxus. Journal of Bacteriology. v. 182, p. 6921-6926, 2000. LECUONA, R.E. Microrganismos patógenos empleados en el control microbiano de insetos plaga. Editora Lecuona. Castelar, p. 338, 1996. LÉTOFFÉ, S.; DELEPELAIRE, P.; WANDERSMAN, C. Protease secretion by Erwinia chrysanthemi: the specific secretion functions are analogous to those of Escherichia coli haemolysin. EMBO J. v. 9, p. 1375-1382, 1990. LI, W.; ROBERTS, P.; DERY, P.D.; MEYER, S.L.; LOHRKE, S.; LUMSDEN, R.D.; HEBBAR, K.P. Broad spectrum antibiotic activity and disease suppression by the potential biocontrol agent Burkholderia ambifaria BC-F. Crop Protection. v. 21, p. 129-135, 2002. LIM, Y.W.; BAIK, K.S.; HAN, S.K.; KIM, S.B.; BAE, K.S. Burkholderia sordidicola sp. nov., isolated from the white-rot fungus Phanerochaete sordida. Internation Journal Systematics Evol. Microbiology. v. 53, p. 1631-1636, 2003. LODEWYCKX, C.; VANGRONSVELD, J.; PORTEUS, F.; MOORE, E.R.B.; TACHAVI, S.; MEZGEAY, M.; VAN DER LELIE, D. Endophytic bacteria and their potential applications. Critical Reviews in Plant Science. v. 21, p. 582-606, 2002.

56

LOH, J.; PIERSON, E.A.; PIERSON, L.S. STACEY.; CHATTERJEE, A. Quorum-sensing in plant-associated bacteria. Current Opinion in Plant Biology. v. 5, p. 285-290, 2002. LONG, H.H.; FURUYA, N.; KUROSE, D.; TAKESHITA, M.; TAKANAMI, Y. Isolation of endophytic bacteria from Solanum sp and their antibacterial activity against pathogenic bacteria. Journal of the Faculty of Agriculture Kyushu University. v. 48, p. 21-28, 2003. M’PIGA, P.; BÉLANGER, R.R.; PAULITZ, T.C.; BENHAMOU, N. Increased resistance to Fusarium oxysporum f. sp. radicis-lycopersici in tomato plants treated with the endophytic bacterium Pseudomonas fluorescens strain 63-28. Physiological and Molecular Plant Pathology. v. 50, p. 301-320, 1997. MÄE, A.; HEIKINHEIRO, R.,; PALVA, E.T. Structure and regulation of the Erwinia carotovora subspecies carotovora SCC3193 cellulase gene celV1 and the role of cellulase in phytopathogencity. Molecular Genetics and Genomics. v. 247, p. 17-26, 1995. MÄE, A.; MONTESANO, M.; KOIV, V.; PALVA, E.T. Transgenic plants producing the bacterial pheromone N-acyl-homoserine lactone exhibit enhanced resistance to the bacterial phytopathogen Erwinia carotovora. Molecular Plant-Microbe Interaction. v. 14, p. 1035-1042, 2001. MALTSEVA, O.V.; TSOI, T.V.; QUENSEN, J.F.; FUKUDA, M.; TIEDJE, J.M. Degradation of anaerobic reductive dechlorination products of Aroclor 1242 by four aerobic bacteria. Biodegradation. v. 10, p. 363-371, 1999. MARCON, J. Isolamento e caracterização genética de actinomicetos endofíticos de Citrus spp. e interação com Xylella fastidiosa. Dissertação de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2002. MELO, I.S.; AZEVEDO, J.L. Controle biológico I. Editora EMBRAPA, Jaguariúna, São Paulo, Brasil, p. 262, 1998. MERGAERT, J.; VERDONCK, L.; KERSTERS, K. Transfer of Erwinia ananas (synonyn Erwinia uredovora) and Erwinia stewartii to the genus Pantoea emend. As Pantoea ananas (Serrano, 1898) comb. nov. and Pantoea stewartii (Smith, 1898) comb. nov. respectively, and description of Pantoea stewartii. International Journal Systematics of Bacteriology. v. 43, p. 162-173, 1993. MISAGHI, I.J.; DONNDELINGER, C.R. Endophytic bacteria in sympton-free cotton plants. Phytopathology. v. 80, p. 808-811, 1990. MOLINA, L.; CONSTANTINESCU, F.; MICHEL, L.; REIMMANN, C.; DUFFY, B.; DÉFAGO, G.. Degradation of pathogen quorun-sensing moléculas by soil bactéria: a preventive and curative biological control mechanism. FEMS Microbiology Ecology. v. 45, p. 71-81, 2003. MOULIN, L.; MUNIVE, A.; DREYFUS, B.; MASSON BOIVIN, C.; Nodulation of legumes by members of the beta-subclass of Proteobacteria. Nature. v. 411, p. 948-950, 2001.

57

MUDGETT, M.B.; STASKAWICZ, B.J. Protein signaling via type III secretion pathways in phytopathogenic bacteria. Currrent Opinion in Microbiology. v. 1, p. 109-115, 1998. MURATA, H.; FONS, M.; CHATTERJEE, A.; COLLMER, A.; CHATTERJEE, A.K. Characterisation of transposition insertion Out mutants of Erwinia carotovora subsp. carotovora defective in enzyme export and of a DNA segment that complements out mutations in Erwinia carotovora subsp. carotovora, Erwinia carotovora subsp. atroseptica and Erwinia chrysanthemi. Journal of Bacteriology. v. 172, p. 2970-2978, 1990. NACHIN, L.; EL HASSOUNI, M.; LOISEAU, L.; EXPERT, D.; BARRAS, F. SoxR-dependent response to oxidative stress and virulence of Erwinia chrysanthemi: the key role of SufC, an orphan ABC ATPase. Molecular Microbiology. v. 39, p. 960-972, 2001. OLIVEIRA, A.L.M.; URQUIAGA, S.; DOBEREINER, J.; BALDANI, J.I. The effect of inoculating endophytic N2 – fixing bacteria on micropropagated sugarcane plants. Plant and Soil. v. 242, p. 205-215, 2002. OLIVEIRA, A. M.R.; DUARTE, V.; SILVEIRA, J. R.P.; MORAES, M. G. Incidence of Pectolytic Erwinias associated with blackleg of potato in Rio Grande do Sul. Fitopatologia Brasileira. v. 28, p. 49-53, 2003. OLIVEIRA, I.A.; VASCONCELLOS, M.J.; SELDIN, L.; PAIVA, E.; VARGAS, M.A.; SÁ, N.M.H. Randon amplified polymorphic DNA analysis of effective Rhizobium sp. associated with beans cultivated in Brazilian cerrado soils. Brazilian Journal of Microbiology. v. 31, p. 39-44, 2000. OVREAS, L.; TORSVIK, V. Microbial diversity and community structure in two different agricultural soil communities. Microbial Ecology. v. 36, p. 303-315, 1998. PATTEN, C.L.; GLICK, B.R. Role of Psudomonas putida indoleacetic acid in development of the host plant root system. Applied and Environmental Microbiology. v. 68, p. 3795-3801, 2002. PEDRAZA, R.O.; MATA, A.R.; XIQUI, M.L.; BACA, B.E.; Aromatic amino acid aminotransferase activity and indole-3-acetic acid production by associative nitrogen-fixing bacteria. FEMS Microbiology Letters. v. 233, p. 15-21, 2004. PEREIRA, J.O.; CARNEIRO-VIEIRA, M.; AZEVEDO, J.L. Endophytic fungi from Musa auminata and their reintroduction into axenic plants. World Journal of Microbiology and Biotechnology. v. 15, p. 37-40, 1999. PÉROMBELON, M.C.M.; KELMAN, A. Blackleg and other potato diseases caused by soft rot erwinias: a proposal for a revision of the terminology. Plant Disease. v. 71, p. 283-5, 1987. PÉROMBELON, M.C.M.; KELMAN, A. Ecology of soft erwinias. Annual Review of Phytopathology. v. 18, p. 361-387, 1980.

58

PÉROMBELON, M.C.M.; SALMOND, G.P.C. Bacterial soft rot. In: Pathogenesis and Host Specificity in Plant Diseases. Prokaryotes (Singh, U.S., Singh, R.P. and Kohmoto, K., eds). Oxford, UK: Pergamon, v. 1, p. 1-20, 1995. PÉROMBELON, M.C.M. Potato diseases caused by soft rot erwinias: an overview of pathogenesis. Plant Pathology., v. 51, p. 1-12, 2002. PIERSON 3rd, L. S.; Wood D. W.; BODMAN S. B.V. Quorum sensing in plant-associated bacteria In: G. M. Dunny and S. C. Winans (Eds.)Cell-cell Signaling in Bacteria. ASM Press Washington DC, p. 101–115, 1999. PLEBAN, S.; CHERNIN, L.; CHET, I. Chitinolytic activity of an endophytic strain of Bacillus cereus. Letters in Applied Microbiology. v. 25, p. 284-288, 1997. PROCÓPIO, Rudi Emerson de Lima. Diversidade bacteriana endofítica de Eucalyptus spp. e avaliação do seu potencial biotecnológico. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, SP, 2004. PY, B.; BARRAS, F.; HARRIS, S.; ROBSON, N.; SALMOND, G.P.C. Extracellular enzymes and their role in Erwinia virulence. Methods in Microbiology. v. 27, p. 157-168, 1998. RANJARD, L.; POLY, F.; NAZARET, S. Monitoring complex bacterial communities using culture-independent molecular techniques: application to soil environment. Research in Microbiology. v. 151, p.167-177, 2000. RANTAKARI, A.; VIRTAHARJU, S.; PALVA, E.T.; SAARILAHTI, H.T.; ROMANTSCHUK, M. Type III secretion contributes to the pathogenesis of the soft-rot pathogen Erwinia carotovora: partial characterisation of the hrp gene cluster. Molecular Plant-Microbe Interaction. v. 14, p. 962-968, 2001. RAUPACH, G.H.; KLOEPPER, J.W. Mixtures of plant growth-promoting rhizobacteria enhance biological control of multiple cucumber pathogens. Phytopathology. v. 88, p. 1158-1164, 1998. REIMMAN, C.; GINET, N.; MICHEL, L.; KEEL, C.; MICHAUX, P.; KRISHNAPILLAI, V.; ZALA, M.; HEURLIER, K.; TRIANDAFILLU, K.; HARMS, H.; DÉFAGO, G., HAAS, D. Genetically programmed autoinducer destruction reduces virulence gene expression and swarming mobility in Pseudomonas aeruginosa PAOI. Microbiology. v. 148, p. 923-932, 2002. REIS, V.M.; ESTRADA-DE LOS SANTOS, P.; TENÓRIO-SALGADO, S.; VOGEL, J.; STOFFELS, M.; GUYON, S.; MAVINGUI, P.; BALDANI, V.L.D.; SCHMID, M.; BALDANI, J.I.; BALANDREAU, J.; HARTMANN, A.; CABALLERO-MELLADO, J. Burkholderia tropica sp. nov., a novel nitrogen-fixing, plant-associated bacterium. Interantional Journal Systematics Evol. Microbiology. v. 54, p. 2155-2162, 2004. REITER, B.; PFEIFER, U.; SCHWAB, H.; SESSITSCH, A. Response of endophytic bacterial communities in potato plants to infection with Erwinia carotovora subsp. atrosceptium. Applied and Environmental Microbiology. v. 68, p. 2261-2268, 2002.

59

RIGGS, P.J.; CHELIUS, M.K.; INIGUEZ, A.L.; KAEPPLER, S.M.; TRIPETT, E.W. Enhanced maize productivity by inoculation with diazotrophic bacteria. Australian Journal of Plant Physiology. v. 28, p. 829-836, 2001. RIGGS, P.J.; CHELIUS, M.K.; INIGUEZ, A.L.; KAEPPLER, S.M.; TRIPLETT, E.W. Enhanced maize productivity by inoculation with diazotrophic bacteria. Australian Journal of Plant Physiology. v. 28, p. 829-836, 2001. RODRÍGUES, H.; FRAGA, R. Phosphate solubilizing bactéria and their role in plant growth promotion. Biotechnology Advances. v. 17, p. 319-339, 1999. RUPPEL, S.; HECHT-BUCHHOLZ, C.; REMUS, R.; ORTMANN, U.; SCHMELZER, R. Settlement of the diazotrophic, phytoeffective bacterial strain Pantoea agglomerans on and within winter wheat: an investigation using ELISA and transmission electron microscopy. Plant and Soil. v. 145, p. 261-273, 1992. SAARILAHTI, H.T.; HENIRSSAT, B.; PALVA, E.T. CelS: a novel endoglucanase identified from Erwnia carotovora subsp. carotovora. Gene. v. 90, p. 9-14, 1990. SCHAUDER, S.; BOSSLER, L.B. The linguage of bacteria. Genes & Development. v. 15, n. 12, p. 1468-1480, 2001. SALLES, Joana Falcão. Burkholderia community structure in soils under different agricultural management. Leiden University, Institute of Biology Leiden, The Netherlands. 2005. SANDKVIST, M. Biology of type II secretion. Molecular Microbiology. v. 40, p. 271-283, 2001. SAUVAGE, C.; EXPERT, D. Differential regulation by iron of Erwinia chrysanthemi pectato lyases: pathogenicity of iron transport regulatory (cbr) mutants. Molecular Plant-Microbe Interaction. v. 7, p. 71-77, 1994. SEIGLEMURANDI, F.; GUIRAUD, P.; CROIZE, J.; FALSEN, E.; ERIKSSON, K.E.L. Bacteria are omnipresent on Phanerochaete chrysosporium Burdsall. Applied And Environmental Microbiology. v. 62, p. 2477-2481, 1996. SIDDIQUE, I.A.; SHAUKAT, S.S. Resistance against the damping-off fungus Rhizoctonia solani systemically induced by the plant-growth-promoting rhizobacteria Pseudomonas aeruginosa (IE-6S+) and P.fluorescens (CHAO). Journal of Phytopathology. v. 150, p. 500-506, 2002. SOUZA, A.O. Bactérias endofíticas de milho (Zea mays) e sua variabilidade genética analisada por RAPD. Dissertação de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 88f, 1996. SUMAN, A.; SHASANY, A.K.; SINGH, M. SHAHI, H.N.; GAUR, A.; KHANUJA, S.P.S. Molecular assessment of diversity among endophytic diazotrophs isolated from subtropical Indian sugarcane. World Journal of Microbiology & Biotechnology. v. 17, p. 39-45, 2001.

60

SURETTE, M.A.; STURZ, A.V.; LADA, R.R.; NOWAK, J. Bacterial endophytic in processing carrots (Daucus carota L. var. sativus): their localization, population density, biodiversity and their effects on plant growth. Plant and Soil. v. 253, p. 381-390, 2003. TAECHOWISAN, T.; PEBERDY, J.; LUMYONG, S. Isolation of endophytic actinomycetes from selected plants and their antifungal activity. World Journal of Microbiology & Biotechnology. v. 19, p. 381-385, 2003. TAKATSU, A.; MELLO, S. & GARCIA, E.J. Fruto do pimentão como meio parcialment seletivo para isolamento de Erwinia carotovora. Fitopatologia Brasileira. v. 6, p. 550-551, 1981. THOMSON, N.R.; THOMAS, J.D.; SALMOND, G.P.C. Virulence determinants in the bacterial phytopathogen Erwinia. Methods in Microbiology. v. 29, p. 347-426, 1999. THOMSON, S.V.; HILDEBRAND, D.C.; SCHROTH, M.N. Identification and nutricional differentiation of the Erwinia sugarbeet pathogen from members of Erwinia carotovora and Erwinia chrysanthemi. Phytopathology. v. 71, p. 1037-1042, 1981. THURN, K.K.; CHATTERJEE, A.K. Single-site chromosomal Tn5 insertions affect the export of pectolytic and cellulolytic enzymes in Erwinia chrysanthemi EC16. Applied Environmental Microbiology. v. 50, p. 894-898, 1985. TORRES, A.R. Diversidade genética de enterobactérias endofíticas de diferentes hospedeiros e colonização de Catharantus roseus por endófitos expressando o gene gfp. Piracicaba 2005, 137p. Tese (Doutorado). Genética de Melhoramento de Plantas, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. TOTH, I. K.; BELL, K. C.; HOLEVA, M. C.; BIRCH, P.R.J. Soft rot erwiniae: from genes to genomes. Molecular Plant Pathology. v. 4, p. 17-30, 2003. VAN BORM, B.; BUSCHINGER, A.; BOOMSMA, J.J.; BILLEN, J. Tetraponera ants have gut symbionts related to nitrogen-fixing root-nodule bacteria. Proccedings of the Royal Society Londow Ser. B. Biology Science. v. 269, p. 2023-2027, 2002. VAN ELSAS, J.D.; DUARTE, G.F.; ROSADO, A.S.; SMALLA, K. Microbiological and molecular biological methods for monitoring microbial inoculants and their effects in the soil environmental. Journal of Microbiological Methods. v. 32, p. 133-154, 1998. VERMA, S.C.; LACHA, J.K.; TRIPATHI A.K. Evaluation of plant growth promoting and colonization ability of endophytic from deep-water rice. Journal of Biotechnology. v. 4, n. 91, p. 127-141, 2001. VERMIS, K.; BRACHKOVA, M.; VANDAMME, P.; NELIS, H. Isolation of Burkholderia cepacia complex genomovars from waters. Systematic and Applied. Microbiology. v. 26, p. 596-600, 2003. YAP, M.; BARAK, J. D.; CHARKOWSKI, A. O. Genomic diversity of Erwinia carotovora subsp. carotovora and its correlation with virulence. Applied and Environmental Microbiology. v. 70, n. 5, p. 3013-3023, 2004.

61

WALDEE, E.L. Comparative studies of some peritrichous phytopathogenic bacteria. Lowa State Colleg of Journal of Science. v. 19, p. 435-484, 1945. WALDEE, E.L. Comparative studies of some peritrichous phytopathogenic bacteria. Journal of Science. v. 19, p. 435-484, 1945. WALKER, D.S.; REEVES, P.; SALMOND, G.P.C. The major secreted cellulase, CelV, of Erwinia carotovora subsp. carotovora is an important soft rot virulence factor. Molecular Plant-Microbe Interaction. v. 7, p. 425-431, 1994. WEBER, O.B.; BALDANI, J.I.; DOBEREINER, J. Diazotrophic bactéria in banana plants. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 35, p. 2277-2285, 2000. WOO, P.C.; KENNETH, N.H.L.; LAU, S.K.P.; FUNG, A.M.Y.; LEUNG, K. W.; TAM, D.M.W.; QUE, T.L.; YUEN, K.Y. Usefulness of the microseq 500 16S ribosomal dna-based bacterial identification system for identification of clinically significant bacterial isolates with ambiguous biochemical profiles. Journal of Clinical Microbiology, v. 41, p. 1996-2001, 2003.

62

ANEXO I

Filogenia de Oncidium Aloha Iwanaga

Tabela 04. Filogienia de Oncidium Aloha Iwanaga

VARIEDADE ORIGEM

Oncidium Aloha Iwanaga Oncidium Goldiana x Oncidium Star Wars (1990)

Oncidium Goldiana Oncidium flexuosum x Oncidium sphacelatum (1940)

Oncidium Star Wars Oncidium Varimyre x Oncidium Nonamyre (1977)

Oncidium flexuosum Espécie

Oncidium sphacelatum Espécie

Oncidium Varimyre Oncidium Sultamyre x Oncidium varicosum (1963)

Oncidium Nonamyre Oncidium Nona x Oncidium Sultamyre (1964)

Oncidium Sultamyre Oncidium Sultane x Oncidium Palmyre (1959)

Oncidium varicosum Espécie

Oncidium Nona Oncidium crispum x Oncidium varicosum (1938)

Oncidium Sultane Oncidium Boissiense x Oncidium Farandole (1943)

Oncidium Palmyre Oncidium Saladin x Oncidium varicosum (1951)

Oncidium crispum Espécie

Oncidium Boissiense Oncidium fobesii x Oncidium varicosum (1924)

Oncidium Farandole Oncidium Comtesse De Bretonne x Oncidium Mantinii (1935)

Oncidium Saladin Oncidium Comtesse De Bretonne x Oncidium Farandole (1945)

Oncidium fobesii Espécie

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo