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Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Avaliação da implantação do programa de controle do tabagismo no Hospital Santa Cruz - São Paulo - Capital MARCO ANTONIO DE MORAES Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, para obtenção do título de Doutor em Saúde Pública. Área de Concentração: Serviços de Saúde Pública Orientador: Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien São Paulo 2006

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Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública

Avaliação da implantação do programa de controle do tabagismo no Hospital Santa Cruz - São Paulo -

Capital

MARCO ANTONIO DE MORAES

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde

Pública, para obtenção do título de Doutor em Saúde Pública.

Área de Concentração: Serviços de Saúde Pública

Orientador: Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien

São Paulo

2006

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Avaliação da implantação do Programa de Controle do Tabagismo no Hospital Santa Cruz - São Paulo -

Capital

MARCO ANTONIO DE MORAES

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor

em Saúde Pública.

Área de Concentração: Serviços de Saúde Pública

Orientador: Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien

SÃO PAULO

2006

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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total

ou parcial desta tese, por processos fotocopiadores.

Marco Antonio de Moraes

Assinatura

15/02/2006

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iii “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a

sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.”

(Leonardo da Vinci)

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Dedico esta tese:

a Deus, por ter permitido concluir esta importante etapa na minha vida acadêm

pois, no mérito de mais esta conquista, existe muito da sua participação oferecend

força e a perseverança nos momentos necessários;

a meus pais, Melchíades Rosa de Moraes e Profª Maria Elisa Costa de Mor

que sempre estiveram presentes na minha vida oferecendo-me apoio, auxíli

participação fundamental na construção do alicerce que possibilitou a execução d

trabalho científico, assim como foram grandes inspiradores e incentivadores

minha opção pelas áreas de saúde e educação;

ao Prof. Dr. José Rosemberg, em especial e em memória, uma excelente e h

figura humana que deu enorme contribuição à construção desta pesquisa, hom

envolto por um fascinante mistério. Até hoje não se sabe o que foi melhor nele:

pesquisador, cientista, médico, e brilhante professor titular, com seu amplo e not

conhecimento técnico/científico acumulado em décadas de dedicação ao estudo

pesquisa na área de saúde pública, principalmente em tabagismo e tuberculose, o

cidadão, extraordinário exemplar de figura humana que reuniu dignidade, é

dinamismo, ampla cultura geral, extrema simpatia, carisma, simplicidad

humildade. Talvez a combinação de todos esses valores tenha sido capaz de torn

um exemplar único, raro e notável, síntese perfeita de uma personalidade púb

respeitada no Brasil, na América Latina e no Mundo, como um exemplo a

admirado e seguido, pois o legado por ele deixado ao controle do tabagismo ser

de referencial para todos os ativistas que atuam nesta área.

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Agradecimentos:

Torna-se essencial agradecer e, assim, reconhecer o grande apoio de diversas pessoas

que, direta ou indiretamente, colaboraram, indicando caminhos, suavizando

momentos difíceis, dando sugestões preciosas, enfim, tornando este trabalho

possível; assim sendo, desejo registrar agradecimentos especiais com eterna gratidão:

a Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien, devido à orientação precisa e

segura, incentivadora inicial de meu desenvolvimento intelectual, acadêmico e

profissional na área da Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), que sempre me

estimulou a avançar na busca do conhecimento.

Alma e figura humana que apresenta características de eterna aprendiz, mesclando,

com maestria, seu grande conhecimento técnico/científico com a profundidade de sua

simpatia, carisma, compreensão, confiança, entusiasmo e segurança, fatores

determinantes para uma adequada orientação.

Essa importante combinação de talentos, e seu jovem e irrequieto comportamento de

estudiosa, sempre a pesquisar, sempre pronta a apoiar o controle do tabagismo,

tornam-na um grande exemplo, uma potencial incentivadora para todos nós,

representando uma esperança de vida e um compromisso com uma sociedade mais

saudável e digna;

à Banca Examinadora da Qualificação: Prof. Titular Dr José Rosemberg; Profª

Titular Drª Márcia Faria Westphal e Profª Drª Maria Isabel Sampaio

Carmagnani, pelas contribuições precisas e oportunas;

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à Pré-Banca Examinadora: Profª Titular Drª Márcia Faria Westphal; Prof.

Titular Dr Aristides de Almeida Rocha; Profª Drª Maria Isabel Carmagnani;

Profª Drª Tânia Regina Gasparini Botelho Pupo; Profª Drª Isabel Maria

Teixeira Bicudo Ferreira e Profª Drª Rita de Cássia Chamma, por terem

aceitado o convite para avaliar esta Tese, mas, principalmente, pelas excelentes

sugestões emitidas na fase da pré-banca, que certamente permitiram o

aprimoramento deste estudo;

a Profª Drª Ruth Miranda de Camargo Leifert, presidente do Conselho Regional

de Enfermagem do Estado de São Paulo, da Associação Nacional de Enfermagem do

Trabalho e da Academia Brasileira de Especialistas em Enfermagem e Diretora de

Enfermagem da UNIBAN; pelo grande exemplo de excelente profissional e ser

humano, pela dedicação e competência na área de Enfermagem e Educação, assim

como por suas inúmeras colaborações na construção de um Sistema de Saúde mais

justo e equilibrado, e pelas constantes colaborações na minha vida acadêmica;

a Profª Drª Akiko Kanasawa, coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação da

Universidade Bandeirante de São Paulo, membro titular do Conselho Regional de

Enfermagem do Estado de São Paulo, grande amiga, modelo de extraordinário

profissional humano, técnico e ético, sempre reforçando o seu apoio e incentivo,

encorajando e acreditando na realização deste trabalho, mas, principalmente,

colaborando continuamente para o meu crescimento profissional;

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a Drª Ana Margarida Rosemberg, grande ativista no controle do tabagismo,

médica pneumologista que serve de inspiração a diversos profissionais de saúde que

atuam nesta área, pela sua dedicação e conselhos sempre valiosos e oportunos;

a Drª Ivone Martine de Oliveira, enfermeira do trabalho, conselheira do Conselho

Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo, pela valiosa amizade e

contribuições técnicas sempre presentes;

a Drª Eutália Aparecida Cândido de Araújo, pela valiosa colaboração na

interpretação dos dados estatísticos;

a toda equipe de trabalho do Hospital Santa Cruz, pela amizade e carinho, em

especial, ao Dr Koshiro Otani, pela oportunidade do trabalho no HSC, incentivo e

apoio contínuo; à Srtª Soraya Ferro e Srª Simone Ferreira dos Santos, pelo

companheirismo e apoio sempre presentes; ao Sr Pedro Lindarte, a Drª Luciana

Midori K. Lindarte, e a Drª Eliane Ray Otani, colegas da PULSAR Medicina do

Trabalho, pela valiosa e constante cooperação; ao Sr. José Hamilton dos Santos,

pelo grande apoio no levantamento dos Recursos Humanos do HSC;

a todos os colegas da Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, pela

presença e apoio constante em vários momentos oportunos; à enfermeira Dra Dalva

Maria de Oliveira Valencich; ao Dr Rodolfo Brumini; à nutricionista Dra África

de La Cruz Neumann; ao Dr Arthur Jacques Goldfeder; ao Dr Luis Francisco

Marcopito; à enfermeira Dra Ana Paula Coutinho (Diretora da Divisão); à

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nutricionista Adriana Bouças Ribeiro; a Dra Mirian M. Shirassu; ao Dr Sidney

Federmann; ao Dr Sérgio S. Fins Rodrigues; e às escriturárias Sra Lúcia Elisa

Prestes Salvi, Sra Lenilza Moura do Santos, e Sra Josefa Jane dos S. Castro;

ao Sr Marco Rosado, pela colaboração na formatação gráfica (layout) da Tese;

a Profª Maria Lúcia Gnatos João Lima, responsável pela correção de Língua

Portuguesa;

aos bibliotecários e demais funcionários de apoio da CIR/FSP/USP; em especial a

Sra Maria Lúcia Evangelista de Faria Ferraz e ao Sr José Estorniolo Filho, por

todo o apoio referente às consultas bibliográficas;

aos meus grandes amigos Maurício Lopes Cordeiro e Ademilson Magalhães,

sempre prontos a ouvir, acompanhar e ajudar nos momentos mais propícios;

ao meu “mascote” Billy Jully de Moraes, companheiro tão incomum e encantador,

sempre presente, preenchendo meus dias com alegrias e amenizando, com sua fiel

amizade e carinho, os momentos mais difíceis da árdua, porém edificante construção

desta Tese;

Enfim, a todos os pesquisados que responderam ao questionário tornando possível a

obtenção dos dados desta Tese.

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RESUMO

Moraes MA. Avaliação da implantação do Programa de Controle do Tabagismo

no Hospital Santa Cruz – São Paulo-Capital. 2006. [Tese de Doutorado –

Faculdade de Saúde Pública da USP].

Objetivo: Realizou-se o presente estudo com a finalidade de avaliar as intervenções

aplicadas no Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz e sua

eficácia na diminuição da prevalência do tabagismo. Métodos: Pesquisa avaliativa

longitudinal, do tipo painel, realizada para o cumprimento do objetivo estabelecido,

sendo seu objeto constituído pelas intervenções organizacionais, educativas e físicas

desenvolvidas no referido programa. Utilizaram-se dados da pesquisa sobre perfil do

fumante do Hospital Santa Cruz realizada no final do ano de 2001 e início de 2002 e

reaplicada em 2004 para obter a prevalência do tabagismo. Realizou-se, também,

outra pesquisa sobre a percepção dos funcionários deste hospital que, vivenciaram as

aplicações das referidas intervenções, utilizando-se, em outubro de 2005, um

questionário composto por 19 questões estruturadas em 6 seções, em que foram

sujeitos da pesquisa 498 funcionários. Aplicaram-se testes estatísticos não

paramétricos para verificar diferenças entre as variáveis sociodemográficas dessa

última pesquisa. Resultados: Como principais resultados, as análises demonstraram

que a opinião dos pesquisados, referentes às fases de intervenções aplicadas ao

programa, mostrou-se bastante favorável, pois as porcentagens relativas à

participação desses colaboradores nas ações desenvolvidas no programa variaram de

74,3% a 99%. Conclusões: A avaliação de estrutura/processo/resultado permitiu

concluir que o Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz mostrou-

se eficaz tendo em vista apresentar uma estrutura adequada em relação à capacidade

instalada, alcançar as metas programadas na sua avaliação de processo e, como

resultado final, ter diminuído em 52,91% a prevalência do tabagismo entre seus

colaboradores.

Descritores: Tabagismo, Avaliação, Programas de Saúde.

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SUMMARY

Moraes M.A. Evaluation of the implementation of the Tobacco Control Program

at the Santa Cruz Hospital – São Paulo – Capital; 2006 [Dissertation of the

Doctoral Degree Program – College of Public Health - USP].

Objective: The present study was carried out with the objective of evaluating the

interventions applied in the Tobacco Control Program at the Santa Cruz Hospital

(HSC) and their effectiveness in decreasing the prevalence of tobacco use. Methods:

A longitudinal evaluation study of the panel type was carried out to achieve the

established objective, with the purpose of investigating the organizational,

educational and physical interventions developed in the abovementioned program.

Research data on the tobacco user profile, obtained by the Santa Cruz Hospital at the

end of 2001 and beginning of 2002, were applied again in 2004 to find out the

tobacco use prevalence. Another investigation was also conducted concerning the

perception of the hospital staff that experienced the application of the interventions

by means of a questionnaire composed of 19 structured questions divided into 6

sections and answered by 498 employees in October 2005. Non-parametric statistical

tests were applied to identify differences between the sociodemographic variables of

the last study. Results: The main results shown in the analyses were that the opinion

of the study subjects regarding the intervention phases applied in the program was

quite favorable, since the percentages regarding participation of these employees in

the actions developed in the program varied between 74.3% and 99%. Conclusions:

The evaluation of the structure/process/result allowed us to conclude that the

Tobacco Control Program of the Santa Cruz Hospital was successful, presenting an

adequate structure for the installed capacity, achieving the programmed targets in its

process evaluation and, as end result, decreasing by 52.91% the prevalence of

tobacco use among staff members.

Descriptors: Tobacco use, Evaluation, Health Programs.

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xi LISTA DE ABREVIATURAS

aC – Antes de Cristo

AFUBRA – Associação dos Fumicultores do Brasil

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida

AMS – Assembléia Mundial da Saúde

BIREME – Centro Latino Americano e do Caribe em Ciências da Saúde

BTA – British American Tobacco

CID – Classificação Internacional de Doenças

CIR/FSP – Centro de Informação e Referência da Faculdade de Saúde Pública

CME – Central de Material e Esterilização

CQCT – Convenção Quadro para o Controle do Tabaco

COP – Conferência das Partes

DTR – Doenças Tabaco Relacionadas

EUA – Estados Unidos da América

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

FMI – Fundo Monetário Internacional

FSP/USP – Faculdade de Saúde Pública da USP

HSC – Hospital Santa Cruz

IARC – International Agency for Research

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCA – Instituto Nacional de Câncer

ITC – Imperial Tobacco Canada

ITC – Indian Tobacco CO

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xii KW- Kruskal Wallis

MPC- Multiple Comparation Procedure

MS – Ministério da Saúde

NHS – National Health Service

O&M – Organização e Método

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONI – Órgão de Negociação Internacional

OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde

PAAPA – Perguntar, Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar

PCT – Programa de Controle do Tabagismo

PNCT – Programa Nacional de Controle do Tabagismo

PTA – Poluição Tabagística Ambiental

SAME – Serviço de Arquivo Médico Estatístico

SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

SNS – Serviço de Nutrição e Dietética

SPSS – Statistical Package for Social Sciences

TFI – Tobacco Free Initiative

TI – Tecnologia da Informação

TMO – Transporte de Medula Óssea

UCO – Unidade Coronariana

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Foto e mapa de localização do HSC. .....................................................140 Anexo 2 - Folder de lançamento do programa........................................................141 Anexo 3- Comissão executiva do PCT do HSC.....................................................142 Anexo 4- Folder do curso de capacitação sobre tabagismo. ..................................143 Anexo 5- Conteúdo do treinamento sobre “abordagem intensiva ao fumante”.....144 Anexo 6- Normatização sobre o consumo do cigarro no HSC. .............................147 Anexo 7- Divulgação do programa de atendimento ao fumante do HSC..............148 Anexo 8- Comemorações das datas de controle do tabagismo no HSC ................149 Anexo 9- Fumódromo do HSC ..............................................................................151 Anexo 10- Sinalização de proibido fumar no HSC..................................................152 Anexo 11- Termo de consentimento livre e esclarecido..........................................154 Anexo 12- Aprovação dos comitês de ética.............................................................155 Anexo 13- Questionário aplicado na pesquisa sobre perfil do fumante do HSC.....157 Anexo 14- Questionário aplicado na pesquisa sobre percepção do PCT do HSC. ..160 Anexo 15- Modelo do cartaz “pare e pense” ...........................................................165 Anexo 16- Modelo do cartaz “fumar não combina com a qualidade de vida” ........165 Anexo 17- Modelo do folheto, cartaz e banner “pode respirar a vontade”..............166

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xiv LISTA DE FIGURAS:

Fig. 1 - Distribuição dos pesquisados em relação à lembrança do Cartaz “Pare e Pense”, HSC, SP, 2005. ..........................................................................94

Fig. 2- Distribuição dos pesquisados quanto à reflexão sobre o cartaz “Pare e

Pense”; HSC, SP, 2005. ...........................................................................95 Fig. 3- Distribuição dos pesquisados quanto à alusão ao tema tabagismo na 1ª

fase do Programa, HSC, SP, 2005............................................................95 Fig. 4- Distribuição dos pesquisados quanto à lembrança do Cartaz “Fumar não

combina com a qualidade de vida” HSC, SP, 2005. ................................97 Fig. 5- Distribuição dos pesquisados que relataram ter participado de alguma

atividade antitabágica desenvolvida no HSC, SP, 2005. .........................98 Fig. 6- Distribuição dos pesquisados em relação ao esclarecimento sobre

tabagismo por meio do material educativo recebido no Programa, HSC, SP, 2005. ..................................................................................................98

Fig. 7- Distribuição dos pesquisados em relação ao conhecimento da Lei Federal

9.294/86, HSC. SP. 2005 .........................................................................99 Fig. 8- Distribuição dos pesquisados segundo lembrança do cartaz “Pode

Respirar à Vontade”, HSC, SP, 2005.....................................................101 Fig. 9- Distribuição dos pesquisados, segundo o recebimento do folheto

informativo sobre a Portaria Interna de Restrição do Cigarro, HSC, SP, 2005........................................................................................................102

Fig. 10- Distribuição dos pesquisados segundo observação da sinalização

antitabágica, HSC, SP, 2005. .................................................................102 Fig. 11- Opinião dos pesquisados referentes às melhores ações educativas

utilizadas no Programa, HSC, SP, 2005.................................................104 Fig. 12- Opinião dos pesquisados referentes aos meios de comunicação que

apresentaram melhores resultados no Programa, HSC, SP, 2005..........105 Fig. 13- Prevalência Geral de Fumantes no HSC, São Paulo, 2001. ...................108 Fig. 14- Prevalência Geral de Fumantes no HSC, São Paulo, 2004. ...................108 Fig. 15- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo sexo, São Paulo, 2001 ......111

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xv

Fig. 16- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo sexo, São Paulo, 2004 ......111 Fig. 17- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo grau de escolaridade, SP,

2001........................................................................................................112 Fig. 18- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo grau de escolaridade, SP,

2004........................................................................................................112 Fig. 19- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo profissão, SP, 2001...........113 Fig. 20- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo profissão, SP, 2004...........114

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xvi LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição do número e porcentagem da população de estudo, segundo

variáveis socioeconômicas .......................................................................89 Tabela 2 – Indicadores de Estrutura do Programa de Controle o Tabagismo do

Hospital Santa Cruz - São Paulo – 2005...............................................91 Tabela 3 – Indicadores de Processo do Programa de Controle o Tabagismo do

Hospital Santa Cruz - São Paulo – 2005...............................................93 Tabela 4 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 1ª fase do

Programa de Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo – 2005 ......96 Tabela 5 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 2ª fase do

Programa de Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo – 2005 ....100 Tabela 6 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 3ª fase do

Programa de Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo – 2005 ....103 Tabela 7 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, nas ações

educativas e meios de comunicação que apresentaram melhores resultados - HSC - São Paulo – 2005..................................................106

Tabela 8 – Prevalência do Tabagismo em populações acima de 15 anos em

diferentes países do mundo de 1995 à 2002 .......................................110 Tabela 9 – Prevalência do Tabagismo entre médicos e enfermeiros em alguns países

do mundo ............................................................................................114

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xvii INDICE

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................1 2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................10

2.1 - Tabagismo, uma questão multifacetada: “dimensionando o problema” .........10 2.1.1 - Aspectos Econômicos do Tabagismo.....................................................16 2.1.2 - Meio Ambiente e Tabagismo .................................................................20 2.1.3 - Tabagismo e o Controle Legislativo ......................................................24 2.1.4 - Produção, Comércio, Distribuição e Consumo do Tabaco ...................27 2.1.5 - Indústria do Tabaco................................................................................31 2.1.6 - Tabagismo Passivo.................................................................................34 2.1.7 - Controle do Tabagismo na Idade Escolar ..............................................37 2.1.8 - Tratamento do Tabagismo......................................................................39 2.1.9 - Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.....................................44 2.1.10 - Programas de Controle do Tabagismo .................................................48

2.2 - Avaliação: Necessidade Constante nos Serviços de Saúde.............................53 2.2.1 - Origens, Conceitos e Objetivos da avaliação.........................................53 2.2.2 - Tipos de Avaliação.................................................................................55 2.2.3 - Uso da avaliação em programas de saúde..............................................58

3. OBJETIVOS..........................................................................................................65

3.1 - Objetivo Geral .................................................................................................65 3.2 - Objetivos Específicos ......................................................................................65

4. MÉTODO ..............................................................................................................66

4.1 – Desenho do Estudo .........................................................................................66 4.2 - Local do Estudo...............................................................................................68 4.3 - Objeto de Estudo: O Programa de Controle do Tabagismo do HSC ..............69 4.4 - População ........................................................................................................73 4.5 - Aspectos Éticos ...............................................................................................74 4.6 - Etapas dos Procedimentos Metodológicos ......................................................75 4.7 - Instrumento......................................................................................................77 4.8 - Pré-Teste..........................................................................................................78 4.9 - Variáveis do Estudo.........................................................................................79 4.10 - Digitação dos Dados......................................................................................80 4.11 - Tratamento Estatístico dos Dados .................................................................81

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................87

5.1 - Dados Referentes à População Pesquisada .....................................................87 5.2 - Avaliação da Estrutura/Processo/Resultado....................................................90

6. CONCLUSÕES ...................................................................................................116 7. REFERÊNCIAS..................................................................................................118 8. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ............................................................138 ANEXOS...............................................................................................................140

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1

1 - INTRODUCÃO

Os Hospitais, apesar de serem classificados como do seto

do conceito do Sistema de Saúde, funcionam como importante ca

exemplos e ações para promoção da saúde e qualidade de vida d

assistem89,112,170,225,242,243,251. Sendo assim, é fundamental, tamb

vitrines de hábitos e estilos de vida saudáveis.

Esse fato direciona os hospitais a transmitirem m

qualidade de vida a seus profissionais, clientes, visitantes e fornec

sua estrutura física e organizacional, despertando, conseqüenteme

conscientes sobre o seu papel de modelos de comportamento e d

relação aos usuários desse sistema de saúde51,78,103,116,118,188,189,190.

Em todo o mundo, é crescente o número de unidades de

que, conscientes de suas responsabilidades quanto à qualidade

trabalhadores, vêm implementando programas de controle do taba

partem da constatação de um número elevado de fumantes na pop

um número ainda mais elevado nas faixas de idade em que as pesso

sendo que elas passam 80% de seu tempo em ambientes fech

poluição tabagística154.

HELYER e col95 (1998) afirmam que o ato de fum

ambiental por ele causada podem provocar uma série de dan

trabalhadores e à produtividade da empresa, sendo importante

política de abolição ao tabagismo em seu ambiente.

INTRODUCÃO

r terciário dentro

nal irradiador de

a população que

ém, tornarem-se

ensagens sobre

edores através de

nte, profissionais

e educadores em

saúde e empresas

de vida de seus

gismo16,102. Esses

ulação geral e de

as são produtivas,

ados expostas à

ar e a poluição

os à saúde dos

estabelecer uma

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2

Alguns desses danos são: diversos tipos de adoecimento

da capacidade de produzir, levando a uma diminuição da produtivid

morte prematura, aumento de despesas com saúde, excesso de absen

gastos com limpeza134.

Outro fator fundamental para se estabelecer programa

tabagismo (PCT) em ambientes de trabalho é que dados científic

poluição tabagística ambiental prejudicial não só à saúde dos fuman

à dos não fumantes (chamados fumantes passivos ou involuntários)23

Na fumaça do tabaco isolaram-se 4.720 substâncias tóxi

contém nicotina, alcatrão (complexo de cerca de 1.000 substância

carbono, elementos radioativos, resíduos de fertilizantes e pesticidas

O alcatrão contém grande parte dos carcinógenos, cerc

(hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, aminas aromáticas e nitr

quatro específicas do tabaco). É reconhecido como um carcinógeno

atuar nas três esferas da carcinogênese (indução, promoção e progres

A nicotina é uma droga psicoativa causadora da de

mesmos mecanismos da cocaína, maconha, heroína e álcool200.

A maior parte do tempo total de consumo de um cigar

fumaça que sai silenciosamente da ponta do mesmo, a qual c

componentes tóxicos e em proporções mais elevadas do que aquela

do fumante200. Sendo assim, num ambiente em que se evola a fum

cigarro, há três vezes mais monóxido de carbono, cinco vezes

cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas em relação à fuma

fumante (fumaça principal).

INTRODUCÃO

s, perda precoce

ade da empresa,

teísmo e maiores

de controle do

os consideram a

tes, mas também

9.

cas. Essa fumaça

s), monóxido de

124,199.

a de 60 no total

osaminas, sendo

potente, capaz de

são)200.

pendência pelos

ro corresponde à

ontém todos os

que sai da boca

aça da ponta do

mais nicotina e

ça aspirada pelo

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3 INTRODUCÃO

A fumaça difunde-se pelo ambiente homogeneamente, fazendo que

mesmo as pessoas posicionadas mais distantes dos tabagistas inalem quantidades de

poluentes iguais às que estão posicionadas próximas aos fumantes. Dessa forma, os

fumantes passivos sofrem os efeitos imediatos da poluição ambiental, tais como

irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento dos problemas

alérgicos, principalmente das vias respiratórias81.

Pesquisas mostram, entre os fumantes passivos, um risco aumentado de

câncer de pulmão e de doenças cardíacas a longo prazo94,239.

De acordo com RYAN et al.207 (2002), os ambientes de trabalho são

locais passíveis de controle da exposição à fumaça dos derivados do tabaco e, por

isso, representam uma boa oportunidade para atuação de programas preventivos que

estimulem uma mudança no estilo de vida dos indivíduos e uma preocupação maior

com a sua saúde.

A abordagem dos trabalhadores em programas preventivos fica facilitada

não somente pelo fato de estarem inseridos em comunidades delimitadas, mas

também pela possibilidade de permanecerem 30 anos ou mais dentro de uma

empresa recebendo orientações pertinentes às ações básicas de saúde: promoção da

saúde, prevenção de doenças e recuperação da saúde152,207.

O Hospital Santa Cruz (HSC), localizado na cidade de São Paulo, desde

meados do ano 2001 está implantando, de maneira planejada, o controle adequado

dos fatores de risco para adoecimento, assim como o desenvolvimento de hábitos

saudáveis de vida entre seus funcionários e familiares, estendendo essa ação a seus

usuários.

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4 INTRODUCÃO

Como o tabagismo é o principal fator de risco no desenvolvimento de

doenças cardíacas e cânceres em geral (as duas principais causas de

morbimortalidade em nosso País, Estado e Município), sendo também reconhecido

como a principal causa isolada de adoecimento e morte em todo o mundo, foi o

primeiro fator de risco a ser controlado, gerando o Programa de Controle do

Tabagismo (PCT) do HSC.

Nesse PCT foi proposta uma avaliação inicial e uma avaliação pós-

intervenção, sendo previstas intervenções sistematizadas tanto na estrutura física

quanto organizacional da instituição, e ainda uma intervenção educativa, todas

constantemente monitoradas.

Os programas preventivos associados ao uso de tabaco ainda necessitam

de algum tempo para se aperfeiçoarem. Algumas experiências mostram que esses

programas educativos, com base em uma legislação efetiva, são os que conseguem

maiores resultados em menor tempo193.

Em relação a projetos de prevenção associados ao uso de tabaco, estudos

de diferentes países da Europa, realizados também nos Estados Unidos e no Canadá,

afirmam que os programas de controle do tabagismo devem ser eminentemente

educativos, atuando nos diversos segmentos da população, conseguindo influir, em

menor tempo, sobre o consumo do tabaco, baixando a prevalência de fumantes198.

Esses países desenvolveram programas de prevenção apoiados em legislação

adequada de âmbito nacional e colheram benefícios comprovados.

Dessa forma, nota-se que ações de promoção de saúde que visam a

mudanças de atitudes e comportamento da população, frente ao consumo de

derivados de tabaco, apresentam um papel de grande relevância.

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5 INTRODUCÃO

Quando falamos em intervenção educativa dentro de um programa de

saúde, estamos falando em promoção da saúde, conceito que teve sua definição mais

amplamente consagrada na Carta de Ottawa (documento redigido na I Conferência

Mundial sobre Promoção da Saúde realizada em 1986 em Ottawa-Canadá) como o

processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de

vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo23,128.

Aliás, a promoção da saúde representa uma estratégia promissora para

enfrentar os diversos problemas de saúde que interferem nas populações humanas e

em seus entornos23. E o tabagismo como um sério fator de risco a ser controlado é

apontado em todas as conferências mundiais de promoção da saúde como um

problema a ser solucionado.

A Carta de Ottawa de 1986173 estabeleceu os princípios básicos da

promoção da saúde, buscando identificar e afetar positivamente as causas iniciais ou

determinantes da saúde, ou seja, fatores sociais e econômicos que determinam a

situação da saúde, como renda, educação, profissão, condições de trabalho, situação

mental que, por sua vez, podem afetar fatores de risco como fumo, consumo de

álcool, hábitos alimentares e sedentarismo.

Pode-se notar a estreita relação entre o controle do tabagismo e a

qualidade de vida, pois na II Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde,

realizada em Adelaide-Austrália, em 1988, o controle do tabaco aparece como área

prioritária para a promoção de políticas públicas saudáveis128.

Nesta II Conferência, é considerado que os determinantes da saúde e suas

repercussões dependem de uma ação integrada do conjunto de políticas públicas, e

entre as prioridades para a promoção da saúde no século XXI aparece, em primeiro

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6 INTRODUCÃO

lugar, “Promover a responsabilidade social para com a saúde”, o que significa que as

pessoas investidas de poder decisório devem estar firmemente comprometidas com o

aspecto social, cabendo tanto ao setor público quanto ao privado a responsabilidade

de promover a saúde, incentivando políticas e práticas que restrinjam a produção, o

comércio e o consumo de produtos e substâncias prejudiciais à saúde, entre as quais

figura o tabaco162.

Na III Conferência Mundial de Promoção da Saúde realizada em

Sundsvall-Suécia, em 1991, focou-se diretamente a interdependência entre saúde e

ambiente em todos os seus aspectos23, e o tabaco, enquanto potente droga agressora

do meio ambiente, também foi destacado.

A Declaração de Jacarta, fruto da IV Conferência Mundial sobre

Promoção da Saúde, realizada na Indonésia, em 1997, identificou o comércio

internacional de tabaco como tendo grande impacto negativo sobre a saúde pública153.

Ocorrendo na Cidade do México, em 2000, realizou-se a V Conferência

Mundial sobre Promoção da Saúde, em que foi assinada a “Declaração do México”,

na qual constatatou-se a necessidade urgente de abordar os determinantes sociais,

econômicos e ambientais da saúde, sendo preciso fortalecer os mecanismos de

colaboração para a promoção da saúde em todos os setores e níveis da sociedade252 e,

conforme demonstrado pela literatura científica mundial, o tabaco apresenta-se como

determinante social, econômico e ambiental na área da saúde pública.

A VI e mais recente Conferência Mundial de Promoção da Saúde

realizada em Bangkok-Tailândia, no ano de 2005 afirmou que as políticas e parcerias

para o empoderamento das comunidades e para melhoria da saúde, e da equidade em

saúde, deveriam ser situadas no centro do desenvolvimento global e nacional252.

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7 INTRODUCÃO

Na carta de Bangkok para a promoção da saúde no mundo globalizado

destacou-se que a promoção da saúde deve tornar-se uma parte integrante da política

doméstica e externa e das relações internacionais, incluída em situações de guerra e

conflito, sendo que isso requer ações para promover o diálogo e a cooperação entre

as nações, o estado, a sociedade civil e o setor privado, e esses esforços podem ser

construídos com base nos exemplos de tratados existentes, tais como a Convenção

Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), sob a chancela da OMS47, 230.

Dessa forma, torna-se claro que a implantação de programas de controle

do tabagismo na área da saúde mostra-se de suma importância, porém, em nosso país,

são poucos os hospitais que desenvolvem esse tipo de atividade de forma contínua e

sistematizada e, quando implantados, a maioria deles não é avaliada. Essa situação é

muito comum e, segundo AKERMAN et al6 (2002), na América Latina são raros os

programas que aprofundam seus esforços de avaliação no sentido de mostrar efeitos

e impactos.

Essa lacuna na avaliação dos processos e dos resultados das ações e

intervenções desenvolvidas pelas áreas programáticas necessita ser preenchida de

diferentes formas, entre elas a realização de estudos e pesquisas sobre o assunto.

A área de avaliação de programas vem sendo considerada, de forma

crescente, uma importante ferramenta de apoio às decisões na implementação das

políticas de saúde, sendo que, cada vez mais, torna-se imprescindível implementar

atividades de avaliações contínuas sobre a eficácia e eficiência em programas de

saúde, para subsidiar o direcionamento correto na tomada de decisão.

Frente a esses pressupostos, nota-se a importância da realização do

presente estudo.

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8 INTRODUCÃO

Toda pesquisa origina-se a partir da formulação de um problema

teórico/prático sentido, ou seja, uma questão que o pesquisador gostaria de responder,

ou um problema que ele gostaria de solucionar108,179,211. Dessa forma, o problema é

uma dificuldade cuja solução poderá ser encontrada com a realização de uma

pesquisa211.

Nesta pesquisa, o problema foi levantado da seguinte forma: As

intervenções realizadas em 3 diferentes etapas no Programa de Controle do

Tabagismo do HSC apresentaram a eficácia esperada, conseguindo, com seus

resultados, diminuir a prevalência do tabagismo dentro do Hospital?

Uma hipótese é uma previsão experimental, um ensaio, ou uma

explicação da relação entre duas ou mais variáveis179. É uma proposição que se faz

na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema108,211.

A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para

certos fatos e, ao mesmo tempo, orientar a busca de outras informações.

Nesta pesquisa, tem-se a seguinte hipótese: As intervenções

organizacionais, educativas e físicas, desenvolvidas no Programa de Controle do

Tabagismo (PCT) do HSC, conseguiram diminuir a prevalência do tabagismo nesse

local, apresentando, portanto, a eficácia esperada.

As intervenções organizacionais, educativas e físicas desenvolvidas no

PCT do HSC constituem-se, portanto, o objeto de estudo desta pesquisa.

Com a finalidade de facilitar a compreensão e apresentar uma

sistematização preconizada pela metodologia da pesquisa, a presente tese foi

estruturada em 6 capítulos.

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9 INTRODUCÃO

Inicialmente, neste capítulo 1 (Introdução) buscou-se apresentar uma breve

exposição e justificativa do tema da pesquisa, enfatizando o hospital como um cenário

adequado para o desenvolvimento de programas de controle do tabagismo, assim como as

principais associações das áreas de promoção de saúde com o tabagismo, sendo também

destacada a importância do processo de avaliação nos serviços e sistemas locais de saúde. O

problema e a hipótese da pesquisa foram contextualizados também.

O capítulo 2 ( Revisão da Literatura) foi dividido em 2 partes, objetivando a

fundamentação teórica do tema. Na 1ª parte, houve uma preocupação em apresentar uma

abordagem geral do tabagismo enquanto problema multifacetado, destacando os aspectos

sociais, econômicos e legislativos, assim como enfatizando a área de prevenção e tratamento,

os grandes avanços alcançados com a Convenção Quadro para o Controle do Tabagismo e

uma descrição da lógica estrutural de alguns programas de controle do tabagismo. Já na 2ª

parte, a avaliação é enfocada, partindo de suas questões históricas e conceituais, seguindo

com a fundamentação teórica dos tipos de avaliação e fechando com o uso da avaliação em

programas de saúde.

O objetivo geral e os específicos são detalhados no capítulo 3, apresentando as

pretensões do pesquisador com respeito à finalidade da pesquisa.

No capítulo 4, a metodologia utilizada para a construção desta tese é

especificada, contextualizando o tipo, local e população do estudo, bem como a descrição

detalhada de todos os procedimentos utilizados com ênfase no tratamento estatístico dos

dados.

No capítulo 5, foram demonstrados os resultados encontrados, suas

representações gráficas e respectivas descrições, assim como a interpretação e análise desses

resultados através de uma discussão que os relaciona com o referencial teórico apresentado

na revisão de literatura.

Finalmente, o último capítulo apresenta as conclusões alcançadas baseando-se

nos objetivos propostos e na comprovação da hipótese formulada.

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10 REVISÃO DA LITERATURA

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Tabagismo, uma questão multifacetada: “dimensionando o

problema”

O fato de que o tabagismo é responsável por inúmeros riscos à saúde e

diversos outros danos ao meio ambiente, à economia e à sociedade de uma maneira

geral é inegável, conforme amplamente comprovado, tornando-o um problema

multifacetado34,35,143,176,177,253,259.

Pesquisas científicas evidenciam, em todo o mundo, através de milhares

de artigos publicados cumulativamente há mais de cinco décadas, de maneira segura

e fidedigna, que o consumo do tabaco e as numerosas substâncias tóxicas contidas

em sua fumaça causam dezenas de doenças, muitas delas levando à incapacidade e à

morte41,87,159,218,257,269.

Considerada uma das mais sérias formas de dependência química, o

tabagismo mata cerca de 10 mil pessoas por dia, sendo esse apenas um dos itens de

uma extensa lista de prejuízos ocasionados pelo tabaco229,255.

Inúmeras Organizações Governamentais, entre elas a Organização

Mundial da Saúde (OMS), consideram o tabagismo como uma pandemia,

responsável, anualmente, pela morte de cerca de cinco milhões de pessoas no mundo,

estimando, aproximadamente, o dobro desses óbitos para o ano de 2020, com 70%

deles ocorrendo em países em desenvolvimento, entre eles o Brasil196. Em nosso país,

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11 REVISÃO DA LITERATURA

a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirma que o consumo do cigarro é

responsável por 200 mil mortes/ano130,131.

No mundo, há cerca de um bilhão e trezentos milhões de fumantes que

consomem em torno de seis trilhões de unidades de cigarro, o que é um fato grave,

pois os derivados do tabaco constituem os únicos produtos de consumo, legalmente

disponíveis, que matam se usados como indicados pela propaganda139,141,227.

De acordo com estimativas da OMS, um terço da população mundial

adulta fuma, sendo estimado que o número de fumantes crescerá para 1,6 bilhões até

2030 se não houver uma mudança de curso da exposição mundial às substâncias

nocivas contidas nos produtos derivados do tabaco248,257.

Embora o consumo do tabaco venha caindo progressivamente nos países

desenvolvidos, a sua expansão nos países em desenvolvimento impôs um aumento

global da prevalência do tabagismo20. No período de 1975 a 1996, o consumo de

tabaco aumentou em torno de 50% em todo o mundo, gerando uma carga cada vez

mais pesada, causando sérios prejuízos, principalmente nos países pobres, situação

essa que tem gerado preocupações e intervenções de órgãos internacionais

envolvidos com a promoção da saúde e do desenvolvimento econômico e social20.

Nos países de economia baixa, surgem cerca de 64 a 84 mil fumantes novos/dia e,

nos países ricos, esse número varia de 14 a 15 mil. Pesquisas atuais estimam que o

mundo ganha 50 milhões de novos fumantes por ano197.

Em relação à prevalência no Brasil, o penúltimo levantamento nacional

obtido de uma pesquisa sobre saúde e nutrição realizado pelo IBGE em 1989

apontava uma prevalência de 32,56% de fumantes na população brasileira de 15 anos

e mais133,153, porém, o último inquérito nacional denominado “Inquérito Domiciliar

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12 REVISÃO DA LITERATURA

sobre Comportamento de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não

Transmissíveis”, realizado entre 2002 e 2003, entre pessoas de 15 anos ou mais, pelo

INCA/MS, em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, apontou que essa

prevalência apresentou uma diminuição pois o percentual de fumantes regulares de

cigarros na população estudada foi de 18,8%, colocando o Brasil entre os países com

as menores taxas de fumantes do mundo99,132.

Os resultados desse inquérito domiciliar variaram de 25,2% em Porto

Alegre, onde encontrou-se a maior prevalência, a 12,9% em Aracaju, menor

prevalência detectada.

Nos EUA, assim como na maioria dos países da Europa, a prevalência

varia de 30 a 39%197,258. No Caribe, incluindo o México, o número de fumantes

chega a atingir 50 a 59% da população acima de 15 anos de idade258. Na América

Latina, esses índices caem para 40 a 49% na maioria dos países258.

Em relação ao sexo, a história mostra- nos que o tabagismo iniciou-se no

mundo como um comportamento predominantemente masculino, sendo seu

crescimento observado durante e após a I Grande Guerra Mundial. Já o início desse

hábito entre as mulheres manifestou-se após os anos 30 do século passado,

coincidindo com o início de uma publicidade voltada especificamente para o sexo

feminino21,164.

Atualmente, a prevalência de mulheres fumantes está crescendo em

quase todos os países, principalmente na adolescência, porém países como Austrália,

Canadá, Estados Unidos e Reino Unido apresentam uma pequena tendência à

redução na proporção de fumantes correntes, fato que não tem sido observado em

países desenvolvidos da Europa21,87,133,197,263. Em diferentes países da África e Ásia, a

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13 REVISÃO DA LITERATURA

prevalência de mulheres fumantes acima de 15 anos de idade encontra-se abaixo dos

10%197,258,261. Em alguns países da Europa, como Alemanha e França, está entre 30 e

39%197,258,261. Nos Estados Unidos e Canadá, entre 20 e 29%197,258,261.

No sexo masculino, os índices mais elevados aparecem na Ásia e na

Rússia, apontando prevalências superiores a 60%197. Atualmente, observa-se que, no

sexo masculino, está ocorrendo uma discreta diminuição na prevalência do

tabagismo, principalmente nos países desenvolvidos, assim como em alguns em

desenvolvimento.

Em relação à escolaridade, observa-se que, no Brasil, a prevalência

geralmente se apresenta mais elevada em grupos populacionais com menor

escolaridade, o que é uma tendência comum na maioria dos países em todo o

mundo21.

No que se refere à prevalência do tabagismo entre profissionais de saúde,

diferentes estudos têm demonstrado que, apesar desses profissionais conhecerem

mais profundamente os efeitos prejudiciais do tabaco ao organismo como um todo, a

prevalência entre eles ainda se mantém elevada em vários países4,127,153,176,194,204.

Inúmeras publicações em todo o mundo alertam sobre a importância do

papel do profissional de saúde em relação ao controle do

tabagismo4,38,80,147,159,172,176,177,186,194,209,250,262.

Instituição de saúde sem cigarro é uma questão de coerência pois fumo e

saúde jamais podem caminhar juntos221.

Na mensagem do diretor da OMS para o Dia Mundial Sem Tabaco, de

1993143, destacou-se que as instituições de saúde devem ser vistas como uma janela

para um mundo livre do tabaco, nas quais os profissionais e trabalhadores de saúde

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14 REVISÃO DA LITERATURA

devem servir de exemplo e modelo aos demais indivíduos e usuários do sistema de

saúde. O prestígio dessas instituições e a confiança nelas depositada não devem ser

abalados pela exposição dos pacientes aos riscos do tabagismo passivo. Em

conseqüência, é com grande preocupação que se considera o consumo do tabaco por

aqueles que dedicam suas vidas à saúde da população.

Freqüentemente, a fumaça do cigarro invade a atmosfera dos serviços de

saúde e, em alguns países, encontramos taxas mais elevadas de fumantes entre

profissionais de saúde do que na população em geral103.

Por considerar que o profissional de saúde é tomado como modelo de

comportamento para os cidadãos em geral, a maioria das organizações de saúde no

mundo, inclusive as brasileiras, afirmam que os profissionais de saúde devem dar o

exemplo, evitando fumar196.

Profissionais de saúde apresentam um amplo leque de atuação em relação

ao controle do tabagismo164.

Reconhece-se o poder de persuasão dos profissionais de saúde sobre os

usuários do sistema de saúde como uma das mais efetivas intervenções para o

abandono do tabagismo8,188,268. O aconselhamento dos profissionais de saúde tem

sido muito bem aceito pelos fumantes e seus familiares, contribuindo para uma

redução no consumo do cigarro266.

Porém, o papel do profissional de saúde em relação ao controle do

tabagismo deve extrapolar a área de tratamento do fumante, devendo-se iniciar com

as ações preventivas, assim como permear diversas outras áreas de atuação153.

AGUINAGA & GLANTZ5 (1995), por exemplo, alertam que os

profissionais de saúde pública que trabalham no controle do tabagismo devem

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15 REVISÃO DA LITERATURA

conhecer as táticas utilizadas pela indústria do tabaco para atrair novos consumidores

do cigarro e devem estar preparados para responder a essas estratégias.

O tabagismo é a mais devastadora causa evitável de doenças e mortes

prematuras da história da humanidade, atingindo proporções de uma epidemia global

e representa, atualmente, o principal fator de risco evitável de doenças

graves1,12,57,114,133,185,186,199,200,220,226,249.

Existem mais de 70 mil artigos científicos publicados e reproduzidos em

diversos lugares do mundo, grande parte deles comprovando a relação causal entre o

consumo de cigarro e doenças graves como câncer de pulmão (90% dos casos),

enfisema pulmonar e bronquite crônica (80%), derrame cerebral (25%), infarto do

miocárdio (33%), entre outras52,53,127,129,139,143,149,194,195.

Inúmeras pesquisas confirmam que o consumo de tabaco causa mais

mortes do que a soma das mortes causadas por AIDS, cocaína, heroína, álcool,

incêndios, acidentes de automóvel e suicídios14,57,135,139,151,152,154,178,193,198,200,209,212,256.

O Tabagismo é uma doença crônica que surge devido à dependência da

nicotina, estando, portanto, inserido na Classificação Internacional de Doenças (CID

10) da OMS1.

Além da carga trazida pelas tradicionais doenças transmissíveis, hoje, os

países em desenvolvimento deparam com o enorme crescimento das doenças

crônicas e o tabaco é o principal fator externo evitável relacionado a elas, que

respondem por mais da metade da carga de doenças nesses países252.

ROSEMBERG e col197 (2003) afirmam que diversas pesquisas científicas

constataram que 56 doenças diferentes estão relacionadas ao consumo do cigarro,

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16 REVISÃO DA LITERATURA

reforçando o fato de o tabagismo ser considerado, pela OMS, um dos mais graves

problemas de saúde pública do mundo.

Um cenário preocupante em relação ao tabagismo é que ele tem se

concentrado cada vez mais nas populações vulneráveis e de baixa renda, que têm

menos acesso à informação, à educação e à saúde, comprometendo significativas

parcelas da renda familiar dessas populações e reduzindo o acesso dessas famílias a

alimentos e a outros itens de necessidade básica, o que tem levado entidades como o

Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições

desenvolvimentistas das Nações Unidas a reconhecerem que o tabagismo agrava a

fome, a pobreza e representa um entrave ao desenvolvimento sustentável dos países,

principalmente daqueles em desenvolvimento20.

Considerado como uma das principais causas de mortes prematuras e

incapacidades, o tabagismo constitui um quadro preocupante com conseqüências

graves sobre a saúde da população, atingindo, também, a economia, a ecologia e a

sociedade como um todo, conforme já descrito, sendo detalhado a seguir.

2.1.1- Aspectos Econômicos do Tabagismo:

Em todo o mundo, reconhece-se que o uso do tabaco e de seus inúmeros

derivados ocasiona perdas representativas para a economia255.

A expansão mundial do consumo do tabaco é um problema que tem se

agravado em função dos vetores da globalização: liberação do comércio, integração

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17 REVISÃO DA LITERATURA

econômica e dominação do mercado por corporações transnacionais, novas

tecnologias e um marketing disseminador do estilo de vida repleto de êxito159.

O argumento de que o tabaco contribui com receitas, trabalhos e rendas,

constitui uma barreira muito forte para o controle do tabagismo em muitos países,

porém, os fatos comprovam que as perdas econômicas geradas pelo consumo do

tabaco são infinitamente superiores aos ganhos, sem levar em consideração, inclusive,

as questões éticas20,271.

Segundo dados do Banco Mundial (1999), o tabagismo resulta numa

perda global de US$ 2 bilhões (dois bilhões de dólares) por ano8,20,83,105,205 em função

dos denominados gastos tangíveis que são incapacitações, adoecimentos, custos

ocorridos no sistema previdenciário (aposentadorias por invalidez, auxílio doença e

pensões por viuvez), perda na produção do país (absenteísmo ao trabalho, acidentes

do trabalho), além de perdas econômicas atribuídas à poluição, à degradação

ambiental, a incêndios, entre outros.

Existem também os gastos ou custos intangíveis, aqueles de difícil

mensuração ligados a mortes de fumantes e não fumantes, assim como com o stress e

sofrimento dos doentes tabaco relacionados e seus familiares246.

Fato grave é que, aproximadamente, 50% do gasto acima relatado ocorre

em países em desenvolvimento, levando ao reconhecimento do elevado ônus que o

consumo e a produção mundial do tabaco impõem aos segmentos economicamente

menos favorecidos da população e aos sistemas nacionais de saúde agravando as

desigualdades sociais, comprometendo, assim, o desenvolvimento sustentável76.

As despesas médicas com o tabagismo no Japão, no ano de 1993, foram

responsáveis por 15,6% do total de gastos do Sistema de Saúde, sendo que, nesse

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18 REVISÃO DA LITERATURA

mesmo ano, a arrecadação tributária do setor tabaco alcançou cerca de 10% do gasto

total com saúde atribuído ao tabagismo155.

Outros dados do ano de 1993, nos Estados Unidos da América (EUA),

apontam que os custos médicos atribuídos ao tabagismo chegaram a US$ 50 bilhões,

sendo que US$ 42,4 bilhões foram atribuídos às despesas hospitalares103,125.

Levantamento dos custos com a assistência à saúde, feito na Alemanha

em 1996, apontou mais de 6% do total de gasto do país com assistência médica

chegando aos 16,6 bilhões de euros46. Já o custo do tabagismo para o National

Health Service (NHS) na Inglaterra ficou aproximadamente em 497 milhões de

libras247.

Segundo dados do Banco Mundial (1999)97, nos países de alta renda,

calcula-se que o gasto anual com assistência à saúde devido às doenças tabaco

relacionadas (DTR) varia de 6% a 15% do custo total com saúde, sendo que os

estudos desse mesmo Banco evidenciam que, nos países de baixa e média renda, o

custo anual da atenção à saúde com as DTR apresenta um índice inferior ao acima

relatado. Geralmente, esses dados explicam-se pelo fato de que, nesses últimos

países, as doenças decorrentes da epidemia tabágica ainda não atingiram os

patamares observados atualmente nos países desenvolvidos, onde o consumo do

tabaco apresenta um tempo maior de evolução aliado a outros fatores como

dificuldades na identificação da prevalência das DTR.

Em relação à produtividade, o Banco Mundial estima que, em um

ambiente de trabalho, o fumante custa mais caro para os empregadores devido ao

maior índice de ausência ao trabalho, à redução da produtividade, à aposentadoria

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19 REVISÃO DA LITERATURA

precoce, aos gastos anuais maiores com doenças pessoais, seguro saúde e prêmio de

seguro contra incêndios, assim como maiores gastos com manutenção e limpeza97.

Segundo dados do Banco Mundial (2002)246, um estudo realizado na

Escócia mostrou que o país perde anualmente US$ 60 milhões com absenteísmo,

US$ 675 milhões com perda de produtividade e US$ 6 milhões com incêndios.

Apesar desses dados e fatos relativos à assistência à saúde, aliados a inúmeros

outros que comprovam as graves perdas à economia ocasionadas pelo consumo do tabaco,

muitos países ainda hesitam em agir decisivamente para reduzir o uso do tabagismo,

porque estão preocupados com o fato de que os danos causados pelo tabaco possam ser

superados pelos benefícios econômicos que o país obtém do plantio, processamento,

industrialização, comercialização, exportação e tributação do tabaco9.

No Brasil, embora ainda não tenhamos um estudo completo sobre o

impacto econômico resultante dos gastos sociais, temos dados preliminares de

despesas evitáveis da ordem de US$ 147.227.470,11 só com internações em parte da

rede pública, devido à doenças causadas pelo tabagismo200.

Em nosso país, a questão da economia do tabaco é um processo que vem

se fortalecendo desde meados da década de 90 do século passado, com a realização

de um estudo econométrico144 sobre o setor fumageiro no Brasil, incorporando uma

análise evidenciando que o aumento de preços do cigarro, por intermédio da elevação

da alíquota de impostos incidentes nesse produto, é capaz de incrementar a

arrecadação tributária e reduzir o consumo.

Uma das medidas mais efetivas para reduzir a prevalência e o consumo de

produtos do tabaco é o aumento de preço, estando comprovado, através de estudos,

que, em média, um aumento real de preço de 10% reduziria a demanda por produtos

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20 REVISÃO DA LITERATURA

de tabaco em torno de 4% em países de renda elevada e, aproximadamente, 8% em

países de renda média ou baixa169.

O cigarro brasileiro tem um preço muito baixo, sendo o sexto mais barato

do mundo em comparação com países desenvolvidos e em desenvolvimento,

tornando-o um produto de acesso físico simples, facilitando a iniciação entre crianças

e adolescentes37,88.

Toda decisão sobre o preço do tabaco afeta a saúde da população. Estudos

realizados em diversos países demonstram que a demanda de cigarros varia em

sentido inverso ao preço, ou seja, quando os preços abaixam o consumo de tabaco

sobe e vice-versa45.

Como resultado do impacto do tabagismo na economia, diversas

instituições e pesquisadores nessa área afirmam, categoricamente, que o consumo de

produtos derivados de tabaco, além de causar diversos malefícios à saúde humana e

ao meio ambiente, causa, também, grandes perdas para a economia mundial42.

Enfim, torna-se evidente que reduzir o tabagismo é bom para a saúde e

faz muito sentido sob o aspecto econômico, tendo em vista que os impostos

adquiridos com o consumo do tabaco não são suficientes para pagar os inúmeros

danos que ele causa à sociedade de uma maneira geral9,37.

2.1.2 – Meio Ambiente e Tabagismo:

Vários problemas ambientais são constatados em relação ao consumo do

tabaco, entre eles o desmatamento em larga escala, incêndios, empobrecimento do

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21 REVISÃO DA LITERATURA

solo, uso de insumos agrícolas, toxicidade e poluição tabágica ambiental, hoje o

principal poluente de recinto fechado conhecido em todo o mundo153.

Depois de colhido como folha verde, o tabaco passa por um processo de

secagem artificial denominado cura, que tem o objetivo de preservar as folhas para

armazenagem, transporte e processamento. É através desse processo que o tabaco

ganha as características de sabor, aroma e cor130.

O desmatamento ocorre, principalmente, para a utilização da lenha que

alimenta os fornos onde se processa a cura da folha do tabaco, mas também devido à

produção de celulose necessária para a confecção do invólucro do cigarro assim

como do maço e pacotes desse produto107,130. De acordo com dados da AFUBRA –

Associação de Fumicultores do Brasil, existem cerca de 120 mil fornos para a cura

do tabaco no Brasil56.

Pesquisas demonstram que 1 árvore é derrubada para a produção de lenha

necessária apenas à secagem de fumo destinado à fabricação de aproximadamente

250 cigarros, assim para cada hectare de terra cultivada com tabaco, estima-se que 1

hectare de floresta é destruído111.

Pesquisas recentes demonstram que a situação de desmatamento devido a

fumicultura é crítica. Coréia do Sul, Uruguai, Bangladesh, Malawi, Jordânia,

Paquistão, Síria, China e Zimbabwe estão entre os mais de 30 países que possuem o

mais elevado percentual de desmatamento relacionado ao tabaco130.

Cerca de 140 mil hectares de florestas foram devastados anualmente no

Sudoeste da África para servir à cura da folha do tabaco, contribuindo com 12% do

desmatamento da região. Já na Malásia, em um local onde os fumicultores

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22 REVISÃO DA LITERATURA

correspondem a apenas 3% dos agricultores locais, cerca de 80% das árvores

cortadas são destinadas à cura do tabaco130.

O desmatamento tem causado erosões e destruição do solo que, por sua

vez, torna-se exposto às chuvas e à insolação, perdendo matéria orgânica e,

conseqüentemente, empobrecendo130.

Em nosso país, a área plantada com tabaco ocupa cerca de 250 mil

hectares, onde trabalham aproximadamente 140 mil pequenos produtores de fumo,

sendo 40% no Estado do Rio Grande do Sul, outros 40% em Santa Catarina, 10% no

Paraná e os restantes 10% divididos entre outros Estados da Federação, como

Alagoas e Bahia56.

Com relação à aplicação de insumos agrícolas, a monocultura tabágica

exige um incremento no uso de fertilizantes e agroquímicos, sendo que dados do

IBGE de 1995 referiam que 236.000 toneladas de fertilizantes foram utilizadas na

cultura do fumo em nosso país111.

A cultura do Tabaco requer um uso intensivo de fertilizantes devido ao

empobrecimento rápido que a nicotiana tabacum causa ao solo, pois o tabaco utiliza mais

nitrogênio, fósforo e potássio do que outros tipos de cultivo, além do fato de o impacto da

depleção do solo ser maior em países tropicais onde o teor de nutrientes no solo é baixo130.

Lidar com as culturas agrícolas geralmente é muito tóxico, pois os

trabalhadores utilizam alguns agrotóxicos para combater as pragas características dessa

cultura como compostos antibrotantes de média intensidade, assim como inseticidas e

neumaticidas de alta intensidade, para garantir uma folha de boa qualidade111.

Pesquisas realizadas nas regiões fumicultoras do Brasil têm demonstrado

uma forte associação entre o aparecimento de problemas de saúde em agricultores e

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23 REVISÃO DA LITERATURA

cultivo de tabaco, gerados pela utilização de agrotóxicos e pelas condições de trabalho

que influenciam negativamente o estado bio-psíquico dos fumicultores e de suas famílias,

provocando intoxicações agudas e incapacidade para o trabalho, além de danos ao

ecossistema com a contaminação do solo, de alimentos, da fauna e dos rios24,71.

Cerca de 65 produtos entre inseticidas, herbicidas e fungicidas estão

liberados para uso e comercialização na cultura do tabaco, a maior parte deles

pertencente às classes toxicológicas I e II, considerados extremamente tóxicos

podendo trazer sérios danos à saúde56.

Um outro grave problema ambiental conhecido devido ao manuseio da

folha de tabaco é a doença do tabaco verde, um problema ocupacional em

trabalhadores que lidam com essa produção, pois a absorção pela pele da nicotina

proveniente da folha do tabaco pode provocar sintomas como náusea, vômito,

fraqueza, dor de cabeça, tonturas, dores abdominais, dificuldades respiratórias, assim

como flutuações na pressão sanguínea. A nicotina é tão potente que tem sido usada

como um pesticida e um inseticida desde 176336,130.

Dados estimativos indicam que 20% dos incêndios ocorridos nas florestas

em todo o mundo são devidos a fósforos e cigarros acesos lançados inadvertidamente

nas matas, às margens das estradas ou próximos às residências de zonas rurais7,106.

Aproximadamente, 2.000 (duas mil) pessoas morrem anualmente nos Estados Unidos

devido a incêndios provocados pelos cigarros111.

Os dados mencionados nesta parte do capítulo demonstram, claramente,

os diversos danos causados pelo tabaco ao agricultor e ao meio ambiente de uma

maneira geral.

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24 REVISÃO DA LITERATURA

2.1.3- Tabagismo e o Controle Legislativo:

Legislação abrangente sobre o controle do tabagismo constitui-se um

componente vital para o alcance do sucesso de programas de controle do tabagismo,

sendo a sua finalidade prevenir e reduzir a carga de enfermidade, a mortalidade e o

sofrimento humano causados pelo tabaco248.

A Lei é indispensável para estabelecer e promulgar uma política pública,

fortalecer as estratégias em desenvolvimento e contribuir para o crescimento sem a

influência do tabaco138.

A legislação constitui a base de um controle eficaz do consumo do cigarro,

pois ela expressa valores profundamente enraizados na sociedade, institucionaliza o

compromisso de um país, centra as atividades e regula o comportamento privado259.

Um bom texto legislativo é necessário, mas não suficiente, para assegurar

a implementação satisfatória de uma lei. Apesar de a lei ter demonstrado ser um fator

importante para controlar a epidemia do tabagismo, deve-se ressaltar que a

promulgação de leis é condição necessária, mas não única para um efetivo controle

do tabagismo numa sociedade. A lei é mais um componente inserido no programa,

em toda sua amplitude, o qual é composto por outros segmentos como medidas

preventivas, educativas e informativas, além das estratégias econômicas138.

O processo de desenvolvimento de uma legislação bem sucedida consiste

em fases básicas como desenvolvimento, implementação e cumprimento, sendo que

todos os países também devem contar com o auxílio da população no cumprimento

da lei, principalmente em relação à venda de produtos derivados do tabaco a menores

de idade ou à preservação de ambientes livres do cigarro168.

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25 REVISÃO DA LITERATURA

O trabalho na área legislativa deve ser um dos eixos fundamentais nas

estratégias nacionais para o controle do tabagismo, pois a lei deve responder à

obrigatoriedade do Estado de cuidar da saúde de todos os cidadãos, geralmente

estabelecida nos textos constitucionais dos diferentes países em todo o mundo. Essas leis

devem criar, reunir e ampliar a normatização legal antitabágica vigente que, por sua vez,

sirva de ajuda a fumantes e não fumantes para prevenir e defender-se dos danos causados

pelo tabagismo43.

Em todos os países, o Estado tem a responsabilidade de proteger a saúde

de sua população, preservar a ecologia, regular as atividades comerciais, e promover

a saúde, a segurança e o bem-estar público de seu povo. No caso do tabaco, é

sustentado internacionalmente que o direito do Estado de proteger a saúde de sua

população, restringindo atividades de publicidade, e o consumo do tabaco em lugares

públicos, tem prioridade sobre a liberdade individual e a da indústria fumageira138.

Em nosso país, a Constituição Federal de 1988 refere, no seu artigo 196,

que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas

sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e

ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação”. A Carta Magna, em seu artigo 225, afirma que “todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Ressaltando, também,

através do seu inciso V do § 1 do artigo 225, que cabe ao Poder Público “controlar a

produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que

comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”.

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26 REVISÃO DA LITERATURA

As medidas mais eficazes para reduzir o uso do tabaco são as normativas.

Amplas evidências mostram que medidas políticas, como aumento da taxação dos

impostos sobre o tabaco, eliminação da promoção do tabaco, ampla informação sobre

os riscos do consumo desses produtos nas embalagens e a efetiva implementação da

proibição de fumar em lugares públicos e locais de trabalho, reduzem o número de

jovens que começam a fumar, ajudam os fumantes a deixar de fumar, além de

protegerem os fumantes passivos da exposição à fumaça do tabaco168,259.

À medida que a globalização e a interdependência aumentam, aumenta

também o número de normas, padrões e compromissos globais de natureza ética e

científica, alguns dos quais obrigatórios do ponto de vista jurídico264.

As ações legislativas em conjunto com as econômicas representam as

mediações sociais potencializadoras das ações educativas. Cabe aos diferentes

setores da sociedade alertar, cobrar, estimular e pressionar as esferas responsáveis

pela legislação, com o objetivo de criar e fazer cumprir leis que resultem em

mudanças políticas, ambientais e econômicas capazes de reforçar as mudanças de

comportamento necessárias à redução do tabagismo168.

Entre essas leis destacam-se aquelas que visam informar a população

sobre os riscos do consumo do tabaco, protegê-la da exposição à poluição tabágica

ambiental (PTA) e a proibição da publicidade que tem como objetivo a indução do

consumo. Além disso, são necessárias medidas legais importantes para dificultar o

acesso dos jovens a produtos derivados do tabaco envolvendo as que resultem em

aumento do preço desses produtos, controlem as formas de vendas dos mesmos, e,

principalmente, o contrabando do cigarro168.

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27 REVISÃO DA LITERATURA

A legislação para controlar o fumo no local de trabalho elimina os riscos

de exposição involuntária à fumaça do cigarro, reduz o risco de incêndio e fornece

apoio a um grande número de fumantes que querem parar de fumar8.

Para um eficiente controle do tabagismo, seja qual for a forma da

legislação, o fundamental é o grau de aplicação das medidas legislativas. Um

determinado país pode ter inserido no seu ordenamento jurídico uma lei que restrinja

o uso do tabaco, porém se não a executa, conseqüentemente a população não respeita,

tornando a lei inútil191.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), através do Programa

Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), tem capacitado os 26 Estados Brasileiros e o

Distrito Federal a desenvolverem ações legislativas que, por sua vez, capacitam os

municípios no sentido de obter resultados legislativos antitabágicos satisfatórios e, com

todo este aparato, tem conseguido aprovar inúmeras leis estaduais e municipais, assim

como subsidiar tecnicamente processos legislativos em todo o país, permitindo grandes

avanços e destacando o Brasil em relação ao controle legislativo do tabagismo37.

2.1.4.- Produção, Comércio, Distribuição e Consumo do Tabaco

No mundo, os principais países produtores de tabaco por ordem de

magnitude de produção são: China, Brasil, Índia, EUA, Zimbabwe e Indonésia,

sendo responsáveis por cerca de 70% da produção mundial de tabaco56.

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28 REVISÃO DA LITERATURA

Especificamente, o nosso país ocupa um lugar de destaque na cadeia

produtiva do tabaco pois, além de ser o 2º produtor mundial, é também o 1º

exportador de fumo em folhas em todo o mundo36.

Essa posição de destaque alcançada pelo Brasil no mercado mundial de

produção e exportação do tabaco deve-se a fatores como, por exemplo, os reduzidos

custos internos de sua produção, devido ao emprego de fumicultores e suas famílias

na produção resultando em menores gastos com salários, e à não mecanização da

lavoura que fornece uma melhor qualidade ao produto, pois recebe maiores cuidados

manuais que o fumo produzido no processo mecanizado36,144.

Apesar das restrições ao consumo de cigarro, a plantação do fumo se

expandiu na Região Sul do Brasil nos últimos anos por se mostrar uma cultura mais

atrativa economicamente que as demais atividades agrícolas em minifúndios163.

A maior produção nacional de tabaco concentra-se na Região Sul do país,

sendo que, na safra de 2003 foram produzidas 633 mil toneladas de fumo,

representando 96,4% da produção total brasileira. Tanto o Estado do Rio Grande do

Sul como o de Santa Catarina e Paraná produzem tabaco sendo responsáveis,

respectivamente, por 51,7%, 34% e 11% do total produzido no Brasil, e os outros

3,6% se distribuem principalmente nos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe e bem

menos significativamente em outros36,56.

Segundo a AFUBRA, o número de famílias ocupadas com a fumicultura

cresceu de 134 mil no ano de 2000 para os 198 mil no ano de 2005, havendo,

também, um crescimento da área plantada, no Sul do país, passando dos 257 mil

hectares em 2000 para 439 mil em 2005163.

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29 REVISÃO DA LITERATURA

A plantação, a colheita, a classificação e a cura do fumo exigem um

trabalho manual árduo envolvendo toda a família. Trabalham em média, na lavoura

do fumo, cerca de 3,4 integrantes de cada família, o que equivale a cerca de 520 mil

pessoas atuando nessa atividade56. Aproximadamente, 20% dessas famílias

produtoras de tabaco não possuem terra e trabalham em regime de parceria, e o

tamanho das propriedades delas é de 16 hectares, sendo o tamanho médio das

plantações de fumo de 2,8 hectares163.

Em relação à exportação, dados recentes do Sindfumo163 indicam que o

Brasil exportou 600 mil toneladas de folhas processadas no ano de 2005, levando a

um crescimento de 210 mil toneladas sobre as 392 mil vendidas para o exterior em

1998. O faturamento chegou a US$ 1,6 bilhão.

Desde 1993, o Brasil é o maior exportador de folha de tabaco no mundo,

tendo ocupado essa posição pela diminuição da exportação em países como EUA e

Zimbabwe163.

Enquanto a exportação da folha do tabaco cresceu em nosso país nos

últimos anos, a exportação de cigarros industrializados diminuiu de 92 mil toneladas

em 1998 para 3,6 mil toneladas em 2004, por causa das taxações ao produto. O

comércio nacional de cigarros também caiu nos últimos dez anos de 150 bilhões de

unidades para os atuais 133 bilhões163.

As tendências de consumo do tabaco são alarmantes, pois, no início da

década de 90 do século passado, aproximadamente 1 bilhão e 100 milhões de pessoas

utilizavam o tabaco em todo o mundo, e, atualmente, esse número subiu para mais de

1 bilhão e 300 milhões de fumantes130.

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30 REVISÃO DA LITERATURA

Um dado preocupante em relação às tendências de consumo é o aumento

da utilização do fumo entre as faixas etárias mais jovens e também entre o sexo

feminino, pois as indústrias tabaqueiras estão direcionando esforços estratégicos na

área de marketing para cada vez mais conquistar esses dois grupos14.

Em relação aos jovens, aproximadamente 100 mil deles iniciam o hábito

de fumar a cada dia no mundo, e a grande maioria, cerca de 80 mil, são de países em

desenvolvimento9,36.

Apesar de o consumo do tabaco estar diminuindo na maioria dos países

desenvolvidos, o seu consumo global aumentou cerca de 50% de 1975 a 1996,

devido, ao elevado aumento de sua utilização nos países mais pobres36.

Parcela significativa da disseminação do consumo do tabaco resulta das

novas realidades e tendências trazidas pela globalização da economia como, por

exemplo, a liberação do comércio, a integração econômica e a dominação do

mercado por grandes corporações transnacionais de tabaco, que inserem de forma

rápida e global novas tecnologias de produção associadas à disseminação de

estratégias de marketing visando estimular o consumo20.

O que se observa no cenário mundial é que o controle da comercialização

do tabaco, e a aplicação de políticas fortes e adequadas para o controle do tabagismo

nos países em desenvolvimento mostram-se bastante fracos; em contrapartida, pode-

se observar que a política pró-tabaco está repleta de interesses pessoais, políticos e

econômicos, sendo que o comércio e o uso dessa potente droga estão gerando, cada

vez mais, um elevado número de vítimas8.

A produção do fumo acontece de forma integrada com a indústria do

fumo, organizada mundialmente na forma de oligopólio20.

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31 REVISÃO DA LITERATURA

2.1.5- Indústria do Tabaco:

No mundo, a indústria do tabaco possui uma estrutura com pequeno

número de grandes empresas transnacionais que dominam o mercado

internacionalmente, sendo que suas atividades de produção e comercialização de

tabaco e seus derivados estendem-se por mais de 50 países36.

As duas transnacionais que dominam o mercado mundialmente são a

British American Tobacco (BTA) e a Philip Morris, sendo que as principais

subsidiárias da BTA são a Souza Cruz, no Brasil, a Chile Tabacos, no Chile, a Brown

and Willianson, nos Estados Unidos, a Indian Tobacco CO (ITC), na Índia e a

Imperial Tobacco Canada (ITC), no Canadá197.

São essas grandes empresas transnacionais que organizam todo o complexo

agro-industrial de tabaco que é composto, basicamente, pela produção, processamento,

beneficiamento e comercialização do fumo em folha e de seus produtos em derivados.

Essas transnacionais, interligadas por um sistema corporativo global de inteligência,

mantêm-se atentas às tendências de mercado do tabaco e às políticas governamentais de

controle do tabagismo em todo o mundo, buscando responder, de forma global e eficiente,

aos desafios que essas políticas podem trazer à viabilidade de seus negócios20.

A indústria do tabaco vem permanentemente utilizando estratégias para

garantir a expansão de seu consumo, assim como contestando as evidências

científicas afirmadas por milhares de artigos já publicados, comprovando os diversos

perigos provocados pelo tabagismo ativo e passivo, porém, internamente, ela já

conhece esses diversos malefícios há várias décadas, conforme veio à tona pelos

documentos secretos tornados públicos13,14,197,254,270.

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32 REVISÃO DA LITERATURA

Esses documentos mostram como essas companhias têm-se organizado

para atrapalhar as políticas de controle do tabagismo em todo o mundo contra-

atacando e desacreditando órgãos governamentais e não governamentais envolvidos

no controle do tabagismo13,14,25,44,52,153,254.

Independentemente de conhecer os riscos provocados pelo tabagismo, a

indústria tabaqueira financiou várias pesquisas, gerando artigos que colocavam em

dúvida e até negavam os efeitos maléficos que sofrem os fumantes passivos, porém

várias revistas científicas conceituadas recusaram-se a publicá-los 122,197.

Para se ter idéia do potencial de interferência das companhias

multinacionais do tabaco, alguns registros da década de 90 do século passado

mostram que a Phillip Morris gastou 2 milhões de dólares em um único ano para

desacreditar as pesquisas desenvolvidas durante 10 anos em 7 países europeus pela

International Agency for Research on Cancer (IARC), gastando, nesse período, o

valor de 4 milhões de dólares197.

Várias estratégias foram criadas pela Phillip Morris para colocar em

dúvida esse importante estudo da IARC, sendo que, em 1993, eles já tinham todas as

informações do desenvolvimento da pesquisa através da empresa SCR Associati, que

tinha oferecido um técnico para cooperar com os trabalhos da IARC, porém esta era

uma empresa fundada pela indústria tabaqueira, obviamente com interesses escusos,

levando ao fato que, em 1998, antes da publicação oficial da IARC, foi publicada, em

Londres, a primeira reportagem afirmando que “não ficou provado que a poluição

tabágica ambiental causa câncer do pulmão”166.

Esses fatos revelam como é forte a penetração da interferência que a

indústria cigarreira utilizou para tentar destruir a credibilidade dos vários estudos já

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33 REVISÃO DA LITERATURA

publicados sobre a associação entre o consumo do cigarro e a grande variedade das

doenças tabaco relacionadas a esse uso.

Torna-se importante relatar que as ações da indústria tabaqueira

ocorreram e continuam ocorrendo não apenas no campo dos estudos e pesquisas

aliciando técnicos, cientistas e articulistas, com o objetivo de questionar os dados

científicos, mas também em diversas áreas como a legislativa (realizando parcerias

para impedir a promulgação de leis restritivas ao tabaco), a comercial (aliciando a

indústria hoteleira e de turismo à permissão de uma série de facilidades para os

fumantes) além de importantes áreas econômicas, entre outras alianças com setores

sociais, jornalistas conceituados, líderes de alta influência nos Congressos Nacionais,

e até funcionários do governo que ocupam importantes cargos, tentando barrar a

promulgação de importantes leis antitabágicas14,197,269.

A indústria também fundou o movimento dos direitos do fumante para

fazer isso parecido com uma oposição independente para proibir o fumo197.

Também é notório que, recentemente, a indústria tabaqueira utilizou-se de

lobby e diferentes alianças entre outras sórdidas artimanhas para tentar minar

diversas ações planejadas e desenvolvidas na CQCT44.

Na 6ª Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde realizada

recentemente em agosto de 2005 em Bangkok-Tailândia, BIALOUS15, recomendou

que não se realizasse qualquer tipo de parceria entre a área da promoção de saúde e a

indústria do tabaco, pois os objetivos de cada um deles são mutuamente exclusivos,

sendo, portanto, impossível qualquer tipo de parceria entre ambos.

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34 REVISÃO DA LITERATURA

Observa-se que todas essas medidas tomadas pela indústria do tabaco

objetivam salvaguardar enormes interesses econômicos, colocando, porém, em risco

a vida de milhões de pessoas em todo o mundo44,254.

2.1.6- Tabagismo Passivo

Tabagismo passivo, fumo de segunda mão, tabagismo involuntário ou

exposição à fumaça do tabaco ambiental, são diferentes conceituações do fenômeno

de respirar a fumaça produzida por outras pessoas152.

O fumo involuntário é um grave problema ubíquo, isto é, está presente em

todas as partes, e populações de todos os países e culturas estão expostas a essa

situação, sendo que essa exposição ocorre nas condições diárias da vida, seja em casa,

no trabalho, no transporte público, nos restaurantes, em bares, entre outros145,157.

Fumo passivo ocorre de dois modos: pelo ato de fumar os produtos do

tabaco, resultando no que chamamos de fumaça primária que é inalada e

posteriormente exalada pelo fumante, ou simplesmente pela queima dos produtos de

tabaco, gerando a fumaça emitida da ponta acessa do cigarro a qual denominamos

fumaça secundária, sendo que ambos os tipos são prejudiciais à saúde165.

O tabagismo passivo é uma combinação complexa de mais de 4.700

substâncias químicas na forma de partículas e gases, incluindo irritantes e tóxicos

sistêmicos tais como cianeto de hidrogênio, dióxido sulfúrico, monóxido de carbono,

amônia, e formaldeído200.

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35 REVISÃO DA LITERATURA

A fumaça de segunda mão também contém carcinógenos e mutagênicos

tais como arsênico, cromo, nitrosamidas e benzopireno, sendo que muitas dessas

substâncias químicas são tóxicas reprodutivas, tais como a nicotina, cadmium e

monóxido de carbono239.

Fumo passivo é também um importante poluente do ar interno, tanto que a

Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos classificou o fumo de segunda mão

como um carcinógeno “Classe A” para os quais não existe nível seguro de exposição197.

Desde o início dos anos 60 do século passado, importantes instituições de

saúde, como o Royal College of Physicians de Londres e o Surgeon General dos

Estados Unidos, divulgaram dados apontando a relação entre fumo passivo e câncer

do pulmão e, logo a seguir, em 1971, os Estados Unidos já aprovavam leis protetoras

aos fumantes passivos165.

Várias evidências científicas comprovam que o fumo de segunda mão é

uma séria ameaça à saúde. Não fumantes respiram a fumaça de segunda mão e

sofrem muitas das doenças do fumante ativo157.

No começo da década de 80 surgiu o célebre estudo de Hirayama no

Japão que avaliava a incidência de câncer de pulmão em pessoas que nunca haviam

fumado; esse estudo pioneiro desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa do Centro

Nacional de Câncer, pesquisando mais de 100 mil mulheres, demonstrou que esposas

de fumantes apresentavam a incidência dobrada de câncer pulmonar, quando

comparadas às mulheres casadas com não fumantes97.

Inquérito da American Cancer Society, em mais de 1 milhão de homens e

mulheres, apurou nos fumantes passivos a incidência de 2.11 a mais que nos não

expostos à poluição tabágica ambiental157.

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36 REVISÃO DA LITERATURA

As mortes por doenças do coração, bem como aquelas por doenças do pulmão

e câncer da cavidade nasal têm sido casualmente associadas à exposição ao fumo passivo,

causando também uma ampla variedade de efeitos adversos à saúde em crianças, incluindo

bronquites e pneumonias, exacerbação da asma, infecção do ouvido médio, e “ouvido

colado”145.

Exposição de mulheres não fumantes ao fumo de segunda mão durante a

gravidez causa redução no crescimento fetal, e existem também evidências de que a

exposição pós-natal de crianças ao fumo passivo contribui para o risco de síndrome de

morte súbita infantil200.

Várias metanálises disponíveis em estudos sobre tabagismo passivo

comprovaram que existe associação significativa entre o risco de câncer do pulmão e o

fumo involuntário, para ambos os sexos, quer seja com exposição domiciliar e/ou no

ambiente do trabalho165.

O fumo do tabaco é também uma importante fonte de poluição do ar interno,

causando efeitos imediatos em fumantes passivos e ativos, tais como irritação ocular e

nasal, dor de cabeça, dor de garganta, vertigem, náusea, tosse e problemas respiratórios239.

Estudos conduzidos em todo o mundo confirmam essa ampla exposição.

Uma pesquisa estimou que 79% dos europeus com idade acima de 15 anos

foram expostos ao fumo de segunda mão. Recentes dados do Sul da África mostram que

64% das crianças com idade abaixo de cinco anos, em Soweto, moram com pelo menos 1

fumante na casa145.

A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia relata que o fumo de segunda mão é

a terceira causa de mortalidade do país, estando atrás somente do fumo ativo e do álcool145.

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37 REVISÃO DA LITERATURA

2.1.7- Controle do Tabagismo na Idade Escolar

A idade escolar apresenta-se como um momento oportuno para a

realização de ações de controle do tabagismo, pois a grande maioria dos fumantes

começa a fumar nessa fase da vida, coincidindo com a crise da adolescência, da auto-

estima, da formação da consciência crítica, crenças e incorporação de hábitos que,

geralmente, estarão presentes por toda a vida151.

Também, é durante a idade escolar que o hábito de fumar, geralmente, é

mais facilmente controlado pois, nesse período, a criança/adolescente ainda se

encontra no início da dependência tanto física como psicológica149.

O crescimento do consumo do tabaco entre jovens é uma preocupação

constante para autoridades da área de saúde e educação em todo o mundo, sendo que

a OMS já elegeu mais de uma vez esse tema para ser trabalhado no Dia Mundial Sem

Tabaco, escolhendo o slogan “Infância e Juventude sem Tabaco”, no ano de 1990 e

“Crescendo sem Tabaco”, em 1998151.

O Tabagismo pode ser considerado uma doença pediátrica pois 90% dos

fumantes começam a fumar antes dos 19 anos, sendo 15 anos a idade média de

iniciação9.

Incentivados por propagandas e outras estratégias de marketing que visam

facilitar o acesso aos produtos de tabaco e, ao mesmo tempo, criar um forte elo entre

estes e o ideal de auto imagem ainda em formação nessa fase da vida, a cada dia, em

todo o mundo, cerca de 100.000 crianças/adolescentes começam a fumar,

antecipando, muitas vezes, uma vida de dependência e uma morte prematura9,151.

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38 REVISÃO DA LITERATURA

A maioria dos jovens que usam drogas mais fortes, conhecidas como

drogas ilícitas (maconha, cocaína, entre outras), apresentam uma experiência prévia

de uso do tabaco, o que o faz conhecido como gateway drug (droga de entrada)52.

Se no período da adolescência os jovens puderem ser mantidos afastados

do tabagismo, a maioria não se tornará fumante233,240.

Nesse contexto, a escola apresenta-se como um local fundamental para

desenvolver ações educativas para a saúde, dentro do paradigma da promoção da

saúde, entre elas as que contribuem para o controle do tabagismo98,231.

A escola é um importante canal de atuação sobre crianças/adolescentes,

pois se constitui em um local onde o saber pode ser construído, de forma interativa,

contribuindo para opções conscientes e voluntárias que resultem em comportamentos

saudáveis, podendo também ser considerada um centro de informação para a

comunidade, principalmente em países como o Brasil, onde os filhos são interface

entre o saber popular e o científico em grande parte das famílias, representando,

portanto, um espaço prioritário para as ações de promoção da saúde146.

Os programas que visam mudar o comportamento em relação ao consumo

de tabaco entre jovens, confirmam a escola como um local prioritário para ações

educativas em saúde231, assim como têm confirmado os professores como os

profissionais ideais para implementar, nas escolas, ações voltadas à prevenção do

consumo de drogas, entre elas o tabaco17.

Portanto, torna-se fundamental mostrar, dentro do ambiente escolar, que

fumar não é apenas um ato anti-social, mas, sobretudo, uma doença caracterizada

pela dependência, cujos malefícios não se limitam apenas aos fumantes, mas

atingem, de forma danosa, toda comunidade e o meio ambiente146,137.

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39 REVISÃO DA LITERATURA

2.1.8- Tratamento do Tabagismo

Depois de estabelecida a dependência, a dificuldade em abandonar o

tabaco é alta, e geralmente, proporcional ao número de cigarros ou outro produto de

tabaco utilizado, assim como ao tempo de consumo dessa potente droga que é a

nicotina114.

É importante ressaltar que, independente do método utilizado para a

cessação do vício de fumar, os melhores resultados serão alcançados quando o

dependente de nicotina estiver altamente motivado a abandonar o uso do cigarro.

Estudos demonstram que 80% dos fumantes desejam parar de fumar, porém apenas

3% conseguem parar sozinhos a cada ano e, desses últimos, mais de 90% o fazem

por auto decisão40,167.

Segundo CINCIPRINI et al40 (1997), a incidência de dependência à

nicotina chega a alcançar 70 a 90% entre os fumantes, demonstrando que o

tabagismo é uma dependência que necessita de tratamento e investimentos cada vez

mais amplos em técnicas de cessação de fumar.

É importante ressaltar que muito dos métodos de tratamento do tabagismo

são tidos ainda como elitistas, tendo em vista o elevado custo dos medicamentos de

primeira linha, assim como pelo fato de as terapias de acompanhamento do fumante

serem longas, feitas, geralmente, por várias sessões e inúmeros retornos, o que

demanda do fumante tarefas e condições sociais de participação, que requerem

tempo e recursos financeiros que muitos não possuem197.

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40 REVISÃO DA LITERATURA

Contudo, apesar dessas condições desfavoráveis, diferentes esforços e

estratégias devem ser utilizados para que cada vez mais se invista no tratamento do

fumante215.

MEIRELLES e col126 afirmam que sempre será positivo ajudar um

paciente a deixar de fumar, em qualquer momento de sua vida, independente de sua

condição clínica.

O tratamento do fumante, comparado a outras intervenções na área da

saúde, é dos que apresenta a melhor relação custo benefício. Estimativas de custo

benefício de uma breve abordagem ao fumante pelo médico mostram que, se apenas

2,7% a 3,7% dos fumantes deixassem de fumar através desse tipo de abordagem, o

custo estimado por ano de vidas salvas seria bastante inferior ao custo do tratamento

da hipertensão arterial, da hipercolesterolemia e do infarto73,101,142.

De uma maneira mais geral, existem métodos indiretos e diretos na

cessação do fumar195,197.

Os indiretos são aqueles que influenciam o fumante a deixar de fumar,

sem apresentar um contato direto com ele, como por exemplo: realização de

campanhas educativas de controle do tabagismo, aplicação de medidas legislativas

como proibição de fumar em locais públicos, aplicação de medidas econômicas

como a elevação dos impostos sobre o preço do cigarro. Os métodos que envolvem a

utilização de psicoterapia, medicamentos farmacológicos, ou aconselhamento de um

profissional de saúde são conhecidos como métodos diretos.

Independente do tipo de tratamento, o grande objetivo é levar o fumante a

locomover-se de um estágio de mudança para outro no sentido da AÇÃO (abandonar

o cigarro)1.

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41 REVISÃO DA LITERATURA

Em relação ao estágio de mudança, de comportamento, PROCHASKA &

DICLEMENTE182,183,184 desenvolveram um modelo transteórico de mudança de

comportamento, baseado em aspectos cognitivos e motivacionais do fumante,

dividido em cinco diferentes estágios dinâmicos de mudança: pré-contemplação,

contemplação, preparação para a ação, ação e manutenção.

Esse modelo transteórico de mudança de comportamento de

PROCHASKA E DICLEMENTE184 foi sendo adaptado com o passar do tempo, e

seu conhecimento atual é importante para que o profissional de saúde possa

reconhecer o grau de motivação em que o fumante se encontra no momento da

consulta, adequando sua abordagem a esse grau.

Existem diferentes métodos utilizados para a cessação do tabagismo,

porém os mais utilizados, e que apresentam melhores resultados, são: o método

comportamental e o método medicamentoso49.

O método comportamental é uma das estratégias mais indicadas para

ajudar um fumante a deixar de fumar, tendo em vista que deixar de fumar é um

processo que, na maioria das vezes, leva tempo, envolvendo mudança de

comportamento. Ele baseia-se na teoria de que os processos de aprendizagem operam

no desenvolvimento, manutenção e cessação do fumo, e tem como objetivo mudar os

antecedentes (incluindo cognições) a respeito do fumo, reforçar o não fumar e

ensinar habilidades para evitar o cigarro em situações de risco114,228

Dentre os métodos comportamentais, a terapia comportamental breve,

também conhecida como intervenção breve em grupo ou individual, é considerada

um método de primeira linha26. Esse modelo de tratamento é mais estruturado,

podendo ser utilizado em qualquer nível de atenção à saúde, tendo em vista seu

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42 REVISÃO DA LITERATURA

simples formato e facilidade de treinamento193. Nesse tipo de terapia, a abordagem

mais utilizada é a grupal66,93.

MEIRELLES et. al126 (2000), FIORE73 (1996), JARVIK &

HANNEFIELD101 (1993) e ORLEANS171 (1993) destacam a existência de dois tipos

de abordagem para cessação do fumo: a mínima e a intensiva.

A abordagem mínima consiste em uma intervenção breve, objetivando

aconselhar, preparar e acompanhar o fumante no processo de cessação de fumar, não

necessitando de uma estrutura física própria. Já a abordagem intensiva necessita de

uma assistência estruturada, com local próprio, dentro da unidade de saúde, com

profissionais treinados e especificamente envolvidos para esse fim26,126.

Tendo em vista que a abordagem mínima não exige uma infra-estrutura

em relação à área física, recursos humanos qualificados e investimentos financeiros,

ela consegue alcançar um número maior de fumantes, porém apresenta uma menor

taxa de cessação,que, segundo ORLEANS171 (1993), gira em torno de 5 a 10%. A

abordagem intensiva, pelo fato de ser mais seletiva, apresenta um menor alcance em

termos de saúde pública, entretanto, apresenta resultados melhores em relação à taxa

de cessação, que chega a atingir 20 a 30%110.

A abordagem mínima é uma abordagem comportamental, que estimula a

mudança de hábitos do dependente de nicotina, fazendo o fumante entender o que o

faz fumar e como pode, ao parar de fumar, passar por situações em que normalmente

fumaria sem ter uma recaída. Esse tipo de abordagem consiste em algumas

estratégias e informações básicas realizadas pelos profissionais de saúde, para apoiar

o fumante que quer deixar de fumar126.

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43 REVISÃO DA LITERATURA

Essas estratégias e informações, geralmente, poderão ser aplicadas em um

período de 3 a 5 minutos dentro de uma consulta de rotina e são conhecidas como

PAAPA (Perguntar/Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar)142.

GLYNN & MANLEY83 (1998) abordam essas técnicas no manual

intitulado “Como ajudar seu paciente a deixar de fumar”, afirmando serem

estratégias simples, cujo uso deve ser recomendado aos clínicos, pois as mesmas não

interferem na rotina de suas consultas.

Geralmente, fumantes com elevada dependência física de nicotina

beneficiam-se com a utilização de tratamento farmacológico, cujo objetivo é aliviar a

ausência da droga nicotina, minimizando os sintomas da síndrome de

abstinência41,126.

Assim como outras doenças crônicas, a maioria dos tratamentos efetivos

de dependência da nicotina requer o uso de múltiplas modalidades

medicamentosas74,272.

Está amplamente divulgado por inúmeros estudos que nem todo fumante

apresenta uma forte dependência da nicotina, portanto, torna-se importante salientar

que o tratamento medicamentoso só deve ser utilizado como um apoio para a

abordagem comportamental, pois é ela que constitui o eixo do sucesso no tratamento

do fumante, sendo considerada a base para a cessação do tabagismo126,142.

Se realmente estiver comprovada a necessidade do uso de medicamento

para que o fumante alcance o sucesso no seu tratamento, alguns critérios baseados no

grau de dependência da nicotina devem ser adotados para prescrição medicamentosa,

ou seja, a farmacoterapia está indicada em casos de142:

- pessoas que fumam 20 ou mais cigarros ao dia (fumantes pesados);

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44 REVISÃO DA LITERATURA

- pessoas que fumam no mínimo 10 cigarros por dia, e consomem o 1º

cigarro até 30 minutos após acordar;

- fumantes com escore do teste de Fagerström igual ou maior que 5, ou

avaliação individual, a critério do profissional;

- fumantes que já tentaram parar de fumar anteriormente apenas com a

abordagem cognitiva comportamental, mas não obtiveram êxito devido a sintomas da

síndrome de abstinência;

- Ausência de contra-indicações clínicas.

O manual sobre normas de práticas clínicas no tratamento da dependência

e uso do tabaco74 identificou, para fins de cessação do tabagismo, cinco

medicamentos de primeira linha (Bupropriona, Adesivo de nicotina, Goma de

nicotina, Spray nasal de nicotina e Inalador de nicotina) e dois medicamentos de

segunda linha (Clonidina e Nortriptlina). No Brasil, ainda não temos disponíveis o

Spray nasal e o Inalador de nicotina.

Cada vez mais se sedimenta a importância do tratamento do tabagismo,

pois várias pesquisas comprovam que a remoção da exposição ao fumo implica na

redução da mortalidade e/ou da prevalência, assim como no aparecimento mais

tardio das doenças tabaco relacionadas60,117.

2.1.9- Convenção Quadro para o Controle do Tabagismo

Todo esse cenário preocupante, relatado desde o início do capítulo 2 e que,

sucintamente, dá uma dimensão do problema do tabagismo visto como um problema

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45 REVISÃO DA LITERATURA

multifacetado, também pode levar à compreensão dos motivos que levaram os mais

de 190 países-membros da OMS a propor, em 1999, durante a 52ª Assembléia

Mundial da Saúde (AMS), a adoção do primeiro tratado internacional de saúde

pública da história da humanidade, denominado “Convenção Quadro para o Controle

do Tabaco (CQCT)”.

Uma convenção-quadro é um instrumento legal, sob forma de um tratado

internacional, no qual os Estados signatários concordam em empreender esforços

para alcançar os objetivos definidos140.

O objetivo da CQCT é “proteger as gerações presentes e futuras das

devastadoras conseqüências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas, geradas

pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco, proporcionando uma referência

para as medidas de controle do tabaco a serem implementadas pelas Partes nos níveis

regional, nacional e internacional, a fim de reduzir, de maneira contínua e substancial,

a prevalência do consumo e a exposição à fumaça do tabaco”2,19,130,131,213.

Cento e noventa e dois países negociaram as bases desse tratado durante

quatro anos e seu texto final foi adotado, por consenso, em maio de 2003, pela 56ª

AMS, apresentando-se como um catalisador extraordinário dos esforços de controle

do tabagismo, tendo incrementado o diálogo público sobre a necessidade desse

controle, passando, atualmente, para a fase de ação, o que a torna uma ferramenta útil

para promover a cooperação internacional e uma coordenação de aspectos

internacionais para um efetivo controle do tabaco213.

O texto da CQCT é resultado de complexo e demorado processo de

negociação envolvendo a comunidade de países representados no Órgão de

Negociação Internacional (ONI), sendo que essas negociações tiveram como pano de

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46 REVISÃO DA LITERATURA

fundo as importantes contribuições de organizações governamentais e não

governamentais, assim como do meio acadêmico, não perdendo de vista as

preocupações com os que dependem economicamente da produção de fumo para

sobreviver, especialmente os da fumicultura20.

O conteúdo do texto da CQCT é composto de um Preâmbulo e 38 artigos,

que estão apresentados em 11 capítulos diferentes: 1- Introdução; 2- Objetivo,

Princípios Norteadores e Obrigações Gerais; 3- Medidas relacionadas à redução da

demanda de tabaco; 4- Medidas relativas à redução da oferta de tabaco; 5- Proteção

ao Meio Ambiente; 6- Questões relacionadas à responsabilidade; 7- Cooperação

Científica e Técnica e Comunicação da informação; 8- Mecanismos Institucionais e

Recursos Financeiros; 9- Solução de Controvérsias; 10- Desenvolvimento da

Convenção-Quadro; 11- Disposições Finais 20,213.

No preâmbulo, são enfocados em seus 23 parágrafos, os aspectos

sanitários, sociais e econômicos envolvidos na questão do controle do tabaco.

No capítulo 1 e nos capítulos 9 a 11, são expostas as disposições jurídicas

comuns aos tratados internacionais, como uso de termos e relação da CQCT com

outros instrumentos internacionais, procedimentos para a solução de controvérsias,

assinatura, ratificação e denúncia pelos Estados parte, entrada em vigor do tratado,

elaboração de protocolos, apresentação de emendas, depositário e textos autênticos.

Os capítulos de 2 a 8 contêm o que poderia ser chamado de “corpo do

tratado”, em que se encontram os maiores avanços trazidos pela CQCT, e o capítulo

3 descreve medidas relacionadas à redução da demanda de tabaco.

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47 REVISÃO DA LITERATURA

Em suma, a CQCT é formada, principalmente, por uma série de

obrigações em regime multilateral de colaboração para os países signatários, assim

como uma série de medidas19.

As principais obrigações, são: a elaboração e a atualização de políticas de

controle do tabaco, em conformidade com a convenção e seus protocolos; o

estabelecimento de um mecanismo de coordenação nacional e cooperação com

outras Partes; e a proteção das políticas nacionais contra os interesses da indústria do

tabaco48.

Como principais medidas temos: a redução da demanda por tabaco; a

redução da oferta de produtos do tabaco; a proteção ao meio ambiente; a

responsabilidade civil; a cooperação técnica, científica e o intercâmbio de

informações48.

O Brasil sempre se destacou no desenvolvimento das ações da CQCT,

liderando todo o processo de negociação de seu texto, ocorrido no período de 1999 a

2003, contando com ilustres personalidades brasileiras como presidentes desse

processo de negociação durante todo seu percurso222.

Nosso país foi o 2º a assinar o texto desse importante tratado mundial no

1º dia disponível para assinatura dos Estados Membros e o centésimo a ratificá-lo100.

O fato de o Brasil ter ratificado a CQCT em 27 de outubro de 2005, ou

seja, apresentado adesão à OMS, até a data limite de 07 de novembro de 2005, fez

que ele tivesse assento na Conferência das Partes (COP)222.

Esse tratado, aprovado em maio de 2003, em vigor a partir de 27 de

fevereiro de 2005, foi ratificado por um total de 121 países, apesar de apenas 113

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48 REVISÃO DA LITERATURA

deles terem feito essa ratificação a tempo de participar com plenos direitos na COP,

órgão que governa a CQCT222.

A primeira sessão da COP realizou-se recentemente de 06 a 17 de

fevereiro de 2006, tendo sido formada pelos países que ratificaram o tratado (Estados

Partes), e cujo papel é tomar decisões sobre aspectos técnicos, processuais e

financeiros na implementação desse tratado nos países partes100.

Uma das garantias do funcionamento desse tratado é que ele já está

ratificado por um total de países que aglutinam 74% da população mundial e 69% do

consumo mundial de tabaco222.

A ratificação da CQCT pelo Brasil, ocorrida dentro do prazo previsto,

permitirá a continuidade do nosso país como protagonista, continuando a colaborar,

de maneira decisiva, no desenho institucional e na formulação de estratégias globais

na área do controle do tabagismo, e também reafirmará o compromisso do Governo

Brasileiro com o controle desse grave problema social, traduzido nacionalmente

pelos esforços feitos para a articulação de um Programa de Controle do Tabagismo

intersetorial e abrangente20.

2.1.10- Programas de Controle do Tabagismo

Programas são esforços sistemáticos para obtenção de propósitos pré-

planejados como a melhoria da saúde, conhecimentos, comportamento, atitudes e

práticas175.

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49 REVISÃO DA LITERATURA

Em todo o mundo, existem inúmeros programas de controle do tabagismo

que se organizam nas diferentes esferas governamentais, assim como em diversos

setores de trabalho de múltiplas empresas, além de órgãos do terceiro setor, entre

outros197.

Numerosos também são os programas de educativos de comunidades,

contra doenças cardíacas, influindo positivamente na diminuição de consumo de

tabaco e da prevalência de fumantes, vários promovidos por governos estaduais dos

EUA28,113.

O Stanford Five City Project, que abrangeu cinco cidades norte-

americanas, com ação educativa intensiva através da imprensa, revistas, rádio,

televisão e grande distribuição de literatura informativa sobre tabagismo, foi um

programa com duração de cinco anos, tendo desenvolvido cerca de 500 eventos

educativos, e conseguindo, ao seu final, diminuir em 13% a prevalência de fumantes

adultos, em comparação com a população da cidade não incluída no projeto67,77.

Programas de cessação do tabagismo em locais de trabalho demonstram

sua importância conforme experiências relatadas no Canadá e Estados Unidos, sendo

que a ação educativa nas empresas deve incluir preparo prévio da cúpula da empresa,

assim como apresentar condições de seguimento do processo educacional por tempo

suficiente65,72,82.

Em Karélia, na Finlândia, foi desenvolvido o North Karelia Project,

durante 5 anos, atingindo grande parte da população com ações educativas sobre

fatores de risco como o tabaco, a alimentação incorreta entre outros, sendo que, em

relação ao tabagismo, houve uma queda de 10% da prevalência logo nos primeiros 6

meses de atuação do programa208.

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50 REVISÃO DA LITERATURA

Grande sucesso obtiveram também, outros programas nacionais

educativos de cessação do tabagismo através da mídia em Hong Kong, Holanda,

EUA e Finlândia18,119,155.

Com sede em Genebra – Switzerland, existe, na Organização Mundial da

Saúde o “Tobacco Free Initiative (TFI)”, também conhecido como Programa

Mundial de Controle do Tabagismo.

O TFI foi criado em 1998, focalizando a atenção, recursos e ação na

epidemia global do tabagismo260.

O objetivo do TFI é reduzir a carga global de doença e morte causadas

pelo tabaco protegendo, desse modo, as gerações atuais e futuras das conseqüências

devastadoras sobre a saúde e meios sociais, ambientais e econômicos causadas pelo

consumo e exposição ao fumo do tabaco260.

Para poder cumprir sua missão, o TFI oferece liderança política global,

incentiva a mobilização em todos o níveis da sociedade e promove a Convenção

Quadro para o Controle do Tabaco, incentivando os países a aderirem a seus

princípios e apoiá-los em seus esforços para implementar as medidas de controle do

tabaco260.

No Brasil, de acordo com MIRRA & ROSEMBERg148 (2000), as ações

de controle de tabagismo, inicialmente tímidas, tornaram-se mais agressivas e

sistematizadas, tomando forma de um Programa Nacional a partir de 1985, com a

criação do Grupo Assessor do Ministério da Saúde para o controle do tabagismo no

Brasil, assumindo, oficialmente, a partir dessa data, essa importante forma de

controle. Esse Grupo Assessor era composto por vários técnicos, representantes de

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51 REVISÃO DA LITERATURA

diferentes instituições governamentais e não governamentais envolvidos no controle

do tabagismo.

A partir de 1989, o Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde

iniciou a coordenação das ações do Programa Nacional de Controle do Tabagismo

(PNCT), atualmente reconhecido como um dos programas mais efetivos no

desenvolvimento das múltiplas ações de controle do tabagismo em todo o mundo,

servindo de modelo internacional139.

O PNCT é desenvolvido em parceria com as Secretarias Estaduais e

Municipais de Saúde e de vários setores da sociedade civil organizada, sobretudo das

sociedades científicas e de conselhos profissionais da área da saúde37.

O objetivo geral do PNCT é reduzir a prevalência de fumantes e a

conseqüente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no

Brasil134,136, e a lógica do PNCT pode ser vista em dois níveis, a estrutural e a das

ações37.

Na lógica estrutural são incluídas todas as atividades que constituem um

conjunto para a disseminação e potencialização das ações do programa, centradas,

principalmente, na articulação de diferentes tipos de rede de parcerias, sendo que

esse conjunto permite que as suas diferentes ações possam atingir todo o país,

conseguindo, também, articulações intersetoriais, principalmente em áreas onde a

governabilidade do programa foge da atuação na área da saúde37.

As estratégias que compõem a lógica estrutural são várias, porém

podemos citar como principais: a descentralização da gerência do programa, tendo

em vista a articulação existente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde;

a integração das ações com outros programas estratégicos do Ministério da Saúde

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52 REVISÃO DA LITERATURA

com os quais há possibilidade de interface; a articulação e o fortalecimento de uma

rede de parceria com a sociedade civil organizada; a articulação e a mobilização de

ações intersetoriais no âmbito da Comissão Nacional (Interministerial) para

implementação da CQCT; a colaboração técnica e a parceria com setores do governo

responsáveis por regulação dos produtos de tabaco37.

Na lógica das ações temos: a educação e a informação; a promoção e o

apoio à cessação de fumar; a mobilização e a articulação de políticas, e de medidas

legislativas e econômicas que favoreçam o controle do tabagismo; a vigilância e o

monitoramento37.

As ações educativas, legislativas, econômicas e as de vigilância e

monitoramento são desenvolvidas em três canais comunitários: as unidades de

saúde, os ambientes de trabalho e as unidades escolares, canais escolhidos por

apresentarem uma ampla interação com a comunidade e por contarem com

importantes formadores de opinião como profissionais de saúde, professores e

alunos139.

Essas ações do PNCT vêm gerando uma diminuição da prevalência de

fumantes em todo o território nacional, sendo que estão sendo criados Centros de

Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante na rede do SUS para

atendimento gratuito à população dependente da nicotina.

Para que essas ações atinjam todo o território brasileiro, foi organizada

uma rede nacional para gerenciamento regional do Programa, através do processo de

descentralização. Assim, em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal existe um

coordenador estadual de controle do tabagismo na Secretaria Estadual da Saúde

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53 REVISÃO DA LITERATURA

(SES), responsável por descentralizar as ações desenvolvidas em nível nacional para

seus municípios nas Secretarias Municipais de Saúde (SMS).

2.2- Avaliação: Necessidade constante nos serviços de saúde

2.2.1- Origens, conceitos e objetivos da avaliação

Segundo WORTHEN & SANDERS265,267, a prática da avaliação precede

sua própria definição, tendo suas raízes no ano 2000 a. C., estendendo-se até hoje.

É uma atividade tão antiga quanto o mundo, sendo vista, atualmente,

como um conceito que está na moda, apresentando contornos vagos e agrupando

múltiplas e diversas realidades50.

A ampla bibliografia existente sobre avaliação nos fornece numerosos e

diferentes conceitos e significados22,50,54,174,206,223,234,235, sendo comparada a uma

pesquisa ou medida, ou ainda à observação do alcance dos objetivos específicos,

como a uma auditoria ou a muitas das variantes de controle de qualidade.

PATTON174 (1982) elaborou uma tabela com 36 diferentes tipos de

definições da avaliação, enfatizando, porém, que essa classificação abrangia apenas

pouco mais da metade dos trabalhos de avaliação publicados até aquela data.

Dessa forma, fica evidente a dificuldade de eleger uma definição geral e

única da avaliação, porém, no sentido de uma melhor compreensão do assunto, a

seguir foram eleitas algumas definições mais relevantes:

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54 REVISÃO DA LITERATURA

“Avaliar consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor a

respeito de uma intervenção ou sobre qualquer um de seus componentes, com o

objetivo de ajudar na tomada de decisões”50,241.

Pode ser definida também como uma função de gestão destinada a

auxiliar o processo de decisão visando torná-lo o mais racional e efetivo possível224,

ou como a aplicação de procedimentos de pesquisa social na determinação da

conceituação, desenho, implantação e utilidade de programas de intervenção social202.

A avaliação pode ainda ser definida como a comparação de um objeto de

interesse e dos resultados obtidos com um determinado padrão de aceitabilidade219;

também pode ser considerada como um processo sistemático para determinar até que

ponto um conjunto de estratégias está alcançando as metas e os objetivos esperados230.

Segundo WORTHEN e col268 (1997), a avaliação é o ato de coletar e

prover informações para habilitar os gerentes a tomarem decisões adequadas,

envolvendo apenas o julgamento profissional.

De acordo com DONABEDIAN62 (1982), a avaliação consiste em um

processo que tenta determinar o mais sistemática e objetivamente possível a

relevância, efetividade e impacto das atividades, tendo em vista seus objetivos.

Ainda pode ser definida como identificação, esclarecimento e aplicação

de critérios defensáveis para realizar uma análise sobre o valor do objeto, quanto à

qualidade, utilidade, efetividade ou significância, em relação a esses critérios268.

Vários são os objetivos de uma avaliação, porém os oficiais podem ser

caracterizados em 4 tipos50: 1) objetivo estratégico: ajudar no planejamento e na

elaboração de uma intervenção; 2) objetivo formativo: fornecer informação para

melhorar uma intervenção no seu decorrer; 3) objetivo somativo: determinar os

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55 REVISÃO DA LITERATURA

efeitos de uma intervenção para decidir se ela deve ser mantida, transformada ou

interrompida; 4) objetivo fundamental: contribuir para o progresso dos

conhecimentos e para a elaboração teórica.

FETTERMAN70 (1994) propôs incluir conceitos e técnicas para dar poder

(emancipar, liberar ou iluminar) àqueles cujos programas estão sendo avaliados. A

avaliação pode ser largamente utilizada em diferentes situações e áreas como saúde,

educação, no setor público em geral, ou nas áreas de negócios e na indústria.

A preocupação de avaliar categorias e objetos muito amplos levou à

criação de subáreas no campo da avaliação: avaliação de produto, avaliação de

pessoal, avaliação de programas, avaliação de políticas e avaliação de performance266.

Em cada área temática em que se insere, o intuito da avaliação ganha

contornos próprios que se materializam sob a forma de conceitos próprios e técnicas

apropriadas de aplicação, se caracterizando por lançar mão de teorias e metodologias

diversas, sendo que especificamente na área de saúde pública, a avaliação de serviços

constitui em procedimento de grande importância, tendo em vista viabilizar escolhas

de planejamento e possibilitar um controle técnico e social dos serviços e programas

prestados à sociedade58.

2.2.2- Tipos de Avaliação

Existem diferentes classificações da avaliação que, geralmente, foram

criadas para facilitar a sua aplicação; alguns autores classificam a avaliação em dois

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56 REVISÃO DA LITERATURA

tipos, formal e informal; outros afirmam que ela é diferenciada em dois tipos:

formativa e somativa121,210,268.

A avaliação informal é aquela que utiliza percepções subjetivas para

fundamentar um julgamento, ocorrendo quando é feita escolha entre várias

alternativas sem evidência formal sobre o mérito das mesmas. Já a avaliação formal é

aquela que emprega, como concepção, esforços sistemáticos para definir critérios

explícitos e obter informações exatas sobre alternativas, permitindo determinar o real

valor dessas alternativas268.

A avaliação formativa é voltada para o aprendizado e visa suprir a equipe

do programa com informação útil para implementá-lo; serve para dividir informações

com os envolvidos no projeto ou programa, de modo que eles saibam como está

sendo feita a avaliação e quais os julgamentos atribuídos no decorrer da atividade,

sendo, portanto, contínua e participativa. Sua utilização permite compreender as reais

necessidades de um programa ou intervenção para a tomada de decisões

experimentais na busca de sua melhoria ou implementação121,210,268.

A avaliação somativa, também conhecida como normativa, é conduzida e

tornada pública para fornecer julgamento sobre o valor e o mérito de um programa

em relação a determinados critérios. Está dirigida àqueles responsáveis por tomar

decisão e aos consumidores em potencial, orientando decisões sobre a continuação

do programa, sua expansão ou interrupção, sendo mais comumente realizada ao final

do projeto121,210,268.

Geralmente, torna-se difícil determinar a seqüência exata da aplicação da

avaliação formativa e somativa, pelo fato de elas se complementarem e estarem

intimamente interligadas268.

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57 REVISÃO DA LITERATURA

Outros tipos de classificações são conhecidos na área da avaliação e

quando se fala em verificar programas de promoção da saúde, a maior parte das

referências identifica três tipos de avaliação relevantes: as avaliações de estrutura,

processo e resultados3,32,50,59,85,180,241,244.

Segundo DONABEDIAN63 (1980), que criou a classificação estrutura-

processo e resultado na avaliação, a estrutura corresponde às características

relativamente estáveis dos seus provedores, aos instrumentos e recursos, bem como

às condições físicas e organizacionais. É nessa fase que é feita a avaliação dos

recursos humanos, materiais e financeiros utilizados na intervenção, assim como sua

organização50.

A avaliação de processo corresponde ao conjunto de atividades

desenvolvidas na relação entre profissionais e pacientes63.

Na avaliação de processo busca-se saber em que medida os serviços são

adequados para atingir os resultados desejados, sendo que nessa fase, comparam-se

os serviços oferecidos pelo programa ou intervenção a critérios e normas

predeterminadas em função dos resultados esperados50.

Utiliza-se a avaliação de processo para verificar a operacionalidade de um

problema, assim como para descrever como os serviços estão sendo realizados,

estando centrada no acompanhamento das atividades desenvolvidas no programa e

nos recursos humanos que realizam essas ações214.

Na avaliação de resultado é verificado se os resultados observados

correspondem aos objetivos que a intervenção se propôs a atingir50.

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58 REVISÃO DA LITERATURA

Geralmente, a avaliação de resultado define a efetividade do programa e

pode ser utilizada para avaliar o uso de materiais educativos como cartazes e

panfletos, assim como outras formas de intervenções214.

Para DONABEDIAN62,64 (1992), a melhor estratégia para avaliação da

qualidade requer a seleção de um conjunto de indicadores representativos da

abordagem de estrutura-processo e resultado.

O indicador é uma variável, característica ou atributo de estrutura,

processo ou resultado que é capaz de sintetizar e/ou representar e/ou dar maior

significado ao que se quer avaliar, sendo, geralmente, representado como uma

variável numérica223.

Em relação à escolha dos indicadores, TANAKA & MELO223 (2001)

destacam que um indicador de estrutura pode auxiliar uma tomada de decisão de

investimento e/ou de provimento de recursos necessários ao sistema, serviço ou

programa; um indicador de processo está direcionado, para à tomada de decisão

referente à otimização e/ou à utilização racional da dinâmica implementada; e um

indicador de resultado está direcionado para à tomada de decisão de

prosseguimento ou não da intervenção realizada.

2.2.3- Uso da Avaliação em Programas de Saúde:

O cerne de uma avaliação é um projeto experimental ou programa,

algumas vezes chamado de intervenção. Uma das maiores tarefas de uma avaliação é

julgar o mérito de um programa175.

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59 REVISÃO DA LITERATURA

O conceito de avaliação dos programas públicos apareceu logo após a 2ª

guerra mundial, como uma conseqüência do papel que o Estado começou a

desempenhar nas áreas administrativas, econômicas, educacional, social, de emprego,

de saúde, entre outras50.

Nessa época, os economistas, tidos como pioneiros na avaliação de

programas públicos, desenvolveram métodos para analisar as vantagens e os custos

desses programas, mas esses métodos mostraram-se insuficientes quando aplicados

aos programas sociais; a partir daí, a avaliação passou a profissionalizar-se,

investindo mais nos aspectos metodológicos sendo que associações como American

Evaluation Association e Canadian Evaluation Society colaboraram muito nesse

sentido50.

A partir da década de 70 do século passado, países desenvolvidos, como

EUA, Canadá, França, Austrália, entre outros, criaram mecanismos encarregados de

avaliar novas tecnologias e a avaliação na área sanitária apresentou um grande

crescimento50.

No final da década de 80 do século passado a predominância dos dados

quantitativos como suporte único para a avaliação passou a ser revista, sendo que as

análises provenientes das Ciências Sociais adquirem maior visibilidade, e os dados

qualitativos vem contribuir de forma complementar enriquecendo o arsenal teórico-

metodológico da avaliação em saúde58.

A avaliação, atualmente, é vista sob uma ótica interdisciplinar, em que

novas metodologias vêm sendo desenvolvidas com o objetivo não somente de

demonstrar a efetividade e os recursos de uma intervenção, mas também de melhorar

a qualidade dos serviços prestados181,224.

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60 REVISÃO DA LITERATURA

Nos dias de hoje, a avaliação de serviços de saúde em suas diferentes

formas de abordagens é uma área já bastante consolidada, sendo que a utilização de

indicadores de avaliação como, por exemplo: cobertura, satisfação do usuário,

eficácia, estrutura, processos, resultado, entre outros, é reconhecida e amplamente

divulgada58.

Quando falamos em avaliação de um programa, podemos entender uma

investigação diligente de suas características e métodos, sendo que seu propósito é

fornecer informações sobre a eficácia de um projeto, com vistas a otimizar os

produtos, eficiência e qualidade da assistência à saúde180,216,229.

Para aqueles que estão trabalhando em programas e ou serviços de saúde,

a avaliação é um processo técnico-administrativo destinado à tomada de decisão,

envolvendo momentos de medir, comparar, e emitir juízo de valor223.

Avaliações podem analisar a estrutura do programa, atividades,

organização e examinar seus ambientes político e social. Também podem avaliar os

ganhos dos objetivos e metas de um projeto, assim como a extensão de seu impacto e

custos125,244. Em suma, a avaliação tenta trazer respostas a perguntas a respeito dos

resultados esperados de um programa, ação ou serviço121.

A avaliação deve ser exercida por todos aqueles envolvidos no

planejamento e na execução de ações e atividades dos programas de saúde, servindo

para direcionar ou redirecionar essas ações223, porém a realidade brasileira nos

mostra que, na prática cotidiana dos serviços de saúde, a avaliação não é feita

rotineiramente ou enfrenta dificuldades metodológicas e operacionais não

respondidas completamente no plano de investigação234.

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61 REVISÃO DA LITERATURA

Segundo MALIK & SCHIESARI121 (1998), a preocupação em avaliar os

serviços e o sistema de saúde é algo existente há muito tempo na agenda das

discussões em saúde, porém a sistematização dessa avaliação, assim como a

possibilidade de comparar os resultados dessa avaliação com indicadores desejados e

até mesmo sua implantação prática são realidades mais recentes.

Segundo DENIS & CHAMPAGNE, apud HARTZ90 (1997), a análise de

implantação de um programa visa principalmente identificar os processos implicados

na produção dos efeitos de uma intervenção.

A intervenção é composta pelo conjunto dos meios físicos, humanos,

financeiros e simbólicos, organizados em um contexto específico, para produzir bens

ou serviços com o objetivo de modificar uma situação problemática50. Sendo assim,

ela pode ser caracterizada em 5 componentes: objetivos; recursos; serviços, bens ou

atividades; efeitos e contexto preciso em um dado momento55.

Os programas de promoção de saúde, que utilizam intervenções

educativas visando a mudanças no conhecimento, atitudes e comportamentos, só

obtêm resultados a médio e a longo prazo11,238,245.

No entanto, para observar sua efetividade, é fundamental que eles sejam

avaliados em todas as etapas216,237. Dessa forma, é recomendável que se realize, em

primeiro lugar, projeto piloto desses programas, pois eles permitem a construção de

metodologias e instrumentos de trabalho e avaliação, e também de materiais de apoio,

além de fornecerem informações sobre a eficácia e a eficiência dessas metodologias

e materiais bem como das ações propostas, permitindo ajustes para sua aplicação em

maior escala, com vistas a uma avaliação de efetividade59,91,92.

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62 REVISÃO DA LITERATURA

Os atributos relacionados ao efeito das ações e práticas da saúde

implementadas são a eficácia, a efetividade e o impacto; e o relacionado aos custos

das ações é a eficiência10,68,75.

Na tentativa de esclarecer melhor a diferença entre o conceito desses

atributos será fornecida, a seguir, a definição de cada um deles, embora a utilização

dessas noções varie muito de autor para autor234.

O que se observa, freqüentemente, é uma superposição entre as definições

de eficácia, efetividade e eficiência, sendo que Ferreira69 (1988) considera esses

vocábulos como sinônimos. De acordo com esse autor, Eficaz é o que produz efeito

desejado; Eficiência é a ação, força, virtude de produzir um efeito; e Efetivo é o que

se manifesta por um efeito real.

TANAKA & MELO223 (2001) definem efetividade como a conseqüência

produzida por um produto ou tecnologia aplicada em condições reais, estando

relacionada aos resultados produzidos num contexto social específico, que devem ser

os mais amplos possíveis; define a eficiência como o resultado da relação obtida

entre custos e produtos e a eficácia como os resultados obtidos a curto prazo.

Aliás, em relação ao tempo na avaliação, RUNDALL205 (1992) destaca

que o longo prazo está relacionado ao impacto e o curto prazo diria respeito à

efetividade.

Avaliar a eficácia de um programa individual de longa duração nos

determinantes de saúde e nos resultados de saúde é uma tarefa muito complexa, pois

essa avaliação é feita através de uma variedade de fatores, como tamanho, amplitude

e duração da intervenção, bem como uma variedade de fatores não relacionados

abertamente à intervenção, incluindo mudanças seculares na sociedade161.

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63 REVISÃO DA LITERATURA

De acordo com NUTBEAM162 (2000), ações que dêem suporte à

população para adotar e manter estilo de vida saudável e que criem suporte de

condições de vida ambientais são elementos chave para a promoção da eficácia em

saúde.

O mesmo autor afirma que, para estabelecer “evidências em eficácia” há,

atualmente, muitos métodos e medições a serem utilizados nas avaliações, sendo que

essa variação reflete diferentes perspectivas do alcance do sucesso de programas de

promoção de saúde.

A avaliação de um programa de saúde pode ser obtida por meio da

visibilidade por ele obtida, de quanto custou, da satisfação dos usuários, assim como

da mudança nos indicadores121.

Diferentes modelos e ações de saúde produzem diferentes resultados de

avaliação da eficácia, sendo essencial, portanto, estabelecer uma estrutura que ajude

a definir os resultados associados à atividade de promoção da saúde161.

Existem vários desenhos utilizados para fazer avaliação de eficácia e

efetividade de programas, porém destacam-se os de delineamento experimental e

quase-experimental. Geralmente, o estudo experimental é o de escolha na

demonstração de uma relação causa efeito, porém, para avaliação de programas de

saúde, são impostas limitações quanto ao uso desse delineamento por questões éticas

e de custos30.

O delineamento quase-experimental tem sido utilizado, freqüentemente

em avaliações de programas de educação e promoção da saúde, em escolas e

campanhas, nos meios de comunicação de massa85.

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64 REVISÃO DA LITERATURA

O estudo quase-experimental, conhecido como ensaio ou experimento não

aleatório, é um estudo com o qual o investigador intervém na característica que está

sendo investigada, entretanto, não há alocação aleatória dos participantes ou de áreas

ou grupos que receberão ou não a intervenção27,30.

O estudo quase-experimental utiliza, pelo menos, dois grupos, escolhidos

por conveniência: o que receberá o experimento (grupo experimental) e o que não

receberá (grupo controle). Utilizando-se uma avaliação pré e pós-experimento de

ambos os grupos, são analisados os resultados obtidos29,30.

Expor-se à avaliação é correr o risco de ser considerado menos perfeito do

que se gostaria e, ao mesmo tempo, é aumentar a probabilidade de ter, ao final,

resultados melhores do que se teria sem ela121, porém a comunidade na área da saúde

como um todo está consciente de que ainda há muito para aperfeiçoar a qualidade e a

escala de evidências disponíveis para guiar a tomada de decisão161.

Enfim, a avaliação pode proporcionar grandes contribuições mostrando

acertos e erros, delineando soluções, reorganizando atividades e serviços,

possibilitando caminhos alternativos para maximizar a utilização de recursos

disponíveis e uma melhor conscientização tanto dos profissionais como da própria

comunidade sobre seus problemas e necessidades46.

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65 OBJETIVOS

3- OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

- Avaliar as intervenções aplicadas no Programa de Controle do

Tabagismo do Hospital Santa Cruz e sua eficácia na diminuição da prevalência do

tabagismo.

3.2 Objetivos Específicos:

- Caracterizar sociodemograficamente a população de estudo;

- Averiguar se os resultados obtidos na primeira fase do programa

conseguiram trazer a discussão sobre o tema Tabagismo;

- Verificar, na segunda fase do programa, a percepção dos funcionários

do HSC sobre a potência de esclarecimento dos materiais educativos distribuídos,

pertinentes aos malefícios do tabagismo;

- Constatar, após o início da terceira fase do programa, a percepção dos

funcionários em relação às medidas de manutenção do ambiente do HSC livre da

fumaça do cigarro, divulgadas pelo programa;

- Identificar as ações educativas que despertaram maior sensibilização

e adesão ao programa;

- Verificar a preferência dos funcionários em relação aos meios de

comunicação utilizados nas três fases do programa;

- Verificar, depois da aplicação de todas as etapas do programa, a

diminuição ou não da prevalência de fumantes no HSC;

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66

4. MÉTODO

Neste capítulo apresentamos uma definição de como a

operacionalizada, descrevendo a sua realização em detalhes.

4.1 Desenho do Estudo:

O delineamento deste estudo pode ser visto como uma pesqu

longitudinal caracterizada como do tipo painel.

De acordo com CARO31 (1982), a pesquisa avaliativa c

forma de pesquisa aplicada que procura determinar se as mudanças, at

intervenção, realmente aconteceram, ou ainda, se as mudanças observad

atribuídas à intervenção.

Segundo CONTRADIOPOULOS et al50 (1997), a pesqu

aplica métodos científicos para analisar a pertinência, os fundamento

produtividade, a eficiência e os efeitos de uma intervenção, assim com

existentes entre as intervenções e o contexto em que elas se situam, co

de ajudar a tomada de decisão.

A pesquisa avaliativa está voltada para a coleta, a análise e a

de informações sobre a necessidade, a implementação e o impacto de

voltados para o aprimoramento do ser humano e para a melhoria d

sociais e da vida da comunidade201. Esse tipo de pesquisa aborda

funcionamento de um programa, uma prática ou política179.

Tendo em vista que o Programa de Controle do Tabagi

utilizou intervenções organizacionais, físicas e educativas que nece

avaliadas, o presente desenho de estudo mostrou-se oportuno como de e

MÉTODO

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67 MÉTODO

O Programa de Controle do Tabagismo (PCT) do Hospital Santa Cruz

(HSC) utilizou uma série de estudos seccionais em uma mesma população,

desenvolvendo duas pesquisas sobre o perfil do fumante nesse local, em momentos

diferentes e, posteriormente, realizando outra pesquisa da percepção dessa mesma

população sobre as diferentes intervenções aplicadas no referido programa,

desenvolvendo, portanto, um estudo longitudinal.

Conforme descrito por POLIT & HUNGLER179 (1995), o estudo

longitudinal é feito para coletar dados em mais de um ponto no tempo, fornecendo

informações sobre mudanças e eventos ocorridos em determinado espaço de tempo e

contrastando com um estudo de secção cruzada. Geralmente, o desenvolvimento de

pesquisas longitudinais que possibilitam o acompanhamento de uma mesma

população de indivíduos ao longo do tempo pode contribuir muito para entender as

mudanças que estão ocorrendo no ambiente de trabalho236.

Pelo fato de não existirem áreas de controles para comparação externa, a

alternativa encontrada para avaliar o PCT do HSC, foi a comparação interna, sendo

que o estudo de painel foi o escolhido.

O estudo tipo painel é conhecido como um delineamento híbrido entre os

estudos seccional e de coorte, apresentando como modelo conceitual a realização de

uma série de estudos seccionais em uma mesma população, em diferentes intervalos

de tempo104,106. É uma espécie de estudo longitudinal, em que os mesmos sujeitos são

utilizados para fornecer dados em dois ou mais pontos no tempo179.

Frente ao exposto sobre o desenho de estudo desta pesquisa, resta

informar que a mesma apresentou um desafio metodológico, pois partiu de uma

análise longitudinal, que tinha como objetivo traçar o perfil do fumante do Hospital

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68 MÉTODO

Santa Cruz e, caminhou para uma análise transversal objetivando avaliar as

intervenções aplicadas nesse referido local.

Na pesquisa sobre perfil do fumante do HSC não houve o planejamento

para um estudo quase-experimental, mas os dados permitem uma inferência sobre a

prevalência do tabagismo nos dois momentos em que a pesquisa foi realizada.

O maior interesse com a realização da pesquisa sobre o perfil do fumante,

foi somente obter indicadores de resultado a partir da prevalência verificada antes e

depois das intervenções aplicadas pelo programa de controle do tabagismo.

Dessa forma, no presente estudo, optou-se por dar um maior destaque à

pesquisa avaliativa sobre as intervenções aplicadas no PCT do HSC, verificando a

eficácia das mesmas.

Detalharemos, portanto, a seguir, o caminho metodológico da pesquisa

avaliativa utilizada para medir a eficácia das intervenções aplicadas no PCT do HSC.

4.2 Local do Estudo:

A área de pesquisa do presente estudo foi o HSC, situado à Rua Santa

Cruz nº 398, no bairro Vila Mariana em uma área de 15.000 m2, no Município de São

Paulo - Brasil (anexo 1).

O Hospital Santa Cruz é uma instituição particular beneficente, sem fins

lucrativos, com 185 leitos, e mais de 65 anos de existência, tendo como base o

espírito da medicina preventiva e da saúde pública, sendo considerado o hospital

mais moderno da América Latina na época.

Foi inaugurado em 1939, através de recursos de autoridades japonesas

(Governo Japonês e Casa Imperial do Japão), sensibilizadas com os problemas de saúde

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69 MÉTODO

enfrentados pelos imigrantes, através de contribuições de familiares dos imigrantes,

mobilização de funcionários diplomáticos e representantes da comunidade nikkei.

Hoje, o hospital possui como clientela alvo cerca de duzentas mil pessoas,

dentro de uma população de um milhão e seiscentas mil pessoas distantes 5 km do

Hospital.

4.3 Objeto de Estudo: O PCT do HSC:

O objeto de estudo desta pesquisa é o Programa de Controle do

Tabagismo do HSC, sendo que sua implantação teve início no começo do ano de

2001, e o seu lançamento ocorreu no dia 29 de agosto desse mesmo ano (anexo 2).

A criação do PCT do HSC nasceu da preocupação da Equipe de

Humanização dessa instituição com a qualidade de vida de seus funcionários no que

se refere a fatores de risco causais de adoecimento no ambiente de trabalho. Dessa

forma, foi criado o Programa “Saúde e Coerência Sem Cigarro”, seguindo a lógica

estabelecida pelo PNCT do INCA.

O objetivo desse programa é eliminar a poluição tabagística ambiental no

HSC, reduzindo a prevalência de fumantes entre seus trabalhadores e o conseqüente

absenteísmo e morbimortalidade causados pelo tabagismo.

A filosofia do PCT do HSC é apoiar os dependentes da nicotina no

processo de cessação de fumar, e conseqüente preservação da saúde desses, sem

perseguí-los ou marginalizá-los por essa dependência.

Inicialmente, foi criada uma comissão multiprofissional e multisetorial de

controle do tabagismo (anexo 3), envolvendo, inclusive, fumantes em sua

constituição, para que conjuntamente fossem obtidas soluções não conflitantes, em

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70 MÉTODO

que houvesse um predomínio do bom senso e uma preocupação com o bem estar

comum de todos os trabalhadores.

Constantemente, os fumantes foram e ainda são estimulados a entender

que o tabagismo é uma doença crônica, e que eles apresentam dependência a uma

droga muito potente, que é a nicotina. Uma das preocupações desse programa é

manter um clima de cordialidade com os fumantes, porém sempre sensibilizando-os

a respeitarem os espaços compartilhados com os não fumantes.

O PCT do HSC foi programado para se realizar em 3 fases:

1ª Fase: destinada a propiciar a reflexão e discussão sobre o tabagismo,

tendo sido aplicada no período de agosto a novembro de 2001;

2ª Fase: destinada a fornecer informações sobre os malefícios do

tabagismo, tendo sido aplicada no período de novembro de 2001 a março de 2002;

3ª Fase: destinada a manter o HSC livre da poluição tabágica, sendo

aplicada de março de 2002 até a presente data.

Esse programa tem como uma das suas principais características o

desenvolvimento de ações sincronizadas e contínuas, e suas intervenções estão

divididas em organizacionais, educativas e físicas. Todo esse processo de

intervenção foi precedido de uma avaliação inicial para obtenção de indicadores,

utilizados como base para monitorar e avaliar o desfecho do programa.

As intervenções organizacionais, educativas e físicas utilizadas foram as

seguintes:

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71 MÉTODO

1. Intervenções Organizacionais:

A intervenção organizacional objetivou planejar bases para a implantação

do programa e sistematizou-se através de diferentes atividades como:

- Elaboração de um Projeto de Controle do Tabagismo do HSC;

- Estruturação de bases para sensibilizar superintendência e gerentes de

unidades para implantação do Programa;

- Criação de comissão executiva interna do programa (anexo 3);

- Criação de parcerias para o desenvolvimento do programa;

- Realização de Cursos de Capacitação sobre Tabagismo para os

participantes da Comissão Executiva Interna do PCT, contendo como

principais temas: Dimensão do Problema Tabagismo;

Nicotinodependência; Principais doenças tabaco relacionadas; Tratamento

do Tabagismo; Sessões do Programa de Cessação do Tabagismo e

Estrutura de um Centro de Dependência de Nicotina (anexo 4);

- Treinamento de Recepcionistas e Seguranças sobre “Abordagem ao

Fumante”, apresentando conteúdo teórico/prático para capacitação

desses funcionários ao lidar com os usuários do HSC dependentes da

Nicotina (anexo 5);

- Realização de avaliação inicial que antecede o processo de intervenção,

através de questionário padronizado pelo Ministério da Saúde;

- Criação de Portaria para normatização do consumo de cigarros no

HSC (Anexo 6);

- Realização e monitoramento do processo de intervenção sistematizada;

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72 MÉTODO

- Criação de Programa de atendimento aos funcionários fumantes que

desejam parar de fumar (anexo 7).

2. Intervenções Educativas:

A intervenção educativa buscou esclarecer, informar, envolver e

conscientizar todos os funcionários, pacientes, visitantes e fornecedores do HSC

sobre o tema “Tabagismo”, tendo realizado as seguintes atividades:

- Campanha de Lançamento do Programa (anexo 2);

- Comemorações das Datas de Controle do Tabagismo: 31 de Maio - Dia

Mundial Sem Tabaco e 29 de Agosto - Dia Nacional de Combate ao

Fumo (anexo 8);

- Realização de Palestras sobre Tabagismo;

- Divulgação do tabagismo através de mensagens rotativas nos murais, na

tela do computador, no jornal de circulação interna, na revista SANA

do HSC e no holerith dos trabalhadores;

- Abordagem oportuna do tema tabagismo nos treinamentos de

integração e outros eventos culturais ou educativos realizados no HSC;

- Realização de Concursos de Desenhos e Frases sobre Tabagismo

durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes - SIPAT;

- Distribuição de “bottons”, adesivos, folhetos e outros materiais

educativos sobre controle do tabagismo;

- Apresentação de várias fitas de vídeo cassete sobre tabagismo em

momentos oportunos.

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73 MÉTODO

3. Intervenções Físicas:

A intervenção na estrutura física criou as seguintes condições para a

operacionalização do programa:

- Procura e delimitação de áreas para fumar;

- Criação de Fumódromos (anexo 9);

- Sinalização com adesivos e placas - Proibido Fumar (anexo 10);

- Remoção de cinzeiros de todos os setores do HSC;

- Mapeamento dos Fumódromos;

- Remoção de todo e qualquer material promocional de derivados de

tabaco do interior e das proximidades do HSC.

4.4 População:

Segundo LAKATOS & MARCONI107 (1992) e P0LIT & HUNGLER179

(1995), população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam,

pelo menos, uma característica comum, sendo geralmente N o número total de

elementos do universo ou população.

No momento da aplicação da pesquisa sobre a percepção dos funcionários

sobre as intervenções aplicadas, que ocorreu em outubro de 2005, o HSC contava

com aproximadamente 1.300 (hum mil e trezentos) trabalhadores, porém mais de

50% deles não faziam parte do quadro de funcionários no período em que foram

implantadas e implementadas as intervenções nas três fases do PCT, que ocorreram

no período de agosto de 2001 a março de 2002. Isto se deve, principalmente, ao fato

de que, geralmente, no ambiente de trabalho hospitalar existe uma grande

rotatividade de pessoal, com demissões e admissões ocorrendo mensalmente.

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74 MÉTODO

Dessa forma, da totalidade de funcionários existentes no momento de

aplicação do questionário, o Departamento de Pessoal da área de Recursos Humanos do

HSC apresentou uma lista de 519 funcionários que vivenciaram as intervenções aplicadas

nas três fases acima comentadas, sendo que 21 desses funcionários foram excluídos pelo

fato de se encontrarem afastados por motivo de licença médica, férias, ou óbito.

Observa-se, portanto, que a taxa de não participação nesse estudo foi de

apenas 4,05%.

Sendo assim, nesta pesquisa, a população de estudo (N = 498) foi

constituída pela totalidade dos funcionários do HSC que, de alguma forma,

conheceram e participaram das intervenções organizacionais, educativas e físicas

realizadas durante a implantação e implementação do programa de controle do

tabagismo.

4.5 Aspectos Éticos

Os procedimentos do estudo foram desenvolvidos de modo a proteger a

privacidade dos indivíduos, garantindo a participação anônima e voluntária. Como

exigência para inclusão no estudo todos os participantes assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido (anexo 11).

Todos os critérios definidos pela Comissão de Ética do Hospital Santa

Cruz, assim como os da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e

do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa foram seguidos (anexo 12).

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75 MÉTODO

4.6 Etapas dos Procedimentos Metodológicos:

O procedimento inicial consistiu em realizar uma consulta bibliográfica

referente a diversos programas de controle do tabagismo, principalmente em

ambientes hospitalares, sendo feito da seguinte forma: estudo bibliográfico

aprofundado, com base na literatura pertinente ao assunto “Tabagismo e Avaliação

de Programas” (foram pesquisadas obras das áreas de Educação e Saúde, com ênfase

em avaliação, até os estudos relativos à prevenção e à promoção da saúde no período

de março de 2003 a dezembro de 2004).

Para realização desse estudo bibliográfico, foi utilizado o sistema de

bibliotecas dos institutos e núcleos de pesquisa da USP (destaque para a CIR/FSP),

bibliotecas do complexo da UNICAMP, da BIREME, e da Escola Nacional de Saúde

Pública (FIOCRUZ), percorrendo a literatura que forneceu o alicerce teórico

fundamental para esta pesquisa.

Num segundo momento (de janeiro até julho de 2005), foi efetuada uma

série de consultas em: Banco de dados do HSC; Internet; Acervos de órgãos

específicos: Organização Mundial da Saúde, Center for Disease Control,

Organização Panamericana da Saúde, Swedish Nurses Against Tobacco,

International Society of Nurses in Cancer Care, Finnish Nurses Against Tobacco,

Tobacco Free Nurses, American Cancer Society, Instituto Nacional de Câncer do

Ministério da Saúde, entre outros pertinentes ao objeto de estudo.

Valendo-se dos dados obtidos em pesquisa anterior sobre o perfil do

fumante no HSC obtiveram-se indicadores de resultado do programa de controle do

tabagismo, pois a referida pesquisa foi realizada em dois momentos, antes e depois

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76 MÉTODO

da aplicação das intervenções realizadas no PCT do HSC, levantando a prevalência

desses fumantes em ambos os momentos.

Na pesquisa sobre o perfil do fumante do HSC foi utilizada e adaptada

uma parte do questionário de referência do PNCT do INCA sobre tabagismo (anexo

13), permitindo comparabilidade, pois geralmente o modelo fornecido pelo INCA é

utilizado por diferentes unidades de saúde e ambientes de trabalho em vários locais

do Brasil.

A pesquisa sobre perfil do fumante do HSC foi realizada, inicialmente,

no período de novembro de 2001 a janeiro de 2002 e, posteriormente, foi reaplicada

no período de agosto a setembro de 2004.

Na seqüência, procedeu-se à avaliação das intervenções realizadas,

aplicando o questionário (anexo 14), fazendo o posterior tratamento estatístico e a

análise dos dados colhidos.

Outro parâmetro utilizado para verificar a eficácia das intervenções

utilizadas no Programa de Controle do Tabagismo do HSC foi a avaliação dos

indicadores de estrutura, de processo e resultado desse referido programa.

Com esse material, foi empreendida então uma análise de todas as

informações, atingindo, nesse ponto, o objetivo geral, ou seja, avaliar os resultados

das intervenções realizadas nas três fases do programa (anexos 15 à 17).

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77 MÉTODO

4.7 Instrumento:

O instrumento de uma pesquisa é um dos passos que indica como a

pesquisa será realizada; é um documento formal em que os dados para os auto-relatos

costumam ser coletados 79,107,179.

A presente pesquisa envolveu a construção de 02 instrumentos de coleta

de dados, distintos para cada situação.

O primeiro instrumento constou de um questionário semi-estruturado e

auto aplicado, para avaliar o perfil do fumante do Hospital Santa Cruz, sendo

composto de 11 questões (sete delas para identificar a população estudada e quatro

sobre o comportamento de fumar), tendo sido construído com base no modelo

utilizado pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo do INCA.

O segundo instrumento de coleta de dados foi um questionário semi-

estruturado e auto-aplicável para avaliar os resultados das estratégias aplicadas no

programa de controle do tabagismo do Hospital Santa Cruz, que foi entregue e

respondido durante o mês de outubro de 2005 conjuntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

Esse instrumento também foi construído com base em modelo também já

utilizado em estudos do Ministério da Saúde, sendo, porém, composto por 19

questões contidas em 06 seções (Seção A – Identificação da população estudada;

Seção B – Avaliação da 1ª fase do PCT do HSC - reflexão e discussão sobre

tabagismo no HSC; Seção C – Avaliação da 2ª fase do PCT do HSC - grau de

informação e esclarecimento aos trabalhadores do HSC; Seção D – Avaliação da 3ª e

última fase do PCT do HSC – manutenção do ambiente interno livre da fumaça do

cigarro; Seção E – Avaliação das ações educativas que despertaram maior

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78 MÉTODO

sensibilização e adesão ao PCT do HSC; Seção F – Avaliação dos meios de

comunicação utilizados no PCT do HSC que mostraram melhores resultados.

(anexo14).

A sistematização para elaboração dos questionários passou pelas

seguintes etapas:

- Seleção de perguntas;

- Ordenação dessas perguntas numa seqüência lógica;

- Formatação do questionário, visando facilitar a compreensão pelos

respondentes, e tabulação posterior.

Para dar mais credibilidade ao questionário utilizado para verificar a

percepção dos funcionários em relação às intervenções aplicadas no PCT, foi

realizado o Teste de Confiabilidade e Validação Empírica desse Instrumento.

4.8 Pré-Teste

Todo questionário a ser enviado deve passar por uma etapa de pré-teste,

num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de

formulação120,179, portanto, anteriormente à coleta de dados, foi realizado pré-teste

com 50 funcionários de um Hospital do Interior de São Paulo.

A escolha dessa instituição relacionou-se ao fato de a mesma ter

características semelhantes às do HSC, em relação às intervenções aplicadas no PCT.

Para o pré-teste foram utilizados cerca de 10% do universo total a ser pesquisado no

HSC.

Após a aplicação do pré-teste, foram realizados pequenos ajustes das

questões à luz das informações obtidas nas respostas do referido pré-teste.

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79 MÉTODO

4.9.Variáveis de Estudo

Uma variável, como o nome indica, é algo que varia e, levando-se em

conta a variedade e a complexidade das pessoas e de suas experiências, fica claro que

quase todos os aspectos dos seres humanos e do ambiente podem ser considerados

variáveis179,203.

A variável dependente (variável de critério) é aquela em que o

investigador tem interesse em compreender, explicar ou prever179.

No presente estudo foram utilizadas diferentes variáveis categóricas

consideradas como dependentes (variável teste), discriminadas a seguir:

1) Utilizadas para avaliar a 1ª fase do programa:

B -1 - Lembrança do Cartaz “Pare e Pense”

B- 2 - Reflexão sobre o Cartaz “Pare e Pense”

B- 3 - Alusão ao Tema Tabagismo

2) Utilizadas para avaliar a 2ª fase do Programa:

C1 - Lembrança do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida”

C2 - Participação em atividade antitabágica

C3 - Esclarecimento sobre tabagismo por meio de material educativo

C4 - Conhecimento sobre a Lei Federal nº 9294/96

3) Utilizadas para avaliar a 3ª fase do Programa:

D1 - Lembrança do cartaz “Pode respirar à vontade”

D2 - Recebimento do informativo sobre restrição ao fumo no HSC

D3 - Observação da sinalização antitabágica

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80 MÉTODO

4) Utilizadas para avaliar as ações educativas do Programa:

E1 - ações educativas de maior sensibilização

5) Utilizadas para avaliar os meios de comunicação do Programa:

F1 - meios de comunicação de melhor resultado

Essas variáveis dependentes foram caracterizadas em cada um dos grupos

de variáveis independentes (sociodemográficas):

A1 – Idade,

A2 - Sexo,

A3 - Estado civil,

A4 - Escolaridade,

A5 - Profissão,

A6 – Cargo de Comando

A7 - Unidade de Trabalho.

4.10 Digitação dos dados:

Para a entrada dos dados a serem digitados, uma máscara de digitação foi

construída por um especialista em programação. Posteriormente, os dados coletados

foram digitados utilizando-se o programa Microsoft Access, devido à facilidade de

transformação ou leitura pelos meios eletrônicos, através dos diversos programas

estatísticos. A digitação de todos os questionários foi realizada duplamente por

digitadores diferentes, que anteriormente receberam um treinamento básico para tal

finalidade.

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81 MÉTODO

4.11 Tratamento estatístico dos dados:

Inicialmente, foram calculadas freqüências simples entre os grupos,

visando identificar os erros de digitação, assim como a presença de categorias com

observações ausentes ou em pequeno número.

Por meio de análise descritiva foram levantadas as principais

características das variáveis-teste (variáveis consideradas dependentes que

identificavam o comportamento e ações dos indivíduos pesquisados ao longo do

período).

Também foram levantadas as características das variáveis de interesse

(variáveis que identificavam os grupos, segundo características sociodemográficas).

Foram feitas comparações entre variáveis-teste e características

sociodemográficas por meio dos testes não paramétricos para grupos independentes,

tais como Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Os testes não paramétricos constituem

uma ferramenta para análise dos dados quando as suposições básicas do modelo não

se verificam, tais como: os dados não apresentam distribuição normal e as variâncias

não são iguais.

A comparação entre os grupos para cada variável dependente foi avaliada

por meio do teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, pois estes não dependem das

suposições de normalidade dos dados e da homogeneidade das variâncias. Desse

modo, permite comparar k grupos, isto é, verificar a existência ou não de diferença

entre os dois ou mais grupos, empregando postos no lugar de mensurações. O

processo desses testes consiste, primeiramente, em ordenar os valores observados217.

Em seguida, atribuir postos “rankear”, isto é, enumerar os valores observados

(1,2,3, ...) desde o menor até o maior, tratando-os como uma única população.

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82 MÉTODO

Somam-se esses postos em cada grupo, obtendo-se os Ri. A partir desses dados,

pode-se calcular o valor da estatística KW.

Neste estudo também foram utilizados os testes exatos, que são métodos

alternativos para se calcularem os níveis de significância nos testes não-paramétricos,

entre outros.

Os métodos Exato e Monte Carlo constituem meios para obter níveis de

significância mais acurados quando os dados fogem às suposições básicas

necessárias ao modelo156. Nesses casos, os métodos assintóticos, normalmente

empregados, não produziriam resultados confiáveis (nível de significância

incorreto)96,160.

Consideraram-se como resultados estatisticamente significativos aqueles

para os quais o valor de p foi igual ou menor que 0,05.

Outros testes realizados após a coleta dos dados foram os de

confiabilidade e validade do instrumento.

Realizou-se o teste de confiabilidade com o coeficiente alfa de Cronbach

que mede a consistência interna dos dados. Essa estatística constitui o limite mínimo

para os outros testes de confiabilidade, podendo ser considerada como a correlação

entre os itens (variáveis) selecionados39.

Segundo LITWIN115, o teste de confiabilidade é imperativo e mede o

desempenho de um instrumento em uma dada população de estudo, evitando o

agrupamento de questões aparentemente importantes. Desse modo, a validade e a

confiabilidade são requisitos essenciais para uma medição.

Os valores do alfa de Cronbach variam entre 0 e 1, assumindo que as

correlações entre os itens são positivas.

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83 MÉTODO

Além de analisar o coeficiente, é preciso observar as informações sobre

cada termo que compõe o coeficiente de alfa Cronbach, conforme os dados da tabela:

Escala média, variância da escala, correlação corrigida, correlação múltipla ao

quadrado e coeficiente alfa, se o item é eliminado.

ITENS ESTATÍSTICAS

ESCALA MÉDIA

Se item Eliminado

VARIÂNCIA da ESCALA Se item

eliminado

CORRRELAÇÃO CORRIGIDA

CORRELAÇÃO MÚLTIPLA AO QUADRADO

ALFA

Se item

eliminado

B1 20,4408 56,8086 ,4375 ,3790 ,7345

B2 20,5418 59,3555 ,4752 ,3953 B3 19,7276 44,9829 ,4328 ,3661

,7422 ,7169

C1 20,1551 52,0253 ,3736 ,2877 ,7366

C2 20,8334 63,8874 ,3470 ,6203 ,7709

C3 20,7925 62,0923 ,3331 ,6440 ,7639

C4 20,2201 54,8505 ,2787 ,1922 ,7642

D1 20,7919 65,8496 ,1069 ,1009 ,7911 D2 20,8569 65,6293 ,1872 ,8815 ,7846

D3 20,9050 67,6480 ,2560 ,8795 ,7932

E1 18,0764 54,5110 ,2148 ,1253 ,7889 F1 17,6993 63,8012 ,0255 ,0838 ,7223

Coeficiente de confiabilidade: 12 itens Alfa = 0,790 Alfa padronizado = 0,817

A validade do instrumento foi estudada por meio da análise fatorial,

compreendendo diversas etapas:

1- Adequação dos dados à análise fatorial:

A medida total de adequação dos dados à análise fatorial foi a validade

pelo teste de Kaiser-Meyer-Oblin (KMO = 0,734) e teste de esfericidade de Bartlett

(p < 0,001), cujos resultados confirmam a adequabilidade dos dados.

A medida de adequação de cada variável à análise fatorial foi também

mensurada, observando-se valores maiores que 0,50 na matriz anti-imagem.

Neste estudo, encontraram-se 29 resíduos maiores que 0,05 (43,0%).

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84 MÉTODO

2- Matriz de Correlação:

A matriz de correlação de variáveis deve conter duas ou mais correlações

com valores de 0,300 ou mais.

MATRIZ DE CORRELAÇÃO

1,000 ,528 ,415 ,436 ,039 ,047 ,132 ,005 ,030 ,033 ,143 -,013,528 1,000 ,517 ,284 ,064 ,076 ,186 ,020 ,049 ,054 ,152 -,007,415 ,517 1,000 ,390 ,139 ,096 ,224 -,024 -,007 -,006 ,153 -,026,436 ,284 ,390 1,000 ,008 ,014 ,211 ,168 ,008 ,010 ,107 -,074,039 ,064 ,139 ,008 1,000 ,756 ,277 ,001 ,115 ,123 ,228 ,168,047 ,076 ,096 ,014 ,756 1,000 ,202 ,018 ,347 ,332 ,269 ,183,132 ,186 ,224 ,211 ,277 ,202 1,000 ,233 ,011 ,013 ,014 ,008,005 ,020 -,024 ,168 ,001 ,018 ,233 1,000 ,086 ,092 ,007 -,023,030 ,049 -,007 ,008 ,115 ,347 ,011 ,086 1,000 ,937 ,179 ,217,033 ,054 -,006 ,010 ,123 ,332 ,013 ,092 ,937 1,000 ,190 ,228,143 ,152 ,153 ,107 ,228 ,269 ,014 ,007 ,179 ,190 1,000 ,004

-,013 -,007 -,026 -,074 ,168 ,183 ,008 -,023 ,217 ,228 ,004 1,000

B-1B-2B-3C-1C-2C-3C-4D-1D-2D-3AÇÕES EDUCATIVASRESULTADOS PORMEIOS DECOMUNICAÇÃO

B-1 B-2 B-3 C-1 C-2 C-3 C-4 D-1 D-2 D-3AÇÕES

EDUCATIVAS

RESULTADOS PORMEIOS DE

COMUNICAÇÃO

3- Variância Total Explicada:

Variância Total Explicada

2,785 23,210 23,2102,257 18,810 42,0201,473 12,276 54,2961,205 10,043 64,339,972 8,100 72,439,785 6,545 78,983,686 5,717 84,700,628 5,235 89,935,556 4,632 94,567,380 3,170 97,737,210 1,747 99,484,062 ,516 100,000

Componentes123456789101112

Total% of

Variância %Acumulada

Autovalores iniciaisCOMPONENTES

Variância Acumulada %: esta coluna contém a porcentagem acumulada

da variância dos componentes principais precedentes e os atuais. Por exemplo, a

quarta linha mostra um valor de 64,339, o que significa que os quatro componentes

juntos são responsáveis por 64,3% da variância total do instrumento.

4- Matriz dos Componentes Principais (Fatores):

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85 MÉTODO

Foram feitas várias simulações para determinar o número de fatores a

serem selecionados. Assim, extraíram-se 4 fatores, descritos na tabela a seguir:

MATRIZ DOS COMPONENTES ROTACIONADA COMPONENTES

1 2 3 4

B1 ,796 ,028 -.016 -,007

B2 ,784 ,031 ,055 -,015

B3 ,761 -O,78 ,148 ,OI9

C1 -,084 -,012 ,636 ,342

C2 ,022 ,007 ,923 ,099

C3 ,025 ,268 ,862 ,073

C4 ,205 -,123 ,234 ,660

D1 -,036 ,827 -,116 ,121

D2 ,O31 ,959 ,096 ,062

D3 ,034 ,960 ,095 ,064

E1 ,277 ,218 -,162 ,354

F1 -,085 ,156 ,249 ,327

Método de Extração: Análise por componentes principais Método de Rotação: Varimax

Essa tabela mostra as cargas dos componentes que são as correlações

entre a variável original e cada componente. Os valores variam de –1 a +1, pois se

trata de correlações. As colunas representam os componentes (fatores) que foram

extraídos pela análise fatorial.

Considerando os resultados do teste de confiabilidade e da validação

empírica do instrumento, observou-se:

o valor do alfa foi maior que 0,75, estando de acordo com os valores,

considerados aceitáveis pela literatura;

o valor do alfa para cada item mostra que não é necessário eliminar

nenhuma variável, uma vez que não melhora o desempenho do coeficiente;

o valor obtido está em patamar semelhante ao dos instrumentos

considerados aceitáveis, além de superar os valores mínimos.

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86 MÉTODO

Quanto à análise fatorial, a matriz de correlação gerou 19 valores com

correlação maior do que 300160. As correlações significativas correspondem a 84 das

144 (p<0,05). Identificaram-se quatro fatores que agregam as 12 variáveis do

instrumento e são responsáveis por 64,0% da variância total do mesmo.

Para realização da análise dos dados foram utilizados os seguintes

Softwares: SPSS® (SPSS for Windows, Release 10,0) e os programas Microsoft

Access e Microsoft Excel.

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87 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir, descrevem-se os resultados obtidos na coleta de dados dos

questionários respondidos, culminando com a apresentação dos indicadores de

estrutura/processo/resultado, analisados em comparação com outros achados já

publicados sobre o assunto.

5.1. Dados Referentes à População Pesquisada

As características sociodemográficas da população em estudo estão

descritas na tabela 1, mostrando que a idade variou de 20 a 72 anos, sendo as faixas

etárias divididas em grupos de 10 anos, variando de menores de 19 anos até 70 anos

e mais.

Nos grupos extremos de limite inferior a 19 anos e superior a 70 anos,

praticamente não houve participantes, sendo identificado apenas 1 funcionário na

faixa de 70 anos e mais e nenhum inferior a 19 anos.

Nota-se uma concentração predominante no grupo etário de 30 a 49 anos

que, somados, atingem 70,7% dos participantes.

Em relação ao sexo, observa-se que a maioria é do sexo feminino

correspondendo a 66,7% da população estudada.

Quando analisamos o estado civil, verificamos que mais da metade

(56,6%) encontra-se no grupo de casados, sendo este seguido dos solteiros (31,9%), e

dos separados/divorciados com 8,6%; em último lugar aparece o grupo dos viúvos,

com apenas 2,8%.

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88 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No que se refere à escolaridade, o nível médio aparece em primeiro lugar

com o maior número de participantes, correspondendo a 52,2% da população

estudada e o nível universitário encontra-se em segundo lugar, com 34,7% dos

participantes.

Quando avaliamos os cargos de comando (gerência/coordenação/chefia),

observa-se, conforme esperado, que a grande maioria (89,8%) não ocupa essa

posição.

Os 41 setores pesquisados no HSC foram subdivididos em três grandes

áreas de atuação (Administrativa, Apoio e Técnica), sendo a maioria dos

participantes (73,3%) pertencentes à área técnica, aparecendo, em segundo lugar, a

área de apoio (17,7%), e, em terceiro e último lugar, a área administrativa (9%).

Em relação às profissões envolvidas, observa-se um destaque na presença

quantitativa de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, com 27,3% dos pesquisados,

que somados com profissionais técnicos e administrativos de nível médio, constituem

a maioria atingindo 47,4%. Na seqüência aparecem os profissionais de nível

universitários 27%, sendo que os enfermeiros e os médicos apresentam proporções

quase semelhantes de 11,0% e 10,2%, respectivamente. Os outros profissionais de

nível elementar somam 20,1%.

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89 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 1- DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO DE ESTUDO, SEGUNDOVARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS

VARIÁVEIS/CATEGORIAS N %

Idade 20 a 29anos 89 17,9 30 a 39anos 209 42,0 40 a 49anos 143 28,7 50 a 59anos 50 10,0 60 a 69anos 6 1,2 70 e mais 1 0,2 TOTAL 498 100,0

Sexo

Masc 166 33,3 Fem 332 66,7 TOTAL 498 100,0

Estado Civil

Solteiro 159 31,9 Casado 282 56,6 Separado/Divorciado 43 8,6 Viúvo 14 2,8 TOTAL 498 100,0

Escolaridade

Nível Universitário (3º grau completo) 173 34,7 Nível Médio (2º grau completo) 260 52,2 Nível elementar (1º grau completo ou incompleto) 65 13,1 TOTAL 498 100,0

Função de Comando

Sim 51 10,2 Não 447 89,8 TOTAL 498 100,0

Área de Atuação

Administrativa 45 9,0 Apoio 88 17,7 Técnica 365 73,3 TOTAL 498 100,0

Profissão

Enfermeiro 55 11,0 Médico 51 10,2 Outro Profissional Técnico de Nível Universitário 29 5,8 Outro Profissional Administrativo de Nivel Universitário 27 5,4 Técnico ou Auxiliar de Enfermagem 136 27,3 Outro Profissional Técnico de Nível Médio 26 5,2 Outro Profissional Administrativo de Nível Médio 74 14,9 Outro Profissional de Nível Elementar 100 20,1 TOTAL 498 100,0

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

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90 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2. Avaliação da Estrutura/Processo/Resultado do PCT do HSC

Ao se fazer a avaliação de estrutura/processo/resultado do Programa de

Controle do Tabagismo (PCT) do Hospital Santa Cruz (HSC), levou-se em

consideração a existência de inúmeros indicadores, desenvolvidos para diferentes

serviços de saúde e para diferentes setores nesses locais que nem sempre atendem às

necessidades específicas de uma determinada realidade. Sendo assim, os indicadores

foram selecionados de acordo com o contexto considerado no referido programa.

5.2.1 – Indicadores de Estrutura.

Tradicionalmente, quando se pensa em avaliar, considera-se,

principalmente, a estrutura do objeto a ser analisado por ser mais fácil de ser

caracterizado, medido e avaliado121.

Conforme relatado por DONABEDIAN (1980)63, estrutura refere-se à

planta física, recursos humanos e materiais disponíveis e características

organizacionais da instituição.

Nessa fase, procura-se saber em que medida esses recursos são

empregados com a finalidade de atingir os objetivos esperados50.

Em uma simples avaliação da capacidade instalada, observamos, através

da tabela 06, que o PCT do HSC possui 03 salas para atendimento aos dependentes

de nicotina e para realização de atividades educativas para os fumantes e não

fumantes, sendo uma delas utilizada para consulta clínica (médica ou de

enfermagem), a outra, para atendimentos diversos (administrativos) e uma terceira,

para atividades em grupo (tratamento e realização de palestras).

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91 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Essas salas são equipadas com vários materiais permanentes, de consumo

e equipamentos que dão suporte técnico/administrativo para a realização das ações e

atividades de controle do tabagismo junto à clientela atendida no referido hospital.

Observamos, também, pela tabela 2, a existência de recursos humanos em

número e qualificação necessário para o atendimento adequado ao desenvolvimento

do programa, sendo o coordenador do programa um enfermeiro sanitarista e do

trabalho, mestre em saúde pública e treinado nos moldes preconizados pelo

INCA/MS, assim como uma equipe multiprofissional composta por 11 membros,

sendo a quase totalidade também já treinada da mesma forma.

Tabela 2 – Indicadores de Estrutura do PCT do HSC, São Paulo, 2005.

Recursos Item Quantidade Valor Unitário– R$ Materiais/ Computador Celeron - 2.6 01 2.000 Equipamentos Computador Celeron - 1.8 01 1.200 Computador Celeron – 633 01 800,00 Estabilizador 03 30,00 Mesa de computador 03 300,00 Aparelho fax/secretrária eletrônica 01 580,00 Aparelho telefônico 03 158,00 Balcão de Escritório 01 230,00 Balcão de consultório Médico 01 950,00 Balança antopométrica 01 200,00 Arquivo de aço 08 300,00 Impressora Lexmart – Laser 01 1.100,00 Mesa com 3 gavetas 03 170,00 Mesa com 2 gavetas 01 150,00 Cadeira tipo universitária 20 210,00 Cadeira de rodinha 05 120,00 Cadeira comum 06 80,00 Porta revista 02 20,00 Porta Água 01 90,00 Ventilador 01 25,00 Balcão de material educativo 02 150,00 Armário 06 portas 03 200,00 Armário (prateleira sem porta) 02 150,00 Datashow 01 4.000,00 Notebook 01 3.000,00 Consumo Técnico Variado 252,00 Administrativo Variado 219,00 Geral Variado 340,00 Área física Número de salas para o programa 03 950,00 RH Coordenador 20 horas 01 2.000,00 Equipe Técnica 14 4.000,00 Agente administrativo 40 horas 01 800,00 Qualificação Coordenador treinado pelo INCA 01 Sem custo Técnicos com graduação na área da saúde treinados pelo INCA 10 Sem custo

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

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92 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2.2 – Indicadores de Processo.

A avaliação de processo pode ser vista como um conjunto de atividades

desenvolvidas nas relações de produção em geral e, no caso de serviço de saúde,

entre profissionais e pacientes.

Um indicador de processo está direcionado para a tomada de decisão

referente à otimização e/ou utilização racional da dinâmica implementada.

O Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz

selecionou alguns indicadores de processo para avaliar os processos administrativos

e as diretrizes clínicas utilizados no seu desenvolvimento, apontados na tabela 3.

Ao fazer um balanço das ações programadas, objetivando uma avaliação

de processo, observamos que, das onze metas propostas, nove delas foram

alcançadas, sendo que, inclusive, quatro foram superadas, conforme demonstra a

tabela 3.

As únicas metas não alcançadas foram as relacionadas ao treinamento do

pessoal (atingindo 76% no treinamento de abordagem ao fumante aos recepcionistas

e seguranças, e 83% no treinamento aos membros da comissão executiva) e a

relacionada ao recebimento de material educativo (atingindo 98 %) .

Quanto ao treinamento do pessoal, não houve uma participação total

devido ao fato de alguns dos funcionários programados para essa atividade

encontrarem-se afastados de suas funções no período em que foi realizado o

treinamento.

Em relação à entrega de material, o motivo é ignorado.

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93 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 3- Indicadores de Processo do PCT do HSC, São Paulo, 2005.

Indicador % alcançado

Nº. Unidades capacitadas (10) A. ---------------------------------------------------- x 100 = 100 %

Nº. Unidades programadas (10)

Nº. Técnicos capacitados (12) B. ---------------------------------------------------- x 100 = 100 %

Nº. Técnicos programados (12)

Nº. funcionários treinados em abordagem ao fumante (42)

C. ---------------------------------------------------- x 100 = 76 % Nº. total de funcionários da segurança e recepção (55)

Nº. de ações pontuais realizadas nas datas comemorativas Nº.HSC (25)

D. -------------------------------------------------------- x 100 = 125 % Nº. de ações pontuais programadas (20)

Nº. de materiais educativos reproduzidos pela empresa (5.000)

E. ----------------------------------------------------------- x 100 = 100 % Nº. de materiais educativos programados para reprodução (5.000)

Nº. de funcionários que recebera material informativo e didático sobre o PCT (1.285 )

F. --------------------------------------------------------------------- x 100 = 98% Nº. de funcionários do HSC (1.305)

Nº. de Supervisões realizadas (15)

G. ----------------------------------------------------------- x 100 = 125 % Nº. de Supervisões programadas (12)

Nº. de Inserções na mídia local (25)

H. --------------------------------------------------------- x 100 = 208 % Nº. de inserções programadas (12)

Nº. de palestras realizadas (9)

I. -------------------------------------------------------- x 100 = 150 % Nº. de palestras programadas (6)

Nº. de assessorias técnicas realizadas para as Unidades do HSC (12)

J. ---------------------------------------------------------- x 100 = 100 % Nº. de assessorias programadas (12) Nº. de componentes da comissão executiva do PCT treinados (10)

K. -------------------------------------------------------------- x 100 = 83 % Nº. de componentes (12)

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

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94 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2.2.1. Aspectos qualitativos de avaliação do processo

Nessa fase, é apresentada e discutida a opinião da população pesquisada

referente às fases e intervenções aplicadas ao Programa de Controle do Tabagismo

do Hospital Santa Cruz.

A – Relativas à 1ª fase do Programa:

A análise da distribuição dos indivíduos pesquisados em relação à

lembrança do Cartaz “Pare e Pense”, utilizado na 1ª fase do PCT do HSC, mostra que

74,3% deles afirmam se lembrar do cartaz, 22,5% referem que não viram e 3,2%

dizem não se lembrar se viram ou não o cartaz.

Fig. 1 – Distribuição dos pesquisados em relação à lembrança do Cartaz “Pare e Pense”, HSC, SP, 2005.

74,3%

22,5%

3,2%

Sim Não Não lembro

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

Quando observamos a distribuição dos indivíduos pesquisados quanto à

reflexão sobre o cartaz “Pare e Pense”, verifica-se que 73,5% deles referem que o

cartaz despertou a reflexão sobre o assunto tabagismo, 25,1% afirmam que a

pergunta não se aplica por não terem visto o cartaz, e 1,4% dizem não se lembrar se o

cartaz despertou ou não a reflexão sobre o assunto tabagismo.

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95 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fig 2- Distribuição dos pesquisados quanto à reflexão sobre o cartaz “Pare e Pense”; HSC, SP, 2005.

Quando o quanto à alusão ao

tema tabag

, 2005.

Os testes entado em tabela 4,

que para a

relacionadas às variáveis B1 e B2 (lembrança e reflexão do referido cartaz).

73,5%

25,1%

1,4%

Sim Não se aplica Não lembro

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

bservamos a distribuição dos pesquisados

ismo, observamos, conforme fig. 3, que 76,1% deles afirmam ter discutido

o tema tabagismo nessa fase contra 10,4% que dizem não ter feito alusão ao tema e

13,5% que referem não se lembrar se fizeram ou não alusão ao assunto.

Fig 3- Distribuição dos pesquisados quanto à alusão ao tema tabagismo na 1ª fase do Programa, HSC, SP

76,1%

10,4%

13,5%

Sim Não Não lembro

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

de Kruskal Wallis apontam, conforme apres

s variáveis B1 (lembrança do cartaz pare e pense), B2 (reflexão sobre o

cartaz pare e pense), e B3 (alusão ao tema tabagismo) da 1ª fase do PCT do HSC

existem diferenças significativas entre as seguintes variáveis sociodemográficas:

grupo etário, escolaridade, profissão e unidade de trabalho (p ≤ 0,05).

No caso de cargo de comando, as diferenças significativas estão

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96

Tabela 4Controle do Tabagismo no HSC - São P

-3

- Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 1ª fase do Programa de

Variáveis Sociodemográficas B-1 B-2 B

aulo - 2005

Sexo* Masculino 247,63 245,61 246,50

251,44Feminino 250,43 251,00 88 9 88 4 3

P p - Monte Carlo

0,70,7

0,5780,58

0,650,66

Grupos Etários** 1 261,36

2261,34 245,21

260,85 240,16 2 44,69

3 4

2 240,12 236,93 2 263,38 278,29

Monte Carlo

42,91 65,18

5 265,63 217,25 307,67 P 0,023 0,000 0,000 p - 0,019 0,000 0,000

Estado Civil** Solteiro

sado do 2 270,67 266,22

2 253,64 275,46

e Carlo

253,90 2

254,64 243,17

253,57 243,37 Ca 43,27

Separado/DivorciaViúvo

72,55 54,36

p 0,376 0,410 0,389 p - Mont 0,381 0,419 0,394

Escolaridade** 1 238,15

2236,39 249,91

238,20 246,68 2 50,56

3 P 0,063

2 282,72 290,85

Monte Ca

75,47 0,015 0,003

p - rlo 0,000 0,000 0,000 Profissão**

1 236,87 2

235,02 2

238,44 22 51,05 50,71 48,29

3 p

2 270,09 270,27

Monte Carlo

66,31 0,000 0,000 0,000

p - 0,000 0,000 0,000 Cargo de Comando*

1 218,58 2

217,20 2

225,41 22 53,03 53,19 52,25

P p - Monte

0,033 0,035 0,032

0,027 0,091 0,091Carlo

Unidades de Trabalho** 1 248,04

2247,14 238,01

248,76 238,39 2 40,48

3 p

2 265,15 258,24

Mont

60,17 0,005 0,001 0,008

p - e Carlo 0,005 0,001 0,008 Teste de Kruskal Wallis ** B ança do ca e e pense”) T ann Whitney* B2 (reflexão sobre o are e pens

B3 ao tema tabagismo)

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Camp São Paulo, 2

RESULTADOS E DISCUSSÕES

1 (lembr rtaz “par cartaz “p

e”) este de M

(alusão

o. HSC, 005.

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97 RESULTADOS E DISCUSSÕES

B – Relat

Com a análise da distribuição dos indivíduos pesquisados que referiram

se lembrar do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida”, utilizado na 2ª

fase do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz, observamos,

pela fig. 04, que 78,7% referem lembrar-se do cartaz, 13,1% afirmam não ter visto e

8,2% informam não se lembrar se viram ou não o cartaz.

Fig 4. Distribuição dos pesquisados quanto à lembrança do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida”, HSC,

SP. 2005.

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

Ao observar a fig 05, relativa à distribuição dos indivíduos pesquisados

que relatam ter participado de alguma atividade antitabágica desenvolvida na 2ª fase

do PCT do HSC, notamos que 96,4% referem ter participado de alguma dessas

atividades, 2,8% referem não ter participado e 0,8% informam não se lembrar de ter

ou não participado.

ivas à 2ª fase do Programa:

78,7%

13,1%

8,2%

Sim Não Não lembro

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98 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fig 5- Distribu alguma atividade antitabágica desenvolvida no

HSC, SP, 2005.

a esclareceu

e sim, apenas

terial esclareceu ou não.

io do material educativo

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

No que se refere ao conhecimento dos participantes da pesquisa em

relação à Lei Federal n° 9.294/96 que dispõe sobre a restrição do consumo do cigarro

ição dos pesquisados que relataram ter participado de

96,4%

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

Ao analisar se o material educativo utilizado no program

sobre o assunto, a fig 6 demonstra que a grande maioria (98%) refere qu

0,6% afirma que não e 1,4% disse não se lembrar se o ma

Fig 6- Distribuição dos pesquisados em relação ao esclarecimento sobre tabagismo por me

recebido no Programa, HSC, SP, 2005.

2,8%0,8%

Sim Não Não lembro

98,0%

0,6%1,4%

Sim Não Não lembro

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99 RESULTADOS E DISCUSSÕES

em ambientes fechados, verifica-se, com a fig. 7, que 83,7% referem conhecer, 8,6%

não conheciam e 7,6% não lembravam se conheciam ou não a Lei.

Fig. 7 Distribuição dos pesquisados em relação ao conhecimento da Lei Federal 9.294/96, HSC, SP, 2005.

paramétricos utilizados neste estudo, observou-se,

através da tabela 5, que as variáveis C1 (lembrança do cartaz – fumar não combina

com a qualidade de vida), C2 (participação em atividade antitabágica), C3

(esclarecimento sobre tabagismo por meio de material educativo) e C4

(conhecimento sobre a lei federal n° 9.294/96) diferenciam-se de modo significativo

quanto ao estado civil e à escolaridade. As variáveis C3 e C4 apresentam diferenças

significativas entre os grupos profissionais. As variáveis C2 e C3 diferenciam-se

significativamente entre as unidades de trabalho (p ≤ 0,05).

83,7%

8,6%

7,6%Sim Não Não lembro

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

Ao aplicar os testes não

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100 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 5 - Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 2ª fase do Programa de

Variáveis Sociodemográficas C-1 C-2 C-3

Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo - 2005

C-4 Sexo* Masculino 248,51 249,43 250,43 247,51

p - Monte Carlo 0,194 0,190 0,708 0,081

Feminino 250,00 248,79 249,03 250,40 P 0,191 0,222 0,814 0,082

Grupos Etários** 1 260,78 251,60 250,01 245,37 2 246,40 248,85 251,64 254,50 3 237,07 247,41 244,50 244,58 4 274,92 250,55 254,52 260,67 5 272,67 240,50 244,50 209,00 P 0,150 0,946 0,300 0,481 p - Monte Carlo 0,147 0,936 0,285 0,473 Estado Civil** Solteiro 255,24 248,32 250,74 246,52 Casado 243,64 248,41 248,64 245,02 Separado/Divorciado 256,19 258,13 256,15 274,43 Viúvo 281,89 240,58 244,50 296,93 P 0,005 0,006 0,015 0,000 p - Monte Carlo 0,007 0,011 0,018 0,000 Escolaridade** 1 241,12 244,78 248,79 240,12 2 249,93 249,12 247,37 250,62 3 270,07 259,76 259,92 269,98 p p - Monte Carlo 0,000 0,000 0,000 0,000

0,000 0,000 0,000 0,000

Profissão** 1 242,41 245,07 249,08 234,39 2 247,40 247,88 245,56 252,90 3 265,95 258,05 259,48 265,95 p 0,180 0,068 0,004 0,020 p - Monte Carlo 0,185 0,069 0,002 0,019 Cargo de Comando* 1 219,94 240,50 244,50 223,92

p 0,030 0,156 0,281 0,033 2 252,87 249,97 250,07 252,49

p- Monte Carlo 0,025 0,247 0,395 0,032 Unidades de Trabalho** 1 252,15 244,57 246,52 248,88

244,50 241,47

p 0,255 0,001 0,000 0,664 p- Monte Carlo 0,259 0,001 0,001 0,664

2 225,42 256,97 3 250,84 263,24 264,43 256,19

Teste de Kruskal Wallis ** C1 (lembrança do cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida) Teste de Mann Whitney* C2 (participação em atividade antitabágica) C3 (esclarecimento sobre tabagismo por meio de material educativo) C4 (conhecimento da lei federal n° 9294/96) Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

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101 RESULTADOS E DISCUSSÕES

C – Relativas à 3ª fase do Programa:

Ao analisar os dados referentes à lem ode resp r à

vo ilizados na 3ª fase do pr

pesquisados referem ter visto o cart 2% afi não te o, e 1 ão

lem ou não o cartaz.

Fig 8- Distribuição dos pesquisados segundo lembran taz “Pod r à Vonta , SP, 200

Fonte: Moraes MA. Pesq ampo. HSC aulo, 2005.

Avaliando a distribuição dos indivíduos pesquisados segundo o

rec folheto informativo, talidade dos

pesquisados (99,0%) afirmam ter recebido o folheto, sendo que apenas 0,4% relata

não ter recebido e 0,6% não se lembra de ter recebido ou não o folheto.

brança do cartaz “P ira

ntade”, ut ograma, é mostrado pela fig. 08 que 95,8% dos

az, 3, rmam r vist ,0% n

bra de ter visto

ça do car e Respira de”, HSC 5

95,8%

1,0%3,2%

Sim Não Não lembro

uisa de C , São P

ebimento do a fig 9 aponta que quase a to

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102 RESULTADOS E DISCUSSÕES

99,0%

0,8%

0,2%

Sim Não Não lembro

99,0%

0,4%

0,6%

Sim Não Não lembro

Fig. 9- Distribu formativo sobre a Portaria Interna de Restrição

do Cigarro, HSC, SP, 2005.

Analisando a observação da sinalização anti-tabágica nas dependências do

HSC, verificamos, pela fig. 10, que 99,0% referem ter notado a sinalização, 0,8%

não viu e 0,2% refere não se lembrar se notou ou não a sinalização.

Fig10- Distribuição dos pesquisados segundo observação da sinalização antitabágica, HSC, SP, 2005.

is D1 e D2

( recebimento do informativo sobre restrição ao fumo no HSC) diferenciam-se de

modo significativo quanto aos grupos etários. As variáveis D1 e D3 mostram

diferenças estatisticamente significantes quanto ao estado civil e à escolaridade, de

modo respectivo, conforme mostra a tabela 6.

Os grupos profissionais diferenciam-se em relação às variáveis D2 e D3.

ição dos pesquisados segundo o recebimento do folheto in

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

Considerando as variáveis D1(lembrança do cartaz pode respirar a

vontade) e D3 (observações da sinalização antitabágica), observaram-se diferenças

estatisticamente significativas (p ≤ 0,05) entre os sexos. As variáve

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103 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 6 - Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 3ª fase do Programa de ole do Tabagismo no HS

Contr C - São Paulo – 2005

ariáveis Sociodemográficas D-1 D-2 D-3 VSexo* Masculino 255,46 251,50 252,00

eminino 246,52 248,50 248,22 0,000 0,142 0,027

p - Monte Carlo 0,000 0,142 0,035

Fp

Grupos Etários** 1 247,33 249,75 250,27

247,31 250,58 249,88 3 251,21 247,00 247,50 4 258,93 2,00 252,48 5 239,00 247,00 247,50 P p - Monte Car

2

25

0,021 0,036 0,054 lo 0,019 0,041 0,048

Estado Civil** Solteiro 249,98 250,13 250,63

Separado/Divorciado 250,47 247,00Casado 247,82 249,65 249,27

247,50 Viúvo 274,96 247,00 247,50

0,535 - Monte Carlo 0,000 0,446 0,502

p 0,000 0,477 pEscolaridade** 1 250,52 249,89 250,38

248,60 248,90 248,46 250,38 250,85 251,33

p 0,581 0,087 0,009 - Monte Carlo 0,576 0,074 0,010

23

pProfissão** 1 251,30 0,09 250,57 2 247,44 248,05 247,50 3 251,43 251,99 252,48 p p - Monte Carlo

25

0,181 0,031 0,001 0,179 0,023 0,002

Cargo de Comando* 1 243,83 247,00 247,50 2 250,18 249,79 249,73 P 0,394 0,448 0,498 p - Monte Carlo 0,441 0,664 0,999 Unidades de Trabalho** 1 250,60 249,73 249,55 2 244,48 247,00 247,50 3 247,52 249,84 250,33 P 0,683 0,778 0,784 p - Monte Carlo 0,738 0,898 0,999 Teste de Kruskal Wallis ** D1 (lembrança do cartaz Teste de Mann Whitney* D2 ( recebimento do info

“ pode respirar a vontade”) rmativo sobre restrição ao fumo no HSC)

D3 (observação da sinalização antitabágica) Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

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104 RESULTADOS E DISCUSSÕES

D – Relativas às ações educativas e meios de comunicação utilizados no PCT do

HSC

Pode-se definir a ação educativa em saúde como qualquer estratégia para

apreensão de experiências, realizadas par ilitar a adoção voluntári

s que direcionem à saúde84, constitu e, em suas diversas form

núcleo da maior parte dos esforços em Saúd ica e Prom da Saúde1

No que se refere à opinião dos indivíduos quanto a melhores ações

fig. 11 mostra que as campanhas realizadas no Dia Mundial sem

(31 de Maio) e Dia Nacional de Comb Fumo (29 de Agosto) aparecem

40,8%, seguidas pelas palestras sobre controle do tabagismo

,9%, sendo que as demais opções aparecem e porções m .

. 11- Opinião dos pesquisados referente às melhores ações educativas utilizadas no Pro SC, SP, 2005.

ão Paulo, 2005.

a a fac a de

comportamento indo-s as,

no e Públ oção 92.

educativas, a

Tabaco ate ao

em 1º lugar com , com

30 m pro enores

Fig grama, H

0

50

100

0

200

250

Palestras Treinamentos Cursos Camlanç

panhas doDia

undial/nacionalsem tabaco

30,9%

4,6%2,8%

40,8%

15

panhas de Camamento

m

Não sei

10,0% 10,8%

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, S

Page 123: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública · “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para

105 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Quanto à opinião referente aos melhores meios de comunicação utilizados

ograma, a fig 12 demonstra que a distri

o pr buição de material educativo aparece em

1° lugar com

A tabela 7 mostra que as variáveis E1 (ações educativas de maior

sensibilização) e F1 (meios de comunicação de melhor resultado) diferenciam-se de

modo estatisticamente significativo (p ≤ 0,05) quanto ao sexo, grupos etários, estado

civil, à escolaridade, grupos etários e profissionais, e cargos de comando.

As ações educativas mostram-se diferentes quanto aos setores de trabalho

do HSC.

n

35,5%, sendo seguida pelas mensagens no holerith (19,3%) e

mensagens no quadro de avisos (18,1%).

Fig 12- Opinião dos pesquisados referente aos meios de comunicação que apresentaram melhores resultados no

Programa, HSC, SP, 2005.

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

0

50

100

150

200

19,3% 18,1%

35,5%

Mensagem nocomputador

Mensagem emholerith

Mensagem noquadro de avisos

Artigos na ReSana

Artigos no Jornaldo HSC

Distribuição deMaterial Educativo

Não sei

6,4%7,2%

11,6%

1,8%

vista

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106 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 7 - meios de comunicação que apresentaram melhores resultados - HSC - São Paulo - 2005

Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, para as ações educativas e

Ações Educativas Meios de Comunicação

Variáveis Sociodemográficas E-1 F-2 Sexo* Masculino 260,95 261,85

243,77 243,32 0,027 0,003

p - Monte Carlo 0,029 0,004

Feminino P

Grupos Etários** 1 246,55 222,23 2 249,78 244,83 3 240,78 264,58 4 277,07 274,58 5 261,83 252,50 p 0,012 0,000 p - Monte Carlo 0,014 0,000 Estado Civil** Solteiro 249,40 233,49 Casado 244,06 262,44 Separado/Divorciado 278,07 211,96 Viúvo 270,61 286,14 p 0,011 0,000 p - Monte Carlo 0,011 0,000

Escolaridade** 1 233,78 269,06 2 267,42 241,28 3 219,68 230,32 p 0,006 0,000 p - Monte Carlo 0,007 0,000

Profissão** 1 236,96 279,99 2 271,00 227,39 3 219,10 252,29 p 0,002 0,000 p - Monte Carlo 0,002 0,000 Cargo de Comando* 1 213,88 295,94 2 253,56 244,20

p- Monte Carlo 0,043 0,008 P 0,047 0,010

Unidades de Trabalho** 1 261,13 2 237,53

251,98 227,53

3 207,38 250,44 P p - Monte Carlo 0,002 0,187

0,003 0,196

Teste de Teste de

Kruskal Wallis ** E1 (ações educativas de maior sensibilização) Mann Whitney* F1 (meios de comunicação de melhor resultado)

Agrupamento das Ações 1 = 1 2, 3, 4, 9 = 2 5 = 3

Agrupamento dos Meios de Comunicação 2, 3 = 1 1, 4, 5, 9 = 2 6 = 3

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.

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107 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2.3 – Indicadores de Resultado.

Segundo DONABEDIAN63

assistência, isto é, envolve, além da satisfação do paciente, o impacto do tratam

sobre o estado de saúde do paciente.

ção do resultado ou impacto s mudanças verifi no

estado de saúde dos pacientes que podem ser atribuídas a um cuidado prévio; é nessa

fase que se verifica se os resultados observados correspondem aos objetivos que a

inte opôs a atingir50,61,63: obtenção das características desejáveis dos

produtos ou serviços, sem erros, imperfeições ou nocividade; melhoria do meio

ambiente ou trabalho, ou mudanças obtidas no estado dos pacientes do quadro

sanitário, que podem ser atribuídas ao cuidado médico consumido ou tecnologia de

saúde introduzida.

Um indicador de resultado está direcionado à tomada de decisão de

prosseguimento ou não da intervenção realizada.

Para procedermos à avaliação de resultado foram utilizados dados da

pesquisa sobre o perfil do fumante no HSC.

Os resultados sobre o Perfil do Fumante no HSC foram obtidos em dois

mom da aplicação das intervenções150 e dois anos e três meses após a

aplicação das mesmas). Os dados obtidos co realização das pesquisas

possibilitaram medir a prevalência do uso do tabaco, as crenças e os conh

a seguir, os

rincipai ados à reva

(1980), resultado significa o produto final da

ento

A avalia ão as cadas

rvenção se pr

entos (antes

m a

ecimentos

sobre o tabagismo entre os funcionários do HSC, sendo apresentados,

p s resultados relacion p lência:

Page 126: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública · “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para

108

18, 71%

12, 92%

68, 37%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

FUM ANT E EX. FUM ANT E NÃO FUM ANT E

p r e v a l ên c i a d e f u ma n t e s

FUM ANT E

EX. FUM A NT E

NÃO FUM A NT E

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2001.

9,90% 11,50%

78,60%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

60,00%

%

50,00%

70,00%

80,00%

Fumante Ex-Fumante Não-Fumante

categorias de fumantes

Fumante

Ex-Fumante

Não-Fumante

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2004.

A prevalência constitui um dos principais indicadores de resultado na

avaliação de programas ou locais de saúde16.

Dessa forma, o índice de prevalência foi eleito, neste estudo, como o

principal indicador de resultado para verificar o impacto ou desfecho do

desenvolvimento do Programa de Controle do Tabagismo do HSC.

no HSC, São Paulo, 2001.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fig. 13 - Prevalência Geral de Fumantes

Fig. 14 - Prevalência Geral de Fumantes no HSC, São Paulo, 2004.

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109 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao verificar o índice de prevalência do HSC nos dois momentos acima

referidos, observou-se uma queda de 52.91 % pois a prevalência de 18,71% em 2002

caiu para 9,9% em 2004.

Comparando com a pesquisa denominada “Inquérito Domiciliar sobre

comportamento de Risco e Morbidade Referida de doenças e Agravos Não

Transmissíveis” que levantou a prevalência nacional do tabagismo em 15 capitais

brasileiras e no Distrito Federal, notamos que o Brasil também apresentou uma queda

pois, ao compararmos os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada

em 1989, com o Inquérito Nacional realizado entre 2002/2003, verificou-se, nesse

último inquérito, que das 15 capitais pesquisadas, em 9 delas o percentual de

fumantes ajustado em São Paulo, de

33% para 20%; no Rio de Janeiro, de 30% para 18%; em Recife, de 29% para 18%;

em Natal, de 26% para 16%; em Campo Grande, de 24% para 15%; no Distrito

Federal, de 27% para 18%; em Porto Alegre, de 32% para 25%; em Belém, de 31%

para 17%; e em Manaus, de 24% para 19%)21.

Conforme relatado por MARCOPITO e colaboradores123 (2005), dois

estudos transversais de base populacional sobre fatores de risco para doenças

crônicas realizados na cidade de São Paulo em pessoas com idade entre 15 e 59 anos,

sendo o primeiro em monstraram uma

queda na prevalência do tabagismo, tanto no sexo masculino, que caiu de 41,8% para

25,4%, como no sexo feminino, que diminuiu de 30,4% para 19,9%.

Conforme mostra a Tabela 8, diferentes estudos sobre a prevalência do

tabagismo, realizados entre 1995 a 2002, mostram que o número de fumantes com

idade acima de 15 anos varia muito de acordo com a área geográfica .

pela idade foi reduzido de forma significativa (

1987 e o segundo em 2001-2, também de

197,258,261

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110 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 8 - Prevalência do Tabagismo em populações acima de 15 anos em diferentes países do mundo de 1995 a 2002.

Prevalência País Região Período

Masc. Fem. Geral

Albânia Européia 1999-2000 60% 18% 39,0%

Alemanha Européia 2000 38,9% 30,6% 34,5%

Argentina

Áustria Européia 2000 - - 29,0%

Costa Rica América Central 2001 29% 9,7% 9,4%

Estados Unidos da América América do Norte 2000 25,7% 21,0% 23,3%

França Européia 2000 33% 21,0% 27,0%

2002 31,1% 22,3% -

2000 47,4% 11,5% -

Kênia

México América Central 1998 51,2% 18,4% 32,0%

Uganda Africana 1995 52% 17,0% -

39,4% 49,5%

Venezuela Am

Zimbabwe

América Latina 1999 - - 39,8%

Brasil América Latina 2002-2003 22,7% 16,0% 18,8%

Bulgária Européia 1997 38,4% 16,7% -

Canadá América do Norte 2001 23,9% 19,6% 21,7%

Chile América Latina 2001 44,1% 33,6% 40,0%

China Asiática 1998 53,4% 4,0% 28,9%

Colômbia América Latina 1999 26,8% 11,3% 18,9%

Croácia Européia 2000 34,1% 26,6% 30,3%

Cuba América Central 1995 48% 26,3% 36,8%

Dinamarca Européia 2000 32% 29,0% 30,0%

Espanha Européia 2001 39,1% 24,6% -

Finlândia Européia 2000 27% 20,0% 23,0%

Guinea Africana 1998 58,9% 47,3% 57,6%

Índia Asiática 1999 29,4% 2,5% -

Indonésia Asiática 2001 69% 3,0% 33,8%

Itália Européia

Japão Asiática

Africana 2000 66,8% 31,9% 54,6%

Nâmbia Africana 1995 65% 35,0% -

Peru América Latina 1999 52,5% 17,8% 33,8%

Portugal Européia 1995-1996 29,4% 6,4% 17,2%

Reino Unido Européia 2001 28% 26,0% -

Rússia Européia 1998 63,7% 9,2% -

Tailândia Asiática 2001 39,3% 2,2% 20,6%

Uruguai América Latina 1998 61,5%

érica Latina 1996 37,4% 23,8% 30,6%

Africana 1995 46% 13,0% -

Fontes: Rosemberg e col 197, WHO258

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111 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. H o Paulo, 2

Fonte: M Campo. H o Paulo, 2

Globalmente, a prevalência do tabag m is elevada no sexo

ma ue no feminino, sendo que, em todo undo, dos hom 12%

lares197,247,258,261.

Fig. 15 - Prevalência de fumantes do HSC, segundo sexo, São Paulo, 2001

SC, segundo sexo, São Paulo, 2004

SC, Sã 001.

17,31%

21,80%

Fig. 16 - Prevalência de fumantes do H

HOMEM MULHER

8,70%

M asc.

Fem.

10,70%

oraes MA. Pesquisa de SC, Sã 004.

ismo é be ma

sculino q o m 48% ens e

das mulheres são fumantes regu

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112 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O inquérito domiciliar sobre comportamento de risco e morbidade

referida de doenças e agravos não transmissíveis realizado em 2002 e 2003 entre

pessoas de 15 anos ou mais residentes em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal,

apontou que os homens apresentaram prevalências mais elevadas do que as mulheres

em todas as capitais estudadas21.

18,90%

11,91%

29,56%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

%

Fundamental Médio Superior

Grau de Escolaridade

Fundamental

Médio

Superior

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2001.

12,20%

9,91%

7,09%

0,00%

4,00%

2,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

%

Fundamental Médio Superior

Grau de Escolaridade

Fundamental

Médio

Superior

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2004.

Fig. 17 - Prevalência do Tabagismo, segundo grau de escolaridade, HSC, São Paulo, 2001.

Fig. 18 - Prevalência do Tabagismo, segundo grau de escolaridade, HSC, São Paulo, 2004.

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113 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em relação ao grau de escolaridade, observamos, de acordo com as

figuras 17 e 18, que houve uma inversão no tipo de fumante segundo a instrução pois

em 2001 a maioria dos fumantes pertencia à classe de nível universitário; já na

pesquisa realizada em 2004, a maioria dos fumantes pertencia ao grupo que possuía

apenas o ensino fundamental.

O último inquérito populacional realizado pelo INCA em 15 capitais

brasileiras entre 2002 à 2003, demonstrou que as prevalências do tabagismo foram

maiores nos grupos populacionais com menor escolaridade21, sendo essa uma

tendência observada em vários países169.

Quando analisamos a prevalência do tabagismo em relação aos

profissionais de saúde no HSC, observamos, através das figuras 19 e 20, que houve

uma queda significativa na prevalência em todas as categorias analisadas.

17, 18%

14, 28%

21, 97%23, 22%

14, 61%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

25,00%

%

20,00%

Médico Enf er mei r o Aux. de Enf . PessoalAdministr .

Outr os

cat egor i a pr of i ssi onal

Médico

Enf er mei r o

Aux. de Enf .

Pessoal Administr .

Outr os

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2001.

Fig. 19 - Prevalência do Tabagismo no HSC, segundo profissão, São Paulo, 2001.

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114 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Fig. 20- Prevalência do Tabagismo no HSC, segundo profissão, São Paulo, 2004.

0,00%

6,00%%

4,00%

8,00%

10,00%

12,00%

1 0 , 2 0 % 1 0 , 4 0 %

7 , 6 0 %

9 , 8 0 %

8 , 6 0 %

M édi co

Enf er mei r o

2,00%

M édi co Enf er mei r o Aux. de Enf . Pessoal Adm. Out r os

C a t e g o r i a P r o f i s s i o n a l

Aux. de Enf .

Pessoal Adm.

Out r os

Vários autores já exploraram estudos sobre prevalência do tabagismo

entre profissionais de saúde, principalmente entre médicos e enfermeiros, conforme

mostra a tabela 9.

Tabela 9 - Prevalência do tabagismo entre médicos e enfermeiros em alguns países do mundo, segundo período e região.

Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2004.

Prevalência País Região Ano

Médicos Enfermeiros

Albânia Européia 2005 43,3% 41,5%

Argentina Das Américas 1997 30,3% 36,3%

Cuba Das Américas 1995 25,0% 29,0%

Egito Oeste Mediterrâneo 1993 34,4% 2,0%

Estados Unidos Das Américas 1991 3,3% 18,3%

Figi Oeste Pacífico 1991 26,0% 10,0%

Madagascar Africana 1993 29,0% 28,0%

Samoa Oeste Pacífico 1994 25,0% 41,0%

Uganda Africana 2005 2,8% 0,5% Fonte: CDC38, WHO258

OSHIDA 164 mostra nacional de

2.360 enfermeiras pertencentes a 14 hospitais selecionados de todo o Japão, uma

prevalência do tabagismo de 18,6%, valor muito próximo à taxa encontrada entre os

enfermeiros de HSC que foi de 14, 28% no ano de 2001.

e col. (1999) encontraram, em uma a

Page 133: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública · “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para

115

115

MORAES (2001)153, após levantamento da prevalência de fumantes entre

enfermeiros no período de 1959 a 2000, em diferentes países, revelou a ocorrência de

uma diminuição de fumantes nessa categoria profissional, constituindo-se, porém,

em uma preocupação devido ao fato de a prevalência mostrar-se elevada em

diferentes locais pesquisados.

GUAZELLI e col. (2005)86, em estudo realizado entre médicos da região

do ABC Paulista, encontraram uma prevalência de fumantes de 8,6%, exatamente

igual à encontrada pela pesquisa realizada no HSC em 2004, que detectou a

prevalência de fumantes de 8,6 % entre os médicos pesquisados.

Uma das prioridades na estratégia do controle da epidemia tabagística é a

de permitir que os profissionais de saúde possam se identificar como modelos de

comportamento, utilizando hábitos de vida saudáveis, não sendo dependentes desta

droga nefasta que é o cigarro116,118,158,198,204. Para isso é imprescindível a cooperação

das associações dos profissionais de saúde e das escolas da área d da

saúde187,241,249,261.

Profissionais de saúde têm um p decis a redução do o

o; sendo que, até selhos ples e breves fornecidos por

ultas clínicas ou atendimentos especiais podem

aum o38, ,232.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

e ciências

apel ivo n uso d

tabac mesmo con sim

profissionais de saúde em suas cons

entar as taxas de cessação do tabagism 109,187

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116 Conclusões

6- Conclu

pressam-se as seguintes conclusões:

ão ocupavam cargo

de comand

o número

ofissionais articipantes da pesquisa.

nte?” o que permitiu uma reflexão sobre

o tema em 73,5% deles, sendo que 76,1% chegaram a discutir o assunto.

- A segunda fase do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital

Santa Cruz permitiu a obtenção de uma alta taxa de informação sobre os malefícios

do tabagismo, pois 98% dos pesquisados referiram que o material educativo

distribuído durante as campanhas conseguiu esclarecer esse assunto e 83,7%

sões

Analisando-se os dados fundamentados no texto desta tese, confrontados

com os objetivos propostos, ex

- Na caracterização sociodemográfica da população de estudo, notou-se

uma concentração predominante no grupo etário de 30 a 49 anos (70,7%); na

população feminina (66,7%); no grupo dos casados (56,6%) e de nível de

escolaridade média (52,2%); assim como nos colaboradores que n

o (89,8%).

- Ainda em relação às características sociodemograficas da população

estudada, observou-se que a área técnica destacou-se com maior número de

participantes (73,3%), e quantitativamente mais representativo

correspondeu aos auxiliares e técnicos de enfermagem que, juntos, somaram 27,3%

dos pr p

- Os resultados obtidos na primeira fase do Programa de Controle do

Tabagismo trouxeram a discussão sobre o tema tabagismo entre os colaboradores do

Hospital Santa Cruz, pois 74,3% desses trabalhadores lembraram ter visto o cartaz

“Pare e Pense: é coerente fumar neste ambie

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117 Conclusões

referiram conhecer a Lei Federal nº 9.294/96 que trata da restrição do uso do cigarro

m ambientes fechados.

- A maioria dos funcionários pesquisados demonstrou conhecer as

estratégias

irar à Vontade:-

Ambiente L

panhas de comunicação social realizadas em comemoração as

principais d

tilizados durante o desenvolvimento do

programa e u

diminuir a

e

utilizadas para manter o ambiente do Hospital Santa Cruz livre da fumaça

do cigarro, pois 99,8% referiram ter visto o cartaz “Pode Resp

ivre do Cigarro”, 99% afirmaram ter recebido o folheto informativo

sobre as restrições do uso do cigarro nas dependências do Hospital Santa Cruz e 99%

disseram ter notado a sinalização de proibido fumar nas dependências do referido

local.

- As cam

atas de controle do tabagismo (31 de maio - Dia Mundial Sem Tabaco e

29 de agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo) destacam-se como as ações

educativas que despertaram maior sensibilização e adesão ao programa com 40,8%

de aprovação, sendo seguidas pelas palestras com 30,9%.

- Os meios de comunicação u

q e apresentaram melhores resultados foram: distribuição de material

educativo em 1º lugar com 39,5%, seguida pelas mensagens no holerith (19,39%) e

mensagens no quadro de avisos (8,1%).

- Os achados desta pesquisa permitem afirmar que o programa em

estudo vem se mostrando eficaz, conseguindo, através das ações desenvolvidas,

prevalência de fumantes, que era de 18,71% em 2001, para 9,90% em

2004, apresentando, assim, uma queda de 52,91%.

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255. World Health Organization. The Millennium development goals and tobacco control: an opportunity for global partnership. Geneva: TFI; 2004.

256. World Health Organization. The physician’s role. Smoke free Europe:1, Geneva: WHO; 1987.

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260. World Health Organization. Tobacco Free Initiative (TFI) – About us. [online]. Available from: < http://who.int/entity/tobacco/about/en/index.html> [2005 out. 10].

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137 REFERÊNCIAS

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268. Worthen, BR, et al. Evaluation’s Basic Purppose, uses and conceptual distinctions. In: Program evaluation: alternatives, approaches and practical guidelines. 2nd ed, Chapter 1. New York,: Longman; 1997

269. Yach D, Bellcher D. Globalization of Tobacco Marketing, Research and Industrie Influence. IATH Bull 1999; 94 (8 ): 258-265.

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Zellweger JP, et al. Bupropion SR x placebo for smoking cessation in health care professionals”. Am J Health Behav 2

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138

8. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Introdução à metodologia do trabalho científico. 5ª ed. São Paulo: Andrade MM.

Beaud ese: como preparar e redigir uma tese de mestrado ou de doutorado, uma monografia ou qualquer outro trabalho universitário. Rio de

Berquó ES, Souza JMP, Gotlieb SLD. Bioestatística. 2ª ed. São Paulo: EPU; 1981.

Carneárea

Livra

Ferreira ABH. Pequeno dicionário brasileiro da língua portuguesa. 11. ed. São Paulo: ERCA; 1972.

Françnorm elo Horizonte: Ed.

Gil, AC.

Gil, A a social. 4ª ed. São Paulo; Atlas, 1995.

e nor2002. São Paulo: Avercamp; 2004.

mestr Pádua EMM. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. 6. ed. Campinas: Papirus Editora; 2000.

Pietzschke F, Wimmer F. Michaelis ilustrated dictionary: English-Portuguese. São Paulo: Melhoramentos; 1961.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Atlas, 2001.

M. Arte da t

Janeiro; Bertrand Brasil; 1996.

iro JMA, Carneiro IEE. Estrutura e funcionamento do ensino superior na

da saúde. São Paulo: Atheneu; 1996 Day RA. Como escrever e publicar um artigo científico. 5ª ed. São Paulo: Santos

ria e Editora, 2001.

Eco U. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva; 1977.

a JL, Vasconcelos AC, Magalhães MHA, Borges SM. Manual para alização de publicações técnico científicas. 5. ed. B

UFMG; 2001.

Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo; Atlas, 1996.

C. Métodos e técnicas de pesquis

Gonçalves HA. Manual de monografia dissertação e tese: inclui exercício prático mas de referência, citações e notas de rodapé – NBRs 14724/10520/6023-

Hübner MM. Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação de

ado e doutorado. São Paulo: Mackenzie; 1998.

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139 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Rothman KJ. No adjustments are needed for multiple comparisons. Epidemiology 1990; 1(1):43-6. Secaf V. Artigo científico: do desafio à conquista. São Paulo: Reis Editorial; 2000.

Metodologia do trabalho científico. 19. ed. São Paulo: Cortez Editora; 993.

learners with real English. Great Britain: arperCollins Publisher; 1995.

ieira RM. A composição e a edição do trabalho científico. São Paulo: Lovise;

niversidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Biblioteca/CIR Guia de

Severino AJ. 1 Sinclair JM, Hanks P, Fox G, Moon R, Stock P, Delahunty A. Collin Cobuild English dictionary: helpingH V1995. Uapresentação de teses. São Paulo; 1998.

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140 ANEXOS

9. ANEXOS

ANEXO 1 – Foto e Mapa de Localização do HSC.

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141 ANEXOS

Anexo 2- Folder de Lançamento do Programa

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142 ANEXOS

Anexo 3 - Comissão Executiva do PCT do HSC.

Cácia Rosângela M. de Oliveira – Administração de Pacientes Dr. Douglas Ferrari – Médico Coordenador UTI/UCO José Wagner Grasseti – Comercial e Marketing Kátia Lopes Varella Antonelli – Supervisora de Higiene Hospitalar Dra Kátia M. Á. S. Bello – Enfermeira - Educação Continuada Dr. Koshiro Otani – Médico do Trabalho Lurdes Noriko Kato – Assistente Social Dr Marco Antonio de Moraes – Enfermeiro do Trabalho - Coordenador Dra Maria Tereza Bettine – Enfermeira Patrícia Akemi Kiota – Psicóloga Dra Soraya Schmidt – Enfermeira Sucelina Yasuoka Bradaschia – Assistente Social

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143 ANEXOS

ANEXO 4 – Folder do Curso de Capacitação sobre Tabagismo oferecido à Comissão Executiva do PCT do HSC

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144 ANEXOS

ANEXO 5 – Conteúdo do Treinamento sobre “Abordagem ao Fumante para cepcionistas do PCT do HSC Seguranças e Re

Programa de Treinamento Sobre Abordagem ao fumante – Pessoal de Segurança e Recepção

GRUPO ALVO - Seguranças e Recepcionistas do Hospital Santa Cruz. NÚMERO DE PARTICIPANTES: 15 a 30 por turma DURAÇÃO - 1 hora DATA - janeiro a março de 2002 LOCAL - Auditório do HSC HORÁRIO – manhã (07:30 – 08:30) tarde (15:30 – 16:30)

1. Introdução - 10 minutos

Objetivos: apresentar os responsáveis pelo curso, situando-se como representantes do Programa

de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz. apresentar o Programa Saúde e Coerência-Módulo Tabagismo

informar:

- que o programa não é contra o fumante, enfatizando a idéia de ver no fumante umindivíduo que apresenta um problema, necessitando de apoio e respeito para superá-lo;

- sobre a necessidade da instituição em ser exemplo, tornando-se livre do cigarro; - que a instituição oferecerá apoio para os funcionários que queiram deixar de fumar; - sobre o papel do profissional que está sendo treinado, como educador, modelo decomportamento, agente de mudança de comportamento dentro da instituição,procurando valorizar a colaboração deste para o sucesso do programa.

2. Dinâmica de grupo para apresentação dos participantes: 10 minutos.

Objetivos começar a integração do grupo, partindo de algo fundamental como

conhecer-se mutuamente, estabelecendo uma relação interpessoal; romper o gelo para desfazer tensões; demonstrar que nenhum membro do grupo passará despercebido;

estimular a participação de todos.

Processo

O coordenador inicia, explicando que o exercício a ser realizado precisa que todos sesintam à vontade. Isto requer que todos saibam quem é quem, para que se conheça um pouco mais ogrupo, através de seus componentes, facilitando a integração para os trabalhos. Sãovárias as maneiras de tornar isto possível. Uma delas é esta que será feita nestemomento. Fazer uma apresentação individual, citando nome, função e área de trabalho.

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145 ANEXOS

3. Falando sobre Tabagismo ( exposição dialogada) - 20 m

inutos.

Objetivos: informar sobre o tabagismo e alguns de seus aspectos essenciais para motivar a

atuação do grupo alvo deste treinamento. Nesta exposição serão apresentados deforma simplificada os seguintes aspectos do tabagismo: - números impactantes sobre mortalidade por tabagismo;

- doenças causadas pelo tabagismo;

ptar novos consumidores e a importânci

- componentes da fumaça do cigarro;

- informações sobre tabagismo passivo; mante; - impacto ambiental e os riscos para o fu

gias da indústria para manter e ca- estraté a

do trabalho da instituição de saúde para se contrapor a estas estratégias.

arências

Processo ticipantes

indo. No, o expositor deverá responder de forma objetiva, evitando

Material didático: transp

Material de apoio: Livro “Falando sobre tabagismo” ·

: exposição com apoio de transparências, durante a qual os parinterrompem para esclarecer as dúvidas que vão surgentantodivagações e desvios do tema, garantindo a continuidade daexposição. Procurar na medida do possível fazer uma exposição interativa,provocando os participantes a colocarem suas crenças e opiniões arespeito do tabagismo e dos diversos ângulos da sua problemática,relacionados acima.

posição se torne enfadonha, evite detalhar numericamente os gráficos, a de forma simples e direta.

Para evitar que a exutilizando-os apenas para abordar o tem

4. Prova situacional Tem

Objetivos Des uns e

pes problema de saúde pública; controledo tabagism

- envol - exerc

- estimexistente- exercitadquirid treinamento.

- exerci

po necessário 15 minutos.

envolver uma interação do grupo, através de trocas de experiências com

soais à cerca dos temas: tabagismo comoo e papel do profissional de saúde neste contexto.

Além disso, espera-se:

ver os membros do grupo a cerca do tema; itar os membros do grupo com situações do cotidiano; ular a reflexão, a argumentação e a sedimentação de conceitos pré-s ou adquiridos durante o treinamento. ar a capacidade de improvisação, tendo em vista os conhecimentoss durante o o

tar a abordagem de fumantes com empatia e sem agressividade.

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146 ANEXOS

Processo

O coordenador inicia, explicando que o exercício a ser realizado exige ques se sintam à vontade. O que se pretende com este exercício é estimula

todo ra utilização dos conhecimentos adquiridos, através da improvisação. Deve-se nesse exercício procurar desmistificar visões preconceituosas que os nfumantes geralmente têm do fumante, e princip

ãoalmente trabalhar a questãoorma discreta e polida.

cita que:

o) participantes;

- os subgrupos iniciem uma conversa, com duração de cinco (cinco)bre o tema

escolhido; cada membro deverá ter uma pequena participação nadramatização;

- após expirado o tempo para a conversa entre os subgrupos, seja formado às dramatizações de cada subgrupo, que

transcorrerão cada uma delas, no prazo estipulado de 5 (cinco) x adament 15 minutos o

coordenador fará breves ponderações nos intervalos das exposições dossubgrupos.

Fichá

da abordagem do fumante sem agressividade, de f Para isso o coordenador soli - os membros formem subgrupos de 4 (quatr- cada subgrupo retire um tema entre os que ele tem no fichário;

minutos, visando a articulação de uma dramatização so

um grupo único, a fim de assistir

minutos. Nesta etapa, que durará apro im e

rio de Situações Para Subsidiar Exercício De Prova Situacional

• No corre te,em direção ao elevador. Sr João

uanto

• Várias aux. de enfermagem estão no posto de enfermagem do hospital preparandoas prescrições enquanto duas delas fumam...

panhante da Sra Rosa, paciente do hospital, entra no elevador fumando ..... • tório da pediatria, uma mãe acompanhando seu filho

ada para o atendimento....

de

• s ambulatórios, duas faxineiras conversam e fuma

dor do ambulatório, o Dr Luís fuma enquanto caminha distraidamen, o segurança nota o fato e aí ................

• Numa sala de espera da instituição, duas pessoas esperam fumando, enqobserva um médico fumando, a recepcionista nota o fato e...

• A acom

Na sala de espera do ambulafuma, enquanto espera ser cham

• Seu chefe imediato fuma e é preciso sensibilizá-lo a apoiar o programa controle do tabagismo do HSC, aí....

No sanitário do manimadamente. Lúcia, a recepcionista, entra e...........

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147 ANEXOS

ANEXO 6 – Normatiz ção sobre o consumo do cigarro no HSC a

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148 ANEXOS

ANEXO 7 – Divulgação do Programa de Atendimento ao Fumante do HSC

O Grupo de Humanização do Hospital Santa Cruz constituído por uma equipe ultidisciplinar, criou o Centro de Atendimento ao Dependente de Nicotina, com a finalidade de ender aos colaboradores do Hospital Santa Cruz que estiverem interessados em deixar de fumar.

O período total de tratamento compreenderá 12 meses, iniciando-se por uma triagem seguida

e 4 sessões semanais, 2 retornos de acompanhamento quinzenais e 10 retornos de acompanhamento ensais, que deverão totalizar 15 atendimentos por interessado.

O atendimento será feito em grupos de 10 a 15 pessoas por um período aproximado de 90

inutos, ou em casos específicos e necessários será feito individualmente.

INICIO DOS GRUPOS (toda quarta-feira por 4 semanas + retornos)

INICIO DO ATENDIMENTO: Agosto de 2002

HORÁRIO – 10:30 às 12:00 h

LOCAL – Sala de Reuniões do Setor de Medicina do Trabalho – Rua Santa Cruz – 281

INSCRIÇÕES – de 16/07/02 até 13/08/025 no Setor de Medicina do Trabalho – Ramal – 2489

Grupo de Atendimento ao Fumante da Equipe Humanização

mat

dm

m

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149

149 ANEXOS

ANEXO 8 – Comemorações das Datas de Controle do Tabagismo no HSC

Eventos comemorativos o Dia Mundial Sem Tabaco e Dia Nacional de Combate ao Fumo

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150

150

Palestras

ANEXOS

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151 ANEXOS

ANEXO 9 – Fumódromo do HSC

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152 ANEXOS

ANEXO 10 – Sinalização de Proibido Fumar no HSC

Sinalização Externa

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153 ANEXOS

Sinalização Interna

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154 ANEXOS

ANEXO 11 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

A pesquisa “Avaliação da implantação do Programa de Controle do Tabagismo no Hospital Santa Cruz – São Paulo-Capital”, que irem s realizar, faz parte da Tese de Doutorado do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Ela será realizada porque precisamos conhecer se as intervenções aplicadas no Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz conseguiram colaborar de forma eficaz na dim evalência do tabagismo neste local, ajudando na eliminação da poluição tabagística ambiental.

Para tanto, estamos solicitando a sua importante colaboração a fim de responder algumas perguntas sobre o tema em questão.

Para conseguir avaliar o programa de controle do tabagismo do Hospital Santa Cruz, precisamos aplicar este questionário que vocês estão recebendo em anexo, com um dos instrumentos para medir o resultado da implantação deste programa.

As informações, que o Sr(a) irá nos fornecer sobre este assunto, vão nos ajudar a compreender melhor o problema.

Consideramos que esta pesquisa não traz nenhum risco para o Sr(a), acarretando apenas o inconveniente de ocupar um pouco do seu tempo.

As estatísticas em geral, como são apresentadas, são frias, referindo-se às pessoas como números, e o que nós queremos é dar vida a estes números, a partir de suas respostas.

Comprometemo-nos, e garantimos o fornecimento de todas as informações que o Sr(a) precisar sobre a pesquisa, antes, durante e após a sua realização, assim como asseguramos que não haverá prejuízo para o Sr(a), caso se recuse a participar ou desista de participar em qualquer fase da pesquisa, sendo a sua participação livre e voluntária.

Asseguramos, também, que as informações registradas serão mantidas em sigilo, sem qualquer identificação do nome dos participantes.

Com o compromisso de acompanhar todo o processo da coleta de dados, colocamo-nos a disposição para esclarecimentos, quanto ao modo de trabalho, conteúdo e objetivos desta pesquisa. Esta pesquisa não implica em despesas da parte

o pesquisado. Desde já, agradecemos a sua valiosa colaboração.

São Paulo, / / 2005

___________________________ ____________________________ Marco Antonio de Moraes Nome do Pesquisado R.G. 10.968.973 Endereço: Rua Tupanaci - Nº 400 - Bairro Vila Gumercindo - Cep:041 31-020 – São Paulo – SP Fones: 0XX-11- 5068-0436 (res.) ou 19-9731-7286 (cel.)

o

inuição da pr

d

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155 ANEXOS

ANEXO 12 – Aprovação dos Comitês de Ética

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156 ANEXOS

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157 ANEXOS

ANEXO 13 – Questionário Aplicado na Pesquisa sobre Perfil do Fumante

QUESTIONÁRIO

s quadro abaixo deve ser preenchidos somente pelo pesquisador O

Número do questionário |__|__||__|__|

Avaliação: 1 |__| Pré –Teste 2 |__| Pesquisa

Data da Pesquisa: Mês: Ano:

Este questionário contém 2 seções, com um total de 11 questões. Solicitamos a devida atenção, para que

todas as questões sejam preenchidas. Obrigado.

EÇÃO A

S s 7 questões desta seção são utilizadas para identificar a população pesquisada.

– 1 IDADE: 1 |__| < 19 anos 2 |__| 20 a 29anos

3 |__| 30 a 39 anos 4 |__| 40 a 49 anos

5 |__| 50 a 59 anos 6 |__| 60 a 69 anos

7 |__| 70 anos ou mais

A – 2 SEXO: 1 |__| masc

2 |__| fem.

A – 3 Estado civil: 1 |__| solteiro

2 |__| casado

3 |__| separado/divorciado

4 |__| viúvo

– 4 Qual o seu nível de escolaridade

__| Nível Universitário (3º grau completo)

|__| Nível Médio (2º grau completo)

|__| Nível elementar (1º grau completo ou incompleto)

– 5 Qual a sua profissão

|__| Enfermeiro

|__| Médico

|__| Outro Profissional Técnico de Nível Universitário

|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Universitário

__| Técnico ou Auxiliar de Enfermagem

|__| Outro Profissional Técnico de Nível Médio

|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Médio

|__| Outro Profissional de Nível Elementar

9 |__| Não Sei

A

A

A

1 |

2.

3.

A

1.

2.

3.

4.

5 |

6.

7.

8

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158 ANEXOS

A – 6 VOCÊ EXERCE ALGUMA FUNÇÃO DE GERÊNCIA/COORDENAÇÃO/CHEFIA?

1 |__| sim

2 |__| não

– 7 Em que Unidade do Hospital você trabalha?

2 |__| Almoxarifado

4 |__| Auditoria

5 |__| Caixa 6 |__| Central - Desinfecção

7 |__| CME

10 |__| Faturamento

1 |__| Comercial 12 |__| Controladoria

5 |__| Recursos Humanos 16 |__| T.I

ica __| Higiene Hospitalar

9 |__| Internação Enfermagem 0 |__| Internação Recepç

1 |__| Lavanderia 22 |__| Manutenção

na do Trabalho 24 |__| O&M

5 |__| Ortopedia 26 |__| PABX - CENTRAL

7 |__| Pronto Atendimento 28 |__| Recursos de Glosas

30 |__| S.N.D

1 |__| Sala Pré - Operatória 32 |__| SAME

3 |__| Serviço Social 34 |__| Superintendência

5 |__| Tesouraria 36 |__| TMO - Geral

38 |__| Unidade de Cirúrgica – Centro Cirúrgico

40 |__| Vigilância

1 |__| Setor Terceirizado

A

1 |__| Administração de Terceiros

3 |__| Ambulatórios

8 |__| Convênios

9 |__| Farmácia Satélite

1

13 |__| Gerência de Enfermagem 14 |__| Logística

1

17 | 18 |__| Hemodinâm

1 ou Administração 2 ão

2

23 |__| Medici

2

2

29 |__| S.C.I.H

3

3

3

37 |__| UCO

39 |__| UTI

4

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159 ANEXOS

SEÇÃO B

As 4 perguntas da seção B são sobre o comportamento de fumar.

OS, CHARUTOS, CACHIMBO, CIGARRILHAS ?

__| sim

B – 2 PENSE BEM, SOMANDO TODOS OS CIGARROS QUE VOCÊ FUMOU NA VIDA INTEIRA, CHEGA A SOMAR 5 MAÇOS (100

RROS) ?

DO NA VIDA VOCÊ JÁ GEGOU A FUMA TOS OU 50 CIGARRILHAS OU FUMAR CACIMBO 50

VEZES ?

?

-----------------------------XX- ------------------------

rio está encerrado. Muito Ob a valiosa colaboração.

B – 1 VOCÊ ALGUMA VEZ NA VIDA FUMOU CIGARR

1 |

2 |__| não

CIGA

1 |__| sim

2 |__| não

B – 3 PENSE BEM: AO TO R 50 CHARU

1 |__| sim

2 |__| não

B – 4 ATUALMENTE, VOCÊ FUMA

1 |__| sim, fumo

2 |__| não

-------------- ---------------------

O questioná rigado pela su

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160 ANEXOS

ANEXO 14– Questionário aplicado na Pesquisa sobre Percepção do PCT

s quadro abaixo deve ser preenchidos somente pelo pesquisador

QUESTIONÁRIO

O Número do questionário |__|__||__|__|

Avaliação: 1 |__| Pré –Teste 2 |__| Pesquisa

Data da Pesquisa: Mês --- Ano 2005

Este questionário contém 6 seções, com um total de 19 questões que abordam assuntos diferentes.

os a devida ateSolicitam nção, para que todas as questões sejam preenchidas. Obrigado.

SEÇÃO A s questões desta seção são utilizadas para identificar a população pesquisada.

3 |__| 30 a 39 anos 4 |__| 40 a 49 anos

5 |__| 50 a 59 anos 6 |__| 60 a 69 anos

7 |__| 70 anos ou mais

asc

2 |__| fem.

Estado civil: 1 |__| solteiro

2 |__| casado

A – 4 Qual o seu nível de escolaridade

1 |__| Nível Universitário (3º grau completo)

2.|__| Nível Médio (2º grau completo)

3.|__| Nível elementar (1º grau completo ou incompleto)

A – 5 Qual a sua profissão

1.|__| Enfermeiro

2.|__| Médico

3.|__| Outro Profissional Técnico de Nível Universitário

4.|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Universitário

5 |__| Técnico ou Auxiliar de Enfermagem

6.|__| Outro Profissional Técnico de Nível Médio

7.|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Médio

8 |__| Outro Profissional de Nível Elementar

9 |__| Não Sei

A

A – 1 IDADE: 1 |__| < 19 anos 2 |__| 20 a 29anos

A – 2 SEXO: 1 |__| m

A – 3

3 |__| separado/divorciado

4 |__| viúvo

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161 ANEXOS

A – 6 VOCÊ EXERCE ALGUMA FUNÇÃO DE GERÊNCIA/COORDENAÇÃO/CHEFIA ?

1 |__| sim

2 |__| não

?

1 |__| Administração de Terceiros 2 |__| Almoxarifado

3 |__| Ambulatórios 4 |__| Auditoria

__| Caixa

9 |__| Farmácia Satélite 10 |__| Faturamento

12 |__| Controladoria

anos 6 |__| T.I

7 |__| Hemodinâmica 8 |__| Higiene Hospitalar

9 |__| Internação Enfermagem 20 |__| Internação Recepção

1 |__| Lavanderia 22 |__| Manutenção

na do Trabalho 24 |__| O&M

5 |__| Ortopedia 26 |__| PABX - CENTRAL

__| Pronto Atendimento 28 |__| Recursos de Glosas

30 |__| S.N.D

__| Sala Pré - Operatória 32 |__| SAME

3 |__| Serviço Social 34 |__| Superintendência

5 |__| Tesouraria 36 |__| TMO - Geral

38 |__| Unidade de Cirúrgica – Centro Cirúrgico

40 |__| Vigilância

1 |__| Setor Terceirizado

A – 7 Em que Unidade do Hospital você trabalha

5 | 6 |__| Central - Desinfecção

7 |__| CME 8 |__| Convênios

11 |__| Comercial

13 |__| Gerência de Enfermagem 14 |__| Logística

15 |__| Recursos Hum 1

1 1

1 ou Administração

2

23 |__| Medici

2

27 |

29 |__| S.C.I.H

31 |

3

3

37 |__| UCO

39 |__| UTI

4

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162

162 ANEXOS

SEÇÃO B As 3 perguntas da seção B são sobre o desenvolvimento da 1ª fase do programa de controle do tabagismo do HSC, objetivando

eflexão e discussão sobre o tema tabagismo.

– 1 PENSE BEM, NO PERÍODO DE AGOSTO À OUTUBRO DO ANO DE 2001, VOCÊ SE LEMBRA DE TER VISTO UM CARTAZ COM A

NESTE AMBIENTE?

bro

REFERIDO “PARE E PENSE” DESPERTOU SOBRE O ASSUNTO PARAR DE FUMAR OU

SOBRE O USO DO CIGARO NO HSC?

vi o cartaz

EFERIDO NA PERGUNTA B1 VOCÊ CHEGOU A DISCUTIR OU COMENTAR SOBRE O TEMA TABAGISMO NO HSC?

ro

avaliar se nesta etapa houve a r

B

FRASE “PARE E PENSE: É COERENTE FUMAR

1 |__| sim

2 |__| não

9 |__| Não lem

B – 2 O CARTAZ ACIMA EM VOCÊ A REFLEXÃO

1 |__| sim

2 |__| não se aplica, pois não

9 |__| Não lembro

B – 3 NO PERÍODO R

1 |__| sim

2 |__| não

9 |__| Não lemb

SEÇÃO C As 4 perguntas da seção C, são para verificar se o Programa de Controle do Tabagismo conseguiu informar e esclarecer a

a respeito dos malefícios do tabagismo aplica ama de Controle do Tabagismo do HSC.

E BEM, NO PERÍODO DE NOVEMBRO DO ANO DE 20 E 2002, VOCÊ SE LEMBRA DE TER

RASE “FUMAR NÃO COMBINA COM A QUALIDADE DE VIDA – AJUDE A CRIAR UM AMBIENTE LIVRE

?

|__| sim

|__| não

|__| Não lembro

população do HSC das na 2ª fase do Progr

C – 1 PENS 01 A MARÇO DO ANO D

VISTO UM CARTAZ COM A F

DO CIGARRO

1

2

9

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163 ANEXOS

C – 2 No período referido na questão C1, você participou de alguma palestra, treinamento, discussão ou recebeu algum folheto

9 |__|

terial educativo ou informação que você recebeu sobre o tabagismo ajudou a esclarecer sobre os efeitos nocivos do

|__| Sim

9 |__| Não lembro

conhecimento sobre a Lei Federal nº 9.294/96 que dispõe sobre as restrições ao uso de produtos fumígeros

recintos coletivos, privados ou públicos?

embro

informativo ou ainda obteve alguma outra forma de informação sobre os malefícios do tabagismo?

1 |__| Sim

2 |__| Não

Não lembro

C - 3 O ma

tabagismo?

1

2 |__| Não

C - 4 Você tomou

em

1 |__| Sim

2 |__| Não

9 |__| Não l

SEÇÃO D As 3 perguntas da seção D, são para verificar se o Programa de Controle do Tabagismo do HSC, desenvolveu adequadamente a

sua 3ª fase e conseguiu manter o ambiente do HSC livre da fumaça do cigarro.

D – 1 PENSE BEM, NO PERÍODO DE MARÇO DE 2002 ATÉ ATUALMENTE VOCÊ LEMBRA DE TER VISTO UM CARTAZ COM A

1 |__| Sim

2 |__| Não

bro

FRASE “PODE RESPIRAR A VONTADE: ESTE É UM AMBIENTE LIVRE DO CIGARRO” ´?

9 |__| Não lem

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164 ANEXOS

D – 2 No período inicial do mês de março, você recebeu um folheto informativo junto com o seu holerith referente à norma que

proíbe a utilização do cigarro dentro do HSC, esclarecendo sobre a existência dos Fumódromos como únicas áreas onde

rmite fumar no HSC?

__| Não lembro

otou a sinalização fixada em todos os setores do HSC, relativas à proibição do cigarro?

EÇÃO E

se pe

1 |__| Sim

2 |__| Não

9 |

D – 3 Você n

1 |__| Sim

2 |__| Não

9 |__| Não lembro

S

AÇÕES ABAIXO LISTADAS QUAL A QUE VOCE CONSIDEROU A MELHOR? (assinalar apenas 1 alternativa)

2 |__| Treinamentos

__| Cursos 4 |__| Campanhas de Lançamento do Programa

5 |__| Campanhas no Dia Mundial e Nacional Sem Tabaco 9 |__| Não sei

A única pergunta da seção E, é para identificar quais ações educativas despertaram maior sensibilização e adesão ao programa

de controle do tabagismo do HSC.

E – 1 DAS

1 |__| Palestras

3 |

SEÇÃO F A pergunta da seção F, é para identificar quais foram os meios de comunicação que apresentaram melhores resultados no

rograma de controle do tabagismo do HSC.

– 1 DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ABAIXO LISTADAS QUAL O QUE VOCÊ ACREDITA QUE APRESENTOU O MELHOR

? (assinalar apenas 1 alternativa)

1 |__| Mensagem no computador 2 |__| Mensagem em Holerith

3 |__| Mensagem no Quadro de Avisos 4 |__| Artigos Publicados na Revista SANA

5 |__| Artigos e Orientações publicadas no Jornal do HSC 6 |__| Distribuição de Material Educativo

9 |__| Não sei

-------------------------------------------XX----------------------------------------------

O questionário está encerrado. Muito Obrigado pela sua valiosa colaboração.

p

F

RESULTADO

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165 ANEXOS

ANEXO 15- Modelo do Cartaz “Pare e Pense”

Cartaz destinado a propiciar a reflexão e discussão sobre o Tabagismo,

tendo sido exposto no período de agosto a novembro de 2001 (1ª fase do programa).

e vida” e de outros materiais educativos

Material destinada a fornecer in e os malefícios do Tabagismo, tendo sido exposto e distribuído no período de novembro de 2001 à

2002 - (2ª fase do programa).

ANEXO 16– Modelo do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade d

formações sobr

março de

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166 ANEXOS

ANEXO 17– Mo a vontade” aterial destinado a manter o HSC livre da poluição Tabágica, esta

sendo utiliz

delo do Folheto, Cartaz e Banner “Pode respirarMado desde março de 2002 até a presente data. (3ª fase)