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Universidade de Passo FundoPasso Fundo - RS
SISTEMAS DE PREVISÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS
- Potencial de uso na cultura do eucalipto -
SISTEMAS DE PREVISÃO DE SISTEMAS DE PREVISÃO DE
DOENDOENÇÇAS DE PLANTASAS DE PLANTAS-- Potencial de uso na cultura do eucalipto Potencial de uso na cultura do eucalipto --
Eng. Eng. AgrAgr., M.Sc., Ph.D., Erlei Melo Reis., M.Sc., Ph.D., Erlei Melo ReisFitopatologistaFitopatologista
Universidade de Passo Fundo Universidade de Passo Fundo
IntroduIntroduççãoão
O O homemhomem éé curiosocurioso porpor naturezanatureza!!
ÉÉ posspossíível prevervel prever--se uma doense uma doençça?a?
O que O que éé prever ?prever ?
-- Profetizar;Profetizar;-- Ver com antecedência;Ver com antecedência;-- Saber se vai ocorrer.Saber se vai ocorrer.
Como se pode prever?Como se pode prever?
Qual o fundamento cientQual o fundamento cientíífico?fico?
OBJETIVOS:OBJETIVOS:
� RELAÇÕES CLIMA X DOENÇAS DE PLANTAS;
� APRESENTAR FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS;
� O QUE SABEMOS E AONDE QUEREMOS CHEGAR;
� POSSIBILIDADES DE USO PRÁTICO DAS INFORMAÇÕES;
� CONTRIBUIR PARA A SUSTENTABILIDADE DA
AGRICULTURA.
Características dos sistemasCaracterCaracteríísticas dos sistemassticas dos sistemas
�� Confiabilidade: testado na região (Confiabilidade: testado na região (ííndice ndice probabilidade de acertos)probabilidade de acertos)
�� SimplicidadeSimplicidade
�� DoenDoençça que cause danos/perdasa que cause danos/perdasEx. Anual cEx. Anual cííclicaclica
requeimarequeimapintapinta--preta, preta, etcetc
Emitir aviso ou alertaEmitir aviso ou alerta
�� Dispor de mDispor de méétodos eficientes de controle: todos eficientes de controle: Ex. Ex. fungicidasfungicidas
�� Ter multiplicidade de uso:Ter multiplicidade de uso:
-- vváárias doenrias doenççasas
�� Equipamentos eletrônicos:Equipamentos eletrônicos:-- prepreçço/manuteno/manutençção e softwareão e software
Características dos sistemasCaracterCaracteríísticas dos sistemassticas dos sistemas
PrincPrincíípios cientpios cientííficos da previsãoficos da previsão
�� Considera os fatores determinantesde doenças;
�� Chave/base dos sistemas
Fatores determinantes de doenFatores determinantes de doenççasas
�� PatPatóógeno (P)geno (P) PP
�� Hospedeiro (h)Hospedeiro (h)
�� Ambiente (A)Ambiente (A) hh AA
RelaRelaçção e interdependênciaão e interdependência
A DOENA DOENÇÇA OCORRERA OCORRERÁÁ QUANDO ?QUANDO ?
� O hospedeiro for plantado (h);
- decisão do produtor/empresa
� O patógeno estiver presente:
- presença “h” = presença “p”
� O clima for favorável (A)
�� Trabalho localTrabalho local
�� Metodologia: Metodologia:
�� flutuaflutuaççãoão sazonalsazonal;;
�� coletores de esporos;coletores de esporos;
�� avaliaavaliaçções microscões microscóópio;pio;
Bases para assumirBases para assumir--se que o patse que o patóógeno geno estestáá sempre presentesempre presente
Exemplos:Exemplos:
Propágulos T otal de Gibberella zeae
0
100
200
300
400
500
600
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
Uredosporos
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
P. gram inis
P. recondita
A DOENA DOENÇÇA OCORRERA OCORRERÁÁ (?) QUANDO:(?) QUANDO:
h = estiver presente
p = estiver presente
A = ?????
(Não formou o triângulo)
Quanto ao ambiente:
� Favorável/desfavorável;
� Monitorar o clima (A). Que fatores ?
� Que fases do ciclo são afetadas ?
� Modelo climático de previsão da infecção.
O clima e a O clima e a infecinfecççãoão�� A base do sistema.A base do sistema.
Conceito: o que Conceito: o que éé infecinfecçção ?ão ?
�������� germinagerminaçção dos esporos ão dos esporos ((áágua e/ou escuro)gua e/ou escuro);;
�������� penetrapenetraçção do tubo ão do tubo ““germinativogerminativo””;;
�������� estabelecimento do parasitismo.estabelecimento do parasitismo.
(*) Processo altamente influenciado pelo clima;(*) Processo altamente influenciado pelo clima;
ApApóós o ins o iníício, não pode secar !cio, não pode secar !
PrincPrincíípio:pio: Sempre que Sempre que ““AA”” for favorfor favoráável devevel deve
ocorrer a infecocorrer a infecçção (Dião (Diáário).rio).
SintomasSintomas e e danosdanos..
Previsão da infecPrevisão da infecççãoão-- Processo governado pelo clima Processo governado pelo clima --
�� Sistemas mais usadosSistemas mais usados
O papel do ambiente (“A”) no processo infeccioso de doenças:
�� EstEstíímulos:mulos:
Sinais do ambiente:Sinais do ambiente: todos os seres vivos;todos os seres vivos;
�� ÁÁgua lgua lííquida (+/quida (+/--););
�� Resposta obrigatResposta obrigatóória e irreversria e irreversíível;vel;
�� Temperatura (velocidade);Temperatura (velocidade);
Ex.: sementes e esporosEx.: sementes e esporos
Esporo:
Tubos germinativos
Portanto,
Molhamento e temperatura agem integradamente;
Cada interações = um período crítico !
PerPerííodo crodo críítico (PC) x ocorrência da doentico (PC) x ocorrência da doenççaa
�� Conceito: Conceito: PC = PC = hMhM x T x T ººCC
-- Quais os fatores climQuais os fatores climááticos determinantes da infecticos determinantes da infecçção ?ão ?
R: DuraR: Duraçção do molhamento foliar e a temperatura mão do molhamento foliar e a temperatura méédiadia
(Precipita(Precipitaçção pluvial não explica doenão pluvial não explica doençça/infeca/infecçção)ão)
�� Sistema simples de aviso:Sistema simples de aviso:
�� Um PCUm PC == um ciclo da doenum ciclo da doenççaa
�� FerrugemFerrugem �������� policpolicííclica; vclica; váários rios PCsPCs
Temperatura(ºC)
Ausente(0)
Leve(1)
Moderada(2)
Severa(3)
---------------------------- horas ----------------------------
10 < 6 6 a 10 10 a 26 > 2615 < 4 4 a 9 9 a 30 > 3020 < 2 2 a 6 6 a 21 > 2125 < 3 3 a 8 8 a 29 > 29
Intensidade da doença: leve de 1 a 20 pústulas por cm2 (<severidade, 1-9%), moderada de 21 a 100 (10-50%), e severa>100 (>50%). Trigo cultivar Morocco (Reis & Barcellos, 1988).
DuraDuraçção do molhamento foliar (h) em funão do molhamento foliar (h) em funçção ão da temperatura para a ocorrência de da temperatura para a ocorrência de infecinfecçções leves, moderadas e severas de ões leves, moderadas e severas de Puccinia triticinaPuccinia triticina
Sem perSem perííodo crodo crííticoticonão hnão háá infecinfecçção !ão !
Efeito do clima sobre a doenEfeito do clima sobre a doençça (A);a (A);
Ex. Uma doenEx. Uma doençça ocorre todos os anos em todos os locais?a ocorre todos os anos em todos os locais?
�� PrincPrincíípio:pio:
�� A infecA infecçção ão éé governada pelo PC;governada pelo PC;
�� Uma infecUma infecçção bem sucedida, um ciclo de vida de ão bem sucedida, um ciclo de vida de ““PP””;;
�� O ciclo de vida O ciclo de vida éé governado (iniciado) pelo PC;governado (iniciado) pelo PC;
�� A doenA doençça cresce (epidemia) em funa cresce (epidemia) em funçção do não do núúmero demero degerageraçções de ões de ““PP””;;
�� O nO núúmero de geramero de geraçções depende dos ões depende dos PCsPCs;;
�� O PC pode ocorrer diariamente.O PC pode ocorrer diariamente.
Fatos:Fatos:
COMO MEDIR O PERCOMO MEDIR O PERÍÍODO CRODO CRÍÍTICO ?TICO ?
�� EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS (sensores):EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS (sensores):
INFORMINFORMÁÁTICA X EPIDEMIOLOGIATICA X EPIDEMIOLOGIA
-- ElomedElomed, , ColpamColpam
-- SquiterSquiter
COMO MEDIR O PERCOMO MEDIR O PERÍÍODO CRODO CRÍÍTICO ?TICO ?
Sensores eletrônicos:Sensores eletrônicos:
�� Molhamento foliar;Molhamento foliar;
�� Umidade relativa do ar; Umidade relativa do ar;
�� Temperatura; eTemperatura; e
�� Pluviômetro x sensor de molhamento?Pluviômetro x sensor de molhamento?????..
Origem do molhamento das plantas:Origem do molhamento das plantas:
EstEstíímulo mulo áágua (+/gua (+/--););
Resposta obrigatResposta obrigatóório e irreversrio e irreversíível !vel !
Orvalho, cíclico e diário
�������� chuva (esporchuva (esporáádico) molhamento longodico) molhamento longo
�������� IrrigaIrrigaçção (cão (cííclico) duraclico) duraçção manejão manejáável !!!vel !!!
InsuficienteInsuficiente, sem PC, sem PC = morte do esporo germinando (delicado);= morte do esporo germinando (delicado);
(ausência de infec(ausência de infecçção).ão).
�������� não hnão háá infecinfecçção, doenão, doençça/sintoma;a/sintoma;
SuficienteSuficiente = houve PC= houve PC
�������� hháá infecinfecçção, sintomas, danos;ão, sintomas, danos;
O que O que éé clima favorclima favoráável/desfavorvel/desfavoráável a uma doenvel a uma doençça ?a ?
ConseqConseqüüências da interrupências da interrupçção doão doperperííodo diodo diáário de molhamentorio de molhamento
Necessidade de conhecimento detalhado dos
requerimentos de duração do molhamento foliar
contínuo e temperatura (interações)
sobre a infecção;
Variável para cada patossistema;
Tabela das interações ou de PCs.
ExemploExemplo com a com a ferrugemferrugem do do eucaliptoeucalipto –– Puccinia Puccinia psidiipsidii
Foto:Edson L. Furtado
Foto:Eder N. Moreira
GeraGeraçção de tabela de perão de tabela de perííodos crodos crííticos ticos ((PCsPCs): ): a chave do sistema de avisoa chave do sistema de aviso
�� SimulaSimulaçção da epidemia em condião da epidemia em condiçções controladas:ões controladas:
Câmaras de crescimento (TCâmaras de crescimento (TººC);C);
InoculaInoculaçção;ão;
-- Faixa tFaixa téérmica: 5, 10, 15, 20, 25, 30rmica: 5, 10, 15, 20, 25, 30ººCC
-- DuraDuraçção do molhamento foliar contão do molhamento foliar contíínuo (horas): 4, 12, 20, nuo (horas): 4, 12, 20,
28, 36, 44, 52 (cobertura pl28, 36, 44, 52 (cobertura pláástica, pulverizastica, pulverizaçção)ão)
-- Severidade (VDPI = 0, 1, 2,3 e 4)Severidade (VDPI = 0, 1, 2,3 e 4)
-- 66 Combina66 Combinaçções (ões (TTooCC x x hMhM))
Exemplo Trabalho de Ruiz Exemplo Trabalho de Ruiz etet al. (1989)al. (1989)
-- EquaEquaçção:ão:
NPNP = = --32,26 + 3,699T + 0,4613H 32,26 + 3,699T + 0,4613H –– 0,0018TH 0,0018TH ––0,0903T0,0903T22 –– 0,0068H0,0068H22
NP = NP = NNúúmeromero de de ppúústulasstulasT = T = TemperaturaTemperatura mmááximaxima mméédiadiaH = H = HorasHoras de de molhamentomolhamento foliarfoliar
Portanto:Portanto: ininíício e intensidade da doencio e intensidade da doençça a éé funfunçção dos ão dos PCsPCs !!
SuperfSuperfíície de resposta do progresso da doencie de resposta do progresso da doençça:a:
Relação entre horas de molhamento (hm) contínuo e temperatura (ToC) para ocorrência de diferentes probabilidades diária de infecção (VPDI) da ferrugem do eucalipto.
Temperaturas(oC)
VDPIs0 1 2 3 4
Número de pústulas / 2,42 cm foliar
0 0,1 – 3,0 3,1 – 6,0 6,1 – 9,0 > 9,0
10 – 12 < 3 4 – 11 12 – 26 > 27 –13 – 15 < 3 4 5 – 8 9 – 21 > 2116 – 18 < 3 4 5 6 – 11 > 1119 – 21 < 3 4 5 6 – 10 > 1022 – 24 < 3 4 5 6 – 10 > 1125 – 27 < 3 4 – 5 6 7 – 18 > 1828 – 30 < 3 4 – 7 8 – 20 > 20 –
Fonte: RUIZ et al., 1989 ( gerado por REIS & MOREIRA, no prelo )
Na Tabela: Por que VDPIs de 0, 1, 2, 3 e 4 ?
Fenômenos diários: bióticos (infecção); e
abióticos (PCs);
���� Variação de temperatura no dossel;
���� Diferente densidade (disponibilidade) do inóculo;
���� Viabilidade (%) dos esporos;
� Predisposição do hospedeiro (idade das folhas);
� Presença de substâncias tóxicas no filoplano;
���� Atividade biológica antagônica no filoplano;
Elaboração da Tabela: Por que VDPIs de 0, 1, 2 , 3 e 4 ?
Dificuldade de prever a freqüência absoluta de infecção no
campo;
���� Necessidade do uso da Soma dos Valores Diário de
Probabilidade de Infecção = SVDPI, para prever o início.
Portanto:
Necessidade de ocorrência de maior número de condições
predisponentes diárias para haver a infecção, SVDPI
�� Medir e registrar a duraMedir e registrar a duraçção do molhamento dião do molhamento diáário rio
foliar e a Tfoliar e a TººC, ou os C, ou os PCsPCs, comparando com as , comparando com as
Tabelas;Tabelas;
Determinar quando surge a doenDeterminar quando surge a doençça:a:
LembreLembre--se:se:
�� PRESENPRESENÇÇA DE TECIDOS VERDE (S);A DE TECIDOS VERDE (S);
�� MONITORAR CLIMA (SVDPI);MONITORAR CLIMA (SVDPI);
�� GERAR SVDPI;GERAR SVDPI;
�� AVALIAR PROGRESSO DA DOENAVALIAR PROGRESSO DA DOENÇÇA A –– ININÍÍCIO;CIO;
�� COM QUANTOS COM QUANTOS SVDPIsSVDPIs, SURGE A DOEN, SURGE A DOENÇÇA.A.
VALIDAVALIDAÇÇÃO NO CAMPOÃO NO CAMPO
�� A SVDPI prevê bem o inA SVDPI prevê bem o iníício da doencio da doençça ou requer a ou requer
alteraalteraçção?ão?
�� Controle biolControle biolóógico natural no filoplano (regiões)gico natural no filoplano (regiões)
�� PerPerííodo de proteodo de proteçção do fungicida:ão do fungicida:
�� protetor (chuva 13 protetor (chuva 13 >>>>>>>> mm)mm)
�� sistêmicosistêmico
O sistema necessita de alteraO sistema necessita de alteraçções?ões?
Benefícios/vantagens:BenefBenefíícios/vantagens:cios/vantagens:
�� ReduReduçção de custos; eão de custos; e
�� Menor impacto ambiental.Menor impacto ambiental.
“Sustentabilidade”
Conclusões:Conclusões:
O QUE VIABILIZOU O USO DE SISTEMAS NO O QUE VIABILIZOU O USO DE SISTEMAS NO BRASIL ?BRASIL ?
�� EQUIPAMENTOS NACIONAIS;EQUIPAMENTOS NACIONAIS;
�� PREPREÇÇOS COMPATOS COMPATÍÍVEIS; eVEIS; e
�� PRONTA MANUTENPRONTA MANUTENÇÇÃO.ÃO.
Conclusões...Conclusões...
““Os agricultores cultivam a terra para Os agricultores cultivam a terra para ganharem dinheiroganharem dinheiro””
““As doenAs doençças reduzem o lucro dos as reduzem o lucro dos produtoresprodutores””
““Tanto a falta como o excesso de uso Tanto a falta como o excesso de uso de medidas de controle reduzem o lucrode medidas de controle reduzem o lucro””
““Racionalizar o uso de fungicidas: Racionalizar o uso de fungicidas: somente aplicar quando necesssomente aplicar quando necessááriorio””
�� quando ocorrer a doenquando ocorrer a doenççaa
ConclusõesConclusões...
�� SUSTENTABILIDADESUSTENTABILIDADE
�� AGRICULTURA DE PRECISÃOAGRICULTURA DE PRECISÃO
�� TECNOLOGIA DE PONTATECNOLOGIA DE PONTA
OBRIGADO … E SUCESSSO À TODOS