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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO Departamento de Odontologia Restauradora JOÃO BATISTA MATTOS LELLIS EFEITO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATUAÇÃO DA MUSCULATURA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO – AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA, ESPESSURA MUSCULAR, FORÇA DE MORDIDA E EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA Ribeirão Preto 2013

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE … · autorizo a reproduÇÃo e/ou divulgaÇÃo total ou parcial da presente obra por qualquer meio convencional ou eletrÔnico, para fins

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

Departamento de Odontologia Restauradora

JOÃO BATISTA MATTOS LELLIS

EFEITO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATUAÇÃO DA

MUSCULATURA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO – AVALIAÇÃO

ELETROMIOGRÁFICA, ESPESSURA MUSCULAR, FORÇA DE

MORDIDA E EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA

Ribeirão Preto

2013

JOÃO BATISTA MATTOS LELLIS

EFEITO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATUAÇÃO DA

MUSCULATURA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO – AVALIAÇÃO

ELETROMIOGRÁFICA, ESPESSURA MUSCULAR, FORÇA DE

MORDIDA E EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA

Ribeirão Preto

2013

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Odontologia Restauradora-opção: Dentística Orientadora: Profa. Dra. Simone Cecilio Hallak Regalo

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E/OU DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DA

PRESENTE OBRA POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA

Lellis, João Batista Mattos Efeito da hipertensão arterial na atuação da musculatura do

sistema estomatognático – avaliação eletromiográfica, espessura muscular, força de mordida e eficiência mastigatória.

115p.: il.; 30cm Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto/USP – Área de concentração: Odontologia Restauradora.

Orientadora: Regalo, Cecilio Hallak Simone. 1. Hipertensão. 2. Eletromiografia. 3. Ultrassonografia. 4. Força de Mordida. 5. Sistema Estomatognático.

FOLHA DE APROVAÇÃO

Candidato: João Batista Mattos Lellis

Efeito da hipertensão arterial na atuação da musculatura do sistema estomatognático –

avaliação eletromiográfica, espessura muscular, força de mordida e eficiência

mastigatória.

A Comissão Julgadora dos trabalhos de defesa da Dissertação de Mestrado, Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – Área de Concentração:

Odontologia Restauradora - opção: Dentística, em sessão pública realizada em

____/_____/2013, considerou o candidato ______________________.

BANCA EXAMINADORA

1. Prof. Dr.__________________________Instituição: _____________________________

Julgamento: _______________________Assinatura:_________________________________

2. Prof. Dr.__________________________Instituição: _____________________________

Julgamento: _______________________Assinatura:_________________________________

3. Prof. Dr.__________________________Instituição: _____________________________

Julgamento: _______________________Assinatura:_________________________________

A Deus

Pai, quando o Senhor me disse naquele dia que me levaria em lugares altos, não

imaginava que chegaria a tanto e que hoje posso visualizar ainda mais além. Obrigado pelo

dom de curar pessoas que chegam às vezes tão desesperadas de dor e podemos ser um

instrumento para o alívio delas.

Obrigado Pai pelo seu colo, pois nos momentos em que não via saída, o Senhor me

fazia ver por cima dos seus ombros...

Obrigado pela Odontologia, pelo desejo de saber mais, o desejo de sempre ir além,

visando conforto e qualidade de vida para as pessoas. Hoje, quando faço uma retrospectiva de

como eu estava quando nos conhecemos e como estou hoje... quantos desafios superados,

quantos sonhos realizados, quantos ainda, plantados por Ti em meu coração, para serem

alcançados... Não consigo palavras que expressem a minha gratidão. Sendo assim te dedico

uma música que tanto gosto.

“Não tenho palavras, para agradecer Tua bondade, dia após dia, me cercas com

fidelidade, nunca me deixes esquecer, que tudo o que tenho, tudo o que sou e o que vier a ser,

vem de Ti, Senhor! Dependo de Ti, espero em Ti, sozinho nada posso fazer...”

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos

caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque assim como os céus são mais altos que a

terra, assim são os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos, e os meus

pensamentos, mais altos que os vossos pensamentos”.

Isaías 55:8-10

Pai, obrigado e te amo!

À minha amada esposa Regiane Alves Figueiredo Lellis

Querida, como sou feliz!

Posso dizer que você é algo supremo em minha vida, pois só uma pessoa enviada por

Deus pode fazer outra tão feliz, fazer a vida ser tão bela e leve. Quero dedicar e compartilhar

com você a realização desse projeto, pois você adiou o seu projeto para gerar outro projetinho

que trouxe tantas alegrias para nós e sei maiores ainda trará. Estou certo que em breve você

resgatará o seu, e quando isso acontecer pode contar comigo o tanto quanto eu pude contar

com você nesses últimos tempos. Obrigado!

Por ora, um ciclo está sendo concluído, mas outros virão para juntos galgarmos

grandes passos, sem nos perdermos no meio deles, pois como diz em I Coríntios 13, tudo

passará, só o amor permanecerá, pois se não tiver o amor, nada vale a pena. Estou muito feliz

e estou certo que você também está.

Hoje se eu puder fazer um pedido para Deus, que seja este: que todos os casais possam

experimentar a mesma alegria que temos.

Amo-te hoje e sempre!

Aos meus pais Edson Fabiano Lellis e Vera Lúcia Mattos Lellis

Às vezes é muito difícil expressar sentimentos, pois ainda que eu tente, jamais conseguirei

expressar o quanto amo e admiro vocês, pessoas íntegras, amáveis, respeitáveis, dignas de serem

tidas como exemplo de vida, pois um casal que tudo faz junto, desde plantar uma árvore até fazer

o almoço de domingo depois de mais de 30 anos juntos, realmente é digno de se admirar. Se hoje

tenho alcançado vitórias em minha vida é porque tenho vocês como meu exemplo de fé,

dedicação, coragem, perseverança, amor, altruísmo, de amor a Deus acima de todas as coisas e ao

próximo como a ti mesmo. Que Deus os conserve com vida e saúde por muitos e muitos anos,

pois ainda tenho muito que aprender com vocês. Amo vocês.

A minha amada filha Júlia Figueiredo Lellis, que nome doce aos meus ouvidos, filha

como é bom ter você por perto, você realmente é a exatidão da tradução do seu nome “A que

traz alegria”, quantas alegrias você tem nos proporcionado e nos ensinado, pois umas das

primeiras lições que eu aprendi com você é o quanto Deus me ama, pois se Ele me ama na

mesma intensidade que te amo, entendi que sou a pessoa mais feliz da terra.

Agradecimentos especiais

Querida Profa. Dra. Simone Cecilio Hallak Regalo, demorei tanto para escrever esse

agradecimento porque não encontrava palavras para expressar minha gratidão... Quero te dizer que é

muito bom estar perto de você e ser contagiado pela sua alegria, espontaneidade, sinceridade sempre

regado pelo respeito e carinho. Profissional extremamente competente sem deixar a humildade para

trás. É de pessoas assim que o mundo precisa, e que eu tive a felicidade de conviver por alguns anos.

Minha oração hoje é para que Deus sempre te abençoe a cada dia mais e te entregue um belo

presente a cada manhã! Um grande e forte abraço e muito, muito obrigado mesmo.

Amigo André Mario Maia Dante, que já faz parte da historia da minha vida a mais de 10

anos e como foi bom conhecê-lo, pois já gargalhamos muito juntos, choramos também,

suportamos um ao outro, e isso só foi fortalecendo a nossa amizade a cada dia. Existem

pessoas que realmente estão na nossa vida para fazer toda a diferença e você é assim, meu

amigo. Posso dizer que com você eu vivo um versículo bíblico “Mas há amigo que é mais

chegado que um irmão” Provérbios 18:24b. Deus te abençoe amigo que sua vida seja

recheada de muitas alegrias e grandes conquistas.

Amigo Prof. Dr. Hélio Tanimoto, você é o tipo de pessoa que faz jus a um apelido, pois

quando chamado de Guru da Odontologia é bastante justo, pois poucas vezes tive a

oportunidade de ter pessoas como você para poder contar, uma pessoa de visão ao ponto de

quase parece saber do futuro, uma pessoa inteligente que sabe ponderar cada atitude, uma

pessoa sábia que pode vislumbrar oportunidades onde ninguém vê, mas apesar de tudo uma

pessoa simples e humilde, sempre esbanjando simpatia com esse sorriso. Ter um amigo assim

é uma raridade, por isso sou grato a Deus, obrigado Hélio! Que o Pai te abençoe e te conceda

todos os seus sonhos.

Querido Prof. Dr. César Bataglion coordenador do Curso de Oclusão, Disfunção

Temporomandibular e Dor Orofacial em Indivíduos com Necessidades Especiais da USP.

Pessoa fantástica, ímpar, tanto no saber, como no ser humano que é! Suas aulas sempre tão

prazerosas de apreciar e nossos encontros, ainda que pelos corredores, sempre calorosos e

alegres, é sempre um prazer vivê-los.

Amiga Profa. Ida Mirian, você é o tipo de pessoa que a cada encontro aprendemos algo e

isso é tão bom... quanta vida, quanta cultura e quanto amor...obrigado pela sempre presença

em cada passo desse projeto, desde o início dele com o incentivo, todas as aulas de inglês,

traduções e revisões... Sou muito grato a Deus por me presentear com sua amizade. Um

abraço e obrigado pelo carinho.

Marcelo Palinkas, Mariângela Nassar, grandes amigos, peças importantes para a realização

deste projeto. Vocês são demais.

Tânia de Freitas Borges, peça fundamental nesse projeto, obrigado pelo companheirismo,

amizade e principalmente pelo altruísmo exatamente no sentido real da palavra. Muito

obrigado.

Profa. Dra. Marisa Semprini, pessoa fantástica, de uma doçura indescritível, e de uma

inteligência e sabedoria prazerosa de se apreciar. Muito obrigado pela contribuição na

conclusão desse projeto.

Profa. Dra. Selma Siéssere, pessoa de um dinamismo, um conhecimento e um alto-astral

marcantes em uma pessoa que sempre faz a diferença, não deixando de lado a cordialidade, a

alegria e a simpatia que me permite tê-la como amiga.

Agradecimentos

A Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na

pessoa do seu Diretor Prof. Dr. Valdemar Mallet da Rocha Barros e da Vice-Diretora Profa.

Dra. Lea Assed Bezerra da Silva, pela oportunidade de crescimento profissional.

Ao Departamento de Odontologia Restauradora, na pessoa do seu chefe Prof. Dr.

Ricardo Gariba Silva, e pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia Restauradora, pelo

Coordenador Prof. Dr. Manoel Damião de Souza Neto e do Vice-Coordenador Prof. Dr.

Marcelo Oliveira Mazzetto, obrigado pela oportunidade, voto de confiança que me foi dada e

espero que tenha correspondido com todas as expectativas.

Aos professores do departamento - Antonio Miranda da Cruz Filho, César Bataglion,

Izabel Cristina Froner, Jesus Djalma Pecora, Luiz Pascoal Vansan, Manoel Damião de

Sousa Neto, Marcelo Oliveira Mazzetto, Marco Antonio Moreira Rodrigues da Silva,

Monica Campos Serra, Paulo Cesar Saquy, Regina Guenka Palma Dibb, Ricardo Gariba

Silva, Silmara Aparecida Milori Corona, Simone Cecilio Hallak Regalo, fundamentais no

nosso crescimento.

Aos meus amigos do mestrado: Ana Barbara de Araújo Loiola, André Mario Maia

Dante, Antuanett Mercedes C.Lecaros, Carmen Victoria Torres Toro, Carolina Almeida

Rodrigues, Dinah Ribeiro Amoras, Júlia Olien Sanches, Juliana dos Reis Derceli, Marcelo

Palinkas, Mateus Sgobi Cazal, Richard Honorato de Oliveira, Rodrigo Gonçalves Soares,

Taisa Penazzo Lepri e Vasti Claro de Araújo; conhecer vocês foi mais um presente de Deus,

obrigado por tudo.

Aos funcionários admiráveis da FORP-USP: Luiz Gustavo de Souza (Especialista

Lab. EMG Prof. Dr. Mathias Vitti), Carlos Feitosa dos Santos (Secretário da Pós Graduação

do Departamento Odontologia Restauradora), Paulo Batista de Vasconcelos (Especialista

Lab. EMG Prof. Dr. Mathias Vitti), Clélia Aparecida Celino (Secretária do DMEF), Regiane

Cristina Moi Sacilotto (Técnica Acadêmica), Isabel Cristina Galino Sola (Técnica

Acadêmica – Chefe Administrativo do Serviço), Rosangela Angelini (Auxiliar de serviços

gerais Departamento de Odontologia Restauradora), Maria Amália Viesti de Oliveira Motta

(Secretária do Departamento de Odontologia Restauradora) e Maria Isabel Cezário

Francisco Miguel (Secretária do Departamento de Odontologia Restauradora).

Aos voluntários, obrigado pela disposição, paciência e a contribuição para a realização

da pesquisa, sem vocês nada teria acontecido.

A todos que involuntariamente omiti e que de alguma forma me apoiaram e me

estimularam, com seus sorrisos, e palavras amáveis, a certeza que este fato não diminui a

minha gratidão, muito obrigado!

ETERNAMENTE GRATO

RESUMO

Lellis, JBM. Efeito da hipertensão arterial na atuação da musculatura do sistema estomatognático – avaliação eletromiográfica, espessura muscular, força de mordida e eficiência mastigatória (dissertação). Ribeirão Preto: Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2013.

Hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis

elevados e sustentados de pressão arterial (PA), associada com alterações funcionais e/ou

estruturais dos órgãos e a alterações metabólicas. A prevalência da hipertensão no Brasil

aponta um índice acima de 30%, sendo considerado um problema de saúde pública. O

objetivo desse trabalho foi avaliar o sistema estomatognático de indivíduos hipertensos

medicados e controlados, comparando a um grupo controle por meio de análises

eletromiográficas, espessura dos músculos masseter e temporal e a força de mordida molar

máxima. Os dados foram tabulados e comparados pelo teste t (SPSS 19.0). Verificou-se que

os indivíduos hipertensos apresentaram maior atividade eletromiográfica nas condições

clínicas posturais da mandíbula, menor espessura muscular dos temporais e maior força de

mordida molar máxima direita e esquerda (p<0,05). Baseado nos resultados dessa pesquisa

pode-se concluir que a doença hipertensão promoveu alterações funcionais do sistema

mastigatório.

Palavras-Chave: hipertensão, eletromiografia, ultrassonografia, força de mordida, sistema estomatognático.

ABSTRACT

Lellis, JBM . Effect of hypertension on the action of the muscles of the stomatognathic system - electromyographic evaluation, muscle thickness, bite force and masticatory efficiency (dissertation). Ribeirão Preto: Faculty of Dentistry of Ribeirão Preto, University of São Paulo, 2013. Hypertension is a multifactorial clinical condition characterized by high and sustained levels

of blood pressure, associated with functional and / or structural organs and metabolic changes.

The prevalence of hypertension in Brazil points an index above 30 % and this disease is

considered a public health problem. The aim of this study was to evaluate the stomatognathic

system in treated and controlled hypertensive individuals, compared to a control group using

electromyographic analyzes, masseter and temporal thickness and maximum molar bite force.

Data were tabulated and compared by t test (SPSS 19.0). It was found that individuals with

hypertension had higher EMG activity in clinical conditions mandible posture, lower

thickness of the temporal muscle and greater molar bite force maximum, right and left side

(p< 0.05). Based on the results of this research can be concluded that the disease hypertension

promoted functional changes of the masticatory system.

Keywords: hypertension, electromyography, ultrasound, bite force, the stomatognathic system.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................23

2 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................................39

3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................43

4 RESULTADOS....................................................................................................................59

5 DISCUSSÃO ........................................................................................................................89

6 CONCLUSÕES....................................................................................................................99

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................103

ANEXO..................................................................................................................................115

Introdução | 21

22 | Introdução

Introdução | 23

1 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada uma doença altamente

prevalente no mundo moderno, principalmente pelo quadro característico da população, onde

se verifica aumento de obesos, tabagistas, fatores dietéticos, como grande consumo de sal,

altos níveis de colesterol, estresse, somados a um tempo maior de vida, e com sedentarismo

presente, pilares suficientes para o desenvolvimento da doença. É condição sensível primária

de saúde, pois segundo o último censo do IBGE, cerca de 17 milhões de brasileiros estão

acometidos por este mal. É considerada como principal fator de risco para desenvolvimento

de doenças cardiovasculares, sendo um fator independente, linear e contínuo de risco,

adquirida por uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e

sustentados de pressão arterial (MACKAY, 2004; IBGE, 2006).

Quando do batimento cardíaco, ocorre uma contração com bombeamento de sangue

pelas artérias para todo o corpo, o que gera uma força que cria pressão sobre a parede das

artérias. Esse fenômeno é chamado pressão arterial sistólica, sendo considerado como normal

o valor de 120mmHg (milímetros de mercúrio); quando a pressão arterial sistólica atinge

valor de 140mmHg, ou superior, é considerada hipertensão. A pressão arterial diastólica,

indica a pressão na parede das artérias no momento de repouso cardíaco, entre uma contração

e outra, sendo considerado como normal o valor de 80mmHg; quando a pressão arterial

diastólica atinge valor de 90mmHg, ou superior, é considerada hipertensão (RONDON;

BRUM, 2003).

A hipertensão arterial possui um alto custo médico socioeconômico, principalmente

pelas suas complicações, tais como insuficiência cardíaca, principal causa, seguido de doença

arterial coronariana, doença vascular de extremidade, insuficiência renal crônica e doença

cerebrovascular, complicações essas que geram custos altíssimos no quesito internações

24 | Introdução

hospitalares. Em 2005, ocorreram no Brasil 1.180.184 internações por doenças

cardiovasculares, com custos de R$ 1.323.775.008,28. A prevalência estimada de hipertensão

no Brasil é de 35% da população acima de 40 anos, e sobe para 50% e 70% respectivamente

em indivíduos com 50 a 70 anos, ou seja, 17 milhões de portadores da doença (IBGE, 2006),

sendo 75% dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando avaliados por gênero, a

prevalência foi de 26,6% em homens e 26,1% em mulheres, esclarecendo assim que o gênero

não é fator preponderante de risco, porém as mulheres afrodescendentes possuem 130% mais

riscos de hipertensão em relação às mulheres brancas (IBGE, 2006). A estimativa da

prevalência de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população acima dos quarenta

anos (Ministério da Saúde, 2012).

Com a hipertensão, associam-se frequentemente alterações funcionais e/ou estruturais

dos órgãos alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) a alterações metabólicas, com

consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (RONDON;

BRUM, 2003; OLIVEIRA et al., 2013).

Inicialmente apresenta-se assintomática, mas, com o passar dos anos seus sintomas

começam a se manifestar, sob aspecto de cefaleia, falta de ar, enjoos, visão turva

acompanhada, ou não, de zumbidos, debilidade, sangramento nasal, palpitações e até

desmaios. Por apresentar alta prevalência e baixas taxas de controle, é considerada como um

dos principais fatores de risco modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde

pública. A importância em se detectar esta patologia, não está nos sintomas, mas, nas graves

complicações que pode provocar. A mortalidade por doença cardiovascular, tem aumento

progressivo com a elevação da PA a partir de 115/75mmHg de forma linear, contínua e

independente (OLIVEIRA et al., 2013).

Estudos relacionados a eletromiografia e espessura dos músculos da mastigação em

indivíduos hipertensos são de extrema relevância, já que há informação de que indivíduos

Introdução | 25

hipertensos que fazem uso prolongado de diuréticos tiazídicos podem apresentar além de

câimbras musculares, sensação de boca seca e tonturas, além da condição de fadiga muscular

(OLIVEIRA, 2009).

A constituição muscular relacionada ao aparelho estomatognático, particularmente a

musculatura relacionada com a articulação temporomandibular, tem sido motivo de estudo em

diversos grupos de indivíduos dentre eles os que apresentam alteração no próprio sistema e

em grupos de indivíduos que apresentam alguma alteração patológica sistêmica, como a

hipertensão arterial, e que aparentemente podem não estar diretamente relacionados aos

distúrbios do sistema estomatognático.

A incidência de pressão alta é observada em relação à idade e gênero, antigamente

mais comumente nos homens do que nas mulheres, e em indivíduos com idade mais avançada

do que jovens, tem um componente genético, onde indivíduos com antecedentes familiares de

hipertensão têm maior predisposição a sofrer da mesma, além do estresse e da obesidade

(WHO, 2010). Ainda assim, existem outros fatores que se inter-relacionam com a hipertensão

como o sedentarismo e o diabetes. O uso de drogas anti-hipertensivas por indivíduos

hipertensos é fundamental para a redução da morbidade e da mortalidade por complicações

cardiovasculares (Organização Pan-Americana da Saúde, 2010).

Terapias alternativas, ou seja, sem uso de drogas anti-hipertensivas, visando controlar

os indivíduos pré-hipertensos, tem se mostrado com baixa efetividade, com exceção do uso de

drogas diuréticas em baixa dose, que está sendo considerado um meio inovador para os

programas de saúde pública no Brasil (TREVISOL et al., 2012). Os agentes anti-hipertensivos

exercem sua ação terapêutica por meio de distintos mecanismos que interferem na

fisiopatologia da hipertensão arterial (Ministério da Saúde, 2006). Os grupos de drogas anti-

hipertensivas comercialmente disponíveis no Brasil são os diuréticos, inibidores adrenérgicos,

26 | Introdução

vasodilatadores diretos, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da enzima de conversão

(ECA), bloqueadores do receptor AT1 e inibidores diretos da renina (DBH, 2010).

Segundo Nascimento et al., 2009, indivíduos que faziam tratamento crônico com anti-

hipertensivos de ação central apresentaram um aumento do número de capilares perfundidos

espontaneamente na pele e no músculo esquelético. Na intenção de avaliar o efeito da terapia

com betabloqueadores, De Matos et al. (2004) observaram diminuição do fluxo salivar não

estimulado, sem influência no desempenho mastigatório e percepção gustativa. No entanto,

nenhum trabalho foi encontrado relacionando hipertensão arterial e músculos da mastigação.

Tal fato evidencia a necessidade de analisar a relação do sistema estomatognático com as

doenças crônicas degenerativas, bem como, com os efeitos da utilização de medicamentos por

período prolongado em diabéticos e hipertensos.

Trabalhos de pesquisa relacionando hipertensão arterial e forças musculares buscaram

resposta para o controle da pressão arterial de repouso (MACDOUGAL et al.,1985; FLECK;

DEAN, 1987; HILL et al., 1989; O’CONNOR, 1993; HARDY; TUCKER, 1999; ASSIS,

2000; LEITE; FARINATTI, 2003; NAMI et al., 2000; TEIXEIRA, 2000; FARINATTI;

FISHER, 2001; NEGRÃO, 2001; MACDONALD, 2002; POLITO, 2003; POLITO;

FARINATTI, 2003; BRUM et al., 2004; MONTEIRO; FILHO, 2004; POLITO, 2004). No

entanto sabe-se que determinados tipos de exercícios, como exercícios isométricos, podem

levar o indivíduo ao aumento súbito e imediato da pressão arterial e provocar em indivíduos

com hipertensão lesões e até mesmo rompimento de vasos sanguíneos. Segundo Santarém

(2000) a musculação traz benefícios quando é aplicada por meio de exercícios prolongados

utilizando cargas leves para indivíduos com hipertensão arterial. Os exercícios físicos

repetidos podem levar o indivíduo a ser beneficiado com a redução parcial da pressão arterial,

mas não a corrigem completamente. Isto porque a hipertensão arterial resulta da força a mais

que o coração necessita para bombear o sangue em arteríolas. Em quadros leves de

Introdução | 27

hipertensão arterial os exercícios físicos são utilizados como forma de prevenção e

tratamento, pois durante sua realização é apresentada uma diminuição da parede das arteríolas

dos músculos esqueléticos aumentando o espaço para a passagem do sangue (OLIVEIRA et

al., 2013).

A musculatura da cabeça e pescoço é de fundamental importância para o desempenho

das atividades do homem relacionadas à mastigação, deglutição, assim como da própria fala.

Diferentes técnicas estão sendo utilizadas para conhecer o estado de saúde geral do ser

humano e entre os métodos empregados no estudo das propriedades do sistema

neuromuscular e suas relações com outros sistemas biológicos destaca-se a eletromiografia

(EMG), que é um dispositivo de pesquisa empregado como procedimento de avaliação,

envolvendo a detecção e registro dos potenciais elétricos das fibras musculares esqueléticas

(RANCAN et al., 2009). A eletromiografia (EMG) é uma excelente ferramenta que auxilia

nos diagnósticos e estabelece prognósticos mais cuidadosos, mostrando ser mais que um

elemento complementar para o estudo anatômico, fisiológico e neurofisiológico do sistema

músculo esquelético. De fácil aplicação, não provoca desconforto ao indivíduo e não interfere

na fisiologia muscular local (REGALO et al., 2008).

Esse método foi utilizado pela primeira vez na Odontologia por Moyers, em 1949, e é

utilizado até nos dias de hoje de forma imprescindível, seja no quesito de avaliação da

atividade mioelétrica dos músculos da mastigação, e as condições musculares, em pesquisa

clínica, para elucidar o desempenho desta musculatura em diversas especialidades, seja na

observação de como o músculo é ativado e ainda determinar como ocorre a coordenação dos

músculos envolvidos no movimento muscular, inclusive do sistema estomatognático

(REGALO et al., 2006), constituindo-se assim um importante instrumento para a investigação

das bases fisiopatológicas das alterações que acometem a musculatura do aparelho

28 | Introdução

estomatognático, assim como acompanhar tratamento realizado em indivíduos (REGALO et

al., 2003; SANTOS et al., 2008).

Segundo Regalo et al. (2003) com a eletromiografia de superfície há a possibilidade de

verificar quando e como um músculo é ativado e ainda determinar como se estabelece a

coordenação de diferentes músculos envolvidos durante os movimentos, porém deve-se tomar

o cuidado na coleta dos sinais eletromiográficos, pois OKESON (2000) afirmou que uma

pequena variação no posicionamento dos eletrodos nos músculos muda significantemente o

sinal coletado e cuidados devem ser tomados durante a colocação dos mesmos. Para De Luca

(1997) o sinal eletromiográfico indica a contribuição da força muscular tanto individual

quanto em grupo. Esse sinal serve como indicador da iniciação da atividade muscular, onde é

capaz de fornecer a sequência de disparo de um ou mais músculos ao realizar determinada

tarefa.

Segundo Amadio e Duarte (1996) esse exame expressa o registro da atividade elétrica

de um músculo quando o mesmo realiza sua contração. É aplicado na área da saúde para o

diagnóstico de doença neuromuscular, traumatismo, em casos de reabilitação, assim como

instrumento cinesiológico importante para o estudo da função dos músculos em atividades

específicas.

É possível avaliar, por exemplo, a influência da idade na atividade dos músculos

mastigatórios, como pesquisa executada por Cecílio et al. (2010) que avaliaram a influência

da idade na atividade dos músculos mastigatórios por meio de eletromiografia em indivíduos

de diferentes faixas etárias, divididos em cinco grupos: I (7-12 anos), II (13-20 anos), III (21-

40 anos), IV (41-60 anos) e V (61-80 anos). Os registros eletromiográficos foram obtidos em

repouso e durante contração voluntária máxima, lateralidade direita e esquerda, protrusão e

apertamento na posição de máxima intercuspidação. Diferentes padrões de ativação muscular

Introdução | 29

foram encontrados, com maior atividade eletromiográfica em crianças e jovens, e diminuindo

de adultos para idosos.

A eletromiografia auxilia também na avaliação da qualidade da musculatura de

indivíduos reabilitados com aparelhos protéticos, sejam eles totais ou parciais em apenas uma

arcada, ou em ambas, pois a qualidade desses aparelhos é fundamental para a saúde dos

indivíduos, sendo de ordem geral ou bucal. O sinal eletromiográfico (EMG) representa o

somatório algébrico dos potenciais de ação das fibras musculares captados pelos eletrodos

como efeito de tensão elétrica em função do tempo, sendo determinado, basicamente, pelas

propriedades neuromusculares. Variações anatômicas do músculo, condições fisiológicas,

presença de patologias que afetem as vias neurais e metabólicas podem interferir nas

propriedades do sinal de EMG (De LUCA, 1997; ENOKA, 2000; KONRAD, 2005).

A EMG tem sido empregada como ferramenta para avaliação diagnóstica de

disfunções neurais e/ou metabólicas desencadeadas por processos patológicos e no estudo da

modulação da força muscular em situações de esforço devido a sua sensibilidade às alterações

fisiológicas e morfológicas no músculo (STEGEMAN et al., 2000; CANDOTTI et al., 2009;

CASALE et al., 2009). Atualmente, sabe-se que o processo de modulação da força muscular

depende da integridade e do adequado funcionamento do sistema neuromuscular, e qualquer

disfunção neste sistema pode provocar alterações no processo de controle da força muscular.

O sinal eletromiográfico representa a soma algébrica de todos os sinais detectados em

um local determinado, sendo influenciado por propriedades musculares, fisiológicas e

anatômicas, bem como pelo sistema nervoso periférico. A EMG caracteriza-se por monitorar

a atividade elétrica das membranas excitáveis, medindo os potenciais de ação do sarcolema,

como efeito de voltagem em função do tempo. Este sinal eletromiográfico colhido representa

a soma algébrica de todos os sinais detectados em determinada região, e pode ser influenciado

por propriedades musculares, anatômicas e fisiológicas, como também pela instrumentação

30 | Introdução

utilizada e pelo sistema nervoso periférico (ENOKA, 2000). Também investiga alterações

musculares gerais, determina o início de ativação muscular e avalia a coordenação ou

desequilíbrio dos diferentes músculos envolvidos na cinesiologia (cine = movimento; logia =

estudo) dos músculos (BÉRZIN, 2004).

O registro do sinal eletromiográfico consiste na captação e amplificação do potencial

de ação dos músculos em contração voluntária (DAHLSTRÖM, 1989). O profissional deve

utilizar dessa ferramenta de diagnóstico de forma sábia, reconhecendo suas limitações

(PORTNEY, 1993).

Sabemos que eletromiografia de superfície ainda é uma técnica que necessita ser

aprimorada e adaptada para ser difundida para o uso clínico, pois a comparação entre os

resultados sempre foram prejudicadas devido à falta de padronização da metodologia. Apesar

de ser uma técnica que permite o acesso a processos bioquímicos e fisiológicos dos músculos

esqueléticos sem procedimentos invasivos, ela ainda apresenta limitações que comprometem

o sucesso de sua utilização em qualquer um dos campos de aplicação (ACIERNO et al., 1995;

DE LUCA, 1997; KLASSER; OKESON, 2006).

Outro método muito utilizado para mensurar a qualidade muscular é a ultrassonografia

que consiste em uma técnica não invasiva que permite avaliar a secção transversal dos

músculos. Essa técnica faz uma avaliação dinâmica da musculatura, diferindo-a da tomografia

computadorizada que tem efeito biológico acumulativo (BERTRAM et al., 2003). A

ultrassonografia permite analisar e aferir mudanças de espessura muscular durante o

desenvolvimento e alterações do sistema estomatognático. A espessura dos músculos

mastigatórios tem sido relacionada a fatores oclusais, disfunções temporomandibulares,

crescimento e morfologia facial e alterações anatômicas intraoral, sendo aspecto importante a

ser considerado no estudo do sistema estomatognático (RAADSHEER et al., 1999;

Introdução | 31

CASTELO et al., 2007; KILIARIDIS, 2007; MANGILLI et al., 2009; PALINKAS et al.,

2010).

Shawker et al. (1984) inseriram o uso do ultrassom na Odontologia para examinar, em

um total de dez indivíduos saudáveis, os movimentos da língua, do osso hioideo e da laringe

durante a deglutição. Posteriormente, avaliaram os movimentos da língua durante a fala dos

fonemas “a”, “i” e “k”. Concluíram que era possível obter excelente visualização da língua e

identificar a maioria de seus músculos intrínsecos além do soalho da cavidade da boca. Com

isso, afirmaram que a imagem ultrassonográfica pode ser usada para investigações clínicas

das estruturas anatômicas de indivíduos normais ou com distúrbios durante a fala, tornando-se

uma técnica valiosa.

Van Spronsen et al. (1989) correlacionaram significativamente força de mordida com

a espessura do músculo masseter mensurada por ultrassonografia, tomografia

computadorizada e ressonância magnética.

A ultrassonografia foi utilizada por Kiliaridis e Kalebo (1991) para avaliar a espessura

do músculo masseter e relacioná-la às variações da morfologia facial em indivíduos adultos

saudáveis. Quantificaram o valor normal da espessura deste músculo medida nestes

indivíduos e concluíram que houve uma grande variação na espessura do masseter entre os

indivíduos e uma direta relação com a morfologia facial das mulheres.

Ariji et al. (1994) utilizaram a ultrassonografia e a tomografia computadorizada para

avaliarem as alterações internas do músculo masseter inflamado e concluíram que a

ultrassonografia, comparada à tomografia, é o método mais eficiente para avaliar a estrutura

muscular.

A relação da espessura do músculo masseter com a sua atividade e a morfologia facial

foram investigadas por Ruf et al. (1994), onde um Grupo de 50 adultos, sendo 25 homens e

25 mulheres, foram avaliados por meio da EMG, ultrassonografia e fotografia facial.

32 | Introdução

Verificaram uma variação considerável na atividade e espessura do músculo masseter, tanto

entre os dois Grupos, quanto entre os indivíduos em cada Grupo. Ocorreu uma parcial

diferenciação entre os homens e as mulheres, onde a inter-relação entre a atividade, espessura

do músculo masseter, e morfologia facial de ambos os Grupos, foi fraca, contudo, as

correlações foram mais evidentes nas mulheres do que nos homens. As mulheres que

apresentaram reduzida espessura do masseter possuíam o rosto fino e mandíbula plana e as

mulheres com um índice de altura facial pequeno, apresentaram em repouso, uma menor

espessura e atividade do referido músculo.

Uma correlação positiva entre atividade e espessura do músculo temporal anterior

foram encontradas por Bakke et al. (1992) e Rasheed et al. (1996), porém, nenhuma

correlação foi encontrada no músculo masseter.

Bertran et al. (2003) utilizaram a ultrassonografia para avaliar as características do

músculo masseter, onde observaram que a média da espessura muscular deste músculo em

repouso variou de 6,8 a 12,9 mm e de 9,0 a 16,1 mm quando contraído. Relataram que a

avaliação dinâmica, durante a função mandibular, pode fornecer informações valiosas sobre o

músculo, inclusive no que diz respeito às suas alterações, desde que realizadas com o

equipamento em tempo real e por radiologistas especialistas.

A ultrassonografia, segundo Castelo et al. (2007), pode ser considerada um método

reprodutível precioso para mensurar a espessura do músculo masseter in vivo. Ainda permite

avaliar, através de estudos longitudinais, as mudanças na espessura da musculatura da

mandíbula durante o crescimento, correlacionando-o às mudanças nas propriedades

biomecânicas dos músculos da mastigação.

A espessura do músculo masseter e do temporal foi avaliada por meio da

ultrassonografia, por Ferrua (2007), onde também foi verificada a força de mordida máxima

em crianças de 3 a 6 anos com oclusão normal. O autor concluiu que mesmo não existindo

Introdução | 33

relação com o índice de massa corporal, houve o aumento da espessura do músculo masseter,

acompanhada pelo aumento da força de mordida.

A comparação das vantagens e desvantagens do uso das imagens ultrassonográficas

dos músculos da mastigação com outras técnicas de diagnóstico foi realizada por Serra et al.

(2008) por meio da revisão de literatura. Os autores concluíram que a ultrassonografia é um

método muito confiável para diagnosticar alterações nos músculos da mastigação, inclusive

no estudo das mudanças durante o crescimento até o envelhecimento do corpo humano.

Complementando a análise integral dos músculos da mastigação feitos pela

ultrassonografia para analisar a espessura do músculo (RAADSHEER et al., 1999) e buscando

avaliar e compreender a anatomia crânio-mandibular, os mecanismos neuromusculares, a

força muscular e a funcionalidade do sistema mastigatório, Kiliaridis et al. (1995) e Galo et

al. (2006) utilizaram a força de mordida máxima para determinar a força de mordida dos seres

humanos saudáveis e daqueles que apresentam diversas alterações do sistema

estomatognático.

Força de mordida máxima é o ato em que o indivíduo utiliza da ação de morder com o

máximo de força possível. Porém, para que se possa registrar esse tipo de ação, depende-se de

métodos e sensores específicos. Segundo Zhao (2007), existe uma ampla variação na força de

mordida unilateral, que varia de 50 a 60 Kgf para adolescentes e de 60 a 90 Kgf para adultos

na população em geral.

A força de mordida é uma importante variável que investiga funcionalmente o sistema

mastigatório, sendo utilizada para avaliar a função oral em relação à dentição, fatores

oclusais, desordens temporomandibulares, alterações neuromusculares, próteses dentais,

tratamentos com implantes e cirurgia ortognática (van DER BILT, 2008), sendo esta,

essencial para fornece informações da função mastigatória, a qual está relacionada com o

desempenho da mastigação, podendo ser afetada pela idade, estado clínico dos dentes, fluxo

34 | Introdução

salivar, disfunção temporomandibular e/ou dor orofacial (OKIYAMA et al., 2003; IKEBE et

al., 2005). A investigação das propriedades fisiológicas e morfológicas do sistema muscular

durante o processo de modulação da força muscular, bem como a relação entre o tecido

muscular esquelético e os sistemas nervoso e endócrino, tem sido objeto de estudos em

diversas áreas da Ciência, especialmente em Biomecânica, Cinesiologia e Clínica Médica,

onde se busca aperfeiçoar procedimentos clínicos, propor métodos para diagnóstico de

disfunções no controle motor, além do estudo do movimento humano (De LUCA, 1997;

STEGEMAN et al., 2000; ENOKA, 2000; KONRAD, 2005).

A força oclusal máxima pode fornecer informações essenciais que poderiam colaborar

em diagnóstico apropriado a respeito da função mastigatória (OKIYAMA, 2003). Segundo

IKEBE et al. (2005), a força de mordida está relacionada com a performance mastigatória

sendo que esta é afetada pela idade, estado clínicos dos dentes, fluxo salivar, disfunção

temporomandibular e/ou dor orofacial. Acredita-se que a principal razão para a redução da

força de mordida seja a atrofia dos músculos levantadores da mandíbula. A força de mordida

é executada pelos músculos levantadores da mandíbula e regulada por outros músculos do

sistema muscular, assim como pelos sistemas neurológico, esquelético e dental

(LINDERHOLM et al., 1971; SHEIKHOLESLAM et al., 1980; OW et al., 1989), podendo

ser mensurada por métodos diretos como o dinamômetro e indiretos como imagens

ultrassonográficas ou registros eletromiográficos ou mesmo associando os dois métodos

indiretos (SHIAU; WANG, 1993).

Vários estudos determinaram a força de mordida em seres humanos, para avaliar e

compreender a função do sistema mastigatório, considerando que esta força é um componente

da função mastigatória, a qual é exercida pelos músculos levantadores da mandíbula e,

regulada pelos sistemas: nervoso, muscular, esquelético e condições clínicas dos dentes

(PIANCINO et al., 2005; KOGAWA et al., 2006; SONNESEN; BAKKE, 2007).

Introdução | 35

A força de mordida, também é um dos componentes da função mastigatória e, como é

exercida pela ação dos músculos levantadores da mandíbula, depende do volume muscular, da

atividade muscular da mandíbula e da coordenação entre os diferentes músculos envolvidos

na mastigação. A força de mordida produzida durante a contração voluntária máxima é

resultante da ação de pelo menos seis músculos elevadores ou levantadores da mandíbula. A

mensuração da força de mordida máxima é uma tentativa de quantificar a força que pode ser

desenvolvida pelos músculos levantadores da mandíbula. A força muscular (de mordida) e o

número de dentes funcionais são determinantes no desempenho mastigatório (ARIMA et al.,

2013).

O conhecimento das possíveis alterações no sistema estomatognático em indivíduos

que apresentam alguma alteração patológica sistêmica, como hipertensão arterial, não só é

relevante como imprescindível, visto que a falta de informação pode conduzir a tratamentos

inapropriados podendo ocasionar consequências biológicas, psicológicas e econômicas

negativas. Informações sobre possíveis alterações na musculatura do sistema estomatognático,

nesse perfil de indivíduos, podem auxiliar no diagnóstico, prognósticos e tratamento de

complicações que estão direta ou indiretamente relacionadas aos distúrbios do sistema

estomatognático, favorecendo adequada atenção multiprofissional, envolvendo dentistas,

fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos dentre outros profissionais da saúde.

36 | Introdução

Proposição | 37

38 | Proposição

Proposição | 39

2 PROPOSIÇÃO

O presente estudo teve por finalidade avaliar a atividade bilateral dos músculos

masseter e temporal de indivíduos dentados totais pertencentes a dois Grupos experimentais

pareados por idade e gênero sendo um grupo constituído por indivíduos hipertensos,

medicados e com controle hipertensivo adequado (GH – Grupo Hipertenso) e o outro grupo

controle, constituído por indivíduos sem hipertensão (GC – Grupo Controle). A avaliação

ocorreu por meio das seguintes análises:

Eletromiografia (EMG): observando o padrão de comportamento muscular

(morfológico e funcional) em diferentes condições clínicas como repouso, protrusão,

lateralidades direita e esquerda, apertamento dental e apertamento dental com

Parafilme M®, mastigação com Parafilme M®, mastigação com uvas passas e

mastigação com amendoins.

Ultrassonografia: observando a espessura muscular dos masseteres e temporais de

ambos os lados nas diferentes condições clínicas de repouso e apertamento dental em

contração voluntária máxima.

Força de mordida molar máxima direita e esquerda.

Análise de Correlação de Pearson entre as medidas nos dois grupos avaliados: GH e

GC.

40 | Proposição

Material e Métodos | 41

42 | Material e Métodos

Material e Métodos | 43

3 MATERIAL E MÉTODOS

SELEÇÃO DOS GRUPOS DE ESTUDO

De uma amostra inicial de 500 indivíduos da população de Ribeirão Preto e região,

foram selecionados para participar desse estudo 56 indivíduos de ambos os gêneros, divididos

em dois grupos, o GH, constituído por 28 indivíduos, com diagnóstico de hipertensão arterial,

e o GC constituído por 28 indivíduos dentados completos, sem alterações sistêmicas (grupo

controle); sendo 17 mulheres e 11 homens para ambos os grupos.

A pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

FORP/USP (Anexo I). Todos os participantes da pesquisa foram informados sobre os

propósitos e etapas do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE), previamente aprovado pelo Comitê de Ética de acordo, com a Resolução 196/96 e

Complementares do Conselho Nacional de Saúde.

A seleção da amostra e os critérios de inclusão e exclusão foram determinados por

meio de exame clínicos e anamnese. Na anamnese foram obtidos os dados de histórico

médico e dental, presença de hábitos parafuncionais e possíveis sinais e sintomas clínicos de

disfunção temporomandibular, utilizando o questionário e formulário de exame Research

Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD).

Para o GH (Hipertensos), os indivíduos deveriam ter diagnóstico médico de

hipertensão há no mínimo cinco anos, estarem medicados e controlados, possuírem no

mínimo 24 dentes, sendo obrigatoriamente um par de molares de cada lado da arcada dental.

Os indivíduos pertencentes ao GC (controle) tiveram ainda que obedecer aos seguintes

critérios de inclusão:

Serem dentados completos;

Não apresentarem alterações sistêmicas.

44 | Material e Métodos

Para os critérios de exclusão, seria necessário que os indivíduos apresentassem uma

das seguintes situações:

Distúrbios de origem sistêmica ou local que pudessem comprometer o

crescimento craniofacial ou o sistema estomatognático, como distúrbios

neurológicos ou paralisia cerebral, entre outros;

Histórico de convulsão não controlada ou desordem do SNC ou psiquiátrica

julgada pelos pesquisadores como clinicamente relevantes antes da assinatura

do TCLE;

Próteses dentais;

Indisposição física ou mental no ato do exame.

Utilização de medicamentos que pudessem interferir na atividade muscular,

direta ou indiretamente, como anti-histamínicos, sedativos, xaropes e

homeopatia;

Realização de tratamentos que interferem na atividade muscular, direta ou

indiretamente, durante o período da realização da pesquisa, como tratamento

ortodôntico, terapia fonoaudióloga e tratamento otorrinolaringológico;

Disfunções temporomandibulares.

A seguir, a tabela descritiva do Grupo Hipertenso (GH) que foi pareado por idade e

gênero com o Grupo Controle (GC).

Material e Métodos | 45

Tabela 1. Descritivo dos participantes do GH (Grupo Hipertenso).

Voluntários Hipertensos

Peso (Kg)

Altura (cm) IMC Idade

(anos) Número Dentes

1 112 1,69 39,21 40 28 2 68 1,7 23,53 58 28 3 76 1,6 29,69 46 29 4 86 1,7 29,76 54 26 5 49 1,53 20,93 50 29 6 76 1,7 26,30 36 28 7 83 1,76 26,80 43 28 8 89 1,55 37,04 59 30 9 90 1,85 26,30 65 26 10 80 1,7 27,68 46 28 11 47,5 1,43 23,23 64 28 12 60 1,57 24,34 41 27 13 78 1,58 31,24 49 28 14 80 1,58 32,05 52 25 15 53 1,61 20,45 50 28 16 95 1,55 39,54 55 24 17 56 1,58 22,43 48 27 18 85 1,6 33,20 51 28 19 93 1,8 28,70 51 27 20 45 1,5 20,00 55 28 21 92 1,49 41,44 54 29 22 88 1,69 30,81 35 29 23 85 1,88 24,05 63 28 24 71 1,57 28,80 48 24 25 96 1,885 27,02 36 27 26 109,7 1,59 43,39 43 29 27 84 1,74 27,75 48 28 28 76 1,84 22,45 37 28

46 | Material e Métodos

MATERIAL UTILIZADO PARA REALIZAÇÃO DOS EXAMES

Álcool

Gel condutor a base de água

Esparadrapos

Guardanapos de papel

Dedeiras de látex descartáveis (Wariper/SP)

Parafilme M®(Pechinery Plastic Packaging, Batavia, IL,USA): é um material

inerte, que se constitui em uma folha de parafina (Parafilm M®) que foi

dobrada (18x17x4mm, peso 245mg) e colocada em ambos os lados da arcada

dental (Fig. 1).

Figura 1 - Folha de Parafilm M® e folha de parafina dobrada (18x17x4mm, peso 245mg).

MÉTODOS

AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA

Para a coleta dos dados eletromiográficos foi utilizado o Eletromiógrafo MyoSystem -

BR-1, versão portátil, com uma bateria própria (Fig. 2), acoplado a um computador, sendo

estes, pertencentes ao Laboratório de Eletromiografia “Prof. Dr. Mathias Vitti” do

Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia de

Material e Métodos | 47

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. O eletromiógrafo é constituído por doze canais,

sendo oito canais para eletromiografia (para eletrodos ativos e passivos), quatro canais

auxiliares, sistema de aquisição de dados de alto desempenho e software para controle,

armazenamento, processamento e análise de dados. Os conectores possuem saídas de tensão

CC de ±12V @ ±100 mA, CMRR (relação de rejeição em modo comum) de 112dB @ 60dB,

impedância de entrada para eletrodos passivos 10¹º Ohms/6pf, correntes bias de entrada para

eletrodos ativos de ±2nA, proteção contra sobretensões e filtros passa faixa para eliminação

de ruídos de 5Hz a 5KHz.

Figura 2 - Eletromiógrafo MyoSystem-1

Foram utilizados quatro eletrodos ativos simples diferenciais, com dois contatos de

prata de 10,0 x 1,0 mm e distância de 10,0 mm entre eles, fixos em um encapsulamento de

resina de 40x20x5 mm (Fig. 3).

48 | Material e Métodos

Figura 3 - Eletrodo Ativo

Como eletrodo de referência (eletrodo terra), utilizou-se um eletrodo com três

centímetros de diâmetro (Fig. 4).

Figura 4 - Eletrodo de Referência

Os eletrodos foram posicionados com esparadrapos sobre o ventre dos músculos

masseter e na porção anterior do temporal, bilateralmente, seguindo as recomendações de

Cram et al., 1997, onde a região mais adequada para a colocação dos eletrodos de captação é a

região intermediária entre o centro da zona de inervação (ponto motor) e, o tendão do

músculo, alinhados longitudinalmente e paralelos ao sentido das fibras musculares, guardando

sempre uma distância entre cada par de 1,5 cm, a partir do centro dos eletrodos. Para garantir

a localização precisa dos músculos, foi realizada palpação quando em contração voluntária

máxima. Um eletrodo de referência (terra) foi posicionado sobre a pele da região interna do

pulso direito do voluntário utilizando gel condutor à base de água e fixado também com

esparadrapos. Previamente à colocação dos eletrodos, a pele dos locais em estudo foi limpa

Material e Métodos | 49

com álcool, com a finalidade de eliminar resíduos de gordura ou poluição, que eventualmente

estivessem presentes na pele do indivíduo e se necessário tricotomia da região.

Para realização do exame foi escolhido uma sala à parte para que se obtivesse um

ambiente silencioso e tranquilo, os indivíduos puderam sentar-se em cadeira confortável (tipo

escritório), postura ereta, com as plantas dos pés apoiadas no solo, e os braços apoiados nas

pernas. A cabeça foi posicionada de forma ereta, tendo o plano da cabeça paralelo ao solo

(Fig. 5), a autorização fotográfica segue assinada pelo paciente em anexo.

Figura 5 - Indivíduo posicionado para início da realização do exame.

Antes da realização de cada exame, o indivíduo foi instruído de cada passo que seria

executado durante a coleta eletromiográfica e para isso foi solicitando ao indivíduo para

manter-se o mais calmo possível, respirando lenta e pausadamente.

Nas condições clínicas posturais da mandíbula, foram realizadas coletas

eletromiográficas únicas dos músculos masseter e temporal, de ambos os lados durante o

50 | Material e Métodos

Repouso, Protrusão máxima da mandíbula sem contato dental, Lateralidade Direita e

Esquerda sem contato dental, todas por 05 segundos e Máxima Intercuspidação Habitual com

e sem goma de mascar sem sabor (Parafilme M®) entre os dentes posteriores por 04 segundos.

Nas condições clínicas de Mastigação não-habitual, a eficiência do ciclo mastigatório

foi analisado por meio da da integral da envoltória do sinal eletromiográfico captado por meio

da mastigação da goma de mascar sem sabor (Parafilme M®) entre os dentes posteriores,

mastigação de amendoins (5gr) em uma segunda tomada, mastigação de uvas passas (5gr) em

uma terceira tomada, todos com duração de durante 10 segundos cada.

Figura 6 - Exemplo de exame eletromiográfico durante a mastigação com Parafilme, por 10s, onde MD é o músculo masseter direito, ME representa o músculo masseter esquerdo, TD o músculo temporal direito e TE o músculo temporal esquerdo.

ANÁLISE DA ESPESSURA MUSCULAR

Para a análise da espessura muscular durante as condições clínicas de Repouso e

Apertamento Dental em Contração Voluntária Máxima foi utilizado o aparelho de ultrassom

portátil Sono Site Titan e um transdutor linear - L 38 - de 5 a 10 MHz e 38 mm (Fig. 7).

Material e Métodos | 51

Figura 7 - Aparelho de ultrassom portátil Sono Site Titan e o transdutor linear acoplado.

Seguindo os mesmos critérios utilizados no exame de eletromiografia, o indivíduo,

durante o exame, permaneceu sentado e recostado, sem fixação da cabeça. A localização dos

músculos masseter e porção anterior do temporal foram confirmadas pela palpação muscular e

movimentação do transdutor linear para se obter uma imagem otimizada.

Em cada músculo foram feitas três imagens e coletados medição em cada uma delas e

o resultado é a média entre as três medidas no Repouso e Apertamento Dental em Contração

Voluntária Máxima, aguardando dois minutos entre cada tomada de imagem.

Durante a coleta, o transdutor linear foi posicionado transversalmente à direção das fibras

musculares, considerando-se que o ventre do músculo masseter localiza-se, aproximadamente de

1,5 a 2,0 cm acima do ângulo da mandíbula em direção ao arco zigomático e para o músculo

temporal o transdutor linear é posicionado na região da fossa temporal, cerca de 1,0 a 1,5 cm para

trás e para cima da comissura lateral das pálpebras em ambos os lados.

52 | Material e Métodos

Foram obtidas imagens ultrassonográficas dos músculos masseter direito e esquerdo

em repouso, masseter direito e esquerdo em apertamento dental em contração voluntária

máxima, porção anterior do músculo temporal direito e esquerdo em repouso e porção

anterior do músculo temporal direito, em apertamento dental em contração voluntária máxima

dos dois grupos analisados. As mensurações foram realizadas diretamente sobre a imagem no

momento da sua aquisição (Figs. 8 – 11).

Figura 8 - Imagem ultrassonográfica do músculo masseter esquerdo, na condição clínica de repouso. (1) superfície do transdutor; (2) ramo da mandíbula; (3) espessura do músculo masseter.

Figura 9 - Imagem ultrassonográfica do músculo masseter esquerdo, na condição clínica de apertamento dental em contração voluntária máxima. (1) superfície do transdutor; (2) ramo da mandíbula; (3) espessura do músculo masseter.

Material e Métodos | 53

Figura 10 - Imagem ultrassonográfica do músculo temporal direito, na condição clínica de repouso (1) superfície do transdutor; (2) osso do músculo temporal; (3) espessura do músculo temporal.

Figura 11 - Imagem ultrassonográfica do músculo temporal direito na condição clínica de apertamento dental em contração voluntária máxima: (1) superfície do transdutor; (2) osso do músculo temporal; (3) espessura do músculo temporal.

FORÇA DE MORDIDA

Os registros da força de mordida foram obtidos por meio do dinamômetro digital, modelo

IDDK (Kratos, Cotia, SP, Brasil), com capacidade até 100Kgf. O aparelho, adaptado às condições

bucais, é constituído por duas hastes, nas quais suas extremidades possuem dois discos de teflon,

sobre os quais a força de mordida é aplicada e registrada. O mesmo possui escala em Kgf ou N,

54 | Material e Métodos

tecla “set-zero” que permite o controle exato dos valores obtidos e também registro de “pico”,

auxiliando a leitura da força máxima durante a obtenção dos valores, possui ainda, uma célula de

carga de precisão elevada e circuito eletrônico que indicam a força, nas quais fornecem medidas

precisas e de fácil leitura no seu visor digital (Fig. 12).

Figura 12. Dinamômetro digital, modelo IDDK (Kratos Equipamentos Industriais LTDA, Cotia, SP, Brasil).

As medidas foram tomadas na região do primeiro molar permanente direito e esquerdo,

região essa, onde desenvolvemos a maior força de mordida (REGALO et al., 2008). Para o registro

das medidas os indivíduos permaneceram sentados em uma cadeira, com os braços estendidos ao

longo do corpo e as mãos sobre as coxas e, orientados e treinados para morder as hastes,

assegurando assim, a confiabilidade no procedimento. A cada troca de indivíduo, o dinamômetro

era limpo com álcool e protegido com dedeiras de látex descartáveis (Wariper-SP). Essas dedeiras

eram posicionadas nas hastes de mordida do aparelho como medida de biossegurança.

Foram obtidas três medidas para cada lado (tomadas em Kgf), alternando os lados, com

intervalo de dois minutos entre cada mordida. A força de mordida foi obtida pelo maior valor

entre as três forças medidas para cada lado (SONNESEN et al., 2001; KOGAWA et al., 2006).

Material e Métodos | 55

ANÁLISE DOS DADOS E ESTATÍSITCA

Neste estudo, a atuação dos músculos da mastigação nos indivíduos dentados,

controles e tratados foi verificada por meio da RMS do sinal eletromiográfico sendo que esses

sinais eletromiográficos foram processados no programa Myosystem - Br1 versão 3.5. Após a

digitalização, os sinais foram analogicamente amplificados (com um ganho de 1000x),

filtrados (filtro passa-banda de 0,01-1,5kHz) e amostrados por uma placa conversora A/D de

12 bites com frequência de aquisição de 2KHz. O sinal eletromiográfico bruto foi utilizado

para derivar valores de amplitude eletromiográfica, obtidos pelo cálculo da raiz quadrada da

média (RMS). Os dados eletromiográficos foram submetidos à análise estatística utilizando o

software SPSS versão 19.0 (SPSS Inc.; Chicago, IL, USA). Os resultados foram obtidos por

meio da análise descritiva (médias, desvios padrão, valor máximo e valor mínimo), para cada

variável. Os valores foram comparados pelo teste t para amostras independentes (p<0,05). A

eficiência do ciclo mastigatório entre os grupos foi verificada por meio da integral da

envoltória do sinal eletromiográfico, sendo este valor em microvolts/segundo.

O erro de método (Se) na técnica de ultrassom foi calculado pela tripla gravação de

imagens e tripla mensuração da espessura dos músculos masseter direito e esquerdo e porção

anterior do músculo temporal dos lados direito e esquerdo em 11 indivíduos, em duas

ocasiões distintas, por meio do uso da fórmula de Dahlberg’s (KILIARIDIS; KALEBO, 1991;

RAADSHEER et al., 1996).

Se = erro de método

m1 = primeira repetição

m2 = segunda repetição

n = número de sujeitos com duas medições.

Se = √ ∑ (m1 – m2)2 / 2n

56 | Material e Métodos

Material e Métodos | 57

58 | Resultados

Resultados | 59

4 RESULTADOS

Os dados obtidos neste trabalho foram analisados por meio de testes estatísticos,

específicos para cada situação e estão apresentados neste capítulo. Em seguida, a sequência

utilizada para a exposição dos dados.

Análise eletromiográfica (RMS) – Padrões Posturais

Condição de Repouso

Condição de Protrusão

Condição de Lateralidade Direita

Condição de Lateralidade Esquerda

Apertamento Dental em Contração Voluntária Máxima

Apertamento com Parafilme

Função Mastigatória

Mastigação Parafilme (não habitual)

Mastigação Uvas Passas

Mastigação Amendoins

Espessura Muscular (Ultrassonografia)

Repouso

Contração Voluntária Máxima

Força de Mordida

60 | Resultados

Análise eletromiográfica (RMS) – Padrões Posturais

Condição Clínica de Repouso

Na condição clínica de Repouso, para a atividade eletromiográfica (RMS), não houve

diferença estatisticamente significante entre os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para

todos os músculos avaliados (Tabela 2).

Tabela 2. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) dos dados eletromiográficos (µV) na condição clínica de Repouso dos Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC) para cada músculo avaliado.

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) – RMS Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

6,4961 6,4243

4,398 3,135 0,944

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

6,6408 6,6193

4,782 2,679 0,984

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

9,2250 8,9148

5,401 5,337 0,830

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

10,1649 9,1210

5,983 3,141 0,417

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança das médias para atividade

eletromiográfica (RMS - µV) na condição de repouso, para os músculos avaliados, nos

Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC) estão ilustradas nas Figuras 13 e 14.

Resultados | 61

Figura 13 - Médias eletromigráficas (RMS - µV) na condição de repouso, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 14 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (RMS - µV) na condição de repouso para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

62 | Resultados

Condição Clínica de Protrusão

Na condição de Protrusão, para a atividade eletromiográfica (RMS), não houve

diferença estatisticamente significante entre os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para

todos os músculos avaliados (Tabela 3).

Tabela 3. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) dos dados eletromiográficos (µV) na condição clínica de Protrusão dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para cada músculo avaliado.

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) – RMS Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

26,1292 21,8934

23,153 17,194 0,440

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

21,9868 14,7445

18,914 9,769 0,078

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

10,3031 9,3330

5,584 6,102 0,537

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

12,8149 10,5807

9,128 8,076 0,336

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança das médias para atividade

eletromiográfica (RMS - µV) na condição de protrusão, para os músculos avaliados, nos

Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC) estão ilustradas nas Figuras 15 e 16.

Resultados | 63

Figura 15 - Médias eletromigráficas (RMS - µV) na condição de Protrusão, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC).

Figura 16 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (RMS - µV) na condição de protrusão para os Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC).

64 | Resultados

Condição Clínica de Lateralidade Direita

Na condição clínica de Lateralidade Direita, para a atividade eletromiográfica (RMS),

não houve diferença estatisticamente significante entre os Grupos Hipertenso (GH) e Controle

(GC) para todos os músculos avaliados (Tabela 4).

Tabela 4. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) dos dados eletromiográficos (µV) na condição de lateralidade direita dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para cada músculo avaliado.

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) – RMS Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

12,5094 8,8295

9,373 5,770 0,083

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

15,4904 12,4970

14,746 6,428 0,329

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

14,9763 13,7157

12,695 9,375 0,674

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

10,0572 9,3094

5,950 4,944 0,611

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança das médias para atividade

eletromiográfica (RMS - µV) na condição de lateralidade direita, para os músculos avaliados,

nos Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC) estão ilustradas nas Figuras 17 e 18.

Resultados | 65

Figura 18 - Médias eletromigráficas (RMS - µV) na condição de lateralidade direita, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC).

Figura 19 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (RMS - µV) na condição de lateralidade direita para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

66 | Resultados

Condição Clínica de Lateralidade Esquerda

Na condição clínica de Lateralidade Esquerda, para a atividade eletromiográfica

(RMS), não houve diferença estatisticamente significante entre os Grupos Hipertenso (GH) e

Controle (GC) para todos os músculos avaliados, exceto para o músculo masseter direito (p =

0,016) (Tabela 5).

Tabela 5. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) dos dados eletromiográficos (µV) na condição de lateralidade esquerda dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para cada músculo avaliado.

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) – RMS Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

16,7458 14,3654

12,830 9,555 0,016*

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

13,3145 8,3061

9,712 4,364 0,268

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

10,6157 8,9478

6,962 3,717 0,111

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

18,5426 13,1819

16,126 6,807 0,118

*Diferença estatisticamente significante - Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança das médias para atividade

eletromiográfica (RMS - µV) na condição de lateralidade esquerda, para os músculos

avaliados, nos Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC) estão ilustradas nas Figuras 20 e 21.

Resultados | 67

Figura 20 - Médias eletromigráficas (RMS - µV) na condição de lateralidade esquerda, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 21 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (RMS - µV) na condição de lateralidade esquerda para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

*

68 | Resultados

Condição Clínica de Apertamento Dental em Contração Voluntária Máxima

Na condição de Apertamento dental em contração voluntária máxima, para a atividade

eletromiográfica (RMS), não houve diferença estatisticamente significante entre os Grupos

Hipertenso (GH) e Controle (GC) para todos os músculos avaliados (Tabela 6).

Tabela 6. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) dos dados eletromiográficos (µV) na condição de Apertamento dental em contração voluntária máxima dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para cada músculo avaliado.

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) – RMS Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

92,1313 82,0432

49,421 61,579 0,502

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

86,0220 71,0632

36,013 36,729 0,130

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

89,2109 98,0736

50,313 72,218 0,596

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

93,6178 93,5150

62,880 66,509 0,995

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança das médias para atividade

eletromiográfica (RMS - µV) na condição de Apertamento dental em contração voluntária

máxima, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) estão

ilustradas nas Figuras 22 e 23.

Resultados | 69

Figura 22 - Médias eletromigráficas (RMS - µV) na condição de apertamento dental em contração voluntária máxima, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 23 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (RMS - µV) na condição de Apertamento dental em contração voluntária máxima para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

70 | Resultados

Condição Clínica de Apertamento com Parafilme

Na condição de Apertamento com Parafilme, para a atividade eletromiográfica (RMS),

não houve diferença estatisticamente significante entre os Grupos Hipertenso (GH) e Controle

(GC) para todos os músculos avaliados (Tabela 7).

Tabela 7. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) dos dados eletromiográficos (µV) na condição de Apertamento com Parafilme dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para cada músculo avaliado.

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) – RMS Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

130,0755 121,0225

64,493 65,819 0,605

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

114,4493 117,5104

59,763 80,256 0,872

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

105,1586 117,2429

51,393 86,349 0,527

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

117,2771 117,1400

74,669 91,418 0,995

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança das médias para atividade

eletromiográfica (RMS - µV) na condição de Apertamento com Parafilme, para os músculos

avaliados, nos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) estão ilustradas nas Figuras 24 e 25.

Resultados | 71

Figura 24 - Médias eletromigráficas (RMS - µV) na condição de apertamento com parafilme, para os músculos avaliados, nos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 25 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (RMS - µV) na condição de Apertamento com Parafilme para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

72 | Resultados

Função Mastigatória

Após a obtenção dos dados aplicou-se o teste t de Student para amostras independentes.

Foi realizada a análise estatística da eficiência dos ciclos mastigatórios, entre os Grupos

Hipertensos (GH) e o Controle (GC), pela atividade eletromiográfica (Integral da Envoltória -

ƒenv) dos músculos masseter e temporal, direito e esquerdo, durante a mastigação do Parafilme

(Tabela 8), das uvas passas (Tabela 9), dos amendoins (Tabela 10) por 10 segundos.

Mastigação Parafilme (não habitual)

A análise estatística dos dados referentes à mastigação não habitual do Parafilme por

10 segundos demonstrou (Tabela 8) que houve diferença estatisticamente significante entre os

músculos mastigatórios quando comparados os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC),

exceto para o músculo masseter direito.

Tabela 8. Médias, desvio padrão e significância estatística (p< 0,05) da Integral da Envoltória (ƒenv) na mastigação do Parafilme durante 10 segundos, para cada músculo avaliado, no Grupo Hipertenso (GH) e no Grupo Controle (GC).

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) - ƒenv Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

286,3529 357,5932

166,858 168,543 0,118

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

230,9509 351,5932

135,496 161,487 0,004*

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

251,1195 400,9386

139,607 246,301 0,007*

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

273,1542 380,0307

182,581 174,457 0,029*

*Diferença estatisticamente significante - Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As Figuras 26 e 27 ilustram as médias, desvio padrão e intervalo de confiança da Integral da

Envoltória (ƒenv) durante a mastigação não habitual do Parafilme no período de 10 segundos, para

os músculos masseteres e temporais dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Resultados | 73

Figura 26 - Médias EMG da Integral da Envoltória (ƒenv) dos músculos masseter e temporal durante a mastigação não habitual do Parafilme durante 10 segundos, para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 27 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (ƒenv) na mastigação não habitual do Parafilme para os Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC).

Masseter Direito

Masseter Esquerdo

Temporal Direito

Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

Mastigação Parafilme

Masseter Direito Masseter Esquerdo Temporal Direito Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

* * *

74 | Resultados

Mastigação Uvas Passas

A análise estatística dos dados referentes à mastigação habitual das uvas passas, por 10

segundos, demonstrou (Tabela 9) que não houve diferença estatisticamente significante entre

os músculos mastigatórios quando comparados os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Tabela 9. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) da Integral da Envoltória (ƒenv) na mastigação das uvas passas durante 10 segundos, para cada músculo avaliado, no Grupo Hipertensos (GH) e no Grupo Controle (GC).

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) - ƒenv Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

217,3913 226,6321

132,352 117,531 0,783

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

215,9192 225,3500

130,870 131,106 0,789

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

229,7665 282,9207

136,828 169,381 0,202

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

232,2691 284,6321

153,142 139,770 0,187

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As Figuras 28 e 29 ilustram as médias, desvio padrão e intervalo de confiança da

Integral da Envoltória (ƒenv) durante a mastigação habitual das Uvas Passas no período de 10

segundos, para os músculos masseteres e temporais dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle

(GC).

Resultados | 75

Figura 28 - Médias EMG da Integral da Envoltória (ƒenv) dos músculos masseter e temporal durante a mastigação das uvas passas durante 10 segundos, para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 29 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (ƒenv) na mastigação das uvas passas para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Masseter Direito

Masseter Esquerdo

Temporal Direito

Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

Mastigação Uvas

Masseter Direito Masseter Esquerdo Temporal Direito Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

76 | Resultados

Mastigação Amendoins

A análise estatística dos dados referentes à mastigação habitual dos Amendoins, por

10 segundos, demonstrou (Tabela 10) que não houve diferença estatisticamente significante

entre os músculos mastigatórios quando comparados os Grupos Hipertenso (GH) e Controle

(GC).

Tabela 10. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) da Integral da Envoltória (ƒenv) na mastigação dos amendoins durante 10 segundos, para cada músculo avaliado, nos grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Músculos Grupos N Médias EMG (µV) - ƒenv Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Músculo masseter direito

GH GC

28 28

351,5344 347,8932

210,215 154,654 0,941

Músculo masseter esquerdo

GH GC

28 28

305,5026 356,6454

176,162 190,587 0,302

Músculo temporal direito

GH GC

28 28

307,0963 397,4768

182,031 268,583 0,146

Músculo temporal esquerdo

GH GC

28 28

320,2210 435,8725

203,280 230,243 0,051

Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05)

As Figuras 30 e 31 ilustram as médias, desvio padrão e intervalo de confiança da

Integral da Envoltória (ƒenv) durante a mastigação habitual dos Amendoins no período de 10

segundos, para os músculos masseteres e temporais dos Grupos Hipertensos (GH) e Controle

(GC).

Resultados | 77

Figura 30 - Médias EMG da Integral da Envoltória (ƒenv) dos músculos masseter e temporal durante a mastigação dos amendoins durante 10 segundos, para os Grupos Hipertensos (GH) e Controle (GC).

Figura 31 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da atividade eletromiográfica (ƒenv) na mastigação dos amendoins para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Masseter Direito

Masseter Esquerdo

Temporal Direito

Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

Mastigação Amendoins

GH GC GH GC GH GC GH GC

Masseter Direito

Masseter Esquerdo

Temporal Direito

Temporal Esquerdo

78 | Resultados

Espessura Muscular (Ultrassonografia)

Os dados da ultrassonografia foram tabulados e submetidos à análise estatística, sendo

comparado os grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) pelo teste t de Student para amostras

independentes.

Repouso

Na análise da espessura muscular, condição de repouso, dos músculos masseteres e

temporais, não houve diferença estatisticamente significante entre os Grupos Hipertenso (GH)

e Controle (GC) para os músculos masseteres. Já para os músculos temporais observou-se

diferença estatisticamente significante, com maiores valores de espessura para o Grupo

Controle (GC) (Tabela 11).

Tabela 11. Média, desvio padrão, valor de p (nível de significância) da espessura muscular (cm) na condição de repouso.

Espessura Muscular Condição de RepousoMúsculos Grupos N Média Desvio

Padrão Valor de p

GH 28 0,9896 0,139 Masseter Direito GC 28 1,0829 0,221

0,065

GH 28 0,9946 0,174 Masseter Esquerdo GC 28 1,0886 0,207 0,072

GH 28 0,6661 0,169 Temporal Direito GC 28 0,4050 0,097 0,000**

GH 28 0,6679 0,184 Temporal Esquerdo GC 28 0,4021 0,107 0,000**

*Diferença estatisticamente significante para p < 0,05 (teste t de Student para amostras independentes)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança para as espessuras musculares (cm),

na condição de repouso, dos músculos masseteres e temporais estão representadas nas Figuras

32 e 33.

Resultados | 79

Figura 32 - Médias e desvio padrão da espessura muscular (cm) na condição de Repouso para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 33 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da espessura muscular (cm) na condição de Repouso para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Masseter Direito

Masseter Esquerdo

Temporal Direito

Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

Espessura Muscular (Repouso)

GH GC GH GC GH GC GH GC

Masseter Direito Masseter Esquerdo Temporal Direito Temporal Esquerdo

** **

80 | Resultados

Contração Voluntária Máxima

Na análise da espessura muscular, condição de contração voluntária máxima, dos

músculos masseteres e temporais, não houve diferença estatisticamente significante entre os

Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC) para os músculos masseteres. Já para os músculos

temporais observou-se diferença estatisticamente significante, com maiores valores de

espessura para o Grupo Controle (GC) (Tabela 12).

Tabela 12. Média, desvio padrão, valor de p (nível de significância) da espessura muscular (cm) na condição de contração voluntária máxima.

Espessura Muscular Condição de Contração Voluntária Máxima Músculos Grupos N

Média Desvio Padrão Valor de p

GH 28 1,2768 0,187 Masseter Direito GC 28 1,3468 0,253

0,245

GH 28 1,2982 0,198 Masseter Esquerdo GC 28 1,3600 0,243 0,302

GH 28 0,7407 0,173 Temporal Direito GC 28 0,5118 0,126 0,000**

GH 28 0,7479 0,194 Temporal Esquerdo GC 28 0,5057 0,151 0,000**

*Diferença estatisticamente significante para p < 0,05 (teste t de Student para amostras independentes)

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança para as espessuras musculares (cm),

na condição de contração voluntária máxima, dos músculos masseteres e temporais estão

representadas nas figuras 34 e 35.

Resultados | 81

Figura 34 - Médias e desvio padrão da espessura muscular (cm) na condição contração voluntária máxima dos Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Figura 35 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da espessura muscular (cm) na condição de contração voluntária máxima para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Masseter Direito

Masseter Esquerdo

Temporal Direito

Temporal Esquerdo

GH GC GH GC GH GC GH GC

Espessura Muscular (Contração Voluntária Máxima)

GH GC GH GC GH GC GH GC

Masseter Direito Masseter Esquerdo Temporal Direito Temporal Esquerdo

** **

82 | Resultados

Força de Mordida Molar Máxima

Na análise estatística aplicou-se o teste t de Student para amostras independentes

(p<0,05). O teste foi realizado comparando, entre os Grupos Hipertenso (GH) e Controle

(GC), a força de mordida máxima da região de molar direito e a força de mordida da região de

molar esquerdo. A análise, representada na Tabela 13, mostrou que para a força de mordida

tanto do lado direito quanto do esquerdo, apesar das médias mais elevadas para o Grupo

Hipertenso (GH), não houve diferença estatisticamente significante.

Tabela 13. Médias, desvio padrão e significância estatística (p<0,05) da força de mordida (Kgf) da região molar dos lados direito e esquerdo dos Grupos Hipertenso (GH) e Grupo Controle (GC).

Força de Mordida

Grupos N Médias (Kgf) Desvio Padrão

Significância estatística (p)

Região Molar Direito

GH GC

28 28

31,23 27,60

17,13 16,17 0,418

Região Molar Esquerdo

GH GC

28 28

34,92 28,15

17,27 17,45 0,151

Teste t de Student para amostras independentes (p< 0,05).

As médias, desvio padrão e intervalo de confiança da força de mordida para os Grupos

Hipertenso (GH) e Controle (GC) estão representadas nas Figuras 36 e 37.

Resultados | 83

Figura 36 - Valores médios para a Força de Mordida (Kgf) do lado direito e esquerdo para os Grupos Hipertenso (GH) e o Grupo Controle (GC).

Figura 37 - Intervalo de confiança de 95% para as médias da força de mordida (Kgf) para os Grupos Hipertenso (GH) e Controle (GC).

Região Molar Direito

Região Molar Esquerdo

GH GC GH GC

Força de Mordida

Região Molar Direito Região Molar Esquerdo

GH GC GH GC

84 | Resultados

Foram executadas análises de correlações entre todas as medidas, assim como a

análise do tempo da doença hipertensão, gênero e idade.

Tabela 14. Coeficiente de correlação de Pearson (r) e significância estatística (p) das variáveis IMC, altura, peso, idade e tempo da doença hipertensão com a espessura dos músculos masseter e temporal em repouso e em contração voluntária máxima nos participantes hipertensos.

Espessura Muscular (Ultrassonografia)

Repouso Contração Voluntária Máxima Variáveis

Masseter

Direito

Masseter

Esquerdo

Temporal

Direito

Temporal

Esquerdo

Masseter

Direito

Masseter

Esquerdo

Temporal

Direito

Temporal

Esquerdo

r IMC

p _ _ _ _ _ _ _ _

r 0,401* 0,519* 0,407* 0,526* 0,400* 0,537* Altura

p 0,035 0,005 0,031 0,004 0,035 0,003 _ _

r 0,431* 0,476* 0,545* 0,479** 0,401* 0,409* 0,516* Peso

p 0,022 0,010 0,003 0,010 0,035 0,031 0,005 _

r -0,550* -0,435* -0,630* -0,542* -0,458* Idade

p ,002 _

,021 _

0,000 0,003 0,014 _

r -0,396* -0,381* Tempo de

Hipertensão p _ _ _ _

0,037 0,046 _ _

*Correlação de Pearson (p <0,05)

Resultados | 85

Tabela 15. Coeficiente de correlação de Pearson (r) e significância estatística (p) das variáveis IMC, altura, peso e idade com a espessura dos músculos masseter e temporal em repouso e em contração voluntária máxima nos participantes controles.

Espessura Muscular (Ultrassonografia)

Repouso Contração Voluntária Máxima Variáveis

Masseter

Direito

Masseter

Esquerdo

Temporal

Direito

Temporal

Esquerdo

Masseter

Direito

Masseter

Esquerdo

Temporal

Direito

Temporal

Esquerdo

r IMC

p _ _ _ _ _ _ _ _

Altura r _ _ _ 0,402* _ _ _ 0,420*

p 0,034 0,026

r 0,441* 0,376* Peso

p _

0,405*

0,033

0,422*

0,025 0,019

0,434*

0,021

0,376*

0,049

0,395*

0,038 0,049

r Idade

p _ _ _ _ _ _ _ _

*Correlação de Pearson (p <0,05)

Tabela 16. Média, desvio padrão e significância estatística (p) na comparação dos grupos hipertensos (GH) e controle (GC) das variáveis peso, altura, IMC e idade.

Variáveis Grupos Média Desvio

Padrão

Valor

de p

GH 78,69 17,46 Peso

GC 73,16 10,57 0,158

GH 1,65 0,123 Altura

GC 1,69 0,094 0,176

GH 28,86 6,44 IMC

GC 25,51 2,85 0,015*

GH 49,18 8,42 Idade

GC 48,68 8,40 0,825

86 | Resultados

Discussão | 87

88 | Discussão

Discussão | 89

5 DISCUSSÃO

A hipertensão arterial sistêmica é uma síndrome de origem multifatorial, sendo uma

das maiores causas de morbidades e mortalidades cardiovasculares no Brasil, caracterizada

pelo aumento persistente dos níveis pressóricos, iguais ou superiores a 140 mmHG de pressão

sistólica e/ou 90 mmHg de diastólica. Atualmente é considerado um grave problema de saúde

pública mundial, classificada como uma enfermidade crônica degenerativa e no Brasil

representa uma das maiores causas de morbidade e mortalidade cardiovascular devido à alta

prevalência e baixas taxas de controle da população nacional, onde cerca de 22,3% a 43,9%

da população adulta é acometida por esse mal, também é notável o aumento crescente em

crianças e adolescentes a cada novo levantamento (VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE

HIPERTENSÃO, 2006; MOREIRA et al., 2008) .

A prevalência na população mundial é de 26% em adultos e acredita-se que possa

chegar a 40% em determinadas regiões. Estima-se que até 2025 este percentual aumente ainda

mais, podendo atingir o pico de 29% (KEARNEY et al., 2005). Acredita-se que a mudança de

hábitos alimentares como aumento na ingestão de sódio presente em refrigerantes, sucos e

alimentos industrializados, obesidade, aumento da idade e consumo de bebidas alcoólicas

cada vez mais cedo, sejam os principais causadores da elevação pressórica nestes níveis.

Outro fator importante é o sedentarismo muito marcante na vida moderna onde as

estimativas afirmam que 56 % das mulheres e 37% dos homens da população brasileira são

sedentários (FUCHS et al., 2008; MOREIRA et al., 2008). Sabe-se que, quando o nível de

estresse hemodinâmico no sistema cardiovascular é sustentadamente elevado, desencadeia

problemas de ordem cardiopáticas, nefrológicas, retinopatias hipertensivas, por esse motivo,

muitos países tem se preocupado com tais fatores de risco, levando assim grandes

investimentos em pesquisa para minimizar as possíveis consequências da hipertensão.

90 | Discussão

Doenças como hipertensão arterial são associadas a alterações vasculares mediadas

por espécies reativas de oxigênio (EROs) que promovem alterações do tônus vascular,

remodelamento e inflamação. Além das alterações observadas no sistema vascular, alterações

estruturais em órgãos como rins, pulmão e coração também estão diretamente relacionadas ao

aumento da geração de EROs na hipertensão arterial e hipertrofia cardíaca (JANISZEWSKI et

al., 2005).

Nas fases iniciais da hipertensão predominam fatores funcionais na elevação da

resistência periférica, como hiperatividade do sistema nervoso simpático e do sistema renina

angiotensina. Na hipertensão crônica, também contribuem fatores estruturais, como

remodelamento e hipertrofia vascular (LEWINGTON et al., 2002). Os problemas originados

na presença da hipertensão envolvem o sistema muscular estriado esquelético, com

comprometimento de função muscular, dessa forma, podem ocorrer alterações na atuação do

sistema estomatognático.

Nesta pesquisa, verificou-se nas posições posturais da mandíbula, uma alteração

considerável nos valores eletromiográficos encontrados nos dois grupos analisados, com

aumento de ativação muscular massetérica e temporal para o Grupo Hipertenso. Na análise da

condição clínica do Repouso, observou-se para os dois grupos analisados atividade

eletromiográfica em todos os músculos, com predomínio de ativação dos músculos temporais,

resultado esse concorde com Cecílio et al. (2010) que verificaram maior ativação dos

músculos temporais em indivíduos sem disfunção do sistema estomatognático. Ainda no

Repouso, notou-se para o Grupo Hipertenso uma maior atividade para os músculos masseteres

e temporais, resultado esse que pode estar diretamente relacionado ao aumento de estresse dos

indivíduos portadores de hipertensão arterial (EMILTON LIMA; EMILTON LIMA NETO,

2010).

Discussão | 91

O estudo do estresse é difícil, por conta da sua complexidade e apresentação

polimórfica, onde toda a vez que um indivíduo é submetido a agentes estressores, pode

apresentar reações psicofisiológicas, que desenvolvem reações orgânicas e psicológicas

(LIPP, 1996). Toda vez que um agente e/ou processo estressor ultrapassa os limites do

indivíduo, seja em intensidade e/ou duração, gera consequências que afetam os sistemas

endócrino, metabólico, cardiovascular, imunológico e o digestório (TURNER, 1994). Lipp et

al. (2006), revelaram que as características de personalidade do hipertenso determinam em

grande parte sua reatividade cardiovascular ante os estressores ligados à expressão ou inibição

de sentimentos. Dificuldades do dia-a-dia, doenças, desemprego, brigas, acidentes e perdas

importantes podem ter um efeito somatório de produzir stress. Ainda, há também as fontes

internas de stress que podem ter um efeito ainda maior no organismo, tais como os

pensamentos e sentimentos.

Sabe-se que o stress pode promover uma ativação maior liberação do hormônio

cortisol, essencial a homeostase e ao equilíbrio do corpo. Quando o organismo é exposto ao

estresse constantemente, a secreção crônica do cortisol pode alterar a tonicidade muscular,

provocar hiperglicemia, suprimir as respostas inflamatórias e imunes, alterar os padrões do

sono, aumentar a velocidade de reabsorção óssea e a taxa de filtração glomerular (CASTRO;

MOREIRA, 1992). Desta forma, considerando que o estresse é importante mecanismo de

agressão ao organismo, fator desencadeante de diversos sintomas característicos como

aumento da atividade muscular e maior sensibilidade à dor, estes sintomas podem estar

relacionados com os resultados observados nessa pesquisa.

Para a condição de Protrusão, os dois grupos apresentaram o padrão de atividade

esperado para essa atividade, com os masseteres mais ativos que os temporais (BERSANI et

al., 2011) e novamente, o Grupo Hipertenso apresentou maior ativação para todos os

músculos. Nas Lateralidades Direita e Esquerda, também observamos a manutenção do

92 | Discussão

padrão de ativação, baseados nos conceitos de ativação muscular neuroanatômica para a

movimentação lateral da mandíbula, onde se verifica maior atividade eletromiográfica do

músculo temporal do lado em que está ocorrendo à excursão da mandíbula (lado de trabalho),

enquanto que para o músculo masseter, o lado mais ativado é o contralateral à direção desta

excursão (KRAUS et al., 1994). Este dado foi observado nos resultados deste trabalho, em

todos os grupos analisados. Mesmo com a Hipertensão, ocorreu tendência dos padrões de

contração muscular ser semelhantes aos do Grupo Controle.

O fato dos indivíduos portadores de hipertensão apresentar atividade eletromiográfica

maior durante o repouso e movimentos posturais, como lateralidades direita e esquerda e

protrusão, quando comparada com a atividade desenvolvida pelos indivíduos controles nas

mesmas situações clínicas, poderia ser indício de disfunção do sistema estomatognático

ocasionada pela doença; apesar dos indivíduos terem sido avaliados pelo Índice Clínico

RDC/TMD, um questionário que avalia a presença ou não de disfunção temporomandibular e,

nenhum deles ter qualquer sinal ou sintoma de disfunção. Indivíduos afetados por disfunções

temporomandibulares, em geral, desenvolvem padrões de atividade eletromiográfica

caracterizados por hiperatividade, verificados na condição de manutenção de posturas clínicas

posturais como de protrusão e de lateralidade (SIÉSSERE et al., 2009; RANCAN et al.,

2009). De acordo com Liu et al. (1999) e Pinho et al. (2000), a atividade eletromiográfica dos

músculos da mastigação em repouso é maior nos indivíduos com disfunções do sistema

estomatognático quando comparada com indivíduos saudáveis, o que indica aumento do tônus

basal da musculatura.

A máxima atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal foi observada

durante o apertamento dental em indivíduos portadores de dentição completa (GIBBS ET

AL., 1984; BLANKSMA E VAN EIJDEN, 1995), resultados concordes aos desta pesquisa

nos dois grupos avaliados. Isto se deve às características morfológicas e funcionais dos

Discussão | 93

músculos avaliados, onde o masseter é um músculo potente, com função de força, que carrega

e sustenta os ossos protegendo e conduzindo a potência do movimento e elevando a

mandíbula antigravitacionalmente durante as diversas funções do sistema estomatognático. O

músculo temporal tem função mais relacionada com a velocidade, sendo o primeiro a se

contrair no fechamento mandibular, considerado um posicionador da mandíbula, ajusta

melhor a direção do movimento, atuando como sincronizador de movimentos (VITTI;

BASMAJIAN, 1975; HARPER et al., 1997; UEDA et al., 1998, ARITA, 2000; OKESON,

2000; SIMÕES, 2003).

Durante a execução da condição clínica de Apertamento Dental foi observada maior

atividade eletromiográfica para os masseteres e temporal esquerdo para o Grupo Hipertenso,

com predomínio de atividade dos temporais mas os dados não apresentaram diferença

estatisticamente significativa (p<0,05). No Apertamento Dental com Parafilme, os masseteres

mostraram-se mais ativos que os temporais e os valores eletromiográficos entre os dois grupos

foram semelhantes, com uma distribuição equilibrada da atividade entre os quatro músculos,

novamente dados estatisticamente não significantes.

Estes dados aproximam-se dos observados por Moyers, em 1949, Quirch, em 1965,

Tosello et al., em 1998 e 1999, onde indivíduos portadores de maloclusões e disfunções

despenderam maior esforço para efetuar os movimentos de força, provavelmente devido ao

desequilíbrio muscular, que dificulta a função normal.

O processo mastigatório, complexo, ocorre por ação motora e neurofisiológica, com

interação de receptores e nervos, que atuam sobre músculos e ossos de todo o sistema

estomatognático (GALO et al., 2006). A mastigação é a primeira etapa do processo digestório

(KARKAZIS; KOSSIONI, 1997) com uma atividade neuromuscular integrada, onde ocorrem

contração e relaxamento dos músculos mastigadores de forma sincrônica e ordenada,

94 | Discussão

possibilitando os movimentos de fechamento, abertura, lateralidade e protrusão mandibular

(SIMÕES, 1979).

A mastigação não habitual de Parafilme é um movimento padronizado, com

eliminação de fatores de interferência que atuam durante o processo mastigatório, tais como

lado preferencial de mastigação, deglutição entre os ciclos mastigatórios, frequência de

mastigação e textura do alimento. Nesta pesquisa, na condição clínica de mastigação não

habitual com Parafilme, verificou-se diminuição da atividade eletromiográfica de todos os

músculos analisados para o Grupo Hipertenso. Durante a mastigação não habitual de

Parafilme, os indivíduos dentados do grupo controle revelaram maior atividade

eletromiográfica do que indivíduos portadores de disfunções (SANTOS, 2005), resultado esse

concorde com Slagter et al. (1993) e com o verificado nessa pesquisa. Durante a mastigação

não habitual de Parafilme é exigido da musculatura uma atividade moderada e não de força,

portanto pode-se considerar que os indivíduos dentados sem disfunções realmente são os que

possuem maior equilíbrio da musculatura do sistema estomatognático.

O padrão mastigatório habitual, natural, não orientado consiste em alternar o lado de

trabalho, e tem por função a fragmentação dos alimentos pelos dentes, por meio de

movimentos mandibulares cíclicos de abertura e fechamento denominados de ciclos

mastigatórios. Alterações provenientes da oclusão, das articulações ou músculos mastigatórios

afetam a eficiência mastigatória (OKESON, 2000; KIM et al., 2001). Na mastigação habitual

de alimentos macios (uvas passas) ou duros (amendoins) também se verificou que os valores

eletromiográficos dos ciclos mastigatórios foram menores para o Grupo Hipertenso.

Na análise da espessura muscular, as imagens dos músculos masseter e temporal

apresentavam-se bem definidas permitindo assim a determinação de suas espessuras. A

técnica ultrassonográfica não expõe os participantes à irradiação, portanto é segura, além de

Discussão | 95

ser reprodutível e rápida, sendo então considerada adequada para a avaliação dos músculos da

face (BERTRAM et al., 2003).

Em relação às mensurações realizadas, tanto para o Grupo Hipertenso como para o

Grupo Controle, o músculo contraído apresentou espessura maior que a do músculo relaxado,

sendo estes resultados concordes com os resultados de Kiliaridis e Kalebo (1991), Bakke et al.

(1992), Raadsheer et al. (1996), Kubota et al. (1998), Bertram et al. (2003), Castelo et al.

(2007) e Vasconcelos (2009).

Quando feita a comparação entre a espessura muscular do Grupo Hipertenso com a

espessura muscular do Grupo Controle, verificou-se que as espessuras eram bastante

semelhantes para os músculos masseteres, mas para os temporais os valores foram bem

diferentes, sendo menores para o Grupo Hipertenso no repouso e na contração voluntária

máxima, com dados estatisticamente significantes.

A força mastigatória é dependente da propriocepção periodontal, destacando a

importância da presença dos dentes e do mecanismo sensorial do periodonto no controle dessa

força. Na avaliação da força de mordida máxima, os participantes foram devidamente

instruídos e colaboraram com o experimento. A padronização da metodologia e a realização

de três repetições, com intervalo de dois minutos entre elas, para a obtenção do valor máximo

da força de mordida foram devidamente executadas de acordo com o protocolo, na finalidade

de que os erros e interferências fossem minimizados (FERNANDES et al., 2003; CASTELO

et al., 2007, SIÉSSERE et al., 2009).

Verificou-se maior força de mordida para o Grupo Hipertenso. De acordo com Griffin

e Mallor (1974 e 1975) e Kawamura (1974), a força mastigatória é menor na presença da

maioria das disfunções do sistema estomatognático. Sabe-se que indivíduos hipertensos

apresentam uma diminuição da sensação de dor aguda, o que pode ter contribuído para que os

valores de força de mordida molar direita e esquerda fossem maiores que a do Grupo

96 | Discussão

Controle, tendo em vista que como o indivíduo hipertenso não sente a dor aguda com clareza

consegue obter uma força de mordida maior, pois não protege o sistema estomatognático de

possíveis danos e/ou lesões (BRUEHL et al., 1992; MCCUBBIN; BRUEHL, 1994; GHIONE

et al., 1996; FRANCE; SUCHOWIECKI, 2001; BRUEHL; CHUNG, 2004)

Na análise da correlação dos fatores para cada grupo Hipertenso e Controle, verificou-

se que para alguns fatores como Índice de Massa Corpórea (IMC), peso, idade, altura

apresentavam diferenças estatisticamente significantes dentro do grupo, mas quando se

comparou os grupos, somente o fator Índice de Massa Corpórea foi um dado estatisticamente

significante entre os grupos. Sabe-se que os indivíduos hipertensos apresentam na sua maioria

um sobrepeso e uma das principais indicações de tratamento para os indivíduos hipertensos é

a perda do excesso de peso (VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO). Estudos

mais aprofundados e críticos são necessários com objetivo de definir com maior precisão os

fatores de risco para doenças hipertensivas e o nível de comprometimento do sistema

estomatognático dos indivíduos hipertensos, avaliando principalmente o tipo e o tempo de uso

da medicação, assim como o tempo da doença hipertensiva. Fatores como idade, gênero e

índice de massa corpórea também deverão ser incluídos em futuros estudos longitudinais.

Discussão | 97

98 | Conclusões

Conclusões | 99

6 CONCLUSÕES

Baseado nos resultados obtidos com essa pesquisa verificou-se que:

Na atividade eletromiográfica das condições clínicas de repouso, protrusão,

lateralidades direita e esquerda, apertamento dental e apertamento dental com

Parafilme M® os indivíduos do GH apresentaram maior ativação muscular, o que já

não ocorreu na mastigação com Parafilme M®, mastigação com uvas passas e

mastigação com amendoins, onde os ciclos mastigatórios foram menores.

A espessura muscular dos temporais foi menor para o Grupo Hipertenso no repouso e

na contração voluntária máxima (p<0,05).

O Grupo Hipertenso apresentou maior força de mordida molar máxima direita e

esquerda (p<0,05).

Na análise de Correlação de Pearson somente o IMC entre as medidas nos dois grupos

avaliados: GH e GC apresentou correlação positiva e significante.

Verificou-se que os indivíduos hipertensos apresentaram maior atividade

eletromiográfica nas condições clínicas posturais da mandíbula, menor espessura muscular

dos temporais e maior força de mordida molar máxima direita e esquerda (p<0,05). Baseado

nos resultados dessa pesquisa pode-se concluir que a doença hipertensão promoveu alterações

funcionais do sistema mastigatório.

100 | Conclusões

101

102 | Referências

Referências | 103

REFERÊNCIAS

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Referências | 113

114 | Anexos

Anexos | 115

ANEXO

ANEXO 1- Aprovação do Comitê de Ética